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<p>ProfessorLeandroErnesto</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL I – Investigação criminal</p><p>1-2018 / Das provas</p><p>“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade."</p><p>Albert Einstein</p><p>LISTA DE EXERCÍCIOS – A2</p><p>(Das provas no processo penal)</p><p>Provas</p><p>1. (IADES/2016/PC-DF/Perito Criminal) O</p><p>Código de Processo Penal elenca um conjunto de</p><p>regras que regulamentam a produção das provas no</p><p>âmbito do processo criminal. No tocante às perícias</p><p>em geral, as normas estão previstas nos artigos 158</p><p>a 184 da lei em comento. Quanto ao exame de</p><p>corpo de delito, nos crimes</p><p>a) que deixam vestígios, quando estes</p><p>desaparecerem, a prova testemunhal não poderá</p><p>suprir-lhe a falta.</p><p>b) que deixam vestígios, esse exame só pode ser</p><p>realizado durante o dia.</p><p>c) de lesões corporais, se o primeiro exame pericial</p><p>tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame</p><p>complementar apenas por determinação da</p><p>autoridade judicial.</p><p>d) que deixam vestígios, será indispensável o exame</p><p>de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo</p><p>supri-lo a confissão do acusado.</p><p>e) que deixam vestígios, será indispensável que as</p><p>perícias sejam realizadas por dois peritos oficiais.</p><p>2. (IADES/2016/PC-DF/Perito Criminal) A prova</p><p>é o conjunto de elementos produzidos pelas partes</p><p>ou determinados pelo juiz, visando à formação do</p><p>convencimento quanto a atos, fatos e</p><p>circunstâncias. Com relação às provas no processo</p><p>penal, considerando as regras procedimentais</p><p>previstas no Código de Processo Penal, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) Via de regra, o juiz, por determinação</p><p>fundamentada, de ofício ou a requerimento das</p><p>partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso</p><p>por sistema de videoconferência ou outro recurso</p><p>tecnológico de transmissão de sons e imagens em</p><p>tempo real, desde que a medida seja necessária.</p><p>b) A busca domiciliar, quando a própria autoridade</p><p>policial ou judiciária não a realizar pessoalmente,</p><p>prescinde de expedição de mandado.</p><p>c) As declarações do ofendido serão reduzidas a</p><p>termo se, independentemente de intimação para</p><p>esse fim, deixar de comparecer em juízo sem motivo</p><p>justo, pois será determinada sua condução</p><p>coercitiva.</p><p>d) Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o</p><p>reconhecimento de pessoa ou de objeto, farão a</p><p>prova em conjunto, sendo possível a comunicação</p><p>entre elas.</p><p>e) A acareação será admitida entre acusados, entre</p><p>acusado e testemunha, entre testemunhas, entre</p><p>acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e</p><p>entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,</p><p>em suas declarações, a respeito de fatos ou</p><p>circunstâncias relevantes.</p><p>3. (IBADE/2017/SEJUDH-MT/Agente</p><p>penitenciário) Sobre as provas ilícitas é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) são inadmissíveis, e uma vez declaradas nulas,</p><p>não precisam ser desentranhadas do processo.</p><p>b) as provas ilícitas podem ser admitidas quando o</p><p>agente atuou com boa fé, caso em que se dá a purga</p><p>da ilicitude.</p><p>c) as provas ilícitas são aquelas que violam normas</p><p>de direito processual, não são inadmissíveis as</p><p>provas ilegítimas que violam normas de direito</p><p>material.</p><p>d) são ilícitas as provas obtidas com violação a</p><p>normas constitucionais ou legais, bem como</p><p>aquelas que derivem das ilícitas.</p><p>e) as partes não poderão acompanhar o incidente</p><p>no qual a prova ilícita é inutilizada.</p><p>4. (IADES/2014/TRE-PA/Analista Judiciário)</p><p>Especificamente em relação ao direito brasileiro, é</p><p>correto afirmar que o Código de Processo Penal</p><p>adotou, como regra, quanto aos sistemas de</p><p>apreciação das provas</p><p>a) O sistema do livre convencimento motivado ou</p><p>persuasão racional.</p><p>2</p><p>b) O sistema da íntima convicção.</p><p>c) O sistema da prova tarifada ou certeza moral do</p><p>legislador.</p><p>d) O sistema religioso ou ordálio.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores, já que o</p><p>Juiz, sendo o destinatário das provas, está sujeito</p><p>tão somente ao princípio da legalidade. Em razão</p><p>disso, ao valorar as provas, poderá seguir quaisquer</p><p>dos sistemas acima, inclusive mesclando-os.</p><p>5. (FCC/2017/POLITEC-AP/Perito Criminal) O</p><p>exame de corpo de delito</p><p>a) terá seu laudo pericial elaborado no prazo</p><p>máximo de 30 dias e poderá ser prorrogado pelo juiz</p><p>por igual prazo.