Prévia do material em texto
<p>e de era A teoria de Jean Piaget e a educação homem tem tido sempre dificuldades em aceitar-se como integrado à natureza. Durante milênios tem procurado afastar-se dela, colocar-se como um ser a parte, supra-orgânico, seja apelando para fato de descender dos deuses ou de ser filho de um só Deus, seja considerando a Terra como a única no Universo ou, mais modesta- Zélia Ramozzi Chiarottino mente, o centro do Universo (Monteiro, 1977), seja apelando para "social" ou para a "consciência do Como diz Moscovici: "Depois de nos termos habituado à idéia de que nossa fisiologia e nossa anatomia descendem da dos primatas, teremos também que Não existe um modelo pedagógico De onde vem resignar-nos à idéia de que mesmo se passa com nosso corpo então a crença de que ele existe e de que pode até ser posto em social" prática? Eis, aí, uma pergunta difícil de ser respondida. de Assim as idéias piagetianas podem não agradar ou parecerem absurdas, principalmente se se tenta encaixá-las dentro das concep- tudo, se estudos fossem conhecidos tanto quanto tem sido citados, poderiam ter contribuído para denunciar alguns ções do senso-comum da ciência atual. A minha hipótese, diz aspectos ideológicos subjacentes aos conceitos de educação, peda- Piaget, pode parecer paradoxal ou até sem sentido se estivermos gogia, escola e, criança. Por exemplo, citemos a presos idéias correntes que reinaram durante longo tempo de um presença constante no conceito de criança, da concepção individua- lado no neo-darwinismo em Biologia e de outro no Behaviorismo, lista, de que "humanizar" é pensar e pensar é ser capaz de verbalizar no estudo do camportamento. (Piaget 1974a). sobre sua Até mesmo autores essencialmente Para primeiro, de fato, mecanismo da evolução é funda- negam uma certa "humanidade" à criança que ainda não fala. "O mentalmente endógeno, que Piaget não contesta mas apon- não parecer humano é não ser capaz de falar de si. Esta é a ta, contudo, fato de que ai meio desempenha um pa- ideologia da infância" (Mazzoti A escola e a educação são a pel essencialmente negativo: de um lado elimina tudo que não tal ponto historicamente determinadas que, praticamente, todos lhe convém, que ainda é admissível mas, por outro, não teria contribuído em nada nos casos das adaptações precisas e diferencia- acham que a "escola prepara para a vida", sem se preocupar para que vida. Outros acham que 9 "instrução é método ideal, das, como a forma de um peixe, bico de um colibri etc. Em todos esses casos, essa teoria só tem uma resposta: a inesgotável sem se preocupar com a finalidade da programação ou com a origem do como se tudo isto estivesse já resolvido, como capacidade do acaso de produzir qualquer coisa, mais papel se fosse um dado. sempre negativo do meio que elimina as formas menos vantajosas Piaget não é pedagogo não pretende ditar normas. Ao do que lhe é oferecido. Em suma, para esta interpretação nada é contrário, é um pesquisacor que, durante mais de 50 anos, tem atribuído meio a não ser papel de filtro; tudo é endógeno na estudado alguns aspectos da natureza humana sem, produção das variações mas com a condição de enriquecer a ignorar aqueles aspectos que não pesquisou, bem ao contrário do conservação gênica de uma submissão indefinida aos caprichos que fazem supor os da teoria piagerina, quer no campo ilimitados do acaso. adoutrina do comportamento encontra-se um quadro da Pedagogia, Psicologia, Filosofia ou da Um dos totalmente inverso, observa se sujeito (logo organismo aspectos fundamentais estudos é a relação entre organismo em seu adquire algum conhecimento, quer se e o meio. A inteligência humana ou a capacidade de conhecer, que trate de um saber fazer", próprio à uma aprendizagem ou, de os filósofos chamaram "razão" e. para eles "especificava" o ser formas mais elevadas de "inteligência", é sempre porque conseguiu humano, para Piaget, natural quanto qualquer outra estrutura registrar algo a partir dos objetos e meio constitui-se, assim, na orgânica, embora muito do meio do que qualquer única fonte possível de progresso cognitivo: a todo estímulo outra, pois deste depende sua própria construção graças às externo corresponde, de fato, uma "resposta" do sujeito. Nesta trocas entre organismo e meio, que se dão através da ação. A hipótese de Piaget é a de uma filiação das estruturas reconhecida- segunda perspectiva é meio que se torna "rodo num sentido inteiramente positivo. Essas teorias, diz não mente tidas como orgânicas e aquelas da inteligência ou razão. 