Prévia do material em texto
<p>ASSISTÊNCIA DE</p><p>ENFERMAGEM NAS</p><p>AFECÇÕES CLÍNICAS</p><p>E CIRÚRGICAS</p><p>CARDIOVASCULARES</p><p>UNIDADE IV</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS</p><p>CARDIOVASCULARES</p><p>Elaboração</p><p>Victor Hugo de Paula Flauzino</p><p>Produção</p><p>Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE IV</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES ............................................................................5</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL .................................................................................. 5</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>VALVULOPATIAS ................................................................................................................ 15</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>IMPLANTE DO MARCAPASSO ............................................................................................ 23</p><p>PARA (NÃO) FINALIZAR........................................................................................................36</p><p>REFERÊNCIAS ........................................................................................................................37</p><p>5</p><p>UNIDADE IVAFECÇÕES CIRÚRGICAS</p><p>CARDIOVASCULARES</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL</p><p>Os aneurismas de aorta abdominal (AAA) são dilatações focais anormais da aorta</p><p>abdominal, é uma condição de risco de vida que requer monitoramento ou tratamento,</p><p>dependendo do tamanho do aneurisma e/ou sintomatologia. AAA pode ser detectado</p><p>incidentalmente ou no momento da ruptura. Um aneurisma arterial é definido como uma</p><p>dilatação localizada permanente do vaso pelo menos 150% em comparação com um</p><p>diâmetro adjacente normal relativo dessa artéria (GOMES; D’ORNELLAS; DOTTO, 2021).</p><p>1.1. Etiologia</p><p>Os fatores de risco para AAA incluem aterosclerose (mais comum), tabagismo, idade</p><p>avançada, sexo masculino, histórico familiar de AAA, hipertensão, hipercolesterolemia</p><p>e histórico prévio de dissecção aórtica. Outras causas incluem necrose medial cística,</p><p>sífilis, HIV e doenças de tecido conjuntivo (síndromes de Ehlers-Danlos, Marfan, Loeys-</p><p>Dietz) (CORREIA; DUQUE, 2021).</p><p>O alargamento do aneurisma pode acontecer de forma lenta a estabilidade e tamanho</p><p>da dilatação do vaso por algum tempo pode-se romper. A taxa de alargamento para</p><p>pequenos AAA (3-5 cm) é de 0,2 a 0,3 cm/ano e de 0,3 a 0,5 cm/ano para aqueles > 5 cm.</p><p>A pressão na parede aórtica segue a Lei de Laplace (o estresse da parede é proporcional ao</p><p>raio do aneurisma). Por isso, aneurismas maiores têm maior risco de ruptura, e a presença</p><p>de hipertensão também aumenta esse risco (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021).</p><p>1.1.1. Epidemiologia</p><p>Com base em estudos de autópsia, a frequência desses aneurismas varia de 0,5% a 3%.</p><p>A incidência de aneurismas de aorta abdominal aumenta após os 60 anos e atinge o pico</p><p>na sétima e oitava década de vida. Homens brancos têm o maior risco de desenvolver</p><p>6</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>aneurismas abdominais. São incomuns em indivíduos asiáticos, afro-americanos e</p><p>hispânicos. Dados derivados da triagem Liliane AAA e da Pesquisa Nacional de Exame de</p><p>Saúde e Nutrição revelam uma prevalência de 1,4% ou 1,1 milhão de AAA nos pacientes</p><p>estudados entre 50 e 84 anos. Com o aumento do uso do ultrassom, o diagnóstico de</p><p>aneurismas abdominais é bastante comum. Eles tendem a ser mais comuns em fumantes</p><p>e idosos brancos. Embora os estudos de autópsia possam sub-representar a incidência</p><p>de AAA, um estudo da Malmo Suécia encontrou uma prevalência de 4,3% em homens</p><p>e 2,1% em mulheres detectadas no ultrassom (SANTOS et al., 2022).</p><p>1.1.2. Fisiopatologia</p><p>Os AAA tendem ocorrer quando há uma falha das proteínas estruturais da aorta. O que</p><p>faz com que essas proteínas falhem não é conhecido, mas resulta no enfraquecimento</p><p>gradual da parede aórtica. A diminuição das proteínas estruturais da parede aórtica,</p><p>como elastina e colágeno, foi identificada. A composição da parede aórtica é feita de</p><p>unidades de colágeno lamelar. O número de unidades lamelares é menor na aorta</p><p>infrarrenal do que na aorta torácica. Isso é sentido para contribuir para a maior incidência</p><p>de formação aneurismal na aorta infrarrenal. Um processo inflamatório crônico na</p><p>parede da aorta foi identificado, mas essa etiologia é um pouco confusa. Outros fatores</p><p>que podem desempenhar um papel no desenvolvimento desses aneurismas incluem:</p><p>genética, inflamação e degradação proteolítica do tecido conjuntivo na parede da aorta</p><p>(GOMES; D’ORNELLAS; DOTTO, 2021).</p><p>1.1.3. Histopatologia</p><p>Estudos de autópsia geralmente mostram degeneração acentuada da mídia. O exame de</p><p>aneurismas abdominais ressecados geralmente revela um estado de inflamação crônica</p><p>com um infiltrado de neutrófilos, macrófagos e linfócitos. A mídia é muitas vezes fina,</p><p>e há evidências de degeneração do tecido conjuntivo (CORREIA; DUQUE, 2021).</p><p>1.1.4. História e Física</p><p>A maioria dos aneurismas abdominais são identificados incidentalmente durante um</p><p>exame para outra patologia não relacionada. A maioria dos indivíduos são assintomáticos.</p><p>A palpação do abdômen geralmente revela uma massa abdominal não macia e pulsante.</p><p>O aumento dos aneurismas pode causar sintomas de dor abdominal, flanco ou costas.</p><p>A compressão de vísceras adjacentes pode causar manifestações gastrointestinais (GI)</p><p>ou renais (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021).</p><p>A ruptura de um aneurisma de aorta abdominal é fatal. Esses pacientes podem apresentar-</p><p>se em choque muitas vezes com dor abdominal difusa e distensão. No entanto, a</p><p>7</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>apresentação de pacientes com esse tipo de aneurisma rompido pode variar de sutil</p><p>a bastante dramático. A maioria dos pacientes com um aneurisma de aorta abdominal</p><p>rompido morrem antes da chegada do hospital. No exame físico, o paciente pode</p><p>demonstrar sinais de embolização. O aneurisma pode romper em vísceras adjacentes</p><p>ou vasos apresentando sangramento GI ou insuficiência cardíaca congestiva devido à</p><p>fístula aórtica. O exame físico também deve procurar outros aneurismas associados.</p><p>O aneurisma associado mais comum é um aneurisma de artéria ilíaca. Aneurismas</p><p>periféricos também estão associados em aproximadamente 5 % dos pacientes, dos quais</p><p>aneurismas de artéria poplítea são os mais comuns (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021).</p><p>1.1.4.1. Avaliação</p><p>O diagnóstico de um aneurisma aórtico abdominal geralmente é feito com ultrassom</p><p>(EUA). Ainda assim, uma tomografia é necessária para determinar a localização</p><p>exata, tamanho e envolvimento de outros vasos e imagens de escolha em pacientes</p><p>sintomáticos. Os EUA podem ser usados para fins de triagem, mas são menos precisos</p><p>para aneurismas acima das artérias renais devido ao pulmão e vísceras que contêm ar</p><p>excessivamente. A Tomografia computadorizada (TC) requer o uso de radiação ionizante</p><p>e contraste intravenoso. A angiografia de ressonância magnética também pode ser usada</p><p>para delinear a anatomia e não requer radiação ionizante (CORREIA; DUQUE, 2021).</p><p>A maioria desses aneurismas estão localizados abaixo das artérias renais. Podem ser</p><p>classificados como saculares (localizados) ou fusiformes (circunferenciais). Mais de</p><p>90% dos aneurismas abdominais são fusiformes. Algumas pessoas podem desenvolver</p><p>um aneurisma de foco abdominal inflamatório caracterizado por inflamação intensa,</p><p>que possui uma casca espessa e aderências às estruturas adjacentes. A angiografia é</p><p>raramente feita para fazer o diagnóstico por causa das imagens superiores obtidas com</p><p>tomografias computadorizadas (GOMES; D’ORNELLAS; DOTTO, 2021).</p><p>Para aqueles pacientes com alergias a contraste, a ressonância magnética é uma opção.</p><p>Um ecocardiograma é recomendado, pois muitos pacientes também tendem a ter</p><p>doenças cardíacas associadas. Se a cirurgia for necessária, todos os pacientes precisam de</p><p>exames de rotina, incluindo uma combinação cruzada. Pacientes com comorbidade com</p><p>diabetes, DPOC ou doenças cardíacas devem ser atendidos pelo especialista relevante</p><p>e liberados para cirurgia (SANTOS et al., 2022).</p><p>1.1.4.2. Tratamento</p><p>O tratamento do aneurisma abdominal</p><p>ALVIM, R. O.; DIAS, F. A. L.; ANDRÉA, C. M. O.; HORIMOTO, R. V. R.; ULBRICH, A. Z.; KRIEGER, E. J.; PEREIRA,</p><p>A. C.P. Prevalência de Doença Arterial Periférica e Fatores de Risco Associados em uma População Rural</p><p>Brasileira: Estudo Corações de Baependi. Int. J. Cardiovasc. Sci., v.31, n.4, Jul-Aug 2018. https://doi.</p><p>org/10.5935/2359-4802.20180031.</p><p>ALVES, M. J. N. N.; SOUZA, F. R. Aspectos do tratamento não farmacológico em doença arterial periférica.</p><p>Bras. Cardiol., v. 113, n.3, set 2019. https://doi.org/10.5935/abc.20190208.</p><p>ARAGÃO, J. A.; MENDONÇA, M. P.; SILVA, M. S.; MOREIRA, A. N.; ARAGÃO, M. E. C. S.; REIS, F. P. O Perfil</p><p>Epidemiológico dos Pacientes com Cardiopatias Congênitas Submetidos à Cirurgia no Hospital do Coração.</p><p>R bras ci Saúde, v.17, n.3, pp. 263-268, 2013.</p><p>ARAGÃO, J. A.; SANTOS, R. M.; NEVES, O. M. G.; ARAGÃO, I. C. S.; ARAGÃO, F. M. S.; MOTA, M. I. A.; REIS,</p><p>R. S. M. B. F. P. Qualidade de vida em pacientes com doença arterial periférica. J. Vasc. Bras, v. 17, n.2,</p><p>Apr-Jun, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1677-5449.009017. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>BORELL, F. A. O. O tratamento da hipertensão renovascular frente aos resultados dos novos estudos.</p><p>Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, v.25, n.1, pp. 32-7, 2015.</p><p>BORN, D. Cardiopatia congênita. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, v.93, n.6, 2009. https://doi.</p><p>org/10.1590/S0066-782X2009001300008.</p><p>CHAVES, K N.; PINTO, W. O. D.; BARRETO, D. M. L.; OLIVEIRA, S. G. Perfil clínico-epidemiológico de crianças</p><p>portadoras de cardiopatias congênitas submetidas à correção cirúrgica em serviço de referência no estado</p><p>de Alagoas. Ciências Biológicas e de Saúde, v. 6, n. 1, pp. 99-108, 2020.</p><p>CARVALHO, T. S.; FRANCO, I. M.; VILHENA, A. O.; OLIVEIRA, L. F.; SANTOS, S. R. P.; SANTOS, D. C.; LIMA, J. G.