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<p>ZOOLOGIA DE CORDADOS I</p><p>Introdução ao filo Chordata</p><p>CIÊNCIAS BIOLÓGICAS</p><p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ</p><p>Dr. Antônio Jorge Suzart Argôlo</p><p>Dr. Cleverson Zapelini dos Santos</p><p>Me. Leonardo Borges Ribas</p><p>DCB - Zoologia</p><p>O QUE VEREMOS HOJE</p><p>Hemichordata:</p><p>• Classe Enteropneusta</p><p>• Classe Pterobranchia</p><p>Chordata:</p><p>• Origem de Chordata</p><p>• Características de Chordata</p><p>• Subfilo Urochordata</p><p>• Subfilo Cephalochordata</p><p>LEMBRANDO... SEQUÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO</p><p>Hickman, C.P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, (2018).</p><p>FILOGENIA TRADICIONAL (LINNEANA) DOS CORDADOS</p><p>Linhagens que ocorreram no passado evolutivo do grupo</p><p>Hickman, C.P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, (2018).</p><p>FILO HEMICHORDATA</p><p>Engloba organismos bentônicos vermiformes, que vivem geralmente em águas rasas. Algumas espécies coloniais</p><p>vivem em tubos que elas mesmas secretam. A maioria é sedentária ou séssil. Sua distribuição é, praticamente,</p><p>cosmopolita. Apresentam fendas faríngeas e de uma notocorda rudimentar (denominada estomocorda). Corpo</p><p>dividido em probóscide, colarinho e tronco.</p><p>Classe Enteropneusta</p><p>Classe Pterobranchia</p><p>HEMICHORDATA: ENTEROPNEUSTA</p><p>São animais vermiformes lentos, que vivem, geralmente, em galerias e sob pedras nos baixios lodosos das regiões</p><p>entremarés. Atingem de 20 a 25 mm de comprimento. O corpo revestido por muco é dividido em três regiões</p><p>distintas: uma probóscide em forma de língua, um colarinho curto e um tronco longo.</p><p>HEMICHORDATA: ENTEROPNEUSTA</p><p>A probóscide é utilizada para vasculhar o lodo, examinar o ambiente circundante e coletar o alimento através de</p><p>filamentos de muco na sua superfície. As partículas de alimento são transportadas para um sulco na borda do</p><p>colarinho, e depois para a boca, na face ventral, por meio de cílios, sendo então engolidas.</p><p>Poros branquiais localiza-se dorsolateralmente em cada lado do tronco. Os poros abrem-se a partir de câmaras</p><p>branquiais, que conectam-se a uma série de fendas branquiais.</p><p>HEMICHORDATA: ENTEROPNEUSTA</p><p>HEMICHORDATA: ENTEROPNEUSTA</p><p>• Desenvolvimento direto:</p><p>Saccoglossus kowalevskii</p><p>• Desenvolvimento indireto:</p><p>Schizocardium brasiliense (presença de larva tornaria</p><p>ciliada)</p><p>São dióicos, com fecundação externa. O desenvolvimento é indireto e algumas espécies podem apresentar uma</p><p>larva planctônica (tornaria) semelhante a dos equinodermos.</p><p>HEMICHORDATA: ENTEROPNEUSTA</p><p>Cannon et al., 2009</p><p>HEMICHORDATA: PTEROBRANCHIA</p><p>Animais pequenos, geralmente entre 1 e 7 mm de comprimento. Algumas espécies vivem juntos em tubos de</p><p>colágeno, mas são independentes.</p><p>M</p><p>ak</p><p>et</p><p>z</p><p>an</p><p>d</p><p>C</p><p>am</p><p>er</p><p>o</p><p>n</p><p>, 2</p><p>01</p><p>6.</p><p>P</p><p>ar</p><p>t</p><p>V</p><p>, S</p><p>ec</p><p>o</p><p>n</p><p>d</p><p>R</p><p>ev</p><p>is</p><p>io</p><p>n</p><p>, C</p><p>h</p><p>ap</p><p>te</p><p>r</p><p>3:</p><p>In</p><p>tr</p><p>o</p><p>d</p><p>u</p><p>ct</p><p>io</p><p>n</p><p>to</p><p>th</p><p>e</p><p>C</p><p>la</p><p>ss</p><p>P</p><p>te</p><p>ro</p><p>b</p><p>ra</p><p>n</p><p>ch</p><p>ia</p><p>La</p><p>n</p><p>ke</p><p>st</p><p>er</p><p>, 1</p><p>87</p><p>7.</p><p>Hickman, C.P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, (2018).</p><p>HEMICHORDATA: PTEROBRANCHIA</p><p>Kaul-Strehlow and Röttinger, 2015. A. Wanninger (ed.), Evolutionary Developmental Biology of Invertebrates 6: Deuterostomia 59. DOI 10.1007/978-3-7091-1856-6_2 M</p><p>ak</p><p>et</p><p>z</p><p>an</p><p>d</p><p>C</p><p>am</p><p>er</p><p>o</p><p>n</p><p>, 2</p><p>01</p><p>6.