84 85</p><p>são necessariamente contraditórias, pois neo-darwinismo ocupa- se da hereditariedade genotípica e behaviorismo das reações Por exemplo, esquema de sugar corresponde ao saber sugar essencialmente fenotípicas, portanto, não hereditárias. Se ambas independente do que é sugado. esquema tende a assimilar tivessem razão, isto quereria dizer que meio desempenha um todo objeto, de tal maneira que uma vez construído (no caso de papel negativo no plano genotípico e essencialmente positivo no sugar), a criança tende a sugar tudo que toca. Depois, com a fenotípico. Isso seria até possível se não houvesse relações entre construção dos esquemas de olhar e pegar, tentará pegar e assim por diante. Os novos esquemas resultam sempre dos anteriores, na esses dois planos. A hipótese de Piaget contraria as hipóteses clássicas. Para ele, medida em que uma coordenação destes últimos. A papel do meio, tanto no caso das variações genotípicas como no construção de esquemas se explicaria pelo processo de adaptação, caso de comportamento ou do conhecimento, não deve ser baseado como já foi mencionado, com seus dois pólos complementares: nas ações negativas (pura seleção) ou positivas (esquema S-R) mas, assimilação e acomodação. Incialmente, a assimilação consiste em nas ações que organismo ou sujeito exerce sobre ele e isto graças uma incorporação dos objetos aos esquemas de ação do sujeito. a iniciativas essencialmente endógenas. meio desempenha assim Esses esquemas que podem ou não se aplicar objetos, são um papel fundamental (a título de objeto de conquista e não de passíveis de modificação. À essa modificação Piaget chama acomoda casualidade formadora) em todos os níveis das atividades endóge- dos esquemas: "quando um bebê procura pegar um cordão preso nas do organismo e do sujeito social que permaneceriam conserva- no teto de seu berço cordão fixo, a criança obrigada a puxar dores e incapazes de invenção, sem os múltiplos problemas em vez de pegar. Esta acomodação testemunha já uma levantados por esse meio ou pelo mundo exterior que constituem do sujeito que reage compensando a resistência do objeto, como as perturbações que podem ser respondidas por ensaios e explora- que para restabelecer um equilíbrio pertubado pelo meio. Assim, ções de todos os tipos, desde plano elementar das murações até os esquemas ou assimiliam os objetos ou se acomodam a eles, o que plano das questões graças a um processo de regulação e quer dizer que se reequilibram por ocasião de cada variação do meio. Em presença de um objeto novo, a criança tenta As estruturas mentais ou as estruturas orgânicas que consti- aplicando-lhe sucessivamente todos os esquemas dos quais dispõe, objeto será apanhado, chupado, balançado, etc. Pode-se observar a inteligência não são, para Piaget, nem inatas e nem aqui uma espécie de dos objetos pela criança. Por volta determinadas pelo meio mas são produto de uma construção, dos oito meses, ela começa a coordenar esquemas para alcançar um devida às perturbações do à capacidade do organismo de ser perturbado e de responder a essa É através das ações objetivo. Neste momento, um esquema, que anteriormente era um do indivíduo, a partir dos esquemas motores, que se dá a fim em mesmo, torna-se um meio para conseguir alguma coisa. (Para a compensação dessa fase fundamental do desenvolvimento compensação a essas perturbações ou seja, a troca do organismo da criança, leia-se nascimento da criança. Piaget, com meio, graças a um processo de adaptação progressiva no sentido de uma constante equilibração que permite a construção das 1963). Ao mesmo tempo em que a criança coordena os seus esquemas ela age sobre meio, manipula os objetos, então vai estruturas para ato de conhecer. Estas estruturas caracterizam-se de um lado por serem um prolongamento das adquirindo conhecimento desses objetos e das relações entre eles. estruturas orgânicas, já conhecidas pela ciência e, de outro lado, Assim, vai estruturando meio e está a origem das noções de causalidade, velocidade, espaço, tempo etc ou seja, da construção por uma especialização em relação a elas. do real. (Piaget, 1974). que se pode observar do ponto de vista exógeno. Do ponto de vista endógeno, que está acontecendo, por 1. A CONSTRUÇÃO DAS ESTRUTURAS MENTAIS hipótese, é o início da construção das estruturas mentais. Até um ano e pouco (mais ou menos), embora a criança indícios de "conhecer" alguma coisa, está limitada por seu campo As estruturas mentais, por começam a se construir a perceptivo, depois libertar-se do presente e inserir os partir da formação dos esquemas motores. Os primeiros esquemas objetos e os fatos num quadro conceitual. Aparentemente, isto se derivam-se dos reflexos e, pode-se dizer, dependem de toda a dá quando começa a falar. No entanto, Piaget em suas bagagem hereditária com a qual a criança nasce. Um é pesquisas, que não é a linguagem que explica essa transformação, aquilo que é numa determinada (Piaget, 1955). pois, como já se repetiu infinitas vezes, a linguagem aparece mais ou 86 87</p><p>menos ao mesmo tempo que brinquedo e a imitação e pera pertencendo à classe fruta), não tem a capacidade de diferenciada (imitação que se produz na ausência do modelo entender uma estrutura de ordem, ou seja, não é capaz de entender correspondente) que implicam a existência de uma função um elemento de uma série, simultaneamente, como maior e menor. ca ou Para Piaget, esta função é a capacidade que Sem a capacidade de incluir classes em classes e sem entender tem de distinguir os "significantes" (símbolos individuais dupla relação maior e menor, a criança pode adquirir a noção e coletivos) dos "significados" (objetos ou fatos) e de evocar, graças de de número é uma das noções a estes "significantes" diferenciados, os significados não percebidos