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<p>Guia de Leitura 6</p><p>Braz e a Primeira Comunhão</p><p>Apresentação</p><p>Querido pai, querida mãe,</p><p>Sejam todos bem-vindos ao nosso Clubinho Literário.</p><p>Este trabalho nasceu como resposta aos pedidos de diversas mães que</p><p>participam de nosso outro clube, ​A casa de Penélope​. Felizes e satisfeitas</p><p>com os resultados colhidos naquelas leituras, solicitaram-me que</p><p>desenvolvesse algo semelhante destinado às crianças. Assim, ​atendendo</p><p>aos pedidos, reuni ​anos de pesquisas e trabalhos na área de literatura</p><p>infantil que o ​homeschooling me propiciou ​– e ainda propicia ​– e assim</p><p>surgiu o Clubinho Literário do qual vocês agora participam.</p><p>Todos os livros que iremos ler ao longo deste ano de 2018 foram lidos e</p><p>relidos em minha família, de modo que não selecionamos nem</p><p>oferecemos à sua nada que já não tenha sido previamente testado e</p><p>aprovado em nossa casa. A escolha dos títulos, tanto para os meus quanto</p><p>para os seus filhos, segue sempre os seguintes critérios: buscamos ​obras</p><p>que alarguem o horizonte imaginário das crianças e expandam seu</p><p>vocabulário, mas, principalmente, que assim o façam por meio de</p><p>exemplos de grandes virtudes e/ou santidade ​– ​sem com isso deixar de</p><p>lado a diversão que bem cabe aos pequenos.</p><p>Este tem sido o caminho que percorremos e é ele que queremos agora</p><p>dividir com vocês.</p><p>De todo coração, desejo que o Clubinho seja fonte de entretenimento</p><p>saudável, instrutivo até, a toda família, além de auxiliador no estreitamento</p><p>dos vínculos entre pais e filhos.</p><p>Que Deus os abençoe e os guarde.</p><p>Um grande abraço,</p><p>Camila Abadie.</p><p>Objetivos</p><p>Talvez seja importante dizer, em dias como os nossos, em que todos</p><p>andamos tão atarefados, que nosso propósito com este Guia de Leitura</p><p>não é cansá-los com "mais uma coisa para ler" às crianças, nem exauri-los</p><p>com pormenores técnicos irrelevantes, mas fornecer algumas ferramentas</p><p>úteis que possam auxiliar em uma melhor compreensão da obra, e,</p><p>portanto, na captação de mais elementos enriquecedores para a</p><p>experiência de leitura das crianças.</p><p>Assim, a cada novo livro abordado, o Guia de Leitura correspondente trará</p><p>uma breve apresentação do autor, aspectos que merecem ser observados</p><p>em termos de educação da imaginação, educação da linguagem e</p><p>educação moral, bem como algumas sugestões de reflexão a partir do</p><p>destaque de alguns conceitos centrais na obra. Em resumo, trata-se de um</p><p>material de apoio não exaustivo e destinado aos pais, que podem ou não</p><p>dele fazer uso junto aos pequenos.</p><p>Por último, convém lembrar que nossa proposta não é uma novidade. Pelo</p><p>contrário, usar a literatura para a educação das crianças é o que sempre ​se</p><p>fez em educação. Como dizia Aristóteles, “imitar é natural ao homem”. Que</p><p>ofereçamos, então, e desde cedo, os melhores exemplos aos nossos filhos.</p><p>Quem foi a autora?</p><p>O nosso próximo livro é mais um título da mesma autora de ​As meninas</p><p>exemplares​. Conforme dissemos em nosso outro guia, a Condessa de</p><p>Ségur possui uma riquíssima obra infanto-juvenil, inspirada nas histórias</p><p>que ela própria contava a seus filhos e netos. Todos os seus livros carregam</p><p>a preocupação de orientar as crianças para o bem e para o seguimento de</p><p>Cristo.</p><p>Ela nasceu na Rússia em 1799, mas veio para a França na juventude, onde</p><p>conheceu seu marido, o conde de Eugène de Ségur. Passou boa parte da</p><p>vida na residência deles, adquirida na região de Aube, totalmente</p><p>dedicada às suas crianças. Dois de seus oito filhos seguiram a vida</p><p>religiosa, um sacerdote e uma freira; e a própria condessa tornou-se, ao</p><p>final da vida, Franciscana de Ordem Terceira, a ordem reservada aos leigos.