</p><p>P</p><p>ar</p><p>t</p><p>V</p><p>, S</p><p>ec</p><p>o</p><p>n</p><p>d</p><p>R</p><p>ev</p><p>is</p><p>io</p><p>n</p><p>, C</p><p>h</p><p>ap</p><p>te</p><p>r</p><p>3:</p><p>In</p><p>tr</p><p>o</p><p>d</p><p>u</p><p>ct</p><p>io</p><p>n</p><p>to</p><p>th</p><p>e</p><p>C</p><p>la</p><p>ss</p><p>P</p><p>te</p><p>ro</p><p>b</p><p>ra</p><p>n</p><p>ch</p><p>ia</p><p>La</p><p>n</p><p>ke</p><p>st</p><p>er</p><p>, 1</p><p>87</p><p>7.</p><p>Algumas espécies são dioicas e outras monoicas. A</p><p>reprodução assexuada por brotamento também pode</p><p>ocorrer, a partir de um estolão basal rastejante que se</p><p>ramifica no substrato.</p><p>Rhabdopleura sp., os indivíduos permanecem</p><p>agrupados para formar uma colônia de zooides</p><p>conectados por um estolão e protegidos no</p><p>interior de tubos secretados.</p><p>HEMICHORDATA: PTEROBRANCHIA</p><p>Cephalodiscus sp.</p><p>Rhabdopleura sp.</p><p>FILO HEMICHORDATA</p><p>RESUMÃO</p><p>• Corpo dividido em probóscide, colarinho e tronco;</p><p>• Hábitos vágil e escavador nos Enteropneusta;</p><p>pterobrânquios sésseis, a maioria colonial, vivendo</p><p>em tubos secretados;</p><p>• Sistema digestivo: completo (boca e ânus);</p><p>• Sistema reprodutor: formam colônias por</p><p>brotamento assexuado nos pterobrânquios;</p><p>reprodução assexuada por fragmentação nos</p><p>enteropneustos;</p><p>• Sistema nervoso: presença de dois cordões nervosos (dorsal e ventral), anel conectivo no colarinho (cérebro);</p><p>• Sistema excretor: um glomérulo conectado aos vasos sanguíneos;</p><p>• Sistema circulatório: aberto, com a presença de vasos sanguíneos dorsais e ventrais e um coração dorsal;</p><p>• Sistema respiratório: trocas gasosas realizadas por difusão nas fendas faringeas (Enteropneusta) e possivelmente pelos braços</p><p>e tentáculos (Pterobranchia).</p><p>ORIGEM DE CHORDATA</p><p>Hipóteses de possíveis descendências:</p><p>Grupo artrópode-anelídeo-molusco (ramo Protostomia):</p><p>Grupo hemicordado-equinodermo (ramo Deuterostomia): possível grupo-irmão dos cordados.</p><p>Compartilham com outros deuterostômios várias características importantes:</p><p>• Clivagem radial;</p><p>• Ânus derivado da primeira abertura embrionária (blastóporo);</p><p>• Boca derivada de uma abertura de origem secundária;</p><p>• Formação do celoma (dobramento do arquêntero).</p><p>abandonada</p><p>CLADOGRAMA DOS CHORDATA</p><p>Hickman, C.P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, (2018).</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS CHORDATA</p><p> Notocorda: órgão hidrostático</p><p> Tubo nervoso dorsal</p><p> Bolsas ou fendas faríngeas</p><p> Cauda pós anal</p><p> Coração ventral: circulação fechada</p><p> Endoesqueleto</p><p> Endóstilo: muco; para filtrar a alimentação</p><p>CARACTERÍSTICAS DOS CHORDATA</p><p> Notocorda: órgão hidrostático</p><p>• Tubo em forma de bastão semirrígido</p><p>• Células preenchidas de fluido</p><p>• Envolvida por uma bainha fibrosa</p><p>• Rigidez ao corpo: "estrutura esquelética" para a</p><p>fixação dos músculos (natação)</p><p>CHORDATA: SUBFILO CEPHALOCHORDATA</p><p>Animais delgados, comprimidos lateralmente, com cerca de 3 a 7 cm de comprimento, habitam os fundos arenosos</p><p>de águas costeiras.</p><p>Anfioxo - Branchiostoma lanceolatum</p><p>A água entra pela boca, dirigida por cílios</p><p>localizados na cavidade bucal e faringe,</p><p>então passa através de numerosas fendas</p><p>faríngeas, onde o alimento é capturado</p><p>pelo muco, secretado pelo endóstilo e</p><p>transportado pelos cílios para o intestino.</p><p>CHORDATA: SUBFILO CEPHALOCHORDATA</p><p>RESUMÃO</p><p>• Sistema circulatório: fechado; similar ao dos peixes; presença de coração</p><p>• Sistema nervoso: centralizado em torno de um cordão nervoso, situado acima da notocorda. Extremidade</p><p>anterior é homóloga a partes do cérebro de vertebrados;</p><p>• Órgãos dos sentidos: simples, incluindo um ocelo ímpar, anterior, que funciona como fotorreceptor;</p><p>• Sistema excretor: nefrídios consistem em grupos de podócitos; acredita-se que o sangue seja filtrado nos vasos</p><p>sanguíneos, formando a urina primária no celoma, que é então modificada pelos flagelos dos podócitos;</p><p>• Sistema respiratório: trocas gasosas realizam-se na faringe e nas pregas metapleurais da parede corporal;</p><p>• Sistema reprodutor: dióicos, com reprodução sexuada e fecundação externa. As gônadas pares libertam os</p><p>gametas dentro do átrio, pelo qual seguem para o exterior, via atrióporo;</p><p>• Sistema digestivo: filtração de partículas alimentares dispersas na água.