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<p>INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE- CAMPUS MACAÉ</p><p>HISTÓRIA</p><p>POLIANA DOS SANTOS PIERRE</p><p>4° PERÍODO</p><p>ENSAIO CRÍTICO</p><p>PROFESSOR(A): JOSÉ ERNESTO KNUST</p><p>Macaé/RJ</p><p>18 DE DEZEMBRO DE 2023</p><p>QUESTÃO 1</p><p>Ao longo dos séculos V a.C. e IX d.C., as rotas de contato entre populações da Afro-Eurásia</p><p>foram testemunhas de um intenso intercâmbio cultural, econômico e religioso. Tais rotas</p><p>desempenharam um papel crucial na difusão do budismo, do cristianismo e do islamismo,</p><p>conforme discutido nas obras "A disseminação do budismo" de Tansen Sen, "Europa Medieval"</p><p>capítulo 5 de Chris Wickham e "Da expansão árabe à era dourada" de Aline Dias da Silveira.</p><p>A obra "A disseminação do budismo" de Tansen Sen oferece uma perspectiva esclarecedora</p><p>sobre o papel das rotas de contato na propagação do budismo durante os séculos V a.C. e IX</p><p>d.C. Sen destaca a natureza dinâmica das trocas culturais ao longo das rotas, enfatizando como</p><p>os monges budistas e as comunidades mercantis desempenharam um papel vital na difusão</p><p>dessa fé.</p><p>As rotas de contato proporcionaram um ambiente propício para a expansão do budismo. Os</p><p>monges itinerantes, ao viajar através dessas rotas, não apenas levavam consigo os ensinamentos</p><p>budistas, mas também absorviam e incorporavam elementos das culturas que encontravam. Isso</p><p>resultou em uma adaptação flexível do budismo, tornando-se palatável e relevante para diversas</p><p>populações ao longo das rotas Afro-Eurásias.</p><p>Sen destaca o intercâmbio de ideias entre as regiões, evidenciando como as rotas facilitaram a</p><p>transferência de conhecimento religioso e filosófico. Essas trocas não apenas promoveram a</p><p>aceitação do budismo, mas também influenciaram sua interpretação e prática em diferentes</p><p>contextos culturais. A disseminação do budismo, portanto, não foi um processo unilateral, mas</p><p>sim um diálogo enriquecedor moldado pela diversidade das sociedades conectadas pelas rotas.</p><p>A compreensão da difusão do budismo à luz das rotas Afro-Eurásias, conforme apresentada por</p><p>Tansen Sen, destaca a importância não apenas do movimento de pessoas e mercadorias, mas</p><p>também da interação intelectual e espiritual que ocorreu ao longo dessas vias de contato.</p><p>O capítulo 5 do livro "Europa Medieval" de Chris Wickham e o artigo "Da expansão árabe à</p><p>era dourada" de Aline Dias da Silveira lançam luz sobre a influência das rotas de contato nas</p><p>trajetórias do cristianismo e do islamismo durante os séculos V a.C. e IX d.C.</p><p>Wickham explora as complexas redes de intercâmbio e comércio na Europa Medieval,</p><p>destacando como as rotas de contato desempenharam um papel crucial na formação e</p><p>transformação das sociedades europeias. O cristianismo, como uma força unificadora espiritual,</p><p>foi influenciado por essas rotas, especialmente pela interação com culturas não cristãs ao longo</p><p>das fronteiras e rotas comerciais.</p><p>Aline Dias da Silveira, ao abordar a expansão árabe e a era dourada do islamismo, ressalta a</p><p>conexão entre o movimento de pessoas, ideias e bens ao longo das rotas Afro-Eurásias. A</p><p>expansão do islamismo foi facilitada não apenas por conquistas militares, mas também por uma</p><p>intensa atividade cultural e intelectual ao longo dessas rotas. Bagdá, como um centro de</p><p>aprendizado, exemplifica como o islamismo se beneficiou da circulação de conhecimento</p><p>através dessas conexões.