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<p>ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO</p><p>DE RECURSOS PARA O</p><p>SETOR PÚBLICO</p><p>W</p><p>B</p><p>A</p><p>01</p><p>02</p><p>_v</p><p>2.</p><p>1</p><p>2</p><p>Luciane Rosa de Oliveira</p><p>Londrina</p><p>Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>2020</p><p>ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS</p><p>PARA O SETOR PÚBLICO</p><p>1ª edição</p><p>3</p><p>2020</p><p>Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza</p><p>CEP: 86041-100 — Londrina — PR</p><p>e-mail: editora.educacional@kroton.com.br</p><p>Homepage: http://www.kroton.com.br/</p><p>Presidente</p><p>Rodrigo Galindo</p><p>Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada</p><p>Paulo de Tarso Pires de Moraes</p><p>Conselho Acadêmico</p><p>Carlos Roberto Pagani Junior</p><p>Camila Braga de Oliveira Higa</p><p>Carolina Yaly</p><p>Giani Vendramel de Oliveira</p><p>Henrique Salustiano Silva</p><p>Mariana Gerardi Mello</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Priscila Pereira Silva</p><p>Tayra Carolina Nascimento Aleixo</p><p>Coordenador</p><p>Tayra Carolina Nascimento Aleixo</p><p>Revisor</p><p>Veruska Evanir Pereira</p><p>Editorial</p><p>Alessandra Cristina Fahl</p><p>Beatriz Meloni Montefusco</p><p>Gilvânia Honório dos Santos</p><p>Mariana de Campos Barroso</p><p>Paola Andressa Machado Leal</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)__________________________________________________________________________________________</p><p>Oliveira, Luciane Rosa de</p><p>O48e Estratégias de captação de recursos para o setor</p><p>público/ Luciane Rosa de Oliveira, – Londrina: Editora e</p><p>Distribuidora Educacional S.A. 2020.</p><p>41 p.</p><p>ISBN 978-65-5903-088-0</p><p>1. Administração pública. 2. Orçamento. 3. Prestação de</p><p>contas. 4. Administração de projetos. I. Título.</p><p>CDD 336.006</p><p>____________________________________________________________________________________________</p><p>Raquel Torres – CRB: 6/2786</p><p>© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser</p><p>reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,</p><p>eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de</p><p>sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,</p><p>por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>Captação de recursos públicos e planejamento orçamentário ______ 05</p><p>Fontes de financiamento e conceitos básicos _______________________ 18</p><p>Elaboração de projetos ______________________________________________ 32</p><p>Fontes específicas e prestação de contas ___________________________ 46</p><p>ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA O SETOR</p><p>PÚBLICO</p><p>5</p><p>Captação de recursos públicos e</p><p>planejamento orçamentário</p><p>Autoria: Luciane Rosa de Oliveira</p><p>Leitura crítica: Veruska Evanir Pereira</p><p>Objetivos</p><p>• Entender como funciona o planejamento</p><p>governamental.</p><p>• Analisar o planejamento orçamentário.</p><p>• Compreender a necessidade de captar recursos a</p><p>partir de projetos.</p><p>6</p><p>1. Planejamento governamental</p><p>Asfaltar uma rua ou construir uma ponte? Reformar uma escola ou</p><p>comprar um equipamento agrícola? Para a realização destas atividades,</p><p>o executivo precisará de recursos para sua realização. Mas, como</p><p>sabemos, os recursos estão cada dia mais escassos. Então, qual seria a</p><p>alternativa?</p><p>Neste material, você irá conhecer que, além das fontes já conhecidas de</p><p>receitas, é possível com planejamento, propor projetos para a captação</p><p>de recursos, com diferentes fontes de financiamento propondo, assim,</p><p>aos gestores a busca por recursos para atender as demandas da</p><p>sociedade.</p><p>1.1 Planejamento orçamentário</p><p>No Brasil, a cada quatro anos são realizadas eleições para o Executivo</p><p>e para o Legislativo, intercalando as esferas estadual e federal e na</p><p>esfera municipal, sendo o voto um direito, pois é com base nele que</p><p>são escolhidos os nossos governantes, além de um dever as pessoas</p><p>alfabetizadas com idade entre 18 e 70 anos. A Constituição Federal de</p><p>1988 (BRASIL, 1988), define as leis que regem o orçamento público,</p><p>portanto, são de iniciativa do Poder Executivo, sendo elas:</p><p>• Plano Plurianual.</p><p>• Lei de Diretrizes Orçamentárias.</p><p>• Lei Orçamentária Anual.</p><p>Com bases nestes três dispositivos que o gestor deve seguir no seu</p><p>planejamento de suas ações durante seu mandato, seguindo os</p><p>preceitos legais e ainda regidos por uma lei complementar que é a Lei de</p><p>Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000).</p><p>7</p><p>Portanto, é considerado o processo orçamentário todo o ciclo desde o</p><p>planejamento das ações que o município deve realizar, passando por</p><p>discussões com a população por meio das audiências públicas, sendo</p><p>aprovadas três leis: o Plano Plurianual de quatro em quatro anos, e a as</p><p>Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA)</p><p>votadas anualmente.</p><p>Figura 1 – Processo orçamentário</p><p>Fonte: elaborada pelo autor.</p><p>Cabe entender na Figura 1 que vários são os agentes em todo o</p><p>processo orçamentário, não apenas os políticos, além de demonstrar</p><p>a importância da discussão com a população por meio das audiências</p><p>públicas que são realizadas normalmente nas Câmaras de Vereadores,</p><p>8</p><p>podendo ser interiorizadas em municípios com grande extensão rural.</p><p>Essas audiências são abertas ao público para que cada um possa emitir</p><p>sua opinião, sendo que as entidades como associações de bairro, clubes</p><p>recebem o convite para a sua representação na audiência pública.</p><p>Outro ponto relevante do processo orçamentário é o de fiscalização</p><p>e controle que cabe ao Legislativo, ou seja, aos vereadores e aos</p><p>deputados e ao Senado Federal realizarem. O Tribunal de Contas realiza,</p><p>anualmente, uma análise e julga como estão as contas se estão sendo</p><p>seguidos os parâmetros legais, seguindo preceitos da Constituição</p><p>Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal e ainda da Lei das Licitações.</p><p>Após essa análise são feitos apontamentos que são encaminhados ao</p><p>Poder Legislativo cabendo, assim, aos vereadores aprovarem ou não as</p><p>contas do gestor público.</p><p>E esses recursos que compõe as receitas são provenientes de onde?</p><p>Os recursos dos municípios são oriundos do pagamento dos impostos,</p><p>sendo que no Brasil existe um sistema tributário nacional que dispõe a</p><p>competência da cobrança dos tributos sendo que cabe aos municípios</p><p>a cobrança dos seguintes impostos de acordo com Código Tributário</p><p>Nacional, capítulo 3 (BRASIL, 2012).</p><p>• IPTU – Imposto sobre a propriedade Territorial Urbana.</p><p>• ISS – Imposto Sobre Serviços.</p><p>• ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.</p><p>Porém, existem outros impostos que são cobrados pela União e pelos</p><p>Estados, sendo que a maior parte dos impostos são destinados ao</p><p>Governo Federal desta forma o Código Tributário Nacional (BRASIL,</p><p>2012), determina em seu art. 86:</p><p>Do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 43</p><p>e 46, 80% (oitenta por cento) constituem a receita da União e o restante</p><p>9</p><p>será distribuído à razão de 10% (dez por cento) ao Fundo de Participação</p><p>dos Estados e do Distrito Federal e 10 % (dez por cento) ao Fundo de</p><p>Participação dos Municípios. (BRASIL, 2012, [s.p.])</p><p>Portanto,10% dos impostos federais serão destinados ao Fundo de</p><p>Participação dos Municípios com base em um coeficiente que é criado</p><p>com base na renda per capita, na superfície territorial. Considerando</p><p>que 10% de toda a FPM será para as capitais e os 90% restante</p><p>destinados aos demais municípios (BRASIL, 2012).</p><p>Como vimos, o orçamento de um município normalmente já é pré-definido</p><p>com a transferências de recursos, visando atender as demandas, seguindo</p><p>os preceitos legais. Porém, muitas vezes, as demandas da população são</p><p>maiores que os recursos existentes. Saúde, educação e segurança então</p><p>previstos na Constituição Federal, mas como o gestor pode buscar recursos</p><p>para atender outras demandas? Ou implantar novos projetos que atendam</p><p>às necessidades da sua população?</p><p>Este material visa demonstrar outras formas de captar recursos por</p><p>meio de projetos.</p><p>1.2 Condicionantes para a captação de recursos</p><p>Muitas vezes, os gestores têm o intuito de fazer mais ações para os</p><p>seus municípios e esbarram na falta de recursos. A União sabe que</p><p>é impossível</p><p>atender a todas as demandas, sendo que, assim, foram</p><p>criados mecanismos para que Estados, municípios e até mesmo</p><p>organizações do setor privado, sem fins lucrativos possam atender a</p><p>essas demandas. Existem transferências voluntárias de recursos que são</p><p>definidas como os recursos destinados à celebração de convênios ou</p><p>demais instrumentos, cujo intuito é a realização de obras, serviços.