</p><p>D.; PACHECO, J. O.; MONTEIRO, F. C.; SILVA, S. L. Nursing care for the patient using an artificial pacemaker:</p><p>an integrative literature review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e54611629614,</p><p>2022. 10.33448/rsd-v11i6.29614.</p><p>CORREA, J. L.; FERREIRA, W. F. S.; OLIVEIRA, E. C.; DUTRA, D. A. Fatores de risco para doenças</p><p>cardiovasculares em crianças e adolescentes: uma análise sobre a importância da enfermagem. Revista</p><p>Saúde e Desenvolvimento, v.12, n.11, 2018.</p><p>CORREIA, J. A.; DUQUE, M. A. Aneurisma de aorta abdominal, aspectos, patogenicidade, diagnóstico e terapia /</p><p>Abdominal aortic aneurism, aspects, pathogenicity, diagnosis and therapy. Brazilian Journal of Development,</p><p>v.6, n.12, 93944–93958, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.34117/bjdv6n12-018. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>COSTA, T. L. S.; MENDONÇA, R. P.; FEIJÓ, E. J.; VALE, C. W. F. Sistematização da assistência de enfermagem</p><p>ao paciente portador de insuficiência cardíaca: uma revisão de literatura. Revista de Trabalhos</p><p>Acadêmicos UNIVERSO, São Gonçalo, v. 3, v. 5, p 207-235. 2018.</p><p>38</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ENCARNAÇÃO, P. P. S.; SANTOS, E. S. A.; HELIOTÉRIO, M. C. Consulta de enfermagem para pessoas com</p><p>diabetes e hipertensão na atenção básica: um relato de experiência. Rev. APS. v. 20, n.2, pp. 273 – 278,</p><p>abr/jun, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.34019/1809-8363.2017.v20.15998. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>GARIT, I. Z.; GUERRA, E. M. L.; OTERO, D. L. El dimorfismo facial como predictor de valvulopatias cardíacas</p><p>congénitas em fetos humanos. Rev Cuba Cardiol Cir Cardiovasc., v. 28, n. 3, Jul-Sep, 2022.</p><p>GOMES, G. R. G.; D’ORNELLAS, M. C.; DOTTO, G. N. Medidas de aneurisma da aorta abdominal: modelos</p><p>tridimensionais impressos e virtuais. Radiol Bras, v.54, n.1, Jan-Feb, 2021. Disponível em: https://doi.</p><p>org/10.1590/0100-3984.2019.0117. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>GUSMÃO, G. L.; SILVA, L. X.; AZEVEDO, A. S. Assistência de enfermagem no tratamento da trombose</p><p>venosa profunda em pacientes críticos. Biológicas & Saúde, v. 4, n. 15. 2014. Disponível em: https://doi.</p><p>org/10.25242/88684152014533. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>LIMA, J. G. D.; CORRÊA, B. M. M.; CARVALHO, T. S.; SANTOS, B. R. F.; ARAUJO, M. S.; FRANCO, I. M.; SANTOS,</p><p>D. C.; SANTOS, S. R. P.; OLIVEIRA, L. F.; MONTEIRO, F. C. Assistência de enfermagem ao paciente com</p><p>insuficiência cardíaca: uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, [S. l.],</p><p>v. 11, n. 9, p. e12911931696, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i9.31696.</p><p>LIMA, C. V. B. Q.; ARAÚJO, A. C. G.; PEREIRA, A. C.; BARBOSA, J. V. C.; RODRIGUES, P. F.; SANTOS, J. H. B.;</p><p>BRANDÃO, C. M. F.; ANDRADE, I. C. O.; MOITA, A. N. C.; MENDES, É. A. S. Management of rheumatic fever</p><p>and rheumatic heart disease in children and adolescents presently. Research, Society and Development,</p><p>[S. l.], v. 11, n. 1, p. e52911125267, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.25267.</p><p>LOPES, M. A. C. P.; BARBOSA, R. V.; AGUIAR, T. S.; SUGETTE, J. F. V.; BESERRA, S. M. R.; MOURÃO, A. R. B;</p><p>FARIAS, M. S. Q. Avaliação do déficit cognitivo em pacientes com miocardiopatias. Braz. J. Hea. Rev.,</p><p>Curitiba, v. 3, n. 2. 6.2763-2782. 2019. 10.34119/bjhrv3n2-121.</p><p>MAIA, A. J. E.; RIBEIRO, P. B. T. OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES PORTADORES DE</p><p>MARCAPASSOARTIFICIAL. Revista Interdisciplinar Pensamento Científico, v.6, n.2, pp.6-24, 2021.</p><p>MENDES, A; SILVA, M. P; FERREIRA, C. F. R. S. Diagnósticos de enfermagem em portadores de hipertensão</p><p>arterial na atenção primária. Fabrizio do Estação Científica (UNIFAP). Macapá, v. 8, n. 1, pp. 91-101,</p><p>jan./abr. 2018.</p><p>MORAIS, G. J.; BRASIL, T. C..; TOLFO, G. R.; DA COSTA, A. E.K.; LOHMANN, P.M. A Sistematização da</p><p>Assistência à Enfermagem (SNC) a um paciente com obesidade e hipertensão: relato de experiência.</p><p>Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e962997940, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.7940.</p><p>MORENO, M. V.; GUIMARÃES, J. S.; GOMES, M. J.; VIEIRA, T. E.; JALIL, V. S.; KULKA, R. D.; MORAES, C.</p><p>Profilaxia de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em cirurgias ortopédicas do tornozelo e</p><p>pé: sugestão de protocolo. Rev ABTPé, v. 9, n. 2, pp. 80-4, 2015.</p><p>NASCIMENTO, M. N.R.; VIEIRA, R. V.; SILVA, C. A. S.; COELHO, M. E. A. A.; FÉLIX, N. D. C.; OLIVEIRA, J. C.</p><p>Aspectos da assistência de enfermagem para pessoa com insuficiência cardíaca. Rev Enferm Atenção</p><p>Saúde, v. 8, n.2, pp. 123-134, 2019. 10.18554/reas.v8i2.3899</p><p>NORDON, D. G; PRIGENZI, M. L. Cardiopatia congênita: difícil diagnóstico diferencial e condução do</p><p>tratamento. Revista Da Faculdade De Ciências Médicas De Sorocaba, v.14, n.1, pp. 24–26, 2012.</p><p>Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/3851. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>39</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>NOGUEIRA, A. J. S.; SILVA, J. L. V.; PACHÚ, C. O. Nursing assistance for people with Systemic Arterial</p><p>Hypertension: an integrative review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 12, p.</p><p>e219101219269, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i12.19269.</p><p>OLIVEIRA, S. G.; MAROSSI, L. M.; SPAZIANI, A. O.; FROTA, R. S.; FILHO, L. S. G.; MONTEIRO, S. T. F; PAULINO,</p><p>A. S. M; SANTOS, L; MORETE, V. A. Epidemiologia da doença reumática crônica cardíaca no Brasil nos</p><p>anos de 2014 a2018. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.857-872, jan./feb., 2020.</p><p>PAVANELLO. R. Terapia anticoagulante nas miocardiopatias. Revista Sociedade de Cardiologia do Estado de</p><p>São Paulo, v. 27, n. 3, pp. 234-7, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.29381/0103-8559/20172703234-</p><p>7. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>PINTO, D. M.; MACHADO, M. G. R. Aplicabilidade dos marcadores de rigidez arterial na doença arterial periférica.</p><p>J. Vasc. Bras., v.18, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1677-5449.009318. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>RODRIGUES, M. S. Hipertensão renovascular: A importância da sua identificação clínica na abordagem</p><p>da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Rev Med Minas Gerais; v.29, e-2038, 2019. http://dx.doi.</p><p>org/10.5935/2238-3182.20190055. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>SANTOS, B. R. F.; SILVA, R. M.; GONCALVES, D. F.; ALVES, M. C.; ZANINOTTO, C. V.; SOARES, A. S.; SANTOS,</p><p>P. C. L.; FONSECA, P. F. L.; MIRANDA, S. V. R. S.; NASCIMENTO, M.</p><p>H. M; VILHENA, A. O. Application of</p><p>the nursing process in the construction of the Nursing Care Systematization (SAE) to a patient with</p><p>Marfan syndrome associated with aortic dissecting aneurysm: Experience report. Research, Society</p><p>and Development, [S. l.], v. 11, n. 2, p. e54311225564, 2022. 10.33448/rsd-v11i2.25564.</p><p>SALLES, A. L. O.; SAMPAIO, C. E. P.; PEREIRA, L. S.; MALHEIROS, N. S.; GONÇALVES, R. A. O enfermeiro e a</p><p>questão da adesão do paciente ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Rev enferm UERJ, Rio</p><p>de Janeiro, 2019; 27:e37193. http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2019.37193.</p><p>SCARAVONATTI, M. E. F.; SCARAVONATTI, M. F.; KAWAI, A. K.; LINARTEVICHI, V. F. Aplicação de profilaxia</p><p>da trombose venosa profunda em unidade de terapia Intensiva. FAG Journal of Health, v.2, pp. 129-139,</p><p>2021. https://doi.org/10.35984/fjh.v3i2.328.</p><p>SILVA, C. L. M.; BRONDI, B.; VENDEMIATTI, D. F.; OLIVEIRA, J. B. Valvopatias no brasil: revisão bibliográfica.</p><p>Unimedbh, v.1, n.1, pp.15-30, 2015.</p><p>SILVA, A. L.; VIEIRA, T. S.; FERREIRA, T. M. C.; SOUZA, L. F.; OLIVEIRA, R. R. M. S.; SOARES, A Caracterização de</p><p>crianças com cardiopatias congênitas em um hospital no estado da Paraíba. Saúde coletiva, v. 10, n. 55, 2020.</p><p>SOUZA, G.T.; NEGREIROS, D. M. M.; SILVA, L. S.; CAVALCANTE, G. F.; ROSA, C. G. S.; HERRERA, S. D. S;</p><p>D’ALESSANDRO, A. A. B; D’ALESSANDRO, W. B; Assistência de Enfermagem ao paciente com insuficiência</p><p>cardíaca congestiva: uma revisão integrativa. Revista Amazônia Science & Health, v. 10, n. 3, pp. 71-80,</p><p>2022. 10.18606/2318-1419/amazonia.sci.health.v10n3p71-80.</p><p>TARASOUTCHI. F.; MONTERA, M. W.; GRINBERG, M.; BARBOSA, M. R.; PIÑEIRO, D. J.; SÁNCHEZ, C. R. M.;</p><p>BARBOSA, M.M. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011 / I Diretriz Interamericana de Valvopatias -</p><p>SIAC 2011. Arq Bras Cardiol, v. 97, n. 5, supl. 1, pp. 1-6, 2011.</p><p>VALADARES, A. C. A.; SAMPAIO, R. O. Homeostase do Tiol na Doença Cardíaca Reumática: Biomarcador</p><p>ou Fator de Risco?. Arq Bras Cardiol., v. 117, n.3, pp.444-445, 2021.</p><p>VIEIRA, T. C.; SIMONETTI, S. H.; KOBAYASHI, R. M. Validação das competências do enfermeiro nos cuidados</p><p>com portadores de marca-passo. Nursing, São Paulo, v.22, n.255, pp. 3094–3099, 2019. Disponível em:</p><p>https://doi.org/10.36489/nursing.2019v22i255p3094-3099. Acesso em: 8 dez. 2022.</p><p>40</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>VITOR, S. K. S.; DAOU, J. P.; GÓIS, A. F. T. Prevenção de tromboembolismo venoso (trombose venosa</p><p>profunda e embolia pulmonar) em pacientes clínicos e cirúrgicos. Diagn. Tratamento., v.21, n.2, pp.</p><p>59-64, 2016.</p><p>Figuras</p><p>Figura 1. Insuficiência cardíaca, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/</p><p>image-vector/enlarged-athletes-heart-angina-xray-edema-2150223613 . Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 3. Hipertensão renovascular, shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.com/</p><p>pt/image-photo/kidneys-high-low-blood-pressure-concept-715391947. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 4. hipertensão arterial sistêmica, shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.</p><p>com/pt/image-illustration/cholesterol-plaque-artery-human-heart-anatomy-2031916343. Acesso em:</p><p>1o out. 2022.</p><p>Figura 5. Coração normal, miocardiopatia dilatada e miocardiopatia Hipertrófica, Shutterstock</p><p>traduzido,2022. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/types-heart-diseases-</p><p>normal-hypertrophic-dilated-2011797563. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 6. Persistência do canal arterial (PCA), USP, 2012. Disponível em: http://rca.fmrp.usp.br/wp-content/</p><p>uploads/sites/176/2017/06/Cardiopatias-Congenitas.pdf. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 7. Tetralogia de Fallot, Shutterstock traduzido, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.</p><p>com/pt/image-illustration/four-anatomical-malformations-tetralogy-fallot-1-1816796561. Acesso em:</p><p>1o out. 2022.</p><p>Figura 8. Trombose venosa profunda, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.com/</p><p>pt/image-vector/economy-class-syndrome-mechanism-deep-vein-606715820. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 9. Doença Arterial Periférica. Shutterstock, 2022. Disponível em:https://www.shutterstock.com/</p><p>pt/image-vector/peripheral-arterial-disease-diagram-illustration-445796983. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 10. Doença cardíaca reumática, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.</p><p>com/pt/image-vector/vector-illustration-heart-healthy-diseased-endocarditis-684746401. Acesso em:</p><p>1o out. 2022.</p><p>Figura 11. Aneurisma da aorta abdominal, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.</p><p>com/pt/image-illustration/illustration-abdominal-arteries-two-different-types-469987559. Acesso em:</p><p>1o out. 2022.</p><p>Figura 12. Quatro Câmaras e válvulas cardíacas, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.</p><p>shutterstock.com/pt/image-vector/part-human-heart-anatomy-364774574. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Figura 13. Marcapasso, Shutterstock, 2022. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-</p><p>illustration/schematic-illustration-human-figure-pacemaker-on-1508899997. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>UNIDADE IV</p><p>Afecções cirúrgicas cardiovasculares</p><p>Capítulo 1</p><p>Aneurisma da aorta abdominal</p><p>Capítulo 2</p><p>Valvulopatias</p><p>Capítulo 3</p><p>Implante do Marcapasso</p><p>Para (não) Finalizar</p><p>Referências</p><p>não rompido mudou com o tempo. O tratamento</p><p>é recomendado quando atinge 5 cm a 5,5 cm, é demonstrado como um rápido aumento</p><p>> 0,5 cm ao longo de 6 meses, ou torna-se sintomático. O reparo cirúrgico ocorre</p><p>8</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>através da abordagem trans abdominal ou retroperitoneal tem sido o padrão-ouro.</p><p>O reparo endovascular a partir de uma abordagem arterial femoral é aplicado para a</p><p>maioria dos casos, especialmente em pacientes mais velhos e de maior risco. A terapia</p><p>endovascular é recomendada em pacientes que não são candidatos à cirurgia aberta.</p><p>Isso inclui pacientes com doenças cardíacas graves e/ou outras comorbidades que</p><p>impedem o reparo aberto. Um aneurisma de aorta abdominal rompido é indicado a</p><p>cirurgia de emergência. A abordagem endovascular para AAA rompida demonstrou</p><p>resultados superiores e sobrevivência em comparação com o reparo aberto se a anatomia</p><p>for adequada, mas as taxas de mortalidade permanecem altas. O risco de cirurgia é</p><p>influenciado pela idade do paciente, pela presença de insuficiência renal e pelo estado</p><p>do sistema cardiopulmonar (AMARAL; FERNANDES, ALVES, 2021).</p><p>Os dados mostram que, para aneurismas abdominais não rompidos, o reparo</p><p>endovascular não tem diferenças de longo prazo nos resultados em comparação com</p><p>o reparo aberto. No entanto, os dados indicam que a expansão do aneurisma da aorta</p><p>continua, após o paciente passar por terapia endovascular, o que é preocupante. A</p><p>necessidade de tomar betabloqueadores não pode ser subestimada nesses pacientes.</p><p>Um reparo aberto tem sido o padrão ouro para o reparo da AAA por muitas décadas.</p><p>Envolve uma longa incisão abdominal e substituição da aorta por um enxerto. No pós-</p><p>operatório, esses pacientes precisam de um acompanhamento na UTI por 24 a 48 horas</p><p>(CORREIA; DUQUE, 2021).</p><p>Todos os pacientes com pequenos aneurismas abdominais que não se submetem à</p><p>reparação precisam de acompanhamento periódico com um ultrassom a cada 6 a</p><p>12 meses para garantir que o aneurisma não esteja se expandindo. A elegibilidade</p><p>anatômica para reparo de aneurisma de aorta endovascular baseia-se principalmente</p><p>em três índices principais, o que inclui: arco a aórtico proximal, artérias ilíacas comuns</p><p>e artérias ilíacas externas. As áreas de índice mencionadas caracterizam as zonas de</p><p>alocação do enxerto distal e proximal (GOMES; D’ORNELLAS, DOTTO, 2021).</p><p>Na parte superior do arco aórtico proximal de menos de 15 mm, não é indicada uma</p><p>abordagem endovascular. Diretrizes de Sociedade de cirurgia vascular sobre gestão de</p><p>casos de pacientes com aneurismas abdominais, o que incluem os seguintes pontos:</p><p>» A imagem de vigilância anual em pacientes com AAA de 4,0 a 4,9 cm de diâmetro.</p><p>» Avaliação dos pulsos das pernas distal em cada visita à clínica.</p><p>» Para AAA não rompido, recomenda-se o reparo do aneurisma endovascular.</p><p>» O procedimento endovascular só deve ser feito em um hospital que tenha realizado</p><p>pelo menos 10 casos por ano e tenha uma taxa de conversão para abrir menos de 2%.</p><p>9</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>» A cirurgia aberta AAA eletiva deve ser feita em hospitais que consigam dar suporte</p><p>para o paciente no pós-operatório.</p><p>» Para AAA rompida, é preferível uma a intervenção de menos de 90 minutos.</p><p>» Recomendo o tratamento dos endoleaks tipo I e III, bem como do endoleaks tipo</p><p>II com expansão do aneurisma.</p><p>» A profilaxia antibiótica não é recomendada antes dos procedimentos do trato</p><p>respiratório, geniturinário, dermatológico, gastrointestinal ou ortopédico, a menos</p><p>que haja potencial para infecção em um paciente imunocomprometido.</p><p>» A ultrassonografia de cor deve ser usada para vigilância pós-operatória após</p><p>cirurgia endovascular.</p><p>» Recomenda-se um eletrocardiograma pré-operatório de 12 derivações em todos</p><p>os pacientes submetidos ao reparo cirúrgico aberto dentro de 4 semanas após a</p><p>cirurgia eletiva.</p><p>» Se o paciente acabou de ter um stent colocado, a cirurgia de aneurisma aberto</p><p>deve ser adiada por pelo menos 6 meses; ou pode-se realizar cirurgia endovascular</p><p>enquanto o paciente está em terapia antiplaquetária.</p><p>» Só transfundir sangue no perioperatório se a hemoglobina for inferior a 7 g/dL.</p><p>» O reparo eletivo deve ser recomendado em pacientes de baixo risco quando o</p><p>AAA é de 5,5 cm.</p><p>» A cirurgia aberta deve ser feita sob anestesia geral (AMARAL, FERNANDES, ALVES,</p><p>2021).</p><p>1.1.5. Prognóstico</p><p>Uma vez que um aneurisma de aorta abdominal se rompe, o prognóstico é sombrio.</p><p>Mais de 50% dos pacientes morrem antes de chegarem ao pronto-socorro. Aqueles</p><p>que sobrevivem têm uma morbidade muito alta. Os preditores da mortalidade incluem</p><p>parada cardíaca pré-operatória, idade >80, sexo feminino, perda maciça de sangue e</p><p>transfusão contínua. Em um paciente com um aneurisma de aorta abdominal rompido,</p><p>o único fator que determina a mortalidade é a capacidade de obter controle proximal.</p><p>Para quem está em processo de reparação eletiva, o prognóstico é bom para excelente.</p><p>No entanto, a sobrevivência a longo prazo depende de outras comorbidades como</p><p>doença pulmonar obstrutiva crônica, doença cardíaca e doença vascular periférica.</p><p>Estima-se que 70% dos pacientes após o reparo sobreviverão por 5 anos. As principais</p><p>complicações são:</p><p>10</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>» Hemorragia.</p><p>» Isquemia de membros.</p><p>» Ruptura atrasada secundária para endoleak.</p><p>» Síndrome do compartimento abdominal.</p><p>» Infarto do miocárdio.</p><p>» Pneumonia.</p><p>» Infecção por enxerto.</p><p>» Isquemia do cólon.</p><p>» Falência renal.</p><p>» Obstrução intestinal.</p><p>» Amputação.</p><p>» Impotência.</p><p>» Morte (GOMES; D’ORNELLAS; DOTTO, 2021).</p><p>1.1.6. Assistência pós-operatória e de reabilitação</p><p>Após a reparação, é essencial que o paciente pare de fumar, coma uma dieta</p><p>saudável e mantenha um peso saudável. Pode ser necessária terapia física e/</p><p>ou ocupacional. Recomenda-se a obtenção de tomografia computadorizada cinco</p><p>anos após o gerenciamento de reparo aberto para excluir a dilatação aórtica tardia</p><p>ou pseudoaneurisma. Uma vez diagnosticado um aneurisma de aórtico abdominal,</p><p>o paciente deve ser encaminhado a um cirurgião vascular. A imagem de vigilância</p><p>em intervalos de 12 meses é recomendada para pacientes com AAA de 4,0 a 4,9 cm</p><p>de diâmetro. Para garantir que o paciente esteja apto para cirurgia, cardiologia e</p><p>pneumologia, como indicado, é recomendado (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021).</p><p>Pacientes com AAA devem parar de fumar. Otimização médica de hipertensão arterial,</p><p>hiperlipidemia, diabetes e outros fatores de risco ateroscleróticos. Exercício moderado</p><p>não causa ruptura da expansão AAA. A Sociedade de Diretrizes de Cirurgia Vascular</p><p>recomenda o exame de ultrassom para todos os homens e mulheres com 65 anos ou</p><p>mais que tenham fumado ou tenham histórico familiar de AAA. As Diretrizes de Vigilância</p><p>para AAA da Sociedade de Cirurgia Vascular usando duplex US são as seguintes:</p><p>» Intervalos de 3 anos para pacientes com AAA entre 3,0 e 3,9 cm.</p><p>11</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>» Intervalos de 12 meses para pacientes com AAA de 4,0 a 4,9 cm de diâmetro.</p><p>» Intervalos de 6 meses para pacientes com AAA entre 5,0 e 5,4 cm de diâmetro</p><p>» Aqueles pacientes com diâmetro aórtico inicial 5,4 cm</p><p>ou aqueles com a rápida expansão de um pequeno AAA devem ser avaliados para</p><p>reparo.</p><p>» O objetivo do reparo da AAA é aumentar a sobrevivência. A consideração da</p><p>qualidade de vida após o reparo é importante, particularmente naqueles com</p><p>expectativa de vida reduzida.</p><p>» O reparo endovascular pode oferecer poucas complicações e melhor qualidade</p><p>de vida em pessoas com alto risco de reparo</p><p>aberto até 1 ano após a intervenção</p><p>(CORREIA, DUQUE, 2021).</p><p>Os fatores que aumentam o risco operacional para reparação de aneurisma de ao mesmo</p><p>grau abdominal incluem:</p><p>» Doença cardíaca grave.</p><p>» Doença pulmonar obstrutiva crônica grave.</p><p>» Má função renal.</p><p>» Comorbidades como AVC, diabetes, hipertensão e idade avançada podem aumentar</p><p>o risco cirúrgico aberto. Esses indivíduos são indicados para realizar o procedimento</p><p>de stent endovascular de aneurismas, se a anatomia do paciente não interferir no</p><p>resultado final do procedimento (GOMES; D’ORNELLAS; DOTTO, 2021).