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<p>SUMÁRIO</p><p>1 Aspectos Jurídicos ...................................................................................................... 2</p><p>1.1 Sujeito e Objeto do Direito ......................................................................... 2</p><p>1.2 Fato e Ato Jurídico ...................................................................................... 3</p><p>1.3 Questões ...................................................................................................... 5</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>1.1 SUJEITO E OBJETO DO DIREITO</p><p>Os sujeitos do direito são aqueles que possuem direitos e/ou obrigações no</p><p>ordenamento jurídico, ou seja, é um indivíduo ou entidade que é reconhecido e que possui</p><p>personalidade jurídica e, consequentemente, pode ser titular de direitos e assumir deveres</p><p>e responsabilidades.</p><p>Pessoas físicas, ou seja, os seres humanos, são consideradas sujeitos de direito</p><p>por natureza. Desde o nascimento, são atribuídas a estas capacidades jurídicas,</p><p>permitindo-lhes exercer uma série de atos civis, como contratar, adquirir propriedades,</p><p>entre outros. É importante salientar que a capacidade jurídica, em contexto geral, é</p><p>presumida a todos os seres humanos, marcando sua inclusão no mundo jurídico desde</p><p>cedo.</p><p>Por outro lado, as pessoas jurídicas, que compreendem as empresas,</p><p>organizações, associações, entre outras entidades, também são sujeitos de direito, mas de</p><p>uma forma diferenciada. Apesar de não serem indivíduos humanos, essas entidades</p><p>possuem personalidade jurídica, conferida por lei, que lhes permite adquirir direitos e</p><p>contrair obrigações. A existência das pessoas jurídicas facilita a organização das</p><p>atividades econômicas, sociais e culturais, permitindo uma atuação coletiva no</p><p>cumprimento de objetivos comuns.</p><p>Vale salientar que, para que um indivíduo ou entidade seja considerado sujeito de</p><p>direito, é preciso que possua capacidade jurídica de fato, ou seja, a aptidão para exercer</p><p>por si mesmo os atos da vida civil. Essa capacidade é variável; enquanto os adultos em</p><p>pleno gozo de suas faculdades mentais possuem capacidade plena, existem situações em</p><p>que a capacidade é limitada, como no caso de menores de idade, que são representados</p><p>por seus responsáveis legais, ou pessoas com incapacidades mentais, que necessitam de</p><p>assistência.</p><p>No contexto das operações de crédito, a figura do sujeito do direito se manifesta</p><p>tanto na posição de credor quanto de devedor. O credor é quem disponibiliza o crédito,</p><p>enquanto o devedor é aquele que se beneficia deste crédito. Ambos estão sujeitos às</p><p>normas que regulam tais operações, demonstrando a aplicabilidade do conceito de sujeito</p><p>de direito em uma variedade de situações cotidianas e comerciais.</p><p>O objeto do direito é um conceito que se refere ao bem ou à finalidade que se</p><p>encontra sob a regulação e proteção do ordenamento jurídico. Em outras palavras, é aquilo</p><p>sobre o qual recaem os direitos e as obrigações nas relações jurídicas estabelecidas entre</p><p>os sujeitos de direito. Este objeto pode ser algo tangível, como uma propriedade física,</p><p>ou intangível, como os direitos autorais.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Um princípio associado ao objeto do direito é a licitude. Para que um objeto seja</p><p>considerado válido sob a ótica jurídica, ele deve ser lícito, isto é, não pode contrariar as</p><p>leis vigentes ou os princípios morais da sociedade. Isso significa que qualquer contrato</p><p>ou relação jurídica que tenha por objeto algo ilícito, como a comercialização de</p><p>substâncias proibidas, será automaticamente considerado nulo ou inválido.</p><p>A natureza do objeto do direito pode ser variada, dependendo do tipo de relação</p><p>jurídica em questão. Quando falamos de objetos materiais, referimo-nos a bens físicos</p><p>que podem ser possuídos, comprados ou vendidos, como imóveis, veículos e produtos em</p><p>geral. Já os objetos imateriais incluem direitos sobre propriedades intelectuais, como</p><p>patentes, marcas registradas e direitos autorais, além de outros interesses não físicos,</p><p>como a reputação e a privacidade.</p><p>Dessa forma, são exemplos de objetos:</p><p>➢ Bens materiais: são objetos tangíveis, como imóveis, veículos, móveis,</p><p>dinheiro e quaisquer outros tipos de propriedades físicas;</p><p>➢ Bens imateriais: referem-se a bens intangíveis, como patentes, marcas</p><p>registradas, direitos autorais, segredos comerciais, entre outros;</p><p>➢ Direitos: em algumas situações, o próprio objeto do direito pode ser um</p><p>direito, como, por exemplo, o direito a receber uma prestação, o direito à</p><p>educação;</p><p>➢ Obrigações: em contraste aos direitos, o objeto do direito também pode ser</p><p>uma obrigação, como a obrigação de pagar uma dívida, a obrigação de prestar</p><p>um serviço, por exemplo;</p><p>➢ Relações familiares: em matéria de direito de família, o objeto do direito pode</p><p>ser a relação entre cônjuges, filhos, pais, herança, por exemplo;</p><p>➢ Contratos: o objeto do direito é aquilo que as partes se comprometem a fazer</p><p>ou a dar, como em um contrato de compra e venda em que o objeto é o bem a</p><p>ser adquirido;</p><p>➢ Transações financeiras: nas operações de crédito, o objeto do direito pode</p><p>ser a quantia em dinheiro concedida como empréstimo ou financiamento.</p><p>1.2 FATO E ATO JURÍDICO</p><p>Os fatos jurídicos são acontecimentos que, independentemente da vontade</p><p>humana, produzem efeitos no âmbito do direito, criando, modificando, conservando ou</p><p>extinguindo direitos.</p><p>Os fatos podem ser divididos em duas principais categorias:</p><p>➢ Fatos da Natureza;</p><p>➢ Fatos Humanos.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Os Fatos da Natureza englobam aqueles eventos que, independentemente de</p><p>qualquer intervenção ou vontade humana, acabam por gerar efeitos no âmbito do Direito.</p><p>Essa categoria é vasta e reflete a interação entre o mundo natural e as estruturas legais</p><p>criadas pelos seres humanos. Essencialmente, os Fatos da Natureza são divididos em duas</p><p>espécies principais: os Fatos Ordinários e os Fatos Extraordinários.</p><p>Os Fatos Ordinários consistem em eventos naturais que fazem parte do ciclo</p><p>habitual da vida e possuem um caráter previsível. Eles incluem fenômenos biológicos</p><p>fundamentais que marcam a existência humana, como o nascimento, que dá início à</p><p>personalidade civil de uma pessoa e o início da capacidade jurídica (de direito); a</p><p>maioridade, que representa a aquisição plena de capacidade para exercer pessoalmente os</p><p>atos da vida civil (de fato); e a morte, que determina o término da personalidade civil e o</p><p>início de diversas consequências jurídicas, como a transmissão de patrimônio aos</p><p>herdeiros.</p><p>Por outro lado, os Fatos Extraordinários são eventos que fogem à previsibilidade</p><p>e regularidade dos fenômenos naturais cotidianos. Estes incluem desastres naturais como</p><p>terremotos, furacões, e incêndios florestais, que ocorrem sem aviso prévio e podem ter</p><p>impactos significativos tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo. Diferentemente dos</p><p>Fatos Ordinários, os Fatos Extraordinários não são esperados e, por isso, podem causar</p><p>grande desordem e exigir respostas jurídicas específicas, como legislações emergenciais</p><p>e políticas de mitigação de danos.</p><p>Os Fatos Humanos, por outro lado, são os atos que dependem de vontade humana</p><p>para existirem e podem ser subdivididos da seguinte forma:</p><p>➢ Ato Jurídico: é uma manifestação da vontade que visa produzir efeitos</p><p>jurídicos específicos, previstos em lei. Esses atos são realizados com a</p><p>intenção de criar, modificar, transferir ou extinguir direitos, como um registro</p><p>de imóvel, por exemplo;</p><p>➢ Negócio Jurídico: requer um acordo de vontades para a sua formação, e seus</p><p>efeitos jurídicos são, em grande parte, determinados pelas intenções das</p><p>partes, desde que estas não contrariem normas legais imperativas. Exemplos</p><p>típicos incluem contratos de compra e venda, locação, casamento civil e</p><p>testamentos;</p><p>➢ Ato-fato Jurídico: se refere</p><p>muito da confiança entre</p><p>o emitente e o beneficiário, já que não há garantias legais que impeçam o desconto</p><p>antecipado do cheque.</p><p>1.4 QUESTÕES</p><p>Banca: FUNDATEC Ano: 2019 Prova: Prefeitura de Salvador das Missões</p><p>O título de crédito que constitui ordem de pagamento emitida pelo vendedor de</p><p>determinada mercadoria ou prestador de um serviço a terceiro é o que se denomina:</p><p>a) Cheque pré-datado</p><p>b) Duplicata</p><p>c) Fatura</p><p>d) Letra de Câmbio</p><p>e) Nota Promissória</p><p>Comentários:</p><p>A resposta correta envolve a duplicata, que é especificamente utilizada no contexto de</p><p>vendas a prazo, representando uma ordem de pagamento emitida pelo vendedor ao</p><p>comprador, relacionada a uma transação comercial específica. Diferentemente, o</p><p>cheque pré-datado é uma forma de pagamento diferido, mas não se vincula diretamente</p><p>a uma venda específica. A fatura, por sua vez, detalha a venda ou prestação de serviço,</p><p>mas não constitui uma ordem de pagamento. A letra de câmbio é um instrumento de</p><p>crédito que envolve três partes (emissor, beneficiário e pagador), mas não é emitida</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>especificamente pelo vendedor ao comprador em razão de uma venda. Por fim, a nota</p><p>promissória é uma promessa de pagamento feita pelo devedor ao credor, sem estar</p><p>necessariamente atrelada à venda de mercadorias ou prestação de serviços.</p><p>Gabarito: “b”</p><p>Banca: IESES Ano: 2016 Prova: JT-PA</p><p>Dentre os referidos títulos de crédito (Nota Promissória, Letra de Câmbio, Cheque e</p><p>Duplicata) são denominados ordem de pagamento:</p><p>a) Apenas a letra de câmbio e o cheque</p><p>b) A Nota Promissória, a Letra de Câmbio, a Duplicata e o Cheque</p><p>c) Apenas o cheque</p><p>d) Apenas a letra de câmbio, a duplicata e o cheque</p><p>Comentários:</p><p>A letra de câmbio, a duplicata e o cheque são classificados como ordens de pagamento.