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<p>UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA</p><p>CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO</p><p>Aline Costa de Oliveira - 01508607</p><p>Denise de Aguiar Silva - 01508655</p><p>Erick William Oliveira Pinto - 01484883</p><p>Geyse Santos Dias - 01508179</p><p>José Gilmar Lopes dos Anjos Filho - 01503220</p><p>Maria Eduarda Lima Pereira - 01485191</p><p>Marizete Lopes de Oliveira Golçalves - 01507927</p><p>Rafael Rocha Mesquita - 01505062</p><p>Renata Sayuri Ouchi Martins - 01515132</p><p>Thiara Kivia Gomes dos Santos - 01505082</p><p>Victor Almeida Farias - 01566756</p><p>PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Castanhal/PA</p><p>2024</p><p>UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA</p><p>CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO</p><p>PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Trabalho avaliativo apresentado em</p><p>cumprimento das exigências da disciplina de</p><p>Organização da Administração Pública e da</p><p>Prestação de Serviços Públicos, como</p><p>requisito parcial avaliativo à obtenção de nota.</p><p>Docente: Danielle Fonseca.</p><p>Castanhal/PA</p><p>2024</p><p>1- CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:</p><p>Administração Pública é a gestão de bens e interesses qualificados da</p><p>comunidade, no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do</p><p>direito e da moral, com o fim de realizar o bem comum.</p><p>Administração Pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do</p><p>Estado que procura satisfazer as necessidades da sociedade, tais como</p><p>educação, cultura, segurança, saúde, dentre outras áreas. Em outras palavras,</p><p>Administração Pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação</p><p>de serviços públicos de forma direta e indireta através dos fenômenos de</p><p>concentração e desconcentração.</p><p>Em síntese, pode se defini-la como sendo o conjunto harmônico de</p><p>princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e atividades públicas</p><p>tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo</p><p>Estado.</p><p>A Administração Pública tem como objetivo trabalhar em favor do</p><p>interesse público e dos direitos e interesses dos cidadãos que administra. Ou</p><p>seja, nela estão duas atividades distintas como a superior de planejar e a inferior</p><p>de executar. “Administrar significa não só prestar serviço executá-lo como,</p><p>igualmente, corrigir, governar, exercer à vontade com objetivo de obter um</p><p>resultado útil e que até, em sentido vulgar, administrar quer dizer traçar programa</p><p>de ação e executá-lo” (Di Pietro, 2010, p.44).</p><p>2- CONCEITO DE PRINCÍPIOS À LUZ DE ROBERT ALEXY E RONALD</p><p>DWORKIN:</p><p>2.1- SEGUNDO ROBERT ALEXY:</p><p>Para Robert Alexy, os princípios são mandamentos de otimização, são</p><p>normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível</p><p>dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Princípios são, por</p><p>conseguinte, mandamentos de otimização que são caracterizados por poderem</p><p>ser satisfeitos em graus variados e pelo fato que a medida devida de sua</p><p>satisfação não depende de suas possibilidades fáticas, mas também de</p><p>possibilidades jurídicas. (Alexy, 2015p.90)</p><p>Um exemplo de casos mais simples foi o de uma empresa alemã que</p><p>vendia bolinhos de arroz com cobertura de chocolate. Muitos consumidores</p><p>passaram a reclamar por terem sido enganados ao pensar que o bolo era todo</p><p>de chocolate.</p><p>Dois direitos entraram em conflito: a liberdade do profissional</p><p>empreender e fazer seu bolinho com fina cobertura de chocolate e a</p><p>proteção do consumidor, que deve ser protegido de gastar dinheiro por</p><p>engano. O governo alemão então baixou uma norma com a proibição total da</p><p>comercialização dos bolinhos e o caso foi parar no Judiciário.</p><p>A solução encontrada pelo Tribunal Alemão, segundo Robert Alexy, foi a</p><p>de que não haveria necessidade de proibir a venda dos bolinhos. A medida</p><p>menos agressiva foi colocar uma tarja explícita avisando que se tratava de</p><p>bolinho de arroz com cobertura de chocolate.</p><p>De acordo com Alexy, todos os princípios têm o mesmo valor e peso</p><p>caso colidam, deve ser ponderado no caso concreto qual princípio deve</p><p>prevalecer para fazer justiça. Não se resolve conflitos eliminando um dos</p><p>princípios do rol de princípios; também não se estabelece uma regra geral pela</p><p>qual um dos princípios prevalece diante do outro, e tampouco se estabelece uma</p><p>regra de exceção, pela qual em tese um princípio prevalece, mas que em certos</p><p>casos pode prevalecer o outro.</p><p>Assim não existe uma prevalência absoluta diante de um princípio diante</p><p>do outro, o que ocorre é que certos princípios têm precedência em face do outro</p><p>sob determinadas condições. Em suma o conflito entres princípio se resolve na</p><p>dimensão do valor.</p><p>2.2- SEGUNDO RONALD DWORKIN:</p><p>Dworkin é um autor de senso crítico, analisando diversos fatores que</p><p>contribuíram no momento de realizar uma interpretação do direito, no qual tenta</p><p>decidir sobre a “melhor luz”, ou seja busca soluções do caso por meio de</p><p>análise e interpretações. Em linhas gerais a interpretação construtiva é uma</p><p>questão de impor propósito a um objeto e prática, a fim de torná-lo melhor</p><p>exemplo possível da forma ou do gênero aos quais se imaginam que pertençam</p><p>(Dworkin, p 64,1999).</p><p>“Os juízes devem tomar suas decisões sobre o</p><p>“common law” com base em princípios, não em</p><p>política (...)” (Dworkin, p.292, 1999)</p><p>Dworkin trabalha com uma argumentação pós-positivista que mesmo</p><p>quando nenhuma regra regular o caso, o juiz mesmo assim tem o dever de</p><p>descobrir quais são os direitos das partes e decidir da melhor maneira possível</p><p>ao invés de simplesmente inventar novos direitos. Diante disso, nos casos</p><p>difíceis, como diria Dworkin, que se alcance a melhor luz dos fatos, devemos</p><p>ir além do ordenamento jurídico, além das leis positivadas para que se</p><p>alcance uma interpretação correta.