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<p>ppsg</p><p>PROFa. ANA CAROLINA</p><p>ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS</p><p>SERVIÇOS HOSPITALARES</p><p>O que é a Psicologia na atenção hospitalar?</p><p>É a intersecção de contribuições educativas, científicas e de atuação profissional que as diversas disciplinas psicológicas fornecem para possibilitar uma melhor assistência aos pacientes no contexto hospitalar.</p><p>Objetivo:</p><p>Estudar não só a doença em si, mas a força e a capacidade de crescimento pessoal.</p><p>É preciso se apropriar das concepções da doença orgânica.</p><p>A justificativa da inserção da Psicologia no ambiente hospitalar advém de um sofrimento psíquico, em decorrência de uma vivência de adoecimento ou trauma físico.</p><p>Setting terapêutico na atenção hospitalar</p><p>Tanto aos pacientes hospitalizados como seus familiares tem por princípio garantir um espaço para a escuta do sofrimento psíquico sem desconsiderar as interfaces com os processos biológicos e socioculturais que se apresentam naquele momento.</p><p>Não é definido como na atuação clínica convencional, visto que ampliam-se o saber/fazer psicológico, fugindo-se dos enquadramentos da psicoterapia convencional e aproximando-se da atenção psicológica integrada ao demais fazeres e aos procedimentos que as equipes de saúde prestam aos pacientes no hospital.</p><p>Na maioria das vezes, acontece na “beira do leito”, precisando ser adaptado a certas interferências como TV ligada ou pessoas circulando, por exemplo.</p><p>Cuidar do sigilo</p><p>A escuta clínica:</p><p>Pessoa assistida</p><p>Família</p><p>Instituição.</p><p>O psicólogo hospitalar:</p><p>Deve reunir esses conhecimentos e essas técnicas para aplicá-las visando à melhoria da assistência integral ao paciente hospitalizado, sem precisar se limitar exclusivamente ao tempo específico da internação.</p><p>Necessita de técnicas diagnósticas e psicoterápicas breves, que sejam decisivas, sem perder sua eficiência e que conduzam a uma psicoterapia mais à longo prazo, caso seja necessário.</p><p>Entra em contato com as diferentes patologias, com a prática da medicina e dos outros profissionais de saúde com suas tarefas curativas, seguindo protocolos de tratamentos com seus desdobramentos, conforme as exigências do Ministério da Saúde e em busca constante pela qualidade do atendimento.</p><p>Hoje, a equipe de saúde, já compreendendo as demandas biopsicossociais e espirituais, procura cumprir seus protocolos, sem deixar de lado o aspecto humanizado e de acolhimento do paciente e da sua família.</p><p>Para onde está o olhar do psicólogo hospitalar?</p><p>As patologias são muito específicas, apresentam sintomas e desdobramentos tão próprios, que a Psicologia não precisa dar conta, visto que nossa competência e nosso olhar estarão voltados para a escuta do sofrimento e o fortalecimento das defesas psíquicas necessárias ao enfrentamento de situações difíceis como o adoecimento e suas consequências psicossociais, compreendendo que, neste contexto, muitos se desestabilizam emocionalmente.</p><p>Ao psicólogo hospitalar</p><p>Interessa como a pessoa assistida/ familiares se encontram neste momento, como foi afetada pela situação;</p><p>Quais os recursos psíquicos presentes para que eles possam atravessar o tratamento;</p><p>Como poderemos ajudá-los como participante da equipe de cuidadores;</p><p>Não negligenciar a ética da tarefa de ser psicóloga(o): ações situadas e contextualizadas nos diferentes momentos da doença;</p><p>Necessário preparo científico/técnico, disponibilidade, resolutividade e interesse genuíno pela pessoa adoecida e vulnerável.</p><p>O que a equipe de saúde precisa saber?</p><p>É necessário que saibam qual é o nosso fazer.</p><p>Como faremos isso?</p><p>Para que isto aconteça, precisamos manter o nosso domínio técnico-teórico e a identidade profissional. Podemos sair dos modelos tradicionais de psicoterapia para Atenção Psicológica contextualizada neste espaço multi e interdisciplinar, sem se perder da ética da tarefa de ser psicóloga(o) que está na coerência entre a metodologia e os objetivos terapêuticos, entre o fazer e as necessidades do paciente e entre o que acontece nos atendimentos, em cada encontro terapêutico.