</p><p>A letra de câmbio é uma ordem de uma pessoa para que outra pague uma quantia</p><p>determinada a um terceiro. A duplicata é uma ordem de pagamento emitida pelo</p><p>vendedor contra o comprador das mercadorias ou serviços, com base na fatura. O</p><p>cheque é uma ordem de pagamento à vista. Já a nota promissória consiste em promessa</p><p>de pagamento emitida pelo devedor.</p><p>Gabarito: “d”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2013 Prova: Polícia Federal</p><p>O denominado cheque pré-datado, apesar de usual no comércio brasileiro, não está</p><p>previsto na legislação, segundo a qual o cheque é uma ordem de pagamento à vista,</p><p>estando a instituição bancária obrigada a pagá-lo no ato de sua apresentação, de modo</p><p>que a instituição não pode ser responsabilizada pelo pagamento imediato de cheques</p><p>datados com lembrete de desconto para data futura.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>De acordo com a legislação brasileira, que regula o cheque, este é tratado como uma</p><p>ordem de pagamento à vista. Portanto, qualquer data escrita no cheque não altera sua</p><p>natureza de ser pago imediatamente após a apresentação ao banco. O uso do cheque</p><p>pré-datado é uma prática comercial comum, onde o emissor e o receptor entram em um</p><p>acordo informal para que o cheque seja descontado em uma data futura. No entanto,</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>legalmente, os bancos não são obrigados a respeitar a data futura anotada no cheque e</p><p>podem, de fato, pagar o valor imediatamente ao ser apresentado, sem incorrer em</p><p>responsabilidade por não respeitar a "data futura" indicada.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Banca: QUADRIX Ano: 2012 Prova: CREFONO</p><p>Embora o cheque seja uma ordem de pagamento à vista, uma das práticas adotadas hoje</p><p>em dia é a emissão de cheque pré-datado. Se aceito um cheque nestas condições, este</p><p>deve ser objeto de controle adequado para que só seja apresentado na data pactuada</p><p>com o seu emitente. Entretanto, se por um descontrole interno, o cheque for depositado</p><p>antes da data prevista, o banco sacado deverá efetuar o seu pagamento ou devolvê-lo</p><p>se não tiver fundos, deixando claro que o cheque foi devolvido por falta de fundos na</p><p>conta do emitente. Qual consequência poderá advir se o cheque for devolvido por falta</p><p>de fundos ocasionada por apresentação antecipada do cheque pré-datado?</p><p>a) O emitente deverá emitir um novo cheque</p><p>b) O emitente poderá entender que foi objeto de dano moral e exigir reparação perante</p><p>a justiça</p><p>c) O cheque poderá ser reapresentado novamente e imediatamente</p><p>d) O credor do cheque perderá o direito de receber a importância devida</p><p>e) Não haverá qualquer consequência</p><p>Comentários:</p><p>Se um cheque pré-datado for apresentado antes da data acordada e for devolvido por</p><p>falta de fundos, isso pode causar danos à reputação financeira do emitente. Neste caso,</p><p>o emitente pode considerar que sofreu um dano moral devido à apresentação antecipada</p><p>do cheque, o que poderia justificar uma ação judicial para reparação de danos.</p><p>Gabarito: “b”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Sujeito e Objeto do Direito</p><p>1.2 Fato e Ato Jurídico</p><p>1.3 Questões</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Contratos</p><p>1.1.1 Requisitos Contratuais</p><p>1.1.2 Princípios Fundamentais</p><p>1.1.3 Formação dos Contratos</p><p>1.1.4 Espécies de Contratos</p><p>1.1.5 Classificações dos Contratos</p><p>1.2 Questões</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Contratos</p><p>1.1.1 Contratos por Instrumento Público</p><p>1.1.2 Contratos por Instrumento Particular</p><p>1.2 Questões</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Cédulas e Notas de Crédito</p><p>1.1.1 Cédula de Crédito</p><p>1.1.1.1 Cédula de Crédito Bancário (CCB)</p><p>1.1.2 Notas de Crédito</p><p>1.2 Questões</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Garantias Pessoais</p><p>1.1.1 Aval</p><p>1.1.2 Fiança</p><p>1.1.3 Fiança Bancária</p><p>1.2 Garantias Reais</p><p>1.2.1 Penhor</p><p>1.2.2 Penhor Mercantil</p><p>1.2.3 Alienação Fiduciária</p><p>1.2.4 Hipoteca</p><p>1.3 Questões</p><p>1 Aspectos Jurídicos</p><p>1.1 Duplicatas</p><p>1.2 Notas Promissórias</p><p>1.3 Cheques</p><p>1.4 Questões</p><p>a ações realizadas com ou sem a intenção de</p><p>produzir efeitos jurídicos, mas que, devido à sua natureza ou às circunstâncias</p><p>em que são praticadas, acabam por gerar tais efeitos. Por exemplo, o fato de</p><p>alguém ocupar uma propriedade por um período prolongado sob certas</p><p>condições pode resultar na aquisição da propriedade por usucapião.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Assim, o Ato Jurídico é um fato jurídico que decorre da manifestação de vontade</p><p>humana, que visa produzir efeitos jurídicos específicos, previstos em lei.</p><p>Para ter validade, o ato jurídico requer:</p><p>➢ Agente capaz: indivíduo com plena capacidade legal para atuar;</p><p>➢ Objeto lícito e possível: conteúdo do ato deve ser permitido por lei e</p><p>realizável;</p><p>➢ Forma prescrita ou não proibida em lei: o ato deve seguir a forma exigida</p><p>ou ser de forma que a lei não proíba.</p><p>Caso o ato não cumpra com esses requisitos, ele é considerado nulo, ou seja, não</p><p>produzirá efeitos jurídicos.</p><p>1.3 QUESTÕES</p><p>Banca: QUADRIX Ano: 2022 Prova: CRA-PR</p><p>Os fatos jurídicos ordinários são os fatos da natureza, de ocorrência comum ou</p><p>costumeira, como o nascimento ou a morte:</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A afirmação é correta, pois os fatos jurídicos ordinários são eventos naturais e</p><p>previsíveis, como o nascimento e a morte, e que produzem efeitos no âmbito do direito</p><p>independentemente da vontade humana.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Banca: OBJETIVA Ano: 2015 Prova: Prefeitura de Vitorino</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Considerando-se DINIZ, numerar a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, após, assinalar a</p><p>alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>(1) Fato natural extraordinário.</p><p>(2) Fato humano.</p><p>(3) Fato jurídico stricto sensu ordinário</p><p>( ) Maioridade</p><p>( ) Naufrágio de barco em razão de maremoto.</p><p>( ) Testamento</p><p>a) 1 - 2 - 3</p><p>b) 3 - 1 - 2</p><p>c) 1 - 3 - 2</p><p>d) 2 - 1 - 3</p><p>e) 2 - 3 - 1</p><p>Comentários:</p><p>A maioridade, sendo um marco legal que confere novos direitos e responsabilidades ao</p><p>indivíduo, se enquadra como um fato jurídico stricto sensu ordinário, pois é um evento</p><p>natural e previsível que ocorre na vida de todos os indivíduos. O naufrágio de um barco</p><p>em razão de um maremoto exemplifica um fato natural extraordinário, dada sua</p><p>natureza imprevisível e seu impacto significativo sem a intervenção humana direta. Por</p><p>fim, a criação de um testamento é um ato que depende da manifestação de vontade</p><p>humana, classificando-se, portanto, como um fato humano. Assim, a sequência correta</p><p>é 3 para maioridade, 1 para o naufrágio devido a maremoto, e 2 para o testamento.</p><p>Gabarito: “b”</p><p>Banca: FCC Ano: 2009 Prova: TJ-PA</p><p>O fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que ilícito,</p><p>podendo-se afirmar que:</p><p>a) os fatos humanos por si só, ou atos jurídicos em sentido amplo, não criam nem</p><p>modificam direitos</p><p>b) fatos humanos e fatos naturais significam a mesma coisa, ainda que decorram uns</p><p>da atividade humana e outros da natureza</p><p>c) os fatos naturais não se confundem, por exemplo, com o nascimento, a morte e a</p><p>maioridade</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>d) os fatos extraordinários não guardam relação com tempestades, terremotos e raios,</p><p>por exemplo</p><p>e) os fatos extraordinários não se enquadram na categoria dos fortuitos ou de força</p><p>maior</p><p>Comentários:</p><p>O gabarito da banca, indicando a opção b como correta, sugere um entendimento de</p><p>que fatos humanos e fatos naturais são tratados sob a mesma categoria jurídica, o que,</p><p>no mínimo, gera discussão. Fatos humanos e naturais são distintos em sua origem e</p><p>natureza; os primeiros decorrem de ações ou omissões humanas, enquanto os segundos</p><p>são eventos que acontecem independentemente da vontade humana, o que se pode</p><p>argumentar é que ambos produzem efeitos jurídicos, diferenciados de fatos (esses não</p><p>produzem efeitos jurídicos). Ademais, as outras alternativas estão incorretas.</p><p>Gabarito: “b”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Aspectos Jurídicos ...................................................................................................... 2</p><p>1.1 Contratos ..................................................................................................... 2</p><p>1.1.1 Requisitos Contratuais ......................................................................... 2</p><p>1.1.2 Princípios Fundamentais ...................................................................... 2</p><p>1.1.3 Formação dos Contratos ...................................................................... 3</p><p>1.1.4 Espécies de Contratos .......................................................................... 4</p><p>1.1.5 Classificações dos Contratos ............................................................... 5</p><p>1.2 Questões ...................................................................................................... 6</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>1.1 CONTRATOS</p><p>Um contrato é, basicamente, um acordo entre duas ou mais partes que se</p><p>comprometem a cumprir com determinadas condições. Esse acordo é a base para a</p><p>criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações. Em outras palavras, quando</p><p>pessoas decidem entrar em um contrato, elas estão, de forma voluntária, estabelecendo</p><p>regras e compromissos que vão reger suas ações futuras em relação a um determinado</p><p>assunto. Isso é bastante comum e necessário em diversas situações do dia a dia, desde a</p><p>compra de um café até a aquisição de uma casa.