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<p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 1/43</p><p>MOMENTOS</p><p>HISTÓRICOS DO</p><p>PENSAMENTO</p><p>FILOSÓFICO</p><p>Aula 1</p><p>FILOSOFIA ANTIGA</p><p>Filosofia antiga</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá os momentos</p><p>históricos da filosofia, a começar pela filosofia antiga, que contou</p><p>com a contribuição e genialidade de Sócrates, Platão e Aristóteles!</p><p>Além disso, você também terá condições de reconhecer a</p><p>contribuição dos principais filósofos aos diversos campos de ação</p><p>humana.</p><p>Assim sendo, este conteúdo será importante para o</p><p>desenvolvimento da sua capacidade crítica diante da realidade.</p><p>Vamos lá!</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 2/43</p><p>Ponto de Partida</p><p>Sócrates, Platão e Aristóteles viveram numa região e num tempo</p><p>muito diferentes e distantes dos nossos, e para melhor compreendê-</p><p>los, é preciso conhecer o modo como se pensava naquela época e</p><p>quais os valores subjacentes às suas escolhas. Naquele tempo, o</p><p>indivíduo isolado tinha pouco ou nenhum valor, pois a valorização se</p><p>dava por conta da contribuição à coletividade.</p><p>Tentemos imaginar o que aconteceria se um dia o nosso planeta</p><p>sofresse ameaças externas; possivelmente, uniríamos todos para</p><p>resistir em nome da coletividade, no entanto, na ausência desse tipo</p><p>de ameaça, temos, também, a ausência dessa unidade, como se</p><p>não fôssemos uma única raça, mas indivíduos isolados ou, pior, em</p><p>competição. Aqui reside uma das diferenças mais marcantes entre a</p><p>mentalidade dos gregos antigos e a nossa: os direitos individuais</p><p>praticamente não existiam, o que importava era a coletividade, era a</p><p>Pólis. O ser humano era como uma peça numa engrenagem maior;</p><p>fundamental ou singela, essa peça tinha um papel a desempenhar,</p><p>uma contribuição a dar, e, na sua falta, o motor poderia parar. O</p><p>homem que contribuía era o politikos, já o que se abstinha era o</p><p>idiótes (Cortella; Ribeiro, 2010).</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 3/43</p><p>Propomos que a preocupação em entender mais profundamente a</p><p>ideia exposta por Aristóteles, em sua obra Metafísica, de que o todo</p><p>é mais que a soma das partes (Aristóteles, 2002), norteie a nossa</p><p>reflexão e aprendizagem. Você terá contato, a partir de agora, com</p><p>os maiores nomes da história da filosofia: Sócrates, Platão e</p><p>Aristóteles. Aproveite ao máximo!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Como já vimos, a Filosofia não nasceu no território central que hoje</p><p>conhecemos como sendo a Grécia, mas nas suas colônias, mais</p><p>precisamente numa região que hoje pertence à Turquia, a cidade de</p><p>Mileto, na região da Jônia. Mas o esplendor da Filosofia se deu</p><p>quando ela chegou em Atenas, o berço da democracia; ali,</p><p>chegaram alguns sofistas, com os quais Sócrates acabou</p><p>estudando por um tempo, mas por discordar deles, passou a</p><p>estudar com Anaxágoras de Clazômena e, posteriormente,</p><p>desenvolveu a sua própria filosofia, com muita qualidade, o que lhe</p><p>rendeu o título de pai da Filosofia.</p><p>Sócrates</p><p>Além de ser considerado pai da Filosofia, Sócrates também é</p><p>chamado de pai da Ética, o que, por si só, já é uma grande façanha,</p><p>mas ela se torna ainda maior se levarmos em conta que ele nada</p><p>escreveu, apenas ensinou, e seus principais ensinamentos foram na</p><p>área do conhecimento e da ética.</p><p>Entre as principais contribuições de Sócrates está o fato de superar</p><p>o relativismo dos sofistas afirmando a existência da verdade e da</p><p>essência de tudo como uma razão de ser. A essência do homem é a</p><p>sua alma (psykhé, em grego), e a alma, para ele, é a</p><p>razão/consciência, bem como a busca do bem, do belo e do</p><p>verdadeiro seria a essência da alma.</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 4/43</p><p>Sócrates não queria a opinião, queria a essência das coisas, pois,</p><p>segundo ele, a opinião muda, mas a essência permanece. Ele dizia</p><p>que sua missão era ajudar os homens a viver bem, encontrando a</p><p>sabedoria e a virtude, ou seja, a sua preocupação não era com os</p><p>princípios supremos do universo, mas com o valor do conhecimento</p><p>humano (Mondin, 1982). Desse modo, Sócrates adotou como lema</p><p>a frase que se encontrava do pórtico do templo de Apolo, em</p><p>Delphos: “Homem, conhece-te a ti mesmo”. Por meio de perguntas,</p><p>Sócrates procurava mostrar como as opiniões não se sustentavam</p><p>— atitude conhecida como ironia, sinalizando que Sócrates se</p><p>subestimava propositalmente (Abbagnano, 2007, p. 585) — e levava</p><p>as pessoas a refletir por conta própria (maiêutica, em grego, é</p><p>parir/dar à luz).</p><p>Além disso, ele também entendia como sua missão ajudar as</p><p>pessoas a dar à luz as suas ideias por meio da dialética</p><p>(Abbagnano, 2007), uma técnica parecida com um debate, bem</p><p>como “considerava que a sua missão era expor a ignorância dos</p><p>outros quanto à verdadeira natureza dessas virtudes (justiça,</p><p>coragem e bondade) e era conhecido por constranger os sábios da</p><p>época ao revelar a confusão implícita em seus pensamentos morais”</p><p>(Law, 2008, p. 242).</p><p>No âmbito da moral, ele defendia que quem conhece o bem o</p><p>pratica, logo, só age</p><p>mal quem ignora o bem. Essa tese é conhecida como “racionalismo</p><p>ético”; o homem, portanto, deve conhecer e praticar o bem,</p><p>buscando a virtude, a excelência, aquilo que é melhor. Segundo</p><p>Sócrates, “não é das riquezas que nasce a virtude, mas das virtudes</p><p>nasce a riqueza” (Pessanha, 1999, p. 57).</p><p>As virtudes da alma se manifestam no autodomínio, “no domínio de</p><p>si mesmo nos estados de prazer, dor e cansaço, no urgir das</p><p>paixões e dos impulsos”</p><p>(Reale, 1990, p. 91). Trata-se de fazer a racionalidade prevalecer</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 5/43</p><p>sobre a animalidade, tornar a alma senhora do corpo. Somente</p><p>quando age dessa maneira, o homem está, segundo Sócrates,</p><p>sendo verdadeiramente livre.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Platão</p><p>Platão foi criado para ser um político, mas acabou se desiludindo</p><p>com o projeto e decidindo contribuir apenas reflexivamente. Nesse</p><p>empreendimento, Platão faz uma analogia entre o homem justo e a</p><p>cidade justa por meio da tese da tripartição da alma.</p><p>Para o filósofo, o homem é uma unidade acidental entre corpo e</p><p>alma, e é nela que reside a sua essência (Platão, 1999, p. 110). O</p><p>homem possui três almas: a racional (localizada na cabeça), a</p><p>irascível ou colérica (localizada no tórax), a concupiscível ou</p><p>desejante (localizada no abdômen). Nos trabalhadores</p><p>(camponeses, artesãos e comerciantes), predominaria a terceira</p><p>alma, e, nela, há uma mistura de ferro e bronze — metais menos</p><p>nobres; já nos guerreiros, prevaleceria a segunda alma, que teria</p><p>uma mistura de prata; e na alma dos magistrados ou</p><p>sábios, predominaria a alma racional, com mistura de ouro.</p><p>Assim, para Platão, só seria justo o homem que agisse pela alma</p><p>racional, bem como só seria justa a cidade que fosse governada por</p><p>magistrados. Nem os trabalhadores, tampouco os soldados,</p><p>deveriam governá-la, pois não teriam a sabedoria necessária para</p><p>bem conduzir os destinos da cidade.</p><p>No campo da ética, Platão aderiu à das virtudes, sistematizada por</p><p>ele em sua obra A República. Ele entendia as virtudes como</p><p>funções da alma determinadas por sua própria natureza e pela</p><p>divisão das suas partes. “O paralelismo entre as partes do Estado e</p><p>as partes da alma permite a Platão determinar e definir as virtudes</p><p>particulares, bem como a virtude que</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 6/43</p><p>compreende todas elas: a justiça como cumprimento de cada parte</p><p>and Douglas, 1855. v. 2.</p><p>GLEISER, M. A ilha do conhecimento: os limites da ciência e a</p><p>busca por sentido. Rio de Janeiro: Record, 2014.</p><p>à sua função” (Abbagnano, 2007, p. 380).</p><p>Segundo Platão, o homem nasce com virtudes, porém adormecidas,</p><p>devendo ser despertadas. A maior das virtudes, para ele, é a justiça,</p><p>que estaria intimamente atrelada ao correto funcionamento das três</p><p>almas. O homem, portanto, é justo quando as três interagem</p><p>harmonicamente sob o comando da racional, e a virtude da alma</p><p>racional é a prudência;</p><p>a virtude da alma irascível ou colérica é a coragem; e a virtude da</p><p>alma concupiscente ou desejante é a temperança.</p><p>No campo da estética, atribui-se a Platão o mérito de ter iniciado a</p><p>reflexão acerca do belo e da obra de arte, abordada em sua obra</p><p>Hipias Maior, contudo, entende-se que a resposta só viria com a</p><p>Teoria do Mundo das Ideias, exposta em A República, pois, nela,</p><p>fica claro que enquanto as manifestações do belo pertencem ao</p><p>mundo sensível, atingir a</p><p>compreensão do que é o belo só é possível para quem ascende ao</p><p>mundo inteligível. O conceito de belo vincula-se, dessa forma, ao</p><p>conceito do bem e do verdadeiro.