de classe e ordem.) Sem a capacidade de classificar e seriar, a na ocasião. "A função simbólica, diz Piaget, é mais ampla que a criança não chega noção de número mas isto não quer dizer que linguagem, por incluir além dos signos verbais, os no possa aprender a contar e a "fazer Neste ponto, mais sentido estrito. A função simbólica é condição "sine qua non" para do que em temos que duvidar da aparência a aquisição da linguagem. o signo é geral e abstrato (arbitrário), Quantas vezes Piaget e outros têm encontrado casos em que uma é individual; ambos constituem os dois pólos: individual e criança admite igualdade de duas fileiras de tentos contando-os social de uma mesma elaboração de significações. Com o apareci- 1,2,3,4,5... depois, se se afasta tentos de uma das fileiras, a mento da função simbólica e a aquisição da lingua- criança dirá que "agora" aqui tem mais (apontando a mais longa); gem, estabelecem-se novas relações entre indivíduo e seu meio, além disso algumas desse lado: 1,2,3,4,5 e desse relações estas muito importantes para a sua No entanto, mas tem mais aqui" (a mais longa). Neste exemplo, o nome dos uma vez de posse da linguagem, a criança não chega imediatamente números de um a cinco constituem apenas um meio para individua- às operações e raciocínios implícitos em suas estruturas. É necessa- lizar elementos mas não implicam a conclusão que todo é igual ria uma atividade que vai de dois a sete anos para que a criança à soma das partes, nem a conservação do todo. Sem atividade nem chegue às operações concretas (que dizem respeito aos objetos) e conservação não se poderia falar de número... depois é preciso esperar dez ou onze anos para que ela alcance as Neste período a criança faz classificações e seriações empíri- operações A não determina o pensamen- cas, isto é, reúne elementos por cor, forma e tamanho ou por to inteligente mas é apenas um meio de comunicação de categorias qualquer outro organizador. já formadas na criança, graças à coordenação dos esquemas que Estas classificações empíricas, que ainda não comportam a constrói na troca com meio em que vive. A capacidade de noção de inclusão de classe, importantes como preparação para aprender, a capacidade de empregar uma lógica, antes de se o período quando a criança será capaz de operar e então manifestar na linguagem, manifesta-se nas ações. (Chiarotti- classificar A mesma coisa acontece com as no, 1978). Ser capaz de empregar lógica no comportamento "escadinhas" ou seriações empíricas que a criança realiza ou seja, seria resolver carefas utilizando a noção de conservação e, graças colocações em ordem de tamanho que uma preparação para esta possibilidade, classificar e seriar. Uma operação é a ação que seriação operatória, a compreensão da dupla relação maior e transforma estado A no estado B, deixando, ao menos, uma menor. propriedade invariável no decurso da transformação e com retorno Aquilo que observamos, então, no período intuitivo, ao nível possível de B em A, anulando a transformação. Acontece que até exógeno, corresponderia a uma fase endógena em que a estruturas por volta dos sete anos, a transformação é concebida pela criança mentais não estão ainda suficientemente maduras para possibilitar a como modificando todos dados de uma vez, sem nenhuma operação e é na com meio que se realizará esta organização conservação, que torna impossível retorno ao ponto de partida, interna no sentido de uma classificação e uma seriação sem ser de uma nova ação, transformando de novo todo A possibilidade de operar manifesta-se essencialmente pela capaci- (recriando que tinha sido destruído). Nesta fase, a volta ao ponto dade de considerar as situações como um (isto é, não se deter de partida é considerada pela criança como uma nova ação não a num aspecto ou noutro da situação mas, considerar as partes como mesma em sentido inverso. Piaget chamou esta etapa do desenvol- pertencentes a um conjunto) e de estabelecer todas vimento de período ou intuitivo. Aqui a criança é as relações possíveis entre essas partes. A operação é o produto das dominada pela aparência do Não tem a capacidade de estruturas mentais já "amadurecidas" e o primeiro ou perceber a conservação da substância, sob as transformações da primeiro "sintoma" de que as estruturas estão prontas para operar é forma, não é capaz de entender a inclusão de classes (por exemplo, aparecimento da noção de conservação. Nas ações, nas brincadei- 88 89</p><p>ras das crianças, começam a aparecer a reversibilidade, princípio Através de suas observações Piaget constatou uma grande de identidade e a composição de relações. Todas essas operações mudança no comportamento da criança por volta dos 10-12 anos. surgem ligadas entre si. Porque formam um todo, é que cada uma Nesta época ela se torna capaz de levantar hipóteses, isto é, começa é realmente nova, apesar de sua semelhança com a relação a admitir como verdadeiras, proposições nas quais não crè ou ainda correspondente, existente ao nível anterior. Neste momento, a não crê, tirando necessárias de verdades simples- criança compreende que num conjunto de tentos de madeira, azuis mente possíveis, que constitui do