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<p>Gestão em Segurança Pública e</p><p>Privada</p><p>Noções de Direito</p><p>1</p><p>CURSO DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E</p><p>PRIVADA</p><p>NOÇÕES DE DIREITO</p><p>2</p><p>Sumário</p><p>1. Fontes do Direito ................................................................................................... 3</p><p>1.1. Conceitos ....................................................................................................... 4</p><p>1.2. Hierarquia Das Leis ........................................................................................ 6</p><p>1.3. Normas infraconstitucionais .......................................................................... 13</p><p>1.4. Procedimento Legislativo .............................................................................. 17</p><p>2. República Federativa do Brasil ............................................................................ 20</p><p>2.1. Princípios Fundamentais Da República Federativa Do Brasil ....................... 22</p><p>2.2. Origem Do Poder .......................................................................................... 23</p><p>2.3. Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil ......................... 25</p><p>2.4. Relações Internacionais................................................................................ 25</p><p>2.5. Forma De Governo Ou Sistema Político ....................................................... 27</p><p>2.6. República ..................................................................................................... 31</p><p>2.7. Monarquia e República ................................................................................. 33</p><p>2.8. Presidencialismo e Parlamentarismo ............................................................ 36</p><p>2.9. Pelo Mundo .................................................................................................. 36</p><p>2.10. No Brasil ................................................................................................... 39</p><p>3. Poderes Da República Federativa Do Brasil ........................................................ 39</p><p>3.1. Poder Judiciário ............................................................................................ 40</p><p>3.2. Poder Executivo ........................................................................................... 42</p><p>3.3. Poder Legislativo .......................................................................................... 43</p><p>4. Noções de Direito Empresarial e do Trabalho ...................................................... 44</p><p>4.1. Direito Empresarial ....................................................................................... 44</p><p>4.2. Fases Do Direito Empresarial ....................................................................... 45</p><p>4.3. Novo Código Civil E O Direito Empresarial ................................................... 47</p><p>4.4. Fontes Do Direito Comercial ......................................................................... 48</p><p>4.5. Características Do Direito Empresarial ......................................................... 50</p><p>4.6. Conceito econômico de empresa .................................................................. 51</p><p>4.7. Direito Do Trabalho ....................................................................................... 55</p><p>4.8. Fontes: Materiais E Formais (Autônomas E Heterônomas). ......................... 55</p><p>4.9. Princípios Gerais Do Direito Do Trabalho. .................................................... 57</p><p>5. Referências ......................................................................................................... 60</p><p>3</p><p>1. Fontes do Direito</p><p>Fonte é onde brota a água, onde vamos buscar a origem de algo. Fonte</p><p>do Direito é onde o Direito se origina. No Brasil, o ordenamento jurídico é</p><p>originariamente legalista, ou seja, sua fonte principal é a legislação, mas.... em</p><p>alguns casos, é necessário utilizar-se de outras fontes, para solucionar</p><p>algumas situações que não estão previstas na lei.</p><p>Legislação é o conjunto das normas escritas emanadas do poder</p><p>estatal. Legislação “advém do vocábulo “lei”.</p><p>Espécies de Normas Jurídicas Escritas</p><p> Constituição Federal</p><p> Leis complementares</p><p> Leis ordinárias</p><p> Medidas provisórias</p><p> Leis delegadas</p><p> Decretos legislativos</p><p> Resoluções</p><p> Decretos regulamentares, portarias, circulares Administrativo</p><p>“Entende-se por fontes do Direito o veio (à semelhança de veio d`água)</p><p>de onde o Direito surge. Fontes são os meios que servem de origem ao Direito,</p><p>são as formas de manifestação do Direito.”, como ensina o autor Ricardo</p><p>Teixeira Brancato. As fontes do Direito são divididas em: primárias e</p><p>secundárias.</p><p> Fontes primárias - são as leis, as normas emanadas pelo poder estatal.</p><p>No caso em tela, o Juiz jamais poderia deixar de resolver a referida</p><p>situação, alegando não ter lei específica para a solução do problema</p><p>que se refere à retirada e transplante de um dos rins do comerciante, já</p><p>que, a legislação vigente, admite a utilização de fontes secundárias.</p><p>Ademais, essas fontes existem justamente para solucionar lacunas</p><p>existentes em nossa legislação.</p><p>4</p><p>Cumpre esclarecer ainda que o Magistrado, não tendo uma lei específica</p><p>para solucionar o caso em tela, deveria ter recorrido às fontes secundárias,</p><p>mesmo que contrárias ao pedido realizado pelo advogado do comerciante.</p><p> Fontes secundárias – jurisprudência, costumes, doutrina, analogia e</p><p>princípios gerais do Direito. As fontes secundárias poderemos facilmente</p><p>visualizar, quando solucionarmos o problema no texto apresentado.</p><p>Então vejamos:</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre as diferentes fontes secundárias? É</p><p>muito importante saber:</p><p>1.1. Conceitos</p><p>Jurisprudência</p><p>É o conjunto de decisões do poder judiciário a respeito de um mesmo</p><p>assunto. Nada impede que num caso isolado seja utilizado a mesma</p><p>jurisprudência. Todavia, é necessário esclarecer que os juízes não estão</p><p>subordinados às decisões dos tribunais superiores, devendo decidir, pautado</p><p>em provas e argumentos do caso concreto. Entenda esta situação que ilustra</p><p>um caso de jurisprudência:</p><p>Neste caso, apresentado como exemplo, o empregador ganha em 1ª</p><p>instância o pedido de alteração da “demissão imotivada” do empregado, para</p><p>“demissão por justa causa”. No recurso apresentado pelo empregado, o TRT</p><p>decide, por unanimidade, que a demissão não pode ser alterada para justa</p><p>causa, uma vez que o empregado não pertence mais ao quadro da empresa,</p><p>deferindo, ainda, o pagamento ao recorrente dos créditos rescisórios, com a</p><p>liberação do FGTS, pagamento de multa do parágrafo 8º do artigo 477 da CLT</p><p>e liberação das guias de seguro-desemprego.</p><p>Leia a decisão do TRT de 2003 :</p><p>Demissão imotivada com posterior modificação para justa causa-</p><p>impossibilidade material. A manifestação da vontade do empregador</p><p>representada pela dispensa imotivada do empregado, com rompimento</p><p>5</p><p>imediato, como no caso presente, torna materialmente impossível a</p><p>transmudação para justa causa, uma vez que o trabalhador não mais pertence</p><p>ao quadro da empresa. (TRT – 20ª Região; RO nº 303 34-2002-014-20-00-1</p><p>Lagarto – SE; ac. Nº 2153/03; Rel. Juíza Rita de Cássia Pinheiro de Oliveira</p><p>Lima; j. 23/9/2003;v.u).</p><p>Costumes – é a prática reiterada de atos, em uma dada região, a</p><p>respeito de um determinado assunto; poderá ser alegada pelo profissional de</p><p>direito para conduzir a decisão de um caso concreto.Trata-se , portanto, de</p><p>uma norma não escrita, ou seja, surge da prática reiterada de atos de uma</p><p>determinada sociedade.</p><p>Temos como exemplo o cheque pré-datado (texto_chequepredatado.doc).</p><p>Esse texto encontra-se também em Leituras.</p><p>Doutrina – são os estudos elaborados pelos juristas a respeito do</p><p>Direito. Trata-se de publicações especializadas sobre os diversos ramos do</p><p>Direito. Funcionam como uma fonte de pesquisa para o operador jurídico.</p><p>Veja algumas doutrinas que poderão enriquecer</p><p>ramo separado com o qual partilhar mas iguais poderes</p><p>governamentais.</p><p>A separação do poder do sistema de poderes é projetada para distribuir</p><p>autoridade afastada do poder executivo - uma tentativa de preservar liberdade</p><p>individual, em resposta a liderança tirânica ao longo da história. O executivo</p><p>não é suposto para fazer leis (o papel da Legislatura), ou interpretá-las (o papel</p><p>do judiciário). O papel do executivo é o de fazer cumprir a lei, tal como escrito</p><p>pela Legislatura e interpretado pelo sistema judicial.</p><p>Os seguintes órgãos do Poder Judiciário brasileiro exercem a função</p><p>jurisdicional:</p><p>•Supremo Tribunal Federal</p><p>•Conselho Nacional de Justiça</p><p>•Superior Tribunal de Justiça</p><p>•Superior Tribunal Militar</p><p>•Tribunal Superior do Trabalho</p><p>•Tribunal Superior Eleitoral</p><p>•Tribunais Regionais Federais e juízes federais</p><p>•Tribunais e juízes do Trabalho</p><p>•Tribunais e juízes eleitorais</p><p>•Tribunais e juízes militares</p><p>•Tribunais e juízes dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.</p><p>42</p><p>3.2. Poder Executivo</p><p>Poder executivo é o poder do Estado que, nos moldes da constituição de</p><p>um país, possui a atribuição de governar o povo e administrar os interesses</p><p>públicos, cumprindo fielmente as ordenações legais.</p><p>O executivo pode assumir várias diferentes faces, conforme o local em</p><p>que esteja instalado. No presidencialismo, o líder do poder executivo,</p><p>denominado Presidente, é escolhido pelo povo, para mandatos regulares,</p><p>acumulando a função de chefe de estado e chefe de governo.</p><p>Já no sistema parlamentarista, o executivo depende do apoio direto ou</p><p>indireto do parlamento para ser constituído e para governar. Este apoio</p><p>costuma ser expresso por meio de um voto de confiança. Não há, neste</p><p>sistema de governo, uma separação nítida entre os poderes executivo e</p><p>legislativo, ao contrário do que ocorre no presidencialismo.</p><p>O parlamentarismo distingue os papéis de chefe de estado e chefe de</p><p>governo, ao contrário do presidencialismo, onde os dois papéis são exercidos</p><p>pela mesma pessoa. No parlamentarismo, o chefe de estado normalmente não</p><p>detém poderes políticos de muita importância, desempenhando um papel</p><p>principalmente cerimonial como símbolo da continuidade do Estado.</p><p>Nas repúblicas parlamentaristas, o chefe de estado é eleito pelo voto</p><p>popular ou nomeado pelo parlamento, por prazo determinado (geralmente com</p><p>o título de Presidente da República); nas monarquias parlamentaristas, o chefe</p><p>de estado é o monarca, geralmente um cargo hereditário. Já o chefe de</p><p>governo, com o título de primeiro-ministro (ou, em alguns casos, presidente do</p><p>governo ou chanceler), efetivamente conduz os negócios do governo, em</p><p>coordenação com os demais ministros membros do gabinete.</p><p>Há também o semi-presidencialismo, que é uma forma de governo onde</p><p>o Presidente cuida das relações exteriores, e o Primeiro-Ministro das relações</p><p>internas, sempre sob observação do Presidente. No estudo ciência política o</p><p>ramo executivo do governo é a única autoridade e responsabilidade para a</p><p>administração diária da burocracia do Estado. A divisão de poder em diferentes</p><p>ramos do governo é fundamental para a ideia democrática da separação de</p><p>poderes.</p><p>43</p><p>Em muitos países o termo "governo" conota apenas o ramo executivo.</p><p>No entanto, esta ambiguidade não consegue diferenciar entre formas de</p><p>governo despótica e democrática. Nos sistemas autoritários (como uma</p><p>ditadura ou monarquia absoluta, onde os diferentes poderes do governo são</p><p>assumidos por uma única pessoa), o ramo executivo deixa de existir, pois não</p><p>existe qualquer outro ramo separado com o qual partilhar mas iguais poderes</p><p>governamentais.</p><p>A separação do poder do sistema de poderes é projetado para distribuir</p><p>autoridade afastada do poder executivo - uma tentativa de preservar liberdade</p><p>individual, em resposta a liderança tirânica ao longo da história. O papel do</p><p>executivo é cumprir a lei, tal como escrito pela Legislatura e interpretado pelo</p><p>sistema judicial.</p><p>3.3. Poder Legislativo</p><p>O Poder Legislativo federal no Brasil é composto pela Câmara dos</p><p>Deputados e Senado, que representam respectivamente o povo brasileiro, os</p><p>Estados e o Distrito Federal e também faz parte do Poder Legislativo, o</p><p>Tribunal de Contas da União (TCU), responsável pelo controle e fiscalização da</p><p>administração pública.</p><p>O Senado representa as unidades federativas.</p><p>A Câmara dos Deputados discute a aprovação de leis sobre diversos</p><p>temas, além de fiscalizar o uso dos recursos arrecadados pelo povo. Agora</p><p>confira alguns significados de termos:</p><p>Mesa diretora – tem a atribuição de dirigir os trabalhos legislativos e os</p><p>serviços administrativos da Câmara dos Deputados;</p><p> Plenário – é o órgão máximo de boa parte das decisões da Câmara dos</p><p>Deputados, ou seja, a última instância de grande parte das deliberações;</p><p> Comissões – são órgãos colegiados auxiliares do processo legislativo.