</p><p>Platão também se dedicou a resolver o problema da relação entre a</p><p>arte, a metafísica e a moral, pois, para ele, a arte não é autônoma.</p><p>Ele se preocupou em refletir se a arte aproximava ou afastava o</p><p>homem da verdade e se ela o tornava melhor ou pior, e acabou</p><p>concluindo que ela escondia a verdade e corrompia o homem.</p><p>Aristóteles</p><p>O conceito antigo de política (a arte de bem viver em sociedade ou</p><p>instância que busca a vida feliz ou a vida boa de modo coletivo) é</p><p>aristotélico, pois, para ele, o homem é, em sua essência, um animal</p><p>político (Aristóteles, 1999, p. 228). Aristóteles não separava ética e</p><p>política; para ele, a ética visava ao bem viver individual, enquanto a</p><p>política visava ao bem viver coletivo, o que faz da política mais</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 7/43</p><p>importante do que a ética, dado que o coletivo tem supremacia</p><p>sobre o individual.</p><p>Disse Aristóteles que “o estado existe para capacitar todos, famílias</p><p>e aparentados, a viver bem, ou seja, a ter uma vida plena e</p><p>satisfatória. É nosso amor pelos demais que nos leva a preferir a</p><p>vida em sociedade. A vida digna é o propósito do Estado”</p><p>(Aristóteles, 1999, p. 228).</p><p>Aliás, ele afirma também que:</p><p>O Estado é uma criação da natureza e tem prioridade sobre o</p><p>indivíduo que, quando isolado, não é autossuficiente; no</p><p>entanto, ele o é como parte relacionada com o conjunto. Mas</p><p>aquele que for incapaz de viver em sociedade, ou que não</p><p>tiver necessidade disso por seu autossuficiente, será uma</p><p>besta ou um deus, não uma parte do Estado (1999, p. 147).</p><p>Por fim, para determinar o que entendia como justiça, Aristóteles</p><p>distinguiu dois tipos de bens: os partilháveis, que se referem a algo</p><p>que pode ser dividido e distribuído, como as riquezas, e os bens que</p><p>não podem ser divididos, mas dos quais é importante que se</p><p>participe, ou seja, os bens participáveis, como o poder político.</p><p>A partir daí, segundo Chaui (2000), apresentou-se dois tipos de</p><p>justiça na cidade: a justiça distributiva, que se refere à distribuição</p><p>dos bens econômicos de forma a dar desigualmente aos desiguais,</p><p>para torná-los iguais; e a justiça participativa, referente ao poder</p><p>político e que consiste em respeitar o modo como cada comunidade</p><p>definiu a participação no poder do qual todos devem participar</p><p>A contribuição mais significativa de Aristóteles se deu,</p><p>possivelmente, no campo da ética. A sua obra Ética a</p><p>Nicômaco pode ser considerada uma referência fundamental a</p><p>respeito desse assunto. Aristóteles é um defensor da ética das</p><p>virtudes, acrescidas do elemento teleológico: alcançar a felicidade, o</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 8/43</p><p>bem viver (eudaimonia, em grego). Diz ele que a felicidade é a</p><p>melhor, a mais nobre e a coisa mais aprazível do mundo.</p><p>Agimos virtuosamente na tentativa de alcançar a felicidade, diante</p><p>disso, Aristóteles não compartilhava da ideia platônica de que o</p><p>homem nasce com virtude, ao contrário, ele dizia que a virtude é</p><p>adquirida por meio do hábito, daí a necessidade do esforço</p><p>permanente em praticar atos virtuosos.</p><p>Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder</p><p>fazê-las, aprendemo-las fazendo; por exemplo, os homens</p><p>tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo</p><p>esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos</p><p>praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura</p><p>etc. (Aristóteles, 1973, p. 267).</p><p>Nesse sentido, definiu-se alguns conceitos, tais como virtude, sendo</p><p>ela a força necessária para agir corretamente, como o autocontrole</p><p>e o autodomínio. Seria como pensar bem antes de agir para não se</p><p>arrepender depois, não perder a calma facilmente nas discussões,</p><p>não falar nada ou praticar algum ato passível de arrependimento</p><p>depois etc.</p><p>A excelência, por sua vez, significa cumprir bem com aquilo que lhe</p><p>é pertinente, ou seja, fazer bem-feito aquilo que lhe compete fazer,</p><p>mas, para Aristóteles, a virtude apresenta um elemento bastante</p><p>marcante: o mesotes (justa medida), que, segundo ele, no campo</p><p>da ética, consiste em evitar os extremos, tanto no que tange aos</p><p>excessos quanto às faltas. É preciso buscar a harmonia, isto é, o</p><p>equilíbrio.</p><p>Por fim, em relação à estética, Aristóteles discorda de Platão quanto</p><p>à vigilância e à censura da arte e defende que ela não precisa ter</p><p>compromisso com a reprodução do mundo verdadeiro. O artista,</p><p>segundo Aristóteles, ocupa-se com o belo (ou com a beleza), e o</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 9/43</p><p>belo é definido por ele como um bem que agrada. Mas por que</p><p>agrada? Porque proporciona prazer às nossas faculdades cognitivas</p><p>por meio da ordem, da simetria e da harmonia presentes nesse</p><p>objeto ou nessa realidade.</p><p>Aristóteles entende que a beleza está presente na ordem, na</p><p>simetria e na proporcionalidade existente entre as partes e o todo.</p><p>Para ele, existem artes mecânicas, que se efetivam por meio da</p><p>produção, como o artesanato; e arte imitativa, como as belas artes,</p><p>porém ao tratar da arte imitativa, o filósofo retira dela a conotação</p><p>negativa dada por Platão, justamente por vê-la como um elemento</p><p>que promove a catarse da alma humana (Abbagnano, 2003).</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Certamente, você já deve ter percebido que o intuito da reflexão</p><p>proposta é aprofundar a compreensão acerca do individual e do</p><p>coletivo. Aristóteles (2002) afirma, por exemplo, que o corpo é mais</p><p>do que a soma das suas partes, dos seus membros, dos seus</p><p>compostos etc. Perceba que se um dente estiver doendo, este</p><p>afetará o sistema nervoso e o corpo todo sentirá; aliás, acabará</p><p>afetando até o humor e o pensamento. Para os gregos, essa</p><p>analogia se estendia também à sociedade; se um cidadão não</p><p>cumprisse com a sua parte, com o seu papel, a coletividade toda</p><p>seria afetada, e foi nesse contexto que Sócrates, Platão e</p><p>Aristóteles desenvolveram os seus pensamentos e, desse modo,</p><p>buscaram contribuir para a sociedade por meio das suas</p><p>racionalidades e visões de mundo.</p><p>Saiba Mais</p><p>Para saber mais sobre Sócrates, leia o tópico 4.2 – Sócrates, do</p><p>livro Introdução à Filosofia Antiga. Nesse texto, você encontrará os</p><p>principais elementos constitutivos do contexto de desenvolvimento</p><p>do pensamento de Sócrates.</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/31411/pdf/0?code=zx8IS1EIaqsbMpC1PAKf3HVh3d0jtihjUCi31TlzHInOViaiAy4hsuXFS5TkEPKQ5pJfd2VARsfj4dSQJWdw0g==</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 10/43</p><p>Aprofunde o seu conhecimento de Platão lendo o tópico 5.3 – A</p><p>Teoria Política de Platão, da obra supracitada. Você</p><p>terá acesso à</p><p>concepção política platônica dentro de uma mentalidade grega que</p><p>enfatiza o espaço coletivo.</p><p>Aprofunde a sua compreensão acerca do pensamento de Aristóteles</p><p>lendo o texto Aristóteles e a Cidade. Trata-se de um texto extraído</p><p>da sua obra Política e que nos mostra como se dava essa relação</p><p>entre o coletivo e o individual.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. Tradução: Alfredo Bosi.</p><p>5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Disponível em:</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-</p><p>abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf. Acesso em: 26 abr. 2024.</p><p>ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Edson Bini. São</p><p>Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores).</p><p>ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Loyola, 2002.</p><p>ARISTÓTELES. Vida e obra. In: Os pensadores: Aristóteles. São</p><p>Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>BRAGA JUNIOR, A. D.; LOPES, L. F. Introdução à filosofia antiga.</p><p>Curitiba: Intersaberes, 2015.</p><p>CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.</p><p>CORTELLA, M. S.; RIBEIRO, R. J. Política para não ser idiota.</p><p>São Paulo: Papirus, 2010.</p><p>http://almanaque.folha.uol.com.br/filosofiaaristoteles.htm</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 11/43</p><p>LAW, S. Filosofia: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar</p><p>Ed., 2008.</p><p>MONDIN, B. Curso de filosofia: os filósofos do ocidente. 6. ed. São</p><p>Paulo: Paulus, 1982. v. 2.</p><p>PESSANHA, J. A. M. (org.). Sócrates. São Paulo: Nova Cultural,</p><p>1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>PLATÃO. Vida e obra. In: Os pensadores: Platão. São Paulo: Nova</p><p>Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: antiguidade e idade</p><p>média. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1990.