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<p>AULA 4</p><p>GOVERNANÇA CORPORATIVA E</p><p>COMPLIANCE</p><p>Prof. Elizeu Barroso Alves</p><p>2</p><p>TEMA 1 – FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DO CONSELHO FISCAL</p><p>O Conselho Fiscal desempenha um papel importante na governança</p><p>corporativa, pois atua como um órgão independente responsável por</p><p>supervisionar as atividades financeiras e garantir a transparência e a</p><p>conformidade das operações da empresa. Suas funções e responsabilidades</p><p>abrangem uma série de aspectos que contribuem para a integridade e a</p><p>sustentabilidade do negócio (IBGC, 2018).</p><p>Nesse sentido, cabe ao Conselho Fiscal fiscalizar as atividades financeiras</p><p>da empresa, examinando minuciosamente os relatórios contábeis e financeiros</p><p>para identificar possíveis irregularidades, fraudes ou práticas inadequadas. Esse</p><p>processo de auditoria interna ajuda a assegurar a precisão das informações</p><p>divulgadas e a manter a confiança dos investidores e demais partes interessadas</p><p>(IBGC, 2018; Bittencourt, 2020).</p><p>O Conselho Fiscal também é responsável por avaliar a eficácia dos</p><p>controles internos e dos procedimentos de gestão de riscos adotados pela</p><p>empresa. Ao identificar vulnerabilidades e propor melhorias, contribui para</p><p>fortalecer a estrutura de governança e reduzir os riscos operacionais e financeiros,</p><p>protegendo os interesses dos acionistas e demais stakeholders (IBGC, 2018).</p><p>Vejamos suas principais funções.</p><p>Quadro 1 – Principais funções do Conselho Fiscal</p><p>Funções Explicação Exemplo</p><p>Fiscalização das</p><p>atividades</p><p>financeiras</p><p>Supervisionar os relatórios contábeis</p><p>e financeiros para identificar</p><p>possíveis irregularidades, fraudes ou</p><p>práticas inadequadas.</p><p>Revisão dos balanços financeiros</p><p>trimestrais para identificar</p><p>discrepâncias ou inconsistências.</p><p>Avaliação dos</p><p>controles</p><p>internos e gestão</p><p>de riscos</p><p>Avaliar a eficácia dos controles</p><p>internos e procedimentos de gestão</p><p>de riscos para identificar</p><p>vulnerabilidades e propor melhorias.</p><p>Análise da eficácia dos controles de</p><p>acesso aos sistemas de informação</p><p>e sugestão de medidas preventivas.</p><p>Representação</p><p>dos interesses</p><p>dos acionistas</p><p>Garantir que as decisões da</p><p>administração estejam alinhadas</p><p>com os objetivos de longo prazo da</p><p>empresa, representando os</p><p>interesses dos acionistas.</p><p>Recomendação de uma estratégia</p><p>de diversificação de investimentos</p><p>para maximizar o retorno dos</p><p>acionistas.</p><p>Promoção de</p><p>políticas éticas e</p><p>conformidade</p><p>Promulgar e implementar políticas e</p><p>procedimentos éticos para garantir o</p><p>cumprimento das normas e</p><p>regulamentos aplicáveis.</p><p>Desenvolvimento de um código de</p><p>conduta empresarial para orientar o</p><p>comportamento ético dos</p><p>funcionários.</p><p>(continua)</p><p>3</p><p>(Quadro 1 – conclusão)</p><p>Funções Explicação Exemplo</p><p>Comunicação</p><p>transparente e</p><p>prestação de</p><p>contas</p><p>Atuar como canal de comunicação</p><p>entre a administração, os acionistas</p><p>e outras partes interessadas,</p><p>fornecendo relatórios regulares</p><p>sobre suas atividades.</p><p>Apresentação anual aos acionistas</p><p>sobre as atividades do Conselho</p><p>Fiscal.</p><p>Fonte: elaborado com base em Bittencourt, 2020; IBGC, 2018.</p><p>Outra função essencial do Conselho Fiscal é representar os interesses dos</p><p>acionistas e garantir que as decisões da administração estejam alinhadas com os</p><p>objetivos de longo prazo da empresa. Isso envolve monitorar a conduta dos</p><p>gestores, avaliar a adequação das estratégias adotadas e, se necessário,</p><p>recomendar ajustes para maximizar o valor para os acionistas e promover a</p><p>sustentabilidade do negócio (IBGC, 2018; Bittencourt, 2020).