</p><p>No órgão público, os preceitos legais devem ser atendidos, e para</p><p>a celebração de um acordo entre a União e uma entidade não</p><p>governamental existem diferentes mecanismos sendo eles:</p><p>10</p><p>• Convênio.</p><p>• Contrato.</p><p>• Termo de parceria.</p><p>• Termo de cooperação.</p><p>• Termo de colaboração.</p><p>• Termo de fomento.</p><p>• Chamamento público.</p><p>Cada um destes instrumentos é essencial para a transferência voluntária</p><p>de recursos podendo ser entre a União com Estados e municípios ou</p><p>ainda com organizações da sociedade civil de interesse público, as</p><p>OSCIP. Veja no Quadro 1 as diferentes formas de transferências de</p><p>recursos determinados em lei:</p><p>Quadro 1 – Tipo de transferências voluntárias de recursos</p><p>Convênio Acordo que visa à execução de algum programa de</p><p>governo, envolvendo a realização de projeto, atividade,</p><p>serviço, aquisição de bens ou evento de interesse</p><p>recíproco, em regime de mútua cooperação.</p><p>Contrato Acordo entre duas partes com interesses</p><p>divergentes, sendo o objeto de um contrato por</p><p>um lado e a contraprestação do outro.</p><p>Termo de parceria São acordos realizados com entidades sociais de</p><p>interesse público afim de atender uma demanda.</p><p>Termo de cooperação Acorda transferência de crédito de órgão ou entidade</p><p>da Administração Pública Federal para outro órgão</p><p>federal de mesma natureza ou autarquia, fundação</p><p>pública ou empresa estatal dependente, com intuito</p><p>de uma maior eficiência na execução de programa de</p><p>governo, tendo em vista especificidade do partícipe.</p><p>Termo de colaboração É o instrumento que celebra entre a administração pública e as</p><p>organizações da sociedade civil, com transferências de recursos,</p><p>com a finalidade de atender uma demanda de interesse</p><p>público e recíproco propostas pela Administração Pública.</p><p>11</p><p>Termo de fomento São acordos com base em parcerias estabelecidas pela</p><p>Administração Pública com organizações da sociedade civil com</p><p>a transferências de recursos, visando atender alguma demanda.</p><p>Chamamento público É o momento em que o ente público da publicidade sobre</p><p>a possibilidade de transferências de recursos a entidades</p><p>sociais, para execução de projetos sociais, normalmente feito</p><p>por edital contendo os requisitos para envio de propostas.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2015).</p><p>Tendo em vista as diferentes formas que o governo pode firmar acordos</p><p>entre os entes para a transferência voluntária de recursos é preciso</p><p>entender, conforme Prochonw (1999 apud ONU, 1984):</p><p>Um projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto</p><p>de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar</p><p>objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período</p><p>de tempo dados. (PROCHONW, 1999 apud ONU, 1984)</p><p>Portanto, a legislação brasileira abre uma lacuna, pois entende</p><p>que o Estado acaba sendo ineficiente no atendimento de todas</p><p>as necessidades da população, e embora se pague uma alta</p><p>carga tributária, o Estado não consegue atender com eficiência,</p><p>oportunizando, assim, a criação de convênios com municípios para</p><p>atender as necessidades da população ou, ainda, a formalização de</p><p>termos de convênios, de cooperação ou de fomento com entidades do</p><p>terceiro setor. Essas relações, normalmente são pactuadas com projetos</p><p>que atendam essas necessidades.</p><p>1.3 Planejamento dos projetos</p><p>De forma técnica, o Project Management Institute PMI (2017) descreve os</p><p>projetos como ações em um determinado tempo, com um resultado</p><p>exclusivo, com base no planejamento da organização. O intuito é que, ao</p><p>término do projeto, os objetivos tenham sido alcançados. Cabe salientar</p><p>que esses objetivos já devem ter sido traçados de forma estratégica. Nas</p><p>12</p><p>empresas privadas, esses entendimentos são mais fáceis, pois se sabe</p><p>quem é o dono: os investidores.</p><p>E nas empresas públicas, nas entidades públicas como é feito esse</p><p>processo? O bom planejamento público deve entender as necessidades</p><p>reais do município de forma estratégica, com base no diálogo</p><p>entendendo as reais necessidades da população. Uma das formas</p><p>bastante eficazes são por meio de audiências públicas.</p><p>Figura 2 – Audiência Pública</p><p>Fonte: SDI Productions/iStock.com.</p><p>As audiências públicas são reuniões em que a população é chamada, e</p><p>ocorrem nas Câmaras de Vereadores ou em lugares predeterminados</p><p>que servem para a decidir assuntos que envolvam a vida dos munícipes.</p><p>Portanto, por ser um espaço aberto, cada um poderá expressar a sua</p><p>opinião para o processo do planejamento das ações que visam atender</p><p>as necessidades da população.</p><p>Após a análise das necessidades, cabe a gestão decidir quais serão as</p><p>prioridades, competindo ao assessor de planejamento ou o encarregado</p><p>do planejamento elaborar projetos que atendam essas demandas.</p><p>13</p><p>Outro ponto relevante é a capitação de recursos que poderá ocorrer</p><p>por emendas parlamentares ou ainda visa solicitação no sistema de</p><p>convênios.</p><p>1.4 Sistema de convênios</p><p>O sistema de convênios é uma plataforma criada visando a transparência</p><p>dos instrumentos firmados, criada em 2008.Porém, com o passar do tempo</p><p>sua legislação foi modificada com base no Decreto n. 6.170 de 25 de julho</p><p>de 2007 (BRASIL, 2007), alterado pelo Decreto n. 8.943 de 27 de dezembro</p><p>de 2016, e ainda regulamentado pela Portaria 424 de 30 de dezembro de</p><p>2016 (BRASIL, 2016) que determina as regras para:</p><p>• A formalização do convênio.</p><p>• A proposição.</p><p>• Objeto.</p><p>• Plano de trabalho.</p><p>• A execução contendo as metas.</p><p>• A contrapartida.</p><p>• A unidade executora.</p><p>• A prestação de contas.</p><p>Essa plataforma que segue os preceitos da portaria, determina que</p><p>o procedimento de planejamento começará com o projeto que será</p><p>elaborado pela unidade executora, contendo um plano de trabalho</p><p>detalhado (com metas) demonstrando onde os recursos serão alocados,</p><p>que são definições quantificáveis do plano de trabalho (Figura3).</p><p>14</p><p>Figura 3 – Projeto</p><p>Fonte: elaborado pela autora.</p><p>Outros pontos relevantes são a contrapartida, ou seja, o valor que o</p><p>proponente, ou seja o executor irá pagar para a realização da obra,</p><p>cabe ressaltar que esta contrapartida deve estar disponível na Lei</p><p>Orçamentária Anual para que seja firmado o convênio.</p><p>Ainda fica definido a prestação de contas que deverá ser realizada</p><p>a fim de demonstrar o efetivo emprego do dinheiro público, ficando</p><p>obrigada toda empresa que receber recursos públicos a prestar</p><p>contas qualquer um que arrecade, guarde, gerencie, ou administre</p><p>recursos públicos (BRASIL, 1988). Portanto, no sistema será possível</p><p>o gerenciamento de todo o processo desde o planejamento até a</p><p>prestação de contas, trazendo, assim, mais rapidez e efetividade no</p><p>uso do dinheiro público.</p><p>1.5 Elaboração do projeto</p><p>O projeto, portanto, deverá ser criado para atender uma demanda,</p><p>uma necessidade, ou resolver um problema existente, que já tenha</p><p>sido diagnosticado, sendo que este processo é essencial para verificar a</p><p>viabilidade do projeto.</p><p>Vejamos um exemplo: na cidade de Bom Jesus, quando chove, as</p><p>casas ficam alagadas. Um projeto para resolver esta questão precisa</p><p>compreender três aspectos, sendo eles demonstrados na Figura 4.</p><p>15</p><p>Figura 4 – Análise do problema</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Sabemos que o efeito das chuvas é o alagamento das casas, e</p><p>não é possível fazer um projeto para decretar o fim das chuvas,</p><p>mas é possível que o gestor planeje as causas, os motivos para os</p><p>alagamentos, ou seja analise a falta de infraestrutura, portanto, criará</p><p>um projeto que atenda esta necessidade, com a criação de um esgoto</p><p>pluvial, por exemplo.</p><p>Com base no problema apresentado, caberá, então, ao gestor realizar</p><p>alguns procedimentos para elaboração do projeto sendo eles:</p><p>• Realizar</p><p>um diagnóstico, uma análise do ambiente, dos problemas</p><p>existentes.</p><p>• Realizar o estudo das demandas e das ofertas.</p><p>• Estabelecer os objetivos de impacto.</p><p>• Selecionar as alternativas com base nos efeitos positivos e</p><p>negativos do projeto.</p><p>• Estabelecer o que se espera com o projeto, de forma quantificável,</p><p>precisa, realizável e alcançável no prazo determinado.</p><p>Com base nos objetivos, traçar as metas, que são as fases do projeto</p><p>que podem ser determinadas de acordo com Brasil (2015):</p><p>16</p><p>Figura 5 – Metas de um projeto</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>O projeto deve assegurar os preceitos de eficiência e eficácia no seu</p><p>processo e na sua execução, e ainda de economicidade utilizando</p><p>recursos existentes (na contrapartida), e ainda demonstrando ser a</p><p>melhor proposta para o órgão público financiador. O projeto ainda</p><p>deve seguir os preceitos de efetividade visando estabelecer a relação de</p><p>causalidade (BRASIL, 2015).