</p><p> Nessa perspectiva, iremos abordar os Princípios que regem a</p><p>Administração Pública, que são divididos em Princípios Expressos e</p><p>Princípios Implícitos.</p><p>3. PRINCÍPIOS EXPRESSOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Breve introdução ao Regime Jurídico Administrativo por Maria Sylvia Zanella Di</p><p>Pietro:</p><p>A expressão regime jurídica da Administração Pública é utilizada para</p><p>designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a</p><p>que pode submeter-se a Administração Pública. Já a expressão regime jurídico</p><p>administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de</p><p>conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração</p><p>Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-</p><p>administrativa.</p><p>Basicamente, pode-se dizer que o regime administrativo se resume a duas</p><p>palavras apenas: prerrogativas e sujeições.</p><p>O Direito Administrativo nasceu sob a égide do Estado liberal, em cujo seio</p><p>se desenvolveram os princípios do individualismo em todos os aspectos,</p><p>inclusive o jurídico; paradoxalmente, o regime administrativo traz em si traços de</p><p>autoridade, de supremacia sobre o indivíduo, com vistas à consecução de fins</p><p>de interesse geral.</p><p>Assim, o Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se baseado em</p><p>duas ideias opostas: de um lado, a proteção aos direitos individuais frente ao</p><p>Estado, que serve de fundamento ao princípio da legalidade, um dos esteios do</p><p>Estado de Direito; de outro lado, a de necessidade de satisfação dos</p><p>interesses coletivos, que conduz à outorga de prerrogativas e privilégios</p><p>para a Administração Pública, quer para limitar o exercício dos direitos</p><p>individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder de polícia), quer para a</p><p>prestação de serviços públicos.</p><p>Isto significa que a Administração Pública possui prerrogativas ou</p><p>privilégios, desconhecidos na esfera do direito privado, tais como a</p><p>autoexecutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e</p><p>serviços, o de ocupar temporariamente o imóvel alheio,</p><p>o de instituir servidão, o</p><p>de aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir unilateralmente os</p><p>contratos, o de impor medidas de polícia. Goza, ainda, de determinados</p><p>privilégios como a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo,</p><p>processo especial de execução, presunção de veracidade de seus atos.</p><p>Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a Administração</p><p>em posição de supremacia perante o particular, sempre com o objetivo de</p><p>atingir o benefício da coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a</p><p>sua atividade a determinados fins e princípios que, se não observados,</p><p>implicam desvio de poder e consequente nulidade dos atos da Administração.</p><p>Dos Princípios Expressos na Constituição Federal em seu artigo 37º, Caput, por</p><p>Maria Sylvia Zanella Di Pietro: LIMPE.</p><p>3.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE</p><p>Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer</p><p>o que a lei permite. No âmbito das relações entre particulares, o princípio</p><p>aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o que a lei</p><p>não proíbe.</p><p>No direito positivo brasileiro, esse postulado, além de referido no artigo 37,</p><p>está contido no artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal que, repetindo</p><p>preceito de Constituições anteriores, estabelece que “ninguém será obrigado</p><p>a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.</p><p>Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por simples ato</p><p>administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor</p><p>vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.</p><p>Exemplo: Um servidor público só pode aplicar uma multa se houver uma lei que</p><p>expressamente permita essa sanção para a infração cometida. Se ele aplicar a</p><p>multa sem base legal, a ação será considerada ilegal, violando o princípio da</p><p>legalidade, que exige que a administração pública atue estritamente de acordo</p><p>com a lei.</p><p>3.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE</p><p>Exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar que esse</p><p>atributo deve ser observado em relação aos administrados como à própria</p><p>Administração. No primeiro sentido, o princípio estaria relacionado com a</p><p>P</p><p>ri</p><p>n</p><p>cí</p><p>p</p><p>io</p><p>s</p><p>B</p><p>ás</p><p>ic</p><p>o</p><p>s:</p><p>A</p><p>rt</p><p>. 3</p><p>7</p><p>,</p><p>ca</p><p>p</p><p>u</p><p>t,</p><p>C</p><p>F.</p><p>Princípio da</p><p>Legalidade</p><p>Princípio da</p><p>Impessoalidade</p><p>Princípio da</p><p>Moralidade</p><p>Princípio da</p><p>Publicidade</p><p>Princípio da</p><p>Eficiência</p><p>finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que</p><p>a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas</p><p>determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o</p><p>seu comportamento.</p><p>Aplicação desse princípio encontra-se, por exemplo, no artigo 100 da</p><p>Constituição, referente aos precatórios judiciais; o dispositivo proíbe a</p><p>designação de pessoas ou de casos nas dotações orçamentárias e nos créditos</p><p>adicionais abertos para esse fim. No segundo sentido, o princípio significa,</p><p>segundo José Afonso da Silva (2003:647), baseado na lição de Gordillo que “os</p><p>atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os</p><p>pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de</p><p>sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente</p><p>manifesta a vontade estatal”.