</p><p>Destinadas a apreciar tecnicamente a matéria sob deliberação do Poder</p><p>Legislativo;</p><p>44</p><p> Comissões Permanentes – nenhuma pode ter menos de três e meio (17</p><p>Deputados) ou mais de doze (61 Deputados). Nenhum Deputado pode</p><p>ser titular de mais de uma comissão permanente, exceto das Comissões</p><p>de Segurança Pública e de Legislação Participativa;</p><p> Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – investigam fato</p><p>determinado que tenha relevante interesse para a vida pública e a</p><p>ordem jurídica, econômica e social do País.</p><p> Comissões Externas – permitem o desempenho de funções</p><p>parlamentares específicas fora da Câmara dos Deputados;</p><p> Proposta de Emenda à Constituição - propõe a alteração do texto</p><p>original da Constituição Federal;</p><p> Projeto de Lei Ordinária - são as leis gerais ou comuns. Necessita da</p><p>sanção do Presidente da República para ser transformado em lei;</p><p> Medidas Provisórias - são normas temporárias, mas com força de lei.</p><p>São editadas pelo Presidente da República e somente convertem-se em</p><p>lei a partir da sua aprovação pelo Congresso Nacional;</p><p> Projetos de Decretos Legislativos e Projetos de Resoluções - tratam de</p><p>matérias relacionadas às competências do Congresso Nacional ou de</p><p>suas Casas e, portanto, não estão sujeitas à sanção ou veto</p><p>presidencial;</p><p> Leis Delegadas – são aquelas emitidas pelo Presidente da República,</p><p>mas mediante expressa permissão do Poder Legislativo.</p><p>4. Noções de Direito Empresarial e do Trabalho</p><p>4.1. Direito Empresarial</p><p>Nos dias atuais, observamos certa estabilidade em torno do conceito de</p><p>Direito Empresarial. Todavia, ao longo da história, que será mais</p><p>45</p><p>detalhadamente abordada no próximo item, percebemos que muitas foram as</p><p>transformações sofridas por esse importante ramo do Direito Privado, inclusive</p><p>em sua nomenclatura* que deixou de ser Direito Comercial para se chamar</p><p>Direito Empresarial, esta última mais ampla e concatenada com a moderna</p><p>noção de “comércio”. Estritamente vinculada à concepção de comércio, suas</p><p>práticas e seus atores, o Direito Comercial, hoje Empresarial, foi criado e</p><p>desenvolvido para fomentar, tornar estável e regulamentar as práticas a estes</p><p>inerentes e, em razão disso existe. Por Direito, dentre tantas definições</p><p>possíveis, variáveis ao sabor das diversas escolas jurídicas, temos:</p><p>Direito é o conjunto das regras sociais que disciplinam as obrigações e</p><p>poderes referentes à questão do meu e do seu, sancionadas pela força do</p><p>Estado e dos grupos intermediários. (FRANÇA, 1994, p. 7).</p><p>Evolução Histórica</p><p>A atividade comercial, mesmo que rudimentar, era baseada no escambo</p><p>e já existia desde a antiguidade e junto com ela coexistiam institutos</p><p>pertinentes ao Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos: de</p><p>sociedade, de depósito e de comissão no Código de Hamurabi, ou o</p><p>empréstimo a risco na Grécia antiga.</p><p>Só na Idade Média ocorreu a formação e o desenvolvimento do Direito</p><p>Comercial como sistema, com o fortalecimento da economia monetária</p><p>a partir</p><p>do século XII, através das corporações de ofícios, nos quais os mercadores</p><p>criaram e aplicaram um Direito próprio, muito mais dinâmico do que o antigo</p><p>Direito romano-canônico utilizado nos feudos para dissolver os fatos neles</p><p>ocorridos.</p><p>4.2. Fases Do Direito Empresarial</p><p>Podemos dizer que a evolução do Direito Comercial ao Direito Empresarial</p><p>deu-se em três fases.</p><p>Primeira Fase</p><p>46</p><p>A primeira fase, que vai do século XII até o século XVIII, corresponde ao</p><p>período subjetivo-corporativista, no qual se entendeu o Direito Comercial como</p><p>sendo um Direito fechado e classista, em princípio privativo das pessoas</p><p>matriculadas nas corporações de mercadores. Somente o comerciante</p><p>pertencente a uma corporação teria direito de se utilizar desse conjunto de</p><p>normas corporativistas.</p><p>Na época, as pendências entre os mercadores eram decididas sem</p><p>grandes formalidades e apenas de acordo com usos e costumes e sob os</p><p>ditames da equidade (bom senso).</p><p>Segunda Fase</p><p>A Segunda fase, chamada de período objetivo, inicia-se com o</p><p>liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial Francês, de</p><p>1808, que teve a participação direta de Napoleão. Abolidas as corporações e</p><p>estabelecida a liberdade de trabalho e de comércio, extensivo a todos que</p><p>praticassem determinados atos previstos em lei tanto no comércio como na</p><p>indústria o em outras atividades econômicas, independentemente de classe.</p><p>Figura 1Napoleão Fonte: http://histoblogsu.blogspot.com</p><p>47</p><p>A base deste direito serão os atos de comércio!</p><p>Atos de Comércio: São todos os atos praticados habitualmente com o</p><p>objetivo de lucro, para mediação, circulação e intermediação de bens e</p><p>serviços. É ato jurídico.</p><p>Durante a primeira fase e com intensidade maior no início da segunda</p><p>existiram alguns aspectos ecléticos que combinavam o critério subjetivo com o</p><p>objetivo. Às vezes os tribunais corporativistas julgavam também causas</p><p>referentes a pessoas que não eram comerciantes, desde que o assunto fosse</p><p>considerado de natureza comercial.</p><p>Terceira Fase</p><p>A terceira fase, ainda em elaboração, corresponde ao Direito</p><p>Empresarial (conceito subjetivo moderno). De acordo com a nova tendência a</p><p>atividade de negócios não se caracterizaria mais pela prática de atos de</p><p>comércio (interposição habitual na troca, com o fim de lucro), mas pelo</p><p>exercício profissional de qualquer atividade econômica organizada para a</p><p>produção ou a circulação de bens ou serviços a chamada: empresa.</p><p>4.3. Novo Código Civil E O Direito Empresarial</p><p>A partir da entrada em vigor do Novo Código Civil a denominação</p><p>passou a ser Direito Empresarial em substituição a Direito Comercial, sendo</p><p>Direito Empresarial o conjunto de regras jurídicas tendentes a organizar a</p><p>atividade empresarial. A nomenclatura Direito Empresarial se mostra mais</p><p>adequada do que simplesmente Direito Comercial, pois a preocupação da</p><p>disciplina não está apenas na atividade de intermediação de mercadorias, mas</p><p>também na produção e na prestação de serviços.</p><p>Direito Empresarial - o conjunto de regras que disciplinam as atividades</p><p>privadas implementadas com o escopo de produção ou circulação de bens ou</p><p>serviços destinados ao mercado.</p><p>Autonomia do Direito Empresarial em Relação ao Direito Civil</p><p>48</p><p>Além de o Código Civil substituir a terminologia Direito Comercial por</p><p>Direito Empresarial, quis unificar o direito privado tentando com o mesmo</p><p>diploma legal regular as duas matérias. Contudo, os dois ramos do direito são</p><p>completamente autônomos e permaneceram com a sua identidade.</p><p>Existem três argumentos que justificam a manutenção da autonomia do</p><p>Direito Empresarial mesmo depois da grande derrogação do Código Comercial</p><p>pelo Código Civil de 2002. Vamos a eles:</p><p>a) A Constituição da República estabelece a autonomia do Direito</p><p>Comercial.</p><p>b) O próprio Direito Civil, por meio do art. 2037 do CC (Código Civil),</p><p>estabelece a autonomia da legislação comercial.</p><p>c) Não é a existência de um código que dá origem a um ramo autônomo</p><p>do direito, pois os códigos cada vez mais deixam de ser centros,</p><p>perdendo essa posição de destaque para a Constituição, mas sim a</p><p>existência de princípios próprios e características peculiares.</p><p>4.4. Fontes Do Direito Comercial</p><p>A fonte principal do Direito Comercial é a lei, que se desdobra</p><p>hierarquicamente em: Constituição, Código Civil e legislação comercial</p><p>extravagante, isto é, legislação que está fora dos códigos.</p><p>As fontes secundárias subsidiárias são os costumes, a analogia, a doutrina, a</p><p>jurisprudência os princípios gerais de Direito e a equidade e têm como função a</p><p>integração do Direito.</p><p>• Costume – repetição de práticas que se entranharam no espírito social</p><p>e passam a ser entendidas como obrigatórias. O uso reiterado de uma</p><p>prática, ou de um hábito integra o costume. Os usos e os hábitos</p><p>transformam- se em costume quando a prática reiterada torna-se</p><p>obrigatória na consciência social. Portanto, o costume é a reiteração</p><p>49</p><p>constante e uniforme de uma conduta, na convicção de esta ser</p><p>obrigatória decorrente de uma prática constante, longa e repetitiva.</p><p>• Analogia – é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma</p><p>hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada</p><p>para um caso fundamentalmente semelhante e não previsto na norma</p><p>jurídica.</p><p>Pode ser legal, ou seja, uma norma que se aplique aos casos</p><p>semelhantes, ou analogia jurídica, extração de princípios para mostrar</p><p>determinada situação não prevista na lei.</p><p>• Doutrina – interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria, fruto</p><p>do estudo de professores de direito, filósofos do direito, estudiosos,</p><p>operadores do direito que traduzem o sentido das normas em suas</p><p>obras.</p><p>• Jurisprudência – conjunto uniforme e constante das decisões judiciais</p><p>sobre casos semelhantes. É a decisão reiterada dos tribunais sobre</p><p>casos que possuem a mesma pertinência fática.</p><p>• Princípios gerais do direito – são enunciações normativas de valor</p><p>genérico que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento</p><p>jurídico, quer seja para a sua aplicação, quer seja para a elaboração de</p><p>novas normas.</p><p>• Equidade – consiste no uso do chamado bom senso fazendo a</p><p>razoável adaptação da lei ao caso concreto. É a justiça no caso</p><p>concreto.</p><p>Dentre as fontes subsidiárias, o costume ganha especial importância no</p><p>campo comercial, podendo inclusive ser registrado na Junta Comercial.</p><p>No entanto, não precisa o mesmo estar registrado para ser invocado em</p><p>juízo, apesar de tal ato facilitar muito a sua prova.</p><p>50</p><p>4.5. Características Do Direito Empresarial</p><p>a) Internacionalização ou Cosmopolitismo: com o advento da</p><p>globalização, cada vez tornam-se mais comuns os contratos comerciais</p><p>internacionais.</p><p>Os Estados estabelecem negócios comerciais, os produtos abundantes em</p><p>um país são exportados para outros. Por isso, podemos afirmar que o</p><p>princípio da internacionalização ou cosmopolitismo faz parte da essência do</p><p>Direito Comercial/Empresarial moderno.</p><p>b) Onerosidade Presumida: a atividade do empresário tem como</p><p>finalidade o intuito lucrativo, mesmo que em um contrato comercial não haja</p><p>nenhuma referência a preço, o mesmo será considerado oneroso,</p><p>diferentemente do Direito Civil, onde se presume a gratuidade.</p><p>c) Informalidade: a celeridade necessária no meio comercial para a</p><p>realização de seus atos não se coaduna com o formalismo. Então o</p><p>legislador supervalorizou a aparência, a boa-fé, para que, por esses meios,</p><p>presuma- se que quem se apresenta como comerciante tenha legitimidade</p><p>para agir como tal, dispensando assim o formalismo.</p><p>Figura 2Atividade comercial Fonte: http://www.businesssalesqld.com</p><p>51</p><p>4.6. Conceito econômico de empresa</p><p>A noção inicial de empresa advém da economia ligada à ideia central da</p><p>organização dos fatores da produção (capital,</p><p>trabalho, natureza) para a</p><p>realização de uma atividade econômica.</p><p>A partir de tal acepção econômica é que se desenvolve o conceito</p><p>jurídico de empresa, o qual não nos é dado explicitamente pelo direito positivo,</p><p>nem mesmo nos países onde a teoria da empresa foi positivada inicialmente.</p><p>Empresa - Juridicamente a empresa é a “atividade econômica</p><p>organizada de produção ou circulação de bens ou serviços” Portanto trata-se</p><p>de atividade, isto é, do conjunto de atos destinados a uma finalidade comum</p><p>que organiza os fatores da produção para produzir ou fazer circular os bens ou</p><p>serviços. Não basta um ato isolado, é necessária uma sequência de atos</p><p>dirigidos a uma mesma finalidade, para configurar a empresa.</p><p>E não se trata de qualquer sequência de atos. A economicidade da</p><p>atividade exige que a mesma seja capaz criar novas utilidades, novas riquezas,</p><p>afastando- se as atividades do simples prazer. Nessa criação de novas</p><p>riquezas pode-se transformar matéria-prima (indústria), como também pode</p><p>haver a interposição na circulação de bens (comércio em sentido estrito)</p><p>aumentando o valor dos mesmos.</p><p>Além disso, tal atividade deve ser dirigida ao mercado, isto é, deve ser</p><p>destinada à satisfação de necessidades alheias, sob pena de não configurar</p><p>empresa. Assim, não é empresa a atividade daquele que cultiva ou fabrica para</p><p>o próprio consumo Vale dizer, o titular da atividade deve ser diferente do</p><p>destinatário último (cliente) do produto.</p><p>Atividade intelectual</p><p>Diante da necessidade dessa organização, deve ser ressaltado ainda</p><p>que as atividades relativas a profissões intelectuais, científicas, artísticas e</p><p>literárias não são exercidas por empresários, a menos que constituam</p><p>elemento de empresa (art. 966, parágrafo único do novo Código Civil). Tal</p><p>constatação se deve ao fato de que nestas atividades prevalece a natureza</p><p>individual e intelectual sobre a organização, a qual é reduzida a um nível</p><p>52</p><p>inferior. Portanto, é a relevância dessa organização que diferencia a atividade</p><p>empresarial de outras atividades econômicas.</p><p>A empresa deve abranger a produção ou circulação de bens ou serviços</p><p>para o mercado. Na produção temos a transformação de matéria-prima, na</p><p>circulação temos a intermediação na negociação de bens. No que diz respeito</p><p>aos serviços devemos abarcar toda atividade em favor de terceiros, apta a</p><p>satisfazer uma necessidade qualquer, desde que não consistente na simples</p><p>troca de bens, eles não podem ser objeto de detenção, mas de fruição.