</p><p>Neste material, foi possível conhecer que os órgãos públicos possuem</p><p>diversos problemas, e que o processo orçamentário é bastante engessado,</p><p>e normalmente os recursos existentes não atendem a todas as demandas</p><p>existentes. E, ainda, que no processo orçamentário algumas leis devem ser</p><p>seguidas, sendo elas o Plano Plurianual, que tem duração de quatro anos</p><p>que planeja a ações de médio prazo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias que</p><p>propõe as diretrizes do uso dos recursos e ainda a Leio Orçamentária Anual</p><p>que determina as receitas e as despesas do município.</p><p>Ainda foi possível compreender que os municípios têm como fontes</p><p>de receitas os recursos vindos dos impostos (ITBI, IPTU e ISS), e ainda</p><p>recebem uma fatia dos impostos federais por meio do Fundo de</p><p>Participação dos Municípios. Assim, como os recursos são escassos, uma</p><p>17</p><p>das formas é a captação a partir de projetos que devem ser planejados com</p><p>base nos problemas que precisam ser resolvidos. Uma forma de levantar</p><p>os reais processos de uma comunidade é por meio de audiências públicas</p><p>que são reuniões em que a população participa e tem direito a expor a sua</p><p>opinião. Outro ponto relevante é que, em nosso país, existe uma plataforma</p><p>que foi criada para o registro dos projetos a fim de tornar o processo</p><p>mais rápido e efetivo para a capitação dos recursos, sendo acessível aos</p><p>membros da prefeitura, os proponentes e, também, para a população,</p><p>sendo que as organizações de interesse público, as OSCIPs, também podem</p><p>pleitear recursos para seus projetos a partir desta plataforma.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil</p><p>de 1988. Brasília: D.O.U., 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Código Tributário Nacional. 2. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria</p><p>de Edições Técnicas, 2012. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/</p><p>bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf. Acesso em: 12 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 6.170 de 25 de julho de 2007.</p><p>Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante</p><p>convênios e contratos de repasse, e dá outras providências. Brasília: D.O.U., 2007.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/</p><p>d6170.htm. Acesso em: 12 jan. 2021</p><p>BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Portaria</p><p>Interministerial nº 424 de 30 de dezembro de 2016.Estabelece normas para</p><p>execução do estabelecido no Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007 [...]. Brasília:</p><p>D.O.U., 2016.</p><p>BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional do Consumidor. Manual de</p><p>elaboração de projetos e execução de convênios. Brasília: SENACON, 2015.</p><p>Disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/Anexos/</p><p>manual-de-convenios. Acesso em: 18 jan. 2021.</p><p>PMI. Project Management Institute. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto de</p><p>Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 6. ed. Pennsylvania: PMI, 2017.</p><p>PROCHNOW, Miriam; SCHAFFER, W.B. Pequeno manual para elaboração de</p><p>projetos. Rio Grande do Sul: Ed. UFRS, 1999.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6170.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6170.htm</p><p>https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/Anexos/manual-de-convenios</p><p>https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/Anexos/manual-de-convenios</p><p>18</p><p>Fontes de financiamento e</p><p>conceitos básicos</p><p>Autoria: Luciane Rosa de Oliveira</p><p>Leitura crítica: Veruska Evanir Pereira</p><p>Objetivos</p><p>• Entender com funcionam as fontes de</p><p>financiamento.</p><p>• Compreender como são criados os contratos.</p><p>• Analisar como são realizados os convênios de</p><p>repasse.</p><p>19</p><p>1. Introdução</p><p>Para atender as demandas de uma cidade, cabe aos gestores</p><p>entenderem como funcionam as fontes de receita, ou seja, as fontes</p><p>de financiamento dos projetos. Existem diferentes fontes de recursos</p><p>para a realização de seus projetos e atendimento das demandas</p><p>de seus munícipes. Neste material, será possível compreender</p><p>as principais fontes de financiamento que ocorrem a partir de</p><p>transferências federais ou estaduais, as constitucionais e ainda a</p><p>própria que advêm dos tributos municipais. Ainda, você vai conhecer</p><p>o que são transferências voluntárias e entender o que são convênios</p><p>e contratos.</p><p>2. Fontes de financiamento</p><p>A partir da Constituição Federal de 1988, muitas mudanças ocorreram</p><p>no Brasil. O orçamento público começa a ser gerido pelos municípios</p><p>pelos mecanismos previstos no art. 165 que são Plano Plurianual, Lei de</p><p>Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. São nos municípios</p><p>onde estão as maiores demandas com saúde, educação, assistência</p><p>social.</p><p>Vejamos no caso da educação; de quem é cada responsabilidade? De</p><p>construir escolas, ou ainda de manter projetos? Analise a Figura 1 e veja</p><p>as responsabilidades de municípios, Estados e União.</p><p>20</p><p>Figura 1 – Responsabilidade sobre educação</p><p>Fonte: Manhas (2019).</p><p>Os municípios terão obrigação com creche e ensino fundamental,</p><p>Estados com ensino médio e União com o ensino superior (antigo</p><p>terceiro grau) e 12% do ensino médio técnico por meio dos institutos</p><p>federais. Ainda sobre educação, a Constituição Federal em seu art. 212</p><p>(BRASIL, 1988), determina que a União deverá dispor18% da arrecadação</p><p>com impostos e 25% dos de Estados e municípios serão destinados à</p><p>educação.</p><p>As fontes de financiamento da União, Estados e municípios advêm dos</p><p>tributos que é previsto no Código tributário Nacional, da Lei nº 5.172, de</p><p>25 de outubro de 1966 (BRASIL, 1966), como:</p><p>Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou</p><p>cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,</p><p>instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente</p><p>vinculada. (BRASIL, 1966, [s.p.])</p><p>21</p><p>No caso da educação, está previsto que parte dos impostos, que são um</p><p>tipo de tributo, previsto na Constituição Federal de 1988, no art. 145. Os</p><p>tributos, então, podem ser de acordo com a Figura 2:</p><p>Figura 2 – Tributos</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Desta forma, os tributos são recolhidos pela União, Estados</p><p>e municípios, sendo que a maior parte é paga para a esfera</p><p>federal, assim sendo, ela como detentora dos recursos realiza as</p><p>transferências que são a FPE (Fundo de participação de Estados) e a</p><p>FPM que é o fundo de participação de municípios analisado na Figura</p><p>2. No caso da educação, os recursos são destinados a programas</p><p>como FUNDEB e o FNDE.</p><p>22</p><p>Figura 3 – Transferências de recursos</p><p>Fonte: Manhas (2019).</p><p>Desta forma, legalmente, as receitas dos municípios podem ser próprias</p><p>ou por transferências. Nas receitas próprias, podem ser originárias ou</p><p>derivadas.</p><p>A receita originária provê de uma oferta específica de bens</p><p>ou de serviços ao contribuinte e a receita derivada é unilateral, pois o</p><p>Estado tem o direito a tributar, sem oferecer bens ou serviços como</p><p>contrapartidas, neste caso os tributos (RIBEIRO FILHO et al., 2003).</p><p>De acordo com TCU (BRASIL, 2008) são consideradas as transferências</p><p>constitucionais:</p><p>• Fundo de participação do Estado.</p><p>• Fundo de participação de Município.</p><p>23</p><p>• Repartição do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) e</p><p>sobre a exportação destes.</p><p>• Fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica e de</p><p>valorização dos profissionais de educação, FUNDEB.</p><p>• Contribuição de intervenção de domínio econômico– CIDE.</p><p>As classificações das transferências governamentais, podem ser</p><p>conforme três critérios como instrumento de política fiscal federativa</p><p>(MORAES; BONIFÁCIO, 2016), a saber:</p><p>• Redistributiva são aquelas feitas normalmente da União para</p><p>Estado, ou Estado para município, pois são realizadas a governos</p><p>de nível inferior, ou ainda incapazes de arrecadar.</p><p>• Devolutiva visa a redução do desequilíbrio fiscal, uma vez que a</p><p>União arrecada mais impostos que Estados, e estes mais que os</p><p>municípios.</p><p>• Setorial visando garantir serviços públicos básicos à população.</p><p>Ainda, podem ser transferências de orçamento excedente, chamadas:</p><p>• Legais –são as previstas em lei.</p><p>• Discricionárias – são decorrentes a negociações.</p><p>Quando as transferências consideram o receptor são classificadas como:</p><p>• Livres – são alocadas a critério do gestor que a recebe.