</p><p>No universo das operações de crédito, os contratos formalizam o entendimento e</p><p>os compromissos entre as partes envolvidas, seja entre instituições financeiras e seus</p><p>clientes ou entre quaisquer outras entidades que estejam fornecendo ou recebendo crédito.</p><p>Por meio desses documentos, são estabelecidas as condições sob as quais o crédito será</p><p>concedido, incluindo, mas não se limitando, às taxas de juros, aos prazos para pagamento,</p><p>às garantias exigidas e às consequências em caso de inadimplência.</p><p>1.1.1 REQUISITOS CONTRATUAIS</p><p>Os contratos são negócios jurídicos que exigem, para a sua formação, o</p><p>preenchimento de certo elementos que atribuem sua legitimidade.</p><p>São requisitos objetivos:</p><p>➢ Objeto lícito, possível e determinável: a ausência de qualquer desses</p><p>elementos representa nulidade do acordo. Exemplo: não há como estabelecer</p><p>um contrato de compra e venda de drogas ilícitas (ilícito). Não há, também,</p><p>como vender um terreno na lua (impossibilidade);</p><p>➢ Forma prescrita ou não defesa em lei: em regra, contratos não precisam ser</p><p>escritos ou dependentes de formalidades, desde que a forma escolhida não seja</p><p>expressamente proibida por lei.</p><p>São requisitos subjetivos:</p><p>➢ Existência de duas ou mais pessoas;</p><p>➢ Capacidade das partes contratantes;</p><p>➢ Legitimidade das partes para contratar;</p><p>➢ Manifestação de vontade válida e desimpedida.</p><p>1.1.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS</p><p>Dentro do universo dos contratos, existem alguns princípios fundamentais que</p><p>norteiam a forma como eles são criados, interpretados e executados. Esses princípios são</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>a base sobre a qual o direito contratual é construído, garantindo que os acordos sejam</p><p>realizados de forma justa e equilibrada:</p><p>➢ Autonomia da vontade: este princípio afirma que as partes têm liberdade para</p><p>negociar e estabelecer os termos de seus contratos, dentro dos limites da lei.</p><p>Significa que os indivíduos podem livremente decidir com quem contratar, o</p><p>objeto do contrato e as condições do acordo, desde que não contrariem</p><p>disposições legais ou princípios de ordem pública e moral;</p><p>➢ Consensualismo: o consensualismo permite que um contrato seja considerado</p><p>válido pela simples manifestação de vontade das partes, sem a necessidade de</p><p>formalidades específicas, a não ser nos casos em que a lei exija ;</p><p>➢ Força obrigatória:</p><p>significa que, uma vez concluído, o contrato passa a ter</p><p>força de lei entre as partes contratantes;</p><p>➢ Boa fé: este princípio exige que as partes ajam com honestidade, lealdade e</p><p>respeito mútuo, tanto na formação quanto na execução do contrato;</p><p>➢ Relatividade nos efeitos: é o princípio segundo o qual o contrato só produz</p><p>efeito entre as partes contratantes, não afetando terceiro.</p><p>1.1.3 FORMAÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>A formação de um contrato é o processo que envolve etapas, cada uma com suas</p><p>características e importância no desenvolvimento de um acordo eficaz entre as partes.</p><p>Inicialmente, temos as negociações preliminares, que marcam o começo de</p><p>qualquer conversa contratual. Aqui, as partes interessadas trocam ideias e discutem os</p><p>detalhes do que poderia vir a ser um contrato. É uma fase de exploração, onde se avaliam</p><p>as possibilidades e os termos sob os quais um acordo poderia ser firmado. Importante</p><p>ressaltar que, nesse estágio, ainda não há compromissos firmes entre as partes, exceto em</p><p>situações em que ocorra um comportamento inadequado, como agir de má-fé, o que pode</p><p>gerar responsabilidades.</p><p>Segue-se a etapa da proposta, momento em que uma das partes, conhecida como</p><p>proponente, formaliza sua intenção de celebrar um contrato, apresentando os termos sob</p><p>os quais está disposta a se comprometer. Essa proposta precisa ser clara o suficiente para</p><p>que, ao ser aceita, um contrato seja estabelecido. A intenção aqui é que, uma vez aceita a</p><p>proposta pelo outro lado, o contrato passe a ser vinculativo, criando obrigações entre as</p><p>partes.</p><p>Por último, temos a aceitação, que é a resposta dada pelo destinatário da proposta,</p><p>o aceitante. Para que um contrato efetivamente se forme, a aceitação deve corresponder</p><p>exatamente aos termos propostos, sem desvios ou alterações. Se a resposta modificar</p><p>qualquer elemento da proposta original, isso não será considerado uma aceitação, mas</p><p>sim uma contraproposta.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1.1.4 ESPÉCIES DE CONTRATOS</p><p>Cada tipo de contrato possui características próprias e atende a diferentes</p><p>necessidades e interesses. Vamos abordar algumas das espécies de contratos, destacando</p><p>suas principais características;</p><p>Contrato de Compra e Venda</p><p>Este tipo de contrato envolve a transferência do domínio de um bem ou direito de</p><p>uma parte, o vendedor, para outra, o comprador, mediante o pagamento de um preço em</p><p>dinheiro. Caracteriza-se por ser bilateral, oneroso, consensual e, geralmente, comutativo,</p><p>pois as prestações e contraprestações são conhecidas e acordadas pelas partes.</p><p>Contrato de Sociedade</p><p>Nesse acordo, as partes se comprometem a combinar recursos, bens ou esforços</p><p>para o exercício de uma atividade econômica, partilhando os resultados visando ao lucro.</p><p>Pode ser bilateral ou plurilateral, oneroso, e é fundamentado na colaboração entre as</p><p>partes, envolvendo contribuição para o capital social.</p><p>Contrato de Empréstimo (Comodato)</p><p>Refere-se ao empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, onde o comodatário</p><p>deve restituir a coisa emprestada após o uso. Exemplos incluem o empréstimo de uma</p><p>máquina. É unilateral, gratuito e visa o uso específico da coisa emprestada.</p><p>Contrato de Empréstimo (Mútuo)</p><p>Diferente do comodato, o mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis, como</p><p>dinheiro, onde o mutuário se obriga a devolver o que for da mesma espécie, qualidade e</p><p>quantidade. Pode ser unilateral, oneroso ou gratuito, e implica na transferência de</p><p>propriedade da coisa emprestada.</p><p>Contrato de Prestação de Serviço</p><p>Uma das partes se compromete a prestar um serviço à outra, sem vínculo</p><p>empregatício, mediante remuneração. É bilateral, oneroso, consensual e sua execução</p><p>pode ser contínua ou não, a depender do serviço acordado.</p><p>Contrato de Mandato</p><p>Por meio deste contrato, uma parte (mandante) confere a outra (mandatário) o</p><p>poder para praticar atos ou administrar interesses em seu nome. É bilateral, podendo ser</p><p>gratuito ou oneroso, e baseia-se na representação.</p><p>Contrato de Fiança</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Neste, uma terceira parte (fiador) compromete-se perante o credor a cumprir a</p><p>obrigação do devedor, caso este falhe. É bilateral, acessório e pode ser gratuito ou</p><p>oneroso, garantindo o cumprimento de uma obrigação assumida pelo devedor.</p><p>Contrato de Hipoteca</p><p>Trata-se do contrato pelo qual um devedor oferece um bem imóvel (ou, em certos</p><p>casos, bens móveis de grande valor) como garantia do cumprimento de uma obrigação. É</p><p>bilateral, geralmente oneroso, e cria um direito real de garantia sobre o bem sem a</p><p>transferência de sua posse.</p><p>1.1.5 CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS</p><p>Por fim, podemos classificar os contratos da seguinte forma:</p><p>➢ Contratos unilaterais: apenas uma das partes assume obrigações. Exemplo:</p><p>mútuo;</p><p>➢ Contratos bilaterais: ambas as partes têm obrigações. Exemplo: compra e</p><p>venda;</p><p>➢ Contratos plurilaterais: envolvem três ou mais partes, com obrigações e</p><p>direitos recíprocos entre todos os envolvidos;</p><p>➢ Contratos nominados: têm sua estrutura e condições básicas regulamentadas</p><p>por lei, denominação específica no ordenamento jurídico. Exemplos: compra</p><p>e venda, empréstimo;</p><p>➢ Contratos inominados: não estão especificamente previstos na legislação,</p><p>não possuindo uma denominação legal própria. Surgem da autonomia da</p><p>vontade das partes, desde que respeitem os limites legais e os princípios gerais</p><p>dos contratos;</p><p>➢ Contratos formais: são contratos que, para sua validade, necessitam seguir</p><p>uma forma específica estabelecida por lei, seja por escrito, por instrumento</p><p>público ou outro meio formal exigido. Exemplos: hipoteca (requer registro em</p><p>cartório);</p><p>➢ Contratos informais: contratos que se completam e se tornam obrigatórios</p><p>pela simples manifestação de vontade das partes, sem necessidade de</p><p>observância de formas especiais, exceto quando a lei expressamente exigir;</p><p>➢ Contratos onerosos: são aqueles em que existem vantagens e ônus para</p><p>ambas as partes;</p><p>➢ Contratos gratuitos: são aqueles em que existem vantagens apenas para uma</p><p>das partes e ônus para outra. Exemplos: doação, mútuo;</p><p>➢ Contratos consensuais: são aqueles que se formam com um simples acordo</p><p>de vontades. Exemplos: compra e venda, doação, locação;</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>➢ Contratos reais: são aqueles que além do acordo exigem a entrega de uma</p><p>coisa. Exemplos: comodato, mútuo;</p><p>➢ Contratos comutativos: são aqueles em que cada uma das partes conhece,</p><p>no momento da celebração, a extensão de suas vantagens e desvantagens;</p><p>➢ Contratos aleatórios: são aqueles em que, na celebração, uma das partes não</p><p>sabe a extensão de suas obrigações.</p><p>1.2 QUESTÕES</p><p>Banca: SELECON Ano: 2023 Prova: Empresa Cuiabana de Saúde Pública</p><p>Aempresa X Ltda., proprietária da obra de arte de titularidade da artista plástica</p><p>Beatriz Milhazes, entrega a um determinado Centro Cultural, sem ônus, mediante</p><p>contrato próprio, essa obra, para fins de exposição, a ser devolvida no prazo de 2</p><p>(dois) anos, contados da data da sua entrega.