</p><p>CHORDATA: SUBFILO UROCHORDATA (Tunicata)</p><p>Vivem em todos os mares desde as regiões entremarés até grandes profundidades. Maioria é séssil, mas alguns são</p><p>livre-nadantes. Presença de uma túnica resistente, de material inerte, que circunda o animal e contém celulose.</p><p>Hickman, C. P. et al. Principios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, (2018).</p><p>CHORDATA: SUBFILO UROCHORDATA (Tunicata)</p><p>Metamorfose de uma ascídia solitária a</p><p>partir de um estágio larval livre-nadante.</p><p>Durante a metamorfose para a fase adulta, a notocorda e a cauda desaparecem, enquanto o cordão nervoso dorsal</p><p>reduz-se a um simples gânglio.</p><p>H</p><p>ic</p><p>km</p><p>an</p><p>, C</p><p>. P</p><p>. e</p><p>t</p><p>al</p><p>. P</p><p>ri</p><p>n</p><p>ci</p><p>p</p><p>io</p><p>s</p><p>In</p><p>te</p><p>gr</p><p>ad</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>e</p><p>Zo</p><p>o</p><p>lo</p><p>gi</p><p>a.</p><p>G</p><p>u</p><p>an</p><p>ab</p><p>ar</p><p>a</p><p>K</p><p>o</p><p>o</p><p>ga</p><p>n</p><p>, (</p><p>20</p><p>18</p><p>).</p><p>CHORDATA: SUBFILO UROCHORDATA (Tunicata)</p><p>Sendo hermafroditas, os tunicados</p><p>apresentam ciclos de vida</p><p>complexos, incluindo alternância</p><p>de gerações e formação de</p><p>colônias; suas larvas assemelham-</p><p>se às de girinos, e após a existência</p><p>nadadora se metamorfoseiam em</p><p>animais adultos.</p><p>Em organismos coloniais, o ciclo de vida inclui duas fases:</p><p>a fase sexuada ocorre a partir do ovo fecundado;</p><p>a fase assexuada ocorre por brotamentos do estolão.</p><p>UROCHORDATA: CLASSE ASCIDIACEA</p><p>As ascídias podem ser solitárias, coloniais ou compostas. Cada forma colonial e</p><p>solitária tem a sua própria túnica, mas, entre as formas compostas, muitos</p><p>indivíduos podem compartilhar a mesma túnica.</p><p>Maior grupo entre os tunicados,</p><p>com 2981 espécies</p><p>UROCHORDATA: CLASSE APPENDICULARIA</p><p>Organismos com tamanho corporal médio de 5mm,</p><p>planctônicos, que apresentam uma “capa” muito</p><p>elaborada, relacionada não somente com a proteção</p><p>do organismo, mas também com a captura de</p><p>alimento.</p><p>UROCHORDATA: CLASSE THALIACEA</p><p>Animais pelágicos em forma de barril ou de um limão, com corpos gelatinosos e transparentes que, apesar do</p><p>tamanho considerável alcançado por algumas espécies, são quase invisíveis nas águas superficiais ensolaradas. Eles</p><p>ocorrem de forma solitária ou em cadeias coloniais, que podem atingir vários metros de comprimento.</p><p>CHORDATA: SUBFILO UROCHORDATA (Tunicata)</p><p>RESUMÃO</p><p>• Comuns nas regiões costeiras de todos os</p><p>continentes. A maioria das espécies são</p><p>sésseis; entretanto, os representantes</p><p>das classes Appendicularia e Thaliacea</p><p>estão adaptados a uma vida planctônica;</p><p>• Sistema circulatório: composto por um</p><p>coração ventral e vasos, que permitem</p><p>um fluxo bidirecional de sangue, sendo</p><p>único em todo o reino animal;</p><p>• Ausência de estruturas excretoras;</p><p>• Sendo hermafroditas, os tunicados apresentam ciclos de vida complexos, incluindo alternância de gerações e</p><p>formação de colônias;</p><p>• Sistema nervoso: gânglio cerebral localizado entre os dois sifões;</p><p>• Sistema respiratório: trocas gasosas ocorrem na faringe. Esta possui uma grande superfície de contato com a</p><p>água, realizando a troca de gás carbônico do sangue com o oxigênio da água.</p>