</p><p>Aula 2</p><p>FILOSOFIA MEDIEVAL</p><p>Filosofia medieval</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá mais um dos</p><p>momentos históricos da Filosofia: a Filosofia Medieval! Você</p><p>também verá o que foi a patrística e qual foi a sua contribuição,</p><p>assim como a escolástica e a filosofia renascentista.</p><p>Este conteúdo é importante porque ajudará você a desenvolver uma</p><p>visão mais abrangente do mundo e um posicionamento mais</p><p>consciente diante da realidade.</p><p>Vamos lá!</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 12/43</p><p>Ponto de Partida</p><p>Há uma discussão na Filosofia acerca do progresso da humanidade;</p><p>alguns pensadores alegam que ele é sempre contínuo e retilíneo,</p><p>outros que ele acaba retrocedendo de tempos em tempos; outros,</p><p>ainda, que ele dá saltos; e há, também, quem alegue que ele é</p><p>cíclico e ascendente.</p><p>Propomos que você participe da aula buscando elementos que lhe</p><p>permitam um posicionamento crítico acerca desse movimento da</p><p>história, tendo em mente, sobretudo, o Período Medieval: o</p><p>conhecimento progrediu na Idade Média ou ela, realmente, pode ser</p><p>considerada “Idade das Trevas”?</p><p>Vamos lhe apresentar, agora, um período de mil anos,</p><p>aproximadamente, em que o progresso pareceu ter ficado</p><p>estagnado, começando a se movimentar ao voltar aos antigos.</p><p>Estamos nos referindo ao Período Medieval e a sua recorrência ao</p><p>pensamento antigo, dito, renascimento.</p><p>Além disso, você vai conhecer mais a Patrística, uma corrente</p><p>filosófica mesclada com a visão bíblica; a Escolástica, o momento</p><p>em que o ensino saiu dos conventos e foi até o palácio do rei,</p><p>tornando-se acessível a um número maior de pessoas e criando as</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 13/43</p><p>condições para o surgimento das universidades; e, por fim, o</p><p>renascimento, quando as obras de Aristóteles chegaram até a</p><p>Universidade de Paris e se deu um retorno e a valorização da</p><p>cultura grega.</p><p>Será que até o fim da aula você vai iluminar essa suposta idade das</p><p>trevas? Fazemos votos que sim.</p><p>Vamos Começar!</p><p>Assim que o Império Romano favoreceu o encontro da filosofia com</p><p>o cristianismo, algumas questões tiveram de ser resolvidas, pois</p><p>havia muita divergência entre as duas formas de conceber e explicar</p><p>o mundo. A partir desse confronto, a filosofia, um “erro vazio” (Carta</p><p>aos Colossenses: 2,8), adquiriu roupagens cristãs e ficou por mil</p><p>anos subordinada à teologia. Dizia-se que a filosofia era serva da</p><p>teologia (philosophia ancilla theologiæ, em latim), mas antes de</p><p>adquirir essa roupagem, muitas heresias, ideias contrárias àquelas</p><p>do cristianismo, tiveram de ser vencidas.</p><p>Patrística</p><p>Diante das heresias, surgiram aqueles que defendiam a fé cristã, e</p><p>esses ficaram conhecidos como padres apologetas ou apologistas.</p><p>Entre os apologistas gregos, os principais foram Clemente</p><p>(acreditava que a revelação era a continuidade do pensamento</p><p>grego e que era preciso extrair a gnose cristã da revelação para que</p><p>o cristianismo não fosse religião apenas dos ignorantes) e Orígenes</p><p>(mestre de Plotino, discípulo de Clemente e Amônio Saccas, para</p><p>ele, o mundo é coeterno com Deus. Deus criou a vontade e a</p><p>inteligência, a matéria veio do pecado; nenhuma alma está</p><p>condenada, porque não existe mal absoluto).</p><p>Já entre os latinos, os principais foram Tertuliano (autor mais antigo</p><p>a utilizar o termo "Trindade" e dar a mais antiga exposição formal</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 14/43</p><p>ainda existente sobre a teologia trinitária) e Gregório (defendia a</p><p>doutrina da Santíssima Trindade; o Espírito veio do Pai não por</p><p>geração, mas por processão. Ele proclamou a eternidade do Espírito</p><p>Santo, dizendo que suas ações estavam como que escondidas no</p><p>Antigo Testamento e que apareceram mais claramente com a</p><p>ascensão de Jesus ao Céu e a sua descida na festa de</p><p>Pentecostes. Cristo, para ele, não deixou de ser Deus quando se</p><p>tornou homem), contudo, o maior nome dessa época foi Aurélio</p><p>Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho, falecido em 430 d.C.</p><p>Os principais problemas giravam acerca da ressurreição, da questão</p><p>da Trindade, da encarnação — pois era loucura o Verbo de Deus</p><p>encarnar-se em um indivíduo —, da relação entre liberdade e graça</p><p>e sobre fé e razão. Para a filosofia, é um absurdo Deus morrer na</p><p>cruz, pois Ele é pensamento, e o valor do homem está no</p><p>pensamento; além disso, seria inconcebível Deus amar o ser</p><p>humano. Aliás, as principais heresias foram: gnosticismo,</p><p>donatismo, maniqueísmo, arianismo, nestorianismo, pelagianismo,</p><p>adopcionismo, apolinarismo, docetismo e monofisismo.</p><p>Escolástica</p><p>Os professores das artes liberais começaram a ser chamados de</p><p>escolásticos, título que se estendeu também aos docentes de</p><p>filosofia e teologia, por isso, compreende-se por escolástica a</p><p>filosofia e a teologia que eram ensinadas nas escolas medievais</p><p>cristãs, não se esquecendo, todavia, de que à teologia cristã se</p><p>outorgava o título de ciência das ciências e, à filosofia, apenas o de</p><p>serva da teologia. O problema fundamental nessa época era o</p><p>entendimento e a transmissão da verdade revelada dissipando a</p><p>incredulidade e as heresias, portanto, a filosofia escolástica não</p><p>teve a autonomia da filosofia grega, pois se limitava ao ensino</p><p>religioso do dogma (verdade de fé inquestionável).</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 15/43</p><p>Normalmente, distingue-se três períodos na filosofia escolástica: a</p><p>alta, que vai do século IX ao XII; o florescimento, nos séculos XIII e</p><p>XIV; e a sua dissolução, do século XIV ao Renascimento. No</p><p>primeiro, concebia-se fé e razão como tendo harmonia intrínseca e</p><p>substancial; no segundo, a harmonia</p><p>é considerada parcial e não se</p><p>descarta a possibilidade de oposição entre elas; e, no terceiro,</p><p>prevalece a oposição entre ambas (Abbagnano, 2003).</p><p>As obras mais utilizadas nessa época foram: o Organon, de</p><p>Aristóteles; o Timeu, de Platão; o Isagoge, de Porfírio; e A</p><p>Consolação da Filosofia, de Boécio. O neoplatonismo também foi</p><p>muito difundido, particularmente por João Escoto Eriúgena, o qual,</p><p>em sua obra Divisão da Natureza, esforça-se por conciliá-lo com o</p><p>cristianismo. Visando à difusão do cristianismo, a Igreja se</p><p>empenhou em propagar o sistema escolar e, no século XIII, a escola</p><p>adquiriu a configuração de universidade, produto típico da Idade</p><p>Média.</p><p>Inicialmente, o termo universidade indicava um centro de estudos,</p><p>uma associação corporativa, um modelo mais próximo dos atuais</p><p>sindicatos do que das atuais universidades. As universidades de</p><p>Bolonha e de Paris estão entre as primeiras que surgiram e</p><p>acabaram se tornando uma espécie de modelo para as demais. A</p><p>universidade de Paris surgiu a partir de uma ampliação da escola da</p><p>catedral de Nôtre-Dame, e uma das figuras mais importantes do</p><p>início dessa universidade foi Pedro Abelardo.</p><p>Como dissemos, a filosofia carregou por mil anos,</p><p>aproximadamente, o título de serva da teologia, porém chegou um</p><p>momento em que passou, novamente, a ser reconhecida como um</p><p>saber autônomo e, aos poucos, foi se desvinculando desse título.</p><p>Encontramos, já em Tomás de Aquino, a ideia de que fé (teologia) e</p><p>razão (filosofia) são modos diferentes de conhecimento; a razão</p><p>aceita a verdade com base em evidências e a fé a aceita por causa</p><p>da relevante autoridade de Deus, mas mesmo diferentes, elas não</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 16/43</p><p>podem se contradizer, porque Deus é o autor de ambas. A razão</p><p>pode conhecer as verdades naturais, mas é incapaz, por si só, de</p><p>penetrar nos mistérios de Deus, que é o seu bem último.</p><p>Mas um grande impulso rumo à reaquisição da autonomia filosófica</p><p>foi dado por Guilherme de Ockham, que mostrou que a verdade</p><p>revelada, muito mais que a realidade das coisas do mundo sensível,</p><p>é absolutamente inacessível à razão. Para ele, não há harmonia</p><p>entre razão e fé e não se pode conhecer as verdades sobrenaturais,</p><p>sendo apenas objetos de uma fé cega (Mondin, 1981). Dessa forma,</p><p>Ockham colaborou para a separação das duas; a filosofia acabou se</p><p>libertando da condição de serva da teologia, bem como a teologia</p><p>deixou de ser considerada a ciência das ciências</p><p>Guilherme de Ockham contribui, ainda, para a questão dos</p><p>universais, mostrando-se contra a concepção realista e defendendo</p><p>o nominalismo para quem os universais são apenas abstrações. O</p><p>seu princípio metodológico ficou conhecido como “navalha de</p><p>Ockham” e ensinava que “entidades não devem ser multiplicadas</p><p>além do necessário”, ou seja, devemos recorrer ao menor número</p><p>possível de fatores ao explicar algo (Law, 2008, p. 269).