pensamento hipotético e verdes, há mais tentos de madeira que tentos azuis ou verdes, dedutivo. aqui a presença de classificações e relações enquanto que antes ela só sabia comparar os azuis com os verdes, livres de seus aspectos concretos ou intuitivos, que implicam por sem jamais estabelecer relação entre o todo e as partes. A criança sua vez a libertação do pensamento em relação aos objetos. Dada passa também a compreender que numa seriação por tamanho, por uma situação problema, sujeito opera em função de um número exemplo, cada elemento é ao mesmo tempo maior que os que qualquer de combinações ou de todas as combinações possíveis no precedem e menor que que lhe seguem. É como se num certo caso. Naturalmente, a criança de 12-15 anos não descobre as leis, momento, as relações intuitivas de um sistema fossem agrupadas não procura a fórmula das combinações para combinar objetos; num todo organizado transformando as ações em operações. Essa que é importante é que nesta época torna-se capaz de combinar passagem da ação para a operação se dá através daquilo que Piager objetos por um método exaustivo e torna-se também chama de abstração reflexiva. capaz de combinar idéias ou hipóteses sob a forma de afirmações e Todo conhecimento novo, diz Piaget, pressupõe uma de negações e de utilizar, assim, operações proposicionais que ção. Há duas espécies de empírica e reflexiva. A primeira desconhecia até esse Assim, usar a implicação tira suas informações dos próprios objetos como no caso em que (se... então...), a disjunção (ou... ou os dois), a exclusão um sujeito de qualquer idade pesando alguma coisa pode reter ou) ou a incompatibilidade (ou... ou... ou, nem um nem outro), a peso deste objeto, deixando de lado a cor, dimensões, etc. Mas além desca forma de abstração há uma outra, a reflexiva, que é feita implicação recíproca etc. Constata-se no comportamento da criança a presença de uma análise combinatória em um novo sistema de a partir da coordenação das ações (ou das operações), logo, a partir operações que comporta todas as combinações dos das próprias atividades do sujeito, que comporta um aspecto elementos de uma dada situação, inclusive as inversões e as endógeno. Esta abstração é reflexiva no sentido de proporção reciprocidades. Ora, isto é que se observa ao nível exógeno, no isto quer dizer que ela supõe um "refletir" sobre um comportamento criança e que corresponde, segundo a hipótese plano superior o que é retirado do plano inferior, por exemplo, de Piaget, a uma transformação endógena no sentido de um quando a criança por volta dos dois anos, representa uma ação ou progresso das estruturas mentais através da abstração reflexiva já então quando uma operação que serviu de instrumento para mencionada anteriormente. Trata-se, segundo Piaget, de um fato construir alguma coisa torna-se um tema ou um objeto do orgânico. pensamento. A abstração reflexiva, diz Piaget, comporta uma "reflexão" no sentido de uma reorganização mental pelo fato de Cabem aqui alguns esclarecimentos sobre uma questão que de tão óbvia, tem passado despercebida: a capacidade que que "refletir" conduz a um outro plano (diferente daquele do adquire (por volta dos 10-12 anos) de raciocinar usando a ponto de partida) onde há uma reconstrução do que foi abstraído implicação, a disjunção, a exclusão ou a incompatibilidade, sendo no plano inicial: é assim que a reflexão de um conjunto de uma capacidade orgânica é para a maioria das pessoas inconsciente. deslocamentos sucessivos, na sua representação, necessita uma S6 lógicos e se ocupam da explicação ou do reorganização que comporta a evocação das diferentes conhecimento desses processos; os outros: médicos, engenheiros, partes do trajeto percorrido. técnicos, "práticos" de laboratório ou de construção civil ou mesmo Todas estas operações que acabamos de descrever dizem as moças que levanram "hipóteses" sobre as causas da mudança de respeito aos objetos. As crianças não conseguem fazer os mesmos comportamento do namoradinho, todos estes, estão inconscientemen- raciocínios, as mesmas classificações e seriações se colocarmos as te usando os seus dispositivos orgânicos para estruturar seu questões numa forma A criança nesse período é capaz de mundo. Um exemplo disso, é do médico, quando faz um utilizar uma lógica isto vinculada aos processos diagnóstico. diagnóstico implica necessariamente a lógica dessa temporais inerentes à manipulação. etapa de desenvolvimento, levantamento de hipóteses. No 90 91</p><p>desenvolvimento da larva, nas metamorfoses da crisálida e no entanto, em geral, os médicos ignoram ao nível da consciência a estado adulto há no momento a interven- lógica de classes e É preciso que se entenda que ção de partes diferentes do genoma, que impõem uma espécie de classificar e seriar constitui próprio funcionamento das estruturas ritmo ordenado. Quanto ao genoma, sabe-se que código do DNA orgânicas responsáveis pela adaptação do ser humano seu meio. obedece a uma determinada ou seja, a uma ordem É uma condição desta adaptação por isso que existe desde (Piaget, 1976). nível dos esquemas motores até nível do pensamento abstrato. Assim, as estruturas de