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<p>FUNDAMENTOS</p><p>HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E</p><p>METODOLÓGICOS DO</p><p>SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA</p><p>Prof.a Silvana Garcia</p><p>FUNDAMENTOS</p><p>HISTÓRICOS, TEÓRICOS</p><p>E METODOLÓGICOS DO</p><p>SERVIÇO SOCIALI</p><p>Marília/SP</p><p>2022</p><p>“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma</p><p>ação integrada de suas atividades educacionais, visando à</p><p>geração, sistematização e disseminação do conhecimento,</p><p>para formar profissionais empreendedores que promovam</p><p>a transformação e o desenvolvimento social, econômico e</p><p>cultural da comunidade em que está inserida.</p><p>Missão da Faculdade Católica Paulista</p><p>Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.</p><p>www.uca.edu.br</p><p>Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma</p><p>sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,</p><p>salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a</p><p>emissão de conceitos.</p><p>Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5</p><p>SUMÁRIO</p><p>CAPÍTULO 01</p><p>CAPÍTULO 02</p><p>CAPÍTULO 03</p><p>CAPÍTULO 04</p><p>CAPÍTULO 05</p><p>CAPÍTULO 06</p><p>CAPÍTULO 07</p><p>CAPÍTULO 08</p><p>CAPÍTULO 09</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>CAPÍTULO 14</p><p>CAPÍTULO 15</p><p>06</p><p>16</p><p>27</p><p>35</p><p>44</p><p>53</p><p>62</p><p>70</p><p>78</p><p>91</p><p>100</p><p>109</p><p>122</p><p>132</p><p>141</p><p>COMPREENDENDO A PROFISSÃO</p><p>O SIGNIFICADO SÓCIO HISTÓRICO DO SERVIÇO</p><p>SOCIAL: PRIMEIROS PASSOS</p><p>BASES HISTÓRICAS: UMA SÍNTESE DO</p><p>SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PROFISSÃO</p><p>SERVIÇO SOCIAL E A DOUTRINA SOCIAL DA</p><p>IGREJA</p><p>O JOGO DE FORÇAS NA AMÉRICA LATINA</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO E PRÁTICAS</p><p>PROFISSIONAIS NAS DÉCADAS DE 20 E 30</p><p>AS PROTOFORMAS DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>ESTATIZAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL</p><p>INFLUÊNCIA DAS TEORIAS NA PROFISSÃO</p><p>BUSCANDO A ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>AS INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS E O SERVIÇO</p><p>SOCIAL</p><p>DESENVOLVIMENTISMO: VISITANDO A</p><p>REALIDADE DAS DÉCADAS DE 50 E 60</p><p>O SERVIÇO SOCIAL E SUAS FACETAS</p><p>ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>COMPREENDENDO</p><p>A PROFISSÃO</p><p>1.1 O que é Serviço Social?</p><p>Talvez você já tenha se perguntado várias vezes sobre o que é Serviço Social, no</p><p>que de fato essa profissão intervém, ou ainda, com o que trabalha o profissional de</p><p>Serviço Social.</p><p>Ou ainda, já tenham lhe perguntado com o que realmente você trabalhará, quais</p><p>as suas ações, o que você irá fazer quando se formar.</p><p>Você conseguiu responder essa pergunta?</p><p>Teve dúvidas para explicar?</p><p>Para tentar esclarecer essa questão é inevitável não fazermos uma visita ao passado</p><p>e entender as bases que construíram essa profissão.</p><p>Então,vamos lá!!!</p><p>O Serviço Social, fruto de uma construção sócio histórica, esteve envolvido ao longo</p><p>dos tempos nas raias da “ajuda” e no “auxílio aos pobres”. Passeou pelas brumas</p><p>da caridade, com ênfase na ação católica, tendo as damas da sociedade como suas</p><p>maiores aliadas.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7</p><p>Para Estevão (2006) na sociedade capitalista, quando o lucro deixou de ser motivo</p><p>de imoralidade ou pecado, iniciou a preocupação com os vulneráveis e as questões</p><p>sócio políticas que poderiam advir das situações vividas por esse público, e assim, a</p><p>pobreza se tornou um tema a ser considerado.</p><p>Nesse período, toda ação social era assistemática, sem bases teóricas e muito fincada</p><p>na questão religiosa. Essas ações eram organizadas pelas paróquias e realizadas nos</p><p>bairros, só depois passou a expandir-se para conquistar toda a urbe.</p><p>Até esse período o que se fazia era unicamente assistência aos menos favorecidos,</p><p>por meio dos que possuíam condições materiais para fazer caridade.</p><p>Essa prática permeou toda a Europa, Estados Unidos e América Latina, adotando</p><p>técnicas de atendimento individual, descoladas do contexto social, concentrando a</p><p>culpabilidade da situação vivenciada no próprio indivíduo e na sua personalidade.</p><p>Fonte:https://media.istockphoto.com/illustrations/woman-gives-some-coins-to-a-beggar-illustration-id1145672872?s=2048x2048</p><p>Era uma prática eminentemente ligada à caridade, à compaixão e à religiosidade</p><p>católica.</p><p>É importante destacar que a figura feminina tinha grande importância nesses atos</p><p>caridosos, desta forma, essa posição era reservada às mulheres da alta sociedade,</p><p>que se dedicavam a esse trabalho de forma voluntária e devota.</p><p>Essas damas da caridade, acreditavam fortemente que a pobreza era uma situação</p><p>gerada e mantida pela própria pessoa que a vivenciava, bastando apenas conselhos</p><p>e algumas ajudas iniciais para que o indivíduo pudesse romper com essa condição.</p><p>Evidentemente, essa também era uma prática que aliviava as suas consciências,</p><p>haja vista as agruras alheias, e de certa forma, garantia que elas estavam cumprindo</p><p>com sua obrigação religiosa, bem como asseverava um bom lugar na vida pós-morte.</p><p>https://media.istockphoto.com/illustrations/woman-gives-some-coins-to-a-beggar-illustration-id1145672872?s=2048x2048</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8</p><p>Ainda de acordo com Estevão (2006) toda ação assistencial da época era feita</p><p>de forma assistemática, com justificativas religiosas e ideológicas. Apenas a partir</p><p>do século XIX foi que na Europa, iniciou-se uma mudança de prática, tornando-a um</p><p>esboço técnico e sistematizado.</p><p>Essas práticas iniciais com o passar do tempo vão sendo questionadas, sendo</p><p>postas à prova, e abrem espaço para a institucionalização, e a criação de uma profissão</p><p>propriamente dita.</p><p>É importante ressaltar que nas bases profissionais do Serviço Social haviam raízes</p><p>fortemente católicas e dogmáticas, que traziam em si, referências confessionais,</p><p>entretanto essas ações vão se reconfigurando ao longo do tempo.</p><p>Mesmo tendo todas essas referências, o Serviço Social se reinventou, buscou outros</p><p>registros na tentativa de se atualizar, e foi se encontrar na perspectiva do “direito do cidadão”.</p><p>As primeiras escolas de serviço social no Brasil datam da década de 30, quando</p><p>no país desencadeou um processo de industrialização e de urbanização. Em 1957,</p><p>através da Lei nº 3.252 a profissão foi finalmente reconhecida e regulamentada.</p><p>Passou, portanto, a se instituir como profissão inscrita na divisão sócio técnica do</p><p>trabalho e se consolidou enquanto carreira.</p><p>Em 1993, o Serviço Social no Brasil, depois de muitas mudanças e conquistas chega</p><p>a um novo projeto profissional, representativamente mais crítico e analítico, baseado</p><p>em fundamentos ético-políticos, teóricos e metodológicos, nas ideias marxistas.</p><p>É fundamental lembrar que essa é uma profissão relativamente jovem, principalmente</p><p>no Brasil. Atualmente o Serviço Social é uma profissão difundida na nossa sociedade,</p><p>e tem um cunho humanístico muito necessário e respeitado.</p><p>Trás em sua trajetória questões religiosas, mas efetivamente hoje se reconhece como</p><p>uma profissão eminentemente técnica, com metodologias claras, e efetivamente legitimada.</p><p>Se institui por meio de regulamentação legal, sendo necessário frequentar um curso</p><p>superior presencial, semipresencial e/ou EaD, reconhecido pelo Ministério da Educação-</p><p>MEC, para que daí sejam formados os Assistentes Sociais.</p><p>O curso superior de Serviço Social em geral tem quatro anos de duração e possui</p><p>minimamente 3.000 mil horas na sua carga horária.</p><p>Para que efetivamente se conclua o curso é necessário que o aluno (a) realize</p><p>Estágio Curricular Supervisionado para a complementação do aprendizado.</p><p>O estudante precisará ser acompanhado sistematicamente em campo de estágio,</p><p>por um Supervisor de Campo com formação em Serviço Social, e também por um</p><p>Supervisor Acadêmico com a mesma formação.</p><p>Destacamos que a Associação</p><p>(CASTRO, p.39, 2003)</p><p>A prática profissional nesse período tinha forte influência estrangeira, reproduzindo o</p><p>modelo da legislação trabalhista, de previdência social e assistência pública em âmbito</p><p>latino americano. Para Castro, essa reprodução, nada mais era do que a identificação</p><p>entre os projetos de classes dominantes europeia e latina, que sustentavam essas</p><p>ações importadas.</p><p>A primeira escola de Serviço Social na América Latina foi fundada em 1925 no Chile</p><p>pelo médico, Alejandro Del Rio. É importante destacar que:</p><p>“Na América Latina, o Serviço Social surge como profissão, subordinada</p><p>à profissão médica, porque os médicos - especificamente Alejandro</p><p>Del Río - procuravam elevar sua eficiência e rendimento, integrando-a</p><p>à série de outras subprofissões já existentes. Logo, o mesmo ocorrerá</p><p>com os advogados e, em seguida, não só os profissionais, mas as</p><p>próprias instituições de beneficência etc, passarão a estimular o</p><p>desenvolvimento do Serviço Social” (CASTRO, p.30, 2003)</p><p>Para o autor a criação da primeira escola, inaugura uma nova etapa no seio da</p><p>profissão, representa uma nova fase da institucionalização profissional que introduz o</p><p>Serviço Social no elenco das profissões de nível superior. No Brasil, a escola pioneira</p><p>nasceu em 1936 e no Peru em 1937, cada uma com suas peculiaridades, mas em</p><p>processo de amadurecimento.</p><p>Mais adiante, será na América Latina que o fazer profissional do Serviço Social será</p><p>contestado, na perspectiva da sua reconceituação.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRJyXemqg_kHbUFdNpkEnoq2eUnZvmHd7xQTw&usqp=CAU</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpacobello.com.br%2Fprodutos%2Fdetalhe-produto%2F%3Fp%3D18514992&psig=AOvVaw</p><p>0XX3_3nYtETwrfO9eKzzjb&ust=1643557458622000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNio_eem1_UCFQAAAAAdAAAAABAf</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Não custa nada você cursista anotar essas datas, elas são muito importantes, pois</p><p>muitas vezes são abordadas em avaliações institucionais como o Enade ou até</p><p>mesmo em provas de concursos públicos. Fica a dica!!</p><p>1925 - Primeira Escola de Serviço Social no Chile</p><p>1936 - Primeira Escola de Serviço Social no Brasil (São Paulo)</p><p>1937 - Primeira Escola de Serviço Social no Peru</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpacobello.com.br%2Fprodutos%2Fdetalhe-produto%2F%3Fp%3D18514992&psig=AOvVaw0XX3_3nYtETwrfO9eKzzjb&ust=1643557458622000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNio_eem1_UCFQAAAAAdAAAAABAf</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpacobello.com.br%2Fprodutos%2Fdetalhe-produto%2F%3Fp%3D18514992&psig=AOvVaw0XX3_3nYtETwrfO9eKzzjb&ust=1643557458622000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNio_eem1_UCFQAAAAAdAAAAABAf</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44</p><p>CAPÍTULO 5</p><p>SERVIÇO SOCIAL E A</p><p>DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA</p><p>5.1 Tomismo e Neotomismo</p><p>Você já ouviu falar em Tomás de Aquino? Ou em Santo Tomás de Aquino? Talvez!!</p><p>Quem é? Quais suas contribuições para o mundo?</p><p>Você sabia que ele foi importante para a profissão? Quais as suas contribuições</p><p>para o Serviço social?</p><p>Fonte: https://4.bp.blogspot.com/Tomas-de-Aquino.jpg</p><p>Vamos conhecer a vida e a história de Tomás?</p><p>https://4.bp.blogspot.com/Tomas-de-Aquino.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45</p><p>Tomás nasceu em 1225, no Castelo de Roccasecca, Condado de</p><p>Aquino, no Reino da Sicília, filho de Landolfo e Teodora, de família</p><p>nobre da Lombardia. Em 1230, com 5 anos de idade, os pais enviaram-</p><p>no ao ilustre Mosteiro beneditino de Montecassino, onde recebeu</p><p>as primeiras instruções para ler, escrever e ser iniciado na vida</p><p>monástica. Repentina conturbação política e religiosa no referido</p><p>mosteiro fez com que o Abade recomendasse ao seu pai que o</p><p>enviasse, aos 14 anos de idade, na primavera de 1239, para estudar</p><p>artes e filosofia no Studium Generale de Nápoles. Provavelmente</p><p>viveu no Mosteiro de São Demétrio. Foi em Nápoles que conheceu a</p><p>Ordem dos Pregadores, fundada por São Domingos de Gusmão. Este</p><p>contato foi aos poucos amadurecendo sua vocação e aproximando-o</p><p>da vida dominicana. Tanto foi que em abril de 1244, recebeu o hábito</p><p>dominicano. Conscientes de que os pais de Tomás não o aceitariam</p><p>dominicano, porque desejavam que ele algum dia fosse Abade de</p><p>Montecassino, os frades levaram-no de Nápoles a Roma e de Roma a</p><p>Bolonha. Teodora, sua mãe, quando soube do fato, empreendeu com</p><p>seus outros filhos a captura do jovem frei Tomás, o que ocorreu na</p><p>primeira quinzena de maio de 1244. ( FAITANIN, 2011, p.11)</p><p>Assim como qualquer estudioso, Tomás continua seus estudos teológicos até</p><p>alcançar graus mais elevados, o que o fez lecionar e difundir suas ideias na Europa,</p><p>onde vivia.</p><p>Dentre as diversas contribuições desta época, (2011) Tomás colaborou para assentar</p><p>as bases intelectuais de uma reintegração das comunidades cismáticas (pensadores)</p><p>orientais à Igreja de Roma.</p><p>Vejamos o quanto a fama de Tomás Aquino se espalhou por toda Europa:</p><p>Sua notória fama de sábio fez com que começasse a receber</p><p>inúmeras consultas de toda Europa sobre diversos assuntos. Depois</p><p>da morte de Urbano IV, no final de 1264, Tomás foi encarregado de,</p><p>no ano seguinte, fundar um studium dominicano em Roma. É deste</p><p>período o testemunho que diz que Tomás era assíduo no estudo, na</p><p>oração, celebrava e assistia diariamente duas missas e, não raro,</p><p>encontravam-no em lágrimas, após intenso ato de contemplação.</p><p>Crescia igualmente a sua fama de santidade. ( FAITANIN, 2011, p.13)</p><p>O sagrado homem teve uma boa trajetória junto a Igreja ao lado de autoridades</p><p>religiosas que o reconheciam pelos seus feitos. Participou de várias obras literárias,</p><p>edição de livros, encíclicas papais e celebrações religiosas. Sua vida adulta foi dedicada</p><p>ao sacerdócio, mas adoeceu e sofreu um acidente no seu retorno a sua cidade Nápoles</p><p>falecendo aos 7 dias do mês de março de 1274 no auge dos seus 49 anos.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46</p><p>Importante ressaltar que seu legado (2011) quase cinquenta anos depois de sua</p><p>morte, deu lugar ao processo de reconhecimento de sua sabedoria e santidade com a</p><p>sua canonização. Foi o Papa João XXII que o canonizou em Avinhão, proclamando-o</p><p>santo com a bula Redemptionem misit, de 18 de Julho de 1323.</p><p>Após esse período, vários acontecimentos ocorreram como veremos a seguir:</p><p>[...] o corpo de Santo Tomás permanecera no Mosteiro de Fossanova,</p><p>onde havia sido sepultado no dia 7 de março de 1274. Apesar dos</p><p>insistentes pedidos dos superiores da sua ordem e das diversas cartas</p><p>do Papa Urbano V, datadas desde 1368, que ordenava que o corpo fosse</p><p>transladado de Fossanova para Toulouse, o mesmo efetivamente só</p><p>ocorreu no dia 28 de janeiro de 136910. 13. Por isso, o Papa Urbano</p><p>V, que havia ordenado o translado com outras bulas, exortava com a</p><p>bula Laudabilis Deus, de 18 de julho de 1370, com o cumprimento do</p><p>translado, que os frades dominicanos de Toulouse louvassem a Deus</p><p>em agradecimento e guardassem com honra e dignidade as relíquias</p><p>de Santo Tomás. Coube a São Pio V proclamá-lo ‘Doutor da Igreja’, com</p><p>a bula Mirabilis Deus, de 11 de abril de 1567. O Papa Leão XIII evocou</p><p>e institui o estudo da Filosofia de Santo Tomás com a Encíclica Aeterni</p><p>Patris, de 4 de agosto de 1879. O mesmo Pontífice, exatamente um ano</p><p>depois, declarou Santo Tomás Patrono dos estudos, das escolas e de</p><p>todos os estudantes com a Carta Apostólica breve, Cum hoc sit, de 04</p><p>de agosto de 1880. Dando prosseguimento ao reconhecimento da sua</p><p>sabedoria e santidade, São Pio X com o Motu proprio Doctoris Angelici,</p><p>de 29 de junho de 1914, ordenou que a doutrina do Doutor Angélico fosse</p><p>efetivamente</p><p>ensinada. O Papa Pio XI, anos mais tarde, o proclamou</p><p>Guia dos estudantes, com a Encíclica Studiorum ducem, de 29 de junho</p><p>de 1923, por ocasião do VI centenário da sua canonização. 14. O Papa</p><p>Paulo VI, já na segunda metade do século XX, o declarou ‘Luz da Igreja’,</p><p>com a Carta Apostólica Lumen Ecclesiae, de 20 de novembro de 1974,</p><p>por ocasião do VII centenário da morte de Santo Tomás. O Papa João</p><p>Paulo II evocou Santo Tomás de Aquino como modelo para a conciliação</p><p>de fé e razão para o novo milênio, com a Encíclica Fides et Ratio, de 14</p><p>de setembro de 1998. Sua doutrina, por ser amplamente voltada para a</p><p>dignidade humana, em todas as suas dimensões, justificou o Papa João</p><p>Paulo II lhe atribuir o título de ‘Doctor Humanitatis’. Nesta perspectiva, sua</p><p>doutrina é ‘Luz da Igreja’, porque aproximou Deus, o homem e a ciência.</p><p>(FAITANIN, 2011, p.14, 15)</p><p>Essa é a história de um homem que dedicou sua vida aos estudos teológicos à luz</p><p>da razão, do conhecimento e da ciência. É importante ressaltar que conhecer a vida e a</p><p>trajetória das personalidades históricas trás compreensão aos fatos e embasam as rotas</p><p>percorridas pelas profissões, e com o Serviço Social não é diferente, sendo assim, suas</p><p>influências doutrinárias ficaram nítidas no campo teológico, moralista e humanista.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Fmfernanda13mfp%2Fsanto-tom%25C3%25A1s-de-aquino%2F&psig=AOvVaw3</p><p>52F0EdJJXo9W9vIWDTLTW&ust=1643642128616000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCOjFrqLi2fUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>Abre-se nesse momento o que seria a definição da corrente filosófica tomista. O</p><p>tomismo se expressa evidentemente no que Tomás (2011) coerentemente viveu o</p><p>que pensou e pensou o que viveu: está inteiro em sua doutrina.</p><p>Entrelaçam-se nele a santidade e a sabedoria, de tal maneira que se removêssemos</p><p>uma prejudicar-se-ia a outra. Para Faitanin:</p><p>Tomás revela-nos ao falar do amor de Cristo por João. Quis a providência</p><p>dar-nos a conhecer, pela própria boca de João, que Deus nos amou</p><p>primeiro [1 Jo 4, 10]. Muito provavelmente, este reconhecimento de</p><p>que só podemos saber do amor porque o amor nos amou primeiro,</p><p>moveu inteiramente todo o projeto filosófico e teológico tomasiano,</p><p>que partia do ‘amor à sabedoria’ e se transformava numa ‘sabedoria</p><p>do Amor. A contemplação é justamente este ato mais nobre de amor,</p><p>porque dá aos outros a verdade contemplada. Toda esta riqueza</p><p>encontra-se no que costumamos denominar Tomismo. (FAITANIN,</p><p>2011, p.18)</p><p>Além do mais, (2011) a sua filosofia não se prende ao espaço ou ao tempo passado,</p><p>pois ela é atual e não se limitou às questões próprias do medievo, mas àquelas inerentes</p><p>aos anseios do homem de qualquer período histórico.</p><p>É por essa razão que o amor e a sabedoria se afirmam enquanto pensamentos</p><p>cristãos perpetuados não só do período em que viveu Tomás, mas ao período descrito</p><p>pelos escritos sagrados da passagem do filho de Deus encarnado na figura humana</p><p>de Cristo.