</p><p>Além dos pensadores aqui elencados, muitos outros contribuíram</p><p>substancialmente para a filosofia medieval, e, talvez, Nicolau de</p><p>Cusa, falecido em 1464, possa ser considerado o último pensador</p><p>dessa época, que se antecipou a Copérnico e sugeriu que a Terra é</p><p>esférica e orbita em torno do Sol. Desse modo, começou-se a</p><p>preparar o terreno para o renascimento, que estava prestes a surgir.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Filosofia renascentista</p><p>A partir do século XIII, cresceu na Europa a consciência de que</p><p>ainda havia muito para se aprender com a antiguidade, e foi</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 17/43</p><p>justamente a tentativa de resgatar o conhecimento antigo que ficou</p><p>conhecida como Renascimento, um movimento de “renovação</p><p>moral, intelectual e política decorrente do retorno aos valores da</p><p>civilização em que, supostamente, o homem teria obtidos suas</p><p>melhores realizações: a greco-romana” (Abbagnano, 2003, p. 852).</p><p>Portanto, esse movimento não ocorreu apenas na filosofia, mas</p><p>também na literatura e nas artes, tendo o seu início na Itália, mas</p><p>logo se espalhou por toda a Europa.</p><p>O mundo se encontrava em um clima de inovações e descobertas;</p><p>muitas verdades começaram a ser contestadas e pairava no ar um</p><p>clima de descontentamento por toda verdade imposta e por toda</p><p>autoridade sem fundamentação legítima. A teologia estava deixando</p><p>de ser a ciência das ciências, como já afirmamos, e o teocentrismo</p><p>cedeu lugar ao antropocentrismo; a física começou a ganhar espaço</p><p>ao conseguir demonstrar e provar cada vez mais as suas teses;</p><p>também a astronomia, com a invenção das lentes (pelas</p><p>contribuições de Grosseteste, Roger Bacon e Galileu Galilei), pôde</p><p>observar melhor o movimento dos astros e conhecer um pouco mais</p><p>a posição da Terra, e tudo isso fez com que a visão de mundo fosse</p><p>mudando radicalmente.</p><p>Conforme o Dicionário de Filosofia, de Abbagnano (2003), podem</p><p>ser consideradas características fundamentais do Renascimento:</p><p>O humanismo: crença de que foi na antiguidade que a</p><p>humanidade melhor se realizou.</p><p>A renovação religiosa: tentativa, sobretudo da reforma</p><p>protestante, de retornar às fontes originais do cristianismo.</p><p>A renovação política: reconhecimento da origem humana ou</p><p>natural das sociedades e dos Estados ou a tentativa de voltar</p><p>às formas originárias das instituições sociais (jusnaturalismo).</p><p>O naturalismo: interesse pela investigação direta da natureza.</p><p>O Renascimento é um período de mudanças importantes feitas por</p><p>muitas pessoas, entre elas, podemos lembrar nomes como dos</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 18/43</p><p>astrônomos Nicolau Copérnico e Johannes Kepler; dos filósofos</p><p>humanistas Erasmo de Rotterdam e Thomas Morus, pois foi com</p><p>eles que o humanismo se solidificou; além disso, tivemos uma</p><p>efervescência cultural nas obras de arte com Leonardo da Vinci,</p><p>Michelangelo, Rafael e Botticelli, entre outros; na literatura, houve</p><p>uma grande contribuição de Dante Alighieri, Petrarca e Boccaccio; e</p><p>na esfera religiosa, não podemos esquecer as figuras de Girolamo</p><p>Savonarola e Martinho Lutero.</p><p>No entanto, talvez, as maiores mudanças tenham ocorrido nas</p><p>esferas política, com Maquiavel, e científica, com Galileu Galilei,</p><p>pois, depois desses dois, elas nunca mais foram as mesmas.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Como sempre lembramos, a análise acerca das questões propostas</p><p>deve ser feita com criticidade, o que significa que se deve superar o</p><p>senso comum e, se possível, valer-se de nomes consagrados que</p><p>nos ajudem a tratá-las. No caso em questão, queremos saber se o</p><p>conhecimento progrediu na Idade Média ou ela, realmente, pode ser</p><p>considerada “Idade das Trevas”.</p><p>Segundo Abrão (1999, p. 129, grifo nosso): “[...] o Renascimento</p><p>não é apenas a retomada da marcha triunfal da razão e do espírito</p><p>científico após a ‘longa noite medieval’, como muitas vezes foi</p><p>caracterizada, de modo simplista, a Idade Média”. E um pouco mais</p><p>adiante, a autora nos lembra (p. 130) que “o que se denomina</p><p>‘ciência’ no Renascimento, embora prepare os fundamentos para a</p><p>arrancada científica do século XVII, guarda sinais do pensamento</p><p>medieval, ao qual se somam elementos do misticismo oriental e</p><p>judaico” (grifo nosso).</p><p>Saiba Mais</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 19/43</p><p>Conheça mais a Patrística lendo o artigo Reflexões sobre a</p><p>Natureza Humana e a Visio Dei em Agostinho de Hipona, escrito por</p><p>Gustavo Augusto da Silva e publicado na revisa Interações. Nele, o</p><p>autor investiga a concepção de natureza humana na obra de</p><p>Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), bem como a possibilidade do</p><p>conhecimento de Deus por meio do mundo material.</p><p>Para enriquecer</p><p>a sua compreensão acerca dos temas dominantes</p><p>na Filosofia Escolástica, propomos que você leia o texto São Tomás</p><p>de Aquino e a Sabedoria, em que o autor aborda as referidas</p><p>questões.</p><p>Aprofunde os seus conhecimentos a respeito da filosofia</p><p>renascentista lendo o tópico 5.1 Filosofia da Renascença (século</p><p>XIV-XVI), do livro Introdução à Filosofia. Nele, o autor resgata o</p><p>panorama que marcou essa época da Filosofia, apresentando os</p><p>principais pensadores e suas contribuições.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 4. ed. Tradução: Alfredo</p><p>Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Disponível em:</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-</p><p>abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf. Acesso em: 26 abr. 2024.</p><p>ABRÃO, B. S. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural,</p><p>1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>LAW, S. Filosofia: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar</p><p>Ed., 2008.</p><p>MATTAR NETO, J. A. Introdução à filosofia. São Paulo: Pearson,</p><p>2010.</p><p>https://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/27503/20845</p><p>http://almanaque.folha.uol.com.br/filosofiatomasdeaquino.htm</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1794/pdf/0?code=k4TjsHOLhcyXjDT+4NWraI6ReVVqfci20UomW+zQxYFGTJY5Ak0zQI7dT4aiIekpVAnqRCGyIUaxOwMl2mnVow==</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 20/43</p><p>MONDIN, B. Introdução à filosofia: problemas, sistemas, autores,</p><p>obras. 10. ed. São Paulo: Paulus, 1981.</p><p>Aula 3</p><p>FILOSOFIA MODERNA</p><p>Filosofia moderna</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá mais um dos</p><p>momentos históricos da Filosofia: a Filosofia Moderna! Você verá,</p><p>também, como se desenvolveram algumas importantes correntes de</p><p>pensamento sobre a ciência (o racionalismo e o empirismo) e a</p><p>política (o contratualismo).</p><p>Este conteúdo é importante porque o auxiliará no desenvolvimento</p><p>da sua capacidade crítica diante da realidade.</p><p>Vamos lá!</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 21/43</p><p>Ponto de Partida</p><p>Chegamos na Idade Moderna e falaremos, aqui, sobre a Filosofia</p><p>Moderna, mas ale ressaltarmos que, embora as nomenclaturas</p><p>carreguem os mesmos predicados, as datas não correspondem,</p><p>necessariamente, pois a Filosofia não se enquadra em datas</p><p>específicas, e perceberemos que o mundo mudou totalmente. Entre</p><p>as principais mudanças, está a valorização do ser humano e de sua</p><p>capacidade de compreender e explicar o mundo, bem como de</p><p>fazer um mundo melhor. A primeira atividade está no âmbito da</p><p>teoria do conhecimento e da ciência, já a segunda está no âmbito</p><p>da ética e da política, por isso, essas esferas serão as primeiras a</p><p>ser remodeladas.</p><p>Sendo assim, você verá que racionalismo e empirismo disputaram a</p><p>fundamentação do conhecimento científico, desembocando,</p><p>posteriormente, no Iluminismo, e que foi criada uma teoria</p><p>explicativa para a origem do poder político: o contratualismo. Diante</p><p>disso, propomos que você participe deste momento buscando</p><p>elementos que lhe possibilite analisar profundamente se podemos</p><p>confiar plenamente em nossos sentidos para conhecer o mundo e</p><p>se o mundo se resume, de fato, àquilo que os nossos sentidos</p><p>captam.</p><p>Mais uma vez, sugerimos que você mergulhe fundo! Leia, pesquise,</p><p>aprofunde-se e aumente os seus conhecimentos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Estamos iniciando a filosofia moderna e, nos seus primórdios,</p><p>muitos fatores confluíram para que ela tivesse a configuração que</p><p>teve; entre tais fatores, além dos supracitados, está a invenção da</p><p>imprensa, a reforma protestante, as grandes navegações, a</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 22/43</p><p>intensificação do comércio, o surgimento da burguesia e o</p><p>descobrimento do novo mundo.