</p><p>Ao contrário de muitas publicações que vemos em nossos dias, as histórias</p><p>da Condessa não são bobinhas, apresentando um mundo cor-de-rosa para</p><p>as crianças. Longe disso, vemos os personagens inseridos em situações</p><p>complexas, submetidos a contrariedades de diversos tipos, ​e, como na vida</p><p>real, eles precisam perceber qual é a atitude certa em cada ocasião.</p><p>Como pudemos acompanhar na outra leituras que dela fizemos aqui no</p><p>Clubinho, a Condessa também costuma articular exemplos e</p><p>contra-exemplos. Se por uma lado aprendemos com as virtudes da Sra. de</p><p>Fleurville, Camila, Madalena e Braz, reconhecemos também em nós as</p><p>fraquezas de Sofia e dos membros da família de Trénilly. O mesmo ocorre</p><p>em seus outros volumes como em ​Um bom diabrete​, ​Memórias de um</p><p>burro sábio​, ​Que amor de criança!​, ​João que chora e João que ri​, e ​Depois</p><p>da Tempestade, a Bonança .  1</p><p>Além dos romances, Ségur publicou ainda algumas obras direcionadas à</p><p>transmissão da fé de modo mais explícito. Em Evangelho de uma avó ​e</p><p>Bíblia de uma avó​, as histórias das Sagradas Escrituras são relatadas em</p><p>forma de diálogo entre uma avó e seus netos. São uma excelente</p><p>1 ​Os títulos originais em francês são: Un bon petit diable​, ​Mémoires d’un âne​, ​Quel amour</p><p>d’enfant!​, ​Jean qui grogne et Jean qui rit​, ​Après la pluie le beau temps​; ​Bible d’une</p><p>grand-mère​, ​Évangile d’une grand-mère.</p><p>introdução à catequese das crianças e podem ser facilmente lidas em</p><p>família, ou até representadas em pequenas cenas de teatro.</p><p>Todos esses títulos estão disponíveis na internet na língua original, o</p><p>francês. Encontramos a maioria deles também em português de Portugal,</p><p>pois as obras continuam a ser reeditadas por lá e são um grande sucesso</p><p>entre os pequenos. No Brasil, só conseguimos encontrá-los em edições</p><p>antigas, vendidos em sebos. Contudo, a começar pelo ​Evangelho de uma</p><p>avó​, republicaremos vários títulos da condessa pela nossa editora.</p><p>A obra da condessa de Ségur pode ser um grande auxílio na formação</p><p>moral das crianças. Como toda boa literatura, ela nos apresenta não só um</p><p>ensinamento moral universal, mas exemplos de pessoas tentando aplicar</p><p>esses ensinamentos em suas circunstâncias particulares. Seus livros</p><p>resgatam em nós aquele tipo de conhecimento que gostaríamos de ter</p><p>aprendido de nossas avós: uma orientação simples mas verdadeira sobre</p><p>como orientar a própria vida para amar o bem e rejeitar o mal.</p><p>Por que este livro?</p><p>Conforme dissemos acima, a seleção dos títulos para o Clubinho ocorre</p><p>levando-se em conta a riqueza das obras sob três aspectos distintos:</p><p>imaginativo, linguístico e moral. Assim, neste trecho do Guia, iremos</p><p>explicitar um pouco desta riqueza em cada uma das suas facetas.</p><p>1. Educação da Imaginação</p><p>“Braz não gostou, mas achou melhor conformar-se.</p><p>Mais uma vez,</p><p>pensou na necessidade de ser paciente e humilde, pois se preparava para</p><p>a primeira comunhão.”(p.79)</p><p>A história de Braz é um exemplo mirim de como viver uma vida de</p><p>piedade. De modo especial, as crianças que estão se preparando para a</p><p>primeira comunhão poderão ter em Braz um singelo modelo de como</p><p>viver ​os ensinamentos de Jesus em suas próprias vidas. É uma leitura que</p><p>prepara a imaginação das crianças para melhor compreender aspectos</p><p>essenciais de nossa fé, como a oração, a humildade e o amor.</p><p>2. Educação da Linguagem</p><p>Apesar de todas as injustiças e maldades que sofria, Braz nunca falava mal</p><p>de Júlio. Era sincero diante do patrão e dizia quando algo não estava</p><p>correto; ao sair da presença dele, porém, não falava mais no assunto.