</p><p>De acordo com o atual Código Civil (Lei nº 10.406/2002), o empréstimo desse bem é</p><p>espécie de contrato de:</p><p>a) mútuo</p><p>b) comodato</p><p>c) retrovenda</p><p>d) preempção</p><p>Comentários:</p><p>O contrato descrito se enquadra como um comodato, pois trata-se do empréstimo</p><p>gratuito de uma obra de arte (bem não fungível) para exposição em um Centro Cultural,</p><p>com a condição de que o item seja devolvido após um determinado período, no caso,</p><p>dois anos. O comodato é caracterizado justamente pela cessão gratuita de uso de algo</p><p>não consumível, com a obrigação de restituição posterior. As demais opções não se</p><p>aplicam: o mútuo refere-se ao empréstimo de bens consumíveis, com a expectativa de</p><p>devolução de itens da mesma espécie, qualidade e quantidade; a retrovenda é uma</p><p>condição de venda em que o vendedor reserva o direito de recomprar o bem vendido</p><p>dentro de um prazo definido;</p><p>e a preempção ou preferência é um direito em contratos</p><p>de compra e venda, permitindo a uma das partes ter a preferência na aquisição de um</p><p>bem em caso de futura venda.</p><p>Gabarito: “b”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2018 Prova: BNB</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Os requisitos de validade dos contratos, como de qualquer negócio jurídico, incluem</p><p>agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e forma prescrita</p><p>ou não defesa em lei.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>Os requisitos de validade dos contratos, assim como para qualquer negócio jurídico, de</p><p>fato abrangem a necessidade de um agente capaz (partes que tenham capacidade legal</p><p>para contratar), um objeto lícito (o conteúdo do contrato deve ser legal e não contrariar</p><p>a ordem pública ou bons costumes), possível (o objeto deve ser algo que pode</p><p>efetivamente ser entregue ou realizado) e determinado ou determinável (o objeto do</p><p>contrato deve ser especificado ou ser passível de especificação). Além disso, a forma</p><p>do contrato deve estar em conformidade com o prescrito em lei ou, pelo menos, não ser</p><p>proibida por ela.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2018 Prova: BNB</p><p>O Código Civil brasileiro nomina diversos tipos de contratos, sendo ilícito às partes</p><p>estipular contratos inominados ou atípicos.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>O Código Civil brasileiro, de fato, nomeia e regula diversos tipos de contratos,</p><p>conhecidos como contratos nominados, que possuem suas características e</p><p>regulamentações específicas previstas em lei. No entanto, não é ilícito às partes</p><p>estipular contratos inominados ou atípicos. Pelo contrário, o princípio da autonomia da</p><p>vontade, um dos pilares do direito privado, permite que as partes criem contratos que</p><p>não estejam expressamente previstos na legislação, desde que respeitem os limites</p><p>legais e os princípios gerais dos contratos, como licitude do objeto, capacidade das</p><p>partes, e forma prescrita ou não defesa em lei. Contratos inominados ou atípicos surgem</p><p>justamente da liberdade contratual, adaptando-se às necessidades específicas das partes</p><p>envolvidas.</p><p>Gabarito: “Errado”</p><p>Banca: FUNCAB Ano: 2013 Prova: ANS</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Entende-se por princípio da relatividade dos contratos:</p><p>a) a liberdade de contratar exercida em razão e nos limites da função social do contrato</p><p>b) a irreversibilidade, em essência, da palavra empenhada</p><p>c) o elemento interpretativo do contrato com a criação de deveres jurídicos positivos</p><p>d) o elemento interpretativo do contrato com a criação de deveres jurídicos negativos</p><p>e) o que significa que seus efeitos se produzem exclusivamente entre as partes, não</p><p>aproveitando nem prejudicando a terceiros</p><p>Comentários:</p><p>O princípio da relatividade dos contratos estabelece que os efeitos gerados por um</p><p>contrato atingem apenas as partes que o firmaram. Isso significa que terceiros, ou seja,</p><p>aqueles que não participaram da formação do contrato, não são beneficiados nem</p><p>prejudicados pelos termos acordados entre as partes contratantes.</p><p>Gabarito: “e”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Aspectos Jurídicos ...................................................................................................... 2</p><p>1.1 Contratos ..................................................................................................... 2</p><p>1.1.1 Contratos por Instrumento Público ...................................................... 2</p><p>1.1.2 Contratos por Instrumento Particular ................................................... 3</p><p>1.2 Questões ...................................................................................................... 3</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>1.1 CONTRATOS</p><p>Um contrato é, basicamente, um acordo entre duas ou mais partes que se</p><p>comprometem a cumprir com determinadas condições. Esse acordo é a base para a</p><p>criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações. Em outras palavras, quando</p><p>pessoas decidem entrar em um contrato, elas estão, de forma voluntária, estabelecendo</p><p>regras e compromissos que vão reger suas ações futuras em relação a um determinado</p><p>assunto. Isso é bastante comum e necessário em diversas situações do dia a dia, desde a</p><p>compra de um café até a aquisição de uma casa.</p><p>No universo das operações de crédito, os contratos formalizam o entendimento e</p><p>os compromissos entre as partes envolvidas, seja entre instituições financeiras e seus</p><p>clientes ou entre quaisquer outras entidades que estejam fornecendo ou recebendo crédito.</p><p>Por meio desses documentos, são estabelecidas as condições sob as quais o crédito será</p><p>concedido, incluindo, mas não se limitando, às taxas de juros, aos prazos para pagamento,</p><p>às garantias exigidas e às consequências em caso de inadimplência.</p><p>1.1.1 CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO</p><p>Quando se fala em contratos por instrumento público, estamos nos referindo a</p><p>contratos que são formalizados com a intervenção direta de uma autoridade ou oficial</p><p>público, como um tabelião de notas, que os lavra e os registra em livros próprios</p><p>destinados a esse fim. Este processo não é apenas uma formalidade, mas uma garantia de</p><p>que o conteúdo do contrato é autêntico, proporcionando uma prova incontestável dos</p><p>fatos e acordos ali registrados, salvo apresentação de prova em contrário.</p><p>Entre as principais características que distinguem os contratos por instrumento</p><p>público, destaca-se a fé pública. Este é um princípio que confere aos documentos</p><p>lavrados por autoridades competentes uma presunção de veracidade. Isso significa que o</p><p>que está declarado no contrato é tido como verdadeiro, a menos que seja provado o</p><p>contrário.</p><p>É importante apontar que os contratos por instrumento público geralmente</p><p>envolvem custos mais elevados, decorrentes das taxas de registro e dos emolumentos</p><p>cobrados pelos cartórios. Este aspecto pode influenciar a escolha das partes na hora de</p><p>decidir pela formalização do contrato nesta modalidade.</p><p>Um exemplo clássico de contrato por instrumento público é a escritura de compra</p><p>e venda de um imóvel. Este documento, registrado em cartório, não apenas formaliza a</p><p>transação imobiliária, mas também serve como garantia inequívoca da transferência de</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>propriedade, assegurando os direitos e deveres de ambas as partes de maneira clara e</p><p>pública.</p><p>1.1.2 CONTRATOS POR INSTRUMENTO PARTICULAR</p><p>Contratos por instrumento particular representam uma forma mais acessível e</p><p>flexível de formalização de acordos entre partes ou seus representantes, sem a necessidade</p><p>de envolvimento direto de um oficial público, como um tabelião. Essa modalidade de</p><p>contrato permite que as próprias partes elaborem e assinem o documento, facilitando</p><p>processos e tornando a celebração de acordos mais ágil e menos custosa.</p><p>Um dos benefícios dos contratos por instrumento particular reside em sua</p><p>flexibilidade. Essa característica os torna adequados para transações, especialmente</p><p>aquelas do dia a dia, incluindo operações de crédito mais comuns e acordos de menor</p><p>valor financeiro. Além disso, esses contratos geralmente envolvem custos inferiores aos</p><p>contratos por instrumento público, já que dispensam taxas de registro e emolumentos</p><p>cartorários, a menos que uma das partes decida, por uma questão de segurança jurídica,</p><p>registrar o documento em cartório posteriormente.</p><p>Para serem considerados válidos e produzirem efeitos legais, os contratos por</p><p>instrumento particular devem atender aos requisitos mínimos estabelecidos pela</p><p>legislação, como a capacidade legal das partes para contratar e a licitude do objeto do</p><p>contrato. Além disso, em certos casos, a lei pode exigir a presença de testemunhas ou o</p><p>reconhecimento de firma das partes envolvidas para conferir maior segurança jurídica ao</p><p>documento, assegurando</p><p>assim sua autenticidade e a identidade dos signatários.</p><p>O reconhecimento de firma, embora não seja sempre obrigatório, pode ser uma</p><p>exigência em determinadas situações para validar a assinatura das partes no contrato,</p><p>especialmente quando se busca prevenir disputas sobre a autoria do documento.</p><p>Contratos por instrumento particular são utilizados em diversas situações, como</p><p>empréstimos pessoais, financiamentos de menor valor e acordos de crédito entre empresas</p><p>e pessoas físicas. Sua praticidade e custo-benefício os tornam uma escolha para a</p><p>formalização de acordos que não exigem expressamente a formalidade do instrumento</p><p>público, permitindo que as partes estruturem suas relações jurídicas de maneira eficiente</p><p>e econômica.</p><p>1.2 QUESTÕES</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2015 Prova: FUB</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Salvos nas hipóteses expressas em lei, os contratos não exigem forma especial de</p><p>celebração, sendo permitido realizá-los por escrito ou verbalmente, por instrumento</p><p>público ou particular.