</p><p>Este mundo, agora tão plural, precisava ser novamente unificado, e</p><p>tal tarefa foi confiada à razão. Se, na Grécia Antiga, a razão podia</p><p>abarcar a totalidade da realidade, no mundo moderno, mesmo sem</p><p>a hegemonia da polis, do Império ou da Igreja, não caberia a</p><p>nenhuma outra instância, se não à razão, a tarefa de reunificá-lo,</p><p>reproduzi-lo e representá-lo (Abrão, 1999).</p><p>A razão e a ciência venceram o dogma religioso sintetizando o</p><p>pensamento do século XVII. Alguns pensadores, como Francis</p><p>Bacon e Thomas Hobbes, buscaram integrar a racionalidade</p><p>científica com a filosófica, e foi assim que se iniciou a Idade da</p><p>Razão ou a Filosofia Moderna. Grandes filósofos modernos</p><p>tentaram estabelecer conexão entre filosofia e ciência,</p><p>principalmente por meio da matemática, e com esse intento, tivemos</p><p>Descartes e Pascal, na França, e Leibniz, na Alemanha, entre outros</p><p>(Buckingham, 2011).</p><p>Percebeu-se, então, que, para se chegar à verdade, era necessário</p><p>encontrar um caminho (método, em grego) certo, um caminho</p><p>seguro, que permitisse superar o labirinto das incertezas por meio</p><p>da descoberta de verdades permanentes; era preciso achar,</p><p>portanto, um método para a ciência, e, nesse sentido, acabaram</p><p>surgindo duas grandes correntes: de um lado, os empiristas, e de</p><p>outro lado, os racionalistas (Pessanha, 1999).</p><p>Racionalistas</p><p>Os racionalistas acreditam ser possível tomar a matemática como</p><p>modelo de aquisição de certeza e dirigir a razão com procedimentos</p><p>precisos, como se faz na demonstração de um teorema. Para os</p><p>racionalistas, (1) a origem do conhecimento é a razão; (2) existem</p><p>ideias que nos são inatas; (3) recorrem ao método dedutivo; e (4)</p><p>consideram a matemática como sendo a ciência por excelência.</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 23/43</p><p>Entendem os racionalistas que:</p><p>A insistência no problema do método é crucial, porque o</p><p>mundo exterior não mais fornece a garantia da certeza do</p><p>conhecimento. Por isso, de nada adianta buscar, como</p><p>fizeram os renascentistas, as relações de semelhança e de</p><p>simpatia que unem secretamente as partes do mundo entre si</p><p>e com o todo. A razão, e só ela, pode servir a si própria como</p><p>guia, critério e condição da certeza do conhecimento. A razão</p><p>não tem mais em que se apoiar a não ser nela mesma, e por</p><p>isso precisa criar um método seguro (Abrão, 1999, p. 187).</p><p>A ciência se faz sobre conhecimentos objetivos, universais e</p><p>necessários, mas estes devem ser válidos para todas as pessoas</p><p>(objetivo, contrapondo-se ao subjetivo), em todas as épocas e em</p><p>todos os lugares (universais, contrapondo-se aos particulares) e</p><p>chegando sempre aos mesmos resultados (necessários,</p><p>contrapondo-se aos conhecimentos contingentes).</p><p>Os racionalistas entendem que a matemática permite esse tipo de</p><p>conhecimento e que ela não exige, necessariamente, experiências;</p><p>o conhecimento se faz por um processo racional, ou seja, ele tem</p><p>início e movimento unicamente na razão. O método de que ela se</p><p>vale é o dedutivo, sustentando que uma afirmação geral ou</p><p>universal pode ser aplicada em qualquer caso particular ou</p><p>individual, tendo-se a ideia efetivada na prática, por meio das</p><p>fórmulas, pois elas são sempre as mesmas, mudando apenas os</p><p>números relativos a um determinado problema específico, ou seja,</p><p>os casos particulares se encaixam em fórmulas de abrangência</p><p>geral.</p><p>Por não recorrerem às experiências, os juízos da matemática são</p><p>denominados por eles de analíticos, indicando que é possível</p><p>perceber se a afirmação é verdadeira ou não com base numa</p><p>análise do que está sendo enunciado, pois o predicado já está</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 24/43</p><p>contido</p><p>no sujeito ou no objeto. Contudo, embora esses juízos</p><p>sejam consistentes e alinhados ao que se espera de juízos</p><p>científicos, eles não garantem novas descobertas científicas e, por</p><p>esse motivo, podem impedir que a ciência evolua, pois essas</p><p>descobertas, geralmente, são provenientes de experiências.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Empiristas</p><p>A palavra empeiría, em grego, significa experiência, portanto, o</p><p>empirismo afirma que a origem, a base e a condição de</p><p>fundamentação dos conhecimentos científicos é a experiência. Para</p><p>os empiristas, (1) o conhecimento se origina da experiência e chega</p><p>à razão pelos sentidos, sendo assim, não existem ideias inatas; (2)</p><p>nascemos tábula rasa (expressão que, em latim — a língua</p><p>acadêmica da época — significa quadro em branco); (3) recorrem</p><p>ao método indutivo; e (4) consideram a física como sendo a ciência</p><p>por excelência.</p><p>Para os empiristas, toda a matéria do nosso conhecimento da</p><p>realidade e do mundo depende da experiência; segundo essa</p><p>corrente de pensamento, conseguimos conhecer por meio da</p><p>observação e do raciocínio indutivo, dessa forma, a fundamentação</p><p>do nosso conhecimento, no tocante àquilo que é externo à mente,</p><p>está no que experimentamos aqui e agora ou naquilo que</p><p>lembramos de experiências passadas. “Experiências deixam</p><p>impressões em nossas mentes, como um carimbo em cera</p><p>derretida, permitindo-nos acumular conhecimento. Para os</p><p>empiristas, o conhecimento sem experiência é difícil ou impossível”</p><p>(Law, 2008, p. 70, grifo nosso).</p><p>O empirismo tem como característica a:</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 25/43</p><p>[...] negação do caráter absoluto da verdade ou, ao menos,</p><p>da verdade acessível ao homem; e reconhecimento de que</p><p>toda verdade pode e deve ser posta à prova, logo</p><p>eventualmente modificada, corrigida ou abandonada.</p><p>Portanto, o empirismo não se opõe à razão ou não a nega, a</p><p>não ser quando a razão pretende estabelecer verdades</p><p>necessárias, que valham em absoluto, de tal forma que seria</p><p>inútil ou contraditório submetê-las a controle. [...] O</p><p>racionalismo defende a tese da necessidade da razão como</p><p>“concatenação das verdades”, e não como faculdade, no</p><p>sentido de que ela não pode ser diferente do que é e,</p><p>portanto, não pode sofrer desmentidos e não exige</p><p>confirmações. A tese do empirismo é de que essa</p><p>necessidade não existe (Abbagnano, 2003, p. 326-327).</p><p>Para os empiristas, antes de chegar à razão, as ideias passam</p><p>pelos sentidos, portanto, a origem do conhecimento são os sentidos.</p><p>A partir da experiência, organizamos as nossas ideias por meio da</p><p>observação, do levantamento de hipóteses e de experimentações</p><p>que deverão corroborar ou descartar as hipóteses, as quais, sendo</p><p>descartadas, serão substituídas por outras até serem confirmadas, a</p><p>fim de termos acesso ao conhecimento verdadeiro.</p><p>Contratualistas</p><p>Outro problema filosófico que ganhou destaque na filosofia moderna</p><p>foi a questão política. Com o advento da modernidade racionalista, a</p><p>política se emancipando da Igreja, a negação do direito divino dos</p><p>reis e as contribuições de Maquiavel, o absolutismo começou a ter</p><p>problemas; a preocupação passou a ser como encontrar</p><p>fundamentos racionais e legítimos para o poder do Estado, e</p><p>tivemos, então, alguns filósofos se debruçando sobre essa temática</p><p>e elaborando a teoria contratualista.</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 26/43</p><p>Os contratualistas defendiam que houve um tempo em que os</p><p>homens viviam em estado de natureza, unindo-se, posteriormente,</p><p>por contrato (tácito e não necessariamente expresso), criando a</p><p>sociedade civil. Para eles, é o pacto feito pelos homens que torna</p><p>legítimo o Estado, a sociedade civil.</p><p>Segundo os contratualistas, a sociedade civil nasceu, portanto, a</p><p>partir do momento que os homens compreenderam que a vida seria</p><p>mais segura e tranquila se concordassem em viver juntos e</p><p>protegendo-se coletivamente, e isso não significa, necessariamente,</p><p>que tais homens elaboraram e assinaram um contrato, mas que</p><p>houve um acordo tácito a esse respeito.</p><p>Entende-se, então, que:</p><p>O contrato não é só contrato de governo que rege as</p><p>relações entre o governante e seu povo, mas é também</p><p>contrato social no sentido mais amplo, como acordo tácito</p><p>que fundamenta toda comunidade e que leva os indivíduos a</p><p>conviver, isto é, a participar dos bens, dos serviços e das leis</p><p>vigentes na comunidade (Abbagnano, 2003, p. 206).</p><p>Disso decorre que, para os contratualistas, sobretudo Hobbes,</p><p>Locke e Rousseau, o Estado é uma criação artificial, ideia mais</p><p>próxima dos sofistas do que de Platão e Aristóteles, para quem o</p><p>homem é, por natureza, um animal político.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>A proposta que lhe apresentamos acerca da confiança ou não nos</p><p>sentidos no processo do conhecimento, como você pode perceber,</p><p>é o pano de fundo da discussão entre racionalistas e empiristas.