</p><p>b) é realizado somente por perito oficial, portador</p><p>de diploma de curso superior, que deverá prestar</p><p>compromisso de bem e fielmente desempenhar o</p><p>encargo.</p><p>c) terá a formulação de quesitos e a indicação de</p><p>assistente técnico permitidos somente ao</p><p>Ministério Público e à defesa.</p><p>d) poderá ser realizado somente durante o dia e no</p><p>horário de expediente regular da polícia técnico-</p><p>científica.</p><p>e) será indispensável quando a infração deixar</p><p>vestígio, não podendo supri-lo a confissão do</p><p>acusado.</p><p>6. (FCC/2017/PC-AP/Delegado) O exame de</p><p>corpo de delito</p><p>a) é dispensável nos crimes que deixam vestígios.</p><p>b) deve ser feito imediatamente para que não se</p><p>percam os vestígios do crime, o que veda a</p><p>indicação de assistente técnico pelas partes.</p><p>c) deve ser feito, em regra, pelo menos 2 horas após</p><p>o óbito.</p><p>d) realiza-se sobre vestígios do corpo humano,</p><p>havendo regime diverso para o exame sobre objetos</p><p>e sobre reconhecimento de escritos.</p><p>e) pode ser rejeitado pelo juiz, no todo ou em parte.</p><p>7. (UEG/2013/PCGO/Agente de Polícia) Sobre a</p><p>busca e apreensão domiciliar, verifica-se o seguinte:</p><p>a) será determinada pela autoridade policial ou pela</p><p>autoridade judiciária, que poderá realizá-la</p><p>pessoalmente.</p><p>b) segundo a Constituição Federal, poderá ser</p><p>realizada, em casos excepcionais e por</p><p>determinação judicial ou policial, durante o repouso</p><p>noturno.</p><p>c) só será realizada em domicílio que se encontrar</p><p>ocupado, uma vez que a sua inviolabilidade protege,</p><p>em última análise, o direito à intimidade.</p><p>d) proceder-se-á quando fundadas razões a</p><p>autorizarem para descobrir objetos necessários à</p><p>prova de infração ou à defesa do réu.</p><p>8. (FEPESE/2017/PC-SC/Escrivão de polícia</p><p>civil) Em matéria de prova processual penal, assinale</p><p>a alternativa correta acerca dos documentos.</p><p>a) Terá o mesmo valor que o original, a fotografia</p><p>devidamente autenticada.</p><p>b) Por documento se entende apenas o escrito, em</p><p>papel, produzido ou subscrito por particular.</p><p>c) Para ter validade, os documentos em língua</p><p>estrangeira devem estar traduzidos por tradutor</p><p>público.</p><p>d) As cartas particulares, mesmo que obtidas de</p><p>forma ilícita, serão consideradas como documentos</p><p>hábeis para prova em juízo.</p><p>e) Os documentos, para servirem como provas</p><p>hábeis, deverão ser submetidos a exame pericial.</p><p>9. (FEPESE/2017/PC-SC/Escrivão de polícia</p><p>civil) De acordo com a norma processual penal, a</p><p>busca e apreensão:</p><p>a) será apenas domiciliar, não podendo ter como</p><p>objeto pessoa.</p><p>b) deverá sempre ser precedida de mandado</p><p>judicial.</p><p>c) quando feita em mulher, somente poderá ser</p><p>realizada por outra mulher.</p><p>d) poderá ser determinada de ofício ou a</p><p>requerimento de qualquer das partes.</p><p>e) deverá ocorrer na presença, indispensável, do</p><p>Ministério Público.</p><p>10. (UFG/2017/TJ-GO/Juiz Leigo) Segundo o</p><p>Código de Processo Penal, a testemunha faltosa</p><p>poderá ser processada criminalmente por crime de</p><p>a) falso testemunho.</p><p>b) desacato.</p><p>c) desobediência.</p><p>d) resistência.</p><p>e) fraude processual.</p><p>3</p><p>11. (FCC/2017/POLITEC-AP/Perito Médico</p><p>Legista) O exame de corpo de delito</p><p>a) terá seu laudo pericial elaborado no prazo</p><p>máximo de 30 dias e poderá ser prorrogado pelo juiz</p><p>por igual prazo.</p><p>b) é realizado somente por perito oficial, portador</p><p>de diploma de curso superior, que deverá prestar</p><p>compromisso de bem e fielmente desempenhar o</p><p>encargo.</p><p>c) terá a formulação de quesitos e a indicação de</p><p>assistente técnico permitidos somente ao</p><p>Ministério Público e à defesa.</p><p>d) poderá ser realizado somente durante o dia e no</p><p>horário de expediente regular da polícia técnico-</p><p>científica.</p><p>e) será indispensável quando a infração deixar</p><p>vestígio, não podendo supri-lo a confissão do</p><p>acusado.</p><p>12. (FCC/2017/PC-AP/Delegado</p><p>de Polícia) O</p><p>exame de corpo de delito</p><p>a) é dispensável nos crimes que deixam vestígios.</p><p>b) deve ser feito imediatamente para que não se</p><p>percam os vestígios do crime, o que veda a</p><p>indicação de assistente técnico pelas partes.</p><p>c) deve ser feito, em regra, pelo menos 2 horas após</p><p>o óbito.