</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Fmfernanda13mfp%2Fsanto-tom%25C3%25A1s-de-aquino%2F&psig=AOvVaw352F0EdJJXo9W9vIWDTLTW&ust=1643642128616000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCOjFrqLi2fUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Fmfernanda13mfp%2Fsanto-tom%25C3%25A1s-de-aquino%2F&psig=AOvVaw352F0EdJJXo9W9vIWDTLTW&ust=1643642128616000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCOjFrqLi2fUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48</p><p>Quantas e quantas vezes falamos das influências das ideias de pessoas que de</p><p>forma direta ou indireta deram contribuições ao que desenvolvemos nas nossas vidas,</p><p>seja no meio acadêmico, pessoal ou profissional!!</p><p>Já parou para pensar nisso?</p><p>Se a doutrina tomista está presente em qualquer tempo histórico, abre-se a partir</p><p>daqui a volta de uma “nova” corrente, nomeada de Neotomismo.</p><p>As influências dessas correntes de pensamento vão se perpetuando ao longo dos</p><p>anos, o que proporciona que as profissões evoluam, no entanto, não se pode negar</p><p>suas origens, sua formação, seu modo de pensar e refletir.</p><p>Então, vem aí a pergunta, e a corrente filosófica agora nomeada de Neotomismo,</p><p>onde entra nessa história? Você sabe o que significa a palavra Neo?</p><p>O prefixo “Neo’’ nos traz o novo, enquanto proposta das nossas discussões.</p><p>Faremos um salto do período histórico de Aquino para o século XXI, marcado por</p><p>diversas e intensas transformações. Desta feita, observemos o que este século nos traz:</p><p>O século XXI é o das diversas formas de comunicação midiáticas. O</p><p>grande esforço é tornar a imensa obra de Tomás de Aquino acessível,</p><p>por meio destes instrumentos, a grande número de pesquisadores.</p><p>Mas, o grande desafio não é só torná-lo conhecido, pois isso ele já o é,</p><p>ao menos de nome, no meio cultural, intelectual, acadêmico. A tarefa</p><p>é dar a conhecer, de fato, as suas valiosas ideias presentes em suas</p><p>inúmeras obras, cheias de pensamentos sempre atuais e aptos a serem</p><p>recebidos em diversos setores do saber humano. Torná-las conhecidas,</p><p>de uma maneira íntegra e, em diversos idiomas e setores da cultura,</p><p>dando a conhecer a muitas pessoas que ainda desconhecem sua grande</p><p>contribuição para toda a humanidade. (FAITANIN, 2011, p. 15)</p><p>Sendo o século XXI o período das comunicações midiáticas e mais recente no que</p><p>tange às mídias sociais, percebemos o poder que a forma de como nos comunicamos</p><p>hoje, é significativo.</p><p>Que tal nosso curso como exemplo? Fazemos uso de mídias digitais, antes</p><p>nunca pensadas. Nunca se imaginou ministrar uma aula do curso de Serviço Social</p><p>simultaneamente à diversos alunos do Brasil afora, sem que estivessem todos</p><p>fisicamente no mesmo espaço.</p><p>Então, imagine que esse novo mundo das informações tem um alcance infinito no</p><p>campo da difusão das ideias. Isso tem tornado a vida mais fácil, contudo, sabemos</p><p>que existem as fortalezas, mas também os desafios.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49</p><p>Cabe a nós utilizar o filtro do conhecimento científico, através da crítica para não</p><p>cair no mundo das falácias ou das contradições.</p><p>Se até aqui não conhecíamos quem foi Tomás de Aquino e as suas ideias, talvez</p><p>por falta de oportunidade ou acesso, passamos agora a ser responsáveis por trazer</p><p>essas informações históricas à tona. De percebê-las inseridas nesse novo momento</p><p>e compreender as contribuições trazidas à profissão do Serviço Social.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Mas o que é mesmo esse Neotomismo?</p><p>O neotomismo é uma corrente filosófica surgida no século XIX com o</p><p>objetivo de reviver a filosofia de Santo Tomás de Aquino, do século XIII, o</p><p>tomismo, a fim de atender aos problemas contemporâneos. A condição</p><p>de exploração e miséria em que vivem os operários na Europa do final</p><p>do século XIX, decorrentes da industrialização e do desenvolvimento do</p><p>capitalismo, leva a Igreja a se posicionar, pois este momento era visto por</p><p>esta como de crise e decadência da moral e dos costumes cristãos. A Igreja</p><p>vê, então, no ressurgimento das ideias de Tomás de Aquino o caminho para</p><p>o enfrentamento desta realidade. (CICILIATI, 2016, p.2)</p><p>Como nos diz Ciciliati (2016) o neotomismo no Serviço Social marca profundamente</p><p>a profissão desde a fundação da primeira escola de Serviço Social no Brasil.</p><p>O Serviço Social surge alinhado ao projeto da reforma social da Igreja e de sua</p><p>ideologia, traz, além da prática e do seu ponto de vista teórico a visão de homem e</p><p>de sociedade adotada na profissão a qual se dará a partir da visão católica, tendo</p><p>como sustentação filosófica o neotomismo.</p><p>Esperamos que todos tenham absorvido o conceito tomista e neotomista para</p><p>verificar que essas influências estão presentes no campo do Serviço Social e embasam</p><p>os estudos teóricos e metodológicos da profissão.</p><p>E você futuro profissional apesar de saber dessas origens precisa saber se posicionar</p><p>de forma convicta da estrutura histórica do seu curso e atuar com total conhecimento</p><p>de causa, sobretudo de forma imparcial, laica, raciocinada e crítica.</p><p>Vamos ver no próximo tópico os documentos que influenciaram a profissão.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://sumateologica.files.wordpress.com/2014/01/tomas_boi_voando.jpg</p><p>5.1.1 Influência das Encíclicas Papais na profissão</p><p>As autoridades eclesiásticas da Igreja Católica quando necessitam expressar suas</p><p>ideias e o posicionamento da mesma, o fazem através das Encíclicas Papais.</p><p>O papa Leão XIII, em 15 de maio de 1891, publicou a Encíclica Papal Rerum Novarum.</p><p>Tal autoridade cristã se tornou conhecida pela sua intelectualidade e reformulação da</p><p>filosofia cristã que deu novo estímulo aos estudos bíblicos e sociais. Grande entusiasta</p><p>da filosofia Tomista, fortaleceu suas ideias e discordou veementemente das teorias</p><p>filosóficas da época. Opunha-se radicalmente ao liberalismo e ao comunismo.</p><p>https://sumateologica.files.wordpress.com/2014/01/tomas_boi_voando.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51</p><p>Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fspmnacional.org.br%2F2021%2F05%2F17%2Fpe-alfredinho-130-anos-de-doutrina-social-da-</p><p>igreja%2F&psig=AOvVaw2Irg-kYjmKoBIYZQo3bDxM&ust=1644332572129000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjQuazu7fUCFQAAAAAdAAAAABAZ</p><p>A Rerum Novarum foi publicada após o advento da Revolução Industrial e do</p><p>lançamento do Manifesto Comunista de 1848. Ela posicionava-se sobre as questões</p><p>da vida cotidiana dos homens e sua relação com a família, com o patronato, com o</p><p>Estado.</p><p>A encíclica avaliava a situação vivida pelo proletariado e colocava duas possibilidades</p><p>de projeto de sociedade, onde a primeira envolvia o viés socialista, totalmente condenado</p><p>pela Igreja, e a segunda “a solução cristã”, vista como a única alternativa possível.</p><p>No conteúdo por ela exposto, o tema da Questão Social tem estreita relação com</p><p>a causa do Bem Comum. Condenava a exploração da mão de obra do trabalhador</p><p>pelo capitalismo, entretanto também não aprovava o modelo socialista de propriedade</p><p>privada.</p><p>Acreditava-se que o direito à propriedade privada era dado por Deus, era considerado</p><p>um direito natural, quando coloca que:</p><p>[...] Deus não concedeu (a terra) aos homens para que a dominassem</p><p>confusamente todos juntos. Tal não é o sentido dessa verdade. Ela</p><p>significa, unicamente, que Deus não assinou uma parte a nenhum</p><p>homem em particular, mas quis deixar a limitação das propriedades</p><p>à indústria humana e às instituições dos povos. (RERUM NOVARUM,</p><p>1891)</p><p>Propõe que patrões e empregados vivam solidariamente, competindo ao funcionário</p><p>lealdade e comprometimento, e ao patronato um pagamento e tratamento justos.</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fspmnacional.org.br%2F2021%2F05%2F17%2Fpe-alfredinho-130-anos-de-doutrina-social-da-igreja%2F&psig=AOvVaw2Irg-kYjmKoBIYZQo3bDxM&ust=1644332572129000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjQuazu7fUCFQAAAAAdAAAAABAZ</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fspmnacional.org.br%2F2021%2F05%2F17%2Fpe-alfredinho-130-anos-de-doutrina-social-da-igreja%2F&psig=AOvVaw2Irg-kYjmKoBIYZQo3bDxM&ust=1644332572129000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjQuazu7fUCFQAAAAAdAAAAABAZ</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52</p><p>Entretanto, numa sociedade de classes, onde uma sobrevive por intermédio da</p><p>exploração da outra, manter esse contrato é, por essência, um objetivo inalcançável.</p><p>A encíclica Quadragésimo Anno foi publicada pela Igreja Católica 40 anos após a</p><p>“Rerum Novarum”, em 15 de maio de 1931 pelo Papa Pio XI.</p><p>Em seus apontamentos, ela continuava fazendo críticas ao capitalismo e ao</p><p>socialismo, afirmando a Doutrina Social da Igreja como a alternativa mais certa para a</p><p>resolução das questões sócio-econômicas, sempre fundamentado nas ideias Tomistas.</p><p>Tinha por objetivo resgatar os frutos produzidos pela encíclica anterior, Rerum</p><p>Novarum, bem como fazer uma análise contemporânea e econômica da sociedade</p><p>para entender as razões do que se considerava “desordem social”, propondo a sua</p><p>restauração, através da reforma dos costumes.</p><p>Compreendia que o projeto de sociedade não estava vinculado ao resultado das</p><p>ações capitalistas, mas dependia muito mais de um sistema baseado na solidariedade</p><p>cristã.</p><p>Mesmo fazendo críticas à questão socioeconômica produzida pelo sistema capitalista</p><p>então vigente, a Quadragésimo Anno não trazia em sua essência uma proposta concreta</p><p>de mudança das questões sociais e superação da situação vigente.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53</p><p>CAPÍTULO 6</p><p>O JOGO DE FORÇAS</p><p>NA AMÉRICA LATINA</p><p>Queridos (as) estudantes, passamos aqui a fazer um passeio pela américa latina,</p><p>em especial no chile e no peru, onde nascem as primeiras escolas de serviço social,</p><p>e onde as correlações de força estão efervescentes naquele período. Vamos lá!</p><p>É importante destacar que desde o fim do século XIX, o movimento operário vinha</p><p>tomando espaço em toda sociedade chilena, provocando inúmeras mudanças no</p><p>cenário nacional.</p><p>Sob a influência das ideias socialistas e anarco-sindicalistas, o sistema político</p><p>chileno tem profundas modificações, dando lugar à democratização, à melhoria das</p><p>condições de vida dos setores autônomos e à institucionalização das suas demandas</p><p>(CASTRO, 2000).</p><p>Arturo Alessandri Presidente do Chile</p><p>Fonte: https://www.novomilenio.inf.br/santos/lendas/h0182w06.jpg</p><p>https://www.novomilenio.inf.br/santos/lendas/h0182w06.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54</p><p>No ano de 1920, o então candidato Arturo Alessandri, que tinha como pauta o</p><p>movimento reformista, venceu as eleições daquele ano. Entretanto, suas intenções</p><p>iniciais não chegaram a termo, pois o seu reformismo aliou-se aos setores da oligarquia</p><p>local.</p><p>Para se manter no poder, Arturo Alessandri tenta equalizar as forças conservadoras</p><p>e o movimento popular, de acordo com as informações de Castro (2000).</p><p>A classe operária crescia significativamente, e mesmo sob a resistência dos setores</p><p>conservadores, Alessandri aprovou o Código do Trabalho, onde o Estado deveria regular</p><p>as relações de trabalho e o direito à manifestação da classe operária.</p><p>Todas essas mudanças causaram incômodos na classe política, que não tardou</p><p>em providenciar a derrubada do presidente do poder, em setembro de 1924.</p><p>Eram tempos de instabilidade política que devido todas as mudanças ocorridas,</p><p>potencializaram a reorganização da produção e a relação entre as classes sociais.</p><p>Vale ressaltar a imperiosa organização da classe trabalhadora, bem como seus</p><p>ideais socialistas, que possibilitam as transformações sociais naquele período histórico.</p><p>Esse panorama da sociedade chilena, nos dá a clara visão de como a América Latina</p><p>estava em completa efervescência, nos dando ideia do pano de fundo da criação da</p><p>primeira escola de Serviço Social daquele continente.</p><p>6.1 Surgimento do Serviço Social no Chile, Peru</p><p>Queridos (as) cursistas iniciaremos nosso passeio histórico nas escolas de Serviço</p><p>Social da América Latina conhecendo como foi esse período no Chile.</p><p>Te convido a fazer esse</p><p>passeio conosco.</p><p>Vamos lá!?</p><p>Como é possível perceber as lutas de classe foram ponto fulcral para a</p><p>profissionalização do Serviço Social, tendo em vista a combatividade dos setores</p><p>operários.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55</p><p>A burguesia se viu obrigada a acolher as reivindicações classistas, sendo assim a</p><p>pioneira na institucionalização das exigências do povo e da classe operária, frente a uma</p><p>sociedade burguesa.</p><p>Os movimentos de massa que defendiam ferozmente seus direitos, conseguiram a</p><p>partir daí uma legislação que propunha respostas às questões sociais de habitação, saúde,</p><p>previdência social, trabalho dentre outros pontos fundamentais.</p><p>Nesse contexto sócio político é que surge a primeira escola de Serviço Social, no ano</p><p>de 1925, logo em seguida a Escola Elvira Matte Cruchaga.</p><p>O médico Alejandro Del Río, criou a primeira escola de Serviço Social, tendo suas bases</p><p>intrinsecamente ligadas à ação do Estado. Em 1924 é aprovada uma legislação cujas</p><p>exigências passam pela adequação das instituições estatais e paraestatais, entre elas a</p><p>necessidade de profissionais especializados para atender no campo da assistência social.</p><p>Desta forma, Alejandro Del Río, conseguiu dar respostas às demandas que surgiam,</p><p>mesmo que de forma parcial, ao criar a escola e assim complementar o trabalho do</p><p>médico (CASTRO, 2000).</p><p>É importante destacar que para Del Río as motivações da criação da escola de Serviço</p><p>Social, eram pautadas nos interesses médicos, tendo em vista que para o mesmo o “</p><p>assistente social deveria ser um sub técnico incumbido de colaborar diretamente com</p><p>o médico”.</p><p>Nasce aí a profissão sob a égide da subalternidade à profissão médica.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>• Alejandro Del Río Soto Aguilar (1867-1939).</p><p>• Primeiro Professor titular da Cátedra de Bacteriologia e Imunologia da Faculdade</p><p>de Medicina da Universidade do Chile. Período 1896-1901.</p><p>• Imagem da coleção do Museu Nacional de Medicina, Faculdade de Medicina,</p><p>Universidade do Chile.</p><p>Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Gonzalo-Osorio-2/publication/49362015/figure/fig4/AS:646450308468738@1531137172959/Figura-4-dr-</p><p>alejandro-del-rio-soto-aguilar-1867-1939-Primer-Profesor-titular-de-la_Q320.jpg</p><p>https://www.researchgate.net/profile/Gonzalo-Osorio-2/publication/49362015/figure/fig4/AS:646450308468738@1531137172959/Figura-4-dr-alejandro-del-rio-soto-aguilar-1867-1939-Primer-Profesor-titular-de-la_Q320.jpg</p><p>https://www.researchgate.net/profile/Gonzalo-Osorio-2/publication/49362015/figure/fig4/AS:646450308468738@1531137172959/Figura-4-dr-alejandro-del-rio-soto-aguilar-1867-1939-Primer-Profesor-titular-de-la_Q320.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56</p><p>Em 1929, surge também no Chile a Escola Elvira Matte de Cruchaga, obedecendo aos</p><p>interesses da Igreja Católica. Criou-se um centro ortodóxico de formação de agentes</p><p>sociais “buscando responder aos estímulos concretos e práticos que lhe impunha</p><p>a luta de classes, assim como a uma estratégia de continentalização da influência</p><p>católica na criação de escolas de Serviço Social” (CASTRO, 2000, p.72)</p><p>A principal diferenciação entre as duas escolas estava na influência exercida pelos</p><p>médicos na condução real da escola, muito embora todas as duas compartilhassem</p><p>de uma base doutrinária comum, o estreito laço com o Serviço Social belga.</p><p>Merece destaque, na Elvira Matte de Cruchaga, a concepção de uma profissão</p><p>vocacionada, espírito de sacrifício e o cuidado tanto do corpo quanto da alma do</p><p>homem, aspecto que seguirá durante muito tempo na profissão.</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Na Escola Elvira Matte de Cruchaga estabeleceram-se critérios rigorosos para que</p><p>as alunas fossem admitidas, entre eles estavam:</p><p>1. Ter 21 anos completos e menos de 35 anos.</p><p>2. Apresentar atestado médico comprovando boa saúde.</p><p>3. Antecedentes que comprovem honorabilidade, bem como recomendações</p><p>paroquiais.</p><p>4. Boas notas nos estudos fundamentais na área das Ciências Humanas.</p><p>5. Apresentar um texto de próprio punho, falando da sua história pessoal.</p><p>Essas exigências conduziam a um elitismo da sociedade, onde na prática só</p><p>“damas da sociedade” conseguiam ser admitidas.</p><p>Voltando ao nosso passeio histórico, é fundamental compreendermos como estava</p><p>o cenário sócio político no Peru, para darmos continuidade aos nossos objetivos.</p><p>Desta forma, vale destacar que “os anos vinte transcorrem no Peru sob a ditadura</p><p>de Augusto B. Leguía, presidente entre 1919 e 1930, que procurou , nos inícios da sua</p><p>gestão, imprimir-lhe um corte popular[..]”(CASTRO, 2000, p.110).</p><p>Durante toda a década de vinte, houve um processo de reorganização da estrutura</p><p>de classes, alçando as camadas populares no círculo político.Entretanto, o país foi</p><p>afetado economicamente pelas crises internacionais o que afetou a política interna.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57</p><p>Lançado em meio a corrupção e os conflitos com os movimentos sociais, o Peru</p><p>viveu sob a égide de severas instabilidades e clima de tensão.</p><p>Em 1937, nasce a primeira escola de Serviço Social Peruana ligada ao Ministério da</p><p>Saúde, que deu suporte no conhecimento de profissionais que lidavam diretamente</p><p>com as questões sociais da época.</p><p>A economia peruana estava completamente desvalorizada e as questões sociais</p><p>eram gritantes, o que exigia a participação de profissionais que soubessem lidar com</p><p>tudo isso, desta forma a profissão foi se consolidando no país e na América Latina.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Vamos exercitar? Escreva no quadro as palavras chaves que resumem o que você</p><p>estudou até agora.</p><p>6.2 Considerações sobre o movimento de reconceituação do Serviço Social</p><p>Para o Serviço Social, o Movimento de Reconceituação foi um marco histórico,</p><p>que representou mudanças em busca da desvinculação do conservadorismo que</p><p>historicamente conceituava a profissão. É fato que as mudanças que foram pensadas,</p><p>não se consolidaram efetivamente como sonhado, o que não tirou a importância desse</p><p>período tão importante do Serviço Social.</p><p>Era na verdade, a necessidade que a categoria demandou em adequar as práticas</p><p>profissionais à realidade e a ruptura com o serviço social tradicional.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58</p><p>A intenção era construir novos métodos e técnicas de trabalho que atendessem as</p><p>expectativas e necessidades da população mais vulnerável, tendo em vista uma prática</p><p>profissional pautada em uma identidade particular, condizente com a realidade social.</p><p>Surgiu na década de sessenta, manifestando-se na América Latina como um</p><p>movimento pela Renovação do Serviço Social, assim sendo, Viana afirma que:</p><p>Compreende-se que esta nova fase da profissão teve início no contexto</p><p>da ditadura militar que ocorreu no Brasil de 1964 a 1985, fomentada por</p><p>interesses imperialistas que buscavam um espraiamento do modelo</p><p>econômico capitalista, ou mesmo para reter uma expansão do comunismo</p><p>na América Latina.O período da ditadura militar começou com o golpe de</p><p>64 feito por militares, a partir do golpe o governo passou a ser regido pelos</p><p>militares e se apresentava sob duas faces: a ideológica e a repressiva,</p><p>reproduziam uma ideia em que tudo que o poder governamental fazia</p><p>era para o bem da população, era para o desenvolvimento do país, assim</p><p>faziam com que um grande contingente populacional reproduzisse essa</p><p>ideia. Aqueles que iam de encontro com ideal burguês sofriam grande</p><p>repressão e violência, física e moral, que fez com que muitas pessoas</p><p>fossem mortas, ou outros exilados. (VIANA et all, 2015, p.02)</p><p>É importante ressaltar que o fazer profissional do assistente social era considerado</p><p>tradicional, como meros executores de políticas sociais e mantenedores da ordem</p><p>social burguesa.