</p><p>O Conselho Fiscal desempenha também um papel fundamental na</p><p>promulgação e implementação de políticas e procedimentos éticos dentro da</p><p>empresa. Ao garantir o cumprimento das normas e regulamentos aplicáveis, bem</p><p>como a adesão aos princípios de integridade e responsabilidade corporativa,</p><p>contribui para a construção de uma cultura organizacional baseada na</p><p>transparência e na ética (IBGC, 2018).</p><p>Por fim, o Conselho Fiscal vai atuar como um canal de comunicação entre</p><p>a administração, os acionistas e outras partes interessadas, fornecendo relatórios</p><p>regulares sobre suas atividades e resultados. Essa transparência e prestação de</p><p>contas fortalecem a confiança no processo de governança corporativa e ajudam</p><p>a garantir a credibilidade e a reputação da empresa no mercado.</p><p>Lembre-se: o Conselho Fiscal desempenha um papel fundamental na</p><p>promoção da transparência, integridade e sustentabilidade nas práticas de</p><p>governança corporativa, contribuindo para o sucesso e a longevidade do negócio.</p><p>TEMA 2 – AUDITORIAS INTERNAS E EXTERNAS: IMPORTÂNCIA E PAPEL NA</p><p>GOVERNANÇA CORPORATIVA</p><p>As auditorias internas e externas, na lógica da governança corporativa,</p><p>contribuem para a transparência, eficiência e integridade das operações das</p><p>empresas. As auditorias internas são conduzidas por profissionais dentro da</p><p>organização, enquanto as externas são realizadas por empresas independentes</p><p>contratadas para esse fim.</p><p>4</p><p>Uma das principais funções das auditorias internas é avaliar os controles</p><p>internos e os processos operacionais da empresa, identificando áreas de risco e</p><p>oportunidades de melhoria. Isso ajuda a mitigar fraudes, erros e irregularidades,</p><p>garantindo a conformidade com regulamentos e políticas internas. Por exemplo,</p><p>uma auditoria interna pode examinar os processos de controle de estoque para</p><p>evitar desvios ou perdas (Rossetti; Andrade, 2016).</p><p>As auditorias externas têm como objetivo fornecer uma avaliação imparcial</p><p>e independente das demonstrações financeiras da empresa. Os auditores</p><p>externos revisam os registros contábeis e financeiros para garantir sua precisão e</p><p>conformidade com as normas contábeis e regulamentações aplicáveis. Um</p><p>exemplo disso seria a análise das demonstrações financeiras por uma empresa</p><p>de auditoria externa para verificar se estão em conformidade com os princípios</p><p>contábeis geralmente aceitos (Rossetti; Andrade, 2016).</p><p>Vamos então sintetizar as funções de cada tipo de auditoria.</p><p>Quadro 2 – Diferença entre auditoria interna e externa</p><p>Auditoria Explicação Exemplo</p><p>Auditoria</p><p>Interna</p><p>- Avaliação dos controles internos da empresa para</p><p>identificar áreas de risco e oportunidades de</p><p>melhoria.</p><p>- Revisão dos processos operacionais para garantir</p><p>a conformidade com regulamentos e políticas</p><p>internas.</p><p>Examinar os procedimentos</p><p>de controle de estoque para</p><p>detectar possíveis desvios</p><p>ou perdas.</p><p>Auditoria</p><p>Externa</p><p>- Revisão independente das demonstrações</p><p>financeiras para assegurar sua precisão e</p><p>conformidade com os padrões contábeis e</p><p>regulamentações aplicáveis.</p><p>- Avaliação da integridade e confiabilidade das</p><p>informações financeiras divulgadas pela empresa.</p><p>Verificar se as</p><p>demonstrações financeiras</p><p>estão em conformidade com</p><p>os princípios contábeis</p><p>geralmente aceitos.