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<p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 1</p><p>NEPOTISMO 1</p><p>ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 1</p><p>EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 2</p><p>FUNDAÇÕES 2</p><p>SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 2</p><p>AUTOTUTELA 2</p><p>ATOS ADMINISTRATIVOS 3</p><p>PODERES ADMINISTRATIVOS 3</p><p>PODER DE POLÍCIA 3</p><p>SERVIDORES PÚBLICOS 4</p><p>REMUNERAÇÃO 6</p><p>REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 6</p><p>CONCURSO PÚBLICO 6</p><p>LICITAÇÃO E CONTRATOS 7</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL 7</p><p>IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8</p><p>INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 8</p><p>DESAPROPRIAÇÃO 8</p><p>TEMAS DIVERSOS 9</p><p>FUNDEF 9</p><p>ENFITEUSE 9</p><p>DIREITO MILITAR 9</p><p>PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS</p><p>O cadastro restritivo não deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao</p><p>contraditório. Isso porque, muitas vezes, a inscrição pode ter, além de motivação meramente financeira, razões</p><p>políticas. Assim, ao poder central (União) é possível suspender imediatamente o repasse de verbas ou a</p><p>execução de convênios, mas o cadastro deve ser feito nos termos da lei, ou seja, mediante a verificação da</p><p>veracidade das irregularidades apontadas. Isso porque o cadastro tem consequências, como a impossibilidade</p><p>da repartição constitucional de verbas das receitas voluntárias. A tomada de contas especial, procedimento por</p><p>meio do qual se alcança o reconhecimento definitivo das irregularidades, com a devida observância do</p><p>contraditório e da ampla defesa, tem suas regras definidas em lei. Ao final, é possível tornar o dano ao erário</p><p>dívida líquida e certa, e a decisão tem eficácia de título executivo extrajudicial. STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF,</p><p>rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/9/2019 (Info 951).</p><p>1</p><p>NEPOTISMO</p><p>O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de Secretário</p><p>Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida</p><p>nas hipóteses de:</p><p>• nepotismo cruzado;</p><p>• fraude à lei e</p><p>• inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por</p><p>inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em</p><p>17/9/2019 (Info 952)</p><p>ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA</p><p>É proibida a extinção, por ato unilateralmente editado pelo chefe do Poder Executivo, de colegiado cuja</p><p>existência encontre menção em lei em sentido formal, ainda que ausente a expressa referência “sobre a</p><p>competência ou a composição”. Caso concreto: o Presidente da República editou o Decreto nº 9.759/2019</p><p>extinguindo uma série de colegiados existentes na Administração Pública federal. O art. 1º, § 2º deste Decreto</p><p>previu que ficariam extintos os colegiados que sejam mencionados em lei, mas sem que esta tenha definido a</p><p>competência ou a composição. O STF, em medida cautelar, declarou a inconstitucionalidade dessa previsão,</p><p>considerando que a extinção desses colegiados mencionados em lei somente poderia ocorrer também mediante</p><p>lei (e não por decreto). STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info</p><p>944)</p><p>EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA</p><p>A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização</p><p>legislativa e licitação. Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de</p><p>suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação,</p><p>desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da</p><p>CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade. STF. Plenário. ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel.</p><p>Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943).</p><p>FUNDAÇÕES</p><p>A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou privado</p><p>depende:</p><p>i) do estatuto de sua criação ou autorização e</p><p>ii) das atividades por ela prestadas.