</p><p>Diante da efervescência que a América Latina vinha passando, não foi nenhuma</p><p>surpresa que os profissionais do país se sentissem impelidos também às mudanças,</p><p>que nessa altura dos fatos se davam tanto em nível de prática profissional, quanto</p><p>de formação profissional.</p><p>“O mercado de trabalho para</p><p>o assistente social [..] demandava um profissional com</p><p>postura moderna, que atendesse as exigências de uma racionalidade burocrático-</p><p>administrativas em meio à modernização conservadora” (VIANA et all, p.02, 2015)</p><p>No que diz respeito à formação profissional, o Serviço Social passa a se inserir</p><p>no ensino das universidades, antes era ligado às escolas com parcos recursos e</p><p>vinculação religiosa.</p><p>Ele passa a interagir com as Ciências Sociais, Psicologia, Antropologia, Sociologia</p><p>e isso lhe deu um poder e amplitude na sua forma de ver o mundo.</p><p>É nesse contexto de transformações sociohistóricas que surge o processo de</p><p>Reconceituação da Profissão.</p><p>Netto (2005, p. 131) ressalta:</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59</p><p>Entendemos por renovação o conjunto de características novas, que</p><p>no marco das constrições da autocracia burguesa, o Serviço Social</p><p>articulou, à base do rearranjo de suas tradições (...), procurando</p><p>investir-se como instituição de natureza profissional dotada de</p><p>legitimação prática, através de respostas a demandas sociais e da</p><p>sua sistematização, e de valorização teórica, mediante a remissão</p><p>às teorias e disciplinas sociais.</p><p>Para Viana o Movimento de Reconceituação do Serviço Social “é um processo que</p><p>busca dar ao Serviço Social uma prática mais eficaz, que busque caminhos em novos</p><p>fundamentos teórico-metodológicos”(p.03, 2015).</p><p>Diante disso são apresentadas três perspectivas, neste processo de renovação do</p><p>Serviço Social: Perspectiva Modernizadora, a Reatualização do Conservadorismo e a</p><p>Intenção de Ruptura.</p><p>A primeira perspectiva dizia respeito à:</p><p>[...] uma perspectiva modernizadora para as concepções profissionais</p><p>- um esforço no sentido de adequar o Serviço Social, enquanto</p><p>instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais</p><p>a ser operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento</p><p>capitalista, às exigências postas pelos processos sócio-políticos</p><p>emergentes no pós-64.( NETTO, 2005, p. 131)</p><p>Ao que diz respeito à Perspectiva Modernizadora tem seu auge nos Seminários</p><p>de Araxá (1967) e Teresópolis (1970) com a preocupação do aperfeiçoamento dos</p><p>instrumentos operativos e com a metodologia utilizada.</p><p>Viana assinala que na “Reatualização do Conservadorismo’’, busca-se aperfeiçoar as</p><p>antigas práticas profissionais de acordo com as novas exigências do perfil profissional,</p><p>ou seja, busca-se mantê-las num viés mais crítico que pudesse apresentar argumentos</p><p>plausíveis para adentrar a nova prática profissional.” (2015, p.04).</p><p>Na realidade, com esse modelo não se propunham mudanças significativas do</p><p>tradicionalismo profissional, no fazer cotidiano, mantendo as práticas conservadoras.</p><p>Já a Intenção de Ruptura passava a “construir-se sobre bases quase que inteiramente</p><p>novas; esta era uma decorrência do seu projeto de romper substantivamente com o</p><p>tradicionalismo e suas implicações teórico - metodológicas e prático-profissionais”</p><p>(NETTO, 2005. p. 250).</p><p>“Sua emersão é baseada principalmente no método Belo Horizonte que surgiu na</p><p>Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais elaborado por</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60</p><p>jovens profissionais preocupados em dar uma nova visão ao Serviço Social” (VIANA,</p><p>2015,p.05). A aproximação do Serviço Social com as teorias marxistas possibilitou a</p><p>intenção de mudança para uma postura mais crítica, entretanto, a compreensão sobre</p><p>as ideias marxistas à época era limitada e superficiais, o que constituiu uma ideia do</p><p>assistente social agente da transformação social, como um agente revolucionário.</p><p>Assim sendo, podemos classificar o Movimento de Reconceituação do Serviço Social</p><p>como um momento que “teve por objetivo a construção de um perfil profissional mais</p><p>crítico, para uma melhor orientação e redimensionamento do exercício profissional</p><p>do Serviço Social.” (VIANA, 2015, p.05)</p><p>Fonte: http://www.cfess.org.br/fotos/70ANOSJPN-CFESS.jpg</p><p>http://www.cfess.org.br/fotos/70ANOSJPN-CFESS.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-TGt4LLKgMaI/WXamwVA2-KI/AAAAAAAAFLM/NkqAmQnLha0Dy63u_cceGHdRhpk7bZ-kQCLcBGAs/s1600/</p><p>MOVIMENTO%2BDE%2BRECONCEITUA%25C3%2587%25C3%2583O%2B1.jpg</p><p>https://2.bp.blogspot.com/-TGt4LLKgMaI/WXamwVA2-KI/AAAAAAAAFLM/NkqAmQnLha0Dy63u_cceGHdRhpk7bZ-kQCLcBGAs/s1600/MOVIMENTO%2BDE%2BRECONCEITUA%25C3%2587%25C3%2583O%2B1.jpg</p><p>https://2.bp.blogspot.com/-TGt4LLKgMaI/WXamwVA2-KI/AAAAAAAAFLM/NkqAmQnLha0Dy63u_cceGHdRhpk7bZ-kQCLcBGAs/s1600/MOVIMENTO%2BDE%2BRECONCEITUA%25C3%2587%25C3%2583O%2B1.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62</p><p>CAPÍTULO 7</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO E</p><p>PRÁTICAS PROFISSIONAIS</p><p>NAS DÉCADAS DE 20 E 30</p><p>Olá, cursista!! Vamos para mais uma aula de Fundamentos Históricos do Serviço Social.</p><p>O Serviço Social sem dúvidas é marcado em seu contexto por diversos acontecimentos</p><p>históricos. As décadas de 20 e 30 no Brasil são o pano de fundo para as questões sociais,</p><p>objeto de estudo do Serviço Social. Iamamoto define a questão social como objeto do</p><p>Serviço Social da seguinte forma:</p><p>Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas</p><p>mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos</p><p>as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na</p><p>saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo</p><p>desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam</p><p>as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre</p><p>produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência,</p><p>que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido</p><p>por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou</p><p>deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão social,</p><p>cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do</p><p>assistente social. (IAMAMOTO, 1997, p. 14)</p><p>Corrobora-se com Iamamoto e como um exemplo concreto aqui no Brasil, pode-se</p><p>trazer a contradição capital x trabalho que permeia a questão social, e define-se como</p><p>uma categoria estudada pelo Serviço Social.</p><p>Fonte:https://slideplayer.com.br/5891527/18/images/slide_1.jpg</p><p>https://slideplayer.com.br/5891527/18/images/slide_1.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63</p><p>Esse modo de produção capitalista e sua relação com o trabalho abre espaço para</p><p>outras duas ideias sobre a questão social.</p><p>A questão social não é senão as expressões do processo de formação</p><p>e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário</p><p>político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por</p><p>parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da</p><p>vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual</p><p>passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e</p><p>repressão. (CARVALHO e IAMAMOTO, 2004, p.77)</p><p>[...] a questão social é a aporia das sociedades modernas que põe</p><p>em foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado</p><p>e a dinâmica societária, entre a exigência ética dos direitos e os</p><p>imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete</p><p>igualdade e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na</p><p>dinâmica das relações de poder e dominação. (TELES, 1996, p. 85)</p><p>Podemos destacar nas duas citações pontos importantes, o desenvolvimento da</p><p>classe operária e a promessa de igualdade da realidade e exclusões.</p><p>Observe a charge!!</p><p>Fonte: https://blogdoenem.com.br/wp-content/uploads/2017/02/5-2.jpg</p><p>Essa classe operária alcançará essa igualdade? Vê-se que em duas décadas muitos</p><p>foram os acontecimentos, no entanto, o processo de transição</p><p>econômica e social</p><p>https://blogdoenem.com.br/wp-content/uploads/2017/02/5-2.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64</p><p>baseados ainda no modelo primário exportador e acumulador de riquezas rompe as</p><p>possibilidades de melhoria para os trabalhadores. Quais os motivos para que isso</p><p>ocorra?</p><p>Isto ocorre em nome da superestrutura definida por Marx (1993), pois define-se</p><p>como a projeção e a expressão cultural presentes nas relações de produção. Assim, a</p><p>superestrutura é resultado de estratégias dos grupos dominantes para a consolidação</p><p>e replicação do seu domínio econômico, político e social.</p><p>A compreensão desse histórico exige dos assistentes sociais um entendimento</p><p>acerca das questões sociais, pois essas estão para além dos fatos históricos ocorridos</p><p>nas décadas de 20 e 30. Esse período da primeira república registra fortes modificações</p><p>nas relações capitalistas de produção por ocasião da chegada das indústrias e da</p><p>expansão econômica.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>OBSERVE O FLUXOGRAMA A SEGUIR</p><p>Fonte: https://minio.scielo.br/documentstore/1980-5357/WQDjMNgQsYSMCVrjJ6QxCny/7f2adebf48b77bce672e0e14f6ede42372cc3350.jpg</p><p>https://minio.scielo.br/documentstore/1980-5357/WQDjMNgQsYSMCVrjJ6QxCny/7f2adebf48b77bce672e0e14f6ede42372cc3350.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Após a observação do fluxograma, discuta com seus colegas e professores e em</p><p>seguida registre suas impressões sobre o modo de produção capitalista</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Ainda sobre contexto histórico e práticas profissionais nas décadas de 20 e 30,</p><p>segundo Iamamoto e Carvalho</p><p>A questão social no Brasil marcou o período da primeira república segundo as</p><p>autoras.</p><p>[...] a “questão social”, seu aparecimento, diz respeito diretamente à</p><p>generalização do trabalho livre numa sociedade em que a escravidão</p><p>marca profundamente seu passado recente. Trabalho livre que se</p><p>generaliza em circunstâncias históricas nas quais a separação entre</p><p>homens e meios de produção se dá em grande medida fora dos limites</p><p>da formação econômico-social brasileira. Sem que se tenha realizado</p><p>em seu interior a acumulação (primitiva) que lhe dá origem, e toda</p><p>característica que marcará pro fundamente seus desdobramentos.</p><p>(IAMAMOTO E CARVALHO, 2004, p. 125)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66</p><p>Leva-se em consideração a análise sobre citação exposta em relação ao que pode-se</p><p>chamar de “trabalho livre” dentro da visão das autoras Iamamoto e Carvalho (2004),</p><p>em que mostram o capital já “liberado” do custo de reprodução da força de trabalho.</p><p>Esse capital encontra-se livre para procurar no mercado a força de trabalho necessária</p><p>e torná-la uma mercadoria com o objetivo de manter a reprodução por meio do salário,</p><p>perspectiva esta, ser a única saída para o operário e sua família.</p><p>Desta feita, pode-se questionar até que ponto, “trabalho”, “capital” e “salário” são</p><p>independentes e livres na perspectiva do trabalhador? Será que temos liberdade de</p><p>escolha? Essa reflexão crítica perdura desde a primeira república até os dias atuais?</p><p>Ou não?</p><p>Quantos dilemas o Serviço Social atravessa quando se depara com o capitalismo,</p><p>não é mesmo?!</p><p>É preciso considerar que a profissão de assistente social também é parte de um</p><p>exército operário do sistema e uma de suas competências é fazer análise da condição</p><p>dos outros trabalhadores, mas em dado momento, deve fazer a análise de si, pois</p><p>mesmo ao considerar a intelectualidade como sua força de trabalho as escolhas</p><p>impostas pelo sistema ao “trabalho livre” terá o mesmo peso.</p><p>A implantação do Serviço Social, Iamamoto e Carvalho (2004), no período supracitado</p><p>não é uma condição imposta pelo Estado, mas de iniciativas privadas de parte das</p><p>classes mais elevadas apoiadas na Igreja Católica. Isto ficará mais explícito no cerne</p><p>da próxima seção desta aula.</p><p>7.1 Gênese do Serviço Social no Brasil</p><p>O Serviço Social surge em congruência com as iniciativas individuais privadas e</p><p>não coletivas como foi aventado anteriormente, sobretudo pela exploração da força</p><p>de trabalho, o que legitima o fundamento da questão social para a discussão das</p><p>ciências sociais aplicadas.</p><p>As representações desse fundamento estão dispostas por Iamamoto e Carvalho</p><p>da seguinte forma:</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67</p><p>[...] Possui em seu início uma base social bem delimitada e fontes</p><p>de recrutamento e formação de agentes sociais informados por</p><p>uma ideologia igualmente determinada, A especificidade maior</p><p>que reveste o Serviço Social desde sua implantação não está, no</p><p>entanto, no âmbito das características que mais evidentemente o</p><p>marcam. Historicamente, se localiza na demanda social que legitima</p><p>o empreendimento. Se as Leis Sociais são, em última instância,</p><p>resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento de</p><p>sua cidadania social, o Serviço Social se origina de uma demanda</p><p>diametralmente oposta. Sua legitimação diz respeito apenas aos</p><p>grupos e frações restritos das classes dominantes em sua origem e,</p><p>logo em seguida, ao conjunto das classes dominantes. (IAMAMOTO</p><p>E CARVALHO, 2004, p. 127)</p><p>Como o período da república tem em seu cerne o urbano industrial, conforme</p><p>Iamamoto e Carvalho (2004), o histórico das condições de existência e de trabalho</p><p>do proletariado industrial é a força de trabalho, que ora se apresenta, principalmente</p><p>a partir do início do século, quando começam a aglutinar-se nos centros maiores as</p><p>empresas industriais dispersas.</p><p>Lembre-se, que nesse período da República Velha ocorrem uma série de outros</p><p>acontecimentos importantes de serem frisados. No site Brasil escola destacam-se</p><p>os seguintes:</p><p>• A produção agrícola ainda era o carro-chefe econômico da República Velha</p><p>e o café continuava a ser o principal produto de exportação brasileiro.</p><p>• Outro aspecto econômico da República Velha foi o início da industrialização</p><p>no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.</p><p>• São Paulo e Rio de Janeiro passaram por uma profunda urbanização,</p><p>criando avenidas, iluminação pública, transporte coletivo (bondes), teatros,</p><p>cinemas e, principalmente, afastando as populações pobres dos centros</p><p>das cidades.</p><p>• O fluxo migratório na República Velha alterou substancialmente a</p><p>composição da sociedade, intensificando a miscigenação, fato que,</p><p>aos olhos das elites do país, poderia levar a um embranquecimento da</p><p>população, aprofundando o preconceito contra os negros de origem</p><p>africana.</p><p>Fonte: PINTO, Tales dos Santos. “A sociedade durante a República Velha”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/sociedade.htm.</p><p>Acesso em 11 de março de 2022.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Imagens sobre a sociedade urbano-industrial e a República dos Excluídos</p><p>Fonte: https://static.preparaenem.com/conteudo_legenda/8ac8320bbddb6b2daeb7d2456c47efb9.jpg</p><p>Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-qUDfM52JYDg/TdZ_63FMvaI/AAAAAAAADGk/AgdLxPIozhk/s1600/bello-montes-canudos-mulhdres%2Be%2Bcrian%25</p><p>C3%25A7as%2Bsentadas.jpg</p><p>Fonte: https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/b4584d05ecb29ed63ec658b8f64c98d8.jpg</p><p>https://static.preparaenem.com/conteudo_legenda/8ac8320bbddb6b2daeb7d2456c47efb9.jpg</p><p>http://4.bp.blogspot.com/-qUDfM52JYDg/TdZ_63FMvaI/AAAAAAAADGk/AgdLxPIozhk/s1600/bello-montes-canudos-mulhdres%2Be%2Bcrian%25C3%25A7as%2Bsentadas.jpg</p><p>http://4.bp.blogspot.com/-qUDfM52JYDg/TdZ_63FMvaI/AAAAAAAADGk/AgdLxPIozhk/s1600/bello-montes-canudos-mulhdres%2Be%2Bcrian%25C3%25A7as%2Bsentadas.jpg</p><p>https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/b4584d05ecb29ed63ec658b8f64c98d8.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Vamos para prática. Converse com seus colegas sobre as fotos e fatos históricos e</p><p>escreva suas impressões como se fossem assistentes sociais formados</p><p>ANOTE ISSO</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70</p><p>CAPÍTULO 8</p><p>AS PROTOFORMAS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>Querido (a) aluno (a) damos início agora a aula 8 e falaremos sobre a gênese do</p><p>Serviço Social no Brasil.</p><p>Vem com a gente fazer parte dessa viagem histórica ao passado e assim entender</p><p>o presente, com os olhos ligados no futuro.</p><p>Vamos viajar nessa leitura?</p><p>Fonte: https://www.google.com/imgres?</p><p>https://www.google.com/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fs2.glbimg.com%2FxQCrYo4M5YSgu8PIq5Y4roJdCvM%3D%2F620x430%2Fe.glbimg.com%2Fog%2Fed%2Ff%2Foriginal%2F2017%2F05%2F05%2Festudar-fora-oferece-oportu.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fepocanegocios.globo.com%2FCarreira%2Fnoticia%2F2017%2F05%2Fconheca-os-principais-programas-de-intercambio-academico.html&tbnid=IEBoXNZv4KZ_1M&vet=12ahUKEwivkdLQrLL2AhXKN7kGHV9KAioQMygBegUIARDDAQ..i&docid=pXt_mlgqhTQG_M&w=620&h=430&q=viajar%20estudando&ved=2ahUKEwivkdLQrLL2AhXKN7kGHV9KAioQMygBegUIARDDAQ</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71</p><p>8.1 As pioneiras e as primeiras escolas de Serviço Social</p><p>Falar sobre as protoformas do Serviço Social remonta às instituições que possuem</p><p>uma larga experiência com as obras de caridade de origem confessional, pautadas na</p><p>prática da ajuda, da solidariedade, sob a égide da teoria tomista à serviço das classes</p><p>mais abastadas.</p><p>Instituições ligadas à Igreja Católica estavam diretamente ligadas às Protoformas</p><p>do Serviço Social.</p><p>A caridade estava presente na sociedade, desde o período colonial, era utilizada</p><p>principalmente pelas ordens religiosas, para amainar as manifestações operárias.</p><p>É fato que o clero, a partir do surgimento das primeiras indústrias, se utilizava das</p><p>práticas assistenciais na intenção de impedir as conspirações anarco-sindicalistas</p><p>que por ventura pudessem surgir.</p><p>Após o fim da Primeira Guerra Mundial, as protoformas do serviço social têm sua</p><p>ampliação, haja vista a efervescência dos movimentos sociais populares na Europa.</p><p>Na perspectiva de apaziguar essa exaltação das massas surgem as instituições</p><p>assistenciais que visavam atender as necessidades mais prementes da população,</p><p>contendo assim a fúria das mesmas.</p><p>Ao invés de atender as vulnerabilidades das populações, causando real impacto,</p><p>a prática dessas instituições era focada na assistência às consequências do</p><p>desenvolvimento do capitalismo.</p><p>Efetivamente essas instituições, apesar das suas intenções reais, foram de</p><p>grande relevância para o desenvolvimento, mesmo que lento, das bases materiais,</p><p>organizacionais e humanas para o crescimento da Ação Social e sustentação para a</p><p>criação das primeiras escolas do Serviço Social no Brasil.