</p><p>• Vinculadas – são alocadas apenas no que está previsto nas leis</p><p>orçamentarias.</p><p>24</p><p>Figura 4 – Transferências constitucionais</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Portanto é possível analisar que as receitas dos municípios serão</p><p>próprias e por meio das transferências federais e estaduais (pelo rateio),</p><p>tendo como ponto de partida os tributos pagos pelo contribuinte, como</p><p>pode ser analisado na Figura 5.</p><p>25</p><p>Figura 5 – Receitas dos municípios</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Portanto, como exemplo da Figura 6as receitas dos municípios serão</p><p>próprias e das transferências federais e estaduais, ou ainda por</p><p>transferências voluntárias que são previstas na Constituição Federal no</p><p>art. 25 (BRASIL, 1988), que dispõe sobre as transferências voluntárias.</p><p>Estas são diferentes da repartição constitucional de receitas, pois</p><p>visa a entrega de recursos a fim de atender algumas necessidades ou</p><p>demandas específicas ou ainda ao Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Figura 6 – Diferença entre transferências voluntárias e repartição</p><p>constitucional</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>26</p><p>Sobre a transferência voluntária de recursos, devemos considerar como</p><p>a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação,</p><p>visando fomentar, auxiliar, cooperar ou dar assistência financeira, que</p><p>não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados</p><p>ao Sistema Único de Saúde, sendo estabelecidos na Lei de Diretrizes</p><p>Orçamentárias, tendo uma dotação específica e ainda a comprovação,</p><p>por parte do beneficiário, de:</p><p>a. Que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos,</p><p>empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem</p><p>como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente</p><p>dele recebidos.</p><p>b. Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à</p><p>saúde.</p><p>c. Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de</p><p>operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de</p><p>inscrição em restos a pagar e de despesa total com pessoal.</p><p>d. Previsão orçamentária de contrapartida.</p><p>Alguns cuidados devem ser considerados como a utilização de recursos</p><p>transferidos em finalidade diversa da pactuada, sendo que em casos</p><p>adversos os recursos poderão ser suspendidos, ou devolvidos conforme</p><p>o parágrafo § 3o.</p><p>§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências</p><p>voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas</p><p>relativas a ações de educação, saúde e assistência social.</p><p>3. Contratos públicos</p><p>As receitas brasileiras são advindas dos impostos pagos pelo cidadão,</p><p>e grande parte destes recursos vai para a União. Desta forma, caberá</p><p>27</p><p>à União realizar convênios, contratos e acordos de cooperação com as</p><p>demais entidades governamentais, visando a transferência voluntária de</p><p>recursos tendo em vista um objetivo comum (BRASIL, 2016).</p><p>O Tribunal de Contas da União, considera contrato como um</p><p>instrumento público, administrativo utilizado para a transferência</p><p>de recursos por meio de um agente financeiro, público e federal,</p><p>normalmente a Caixa Federal, que age, neste caso, como mandatário da</p><p>União. Note no exemplo da Figura 7.</p><p>Figura 7– Exemplo de contrato público</p><p>Fonte: Prefeitura Municipal de Parnaíba (2018)</p><p>É possível analisar, na Figura 7, que o contrato de repasse foi firmado</p><p>entre a União, por intermédio do Ministério das Cidades, ou seja, os</p><p>recursos vêm da dotação deste, a partir de uma transferência voluntária</p><p>para o município de Parnaíba (MS) para projeto de planejamento</p><p>urbano por intermédio da Caixa Federal. Neste exemplo, o proponente</p><p>é a prefeitura e concedente é a União. Vejamos a diferença entre</p><p>proponente e concedente, na Figura 8.</p><p>28</p><p>Figura 8 – Proponente e concedente</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Assim, os proponentes e concedentes poderão firmar contratos de</p><p>repasse, convênios, termos de parceria, termos de cooperação ou termo</p><p>de fomento. As concedentes são responsáveis pela descentralização</p><p>dos créditos orçamentários, visando a execução do objeto proposto,</p><p>sendo que ambas possuem obrigações básicas que é a transparência e a</p><p>prestação de contas.</p><p>4. Convênios públicos</p><p>Para o Tribunal de Contas da União, convêniopode ser considerado um</p><p>instrumento que formaliza a relação entre um órgão ou entidade da</p><p>Administração Pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta,</p><p>ou ainda entidade filantrópica sem fins lucrativos na área da saúde (§1º</p><p>do art. 199 da CF/1988) com a União que disciplina as transferências de</p><p>recursos financeiros, oriundos dos orçamentos da União (BRASIL, 2016).</p><p>O intuito do convênio é a execução de programa de governo envolvendo</p><p>a realização de projeto, ou ainda uma atividade, bem como a prestação</p><p>de um serviço, ou ainda a aquisição de bens ou organização de evento</p><p>de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação. O projeto</p><p>contará com algumas fases, sendo:</p><p>29</p><p>• Proposição: quando é elaborada a proposta e esta é encaminhada</p><p>ao órgão responsável.</p><p>• Celebração e formalização a partir da publicação no Diário Oficial.</p><p>• Execução seguindo o plano e as normas orçamentárias.</p><p>• Prestação de contas, ou seja, é demonstrado onde os recursos</p><p>foram aplicados. Os passos para firmar um convênio, poderão ser</p><p>analisados por meio da Figura 9.</p><p>Figura 9- Fases do convênio</p><p>Fonte: Brasil (2020).</p><p>• Regularização (exposto no Quadro 1).</p><p>30</p><p>Quadro 1– Condições para celebração de convênio</p><p>Contas do exercício, relativas ao exercício anterior.</p><p>Relatório da execução orçamentária, publicadas até</p><p>30 (trinta) dias após o término do bimestre.</p><p>Relatório da gestão fiscal, publicado até 30 (trinta) dias após o quadrimestre.</p><p>Exercício da plena competência tributária,</p><p>demonstrativo da arrecadação tributária.</p><p>Fonte: Brasil (2016).</p><p>Um ponto bastante relevante é a condição de adimplência do ente que</p><p>pleiteia o convênio, bem como estar dentro dos limites propostos pela</p><p>Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal, sendo que para</p><p>que o convênio seja firmado, deverão ser considerados:</p><p>• Adimplência financeira com a União.</p><p>• Adimplência nas prestações de contas de convênios.</p><p>• Cumprir os limites constitucionais com educação e saúde.</p><p>• Observar os limites com as despesas públicas.</p><p>• Ter contrapartida para o referido convênio.</p><p>Contrapartida: é a parcela que o conveniado deverá dispor para que o</p><p>convênio seja firmado, devendo estar disposto por meio de previsão</p><p>orçamentária compatível com a sua capacidade financeira.</p><p>Foi possível conhecermos como funcionam as fontes de financiamento,</p><p>onde é possível, a partir da busca de recursos de transferências</p><p>voluntárias, órgãos e entidades privadas sem fins lucrativos podem</p><p>ser proponentes para a celebração de contratos e convênios com</p><p>as concedentes, sempre seguindo algumas regras, por exemplo, a</p><p>contrapartida.</p><p>31</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRASIL. Presidência da República. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe</p><p>sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário</p><p>aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília: D.O.U., 1966. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 12 jan.</p><p>2021.</p><p>BRASIL. Tribunal de Contas da União. Transferências</p><p>governamentais constitucionais. Brasília: TCU 2008. Disponível</p><p>em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.</p><p>jsp?fileId=8A8182A24D6E86A4014D72AC815C53B0&inline=1. Acesso em: 18 jan.</p><p>2021.</p><p>BRASIL. Tribunal de Contas da União. Convênios e outros repasses. 6 ed. Brasília:</p><p>Secretaria Geral de Controle Externo. 2016. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/</p><p>biblioteca-digital/convenios-e-outros-repasses-6-edicao-inclui-errata.htm. Acesso</p><p>em: 12 jan. 2021.</p><p>BRASIL.CGU. Portal da Transparência. Convênios e outros acordos. 2020.</p><p>Disponível em: https://portaldatransparencia.gov.br/convenios. Acesso em: 8 out.</p><p>2020.</p><p>MANHAS, Cleo. INESC. Entenda como funciona o financiamento da educação básica</p><p>no Brasil. INESC, Brasília, 5 de junho de 2019. Disponível em: https://www.inesc.org.</p><p>br/entenda-como-funciona-o-financiamento-da-educacao-basica-no-brasil/. Acesso</p><p>em: 10 out. 2020.</p><p>MORAES, Hugo A. R.de; BONIFÁCIO, Janielly N.da S. Transferências constitucionais:</p><p>uma análise da representatividade do fundo de participação dos municípios para</p><p>a região do alto oeste potiguar. Tekhnee Logos: Botucatu, v.7, n.2, ago./2016.