ordem aparecem desde início como o funcionamento das estruturas mentais é mesmo de toda inerentes à toda organização biológica e seu funcionamento. No organização viva. Esse funcionamento geral obedece também a outro extremo, as estruturas de ordem são produto do pensamen- determinada lógica isomorfa à uma lógica de classes e de relações. to também ordenado em seu A função classificadora, por exemplo, diz Piaget, é encontrada em Segundo Piaget, quando se inicia pensamento ou inteligência toda estrutura de organização. próprio fato de que um organismo representativa, ela parte do zero no que diz respeito aos conceitos assimila uma certa categoria de alimentos e não outra, já implica (quanto aos dados sensórios-motores ou perceptivos) mas é prepa- estruturas de encaixe, demonstrando um isomorfismo estrutural rada funcionalmente não somente pelas coordenações sensoriais- entre as organizações biológicas e cognitivas. motoras e nervosas, mas ainda e, fundamentalmente, por tudo A assimilação fisiológica ou orgânica prepara a assimilação aquilo que funcionamento nervoso constantemente em exercício funcional ou relativa às ações, isto prepara a passagem do nível nos desenvolvimentos e depois no representati- fisiológico para nível do comportamento e não existe comporta- vo, herdou do funcionamento orgânico em geral. mento sem início de classificação. Se se aceita uma tal importância dada ao meio, se se acredita As classificações aparecem em situações diferentes: ora construção das estruturas mentais graças às ações do indivíduo no encaixes das subclasses nas classes estão em organizações materiais, sentido de compensar as perturbações desse meio, então vê-se que ora imanentes num funcionamento, ora elas resultam dessa organi- existe uma nova teoria da aprendizagem subjacente. É nesse zação e desse A diferença entre umas e outras é que se pode dizer que uma teoria que procura explicar apenas de grau e os dois pólos reais são das estruturas de encaixe funcionamento da inteligência tem óbvias implicações classificador, inerentes funcionamentos e das estruturas que inclusive a idéia (falsa) de um "modelo pedagógico piagetiano". dai resultam (classificações realizadas pela inteligência). Essa bipo- Como diz o próprio Piaget: "há métodos pedagógicos inspira- laridade se reencontrará em todos os isomorfismos estruturais e sua dos pelas pesquisas de Genebra, às vezes bem interpretadas, às significação é sempre a mesma: pensamento parte de estruturas vezes de forma um tanto ingênua ou mesmo inquietante" imanentes à organização vital mas vai no plano que Sobre assunto, Piaget tem seu célebre texto Aprendizagem e lhes é específico. conbecimento (1957) que ele mesmo transformou em curso na De outro lado, encontramos estruturas de ordem inerences ao Universidade de Genebra. funcionamento (todo funcionamento, no tempo, supõe relações de ordem) e também aquelas que são produzidas pelo funcionamento 2. APRENDIZAGEM E CONHECIMENTO (ordem como estrutura do pensamento). A ordem utilizada nível sensório-motor, constatável na ordenação de meios e fins ou em qualquer ato de inteligência A primeira questão que deve ser colocada é a de que Piaget é precedida por um conjunto de relações de ordem em admite pelo menos duas fases na aquisição do conhecimento: jogo nos mecanismos nervosos e fisiológicos em geral de natureza exógena e endógena. A fase exógena é a fase da constatação, da hereditária. Um reflexo supõe um desenvolvimento ordenado de cópia, da da repetição e a endógena e da compreensão das e reações motoras. Uma regulação hormonal comporta relações, isto é, da explicação. uma ordem de sucessão. desenvolvimento ontogenético supõe A aprendizagem pode parar na primeira etapa do conhecimen- uma ordem no sentido de que próprio epigenótipo regula esta to ou seja, na fase exógena; que ele chama verdadeiramente de ordem por uma seqüência de regulações devidas ao mesmo tempo conhecimento implica aspecto endógeno. ao genoma e às interações múltiplas que ocorrem de acordo com Como foi visto, todo conhecimento pressupõe uma abstração, que Waddington chama de controle temporal: nas etapas de simplesmente empírica ou Antes de mais nada, diz 92 93</p><p>desse ato, mas porque a existência de esquemas anteriores, como da sucção permitiu as novas coordenações entre a sucção e os Piaget, é preciso notar que a abstração empírica nunca intervém movimentos dos braços. Isso quer dizer que dedo ou os objetos sozinha qualquer que seja nível, pois para tirar qualquer tipo de sugados são transformados em suas propriedades (tornam-se "obje- informação de um objeto ou de uma situação, é indispensável tos a sugar"), pelo fato de receberem uma nova significação em utilizar instrumentos de assimilação: esquemas de ação (no função do esquema ou da estrutura anterior a que são assimilados. período ou a possiblidade de estabelecer uma As novas coordenações ampliam esquema inicial num esquema relação, uma identidade, uma classificação ou uma equivalência, diferenciado, decorrente do anterior. etc. Em suma, todo um conjunto de instrumentos necessários à o que caracteriza o liame S-R é a atividade assimiladora. Do própria "leitura" da