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<p>Atividade – Direito Constitucional I</p><p>Aspectos gerais sobre o constitucionalismo</p><p>por Thiago Chinellato</p><p>Introdução</p><p>Em linhas gerais constitucionalismo está ligado diretamente à formação dos Estados</p><p>Democráticos de Direito, podendo significar limitação dos poderes, imposição de leis escritas,</p><p>princípio fundamental da organização do Estado e império da lei.</p><p>Diante disso, temos que nossa doutrina acaba tratando o constitucionalismo como a história</p><p>do direito constitucional que vai desde o constitucionalismo antigo até o constitucionalismo do</p><p>futuro.</p><p>Perspectivas</p><p>Partindo da afirmação de que todo Estado deve possuir uma constituição e que toda</p><p>constituição deve ter em seu texto regras que dizem respeito à limitação de poderes e a</p><p>prevalência de direitos fundamentais, podemos verificar onde se extrai os significados do</p><p>termo “constitucionalismo”.</p><p>Quanto à limitação dos poderes, sobretudo dos poderes arbitrários, afirma-se que estamos</p><p>diante de uma evolução político-social com origens históricas razoavelmente remotas,</p><p>relacionada, sobretudo aos Estados absolutistas e autoritários de outras épocas.</p><p>Já no sentido de imposição de lei escritas, devemos relacionar tal acepção às primeiras</p><p>constituições escritas, como a Constituição dos Estados Unidos de 1787.</p><p>No que concerne ao sentido de princípio fundamental e império da lei, ou ainda norma</p><p>suprema e superior às demais, temos o que em nosso sistema jurídico se convencionou</p><p>chamar de neoconstitucionalismo, que é a revalorização das Constituições sobre as mais</p><p>diversas perspectivas.</p><p>Por fim, numa visão restritiva, temos o constitucionalismo como a história do direito</p><p>constitucional, abrangendo, através de uma evolução ao longo do desenvolvimento das</p><p>sociedades, todos os significados já mencionados, conforme veremos adiante em uma breve</p><p>síntese dessa evolução.</p><p>Constitucionalismo</p><p>Neste trabalho dividiremos o constitucionalismo em cinco grandes fases, quais sejam o</p><p>constitucionalismo antigo, o constitucionalismo clássico, o constitucionalismo moderno,</p><p>constitucionalismo contemporâneo e o constitucionalismo do futuro.</p><p>No constitucionalismo antigo algumas experiências são mais importantes, quais sejam a do</p><p>Estado hebreu onde tínhamos os Estados teocráticos, época em que os dogmas das escrituras</p><p>sagradas eram vistos como limitações ao poder do Estado e ao governo. Tínhamos também a</p><p>experiência grega, uma forma avançada de governo onde tínhamos uma democracia</p><p>constitucional.</p><p>Ainda, a experiência romana, onde prevalecia o ideal de liberdade e, já no período medieval, a</p><p>experiência inglesa que trouxe como contribuição o ”rule of Law”, que significava limitação do</p><p>poder arbitrário e igualdade dos cidadãos ingleses perante a lei.</p><p>Num segundo momento surgiu o constitucionalismo clássico ou moderno, que se inicia no fim</p><p>do século XVIII, onde a característica marcante é o surgimento das primeiras constituições</p><p>escritas: a Constituição dos Estados Unidos da América de 1787 e a Constituição da França</p><p>monárquica de 1791</p><p>Nesse período dois destaques são importantes, a experiência americana que pregava a</p><p>supremacia constitucional e a garantia jurisdicional e a experiência francesa que se destacava</p><p>pela garantia de direito e separação de poderes.</p><p>Com relação ao constitucionalismo moderno ou social, que se inicia após a primeira guerra</p><p>mundial, temos o surgimento do constitucionalismo social e por consequência o surgimento</p><p>do Estado Social em detrimento do Estado Liberal.</p><p>Destacaram-se nesse período as constituições da democracia marxista ou socialista, da</p><p>democracia racionalizada de KELSEN, as constituições de alguns países europeus como Itália e</p><p>Alemanha e por fim o desenvolvimento das constituições de países subdesenvolvidos.</p><p>Após, chegamos ao constitucionalismo contemporâneo e esbarramos no</p><p>neoconstitucionalismo ou ainda pós-positivismo. Pautado basicamente no ideal de dignidade</p><p>da pessoa humana, em decorrência das atrocidades ocorridas na 2ª guerra mundial, tem como</p><p>características marcantes o reconhecimento definitivo da normatividade da constituição, a</p><p>centralidade da constituição, maior abertura da interpretação e aplicação das normas</p><p>constitucionais, reconhecimento da normatividade dos princípios, fortalecimento do poder</p><p>judiciário marcado por uma maior judicialização da política e das relações sociais, a</p><p>rematerialização das constituições, e consagração expressa do princípio da dignidade da</p><p>pessoa humana.</p><p>Por fim, em um exercício de futurologia, temos o constitucionalismo do futuro que poderia ser</p><p>dito como a busca de um equilíbrio entre as características marcantes do constitucionalismo</p><p>moderno e os excessos do constitucionalismo contemporâneo, contemplado em sete ideias</p><p>fundamentais: verdade, solidariedade, consenso, universalidade, participação, continuidade e</p><p>integração.</p><p>Conclusão</p><p>Do que foi exposto permite-se concluir que os muitos significados da expressão</p><p>constitucionalismo estão diretamente ligados a evolução do direito constitucional no tempo,</p><p>uma teoria que constrói o desenvolvimento do Direito Constitucional através de sua evolução</p><p>trazendo separadamente a característica de cada um dos momentos históricos, no mesmo</p><p>sentido J. J. Canotilho:</p><p>[...]Teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado</p><p>indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da</p><p>organização político-social de uma comunidade. Neste sentido, o</p><p>constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de</p><p>limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de</p><p>constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no</p><p>fundo, uma teoria normativa da política, tal como a teoria da</p><p>democracia ou a teoria do liberalismo. [1]</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva 2008.</p><p>ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado. 3. Ed.</p><p>Método 2008.</p><p>DALLARI, Dalmo de Abreu, Elementos da Teoria Geral do Estado. 30ª Ed. São Paulo: Saraiva</p><p>2011.</p><p>[1] Direito constitucional descomplicado, pág. 54.</p><p>Perguntas: (Responder em folha separada)</p><p>1) Qual o principal significado do Constitucionalismo?</p><p>2) Qual o objetivo e a função de uma Constituição?</p><p>3) Por que se pode falar em Constitucionalismo antes mesmo de ter presença no campo</p><p>normativo de uma Constituição Escrita?</p><p>4) Poderia ter em uma sociedade indígena, não integrada a sociedade, a presença do</p><p>Constitucionalismo?</p><p>5) Qual a contribuição do constitucionalismo britânico ou inglês?</p><p>6) Qual o principal período histórico para o Constitucionalismo?</p><p>7) Quais as principais diferenças entre o Constitucionalismo Medieval e o Moderno?</p><p>8) Quais as principais características do constitucionalismo americano e do</p><p>constitucionalismo francês?</p><p>9) Qual o principal marco dos textos constitucionais atuais?</p><p>10) O que representa o constitucionalismo na visão do doutrinador português J.J.</p><p>Canotilho?</p>