</p><p>Fonte: elaborado com base em Rossetti; Andrade, 2016; Neves, 2021.</p><p>Tanto as auditorias internas quanto as externas desempenham um papel</p><p>crucial na identificação e mitigação de riscos, o que possibilita à empresa tomar</p><p>medidas preventivas e corretivas para proteger seus ativos e reputação. Por</p><p>exemplo, ao identificar lacunas nos controles de segurança da informação durante</p><p>uma auditoria interna, a empresa pode implementar medidas adicionais para</p><p>proteger seus dados contra ameaças cibernéticas (Neves, 2021).</p><p>Outro aspecto importante é que as auditorias internas e externas</p><p>promovem a transparência e a prestação de contas dentro da empresa. Ao relatar</p><p>suas descobertas e recomendações aos principais interessados, como conselhos</p><p>de administração e acionistas, essas auditorias ajudam a construir confiança e</p><p>5</p><p>credibilidade no processo de governança corporativa (Rossetti; Andrade, 2016).</p><p>Vejamos um exemplo.</p><p>Saiba mais</p><p>Exemplo de ação de auditoria interna em governança corporativa:</p><p>avaliação dos processos de aquisição de fornecedores</p><p>Em uma empresa de manufatura, a equipe de auditoria interna decidiu</p><p>realizar uma avaliação detalhada dos processos de aquisição de fornecedores</p><p>como parte de suas atividades de governança corporativa. O objetivo era garantir</p><p>a conformidade com as políticas internas da empresa, identificar possíveis áreas</p><p>de risco e promover eficiência operacional.</p><p>1. Análise das políticas e procedimentos: a equipe de auditoria revisou</p><p>as políticas e os procedimentos de aquisição de fornecedores da empresa para</p><p>entender as diretrizes estabelecidas e os controles internos implementados. Isso</p><p>incluiu a análise dos requisitos de aprovação, os processos de seleção de</p><p>fornecedores, os critérios de avaliação de desempenho e os controles de</p><p>qualidade.</p><p>2. Exame dos registros e documentação: os auditores examinaram os</p><p>registros e a documentação relacionados aos processos de aquisição de</p><p>fornecedores, incluindo contratos, pedidos de compra, faturas e evidências de</p><p>entrega. Isso possibilitou verificar a conformidade com as políticas estabelecidas,</p><p>a precisão das transações e a adequação dos controles de documentação.</p><p>3. Entrevistas e entendimento operacional: a equipe conduziu</p><p>entrevistas com os responsáveis pelos processos de aquisição, bem como com</p><p>outros departamentos envolvidos, como compras, finanças e controle de</p><p>qualidade. Isso ajudou a obter um entendimento completo das práticas</p><p>operacionais, identificar pontos de melhoria e validar as informações obtidas por</p><p>meio da análise documental.</p><p>4. Avaliação de riscos e controles internos: os auditores identificaram e</p><p>avaliaram os principais riscos associados aos processos de aquisição de</p><p>fornecedores, como fraudes, conflitos de interesse e falhas nos controles internos.</p><p>Em seguida, revisaram os controles existentes para mitigar esses riscos e</p><p>recomendaram ajustes ou melhorias, se necessário.</p><p>6</p><p>5. Relatório e recomendações: com base nas descobertas da auditoria, a</p><p>equipe preparou um relatório detalhado, destacando pontos fortes e áreas de</p><p>preocupação nos processos de aquisição de fornecedores. Além disso,</p><p>forneceram recomendações específicas para fortalecer os controles internos,</p><p>melhorar a eficiência operacional e garantir a conformidade com as políticas</p><p>corporativas e regulamentações aplicáveis.