</p><p>Disponível em: http://revista.fatecbt.edu.br/index.php/tl/article/view/399. Acesso</p><p>em: 12 jan. 2021.</p><p>RIBEIRO FILHO, José F.; DINIZ, Josedilton A.; VASCONCELOS, Marco T. C.</p><p>Comportamento da Receita Tributária em Municípios Localizados no Estado de</p><p>Pernambuco no contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal. UNB Contábil, Brasília,</p><p>v. 6, n. 1, 2003. Disponível em: https://revistacgg.org/index.php/contabil/article/</p><p>view/198. Acesso em:12 jan.2021.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm</p><p>https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A24D6E86A4014D72AC815C53B0&inline=1</p><p>https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A24D6E86A4014D72AC815C53B0&inline=1</p><p>https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/convenios-e-outros-repasses-6-edicao-inclui-errata.htm</p><p>https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/convenios-e-outros-repasses-6-edicao-inclui-errata.htm</p><p>https://portaldatransparencia.gov.br/convenios</p><p>https://www.inesc.org.br/entenda-como-funciona-o-financiamento-da-educacao-basica-no-brasil/</p><p>https://www.inesc.org.br/entenda-como-funciona-o-financiamento-da-educacao-basica-no-brasil/</p><p>http://revista.fatecbt.edu.br/index.php/tl/article/view/399</p><p>https://revistacgg.org/index.php/contabil/article/view/198</p><p>https://revistacgg.org/index.php/contabil/article/view/198</p><p>32</p><p>Elaboração de projetos</p><p>Autoria: Luciane Rosa de Oliveira</p><p>Leitura crítica: Veruska Evanir Pereira</p><p>Objetivos</p><p>• Entender o envio de proposta de convênio.</p><p>• Compreender a importância de um bom plano de</p><p>trabalho em um projeto.</p><p>• Aprender novas metodologias de elaboração de</p><p>projetos.</p><p>33</p><p>1. Envio de proposta de convênio</p><p>Independentemente de onde você mora, seu município e Estado</p><p>precisam de obras públicas. A saída das pessoas da zona rural para as</p><p>cidades é um fenômeno que deve ser considerado nas últimas décadas.</p><p>E essas pessoas precisam de saúde, educação para seus filhos, moradia,</p><p>esgoto, infraestrutura, ruas asfaltadas ou calçadas, iluminação, remédios</p><p>e exames na unidade de saúde.</p><p>Existem diretos garantidos pela Constituição Federal como saúde e</p><p>educação, que recebem recursos diretamente, porém, para os demais</p><p>tipos de demandas como moradia, infraestrutura, por exemplo, são</p><p>passíveis de execução de convênios por meio de projetos contemplados</p><p>com o plano de trabalho. Para entender o conceito de convênio, o</p><p>parágrafo 1º, inciso I, do Decreto n. 6.170 de 25 de julho de 2007</p><p>determina que convênio como instrumento tem como objetivo</p><p>disciplinar a transferência de recursos, desta forma podemos entender</p><p>na Figura 1 o seu conceito.</p><p>Figura 1 – Definição de convênio</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2007).</p><p>A partir do ano de 2020, o envio de proposta para a celebração de</p><p>convênios deverá ser feito via Sistema de Convênios (SINCONV) que já</p><p>vem sendo utilizada visando a transferência e agilidade de acesso aos</p><p>34</p><p>recursos públicos, bem como a transparência no uso destes recursos. O</p><p>SICONV é parte integrante da plataforma governamental Plataforma Mais</p><p>Brasil. Esta plataforma é mantida pelo Governo Federal foi criada para o</p><p>acompanhamento das políticas públicas, do uso dos recursos, visando,</p><p>assim uma gestão mais integrada e o bom uso dos recursos públicos, sendo</p><p>possível analisar a interface da Plataforma Mais Brasil por meio da Figura 2.</p><p>Figura 2 – Interface da Plataforma Mais Brasil</p><p>Fonte: Brasil (2020).</p><p>Essa integração entre o SICONV com a Plataforma Mais Brasil, visa</p><p>a transparência do uso dos recursos públicos, pois, a partir de uma</p><p>plataforma única é possível tanto um gestor, quanto um cidadão ter acesso</p><p>aos valores destinados a convênios, possibilitando, assim, a fiscalização do</p><p>uso do dinheiro público. Para o cadastramento de instituições que podem</p><p>ser públicas ou privadas, o cadastro no SICONV deverá conter:</p><p>• Para instituições públicas: nome, endereço da sede, endereço</p><p>eletrônico e número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas</p><p>Jurídicas (CNPJ), bem como endereço residencial do responsável que</p><p>assinará o instrumento.</p><p>35</p><p>• Para entidades privadas sem fins lucrativos: razão social,</p><p>endereço, endereço eletrônico, número de inscrição no CNPJ,</p><p>transcrição do objeto social da entidade atualizado, relação nominal</p><p>atualizada dos dirigentes da entidade, com endereço, número e órgão</p><p>expedidor da carteira de identidade e CPF de cada um deles.</p><p>Após o cadastramento do proponente é necessário planejar e organizar</p><p>a realização do projeto, por meio de um bom plano de trabalho que</p><p>contemple todas as especificidades do projeto. É neste momento</p><p>que o gestor deverá, com sua equipe, pensar em todos os detalhes</p><p>pertinentes ao projeto, visando o bom emprego dos recursos públicos e</p><p>o atendimento das demandas de sua população. Por isso, a importância</p><p>de um bom plano de trabalho em uma proposta de convênio.</p><p>2. A importância de um bom plano de trabalho</p><p>em um projeto</p><p>Um bom projeto para a criação de um convênio, passa por um bom</p><p>plano de trabalho, sendo que projeto é disciplinado pela Lei n. 8.6666,</p><p>de 1993, para a celebração de um convênio. Já um plano de trabalho</p><p>é um documento onde é definido como será executada a obra, como</p><p>funcionará o projeto em si, podendo definir como na Figura 3:</p><p>Figura 3 – Plano de trabalho</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Portanto, o plano de trabalho deverá conter descritos,</p><p>preferencialmente, de forma detalhada, a operacionalização do</p><p>36</p><p>convênio, de forma organizada contendo os seguintes itens que podem</p><p>ser analisados na Figura 4.</p><p>Figura 4 – Plano de trabalho</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2015).</p><p>Portanto, vamos detalhar cada uma das partes que contemplam um</p><p>plano de trabalho, começando com a justificativa.</p><p>2.1 Justificativa</p><p>A justificativa em um plano de trabalho é essencial pois, nesta etapa,</p><p>serão descritas as razões para a execução do convênio, sendo</p><p>necessário apresentar o problema e a eficácia das ações propostas.</p><p>Nesta parte, serão descritas a viabilidade social, econômica e financeira</p><p>do projeto demonstrando a as relevâncias para a comunidade, sendo</p><p>que Brasil (2015) sugere que a justificativa responda as</p><p>seguintes</p><p>perguntas:</p><p>37</p><p>Qual necessidade pública será atendida?</p><p>Qual o objeto?</p><p>O que se pretende fazer para solucionar o problema?</p><p>Quem serão os beneficiados?</p><p>Qual o resultado esperado?</p><p>Qual é o interesse recíproco das partes na execução do convênio? (BRASIL,</p><p>2015, p. 50)</p><p>Portanto, a justificativa será feita em forma de texto, com informações</p><p>e dados que deverão demonstrar a importância e relevância deste</p><p>projeto para a região, cidade ou Estado demonstrando, assim, que uma</p><p>demanda será atendida.</p><p>2.2 Objetivos</p><p>Os objetivos de um projeto serão divididos em geral e específicos,</p><p>sendo que o geral demonstrará o resultado esperado, contemplando,</p><p>de forma ampla, os benefícios que o proponente terá com a celebração</p><p>do convênio, além os resultados após a conclusão. Já os específicos,</p><p>conterão mais detalhes, demonstrando informações como as</p><p>necessidades, local, período entre outras.</p><p>2.3 Beneficiários</p><p>Os beneficiários são o público-alvo que o projeto visa atender, ou seja,</p><p>a população, sendo que se sugere o detalhamento do perfil desta, com</p><p>informações como:</p><p>• Gênero.</p><p>• Renda.</p><p>• Escolaridade.</p><p>• Faixa etária.</p><p>38</p><p>Outro ponto relevante é mensurar, tanto os beneficiários diretos</p><p>(aqueles que de forma direta serão beneficiados) com o projeto, quanto</p><p>os indiretos (aqueles que indiretamente serão contemplados).</p><p>2.4 Metodologia</p><p>A metodologia se refere à descrição da forma, técnica em que o projeto</p><p>será realizado, assim, ela deverá conter métodos, técnicas e instrumentos</p><p>para a execução, considerando as obrigações legais para tal.</p><p>2.5 Capacidades</p><p>Um ponto extremamente relevante do plano de trabalho são as</p><p>capacidades necessárias para a realização, sendo elas a capacidade</p><p>técnica e gerencial e a capacidade técnica dos fornecedores:</p><p>• Capacidade técnica gerencial: para que o objetivo seja alcançado</p><p>é essencial uma equipe que atenda às necessidades do projeto.</p><p>Portanto, a capacidade técnica é a descrição no plano de trabalho,</p><p>dos profissionais que irão atuar desde o planejamento até na</p><p>execução do projeto e sua prestação de contas, que poderá ser</p><p>comprovada com o histórico das suas ações (experiência anterior)</p><p>ou, ainda, com declaração de qualificação que contempla dados,</p><p>como descrito na Figura 5.