</p><p>1.1.7. O reparo do Aneurisma Aórtico Infrarrenal</p><p>A consideração pelo reparo é apropriada para todos os aneurismas sintomáticos.</p><p>A reparação do aneurisma aberto foi o padrão-ouro, mas traz risco e complicações</p><p>potenciais, o que pode ser aceitável em um paciente mais jovem. Este ainda é o</p><p>procedimento mais durável. O reparo endovascular é agora uma técnica estabelecida</p><p>para reparar um AAA. Este procedimento minimamente invasivo também pode ser</p><p>12</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>oferecido, mas tem melhores resultados e durabilidade quando a anatomia atende a</p><p>recomendações específicas do dispositivo (SANTOS et al., 2022).</p><p>Esta é a abordagem utilizada em casos de ruptura nos pacientes com múltiplos fatores de</p><p>risco ou expectativa de vida reduzida. Os riscos de intervenção ou tratamento cirúrgico</p><p>versus benefícios de reparação em pacientes com maior risco de cirurgia aberta devem</p><p>ser considerados. Os pacientes devem estar bem-informados sobre suas opções, riscos</p><p>de reparo e possíveis complicações pós-operatórias. O reparo endovascular requer</p><p>acompanhamento ao longo da vida. Intervenções secundárias podem ser necessárias, a</p><p>maioria das quais são minimamente invasivas. Ainda assim, há uma pequena chance de que</p><p>a conversão aberta com a remoção do stent-enxerto possa ser necessária quando essas</p><p>intervenções endovascular secundárias falharem (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021).</p><p>1.1.8. Melhorando os resultados da equipe de saúde</p><p>Aneurismas de aorta abdominal infrarenal são os aneurismas mais comuns da aorta.</p><p>O ultrassom de rastreamento ajudou a detectar AAA e permite a vigilância em pacientes</p><p>assintomáticos com diâmetro 5 mm</p><p>ao longo de 6 meses) deve ser considerado o reparo. A formação de socorristas, incluindo</p><p>o enfermeiro, enfermeiro de triagem, médicos da atenção primária e médicos do pronto-</p><p>socorro podem facilitar o diagnóstico e reduzir atrasos no tratamento (SANTOS et al., 2022).</p><p>Figura 11. Aneurisma da aorta abdominal.</p><p>Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/illustration-abdominal-arteries-two-different-</p><p>types-469987559. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>13</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>Uma abordagem interprofissional de enfermeiros de emergência, médicos e cirurgião</p><p>vascular facilitará a rápida avaliação e tratamento e melhorará os resultados. A grande</p><p>maioria dos pacientes com AAA inicialmente apresenta-se ao pronto-socorro com dor</p><p>abdominal e/ou massa pulsante. Assim, o enfermeiro da triagem deve estar familiarizado</p><p>com a apresentação de um AAA e iniciar uma internação rápida com comunicação</p><p>direta ao médico do pronto-socorro e ao resto da equipe interprofissional sobre o</p><p>paciente. Uma vez admitidos, se estáveis, esses pacientes precisam de um ultrassom</p><p>urgente e, portanto, o radiologista precisa ser notificado. Se o paciente estiver instável, o</p><p>enfermeiro deve obter sinais vitais, anexar equipamentos de monitoramento e auxiliar na</p><p>ressuscitação se o paciente estiver hemodinamicamente instável (GOMES; D’ORNELLAS;</p><p>DOTTO, 2021).</p><p>O encaminhamento para um centro vascular que possa fornecer um padrão de gestão</p><p>do cuidado é apropriado. Uma vez tomada a decisão de reparação, o trabalho de</p><p>cardiologia e a liberação e otimização e cumprimentos de protocolos podem melhorar</p><p>os resultados. Se o aneurisma for pequeno, o paciente e a família devem ser educados</p><p>pela equipe multiprofissional quanto ao cumprimento do controle da pressão arterial,</p><p>dieta saudável, exercício, cessação do tabagismo e acompanhamento (CORREIA; DUQUE,</p><p>2021).</p><p>Durante o pós-operatório, a enfermeira deve estar familiarizada com possíveis</p><p>complicações da cirurgia e notificar a equipe multiprofissional se o paciente tiver dor</p><p>abdominal ou nas costas, febre, oligúria ou hipotensão. A enfermeira também deve</p><p>garantir que o paciente tenha profilaxia para prevenção de trombose venosa profunda.</p><p>O enfermeiro precisa incentivar a respiração profunda e a tosse e incentivar a ambulação.</p><p>A enfermeira também deve auscultar os sons intestinais e transmitir os resultados</p><p>para a equipe interprofissional para que a alimentação possa ser iniciada. Antes da</p><p>alta, o farmacêutico e o enfermeiro devem educar o paciente sobre a importância do</p><p>cumprimento dos medicamentos, a necessidade de controlar a pressão arterial e evitar</p><p>o tabaco. A comunicação aberta entre a equipe interprofissional é vital para garantir</p><p>bons resultados (SANTOS et al., 2022).</p><p>1.1.9. Assistência de Enfermagem</p><p>Neste contexto, a assistência de enfermagem deve ter como principal objetivo</p><p>assistencial observar os sinais clínicos de choque hipovolêmico característico de ruptura</p><p>do aneurisma e controle/prevenção de possível crise hipertensiva, visto que o aumento</p><p>da pressão arterial pode contribuir para a ruptura deste. O manejo do paciente com</p><p>aneurisma de aorta abdominal é complexo e requer perspicácia clínica por parte do</p><p>enfermeiro, o qual deve, após exame físico, encontrar os principais diagnósticos de</p><p>14</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>enfermagem assim como as intervenções de enfermagem mais relevantes ao cuidado</p><p>deste paciente (AMARAL; FERNANDES; ALVES, 2021). No quadro a seguir, destacaremos</p><p>os principais diagnósticos de enfermagem e suas respectivas intervenções/metas para</p><p>um paciente com aneurisma de aorta/dissecção.</p><p>Quadro 10. Principais diagnósticos de enfermagem e suas respectivas intervenções e metas,</p><p>para um paciente com aneurisma de aorta.</p><p>Diagnósticos de</p><p>enfermagem Intervenções de enfermagem Metas</p><p>Débito cardíaco</p><p>diminuído</p><p>» Administrar medicamentos de modo a controlar volume</p><p>de líquido infundidos. Realizar controle hídrico.</p><p>» Realizar controle dos sinais vitais. Atentar-se a sinais de</p><p>choque.</p><p>» Atentar-se para o aparecimento de arritmias.</p><p>Manter eficácia da</p><p>bomba cardíaca</p><p>e estabilidade</p><p>circulatória.</p><p>Risco de perfusão</p><p>tissular cardíaca</p><p>diminuída</p><p>» Monitorização hemodinâmica invasiva.</p><p>» Oxigenoterapia.</p><p>» Coletar amostras de exames laboratoriais e administrar</p><p>medicamentos conforme prescrição médica.</p><p>Garantir Perfusão</p><p>tissular cardíaca</p><p>Constipação</p><p>» Controlar a nutrição e ingesta hídrica.</p><p>» Estimular a deambulação.</p><p>» Necessário administração de medicamentos laxativos.</p><p>Eliminação intestinal.</p><p>Risco de infecção</p><p>» Controle da nutrição.</p><p>» Técnicas assépticas ao realizar procedimentos. Administrar</p><p>antibiótico se prescrito impreterivelmente no horário</p><p>aprazado.</p><p>Controle e detecção</p><p>de riscos</p><p>Dor aguda</p><p>» Administração de analgésicos; aplicação de calor ou frio.</p><p>Promover conforto. Reduzir ansiedade. Banho. Suporte</p><p>emocional.</p><p>Controle da dor</p><p>Baixa autoestima</p><p>situacional</p><p>» Avaliar o grau de risco/percepção do cliente quanto à</p><p>crise.</p><p>» Avaliar as atitudes e diálogos internos negativos.</p><p>» Ouvir atentamente as preocupações/verbalizações do</p><p>cliente, sem comentários ou julgamentos.</p><p>Expressar</p><p>autoavaliação</p><p>positiva.</p><p>Ansiedade</p><p>» Esclarecer dúvidas do paciente em relação ao tratamento.</p><p>» Estabelecer relação de confiança com o paciente.</p><p>» Estimular o paciente quanto ao relato de sua ansiedade.</p><p>» Monitorar o estado emocional do indivíduo.</p><p>» Oferecer um ambiente calmo e agradável.</p><p>» Oferecer apoio psicológico.</p><p>» Oferecer informações sobre o diagnóstico, tratamento e</p><p>prognóstico.</p><p>» Proporcionar</p><p>bem-estar.</p><p>Controlar a</p><p>ansiedade</p><p>Fonte: Elaboração própria dos autores, 2022.</p><p>15</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>VALVULOPATIAS</p><p>O coração possui um sistema de bombeamento do sangue de forma unidirecional, cuja</p><p>responsabilidade desse funcionamento adequado se encontra num bom trabalho das</p><p>válvulas cardíacas. Cada ventrículo possui uma válvula de entrada e outra de saída; a</p><p>válvula tricúspide abre-se do átrio direto para o ventrículo direito e a válvula pulmonar</p><p>abrem-se do ventrículo direito para as artérias pulmonares. Da mesma forma, a válvula</p><p>mitral abre-se do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e a válvula aórtica abre-se</p><p>do ventrículo esquerdo para a artéria aorta (SILVA et al., 2015).</p><p>Quando essas válvulas não estão funcionando de forma adequada, seja devido à</p><p>insuficiência ou estenose, significa o estreitamento de um canal ou de uma passagem</p><p>natural, podendo provocar distúrbios funcionais maléficas) podem acarretar</p><p>consequências graves para o paciente. Faz-se necessária, em alguns momentos, a troca</p><p>cirúrgica da valva defeituosa como forma de melhor tratamento da patologia valvar.</p><p>A figura abaixo relembra o posicionamento de cada válvula cardíaca, que são estruturas</p><p>localizadas na saída de cada uma das quatro câmaras, cuja função é impedir o retorno</p><p>do sangue bombeado para a câmara que o ejetou (TARASOUTCHI et al., 2011).</p><p>Figura 12. Quatro Câmaras e válvulas cardíacas.</p><p>Ventrículo Esquerdo</p><p>Válvula aórtica</p><p>Válvula mitral</p><p>Auricula esquerda</p><p>Válvula tricúspide</p><p>Válvula pulmonar</p><p>Septo interventricular</p><p>Ventrículo direito</p><p>Auricula direita</p><p>Veia pulmonar</p><p>Artéria pulmonar</p><p>Artéria aorta</p><p>Veia cava superior</p><p>Fonte: Traduzido de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/part-human-heart-</p><p>anatomy-364774574. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>Vamos abordar, agora, as principais patologias valvulares separadamente para melhor</p><p>entendimento da problemática em questão.</p><p>16</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>2.1. Estenose e insuficiência aórtica</p><p>A área valvar aórtica normal é de 3 a 4 cm². Quando essa valva é acometida por uma</p><p>estenose, sua área deve ser reduzida a 1/3 para que se desenvolvam sintomas, motivo</p><p>pelo qual, exclusivamente, uma área 1,5 cm²; moderada de 1,0 a 1,5</p><p>cm² e grave se</p><p>que aumenta a resistência ao fluxo da corrente sanguínea da aurícula</p><p>esquerda para o ventrículo esquerdo. O átrio, nestes casos, dilata-se e sofre hipertrofia</p><p>em decorrência do aumento do volume sanguíneo que detém (SILVA et al., 2011).