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A legislação brasileira é flexível quanto à forma dos contratos, permitindo que eles</p><p>sejam celebrados de diferentes maneiras, incluindo verbalmente ou por escrito, seja</p><p>através de instrumento público ou particular, exceto quando há uma exigência legal</p><p>específica para um determinado tipo de contrato.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Aspectos Jurídicos ...................................................................................................... 2</p><p>1.1 Cédulas e Notas de Crédito ......................................................................... 2</p><p>1.1.1 Cédula de Crédito ................................................................................ 2</p><p>1.1.1.1 Cédula de Crédito Bancário (CCB) .................................................. 2</p><p>1.1.2 Notas de Crédito .................................................................................. 3</p><p>1.2 Questões ...................................................................................................... 3</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>1.1 CÉDULAS E NOTAS DE CRÉDITO</p><p>As cédulas e notas de crédito são instrumentos financeiros utilizados na</p><p>formalização de operações de crédito, permitindo a captação de recursos financeiros ou a</p><p>realização de empréstimos sob condições previamente estabelecidas.</p><p>Esses títulos representam promessas de pagamento e são regulamentados por</p><p>legislação específica, que define suas características, requisitos de emissão, circulação e</p><p>resgate.</p><p>1.1.1 CÉDULA DE CRÉDITO</p><p>As Cédulas de Crédito são títulos de crédito nominativos e transferíveis que</p><p>representam uma dívida de determinado valor. A cédula de crédito pode ser emitida por</p><p>pessoas físicas ou jurídicas e é uma promessa de pagamento em dinheiro, com ou sem</p><p>garantia adicional (real ou fidejussória).</p><p>São exemplos desses títulos:</p><p>➢ Cédula de Crédito Bancário: utilizada em operações de financiamento ou</p><p>empréstimos realizados por instituições financeiras;</p><p>➢ Cédula de Crédito Imobiliário: específica para financiamentos no setor</p><p>imobiliário;</p><p>➢ Cédula de Crédito Rural, Industrial, Comercial: destinadas ao financiamento</p><p>de atividades específicas, como agricultura, indústria e comércio.</p><p>1.1.1.1 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO (CCB)</p><p>A Cédula de Crédito Bancário (CCB) é um instrumento financeiro emitido por</p><p>uma pessoa física ou jurídica em benefício de uma instituição financeira ou entidade</p><p>equivalente, representando uma promessa de pagamento em dinheiro, proveniente de uma</p><p>operação de crédito. Para que a emissão seja válida, a instituição credora deve fazer parte</p><p>do Sistema Financeiro Nacional (SFN), e é permitido emitir a CCB em favor de</p><p>instituições sediadas no exterior, inclusive em moeda estrangeira.</p><p>Este título pode ser emitido com ou sem garantias reais ou fidejussórias,</p><p>configurando-se como um título executivo extrajudicial que representa uma obrigação de</p><p>pagamento em dinheiro, líquida e exigível. O valor devido pode ser determinado pela</p><p>quantia especificada no título ou pelo saldo devedor, conforme demonstrado em planilhas</p><p>de cálculo ou extratos de conta corrente.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>A transferência da CCB pode ser realizada por endosso, permitindo que o credor</p><p>original transfira seus direitos a terceiros e possibilitando a negociação do título no</p><p>mercado financeiro.</p><p>Dentro de uma CCB, podem ser acordados diversos termos, incluindo:</p><p>➢ Os juros sobre a dívida, podendo ser capitalizados ou não, critérios de</p><p>incidência, periodicidade de capitalização, despesas e outros encargos</p><p>relacionados à obrigação;</p><p>➢ Critérios de atualização monetária ou de variação cambial conforme permitido</p><p>por lei;</p><p>➢ Condições de inadimplência, aplicação de multas e penalidades contratuais, e</p><p>situações de vencimento antecipado da dívida;</p><p>➢ A definição e extensão das garantias da dívida, incluindo condições para sua</p><p>substituição, quando aplicável;</p><p>➢ Obrigações específicas a serem cumpridas pelo credor.</p><p>Além disso, a CCB também tem que ser formalizada com algumas informações</p><p>básicas, que são requisitos contratuais, tais como:</p><p>➢ A denominação "Cédula de Crédito Bancário”;</p><p>➢ A promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível</p><p>no seu vencimento;</p><p>➢ A data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de pagamento parcelado,</p><p>as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para essa determinação;</p><p>➢ O nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem;</p><p>➢ A data e o lugar de sua emissão;</p><p>➢ A assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da obrigação,</p><p>ou de seus respectivos mandatários.</p><p>1.1.2 NOTAS DE CRÉDITO</p><p>A nota de crédito representa um título de dívida emitido pelo devedor a favor do</p><p>credor, demonstrando o compromisso do pagamento de um valor específico em dinheiro</p><p>dentro de um prazo estabelecido. AS notas são classificadas como títulos de crédito, sendo</p><p>certas, líquidas e exigíveis, e podem ser transferidas por meio de endosso.</p><p>A diferença principal entre as notas de crédito e as cédulas de crédito reside no</p><p>fato de que as cédulas podem contar com garantias reais, enquanto as notas de crédito não</p><p>dispõem dessa característica.</p><p>1.2 QUESTÕES</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2018 Prova: BNB</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>A cédula de crédito bancário é um título executivo extrajudicial e representa dívida em</p><p>dinheiro, certa, líquida e exigível, decorrente de operação de crédito de qualquer</p><p>modalidade.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A afirmação está correta porque a cédula de crédito bancário é, de fato, um título</p><p>executivo extrajudicial que representa uma dívida em dinheiro, sendo esta certa, líquida</p><p>e exigível, e surge de operações de crédito de qualquer modalidade.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2016 Prova: FUNPRESP-JUD</p><p>É permitido por lei que cédula de crédito bancário em favor de instituição domiciliada</p><p>no exterior seja emitida em moeda estrangeira.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A legislação permite que as cédulas de crédito bancário, quando em favor de</p><p>instituições financeiras domiciliadas no exterior, sejam emitidas em moeda estrangeira.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2013 Prova: BACEN</p><p>A cédula de crédito bancário (CCB), um título executivo extrajudicial, representa</p><p>dívida em dinheiro, a qual é certa, líquida e exigível e pode ser emitida com ou sem</p><p>caução pessoal ou fiança.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A afirmação está correta porque a cédula de crédito bancário (CCB) é, de fato, um título</p><p>executivo extrajudicial, o que significa que ela representa uma dívida em dinheiro</p><p>considerada certa, líquida e exigível, podendo ser emitida tanto com quanto sem</p><p>garantia adicional,</p><p>como caução pessoal ou fiança.</p><p>Gabarito: “Certo”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Banca: FCC Ano: 2011 Prova: Banco do Brasil</p><p>A Cédula de Crédito Bancário (CCB) é:</p><p>a) um título de crédito judicial, dotado de liquidez, certeza e exigibilidade</p><p>b) emitida sem prazo mínimo de vencimento</p><p>c) um título com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)</p><p>d) negociável no mercado secundário</p><p>e) emitida obrigatoriamente com garantia real</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa correta é a letra “d”, pois a Cédula de Crédito Bancário (CCB) é</p><p>efetivamente negociável no mercado secundário. Isso permite que os detentores desses</p><p>títulos possam vendê-los a terceiros antes do vencimento, proporcionando liquidez ao</p><p>mercado. As demais alternativas contêm erros: a CCB não é um título de crédito</p><p>judicial, mas sim extrajudicial. Não existe um prazo mínimo de vencimento estipulado</p><p>para sua emissão. A CCB não possui garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).</p><p>E, por fim, não é obrigatória a emissão com garantia real, pois ela pode ser emitida com</p><p>ou sem garantia, real ou pessoal.</p><p>Gabarito: “d”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Garantias do Sistema Financeiro Nacional ............................................................... 2</p><p>1.1 Garantias Pessoais ...................................................................................... 2</p><p>1.1.1 Aval ...................................................................................................... 2</p><p>1.1.2 Fiança ................................................................................................... 3</p><p>1.1.3 Fiança Bancária ................................................................................... 5</p><p>1.2 Garantias Reais ........................................................................................... 6</p><p>1.2.1 Penhor .................................................................................................. 6</p><p>1.2.2 Penhor Mercantil ................................................................................. 6</p><p>1.2.3 Alienação Fiduciária ............................................................................ 7</p><p>1.2.4 Hipoteca ............................................................................................... 7</p><p>1.5 Questões ...................................................................................................... 9</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>As garantias desempenham um papel crucial no mercado financeiro ao</p><p>proporcionarem uma camada de segurança que visa garantir o cumprimento de</p><p>obrigações. Se um devedor enfrentar dificuldades e não conseguir cumprir com os</p><p>pagamentos acordados, as garantias entram em cena como salvaguardas. Dentro desse</p><p>contexto, destacam-se dois tipos fundamentais de garantias: as pessoais e as reais.