</p><p>Natureza Jurídica Da Empresa</p><p>A empresa entendida como a atividade econômica organizada, não se</p><p>confunde nem com o sujeito praticante da atividade, nem com o complexo de</p><p>bens por meio dos quais se exerce a atividade, que representam outras</p><p>realidades distintas. Atento à distinção entre essas três realidades Bulgarelli</p><p>(1991) nos fornece um conceito analítico descritivo de empresa, nos seguintes</p><p>termos: atividade econômica organizada de produção e circulação de bens e</p><p>serviços para o mercado, exercida pelo empresário, em caráter profissional,</p><p>através de um complexo de bens.</p><p>Tal conceito tem o grande mérito de unir três ideias essenciais sem</p><p>confundi-las: a empresa, o empresário e o estabelecimento. Empresa não</p><p>possui personalidade jurídica e nem pode possuí-la e consequentemente não</p><p>pode ser entendida como sujeito de direito, pois ela é a atividade econômica</p><p>que se contrapõe ao titular dela, isto é, ao praticante daquela atividade. O</p><p>titular da empresa é o que denominaremos de empresário.</p><p>O Empresário</p><p>O direito empresarial reúne todas as normas que regulam a atividade</p><p>empresarial e podemos definir que a empresa é atividade econômica</p><p>organizada de produção e circulação de bens e serviços para o mercado,</p><p>exercida pelo empresário, em caráter profissional, através de um complexo de</p><p>bens.</p><p>Em regra toda e qualquer pessoa que possua capacidade civil plena</p><p>pode exercer a atividade empresarial, salvo aqueles que a lei proíbe: em</p><p>especial os Funcionários Públicos, os Militares, os Magistrados, os Corretores</p><p>53</p><p>e leiloeiros, os Cônsules, o Médico na atividade de farmácia, o falido e os</p><p>Estrangeiros não residentes no país.</p><p>Veja que estes não estão proibidos de ingressarem em sociedades, mas</p><p>não podem ocupar cargos de gerência, apenas de investidores da sociedade</p><p>empresarial.</p><p>Obrigações do empresário</p><p>Podemos destacar como principais obrigações do empresário:</p><p>• Registro do nome empresarial (obrigação mais importante);</p><p>• Registro dos contratos e estatutos de constituição da empresa;</p><p>• Registro dos livros comerciais.</p><p>Os atos empresariais são registrados perante o órgão principal de</p><p>comércio de cada cidade, ou seja, a Junta Comercial. As empresas mercantis</p><p>devidamente registradas são protegidas pelo Sistema Nacional de Registro de</p><p>Empresas Mercantis (SINREM), composto pelo Departamento Nacional de</p><p>Registro de Comércio (DNRC) - órgão central do SINREM – pertencente ao</p><p>Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pelas</p><p>Juntas Comerciais, na qualidade de órgãos locais.</p><p>O Nome Empresarial</p><p>Os empresários em geral, pessoas físicas (empresário individual) ou</p><p>jurídicas (sociedade empresária), necessitam de um nome para exercer as</p><p>suas atividades profissionais. O nome empresarial é elemento de identificação</p><p>do empresário pelo qual ele se apresenta nas relações jurídicas.</p><p>Duas espécies de nome empresarial:</p><p>O Nome empresarial é o gênero, de que são espécies:</p><p>a) firma social – individual ou coletiva;</p><p>b) denominação.</p><p>As sociedades empresárias adotam a firma social (ou razão social) ou</p><p>denominação, já o empresário individual apenas a firma social.</p><p>Razão Social do Empresário Individual – é o nome do empresário que</p><p>exerce sozinho a atividade empresarial em nome, por conta e riscos próprios.</p><p>Neste caso a responsabilidade pelas dívidas sociais sempre será ilimitada.</p><p>54</p><p>Equiparado à pessoa jurídica apenas para efeitos tributários já que na</p><p>legislação civil é tratado como pessoa física. Também possuí vinculação ao</p><p>Registro Público de Empresas Mercantis – Juntas Comerciais.</p><p>Firma ou razão Social – no Brasil por força do disposto no Decreto nº.</p><p>916/1890 impõe que a firma ou razão seja constituída sobre o patronímico,</p><p>nome de família, sobrenome do empresário individual e ou dos sócios que</p><p>compõem a sociedade. Será o nome pelo qual o empresário ou sociedade que</p><p>exerce o comércio assinará os atos que realizar. Conforme o tipo societário é</p><p>obrigatório o aditivo “& Cia.” (ou “& Filhos”, “& Irmãos”, “& Sobrinhos” desde</p><p>que traduzam fielmente a verdade).</p><p>Isso porque a sociedade só poderá usar os nomes de todos os sócios em sua</p><p>firma (ou razão social) se o tipo jurídico adotado permitir.</p><p>Denominação Social – é formada por expressões de fantasia, de</p><p>palavras de uso comuns livremente escolhidas ou tiradas de seu objeto social</p><p>(a atividade, serviços ou produtos). Deve ser sempre acrescida de palavras</p><p>indicativas do tipo de sociedade (S/A ou LTDA.).</p><p>Estabelecimento Empresarial</p><p>O empresário regular que possui seus atos constitutivos devidamente</p><p>registrados perante a junta comercial e protegidos pelo Sistema Nacional de</p><p>Registro de Empresas Mercantis tem o seu estabelecimento empresarial</p><p>protegido.</p><p>Estabelecimento empresarial – É o conjunto de bens que o empresário</p><p>reúne para exploração de sua atividade econômica destinada à produção de</p><p>mercadorias e serviços com vistas ao mercado.</p><p>• Assim, considera-se estabelecimento todo complexo de bens para o</p><p>exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.</p><p>• Os Elementos do Estabelecimento Empresarial são: o Capital, o</p><p>Trabalho e a Organização.</p><p>Capital – Coisas corpóreas ou materiais seriam as Instalações,</p><p>mercadorias, vitrinas, máquinas, mostruários, móveis, utensílios, dinheiro em</p><p>caixa ou em depósitos bancários, imóvel. Coisas incorpóreas</p><p>ou imateriais</p><p>podem ser, por exemplo, o contrato de locação comercial com direito à</p><p>renovação, nome empresarial, direito à clientela, créditos ou dívidas ativas,</p><p>55</p><p>título ou nome do estabelecimento e respectiva insígnia, marcas de indústria e</p><p>de comércio, patentes de invenção, modelos de utilidades, modelos industriais,</p><p>direito ao ponto.</p><p>Trabalho – Serviços do proprietário - direção, gerenciamento, e em</p><p>alguns casos de execução representando os Serviços dos empregados.</p><p>Organização – os Bens e serviços (capital e trabalho) devem ser</p><p>intimamente organizados e combinados para a obtenção da maior</p><p>produtividade de ambos.</p><p>4.7. Direito Do Trabalho</p><p>Definição</p><p>O direito do trabalho é uma ciência autônoma e responsável por regular</p><p>as relações de trabalho e de emprego e, com isso, possibilitar a análise de</p><p>forma mais eficaz à necessidade do trabalhador e da própria sociedade,</p><p>inclusive, mediante normas coletivas.</p><p>A doutrina, em suas mais diversas teorias, define o direito do trabalho</p><p>como um conjunto de normas e princípios que regem as relações individuais e</p><p>coletivas de trabalho, com vistas a melhorar as condições sociais do trabalhado</p><p>e o equilíbrio entre os interesses do capital e do trabalhador.</p><p>Divisão Do Direito Do Trabalho</p><p>a) Direito individual do trabalho: estudo e análise dos contratos</p><p>individuais de trabalho.</p><p>b) Direito coletivo do trabalho: cuida da organização sindical, solução de</p><p>conflitos por meio de convenções e dos acordos coletivos de trabalho,</p><p>direito de greve, dentre outras questões de caráter coletivo.</p><p>4.8. Fontes: Materiais E Formais (Autônomas E</p><p>Heterônomas).</p><p>56</p><p>Fonte, no dicionário, significa origem, início, começo e, no direito do</p><p>trabalho, elas podem ser:</p><p>a) materiais (matéria de formação/conteúdo) – As fontes materiais são</p><p>fatores ou acontecimentos sociais, políticos, econômicos, biológicos,</p><p>religiosos e filosóficos que inspiram o legislador na elaboração das leis;</p><p>As greves, manifestações políticas e culturais podem se apresentar</p><p>como fontes materiais e, com isso, influenciar diretamente na criação de</p><p>normas, inclusive normas coletivas.</p><p>b) formais (exteriorização do direito) – As fontes formais nada mais são</p><p>do que a exteriorização da norma, de observância obrigatória pela</p><p>sociedade e, ainda, decorrentes da intervenção de terceiros, inclusive o</p><p>Estado ou um árbitro. A exemplo, podemos citar a sentença normativa e</p><p>a sentença arbitral em dissídios coletivos.</p><p>As fontes formais, regra geral, subdividem-se em autônomas e</p><p>heterônomas/heterônimas. Atribui-se a denominação de fonte formal</p><p>heterônoma, também chamada de fonte formal de produção estatal, às</p><p>normas cuja formação seja materializada através de agente externo, um</p><p>terceiro, em geral o Estado, sem participação imediata dos destinatários destas</p><p>regras.</p><p>São exemplos: A Constituição Federal, as emendas à Constituição, a lei</p><p>complementar e a lei ordinária, a Medida provisória, o decreto, a sentença</p><p>normativa, as súmulas vinculantes editadas pelo STF e os tratados e</p><p>convenções ratificados pelo Brasil (art. 103-A da Constituição Federal), por</p><p>ingressarem no ordenamento como lei infraconstitucional (também chamada de</p><p>fonte de produção internacional), e a sentença arbitral em dissídios coletivos.</p><p>Noutro passo, as fontes formais autônomas ou fontes formais de</p><p>produção profissional, tem a participação direta dos destinatários finais das</p><p>regras jurídicas, sem, contudo, ocorrer a interferência do agente externo.</p><p>Classificam-se como fontes formais autônomas as convenções coletivas de</p><p>trabalho, o acordo coletivo de trabalho, o regimento interno da empresa e o</p><p>contrato individual de trabalho.</p><p>Atente-se para o fato de que os costumes, em razão do que dispõe o</p><p>artigo 460 da CLT, pode ser tratado como fonte formal autônoma. Veja-se: Art.</p><p>460 da CLT. Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a</p><p>57</p><p>importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao</p><p>daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for</p><p>habitualmente pago para serviço semelhante.</p><p>Por fim, cite-se a existência e aplicabilidade das fontes supletivas,</p><p>subsidiárias, ou, para alguns, formas de integração da norma, as quais</p><p>estão dispostas no artigo 8º da CLT e seguem dispostas abaixo:</p><p>a) jurisprudência;</p><p>b) analogia;</p><p>c) equidade;</p><p>d) princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do</p><p>trabalho;</p><p>e) usos e costumes;</p><p>f) direito comparado;</p><p>g) direito comum (naquilo que não for incompatível com os princípios e</p><p>regras do direito do trabalho).</p><p>4.9. Princípios Gerais Do Direito Do Trabalho.</p><p>Proteção:</p><p>a) Trata-se de princípio basilar do direito do trabalho, que busca garantir à</p><p>parte hipossuficiente, no caso o empregado, condições protetivas</p><p>perante o ordenamento jurídico. De acordo com a doutrina hodierna,</p><p>este princípio subdivide-se em três. Veja-se:</p><p>b) In dubio pro operário: Encetativo importante, pois havendo duas</p><p>interpretações possíveis para uma determinada regra jurídica, deve</p><p>prevalecer o entendimento que seja mais favorável aos trabalhadores.</p><p>(Cuidado para não confundir com o processo do trabalho, pois lá haverá</p><p>a distribuição do ônus da prova, conforme vaticinam os artigos 818 da</p><p>CLT e 373 do CPC), de modo que a dúvida em relação às provas</p><p>colacionadas aos autos não importa em julgamento favorável ao</p><p>Obreiro.</p><p>58</p><p>c) Norma mais favorável: A Constituição Federal, no caput do art. 7º,</p><p>aponta que os direitos ali declarados são enunciados sem prejuízo de</p><p>outros que visem melhorar a condição social do trabalhador.</p><p>d) As condições estabelecidas em convenção coletiva, quando mais</p><p>favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo coletivo (art.</p><p>620 da CLT). Ademais, ao se analisar tal princípio ou subprincípio, é</p><p>importante lembrar-se da teoria do Conglobamento.</p><p>De acordo com a teoria do conglobamento (ou da incindibilidade ou da</p><p>globalização), a norma mais favorável deve ser extraída de um processo</p><p>comparativo das normas jurídicas consideradas em seu conjunto, ou seja, o</p><p>trabalhador não pode optar por itens de diversos normativos, mas se valer</p><p>daquela norma que, num todo, lhe traga melhores benefícios.</p><p>Noutro passo, convém destacar que, se determinada norma coletiva, por</p><p>exemplo, obtiver determinada cláusula nula ou inaplicável, se valerá o</p><p>trabalhador da norma que estipula direitos mínimos, é o que chamamos de</p><p>teria do conglobamento mitigado. Uma ressalva deve ser feita: será nula de</p><p>pleno direito disposição de convenção ou acordo coletivo que, direta ou</p><p>indiretamente, contrarie proibição ou norma disciplinadora da política</p><p>econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente</p><p>(art. 623 da CLT; Súmula nº 375 do TST) – Se for cobrado na prova da OAB.</p><p>a) Opinião: Em se tratando de um regime democrático, impossível</p><p>concordar com uma jurisprudência que conflita com o pacta sunt</p><p>servanda, uma vez que se a categoria conseguiu condição salarial</p><p>melhor, não há falar em imposição menos favorável das políticas</p><p>salariais do governo, pois caso contrário estar-se-ia a ferir o disposto no</p><p>artigo 444 da CLT.</p><p>b) Na verdade, os reflexos dos resultados das negociações coletivas</p><p>salariais, em razão da sua relevância social ou econômica, tem crescido</p><p>a intervenção do Poder Público na aplicação e criação destas normas,</p><p>restringindo ou mesmo anulando a liberdade das partes, o que é um</p><p>contrassenso à realidade mundial de desenvolvimento. A demonstrar a</p><p>mudança de posicionamento, recentemente o Presidente do Brasil</p><p>59</p><p>propôs uma mini reforma trabalhista (dezembro de 2016), com o intuito</p><p>de o negociado prevalecer sobre o legislado.