</p><p>Essa ação de auditoria interna ilustra como a equipe pode desempenhar</p><p>um papel proativo na governança corporativa, identificando e abordando áreas de</p><p>risco e oportunidades de melhoria nos processos-chave da empresa. Ao promover</p><p>a transparência, integridade e eficiência operacional, a auditoria interna contribui</p><p>para a proteção dos interesses dos acionistas e a sustentabilidade do negócio.</p><p>Por fim, as auditorias internas e externas desempenham papéis</p><p>complementares e essenciais na governança corporativa, fornecendo uma</p><p>avaliação crítica e imparcial das operações e finanças da empresa. Ao identificar</p><p>áreas de melhoria, fortalecer controles internos e garantir a conformidade com</p><p>regulamentos, essas auditorias ajudam a proteger os interesses dos acionistas e</p><p>a promover a sustentabilidade e o crescimento do negócio.</p><p>TEMA 3 – ÉTICA PESSOAL E EMPRESARIAL: PRINCÍPIOS ÉTICOS E CÓDIGO</p><p>DE CONDUTA</p><p>A ética pessoal, com sua ação na ética empresarial, dentro do contexto da</p><p>governança corporativa, visa delinear os princípios morais que guiam o</p><p>comportamento tanto dos indivíduos quanto das organizações.</p><p>Os princípios éticos fundamentais incluem honestidade, integridade,</p><p>transparência, responsabilidade e respeito pelos direitos e dignidade de todos os</p><p>envolvidos. Esses princípios são essenciais para manter a confiança e a</p><p>credibilidade tanto internamente, entre os funcionários, quanto externamente,</p><p>entre clientes, acionistas e demais partes interessadas (Lanzini, 2020).</p><p>Um código de conduta ética é uma ferramenta fundamental na promoção e</p><p>aplicação desses princípios na governança corporativa. Esse documento</p><p>estabelece as normas e diretrizes que orientam o comportamento ético dos</p><p>funcionários e líderes da empresa, abordando questões como conflitos de</p><p>interesse, corrupção, assédio, discriminação e proteção dos dados pessoais e</p><p>empresariais. Por exemplo, um código de conduta pode proibir presentes ou</p><p>7</p><p>favores que possam influenciar as decisões de negócios dos funcionários (Lanzini,</p><p>2020; Neves, 2021).</p><p>Vejamos como elaborar um Código de Conduta.</p><p>Quadro 3 – Como elaborar o Código de Conduta</p><p>1. Identifique os valores fundamentais da empresa: antes de redigir um código de conduta, é</p><p>essencial identificar os valores que guiam as operações e as interações dentro da organização.</p><p>Esses valores servirão como a base ética para o código, orientando o comportamento dos</p><p>funcionários em diversas situações.</p><p>2. Aborde uma variedade de tópicos éticos relevantes: um código de conduta abrangente</p><p>deve abordar uma variedade de questões éticas, como conflitos de interesse, corrupção, assédio,</p><p>discriminação, uso de recursos da empresa e proteção de dados. Certifique-se de incluir políticas</p><p>e diretrizes claras para cada área, a fim de evitar mal-entendidos e comportamentos</p><p>inadequados.</p><p>3. Mantenha linguagem clara e acessível: é importante que o código de conduta seja redigido</p><p>em linguagem clara e acessível, de modo que todos os funcionários possam compreender</p><p>facilmente. Evite jargões complexos ou termos legais excessivamente técnicos, e use exemplos</p><p>concretos para ilustrar os princípios éticos em ação.</p><p>4. Estabeleça procedimentos para relatar violações: inclua no código de conduta</p><p>procedimentos claros para relatar violações éticas, garantindo que os funcionários se sintam</p><p>seguros ao denunciar comportamentos inadequados. Isso pode incluir canais de comunicação</p><p>confidenciais, como linhas diretas de denúncia ou sistemas de whistleblowing, e garantir proteção</p><p>contra retaliação.