</p><p>Essa atitude de Braz pode auxiliar as crianças a tomarem consciência</p><p>sobre aquilo que falam dos outros. Em muitos ambientes, a maledicência é</p><p>um comportamento tão comum que passa a ser considerada inofensiva.</p><p>Porém, nosso Senhor dos diz que seremos julgados por toda palavra vã</p><p>que tivermos proferido. Tanto mais por todas as palavras maldosas que</p><p>tivermos dito sobre outras pessoas!</p><p>Que seguindo o modelo de Braz e, obedecendo a Deus, esforcemo-nos</p><p>para usar nossa língua para abençoar, e jamais para amaldiçoar a quem</p><p>quer que seja.</p><p>“Mas eu digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda</p><p>palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão</p><p>absolvidos, e por suas palavras serão condenados".</p><p>Mateus 12:36-37</p><p>https://www.bibliaon.com/versiculo/mateus_12_36-37/</p><p>3. Educação Moral</p><p>3.1 A má educação favorece o mal</p><p>“O conde escutou tudo carrancudo. Disse com frieza:</p><p>- Helena, você acreditando em Braz acusa seu irmão. Prefiro pensar</p><p>que Braz é que é mentiroso.</p><p>A menina protestou com vêemencia:</p><p>- Temos que estar do lado da verdade. Braz está inocente e sofre</p><p>com as injustiças…</p><p>(...) A condessa declarou secamente:</p><p>- Ele tem o que merece.”</p><p>Em matéria de educação, ​As meninas exemplares e ​Braz e a Primeira</p><p>Comunhão são praticamente opostos. Se naquele livro acompanhávamos</p><p>quão bondosas e generosas as crianças podem ser quando recebem a boa</p><p>orientação dos pais, aqui vemos o quão perversos nossos filhos podem se</p><p>tornar quando não recebem de nós a correção e a instrução devidas.</p><p>Durante toda a primeira parte do romance, acompanhamos aquela terrível</p><p>sequência de crueldades de Júlio sobre Braz e, em contrapartida, vemos a</p><p>completa inépcia de seus pais em corrigir o filho. Júlio mente</p><p>descaradamente, faz escândalos, vitimiza-se; e o pai é incapaz até mesmo</p><p>de perceber o que o filho faz.</p><p>Por mais terrível que essa cena possa nos parecer, sabemos o quanto ela é</p><p>comum em nossos dias, talvez até mais do que em outros tempos. Nossa</p><p>geração foi fortemente influenciada pela filosofia de Rousseau, pela ideia</p><p>de que o homem nasce originalmente bom, e que ele só é corrompido</p><p>posteriormente pela sociedade. Como consequência disso, toda tentativa</p><p>de corrigir a criança seria vista como uma espécie de opressão, de invasão</p><p>à liberdade da criança.</p><p>Ora, nós cristãos sabemos que as coisas definitivamente não são assim!</p><p>Todos nós nascemos com uma tendência ao mal e precisamos ser</p><p>orientados para aprender a fazer o bem. É claro que, pelo batismo, nossa</p><p>alma recupera a nobreza de participar da vida divina, de ser filha de Deus.</p><p>Mas a inclinação ao mal nos acompanhará por toda a vida, e precisaremos</p><p>estar em contínua vigilância e esforço para que consigamos fazer o bem</p><p>que desejamos.</p><p>O que é mais doloroso ao ver uma criança como Júlio é saber que a</p><p>maldade que ele manifestava em suas ações não correspondia ao que ele</p><p>realmente queria ser. Como acontecia com Sofia, porém aqui de um modo</p><p>muito mais grave, sua alma estava desgovernada, sendo orientada pelas</p><p>paixões da ira, da inveja, do orgulho. ​Faltava-lhe um guia, um pastor, um</p><p>educador. Na idade adulta, esse guia é a nossa própria inteligência, nosso</p><p>espírito, que, com uma consciência bem formada, é capaz de discernir o</p><p>bem do mal e orientar suas ações a partir disso. Mas as crianças precisam</p><p>que os adultos exerçam essa função até o momento em que elas</p><p>desenvolvam esse juízo por si próprias.</p><p>Que essa imagem de Júlio sirva como um grande alerta para todos nós:</p><p>para as crianças, para que reconhecendo em si as mesmas tendências ao</p><p>mal, e, percebendo como causam sofrimento, arrependam-se e desejem</p><p>corrigir-se; e para os pais, para que recuperem o ânimo e jamais</p><p>abandonem a autoridade que possuem de corrigir e bem orientar seus</p><p>filhos.