</p><p>c) Outros exemplos aplicáveis ao presente princípio: (1) – Súmula 202 do</p><p>TST (Gratificação) e Art. 620 da CLT (CCT x ACT). Obs.: O princípio da</p><p>norma</p><p>mais favorável não é absoluto, pois não poderá ser aplicado</p><p>quando existirem normas de ordem pública ou de caráter proibitivo.</p><p>d) Condição mais benéfica – Este princípio visa assegurar a manutenção</p><p>no tempo das cláusulas mais vantajosas ao trabalhador nos contratos</p><p>(Súmulas 51 e 288 do TST): Súmula 51 do TST: I - As cláusulas</p><p>regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas</p><p>anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação</p><p>ou alteração do regulamento.</p><p>e) Súmula 288: I - I - A complementação dos proventos de aposentadoria,</p><p>instituída, regulamentada e paga diretamente pelo empregador, sem</p><p>vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas</p><p>normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as</p><p>alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT).</p><p>60</p><p>5. Referências</p><p>BULGARELLI, Waldírio. Direito Empresarial I. 8 Ed. São Paulo: Atlas, 1991.</p><p>COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 21ª Ed. São Paulo:</p><p>Saraiva,</p><p>2009.</p><p>FIUZA, César. Direito Civil: curso completo. 6. ed. rev. atual. ampl. de acordo</p><p>com o</p><p>Código Civil de 2002. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.</p><p>LIPPERT, Márcia Mallmann, A empresa no código Civil. Elementos de</p><p>unificação no</p><p>Direito Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.</p><p>MACHADO, Hugo de Brito. Uma introdução ao estudo do direito. São Paulo:</p><p>Dialética, 2000.</p><p>PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. 19. ed. rev. atual.</p><p>Rio</p><p>de Janeiro: Forense, 2001, v.I.</p><p>REALE, Miguel. O novo Código Civil e seus críticos. Site do Acadêmico do</p><p>Direito.</p><p>Disponível em . Acesso em</p><p>31 de maio</p><p>de 2004.</p><p>REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Empresarial. 25 ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2003.</p><p>SANTOS, Elisabete Teixeira Vido dos. Direito Empresarial. 9ª Ed. Revista e</p><p>atualizada.</p><p>São Paulo: RT, 2009.</p><p>SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 7. Ed. Rio de</p><p>Janeiro: Lúmen Júris, 2001.</p><p>TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.</p><p>VELLOSO, Andrei Pitten. Constituição Tributária Interpretada. São Paulo:</p><p>Editora Atlas S.A., 2007.</p><p>61</p><p>VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. 2ª Ed. São Paulo:</p><p>Atlas,</p><p>2007.</p><p>VIEIRA, R. A. Amaral. Introdução ao estudo do estado e do direito. 1a Ed.</p><p>Rio de Janeiro: Forense, 1986.</p><p>AMUI, Alexandre. Rede Juris Coletânea. Disponível em:</p><p>Acesso em 18 de Julh. 2017.</p><p>Links:</p><p>República Federativa do Brasil. Disponível eAcesso em Junho de 2018.</p><p>Princípios Fundamentais. Disponível eAcesso em Junho de 2018.</p><p>Formas de Governo e Sistema Político. Disponível eAcesso em Junho de</p><p>2018.</p><p>Formas de Governo. Disponível eAcesso em Junho de 2018.</p><p>Os 3 Poderes no Brasil Disponível eAcesso em Junho de 2018.</p><p>ainda mais o tema da aula.</p><p>Doutrinas</p><p> Título: Manual de Introdução de Estudo ao Direito Autor: Luiz Antonio</p><p>Rizzatto Nunes</p><p>Editora: Saraiva – ano 2002</p><p> Titulo: Introdução ao Estudo do Direito Autor: Tércio Sampaio Ferraz</p><p>Junior</p><p>Editora: Saraiva – ano 2003</p><p>Obs: As doutrinas, acima citadas, têm como objetivo auxiliar o aluno, e são</p><p>fonte de pesquisa relacionadas à matéria abordada.</p><p>Analogia – a palavra significa “semelhança, nivelamento”. Em resumo,</p><p>analogia é a adaptação de uma situação jurídica que já tenha sido objeto de</p><p>6</p><p>decisão do Poder Judiciário, para a solução de outra situação jurídica</p><p>semelhante.</p><p>Princípios gerais do Direito – “são exigências do ideal de justiça a ser</p><p>concretizado na aplicação do Direito”. (Instituições de Direito Privado e de</p><p>Direito Público - Ricardo Teixeira Brancato). Como exemplo, temos o princípio</p><p>da ampla defesa, de suma importância no mundo Jurídico, pois, é com base</p><p>nesse princípio que ninguém poderá ser processado/condenado, sem ter o</p><p>direito de se defender.</p><p>1.2. Hierarquia Das Leis</p><p>A hierarquia das leis é compreendida em nosso ordenamento jurídico</p><p>como uma pirâmide.</p><p>Constituição Federal</p><p>Leis complementares, leis ordinárias; medidas provisórias, leis</p><p>delegadas; decretos legislativos e resoluções; decretos regulamentares;</p><p>portarias e circulares. A Constituição Federal é a nossa lei maior; é ela que irá</p><p>estabelecer qual a norma jurídica adequada para cada assunto, bem como</p><p>será realizada a aprovação de determinada lei.</p><p>____________________</p><p>Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19774</p><p>7</p><p>Todo ordenamento jurídico deve estar em conformidade com a</p><p>Constituição Federal, ou seja, se alguma lei for aprovada pelo Congresso</p><p>Nacional e não estiver de acordo com as normas da Constituição Federal,</p><p>poderá ser declarada inconstitucional, portanto, não produzirá nenhum efeito.</p><p>Dessa forma, tenho certeza, que você já pôde perceber que a</p><p>Constituição Federal é o ponto de partida de todo o ordenamento jurídico e de</p><p>todas as demais normas, que estão abaixo da Constituição Federal,</p><p>consideradas normas infraconstitucionais.</p><p>1ª Constituição Federal Brasileira - 1824</p><p>O seu texto foi promulgado por Dom Pedro I. Ficou em vigor por 65 anos</p><p>e permaneceu até a Proclamação da República (1889). Foi a constituição de</p><p>mais longa duração em toda a história brasileira.</p><p>Nessa época, o Poder Executivo era chefiado pelo Imperador que tinha</p><p>o auxílio dos Ministros de Estado. O Poder Legislativo, exercido pelo sistema</p><p>bicameral, (duas casas-Câmara - dos Deputados e Senado). A Câmara era</p><p>constituída por representantes eleitos pelo povo. O mandato era de quatro</p><p>anos, enquanto o Senado era composto de membros vitalícios de escolha do</p><p>Imperador (lista tríplice).</p><p>O Poder Legislativo tinha a função de guarda da Constituição, bem como</p><p>de interpretador das leis. Mister se faz esclarecer que, nessa época, não havia</p><p>um sistema judicial de controle de constitucionalidade. O Judiciário era</p><p>composto por juízes e jurados. E, por fim, o Poder Moderador era delegado ao</p><p>Imperador, considerado Chefe Supremo da Nação, com amplos poderes</p><p>políticos.</p><p>Principais características da 1ª Constituição</p><p> Forma unitária de Estado;</p><p> Monarquia (forma de governo);</p><p> Território brasileiro dividido em províncias;</p><p> O catolicismo como religião oficial do Estado;</p><p>8</p><p> Sufrágio censitário (para participar do processo eleitoral era exigido</p><p>renda mínima anual);</p><p> Cargos eleitorais: membro do Conselho Geral da Província, Deputado,</p><p>Senador.</p><p> Quatro poderes políticos: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.</p><p>Renda Mínima Anual</p><p>Nas eleições para Deputados e Senadores do Império, exigia-se, para</p><p>ser eleitor, a renda anual de 200 mil réis e, para ser eleito, a de 400 mil.</p><p>Sufrágio: é um direito público de natureza política, que o cidadão tem de</p><p>eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal.</p><p>O sufrágio pode ser universal ou restrito (censitário).</p><p>Sufrágio universal: todos os nativos de um país têm o direito de votar,</p><p>sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de</p><p>capacidade especial, existem apenas alguns requisitos relacionados à idade</p><p>mínima e à necessidade de alistamento eleitoral.</p><p>Sufrágio restrito: é restrito ou qualificado, porque é apenas conferido o</p><p>direito de votar e ser votado a indivíduos qualificados por condições</p><p>econômicas ou de capacidades especiais. Um dos tipos desse sufrágio é o</p><p>Sufrágio Censitário, que concede o direito de votar e ser votado apenas ao</p><p>indivíduo que preencha determinada qualificação econômica, ou seja, que</p><p>tenha posse de bens imóveis, de determinada renda ou pagamento de certa</p><p>importância de imposto.</p><p>2ª Constituição Federal Brasileira - 1891</p><p>O Poder Executivo passou a ser exercido pelo presidente da República</p><p>auxiliado por Ministros de sua confiança. O Poder Legislativo, exercido pelo</p><p>Congresso Nacional, composto por duas casas legislativas, Câmara dos</p><p>Deputados e Senado. O Poder Judiciário formado por juízes e tribunais. Nessa</p><p>ocasião, também foi instituído o Supremo Tribunal Federal, composto por</p><p>quinze juízes nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do</p><p>Senado Federal.</p><p>9</p><p>Principais características:</p><p> Forma federativa de Estado;</p><p> República (forma de governo);</p><p> As antigas províncias transformaram-se em estados-membros;</p><p> Ampla liberdade de culto (o catolicismo deixou de ser a religião oficial do</p><p>estado brasileiro);</p><p> Ampliação dos direito individuais;</p><p> Sistema judicial de controle da constitucionalidade;</p><p> Tripartição de poderes políticos (Executivo, Legislativo e Judiciário).</p><p>3ª Constituição Federal Brasileira - 1934</p><p>Principais características:</p><p> Manteve a federação como forma de estado;</p><p> Manteve a república como forma de governo;</p><p> Manteve a tripartição dos poderes políticos;</p><p> Instituição da justiça do trabalho;</p><p> Extensão constitucional do direito de voto para as mulheres que</p><p>exerciam individuais (mandado de segurança e ação popular);</p><p> Inovações no sistema de controle de constitucionalidade, que tem</p><p>validade até os dias de hoje;</p><p> Implantação da cláusula da reserva de plenário (os tribunais poderão</p><p>declarar a inconstitucionalidade de uma lei, somente por maioria</p><p>absoluta).</p><p> Função pública remunerada;</p><p> Ampliação dos direitos e garantias</p><p>4ª Constituição Federal Brasileira - 1937</p><p>Principais características:</p><p> Manutenção da federação, república e tripartição de poderes;</p><p>10</p><p> Concentração de poderes políticos no Poder Executivo. Com essa</p><p>Constituição, o Presidente da República podia expedir decretos-leis</p><p>sobre matérias de competência da União. A Câmara dos Deputados</p><p>ainda era composta por representantes eleitos pelo povo, e o Conselho</p><p>Federal (antigo Senado) composto de representantes do Estado e de</p><p>membros nomeados pelo Presidente da República;</p><p> Os direitos e garantias fundamentais foram restringidos e houve</p><p>alteração no controle de constitucionalidade.</p><p>5ª Constituição Federal Brasileira - 1946</p><p>Principais características:</p><p> Autonomia das entidades federadas;</p><p> Restabelecimento do cargo de vice-presidente;</p><p> Regime democrático;</p><p> Retomada dos direitos e garantias individuais;</p><p> Manutenção do controle de constitucionalidade e instituição de um</p><p>sistema duplo de controle (via de ação e de exceção);</p><p> Instituição de sistema parlamentar de governo (emenda nº 4); após</p><p>plebiscito, o povo brasileiro, por maioria absoluta, optou pelo sistema</p><p>presidencialista de governo (emenda nº 6).</p><p>6ª Constituição Federal Brasileira - 1946</p><p>Em 1967, o então Presidente da República, João Goulart, foi derrubado</p><p>por um golpe militar que ocorreu no mês de março. No mês de abril, a Junta</p><p>Militar editou o primeiro Ato Constitucional, mantendo a Constituição de</p><p>1946</p><p>com algumas alterações. São elas:</p><p> Eleição indireta para Presidente da República;</p><p> Aprovação de projetos de lei, sugeridos pelo Presidente da República,</p><p>por decurso de prazo.</p><p> Suspensão das garantias individuais;</p><p>11</p><p> Extinção dos partidos políticos.</p><p>7ª Constituição Federal Brasileira - 1969</p><p>Principais características:</p><p>No ano de 1969, uma Junta Militar assumiu o poder sob o pretexto de</p><p>que, em época de recesso do Congresso Nacional, o Poder Executivo poderia</p><p>legislar sobre todas as matérias, assim, a Junta Militar promulgou a emenda</p><p>Constitucional nº 1, cujo propósito era exatamente a inclusão de atos</p><p>institucionais na própria lei fundamental de organização do Estado. Mister se</p><p>faz esclarecer que foram tantas as modificações que, praticamente, foi criada</p><p>uma nova Constituição. O Supremo Tribunal Federal, por votação unânime,</p><p>reconheceu que a Constituição Federal de 1967 estava revogada (RTJ, 98:952-</p><p>63).</p><p>Nesse momento histórico, observa Jorge Miguel (1) que "A Constituição</p><p>de 1969 é a anticonstituição", e que o texto constitucional admitia a existência</p><p>de duas ordens, uma constitucional e a outra institucional, esta subordinada</p><p>àquela. (1) in PINHO, Rodrigo César Rebello. Da organização do Estado, dos</p><p>poderes e histórias das Constituições. 5.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2003,</p><p>p. 160.</p><p>8ª Constituição Federal Brasileira - 1988 - Atual</p><p>Principais características:</p><p>Essa constituição foi imposta pelo Presidente da República, e o Congresso</p><p>Nacional não mais possuía legitimidade política para representação da</p><p>vontade nacional. Contudo, perdurou por dois anos, sendo substituída pela</p><p>Constituição de 1969.</p><p>12</p><p> Manteve a federação;</p><p> República como forma de estado e presidencialismo como sistema de</p><p>governo;</p><p> Regime democrático;</p><p> Valorização dos direitos fundamentais da pessoa;</p><p> Surgimento de novos direitos, denominados interesses difusos e</p><p>coletivos;</p><p> Valorização, ampliação e criação dos direitos sociais;</p><p> Extensão de direito ao voto aos analfabetos e menores entre 16 e 18</p><p>anos;</p><p> Autonomia política dos municípios;</p><p> Valorização do Poder Executivo;</p><p> Ampliação do controle de constitucionalidade;</p><p> Realização de plebiscito para que o povo possa escolher a forma e o</p><p>sistema de governo;</p><p> Realização de revisão constitucional após cinco anos da promulgação;</p><p>permite a reeleição do Presidente da República, Governadores e</p><p>Prefeitos;</p><p> Extinção da figura do Juiz Classista na Justiça do Trabalho;</p><p> Reforma econômica;</p><p> Reforma previdenciária.