</p><p>A própria Constituição dá uma consequência expressa a essa regra,</p><p>quando, no § 1º do artigo 37, proíbe que conste nome, símbolos ou imagens que</p><p>caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em</p><p>publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos</p><p>públicos”.</p><p>Exemplo: Ao contratar um prestador de serviços, um órgão público deve</p><p>escolher a proposta mais vantajosa para o interesse público, independentemente</p><p>de qualquer relação pessoal entre o servidor responsável pela contratação e os</p><p>licitantes. Se o servidor escolher um prestador com base em amizade ou</p><p>favoritismo, ele estará violando o princípio da impessoalidade.</p><p>3.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE</p><p>Licitude e honestidade seriam os traços distintivos entre o direito e a</p><p>moral, numa aceitação ampla do brocardo segundo o qual non omne quod licet</p><p>honestum est (nem tudo o que é legal é honesto).</p><p>Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o</p><p>comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona</p><p>juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons</p><p>costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de</p><p>equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da</p><p>moralidade administrativa.</p><p>O mesmo autor demonstra ter sido Maurice Hauriou o primeiro a cuidar do</p><p>assunto, tendo feito a sua colocação definitiva na 10ª edição do Précis de Droit</p><p>Administratif, onde define a moralidade administrativa como o “conjunto de</p><p>regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração”; implica saber</p><p>distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o</p><p>conveniente e o inconveniente, mas também entre o honesto e o desonesto; há</p><p>uma moral institucional, contida na lei, imposta pelo Poder Legislativo, e há a</p><p>moral administrativa, que “é imposta de dentro e vigora no próprio ambiente</p><p>institucional e condiciona a utilização de qualquer poder jurídico, mesmo o</p><p>discricionário”.</p><p>Exemplo: Um servidor público utiliza o carro oficial da prefeitura para ir a uma</p><p>festa particular durante o final de semana. Mesmo que o veículo pertença ao</p><p>poder público e o servidor tenha acesso a ele para desempenhar suas funções,</p><p>o uso para fins pessoais é uma prática imoral. Isso desrespeita o princípio da</p><p>moralidade, que exige que os agentes públicos utilizem os recursos públicos</p><p>exclusivamente para fins que atendam ao interesse público e não para proveito</p><p>pessoal.</p><p>3.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE</p><p>A publicidade, adverte José Afonso da Silva, “sempre foi tida como um</p><p>princípio administrativo porque se entende que o Poder Público, por ser</p><p>público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os</p><p>administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores</p><p>estão fazendo. Especialmente exige-se que se publiquem atos que devam surtir</p><p>efeitos externos, fora dos órgãos da Administração.”</p><p>Dessa forma, a publicidade dos atos e decisões, além de assegurar a</p><p>respectiva eficácia e produzir efeitos externos, visa propiciar aos interessados</p><p>diretos o seu conhecimento, bem como o controle por aqueles por eles atingidos</p><p>e pelo povo em geral, através dos instrumentos que a Constituição e a Lei põe à</p><p>disposição da sociedade: ação popular, ação civil pública, ação de ressarcimento</p><p>de danos aos cofres públicos, mandado de segurança coletivo, habeas-data,</p><p>direito de petição, ação direta de declaração de inconstitucionalidade.</p><p>Tendo em vista que, a administração pública deve representar o interesse</p><p>coletivo, dar publicidade aos seus atos possibilita que qualquer pessoa questione</p><p>a atividade administrativa.</p><p>Exemplo: podemos ter a lista de candidatos aprovados em um concurso público,</p><p>licitação para uma obra pública, valor total de uma obra, leilões etc.</p><p>3.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA</p><p>Este princípio rege que, a atividade estatal e todas as suas competências</p><p>devem ser norteadas e exercitadas do modo mais satisfatório possível. O Estado</p><p>deve observar e direcionar sua atividade com uma otimização do uso dos</p><p>recursos, para que tenhamos uma utilização dos encargos estatais mais</p><p>ampla e célere. Porém, tal utilização não pode privilegiar a busca pela eficiência</p><p>econômica em detrimento de valores e princípios fundamentais.</p><p>“…a eficácia administrativa determina que os fins</p><p>buscados pela Administração devem ser realizados</p><p>segundo o menor custo econômico possível,</p><p>o que</p><p>não é sinônimo da obtenção do maior lucro.” (Justen</p><p>Filho, Marçal. Curso de Direito Administrativo.</p><p>Editora Revista dos Tribunais, 2015.)</p><p>“É o mais moderno princípio da função</p><p>administrativa, que já não se contenta em ser</p><p>desempenhada apenas com legalidade, exigindo</p><p>resultados positivos, para o serviço público e</p><p>satisfatório atendimento das necessidades da</p><p>comunidade e de seus membros. ” (Meirelles, Hely</p><p>Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:</p><p>Malheiros, 1996.)</p><p>Desta feita, o Princípio da Eficiência é aquele que orienta a Administração</p><p>Pública a tomar suas decisões baseada no interesse da coletividade.</p><p>É considerado também uma peça chave na mudança de paradigma da</p><p>Administração Pública. Pois, é em função dele que regras que otimizam a</p><p>atuação estatal são inseridas em nosso ordenamento jurídico. Serve como um</p><p>norteador da atuação do Estado e dos agentes públicos em cada circunstância,</p><p>visto que, permitem que o administrador tenha liberdade de atuar buscando</p><p>salvaguardar o interesse público.