</p><p>O envolvimento reumático desencadeia cerca de 99% dos casos de valvas mitrais</p><p>estenóticas. Aproximadamente, 25% dos pacientes com cardiopatia reumática possuem</p><p>estenose mitral pura, outros 40% têm estenose mitral associada à regurgitação mitral.</p><p>Outro dado interessante é dois terços de todos os pacientes com estenose mitral</p><p>reumática serem mulheres. O primeiro sintoma da estenose mitral é a dispneia aos</p><p>esforços decorrente da hipertensão venosa pulmonar. Os pacientes com estenose mitral</p><p>são prováveis de apresentarem fadiga progressiva como resultado do baixo débito</p><p>cardíaco. Esses pacientes podem apresentar hemoptise, tossir e experimentar infecções</p><p>respiratórias frequentes (SILVA et al.,2011).</p><p>A enfermagem tem um papel fundamental na educação e na recuperação desses pacientes</p><p>portadores de cardiopatias valvulares, assim como também no seu acompanhamento no</p><p>momento da internação. Os referidos profissionais atuam educando sobre o diagnóstico, a</p><p>natureza progressiva da cardiopatia e sobre plano de tratamento, em que a adesão às boas</p><p>práticas se faz necessárias. Conscientiza os pacientes a reportarem qualquer sintoma ou</p><p>alteração apresentados. Enfatiza, também, o uso da antibiótico profilaxia antes de qualquer</p><p>procedimento invasivo, ressaltando que os micro-organismos têm maior facilidade de se</p><p>alojarem na válvula comprometida em comparação a válvula normal. Atenta para os sinais</p><p>vitais apresentados pelo paciente; realiza a ausculta pulmonar e cardíaca, identificando</p><p>possíveis alterações. O enfermeiro avalia o paciente quanto a sinais e sintomas decorrentes</p><p>da insuficiência cardíaca, tais como: fadiga, dispneia aos esforços, um aumento na tosse,</p><p>hemoptise, infecções respiratórias múltiplas, ortopneia ou dispneia, tonteira, fraqueza</p><p>aumentada, angina de peito, entre outros (SILVA et al., 2015)</p><p>As válvulas utilizadas para substituição podem ser mecânicas ou biológicas. Geralmente,</p><p>a substituição da válvula é feita por meio de uma estenostomia mediana; algumas outras</p><p>técnicas de procedimentos minimamente invasivos, também, podem ser utilizadas,</p><p>dependendo das características do paciente, de sua patologia como também da</p><p>especificidade do caso clínico (TARASOUTCHI et al., 2011)</p><p>2.1.2. Acometimento das válvulas tricúspide e pulmonar</p><p>O acometimento das outras válvulas cardíacas, a tricúspide e a pulmonar são menos</p><p>frequentes. A Valva tricúspide pode ser acometida por insuficiência ou estenose, assim</p><p>como as outras valvas citadas anteriormente. A causa mais frequente de insuficiência</p><p>19</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>tricúspide é a resistência à saída do fluxo sanguíneo do ventrículo direito para o</p><p>pulmão provocado por uma grave doença pulmonar ou um estreitamento da válvula</p><p>pulmonar. Geralmente, tal patologia demanda muito pouco ou nenhum tratamento.</p><p>As perturbações como as arritmias e a insuficiência cardíaca originada dessa disfunção</p><p>tratam-se, habitualmente, sem realizar nenhum procedimento cirúrgico relacionado à</p><p>válvula tricúspide (SILVA et al., 2015)</p><p>Quase todos os casos da estenose da valva tricúspide são provocados pela febre</p><p>reumática, sendo cada vez menos frequente nos países desenvolvidos. Na maior parte</p><p>dos casos encontrados, a causa é um tumor na aurícula direita, uma doença do tecido</p><p>conjuntivo ou, mais raramente, um defeito congênito. A estenose tricúspide raramente</p><p>é grave o bastante para determinar um procedimento cirúrgico (SILVA et al., 2011).</p><p>A estenose da válvula pulmonar apresenta-se como uma diminuição do diâmetro da</p><p>passagem do sangue do ventrículo direito para as artérias pulmonares, desencadeando</p><p>resistência. Essa patologia é rara nos adultos e, na maioria das vezes, é um defeito</p><p>congênito. Seguem alguns conceitos, sobre procedimentos cirúrgicos utilizados para</p><p>reparação da anormalidade de válvulas cardíacas acometidas por algum distúrbio que</p><p>interfiram no seu bom funcionamento (SILVA et a., 2015)</p><p>1. Valvuloplastia: é a reparação, ao invés da substituição de uma válvula cardíaca</p><p>comprometida (SILVA et al., 2011).</p><p>2. Comissurotomia: é um tipo de valvuloplastia. Cada válvula possui folhetos. o</p><p>local onde os folhetos se encontram é conhecido como comissura. A cirurgia de</p><p>comissurotomia é a intervenção realizada para a separação dos folhetos aderidos</p><p>entre si (estenose) ou impedidos de se fechar por completo (insuficiência ou</p><p>regurgitação). A Comissurotomia pode ser realizada de forma fechada (válvula</p><p>não visualizada diretamente) ou aberta (visualização direta da válvula).</p><p>3. Anuloplastia: é uma reparação do ânulo valvular (uma estrutura em forma de</p><p>anel que circula os folhetos das válvulas cardíacas) realizada habitualmente com</p><p>a aplicação de um anel protésico.</p><p>4. Reparação do folheto: a lesão dos folhetos das válvulas cardíacas pode ser</p><p>resultante do alongamento, encurtamento ou laceração dos mesmos. A reparação</p><p>do folheto cujo principal problema identificado é o excesso de tecido no local</p><p>faz-se por meio da remoção do tecido adicional. Os folhetos, quando, curtos são</p><p>reparados, na maioria das vezes, por cordoplastia (SILVA et al., 2011).</p><p>5. Cordoplastia: é a reparação das cordas tendíneas. A regurgitação pode ser causada</p><p>por cordas tendíneas esticadas, laceradas ou encurtadas. As cordas tendíneas</p><p>20</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>alongadas podem ser encurtadas, as laceradas podem ser refixadas ao folheto e</p><p>as encurtadas podem ser alongadas.</p><p>6. Substituição valvular – É a substituição da válvula comprometida por uma válvula</p><p>mecânica ou biológica. Tal procedimento iniciou-se nos anos 1960 e é realizado</p><p>quando a valvuloplastia ou a reparação valvular não constitui uma escolha viável,</p><p>assim como também quando o ânulo ou os folhetos da válvula são imobilizados</p><p>por calcificação. Todos os procedimentos de troca valvular a anestesia geral e o uso</p><p>de circulação extracorpórea se fazem necessários. A maioria dos procedimentos é</p><p>efetuada por meio de estenostomia mediana, mesmo que a válvula mitral possa</p><p>ser abordada por meio de uma incisão de toracotomia direita (SILVA et al., 2015)</p><p>2.1.3. Assistência de enfermagem nas valvulopatias</p><p>O passo que antecede o cuidar propriamente dito compreende a fase inicial de</p><p>sistematização da assistência de enfermagem, onde o diagnóstico de enfermagem</p><p>tem extrema relevância. Para os casos de valvulopatias foram encontrados os seguintes</p><p>diagnósticos e intervenções/metas, que estão descritos no quadro abaixo:</p><p>Quadro 11. Principais diagnósticos, intervenções e resultados esperados/metas.</p><p>Diagnósticos de</p><p>enfermagem Intervenções de enfermagem Metas</p><p>Dor aguda</p><p>» Observar e registrar características da dor.</p><p>» Avaliar os sinais de dor através da escala de</p><p>avaliação da dor.</p><p>» Monitorar sinais vitais.</p><p>Controle de dor.</p><p>Integridade da pele</p><p>prejudicada</p><p>» Avaliar os resultados dos exames laboratoriais.</p><p>» Examinar a pele adjacente para detectar laceração.</p><p>» Examinar a pele diariamente e descrever as lesões e</p><p>alterações encontradas, manter a área limpa e seca.</p><p>Cicatrização das lesões</p><p>Cicatrização das</p><p>lesões</p><p>» Ansiedade relacionada à morte</p><p>» Encorajar a paciente quanto à necessidade do</p><p>tratamento.</p><p>Proporcionar auxílio</p><p>psicológico ao paciente.</p><p>Padrão respiratório</p><p>ineficaz</p><p>» Estimular a respiração lenta e profunda.</p><p>» Encorajar o controle consciente da respiração</p><p>abdominal, mais lenta e profunda.</p><p>Estado respiratório adequado</p><p>Mobilidade física</p><p>prejudicada</p><p>» Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas.</p><p>» Proteger proeminências ósseas com coxins,</p><p>protetores de calcâneo e placa de hidrocoloide.</p><p>Conseguir movimentar-se no</p><p>ambiente quando necessário</p><p>desejado dentro dos limites.</p><p>Baixa autoestima</p><p>situacional</p><p>» Avaliar o grau de risco/percepção do cliente quanto</p><p>à crise.</p><p>» Avaliar</p><p>as atitudes e diálogos internos negativos.</p><p>» Ouvir atentamente as preocupações/verbalizações</p><p>do cliente, sem comentários ou julgamentos.</p><p>Expressar autoavaliação</p><p>positiva.</p><p>21</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>Diagnósticos de</p><p>enfermagem Intervenções de enfermagem Metas</p><p>Arritmia</p><p>» Analisar a função cardiovascular e o risco iminente</p><p>de arritmia após esforço do paciente e reduzir</p><p>esforço.</p><p>» Instituir manobras de Suporte Básico de vida.</p><p>» Observar frequência e regularidade do pulso, se</p><p>alterada.</p><p>» Verificar sinais de arritmias letais.</p><p>Estabelecer o ritmo cardíaco.</p><p>Fonte: Elaboração própria dos autores, 2022.</p><p>2.1.3.1. As intervenções de enfermagem para doença valvar cardíaca são:</p><p>» Avaliar o estado mental (inquietação, ansiedade severa e confusão).</p><p>» Verificar os sinais vitais (frequência cardíaca e pressão arterial).</p><p>» Avaliar sons cardíacos, observando galopes, S3, S4.</p><p>» Avaliar manualmente os pulsos periféricos (com frequência fraca, ritmo indicado</p><p>baixo débito cardíaco).</p><p>» Avaliar os sons pulmonares e determine qualquer ocorrência de Dispneia Paroxística</p><p>Noturna ou ortopneia.</p><p>» Monitorar a pressão venosa central, a pressão arterial direita, a pressão arterial</p><p>pulmonar (DAP)</p><p>» Avaliar rotineiramente a cor e a temperatura da pele (a pele fria e úmida é</p><p>secundária a um aumento compensatório na estimulação do sistema nervoso</p><p>simpático e baixo débito cardíaco e dessaturação).</p><p>» Manter cuidadosamente a ingestão e verifique diariamente o peso.</p><p>» Administrar a medicação conforme prescrito, observando a resposta e observando</p><p>os efeitos colaterais e toxicidade.</p><p>» Administrar laxantes conforme necessário (esforçar-se para evacuar prejudica</p><p>ainda mais o débito cardíaco).</p><p>» Explicar o regime de medicamentos, finalidade, dose e efeitos colaterais.</p><p>» Manter ventilação e perfusão adequadas (colocar o paciente em posição semi-alta</p><p>de Fowler ou em decúbito dorsal).</p><p>» Administrar O2 conforme solicitado.</p><p>» Avaliar a resposta ao aumento da atividade e ajudar o paciente nas atividades diárias.</p><p>22</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>» Manter o repouso físico e emocional (restringir a atividade e proporcionar um</p><p>ambiente tranquilo e descontraído).