</p><p>"Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que</p><p>se me depara é o mal. (...) Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste</p><p>corpo que me acarreta a morte?... Graças sejam dadas a Deus por Jesus</p><p>Cristo, nosso Senhor! "</p><p>Romanos 7, 19-26</p><p>3.2 Oração pelos perseguidores</p><p>“- Obrigado, D.Helena. Sempre peço ao bom Deus que faça o Júlio</p><p>ser tão bonzinho como a senhora.</p><p>- O quê? Você reza pelo Júlio?</p><p>- Por que não? Júlio não sabe o que está fazendo. Quando souber</p><p>que ofende a Deus, há de se corrigir.”(p.56)</p><p>A oração como ferramenta diante da injustiça e do mal é aquilo que este</p><p>livro tem de mais precioso para ensinar às crianças. Embora seja o que</p><p>Nosso Senhor nos pede, é muito raro testemunharmos esse</p><p>comportamento em nossas famílias e nas pessoas em nosso entorno.</p><p>Ao rezar por Júlio, Braz conseguiu encarar sua situação de sofrimento sob</p><p>uma perspectiva mais ampla. Percebeu que a maldade daquele menino</p><p>estava enraizada no desconhecimento de si mesmo e no</p><p>desconhecimento de Deus. Certamente, essa ignorância poderia ter sido</p><p>evitada ou amenizada se ele tivesse recebido a boa orientação e correção</p><p>dos pais. Mas, Braz sabia que naquela situação, na qual os próprios pais</p><p>estavam desorientados, a consciência de Júlio precisava ser iluminada pelo</p><p>Espírito da Verdade, pela luz de Deus.</p><p>Ademais, convém salientar que a oração de Braz tornou-se ainda mais</p><p>valiosa porque estava acompanhada por ​uma conduta reta, que</p><p>comprovava a sinceridade do que pedia a Deus. Assim, enquanto o patrão</p><p>não se corrigia, Braz evitava as situações de encontro com ele para não dar</p><p>margens à confusão. Mantinha-se ocupado em seus estudos e trabalho,</p><p>era sempre sincero e justo, e jamais proferia qualquer palavra ofensiva</p><p>contra Júlio.</p><p>Se é verdade que na vida real nem sempre as situações se resolvem tão</p><p>rapidamente como aconteceu com Braz, também é verdade que temos os</p><p>testemunhos de todos</p><p>os santos atestando o poder indiscutível de uma</p><p>sincera oração a Deus. Portanto, valiosíssimo é ​esforçar-se por aprender</p><p>mais e procurar viver uma autêntica vida de oração em nossos lares,</p><p>ensinando assim também as crianças a fazê-lo. Que marca tão profunda</p><p>poderemos deixar nas almas de nossos filhos se eles experimentarem</p><p>desde cedo as maravilhas que o Senhor pode fazer pela oração!</p><p>"Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei o bem aos que vos</p><p>odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os</p><p>filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus</p><p>como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos."</p><p>Mateus 5, 44-45.</p><p>3.3 Humildade</p><p>“Afinal, foi se acalmando e chegou à conclusão de que devia ser</p><p>paciente, deixar de orgulho e caprichar bastante fazendo um papagaio</p><p>melhor e mais bonito que o que fora destruído por Júlio. Quando entrou</p><p>em casa, já estava risonho e sereno como sempre.” (p.80)</p><p>Uma outra característica marcante de Braz é a sua humildade. Ele parecia</p><p>ter sempre uma consciência clara de quem era, de sua origem, de seu</p><p>papel. Como uma plantinha que está no lugar certo, Braz mantinha-se</p><p>forte, vívido e dando frutos, pois jamais se desviava de seu lugar.</p><p>Mas afinal que lugar era esse? Primeiramente, Braz sabia reconhecer que</p><p>era um criado, filho de um pai e uma mãe que serviam a outras pessoas.</p><p>Ao invés de tentar fugir dessa condição, ou de envergonhar-se, Braz</p><p>assumiu plenamente o papel que lhe era devido. Ele sabia que precisava</p><p>auxiliar os pais com seu trabalho, que precisava estudar, e que devia</p><p>também obedecer a seus patrões. E era exatamente cumprindo esses</p><p>deveres que ele tentava aplicar o que aprendia de Cristo nas aulas da</p><p>catequese.