</p><p>É importante dizer que de acordo com Rodrigues (2018):</p><p>As primeiras propostas metodológicas presentes na prática</p><p>profissional tinham como base os princípios cristãos e o ideário</p><p>franco-belga. A ação do Serviço Social nesse momento possuía um</p><p>caráter disciplinador, priorizando a formação da família e do sujeito</p><p>para a solução dos seus problemas, suas necessidades materiais e</p><p>seus valores morais. (RODRIGUES, 2018, p.108)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: libcom.org</p><p>Vamos ver o que você aprendeu até aqui?</p><p>Observe a imagem e descreva no quadro abaixo as impressões que ela causa e</p><p>mensagem que ela transmite.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73</p><p>As instituições surgem dentro do período da primeira fase do movimento de reação</p><p>católica, da propagação do pensamento social da Igreja, período fundamental da</p><p>formação das bases organizacionais do apostolado laico.</p><p>Nesse mesmo período a força de trabalho feminina e urbana, passa a fazer parte</p><p>do mercado, mas não apenas as das famílias operárias, uma parcela da pequena</p><p>burguesia é atingida.</p><p>Em 1922 é fundada a Confederação Católica, precursora da Ação Católica, que</p><p>teve a finalidade de “centralizar politicamente e dinamizar esses primeiros embriões</p><p>de apostolado laico” (Iamamoto, 1993, p.171).</p><p>O Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) era considerado a</p><p>manifestação da criação do Serviço Social no Brasil, ele surge a partir do incentivo e</p><p>controle da hierarquia.</p><p>De acordo com Iamamoto ele:</p><p>“Aparece como condensação da necessidade sentida por setores da</p><p>Ação Social e Ação Católica - especialmente da primeira - de tornar mais</p><p>efetiva e dar maior rendimento às iniciativas e obras promovidas pela</p><p>filantropia das classes dominantes paulistas sob o patrocínio da Igreja</p><p>e de dinamizar a mobilização do laicado. Seu início oficial será a partir</p><p>do ‘Curso Intensivo de Formação Social para Moças’ promovido pelas</p><p>Cônegas de Santo Agostinho, para a qual fora convidada Mlle. Adèle</p><p>Loneux da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas ” (1993, p.172)</p><p>O objetivo central do CEAS era “promover a formação de seus membros pelo estudo</p><p>da doutrina social da Igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no</p><p>conhecimento aprofundado dos problemas sociais” (Iamamoto, 1993, p.173)</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=AOv</p><p>Vaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjmiaK7svYCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=AOvVaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjmiaK7svYCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=AOvVaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPjmiaK7svYCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74</p><p>É importante destacar que o surgimento desse movimento passa pela leitura do</p><p>cenário paulista, onde a classe abastada alça ao poder em nível local e nacional, e</p><p>passa a fazer parte dos movimentos políticos e ideológicos da década de 1930, na</p><p>tentativa de reunificar antigos grupos no poder, bem como de afastar o proletariado</p><p>das influências “subversivas”.</p><p>A figura feminina passa a ser central na intervenção social , devido a concepção</p><p>católica de que cabe à mulher o posto de preservar a ordem moral e social e o dever</p><p>de agir de acordo com suas convicções e responsabilidades.</p><p>O ano de 1933 foi marcado pela intensificação das atividades da Ação Católica, da</p><p>Juventude Feminina Católica, Centros Operários e Círculos de Formação para Moças</p><p>e Juventude Feminina Católica.</p><p>Em 1936, em São Paulo, por fruto do trabalho desses grupos, com o apoio da Igreja</p><p>e da necessidade de uma mão de obra tecnicamente especializada para tratar das</p><p>questões sociais, surge a primeira Escola de Serviço Social no Brasil.</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Fundação da Ação Católica Brasileira</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=A</p><p>OvVaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKiug-u8svYCFQAAAAAdAAAAABAL</p><p>Fonte: http://memorialdademocracia.com.br/publico/image/12968</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=AOvVaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKiug-u8svYCFQAAAAAdAAAAABAL</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmemorialdademocracia.com.br%2Fcard%2Facao-catolica-brasileira-e-oficialmente-criada&psig=AOvVaw3XEKwNSBDTRu8p8KD58ab2&ust=1646689680256000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKiug-u8svYCFQAAAAAdAAAAABAL</p><p>http://memorialdademocracia.com.br/publico/image/12968</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75</p><p>Já no Rio de Janeiro, a necessidade da prática especializada da assistência, surge de</p><p>forma diferenciada que em São Paulo, sendo ligada mais intensivamente às instituições</p><p>públicas cariocas.</p><p>A Primeira Semana de Ação Social do Rio de Janeiro em 1936 foi o marco para a</p><p>introdução do Serviço Social no Estado. Por iniciativa do movimento laico do Grupo</p><p>de Ação Social (GAS), orientado pelo Padre belga Velère Fallon, e liderado por Dom</p><p>Leme, realizou-se a dinamização do da Ação Social e do apostolado laico.</p><p>A presença da Primeira Dama da nação, srª Darcy Vargas, nessas iniciativas, conferia</p><p>um caráter de semi-oficialidade e visibilidade.</p><p>Fonte: https://darcyvargas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/darcy-vargas-hrdv.jpg</p><p>Desta forma a Igreja Católica, recomendava o tutelamento da classe trabalhadora</p><p>aos ditames do escopo estatal ao mesmo tempo que reivindica o desenvolvimento</p><p>da ação social e o subsídio das mesmas pelo Estado.</p><p>É importante destacar, que nesse período o centro do debate era formação técnica</p><p>especializada. Já se destacava que as atividades caritativas eram de suma importância,</p><p>entretanto, eram criticadas devido a sua pouca eficácia e a ineficiência dos seus resultados.</p><p>Para Iamamoto esse debate era centrado na:</p><p>Necessidade de formação técnica especializada para a prática da</p><p>assistência é vista não apenas como uma necessidade particular do</p><p>movimento católico. Tem-se presente essa necessidade, enquanto</p><p>necessidade social que não apenas envolve o aparato religioso, mas</p><p>também o Estado e o empresariado. A visão da possibilidade de</p><p>profissionalização do apostolado social é dado de forma sutil, na</p><p>medida em que encarece a necessidade de colaboradores para as</p><p>obras particulares e se prevê a demanda de pessoal permanente</p><p>para as instituições oficiais e patronais, reconhecendo nessas duas</p><p>instâncias as únicas socialmente habilitadas a possibilitar esse</p><p>empreendimento (Iamamoto, 1993, p.188)</p><p>https://darcyvargas.com.br/wp-content/uploads/2020/10/darcy-vargas-hrdv.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Está no Código de Ética do (a) Assistente Social a necessidade de qualificação</p><p>constante.</p><p>Código de Ética</p><p>Princípios Fundamentais</p><p>“X- Compromisso com a qualidade dos serviços</p><p>prestados à população e com o aprimoramento</p><p>intelectual, na perspectiva da competência</p><p>profissional;”</p><p>8.1.1 Surgimento das primeiras instituições assistenciais e o campo de atuação</p><p>profissional do Serviço Social</p><p>No ano de 1936 foi realizado o curso “Intensivo de Serviço Social” com período</p><p>de duração de três meses, e o curso “Prático de serviço social” com a presença das</p><p>duas assistentes sociais formadas em São Paulo. A partir desses acontecimentos</p><p>manifestam-se alguns desdobramentos que fazem surgir a primeira escola de Serviço</p><p>Social do Rio de Janeiro.</p><p>Para acelerar a formação necessária exigida para ser assistente social, eram ofertadas</p><p>bolsas de estudos mantidas pelas grandes instituições que também garantiam o</p><p>trabalho ao final do curso. A mão de obra feminina passa a ser importante para esse</p><p>fim.</p><p>Nesse período, o campo de trabalho para as profissionais recém formadas, não era</p><p>exatamente um problema, estando muitas delas em cargos de direção ou de docência.</p><p>Inicialmente essas pessoas, devido a limitação de profissionais formados,</p><p>trabalhavam nas áreas do Juízo de Menores e do Serviço de Assistência ao Menor,</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77</p><p>na área pública, e no setor particular, trabalhavam nas obras assistenciais e iniciativas</p><p>do gênero.</p><p>A Legião Brasileira de Assistência-LBA foi a primeira e grande instituição que tratava</p><p>da assistência social, e tinha o papel de mobilizar a opinião pública em favor da</p><p>guerra, bem como de “prover as necessidades das famílias cujos chefes hajam sido</p><p>mobilizados, e, ainda, prestar decisivo concurso ao governo em tudo que se relaciona</p><p>ao esforço de guerra.” (Iamamoto, 1993, p.257)</p><p>O Serviço Nacional de Aprendizado Industrial-SENAI em 1942, surge como espaço</p><p>de aprendizagem para o trabalho, que terá no Serviço Social um aliado, na perspectiva</p><p>de ir ao encontro do novo ciclo de expansão capitalista.</p><p>O Serviço Social da Indústria- SESI nasce em 1946 na perspectiva de criar e executar</p><p>ações de melhoria de vida ao trabalhador da indústria, haja vista a conjuntura social</p><p>e a experiência tida com o SENAI, que por sua vez se estabelece como uma posição</p><p>de ascensão do empresariado, frente às questões sociais do pós-guerra.</p><p>É importante destacar que essas novas profissionais, ainda que tecnicamente</p><p>treinadas, tinham suas raízes fincadas na teoria social da Igreja, rumando</p><p>embrionariamente para um novo momento profissional.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78</p><p>CAPÍTULO 9</p><p>ESTATIZAÇÃO DA QUESTÃO</p><p>SOCIAL NO BRASIL</p><p>Atenção cursista!! Algumas palavras podem não estar contempladas em nosso</p><p>vocabulário. E se for em outro idioma? Você está preparado? Vamos ver alguns</p><p>exemplos com ISTO ESTÁ NA REDE!!</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>E aí cursista! Quais palavras você tem a compreensão e certeza do seu significado?</p><p>Quais você destacaria? E as que você não sabe? Valeria uma pesquisa? Então</p><p>vamos treinar nos quadros abaixo!</p><p>Escreva no quadro as palavras que você tem compreensão com seus respectivos</p><p>significados.</p><p>Agora escreva as palavras que você desconhece o seu significado e pesquise-as.</p><p>O motivo pelo qual solicitamos esse exercício é para apresentar o conteúdo sobre o</p><p>que significa o termo estatizar. Você sabe o significado dessa palavra?</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Fonte:https://s.dicio.com.br/estatizar-sm.jpg</p><p>E agora, você já compreendeu o que seria Estatização da questão social? Várias</p><p>outras perguntas poderiam ser feitas: envolve a sociedade? envolve o Estado? tem</p><p>haver com o capitalismo que aprendemos? tem haver com o neoliberalismo? seria</p><p>uma forma do Estado intervir na sociedade? Então, o que seria?!!</p><p>Parece que essas perguntas são pistas para a compreensão de vários conceitos</p><p>deste conteúdo. Você concorda? Alguns desses conceitos você até já sabe, outros</p><p>talvez não. Por essa razão fique atento aos significados que rodeiam a estatização.</p><p>Elas certamente têm interferência na sociedade.</p><p>Muito se discute se no mundo do capitalismo neoliberal o Estado tem que ser</p><p>mínimo mesmo. Se por um lado para sobreviver no mundo capitalista você precisa</p><p>está financeiramente ocupando algum posto de trabalho e por outro lado sabendo</p><p>que no mundo capitalista as desigualdades sociais são absurdas. O que fazer com as</p><p>pessoas sem emprego, sem moradia, sem saúde, sem segurança? O Estado precisa ter</p><p>responsabilidade sobre essa sociedade vulnerável? E como seria isso, se no capitalismo</p><p>neoliberal a condição do Estado é mínima? Já pensou nisso!!</p><p>A história nos revela que os países periféricos (países subdesenvolvidos) sofrem</p><p>muito mais com a intensificação das desigualdades sociais que considera-se muito</p><p>grave, pois a sociedade permanece em vulnerabilidade e pelo seu quantitativo nem</p><p>todas as políticas públicas conseguem ter a eficácia esperada para minimizar os</p><p>impactos da pobreza e da miserabilidade.</p><p>No Brasil o artigo 6º tem uma série de garantias sociais, mas na prática sabe-se</p><p>que a realidade é outra. Vamos relembrar o que temos na CF de 88.</p><p>https://s.dicio.com.br/estatizar-sm.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80</p><p>Fonte: https://i.ytimg.com/vi/9xVMUzR5Zbk/hqdefault.jpg</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>E aí cursista!! Isso acontece na prática?!! O que vemos na prática? Reflita sobre isto!!</p><p>Fonte: https://cdn.resumov.com.br/resumov/uploads/2015/05/img_5553663f4a5b4.png</p><p>https://i.ytimg.com/vi/9xVMUzR5Zbk/hqdefault.jpg</p><p>https://cdn.resumov.com.br/resumov/uploads/2015/05/img_5553663f4a5b4.png</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81</p><p>Pode-se entender que a corrente neoliberal no Brasil teve peculiar capacidade de</p><p>transformar a essência do que é público sem necessariamente alterar sua aparência</p><p>de ser coletivo e de acesso amplo (público) com algo que é restrito, particular (privado).</p><p>Trazendo esse contexto social oficialmente Democrático de Direito, onde, em tese,</p><p>“todo o poder emana do povo” e no sentido literal também (demos = povo; cracia =</p><p>poder) pode-se afirmar que o povo tem acesso a esses direitos? tem acesso ao poder?</p><p>O capitalismo imperialista das nações poderosas criaram medidas que deveriam</p><p>ser implantadas pelos países subdesenvolvidos denominado Consenso de Washington</p><p>e isso até hoje é vivido e aplicado por eles.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>O Consenso de Washington foi uma recomendação internacional elaborada, em</p><p>1989, que visava a propalar a conduta econômica neoliberal com a intenção de</p><p>combater as crises e misérias dos países subdesenvolvidos, sobretudo os da</p><p>América Latina. Sua elaboração ficou a cargo do economista norte-americano John</p><p>Williamson.</p><p>Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm</p><p>Os estudos sobre as medidas do Consenso tem início ainda na década de 70 como</p><p>informa Bastos:</p><p>Este processo se intensificou na década de 70 delimitado pelas</p><p>prerrogativas acordadas pelo Consenso de Washington que defendia:</p><p>a estabilização da economia através de uma inflação controlada, o</p><p>ajuste fiscal, o Estado deveria ser mínimo, privatizações, abertura</p><p>comercial com alíquotas reduzidas de importação e o fim das restrições</p><p>ao capital estrangeiro (BASTOS, 2003).</p><p>No Brasil, o neoliberalismo tem seu pouso a partir do processo de redemocratização</p><p>ocorrido no país na década de 80, mas implantado literalmente nos governos de direita,</p><p>cito José Sarney, Collor de Melo, Fernando Henrique Cardoso, fazendo uma autocrítica</p><p>até mesmo em alguns momentos da era Lula e Dilma e se intensificando com Michel</p><p>Temer e sendo ainda mais extremado com Jair Bolsonaro, pois de uma forma ou de</p><p>outra seus projetos de governo contemplam preceitos estabelecidos pelo Consenso.</p><p>https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82</p><p>Outrossim, existe ainda uma sociedade mergulhada na desigualdade extrema e a</p><p>cada dia milhões de brasileiros são empurrados para a linha da pobreza. Aí cabe mais</p><p>uma indagação. E o Estado mesmo sendo neoliberal tem o dever de dar proteção</p><p>social a essa sociedade? Já que isso está escrito na própria constituição!!</p><p>Na próxima seção deve-se apresentar essa pretensa proteção social através do que</p><p>se intitula Welfare state. Para isto, deve-se também ser exposto o conceito e refletir</p><p>sobre os impactos desse processo na sociedade brasileira.</p><p>9.1 Welfare state no Brasil</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Fonte: https://www.google.com.br</p><p>As informações apresentadas no quadro precisam ser entendidas e refletidas,</p><p>sobretudo na ideia sobre estatização vista no início da aula 9 que mesmo com o</p><p>processo neoliberal presente nas estruturas dos países, definido como a condição</p><p>mínima de Estado, é necessário inferir que mesmo nesta condição, as esferas dos</p><p>governos precisam se fazer presentes nas questões sociais a qual as sociedades</p><p>estão inseridas.</p><p>É necessário entender também que o Estado deve sim, ser o provedor das questões</p><p>sociais como, educação, saúde, renda (pleno emprego), etc. principalmente em países</p><p>https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fslideplayer.com.br%2Fslide%2F2841109%2F&psig=AOvVaw09bpzS1d3mjsrKovDKpb-P&ust=1644075093048000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCOiQtZKv5vUCFQAAAAAdAAAAABBK</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83</p><p>subdesenvolvidos capitalistas, onde boa parte da sociedade encontra-se num abismo</p><p>social de vulnerabilidades diversas.</p><p>Vejamos então um exemplo histórico clássico de intervenção do Estado na sociedade</p><p>através do viés econômico no quadro a seguir.</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https://www.google.com.br</p><p>E aí!! Após a apreciação do quadro você saberia dizer o que foi a crise de 29 e onde</p><p>aconteceu? e quais foram os impactos dessa crise? para o mundo e para o Brasil?</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Crise de 1929 e a grande depressão. Entenda como foi! no site do Youtube no Canal</p><p>História do mundo e entenda de forma didática o que foi a crise de 29.</p><p>Vídeo: CRISE DE 1929 E A GRANDE DEPRESSÃO | ENTENDA COMO FOI!</p><p>Link: https://youtu.be/Hnw8qSCrBmE</p><p>Ano: 27 de jan. de 2021 História do Mundo</p><p>Sinopse: Imagine acordar um dia sabendo que todo o dinheiro que você tinha</p><p>investido simplesmente foi perdido? Foi isso que aconteceu com milhares de</p><p>americanos em 24 de outubro de 1929. Neste dia a bolsa de valores de Nova York</p><p>quebrou e daria origem ao que ficaria conhecido como a crise</p><p>https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fslideplayer.com.br%2Famp%2F2841109%2F&psig=AOvVaw09bpzS1d3mjsrKovDKpb-P&ust=1644075093048000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCOiQtZKv5vUCFQAAAAAdAAAAABBL</p><p>https://youtu.be/Hnw8qSCrBmE</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84</p><p>A partir do documentário sobre a crise de 29, nota-se que o quantitativo de norte-</p><p>americanos desempregados cresceu substancialmente após a falência da indústria,</p><p>do comércio, dos bancos e da própria economia interna dos Estados Unidos.</p><p>Fica claro que somente através do New Deal, processo visto como uma forma de</p><p>intervenção do Estado naquele momento da grande depressão, certamente seria capaz</p><p>de recuperar a economia americana, pois como a maioria das empresas não existiam</p><p>mais, o desemprego impedia o consumo e consequentemente a produção de bens.</p><p>Para isso, restou ao governo americano tomar ações de investimento em infraestrutura</p><p>com o propósito de gerar emprego e renda e a partir disso reconstruir a economia e</p><p>promover o bem-estar social da população.</p><p>E no Brasil, quais seriam os exemplos clássicos de atuação estatal para promover</p><p>o bem-estar da população? Tome a condição que ficou os Estados Unidos no período</p><p>da grande depressão. O que seria das pessoas se o Estado não tivesse interferido na</p><p>economia?</p><p>No Brasil, pode-se dizer que o país vive uma crise econômica cíclica. Até porque</p><p>o retrospecto social das desigualdades vem desde a base econômica brasileira ter</p><p>sido escravocrata, concentradora de terras e de riquezas. Abre-se o abismo social na</p><p>sociedade, de um lado latifundiários ricos e trabalhadores escravos libertos junto a</p><p>imigrantes europeus fugidos dos conflitos mundiais.