experiência, independentemente de outras ponto de vista do sujeito, não é possível dissociar os estímulos das interpretações ou "compreensões" que se seguirão. Estes instru- respostas, pois as respostas são atualização dos esquemas ou mentos são a condição para a tomada de consciência em qualquer aplicação das estrururas que atribuem significações aos das suas acepções, do meio em que vivemos ou do nosso próprio Na medida em que a resposta é um "ato", "uma classe de corpo. Não há conhecimento exógeno a não ser como conteúdos movimentos agrupados em função de um intervém "retirados" do meio através das formas de origem endógena. um elemento de organização do sujeito. A aprendizagem implica em qualquer situação, uma estrutura- ção no sentido de uma assimilação do dado aos esquemas ou às 3. CONSEQUÊNCIAS DA TEORIA PIAGETIANA estruturas mentais useja, à uma atividade do sujeito. Ao a atividade perceptiva e em particular seu desenvolvimento com a PARA A' PRÁTICA idade, Piaget (1963) constatou fato de que a organização e a geometrização das percepções se constituem pelo estabelecimento Quais seriam as pedagógicas de o que de relações ativas e progressivas; relações simples nos foi visto sobre a construção das estruturas mentais, e sobre visuais de um elemento para outro, relações complexas ou multipli- aprendizagem e conhecimento segundo Piaget? cativas nas "transformações", nas "colocações de referência"; fonte Pode-se dizer que para a Pedagogia a idéia mais importante é a de coordenadas perceptivas, relações de compensação nas de que a capacidade de raciocinar, ou seja a inteligência (aqui cias etc. Ora, estabelecimento de uma relação, diz ele, é uma entendida como condição da percepção e da própria atividade lógica que mesmo ao nível perceptivo, conhecimento dos sentimentos) se constrói a partir da troca do organismo com supõe um quadro formal. Portanto, há sempre assimilação ou meio atrayés das ações do indivíduo. Isto significa que a ação é incorporação do dado físico a um quadro de relações. "Um objeto centro do processo e que fator social ou educativo se constitui só se constitui num perceptivo na medida em que numa condição do desenvolvimento. Mas considerando-se escola, organismo percebedor é passível de ser sensibilizado (o que pode de que tipo de ação está se falando? Não será certamente de uma ser permanente para uma espécie dada, mas sem dizer respeito a ação qualquer. Trata-se aqui de uma atividade organizada pelo outras espécies; ou momentaneamente sob a influência de hormô- próprio sujeito que visa alcançar um objetivo ou um fim por ele nios etc) ou, esta sensibilidade ao estímulo significa justamente que estabelecido ou aceito anteriormente. este é assimilado a um esquema cuja manifestação constitui a Este tipo de ação é uma estratégia no sentido de estruturar resposta R. preciso dizer, como sustentava um colaborador de meio fim de compreenderalguma coisa que se nossos seminários, "No princípio era Resposta" ou, pelo menos mente num problema. É necessário que a estratégia seja construída escrever S R ou, (A) R (onde A é a assimilação a um pela criança, embora caiba ao professor criar as situações para que esquema) ou, a uma estrutura (Piaget, 1967). ela perceba problema. mesmo acontece com a associação que, longe de constituir Se a própria capacidade de raciocinar é como diz um registro das regularidades exteriores cuja fidelidade será função a primeira carefa da educação consiste em formar o raciocínio. do número de repetições, consiste, como a percepção, em uma- incorporação do dado a esquemas cuja organização supõe uma Evidentemente, como diz a parte de acividade inferencial ou pré-inferencial. bebê não leva o escola deve transmitir um certo patrimônio cultural pois depende seu dedo ou qualquer outro objeto à boca em virtude de de fatores econômicos, sociais e políticos. Por outro lado, está claro associações, que seriam somente função do número de repetições que deixar a criança agir e descobrir por ela mesma não seria uma 95 94</p><p>atitude realista. A maioria não descobriria nada. As atividades Se a Matematica é um prolongamento da própria lógica do criadoras, no entanto, deveriam ocupar um lugar importante nas organismo, porque tem sido tão dificil fazer as crianças e adolescentes tomarem consciência desses mecanismos? A verdadei- escolas. Haveria alguma disciplina ou algum domínio específico em que tipo de atividade acima referido poderia e deveria se realizar? ra causa dos fracassos da educação formal, diz Piaget, decorre Segundo aquilo que se pode inferir da teoria de Piaget esse essencialmente do fato de se principiar pela linguagem (acompa- "domínio" seria especialmente da e das Ciências. nhada de desenhos, de ações fictícias ou narradas, etc) ao invés de o Aqui a atividade de pesquisa da criança seria melhor método para fazer pela ação real e material. É a partir da escola maternal que a aquisição de conhecimento e para a construção da sua própria deve ser preparado ensino da por uma série de manipulações voltadas para os conjuntos lógicos e numéricos, os inteligência. No entanto, a atividade de pesquisa na pré-escola e nas quatro comprimentos