</p><p>Exemplos: Prestando os serviços públicos voltados aos cidadãos; Adotando</p><p>mudanças e inovações que satisfaçam o interesse público e respeitem a</p><p>legalidade.</p><p>4. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Os princípios implícitos são aqueles que não estão explicitamente</p><p>mencionados na Constituição Federal, mas que são reconhecidos e</p><p>fundamentais para a administração pública. Eles decorrem do seu sistema, dos</p><p>seus valores e dos seus princípios gerais, podendo ser inferidos a partir de</p><p>normas e dispositivos esparsos em leis infraconstitucionais.</p><p>Dessa forma, eles se aplicam a toda a administração pública,</p><p>complementando e reforçando os princípios explícitos previstos no art. 37 da</p><p>CF/88.</p><p>4.1 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO</p><p>Esse princípio reflete os poderes da administração pública, os quais são</p><p>utilizados para resguardar os interesses da coletividade como um todo, trata-se,</p><p>na atual ordem jurídica, de um princípio implícito, isto é, que não está</p><p>expressamente escrito ou codificado em leis, constituições, ou outros</p><p>documentos jurídicos, mas que pode ser inferido por meio de outros princípios</p><p>(Oliver 2022, p.9).</p><p>Ademais, esse princípio determina que o interesse de todos os cidadãos</p><p>é mais relevante do que os individuais. Para o mesmo autor, existirá sempre</p><p>uma” superioridade “ quando o interesse coletivo estiver presente. Em outras</p><p>palavras, este princípio estabelece que, em qualquer conflito entre o interesse</p><p>público (coletividade) e o interesse privado (individual), o primeiro deve</p><p>prevalecer para assegurar a ordem social, o desenvolvimento econômico, a</p><p>segurança e a justiça social.</p><p>Nesse entendimento, como o interesse público é considerado mais</p><p>importante do que o interesse individual, já que o Estado, ao exercer suas</p><p>funções, tem como finalidade principal garantir o bem-estar coletivo e atender às</p><p>necessidades da sociedade como um todo, a Administração Pública dispõe de</p><p>uma série de prerrogativas, isto é, poderes especiais não extensivos aos</p><p>particulares. A exemplo de tais prerrogativas, tem-se: a desapropriação para</p><p>utilidade pública.</p><p>Exemplo: A desapropriação é um exemplo clássico da supremacia do interesse</p><p>público. Quando o Estado necessita de um imóvel particular para a construção</p><p>de uma obra pública, como uma estrada, escola, hospital, ou infraestrutura de</p><p>saneamento, ele pode desapropriar a propriedade, mediante pagamento de</p><p>indenização justa, prévia e em dinheiro. Nesse caso, o interesse público (como</p><p>a construção de uma rodovia que beneficia a coletividade) prevalece sobre o</p><p>interesse individual do proprietário.</p><p>No entanto, é válido salientar que a aplicação desse princípio deve sempre</p><p>respeitar os direitos e garantias individuais previstos na Constituição,</p><p>especialmente em um Estado Democrático de Direito. A supremacia do interesse</p><p>público jamais deverá ser invocada para justificar abusos ou arbitrariedades</p><p>4.2 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO DIREITO PÚBLICO</p><p>Relativo à indisponibilidade do interesse público, OLIVER 2022 enuncia</p><p>que o administrador, considerado um agente público, é um mero gestor da</p><p>coisa alheia, dessa forma, não podendo apropriar-se no sentido de dispor, ou</p><p>seja, de se desfazer dos deveres da administração, chamado de poder-dever</p><p>de agir, dito de outro modo, o agente público tem o poder, todavia,</p><p>concomitantemente tem-se o dever de agir, uma vez que o interesse público</p><p>é indisponível.</p><p>Em outros termos, os agentes públicos não têm poder de disposição sobre</p><p>o patrimônio público, pois este deve ser sempre utilizado em favor da</p><p>coletividade, sendo vedada qualquer forma de alienação, renúncia ou</p><p>concessão sem previsão legal ou sem a observância do interesse público. Esse</p><p>princípio visa assegurar a moralidade, a legalidade e a eficiência na gestão</p><p>pública.</p><p>Exemplo: Para melhor elucidar a temática podemos citar a Proibição de</p><p>Alienação de Bens Públicos Sem Lei. A venda, doação ou permuta de bens</p><p>públicos depende de autorização legislativa e de um processo administrativo que</p><p>justifique a medida. Um prefeito, por exemplo, não pode decidir unilateralmente</p><p>vender um terreno pertencente ao município sem cumprir o devido processo</p><p>legal e demonstrar que essa alienação atende ao interesse público.</p><p>Logo, considerando o exposto acerca dos princípios sobre a Supremacia</p><p>do Interesse Público, bem como a Indisponibilidade do Interesse Público,</p><p>evidencia-se que tais princípios desempenham papéis fundamentais no que</p><p>concerne ao direito administrativo, pois orientam na atuação do Estado e na</p><p>proteção dos direitos da sociedade. Estes princípios garantem que as ações do</p><p>governo estejam sempre direcionadas ao bem-estar coletivo e ao interesse da</p><p>comunidade como um todo.</p><p>4.3 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA</p><p> Definição de Autotutela</p><p>O princípio da autotutela (ou poder de autotutela) permite que à</p><p>Administração Pública reveja seus próprios atos, seja anulando-os por motivo de</p><p>legalidade ou revogando-os em decorrência do mérito administrativo, isto é,</p><p>conveniência e oportunidade.</p><p> Importância do Princípio</p><p>Este princípio garante que a administração pública possa corrigir seus</p><p>próprios erros sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para isso,</p><p>agindo de forma autônoma para manter a legalidade e a higidez de seus</p><p>atos. Assim, a autotutela reforça a ideia de que a administração pública deve</p><p>atuar sempre em conformidade com a lei e em busca do interesse público.