</p><p>As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas como objetos de dada</p><p>fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo poder público, podem se submeter ao regime jurídico</p><p>de direito privado. STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão</p><p>geral) (Info 946)</p><p>A estabilidade especial do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) não se estende aos</p><p>empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos servidores das pessoas</p><p>jurídicas de direito público. O termo “fundações públicas”, utilizado pelo art. 19 do ADCT, deve ser compreendido</p><p>2</p><p>como fundações autárquicas, sujeitas ao regime jurídico de direito público. Ex: empregados da Fundação Padre</p><p>Anchieta não gozam dessa estabilidade do art. 19 do ADCT em razão de se tratar de uma fundação pública de</p><p>direito privado. STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral)</p><p>(Info 946).</p><p>SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS</p><p>As entidades dos serviços sociais autônomos não possuem legitimidade passiva nas ações judiciais em que</p><p>se discute a relação jurídico-tributária entre o contribuinte e a União e a repetição de indébito das</p><p>contribuições sociais recolhidas. Os serviços sociais são meros destinatários de subvenção econômica e, como</p><p>pessoas jurídicas de direito privado, não participam diretamente da relação jurídico-tributária entre contribuinte</p><p>e ente federado. O direito que tais entidades possuem à receita decorrente da subvenção não gera interesse</p><p>jurídico a ponto de justificar a ocorrência de litisconsórcio com a União. O interesse dos serviços sociais</p><p>autônomos nesta lide é reflexo e meramente econômico. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.619.954-SC, Rel. Min. Gurgel de</p><p>Faria, julgado em 10/04/2019 (Info 646)</p><p>AUTOTUTELA</p><p>Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de</p><p>atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos</p><p>estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.</p><p>No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de</p><p>anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria 1.104/1964, quando se comprovar a ausência</p><p>de ato com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento</p><p>administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas. Ex: 2003, João, ex-militar</p><p>da Aeronáutica, recebeu anistia política, concedida por meio de portaria do Ministro da Justiça. Em 2006, a AGU</p><p>emitiu nota técnica fazendo alguns questionamentos sobre a forma indevida pela qual estavam sendo</p><p>concedidas anistias políticas, dentre elas a que foi outorgada a João. Em 2011, o Ministro da Justiça determinou</p><p>que fossem revistas as concessões de anistia de inúmeros militares, inclusive a de João. Em 2012, foi aberto</p><p>processo administrativo para examinar a situação de João e, ao final, determinou-se a anulação da anistia</p><p>política. Mesmo tendo-se passado mais de 5 anos, a anulação do ato foi possível, seja por força da parte final do</p><p>art. 54 da Lei nº 9.784/99, seja porque o prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o</p><p>ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,</p><p>julgado em 16/10/2019 (repercussão geral – Tema 839) (Info 956).</p><p>ATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>Não é inconstitucional medida provisória que, ao tratar sobre os órgãos vinculados à Presidência da</p><p>República, confere status de Ministro de Estado ao chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,</p><p>ainda que seu titular a ser nomeado, venha a ter foro por prerrogativa de função no STF. Não há desvio de</p><p>finalidade na edição deste ato. A norma, ao estabelecer a organização básica dos Ministérios e demais órgãos</p><p>ligados à Presidência da República, é matéria que está no âmbito decisório do chefe do Poder Executivo da</p><p>União. Não se sustenta, do ponto de vista jurídico, o argumento de que a criação</p><p>da Secretaria-Geral com status</p><p>de Ministério de Estado implicaria burla aos postulados constitucionais de moralidade e probidade na</p><p>Administração, porque a criação ou extinção de ministérios e órgãos da Presidência também está no campo de</p><p>3</p><p>decisão do chefe do Poder Executivo. A nomeação de determinada pessoa para o cargo de Ministro de</p><p>Estado é um ato subsequente e que, em princípio, está na alçada político-administrativa do Presidente da</p><p>República (art. 84), desde que presentes os requisitos do art. 87 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI</p><p>5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935).