</p><p>» Monitorar padrões de sono; administrar um sedativo.</p><p>» Se houver indicação de terapias adjuvantes invasivas (por exemplo, balão intra-</p><p>aórtico, marcapasso), mantenha o protocolo prescrito e prepare o paciente.</p><p>» Explicar as restrições da dieta (líquido, sódio) (SILVA et al., 2015)</p><p>23</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>IMPLANTE DO MARCAPASSO</p><p>O coração humano é um órgão crucial no sistema circulatório, e bate mais de 2 bilhões</p><p>de vezes durante a vida normal. Esse funcionamento do coração depende do sistema</p><p>de condução cardíaca, que inclui geradores de impulso (por exemplo, nódulo sinoatrial)</p><p>e o sistema de propagação de impulso. O nódulo sinoatrial como o marcapasso natural</p><p>do coração. As células presentes no nódulo sinusal têm automação inata, que inicia</p><p>a atividade elétrica no coração. Este potencial elétrico se move do nódulo sinoatrial</p><p>para o nó atrioventricular e, finalmente, para o sistema His-Purkinje. Esse movimento</p><p>do potencial elétrico de forma ordenada controla a contração rítmica das câmaras</p><p>do coração. A falha dessa condução elétrica intrínseca no coração pode resultar</p><p>em diferentes problemas arrítmicos. Várias doenças e condições afetam o sistema</p><p>de condução envolvendo geração de impulsos, propagação de impulsos, ou ambos</p><p>(CARVALHO et al., 2022)</p><p>Os marcapassos são geradores de pulso elétrico artificiais ajustáveis, frequentemente</p><p>emitindo um pulso com uma duração entre 0,5 e 25 milissegundos com uma saída de</p><p>0,1 a 15 volts, em uma frequência de até 300 vezes por minuto. O cardiologista que</p><p>será capaz de interrogar e controlar a taxa de ritmo, a largura de pulso e a tensão, se o</p><p>dispositivo é temporário ou permanente. Os marcapassos são tipicamente categorizados</p><p>como externos ou internos. A variedade externa é quase sempre colocada para</p><p>estabilização temporária do paciente ou para facilitar algum tipo de procedimento</p><p>cirúrgico. O tipo implantável é geralmente permanente e, muitas vezes, significativamente</p><p>mais complexo do que a variedade externa temporária (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>Marcapassos são um tipo de dispositivos eletrônicos implantáveis cardíacos. Esta ampla</p><p>categoria também inclui cardioversores implantáveis. Coletivamente, esse grupo de</p><p>dispositivos foi introduzido pela primeira vez na década de 1950, logo após o advento do</p><p>transistor. À medida que a tecnologia melhorou, o dispositivo marca-passo. O primeira</p><p>marcapasso implantável foi desenvolvida em 1980 e, desde então, tornou-se mais difícil</p><p>diferenciar os marcapassos. Isso porque cada marcapasso implantado tem uma função</p><p>de ritmo anti-bradicardia. É fundamental que o paciente e qualquer profissional de</p><p>saúde entendam qual dispositivo foi implantado para prevenir a terapia desnecessária.</p><p>Isso é mais provável que ocorra com qualquer interferência eletromagnética e pode</p><p>levar à ativação dos cardioversores implantáveis (se for uma CID). A maioria dos tipos de</p><p>cardioversores implantáveis usa vários fios de chumbo isolados com pontas não isoladas</p><p>que são implantados no coração, seja por inserção percutânea da veia ou diretamente</p><p>por um cirurgião cardíaco. Os marcapassos cardíacos são compostos por duas partes:</p><p>o gerador de pulso e os cabos ou eletrodos (VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>24</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>A Sociedade Norte-Americana de Pacing and Electrophysiology (NASPE) e o British</p><p>Pacing and Electrophysiology Group (BPEG) desenvolveram conjuntamente um código</p><p>de marcapassogenérico, utilizado em todo o mundo, que permitiria aos provedores</p><p>e fabricantes descrever as características do dispositivo. A primeira letra do código</p><p>indicava qual câmara é alocada; a segunda letra indica qual câmara está sendo</p><p>sentida pelo dispositivo; a terceira letra indica se há uma resposta ao sensoriamento;</p><p>a quarta posição indica se o dispositivo irá modular ou alterar a taxa programada</p><p>independente da atividade cardíaca do paciente, por exemplo, com exercício; a quinta</p><p>e última letra do código indica um ritmo adicional. As duas últimas letras do código</p><p>(na quarta e quinta posição) raramente são usadas na nomenclatura típica (CARVALHO</p><p>et al., 2022)</p><p>O padrão atual de cuidado para bradiarritmias sintomáticas devido a doenças do sistema</p><p>de condução é a implantação de um dispositivo eletrônico implantável cardíaco. Esses</p><p>dispositivos de ritmo fornecem um estímulo elétrico externo que leva à despolarização</p><p>dos miócitos e ajuda a manter a excitabilidade elétrica do tecido cardíaco. Esse</p><p>processo leva ao acoplamento excitação-contração resultando na contração do tecido</p><p>miocárdio. Apesar de seu sucesso, os marcapassos eletrônicos têm limitações, incluindo</p><p>complicações relacionadas à implantação, vida útil limitada da bateria, potencial de</p><p>infecção, falta de resposta autônoma fisiológica e restrição de tamanho em pacientes</p><p>mais jovens. A avaliação periódica de um marcapasso implantado é necessária para</p><p>otimizar a programação e identificar problemas corrigíveis. Esta revisão discutirá os</p><p>problemas comuns do sistema de ritmo de um dispositivo eletrônico implantável</p><p>cardíaco(marcapasso) (VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>3.1.3.1. Etiologia</p><p>O American College of Cardiology (ACC), a American Heart Association (AHA) e a Heart</p><p>Rhythm Society (HRS) estabeleceram conjuntamente diretrizes nacionais para direcionar</p><p>a implantação de marcapassos cardíacos artificiais. Uma discussão detalhada dessas</p><p>diretrizes está além do escopo deste artigo, mas um esboço será apresentado. As</p><p>principais indicações para implantação de marcapasso incluem:</p><p>» Bradicardia sintomática da doença do nódulo sinusal.</p><p>» Bradicardia sintomática da doença do nódulo atrioventricular.</p><p>» Síndrome de QT longo.</p><p>» Cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica.</p><p>» Cardiomiopatia dilatada.</p><p>25</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>» Durante a ablação do nó AV.</p><p>» Terapia de ressincronização cardíaca com ritmo biventricular.</p><p>» Bloco cardíaco avançado de 2º ou 3º grau.</p><p>» Síncope recorrente.</p><p>Marcapassos são programados não invasivamente hoje. Os geradores de marcapasso</p><p>têm um código de raio-x que pode ser visualizado nesse exame (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.1. Epidemiologia</p><p>Não há método fácil para determinar o número absoluto de dispositivos cardíacos</p><p>implantáveis nos Estados Unidos e no mundo de hoje. Embora apenas uma estimativa,</p><p>várias fontes listam o número de indivíduos nos Estados Unidos com um marcapasso</p><p>implantável entre 500.000 e 3 milhões. A chance de implantação de marcapasso aumenta</p><p>drasticamente com a idade. De fato, mais de 70% de todos os marca-passos são</p><p>implantados em pacientes com mais de 65 anos. Com o envelhecimento populacional</p><p>e o aumento da expectativa de vida, só podemos esperar que o número de ICDs aumente</p><p>exponencialmente no futuro. Desde o seu advento na década de 1950, mais de 3000</p><p>modelos de marcapassos foram introduzidos apenas nos Estados Unidos (CARVALHO</p><p>et al., 2022).</p><p>3.1.2. Função</p><p>Os marcapassos consistem em dois componentes principais: um gerador de pulso e</p><p>os cabos. O gerador de pulso abriga a bateria e outros eletrônicos que controlam os</p><p>modos do marca-passo, para conduzir o potencial despolarizante para o miocárdio.</p><p>A detecção da atividade inata do coração também é uma função dos fios (VIEIRA;</p><p>SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>3.1.3. Marcapasso e Ciclo de tempo</p><p>Um marcapasso tem duas funções primárias, ritmo (um estímulo elétrico para</p><p>despolarização do miocárdio) e sensoriamento (detectando atividade elétrica intrínseca</p><p>e onda de despolarização). Diferentes ciclos de tempo são programados em um</p><p>marcapasso para seu funcionamento:</p><p>» Limite de taxa mais baixa: taxa básica ou taxa mais lenta que o marcapasso</p><p>permitirá que o coração do paciente vá. É programável.</p><p>» Limite de Taxa Superior: a taxa máxima na qual um marcapasso pode acelerar</p><p>na ausência de atividade intrínseca.</p><p>26</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>» Taxa máxima de rastreamento (MTR): taxa atrial máxima na qual um marcapasso</p><p>de câmara dupla rastreia a atividade atrial sentida e acelera o ventrículo.</p><p>» Atraso de AV sentido: é uma duração de tempo após a atividade atrial sentida</p><p>na qual o marcapasso irá acelerar o ventrículo se não sentir a atividade intrínseca.</p><p>» Atraso AV acelerado: é uma duração de tempo após o ritmo atrial no qual o</p><p>marcapasso irá acelerar o ventrículo se não sentir a atividade intrínseca.</p><p>» Período refratária atrial pós ventricular (PVARP): é uma duração de tempo</p><p>após o evento ventricular quando um marcapasso não reage a uma atividade atrial</p><p>sentida. Ele vê a atividade, mas não redefine o ciclo de tempo.</p><p>» Blanking atrial pós ventricular (PVAB): esta é a duração do tempo após o evento</p><p>ventricular quando um marcapasso não sente nenhum evento atrial. Marca passo</p><p>fica cego para eventos atrial.</p><p>» Período Total de Refratário Atrial (TARP): a soma do atraso av e do período</p><p>refratária atrial pós-ventricular (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.4. História e Física</p><p>Pacientes que eventualmente necessitam de implantação permanente de marcapasso</p><p>frequentemente apresentam sintomas de tontura, tontura, fadiga, síncope ou falta de</p><p>tolerância ao exercício. Frequentemente, esses sintomas surgem de bradiarritmias e os</p><p>pacientes terão disfunção do nódulo sinusal ou defeitos de condução atrioventricular</p><p>(AV). Um histórico completo para determinar se esses sintomas estão relacionados</p><p>com episódios de bradicardia é fundamental, bem como um exame físico. Além</p><p>disso, um monitor de eletrocardiograma ou gravador de loop são passos importantes</p><p>para determinar se a inserção permanente do marcapasso é indicada (CARVALHO</p><p>et al., 2022)</p><p>3.1.5. Tratamento</p><p>Marcapassos permanentes são mais comumente colocados através da rota transvenosa</p><p>em uma suíte processual ou sala de cirurgia. Os pacientes são frequentemente sedados</p><p>ou sob cuidados monitorados de anestesia para a colocação desses dispositivos. Para</p><p>colocação épica aberta por um cirurgião cardíaco, um paciente precisará de anestesia</p><p>geral. A Sociedade Americana de Anestesiologistas divulgou um aviso prático para o</p><p>manejo perioperatório de dispositivos eletrônicos implantáveis cardíacos em 2011. Um</p><p>resumo das diretrizes, que fornecem um esboço de como gerenciar pacientes com CIDs</p><p>submetidos a procedimentos cirúrgicos, está listado abaixo:</p><p>27</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>» Realize um histórico e físico focados para determinar a presença de um CIED</p><p>utilizando uma revisão de prontuários médicos, raios-x do tórax, eletrocardiogramas</p><p>e palpação do dispositivo.