</p><p>d) realiza-se sobre vestígios do corpo humano,</p><p>havendo regime diverso para o exame sobre objetos</p><p>e sobre reconhecimento de escritos.</p><p>e) pode ser rejeitado pelo juiz, no todo ou em parte.</p><p>13. (FUNDATEC/2017/IGP-RS/Perito Criminal) O</p><p>Laudo Pericial deverá ser entregue em um prazo de:</p><p>a) 30 dias, impreterivelmente.</p><p>b) 10 dias, prorrogável por mais 10 por</p><p>requerimento do Delegado.</p><p>c) 10 dias, prorrogável por requerimento do Juiz.</p><p>d) 30 dias, prorrogável por requerimento do Perito.</p><p>e) 10 dias, prorrogável por requerimento do Perito.</p><p>14. (UEG/2013/PC-GO/Delegado de Polícia)</p><p>Quanto à prova pericial, segundo o Código de</p><p>Processo Penal, tem-se o seguinte:</p><p>15. a) na falta de peritos oficiais, a perícia será</p><p>realizada por uma pessoa idônea, portadora de</p><p>diploma de qualquer área de habilitação técnica.</p><p>b) será facultada ao Ministério Público e ao acusado</p><p>a formulação de quesitos aos peritos, mas,</p><p>diferentemente do previsto no Código de Processo</p><p>Civil, as partes não poderão indicar assistente</p><p>técnico.</p><p>c) em regra, o exame de corpo de delito e outras</p><p>perícias serão realizados por perito oficial, portador</p><p>de diploma de curso superior.</p><p>d) a falta do exame de corpo de delito direto nos</p><p>crimes que deixam vestígios é causa de nulidade</p><p>insanável, não podendo ser suprida pela prova</p><p>testemunhal.</p><p>16. (UEG/2013/PC-GO/Delegado de Polícia)</p><p>Segundo o Código de Processo Penal,</p><p>a) os exames de corpo de delito e outras perícias</p><p>serão feitos por dois peritos oficiais; não havendo</p><p>peritos oficiais, o exame será realizado por duas</p><p>pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso</p><p>superior, que deverão prestar compromisso de bem</p><p>e fielmente desempenharem o encargo.</p><p>b) se qualquer testemunha houver de ausentar-se,</p><p>ou, por enfermidade, inspirar receio de que ao</p><p>tempo da instrução criminal, já não exista, o juiz</p><p>poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer</p><p>das partes, tomar-lhe antecipadamente o</p><p>depoimento.</p><p>c) são inadmissíveis no processo as provas ilícitas,</p><p>assim entendidas as obtidas em violação a normas</p><p>constitucionais, mas serão admissíveis as provas</p><p>ilegítimas, estas entendidas como as provas obtidas</p><p>em violação a normas legais.</p><p>d) se for verificado que o réu se oculta para não ser</p><p>citado, proceder-se-á a citação por edital.</p><p>17. (FUNDATEC/2018/DPE-SC/Técnico</p><p>Administrativo) Assinale a alternativa INCORRETA</p><p>no tocante às provas que encontram previsão legal</p><p>no Código de Processo Penal.</p><p>a) Exame de Corpo de Delito.</p><p>b) Prova Testemunhal.</p><p>c) Interrogatório do Acusado.</p><p>d) Interceptação Telefônica.</p><p>e) Confissão.</p><p>18. (CESPE/2018/PC-MA/Delegado de Polícia</p><p>Civil) No que se refere às provas no processo penal,</p><p>julgue os itens a seguir.</p><p>I Em atendimento ao princípio da legalidade, no</p><p>processo penal brasileiro são inadmissíveis provas</p><p>não previstas expressamente no CPP.</p><p>4</p><p>II Caso a infração tenha deixado vestígio, a confissão</p><p>do acusado não acarretará a dispensa da prova</p><p>pericial.</p><p>III Havendo evidências da participação do indiciado</p><p>em organização criminosa, a autoridade policial</p><p>poderá determinar a quebra do sigilo da sua</p><p>comunicação telefônica como forma de instruir</p><p>investigação criminal.</p><p>IV A prova obtida por meios ilícitos não constitui</p><p>suporte jurídico capaz de ensejar sentença</p><p>condenatória, ainda que corroborada pela confissão</p><p>do acusado.</p><p>Estão certos apenas os itens</p><p>a) I e II.</p><p>b) l e III.</p><p>c) II e IV.</p><p>d) I, III e IV.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>Gabarito:</p><p>1.d 2.e 3.d 4.a 5.e 6.e 7.d</p><p>8.a 9.d 10.c 11.e 12.e 13.e 14.c</p><p>15.b 16.d 17.c</p><p>LEGISLAÇÃO PERTINENTE</p><p>Constituição Federal</p><p>Art. 5º [...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,</p><p>ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de</p><p>flagrante delito ou desastre, ou para prestar</p><p>socorro, ou, durante o dia, por determinação</p><p>judicial;</p><p>Art. 5°, XII CF - é inviolável o sigilo da</p><p>correspondência e das comunicações telegráficas,</p><p>de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no</p><p>último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na</p><p>forma que a lei estabelecer para fins de investigação</p><p>criminal ou instrução processual penal.