</p><p>Para o empiristas, podemos e devemos confiar em nossos sentidos,</p><p>pois são eles que captam o mundo e permitem que chegue até à</p><p>razão aquilo que é captado; enquanto para os racionalistas, a única</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 27/43</p><p>certeza que temos acerca das impressões dos sentidos é que, para</p><p>nós, somente para nós, cada um de nós, as impressões são como</p><p>acreditamos que são, portanto, não há objetividade, e não havendo</p><p>objetividade, não há ciência (nas impressões dos sentidos), pois a</p><p>ciência é um conhecimento objetivo (universal e necessário).</p><p>Além disso, poderíamos argumentar que os animais também têm</p><p>sentidos e, muitas vezes, melhores do que os nossos, mas nem por</p><p>isso elaboram conhecimentos sistemáticos e reflexivos sobre o</p><p>mundo que os cerca. Desse modo, segundo os racionalistas, a</p><p>origem do conhecimento é a razão humana, pois é ela que processa</p><p>aquilo que é captado pelos sentidos.</p><p>Saiba Mais</p><p>Saiba mais sobre o racionalismo lendo o item 9, Descartes, do livro</p><p>História da Filosofia Ocidental: Livro 3: A Filosofia Moderna, em que</p><p>o autor apresenta as principais contribuições de Descartes ao</p><p>racionalismo, sendo considerado o pai do racionalismo dessa</p><p>corrente de pensamento.</p><p>Aprofunde os seus conhecimentos sobre os empiristas lendo o</p><p>tópico 5.3 Empirismo, do livro Introdução à Filosofia, em que o autor</p><p>apresenta as principais ideias relacionadas a essa corrente</p><p>epistemológica de pensamento.</p><p>Enriqueça a sua compreensão acerca do contratualismo lendo o</p><p>artigo Hobbes como um Contratualista Moderno: Uma Proposição</p><p>Falaciosa, de António Horta Fernandes. No artigo, o autor analisa</p><p>com bastante profundidade as principais contribuições de Thomas</p><p>Hobbes à teoria contratualista.</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/209721/epub/0?code=Db4xVgGBu5h/Py0gfeObUDlnU3GKnbu8gtD4NBUy05kbeB6zHhNa6SriaW8n9GmL+C7B4N8jeq1ssN+30YLUwg==</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1794/pdf/0?code=k4TjsHOLhcyXjDT+4NWraI6ReVVqfci20UomW+zQxYFGTJY5Ak0zQI7dT4aiIekpVAnqRCGyIUaxOwMl2mnVow==</p><p>https://revistas.unav.edu/index.php/anuario-filosofico/article/view/9711/8378</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 28/43</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 4. ed. Tradução: Alfredo</p><p>Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Disponível em:</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-</p><p>abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf. Acesso em: 26 abr. 2024.</p><p>ABRÃO, B. S. (org.). História da filosofia. São Paulo: Nova</p><p>Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>BUCKINGHAM, W. et al. O livro da filosofia. Tradução: R.</p><p>Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.</p><p>LAW, S. Filosofia: guia ilustrado Zahar.</p><p>Rio de Janeiro: Jorge Zahar</p><p>Ed., 2008.</p><p>MATTAR NETO, J. A. Introdução à filosofia. São Paulo: Pearson,</p><p>2010.</p><p>PESSANHA, J. A. M. (org.). Descartes: vida e obra. São Paulo:</p><p>Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>RUSSELL, B. A. W. História da filosofia ocidental: livro 3: a</p><p>filosofia moderna. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.</p><p>Aula 4</p><p>FILOSOFIA</p><p>CONTEMPORÂNEA</p><p>https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2012/04/nicola-abbagnano-dicionario-de-filosofia.pdf</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 29/43</p><p>Filosofia contemporânea</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá mais um dos</p><p>momentos históricos da Filosofia: a Filosofia Contemporânea! Você</p><p>verá, também, como razão e ciência foram parar na berlinda, o que</p><p>é razão comunicativa e o que é pós-verdade.</p><p>Este conteúdo é importante para o desenvolvimento da sua</p><p>capacidade crítica diante da realidade.</p><p>Vamos lá!</p><p>Ponto de Partida</p><p>Chegamos à filosofia contemporânea, ou seja, chegamos aos</p><p>nossos dias. Vamos lhe apresentar a consideração que os</p><p>contemporâneos têm acerca da razão iluminista, daquela forte</p><p>convicção de que o homem, por meio do uso correto da razão,</p><p>conseguiria, com pleno êxito, decifrar todos os enigmas da natureza,</p><p>além de estabelecer as premissas básicas para a realização de um</p><p>mundo melhor, mais justo, igualitário, humano e sem sofrimento.</p><p>Aqui, veremos que a razão, após ser colocada na berlinda, não será</p><p>descartada, mas lapidada, melhorada em alguns dos seus aspectos,</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 30/43</p><p>por meio da abertura ao outro, concretizada numa razão</p><p>comunicativa. Veremos, ainda, que, atualmente, a verdade se</p><p>encontra revestida de um uso pragmático, atendendo às questões</p><p>políticas e econômicas na sua forma de pós-verdade.</p><p>Diante disso, propomos que você participe deste momento</p><p>buscando colher elementos que, ao final, lhe possibilitem</p><p>posicionar-se criticamente acerca da seguinte questão: a razão, por</p><p>si só, dá conta de construir um mundo mais civilizado, humano e</p><p>justo?</p><p>Você nos acompanha? Esperamos que sim, pois queremos muito te</p><p>ajudar a despertar, cada vez mais, a sua criticidade! Vamos juntos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Os filósofos modernos, especialmente os iluministas, fizeram uma</p><p>crítica aos medievais, sustentando que a fé não conseguira alcançar</p><p>os seus objetivos, tanto no tocante à verdade acerca do mundo e da</p><p>realidade que nos cerca quanto na edificação de um mundo melhor,</p><p>mais justo, solidário, fraterno e harmonioso — competências das</p><p>esferas ética e política (Reale; Antiseri, 2004) —, e se propuseram a</p><p>realizar esse projeto, mas em outras esferas que não fossem a</p><p>razão, mas, sim, assentados no que entendiam como uso correto da</p><p>razão.</p><p>Contudo, os filósofos contemporâneos, especialmente os</p><p>frankfurtianos, passaram a afirmar que o moderno projeto iluminista</p><p>também não teria conseguido explicar corretamente o mundo e o</p><p>seu funcionamento, sobretudo estabelecer um mundo melhor, como</p><p>se percebe a partir da eclosão das duas grandes guerras mundiais,</p><p>principalmente, e da existência de um mundo desequilibrado, sem</p><p>harmonia social, individualista e marcado por uma forte exploração</p><p>humana (Aranha; Martins, 2005).</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 31/43</p><p>Razão e ciência na berlinda</p><p>Se, a partir da Idade Moderna, o homem passou a confiar nos</p><p>poderes da razão e viu neles a possibilidade de estabelecer um</p><p>mundo melhor, o que se percebeu na prática foi a exploração do</p><p>trabalho humano, sobretudo das pessoas mais simples, humildes e</p><p>indefesas. E pior! Logo no início do século XX, quando se esperava</p><p>que os ideais do iluminismo cumprissem o que haviam prometido,</p><p>como o fim da miséria e do sofrimento humanos, eclodiu uma das</p><p>maiores monstruosidades da história do gênero humano: a Primeira</p><p>Guerra Mundial, e isso parecia acenar para o fracasso da razão, e</p><p>foi nesse ambiente que surgiu a reflexão crítica acerca do alcance</p><p>da racionalidade; surgiu a Escola de Frankfurt e sua teoria crítica da</p><p>sociedade.</p><p>Os autores dessa época criticavam a noção de progresso, assim</p><p>como toda racionalidade que recusasse a noção de contradição em</p><p>nome do princípio de identidade. Pairava a ideia de que a história</p><p>deveria pautar-se no racional, o qual possibilitaria o controle do</p><p>tempo histórico, mas percebeu-se que:</p><p>[...] toda filosofia que acredita no progresso e que confunde</p><p>‘progresso científico e técnico’ com o progresso da</p><p>humanidade enquanto tal, sem considerar a “regressão da</p><p>sociedade” e as recaídas periódicas na barbárie, não passa</p><p>de uma racionalização do sofrimento, pois passa por sobre a</p><p>dor do homem singular histórico, sujeito a um só tempo</p><p>empírico, psicológico, histórico e transcendental (Abrão,</p><p>1999, p. 463).</p><p>Entendiam os frankfurtianos que, em nome da racionalização, os</p><p>processos sociais são dominados pela ótica da ciência aliada à</p><p>técnica, traduzida como racionalidade de dominação da natureza</p><p>para fins lucrativos. Eles criticam a dominação dos indivíduos nos</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 32/43</p><p>Estados capitalista e fascista e denunciam o positivismo como</p><p>estratégia de manutenção e reprodução do status quo, bem como</p><p>defendem que só a atividade reflexiva poderá reorganizar, de</p><p>modo racional, a sociedade.</p><p>Por fim, as teses postuladas pelos frankfurtianos enfatizam o papel</p><p>central que a ideologia desempenha nas sociedades urbanas</p><p>modernas e apontam a mídia como agente da barbárie cultural,</p><p>veículos propagadores da ideologia das classes dominantes,</p><p>imposta às classes subalternas pela persuasão ou manipulação, por</p><p>meio da reprodução de modelos e valores sociais.</p><p>Siga em Frente...