</p><p>Quais as especificidades dos atendimentos psicológicos nas enfermarias e nos diferentes espaços do hospital?</p><p>Como atuar clinicamente neste espaço tão compartilhado com outros saberes?</p><p>Devemos, inicialmente:</p><p>Avaliar a condição emocional do paciente e sua condição orgânica do momento, estabelecendo modalidades de intervenção para cada pessoa assistida/família, em-situação;</p><p>Considerar a disponibilidade da pessoa assistida para os atendimentos.</p><p>Considerar que ele não foi ali procurar a(o) psicóloga(o) e sim cuidados médicos e por isso não compreenda a disponibilidade da(o) psicóloga(o) para uma atenção psicológica, apresentando indisposição e preconceitos.</p><p>Deve-se, pois, considerar, sobretudo, a capacidade do paciente para a elaboração de conteúdos psíquicos.</p><p>Flexibilidade metodológica</p><p>Na dinâmica do contexto hospitalar não há horário definido, nem dias marcados, tudo depende da necessidade emocional da pessoa assistida e das rotinas do tratamento como curativos, exames, gravidade da patologia, entre outros.</p><p>Os atendimentos devem ter começo, meio e fechamentos, focados e diretivos, com duração média de trinta a quarenta minutos.</p><p>Não se realiza a psicoterapia nos moldes tradicionais, mas poderão ser acertados encaminhamentos, por ocasião da alta hospitalar ou se por acaso o paciente for transferido para outro espaço ou clínica, como uma UTI, por exemplo. Ali estará outro colega que prestará a assistência necessária.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) nos serviços hospitalares do SUS / Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia e Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. 1. ed. Brasília : CFP, 2019.</p><p>PNH</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO</p><p>Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) busca pôr em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar.</p><p>HumanizaSUS</p><p>Aposta na inclusão de:</p><p>Trabalhadores</p><p>Usuários</p><p>Gestores</p><p>Produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho.</p><p>Humanizar</p><p>Inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado.</p><p>Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada.</p><p>Por quê incluir?</p><p>Incluir para estimular a produção de:</p><p>novos modos de cuidar</p><p>novas formas de organizar o trabalho.</p><p>HUMANIZAR O SUS REQUER ESTRATÉGIAS QUE SÃO CONSTRUÍDAS ENTRE OS TRABALHADORES, USUÁRIOS E GESTORES DO SERVIÇO DE SAÚDE.</p><p>Princípios</p><p>TRANSVERSALIDADE</p><p>Ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas.</p><p>Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.</p><p>INDISSOCIABILIDADE</p><p>ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO</p><p>As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde.</p><p>Trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva.</p><p>O cuidado e a assistência em saúde não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde.</p><p>O usuário e sua rede sociofamiliar devem também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros.</p><p>PROTAGONISMO, CORRESPONSABILIDADE</p><p>E AUTONOMIA DOS SUJEITOS E COLETIVOS</p><p>Autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades.</p><p>Usuários não são só pacientes</p><p>Trabalhadores não só cumprem ordens</p><p>As mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um.</p><p>Diretrizes</p><p>ACOLHIMENTO</p><p>O QUE É?</p><p>Reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde.</p><p>Deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/populações.</p><p>É construído de forma coletiva, a partir</p><p>da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva.</p><p>COMO FAZER?</p><p>GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO</p><p>O QUE É?</p><p>Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão – que se transforma também em espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo.</p><p>COMO FAZER?</p><p>AMBIÊNCIA</p><p>O QUE É?</p><p>Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas.</p><p>COMO FAZER?</p><p>CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA</p><p>O QUE É?</p><p>É uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia.</p><p>COMO FAZER?</p><p>VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR</p><p>O QUE É?</p><p>Dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho.</p><p>COMO FAZER?</p><p>DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS</p><p>O QUE É?</p><p>Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta.</p><p>COMO FAZER?</p><p>HUMANIZAR É CONSTRUIR RELAÇÕES QUE AFIRMEM OS VALORES E QUE ORIENTAM NOSSA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE.</p><p>PTS</p><p>PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR</p><p>Todo cidadão tem o direito a uma equipe que lhe cuida, com a qual estabelece fortes vínculos terapêuticos, sustentáculo de processos de corresponsabilização no cuidado.</p><p>É um instrumento de compartilhamento e coordenação da ação clínica na equipe e entre equipes, muito.... diferente do que ocorre, ainda frequentemente com os "encaminhamentos" dos pacientes entre os serviços, ou seja, a transferência de responsabilidade e não compartilhamento e muito menos coordenação.</p><p>PTS = É uma ferramenta de auxílio nos diversos serviços de saúde</p><p>Serve para:</p><p>Termos uma clínica ampliada;</p><p>Compreendermos os anseios do paciente;</p><p>Quais serão as práticas terapêuticas que serão utilizadas</p><p>Por quem o PTS é realizado?</p><p>Pela equipe interdisciplinar de saúde com vistas ao acompanhamento de um caso específico que envolve um sujeito ou uma comunidade.</p><p>O caso trabalhado em um PTS deve ser eleito pela equipe considerando a necessidade de atenção ampliada à situação.</p><p>Geralmente, são situações onde já foram tentadas ações pontuais e não se atingiu o resultado esperado devido a certa dificuldade em sua condução.</p><p>Também são trabalhadas as vulnerabilidades do indivíduo ou comunidade.</p><p>O PTS desenvolve-se em quatro momentos:</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>DEFINIÇÃO DE METAS</p><p>DIVISÃO DE RESPONSABILIDADE</p><p>REAVALIAÇÃO</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>Avaliação e problematização de aspectos orgânicos, psicológicos e sociais que possibilita identificar riscos, vulnerabilidades e potencialidades para a produção de cuidado.</p><p>A equipe procura compreender como o sujeito singular, individual ou coletivo, é coproduzido diante de distintas forças, como a doença, os desejos, o trabalho, a cultura e a rede social, e sintetizar um consenso operativo sobre quais os problemas relevantes do ponto de vista psicológico e social que possibilita uma conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário.</p><p>Deve tentar captar como o Sujeito singular se produz diante de forças como as doenças, os desejos e os interesses, assim como também o trabalho, a cultura, a família e a rede social.</p><p>(BRASIL,2010)</p><p>DEFINIÇÃO DE METAS</p><p>Propostas construídas para curto, médio e longo prazo que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe com quem tiver um vínculo melhor.</p><p>Devem ser negociadas com o sujeito sinqular em questão, preferencialmente pelo profissional com quem possuir melhor vínculo.</p><p>DIVISÃO DE RESPONSABILIDADE</p><p>As tarefas de cada envolvido, inclusive do sujeito singular em questão, devem ser bem definidas.</p><p>Deve-se identificar um profissional de referência na Equipe de Saúde da Família ou na Equipe de Atenção Básica, independentemente da formação, para exercer esse papel, favorecendo a continuidade do andamento das ações acordadas no PTS.</p><p>Esse será 0 profissional que o sujeito procurará, caso seja necessário, ou que acionará o NASF sempre que preciso</p><p>REAVALIAÇÃO</p><p>Momento para discussão da evolução e acordo de correções, se necessário.</p><p>Ma1</p><p>ESTUDO DE CASO – CLASS ROOM DA SALA</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.</p>