</p><p>Ambos os autores convergem na ideia de que as rotas de contato foram essenciais para a difusão</p><p>e consolidação do cristianismo e do islamismo. A Europa Medieval, permeada por uma</p><p>intrincada rede de rotas comerciais e culturais, testemunhou uma complexa coexistência e</p><p>interação entre essas tradições religiosas. A compreensão da difusão dessas religiões não pode</p><p>ser separada das dinâmicas das rotas Afro-Eurásias, que serviram como catalisadores de</p><p>mudança e intercâmbio nos mundos cristão e islâmico.</p><p>Ao longo dos séculos V a.C. e IX d.C., as rotas de contato entre populações da Afro-Eurásia</p><p>foram testemunhas de um intenso intercâmbio cultural, econômico e religioso. Tais rotas</p><p>desempenharam um papel crucial na difusão do budismo, do cristianismo e do islamismo,</p><p>conforme discutido nas obras "A disseminação do budismo" de Tansen Sen, "Europa Medieval"</p><p>capítulo 5 de Chris Wickham e "Da expansão árabe à era dourada" de Aline Dias da Silveira.</p><p>SILVEIRA, Aline Dias. “Da expansão árabe à era dourada”. In: SILVA, Paulo Duarte;</p><p>NASCIMENTO, Renata. Ensaios de História Medieval: temas que se renovam. Curitiba: CRV,</p><p>2019, p.141-161.</p><p>WICKHAM, Chris. “A expansão da Europa Cristã: 500-1100”. In: Europa medieval. Lisboa:</p><p>Edições 70, 2019, p.133-158.Arquivo</p><p>SEN, Tansen. “The Spread of Buddhism.” [até seção “the spread of Buddhism between the</p><p>fifth and tenth centuries]. In: KEDAR, B.; WIESNER-HANKS, M. (Orgs.). The Cambridge</p><p>World History. Vol. 5. CUP, 2015, p. 447–467.</p><p>QUESTÃO 2</p><p>A expansão e consolidação do budismo, do cristianismo e do islamismo estão intrinsecamente</p><p>ligadas à relação com o poder, envolvendo adesão, patrocínio e uso para legitimação e</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700579</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700579</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>unificação do governo em diversas regiões da Europa, Ásia e África. Analisando as obras "A</p><p>disseminação do budismo" de Tansen Sen, "Europa Medieval" capítulo 5 de Chris Wickham e</p><p>"Da expansão árabe à era dourada" de Aline Dias da Silveira, podemos identificar exemplos</p><p>históricos que ilustram essas interações complexas.</p><p>Budismo: A obra "A disseminação do budismo" de Tansen Sen destaca a influência da relação</p><p>entre religião e poder na expansão dessa tradição espiritual. Na Ásia, a adesão, patrocínio e</p><p>legitimação do budismo por governantes desempenharam um papel vital na sua difusão.</p><p>Exemplos históricos revelam essa interconexão, o caso do budismo, a relação com o poder</p><p>desempenhou um papel crucial em sua expansão. Na Índia, o imperador Ashoka é um exemplo</p><p>paradigmático. Após sua conversão ao budismo, Ashoka promoveu ativamente a disseminação</p><p>da fé, utilizando o poder estatal para patrocinar missões religiosas e construir estupas. A relação</p><p>entre budismo e poder muitas vezes envolvia o patrocínio de líderes locais. Na Ásia Central,</p><p>governantes como Kanishka, que adotou o budismo, desempenharam um papel crucial na</p><p>disseminação da fé, patrocinando a construção de estupas e promovendo o intercâmbio cultural</p><p>ao longo das rotas de contato.</p><p>As semelhanças residem na utilização do poder para legitimar e expandir a religião. Tanto na</p><p>Índia quanto na Ásia Central, líderes se tornaram patronos do budismo, contribuindo para sua</p><p>aceitação e difusão. No entanto, as diferenças surgem nas estratégias específicas adotadas por</p><p>diferentes governantes, refletindo as nuances culturais e políticas de suas regiões.</p><p>Cristianismo: Na Europa Medieval, o cristianismo tornou-se uma força unificadora sob o</p><p>patrocínio dos governantes. O exemplo do imperador Constantino é significativo. Ao adotar o</p><p>cristianismo, Constantino não apenas facilitou sua expansão, mas também o utilizou como uma</p><p>ferramenta de legitimação do poder imperial. A conversão dos governantes medievais</p><p>frequentemente resultava em uma cristianização em larga escala de seus territórios,</p><p>contribuindo para a coesão social e política.