</p><p>Novos direitos</p><p> Direitos do meio ambiente e Direitos do consumidor.</p><p> Direitos sociais: Como por exemplo: licença paternidade e aviso prévio</p><p>proporcional.</p><p>Poder Executivo</p><p>A partir desse momento, o Presidente da República passa a não legislar</p><p>por decretos- leis e os atos legislativos passam a ser aprovados por decurso de</p><p>prazo.</p><p>13</p><p>Reeleição</p><p>Emenda constitucional nº 16 de 1997.</p><p>Extinção</p><p>Emenda nº 24 de 1999.</p><p>Reforma econômica</p><p>Extinguiu-se a restrição ao capital estrangeiro e abertura de navegação</p><p>para embarcações estrangeiras.</p><p>1.3. Normas infraconstitucionais</p><p>SEÇAO VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>Subseção I - Disposição geral</p><p>Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - Emendas</p><p>constitucionais;</p><p>II - Leis complementares;</p><p>III- Leis ordinárias; IV- Leis delegadas;</p><p>V - Medidas provisórias; VI -Decretos legislativos; VII -Resoluções.</p><p>Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,</p><p>alteração e consolidação das leis.</p><p>Leis Complementares - São leis que complementam a Constituição</p><p>Federal e estão previstas para dar efetividade às suas regras; o próprio</p><p>legislador disporá que situação será regulamentada pela lei complementar. As</p><p>leis complementares serão aprovadas mediante maioria absoluta, ou seja, só</p><p>serão aprovadas se tiverem aprovação da metade e mais um da totalidade dos</p><p>integrantes de um órgão colegiado. Veja o artigo 69 da CF.</p><p>SUBSEÇÃO III - DAS LEIS</p><p>ARTIGO 69 - As leis complementares serão aprovadas por maioria</p><p>absoluta</p><p>14</p><p>Emenda Constitucional - é a possibilidade de alterar dispositivos da</p><p>Constituição Federal. Trata-se de uma manifestação do Poder Constituinte, que</p><p>foi atribuído ao Poder Legislativo, para efetuar alterações na Constituição</p><p>Federal, porém, essas emendas são limitadas. Veja o artigo 60, parágrafo 4º</p><p>da Constituição Federal.</p><p>SUBSEÇÃO II - DA EMENDA à CONSTITUIÇÃO</p><p>Artigo 60 - A constituição poderá ser emendada mediante proposta:</p><p>I- de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou</p><p>do Senado Federal;</p><p>II- do presidente da República;</p><p>III- de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da</p><p>Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de</p><p>seus membros.</p><p>Parágrafo 1º ... Parágrafo 2º... Parágrafo 3º ...</p><p>Parágrafo 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a</p><p>abolir:</p><p>I - forma federativa de Estado;</p><p>II- o voto direto, secreto, universal e periódico; III- a separação dos</p><p>Poderes;</p><p>IV- os direitos e garantias individuais.</p><p>Leis Ordinárias - são as leis comuns, como por exemplo: o Código Civil</p><p>e o Código Penal. Tem previsão constitucional no artigo 47; a sua votação se</p><p>dá mediante maioria simples, ou seja, a metade mais um dos membros do</p><p>Congresso Nacional. A maioria simples, ao contrário da maioria absoluta, é</p><p>calculada em relação aos membros de um órgão colegiado que efetivamente</p><p>estejam presentes em uma sessão legislativa. Veja o que diz o artigo 47 da CF.</p><p>TÍTULO IV - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES</p><p>Capítulo I</p><p>Do poder legislativo</p><p>Seção I - Do Congresso Nacional</p><p>15</p><p>Artigo 47 - Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de</p><p>cada casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente</p><p>a maioria absoluta de seus membros.</p><p>Leis Delegadas - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente</p><p>da República, que deverá solicitar a delegação para o Congresso Nacional,</p><p>essa delegação que o Congresso Nacional dá ao Presidente da República é</p><p>feita mediante resolução. Para melhor entendimento podemos dizer que, o</p><p>Poder Legislativo está delegando poderes ao Chefe do Poder Executivo</p><p>(Presidente da República) para elaborar determinada lei. Veja o artigo 68 da</p><p>CF.</p><p>SUBSEÇÃO III - Das leis</p><p>Artigo 68 - As Leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,</p><p>que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.</p><p>Parágrafo 1º ...</p><p>I ...</p><p>II ...</p><p>III ...</p><p>Parágrafo 2º - A delegação ao Presidente da República terá forma de</p><p>resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos</p><p>de seu exercício.</p><p>Medidas Provisórias - São atos editados pelo Presidente da República,</p><p>com força de lei, em casos de urgência e relevância, devendo ser submetidos</p><p>de imediato ao Congresso Nacional, sob pena de perda da eficácia se não</p><p>forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, que podem ser prorrogadas por</p><p>uma única vez por igual período. (emenda constitucional 32).</p><p>A medida provisória substituiu o antigo decreto lei, que tinha validade por</p><p>45 dias, e eram aprovados pelo transcurso do prazo, diferentemente da medida</p><p>provisória, que se não forem apreciadas pelo Congresso nacional pelo prazo</p><p>acima previsto,serão rejeitadas e não terão nenhum efeito.</p><p>16</p><p>Conheça o artigo 62 da CF.</p><p>SUBSEÇÃO III - Das Leis</p><p>Artigo 62 - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República</p><p>poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devem submetê-las de</p><p>imediato ao Congresso Nacional que, estando em recesso, será convocado</p><p>extraordinariamente para se reunir no prazo máximo de cinco dias.</p><p>Decretos Legislativos - essa espécie normativa tem como conteúdo as</p><p>matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional. É por decreto</p><p>legislativo</p><p>que se referendam os atos do Presidente da República. Em algumas</p><p>situações, o Presidente da República necessita de prévia autorização do</p><p>Congresso Nacional para editar alguma norma estabelecida na Constituição</p><p>Federal. Conheça o artigo 49 da CF.</p><p>SEÇÃO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL</p><p>Artigo 49 - é da competência exclusiva do Congresso Nacional:</p><p>I- resolver definitivamente sobre tratados, acordos internacionais que</p><p>acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;</p><p>II- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a</p><p>paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional</p><p>ou nele permaneça temporariamente, ressalvado os casos previstos em</p><p>lei complementar;</p><p>III- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se</p><p>ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;</p><p>IV ...........</p><p>Decretos Regulamentares - é o veículo de manifestação do Presidente</p><p>da República, pois, por meio desse instrumento, o Chefe do Poder Executivo</p><p>exercita suas funções jurídicas. Veja como exemplo o artigo 84, inciso IV da</p><p>CF.</p><p>SEÇÃO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>17</p><p>Artigo 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>I - ...</p><p>II- ...</p><p>III - ...</p><p>IV- sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir</p><p>decretos e regulamentos para sua fiel execução;</p><p>V - ..........</p><p>Resoluções - "são os atos de competência privativa do Congresso</p><p>Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados e, geralmente com efeitos</p><p>internos, utilizados nos demais casos previstos na Constituição Federal". Veja o</p><p>artigo 68, parágrafo 2º da CF como exemplo.</p><p>SUBSEÇÃO III - Das leis</p><p>Artigo 68 - As Leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,</p><p>que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.</p><p>Parágrafo 1º ...</p><p>I ...</p><p>II...</p><p>III...</p><p>Parágrafo 2º - A delegação ao Presidente da República terá forma de</p><p>resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos</p><p>de seu exercício.</p><p>1.4. Procedimento Legislativo</p><p>SUBSEÇÃO III</p><p>Das Leis</p><p>Artigo 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer</p><p>membro ou Comissão da Câmara do Deputados, do Senado Federal ou do</p><p>Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal</p><p>18</p><p>Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da República e aos</p><p>cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.</p><p>Artigo 61, parágrafo 2º - a iniciativa popular pode ser exercida pela</p><p>apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no</p><p>mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco</p><p>estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um</p><p>deles.</p><p>Como exemplo de lei elaborada pela iniciativa popular, vamos relembrar</p><p>do assassinato de Daniela Perez, filha da escritora global Glória Perez.</p><p>Trata-se de um homicídio que ocorreu em 1992. A vítima foi assassinada</p><p>pelo colega de trabalho, Guilherme de Pádua, em dezembro do referido ano.</p><p>Os assassinos foram presos, mas, com menos de dois anos de pena cumprida,</p><p>um dos autores já estava em liberdade, porque o homicídio qualificado era tido</p><p>como um crime normal; foi aí que a escritora Glória Perez empreendeu uma</p><p>campanha pública para implementar o projeto, valendo-se da oportuna</p><p>participação da Rede Globo. Foi realizado um abaixo assinado por todo o Brasil</p><p>e, por conta disso, o homicídio, desde 07 de setembro de 1994, pela lei nº</p><p>8.930/94, passou a ser caracterizado como crime hediondo. Devido a essa</p><p>iniciativa popular, a aplicação da lei penal nos casos de homicídio, foi</p><p>majorada.</p><p>Majorada: aumentar, tornar maior.</p><p>Se o projeto de lei teve iniciativa na Câmara dos Deputados (casa</p><p>iniciadora) terá a votação no Senado Federal, a casa revisora; se o Senado</p><p>Federal aprovar esse projeto de lei, será encaminhado para sanção ou veto do</p><p>Presidente da República.</p><p>Projeto de lei iniciado pela Câmara dos Deputados (casa iniciadora) terá</p><p>votação no Senado (casa revisora). Projeto de lei iniciado pelo Senado</p><p>Federal (casa iniciadora) terá a Câmara dos Deputados como casa</p><p>revisora.</p><p>19</p><p>Um projeto de lei pode ser iniciado pelo Presidente da República, pelos</p><p>Tribunais Superiores ou por iniciativa popular. Nesses casos, a Constituição</p><p>Federal estabelece, em seu artigo 64, que, obrigatoriamente, a Câmara dos</p><p>Deputados deve ser a casa iniciadora e o Senado, a casa revisora. Após</p><p>votação e aprovação do projeto de lei por ambas as casas legislativas (Câmara</p><p>dos Deputados e Senado Federal), o texto encaminhado para o Presidente da</p><p>República estará sujeito à sanção ou veto.</p><p>O ato de sancionar ou vetar o projeto de lei, estabelecido</p><p>constitucionalmente no artigo 84,IV e V, é exclusivo do Presidente da</p><p>República. SANÇÃO -é a aceitação, concordância do Presidente da República</p><p>com o projeto de lei. A sanção pode ser expressa ou tácita. Será expressa</p><p>quando o Presidente da República manifestar a sua concordância por escrito, e</p><p>tácita quando o Presidente deixar de manifestar-se por escrito a respeito do</p><p>projeto de lei, já que a Constituição Federal prevê essa situação em seu artigo</p><p>66, parágrafo 3º.</p><p>Consulte a legislação.</p><p>SUBSEÇÃO III</p><p>Das Leis</p><p>Artigo 66 - A casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de</p><p>lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.</p><p>Parágrafo 1º .............</p><p>Parágrafo 2º .............</p><p>Parágrafo 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da</p><p>República importará em sanção.</p><p> Aquiescer: Consentir, concordar.</p><p> Sanção, Expressa e Tácita</p><p>20</p><p> Veto - é o ato pelo qual o Presidente da Republica manifesta a sua</p><p>discordância com o projeto de lei. O veto poderá ser total ou parcial. O</p><p>veto é total quando o Presidente não concorda com a integralidade do</p><p>projeto de lei e parcial, quando o Presidente discorda apenas de parte</p><p>do projeto de lei; nesse último caso, a parte em que houver</p><p>concordância será promulgada e, posteriormente, publicada; somente a</p><p>parte que foi vetada retornará ao Congresso Nacional.</p><p>Finalizando o sistema de aprovação de um projeto de lei , o texto</p><p>Constitucional faz referência à promulgação e publicação.</p><p>Promulgação - é o ato pelo qual o Presidente da República atesta a existência</p><p>de uma lei, porém, essa lei ainda não tem eficácia. Conheça os artigos de Lei.</p><p>SUBSEÇÃO III</p><p>Das Leis</p><p>Artigo- 66...</p><p>parágrafo 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo</p><p>Presidente da República, nos casos dos parágrafos 3º e 5º, o Presidente do</p><p>Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-</p><p>presidente do Senado fazê-lo.</p><p>Publicação (vigência) - é a comunicação feita a todos (diário oficial) da</p><p>existência de uma lei, assim como de seu conteúdo. De acordo com o artigo 1º</p><p>do Código Civil, a lei passa a vigorar em todo o território nacional, 45 dias após</p><p>a sua publicação, salvo disposição em contrário.</p><p>2. República Federativa do Brasil</p><p>A Constituição, lei maior do País, descreve o que é o Brasil logo no</p><p>comecinho, no primeiro artigo. Vamos entender o que cada palavra significa?</p><p>“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união</p><p>indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em</p><p>Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a</p><p>21</p><p>cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da</p><p>livre iniciativa; o pluralismo político.”