</p><p>Previsão legal das Provas:</p><p>a) Exame de Corpo de Delito. (Capítulo II, art. 158 à</p><p>184, do CPP)</p><p>b) Prova Testemunhal. (Capítulo VI, art. 202 à 225,</p><p>do CPP)</p><p>c) Interrogatório do Acusado (Capítulo III, art. 185</p><p>à 196, do CPP)</p><p>d) Interceptação Telefônica. (Lei nº 9.296/96)</p><p>e) Confissão. (Capítulo IV, art. 197 à 200, do CPP)</p><p>SÚMULAS PERTINENTES</p><p>1) Súmulas vinculantes</p><p>Súmula Vinculante 11: Restringe a utilização de</p><p>algemas a casos excepcionais, notadamente quando</p><p>risco de fugo ou perigo à integridade física do preso</p><p>ou de terceiros, devendo a utilização se dar de</p><p>maneira fundamentada:</p><p>Súmula vinculante 11 - “Só é lícito o uso de algemas</p><p>em casos de resistência e de fundado receio de fuga</p><p>ou de perigo à integridade física própria ou alheia,</p><p>por parte do preso ou de terceiros, justificada a</p><p>excepcionalidade por escrito, sob pena de</p><p>responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente</p><p>ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato</p><p>5</p><p>processual a que se refere, sem prejuízo da</p><p>responsabilidade civil do Estado.”</p><p>2) Súmulas do STF</p><p>Súmula 453: Veda a aplicação do instituto da</p><p>mutatio libelli na segunda instância (correlação com</p><p>o princípio da inércia):</p><p>Súmula 453 - “Não se aplicam à segunda instância o</p><p>art. 384 e parágrafo único do Código de Processo</p><p>Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica</p><p>ao fato delituoso, em virtude de circunstância</p><p>elementar não contida, explícita ou implicitamente,</p><p>na denúncia ou queixa.”</p><p>Súmula 704: Consolida entendimento no sentido de</p><p>não haver violação ao princípio do Juiz natural na</p><p>atração, por conexão ou continência, de processo</p><p>de corréu ao foro por prerrogativa de função. A</p><p>princípio, o corréu que não detém foro por</p><p>prerrogativa de função deveria ser julgado pela</p><p>primeira instância. Contudo, em havendo conexão</p><p>ou continência com infração praticada por pessoa</p><p>detentora de foro por prerrogativa de função, na</p><p>grande maioria dos casos deverá haver a junção dos</p><p>processos para que sejam conjuntamente julgados.</p><p>Isso não viola o princípio do Juiz natural: Súmula 704</p><p>- "Não viola as garantias do juiz natural, da ampla</p><p>defesa e do devido processo legal a atração por</p><p>continência ou conexão do processo do corréu ao</p><p>foro por prerrogativa de função de um dos</p><p>denunciados."</p><p>3) Súmulas do STJ</p><p>Súmula no 09 do STJ – Assentava a ausência de</p><p>violação ao princípio da presunção de inocência no</p><p>que toca à exigência de prisão cautelar</p><p>(recolhimento à prisão) para apelar. Encontra-se</p><p>SUPERADA.</p><p>Hoje não se exige mais o recolhimento à prisão</p><p>como requisito de admissibilidade recursal. Súmula</p><p>no 09 do STJ - A EXIGENCIA DA PRISÃO PROVISORIA,</p><p>PARA APELAR, NÃO OFENDE A GARANTIA</p><p>CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCENCIA.</p><p>Súmula no 64 do STJ – Um dos pilares do devido</p><p>processo legal é a razoabilidade da duração do</p><p>processo, motivo pelo qual o prolongamento</p><p>excessivo da instrução processual pode caracterizar</p><p>constrangimento ilegal, notadamente quando o réu</p><p>estiver preso. Contudo, se tal excesso de prazo</p><p>decorreu de culpa da própria defesa, não há que se</p><p>falar em constrangimento ilegal:</p><p>Súmula 64 do STJ - NÃO CONSTITUI</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL O EXCESSO DE PRAZO</p><p>NA INSTRUÇÃO, PROVOCADO PELA DEFESA.</p><p>Súmula no 444 do STJ – Em homenagem ao</p><p>princípio da presunção de inocência (ou presunção</p><p>de não culpabilidade), o STJ sumulou entendimento</p><p>no sentido de</p><p>que inquéritos policiais e ações penais</p><p>em curso não podem ser utilizados para agravar a</p><p>pena base (circunstâncias judiciais desfavoráveis), já</p><p>que ainda não há trânsito em julgado de sentença</p><p>penal condenatória. Este entendimento fica</p><p>prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo</p><p>STF no julgamento do HC 126.292 (no qual se</p><p>entendeu que a presunção de inocência fica</p><p>afastada a partir de condenação em segunda</p><p>instância). Súmula no 444 do STJ - É VEDADA A</p><p>UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS POLICIAIS E AÇÕES</p><p>PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA BASE.</p><p>Súmula no 522 do STJ – O direito à autodefesa, uma</p><p>das vertentes da ampla defesa, não engloba o</p><p>direito de atribuir-se falsa identidade perante</p><p>autoridade policial, configurando, tal conduta, o</p><p>crime de falsa identidade (art. 307 do CPP): Súmula</p><p>522 do STJ - A CONDUTA DE ATRIBUIR-SE FALSA</p><p>IDENTIDADE PERANTE AUTORIDADE POLICIAL É</p><p>TÍPICA, AINDA QUE EM SITUAÇÃO DE ALEGADA</p><p>AUTODEFESA.