</p><p>5. Promova a integração e o treinamento: para garantir que o código de conduta seja eficaz, é</p><p>fundamental promover a integração e o treinamento regulares dos funcionários. Isso inclui</p><p>orientações sobre o código durante o processo de integração de novos funcionários e programas</p><p>de treinamento contínuo para garantir que todos compreendam e adiram aos princípios éticos</p><p>estabelecidos.</p><p>Fonte: elaborado com base em Lanzini, 2020; Neves, 2021.</p><p>Ao adotar e aplicar um código de conduta ética, as empresas demonstram</p><p>seu compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade, além de</p><p>fortalecerem sua reputação e valor no mercado. Além disso, um ambiente de</p><p>trabalho ético promove a satisfação e o engajamento dos funcionários,</p><p>contribuindo para a retenção de talentos e o aumento da produtividade e inovação.</p><p>Cabe ressaltar que a liderança desempenha um papel crucial na promoção</p><p>de uma cultura organizacional ética, servindo como modelo de comportamento e</p><p>garantindo a implementação eficaz do código de conduta. Os líderes devem</p><p>demonstrar integridade e compromisso com os valores éticos da empresa em</p><p>suas ações e decisões, inspirando confiança e respeito à toda a organização.</p><p>8</p><p>Lembre-se: a ética pessoal e empresarial é um componente essencial da</p><p>responsabilidade corporativa e da conformidade regulatória. As empresas são cada</p><p>vez mais pressionadas a agir de maneira ética e responsável em todas as suas</p><p>operações, não somente para cumprir requisitos legais, mas também para atender</p><p>às expectativas de clientes, investidores e sociedade como um todo (Neves, 2021).</p><p>TEMA 4 – COMO PROMOVER UMA CULTURA ORGANIZACIONAL ÉTICA E</p><p>RESPONSÁVEL</p><p>A cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças, normas,</p><p>comportamentos e práticas compartilhadas pelos membros de uma organização.</p><p>Ela define a identidade única da empresa e influencia profundamente a maneira</p><p>como os colaboradores interagem entre si, com os clientes e com outras partes</p><p>interessadas. Uma cultura organizacional forte e positiva pode ser um poderoso</p><p>diferencial</p><p>competitivo, promovendo o engajamento dos funcionários, a inovação</p><p>e a eficiência operacional (Santos; Benedito; Silva, 2017).</p><p>Nesse sentido, a promoção de uma cultura organizacional ética e</p><p>responsável é essencial para garantir a integridade e a sustentabilidade de uma</p><p>empresa no contexto da governança corporativa. Vejamos, a seguir, cinco</p><p>estratégias-chave para alcançar esse objetivo.</p><p>Quadro 4 – Como promover uma cultura organizacional ética e responsável</p><p>Ações Explicação Exemplo</p><p>Definir valores</p><p>e princípios</p><p>éticos claros</p><p>Estabelecer valores fundamentais que</p><p>guiam o comportamento ético da</p><p>empresa e comunicá-los amplamente.</p><p>Exemplo: definir valores como</p><p>honestidade, integridade e respeito, e</p><p>incorporá-los na missão e visão da</p><p>empresa.</p><p>Liderança</p><p>exemplar</p><p>Os líderes devem servir como</p><p>modelos de comportamento ético,</p><p>demonstrando integridade e agindo de</p><p>acordo com os valores da empresa.</p><p>Exemplo: os líderes participam</p><p>ativamente de treinamentos em ética e</p><p>integridade e mostram coerência entre</p><p>discurso e prática.</p><p>Implementar</p><p>políticas e</p><p>procedimentos</p><p>claros</p><p>Estabelecer políticas e procedimentos</p><p>que orientem o comportamento ético</p><p>dos colaboradores em diversas</p><p>situações.</p><p>Exemplo: implementar políticas de</p><p>prevenção de conflitos de interesse e</p><p>de proteção dos dados pessoais e</p><p>empresariais.</p><p>Fomentar</p><p>comunicação</p><p>aberta e</p><p>transparente</p><p>Promover um ambiente em que os</p><p>colaboradores sintam-se confortáveis</p><p>para relatar preocupações éticas sem</p><p>medo de retaliação.