</p><p>1.1 GARANTIAS PESSOAIS</p><p>As garantias pessoais, frequentemente referidas como garantias fidejussórias,</p><p>constituem um mecanismo de segurança no qual a responsabilidade pelo cumprimento de</p><p>uma obrigação recai sobre indivíduos em vez de ativos tangíveis. Essa forma de garantia</p><p>opera de tal maneira que, se o devedor original não conseguir cumprir sua obrigação, a</p><p>satisfação do débito é assegurada por um terceiro, alguém que não seja o devedor</p><p>principal.</p><p>São exemplos de garantias pessoais:</p><p>➢ Aval;</p><p>➢ Fiança.</p><p>1.1.1 AVAL</p><p>A garantia do aval é um procedimento através do qual uma terceira pessoa assume</p><p>a responsabilidade pela obrigação de pagamento estipulada em um título de crédito. Esse</p><p>mecanismo reforça a segurança da transação, fornecendo uma rede de proteção para o</p><p>caso de inadimplência por parte do devedor original.</p><p>Os participantes envolvidos nesse processo são definidos:</p><p>➢ Avalista: este é o indivíduo ou entidade que fornece a garantia do aval. Ao</p><p>fazê-lo, o avalista concorda em se tornar responsável pela dívida da mesma</p><p>maneira que o devedor original. Isso significa que, em caso de não pagamento</p><p>por parte do devedor, o avalista assume a obrigação de quitar a dívida;</p><p>➢ Avalizado: o avalizado é aquele que recebe a garantia do aval. Em outras</p><p>palavras, é o devedor original cuja obrigação de pagamento é respaldada pelo</p><p>aval. Essa pessoa ou entidade pode ser um devedor comercial, um emissor de</p><p>um título de crédito ou qualquer outra parte que detenha a obrigação</p><p>financeira;</p><p>➢ Credor: o credor é o beneficiário da dívida e é quem detém o direito de receber</p><p>o pagamento. Neste contexto, o credor se beneficia do aval, já que, no caso de</p><p>o avalizado não cumprir com o pagamento devido, o avalista entra em ação</p><p>para honrar a obrigação.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>O aval é utilizado exclusivamente para títulos de crédito (tais como nota</p><p>promissória, letra de câmbio, duplicata e cheque, entre outros), não sendo usado em</p><p>contratos.</p><p>No aval, não se aplica o benefício de ordem, o que significa que o credor tem a</p><p>liberdade de executar o avalista antes mesmo do devedor original, após o vencimento do</p><p>título. Nesse sentido, o avalista se equipara ao devedor original, sendo responsável de</p><p>maneira solidária.</p><p>Apesar dessa equiparação, o avalista tem direito de regresso. Isso significa que se</p><p>o avalista efetuar o pagamento do débito, ele tem o direito de recorrer judicialmente para</p><p>que o devedor original reembolse os valores pagos.</p><p>De acordo com o Código Civil, o aval não pode ser parcial, mas a legislação</p><p>especial permite o aval parcial em alguns casos, como notas promissórias, cheques e letras</p><p>de câmbio. A formalização do aval requer apenas a assinatura no anverso do título ou,</p><p>alternativamente, a assinatura com a especificação "por aval" no verso.</p><p>Em relação à exigência de anuência do cônjuge, o Código Civil determina que,</p><p>salvo no caso de casamentos regidos pela separação convencional de bens, é necessária a</p><p>autorização do cônjuge para a prestação do aval. No entanto, essa regra é válida apenas</p><p>para títulos de crédito atípicos. Nos títulos de crédito típicos, ou seja, aqueles previstos</p><p>em leis especiais como a nota promissória, cheque, duplicata e letra de câmbio, a anuência</p><p>do cônjuge é dispensada.</p><p>1.1.2 FIANÇA</p><p>A fiança é um contrato, em que um terceiro passa a garantir pessoalmente, perante</p><p>o credor, a obrigação do devedor.</p><p>São partes:</p><p>➢ Fiador: é quem presta a fiança;</p><p>➢ Afiançado: é que recebeu a fiança;</p><p>➢ Credor: é o beneficiário da dívida.</p><p>A fiança é um contrato formalizado entre o fiador e o credor, sendo possível sua</p><p>estipulação mesmo sem o consentimento ou contra a vontade do devedor. Neste arranjo,</p><p>o fiador assume a responsabilidade de cumprir a obrigação em caso de inadimplência por</p><p>parte do devedor principal.</p><p>A celebração da fiança requer a forma escrita, visto que sua validade depende da</p><p>manifestação expressa e da documentação adequada. Além disso, o fiador deve ser uma</p><p>pessoa idônea, residir no município onde a fiança será prestada e possuir patrimônio</p><p>suficiente para satisfazer a obrigação caso necessário.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Para que a fiança seja válida, geralmente é necessária a autorização do cônjuge do</p><p>fiador, a menos que o casamento seja regido pela separação total de bens. Essa regra visa</p><p>assegurar que ambos os cônjuges compreendam as implicações financeiras do</p><p>compromisso assumido.</p><p>A fiança pode ser abrangente, incluindo todos os aspectos da dívida principal e</p><p>seus acessórios, ou parcial, limitando-se apenas a uma parte específica da obrigação.</p><p>Na fiança, é importante destacar a presença do benefício de ordem. Em situações</p><p>em que o devedor não cumpre sua obrigação, o fiador pode solicitar que o credor, em</p><p>primeiro lugar, busque satisfazer a dívida utilizando os bens do devedor. Isso implica que</p><p>o fiador só será chamado a arcar com a obrigação caso os recursos do devedor se revelem</p><p>insuficientes</p><p>para liquidar a dívida.</p><p>Essa distinção é crucial em relação ao aval, onde a responsabilidade é solidária.</p><p>No aval, tanto o devedor quanto o avalista são igualmente responsáveis pelo pagamento,</p><p>e o credor tem o direito de escolher a quem cobrar o valor devido. Por outro lado, na</p><p>fiança, a obrigação é subsidiária, o que significa que o fiador só será obrigado a utilizar</p><p>seus próprios recursos se os do devedor forem insuficientes.</p><p>No entanto, é importante notar que o fiador tem a opção de renunciar ao benefício</p><p>de ordem, ou seja, ele pode optar por não invocar essa proteção e assumir a</p><p>responsabilidade sem a necessidade de esgotar os recursos do devedor.</p><p>Adicionalmente, é válido ressaltar que em um mesmo contrato de fiança, é</p><p>possível que haja mais de um fiador. Nesse cenário, o benefício de ordem não se aplica</p><p>entre os fiadores. Todos os fiadores respondem solidariamente pela dívida,</p><p>independentemente da existência desse benefício.</p><p>Em resumo:</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1.1.3 FIANÇA BANCÁRIA</p><p>A fiança bancária é um tipo de contrato de fiança no qual o banco assume o papel</p><p>de fiador na operação. Em outras palavras, o banco se torna responsável por garantir o</p><p>cumprimento da obrigação de seus clientes, conhecidos como afiançados, perante um</p><p>credor ou beneficiário.</p><p>A emissão da fiança bancária ocorre através de um documento chamado carta de</p><p>fiança. Esse documento é uma garantia emitida pelo banco em favor do beneficiário,</p><p>assegurando que, em caso de inadimplência por parte do afiançado, o banco se</p><p>compromete a cumprir a obrigação. Um aspecto importante é que, por se tratar de uma</p><p>garantia e não uma operação de crédito, a emissão da carta de fiança está isenta do</p><p>Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).</p><p>Além de estar sujeita às disposições do Código Civil, a fiança bancária também</p><p>deve aderir às regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo</p><p>Banco Central (BACEN). Isso ocorre devido ao envolvimento de instituições financeiras</p><p>nesse tipo de garantia.</p><p>Nesse sentido, são autorizados a emitir fiança bancária:</p><p>➢ Bancos múltiplos;</p><p>Aval Fiança</p><p>Partes Avalista</p><p>Avalizado</p><p>Credor</p><p>Fiador</p><p>Afiançado</p><p>Credor</p><p>Se aplica em Títulos de Crédito Contratos</p><p>Consentimento do</p><p>Devedor</p><p>Não previsto na</p><p>legislação</p><p>A lei dispensa</p><p>Exigência Formal Basta assinatura Exige forma escrita</p><p>Pode ser parcial? Em regra não pode,</p><p>com exceção de</p><p>notas promissórias,</p><p>cheques e letras de</p><p>câmbio</p><p>Sim, desde que</p><p>especificada no</p><p>contrato</p><p>Tipo de</p><p>Responsabilidade</p><p>Solidária, sem</p><p>benefício de ordem</p><p>(direito de regresso)</p><p>Subsidiária, com</p><p>benefício de ordem</p><p>Autorização do</p><p>Cônjuge</p><p>Obrigatória para</p><p>títulos atípicos e</p><p>dispensável para</p><p>títulos típicos</p><p>Obrigatória</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>➢ Bancos comerciais;</p><p>➢ Bancos de investimento;</p><p>➢ Bancos de desenvolvimento;</p><p>➢ Caixas econômicas;</p><p>➢ Sociedades de crédito, financiamento e investimento;</p><p>➢ Sociedades de crédito imobiliário;</p><p>➢ Companhias hipotecárias;</p><p>➢ Cooperativas de crédito.</p><p>1.2 GARANTIAS REAIS</p><p>Garantias reais são mecanismos que dão aos credores prioridade sobre bens</p><p>específicos, como casas, carros ou outros ativos, para assegurar que possam receber o</p><p>pagamento de uma dívida caso o devedor não cumpra sua obrigação. Isso significa que,</p><p>se o devedor não pagar, o credor pode usar esses bens como forma de compensação. É</p><p>como uma "garantia física" que protege o credor em situações de não pagamento.</p><p>São exemplos de garantias reais:</p><p>➢ Penhor mercantil;</p><p>➢ Alienação fiduciária;</p><p>➢ Hipoteca.</p><p>1.2.1 PENHOR</p><p>O penhor acontece quando alguém entrega algo de valor a um credor como</p><p>garantia, caso não consiga pagar uma dívida. Se a dívida não for paga, o credor fica com</p><p>esse item como forma de pagamento.</p><p>Os itens usados como garantia de penhor precisam ser coisas móveis, ou seja, que</p><p>podem ser movidas, como objetos, e que não mudem sua forma ou propósito ao serem</p><p>transportados.</p><p>Há vários tipos de penhor, incluindo o penhor mercantil, que é utilizado em</p><p>negócios comerciais.</p><p>1.2.2 PENHOR MERCANTIL</p><p>O penhor mercantil é uma forma especial de penhor que envolve o uso de</p><p>mercadorias como garantia. O que o diferencia de outras formas de penhor é que, nesse</p><p>caso, o devedor pode manter posse das mercadorias empenhadas, com a obrigação de</p><p>mantê-las e cuidar delas.</p><p>Se o devedor não cumprir com o compromisso, as mercadorias empenhadas</p><p>podem ser confiscadas para quitar a dívida. Isso dá ao credor uma opção de recuperação</p><p>caso a dívida não seja paga.