</p><p>Somos uma República, ou seja, uma forma de governo onde o chefe de</p><p>Estado é escolhido pelo povo, normalmente por meio do voto livre e secreto.</p><p>Em nosso caso, temos o Presidente da República, eleito a cada quatro anos.</p><p>Somos diferentes, por exemplo, da Monarquia, em que o rei é o chefe e fica no</p><p>trono até morrer, sendo substituído</p><p>por um filho e assim por diante (regime</p><p>hereditário).</p><p>Também somos uma federação, ou seja, a união política de territórios</p><p>com governo próprio e certa autonomia. O Brasil tem 26 estados e o Distrito</p><p>Federal, e mais de cinco mil municípios. Todos eles têm seus governantes e</p><p>suas leis particulares, mas não podem ultrapassar os limites da Constituição</p><p>Federal. Essa união é indissolúvel. Nenhum estado pode se separar do País.</p><p>Ah! E apenas o governo federal tem soberania perante os outros países.</p><p>Somos um Estado Democrático de Direito. Em primeiro lugar, somos</p><p>uma democracia, um governo do povo. A própria Constituição fala sobre isso:</p><p>“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos</p><p>ou diretamente”. Também somos um Estado de Direito. Isso quer dizer que a</p><p>Constituição e demais leis valem para todos, dos cidadãos comuns às</p><p>autoridades políticas. Todos devem respeitar os direitos humanos e as</p><p>garantias fundamentais.</p><p>Temos soberania. O Brasil é independente dos outros países e tem</p><p>autoridade própria em seu território. Assim, podemos nos organizar para fazer</p><p>ou revogar leis, emitir nossa própria moeda, lançar impostos, declarar guerra</p><p>ou celebrar a paz.</p><p>A cidadania é um dos nossos fundamentos. O cidadão brasileiro tem</p><p>direitos e deveres, para que possa participar da vida em sociedade e das</p><p>decisões do governo, seja como eleitor ou como eleito. A ele, é garantida a</p><p>liberdade, o direito à justiça e o bem-estar econômico e social.</p><p>A Constituição também inclui o fundamento do respeito e da</p><p>consideração de cada cidadão brasileiro por parte do governo e da</p><p>comunidade, sem discriminação, protegendo-o contra a indignidade, isto é,</p><p>contra tudo o que for humilhante e desumano.</p><p>22</p><p>Ao colocar os valores sociais do trabalho como fundamento, a</p><p>Constituição Federal busca defender os direitos dos trabalhadores, mostrando</p><p>como eles são importantes para o País. Já a liberdade de iniciativa permite ao</p><p>cidadão brasileiro realizar qualquer trabalho, ofício, profissão ou atividade</p><p>econômica que estiver dentro da lei.</p><p>A palavra “pluralismo” vem de “plural”, que significa “mais de um”. A</p><p>Constituição brasileira permite que existam vários partidos políticos, com iguais</p><p>direitos a exercer o poder público, de acordo com a lei. Com isso, grupos</p><p>diferentes podem mostrar suas ideias e opiniões, respeitando-se uns aos</p><p>outros.</p><p>Agora você já está por dentro do que é a República Federativa do Brasil,</p><p>Plenamigo! O mais legal de entender tudo direitinho é colocar em prática o que</p><p>está na Constituição. Especialmente o que diz o terceiro artigo:</p><p>“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:</p><p>I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;</p><p>II - garantir o desenvolvimento nacional;</p><p>III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades</p><p>sociais e regionais;</p><p>IV – “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,</p><p>cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”</p><p>2.1. Princípios Fundamentais Da República Federativa Do</p><p>Brasil</p><p>A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos</p><p>Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático</p><p>de Direito e tem como fundamentos:</p><p>I - a soberania;</p><p>II - a cidadania;</p><p>23</p><p>III - a dignidade da pessoa humana;</p><p>IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;</p><p>V - o pluralismo político.</p><p>2.2. Origem Do Poder</p><p>Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes</p><p>eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição.</p><p>Poderes da União</p><p>São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o</p><p>Legislativo, o Executivo e o Judiciário.</p><p>Poder Legislativo</p><p>O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe</p><p>da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Cabe ao Congresso</p><p>Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as</p><p>matérias de competência da União, em especial sobre o sistema tributário,</p><p>arrecadação e distribuição de rendas, moeda, seus limites de emissão, e</p><p>montante da dívida mobiliária federal, entre outras atribuições.</p><p>O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2</p><p>de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro..</p><p>Poder Executivo</p><p>O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado</p><p>pelos Ministros de Estado. A eleição do Presidente da República importará a do</p><p>Vice-Presidente com ele registrado.</p><p>O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em</p><p>sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender</p><p>e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo</p><p>brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.</p><p>Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe, no de</p><p>vaga, o Vice-Presidente. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-</p><p>24</p><p>Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente</p><p>chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos</p><p>Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-</p><p>se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. Ocorrendo a</p><p>vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos</p><p>os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional.</p><p>O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em</p><p>primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. Compete privativamente</p><p>ao Presidente da República, entre outras atribuições constitucionais:</p><p> nomear e exonerar os Ministros de Estado;</p><p> exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da</p><p>administração federal;</p><p> sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir</p><p>decretos e regulamentos para sua fiel execução;</p><p> vetar projetos de lei, total ou parcialmente;</p><p> dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da</p><p>administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem</p><p>criação ou extinção de órgãos públicos.</p><p>Poder Judiciário</p><p>São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>o Supremo Tribunal Federal;</p><p> Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>45, de 2004)</p><p> o Superior Tribunal de Justiça;</p><p> os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;</p><p> os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p> os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p> os Tribunais e Juízes Militares;</p><p> os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.</p><p>25</p><p>Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e</p><p>fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar</p><p>a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou</p><p>somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do</p><p>interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Ao Poder</p><p>Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.</p><p>2.3. Objetivos Fundamentais da República Federativa do</p><p>Brasil</p><p>Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:</p><p>I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;</p><p>II - garantir o desenvolvimento nacional;</p><p>III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades</p><p>sociais e regionais;</p><p>IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,</p><p>cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.</p><p>2.4. Relações Internacionais</p><p>A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações</p><p>internacionais pelos seguintes princípios:</p><p>I - independência nacional;</p><p>II - prevalência dos direitos humanos;</p><p>III - autodeterminação dos povos;</p><p>IV - não-intervenção;</p><p>V - igualdade entre os Estados;</p><p>26</p><p>VI - defesa da paz;</p><p>VII - solução pacífica dos conflitos;</p><p>VIII - repúdio ao terrorismo</p><p>e ao racismo;</p><p>IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;</p><p>X - concessão de asilo político.</p><p>Bases: Constituição Federal - artigos 1 ao 4, 44 a 57, 76 a 84 e 92 a 99.</p><p>3. Sistemas e Formas De Governo</p><p>"As formas de governo são formas de vida do Estado, revelam o caráter</p><p>coletivo do seu elemento humano, representam a reação psicológica da</p><p>sociedade às diversas e complexas influências de natureza moral, intelectual,</p><p>geográfica, econômica e política através da história." (Darcy Azambuja)</p><p>Configura-se uma enorme discussão entre formas de governo e formas de</p><p>estado.</p><p>Os alemães denominam forma de estado aquilo que os franceses</p><p>conhecem como forma de governo. Como forma de estado, têm-se a unidade</p><p>dos ordenamentos estatais; a sociedade de Estados( o Estado Federal, a</p><p>Confederação, etc) e o Estado simples ou Estado unitário. Como forma de</p><p>governo, têm-se a organização e o funcionamento do poder estatal, consoante</p><p>os critérios adotados para a determinação de sua natureza. Os critérios são:</p><p>a) o número de titulares do poder soberano;</p><p>b) a separação de poderes e suas relações;</p><p>c) os princípios essenciais que animam as práticas governativas e o</p><p>exercício limitado ou absoluto do poder estatal.</p><p>O primeiro critério tem o prestígio do nome de Aristóteles e sua afamada</p><p>classificação das formas de governo. Os dois últimos são mais recentes e</p><p>demonstram a compreensão contemporânea do processo governativo e sua</p><p>institucionalização social.</p><p>27</p><p>2.5. Forma De Governo Ou Sistema Político</p><p>Em ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o</p><p>conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a</p><p>fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Cabe notar que esta definição é</p><p>válida mesmo que o governo seja considerado ilegítimo. Tais instituições têm</p><p>por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício,</p><p>inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os</p><p>demais membros da sociedade (os administrados).</p><p>A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida</p><p>com a forma de Estado (unitária ou federal) nem com seu sistema de governo</p><p>(Monarquismo, presidencialismo, parlamentarismo, dentre outros). Outra</p><p>medida de cautela a ser observada ao estudar-se o assunto é ter presente o</p><p>fato de que é complicado categorizar as formas de governo. Cada sociedade é</p><p>única em muitos aspectos e funciona segundo estruturas de poder e sociais</p><p>específicas. Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas formas de</p><p>governo quanto há sociedades.</p><p>Segundo Aristóteles</p><p>Aristóteles descreve o governo com critérios de justiça e objetivos que</p><p>visam o bem comum. Assim, classifica as formas de governo mediante o</p><p>número e o poder dado ao(s) governante(s).</p><p>Segundo Aristóteles eram legítimas, puras - porque visavam o interesse</p><p>comum - as seguintes formas de governo:</p><p> Monarquia - Rei tem poder supremo</p><p> Aristocracia - Alguns nobres detém o poder</p><p> Democracia ou Politeia - Povo detém o controle político</p><p>Por sua vez, eram ilegítimas - porque visavam interesse próprio - as</p><p>seguintes formas que deturpavam a concepção de governo do filósofo - as</p><p>chamadas formas legítimas citadas acima - corrompendo, assim, a sua</p><p>essência política:</p><p> Tirania - Poder supremo obtido de forma corrupta</p><p> Oligarquia - Poder detido por um grupo que o exerce de forma injusta</p><p> Demagogia ou Olocracia - Poder exercido por facções populares</p><p>28</p><p>Depois de Aristóteles muitos outros estudos abordaram este assunto,</p><p>resultando em formas de governo diferentes, tal como as que Maquiavel</p><p>considerou: República e Principado.</p><p>Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação</p><p>de Aristóteles. Alguns como Cícero acrescentaram às formas de Aristóteles</p><p>uma quarta: a forma mista de governo. O governo misto aparece para a</p><p>redução dos poderes da monarquia, aristocracia e democracia mediante</p><p>determinadas instituições políticas, tais como um Senado aristocrático ou uma</p><p>Câmara democrática. Como forma de exemplificação tem-se a Inglaterra, na</p><p>qual, o quadro político combina três elementos institucionais: a Coroa</p><p>monárquica, a Câmara aristocrática e Câmara democrática ou popular; tendo</p><p>assim, um governo misto exercido pelo "Rei e seu Parlamento".</p><p>De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o secretário florentino,</p><p>que se imortalizou na ciência política com o livro "O Príncipe" no qual ele</p><p>afirmava que "todos os Estados, todos os domínios que exerceram e exercem</p><p>poder sobre homens, foram e são, ou Repúblicas ou principados." Com essa</p><p>afirmação, Maquiavel classifica as formas de governo com somente duas</p><p>vertentes: República e Monarquia.</p><p>e Maquiavel vamos para Montesquieu, cuja classificação é a mais</p><p>afamada dos tempos modernos. Montesquieu distingue três espécies de</p><p>governo: República, Monarquia e Despotismo; em várias passagens de seu</p><p>livro O Espírito das leis “ele procura achar um fundamento moral que</p><p>caracterize as três formas clássicas”. Segundo ele, a característica da</p><p>democracia é o amor à pátria e à igualdade; da monarquia é a honra e da</p><p>aristocracia é a moderação.