</p><p> Contexto Jurídico</p><p> Fundamentação Legal</p><p>Tal preceito encontra respaldo tanto na legislação quanto na</p><p>jurisprudência, vejamos: Art. 53 da Lei 9.784/99.</p><p> Jurisprudência</p><p>A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício</p><p>de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,</p><p>respeitados os direitos adquiridos. Súmula 473 do STF.</p><p> Aplicação do Princípio</p><p>A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios</p><p>que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por</p><p>motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e</p><p>ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.</p><p> Iniciativa e Tipos de Revisão</p><p>A administração pública pode revisar e corrigir seus atos de ofício (por</p><p>iniciativa própria) ou mediante provocação de terceiros interessados. Os tipos de</p><p>revisão e correção incluem:</p><p> Anulação: Ato que declara a nulidade de um ato administrativo por ser</p><p>ilegal, desde a sua origem. Pode ocorrer a qualquer tempo, pois a</p><p>nulidade é considerada como inexistência.</p><p> Revogação: Ato que extingue um ato administrativo válido, mas</p><p>inconveniente ou inoportuno. Pode ocorrer</p><p>apenas se houver um motivo</p><p>de conveniência administrativa e dentro do prazo de 5 anos.</p><p>https://blog.1doc.com.br/interesse-publico/</p><p> Retificação: Alteração de um ato administrativo para corrigir erros</p><p>materiais.</p><p> Processo Administrativo</p><p> Para a revisão e correção de atos administrativos, a administração pública</p><p>deve seguir um processo administrativo formal, que inclui as seguintes</p><p>etapas:</p><p> Instauração: O processo pode ser instaurado por iniciativa da própria</p><p>administração ou por solicitação do interessado. Deve ser formalmente</p><p>aberto e registrado.</p><p> Notificação: As partes envolvidas ou afetadas pelo ato a ser revogado,</p><p>anulado ou corrigido devem ser notificadas. A notificação pode ser feita</p><p>por meio de publicação no Diário Oficial ou por comunicação direta,</p><p>dependendo da natureza do ato e do impacto sobre os indivíduos.</p><p> Citação e Defesa: O interessado deve ser citado para apresentar defesa,</p><p>alegações e provas no prazo estabelecido, que geralmente é de 10 a 30</p><p>dias, conforme a complexidade do caso.</p><p> Instrução: A administração deve reunir todos os elementos necessários</p><p>para a decisão, analisando a legalidade, conveniência e mérito do ato</p><p>administrativo.</p><p> Decisão: Após a análise e a instrução do processo, é proferida uma</p><p>decisão fundamentada que pode resultar na anulação, revogação ou</p><p>correção do ato administrativo.</p><p> Prazos</p><p>Os prazos para a revisão e correção de atos administrativos são definidos</p><p>pela legislação e pela natureza do ato:</p><p> Para anulação: Não há prazo específico, pois pode ser feito a qualquer</p><p>tempo, considerando que o ato é nulo desde o início.</p><p> Para revogação: A revogação deve ocorrer dentro do prazo de 5 anos a</p><p>partir da data em que o ato se tornou efetivo.</p><p> Para retificação: Pode ser feita a qualquer tempo, desde que o erro seja</p><p>identificado e corrigido adequadamente.</p><p> Relacionado a outros princípios e garantias:</p><p>A revisão e correção de atos administrativos devem respeitar princípios e</p><p>garantias, como:</p><p> Princípio da Legalidade: Todos os atos devem estar em conformidade</p><p>com a lei.</p><p> Princípio do Devido Processo Legal: As partes devem ter a</p><p>oportunidade de se manifestar e apresentar defesa.</p><p> Princípio da Publicidade: A transparência das decisões deve ser</p><p>assegurada através da publicação.</p><p>Esses procedimentos visam assegurar que a administração pública atue</p><p>de maneira justa e conforme a lei, garantindo a correção de atos administrativos</p><p>de forma adequada e transparente.</p><p> Exemplos Práticos</p><p></p><p>Anulação de contrato administrativo</p><p>Exemplo: Uma prefeitura firma um contrato com uma empresa para a</p><p>construção de uma escola, mas descobre que a empresa apresentou</p><p>documentos fraudulentos durante o processo licitatório. A administração pode</p><p>anular o contrato, considerando-o nulo devido à ilegalidade detectada.</p><p>Revogação de benefícios ou auxílios</p><p>Exemplo: Um programa de assistência social concede benefícios a famílias em</p><p>situação de vulnerabilidade. Após uma auditoria, é descoberto que alguns</p><p>beneficiários não atendem aos critérios estabelecidos para o recebimento do</p><p>benefício. A administração pode cancelar esses benefícios para corrigir a</p><p>situação e garantir que os recursos sejam direcionados corretamente.</p><p>4.4 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO</p><p>Esse princípio exige que todos os atos administrativos sejam</p><p>acompanhados de uma justificativa ou fundamentação que explique as razões e</p><p>a base legal para a decisão tomada. Esse princípio está diretamente relacionado</p><p>à transparência, à legalidade e à proteção dos direitos dos cidadãos.</p><p> Atos Vinculados</p><p>Definição: Atos vinculados são aqueles em que a administração pública tem</p><p>pouca ou nenhuma margem de escolha. A lei ou norma aplicável estabelece de</p><p>forma detalhada e rígida como o ato deve ser praticado, não permitindo que o</p><p>administrador faça juízos de valor ou escolha entre diferentes alternativas.</p><p> Motivação dos Atos Vinculados:</p><p> Necessidade de Fundamentação: Mesmo em atos vinculados, é</p><p>necessário que a administração forneça uma motivação que explique o</p><p>cumprimento dos requisitos legais e regulamentares. A motivação deve</p><p>demonstrar que todos os critérios e condições estabelecidos pela lei</p><p>foram atendidos.