</p><p>Figura 5 – Qualificação</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>• Capacidade de equipe técnica de fornecedores: neste item,</p><p>deverá ser discriminado no caso dos serviços, os profissionais</p><p>que irão atuar no projeto. No caso de materiais, os fornecedores</p><p>39</p><p>dos produtos, respeitando a lei das licitações e ainda o Decreto nº</p><p>5.5.4/2005, que rege sobre a exigência de pregão, bem como as</p><p>contratações de serviços e bens comuns.</p><p>2.6 Cronogramas</p><p>Os cronogramas de um projeto deverão ser de duas formas, em que</p><p>um serão organizados os prazos referentes às metas do projeto, com as</p><p>ações desenvolvidas, e outro com os desembolsos financeiros. Assim,</p><p>podemos dizer que os cronogramas devem ser:</p><p>• Cronograma de metas: as metas são as ações que visam atender</p><p>o objetivo proposto, por meio do planejamento temporal das</p><p>ações que podem ser analisadas na Figura 6.</p><p>Figura 6 – Cronograma de metas</p><p>Fonte: Brasil (2020).</p><p>Portanto, devem considerar o tempo em seu planejamento, podendo</p><p>ser utilizada a ferramenta SMART, que determina que a meta deve ser</p><p>específica, mensurável, atingível, relevante e temporal. O anagrama</p><p>pode ser visto na Figura 7.</p><p>40</p><p>Figura 7 – Meta SMART</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>• Cronograma de desembolso: já este cronograma, demonstra</p><p>quanto será investido em cada período determinado, auxiliando,</p><p>assim, no planejamento financeiro do projeto.</p><p>2.7 Plano detalhado da aplicação da despesa</p><p>Os projetos terão despesas, valores que serão empregados para que o</p><p>objetivo seja alcançado. Desta forma, alguns questionamentos devem</p><p>ser feitos para essa detalharão sendo eles apontados no manual dos</p><p>convênios, sendo:</p><p>Qual o valor necessário para a implementação do projeto?</p><p>Valor global?</p><p>Qual será o valor do repasse?</p><p>Número de parcelas?</p><p>Qual a natureza das despesas?</p><p>Valor Unitário?</p><p>Qual será o valor da contrapartida (quando houver)?</p><p>Como será aplicado o valor da contrapartida?</p><p>Número de parcelas? Ÿ Relação de bens e serviços etc. (BRASIL, 2015, p. 56)</p><p>41</p><p>O projeto, em seu encerramento, poderá conter outros documentos</p><p>pertinentes ao plano de trabalho que poderão ser anexados, tais como</p><p>mapas, currículo dos profissionais, fotos e orçamentos.</p><p>IMPORTANTE: nos casos em que o objeto for aquisição de bens ou</p><p>prestação de serviço, o termo de referência deverá ser anexado para a</p><p>avaliação dos custos do projeto e ainda seus respectivos orçamentos.</p><p>Esse termo, contará com a definição dos produtos e prazo de execução.</p><p>Em caso de obras, deva ter o projeto básico que é definido pela Lei nº</p><p>8.666 de 21 de junho de 1993 (BRASIL, 1993).</p><p>Figura 8 – Projeto básico</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>3. Novas metodologias para planejamento e</p><p>elaboração de projetos</p><p>O bom planejamento de um órgão público é essencial para que os</p><p>planos saiam do papel e se tornem realidade. No Brasil, o sistema de</p><p>convênio foi criado para facilitar, agilizar os processos de celebração de</p><p>convênios e ainda para uma maior transparência do uso do dinheiro</p><p>público. Porém, existem ferramentas de gestão que podem ser utilizadas</p><p>no planejamento do atendimento das necessidades da população,</p><p>na captação de recursos e no planejamento, sendo alguns deles o</p><p>planejamento estratégico e a ferramenta 5W2H. Vejamos a seguir.</p><p>42</p><p>3.1 Planejamento estratégico</p><p>O planejamento estratégico é uma ferramenta que visa a análise da</p><p>instituição, que pode ser analisado seu fluxo na Figura 9.</p><p>Figura 9 – Planejamento estratégico</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>O planejamento estratégico é uma análise da posição atual do órgão,</p><p>suas necessidades com base na missão (razão de ser) e na visão (onde</p><p>quer chegar), com base em uma análise ambiental, em que serão</p><p>verificados o ambiente interno e externo. O ambiente interno, verificará</p><p>os pontos fortes e fracos do órgão, e a análise externa verificará as</p><p>oportunidades e ameaças.</p><p>43</p><p>Após esta análise são definidos os objetivos de médio e longo prazo,</p><p>ou seja, quais os objetivos que o órgão possui, quem ele pretende</p><p>atender. Esses objetivos são quantificados pelas metas, que devem ser</p><p>especificas, mensuráveis, temporais, alcançáveis. Com base nas metas,</p><p>são definidos os orçamentos necessários, ou seja, como serão realizados</p><p>os objetivos, quais os recursos necessários e, assim, com base nestes</p><p>dados, são captados os recursos.</p><p>3.2 Ferramenta 5W2H</p><p>A ferramenta 5W2H, busca operacionalizar os processos na elaboração</p><p>dos projetos com base em cinco perguntas que podem ser analisadas na</p><p>Figura 10.</p><p>Figura 10 – Desenho da metodologia 5W2H</p><p>Fonte: adaptada de Verissimo (2017).</p><p>44</p><p>Esta ferramenta busca, a partir das respostas aos questionamentos,</p><p>auxiliar, de forma organizada, como pode ser o planejamento do</p><p>projeto, e ainda: demonstrar uma visão do todo, pois analisa diferentes</p><p>aspectos como:</p><p>• O que: o que será feito? Quais os objetivos este projeto visa</p><p>alcançar? Quais as suas etapas e fases?</p><p>• Onde: refere-se ao local; onde será realizado o projeto? Qual o</p><p>contexto? Qual a demanda do local?</p><p>• Quando: refere-se ao tempo, quais os cronogramas de metas e</p><p>de desembolso necessários para que o projeto seja planejado e</p><p>executado</p><p>• Quanto: qual o valor do projeto, quanto será necessário ser</p><p>desembolsado? Quais as quantidades necessárias e custos.</p><p>• Como: quais os métodos utilizados? Quais atividades serão</p><p>realizadas? Quais as necessidades serão contempladas?</p><p>• Quem: refere-se aos recursos humanos utilizados, pois analisa</p><p>quem será a equipe. Quais as principais funções?</p><p>• E porque: qual a justificativa do projeto? Quais os benefícios e</p><p>resultados esperados com a ação?</p><p>A respostas destas perguntas, auxiliarão ao gestor no seu planejamento</p><p>de ações de médio e longo prazo, a fim de atender as necessidades de</p><p>sua comunidade respondendo, positivamente,</p><p>aos seus anseios.</p><p>Neste material, foi possível compreender como são enviadas as</p><p>propostas de convênios, entendendo que a partir de 2020, o Sistema</p><p>de Convênio faz parte da Plataforma Mais Brasil, que visa a agilidade e</p><p>transparência na destinação dos recursos públicos. Ainda no segundo</p><p>tema, foi possível compreender os passos para elaboração de um plano</p><p>45</p><p>de trabalho e suas especificidades e, ainda entender a importância de</p><p>um bom plano de trabalho. Por fim, no último foi possível conhecer</p><p>novas metodologias de elaboração de projetos públicos, a partir de</p><p>ferramentas utilizadas na gestão de empresas privadas que tem tomado</p><p>espaço em empresas públicas, visando a eficiência e eficácia dos</p><p>processos.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRASIL. Decreto n. 6.170, de 25 de julho de 2007. Dispõe sobre as normas</p><p>relativas às Transferências de recursos da União mediante convênios e contratos</p><p>de repasse, e dá outras providências. Brasília: D.O.U., 2007. Disponível em: https://</p><p>www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/decretos/decreto-no-6-</p><p>170-de-25-de-julho-de-2007#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20</p><p>relativas,repasse%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso</p><p>em: 13 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da</p><p>Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração</p><p>Pública e dá outras providências. Brasília: D.O.U., 1993. Disponível em: http://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 13 jan. 2021.</p><p>ANDRADE, Marina S. de P. M. G. de. Manual de elaboração de projetos e</p><p>execução de convênios. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional do</p><p>Consumidor, 2015. Disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-direitos/</p><p>consumidor/Anexos/manual-de-convenios. Acesso em: 13 jan. 2021.</p><p>FRIENDS. Meta S.M.A.R.T.: saia como fazer uma meta inteligente. Friends, [s.l.], 15</p><p>de janeiro, 2019. Acesso em: 23 out. 2020. Disponível em: https://www.friendslab.</p><p>co/o-que-e-meta-smart. Acesso em: 13 jan. 2021.</p><p>VERISSIMO, Glaucia. Simplifique sua gestão de processos com a metodologia 5w2h!.</p><p>UVAGP, [s.l.], 30 de março de 2017. Disponível em https://uvagpclass.wordpress.</p><p>com/2017/03/30/simplifique-sua-gestao-de-processos-com-a-metodologia-5w2h/.</p><p>Acesso em: 23 out. 2020.