</p><p>Outro exemplo está nas práticas de patrocínio de monastérios por governantes medievais. Ao</p><p>financiar a construção de mosteiros, esses líderes buscavam consolidar seu poder, ao mesmo</p><p>tempo em que promoviam a expansão do cristianismo. Essa estratégia proporcionou uma base</p><p>religiosa sólida que contribuiu para a coesão social e política.</p><p>As semelhanças residem na utilização do cristianismo como uma ferramenta de legitimação e</p><p>unificação do poder. Governantes, como Constantino, reconheceram o potencial unificador da</p><p>religião para consolidar o governo e promover a estabilidade. No entanto, as diferenças estão</p><p>nas práticas específicas de patrocínio e na forma como o cristianismo se integrou nas estruturas</p><p>políticas locais.</p><p>Islamismo: No mundo islâmico, a expansão do islamismo frequentemente ocorreu em conjunto</p><p>com a expansão territorial. No período abordado por Aline Dias da Silveira, os califas árabes,</p><p>ao expandirem o território muçulmano, promoveram a conversão ao islamismo como parte do</p><p>processo de unificação política e social. O uso do poder para disseminar o islã era uma estratégia</p><p>que visava consolidar a identidade islâmica nas terras conquistadas.</p><p>Semelhanças e Diferenças: Há semelhanças marcantes entre os casos apresentados. Em todos</p><p>os três casos, a relação com o poder foi essencial para a expansão e consolidação das religiões.</p><p>Os líderes adotaram e promoveram ativamente as crenças como um meio de fortalecer o poder</p><p>político e promover a coesão social. No entanto, as estratégias e nuances variaram.</p><p>Diferenças notáveis incluem a abordagem mais descentralizada do budismo, onde governantes</p><p>locais desempenharam um papel significativo, em contraste com o cristianismo e o islamismo,</p><p>que frequentemente estiveram mais diretamente vinculados ao poder centralizado dos</p><p>governantes imperiais ou califas. Além disso, enquanto o cristianismo frequentemente se</p><p>difundia através da conversão de líderes, o islamismo, especialmente no início, muitas vezes</p><p>era associado à expansão territorial e à incorporação de territórios conquistados.</p><p>Em conclusão, a relação entre religião e poder desempenhou um papel determinante na</p><p>expansão do budismo, do cristianismo e do islamismo. Cada tradição religiosa adaptou-se de</p><p>maneira única à dinâmica do poder em suas respectivas regiões, moldando não apenas a esfera</p><p>religiosa, mas também a política e a identidade cultural.</p><p>SILVEIRA, Aline Dias. “Da expansão árabe à era dourada”. In: SILVA, Paulo Duarte;</p><p>NASCIMENTO, Renata. Ensaios de História Medieval: temas que se renovam. Curitiba: CRV,</p><p>2019, p.141-161.</p><p>WICKHAM, Chris. “A expansão da Europa Cristã: 500-1100”. In: Europa medieval. Lisboa:</p><p>Edições 70, 2019, p.133-158.Arquivo</p><p>SEN, Tansen. “The Spread of Buddhism.” [até seção “the spread of Buddhism between the</p><p>fifth and tenth centuries]. In: KEDAR, B.; WIESNER-HANKS, M. (Orgs.). The Cambridge</p><p>World History. Vol. 5. CUP, 2015, p. 447–467.</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700580</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700579</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700579</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>https://ead2.iff.edu.br/mod/resource/view.php?id=700719</p><p>REVISTA INTERTELAS. Conheça o imperador que há 2.300 anos foi pioneiro na adoção</p><p>de um Estado de bem-estar social. Disponível em:</p><p>https://revistaintertelas.com/2021/03/08/conheca-o-imperador-que-ha-2-300-anos-foi-</p><p>pioneiro-na-adocao-de-um-estado-de-bem-estar-social/. Acesso em: 15 dez. 2023.</p>