</p><p>A razão comunicativa</p><p>A razão comunicativa é uma proposta que foi elaborada por Jürgen</p><p>Habermas, que concordava que o projeto iluminista não havia</p><p>conseguido melhorar o mundo, mas não via isso como um motivo</p><p>para se descartar a razão, ao contrário, para ele, deve-se purificar a</p><p>razão de suas possíveis lacunas e aproveitá-la naquilo que tem de</p><p>melhor.</p><p>Segundo Habermas (1997), a razão iluminista apresenta limitações</p><p>por permitir que o seu uso se restrinja ao sujeito, ou seja, ela tolera</p><p>que o sujeito, fechado em si, use a razão de forma monológica.</p><p>Lembremos, por exemplo, que o imperativo categórico de Kant, em</p><p>nenhum momento, pressupõe o outro: é sempre o sujeito que</p><p>decide, sozinho, como deverá agir.</p><p>Habermas entende que a razão, mesmo sendo boa, pode ficar</p><p>melhor quando há interação, diálogo e comunicação, logo, isso o</p><p>levou a propor a troca da razão monológica pela razão dialógica.</p><p>Segundo o filósofo, na razão iluminista, predomina a razão</p><p>instrumental (fazer do outro um meio para os teus fins), mas</p><p>Habermas (1997), ao propor a razão comunicativa (o acordo, o</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 33/43</p><p>consenso, o entendimento com o outro), busca superar as</p><p>limitações da razão iluminista.</p><p>Com base nessas ideias de uma razão não fechada em si,</p><p>monológica, mas aberta ao diálogo, e na teoria da verdade</p><p>consensual — não subjetiva, mas intersubjetiva —, aquela que</p><p>pretende fazer com que o diálogo pautado na busca da verdade</p><p>leve em conta o consenso ou o comum acordo entre as partes</p><p>concernidas (Chauí, 2000), Habermas (1997) elaborou, então, a sua</p><p>Teoria da Ação Comunicativa, que teve seu reflexo na ética e na</p><p>política.</p><p>No campo ético, ele defende a ética do discurso, em que a</p><p>tolerância, o respeito e o diálogo ganham</p><p>destaque para uma boa</p><p>convivência no mundo plural em que nos encontramos, uma vez</p><p>que a globalização e a diversidade de culturas exigem que, para</p><p>vivermos bem na sociedade atual, respeitemos e dialoguemos com</p><p>o diferente.</p><p>No campo político, Habermas (1997) argumenta que, até a época</p><p>moderna, existiam duas esferas: a privada (família e amigos) e a</p><p>política (o poder estatal). O Estado era absolutista e totalitário,</p><p>impondo-se sobre a população; aos poucos, as pessoas foram</p><p>dialogando, refletindo e se organizando de modo a fazer frente aos</p><p>poderes do Estado. Para o autor, a esfera pública nos confere</p><p>melhores condições de reconhecer os interesses</p><p>comuns, sobretudo aqueles que o Estado não reconhece e,</p><p>consequentemente, não atende, bem como se constitui em um</p><p>modo eficaz de questionamento das ações do Estado, permitindo</p><p>uma envergadura não alcançável pelos interesses isolados.</p><p>Os meios de comunicação, possibilitando e transmitindo a</p><p>condensação da opinião pública, além de viabilizar maior</p><p>envergadura aos interesses comuns, podem promover diálogos</p><p>ponderados entre os indivíduos, no entanto, para que isso ocorra,</p><p>de acordo com Habermas (1997), é imprescindível que a imprensa</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 34/43</p><p>não seja controlada pelo Estado e nem por grandes corporações,</p><p>sob o risco de tramitar interesses próprios ou de grupos. Muitas</p><p>vezes, o que se vê são os meios de comunicação se tornando</p><p>veículos de entretenimento, apenas, não favorecendo a formação</p><p>de agentes críticos e racionais, mas consumidores irracionais</p><p>(Habermas, 1997).</p><p>A política pretendida por Habermas (1997), portanto, é a democracia</p><p>deliberativa, factível, segundo ele, por intermédio do fortalecimento</p><p>da esfera pública, em que as opiniões se condensariam, tomariam</p><p>corpo, realizariam mudanças e teriam condições de estabelecer de</p><p>modo mais participativo os rumos da política, de acordo com as</p><p>deliberações, o diálogo, o</p><p>respeito, a tolerância e o consenso entre as partes envolvidas.</p><p>Segundo Habermas:</p><p>A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada</p><p>para a comunicação de conteúdos, tomadas de posição e</p><p>opiniões; nela os fluxos comunicacionais são filtrados e</p><p>sintetizados, a ponto de se condensarem em opiniões</p><p>públicas enfeixadas em temas específicos. Do mesmo modo</p><p>que o mundo da vida tomado globalmente, a esfera pública</p><p>se reproduz através do agir comunicativo, implicando apenas</p><p>o domínio de uma linguagem natural; ela está em sintonia</p><p>com a compreensibilidade geral da prática comunicativa</p><p>cotidiana. [...] Todavia, a esfera pública não se especializa em</p><p>nenhuma destas direções; por isso quando abrange questões</p><p>politicamente relevantes, ela deixa ao cargo do sistema</p><p>político a elaboração especializada” (Habermas, 1997, p. 92,</p><p>grifo do autor).</p><p>A pós-verdade</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 35/43</p><p>Um dos projetos mais engajadores da produção de conhecimento</p><p>na Idade Moderna assentava-se sobre a questão da verdade e sua</p><p>fundamentação. Os modernos acreditavam ter superado a fé pela</p><p>razão, o que exigiu a formulação de novos métodos que</p><p>outorgassem o acesso à verdade, prescindindo das tradições e das</p><p>crenças. Porém, na época atual, considerada pós-modernidade por</p><p>muitos, há uma evidente crítica àquilo que os modernos tanto</p><p>valorizavam: o acesso à verdade indubitável e inabalável, entre</p><p>outros.</p><p>Resulta dessa mentalidade o fato de a incerteza se fazer mais</p><p>presente tanto na Ciência quanto na Filosofia. “Se havia uma</p><p>verdade moderna, deve haver verdade pós-moderna ou, nos termos</p><p>em que tem sido discutido nas mídias atuais, uma ‘pós-verdade’"</p><p>(Martins, 2017, p. 200). O dramaturgo Steve Tesich utilizou a palavra</p><p>pós-verdade (post-truth) pela primeira vez em 1992, contudo, se a</p><p>sua origem é, relativamente, recente, há que se notar que, em 2016,</p><p>foi considerada a palavra do ano pelo Oxford Dictionaries. Mas qual</p><p>seria o conceito desse termo?</p><p>O termo indica situações em que o fato é menos importante que o</p><p>relato, ou seja, o que conta é o modo como a informação é</p><p>veiculada e como impacta a formação da opinião de quem se</p><p>depara com ela. Mas como ela faz isso? A pós-verdade recorre à</p><p>emoção, levando o interlocutor a acreditar em algo que não</p><p>corresponde à realidade e onde tal correspondência não é parte</p><p>essencial do processo. Possivelmente, você já percebeu que, na</p><p>prática, ela se materializa naquilo que convencionamos denominar</p><p>fake news.</p><p>Podemos dizer que existem vários exemplos de pós-verdades em</p><p>nossos dias, sobretudo no ambiente econômico e político, haja vista</p><p>que “no jogo de poder, boatos ganham status de verdade e orientam</p><p>as pessoas. A eleição de Trump nos EUA, em 2016, é sempre</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 36/43</p><p>lembrada ao falarmos em pós-verdade, pois ela se revela naquele</p><p>contexto” (Martins, 2017, p. 200).</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Quando dizemos “razão por si só”, estamos nos referindo a tudo</p><p>aquilo que esse conceito enseja: estudos, pesquisas,</p><p>descobrimentos, invenções, tecnologia, progresso, ciência etc. Os</p><p>modernos eram muito otimistas quanto ao poder da razão, mas,</p><p>hoje, esse otimismo é questionado, sobretudo quando</p><p>presenciamos guerras, mortes e sofrimentos em nome de interesses</p><p>econômicos revestidos de interesses políticos. A guerra causa dor,</p><p>sofrimento, mortes injustificáveis; pessoas boas e inocentes pagam</p><p>pelo egoísmo de líderes desumanos e irresponsáveis, que buscam</p><p>justificativas em relatos e não em fatos (leia-se pós-verdade).</p><p>Contudo, a razão também traz vida, saúde, conforto e inúmeras</p><p>benesses; o que nos leva à conclusão de que não é a razão em si a</p><p>causadora de malefícios, mas o modo como nos apossamos dela,</p><p>principalmente quando ela se torna refém da economia, do lucro e</p><p>da exploração humana respaldada por políticos subservientes ao</p><p>mercado, tidos como lacaios dos exploradores do povo.</p><p>Saiba Mais</p><p>Para saber mais sobre razão e ciência na berlinda, leia o artigo</p><p>Educação em valores: um possível caminho para a superação da</p><p>razão instrumental rumo à formação do cidadão, de Natalia Branco</p><p>Lopes Krawczun, publicado pela Revista Ibero-Americana de</p><p>Estudos em Educação; Araraquara, vol. 8, ed. 2, 2013. A autora</p><p>mostra brilhantemente que a razão Iluminista, instrumental, precisa</p><p>de adequações para proporcionar uma formação integral ao ser</p><p>humano.</p><p>https://www.proquest.com/docview/2436911341/8C1108F7178F4E47PQ/17?accountid=134629&sourcetype=Scholarly%20Journals</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 37/43</p><p>Aprofunde os seus conhecimentos acerca da razão comunicativa</p><p>lendo o artigo Estratégia como Prática Social e Teoria da Ação</p><p>Comunicativa: Possíveis Aproximações Teóricas, de Elisa Zwick,</p><p>Isabel Cristina da Silva e Mozar José de Brito. Nesse artigo, os</p><p>autores abordam as principais ideias da ação comunicativa,</p><p>segundo as contribuições de Jürgen Habermas.