</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/decretos/decreto-no-6-170-de-25-de-julho-de-2007#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20relativas,repasse%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/decretos/decreto-no-6-170-de-25-de-julho-de-2007#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20relativas,repasse%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/decretos/decreto-no-6-170-de-25-de-julho-de-2007#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20relativas,repasse%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/legislacao-geral/decretos/decreto-no-6-170-de-25-de-julho-de-2007#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20normas%20relativas,repasse%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm</p><p>https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/Anexos/manual-de-convenios</p><p>https://www.justica.gov.br/seus-direitos/consumidor/Anexos/manual-de-convenios</p><p>https://www.friendslab.co/o-que-e-meta-smart</p><p>https://www.friendslab.co/o-que-e-meta-smart</p><p>https://uvagpclass.wordpress.com/2017/03/30/simplifique-sua-gestao-de-processos-com-a-metodologia-5w2h/</p><p>https://uvagpclass.wordpress.com/2017/03/30/simplifique-sua-gestao-de-processos-com-a-metodologia-5w2h/</p><p>46</p><p>Fontes específicas e prestação de</p><p>contas</p><p>Autoria: Luciane Rosa de Oliveira</p><p>Leitura crítica: Veruska Evanir Pereira</p><p>Objetivos</p><p>• Entender como ocorre a captação de recursos por</p><p>emendas e outras formas.</p><p>• Compreender o processo de execução do projeto.</p><p>• Aprofundar sobre prestação de contas.</p><p>47</p><p>1. Captação de recursos por emendas</p><p>parlamentares e outras formas</p><p>Uma das formas conhecidas de captação de recursos é por meio de</p><p>emendas parlamentares impositivas que são valores assegurados na</p><p>Constituição Federal de 1988 para que os parlamentares do Legislativo</p><p>(deputados e senadores) possam atender as necessidades de sua base</p><p>eleitoral. Portanto, de acordo com a Plataforma Mais Brasil, consideram</p><p>emendas parlamentares impositivas como descrito na Figura 1:</p><p>Figura 1 – Definição de emendas individuais</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2020).</p><p>Ainda na Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu art. 166, parágrafo</p><p>nono, propõe que as emendas serão aprovadas na Lei Orçamentária</p><p>Anual, seguindo o limite de 1,2% da receita corrente líquida prevista,</p><p>sendo que a metade deverá ser destinada a serviços que atendam às</p><p>necessidades de saúde pública.</p><p>Em 1º de janeiro de 2020, a Constituição Federal teve uma</p><p>modificação em seu art. 166 por meio de uma Emenda Constitucional</p><p>que determina que as emendas individuais impositivas poderão</p><p>utilizar de recursos a Estados, Distrito Federal ou ainda municípios,</p><p>representados na Figura 2:</p><p>48</p><p>Figura 2 – Emendas impositivas</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2019).</p><p>A transferência especial, não necessitará de convênio, pois não terá</p><p>uma destinação específica. Já a transferência com finalidade definida</p><p>será aquela que atenderá a uma demanda preestabelecida. Estes</p><p>recursos, portanto, por se tratar de Emendas Individuais, não integrarão</p><p>as receitas, e, também, não entrarão nos cálculos relativos aos limites</p><p>impostos nas despesas de pessoal ou ainda de endividamento. Porém,</p><p>ficam vedados os pagamentos a despesas com pessoal e pagamento de</p><p>encargos ao serviço da dívida, sendo que no § 2º, fica determinado que:</p><p>I. serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado,</p><p>independentemente de celebração de convênio ou de instrumento</p><p>congênere;</p><p>II. pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira;</p><p>e</p><p>III. serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência</p><p>do Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto</p><p>no § 5º deste artigo. (BRASIL, 2019)</p><p>Ainda no § 3º fica determinado que o convenente, ou seja, o beneficiado,</p><p>com a transferência especial, deverá firmar contratos de cooperação</p><p>técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução</p><p>orçamentária na aplicação dos recursos.</p><p>Com relação à finalidade, será vinculado a programação estabelecida na</p><p>emenda, e sua aplicação se dará na área de competência constitucional</p><p>da União, sendo que pelo menos 70% deverá ser aplicado em despesas</p><p>de capital dos projetos apresentados.</p><p>49</p><p>Vamos ao exemplo do ano de 2020, sendo um ano bastante atípico</p><p>devido à crise sanitária causada pelo Coronavírus. Mesmo assim,</p><p>as emendas parlamentares foram distribuídas em 7078 emendas</p><p>impositivas, sendo que os valores foram empenhados, e que apenas</p><p>uma parte foi paga como pode ser analisado no Quadro 1:</p><p>Quadro1 – Emendas impositivas em 2020</p><p>Ano Empenhados Pagos Número de emendas</p><p>2020 22,41 bilhões 12,92 bilhões 7078</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2020).</p><p>Lembre-se que o dinheiro aplicado nas emendas parlamentares é da</p><p>receitas da União, ou seja, advindas do pagamento dos impostos e que</p><p>são realizadas as transferências voluntárias. Portanto, a destinação deveria</p><p>atender as necessidades de saúde, pois metade dos valores devem ser</p><p>destinados a essa pasta sendo que os valores pagos em 2020 de acordo</p><p>com o Portal de Transparência podem ser analisados no Gráfico 1.</p><p>Gráfico 1 – Emendas Parlamentares Impositivas 2020</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2020).</p><p>Como pode ser analisado no Gráfico 1, o maior percentual de emendas</p><p>parlamentares individuais foi destinado para a saúde, com 44,82%</p><p>50</p><p>dos valores, sendo que projetos de urbanismo, educação, transportes</p><p>e outros também foram áreas em que as emendas parlamentares</p><p>individuais foram destinadas no</p><p>ano de 2020, como visto.</p><p>2. Execução do convênio</p><p>A execução do convênio, assim como a sua celebração, precisará atentar</p><p>a detalhes que são essenciais para o bom uso dos recursos públicos.</p><p>Cabe ao gestor entender que todas as ações dentro do setor público,</p><p>devem ser de acordo com a lei, diferente de uma empresa privada que</p><p>deverá fazer o que a lei não proibir.</p><p>Para a execução dos convênios todos os processos devem ser</p><p>cadastrados no sistema de convênios, pois, logo após a realização dos</p><p>registros, será possível que o próprio sistema gere um relatório. Assim,</p><p>podemos ver os processos conforme a Figura 3.</p><p>Figura 3 – Registros no Siconv da execução do projeto</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2013).</p><p>Desta forma, todos os processos dentro de um projeto, na sua execução,</p><p>devem ser cadastrados junto ao sistema, assim sendo eles, de acordo</p><p>com o manual do sistema de convênios (BRASIL, 2013):</p><p>51</p><p>• Processo de compras.</p><p>• Contratos.</p><p>• Documentos de liquidações.</p><p>• Pagamentos.</p><p>• Ingressos de recursos.</p><p>• Geração dos relatórios de execução físico financeira.</p><p>A Lei Complementar n. 131 de 2009 foi criada visando a transparência</p><p>do uso dos recursos públicos. Desta forma, a internet tornou-se</p><p>uma aliada com o sistema de convênios, pois agora conta com um</p><p>site/plataforma on-line onde possui todos os dados referentes às</p><p>receitas, despesas, programas ações e projetos. Neste mesmo site,</p><p>todos os gastos, transferências e o andamento dos projetos podem</p><p>ser acessados, analisados via sistema, sendo possível, ainda, verificar</p><p>a eficiência e eficácia da destinação dos recursos públicos, tendo</p><p>sempre em vista um bom atendimento da população a partir dos</p><p>serviços públicos.</p><p>3. Prestação de contas</p><p>Um convênio é essencial para o desenvolvimento de projetos por meio</p><p>de uma transferência voluntária de recursos. Ele deve seguir um fluxo</p><p>começando quando é firmado, entre o proponente e a concedente, com</p><p>as respectivas responsabilidades estipuladas.</p><p>Após a aprovação de um projeto e a entrega da documentação, ele é</p><p>executado e, em seguida, é realizada a prestação de contas, conforme</p><p>pode ser analisado no fluxo da Figura 4.</p><p>52</p><p>Figura 4 – Fluxo de um convênio</p><p>Fonte: elaborada pelo autor.</p><p>A prestação de contas, portanto, será feita pelo proponente no sistema do</p><p>Siconv, sendo que neste documento será indicado onde foram alocados</p><p>os recursos demonstrando, assim, a importância e cuidado em todo o</p><p>processo de execução, com a perfeita guarda de documentos, e ainda a</p><p>obediência aos preceitos legais, conforme fluxo proposto na Figura 5.</p><p>Figura 5 – Fluxo de um convênio</p><p>Fonte: Brasil (2013, p. 4).</p><p>Assim, é possível notar que a prestação de contas começa durante</p><p>todo o processo de execução de um projeto. Mas, afinal, o que é uma</p><p>53</p><p>prestação de contas? Para a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988)</p><p>em seu art. 70, com base que as fontes das receitas advindas do Poder</p><p>Público emanam do pagamento dos tributos do povo assim consideram</p><p>que:</p><p>Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que</p><p>utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores</p><p>públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma</p><p>obrigações de natureza pecuniária. (BRASIL, 1988, [s.p.])