</p><p> Exemplo: Um exemplo típico é a concessão de aposentadoria a um</p><p>servidor público que cumpre todos os requisitos legais para a</p><p>aposentadoria. O ato administrativo, neste caso, deve ser fundamentado</p><p>na verificação de que o servidor preencheu todos os requisitos legais para</p><p>a concessão, como tempo de serviço e idade mínima.</p><p> Atos Discricionários</p><p>Definição: Atos discricionários são aqueles em que a administração pública</p><p>possui certa margem de escolha para decidir como proceder, dentro dos limites</p><p>estabelecidos pela lei. O administrador pode avaliar e escolher entre diferentes</p><p>alternativas, sempre respeitando os princípios legais e o interesse público.</p><p> Motivação dos Atos Discricionários:</p><p>Necessidade de Fundamentação e Justificativa: A motivação de atos</p><p>discricionários deve detalhar a escolha feita pela administração,</p><p>explicando os critérios e razões que levaram à decisão. Isso permite</p><p>verificar se a escolha feita é razoável, proporcional e compatível com os</p><p>objetivos da administração pública.</p><p>Exemplo: A concessão de um incentivo fiscal para uma determinada</p><p>indústria é um exemplo de ato discricionário. A administração deve</p><p>justificar a decisão, indicando os motivos pelos quais a empresa foi</p><p>escolhida, como impacto econômico positivo, criação de empregos ou</p><p>outros fatores relevantes.</p><p> TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES</p><p>Essa teoria reforça que os motivos que levaram a Administração a decidir</p><p>seus atos sejam de fato os motivos que foi por ela motivados, caso contrário os</p><p>atos serão passiveis de anulação ou revogação.</p><p>4.5 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE</p><p>O princípio da razoabilidade é um dos pilares do direito administrativo e da</p><p>atuação da Administração Pública. Ele se refere à necessidade de que as</p><p>decisões administrativas sejam tomadas com critérios racionais, justos e</p><p>equilibrados, evitando excessos ou arbitrariedades. A razoabilidade busca</p><p>garantir que as ações do Estado sejam adequadas às circunstâncias e respeitem</p><p>os direitos dos indivíduos.</p><p>Estrutura do Princípio da Razoabilidade</p><p> Finalidade: As ações da Administração Pública devem sempre ter um</p><p>propósito legítimo e estar orientadas ao interesse público.</p><p> Adequação: Às medidas adotadas devem ser adequadas para alcançar</p><p>os fins que se propõem, respeitando as condições e limites estabelecidos</p><p>pela legislação e pela moral administrativa.</p><p> Proporcionalidade: Embora distinto, o princípio da razoabilidade se</p><p>relaciona com o princípio da proporcionalidade, que exige que os meios</p><p>utilizados sejam proporcionais aos fins desejados.</p><p>Aplicações do Princípio da Razoabilidade na Administração Pública</p><p> Atos Administrativos: A razoabilidade é um critério fundamental para a</p><p>análise da legalidade e legitimidade dos atos administrativos. Quando um</p><p>ato administrativo é questionado, deve-se avaliar se ele é razoável em</p><p>relação aos fatos e ao contexto em que foi praticado.</p><p> Sanções e Penalidades: Na aplicação de sanções administrativas, o</p><p>princípio da razoabilidade exige que as penalidades sejam proporcionais</p><p>à gravidade da infração</p><p> Licitações e Contratos: Durante o processo de licitação e na execução</p><p>de contratos administrativos, a razoabilidade garante que as exigências e</p><p>condições impostas aos licitantes sejam justas e pertinentes ao objeto do</p><p>contrato.</p><p> Intervenções em Direitos dos Cidadãos: Quando a Administração</p><p>Pública decide restringir direitos ou liberdades, a razoabilidade exige que</p><p>essa restrição seja justificada, necessária e adequada ao fim que se</p><p>busca alcançar. Em resumo, o princípio da razoabilidade atua como</p><p>um</p><p>balizador da ação estatal, promovendo justiça e equidade nas relações</p><p>entre o Estado e os indivíduos.</p><p>4.6 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE</p><p>O princípio da proporcionalidade é um elemento fundamental no direito</p><p>administrativo, sendo essencial para garantir que as ações da Administração</p><p>Pública sejam justas, razoáveis e equilibradas. Este princípio atua como um</p><p>critério de controle das decisões administrativas, assegurando que as medidas</p><p>adotadas pela Administração não sejam excessivas ou desproporcionais em</p><p>relação aos fins que se pretendem alcançar.</p><p>Estrutura do Princípio da Proporcionalidade</p><p> Adequação: A medida deve ser capaz de alcançar o objetivo pretendido.</p><p>Por exemplo, uma normatização que visa a segurança pública deve,</p><p>efetivamente, contribuir para a redução da criminalidade.</p><p> Necessidade: A ação deve ser a menos restritiva possível. Se houver</p><p>alternativas menos onerosas que possam alcançar o mesmo resultado,</p><p>estas devem ser priorizadas.</p><p> Proporcionalidade em sentido estrito: Deve haver um equilíbrio entre</p><p>os meios utilizados e os fins desejados. A lesão aos direitos individuais</p><p>não deve ser desproporcional aos benefícios que a medida traz para a</p><p>sociedade.</p><p>Aplicação do Princípio da Proporcionalidade na Administração Pública.</p><p>1. Controle de Atos Administrativos: O princípio da proporcionalidade é</p><p>utilizado para avaliar a legitimidade dos atos administrativos. Quando um</p><p>ato restritivo de direitos é questionado, deve-se analisar se a medida é</p><p>adequada, necessária e proporcional em relação ao objetivo que se</p><p>busca.</p><p>2. Sanções Administrativas: No âmbito das sanções, a proporcionalidade</p><p>garante que a pena aplicada seja compatível com a gravidade da infração</p><p>cometida. Isso evita punições excessivas que poderiam configurar abuso</p><p>de poder.