</p><p>Se esse é o panorama brasileiro desde outrora, as marcas das desigualdades</p><p>geram a pobreza desta sociedade e a falta de políticas públicas mais eficazes a fim</p><p>de neutralizar uma crise social que se arrasta há séculos no país. Entram governos,</p><p>saem governos e os brasileiros continuam dependendo de ações mais efetivas por</p><p>parte dos gestores públicos para minimizar as agruras da miserabilidade.</p><p>É muito provável que você já tenha escutado por diversas vezes nos discursos</p><p>neoliberais as expressões “O Estado é muito pesado”</p><p>“Precisamos privatizar para reduzir</p><p>o tamanho do Estado”. Tudo isso são ideologias para dizer que o Estado não pode</p><p>intervir na economia. E assim procede, vendendo suas estatais a países estrangeiros.</p><p>O que deveria ser feito com o dinheiro da venda dessas estatais? Investir mais na</p><p>área social? Promover o welfare state e melhorar a vida dos mais pobres? E o que</p><p>temos em nosso país no que se refere a serviços públicos? Como está nossa saúde</p><p>pública? Nossa segurança? Todos temos moradia digna? E a escola pública?</p><p>Essas perguntas só nos mostram que a teoria e a prática ainda andam bem distantes</p><p>uma da outra no quesito welfare state no Brasil. Para você futuro assistente social</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85</p><p>poder entender o welfare state no Brasil é preciso perceber esse dito bem-estar social</p><p>a partir dos meios de produção capitalista que veremos na próxima seção a partir de</p><p>modelos fabris adotados no mundo todo e que tem forte ligação com as relações de</p><p>trabalho a qual o indivíduo está submetido.</p><p>Se a premissa capitalista para alcançar o welfare state está no Estado incentivar</p><p>investimentos no país atraindo empresas a fim de gerar empregos e promover o</p><p>emprego e a renda, estamos diante das relações de trabalho e da atuação expressa</p><p>no modo de produção e da força de trabalho.</p><p>Vê-se-a essa estrutura na próxima seção e você aluno poderá compreender a crítica</p><p>social aos modos de produção pela sobrevivência do trabalhador e exploração da</p><p>mão de obra com o intuito de acumular o capital dos donos desses meios produtivos.</p><p>Então vamos lá!!</p><p>9.1.1 O modo de produção capitalista: taylorismo, fordismo, toyotismo e o</p><p>keynesianismo</p><p>Uma das essências do Serviço Social na atualidade é tecer críticas não ao modo</p><p>de produção capitalista em si, mas pelo que ele produz na sociedade. Sabe-se da</p><p>necessidade de trabalho por parte da população ao que se refere a questão sobrevivência,</p><p>no entanto o que vê-se é o acúmulo de capital por parte de seus donos e essa relação</p><p>carece de reflexões.</p><p>O que nos diz Marx sobre o conceito de modo de produção?</p><p>O modo de produção é a forma como os homens produzem e reproduzem</p><p>a vida, em um determinado momento histórico, em dadas condições</p><p>e circunstância. Os elementos que compõem a vida humana não são</p><p>naturais, mas sociais e os homens se fazem homens à medida que se</p><p>diferenciam da natureza e na relação que estabelecem entre si, enquanto</p><p>ser social. (MARX, 1985, p.260)</p><p>Se Karl Marx tem suas teorias voltadas para a expressão social do indivíduo,</p><p>outro teórico clássico, Adam Smith, considerado pai do liberalismo econômico em</p><p>sua principal obra intitulada “Riqueza das Nações”, demonstra que a riqueza resulta</p><p>da atuação de indivíduos, estes, motivados pelo seu próprio interesse, promovem o</p><p>crescimento econômico, assim como a riqueza da sociedade como um todo.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86</p><p>Outrossim, mercador ou comerciante, é sem dúvidas o “dono” do capital, este por</p><p>sua vez, legisla em causa própria. Atitude esta reconhecida pela expressão self-interest,</p><p>é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele:</p><p>o bem-estar da sociedade.</p><p>A partir disso, nasce uma relação laboral entre o dono do capital e aquele que</p><p>dependerá dos recursos recebidos pela troca de sua força de trabalho. Em termos</p><p>gerais, encontra-se essa relação estabelecida no período em que a mão de obra se</p><p>disponibiliza para atender à expansão das fábricas.</p><p>A autora Guimarães (2018) traz o sentido sobre a ideia smithiana, o capitalismo</p><p>partiu da determinação da divisão social do trabalho, que separa o produto do trabalho</p><p>(que pertence a outrem) do próprio ato de produzir (força de trabalho). Separa-se os</p><p>meios de produção, a técnica e o produto, do próprio trabalhador.</p><p>E como acumular o capital? Apropriando-se dessa força de trabalho para laborar nas</p><p>fábricas. Ambos, fábrica e trabalhadores, precisam um do outro. Um pela necessidade de</p><p>funcionamento, pois precisa da força de trabalho e o outro para garantir a remuneração</p><p>devida para a sua sobrevivência. Mas a pergunta que fica é, quem ganha nessa relação?</p><p>Pense nisso!!</p><p>Fonte: https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo.jpg</p><p>Em se tratando do universo fabril, apresenta-se a partir daqui os modos de produção</p><p>capitalistas existentes no mundo por ocasião da revolução industrial, iniciados por</p><p>essas duas personalidades, a esquerda Frederick Taylor e a direita Henry Ford, na</p><p>figura acima.</p><p>https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Você já ouviu falar sobre o Taylorismo? No final do século XIX e início do</p><p>século XX, devido à consolidação da sociedade industrial, surgiram alguns</p><p>modelos produtivos que deram início ao processo de modernização das</p><p>relações de trabalho e da produção de mercadorias tal qual conhecemos hoje.</p><p>Fonte: https://www.politize.com.br/taylorismo/</p><p>Segundo Chiavenato (2004) autor brasileiro da administração científica, apresenta</p><p>o Taylorismo como sendo um modelo produtivo que surge para solucionar os</p><p>problemas enfrentados pela sociedade industrial, como os conflitos entre empregados</p><p>e empregadores, a baixa produtividade e o ócio sistêmico.</p><p>O contexto dessa teoria propôs substituir os métodos empíricos pelos métodos</p><p>científicos. Taylor em atenção a estrutura organizacional fabril, redesenhou os processos</p><p>produtivos e criou uma série de princípios e mecanismos que resultam na otimização</p><p>da produção sendo o resultado disso uma maior efetividade do processo produtivo.</p><p>A isso, denominamos de taylorismo.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>SEGUEM OS PRINCÍPIOS TAYLORISTAS</p><p>• Substituição do método empírico pelo o método científico na</p><p>administração;</p><p>• Divisão e hierarquização das tarefas;</p><p>• Aumento de salários e diminuição de horas de trabalho;</p><p>• Dinâmica de promoção e gratificação do trabalhador;</p><p>• Criação dos postos de gerência;</p><p>• Controle rígido do tempo;</p><p>• Padronização de métodos;</p><p>• Treinamento e aperfeiçoamento do trabalhador;</p><p>• Divisão de responsabilidades entre os trabalhadores e a gerência;</p><p>• Seleção de pessoal;</p><p>• Descanso semanal remunerado.</p><p>https://www.politize.com.br/taylorismo/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88</p><p>E o Fordismo? Esse outro modo de produção é sem sombra de dúvidas o mais</p><p>citado e estudado. Então, veja sua definição a seguir.</p><p>O Fordismo é um modo de produção em massa baseado na linha de</p><p>produção idealizada por Henry Ford. Foi fundamental para a racionalização</p><p>do processo produtivo e na fabricação de baixo custo e na acumulação de</p><p>capital.</p><p>Fonte: https://www.todamateria.com.br/fordismo/</p><p>Esse modo de produção conhecido como fordismo torna-se o modelo de gestão</p><p>aplicado em meados do século XX no período da Segunda Revolução Industrial e</p><p>perdura até meados da década de 1980. Este sistema caracteriza-se pela produção</p><p>em massa e funciona em linha de produção que por sua vez constituía-se em linhas</p><p>de montagem semiautomáticas, possibilitadas pelos pesados investimentos para o</p><p>desenvolvimento de maquinários e instalações industriais.</p><p>ISTO ACONTECIA NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/fo/rd/fordismodecada20bb.jpg?auto_optimize=low</p><p>Para demonstrar o fordismo na prática indica-se assistir ao filme Tempos</p><p>Modernos, pois o mesmo remonta a forma como se produz numa linha de</p><p>produção. Sugerimos ao final deste módulo o link nos elementos complementares.</p><p>https://www.todamateria.com.br/fordismo/</p><p>https://static.todamateria.com.br/upload/fo/rd/fordismodecada20bb.jpg?auto_optimize=low</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social-</p><p>ABEPSS é a entidade que através da Política Nacional de Estágio-PNE, orienta e</p><p>regulamenta a prática do estágio supervisionado em Serviço Social.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9</p><p>ISSO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Instituições que representam o Serviço Social:</p><p>Conselho Federal de Serviço Social-CFESS é uma autarquia pública federal que</p><p>tem a atribuição de orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício</p><p>profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto com os Conselhos</p><p>Regionais de Serviço Social (CRESS).1</p><p>Conselho Regional de Serviço Social-CRESS é uma autarquia de personalidade</p><p>jurídica e de direito público, possuindo vínculo com o Conselho Federal de Serviço</p><p>Social – CFESS, porém com autonomia administrativa e financeira. Compete ao</p><p>CRESS organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais; orientar,</p><p>fiscalizar e disciplinar o exercício profissional de assistentes sociais.2</p><p>Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS é uma</p><p>entidade Acadêmico Científica que coordena e articula o projeto de formação em</p><p>serviço social no âmbito da graduação e pós graduação.3</p><p>Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social – ENESSO é a entidade</p><p>máxima representativa dos estudantes em seus respectivos cursos, por isso são</p><p>denominadas como organizações políticas estudantis de área,promovendo o debate</p><p>acerca dos problemas da área e o encontro dos estudantes da América Latina4</p><p>Fonte:http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/05/15/assistentes-sociais-tem-papel-fundamental-nas-unidades-de-saude/whatsapp-image-2021-05-12-</p><p>at-09-45-32-1-2/</p><p>O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão sociotécnica do trabalho que</p><p>se situa no processo de produção e reprodução das relações sociais, ela se associa</p><p>às Ciências Sociais Aplicadas, no que tange às suas teorias, desta forma para sua</p><p>construção teve a contribuição de várias ciências, entre elas as Ciências Sociais, a</p><p>Sociologia e a Filosofia (IAMAMOTO e CARVALHO, 1993).</p><p>1 https://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess</p><p>2 http://www.cress16.org.br/sobre-o-cress</p><p>3 https://www.abepss.org.br/</p><p>4 https://enessooficial.wordpress.com/</p><p>http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/05/15/assistentes-sociais-tem-papel-fundamental-nas-unidades-de-saude/whatsapp-image-2021-05-12-at-09-45-32-1-2/</p><p>http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/05/15/assistentes-sociais-tem-papel-fundamental-nas-unidades-de-saude/whatsapp-image-2021-05-12-at-09-45-32-1-2/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10</p><p>Essa profissão tem um caráter predominantemente interventivo, fundamentado</p><p>em técnicas, métodos e instrumentos das ciências sociais.</p><p>Propõe realizar intervenção nas estruturas sociais, respondendo aos mais diversos</p><p>desafios impostos pela sociedade, na promoção da melhoria de vida e enfrentamento</p><p>das desigualdades sociais.</p><p>De acordo com o Código de Ética do/a Assistente Social, Lei nº 8.662/1993, (BRASIL,</p><p>p.23-24,2012) que regulamenta a profissão, os princípios da profissão são:</p><p>ANOTE ISSO</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11</p><p>1.1.1 O que faz o Assistente Social?</p><p>Você sabia que para uma pessoa se identificar como assistente social, ela precisa</p><p>ter cursado nível superior em Serviço Social?</p><p>Você sabia que o exercício da profissão de Assistente Social requer prévio registro</p><p>nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição sobre a área de atuação do interessado</p><p>nos termos da lei?</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Segundo o Código de Ética do/a Assistente Social, Lei nº8.662/93:</p><p>Art. 2º Somente poderão exercer a profissão de Assistente Social:</p><p>I - Os possuidores de diploma em curso de graduação em Serviço</p><p>Social, oficialmente reconhecido, expedido por estabelecimento de</p><p>ensino superior existente no País, devidamente registrado no órgão</p><p>competente; II - os possuidores de diploma de curso superior em</p><p>Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente, expedido</p><p>por estabelecimento de ensino sediado em países estrangeiros,</p><p>conveniado ou não com o governo brasileiro, desde que devidamente</p><p>revalidado e registrado em órgão competente no Brasil; 44 Lei n º</p><p>8.662 III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação</p><p>com funções nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art.</p><p>14 e seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.</p><p>Parágrafo único. O exercício da profissão de Assistente Social requer</p><p>prévio registro nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição sobre</p><p>a área de atuação do interessado nos termos desta lei.</p><p>Art. 3º A designação profissional de Assistente Social é privativa dos</p><p>habilitados na forma da legislação vigente.</p><p>Para que você entenda melhor o que faz um Assistente Social é preciso compreender</p><p>que ele precisa criar algumas habilidades ao longo da sua construção enquanto</p><p>profissional, que irão contribuir para seu exercício na carreira.</p><p>Dentre as habilidades necessárias, podemos destacar a importância de trabalhar em</p><p>equipe, discutindo as demandas e equalizando pensamentos distintos para que o resultado</p><p>seja a qualidade do serviço prestado para a população; a conexão ético-política que possibilite</p><p>a compreensão da conjunta da sociedade; a defesa da eliminação dos preconceitos e a</p><p>defesa da democracia, bem como o compromisso em se atualizar intelectualmente de</p><p>forma continuada e assim oferecer serviços de qualidade ao usuário.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.cresspr.org.br%2Fsite%2Fcress-pr-lancou-a-campanha-ser-assistente-social%2F&psig=AOvVa</p><p>w3fu1TRcs7zyGmwiIjNQ8qf&ust=1640807247716000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPD82b6hh_UCFQAAAAAdAAAAABAK</p><p>Ainda de acordo com a Lei nº 8.662/93 são competências do Assistente Social</p><p>(BRASIL, p.44-45, 2012)</p><p>I. elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da</p><p>administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações</p><p>populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e</p><p>projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação</p><p>da sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar orientação social a</p><p>indivíduos, grupos e à população; IV - (Vetado); V - orientar indivíduos e grupos</p><p>de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer</p><p>uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; VI - planejar,</p><p>organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; VII - planejar, executar</p><p>e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social</p><p>e para subsidiar ações profissionais; VIII - prestar assessoria e consultoria a</p><p>órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras</p><p>entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; IX -</p><p>prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às</p><p>políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais</p><p>da coletividade; X - planejamento, organização e administração de Serviços</p><p>Sociais e de Unidade de Serviço Social; XI - realizar estudos sócio-econômicos</p><p>com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da</p><p>administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.</p><p>https://www.cresspr.org.br/site/cress-pr-lancou-a-campanha-ser-assistente-social/</p><p>https://www.cresspr.org.br/site/cress-pr-lancou-a-campanha-ser-assistente-social/</p><p>https://www.cresspr.org.br/site/cress-pr-lancou-a-campanha-ser-assistente-social/</p><p>I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89</p><p>Dando continuidade ao último modo de produção capitalista, o toyotismo está entre</p><p>o mais recente, cuja forma de produzir é bastante atual e caracteriza-se da seguinte</p><p>forma.</p><p>O Toyotismo é um sistema de produção baseado na fabricação sob</p><p>demanda. Ele foi criado no Japão por Taiichi Ohno, um funcionário da Toyota,</p><p>com o objetivo de eliminar o desperdício durante o processo e, principalmente,</p><p>evitar a acumulação de mercadorias no estoque. O método ficou conhecido</p><p>e passou a ser usado em diversos países a partir das décadas de 1960 e</p><p>1970, com o aumento do consumo, somado ao surgimento do neoliberalismo</p><p>e as influências da globalização.</p><p>Fonte: https://www.stoodi.com.br/blog/geografia/toyotismo-o-que-e-origem-como-funciona</p><p>Ao contrário do fordismo, o toyotismo é um modo de produção diferente não só</p><p>na forma de produzir, mas também requer uma mão de obra mais capacitada para</p><p>o desenvolvimento das técnicas e com o avanço das tecnologias. Pode-se destacar</p><p>como a principal característica a produção flexível.</p><p>Antes de fazer qualquer produto, são feitas pesquisas de mercado e é preciso ter a</p><p>demanda declarada. É por isso que o conceito é chamado “Just in Time”. A produção</p><p>começa a partir do momento que o pedido for feito. Além disso, pode-se pontuar</p><p>outras características, como: a mão-de-obra é qualificada, treinada e tem consciência</p><p>das diversas etapas de produção; os funcionários estão por dentro do processo de</p><p>produção, pode acontecer de serem realocados para desempenhar outra atividade;</p><p>foco na qualidade total do produto e sua diferenciação no mercado; eliminação de</p><p>desperdícios; trabalho em equipe; zero defeito na fabricação dos carros da Toyota.</p><p>Fonte: https://frasesinspiradoras.net/taiichi-ohno/frase/338703</p><p>Por último e não menos importante, o keynesianismo não é um modo de produção,</p><p>mas faz parte dos períodos em que os modos de produção alcançam seu auge no</p><p>https://www.stoodi.com.br/blog/geografia/toyotismo-o-que-e-origem-como-funciona</p><p>https://frasesinspiradoras.net/taiichi-ohno/frase/338703</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90</p><p>mundo. As ideias keynesianas surgem como uma alternativa às teorias econômicas</p><p>liberal e marxista.</p><p>Surge nas primeiras décadas do século XX, principalmente, em 1929, com a grande</p><p>crise financeira que ficou conhecida como “A grande Depressão”, surge então uma</p><p>nova teoria econômica, desenvolvida pelo economista John Maynard Keynes.</p><p>A doutrina Keynesiana ficou conhecida como uma “revisão da teoria liberal”. Nesta</p><p>teoria, o Estado deveria intervir na economia sempre que fosse necessário, afim</p><p>de evitar a retração econômica e garantir o pleno emprego.</p><p>Fonte: https://www.politize.com.br/keynesianismo/</p><p>Ao citar no início deste módulo a questão da estatização para o entendimento</p><p>sobre o bem-estar social e a Crise de 29 foi o cenário onde tudo ocorre em função</p><p>da perda dos empregos por causa da falência de quase todos os empregadores e ao</p><p>final a única possibilidade de saída da crise era a intervenção estatal que é a ideia</p><p>principal do keynesianismo, aí você aluno passa a entender os modos de produção</p><p>como a forma capitalista de acumular o capital, mas ao mesmo tempo quando esses</p><p>empregadores faltam só resta de fato o Estado para garantir o chamado bem-estar</p><p>social. Reflita sobre isso!!