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1.2.3 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA</p><p>A alienação fiduciária é um tipo de garantia real em que o devedor, para garantir</p><p>o pagamento de um bem móvel ou imóvel, transfere a propriedade resolúvel e posse</p><p>indireta do bem.</p><p>Durante o pagamento da dívida, o devedor pode apenas usufruir do bem e utilizá-</p><p>lo para o fim a que se destina (posse direta), mas não possui a propriedade. A propriedade</p><p>só passa a ele após quitar a dívida. Ao contrário da hipoteca, o credor não precisa recorrer</p><p>ao tribunal em caso de falta de pagamento. Ele pode consolidar a posse do bem através</p><p>de um cartório (execução extrajudicial).</p><p>Após a posse ser consolidada, o credor realiza um leilão com um valor mínimo.</p><p>Se não houver comprador, um segundo leilão ocorre após 15 dias, com um valor mínimo</p><p>de lance igual à dívida. Se não houver comprador novamente, o bem passa para o banco</p><p>(credor).</p><p>Se o valor do leilão for menor que a dívida, o devedor ainda deve o saldo restante.</p><p>Qualquer valor arrecadado acima da dívida é devolvido ao devedor. Se o bem não for</p><p>vendido ou for vendido abaixo da dívida, o devedor não recebe nada.</p><p>1.2.4 HIPOTECA</p><p>A hipoteca é um direito real de garantia incidente em coisa imóvel do devedor ou</p><p>de terceiro, sem transmissão da posse ao credor, visando garantir o pagamento de uma</p><p>dívida originária de uma obrigação, perdurando tal garantia enquanto a obrigação existe.</p><p>Como regra, portanto, podem ser objeto de garantia bens imóveis, o que inclui</p><p>terrenos, casas, apartamentos, jazidas, minas, entre outros. Além disso, o próprio Código</p><p>Civil estabelece que, embora sejam móveis, também podem ser objeto de hipoteca:</p><p>➢ Navios;</p><p>➢ Aeronaves.</p><p>A hipoteca é utilizada em contrato de empréstimos ou financiamentos</p><p>imobiliários, sendo comum que o devedor ofereça o próprio imóvel adquirido para</p><p>garantir o pagamento do empréstimo.</p><p>Ainda é possível hipotecar um imóvel já adquirido para obter empréstimos com a</p><p>instituição financeira.</p><p>Além disso, a hipoteca é um contrato acessório e depende de um contrato</p><p>principal, devendo ser registrada no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles,</p><p>se o título se referir a mais de um.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Como vimos, na hipoteca não há transferência do bem para o credor, ou seja, a</p><p>posse e a propriedade do bem continuam sendo do devedor. Contudo, se acontecer a falta</p><p>de pagamento da obrigação, o devedor poderá perder a posse e a propriedade do bem.</p><p>Vale colocar que o Código Civil não proíbe que o imóvel hipotecado seja vendido</p><p>pelo devedor, nesse caso a hipoteca continuará valendo.</p><p>São hipóteses levantadas pelo Código Civil que extinguem a hipoteca:</p><p>➢ Perecimento da coisa: embora a dívida continue existindo;</p><p>➢ Renúncia do credor;</p><p>➢ Remição: é o pagamento para liberação da hipoteca que não consiste no</p><p>pagamento da obrigação principal;</p><p>➢ Arrematação: quando a garantia é executada, levada a leilão e vendida para</p><p>alguém;</p><p>➢ Adjudicação: quando a garantia é executada, levada a leilão e não é vendida,</p><p>passando, nessa situação, a propriedade do bem para o credor.</p><p>Sobre a execução da hipoteca, é necessário que o credor da dívida acione</p><p>judicialmente o devedor, para que então o juiz determine que a garantia seja levada a</p><p>leilão, onde se objetiva</p><p>vender o imóvel e arrecadar o valor necessário para pagar a dívida</p><p>Se o valor levantado não for suficiente para quitar a dívida, o credor poderá</p><p>executar outros bens do devedor para quitar a dívida.</p><p>Se ninguém comprar o imóvel, conforme vimos, ocorrerá a adjudicação, passando</p><p>a propriedade do imóvel para o credor. Isso irá eximir o devedor de pagar o valor da</p><p>dívida que eventualmente exceder a avaliação do imóvel.</p><p>Por fim, é possível hipotecar mais de uma vez o mesmo imóvel, tendo preferência</p><p>na execução o credor que primeiro fez o registro (hipoteca de primeiro grau).</p><p>Em resumo:</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1.3 QUESTÕES</p><p>Banca: CESGRANRIO Ano: 2023 Prova: Banco do Brasil</p><p>No mercado de crédito, é comum financiar a aquisição de bens imóveis usando</p><p>garantias para o acesso a crédito com taxas de juros mais baixas.</p><p>Das opções de garantia permitidas para o financiamento imobiliário nomeadas abaixo,</p><p>qual delas requer a transferência do registro do imóvel para o credor?</p><p>a) Hipoteca</p><p>b) Penhor</p><p>c) Alienação Fiduciária</p><p>d) Aval</p><p>e) Fiança</p><p>Comentários:</p><p>A alienação fiduciária é uma modalidade de garantia em que o devedor transfere a</p><p>propriedade resolúvel e a posse indireta do imóvel ao credor. Isso significa que o</p><p>imóvel fica como garantia para o pagamento do financiamento, e o devedor mantém a</p><p>posse direta, mas a propriedade é transferida temporariamente ao credor até a quitação</p><p>da dívida. Em caso de inadimplência, o credor pode consolidar a propriedade do</p><p>imóvel.</p><p>Penhor</p><p>Mercantil</p><p>Alienação</p><p>Fiduciária</p><p>Hipoteca</p><p>Garantia Bens móveis Bens móveis e</p><p>imóveis</p><p>Bens imóveis</p><p>(aeronaves e</p><p>navios)</p><p>Posse do</p><p>Bem</p><p>Devedor Devedor Devedor</p><p>Propriedade</p><p>do Bem</p><p>Devedor Credor Devedor</p><p>Execução Judicial Extrajudicial Judicial</p><p>Alienação</p><p>durante a</p><p>vigência</p><p>Não permitida Não permitida Permitida</p><p>Valor</p><p>arrecadado</p><p>inferior a</p><p>dívida</p><p>Diferença pode</p><p>ser cobrada do</p><p>devedor</p><p>Diferença</p><p>pode ser</p><p>cobrada do</p><p>devedor</p><p>Diferença</p><p>pode ser</p><p>cobrada do</p><p>devedor</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Gabarito: “c”</p><p>Banca: FGV Ano: 2018 Prova: Banestes</p><p>Em garantia de empréstimo concedido pelo Banco W, Tereza deu um imóvel de sua</p><p>propriedade ao credor. A garantia constituída abrange todas as acessões,</p><p>melhoramentos ou construções do imóvel e não impede a proprietária de aliená-lo.</p><p>Com base nessas informações, a garantia prestada por Tereza é:</p><p>a) Aval</p><p>b) Fiança bancária</p><p>c) Alienação fiduciária em garantia</p><p>d) Hipoteca</p><p>e) Anticrese</p><p>Comentários:</p><p>A situação descrita descreve a hipoteca como a forma de garantia adotada. No caso da</p><p>hipoteca, Tereza ofereceu seu imóvel como garantia para um empréstimo concedido</p><p>pelo Banco W. A garantia abrange melhorias, acessões ou construções no imóvel, o</p><p>que é comum em hipotecas. Além disso, a informação de que a proprietária não é</p><p>impedida de alienar o imóvel é coerente com a hipoteca, em que o bem permanece na</p><p>posse do devedor, mas o direito de propriedade é mantido como garantia ao credor.</p><p>Gabarito: “d”</p><p>Banca: FGV Ano: 2018 Prova: Banestes</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Alfredo contraiu uma dívida com o Banco X e assinou uma cédula de crédito bancário</p><p>com o aval de João.</p><p>Em relação ao aval, é correto afirmar que o avalista:</p><p>a) Passa a ser o único responsável pelo pagamento, exonerando o avalizado Alfredo</p><p>de responsabilidade</p><p>b) Responderá subsidiariamente pelo pagamento, na ausência de bens suficientes de</p><p>Alfredo para pagar a dívida</p><p>c) Torna-se devedor solidário pelo pagamento perante o Banco X, podendo esse</p><p>cobrar a dívida tanto dele quanto do avalizado</p><p>d) Não se obriga pelo pagamento porque é nulo aval prestado em favor de instituição</p><p>financeira, caso do Banco X</p><p>e) Responderá pelo pagamento solidariamente com Alfredo, desde que esse celebre</p><p>simultaneamente contrato de fiança com o Banco X</p><p>Comentários:</p><p>O avalista, ao assinar a cédula de crédito bancário com o aval, torna-se devedor</p><p>solidário perante o Banco X. Isso significa que o avalista se torna igualmente</p><p>responsável pelo pagamento da dívida, ao lado do avalizado Alfredo. O Banco X tem</p><p>o direito de cobrar a dívida tanto do avalizado quanto do avalista, podendo escolher a</p><p>quem demandar o pagamento, o que caracteriza a responsabilidade solidária.</p><p>Gabarito: “c”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2018 Prova: BNB</p><p>A hipoteca é um direito real de garantia sobre bens imóveis; por isso, não se aplica a</p><p>aeronaves e navios, que têm natureza móvel.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A hipoteca pode ser aplicada não apenas a bens imóveis, mas também a alguns bens</p><p>móveis, como aeronaves e navios. Isso ocorre mediante a observância das normas e</p><p>procedimentos adequados. A legislação permite que esses bens móveis sejam dados em</p><p>hipoteca para garantir o cumprimento de obrigações.</p><p>Gabarito: “Errado”</p><p>Banca: FGV Ano: 2014 Prova: BNB</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Com relação à diferença entre aval e fiança, é correto afirmar que:</p><p>a) O aval é uma garantia pessoal, enquanto a fiança é uma garantia real</p><p>b) O aval é uma garantia real, enquanto a fiança é uma garantia pessoal</p><p>c) O aval é uma garantia constituída em um título de crédito, enquanto a fiança é uma</p><p>garantia estabelecida em contrato ou carta</p><p>d) No aval, o credor pode acionar diretamente o avalista, enquanto na fiança se aciona</p><p>o fiel depositário</p><p>e) O aval precisa da assinatura do cônjuge, enquanto a fiança não tem essa exigência</p><p>Comentários:</p><p>A diferença entre aval e fiança reside na natureza e na forma como são estabelecidas.</p><p>O aval é uma garantia que ocorre na subscrição de títulos de crédito, como cheques e</p><p>notas promissórias, onde alguém se compromete a pagar a dívida caso o devedor não</p><p>o faça. Já a fiança é uma garantia em contratos ou cartas, onde uma terceira pessoa se</p><p>compromete a pagar a dívida caso o devedor principal não o faça.