</p><p>E sobretudo, a humildade de Braz estava enraizada na consciência de seu</p><p>lugar diante de Deus. Ele sabia que, embora estivesse ocupando uma</p><p>posição diferente de seus patrões, embora sua condição financeira e seu</p><p>papel social fossem radicalmente diferentes, ele e a família de Júlio</p><p>estavam estreitamente unidos por um aspecto: todos morreriam um dia e</p><p>prestariam contas de suas vidas a Deus. Era essa consciência que o fazia</p><p>ter forças para rejeitar todo engano de falsas recompensas, para tolerar as</p><p>injustiças passageiras, e para fazer o melhor que podia em todas as</p><p>situações.</p><p>São Bento confirma essa atitude, quando nos diz que o primeiro esforço</p><p>para adquirir a humildade é ter constantemente diante dos olhos o temor</p><p>de Deus; lembrar-se sempre de tudo o que Ele ordenou e considerar-se</p><p>“visto do céu a todo momento por Deus, e suas ações vistas em toda parte</p><p>pelo olhar da divindade e anunciadas a todo instante pelos anjos”(RB,</p><p>Cap.7, v13).</p><p>3.4 A graça de uma autêntica conversão</p><p>“- Braz, você é agora como um filho para mim. Rogue ao bom Deus</p><p>que nos perdoe. Reze! Reze comigo!</p><p>O pobre pai caiu de joelhos ao lado do leito. Braz fez o mesmo,</p><p>rezando e chorando. A prece fervorosa não ficou sem efeito. Quando os</p><p>dois ergueram a cabeça, Júlio tinha se aquietado e dormia</p><p>placidamente.” (p.90)</p><p>A maioria de nós, adultos, pode comprovar que o ocorreu com a família de</p><p>Trénilly é possível e totalmente verdadeiro. O conde, a condessa e o</p><p>menino Júlio passaram por uma transformação profunda no modo como</p><p>percebiam e compreendiam a realidade em torno. Tiveram sua</p><p>consciência iluminada pela oração e passaram a orientar suas ações a</p><p>partir da fé em Cristo.</p><p>Podemos aproveitar todo o enredo dessa história para mostrar que temos</p><p>diante de nós a possibilidade de imitar todos aqueles personagens.</p><p>Podemos escolher ser como Júlio, deixando-nos guiar por nossos piores</p><p>impulsos, e depois precisar passar por um longo sofrimento para começar</p><p>a buscar a Deus; podemos escolher ser como o conde e a condessa que</p><p>precisam de manifestações visíveis para confiar na graça de Deus; ou</p><p>podemos ser como Helena e Braz, que desde o primeiro instante,</p><p>desejaram obedecer a Deus e agradá-lo em todas as situações de suas</p><p>vidas.</p><p>Todos esses caminhos levam à mesma direção: o conhecimento e o amor</p><p>de Deus. As crianças, porém, têm a grande vantagem de tornar esse</p><p>caminho mais curto e mais belo, decidindo-se desde já por buscar</p><p>conhecer mais a Jesus, e desenvolver suas inteligências e todas as suas</p><p>capacidades para melhor compreendê-lo e amá-lo.</p><p>Atividades dirigidas</p><p>1. Educação da Imaginação</p><p>1.1 Para que a criança imagine e compreenda bem a história, é</p><p>necessário procurar todas as palavras novas no dicionário. Os pais devem</p><p>ajudar as que ainda não são alfabetizadas ou que estejam em processo de</p><p>alfabetização, mostrando como fazer a pesquisa. Convém também que</p><p>eles verifiquem se as crianças estão compreendendo o que lêem.</p><p>1.2 A partir do exemplo de Braz, reflita com a criança sobre como ela</p><p>poderia se preparar melhor a Primeira Comunhão. Caso ela já a tenha</p><p>recebido, como está se preparando para a Santa Comunhão com Cristo,</p><p>em cada missa (ou para a Santa Ceia, no caso do culto)? Será que está</p><p>tentando colocar em prática o que aprende de Nosso Senhor?</p><p>2. Educação da Linguagem</p><p>Ajude a criança a elaborar uma meta de calar-se a cada vez que pensar em</p><p>dizer algo não edificante sobre alguém. Um bom exercício é pensar se diria</p><p>aquilo que pensava dizer caso a pessoa estivesse diante de si. Também é</p><p>proveitoso pensar em todas as coisas boas que poderia dizer sobre aquela</p><p>pessoa.