</p><p>» Determine o tipo de CIED e sua função inspecionando o cartão do dispositivo,</p><p>utilizando raio-x do tórax e entrevistando o paciente. É fundamental determinar</p><p>se o dispositivo é um marcapasso ou CID.</p><p>» Determine se o paciente depende da função de ritmo do dispositivo.</p><p>» Determine se a interferência eletromagnética ocorrerá durante o procedimento</p><p>cirúrgico e, se for o caso, suspenda as funções de antiarrítmica por reprogramação</p><p>ou uso de um ímã, se aplicável; considere colocar almofadas desfibriladoras</p><p>externas se o dispositivo tiver sido desativado e colocado o mais longe possível</p><p>de um dispositivo implantável.</p><p>» Monitore a função do dispositivo intraoperatório; condições especiais incluem</p><p>litotripsia, ressonância magnética, eletroconvulsoterapia e radioterapia.</p><p>» No pós-operatório, monitore o ritmo e a função do dispositivo, obtenha</p><p>interrogatório do dispositivo e restaure as configurações conforme apropriado</p><p>(VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>3.1.6. Diagnóstico Diferencial</p><p>» Síndromes coronárias agudas.</p><p>» Edema pulmonar cardiogênico.</p><p>» Hipersensibilidade sinusal carótida.</p><p>» Hiperparatireoidismo.</p><p>» Hipotiroidismo.</p><p>» Mau funcionamento do marca-passo.</p><p>» Taquicardia mediada por marca-passo.</p><p>» Taquicardia supraventricular.</p><p>» Embolia pulmonar (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.7. Complicações</p><p>As complicações ocorrem durante a inserção do marcapasso incluem:</p><p>» Pneumotórax.</p><p>28</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>» Infecção por feridas.</p><p>» Pericardite.</p><p>» Erosão da pele.</p><p>» Desalojamento de chumbo.</p><p>» Hematoma.</p><p>» Falha no sentido, captura ou saída.</p><p>» Taquicardia mediada por marca-passo.</p><p>» Síndrome do marcapasso (CARVALHO et al., 2022).</p><p>As diretrizes para o acompanhamento adequado após a inserção do marcapasso não</p><p>estão claramente definidas. há uma grande variância no acompanhamento em relação</p><p>à avaliação do marca-passo, ao estado da bateria e aos limiares de estimulação e</p><p>sensoriamento. Mais importante, estudos mostram que a reprogramação de marcapassos</p><p>é muitas vezes negligenciada a longo prazo e, portanto, a visita ao marcapasso pode</p><p>ser redundante (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>Figura 13. Marcapasso.</p><p>Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/schematic-illustration-human-figure-</p><p>pacemaker-on-1508899997. Acesso em: 1o out. 2022.</p><p>29</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>Embora os enfermeiros não insiram marcapassos, eles são vitais para avaliar o estado</p><p>pré-operatório e pós-operatório dos pacientes submetidos à inserção do marca-passo.</p><p>Os enfermeiros de prática avançada agora geralmente avaliam pacientes em clínicas</p><p>pré-operatórias e desempenham um papel vital na educação do paciente e da família</p><p>sobre o cuidado e o acompanhamento do marcapasso. Outra característica fundamental</p><p>é o gerenciamento de medicamentos pelo farmacêutico em pacientes com marcapassos.</p><p>Antes da cirurgia, a decisão de parar a anticoagulação e iniciar betabloqueadores deve</p><p>ser sempre tomada em consulta com um cardiologista. Somente por estratificação do</p><p>risco no período pré-operatório e da reconciliação medicamentosa pode-se oferecer</p><p>aos pacientes um cuidado ideal após a inserção do marcapasso (VIEIRA; SIMONETTI;</p><p>KOBAYASHI, 2019).</p><p>Os resultados curtos para inserções de marcapasso são bons, mas os resultados a longo</p><p>prazo variam em muitos fatores. A mortalidade após a inserção do marcapasso varia de</p><p>1 a 4% e as complicações ocorrem em 4-15% dos pacientes. As variáveis que afetam</p><p>a mortalidade e as complicações incluem a presença de insuficiência renal, alta classe</p><p>NYHA, baixa fração de ejeção, baixa contagem de plaquetas, acidente vascular cerebral</p><p>e índice de massa corporal. Dada a alta morbidade dos marcapassos, uma equipe</p><p>interprofissional de profissionais de saúde que monitora de perto o paciente e faz um</p><p>encaminhamento oportuno pode ajudar a mitigar as complicações.</p><p>3.1.7.1. Questões de Preocupação</p><p>Marcapassos são dispositivos eletrônicos programados para acelerar (entregar a corrente</p><p>despolarizadora) a câmara cardíaca especificada e sentir a atividade cardíaca intrínseca</p><p>na câmara respeitada. Assim, os pacientes com marcapasso geralmente enfrentam</p><p>problemas relacionados a detecção ou ritmo, e esses problemas podem ser agrupados</p><p>nas seguintes categorias (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.7.2. Inibição de ímãs</p><p>Quando um paciente com um marcapasso requer cirurgia ou um procedimento onde</p><p>eletrocautério ou dispositivos relacionados serão usados, isso pode interferir com</p><p>a função do dispositivo. Assim, a inibição do ímã é realizada. Colocar o ímã sobre</p><p>o marcapasso reprograma temporariamente o dispositivo em um modo de ritmo</p><p>assíncrono, mas não o desliga completamente. Após o procedimento, o cardiologista</p><p>tem que reprogramar o dispositivo. Na maioria dos casos, quase qualquer marcapasso</p><p>pode ser inibido desta forma. Além disso, existem alguns marca-passo, nos quais a</p><p>função ímã pode ser desativada (CARVALHO et al., 2022).</p><p>30</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>3.1.7.3. Falha de saída</p><p>É definida como a incapacidade do marcapasso de gerar um impulso resultando em uma</p><p>frequência cardíaca menor do que o limite de taxa mais baixa programado. Caracteriza-</p><p>se pela ausência de um pico de ritmo em um eletrocardiograma, e o interrogatório</p><p>do dispositivo confirma o diagnóstico. As causas da falha na saída incluem fratura de</p><p>chumbo, falha do gerador e inibição do ritmo devido ao excesso de sensoriamento</p><p>(VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>3.1.7.4. Falha na captura</p><p>A falha na captura é definida como a incapacidade de impulso de ritmo para produzir</p><p>um potencial evocado. Caracteriza-se por um pico de ritmo no eletrocardiograma da</p><p>superfície na frequência cardíaca programada, que não é seguido por um potencial</p><p>evocado (P ou um QRS). As causas da falha na captura incluem desalojamento</p><p>de chumbo e limiares elevados devido à fibrose ou bloqueio de saída no local da</p><p>implantação do chumbo. A acidose e hipercalemia também podem levar à falha de</p><p>captura. Esses problemas de ritmo podem levar a bradiarritmias com risco de vida, bem</p><p>como ao assistolia em pacientes dependentes de marcapasso (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.8. Problemas relacionados ao sensoriamento</p><p>3.1.8.1. Sub-sensoriamento</p><p>A subsensão é definida por uma falha do marcapasso para ver a atividade intrínseca</p><p>espontânea, o que resulta em ritmo assíncrono. Em um ECG superficial, é caracterizado</p><p>por picos de ritmo, independentemente das ondas P ou do complexo QRS. As principais</p><p>causas da Sub-sensoriamento incluem um limiar de sensoriamento mal programado</p><p>(limiar de sensoriamento alto), sinal de tensão miocárdio insuficiente, deslocamento de</p><p>chumbo ou falhado marcapasso (VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI, 2019).</p><p>3.1.8.2. Excesso de captação de sensoriamento</p><p>O excesso de detecção acontece quando o marcapasso detecta um sinal elétrico que não</p><p>se espera que seja sentido. O excesso de detecção resulta em uma inibição inadequada</p><p>do estímulo do ritmo que leva a consequências potencialmente fatais. Além dos sinais</p><p>nativos de despolarização cardíaca (ondas P ou R), qualquer atividade elétrica com</p><p>amplitude suficiente pode ser sentida por um marcapasso, inibindo o ritmo quando</p><p>necessário. O excesso de detecção pode ser causado por um sinal fisiológico como</p><p>ondas T ou por um sinal não fisiológico como interferência eletromagnética ou uma</p><p>falha de chumbo (uma quebra de isolamento ou uma fratura de chumbo. O excesso</p><p>31</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>de detecção é caracterizado por menos picos de ritmo do que o esperado em um</p><p>eletrocardiograma superficial. A detecção desempenha um papel importante nos marca-</p><p>passos, em pacientes com desfibriladores cardioversores implantáveis, problemas de</p><p>detecção levam a choques inadequados (CARVALHO et al., 2022).</p><p>3.1.9. Malformações</p><p>3.1.9.1. Fusão e Pseudofusão</p><p>Fusão é uma soma elétrica de uma batida intrínseca e uma despolarização de um</p><p>estímulo de ritmo. A marca registrada do fenômeno da fusão é que sua morfologia está</p><p>entre uma batida totalmente acelerada e uma batida intrínseca. A pseudofusão ocorre</p><p>quando os picos do marcapasso coincidem com um intrínseco; no entanto, não contribui</p><p>para a despolarização real. Caracteriza-se por uma morfologia semelhante a uma batida</p><p>intrínseca. Batidas de fusão e pseudofusão são consideradas comportamento normal</p><p>do marcapasso (CARVALHO et al., 2022).</p><p>3.1.9.2. Linha cruzada</p><p>Um marcapasso de câmara dupla, caracterizado pela detecção de um sinal acelerado em</p><p>uma câmara pelo chumbo em outra câmara e pela deturpação do sinal acelerado como</p><p>um sinal de despolarização cardíaca. Isso, por sua vez, resulta em inibição inadequada</p><p>do ritmo na 2ª câmara.</p><p>3.1.9.3. Segurança ventricular</p><p>Durante o ritmo de segurança ventricular, o marcapasso fornece um estímulo de ritmo</p><p>ventricular depois de detectar um evento ventricular sentido logo após um evento</p><p>atrial. É típico caracterizado pelo aparecimento de dois eventos atrial e ventricular muito</p><p>intimamente espaçados no ECG. Os algoritmos de ritmo de segurança (SP) diferem entre</p><p>os fabricantes de marcapasso (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.9.4. Taquicardia Mediada</p><p>A taquicardia mediada pelo marcapasso de câmara dupla com modo de rastreamento.