</p><p>https://www.politize.com.br/keynesianismo/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>INFLUÊNCIA DAS</p><p>TEORIAS NA PROFISSÃO</p><p>Vamos iniciar mais uma aula dos fundamentos da profissão.</p><p>Fiquem ligados!!!</p><p>Em meados do século XIX Augusto Comte traz o positivismo como uma teoria de</p><p>causa e efeito e não questiona variáveis não mensuráveis do ponto de vista científico.</p><p>A partir do ponto de vista elencado para a abertura deste módulo, o positivismo</p><p>foi considerado muito influente nos primórdios do Serviço Social que desenvolvia um</p><p>papel meramente assistencialista sem nenhum compromisso em reverter as mazelas</p><p>das sociedades em geral.</p><p>O Serviço Social como apreendido em módulos anteriores foi criado inicialmente</p><p>para atender aos interesses das classes mais ricas. Desse modo, os governos com</p><p>caráter paliativo no combate às mazelas às quais estão submetidas as classes mais</p><p>pobres segue o Serviço Social exercendo um papel mais assistencialista.</p><p>O Serviço Social pouco contribuia para o desenvolvimento das pessoas naquela</p><p>época, assim como, o percurso de causa/efeito não emergiu com nenhum impacto na</p><p>sociedade, desse modo, o positivismo também não contribuía para o desenvolvimento</p><p>social, pois tornava as populações reféns do serviço público, impossibilitando-as de</p><p>caminhar com as próprias pernas.</p><p>Com o surgimento dos movimentos sociais no século XX, o positivismo</p><p>inevitavelmente perde espaço na relação com o Serviço Social, dando lugar a reflexões</p><p>mais críticas e questionadoras e estabelece um compromisso no combate às raízes</p><p>dos problemas sociais que assolam a sociedade.</p><p>O Serviço Social na atualidade ainda é constituído como importante ferramenta</p><p>“assistencialista” na visão de vários países. Um paradigma difícil de ser vencido.</p><p>Entretanto, a ciência social aplicada se transforma e reestrutura os processos de</p><p>atendimento às questões sociais que rodeiam a sociedade atual.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92</p><p>Pode-se conjecturar no século XXI a atuação de profissionais assistentes sociais mais</p><p>combativos às ideias assistenciais que marcam o Serviço Social com um compromisso</p><p>maior de reforçar o combate à vulnerabilidade social a fim de que a sociedade exerça</p><p>plenamente seus papéis sociais e econômicos.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Na prática a imagem do Serviço Social ainda não é bem compreendida pela</p><p>sociedade em geral.</p><p>Nos serviços de ponta voltados ao atendimento de comunidades carentes esse</p><p>profissional tem uma imagem deturpada, associada a atividades caritativas ou</p><p>meramente tecnicista.</p><p>Em alguns casos, esse profissional é confundido com a “moça boa que entrega</p><p>cesta básica”, ou o profissional que vai conseguir passagens para o retorno do</p><p>paciente para casa, ou ainda aquela pessoa que vai facilitar a adoção.</p><p>Será que ter a imagem profissional vinculada a esses estereótipos é bom? Ou quer</p><p>ser reconhecido como profissional de primeira linha, essencial aos serviços sociais e</p><p>capaz de garantir os direitos sociais vigentes em nossa Carta Magna?</p><p>Então vejamos a explicação aos termos básicos existentes na profissão. Aprenda-os</p><p>definitivamente!!</p><p>Fonte: https://i.ytimg.com/vi/Tg_R2lQ-9RM/sddefault.jpg</p><p>https://i.ytimg.com/vi/Tg_R2lQ-9RM/sddefault.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93</p><p>Vamos aprender esses termos?</p><p># Serviço social# Assistente Social# Assistência Social#</p><p>Fonte:https://craspsicologia.files.wordpress.com/2015/07/servic3a7o-social-c3a9-diferente-de-assistc3aancia-social.png</p><p># E o assistencialismo ?#</p><p>Fonte: https://s.dicio.com.br/assistencialismo.jpg</p><p>https://craspsicologia.files.wordpress.com/2015/07/servic3a7o-social-c3a9-diferente-de-assistc3aancia-social.png</p><p>https://s.dicio.com.br/assistencialismo.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Fonte:https://i.pinimg.com/originals/f6/e0/de/f6e0de2191e52589d8028b1509f911ca.jpg</p><p>Após essa breve apresentação dos termos que rodeiam o Serviço Social está na</p><p>hora de conhecermos de perto a teoria positivista que se apresentará na próxima</p><p>seção deste módulo.</p><p>Então vejamos!!</p><p>10.1 Teoria positivista</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https:/cursoenemgratuito.com.br/app/uploads/2018/09/chrome_2018-09-26_16-57-35.jpg</p><p>https://i.pinimg.com/originals/f6/e0/de/f6e0de2191e52589d8028b1509f911ca.jpg</p><p>https://cursoenemgratuito.com.br/app/uploads/2018/09/chrome_2018-09-26_16-57-35.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://slideplayer.com.br/11117776/40/images/slide_1.jpg</p><p>Olá, cursista!! Você precisa conhecer mais de perto a teoria positivista. Ela faz parte</p><p>do roteiro do curso de Serviço Social, pois são elas as responsáveis pela sedimentação</p><p>dos conhecimentos científicos, sobretudo no que diz respeito às ideias consolidadas de</p><p>autores clássicos como Saint-Simon, Auguste Comte e o mais recente Émile Durkheim.</p><p>As duas imagens apresentadas mostram-se importantes para possíveis reflexões</p><p>sobre a teoria positivista. A tirinha pelo viés científico e seus revérberos na sociedade</p><p>e a segunda imagem pela transversalidade com a sociologia enquanto ciência e o</p><p>contraponto à ordem teológica.</p><p>Sobre a teoria positivista o Serviço Social aborda toda a teoria na prática, sobretudo</p><p>no que diz respeito às questões sociais no contexto a qual estamos inseridos.</p><p>Vejamos o que Netto nos diz sobre a expressão da questão social:</p><p>“Questão Social” emerge na terceira década do século XIX, para dar conta</p><p>da primeira onda industrializante, iniciada na Inglaterra, o fenômeno do</p><p>pauperismo: a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a</p><p>capacidade social de produzir riqueza” (NETTO, 2001, p. 43).</p><p>Você concorda então que o pauperismo é uma expressão da questão social que</p><p>assola o país? Diante do exposto destaca-se duas compreensões teórico-metodológicas</p><p>https://slideplayer.com.br/11117776/40/images/slide_1.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96</p><p>que emergem de duas formas, uma na resignação baseada no positivismo de Auguste</p><p>Comte e duas no aprofundamento da pobreza baseado no pensamento de Marx e</p><p>Engels.</p><p>Todos esses teóricos do Serviço Social contribuem de maneira reflexiva sobre as</p><p>abordagens cotidianas em que está imersa nossa sociedade. A teoria positivista na</p><p>relação direta com o Serviço Social se estende por várias nações como a francesa,</p><p>alemã e americana.</p><p>A linhagem francesa origina-se com Comte e o seu mentor Saint-Simon. A ambição</p><p>de Comte era fundar uma ciência naturalista da sociedade com o intuito de explicar o</p><p>passado e o futuro da espécie humana aplicando os métodos de investigação bem-</p><p>sucedidas como: observação, experimentação e comparação.</p><p>A partir disso, Comte cria o termo sociologia para definir a ciência que sintetizaria os</p><p>mistérios da estática e da dinâmica da sociedade e desta forma, orientaria a formação</p><p>do governo positivo.</p><p>Um outro autor mais modernista do Serviço Social da linha positivista é Émile</p><p>Durkheim manteve o método de Comte, insistindo na continuidade lógica entre as</p><p>ciências sociais e naturais e na aplicação à sociedade do princípio de causalidades</p><p>naturais.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês. É considerado o pai da</p><p>Sociologia Moderna e chefe da chamada Escola Sociológica Francesa. É o criador</p><p>da teoria da coesão social. Junto com Karl Marx e Max Weber, formam um dos</p><p>pilares dos estudos sociológicos.</p><p>(Disponível em:https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/ . Acesso em 03/03/2022)</p><p>https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97</p><p>Vamos clarear as ideias sobre o positivismo com o seguinte exemplo de Gondim,</p><p>Bezerra e Costa, sobre a Revolução Francesa (1789)</p><p>[...] foi um importante divisor de águas entre o conhecimento teológico</p><p>e o conhecimento positivo. Dessa forma, podemos compreender que</p><p>o conhecimento positivo é o real que pode ser observado. Embora não</p><p>nos vinculando a essa perspectiva teórica, não podemos deixar de</p><p>destacar que o positivismo foi uma importante teoria que possibilitou</p><p>o desenvolvimento de outra explicação de mundo por meio de base</p><p>científica e não mais baseada apenas na religião ou mero senso</p><p>comum. (GONDIM,BEZERRA E COSTA, 2018, P.4)</p><p>Todos os intelectuais positivistas naturalizam as explicações em torno das expressões</p><p>da questão social com a preocupação de manter a defesa da ordem burguesa.</p><p>Se a questão social for naturalizada pelo pensamento positivista, em resumo</p><p>seguimos firme na ideia de Netto (2001) quando nos faz refletir se o pensamento</p><p>social busca uma reforma moral do homem e da sociedade para preservar/ conservar</p><p>a propriedade privada dos meios de produção vamos buscar essas explicações em</p><p>Marx e Engels.</p><p>Netto (2001) traz à tona a ideia do capitalismo impregnado na sociedade atual</p><p>quando coloca todos nós como peças dessa engrenagem que não pode parar e a</p><p>qual venda os olhos daqueles que não conseguem fazer sequer alguma crítica ao</p><p>sistema. Gondim, Bezerra e Costa endossam essa postura, como percebe-se nas</p><p>palavras a seguir.</p><p>[...] diante de inquietações como estas, torna-se cada vez mais</p><p>primordial um retorno ao estudo do papel executado pelos</p><p>profissionais que podem exercer a função de intelectuais no âmbito</p><p>de uma sociedade que vem sendo constantemente atravessada por</p><p>pensamentos e ideários que ameaçam conquistas dos trabalhadores</p><p>e até mesmo, a própria capacidade de desenvolvimento de uma</p><p>consciência crítica da realidade sobre a qual estamos inseridos.</p><p>(GONDIM, BEZERRA E COSTA, 2018, P.5)</p><p>E após o entendimento da teoria positivista, o que vem a seguir? Vamos lá cursista,</p><p>aos estudos sobre o funcionalismo!!</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98</p><p>10.1.1 Funcionalismo</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Essa teoria foi muito influente nos anos 1960 e 1970, porém sofreu</p><p>muitas críticas, principalmente por não conseguir explicar a complexidade</p><p>da sociedade e de seus atores. Para outros, como os teóricos marxistas,</p><p>o funcionalismo produzia análises estáticas e conservadoras, que não</p><p>contribuíam para mudar o status quo.</p><p>O Serviço Social é marcado por diversas correntes de pensamento da filosofia e da</p><p>sociologia que influenciam a sociedade e na perspectiva funcionalista essa mesma</p><p>sociedade é explicada em termos de funções realizadas por instituições.</p><p>Para os pensadores funcionalistas, os fenômenos sociais devem ser explicados por</p><p>técnicas sociais. A sociedade era estruturada em pilares e interpretada pelo fato social.</p><p>O fato social é externo, sobretudo na medida em que existe antes do próprio</p><p>indivíduo, e imperioso, na medida em que a sociedade impõe regras sem o</p><p>consentimento prévio do indivíduo. Os funcionalistas privilegiam a descoberta dos</p><p>fatos, a existência material.</p><p>Essa visão sistêmica é observada nos fatores que unem as diferentes partes que</p><p>compõem a sociedade formando um grande sistema, como uma máquina e suas</p><p>diferentes peças e engrenagens. Lembra da passagem anterior em que José Paulo</p><p>Netto demonstra tal pensamento?!</p><p>E o pensador moderno que dará esse suporte é Émile Durkheim, considerado um dos</p><p>pais da Sociologia Moderna que sistematiza a Sociologia como sendo uma disciplina</p><p>nas universidades. A concepção da sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria</p><p>do fato social.</p><p>Para o autor pode e deve haver uma sociologia objetiva e científica - nos moldes</p><p>das ciências já estabelecidas - cujo objeto é o fato social. Essa sociologia requer que</p><p>seu objeto seja específico, distinto do das demais ciências, e que possa ser observado</p><p>e explicado como ocorre nessas outras ciências.</p><p>Durkheim (1978) argumentava que uma das tarefas dos sociólogos era estudar os</p><p>determinantes sociais do comportamento - “deveres, leis, e costumes” - que unem e</p><p>mantêm as pessoas em sociedade.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99</p><p>Entende-se que para o autor sua inquietação</p><p>com as mazelas sociais apontavam para</p><p>duas concepções de solidariedade, a mecânica, associada às sociedades tradicionais,</p><p>e a orgânica, associada às sociedades industriais. [...] as “sociedades tradicionais”</p><p>se mantinham unidas pela “solidariedade mecânica”, que deriva da semelhança das</p><p>partes e tem a “consciência” do indivíduo como um simples apêndice e seguidor da</p><p>consciência coletiva (DURKHEIM, 1978, p.148).</p><p>A “consciência coletiva” se baseava num sistema compartilhado de valores, normas e</p><p>crenças e a sociedade industrial com seu sistema de divisão de trabalho e diferenciação</p><p>funcional. Durkheim (1978) reconheceu que no processo de transição das sociedades</p><p>tradicionais para as industriais, a solidariedade poderia romper-se, criando um estado</p><p>de anomia ou anormalidade. Porém, ele via isso como um estado patológico no curso</p><p>natural de desenvolvimento.</p><p>Para exercitar vossas mentes, vamos analisar o mapa mental a seguir.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://static.wixstatic.com/media/dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png/v1/fill/w_1000,h_471,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/</p><p>dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png</p><p>E aí cursista, compartilhe sua análise com seus colegas!!</p><p>https://static.wixstatic.com/media/dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png/v1/fill/w_1000,h_471,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png</p><p>https://static.wixstatic.com/media/dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png/v1/fill/w_1000,h_471,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/dc13bb_b0793bf6f8ec4364bb08a2186ef7e4ce~mv2.png</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>BUSCANDO A ATUALIZAÇÃO</p><p>PROFISSIONAL</p><p>Iniciamos agora a aula 11. Aqui veremos a necessidade do Serviço Social se afirmar</p><p>enquanto profissão inscrita na sociedade.</p><p>Vamos juntos mergulhar fundo nessa matéria?</p><p>Fonte:https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSQrgl842AXBuFYzFuiSholnIYcBmrhH4MA0w&usqp=CAU</p><p>11.1 A expansão da profissão no Brasil</p><p>A profissão do Serviço Social se caracteriza historicamente por meio da demanda</p><p>social que exige sua participação e intervenção.</p><p>Percebemos que com a ampliação da base social, a profissão passa a autojustificar</p><p>a sua atividade profissional e necessitar de reconhecimento e valorização da sociedade.</p><p>O Serviço Social, nascido no seio da Igreja Católica, apresenta em seu arcabouço</p><p>atividades essencialmente assistencialista e autoritária, trazendo consigo o estigma</p><p>da caridade. Com o passar do tempo e da aproximação com as mais diversas teorias,</p><p>o Serviço Social encontra no seu fazer profissional pontos de divergência.</p><p>Desta forma, na tentativa de romper com essas características doutrinárias, os</p><p>profissionais buscaram a atualização do discurso que os legitimassem na prática</p><p>cotidiana da profissão.</p><p>Existia uma contradição evidente, entre o fazer profissional cotidiano do assistente</p><p>social, e o discurso institucional e seus objetivos. Assim sendo, o profissional necessitava</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSQrgl842AXBuFYzFuiSholnIYcBmrhH4MA0w&usqp=CAU</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101</p><p>auto justificar sua prática reiteradas vezes, “numa confirmação constante de sua</p><p>utilidade social e do caráter imanente de seus objetivos” (Iamamoto, 1993, p.332)</p><p>A autora ainda nos alerta que no processo de busca da atualização das pautas</p><p>profissionais, aparece outro ponto relevante, que diz respeito em:</p><p>Justificar para aqueles setores que constituem a demanda real que</p><p>viabiliza a instituição, isto é, sua implantação e reprodução, o rendimento</p><p>das inversões realizadas. Justificar para as classes dominantes - para o</p><p>empresariado, para os altos escalões do Aparelho do Estado - a necessidade</p><p>de seus serviços e, ao mesmo tempo, apresentar resultados[...] Esta</p><p>necessidade constante de produzir uma autojustificação - em relação</p><p>à definição de suas funções, a seus mantenedores institucionais e,</p><p>secundariamente, à clientela - constitui-se num dos fatores explicativos</p><p>da importância de que se reveste , para o meio profissional, seus grandes</p><p>encontros e reuniões. (Iamamoto, 1993, p.332)</p><p>É importante destacar que os Congressos e os Seminários surgiram na história da</p><p>profissão como eventos de relevância para o processo de discussão das estratégias</p><p>de afirmação do fazer profissional.</p><p>As instituições participantes se reuniam, por intermédio dos seus representantes e</p><p>lá possibilitavam um canal de discussão entre os diversos setores da sociedade, para</p><p>assim debaterem sobre os problemas sociais da época e suas possíveis resoluções.</p><p>Esses espaços de troca se constituíam de momentos para a atualização dos métodos,</p><p>técnicas, metodologias, deliberações, e onde podiam ser sugeridos realinhamentos</p><p>necessários.</p><p>É inequívoco dizer que o Serviço Social no seu processo de atualização, buscou no</p><p>processo de Reconceituação da prática profissional de então, uma forma de “que a</p><p>profissão ganha(se) um novo caráter, comprometido em agir sobre bases mais sólidas</p><p>para intervir efetivamente na busca de atender as demandas que se apresentam na</p><p>vida dos usuários.” (VIANA, 2015, p.07)</p><p>Sobre esse ponto, Rodrigues no diz que:</p><p>Na modernização, surgiu a vontade de transformar o Serviço Social</p><p>em ciência social, trazendo a necessidade da adoção de um método</p><p>científico. Na ruptura, ganhou espaço a vontade de fazer do Serviço</p><p>Social uma ciência, sendo necessários o rompimento com as ideologias</p><p>tradicionais e a definição de uma nova ideologia. A ideia era que os</p><p>assistentes sociais abandonassem o lugar de neutralidade e assumissem</p><p>um posicionamento de classe. (RODRIGUES, 2018, p.120)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102</p><p>Rodrigues (2018) revela que a profissão enfrentava uma crise de legitimidade, no</p><p>que diz respeito à funcionalidade das suas técnicas e de seus métodos de trabalho,</p><p>o que representou a vontade de mudar e adequar as técnicas, enquanto instrumentos</p><p>de intervenção profissional.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>O Serviço Social na busca pela atualização foi influenciado por</p><p>três perspectivas: a modernização conservadora; a reatualização do</p><p>conservadorismo; a intenção de ruptura.</p><p>Só após a década de 1960 surgiram condições sócio históricas para</p><p>adoção do pensamento crítico no Serviço Social.</p><p>O que é autojustificação de acordo com Marilda Iamamoto?</p><p>É a necessidade que a profissão teve para se adaptar e reconhecer</p><p>suas técnicas, métodos e metodologias, e assim justificar a existência</p><p>da profissão para a sociedade.</p><p>Iamamoto fala que os Determinantes Sociais são elementos externos</p><p>à atuação profissional, cujas implicações atingem diretamente o fazer</p><p>profissional, causando limitações e condições da prática.</p><p>O Movimento de Reconceituação surge nesse contexto social de</p><p>reinvenção da prática do Serviço Social</p><p>A década de 1960 caracterizada pela ditadura militar impôs inúmeras limitações</p><p>para toda a sociedade, haja vista a falta de liberdade e a suspensão dos direitos</p><p>políticos. O grande ápice da época foi o golpe militar de 1964.