</p><p>Súmula no 533 do STJ – O reconhecimento da</p><p>prática de falta grave durante a execução penal</p><p>deve ocorrer após o devido processo administrativo</p><p>disciplinar, no qual é INDISPENSÁVEL a defesa</p><p>técnica, por meio de advogado ou defensor público,</p><p>em homenagem ao princípio da ampla defesa:</p><p>Súmula 533 do STJ - PARA O RECONHECIMENTO DA</p><p>PRÁTICA DE FALTA DISCIPLINAR NO ÂMBITO DA</p><p>EXECUÇÃO PENAL, É IMPRESCINDÍVEL A</p><p>INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO</p><p>ADMINISTRATIVO PELO DIRETOR DO</p><p>6</p><p>ESTABELECIMENTO PRISIONAL, ASSEGURADO O</p><p>DIREITO DE DEFESA, A SER REALIZADO POR</p><p>ADVOGADO CONSTITUÍDO OU DEFENSOR PÚBLICO</p><p>NOMEADO.</p><p>Súmula 542 do STJ – A ação penal relativa ao crime</p><p>de lesão corporal resultante de violência doméstica</p><p>contra a mulher é pública incondicionada"</p><p>4) Jurisprudência do STF</p><p>STF - HC 93782– Possibilidade de regressão de</p><p>regime em razão da prática de novo crime.</p><p>Desnecessidade de trânsito em julgado. STF</p><p>entendeu não haver ofensa ao princípio da</p><p>presunção de inocência:</p><p>(...) I - A prática de falta grave pode resultar,</p><p>observado o contraditório e a ampla defesa, em</p><p>regressão de regime. II - A prática de "fato definido</p><p>como crime doloso", para fins de aplicação da</p><p>sanção administrativa da regressão, não depende</p><p>de trânsito em julgado da ação penal respectiva. III</p><p>- A natureza jurídica da regressão de regime</p><p>lastreada nas hipóteses do art. 118, I, da Lei de</p><p>Execuções Penais é sancionatória, enquanto aquela</p><p>baseada no incido II tem por escopo a correta</p><p>individualização da pena. IV - A regressão aplicada</p><p>sob o fundamento do art. 118, I, segunda parte, não</p><p>ofende ao princípio da presunção de inocência ou</p><p>ao vetor estrutural da dignidade da pessoa humana.</p><p>V - Incidência do teor da Súmula vinculante no 9 do</p><p>Supremo Tribunal Federal quando à perda dos dias</p><p>remidos. VI - Ordem denegada. (HC 93782,</p><p>Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira</p><p>Turma, julgado em 16/09/2008, DJe-197 DIVULG</p><p>16-10-2008 PUBLIC 17-10-2008 EMENT VOL-02337-</p><p>03 PP-00520 RTJ VOL00207-01 PP-00369)</p><p>STF - HC 126.292 – O STF decidiu que o</p><p>cumprimento da pena pode se iniciar com a mera</p><p>condenação em segunda instância por um órgão</p><p>colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF</p><p>relativizou o princípio da presunção de inocência,</p><p>admitindo que a “culpa” (para fins de cumprimento</p><p>da pena) já estaria formada nesse momento</p><p>(embora a CF/88 seja expressa em sentido</p><p>contrário): (...) A execução provisória de acórdão</p><p>penal condenatório proferido em grau de apelação,</p><p>ainda que sujeito a recurso especial ou</p><p>extraordinário, não compromete o princípio</p><p>constitucional da presunção de inocência afirmado</p><p>pelo artigo 5o, inciso LVII da Constituição Federal. 2.</p><p>Habeas corpus denegado. (HC 126292, Relator(a):</p><p>Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>17/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-100</p><p>DIVULG 16-05-2016 PUBLIC 17-05-2016)</p><p># É possível o início da execução da pena</p><p>condenatória após prolação de acórdão</p><p>condenatório em segundo grau?</p><p>Sentença condenatória confirmada em 2º grau:</p><p>após esse momento exaure-se o princ. da não</p><p>culpabilidade.</p><p>No STF e STJ não se discute fatos e provas, mas</p><p>apenas matéria de direito (não tem efeito</p><p>suspensivo: não obsta a execução provisória da</p><p>pena)</p><p>Súmula 716 STF: Admite-se a progressão de regime</p><p>de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de</p><p>regime menos severo nela determinada, antes do</p><p>trânsito em julgado da sentença condenatória.</p><p>Súmula 717 STF: : "Não impede a progressão de</p><p>regime de execução da pena, fixada em sentença</p><p>não transitada em julgado, o fato de o réu se</p><p>encontrar em prisão especial".</p><p>Sem consentimento do réu ou prévia autorização</p><p>judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva</p><p>pela polícia, de conversa travada pelo investigado</p><p>com terceira pessoa em telefone celular, por meio</p><p>do recurso "viva-voz", que conduziu ao flagrante do</p><p>crime de tráfico ilícito de entorpecentes.