</p><p>Também é chamada de taquicardia de loop infinito caracterizada por sensoriamento</p><p>atrial seguido de ritmo ventricular a uma taxa de rastreamento superior. A taquicardia</p><p>mediada pelo marcapasso requer a presença de condução retrógrada (ventrículo atrial) e</p><p>um evento desencadeante como contração ventricular prematura ou perda de sincronia</p><p>AV. Uma onda P retrógrada produzida por um complexo ventricular prematuro é sentida</p><p>por um marca-passo. Esta atividade atrial sentida desencadeia atraso AV, e o ventrículo</p><p>é acelerado no final do atraso de AV programado. Este evento acelerado novamente</p><p>32</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>conduz retrógrado e sentido como uma atividade atrial e desencadeia um atraso de AV</p><p>novamente. Esta taquicardia de loop sem fim continua semelhante a uma de reentrada</p><p>(MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>3.1.9.5. Comportamento de taxa superior</p><p>O comportamento de taxa superior também é uma característica de marcapassos de</p><p>câmara dupla com modo de rastreamento atrial. Em marcapassos de câmara dupla, é</p><p>necessário limitar a taxa atrial na qual o dispositivo anda no ventrículo. Este limite é</p><p>chamado de taxa máxima de rastreamento e é um valor programável. O comportamento</p><p>da taxa superior ocorre quando a taxa de atrial aumenta e se aproxima da taxa máxima</p><p>de rastreamento. Quando a taxa atrial excede a taxa máxima de rastreamento o resultará</p><p>em um bloqueio AV (CARVALHO et al., 2022).</p><p>3.1.9.6. Marcapasso fugitivo</p><p>Marcapasso desgovernado é um fenômeno raro e com risco de vida causado pela</p><p>disfunção do gerador, geralmente relacionado ao esgotamento da bateria do marca-</p><p>passo. Além do fenômeno de fuga, a baixa tensão da bateria pode provocar estímulos</p><p>de baixa taxa, falhas de captura e detecção e mudanças de modo. O marcapasso fugitivo</p><p>normalmente mostra um ECG com batidas capturadas alternando com picos de alta</p><p>taxa não capturados.</p><p>3.1.9.7. Assistência de enfermagem</p><p>Neste contexto, o pós-operatório é o</p><p>período direcionado para a recuperação do</p><p>paciente. Nele a assistência de enfermagem está relacionada com as intervenções</p><p>destinadas a prevenir ou tratar complicações e proporcionar ao paciente o retorno</p><p>às atividades do cotidiano. Portanto, o cuidado com as medicações, doses e</p><p>horários são de extrema importância para um cuidado adequado (CARVALHO et al.,</p><p>2022).</p><p>3.1.9.8. Obtenha um ECG de 12 derivação</p><p>» Usado para diagnosticar fibrilação atrial.</p><p>» As ondas são mais caóticas e aleatórias.</p><p>» A batida é irregular.</p><p>» Você pode ver o complexo QRS (ventrículos bombeando).</p><p>» Sem ondas P perceptíveis A taxa ventricular é muitas vezes de 110-160 bpm e os</p><p>complexos QRS geralmente são inferiores a 120 ms (MAIA; RIBEIRO, 2022).</p><p>33</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>3.1.10. Controle de ritmo potencial: Eletrocardioversão,</p><p>Ablação, Marcapasso</p><p>» Eletrocardioversão: também conhecida como cardioversão, é usada para</p><p>“redefinir” a eletricidade do coração. O paciente ficará chocado do lado de fora</p><p>da parede do peito. Este tratamento é usado para pacientes que têm episódios</p><p>pouco frequentes de fibrilação atrial, porque se o paciente o tiver com frequência,</p><p>o paciente tem uma alta probabilidade de retornar após ser cardiovertido. Se</p><p>houver um coágulo de sangue na ária, a cardiologia pode enviar o coágulo para</p><p>fora do coração para o cérebro, pulmões ou extremidades. A chance de um coágulo</p><p>sanguíneo aumenta quanto mais tempo o paciente estiver em uso do marca-passo,</p><p>considere a anticoagulação antes da cardioversão.</p><p>» Ablação: usada para pacientes que não conseguem controlar arritmias com</p><p>medicamentos ou cardioversão. Um cateter é inserido no coração do paciente</p><p>e destrói células musculares cardíacas para que cicatrizem, fazendo com que a</p><p>atividade elétrica pare nessas células, eliminando assim a passagem de atividade</p><p>Elétrica caótica.</p><p>» Marca-passo: este é colocado sob a pele e é um dispositivo que envia sinais</p><p>elétricos para o coração para ajudá-lo a bater com o ritmo e ritmo certos</p><p>(CARVALHO et al., 2022).</p><p>3.1.11. Controle de frequência cardíaca: Beta Bloqueadores:</p><p>-Propranolol -Metoprolol -Atenolol, bloqueadores de canais</p><p>de cálcio: -Diltiazem -Verapamil</p><p>Um coração só pode sustentar a batida rápida por algum tempo antes de se cansar.</p><p>O uso de bloqueadores beta, bloqueadores de canais de cálcio e glicosídeos cardíacos</p><p>ajudarão a controlar a taxa de batimento cardíaco (VIEIRA; SIMONETTI; KOBAYASHI,</p><p>2019).</p><p>» Beta Bloqueadores: eles bloqueiam receptores beta 1 de serem estimulados.</p><p>A estimulação do Beta 1 causa efeitos inotrópicos positivos (força de contração)</p><p>e cronotrótrópicos (ritmo de batimento cardíaco). Se você bloquear o beta</p><p>1, você terá diminuição da força de contração e diminuição da frequência</p><p>cardíaca.</p><p>» Bloqueadores de canais de cálcio: bloqueiam canais de cálcio, quando o cálcio</p><p>entra na célula faz com que a célula se contra a, assim, quando os canais são</p><p>bloqueados, diminui a produção de atividade elétrica inatamente diminuindo a</p><p>frequência cardíaca.</p><p>34</p><p>UNIDADE IV | AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES</p><p>» Glicosídeos cardíacos: este medicamento estimula o nervo vago, que quando</p><p>estimulado diminui a frequência cardíaca. O nervo vago é um nervo CNS que</p><p>também trabalha com a PNS, especificamente o sistema parassimpático autônomo.</p><p>Também conhecido como descanso e digestão... Então, se isso for estimulado seu</p><p>corpo vai descansar/diminuir a velocidade, assim diminuiu a frequência cardíaca</p><p>(MAIA; RIBEIRO, 2022)</p><p>Também bloqueia o canal Na+/K+ em miócitos cardíacos. Quando este canal está aberto,</p><p>K+ se move para a cela e Na+ sai da célula, chamada de repolarização e é a parte de</p><p>relaxamento de uma batida cardíaca. Quando é bloqueado, causa maior contração do</p><p>coração. Se seu coração está batendo mais forte, ele vai inerentemente desacelerar</p><p>(MAIA; RIBEIRO 2022).</p><p>3.1.12. Terapia anticoagulante: Coumadin Aspirina Lovenox</p><p>Plavix Eliquis</p><p>» Diminuir o sangue ajuda a se desintegrar e quebrar o coágulo, bem como aumentar</p><p>o fluxo de sangue. Há muitas opções para anticoagulantes cada um com seus</p><p>próprios prós e contras. Os mais comuns estão listados à esquerda.</p><p>3.1.12.1. Educação do paciente</p><p>» Estando em um anticoagulante, o paciente precisa ser informado do risco de</p><p>sangrar especialmente se cair e bater a cabeça.</p><p>» Certifique-se de passar por cima de riscos ambientais, como boa iluminação e</p><p>eliminação de tapetes de arremesso.</p><p>» Se um paciente cair e bater a cabeça, ele precisa ir ao RS imediatamente, mesmo</p><p>que não esteja experimentando nenhum efeito adverso.</p><p>» O risco de um coágulo de sangue se formar e se mover para o cérebro é bastante</p><p>alto. É importante ensinar ao paciente e seus familiares os sinais e sintomas de AVC.</p><p>» Ensine ao paciente que se eles se sintam confusos ou sintam fraqueza de um lado</p><p>para pedir ajuda.</p><p>3.1.12.2. Monitoramento de enzimas cardíacas: Troponina I Creatine</p><p>Kinase MB</p><p>» A medição inicial das enzimas cardíacas é importante porque ajuda com qualquer</p><p>informação de tendência, quanto mais cedo você conseguir essa informação,</p><p>melhor. Também obter resultados de tendências em períodos específicos de</p><p>tempo é útil.</p><p>35</p><p>AFECÇÕES CIRÚRGICAS CARDIOVASCULARES | UNIDADE IV</p><p>» Troponina I: é uma enzima que ajuda a interação da miosina e a actina no</p><p>músculo cardíaco. Quando a necrose do miócito acontecer, o conteúdo da célula</p><p>eventualmente será liberado na corrente sanguínea.</p><p>» A troponina pode ficar elevada 2-4 horas após o evento cardíaco isquêmico e pode</p><p>permanecer elevada por até 14 dias.</p><p>» Creatina Kinase MB: Esta enzima é encontrada nas células musculares cardíacas e</p><p>catalisa a conversão de ATP em ADP dando às suas células energia para contrair.</p><p>Quando as células musculares cardíacas são danificadas, a enzima é finalmente</p><p>liberada na corrente sanguínea.</p><p>» Os níveis de CKMB devem ser verificados na admissão e, em seguida, a cada 8</p><p>horas depois (CARVALHO et al., 2022)</p><p>36</p><p>PARA (NÃO) FINALIZAR</p><p>Acreditamos que neste momento você percebeu o quão vasto é o conhecimento a</p><p>nível somente das principais afecções cardiovasculares, sejam elas de origem clínica ou</p><p>cirúrgica. Já percebeu também que algo que é clínico pode se tornar cirúrgico, e vice-</p><p>versa, e que alguns sintomas são característicos de várias afecções, situação que pode</p><p>confundir o profissional em um primeiro momento.</p><p>E embora ainda paire sobre a cabeça de muitos profissionais uma nuvem de incertezas</p><p>e dúvidas sobre a necessidade ou não de determinado conhecimento, tê-lo em mãos</p><p>pode ser uma certeza, a primeira etapa do processo já foi adquirida, agora é preciso</p><p>colocar em prática, e repetir a prática, repetir, repetir, repetir, assim o conhecimento</p><p>adquirido torna-se uma habilidade. Somente assim.</p><p>Não desanime, você está no caminho certo, se diferenciar dos demais tendo o</p><p>conhecimento como ferramenta é o primeiro ponto, o segundo é colocar o que foi</p><p>aprendido em prática.</p><p>A Enfermagem está cada vez mais científica, e estes profissionais não são mais meros</p><p>“fazedores” de ações básicas, visto que hoje é importante entender o que tem “por</p><p>trás” destas ações. Você tem um grande desafio pela frente, repensar e redefinir suas</p><p>funções da profissão, focando na qualidade e excelência da assistência de enfermagem.</p><p>Agora é com você!</p><p>37</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMARAL, G. F. F.; FERNANDES, H. P. M.; ALVES, R. F. A. Aneurisma de aorta abdominal: uma análise clínico-</p><p>epidemiológica do estado do Tocantins nos últimos 20 anos. Revista de Patologia do Tocantins, v.8,</p><p>n.1, 48–57, 2021. https://doi.org/10.20873/10.20873/uft.2446-6492.2021v8n1p48.</p><p>AMODEO, C. Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária. J Bras Nefrol., v.32, Supl1, S44-S53, 2010.</p><p>ALMEIDA, C. E. B.; CORRÊA, J. M. A.; GONÇALVES, S. J. C; Estudo epidemiológica das internações para</p><p>tratamento das miocardiopatias no período de 2014 a 2019 no Brasil. Revista Ibero-Americana de</p><p>Humanidades, Ciências e Educação, v.8, n.5, pp.1943–1952. https://doi.org/10.51891/rease.v8i5.5605.</p>