</p><p>Exemplo: criar canais formais de</p><p>denúncia ética e encorajar o feedback</p><p>regular sobre questões éticas.</p><p>Investir em</p><p>treinamento e</p><p>educação em</p><p>ética</p><p>oferecer programas de treinamento e</p><p>educação que capacitem os</p><p>colaboradores a tomar decisões éticas</p><p>em seu trabalho.</p><p>Exemplo: realizar workshops e</p><p>seminários sobre dilemas éticos com</p><p>estudos de caso relevantes para o</p><p>setor da empresa.</p><p>Fonte: elaborado com base em Lanzini, 2020; Santos; Benedito; Silva, 2017.</p><p>9</p><p>No Quadro 4 anterior, são destacadas cinco ações-chave para promover</p><p>uma cultura organizacional ética e responsável na governança corporativa, com</p><p>uma coluna de explicação que descreve cada ação e outra de exemplo que ilustra</p><p>como essa ação pode ser implementada na prática. Essas ações são</p><p>fundamentais para fortalecer a integridade e a sustentabilidade das empresas,</p><p>promovendo uma governança corporativa responsável e transparente. Vejamos</p><p>um exemplo.</p><p>Saiba mais</p><p>Um exemplo prático de como promover uma cultura organizacional ética e</p><p>responsável na governança corporativa pode ser por intermédio da</p><p>implementação de um programa de integridade abrangente.</p><p>Esse programa incluiria várias ações concretas.</p><p>1. Definição de valores éticos e código de conduta: a empresa</p><p>estabeleceria valores éticos fundamentais, como honestidade, respeito e</p><p>responsabilidade, e desenvolveria um código de conduta claro que define as</p><p>expectativas de comportamento ético para todos os colaboradores.</p><p>2. Treinamento em ética: seriam oferecidos treinamentos regulares em</p><p>ética para todos os colaboradores, desde os níveis mais baixos até os mais altos</p><p>da hierarquia. Esses treinamentos abordariam questões éticas relevantes para o</p><p>negócio e forneceriam orientações sobre como lidar com dilemas éticos no</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>3. Liderança exemplar: os líderes da empresa demonstrariam um</p><p>compromisso genuíno com os valores éticos da organização, agindo como</p><p>modelos de comportamento ético em suas interações com os colaboradores e</p><p>outras partes interessadas. Eles também seriam responsáveis por comunicar</p><p>regularmente a importância da ética na cultura organizacional.</p><p>4. Canais de comunicação e denúncia ética: a empresa estabeleceria</p><p>canais formais de comunicação e denúncia ética, garantindo que os</p><p>colaboradores tenham meios seguros e confidenciais para relatar preocupações</p><p>éticas ou irregularidades sem medo de retaliação.</p><p>5. Reforço positivo: a empresa reconheceria e recompensaria</p><p>publicamente os comportamentos éticos exemplares por meio de programas de</p><p>10</p><p>incentivo e reconhecimento. Isso incentivaria os colaboradores a agir de maneira</p><p>ética e contribuiria para reforçar a cultura organizacional ética e responsável.</p><p>Lembre-se: Implementando essas ações, a empresa estaria criando um</p><p>ambiente em que a ética e a integridade são valorizadas e incentivadas em todos</p><p>os níveis, promovendo uma cultura organizacional ética e responsável na</p><p>governança corporativa. Isso não só fortaleceria a reputação e a credibilidade da</p><p>empresa, mas também contribuiria para o seu sucesso em longo prazo.</p><p>TEMA 5 – NA PRÁTICA: INVESTINDO COM SEGURANÇA E ÉTICA</p><p>Confiança é uma empresa de investimentos de médio porte com 20 anos</p><p>de experiência. A empresa busca fortalecer sua governança corporativa e se</p><p>destacar no mercado pela ética e responsabilidade.