</p><p>O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mérito da decisão administrativa proferida pelo</p><p>CADE. A expertise técnica e a capacidade institucional do CADE em questões de regulação econômica exige que</p><p>o Poder Judiciário tenha uma postura deferente (postura de respeito) ao mérito das decisões proferidas pela</p><p>Autarquia. A análise jurisdicional deve se limitar ao exame da legalidade ou abusividade do ato</p><p>administrativo. O CADE é quem detém competência legalmente outorgada para verificar se a conduta de</p><p>agentes econômicos gera efetivo prejuízo à livre concorrência. As sanções antitruste, aplicadas pelo CADE por</p><p>força de ilicitude da conduta empresarial, dependem das consequências ou repercussões negativas no mercado</p><p>analisado, sendo certo que a identificação de tais efeitos anticompetitivos reclama acentuada expertise. STF. 1ª</p><p>Turma. RE 1083955/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2019 (Info 942)</p><p>PODERES ADMINISTRATIVOS</p><p>PODER DE POLÍCIA</p><p>CTB pode exigir a quitação do pagamento dos tributos, encargos e multas como condição para que o</p><p>veículo possa circular. O CTB prevê que só poderá ser expedido novo certificado de registro de veículo e novo</p><p>certificado de licenciamento anual se ficar comprovado o pagamento dos débitos relativos a tributos, encargos e</p><p>multas vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas (arts. 124, VIII,</p><p>128, e 131, § 2º). Tais dispositivos são constitucionais e não limitam o direito de propriedade. Além disso, não se</p><p>constituem em sanções políticas. STF. Plenário. ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo</p><p>Lewandowski, julgado em 10/04/2019 (Info 937).</p><p>Resolução do CONTRAN não pode estabelecer penalidades, devendo as sanções ser previstas em lei em</p><p>sentido formal e material</p><p>O art. 161 do CTB prevê que: Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste</p><p>Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e</p><p>medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Parágrafo único.</p><p>As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas</p><p>administrativas definidas nas próprias resoluções. O STF conferiu interpretação conforme a Constituição, para</p><p>declarar inconstitucional a possibilidade do estabelecimento de sanção por parte do CONTRAN, como se órgão</p><p>legislativo fosse, visto que as penalidades têm de estar previstas em lei em sentido formal e material. Além disso,</p><p>o Tribunal declarou a nulidade da expressão “ou das Resoluções do Contran” presente neste artigo. STF.</p><p>Plenário. ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/04/2019</p><p>(Info 937).</p><p>A agência de turismo devidamente credenciada para efetuar operações de câmbio é equiparada a</p><p>instituição financeira e subordina-se à regular intervenção fiscalizatória do Banco Central. Consideram-se</p><p>instituições financeiras as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou</p><p>acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda</p><p>nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros (art. 17 da Lei nº 4.595/64). STJ. 1ª</p><p>Turma. REsp 1.434.625-CE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/04/2019 (Info 647). Obs: esse mesmo</p><p>4</p><p>entendimento pode ser aplicado para a seara dos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (art. 1º, I,</p><p>da Lei nº 7.492/86): STJ. 5ª Turma. RHC 9.281/PR, Rel. Min. Gilson Dipp, DJe 30/10/2000.</p><p>Profissionais de empresas privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao incêndio podem adotar a</p><p>nomenclatura “bombeiro civil”. O art. 2º da Lei nº 11.901/2009 dispõe que são “bombeiros civis” os empregados</p><p>contratados tanto por empresas públicas quanto privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao</p><p>incêndio. A Lei nº 12.664/2012 não revogou a Lei nº 11.901/2009, mas apenas proibiu o uso de uniformes que</p><p>possuam insígnias, distintivos e emblemas representativos das instituições públicas. STJ. 1ª Turma. REsp</p><p>1.549.433-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 09/04/2019 (Info 648).</p><p>SERVIDORES PÚBLICOS</p><p>O art. 4º da Lei nº 11.738/2008 estabelece que os professores deverão cumprir sua jornada de trabalho da</p><p>seguinte forma: • 2/3 da carga horária é para atividades de sala de aula; e • 1/3 da carga horária pode ser</p><p>utilizado para atividades extraclasse (ex: preparação das aulas, reuniões pedagógicas, reuniões com os pais etc.).