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103</p><p>Veja abaixo as capas de jornal da época:</p><p>Fonte: https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/press-o-dia-3-de-abril-de-1964.png</p><p>Fonte:https://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2013/03/editorial-globo-golpe-militar.jpg</p><p>A História nos conta que esse período foi de grande desafio para a sociedade</p><p>brasileira, entretanto, essas determinações do governo militar não aconteciam sem</p><p>https://conteudo.imguol.com.br/blogs/92/files/2014/03/press-o-dia-3-de-abril-de-1964.png</p><p>https://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2013/03/editorial-globo-golpe-militar.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104</p><p>a resistência dos grupos mais politizados, como artistas e estudantes universitários</p><p>que reivindicavam por meio de grandes mobilizações populares.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://cdn.todapolitica.com/imagens/ditadura-militar-og.jpg</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQv_apJnK7839um2CK16cjMMnmDTXo3s_f1V8eHI1w2PhJBEDUNya21h11vJBEx6TZR</p><p>XPY&usqp=CAU</p><p>https://cdn.todapolitica.com/imagens/ditadura-militar-og.jpg</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQv_apJnK7839um2CK16cjMMnmDTXo3s_f1V8eHI1w2PhJBEDUNya21h11vJBEx6TZRXPY&usqp=CAU</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQv_apJnK7839um2CK16cjMMnmDTXo3s_f1V8eHI1w2PhJBEDUNya21h11vJBEx6TZRXPY&usqp=CAU</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105</p><p>O Movimento de Reconceituação, que se levantava à época, surgiram paralelamente</p><p>aos acontecimentos sócio políticos, e tinha como pano de fundo internacional as</p><p>efervescências políticas de toda a América Latina, a Guerra Fria que polarizou o mundo</p><p>e a Ditadura Militar, no Brasil.</p><p>Desta forma, as práticas de trabalho do Serviço Social, começaram a ser questionadas</p><p>na intenção de criar estratégias de ruptura com o que havia sido estabelecido.</p><p>Como já dito anteriormente, os Congressos e Seminários foram instrumentos</p><p>necessários para a criação desse espaço de discussão para o caminho de mudança.</p><p>Veremos com mais detalhes no próximo item.</p><p>11.1.1 Os congressos da profissão</p><p>O primeiro Congresso de que se tem notícia no Brasil foi o Congresso Brasileiro de</p><p>Serviço Social no ano de 1947, foi organizado pelo CEAS - Centro de Estudos e Ação</p><p>Social (SP), e que contou com a presença de entidades governamentais e particulares</p><p>com entrada na área da Assistência e no Serviço Social (Iamamoto, 1993). Tinha</p><p>como um dos seus objetivos fazer a preparação para o Congresso Pan-Americano</p><p>que aconteceria no Brasil, no ano de 1949.</p><p>Anteriormente no Chile, em 1945, aconteceu o 1º Congresso Pan-Americano de</p><p>Serviço Social que foi dividido em três temáticas.</p><p>O primeiro, diz respeito ao Serviço Social da Indústria onde “prevalece amplamente</p><p>a posição que afirma o caráter de neutralidade, conciliação entre capital e trabalho,</p><p>ação educativa e valorização integral do homem como fundamento do Serviço Social.”</p><p>(Iamamoto, 1993, p.335)</p><p>Os outros dois pontos de discussão passeavam entre o intercâmbio e a formação</p><p>profissional. Iamamoto coloca que nesse Congresso:</p><p>As discussões mais importantes serão travadas em relação ao tema</p><p>formação para o Serviço Social. Procura-se definir normas para o</p><p>funcionamento das escolas, currículo básico, planos de trabalho prático,</p><p>etc - esboçando-se uma homogeneização desses elementos a nível</p><p>latino-americano. Dentro desse debate duas outras questões assumirão</p><p>relevância: a regulamentação do ensino e a luta pelo reconhecimento</p><p>profissional, que influíram no surgimento da Associação Brasileira</p><p>de Escolas de Serviço Social (ABESS) e da Associação Brasileira de</p><p>Assistentes Sociais (ABAS). (IAMAMOTO, 1993, p. 336)</p><p>Segundo a autora, o 2º Congresso Pan-Americano de Serviço Social em 1949, o</p><p>discurso da profissão era sem dúvida, bem mais secularizado, com destaque para</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106</p><p>a técnica e a psicologia, onde o assistente social deveria ter equilíbrio psico-afetivo.</p><p>Discutia-se que o profissional de serviço social não era um reconhecido como cientista,</p><p>mas como “utilizador de técnicas de base científica, nos problemas de ajustamento</p><p>do homem à coletividade e de integração do mesmo em si próprio” (1993, p.339)</p><p>ANOTE ISSO</p><p>O que é Secularização da Profissão?</p><p>Nada mais é que a mudança no processo de pensar e agir relacionado</p><p>às formas tradicionais de estruturação social fundamentadas na religio-</p><p>sidade.</p><p>Na década de 50, a ideologia desenvolvimentista trazida pelo presidente Juscelino</p><p>Kubitschek, tinha como proposta o crescimento econômico acelerado e apresentava-</p><p>se como elemento central do período.</p><p>Até o fim dessa década, o Serviço Social permaneceu alheio ao chamamento</p><p>desenvolvimentista, apesar do mesmo propor soluções para problemas tradicionais</p><p>de conteúdo social. Nesse período o Serviço Social de Grupo foi bastante explorado.</p><p>No período dos anos 60, Jânio Quadros, o então presidente da república propunha</p><p>um desenvolvimento harmônico e humano, propondo soluções moralizantes, justiça</p><p>social e solidariedade para a crise moral e político-social que o Brasil enfrentava.</p><p>Nesse mesmo período histórico aconteceu o II Congresso Brasileiro de Serviço</p><p>Social, 1961, que também foi um preparatório para XI Conferência Internacional de</p><p>Serviço Social, sediada em Petrópolis -RJ em 1962.</p><p>Os trabalhos e conclusões das Comissões e Grupos de Estudo se</p><p>orientam nesse sentido. Trata-se, em primeiro lugar, de mostrar que, nas</p><p>mais diversas frentes do campo social o Assistente Social tem importante</p><p>contribuição a prestar, sendo necessária maior explicitação de suas</p><p>funções dentro dos programas de desenvolvimento. Constata-se que</p><p>nesses diferentes campos se faz necessário reorganizar os programas,</p><p>dando maior participação ao Serviço Social na formulação das políticas</p><p>e planejamento; que a posição do Assistente Social deve ter seu status</p><p>redefinido nas equipes interdisciplinares, delimitando-se suas funções</p><p>próprias , situando-o nas mesmas condições dos demais profissionais,</p><p>integrando objetivamente o Assistente Social nessas equipes , enquanto</p><p>técnico (Iamamoto, 1993, p.358)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107</p><p>Frente a essa realidade, o Serviço Social teve que se readaptar sintonizando-se aos</p><p>“setores dominantes e às demandas objetivas que fazem à instituição Serviço Social”.</p><p>Certamente, muitos foram os Congressos e Seminários que foram importantes para</p><p>a autojustificação da profissão do Serviço Social, que deram suporte com conhecimento</p><p>e abriram espaço para debates e discussões.</p><p>Entretanto, o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais CBAS, mais conhecido</p><p>como Congresso da Virada, que aconteceu em setembro de 1979, em São Paulo, no</p><p>Centro de Convenções do Anhembi, talvez tenha sido um dos mais emblemáticos</p><p>congressos da história da profissão, haja vista o período histórico de luta contra a</p><p>ditadura e pela democratização do país.</p><p>Sua contribuição fala da “virada” do serviço social e da colaboração com as bases</p><p>ao projeto ético político profissional, direcionando as atenções à classe trabalhadora,</p><p>delineando novos rumos.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Vídeo: Histórias do Brasil - A Renúncia de Jânio Quadros</p><p>Link: Histórias do Brasil - A Renúncia de Jânio Quadros</p><p>Link: https://youtu.be/XOXJdN-AePA</p><p>Ano: Publicado na internet em 08/02/2017</p><p>Sinopse: A misteriosa renúncia do presidente Jânio Quadros põe em cheque o</p><p>sistema democrático brasileiro.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=XOXJdN-AePA</p><p>https://youtu.be/XOXJdN-AePA</p><p>https://youtu.be/XOXJdN-AePA</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte https://i0.wp.com/portaldoss.com.br/wp-content/uploads/2021/12/crowd-2045498_1920.png?fit=1920%2C1280&ssl=1</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.cfess.org.br%2Farquivos%2FCFESS-CongressodaVirada-Site.</p><p>pdf&psig=AOvVaw2OQEY1_PZAtkss8qxv_Rc-&ust=1647876167582000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKDx_</p><p>KL_1PYCFQAAAAAdAAAAABAI</p><p>https://i0.wp.com/portaldoss.com.br/wp-content/uploads/2021/12/crowd-2045498_1920.png?fit=1920%2C1280&ssl=1</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.cfess.org.br%2Farquivos%2FCFESS-CongressodaVirada-Site.pdf&psig=AOvVaw2OQEY1_PZAtkss8qxv_Rc-&ust=1647876167582000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKDx_KL_1PYCFQAAAAAdAAAAABAI</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.cfess.org.br%2Farquivos%2FCFESS-CongressodaVirada-Site.pdf&psig=AOvVaw2OQEY1_PZAtkss8qxv_Rc-&ust=1647876167582000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKDx_KL_1PYCFQAAAAAdAAAAABAI</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.cfess.org.br%2Farquivos%2FCFESS-CongressodaVirada-Site.pdf&psig=AOvVaw2OQEY1_PZAtkss8qxv_Rc-&ust=1647876167582000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCKDx_KL_1PYCFQAAAAAdAAAAABAI</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>AS INSTITUIÇÕES</p><p>ASSISTENCIAIS E O</p><p>SERVIÇO SOCIAL</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>A assistência no Brasil surgiu em meados da década de 30 em plena era vargas</p><p>conhecido como período do Estado Novo. E como relacionar esse período com</p><p>o serviço social? Qual era o cenário daquela época? Essas perguntas devem ser</p><p>respondidas ao longo de um desenvolvimento histórico de um longo período que</p><p>vai da década de 30 até os anos 90.</p><p>VAMOS LÁ, CURSISTA!!</p><p>Para entender o contexto da década de 30 se faz necessário lembrar que a capital do</p><p>país localizava-se na época na cidade do Rio de Janeiro. Já com uma densa população</p><p>absoluta advinda do campo através das migrações em busca de melhores condições</p><p>de vida devido a carência de emprego resultante da desestruturação da agricultura.</p><p>Outro fenômeno vivido no Brasil nesse período foi a acelerada industrialização que</p><p>demandava cada vez mais mão-de-obra excedente, sendo inevitável fixar o homem</p><p>no campo e evitar o êxodo rural, uma realidade dos centros urbanos em formação.</p><p>A partir destes fenômenos, a falta de emprego no campo e a crescente industrialização</p><p>a oferta de emprego na cidade cresce e a futura capital brasileira já havia lançado a</p><p>pedra fundamental do novo centro do poder brasileiro, tornando essa região atrativa em</p><p>função do emprego e renda para aqueles que buscavam melhores condições de vida.</p><p>Em 1922, no centenário da Independência, o local escolhido situava-se próximo a</p><p>Planaltina, atual região administrativa do DF. Só em 1956, com nova demarcação da</p><p>futura capital, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, deu início de</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110</p><p>fato à realização do projeto. Esse panorama resulta numa migração ainda maior para</p><p>a construção da capital federal, mas voltemos ao período de 30.</p><p>A economia brasileira estava em estado transitório de agrário-exportadora para</p><p>industrial. Desse modo, a construção de algumas indústrias demanda mão de obra e</p><p>investimento em obras de infra-estrutura, tais como: abertura de estradas, suprimento</p><p>de energia e etc.</p><p>No entanto, foi o êxodo rural o fator alimentador no atendimento da oferta por</p><p>mão de obra, que embora muito numerosa necessitava ter disciplina para o trabalho.</p><p>Nessa perspectiva, o Estado lança mão de estratégias institucionais, ideológicas, com</p><p>o objetivo de trazer a disciplina que faltava aos trabalhadores foi quando o Serviço</p><p>Social e o Assistente Social foram agentes determinantes para esse processo.</p><p>Com a industrialização crescendo em ritmo acelerado e consequente aumento</p><p>das populações nas áreas urbanas surge a necessidade de controlar essa massa</p><p>operária. Em meio a reivindicações populares, o Estado absorve parte das exigências</p><p>populares e cria melhores condições para o trabalhador no aspecto: alimentação,</p><p>moradia, saúde, ampliando as bases do reconhecimento da cidadania social, através</p><p>de uma legislação social e salarial.</p><p>É nesse contexto que surge o Serviço Social no Brasil. Através do amplo movimento</p><p>social que a Igreja Católica desenvolve com o objetivo de recristianizar a sociedade.</p><p>Levando em consideração a ideia de Iamamoto (1999) apesar do Serviço Social ter</p><p>se originado na perspectiva teológica, o Estado tinha um único interesse de atrelar</p><p>as classes subalternas às classes dominantes com a finalidade de facilitar sua</p><p>manipulação e dominação.</p><p>Para manter esse controle o Estado passa a intervir não somente na regulação</p><p>do mercado, mas também na política salarial e sindical, e como se não bastasse, no</p><p>controle de uma prática assistencial. Apesar de o Serviço Social enquanto profissão</p><p>situar-se no processo de reprodução das relações sociais, como já vimos em aulas</p><p>anteriores, o controle social e a difusão da ideologia da classe dominante sob a classe</p><p>trabalhadora é possível por sua posição ainda acrítica.</p><p>Ainda no período do Estado Novo (1937/1945) é que eclodem as instituições de</p><p>assistência social no Brasil, conforme ressalta Maciel, Tepedino & Campelo (2001) que</p><p>dentre as inúmeras que surgiram podemos citar: CNSS (Conselho Nacional de Serviço</p><p>Social) criado em 1938 com o objetivo de centralizar e organizar as obras assistenciais</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111</p><p>públicas e privadas, infelizmente utilizado como mecanismo de clientelismo político</p><p>e de manipulação de verbas e subvenções públicas.</p><p>Surge também uma das instituições mais difundidas no Brasil, criada em 1942 a</p><p>LBA (Legião Brasileira de Assistência) organizada em consequência do engajamento do</p><p>País na Segunda Guerra Mundial. O objetivo principal era o de prover as necessidades</p><p>das famílias, cujos chefes haviam sido mobilizados para a guerra.</p><p>Instituição caracterizada pelo aspecto filantrópico, seu comando sempre esteve nas</p><p>mãos das Primeiras Damas, recheadas de ações clientelistas, conforme os interesses</p><p>dos governos vigentes. Conclui-se que as instituições sociais e assistenciais criadas</p><p>na década de 30 tornam-se unicamente instrumento de controle social e político dos</p><p>setores dominados e de manutenção do sistema de produção tanto por seus efeitos</p><p>econômicos, quanto pela absorção dos conflitos sociais e das relações sociais vigentes.</p><p>A próxima seção será exclusiva para apresentar a LBA.</p><p>Já nos períodos da década de 40 à 60 segundo Pereira (2007) o cenário não trouxe</p><p>mudanças significativas no campo das instituições de assistência, pois o Estado</p><p>continua no seu papel de controlar as relações existentes e no âmbito das demandas</p><p>sociais, buscava-se focalizar o trabalho nas disputas eleitorais.</p><p>Em meados de 40 surgem ainda outras instituições Pereira (2007), a Fundação Leão</p><p>XIII, fundada em 1946 pelo governo federal fruto de uma articulação entre Estado e a</p><p>hierarquia católica com o objetivo de atuar especificamente junto aos moradores de</p><p>favelas dos grandes centros urbanos e o SESI (Serviço Social da Indústria): criado no</p><p>pós-guerra no mesmo ano da FLXIII com o intuito de atuar no bem-estar do trabalhador</p><p>na indústria. O SESI também será detalhada a seguir nas próximas seções.</p><p>Nos anos 50 já no governo do Presidente Juscelino Kubitschek, Pereira (2007) a uma</p><p>modernização do aparelho do Estado, cabendo às instituições de assistência serem</p><p>as condutoras das políticas sociais com aspectos ainda claramente assistencialistas.</p><p>Em 1964, Pereira (2007) por consequência do período ditatorial, os recursos para</p><p>as instituições são reduzidos conforme a ideologia vigente de “deixar o bolo crescer</p><p>para depois repartir”. Não obstante do contexto de crescimento econômico, a classe</p><p>trabalhadora seguia em um processo de empobrecimento crescente.</p><p>Na década de 70, Pereira (2007) as instituições são influenciadas pela política</p><p>desenvolvimentista, burocrática e “modernizada”, que visavam obter maior controle</p><p>sobre a sociedade.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112</p><p>E na década de 80, Pereira (2007) como consequência do fracasso do milagre</p><p>econômico, temos o crescimento do nível de pauperização da fatia da população que</p><p>já fazia parte do segmento marginal do processo produtivo, sendo registrados níveis</p><p>expressivos de miséria absoluta, altos índices de</p><p>mortalidade infantil e desnutrição.</p><p>Nesse contexto são inseridos nas instituições diversos programas, constituídos</p><p>de ações fragmentadas, que buscam atender as exigências desse contingente da</p><p>população cada vez mais dependente de “benefícios”. Conforme previsto na Constituição</p><p>Federal de 1988, no mesmo ano temos o reconhecimento da Assistência Social como</p><p>tendo status de Política de Seguridade Social e passando assim a ser um direito do</p><p>cidadão e não é um favor do Estado ou das entidades filantrópicas.</p><p>No entanto somente em 1993, Pereira (2007) foram regulamentados artigos</p><p>pertinentes às instituições de assistência, caracterizando o desinteresse do poder</p><p>público com a assistência e com sua desvinculação das relações históricas de</p><p>clientelismo político e filantropia. A seguir trataremos especificamente das instituições</p><p>LBA e SESI individualizadas devido sua importância no contexto brasileiro.</p><p>12.1 A LBA</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>As imagens falam por si mesmas. Vamos fazer uma viagem no tempo</p><p>através das fotos da época em que a lba torna-se referência na assistência</p><p>brasileira. As imagens contém seus respectivos títulos e fontes. Apreciem</p><p>e comentem com seus colegas e professores.</p><p>Título da imagem - Educação e moda na Segunda Guerra Mundial: as propagandas das campanhas da Legião Brasileira de Assistência</p><p>Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.redalyc.org</p><p>https://www.google.com.br/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.redalyc.org</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113</p><p>Título da imagem - Legião Brasileira de Assistência e políticas sociais: primeiro-damismo, gênero e assistência social - Foto de Darcy Vargas esposa do</p><p>Presidente Getúlio Vargas</p><p>Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRR3l9v-tjmxj0IWlXEHqthqfZ8A757jrtLrg&usqp=CAU</p><p>Título da imagem - LBA (Legião Brasileira de assistência)</p><p>Fonte: https://i.ytimg.com/vi/bBPI-e0S154/maxresdefault.jpg</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRR3l9v-tjmxj0IWlXEHqthqfZ8A757jrtLrg&usqp=CAU</p><p>https://i.ytimg.com/vi/bBPI-e0S154/maxresdefault.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114</p><p>Título da imagem - Legião Brasileira de Assistência - LBA está no Facebook</p><p>Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fm.facebook.com%2FLBA</p><p>Título da imagem - Tecnificação e gênero do corpo laboral da Legião Brasileira de Assistência: assistência social e modernidade</p><p>Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Frevistas.unisinos.br</p><p>https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fm.facebook.com%2FLBA</p><p>https://www.google.com.br/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Frevistas.unisinos.br</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115</p><p>Título da imagem - Visita de Representantes da Legião Brasileira de Assistência (LBA)</p><p>Fonte: https://fonte.ufsm.br/uploads/r/null/1/8/18323/UFSM_141.jpg</p><p>Título da imagem - Assistência social em 1954, Trabalho de assistência à população no Hospital Volante da Legião Brasileira de Assistência - LBA, Rio de</p><p>Janeiro, em 1954. Arquivo Nacional. Fundo Agência Nacional.