</p><p>3. Regulamentações e Normas: Ao criar regulamentações, a</p><p>Administração Pública deve considerar a proporcionalidade entre os</p><p>meios utilizados e os fins desejados. Isso se aplica, por exemplo, em</p><p>legislações que tratam de saúde pública, segurança e meio ambiente,</p><p>onde as medidas devem ser justas em relação ao impacto que causam.</p><p>4.7 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO</p><p>Os serviços públicos devem ser prestados de forma regular, contínua</p><p>e eficiente dos serviços públicos, que são essenciais para o atendimento das</p><p>necessidades e expectativas da sociedade, assim, evitando interrupções que</p><p>possam prejudicar os cidadãos. A administração pública deve evitar a</p><p>interrupção, a paralisação ou a deterioração dos serviços públicos, salvo por</p><p>motivo de força maior ou de interesse público.</p><p>Isso porque é justamente pelos serviços públicos que o Estado</p><p>desempenha suas funções essenciais ou necessárias à coletividade.</p><p>Exemplo: Um exemplo do princípio da continuidade do serviço público é a</p><p>atuação da Administração Pública quando o contrato de concessão de um</p><p>serviço público termina. Neste caso, o Estado é responsável por continuar a</p><p>prestar o serviço até que seja realizada uma nova licitação. Isso porque, eles</p><p>têm que garantir aos cidadãos qualidade, a acessibilidade e a universalidade dos</p><p>serviços públicos.</p><p>4.8 PRINCÍPIO DA FINALIDADE</p><p>Este Princípio, para alguns doutrinadores, é um subprincípio do Princípio</p><p>da Impessoalidade, este previsto no Art. 37 da CF, enquanto que para outros é</p><p>um desdobramento ou consequência. Em tese, a administração pública deve</p><p>sempre agir com a finalidade de promover o interesse público e o bem</p><p>comum. O administrador não pode buscar outro objetivo ou praticá-lo com</p><p>interesse próprio ou de terceiros.</p><p>Desta forma, todo ato administrativo, necessariamente, precisa ter uma</p><p>finalidade, que é o bem jurídico objetivado, que deve ser de interesse público</p><p>e o seu regramento escrito, constituindo-se essa premissa no Princípio da</p><p>Finalidade. Assim, é certo dizer que a competência funcional do agente</p><p>público e a finalidade são requisitos que legitimam o ato administrativo, e</p><p>que a ausência de qualquer desses requisitos poderá tornar o ato administrativo</p><p>inexistente.</p><p>Exemplo: Um exemplo de aplicação do princípio da finalidade na administração</p><p>pública é a exigência de concursos públicos para ingresso no serviço público.</p><p>Esse princípio estabelece que os atos administrativos devem ser executados</p><p>para atingir fins de interesse geral, conforme previsto em lei.</p><p>4.9 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA</p><p>O princípio da segurança jurídica, também conhecido como princípio como</p><p>princípio da confiança legítima (proteção da confiança), é um dos</p><p>subprincípios básicos do Estado de Direito, fazendo parte do sistema</p><p>constitucional como um todo e, portanto, trata-se de um dos mais importantes</p><p>princípios gerais do Direito.</p><p>Ele tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações já</p><p>consolidadas, frente à inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo</p><p>quanto jurisprudencial. Trata-se de um princípio com diversas aplicações, como</p><p>a proteção ao direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.</p><p>Além disso, é fundamento da prescrição e da decadência, evitando, por</p><p>exemplo, a aplicação de sanções administrativas vários anos após a ocorrência</p><p>da irregularidade.</p><p>Ademais, o princípio é a base para a edição das súmulas vinculantes,</p><p>buscando pôr fim a controvérsias entre os órgãos judiciários ou entre esses e a</p><p>administração pública que acarretem “grave insegurança jurídica e relevante</p><p>multiplicação de processos sobre questão idêntica” (art. 103-A, § 1º, CF). O</p><p>princípio da segurança jurídica possui previsão no art. 2º, caput, da Lei 9.784/99.</p><p>Além disso, o inciso XIII, do parágrafo único, do mesmo artigo, determina que a</p><p>Administração Pública deve obedecer ao critério da “interpretação da</p><p>norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim</p><p>público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.</p><p>De acordo com a Lei 9.784/99, o “direito da Administração de anular os</p><p>atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários</p><p>decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo</p><p>comprovada má-fé” (art. 54). Dessa forma, evita-se que a Administração, por</p><p>meio do exercício da autotutela, anule atos administrativos após cinco anos</p><p>contados da data em que foram realizados, excepcionando os casos de</p><p>comprovada má-fé. Nesses casos, buscando estabilizar as relações jurídicas,</p><p>flexibiliza-se o princípio da legalidade convalidando atos viciados.</p><p>Além disso, o princípio da segurança jurídica se aplica na preservação</p><p>dos efeitos de um ato administrativo nulo, mas que tenha beneficiado</p><p>terceiros de boa-fé. Nessas situações, o princípio da segurança jurídica</p><p>fundamenta a preservação dos efeitos do ato que tenham atingidos os terceiros</p><p>que agiram de boa-fé, ou seja, aqueles que agiram dentro da legalidade e que</p><p>não faziam ideia da ilicitude presente na investidura do agente.</p><p>5- JURISPRUDÊNCIA:</p><p>Tribunal de Justiça do Mato Grosso TJ-MT - APELAÇÃO CÍVEL: AC XXXXX-</p><p>64.2016.8.11.0011 MT Ementa APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA</p><p>POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – ACUMULAÇÃO DO</p><p>MANDATO DE VEREADOR COM FUNÇÃO DE CONFIANÇA NA SECRETARIA</p><p>DE SAÚDE MUNICIPAL – VEDAÇÃO DECORRENTE DA CONSTITUIÇÃO</p><p>FEDERAL E DA LEI ORGÂNICA MUNICIPAL – OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE EM MORALIDADE) – DOLO</p><p>GENÉRICO EVIDENCIADO NOS AUTOS – DOSIMETRIA DA PENA</p><p>APLICADA DE FORMA PROPORCIONAL E COERENTE - SENTENÇA</p><p>MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO.</p><p>1.Configura ato de improbidade que viola os princípios da Administração Pública</p><p>(art. 11, da Lei n. 8.429/92) a acumulação de mandato eletivo de Vereador com</p><p>função de confiança, quando há expressa vedação a tal conduta tanto nas</p><p>Constituições Federal como, principalmente, na Lei Orgânica do Município.</p><p>2. A Lei n. 8.429/92 exige, para o reconhecimento da improbidade administrativa,</p><p>que a conduta tida como ímproba seja dolosa nos atos que causam</p><p>enriquecimento ilícito e atentam contra os princípios da Administração Pública</p><p>(arts. 9º e 11) e ao menos culposa nos atos que acarretam prejuízo ao erário</p><p>(art.10).</p><p>3. O dolo exigido para a configuração do ato de improbidade que viola os</p><p>princípios da Administração Pública, no entanto, é apenas o genérico ou</p><p>eventual, o qual se configura com o simples fato de o agente conhecer o que faz</p><p>e querer fazer com vontade livre e consciente, conduzindo-se deliberadamente</p><p>contra as normas legais e o patrimônio público.</p><p>6- QUESTÕES:</p><p>Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de</p><p>Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase.</p><p>1º) O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o</p><p>cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira</p><p>fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas,</p><p>e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase</p><p>avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação</p><p>dos resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar</p><p>estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=apela%C3%A7%C3%A3o+c%C3%ADvel</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=a%C3%A7%C3%A3o+civil+p%C3%BAblica+por+ato+de+improbidade+administrativa</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=a%C3%A7%C3%A3o+civil+p%C3%BAblica+por+ato+de+improbidade+administrativa</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=dolo+gen%C3%A9rico+evidenciado+no.+autos</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=dolo+gen%C3%A9rico+evidenciado+no.+autos</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=dosimetria+da+pena+aplicada+de+forma+proporcional+e+coerente</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=dosimetria+da+pena+aplicada+de+forma+proporcional+e+coerente</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=senten%C3%A7a+mantida</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=senten%C3%A7a+mantida</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11332834/artigo-11-da-lei-n-8429-de-02-de-junho-de-1992</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104098/lei-de-improbidade-administrativa-lei-8429-92</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104098/lei-de-improbidade-administrativa-lei-8429-92</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2015-oab-exame-de-ordem-unificado-xvii-primeira-fase</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2015-oab-exame-de-ordem-unificado-xvii-primeira-fase</p><p>avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da</p><p>pontuação global.</p><p>Nesse caso,</p><p>A) A alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade,</p><p>advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do</p><p>número de candidatos na segunda fase.</p><p>B) A alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira</p><p>fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais</p><p>interessados realizem a prova de segunda fase.</p><p>C) A alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não</p><p>pode conter cláusulas ambíguas.</p><p>D) A alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos</p><p>cargos mediante concurso público de provas e títulos.</p><p>Ano: 2024 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Cachoeiro de</p><p>Itapemirim - ES Prova: CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro</p><p>de Itapemirim - ES - Auxiliar Administrativo</p><p>2º) Acerca dos princípios fundamentais que regem a administração federal,</p><p>julgue o item a seguir.</p><p>Conforme o princípio da legalidade, a administração pública pode, por simples</p><p>ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie.</p><p>Alternativas</p><p>o Certo</p><p>o Errado</p><p>GABARITO:</p><p>1º) A e 2º) ERRADO</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cachoeiro-de-itapemirim-es</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cachoeiro-de-itapemirim-es</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-cebraspe-2024-prefeitura-de-cachoeiro-de-itapemirim-es-auxiliar-administrativo</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-cebraspe-2024-prefeitura-de-cachoeiro-de-itapemirim-es-auxiliar-administrativo</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentas Tradução: Virgílio Afonso</p><p>da Silva. São Paulo :2008.</p><p>BITTENCORT, NELSON BITTENCORT. Direito Administrativo Resumido. 1ª</p><p>edição . ed. rev. [S. l.]: Leitura brasileira, 2024. 130 p. v. 1ª volume. ISBN 363557.</p><p>BOBSIN, A. Princípio da Eficiência: Entenda o que é e sua aplicação.</p><p>Disponível em: .</p><p>DE SOUZA, S. C. PRINCÍPIO DA FINALIDADE. Disponível em:</p><p>.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 36. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 2023</p><p>Disponível em: .</p><p>Disponível em: .</p><p>Disponível em:</p><p>DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. Trad. de Maria Clara D. L. de</p><p>Lima. São Paulo: Martins Fontes, 2006</p><p>DWORKIN, Ronald. O Império do Direito Tradução: Jefferson Luiz Camargo.</p><p>São Paulo: Martins Fontes, 1999.</p><p>Dizer o Direito. Disponível em:</p><p>.</p><p>EM, P. Robert Alexy fala de sua teoria dos direitos fundamentais em</p><p>conferência no TRT-18. 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