</p><p>Enriqueça a sua compreensão da pós-verdade lendo o artigo Fake</p><p>News sobre Drogas: Pós-Verdade e Desinformação, de Heitor,</p><p>Pasquim, Marcos Oliveira e Cássia Baldini Soares. O artigo mostra</p><p>na prática o conceito de pós-verdade sendo executado em nossa</p><p>sociedade.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>ABRÃO, B. S. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural,</p><p>1999. (Coleção Os Pensadores).</p><p>ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. São</p><p>Paulo: Moderna, 2005.</p><p>CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.</p><p>HABERMAS, J. Direito e democracia: entre facticidade e validade.</p><p>Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. v. 2.</p><p>MARTINS, M. F. Fundamentos</p><p>filosóficos. Londrina: Educacional,</p><p>2017.</p><p>REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: do humanismo a</p><p>Descartes. São Paulo: Paulus, 2004. v. 3.</p><p>https://www.scielo.br/j/cebape/a/qqxL4W5cyR5cPVFZfPG8VWM/</p><p>https://www.scielo.br/j/sausoc/a/8Rc9tGxtmNdd3Yk6m3TZRLs/</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 38/43</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>MOMENTOS HISTÓRICOS</p><p>DO PENSAMENTO</p><p>FILOSÓFICO</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá como a Filosofia</p><p>se desenvolveu em suas diferentes etapas, antiga, medieval,</p><p>moderna e contemporânea, a fim de que possa desenvolver a</p><p>capacidade crítica diante da realidade enquanto constructo mental e</p><p>cultural por meio da herança e contribuição da reflexão filosófica</p><p>concernentes à compreensão e estruturação do mundo da vida.</p><p>Este conteúdo é importante pois ajudará você a se apropriar do</p><p>legado filosófico para a compreensão e estruturação do mundo da</p><p>vida.</p><p>Vamos lá!</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 39/43</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Você está encerrando mais uma unidade de ensino e esperamos</p><p>que tenha conseguido aprender como ocorreu e se desenvolveu a</p><p>trajetória da Filosofia no decorrer da história ocidental, pois foi com</p><p>essa intenção que lhe apresentamos os filósofos clássicos da</p><p>Grécia antiga: Sócrates, Platão e Aristóteles, que constituem uma</p><p>base imprescindível para a Filosofia. Além disso, passamos pela</p><p>filosofia medieval e vimos que esta ficou submissa à Teologia por</p><p>uns mil anos, aproximadamente; pela filosofia moderna, quando</p><p>ocorreu a cisão entre Filosofia, Teologia (ou Religião) e Ciência, com</p><p>grande ênfase no uso da razão; e chegamos na</p><p>contemporaneidade, quando a razão iluminista passou por alguns</p><p>ajustes.</p><p>Como você deve estar percebendo, os períodos da Filosofia têm as</p><p>mesmas nomenclaturas dos períodos da História (antiga, medieval,</p><p>moderna e contemporânea), mas as datas não são as mesmas,</p><p>aliás, a Filosofia não estabelece datas, pois a mudança de</p><p>nomenclatura ocorre quando ocorre a mudança de mentalidade e</p><p>não necessariamente algum evento marcante, como é o caso da</p><p>História, como a queda do Império Romano, a Revolução Francesa</p><p>etc.</p><p>Quando a mentalidade muda, dizemos que o paradigma da</p><p>racionalidade muda, e o paradigma é a referência, o pano de fundo.</p><p>Na filosofia antiga, foi a physis (natureza, em grego); na filosofia</p><p>medieval, foi a fé; na moderna, foi a razão; e na contemporânea, é a</p><p>linguagem (no sentido de diálogo, entendimento, consenso).</p><p>O nosso intuito é que você perceba, de maneira crítica-reflexiva, que</p><p>a compreensão que nós temos do mundo, as ideias que nos movem</p><p>e nos orientam na vida, a realidade que nos cerca, tudo isso se</p><p>circunscreve numa construção mental e cultural elaborada por meio</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 40/43</p><p>de heranças e contribuições da reflexão filosófica concernentes à</p><p>compreensão e estruturação do mundo da vida.</p><p>Reflita</p><p>1. Como os antigos recorriam à natureza para compreender o</p><p>mundo e, segundo eles, tudo na natureza tem um papel a</p><p>cumprir, concluíram que o homem também tem um papel e</p><p>que o seu valor está atrelado a esse posicionamento. Embora</p><p>seja um pensamento da filosofia antiga, alguns filósofos (os</p><p>comunitaristas), hoje, retomam essa pauta. A partir do que foi</p><p>exposto responda: um mundo melhor é um projeto mais viável</p><p>individual ou coletivamente?</p><p>2. Muitos animais têm sentidos bem mais apurados do que os</p><p>nossos, mas nem por isso conseguem refletir acerca do</p><p>mundo a sua volta; por outro lado, um ser humano totalmente</p><p>privado dos seus sentidos também não consegue apreender</p><p>a realidade que o cerca e, desse modo, elaborar alguma</p><p>forma de conhecimento reflexivo. Com base no texto e nos</p><p>seus conhecimentos, elabore um texto crítico-reflexivo acerca</p><p>da origem do conhecimento abordando a questão sensorial e</p><p>racional.</p><p>3. Uma máxima bastante presente entre os advogados apregoa</p><p>que contra fatos não há argumentos, contudo, nos últimos</p><p>tempos, vimos surgir um conceito que alega justamente o</p><p>contrário: que os relatos são mais importantes que os fatos, e</p><p>isso indica que os fatos podem ser relatados de inúmeras</p><p>maneiras, conforme aquilo que se pretende alcançar com a</p><p>narrativa, situação, por vezes descrita como guerra de</p><p>narrativas. Diante disso, a pós-verdade pode ser uma onda</p><p>passageira ou veio para ficar?</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 41/43</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Por mais que pareça uma afirmação contraditória, precisamos</p><p>admitir que quanto mais conhecemos o mundo, mais consciência</p><p>adquirimos do desconhecido, mais nos convencemos da</p><p>profundidade do mistério que nos envolve, e essa ideia é trabalhada</p><p>pelo físico Marcelo Gleiser, em seu livro A Ilha do Conhecimento.</p><p>Segundo Gleiser (2014), se considerássemos tudo o que</p><p>conhecemos como sendo uma ilha, então, tudo o que</p><p>desconhecemos estaria ao seu redor e, desse modo, quanto mais a</p><p>ilha viesse a crescer, mais cresceriam os seus limites com o</p><p>desconhecido, ou seja, a consciência de que ainda há muito por</p><p>conhecer.</p><p>Essa é a perspectiva da Filosofia: mais do que uma convicção de</p><p>sua posse, uma atitude de busca de conhecimento. Do ponto de</p><p>vista da Filosofia, as afirmações categóricas, carregadas de</p><p>certezas e convicções, não deixando espaço para questionamentos,</p><p>são postas em xeque desde a época de Sócrates, o que nos ajuda a</p><p>entender o porquê de muitos dos seus diálogos serem aporéticos</p><p>(sem conclusão).</p><p>Reflita</p><p>Agora, queremos que você pense com profundidade e busque</p><p>responder ao seguinte questionamento: a ilha do conhecimento</p><p>existe?</p><p>Resolução do estudo de caso</p><p>O objeto da nossa proposta acerca da existência ou não da ilha do</p><p>conhecimento é, antes de tudo, mostrar que o conhecimento ainda</p><p>está num processo de desenvolvimento; que a nossa ciência ainda</p><p>se depara (e, talvez, sempre se deparará) com muitas dúvidas; e</p><p>que aquilo que é vanguarda na ciência atual poderá ser obsoleto</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 42/43</p><p>muito em breve e, quiçá, nos levar à consciência da possibilidade de</p><p>a raça humana ser extinta sem jamais encontrar todas as respostas</p><p>que procura.</p><p>Quanto mais as pessoas conhecem o mundo, mais elas se</p><p>convencem de que conhecem pouco, conforme já encontramos em</p><p>Sócrates, que, considerado o homem mais sábio do mundo,</p><p>afirmava não saber nada, o que denota a consciência do limite da</p><p>sua ignorância, configurando a postura de quem sabe que não sabe</p><p>tudo. Também Isaac Newton nos ajuda a entender melhor essa</p><p>questão quando sentencia: “o que conhecemos é uma gosta, o que</p><p>ignoramos é um oceano” (Brewster, 1855, p. 413).</p><p>Uma das teorias mais aceitas hoje em dia, a do Big Bang, tem</p><p>pouco mais de cem anos, e, aparentemente, não há nada que</p><p>garanta que ela não possa ser descartada daqui a alguns anos ou,</p><p>então, que seja totalmente confirmada. Diante disso, o que nos</p><p>importa é não nos arvorarmos em profundos conhecedores do</p><p>mundo, pois, assim, ficamos dispostos a continuar questionando,</p><p>procurando melhores respostas e contribuindo para que a Filosofia</p><p>continue acontecendo.</p><p>Dê o play!</p><p>14/09/2024 17:01 Momentos históricos do pensamento filosófico</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/293707d5-0a4a-4ee8-829b-99e656fb692a/v1/index.html 43/43</p><p>Assimile</p><p>Confira a seguir uma síntese desta unidade.</p><p>Referências</p><p>BREWSTER, D. Memoirs of the Life, writings, and discoveries of</p><p>sir Isaac Newton. Edinburgh: Edmonston</p>