</p><p>É imprescindível que toda a família se engaje nesse exercício, já que</p><p>adquirimos a maioria de nossos hábitos de fala pela imitação de nosso</p><p>ambiente familiar.</p><p>3. Educação Moral</p><p>3.1 A má educação favorece o mal</p><p>Peça para a criança elencar as cenas de maldade de Júlio. Então reflitam</p><p>juntos: Por que será que ele agiu assim em cada situação? Por inveja,</p><p>medo, raiva, orgulho? Quais foram as consequências de cada uma dessas</p><p>atitudes? (Se as crianças não souberem o que cada uma dessas palavras</p><p>significa, é um bom momento para ensiná-las.)</p><p>Então, proponha à criança que pense um pouco sobre si mesma com</p><p>sinceridade: será que já agiu como Júlio em alguma situação? O que essa</p><p>atitude provocou? Há alguma maneira de reparar o mal que causou?</p><p>Na sequência, comparem as atitudes do conde de Trénilly e da Sra. de</p><p>Fleurville, personagem de ​As meninas exemplares​, e percebam: como</p><p>cada um deles lidava com o erro das crianças? Como</p><p>lidavam com a</p><p>mentira? Que tipo de correção aplicavam? Quais foram os resultados que</p><p>obtiveram?</p><p>3.2 Oração</p><p>Pergunte à criança se ela já se sentiu numa situação semelhante a de Braz,</p><p>sendo injustiçada por alguém. Como lidou com essa situação? Caso ela</p><p>esteja vivendo algo semelhante no momento, há alguma atitude concreta</p><p>que ela mesma poderia tomar para não aumentar as ocasiões de conflito?</p><p>Seguindo a orientação dos pais, as crianças podem fazer algum propósito</p><p>de oração por essa pessoa/circunstância, ou por alguma outra intenção</p><p>que a família esteja precisando, seguindo o exemplo de Braz. Convém</p><p>auxiliá-los a escolher um momento do dia para fazer a oração, e lembrá-los</p><p>de oferecer alguma ação concreta que prove a sinceridade de sua oração a</p><p>Deus. Ao final do propósito, a família pode pensar em um modo de</p><p>manifestar seu agradecimento a Deus, na oração em família, na missa (no</p><p>culto), ou do modo como desejarem.</p><p>3.3 Humildade</p><p>Pensando no exemplo de Braz, sugira à criança que reflita sobre: quais os</p><p>deveres que ela tem enquanto criança? Como ela poderia esforçar-se para</p><p>servir melhor os seus pais, professores, e outros superiores?</p><p>Então, proponha um exercício prático: que neste mês cada membro da</p><p>família decida-se por fazer aquela atividade que mais lhe é desagradável</p><p>no serviço da casa, porém com a intenção de oferecer esse pequeno gesto</p><p>por amor a Jesus.</p><p>Se sabemos que somos vistos por Ele a todo momento, nenhuma de</p><p>nossas ações, mesmo as mais pequeninas, lhe são despercebidas. Quando</p><p>conseguimos vencer nosso orgulho e fazer aquilo que nos custa por amor</p><p>a Ele, estamos mostrando que reconhecemos que Ele é o Deus de nossa</p><p>alma, Ele é o Senhor, e nós somos seus servos pequeninos.</p><p>4. Reflexões dirigidas exclusivamente aos pais</p><p>Já percebi em mim um medo de educar meus filhos? Tenho dificuldade</p><p>em corrigi-los, em falar-lhes com firmeza? De onde retiro minha ideias</p><p>relacionadas à educação dos filhos?</p><p>Procuro buscar orientação sobre o que Deus espera de mim no exercício</p><p>da minha maternidade/paternidade? Procuro lembrar-me de que esse</p><p>será um dos pontos principais da minha prestação de contas a Deus?</p><p>Como poderei orientar meus filhos para amar o bem e odiar o mal, se não</p><p>sei o bem que devo fazer e o mal que devo evitar? Procuro me informar</p><p>sobre o que Deus disse a esse respeito, em suas leis no Antigo Testamento,</p><p>nas palavras de Cristo no Evangelho, e nos ensinamentos dos apóstolos e</p><p>santos? Como eu poderia melhorar nesses pontos?</p>

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