</p><p>Em alguns Estados, a hora-aula do professor não é de 60 minutos, mas sim de 50 minutos (se diurna) ou 45</p><p>minutos (se noturna). Esses 10 ou 15 minutos que sobram como intervalo são considerados como atividades de</p><p>interação com os educandos (e não como atividades extraclasse). Assim, o cômputo dos 10 ou 15 minutos que</p><p>faltam para que a “hora-aula” complete efetivamente uma “hora de relógio” não pode ser considerado como</p><p>tempo de atividade extraclasse dos profissionais do magistério. STJ. 2ª Turma. REsp 1.569.560-RJ, Rel. Min.</p><p>Herman Benjamin, Rel. Ac. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2018 (Info 644)</p><p>A Lei nº 12.855/2013, que instituiu a Indenização por Trabalho em Localidade Estratégica, é norma de eficácia</p><p>condicionada à prévia regulamentação, para definição das localidades consideradas estratégicas, para fins de</p><p>pagamento da referida vantagem. STJ. 1ª Seção. REsp 1.617.086-PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em</p><p>28/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 641).</p><p>A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República,</p><p>compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça,</p><p>estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do</p><p>subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em</p><p>28/2/2019 (Info 932)</p><p>Não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por morte, estando</p><p>prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da ação. STJ. 1ª Seção.</p><p>EREsp 1.269.726-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/03/2019 (Info 644).</p><p>A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não</p><p>se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na</p><p>Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no</p><p>exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª Turma. RE</p><p>1176440/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel.</p><p>Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og Fernandes,</p><p>julgado em 27/03/2019.</p><p>5</p><p>A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se</p><p>sujeita ao limite de 60 horas semanais. Isso porque não existe esse requisito na Constituição Federal. O único</p><p>requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo</p><p>cumprimento deverá ser aferido pela Administração Pública. STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF, Rel. Min.</p><p>Alexandre de</p><p>Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo</p><p>Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 1ª Seção. REsp 1.767.955-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em</p><p>27/03/2019 (Info 646)</p><p>O § 4º do art. 39 da CF/88 prevê que os servidores remunerados pelo regime de subsídio recebem “parcela</p><p>única” mensal, sendo “vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de</p><p>representação ou outra espécie remuneratória”. Vale ressaltar, no entanto, que o art. 39, § 4º, da CF/88 não</p><p>estabelece uma vedação absoluta ao pagamento de outras verbas além do subsídio. O modelo de remuneração</p><p>por subsídio tem por objetivo evitar que atividades “normais” exercidas pelo servidor público, ou seja, atividades</p><p>que são inerentes ao cargo que ele ocupa (e que já são remuneradas pelo subsídio) sejam também remuneradas</p><p>com o acréscimo de outras parcelas adicionais. Dito de outra forma: o subsídio remunera o servidor pelas</p><p>atividades que ele realiza e que são inerentes ao seu cargo, ou seja, as atividades “normais” de seu cargo. O art.</p><p>39, § 4º proíbe que este servidor receba outras verbas (além do subsídio) para exercer essas atividades</p><p>“normais”. Contudo, o art. 39, § 4º, não proíbe que o servidor receba:</p><p>a) valores que não ostentam caráter remuneratório, como os de natureza indenizatória; e</p><p>b) valores pagos como retribuição por eventual execução de encargos especiais não incluídos no plexo das</p><p>atribuições normais e típicas do cargo considerado.</p><p>O que o art. 39, § 4º, da CF/88 impede é a acumulação do subsídio com outras verbas destinadas a</p><p>retribuir o exercício de atividades próprias e ordinárias do cargo. Justamente por isso, é constitucional lei</p><p>estadual que preveja o pagamento de gratificação para servidores que já recebem pelo regime de subsídio</p><p>quando eles realizarem atividades que extrapolam as funções próprias e normais do cargo. Essas atividades, a</p><p>serem retribuídas por esta parcela própria, detêm conteúdo ocupacional estranho às atribuições ordinárias do</p><p>cargo e, portanto, podem ser remuneradas por gratificação além da parcela única do subsídio, sem que isso</p><p>afronte o art. 39, § 4º, da CF/88. Essa gratificação somente seria inconstitucional se ficasse demonstrado que</p><p>estaria havendo um duplo pagamento pelo exercício das mesmas funções normais do cargo. STF. Plenário. ADI</p><p>4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 14/8/2019 (Info 947).