</p><p>Ex: policiais fizeram a abordagem de um indivíduo</p><p>suspeito; quando estava sendo feita a revista</p><p>pessoal, tocou o telefone do suspeito; os policiais</p><p>obrigaram que ele atendesse no “viva voz” e, então,</p><p>ouviram a conversa na qual a mãe do indivíduo</p><p>afirmou que haveria droga em sua residência. A</p><p>partir dessa informação houve a apreensão do</p><p>entorpecente. Tal prova é nula e, por via de</p><p>consequência, a apreensão da droga também foi</p><p>ilegal.</p><p>7</p><p>STJ. 5ª Turma. REsp 1.630.097-RJ, Rel. Min. Joel</p><p>Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603).</p><p>STF: “O sigilo profissional constitucionalmente</p><p>determinado não exclui a possibilidade de</p><p>cumprimento de mandado de busca e apreensão</p><p>em escritório de advocacia. O local de trabalho do</p><p>advogado, desde que este seja investigado, pode</p><p>ser alvo de busca e apreensão, observando-se os</p><p>limites impostos pela autoridade judicial.”</p><p>(HC 91.610, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento</p><p>em 8-6-2010, Segunda Turma, DJE de 22-10-2010.)</p><p>ESQUEMAS</p><p>Das perícias</p><p>Comunicações telefônicas</p><p>PROVAS ILÍCITAS (8 letras) --> Direito Material (8</p><p>letras), desentranhamento, fere o CP</p><p>PROVAS ILEGÍTIMAS (10 letras) --> Direito</p><p>Processual (10 letras), nulidade, fere o CPP</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO PENAL</p><p>Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre</p><p>apreciação da prova produzida em contraditório</p><p>judicial, não podendo fundamentar sua decisão</p><p>exclusivamente nos elementos informativos</p><p>colhidos na investigação, ressalvadas as provas</p><p>cautelares, não repetíveis e antecipadas.</p><p>REGRA: Sistema do Livre Convencimento Motivado</p><p>- o juiz não ficará adstrito aos laudos, mas deve</p><p>motivar sua decisão.</p><p>EXCEÇÃO: Sistema da íntima convicção (verdade</p><p>judicial)- o julgador não tem o dever constitucional</p><p>de motivar a sua decisão proferida, como o jurado</p><p>do Tribunal do Júri.</p><p>Art. 156. [...]</p><p>I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal,</p><p>a produção antecipada de provas consideradas</p><p>urgentes e relevantes, observando a necessidade,</p><p>adequação e proporcionalidade da medida;</p><p>Art. 157.São inadmissíveis, devendo ser</p><p>desentranhadas do processo, as provas ilícitas,</p><p>assim entendidas as obtidas em violação a normas</p><p>constitucionais ou legais.</p><p>§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas</p><p>das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de</p><p>causalidade entre umas e outras, ou quando as</p><p>derivadas puderem ser obtidas por uma fonte</p><p>independente das primeiras.</p><p>Exame de corpo de delito</p><p>Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será</p><p>indispensável o exame de corpo de delito, direto</p><p>8</p><p>ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do</p><p>acusado.</p><p>Exame de corpo de delito INDIRETO</p><p>Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de</p><p>delito, por haverem desaparecido os vestígios, a</p><p>prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.</p><p>Art. 159. O exame de corpo de delito e outras</p><p>perícias serão realizados por perito oficial, portador</p><p>de diploma de curso superior.</p><p>§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será</p><p>realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras</p><p>de diploma de curso superior preferencialmente na</p><p>área específica, dentre as que tiverem habilitação</p><p>técnica relacionada com a natureza do exame.</p><p>§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o</p><p>compromisso de bem e fielmente desempenhar o</p><p>encargo.</p><p>§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao</p><p>assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante</p><p>e ao acusado a formulação de quesitos e indicação</p><p>de assistente técnico.</p><p>§ 5o Durante o curso do processo judicial, é</p><p>permitido às partes, quanto à perícia:</p><p>II – indicar assistentes técnicos que poderão</p><p>apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz</p><p>ou ser inquiridos em audiência.</p><p>§ 6o Havendo requerimento das partes, o material</p><p>probatório que serviu de base à perícia será</p><p>disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que</p><p>manterá sempre sua guarda, e na presença de</p><p>perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo</p><p>se for impossível a sua conservação.</p><p>Assistente técnico</p><p>É o auxiliar das partes.</p><p>Só pode atuar após admitido pelo Juiz.</p><p>Após o fim dos trabalhos dos peritos;</p><p>Em ambiente oficial do órgão;</p><p>Na presença do perito.