</p><p>Gabarito: “c”</p><p>Banca: FCC Ano: 2013 Prova: Banco do Brasil</p><p>A operação por meio da qual a instituição financeira garante em contrato, perante</p><p>terceiros, o cumprimento de obrigações decorrentes de riscos assumidos por parte do</p><p>seu cliente é denominada:</p><p>a) Fiança bancária</p><p>b) Penhor mercantil</p><p>c) Alienação fiduciária</p><p>d) Adiantamento de contrato de câmbio</p><p>e) Aval</p><p>Comentários:</p><p>A operação pela qual uma instituição financeira oferece garantias em contrato para</p><p>assegurar o cumprimento de obrigações assumidas por um cliente perante terceiros é</p><p>chamada de "fiança bancária". Nesse arranjo, o banco assume a responsabilidade de</p><p>honrar a obrigação do cliente caso este não consiga fazê-lo. A fiança bancária é</p><p>frequentemente usada em transações comerciais e contratos para oferecer segurança e</p><p>confiança às partes envolvidas.</p><p>Gabarito: “a”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Banca: FCC Ano: 2013 Prova: Banco do Brasil</p><p>O penhor mercantil é modalidade de garantia que pode ser exigida por operadores do</p><p>Sistema Financeiro Nacional na formalização de operações de crédito em que:</p><p>a) Haja dispensa de fiel depositário</p><p>b) O valor atualizado do bem não exceda 50% do valor financiado</p><p>c) Esse direito recaia sobre bens móveis</p><p>d) O devedor possa substituir os bens empenhados sem autorização prévia do credor</p><p>e) Os recursos liberados permaneçam depositados na mesma instituição financeira</p><p>Comentários:</p><p>O penhor mercantil é uma modalidade de garantia que incide sobre bens móveis, como</p><p>mercadorias e produtos comercializáveis.</p><p>Gabarito: “c”</p><p>Banca: FCC Ano: 2012 Prova: Banco do Brasil</p><p>Devido à grande exposição ao risco de crédito, os bancos precisam utilizar meios para</p><p>garantir suas operações e salvaguardar seus ativos.</p><p>Qual o tipo de operação que garante o cumprimento de uma obrigação na compra de</p><p>um bem a crédito, em que há a transferência desse bem, móvel ou imóvel, do devedor</p><p>ao credor:</p><p>a) Hipoteca</p><p>b) Fiança bancária</p><p>c)</p><p>Alienação fiduciária</p><p>d) Penhor</p><p>e) Aval bancário</p><p>Comentários:</p><p>A alienação fiduciária é um tipo de garantia em que ocorre a transferência do bem,</p><p>móvel ou imóvel, do devedor ao credor como forma de garantir o cumprimento de uma</p><p>obrigação, geralmente na compra a crédito. O bem fica em nome do credor até que a</p><p>dívida seja quitada, momento em que a propriedade é transferida novamente ao</p><p>devedor. As demais opções não correspondem a essa descrição específica da</p><p>transferência do bem como garantia.</p><p>Gabarito: “c”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2007 Prova: Banco do Brasil</p><p>A fiança, o aval e a alienação fiduciária são garantias fidejussórias.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A fiança, o aval e a alienação fiduciária não são todas garantias fidejussórias. A</p><p>alienação fiduciária é uma garantia real, enquanto a fiança e o aval são garantias</p><p>fidejussórias (pessoais).</p><p>Gabarito: “Errado”</p><p>Banca: CEBRASPE Ano: 2007 Prova: Banco do Brasil</p><p>São garantias reais a hipoteca, o penhor, a alienação fiduciária e a fiança. O aval é uma</p><p>garantia pessoal.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários:</p><p>A hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária são exemplos de garantias reais, enquanto</p><p>a fiança e o aval são exemplos de garantias pessoais.</p><p>Gabarito: “Errado”</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Aspectos Jurídicos ....................................................................................................... 2</p><p>1.1 Duplicatas ................................................................................................... 2</p><p>1.2 Notas Promissórias ..................................................................................... 2</p><p>1.3 Cheques ....................................................................................................... 3</p><p>1.4 Questões ...................................................................................................... 4</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>1 ASPECTOS JURÍDICOS</p><p>1.1 DUPLICATAS</p><p>Duplicatas são instrumentos financeiros utilizados no comércio, atuando como</p><p>títulos de crédito que formalizam a obrigação de pagamento decorrente de transações</p><p>comerciais, seja por venda de mercadorias ou pela prestação de serviços. Esses títulos são</p><p>importantes para a gestão de recebíveis de uma empresa, proporcionando uma base legal</p><p>para a cobrança de dívidas.</p><p>As principais características das duplicatas incluem:</p><p>➢ Título de crédito: as duplicatas funcionam como comprovantes de dívida,</p><p>documentando de maneira formal o compromisso do comprador em pagar o</p><p>valor especificado ao vendedor ou prestador de serviço, dentro dos termos</p><p>acordados;</p><p>➢ Base em transações comerciais: a emissão de uma duplicata é diretamente</p><p>vinculada à realização de uma transação comercial, sendo gerada após a venda</p><p>de mercadorias ou a prestação de um serviço. Isso assegura que cada duplicata</p><p>corresponda a uma operação específica, facilitando a rastreabilidade e a gestão</p><p>financeira das empresas;</p><p>➢ Aceite do comprador: para que uma duplicata tenha validade, é necessário o</p><p>"aceite" por parte do comprador, que ocorre quando este assina o documento,</p><p>reconhecendo formalmente sua dívida;</p><p>➢ Vencimento: cada duplicata especifica uma data de vencimento, que é o prazo</p><p>limite para o pagamento da dívida. Essa data é acordada entre as partes no</p><p>momento da transação, oferecendo previsibilidade tanto para o credor quanto</p><p>para o devedor na gestão de seus fluxos de caixa;</p><p>➢ Negociação: as duplicatas possuem a característica de serem negociáveis,</p><p>permitindo que o credor as transfira a terceiros por meio de endosso. Isso</p><p>viabiliza a antecipação de recebíveis, uma prática comum em que as empresas</p><p>vendem suas duplicatas para instituições financeiras em troca de liquidez</p><p>imediata, embora com um desconto sobre o valor nominal.</p><p>1.2 NOTAS PROMISSÓRIAS</p><p>Notas promissórias são títulos de crédito que representam uma promessa de</p><p>pagamento de uma quantia de dinheiro por parte do emitente (pessoa que cria a nota) para</p><p>um beneficiário nomeado ou portador da nota.</p><p>Entre suas características, podemos elencar:</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>➢ Título de crédito: funcionam como comprovantes de uma obrigação</p><p>financeira, documentando a promessa do emitente de pagar uma quantia</p><p>específica de dinheiro ao beneficiário ou ao portador da nota. Isso estabelece</p><p>um compromisso formal de pagamento, facilitando a execução de cobranças</p><p>e proporcionando segurança jurídica às partes envolvidas;</p><p>➢ Unilateralidade: a emissão de uma nota promissória é um ato unilateral</p><p>realizado pelo devedor, o que significa que não requer o aceite formal por parte</p><p>do credor para ter validade. A assinatura do emitente na nota é suficiente para</p><p>confirmar a promessa de pagamento, simplificando o processo de criação e</p><p>utilização do título;</p><p>➢ Vencimento: as notas promissórias especificam uma data de vencimento, que</p><p>determina quando o pagamento deve ser realizado. Caso essa data não esteja</p><p>preenchida, a nota é considerada exigível à vista, ou seja, o pagamento pode</p><p>ser demandado imediatamente após a apresentação da nota ao emitente;</p><p>➢ Negociação: assim como outros títulos de crédito, as notas promissórias são</p><p>negociáveis, permitindo que o detentor da nota a transfira a terceiros através</p><p>de endosso. Esse recurso oferece liquidez ao credor, que pode converter a nota</p><p>promissória em dinheiro antes do vencimento, vendendo-a para uma</p><p>instituição financeira ou para outro interessado.</p><p>➢ Sem vinculação comercial: uma característica das notas promissórias é que</p><p>elas podem ser emitidas independentemente de uma transação comercial</p><p>específica, como venda de mercadorias ou prestação de serviços.</p><p>1.3 CHEQUES</p><p>O cheque é uma ordem de pagamento à vista, em que o emissor dá uma ordem</p><p>para o banco fazer o pagamento de um determinado valor ao beneficiário.</p><p>Portanto, quando alguém escreve um cheque, está basicamente dando uma ordem</p><p>para que seu banco pague um valor específico à pessoa ou à empresa que é beneficiária</p><p>do cheque. Essa é uma forma tradicional de realizar pagamentos, que diminuiu</p><p>consideravelmente nos últimos anos.</p><p>A dinâmica do cheque envolve três figuras principais:</p><p>➢ Emitente (emissor ou sacador): é a pessoa que emite o cheque, ou seja, quem</p><p>assina e entrega o cheque como forma de pagamento;</p><p>➢ Beneficiário (emissário ou sacado): é quem recebe o cheque. Pode ser uma</p><p>pessoa física ou jurídica que irá receber o valor especificado no cheque;</p><p>➢ Sacado: é o banco onde o emitente tem conta e que será responsável por pagar</p><p>o valor do cheque ao beneficiário.</p><p>Licensed to Gabriel Sete - gabriel26sete@gmail.com</p><p>Além disso, o cheque é considerado um título de crédito. Isso significa que ele é</p><p>uma prova de que existe uma dívida do emitente para com o beneficiário. Por ser um</p><p>título de crédito, o cheque pode ser protestado ou executado em juízo caso não seja</p><p>honrado, ou seja, caso não tenha fundos suficientes na conta do emitente para cobrir o</p><p>valor do cheque.</p><p>Outra característica importante do cheque é que ele é uma ordem de pagamento à</p><p>vista. Isso quer dizer que, teoricamente, ele deve ser pago assim que for apresentado ao</p><p>banco. No entanto, o cheque tem um prazo de validade para apresentação, conhecido</p><p>como prescrição, que é de 180 dias a partir da data de emissão que consta no cheque.</p><p>Existe também o que chamamos de cheque pré-datado. Nessa modalidade, o</p><p>emitente coloca uma data futura no cheque, indicando quando ele gostaria que o cheque</p><p>fosse descontado pelo beneficiário. Embora seja uma prática comum, é importante saber</p><p>que, legalmente, o banco pode descontar um cheque pré-datado antes da data indicada.</p><p>Se isso acontecer e o emitente se sentir prejudicado, ele pode buscar indenização por</p><p>danos morais. Contudo, essa prática de pré-datamento depende</p>