</p><p>O art. 40, § 4º, I, da CF/88 prevê que o servidor público com deficiência possui direito à aposentadoria com</p><p>requisitos e critérios diferenciados (aposentadoria especial). Ocorre que o dispositivo constitucional exige que</p><p>uma lei complementar regulamente essa aposentadoria, sendo, portanto, uma norma constitucional de eficácia</p><p>limitada. Até o presente momento, não foi editada essa lei complementar, havendo, portanto, uma omissão</p><p>inconstitucional. Diante disso, a LC nº 142/2013, que regulamentou a aposentadoria especial de pessoas com</p><p>deficiência no Regime Geral de Previdência Social, deve ser aplicada aos pedidos de aposentadoria de servidores</p><p>públicos com deficiência, por se tratar de diploma mais adequado para suprir a omissão na regulamentação do</p><p>art. 40, § 4º, I, da CF/1988. Assim, o servidor público com deficiência possui o direito de ver analisado o</p><p>requerimento de aposentadoria especial apresentado com base no art. 40, § 4º, I, da CF/88 utilizando-se</p><p>das normas da LC 142/2013. STF. 1ª Turma. MI 6818/DF e MI 6988/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em</p><p>13/8/2019 (Info 947).</p><p>O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no</p><p>inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se</p><p>pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. STF. Plenário. RE</p><p>565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/9/2019 (repercussão</p><p>geral – Tema 19) (Info 953).</p><p>6</p><p>“O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação de projeto de</p><p>lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, tampouco para fixar o</p><p>respectivo índice de correção.”</p><p>STF. Plenário. RE 843112, Rel. Luiz Fux, julgado em 22/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 624) (Info 998).</p><p>Algumas Constituições estaduais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Governador do Estado</p><p>fará jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de representação, outros</p><p>de pensão vitalícia e outros de pensão civil.</p><p>A previsão desse pagamento é compatível com a CF/88?</p><p>NÃO. A instituição de prestação pecuniária mensal e vitalícia a ex-governadores corresponde à concessão de</p><p>benesse que não se compatibiliza com a Constituição Federal (notadamente com o princípio republicano e o</p><p>princípio da igualdade, consectário daquele), por configurar tratamento diferenciado e privilegiado sem</p><p>fundamento jurídico razoável, em favor de quem não exerce função pública ou presta qualquer serviço à</p><p>administração.</p><p>Os ex-Governadores (ou as viúvas) que foram beneficiados com esse “subsídio” ou com a “pensão” dela decorrente</p><p>terão que devolver as quantias que receberam antes do STF declarar inconstitucional a previsão da Constituição</p><p>Estadual?</p><p>NÃO. Não é necessária a devolução dos valores percebidos até o julgamento da ação. Isso por conta dos</p><p>princípios da boa-fé, da segurança jurídica e, ainda, da dignidade da pessoa humana. STF. Plenário. ADI</p><p>4545/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 5/12/2019 (Info 962)</p><p>REMUNERAÇÃO</p><p>O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de</p><p>férias e décimo terceiro salário (Tema 484 da Repercussão Geral). Assim, os Vereadores, mesmo recebendo</p><p>sua remuneração por meio de subsídio (parcela única), podem ter direito ao pagamento de terço de</p><p>férias e de décimo terceiro salário. Vale ressaltar, no entanto, que o pagamento de décimo terceiro e do terço</p><p>constitucional de férias aos agentes políticos com mandato eletivo não é um dever, mas sim uma opção, que</p><p>depende do legislador infraconstitucional. Assim, a definição sobre a adequação de percepção dessas verbas</p><p>está inserida no espaço de liberdade de conformação do legislador infraconstitucional. Em outras palavras, o</p><p>legislador municipal decide se irá ou não conceder tais verbas aos Vereadores. Se não houver lei concedendo,</p><p>eles não terão direito. Desse modo, é possível o pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário aos</p><p>Vereadores, mas desde que a percepção de tais verbas esteja prevista em lei municipal. STF. 1ª Turma. Rcl 32483</p><p>AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950).