</p><p>1. Funções e responsabilidades do Conselho Fiscal:</p><p>− Fiscalização das atividades da administração: monitorar a gestão da</p><p>empresa, zelando pela legalidade, economicidade e legitimidade dos</p><p>atos dos administradores;</p><p>− Exame da escrituração contábil: analisar os demonstrativos</p><p>financeiros e demais documentos contábeis da empresa;</p><p>− Opinião sobre as demonstrações financeiras: emitir parecer sobre a</p><p>regularidade das demonstrações financeiras e a adequação das práticas</p><p>contábeis;</p><p>− Convocação da Assembleia Geral: convocar a Assembleia Geral em</p><p>caso de irregularidades na gestão da empresa;</p><p>− Representação dos acionistas minoritários: defender os interesses</p><p>dos acionistas minoritários.</p><p>2. Auditorias Internas e Externas: importância e papel na governança</p><p>corporativa:</p><p>− Auditoria interna:</p><p>- Função: avaliar os processos internos da empresa, identificar falhas</p><p>e recomendar melhorias;</p><p>- Importância: aumentar a eficiência e a segurança dos processos,</p><p>prevenir fraudes e erros.</p><p>− Auditoria externa:</p><p>11</p><p>- Função: avaliar as demonstrações financeiras da empresa e emitir</p><p>uma opinião independente sobre sua regularidade;</p><p>- Importância: aumentar a confiabilidade das informações financeiras</p><p>para stakeholders, como investidores, bancos e órgãos regulatórios.</p><p>3. Ética pessoal e empresarial: princípios éticos e Código de Conduta:</p><p>− Princípios éticos:</p><p>- integridade;</p><p>- transparência;</p><p>- responsabilidade;</p><p>- justiça;</p><p>- respeito.</p><p>− Código de Conduta:</p><p>- Documento que formaliza os princípios éticos da empresa e</p><p>estabelece regras de conduta para os colaboradores;</p><p>- Deve ser claro, objetivo e de fácil acesso a todos os colaboradores.</p><p>4. Como promover uma cultura organizacional ética e responsável:</p><p>− Treinamentos periódicos: capacitar os colaboradores sobre os</p><p>princípios éticos da empresa e o código de conduta;</p><p>− Canais de denúncias: criar canais seguros para que os colaboradores</p><p>possam denunciar irregularidades;</p><p>− Reconhecimento de comportamentos éticos: reconhecer e premiar</p><p>os colaboradores que demonstram comportamentos éticos;</p><p>− Liderança ética: os líderes da empresa devem ser exemplos de</p><p>comportamento ético.</p><p>− Benefícios da governança corporativa na Confiança:</p><p>- Maior confiança dos stakeholders: aumento da confiança dos</p><p>investidores, clientes e parceiros;</p><p>- Melhoria da reputação da empresa: fortalecimento da imagem da</p><p>empresa no mercado;</p><p>- Redução de riscos: prevenção de fraudes, erros e perdas</p><p>financeiras;</p><p>- Sustentabilidade em longo prazo: crescimento sustentável e perene</p><p>da empresa.</p><p>12</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BITTENCOURT, Carlos Magno Andrioli. Governança corporativa e compliance:</p><p>planejamento e gestão estratégica. São Paulo: Contentus, 2020.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC. Guia de</p><p>orientação para o conselho fiscal. 3. ed. São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 22 mar. 2024.</p><p>LANZINI, Luiz Eduardo. Governança</p><p>corporativa e compliance: global trading.</p><p>São Paulo: Contentus, 2020.</p><p>NEVES, Edmo Colnaghi. Fundamentos de governança corporativa: riscos,</p><p>direito e compliance. Curitiba: InterSaberes, 2021.</p><p>ROSSETTI, José Pascoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa:</p><p>fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas Gen, 2016.</p><p>SANTOS, Ana Paula Pereira dos; BENEDITO, Deyse Zorzette Lisboa; SILVA,</p><p>Elisangela Leandro da. Ética e responsabilidade social nas empresas: um estudo</p><p>bibliográfico. Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de</p><p>Queirós, ano 7, n. 26, p. 1-16, jun. 2017.</p>