e as superfícies etc e, esse gênero de atividades série do ensino de grau, encontra alguns concretas ser desenvolvido e enriquecido ininterruptamen- sérios e primeiro deles são os pais da crianças! Como diz Piaget, te, de forma sitemática, no decorrer de todo ensino de primeiro os pais só tem uma preocupação, a de que seus filhos não estejam, grau, a fim de se transformar pouco a pouco, no início do segundo é preciso que um bebê saiba andar com x meses, é grau em experiências de Física e de Mecânica elementares. Assim preciso que um garoto da escola maternal saiba contar pelo menos ensino da continua Piager, estaria situado em seu meio até 20 aos anos, e assim por diante, ainda que tudo indique que natural de adequação aos objetos e possibilitaria um desenvolvi- nada deve ser forçado e que esse precioso período de iniciações, mento da inteligência superior aquele alcançado graças a um ensino deve ser consagrado ao estabelecimento dos fundamentos mais verbal ou gráfico. sólidos possíveis de todo conhecimento futuro. Nesse "clima", as Piaget cita um exemplo simples e significativo: todos conhe- múltiplas atividades de manipulação e de construção que são cem a dificuldade que sentem os alunos do segundo grau em necessárias para assegurar a infra-estrutura prática do conjunto dos compreender a regra dos sinais em Álgebra: "menos com menos dá conhecimentos ulteriores são encaradas pelos pais como um luxo Ora, essa regra dos sinais já é descoberta na ação por crianças inútil e uma perda de tempo, retardando simplesmente momento de sete a oito anos, sob formas qualitativas variadas. Quando uma solene e esperado por toda a tribo, quando neófito saberá ler e haste de ferro que atravessa três pequenas bolas ABC é vergada contar! A história se repete em cada nova etapa... atrás de uma tela (sendo visíveis os movimentos da haste, mas não Em resumo, o fundamental dos métodos ativos só os das bolas), a criança compreende que a ordem ABC muda para pode se beneficiar com a das Ciências, diz Piaget, onde se CBA: compreende então imediatamente que duas viradas resti- constata que: é inventar ou reconstruir através da tuem a ordem ABC, que três rotações resultam em CBA, etc. reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se que Descobre assim, sem a conhecer, a regra de composição que diz se pretende, para futuro, é termos indivíduos capazes de produzir que duas inversões de sentido se anulam, ou seja, que "menos com ou de criar, e não apenas de repetir". menos dá A escola deveria começar ensinando a criança a observar. Piaget afirma que as pesquisas que realizou a respeito do Muitos dos fracassos escolares tem suas raízes na incapacidade de desenvolvimento das noções relativas à e à Física observar. Os exercícios de observação poderiam ser de grande demonstraram que uma das causas da incompreensão da criança em e poderiam ser realizados considerando-se exemplos tais disciplinas decorre da insuficiente dissociação entre as questões mais elementares de relações causais encontrados na própria de lógica e as considerações numéricas ou métricas. Em um problema de velocidade, por exemplo, aluno deve simultanea- natureza. ensino da merece uma consideração especial. mente desenvolver um raciocínio voltado para os espaços percorri- Segundo Piaget, a nada mais é que uma lógica que dos e tempo de duração empregado, e efetuar um cálculo com prolonga da forma mais natural a lógica do próprio No base nos números que essas quantidades. Enquanto a entanto, esta é considerada a matéria mais difícil. Chega-se a estrutura lógica do problema não estiver entendida, as considera- considerar que a compreensão da mesmo a mais ções numéricas permanecem destituídas de significado e obscure- elementar, é um "dom" e assim estariam explicados os sucessos e os cem a compreensão do sistema de Como o problema gira fracassos, sem que se procure investigar suas causas. precisamente em torno desses números, a criança tenta 96 97</p><p>mente todo tipo de cálculo, tateando na aplicação das diversas aqueles que estudam seriamente Matemática acabem tomados de operações que conhece sem raciocinar verdadeiramente. Esse é uma espécie de paixão pela mesma. Em verdade, que proporciona um dos problemas que passam desapercebidos para aqueles que o máximo de prazer não é conhecimento e sim aprendizagem; julgam ser a lógica uma capacidade de raciocinar inata no ser não é posse, mas a aquisição; não é a presença, mas ato de atingir humano. a meta". Piaget considera fácil apresentar para as crianças de 10 a 12 É inútil oferecer balas ou prêmios para que a criança estude anos problemas de velocidade relativamente complexos como, por ou qualquer é mais eficaz permitir que ela exemplo, composição da velocidade de dois corpos em movimento, construa suas estruturas, condição do interesse pelo conhecimento. dos quais um se desloca em direção ao outro ou em relação ao A escola deve se constituir numa resposta às perguntas outro, em um plano inclinado, etc sem dados numéricos, formuladas anteriormente pela criança, o estudo o alimento fazendo-se com que o raciocínio se baseie simplesmente nas para suas estruturas mentais e convívio com as