</p><p>REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL</p><p>Ao editar o art. 7º da Lei nº 9.717/98 e o Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a competência legislativa</p><p>para a edição de normas gerais sobre previdência social. A União extrapolou os limites de sua competência</p><p>legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado</p><p>de Regularidade Previdenciária (CRP). STF. 1ª Turma. ACO 3134 TP-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, red. p/ ac.</p><p>Min. Marco Aurélio, julgado em 18/12/2018 (Info 928).</p><p>Em adequação ao entendimento do STF, não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável</p><p>aos proventos de aposentadoria do servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários,</p><p>adicional noturno e adicional de insalubridade. STJ. 1ª Turma. EDcl no AgInt no REsp 1.659.435-SC, Rel. Min.</p><p>Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 03/09/2019 (Info 656).</p><p>7</p><p>Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do</p><p>servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional noturno e adicional de</p><p>insalubridade. STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/10/2018 (repercussão geral</p><p>– Tema 163) (Info 919).</p><p>CONCURSO</p><p>PÚBLICO</p><p>É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso público ingressar</p><p>imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira. Essa disposição afronta os princípios</p><p>da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o concurso público. Por essa razão, o STF declarou a</p><p>inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº 8.691/93. STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,</p><p>julgado em 28/2/2019 (Info 932).</p><p>É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de</p><p>candidata que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital</p><p>do concurso público. STJ. 1ª Turma. RMS 52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/03/2019 (Info 645)</p><p>Em concurso para taquígrafo, não se anula prova prática de registro taquigráfico pelo simples fato de o edital</p><p>prever que o ditado seria feito com velocidade variável e crescente e, no dia do teste, o ditado ter sido realizado</p><p>de forma decrescente. Não se evidencia que isso, em princípio, gere quebra de isonomia entre os candidatos,</p><p>além de não haver prejuízo, aplicando-se o princípio pas de nullité sans grief. STF. 2ª Turma. RMS 36305/DF, Rel.</p><p>Min. Edson Fachin, julgado em 17/9/2019 (Info 952).</p><p>A atividade denominada estágio em prorrogação do Ministério Público do Estado de São Paulo deve ser</p><p>considerada privativa de bacharel em Direito para fins de atribuição de pontos pelo exercício de atividade</p><p>jurídica na prova de títulos em concurso público. STJ. 1ª Turma. RMS 54.554-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado</p><p>em 01/10/2019 (Info 658).</p><p>A Caixa Econômica Federal, embora vinculada como empresa pública ao Estado, executa uma atividade</p><p>econômica em ambiente de concorrência. A terceirização pela Caixa Econômica Federal dos serviços jurídicos</p><p>não se revela ilegal, considerando que esses serviços não estão relacionados com a atividade-fim da empresa.</p><p>STJ. 2ª Turma. REsp 1.318.740-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em</p><p>16/10/2018 (Info 659).</p><p>LICITAÇÃO E CONTRATOS</p><p>A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública federal, pode ser contratada sem</p><p>licitação, com fundamento no art. 24, VIII, da Lei nº 8.666/93, para a prestação de serviços de logística:</p><p>Art. 24 (...) VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços</p><p>prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim</p><p>específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado</p><p>no mercado;</p><p>A ECT preenche todos os requisitos legais necessários à possibilidade de sua contratação direta, haja vista</p><p>integrar a Administração e ter sido criada em data anterior à da Lei nº 8.666/93 para prestação de serviços</p><p>postais, dentre os quais se incluem os serviços de logística integrada. STF. 2ª Turma. MS 34939/DF, Rel. Min.</p><p>Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934).