</p><p>A república compreende a democracia e a aristocracia. Das</p><p>classificações de formas de governo aparecidas modernamente, depois da de</p><p>Montesquieu, de ressaltar a da autoria do jurista alemão Bluntschli, que</p><p>distinguiu as formas fundamentais ou primárias das formas secundárias de</p><p>governo. Como se vê Bluntschli enumera as formas de governo, à luz de</p><p>Aristóteles, acrescentando, porém uma quarta: a ideologia ou teocracia, em</p><p>que o poder é exercido por "Deus". Rodolphe Laun, professor da universidade</p><p>de Hamburgo, em seu livro LA DEMOCRATIE, fornece uma classificação que</p><p>29</p><p>permite distinguir quase todas as formas de governo, classificando-as quanto à</p><p>origem, à organização exercício.</p><p>Quanto à origem - Governos de dominação Governos democráticos ou</p><p>populares. Quanto à Organização Governos de Direito > Eleição -></p><p>Hereditariedade Governos de fato Quanto ao Exercício Constitucionais</p><p>Absdutos. A ideia de governo, se entrelaça com a de regime e ideologia</p><p>dominante. Mediante as ideias é que se irá explicar as formas de governo,</p><p>sendo que esta faz-se secundária e o que realmente deve importar são as</p><p>ideologias trazidas para os governos, procurando-se então aqualitá-los.</p><p>O regime representativo é colocado em prática nos Estados modernos</p><p>sob modalidades diferentes, cada uma constituindo uma variante da</p><p>democracia e tendo na linguagem corrente a denominação de formas de</p><p>governo. 5 As formas de governo a partir do momento que a separação de</p><p>poder deixou de ter um cunho aristotélico. São elas: governo parlamentar,</p><p>governo presidencial e governo convencional ou governo de assembleia. As</p><p>formas de governos foram deduzidas por Barthélemy, baseada nas relações</p><p>entre os poderes Executivos e Legislativos.</p><p>Ele deduziu que se a Constituição dá ênfase ao Legislativo, há o</p><p>governo convencional. No entanto, se a Constituição dá predominância ao</p><p>Executivo, há o governo presidencial, e se manifestação desses dois poderes</p><p>for equilibrada, temos o governo parlamentar.</p><p>Na opinião de Darcy Azambuja, podia-se atingir mais diretamente a</p><p>característica dessas formas de regime representativo derivando-as do modo</p><p>pelo qual é exercido o poder Executivo. Se ele gozar de plena autonomia em</p><p>relação ao legislativo, temos o governo presidencial, em que o Executivo é</p><p>exercido pelo Presidente da República, como um verdadeiro Poder de Estado,</p><p>sem qualquer subordinação jurídica ou política ao Legislativo. Mas, quando o</p><p>Executivo está subordinado completamente ao Legislativo, há o governo de</p><p>assembleia, e quando sem haver subordinação completa, o Executivo depende</p><p>da confiança do Parlamento, surge o governo parlamentar ou de gabinete.</p><p>O governo parlamentar assenta fundamentalmente na igualdade</p><p>e</p><p>colaboração entre o Executivo e o Legislativo. Já o governo presidencial resulta</p><p>num sistema de separação rígido dos três poderes: o Executivo, o Legislativo e</p><p>o Judiciário. Diferente das outras formas de regime representativo, o governo</p><p>30</p><p>convencional se toma como um sistema de preponderância da assembleia</p><p>representativa, em matéria de governo; com isso, surge também a designação</p><p>de "governo de assembleia".</p><p>Com a aparição dessas três formas de governo, em substituição habitual</p><p>das arcaicas classificações pertinente ao número de titulares do poder</p><p>soberano, se instituiu num considerável progresso tocante à separação</p><p>histórica do dualismo monarquia-república. O governo de assembleia apareceu</p><p>durante a Revolução Francesa, com a Convenção Nacional e na atualidade,</p><p>com o nome de governo diretorial ou colegiado, só existe na Suíça. Neste país,</p><p>o Legislativo é formado pele Assembleia Federal e o Executivo pelo Conselho</p><p>Federal (Bundesrat).</p><p>O Conselho Federal é composto por ministros eleitos pela assembleia</p><p>por três anos e um deles é o Presidente da República. Esse poder Executivo é</p><p>simplesmente um corpo de comissários da Assembleia; ela é que dá impulso à</p><p>administração e governa o Estado. As resoluções do Conselho podem ser</p><p>modificadas e mesmo anuladas pelo Legislativo. Assim dispõe a Constituição</p><p>suíça, se bem que na realidade o Conselho goza de certa autonomia e é afinal</p><p>um governo semelhante aos dos Estados parlamentares.</p><p>O governo presidencial caracteriza-se pela independência dos Poderes,</p><p>mas essa independência não no sentido de oposição e separação entre eles e</p><p>sim no sentido de não haver subordinação de um para o outro. A característica</p><p>essencial do sistema presidencial é que o Poder Executivo é exercido de</p><p>maneira autônoma pelo Presidente da República, que é um órgão do Estado,</p><p>um órgão representativo como o Parlamento, pois, como este, é eleito pelo</p><p>povo.</p><p>O sistema presidencialista foi criado pela constituição dos Estados</p><p>Unidos da América do Norte, em 1787, e depois adotado por todos os Estados</p><p>do continente, com ligeiras modificações. Nessa forma de governo, o</p><p>Presidente da República assume uma posição "autoritária" no que diz respeito</p><p>ao poder de veto, isto é, negar aprovação a leis feitas pelo Legislativo, caso em</p><p>que este terá de votá-las novamente, só se tornando obrigatórias se aprovadas</p><p>por dois terços dos membros do Parlamento. O governo parlamentar foi uma</p><p>criação da história política da Inglaterra.</p><p>31</p><p>O governo de gabinete, refletiu exatamente, na sua formação e</p><p>evolução, as vicissitudes e peculiaridades do ambiente jurídico e político</p><p>daquele país. À margem dos textos constitucionais, o governo de gabinete</p><p>organizou-se e evoluiu conforme tendências que cada vez mais se acentuaram</p><p>e precisaram, tornando-se a forma de governo quase unânime na Europa.</p><p>2.6. República</p><p>Primeiro período republicano no Brasil, também chamado de I</p><p>República, e dura de 1889 a 1930. É controlado pelas oligarquias agrárias de</p><p>São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ligado à cultura cafeeira. De 1889 a</p><p>1894, o Brasil é dominado pelos setores militares envolvidos diretamente na</p><p>proclamação da República. Chefe do governo provisório, o marechal Deodoro</p><p>da Fonseca assume a Presidência em 1891. Desfavorecido pela oposição do</p><p>Congresso a sua política econômica, Deodoro renuncia em novembro do</p><p>mesmo ano.</p><p>Seu vice, Floriano Peixoto, assume o governo e usa o apoio popular</p><p>para radicalizar a luta contra os monarquistas. Presidente civil - Republicano</p><p>histórico, Prudente de Morais, que governa entre 1894 e 1898, inaugura a fase</p><p>dos governos civis e a sucessão de presidentes eleitos pelo Partido</p><p>Republicano Paulista (PRP) - Campos Salles (de 1898 a 1902) e Rodrigues</p><p>Alves (1902 a 1906) - e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) - Afonso pena</p><p>(1906 a 1909) e Venceslau Brás (1914 a 1918).</p><p>Formado pelas oligarquias paulistas, mineira e fluminense, o núcleo</p><p>central do republicanismo controla as eleições, faz presidentes e domina o</p><p>país. Política dos governadores - Com a intenção de garantir o domínio das</p><p>grandes oligarquias sobre a república, o paulista Campos Salles monta um</p><p>esquema de poder que fica conhecido como "política dos governadores": o</p><p>Presidente da República dá suporte aos candidatos oficiais nas disputas</p><p>estaduais e os governadores apoiam seu indicado nas eleições presidenciais.</p><p>Para dar certo, o plano depende do poder dos coronéis sobre o</p><p>eleitorado local e do controle da comissão de Verificação de Poderes do</p><p>Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais finais e pela</p><p>32</p><p>diplomação dos eleitos. "Café-com-leite" - Com a política econômica voltada à</p><p>cafeicultura e os governadores garantindo a sustentação das oligarquias</p><p>regionais, implanta-se a "república do café-com-leite" - alusão à aliança que</p><p>alterna paulistas e mineiros no poder.</p><p>Nem o governo de marechal Hermes da Fonseca (1910 a 1914),</p><p>dominado pelo senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de</p><p>"salvações militares", abala aliança. Na verdade, as "salvações" não passam</p><p>de intervenções do governo federal nos estados (Bahia, Alagoas, Pernambuco,</p><p>Ceará) para substituir as oligarquias de oposição por grupos políticos aliados</p><p>ao poder central. Divisões - As primeiras rachaduras nessa estrutura aparecem</p><p>no final da década de 1910. Em 1918, o paulista Rodrigues Alves é eleito para</p><p>suceder o mineiro Venceslau Brás.</p><p>Rodrigues Alves morre antes da posse e paulistas e mineiros não</p><p>chegam a um acordo para a substituição. Lançam, então, o paraibano Epitácio</p><p>Pessoa, que governa de 1919 a 1922. Seu sucessor é mineiro Artur Bernardes</p><p>(1922 a 1926), que não tem a unanimidade de paulistas e mineiros. Bernardes</p><p>desperta uma oposição militar que desemboca nas revoltas tenentistas, tendo</p><p>de governar sob estado de sítio. O paulista Washington Luís (1926 a 1930)</p><p>também assume a presidência sem a sustentação das lideranças de seu</p><p>estado.</p><p>Enfrenta o endividamento interno e externo do país, a retração das</p><p>exportações e, a partir de 1929, os problemas provocados pela crise</p><p>econômica mundial. Aliança Liberal - Pela política do "café-com-leite", cabe ao</p><p>PRM indicar o candidato à sucessão de Washington Luís. O partido já tem um</p><p>nome, o do governador de Minas Gerais, Antônio Carlos. Sustentado pelo PRP,</p><p>o presidente lança o nome de Júlio Prestes, governador de São Paulo.</p><p>O gesto rompe o acordo das oligarquias paulista e mineira. Com o apoio do</p><p>Rio Grande do Sul e da Paraíba, o PRM compõe a Aliança Liberal, que parte</p><p>para a disputa tendo o gaúcho Getúlio Vargas para presidente e o paraibano</p><p>João Pessoa para vice. Em abril de 1930, a chapa de Júlio Prestes vence a</p><p>eleição. Inconformados, os aliancistas fazem a revolução de 1930, que põe fim</p><p>à República Velha.</p><p>33</p><p>2.7. Monarquia e República</p><p>Monarquia e República são as duas formas de governo que predominam</p><p>atualmente. Na Monarquia o poder é exercido pelo rei, que é sucedido por</p><p>descendência. Nessa forma de governo não existe limite temporal, de modo</p><p>que o seu governante o monarca exerce o cargo até a sua morte ou abdicação.</p><p>A Monarquia pode ser Absoluta ou Constitucional. Na primeira, o poder é</p><p>ilimitado, absoluto conforme sugere sua denominação.</p><p>Quanto à Monarquia Constitucional também chamada de Monarquia</p><p>Parlamentarista o governo é exercido pelo cargo do primeiro-ministro.</p><p>No que respeita à República o poder é exercido por um presidente no</p><p>caso do presidencialismo ou primeiro-ministro no caso do Parlamentarismo</p><p>eleitos por meio de eleições diretas (diretamente por voto popular) ou indiretas</p><p>(por representantes escolhidos pelo povo, que compõem o chamado colégio</p><p>eleitoral). Tanto as funções do presidente como a do primeiro-ministro são</p><p>desempenhadas por um prazo determinado.</p><p>Ainda que realmente Machiavelli não haja reduzido as formas de</p><p>governo</p><p>a duas, são a monarquia e a república os dois tipos comuns em que</p><p>se apresenta o governo nos Estados modernos. Se ainda há aristocracias, não</p><p>há mais governos aristocráticos, e os outros tipos da classificação de</p><p>Aristóteles não são formas normais, como o grande filósofo mesmo acentuou.</p><p>No entanto, são tão complexas as relações que estabelecem entre os</p><p>órgãos do Estado, são tão sutis às vezes as mudanças que separam uma de</p><p>outra forma, que não é fácil conceituar rigorosamente a forma republicana e a</p><p>monárquica. No conceito clássico, e verdadeiro afinal, monarquia é a forma de</p><p>governo em que o poder está nas mãos de um indivíduo, de uma pessoa física.</p><p>"Monarquia é o Estado dirigido por uma vontade física.</p><p>Esta vontade deve ser juridicamente a mais alta, não deve depender de</p><p>nenhuma outra vontade", disse Jellinek (L'État moderne, vol. II, p. 401.)</p><p>Substituindo o adjetivo impróprio "física" por "individual", temos a definição</p><p>corrente de monarquia. Acontece, porém, que somente, nos governos</p><p>absolutos se encontra o Estado dirigido por uma única vontade individual, que</p><p>seja a mais alta e não dependa de nenhuma outra. A definição, pois, não se</p><p>aplica aos Estados modernos.</p><p>34</p><p>Dir-se-á, então, que não há mais monarquias, de vez que</p><p>modernamente o órgão supremo do poder não é nunca um indivíduo só, e a</p><p>vontade dos reis não é nunca a mais alta e independente de qualquer outra?</p><p>Porque, de fato, nas monarquias modernas, todas limitadas e constitucionais, o</p><p>rei, ainda quando governe, não governa sozinho, sua autoridade é limitada pela</p><p>de outros órgãos, coletivos quase sempre, como por exemplo os Parlamentos.</p><p>E a verdade é que os reis modernos "reinam, mas não governam", segundo o</p><p>aforismo tradicional, e por isso mesmo são irresponsáveis.</p><p>De qualquer forma, não dirigem o Estado sozinhos, nem sua vontade é a</p><p>mais alta e independente. Na melhor das hipóteses, é a sua vontade</p><p>juntamente com a de outros órgãos criados pela Constitui- ção que dirige o</p><p>Estado; quase sempre são esses outros órgãos, Ministério e Parlamento, que</p><p>dirigem o Estado. Muitos escritores têm procurado definir os traços</p><p>característicos da monarquia e, assim, distingui-la da república, cuja</p><p>conceituação também é difícil.</p><p>Artaza entende que "monarquia é o sistema político em que o cargo de</p><p>chefe do Poder Executivo é vitalício, hereditário e irresponsável, e a república é</p><p>o sistema em que o citado cargo é temporário, eletivo e responsável". Se nos</p><p>ativéssemos apenas ao texto das Constituições das monarquias e repúblicas</p><p>modernas o ponto de vista do autor espanhol seria plenamente satisfatório,</p><p>pois ali se declara que o rei ou o Presidente da República é o chefe do Poder</p><p>Executivo.