</p><p>Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial,</p><p>onde descreverão minuciosamente o que</p><p>examinarem, e responderão aos quesitos</p><p>formulados.</p><p>Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado</p><p>no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo</p><p>ser prorrogado, em casos excepcionais, a</p><p>requerimento dos peritos.</p><p>Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser</p><p>feito em qualquer dia e a qualquer hora.</p><p>Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis</p><p>horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela</p><p>evidência dos sinais de morte, julgarem que possa</p><p>ser feita antes daquele prazo, o que declararão no</p><p>auto.</p><p>Parágrafo único. Nos casos de morte violenta,</p><p>bastará o simples exame externo do cadáver,</p><p>quando não houver infração penal que apurar, ou</p><p>quando as lesões externas permitirem precisar a</p><p>causa da morte e não houver necessidade de</p><p>exame interno para a verificação de alguma</p><p>circunstância relevante.</p><p>Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de</p><p>delito, por haverem desaparecido os vestígios, a</p><p>prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.</p><p>Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro</p><p>exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á</p><p>a exame complementar por determinação da</p><p>autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a</p><p>requerimento do Ministério Público, do ofendido ou</p><p>do acusado, ou de seu defensor.</p><p>Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo,</p><p>podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em</p><p>parte.</p><p>Art. 185 – [...]</p><p>§ § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão</p><p>fundamentada, de ofício ou a requerimento das</p><p>partes, poderá realizar o interrogatório do réu</p><p>preso por sistema de videoconferência ou outro</p><p>recurso tecnológico de transmissão de sons e</p><p>imagens em tempo real, desde que a medida seja</p><p>necessária para atender a uma das seguintes</p><p>finalidades:</p><p>9</p><p>I - prevenir risco à segurança pública, quando exista</p><p>fundada suspeita de que o preso integre</p><p>organização criminosa ou de que, por outra razão,</p><p>possa fugir durante o deslocamento;</p><p>II - viabilizar a participação do réu no referido ato</p><p>processual, quando haja relevante dificuldade para</p><p>seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou</p><p>outra circunstância pessoal;</p><p>III - impedir a influência do réu no ânimo de</p><p>testemunha ou da vítima, desde que não seja</p><p>possível colher o depoimento destas por</p><p>videoconferência, nos termos do art. 217 deste</p><p>Código;</p><p>IV - responder à gravíssima questão de ordem</p><p>pública.</p><p>Condução coercitiva</p><p>Art. 201 [...]</p><p>§ 2º - Se, intimado para esse fim, deixar de</p><p>comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá</p><p>ser conduzido à presença da autoridade.</p><p>Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra,</p><p>a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe</p><p>for perguntado, devendo declarar seu nome, sua</p><p>idade, seu estado e sua residência, sua profissão,</p><p>lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em</p><p>que grau, de alguma das partes, ou quais suas</p><p>relações com qualquer delas, e relatar o que souber,</p><p>explicando sempre as razões de sua ciência ou as</p><p>circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua</p><p>credibilidade.</p><p>Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da</p><p>obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-</p><p>se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim</p><p>em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o</p><p>irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado,</p><p>salvo quando não for possível, por outro modo,</p><p>obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas</p><p>circunstâncias.</p><p>Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que</p><p>alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais</p><p>e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às</p><p>pessoas a que se refere o art. 206.</p><p>Testemunhas extranuméricas</p><p>Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá</p><p>ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas</p><p>partes.</p><p>Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa</p><p>a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do</p><p>processo penal por crime de desobediência, e</p><p>condená-la ao pagamento das custas da diligência.