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<p>Conceitulização Cognitiva</p><p>Aluna: Silvina Rodrigues de Oliveira</p><p>1. DADOS GERAIS</p><p>Nome: Sueli</p><p>Data de início do atendimento: agosto de 2006</p><p>Frequência das sessões: semanais</p><p>Número de sessões realizadas: 29 sessões</p><p>Sexo: feminino</p><p>Identidade de gênero:</p><p>Orientação sexual: heterossexual</p><p>Idade: 56</p><p>Escolaridade: ensino superior completo</p><p>Profissão (área geral de atuação): supervisora chefe do setor de vacina do hospital.</p><p>Outros profissionais de saúde que atendem o paciente (área de atuação/ especialidade/ motivo): outros psicólogos.</p><p>2. MOTIVO DA BUSCA DE ATENDIMENTO:</p><p>Paciente buscou ajuda psicológica devido ao Transtorno Obsessivo-compulsivo.</p><p>3. O QUE O PACIENTE ESPERA ALCANÇAR COM A TERAPIA:</p><p>Melhor qualidade de vida, resolução de conflitos e tratamento do TOC.</p><p>4. DADOS RELEVANTES DA HISTÓRIA PREGRESSA (infância, adolescência, vida familiar, social, profissional, histórico dos sintomas)</p><p>· Família pouco afetuosa;</p><p>· Culpa pelo falecimento do irmão na infância;</p><p>· Isolamento social desde a infância por ser considerada diferente;</p><p>· Perfeccionismo excessivo;</p><p>· Vitima de Bullying;</p><p>· Comportamentos agressivos;</p><p>· Vitima de abuso sexual intrafamiliar na adolescência;</p><p>· Entrou para o convento aos 16 anos, saindo após 2 anos;</p><p>· Depressão e Ideação suicida;</p><p>· Dificuldade em relações amorosas.</p><p>5. DADOS RELEVANTES DA HISTÓRIA ATUAL (situação familiar, relacionamentos, vida social, vida profissional, estressores x consequências e diagnósticos anteriores)</p><p>Paciente de 56 anos é solteira, católica praticante, mora sozinha a 6 anos, após o falecimento dos pais e tem pouco contato interpessoal. Formou-se em enfermagem, mas atua com supervisora chefe do setor de vacinação de um hospital. Paciente buscou ajuda profissional devido ao seu diagnóstico de TOC desde a infância e compulsão por compras. Queixo-se ainda de problemas com colecionismos excessivo por objetos fora do comum. Ajuda a irmã a cuidar de sua sobrinha e desejo por adotar uma criança.</p><p>6. HISTÓRICO FAMILIAR (TRANSTORNOS MENTAIS E FATOS RELEVANTES)</p><p>Família pouco afetuosa.</p><p>7. DADOS COMPLEMENTARES (medicamentos atuais e do passado, uso de entorpecentes, doenças não psiquiátricas e outras informações importantes não citadas acima)</p><p>Já fez psicoterapia apresentando evoluções, participou de grupos religiosos.</p><p>8. PONTOS FORTES</p><p>Mostra-se animada e motivada para o processo psicoterapêutico. É sempre pontual.</p><p>9. HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS</p><p>Transtorno Obsessivo-compulsivo, com insight bom ou razoável, comórbido a traços de estresse pós-traumático.</p><p>10. DIAGNÓSTICO DIFERÊNCIAL</p><p>Transtornos de ansiedade:</p><p>Pensamentos recorrentes, comportamentos de esquiva e solicitações repetitivas de tranquilização também podem ocorrer nos transtornos de ansiedade. Entretanto, os pensamentos recorrentes que estão presentes no transtorno de ansiedade generalizada (i.e., preocupações) são geralmente relacionados a preocupações da vida real, enquanto as obsessões do TOC não costumam envolver preocupações da vida real e podem incluir conteúdo estranho, irracional ou de natureza aparentemente mágica; além disso, as compulsões frequentemente estão presentes e em geral são ligadas às obsessões. Assim como os indivíduos com TOC, aqueles com fobia específica podem ter uma reação de medo a objetos ou situações específicas; no entanto, na fobia específica, o objeto temido está geralmente muito mais circunscrito, e os rituais não estão presentes. No transtorno de ansiedade social (fobia social), os objetos ou situações temidas estão limitados às interações sociais, e a esquiva ou busca de tranquilização é focada na redução desse medo social.</p><p>Transtorno depressivo maior:</p><p>O TOC pode ser diferenciado da ruminação do transtorno depressivo maior, no qual os pensamentos são geralmente congruentes com o humor e não necessariamente experimentados como intrusivos ou angustiantes; além disso, as ruminações não estão ligadas a compulsões, como é típico no TOC.</p><p>Outros transtornos obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados:</p><p>No transtorno dismórfico corporal, as obsessões e compulsões estão limitadas a preocupações acerca da aparência física, e, na tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo), o comportamento compulsivo está limitado a arrancar os cabelos na ausência de obsessões. Os sintomas do transtorno de acumulação focam exclusivamente na dificuldade persistente de descartar ou dispor dos pertences, no sofrimento acentuado associado ao descarte de itens e na acumulação excessiva de objetos. No entanto, se um indivíduo tem obsessões típicas de TOC (p. ex., preocupações acerca de incompletude ou danos), e essas obsessões conduzem a comportamentos compulsivos de acumulação (p. ex., adquirindo todos os objetos de um conjunto para alcançar uma sensação de completude ou não descartar jornais velhos porque eles podem conter informações que poderiam evitar danos), um diagnóstico de TOC deve ser dado.