</p><p>8</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL</p><p>Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de</p><p>estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários. A segurança que a concessionária deve</p><p>fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da rodovia. Não tem, contudo,</p><p>como a concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada, mesmo que seja em postos de pedágio</p><p>ou de atendimento ao usuário. O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro</p><p>equiparável a força maior, que exclui o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e,</p><p>assim, gera uma impossibilidade absoluta de não ocorrência do dano. STJ. 3ª Turma. REsp 1.749.941-PR, Rel.</p><p>Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640). Cuidado. O STF já reconheceu a responsabilidade civil da</p><p>concessionária que administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel.</p><p>Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).</p><p>O Estado responde, OBJETIVAMENTE, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de</p><p>suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de</p><p>dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui RESPONSABILIDADE CIVIL DIRETA,</p><p>PRIMÁRIA E OBJETIVA pelos danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por</p><p>delegação, causem a terceiros.</p><p>STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).</p><p>A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve</p><p>ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte</p><p>ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou</p><p>culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).</p><p>O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de</p><p>importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de</p><p>brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os</p><p>nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que</p><p>permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedos ingressou com ação contra a</p><p>União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público</p><p>deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido. Não se verifica o dever do Estado de</p><p>indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política</p><p>econômico-tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de</p><p>determinado planejamento específico. A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a possibilidade de</p><p>alteração das alíquotas do imposto de importação decorre do próprio ordenamento jurídico, não havendo que</p><p>se falar em quebra do princípio da confiança. O impacto econômico-financeiro sobre a produção e a</p><p>comercialização de mercadorias pelas sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos</p><p>decorre do risco da atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. Não havia direito subjetivo da</p><p>indústria quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação. STJ. 1ª Turma. REsp 1.492.832-DF, Rel.</p><p>Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634). STF. 1ª Turma. ARE 1175599 AgR/DF, Rel. Min. Rosa</p><p>Weber, julgado em 10/12/2019 (Info 963)</p><p>IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA</p><p>9</p><p>Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade</p><p>Administrativa para o agente público</p><p>INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE</p><p>DESAPROPRIAÇÃO</p><p>Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta?</p><p>Regra: 10 anos (art. 1.238, parágrafo único, do CC/2002).</p><p>Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a inexistência de obras ou serviços públicos no local.</p><p>Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indenizatórias por desapropriação indireta é de 10 anos</p><p>porque existe uma presunção relativa de que o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local.</p><p>Admite-se, excepcionalmente, o prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada comprove, concreta e</p><p>devidamente, que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando a presunção legal. STJ. 1ª Seção. EREsp</p><p>1.575.846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 658). Obs: a súmula 119 do STJ está superada</p><p>(Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos).</p><p>“O prazo prescricional aplicável à desapropriação indireta, na hipótese em que o Poder Público tenha realizado</p><p>obras no local ou atribuído natureza de utilidade pública ou de interesse social ao imóvel, é de 10</p><p>anos,</p><p>conforme parágrafo único do art. 1.238 do CC. STJ. 1ª Seção. REsp 1757352-SC, Rel. Min. Herman Benjamin,</p><p>julgado em 12/02/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1109) (Info 671).”</p><p>Não se imputa ao Poder Público a responsabilidade integral por alegada desapropriação indireta quando,</p><p>em gleba cuja ocupação por terceiros apresenta situação consolidada e irreversível, limita-se a realizar</p><p>serviços públicos de infraestrutura, sem que tenha concorrido para o esbulho ocasionado</p><p>exclusivamente por particulares. Assim, na medida em que o Poder Público não pratica o ato ilícito</p><p>denominado “apossamento administrativo” nem, portanto, toma a propriedade do bem para si, não deve</p><p>responder pela perda da propriedade em desfavor do particular, ainda que realize obras e serviços públicos</p><p>essenciais para a comunidade instalada no local. STJ. 2ª Turma.REsp 1.770.001-AM, Rel. Min. Mauro Campbell</p><p>Marques, julgado em 05/11/2019 (Info 660).</p><p>TEMAS DIVERSOS</p><p>FUNDEF</p><p>É vedada a retenção de honorários advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do</p><p>FUNDEF. Os valores relacionados ao FUNDEF, hoje FUNDEB, encontram-se constitucional e legalmente</p><p>vinculados ao custeio da educação básica e à valorização do seu magistério, sendo vedada a sua utilização em</p><p>despesa diversa, tais como honorários advocatícios contratuais. Ex: determinado Município do interior do Estado</p><p>ajuizou ação contra a União com o objetivo de conseguir o repasse integral de verbas do FUNDEF. Como o</p><p>Município não possuía procuradores municipais concursados, foi contratado um escritório de advocacia privado</p><p>para patrocinar a causa. No contrato assinado com os advogados ficou combinado que, se o Município vencesse</p><p>a demanda, pagaria 20% do valor da causa ao escritório. O pedido foi julgado procedente e transitou em julgado.</p><p>O Município requereu, então, que 20% do valor da condenação (verbas do FUNDEF a serem pagas pela União)</p><p>fosse separado para pagamento dos honorários contratuais dos advogados que atuaram na causa, nos termos</p><p>do art. 22, § 4º da Lei 8.906/94. Esse pedido não deve ser acolhido. Não é possível a aplicação do art. 22, § 4º, da</p><p>Lei 8.906/1994 nas execuções contra a União em que se persigam quantias devidas ao FUNDEF/FUNDEB,</p><p>10</p><p>devendo o advogado credor buscar a satisfação de seu crédito por outros meios. STJ. 1ª Seção. REsp</p><p>1.703.697-PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/10/2018 (Info 643).</p><p>“A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios contratuais sobre</p><p>crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de forma que não cabe recurso</p><p>extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria constitucional a ser analisada. STF. 1ª Turma.</p><p>ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961). STF. 1ª Turma. ARE 1107296</p><p>AgR/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/2/2020 (Info 966).”</p><p>ENFITEUSE</p><p>O termo inicial do prazo prescricional para a cobrança da multa prevista no § 2º do art. 116 do Decreto-Lei nº</p><p>9.760/46 é a data em que a União tem ciência efetiva da ausência de transferência das obrigações enfitêuticas. E</p><p>quando a União tem essa ciência efetiva? Quando ocorre a comunicação à SPU. A comunicação à Secretaria de</p><p>Patrimônio da União - SPU é o momento em que a União toma conhecimento da alienação, sendo irrelevante a</p><p>data em que emitida a Declaração de Operação Imobiliária (DOI). STJ. 2ª Turma. REsp 1.765.707-RJ, Rel. Min.</p><p>Herman Benjamin, julgado em 15/08/2019 (Info 658)</p><p>DIREITO MILITAR</p><p>O militar temporário não estável, considerado incapaz apenas para o serviço militar, somente terá direito à</p><p>reforma ex officio se comprovar o nexo de causalidade entre a moléstia sofrida e a prestação das</p><p>atividades militares. STJ. Corte Especial. EREsp 1.123.371-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. Acd. Min. Mauro</p><p>Campbell Marques, julgado em 19/09/2018 (Info 643).</p><p>Material extraído dos informativos (versão resumida), disponibilizados pelo prof. Márcio Cavalcante no site</p><p>https://www.dizerodireito.com.br, e destacados nas partes mais importantes pela equipe da Legislação Destacada.</p><p>11</p>

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