</p><p>Acontece, porém, que de fato, nas monarquias e repúblicas de governo</p><p>parlamentar, nem o rei nem o presidente são os chefes do Poder Executivo;</p><p>essa função na realidade cabe aos Primeiros-Ministros ou Presidentes do</p><p>Conselho. Desta sorte, a definição harmonizar-se-ia somente com os textos</p><p>das Constituições e não com a realidade. Parece, pois, que uma noção, ao</p><p>mesmo tempo formal e material, de monarquia e república seria esta: nas</p><p>monarquias o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalício; nas</p><p>repúblicas, o cargo de Chefe do Estado é eletivo e temporário.</p><p>A irresponsabilidade não pode ser um caráter distintivo porque, se nas</p><p>repúblicas de governo parlamentar o Presidente é politicamente irresponsável,</p><p>não se dá o mesmo nas de governo presidencial, como veremos ao tratar</p><p>destas novas modalidades. Ao nosso ver, o conceito de república foi resumido</p><p>35</p><p>pelo grande Rui Barbosa que inspirado nos constitucionalistas americanos,</p><p>disse ser a forma de governo em que além de "existirem os três poderes</p><p>constitucionais, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, os dois primeiros</p><p>derivem, realmente, de eleição popular".</p><p>É verdade que o Poder Executivo nas repúblicas parlamentares não é</p><p>exercido pelo Presidente e sim pelo Gabinete, que não é eleito mas nomeado.</p><p>No entanto, como esse Gabinete, para se manter, depende da confiança do</p><p>Parlamento, pode-se considerar que ele deriva, pelo menos indiretamente, de</p><p>eleição popular. O que é certo é que não há uma definição cuja compreensão e</p><p>extensão se adapte exclusiva e perfeitamente às duas formas de governo.</p><p>Por isso, a noção que lembramos, de que na monarquia o cargo de</p><p>Chefe do Estado é hereditário e vitalício e nas repúblicas temporário e eletivo,</p><p>talvez seja a que melhor satisfaça. Todos os demais traços de ambas as</p><p>formas são variáveis e nenhum é absolutamente exclusivo a uma delas. Até</p><p>mesmo a eletividade não é característico exclusivo da república, dado que</p><p>houve monarquias eletivas.</p><p>Modalidades de Monarquia e República</p><p>Costumam os autores distinguir algumas espécies de monarquia e de</p><p>república. Assim, haveria monarquias eletivas e hereditárias, de que acima</p><p>falamos; e monarquias absolutas e constitucionais, de que tratamos também na</p><p>classificação do parágrafo anterior.</p><p>Quanto à posição do monarca, Jellinek distingue três modalidades:</p><p>a) o rei é considerado deus ou representante de Deus, como acontecia</p><p>nas monarquias orientais e mesmo quanto aos monarcas medievais, que</p><p>se davam como os representantes divinos;</p><p>b) o rei é considerado proprietário do Estado, como acontecia na época</p><p>feudal, em que os reis dividiam o Estado entre os herdeiros;</p><p>c) o rei é o órgão do Estado, é um quarto poder, como acontece nas</p><p>monarquias modernas em que o monarca representa a tradição, é um</p><p>elemento moral, um poder moderador entre os demais poderes.</p><p>Quanto às repúblicas, geralmente são classificadas em aristocráticas e</p><p>democráticas. Nas primeiras, o direito de eleger os órgãos supremos do poder</p><p>reside em uma classe nobre ou privilegiada, com exclusão das classes</p><p>36</p><p>populares. É o que se dava nas Repúblicas italianas de Veneza, Florença,</p><p>Gênova, etc. Na república democrática o direito de eleger e ser eleito pertence</p><p>a todos os cidadãos, sem distinção de classe, respeitadas apenas as</p><p>exigências legais e gerais quanto à capacidade de praticar atos jurídicos.</p><p>É a democracia propriamente dita. Quanto à distinção entre repúblicas</p><p>unitárias e federativas, é matéria diversa; não são formas de governo, pois o</p><p>unitarismo e o federalismo são formas de Estado. 9 Em síntese, poderíamos</p><p>definir a república democrática nestes termos: é uma forma do regime</p><p>representativo em que o Poder Legislativo é eleito pelo povo, e o Poder</p><p>Executivo é eleito pelo povo, ou pelo Parlamento ou nomeado pelo Presidente</p><p>da República mas depende de aprovação do Parlamento.</p><p>2.8. Presidencialismo e Parlamentarismo</p><p>O Presidencialismo e o Parlamentarismo são os principais tipos de</p><p>Democracia. No Presidencialismo o presidente tem poderes executivos e</p><p>desempenha os cargos de Chefe de Estado (representa a nação num âmbito</p><p>internacional) e de Chefe de Governo (administra internamente a nação).</p><p>No Parlamentarismo, por sua vez, o Chefe de Governo é chamado de</p><p>primeiro-ministro, todavia os poderes estão a cargo dos Parlamentares</p><p>(deputados).</p><p>2.9. Pelo Mundo</p><p>O estudo e a reflexão sobre essa matéria fez com que ela se</p><p>expandisse, de modo que atualmente são adotados pelo mundo diferentes</p><p>regimes e sistemas políticos. Vejamos:</p><p> Arábia Saudita - Monarquia Absoluta – Teocracia</p><p>Teocracia Das classificações de Formas de Governo aparecidas</p><p>modernamente é de ressaltar a de autoria do jurista alemão Bluntschli que</p><p>distinguiu as formas fundamentais ou primárias de governo das secundárias. A</p><p>primária atendeu à qualidade do regente, ao passo que na secundária o critério</p><p>a que obedeceu era o da participação que tem no governo os governados. São</p><p>37</p><p>Formas fundamentais: a monarquia, a aristocracia, a democracia e a ideocracia</p><p>ou teocracia.</p><p>Com efeito, assevera esse pensador que há sociedades políticas</p><p>organizadas onde a concepção do</p><p>poder soberano não reside em nenhuma</p><p>entidade temporal, em nenhum ser humano, singular ou plural, senão que se</p><p>afirma ter uma soberania por ser uma divindade. Consequentemente, em</p><p>determinadas formas de sociedade impera uma doutrina teológica da</p><p>soberania. Não se deve, por conseguinte, menosprezar semelhantes modelos</p><p>de sociedade, onde a teoria do poder político, debaixo da imperação</p><p>sobrenatural, forma um sistema governativo de teor sacerdotal.</p><p>A teocracia como forma de governo, segundo Bluntschli, degenera na</p><p>idolocracia: a veneração dos ídolos, a práticas de baixos princípios religiosos</p><p>extensivos à ordem política, consequentemente se perverti. A teocracia é um</p><p>ordenamento político pelo qual o poder é exercido em nome de uma autoridade</p><p>divina, por homens que se declaram seus representantes na Terra. Bem</p><p>característica do Sistema Teocrático, é a posição preeminente reconhecida a</p><p>hierarquia sacerdotal, que direta ou indiretamente controla toda vida social em</p><p>seus aspectos sacros e profanos.</p><p>A subordinação das atividades e dos interesses temporais aos</p><p>espirituais, justificada pela necessidade assegurar antes de qualquer outra</p><p>coisa a "salus aninarum" dos fiéis, determina a subordinação do Laicato ao</p><p>clero: a teocracia que etimologicamente significa "Governo de Deus" traduz-se</p><p>assim em hierocracia, ou seja, em Governo da casta sacerdotal, à qual, por</p><p>mandato divino, foi confiada a tarefa de prover, tanto a salvação eterna como o</p><p>bem estar material do povo. Não faltam na história, exemplos de regimes</p><p>teocráticos: o TIBETE DE DALAI LAMA, o Japão Imperial, o Egito Faraônico, e</p><p>em termos bastantes conspícuos a organização política do povo hebreu.</p><p>Pelo que tange a civilização ocidental, a tentativa mais séria de dar vida</p><p>a um modelo político-teocrático deu-se entre o final do século XI e o início do</p><p>século XIV opor obra do papado. A subordinação ratuone fenuim do poder</p><p>temporal ao poder espiritual dá vida a um sistema de relações entre Igreja e</p><p>Estado, no qual este último é vedada urgência no que diz respeito às pessoas</p><p>e aos bens eclesiásticos pertencentes à esfera das realidades espirituais.</p><p>38</p><p>Dessa forma caem por terra todas às intervenções da autoridade cure na</p><p>organização interna da Igreja que caracterizam os últimos séculos do Império</p><p>Romano e mais tarde do Império Carolíngio: a eleição do pontífice, a</p><p>nomeação dos bispos, a administração dos bens eclesiásticos voltam a ser</p><p>problemas de exclusiva competência da Igreja. Sempre, pela mesma razão, se</p><p>afirma o princípio de que as propriedades da Igreja estão isentas se qualquer</p><p>imposto fiscal a favor do Estado, os eclesiásticos estão isentos da obrigação de</p><p>prestar serviço militar e, se envolvidos em controvérsias civis ou pessoais, tem</p><p>o direito de ser julgados por tribunais da Igreja.</p><p>A Reforma Protestante, ao romper a unidade religiosa europeia, marca o</p><p>acaso definitivo do sistema teocrático: aos seus princípios está legada a teoria</p><p>da protestas indireta ecclesia e in temporalibus, foi elaborada no século XVI por</p><p>Billarmino Suarez e se tornou a doutrina oficial da Igreja em matéria de</p><p>relações com Estado. Com base nesta teoria, a Igreja conservou o poder de</p><p>julgar e condenar a atividade do Estado e dos soberanos todas as vezes em</p><p>que a mesma puser de qualquer maneira em perigo a salvação das almas.</p><p> China - República Popular</p><p> Estados Unidos da América - República Presidencialista</p><p> Japão - Monarquia Constitucional</p><p> Líbia - República Parlamentarista</p><p> Reino Unido - Monarquia Constitucional</p><p>____________________</p><p>http://www.ceap.br/material/MAT0309201392912.pdf</p><p>39</p><p>2.10. No Brasil</p><p>Entre 1882 e 1889 o Brasil passou pelo período monárquico.</p><p>Posteriomente, com o golpe de 15 de Novembro de 1889, a forma de governo</p><p>em vigor é a República Presidencialista. Entre 1961 e 1963 a forma de governo</p><p>no nosso país foi o Parlamentarismo. No dia 15 de Novembro é recordada a</p><p>data histórica da proclamação da república no nosso país, cujo primeiro</p><p>presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca.</p><p>3. Poderes Da República Federativa Do Brasil</p><p>O Brasil adotou, desde um plebiscito em 1993, o regime de República</p><p>Constitucional Federativa Presidencialista, que o divide na tripartição de</p><p>poderes como em qualquer outro país democrático. Porém, na execução,</p><p>implementação e divisão de atribuições, o Brasil tem as suas particularidades.</p><p>Dentro do conceito de República Federativa, o Brasil é dividido em 26</p><p>estados federativos e um Distrito Federal, onde se situa a capital, Brasília.</p><p>Cada estado federativo e o Distrito Federal apresenta a divisão de poder em</p><p>esferas estaduais, que convergem de acordo com as conveniências regionais,</p><p>de maneira a não ferir a isonomia nacional.</p><p>No Brasil, acontece uma particularidade em relação aos três poderes,</p><p>quando se fala de Ministério Público da União, pois esse é um órgão que</p><p>exerce um poder considerável na estrutura social e política do país, uma vez</p><p>que age como um órgão regulador e defensor da ordem pública e jurídica da</p><p>sociedade, dividindo-se em sua estrutura em outros ministérios públicos.</p><p>Alguns teóricos consideram o Ministério Público como uma espécie de</p><p>quarto poder na estrutura nacional. Podem-se obter mais informações acerca</p><p>do MPU na página oficial do órgão. Nos subtópicos a seguir, (canto superior</p><p>esquerdo da tela), trataremos da estrutura da divisão dos poderes no Brasil.</p><p>40</p><p>3.1. Poder Judiciário</p><p>O Poder Judiciário do Brasil é o conjunto dos órgãos públicos aos quais</p><p>a Constituição Federal brasileira atribui a função jurisdicional. O Poder</p><p>Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 92 a 126.</p><p>Em geral, os órgãos judiciários brasileiros apresentam duas funções. O</p><p>primeiro é a função jurisdicional, também chamada jurisdição, que é o poder-</p><p>dever e da prerrogativa de compor os conflitos de interesses em cada caso</p><p>concreto, através de um processo judicial, com a aplicação de normas gerais e</p><p>abstratas, transformando os resultados das ações em lei.</p><p>Uma das manifestações ou espécies da jurisdição se dá no controle de</p><p>constitucionalidade. Tendo em vista que as normas jurídicas só são válidas se</p><p>conformarem à Constituição Federal, a ordem jurídica brasileira estabeleceu</p><p>um método para evitar que atos legislativos e administrativos contrariem regras</p><p>ou princípios constitucionais.</p><p>A Constituição Federal adota, para o controle da constitucionalidade,</p><p>dois sistemas: 1º difuso - todos os órgãos do Poder Judiciário podem exercê-lo</p><p>e suas decisões a esse respeito são válidas apenas para o caso concreto que</p><p>apreciam; 2º concentrado em alguns casos, os ocupantes de certos cargos</p><p>públicos detêm a prerrogativa de arguir a inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo, federal ou estadual, perante o Supremo Tribunal Federal, por meio</p><p>de ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>Nesse caso, a decisão favorável ataca a lei ou ato normativo em tese.</p><p>Analogamente, há outros agentes públicos legitimados à arguição de</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, em face de</p><p>dispositivos da Constituição Estadual, perante o respectivo Tribunal de Justiça.</p><p>Os seguintes órgãos do Poder Judiciário brasileiro exercem a função</p><p>jurisdicional:</p><p>No estudo Ciência Politica o ramo executivo do governo é a única</p><p>autoridade e responsabilidade para a administração diária da burocracia do</p><p>Estado. A divisão de poder em diferentes ramos do governo é fundamental</p><p>para a ideia democracia.</p><p>Em muitos países o termo "governo" conota apenas o ramo executivo.</p><p>No entanto, esta ambiguidade não consegue diferenciar entre formas de</p><p>41</p><p>governo despótica e democrática. Nos sistemas autoritários (como uma</p><p>ditadura ou monarquia absoluta, onde os diferentes poderes do governo são</p><p>assumidos por uma única pessoa), o ramo executivo deixa de existir, pois não</p><p>existe qualquer outro</p>