</p><p>Art. 225. Se qualquer testemunha houver de</p><p>ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,</p><p>inspirar receio de que ao tempo da instrução</p><p>criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a</p><p>requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe</p><p>antecipadamente o depoimento.</p><p>Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a</p><p>efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto,</p><p>cada uma fará a prova em separado, evitando-se</p><p>qualquer comunicação entre elas.</p><p>Art. 229.A acareação será admitida entre acusados,</p><p>entre acusado e testemunha, entre testemunhas,</p><p>entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida,</p><p>e entre as pessoas ofendidas, sempre que</p><p>divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou</p><p>circunstâncias relevantes.</p><p>Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer</p><p>escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou</p><p>particulares.</p><p>Parágrafo único. À fotografia do documento,</p><p>devidamente autenticada, se dará o mesmo valor</p><p>do original.</p><p>Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou</p><p>obtidas por meios criminosos, não serão admitidas</p><p>em juízo.</p><p>Art. 235. A letra e firma dos documentos</p><p>particulares serão submetidas a exame pericial,</p><p>quando contestada a sua autenticidade.</p><p>Art. 236. Os documentos em língua estrangeira,</p><p>sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se</p><p>necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na</p><p>falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.</p><p>10</p><p>Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.</p><p>§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando</p><p>fundadas razões a autorizarem, para:</p><p>a) prender criminosos;</p><p>b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios</p><p>criminosos;</p><p>c) apreender instrumentos de falsificação ou de</p><p>contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;</p><p>d) apreender armas e munições, instrumentos</p><p>utilizados na prática de crime ou destinados a fim</p><p>delituoso;</p><p>e) descobrir objetos necessários à prova de infração</p><p>ou à defesa do réu;</p><p>f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao</p><p>acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de</p><p>que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil</p><p>à elucidação do fato;</p><p>g) apreender pessoas vítimas de crimes;</p><p>h) colher qualquer elemento de convicção.</p><p>Art. 241 - Quando a própria autoridade policial ou</p><p>judiciária não a realizar pessoalmente, a busca</p><p>domiciliar deverá ser precedida da expedição de</p><p>mandado.</p><p>Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício</p><p>ou a requerimento de qualquer das partes.</p><p>Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado,</p><p>no caso de prisão ou quando houver fundada</p><p>suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma</p><p>proibida ou de objetos ou papéis que constituam</p><p>corpo de delito, ou quando a medida for</p><p>determinada no curso de busca domiciliar.</p><p>Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas</p><p>de dia, salvo se o morador consentir</p><p>que se realizem</p><p>à noite, e, antes de penetrarem na casa, os</p><p>executores mostrarão e lerão o mandado ao</p><p>morador, ou a quem o represente, intimando-o, em</p><p>seguida, a abrir a porta.</p><p>§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o</p><p>emprego de força contra coisas existentes no</p><p>interior da casa, para o descobrimento do que se</p><p>procura.</p><p>§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto</p><p>circunstanciado, assinando-o com duas</p><p>testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto</p><p>no § 4o.</p><p>Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de</p><p>modo que não moleste os moradores mais do que o</p><p>indispensável para o êxito da diligência.</p><p>Art. 249. A busca em mulher será feita por outra</p><p>mulher, se não importar retardamento ou prejuízo</p><p>da diligência.</p><p>Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não</p><p>ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência</p><p>e procederá à citação com hora certa, na forma</p><p>estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de</p><p>11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.</p><p>Parágrafo único. Completada a citação com hora</p><p>certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á</p><p>nomeado defensor dativo.</p>