</p><p>Portanto, todo o processo no Sistema de convênios Siconv, deverá</p><p>obedecer a critérios pré-definidos, sendo que tanto convenente quanto</p><p>o concedente terão suas obrigações.</p><p>3.1 Obrigações do convenente junto ao Siconv</p><p>Em um convênio, o convenente, ou seja, quem vai receber os recursos,</p><p>pode ser:</p><p>• Órgão ou entidade da administração pública estadual direta ou</p><p>indireta.</p><p>• Órgão ou entidade da Administração Pública distrital direta ou</p><p>indireta.</p><p>• Órgão ou entidade da Administração Pública municipal direta ou</p><p>indireta.</p><p>• Entidades privadas sem fins lucrativos.</p><p>Portanto, esta concedente, após a formalização do convênio e no</p><p>período de execução, deverá seguir as obrigações o registro de todas</p><p>as atividades de execução realizadas, iniciando com o registro da</p><p>contrapartida, e registrando toda a execução do projeto conforme é</p><p>apresentado no fluxo na Figura 6.</p><p>54</p><p>Figura 6 – Fluxo de execução de um convênio</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2013).</p><p>Como o uso dos recursos será da concedente, é advindo de receitas</p><p>públicas, todo o processo de obras, serviços, publicidade, compras,</p><p>alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública</p><p>deverão passar por licitação deverá ser registrado no Siconv. Assim,</p><p>a Lei n. 8.666 de 1993 (BRASIL, 1993), determina que a licitação é um</p><p>processo legal que busca garantir a escolha da opção mais vantajosa</p><p>para a administração, seguindo os preceitos legais, conforme pode ser</p><p>analisado no art. 3, da Lei das Licitações.</p><p>Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio</p><p>constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa</p><p>para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional</p><p>sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com</p><p>os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,</p><p>da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação</p><p>ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são</p><p>correlatos. (BRASIL, 1993, [s.p.])</p><p>Portanto, a licitação deverá seguir os preceitos legais e ser cadastrada</p><p>junto ao SICONV. Após a escolha do fornecedor/prestador do serviço,</p><p>por meio da licitação, caberá a celebração do contrato entre o</p><p>órgão e a convenente. O contrato deverá seguir as regras das</p><p>despesas públicas sendo descrito na Figura 7, sendo que o contrato</p><p>será empenhado, em que é criada um pagamento a uma despesa,</p><p>liquidado onde é feita uma verificação e, posteriormente, realizado o</p><p>pagamento.</p><p>55</p><p>Figura 7 – Fases da despesa pública</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2020).</p><p>Portanto, a função do convenente é registrar todo o processo, visando</p><p>demonstrar a aplicação do recurso, a partir de relatórios de execução</p><p>física financeira, e ao final do processo, faz o envio da prestação de</p><p>contas, que são enviadas via SICONV para a análise.</p><p>3.2 Obrigações do concedente junto ao Siconv</p><p>No convênio, a concedente tem a função de repassar os recursos para o</p><p>convenente portanto a concedente pode ser:</p><p>• Órgão da Administração Pública federal direta.</p><p>• Autarquias.</p><p>• Fundações públicas.</p><p>• Empresas públicas.</p><p>• Sociedades de economia mista.</p><p>56</p><p>A concedente terá como função acompanhar e fiscalizar o bom uso dos</p><p>recursos públicos, analisando os seguintes documentos que estarão</p><p>dispostos via sistema de convênios:</p><p>• Análise dos registros realizados pelo convenente.</p><p>• Análise dos relatórios físico-financeiros.</p><p>• Relatório das vistorias (analisando o andamento da obra; serviço,</p><p>se estão de acordo com o prazo estipulado no cronograma do</p><p>plano de trabalho que foi apresentado na celebração do convênio).</p><p>• Analisar a prestação de contas, se estão de acordo com todos os</p><p>documentos e seguindo os preceitos legais das licitações.</p><p>A partir de todas essas análises da prestação de contas, caberá</p><p>ao Tribunal de Contas da União (TCU) realizar a fiscalização dos</p><p>documentos visando o bom uso dos recursos públicos.</p><p>Figura 8 – Trecho</p><p>Fonte: adaptada de Brasil (2020).</p><p>Portanto, para a eficácia e eficiência do bom uso dos recursos, caberá</p><p>ao gestor escolher uma equipe que contenha os conhecimentos</p><p>necessários para a solicitação de pedidos de recursos, e ainda a</p><p>realização de todo o processo de formalização, celebração, execução e</p><p>prestação de contas de um convênio.</p><p>57</p><p>Sabemos que o interesse de muitos gestores é fazer muitas ações</p><p>em seus municípios e Estados, porém, como os recursos são muito</p><p>escassos, é necessário a busca de recursos além dos próprios e do</p><p>Fundo de Participação dos Municípios e/ou Fundo de Participação dos</p><p>Estados.</p><p>Porém, um ponto bastante relevante é a eficiência e eficácia do uso</p><p>desses recursos. É preciso pessoas certas nos locais certos, para a</p><p>captação de recursos, execução e prestação de</p><p>contas.</p><p>A não prestação de contas de um órgão fará com que o gestor</p><p>responda civil, penal e criminalmente por improbidade um órgão</p><p>seja penalizado com a entrar no cadastro de inadimplência do SIAFI</p><p>(Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal).</p><p>Este apresenta-se como um sistema informatizado para processamento</p><p>e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial dos</p><p>órgãos da Administração Pública federal direta e indireta), e ainda</p><p>a impossibilidade de celebrar novos convênios. Não obstante, o</p><p>CAUC é um serviço que disponibiliza informações acerca da situação</p><p>de cumprimento de requisitos fiscais necessários à celebração de</p><p>instrumentos para transferência de recursos do Governo Federal, pelos</p><p>entes federativos, seus órgãos e entidades, e pelas organizações da</p><p>sociedade civil (OSC).</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRASIL. Emenda Constitucional nº 105, de 12 de dezembro de 2019. Acrescenta o</p><p>art. 166-A à Constituição Federal, para autorizar a transferência de recursos federais</p><p>a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios [...]. Brasília: D.O.U., 2019. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc105.htm.</p><p>Acesso em:13 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil</p><p>de 1988. Brasília: D.O.U., 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 jan. 2021.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc105.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>58</p><p>BRASIL. Ministério do Planejamento Orçamento e gestão. Prestação de contas.</p><p>perfil convenente e concedente. Manual do usuário. 2013. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/manuais-e-cartilhas/arquivos-</p><p>e-imagens/Prestacao_de_Contas_Convenente_Concedente_Dezembro2013.pdf.</p><p>Acesso em: 13 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da</p><p>Constituição Federal, institui [...]. Brasília: D.O.U., 1993. Disponível em: http://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 13 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Controladoria Geral da União. Portal da Transparência. Execução da</p><p>despesa pública. [...]. Disponível em: http://www.portaltransparencia.gov.br/</p><p>entenda-a-gestao-publica/execucao-despesa-publica. Acesso em: 29 out. 2020.</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/manuais-e-cartilhas/arquivos-e-imagens/Prestacao_de_Contas_Convenente_Concedente_Dezembro2013.pdf</p><p>https://www.gov.br/plataformamaisbrasil/pt-br/manuais-e-cartilhas/arquivos-e-imagens/Prestacao_de_Contas_Convenente_Concedente_Dezembro2013.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm</p><p>http://www.portaltransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/execucao-despesa-publica</p><p>http://www.portaltransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/execucao-despesa-publica</p><p>BONS ESTUDOS!</p><p>Sumário</p><p>Captação de recursos públicos e planejamento orçamentário</p><p>Objetivos</p><p>1. Planejamento governamental</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Fontes de financiamento e conceitos básicos</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. Fontes de financiamento</p><p>3. Contratos públicos</p><p>4. Convênios públicos</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Elaboração de projetos</p><p>Objetivos</p><p>1. Envio de proposta de convênio</p><p>2. A importância de um bom plano de trabalho em um projeto</p><p>3. Novas metodologias para planejamento e elaboração de projetos</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Fontes específicas e prestação de contas</p><p>Objetivos</p><p>1. Captação de recursos por emendas parlamentares e outras formas</p><p>2. Execução do convênio</p><p>3. Prestação de contas</p><p>Referências Bibliográficas</p>

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