outras crianças o relações lógicas de mais e de menos e não de quanto. Livre da alimento para sua necessidade de viver em grupo. preocupação de calcular, a criança sente prazer em estabelecer Até agora falou-se sobre inteligência e conhecimento mas, isso todas as correspondências lógicas em jogo e chega, assim, à não quer dizer que Piaget ignore os outros aspectos do ser elaboração de mecanismos operatórios, até mesmo Uma vez É ele mesmo quem diz que o pleno desenvolvimento da montados esses mecanismos, torna-se possível introduzir os dados cia é inseparável do conjunto dos relacionamentos afetivos, sociais numéricos que adquirem, então, significado inteiramente diverso e morais que constituem a vida da escola. A educação, diz Piaget, é daquele que teriam se apresentados logo no início. Aquilo que um todo e não se pode formar personalidades parece perda de tempo na réalidade é ganho. no domínio moral se o indivíduo é submetido a um Matematica e Física não podem ser ensinadas como se tratasse constrangimento intelectual em que tenha que se limitar a aprender de verdades acessíveis por meio da linguagem. A por imposição, sem descobrir por si mesmo a verdade. Reciproca- deriva essencialmente de ações exercidas sobre as coisas e as mente, se a sua moral consiste exclusivamente em uma próprias operações também são ações, se bem que coordenadas submissão autoridade adulta, e se os únicos relacionamentos entre si e representadas em vez de executadas materialmente. sociais que constituem a vida da classe são os que ligam cada aluno A chegada à abstração, no entanto, é imprescindível; representa individualmente a um mestre, que detem todos os poderes, ele D de uma série ininterrupta de ações concretas cambém não conseguirá ser ativo A ação acima anteriores. Muitos têm entendido mal o processo tentando "mate- preconizada pressupõe necessariamente a intervenção do grupo rializar" a Matematica, acreditando estar seguindo a "teoria piage- social. Segundo Piaget, não seria possível existir na escola uma verdadeira atividade intelectual baseada em ações e pesquisas A escola deveria dar possibilidade ao aluno de aprender por si espontâneas sem uma livre colaboração dos indivíduos, isto dos próprio passar por todos "rodeios" que uma atividade próprios alunos entre si, e não apenas entre professor e aluno. real Cabe aqui uma observação fundamental. A respei- De tudo que foi dito, pode-se concluir que, para Piaget, a to dessa noção básica de que a escola ativa pressupõe trabalho motivação não deve vir de fora mas, ao contrário, da própria em comum, têm surgido maiores Na sociedade capacidade de aprender. Se a criança construiu suas estruturas do brasileira, a maioria das escolas tem dado aos alunos "trabalho em ponto de endógeno, estas cerão necessidade de "alimento", grupo" na ilusão de estarem assim de acordo com a máxima já isto é, necessidade dos objetos que podem assimilar (Piaget, 1955). citada. Puro o trabalho em grupo quando componentes Dizer que um sujeito se interessa por um resultado ou por um desses grupo escolhidos pelo professor e quando, de uma objeto, significa que ele pode assimilá-lo ou que ele antecipa uma maneira ou de outra, todos são obrigados a trabalharem em conjunto assimilação e dizer que tem necessidade de algo, significa que possui não tem nada a ver com que diz Piaget. o que se tem visto estruturas exigindo sua utilização. o prazer sentido no processo nossas escolas, é que este tipo de trabalho $6 serve para fazer com da aprendizagem quando à criança redescobrir. Um que um ou dois trabalhem e os outros "assinem". o trabalho em exemplo disso, pode ser expresso pelo pensamento do matemático comum do qual fala Piaget pressupõe necessariamente que o grupo Carl Friedrich Gauss: "Sempre me estranho que todos se forme e que tema pesquisado surja como 98 99</p><p>um verdadeiro problema do grupo. Cabe professor escolhe temas os alunos do grupo, caímos no caso dos "novos em trabalho em grupo é totalmente de sentido. A atividade da inteligência requer não somente estímulos recíprocos, mas ainda e diz controle Miguel de mútuo e o exercício do espírito os únicos que sb indivíduo à objetividade e à necessidade de sb operações da lógica são sempre co-operações implicam um conjunto de de reciprocidade intelectual de em mesmo tempo moral e A diz do a uma forma de consciência intelectual e de consciência moral, igualmente distanciada da anomia so da educação heteronomia das pressões exteriores; autonomia adaptando-a a reciprocidade REFERÊNCIAS formuladas construídos Chiarottino, Zélia R. Piages: modelo RJ: Olympio, 1972 para ou Chiarottino, R. Linguagem e capacidade de da 1978, 8. Mazzotti, T. B. Ideologia da Didata, SP: 1978, 8 problemas administrativos e sociais Monteiro, J. P. Filosofia c Biologia. 1975, 27 as (10): justifica a J et Paris: Centre International de Rogers em 1955, Piaget, J. Les Paris: 1961 (expressão J: nascimento da na SP: Zahar clínicos de Paris: amplo, o da Oil Paris: UNESCO. autonomas nos seus diversos Reussir Paris: 1974. Pinget, J. et de l'intelligence selection Paris: 1970) e esenvolvimento centrada na em um ou Rogers pela educação New através de 00</p>