</p><p>Transtornos alimentares:</p><p>O TOC pode ser diferenciado da anorexia nervosa na medida em que no TOC as obsessões e compulsões não estão limitadas a preocupações acerca do peso e dos alimentos.</p><p>Tiques (no transtorno de tique) e movimentos estereotipados:</p><p>Um tique é um movimento motor ou vocalização súbito, rápido, recorrente e não rítmico (p. ex., piscar os olhos, pigarrear). Um movimento estereotipado é um comportamento motor repetitivo, aparentemente impulsivo, não funcional (p. ex., bater a cabeça, balançar o corpo, morder a si mesmo). Os tiques e os movimentos estereotipados são geralmente menos complexos do que as compulsões e não visam neutralizar as obsessões. Entretanto, a distinção entre tiques e compulsões complexos pode ser difícil. Enquanto as compulsões costumam ser precedidas por obsessões, os tiques são, com frequência, precedidos por impulsos sensoriais premonitórios. Alguns indivíduos têm sintomas de TOC e transtorno de tique, em cujo caso ambos os diagnósticos devem ser indicados.</p><p>Transtornos psicóticos:</p><p>Alguns indivíduos com TOC têm insight pobre ou mesmo crenças de TOC delirantes. Contudo, eles têm obsessões e compulsões (distinguindo sua condição do transtorno delirante) e não têm outras características de esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo (p. ex., alucinações ou transtorno do pensamento formal).</p><p>Outros comportamentos do tipo compulsivo:</p><p>Certos comportamentos são ocasionalmente descritos como “compulsivos”, incluindo comportamento sexual (no caso das parafilias), jogo (i.e., transtorno do jogo) e uso de substância (p. ex., transtorno por uso de álcool). No entanto, tais comportamentos diferem das compulsões do TOC, pois a pessoa costuma obter prazer com a atividade e pode ter desejo de resistir à sua execução apenas em razão de suas consequências prejudiciais.</p><p>Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva:</p><p>Embora o transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva e o TOC tenham nomes semelhantes, suas manifestações clínicas são bem diferentes. O transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva não é caracterizado por pensamentos intrusivos, imagens ou impulsos ou por comportamentos repetitivos que são executados 242 Transtorno Obsessivo-compulsivo e Transtornos Relacionados em resposta a essas intrusões; em vez disso, ele envolve um padrão mal-adaptativo duradouro e disseminado de perfeccionismo excessivo e controle rígido. Se um indivíduo manifesta sintomas de TOC e transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, ambos os diagnósticos podem ser dados.</p><p>10. FOCOS DO TRATAMENTO (foco, técnicas e estratégias utilizadas e andamento )</p><p>Primeira etapa</p><p>Questionário de sintomas de TOC;</p><p>Aplicação da Escala Y-BOCS;</p><p>Dependendo da gravidade dos sintomas do TOC, realizar o encaminhamento para o psiquiatra;</p><p>Psicoeducação sobre o modelo cognitivo e a natureza do TOC.</p><p>Segunda etapa</p><p>Questionamento socrático;</p><p>Automonitoramento;</p><p>Caixa das distorções cognitivas;</p><p>Seta descendente;</p><p>Técnica das duas alternativas;</p><p>Terceira etapa</p><p>Exposição gradual;</p><p>Prevenção de respostas e rituais;</p><p>Analise de custo e benefícios do TOC;</p><p>Prevenção a recaída.</p><p>Diagrama de Conceituação Cognitiva</p><p>Dados relevantes da infância</p><p>Seus pais eram pouco afetuosos, é a segunda filha de quatro irmãos, sendo que o terceiro faleceu ainda criança. Culpa-se pela morte do irmão. Tem uma relação conflituosa com o irmão mais velho. Paciente desde a infância busca o perfeccionismo e apresentava sinais de TOC. Sofreu Bullying na escola. Apresentava comportamentos agressivos na infância e adolescência. Paciente relatou ter sido abusada por seu primo aos 11 anos, tendo desenvolvido mediante a situação traumática aversão a homens fortes. Paciente se tornou noviça aos 17 anos desistindo da vocação dois anos depois, devido aos TOC. Após esse episodio a paciente relata ter desenvolvido um quadro depressivo e ideações suicidas.</p><p>Crença Central</p><p>Sou incapaz, defeituosa, incompetente.</p><p>O mundo é um lugar terrível.</p><p>Crenças Intermediarias.</p><p>Devo evitar homens mais fortes do que eu para não se sentir insegura.</p><p>Devo fazer todo corretamente para não me sentir incompetente.</p><p>Se eu me aproximar das pessoas serei magoada.</p><p>Estratégias Comportamentais</p><p>Comprar compulsivamente, evitar contatos pessoais, acumulação,</p><p>Situação 1</p><p>A morte de um paciente.</p><p>Situação 2</p><p>Terminar o noivado</p><p>Situação 3</p><p>Adotar uma criança</p><p>Pensamentos Automáticos</p><p>“O demônio se comunica comigo”.</p><p>Pensamentos Automáticos</p><p>“Vou ser abandonada”.</p><p>Pensamentos Automáticos</p><p>“sou incapaz de cuidar de uma criança”</p><p>Significado</p><p>Sou culpada.</p><p>Significado</p><p>Não serei compreendida</p><p>Significado</p><p>Sou incapaz</p><p>Emoção</p><p>Medo, angustia.</p><p>Emoção</p><p>Medo, tristeza, ansiedade.</p><p>Emoção</p><p>Medo, angustia.</p><p>Comportamento</p><p>Evitar fica próxima dos pacientes.</p><p>Comportamento</p><p>Cancelar o casamento</p><p>Comportamento</p><p>Desistir da adoção.</p>