</p><p>Fonte: https://i.pinimg.com/originals/7c/66/44/7c664483c28b5bc57ced171c1a4703f0.jpg</p><p>https://fonte.ufsm.br/uploads/r/null/1/8/18323/UFSM_141.jpg</p><p>https://i.pinimg.com/originals/7c/66/44/7c664483c28b5bc57ced171c1a4703f0.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Após as discussões sobre o passeio imagético, anote no quadro todas suas</p><p>impressões sobre as instituições estudadas até aqui e vá construindo seu acervo</p><p>histórico.</p><p>AGORA VAMOS APRENDER NA TEORIA!! VAMOS LÁ!!</p><p>Segundo o Acervo Arquivístico da Universidade Federal de Santa Maria, a Legião</p><p>Brasileira de Assistência (LBA) foi um órgão assistencial público brasileiro, fundado</p><p>em 28 de agosto de 1942, pela então primeira-dama Darcy Vargas, com o objetivo de</p><p>ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial, contando com</p><p>o apoio da Federação das Associações Comerciais e da Confederação Nacional da</p><p>Indústria.</p><p>Desde a formação da Legião Brasileira de Assistência (LBA) as estruturas estaduais</p><p>e municipais ficaram dependentes dos ditames políticos e financiamento próprio da</p><p>legião e também de seus programas centralizados e geridos em Brasília. Passam-se</p><p>os anos e a assistência continua com a “ajuda” à sociedade que sempre carece da</p><p>intervenção do Estado.</p><p>Transportando-nos para períodos mais atuais, na década de 90, mais especificamente</p><p>no governo de Fernando Collor de Melo, a LBA entra em decadência política levando a</p><p>instituição à extinção, comprovando a tese de Soares (2001), de que o período Collor</p><p>se constituiu no desmonte do padrão de proteção social, sem uma efetiva substituição</p><p>do mesmo.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117</p><p>Seria essa uma ação comprovada do neoliberalismo? O Estado mínimo inclui as</p><p>questões sociais?</p><p>Já no ano de 1995 no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso,</p><p>este acabou por extinguir a LBA por decreto. Pensava-se ser criada outra em seu</p><p>lugar. Ledo engano, nenhuma outra instituição foi criada com o objetivo de substituí-</p><p>la. Sai a LBA e cria-se o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), ligado</p><p>a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) que assumiria o papel da LBA e</p><p>do também extinto Ministério do Bem Estar Social.</p><p>Ainda em 1995 acontece em Brasília a 1ª Conferência Nacional de Assistência</p><p>Social com ampla participação da sociedade e neste evento a Política de Assistência</p><p>ganha seus primeiros contornos como direito e não como favor.</p><p>Em 1996 a LOAS (Lei Orgânica da Assistência) começa a ser implantada a partir</p><p>da concessão de benefício para diferentes segmentos da sociedade como: os idosos,</p><p>os portadores de deficiência, crianças e adolescentes.</p><p>Na sua visão de futuro assistente social, foi positiva a extinção da LBA?</p><p>Discuta com seus colegas.</p><p>E neste mesmo período foi implementado um processo de descentralização com a</p><p>estadualização e a municipalização. Em relação a essa proposta de descentralização</p><p>sua concepção está ligada a uma ideologia da “eficiência e da eficácia” e deste modo</p><p>as três esferas de governos (União, Estado e Município) assumem funções bem</p><p>definidas, contudo os recursos não são compatíveis nem tampouco suficientes para</p><p>o enfrentamento das necessidades sociais.</p><p>Mesmo com a proposta descentralizadora em operação, esta obterá efeito contrário,</p><p>ao acentuar os graus das desigualdades individuais, sociais e regionais. Logo o</p><p>Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) unificou programas sociais dispersos</p><p>em vários ministérios e paralelo a isto ocorreu a aprovação da Política Nacional de</p><p>Assistência Social e a aprovação na Norma Operacional Básica (NOB).</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https://i.ytimg.com/vi/tUDavpQ3QoM/maxresdefault.jpg</p><p>A NOB SUAS é responsável por avanços significativos mesmo em se tratando</p><p>de governos neoliberais, ampliando assim, a Assistência Social e o respeito à</p><p>diversidade nacional.</p><p>12.1.1 O SESI e o SENAI</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://www.ap.sesi.org.br/images/CHAMADA-SESI-SENAI.jpg</p><p>https://i.ytimg.com/vi/tUDavpQ3QoM/maxresdefault.jpg</p><p>https://www.ap.sesi.org.br/images/CHAMADA-SESI-SENAI.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119</p><p>O histórico a seguir segue as cinco fases históricas para a formatação do Serviço</p><p>Social da Indústria:</p><p>(I) Pré-SESI (1900-1945), antecessor à fundação da instituição,</p><p>é o</p><p>período de consolidação da identidade nacional e do primeiro surto</p><p>industrial brasileiro, contemplando as indústrias de substituição</p><p>de importação e as indústrias de base possibilitadas pelo Estado</p><p>Novo; (II) Institucionalização (1946-1963), fase de desenvolvimento</p><p>da estruturação dos valores e das primeiras diretrizes e ações do</p><p>SESI, que corresponde ao primeiro grande momento republicano</p><p>do país; (III) Planejamento (1964-1979), período de organização,</p><p>ampliação e desenvolvimento do SESI, tanto de infra-estrutura como</p><p>de competências; fase correspondente à ditadura militar no Brasil</p><p>e sua política paternalista, autoritária e desenvolvimentista; (IV)</p><p>Reestruturação (1980-1999), fase de reorientação da organização,</p><p>com redução de receita, desaceleração dos investimentos e cortes</p><p>de gastos; período de redemocratização do país e, ao mesmo tempo,</p><p>de inserção na política neo-liberal internacional; e (V) Atual (desde</p><p>2000), período no qual a instituição busca novas competências,</p><p>como o incremento de ações voltadas à Responsabilidade Social e</p><p>ao Desenvolvimento Sustentável, correspondente a uma nova etapa</p><p>da História. (SESI, 2008, p. 12)</p><p>Nesse resgate histórico deve-se olhar para trás, ainda na década de 30, momento</p><p>da expansão da produção industrial no Brasil, impulsionada pela crise de 1929 dos</p><p>Estados Unidos. A economia brasileira voltou-se para seu mercado interno deixando à</p><p>demanda externa o papel de constituir o principal impulso dinâmico de crescimento.</p><p>Muitas fábricas foram instaladas com a aquisição, a preços baixos, de equipamentos</p><p>de segunda mão provenientes de empresas estrangeiras que fecharam suas portas.</p><p>Esse foi o jeito que o país encontrou de se industrializar. Em 1933, o crescimento da</p><p>produção industrial ultrapassa a produção agrícola.</p><p>É importante lembrar que foi no governo de Getúlio Vargas que se criou o Ministério</p><p>do Trabalho, Indústria e Comércio. Essa ação alicerçou a missão do governo de atenuar</p><p>os efeitos da crise de superprodução de 29 onde existia a necessidade de criar postos de</p><p>serviços a fim de gerar emprego e regulamentar o trabalho, aumentando a remuneração</p><p>e diminuindo a jornada produtiva.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Com tais medidas, você sabe como vargas ficou conhecido no brasil? Observe a</p><p>foto e descubra!!</p><p>Já o histórico do SENAI demonstra-se na citação a seguir:</p><p>No dia 26 de janeiro de 1942, Getúlio Vargas assinou o decreto de</p><p>criação de um importante órgão para a formação de mão-de-obra</p><p>especializada: o Serviço Nacional da Indústria (SENAI). A iniciativa</p><p>contou com uma recepção positiva por parte dos sindicatos. Seis</p><p>anos depois, durante uma cerimônia de formatura, o presidente do</p><p>Sindicato dos Metalúrgicos, Mecânicos e Material Elétrico do Estado</p><p>de São Paulo (SMMMESP), Mário Sobral, afirmou que a criação do</p><p>SENAI nada mais era do que “resultado direto das pressões exercidas</p><p>pelos sindicatos operários sobre o governo” (SESI, 2008, p. 33 apud</p><p>SOBRAL, 1948, p. 2 apud WEINSTEIN, 2000, p. 217).</p><p>O público alvo do SENAI é até os dias atuais são os jovens que contam com mais</p><p>acesso à formação profissional no intuito de abrandar as questões sociais que assolam</p><p>os jovens brasileiros pela baixa qualificação educacional, ou seja, o SENAI tem o papel</p><p>de preparar a mão de obra voltada para o mercado de serviços e industriais. Lembre-</p><p>se que o ideal é que esse jovem acesse o mercado de trabalho formal, sendo assim</p><p>tome nota!!</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121</p><p>ANOTE ISSO</p><p>O ano de 1943 entrou para a história do Brasil como o ano da</p><p>Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Resposta às necessidades</p><p>geradas pela industrialização, a legislação surgiu como conquista das lutas</p><p>dos operários durante todo o conturbado período da República Velha. A</p><p>CLT foi uma necessidade institucional surgida após a criação da Justiça</p><p>do Trabalho em 1939, com o objetivo de unificar e regulamentar toda a</p><p>legislação trabalhista existente até então no país. A CLT é resultado de</p><p>anos de trabalho de destacados juristas, que se empenharam em criar uma</p><p>legislação que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, dentro</p><p>de um contexto de “estado regulamentador”. Seus principais temas são:</p><p>Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho, Jornada de Trabalho, Período</p><p>de Descanso, Férias, Medicina do Trabalho, Proteção do Trabalho da Mulher,</p><p>Contratos Individuais de Trabalho, Organização Sindical, Fiscalização, entre</p><p>outros. (SESI, 2008, p. 44, 34)</p><p>Cabe agora diante do exposto refletir sobre a atuação das instituições apresentadas</p><p>nesta aula e fazer sua relação com o Serviço Social e verificar a importância de cada</p><p>uma delas na sociedade brasileira.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>DESENVOLVIMENTISMO:</p><p>VISITANDO A REALIDADE</p><p>DAS DÉCADAS DE 50 E 60</p><p>Vamos lá cursista para mais uma aula</p><p>Ao visitar nossa biblioteca da Unicatólica na obra FHTMSS I e II, Rodrigues (2018)</p><p>comunga exatamente da mesma ideia de Bielschowsky sobre desenvolvimentismo</p><p>quando nos apresenta da seguinte forma:</p><p>A ideologia desenvolvimentista começou a tomar forma a partir da</p><p>grande depressão ocorrida na década de 1930. No entanto, ela só se</p><p>desenvolveu de forma efetiva na economia brasileira nas três décadas</p><p>seguintes, com o efervescente processo de industrialização que se</p><p>estenderia também por toda a América Latina. (RODRIGUES Et.Al.</p><p>AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 85)</p><p>Ambas visões nos reportam às três décadas entre 30 e 60, momento em que o país</p><p>atravessa as barreiras do desenvolvimento econômico industrial. De JK a Vargas, o</p><p>Brasil prova que é capaz de se desenvolver, gerar emprego e renda e ser um polo de</p><p>atração, forçado é claro pela crise de 29, e com a capacidade de instalar a indústria</p><p>brasileira, no entanto persistindo em questões sociais de desigualdade.</p><p>Devemos lembrar tal qual falamos na aula 9, sobre a questão da estatização que a</p><p>indústria instalada no Brasil tem seus investimentos realizados diferentemente daquilo</p><p>que ocorria no mundo desenvolvido, essas fábricas eram eminentemente estatais, ou</p><p>seja, o Estado cumpria seu papel de investidor, haja vista o país ainda não recebia até</p><p>então, aportes de investidores estrangeiros.</p><p>Mais uma vez Rodrigues nos reporta a seguinte percepção do Brasil daquela</p><p>época.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123</p><p>Os defensores do ideal desenvolvimentista defendiam que tal método</p><p>poderia possibilitar a modernização do País, abrindo portas para um</p><p>novo cenário nacional com foco em tecnologia, geração de empregos e</p><p>infraestrutura. Segundo os pensadores da época, esses seriam os pilares</p><p>para a construção de uma nova civilização brasileira. Para que você</p><p>compreenda o surgimento do ideário desenvolvimentista, é importante</p><p>que conheça o pensamento econômico predominante no Brasil na época</p><p>citada. Tal pensamento, de acordo com o professor e economista José</p><p>Maria Dias Pereira, não tomou corpo no meio acadêmico, diferente</p><p>do ocorrido nos países desenvolvidos. A visão econômica que se</p><p>tornou predominante naquele período tinha por finalidade promover</p><p>o crescimento por meio do incentivo à industrialização do País.</p><p>(RODRIGUES Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 85, 86)</p><p>E como fica o cenário real dessa industrialização? O que ela prevê de positivo para</p><p>a sociedade? Leia a próxima citação e entenda!!</p><p>1) a industrialização é a via da superação da pobreza e do</p><p>subdesenvolvimento; 2) um país não consegue industrializar-se só</p><p>através dos impulsos do mercado, sendo necessária a intervenção</p><p>do Estado (intervencionismo); 3) o planejamento estatal é que</p><p>deve definir a expansão</p><p>desejada dos setores econômicos e os</p><p>instrumentos necessários; 4) a participação do Estado na economia</p><p>é benéfica, captando recursos e investindo onde o investimento</p><p>privado for insuficiente (PEREIRA, 2011, p. 122. Apud RODRIGUES</p><p>Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 86).</p><p>Ao ler o item 1 da citação pensamos exatamente que a industrialização superará a</p><p>pobreza e que o país será pujante economicamente e que a sociedade terá melhorias</p><p>significativas e a era do bem-estar social chegará definitivamente. Ledo engano?! A</p><p>realidade do brasileiro mudou? O desenvolvimento econômico e social virou realidade no</p><p>Brasil? A quem os governos dessas décadas serviam? Vamos pensar nessas questões!!</p><p>Os registros da época segundo Rodrigues (2018) apontam em dois caminhos</p><p>traçados por Vargas. O primeiro:</p><p>[...] Vargas tratou de tornar o Estado mais atuante perante o sistema</p><p>econômico-financeiro. Ele fez isso com o propósito de cumprir</p><p>as promessas de campanha, feitas especialmente aos grupos</p><p>sociais oriundos das regiões mais industrializadas do País. Esses</p><p>grupos desejavam obter do governo um posicionamento mais</p><p>intervencionista, que atendesse às suas pautas. Assim, o então</p><p>presidente buscou soluções para as demandas que afligiam o País na</p><p>época, como problemas de abastecimento, de inflação, de equilíbrio</p><p>com relação ao balanço de pagamentos, de energia, transporte e</p><p>tecnologias. (RODRIGUES Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 87)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124</p><p>E o segundo:</p><p>Getúlio, portanto, assumiu uma postura ativa em vista do ideal</p><p>desenvolvimentista. O período do seu governo também ficou conhecido</p><p>como populista e foi marcado pelo estabelecimento de alianças entre os</p><p>diversos setores da sociedade, como a burguesia industrial, as camadas</p><p>médias burocráticas, os setores do proletariado urbano e as oligarquias</p><p>rurais. (RODRIGUES Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 87)</p><p>Então, pode-se tirar alguma conclusão dessa dicotomia apresentada na era Vargas?</p><p>Certamente deve-se analisar criteriosamente todas as intenções deste governante que</p><p>representou o país através de ideologias tão difundidas no mundo. O desenvolvimentismo</p><p>enquanto ideologia marca o país estruturalmente com possibilidades claras de</p><p>crescimento econômico.</p><p>No entanto, vale ressaltar o lugar que a sociedade vai ocupar nessa expansão</p><p>econômica. Serão os cidadãos brasileiros tratados como parte integrante desse</p><p>desenvolvimento ou servirão apenas como engrenagens fabris ao acúmulo de capital</p><p>por parte da elite burguesa e ainda alimentar o populismo governamental de Vargas?</p><p>Ficam essas reflexões a serem discutidas em sala com colegas e professores.</p><p>E o Serviço Social deste mesmo período será um suporte ao Estado e ao mesmo</p><p>tempo carregará sobre sua prática assistencial posturas que precisam ser discutidas</p><p>pela categoria dos assistentes sociais. É o que você irá ver na próxima seção desta aula.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Após a observação registre suas impressões no caderno e discuta com seus colegas</p><p>Fonte: https://www.google.com.br/imgres</p><p>https://www.google.com.br/imgres</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/13162932/79/images/2/Desenvolvimentismo%3A+defini%C3%A7%C3%A3o+do+conceito.jpg</p><p>13.1 Serviço Social e o contexto sociopolítico da época</p><p>Vamos para mais um momento de reflexões sobre as marcas que as décadas de 30</p><p>a 60 deixaram em nossa sociedade. Nitidamente as informações repassadas até aqui</p><p>nos dão a dimensão das consequências que assolam a sociedade brasileira, cita-se,</p><p>a migração do campo para a cidade, a ocupação desordenada da cidade, o inchaço</p><p>urbano e a pobreza. Tudo isso, só amplia um cenário de um pseudodesenvolvimento</p><p>não capaz de modificar as mazelas sociais vividas pelas classes sociais mais baixas.</p><p>O mundo vivia também um período conflituoso com a Segunda Guerra e</p><p>posteriormente com a Guerra Fria. Esses períodos ensaiam ideologias diversas, liberais,</p><p>capitalistas, desenvolvimentistas, socialistas, entre outras. A socialista denuncia um</p><p>avanço contumaz do capitalismo na questão da pauperização das sociedades às</p><p>quais estejam submetidas ao liberalismo econômico em que só o dono dos meios</p><p>produtivos conseguem acumular riqueza.</p><p>Conforme Rodrigues (2018) com a criação da ONU, a autora faz justamente o</p><p>contraponto entre as tensões surgidas das disputas entre Rússia e Estados Unidos</p><p>https://slideplayer.com.br/slide/13162932/79/images/2/Desenvolvimentismo%3A+defini%C3%A7%C3%A3o+do+conceito.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126</p><p>da América (EUA) na chamada Guerra Fria através da liderança política, econômica e</p><p>ideológica do mundo à época. Ainda em Rodrigues:</p><p>Com argumentos como a preservação da democracia, a garantia</p><p>da ordem social, a busca pelo “mundo livre” e o distanciamento dos</p><p>regimes autoritários, a ONU via a pobreza como um entrave e uma</p><p>ameaça ao desenvolvimento mundial. As populações com economia</p><p>precária eram vistas como mais suscetíveis à propaganda comunista</p><p>internacional. Para enfrentar tal ameaça, era necessário ajudar essas</p><p>nações a alcançarem melhores condições econômicas e de vida.</p><p>(RODRIGUES Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER, 2018, p. 90)</p><p>Sendo assim, esse embate da bipolaridade faz emergir no Brasil a sua relação</p><p>com o Serviço Social, segundo Rodrigues (2018) o Desenvolvimento de Comunidade</p><p>(DC) e outro processo que iniciou-se em 1942 por meio do chamado Programa de</p><p>Assistência Técnica aos Países Pobres da América Latina, processo este desenvolvido</p><p>pelo governo americano com o objetivo de oferecer suporte técnico para incrementar</p><p>a produção agrícola dos países latino-americanos.</p><p>Essa atitude é clássica em se tratando de Estados Unidos imperialista, pois essa real</p><p>ideologia liberal é aceita plenamente pelo Brasil e seus governantes. A aceitação mostra</p><p>fatidicamente a influência da ideia liberal sendo assentada em prol de um suposto</p><p>desenvolvimento social que nunca veio e ainda hoje assola as classes subalternas</p><p>dos rincões brasileiros.</p><p>Conforme Rodrigues (2018) Apud Souza (1996) o DC surge nos Estados Unidos e</p><p>consistia na prática de organizar e estruturar grupos que poderiam promover o bem-</p><p>estar social. Após o surgimento em 1944 da Escola de Serviço Social de São Paulo a</p><p>disciplina de Organização de Comunidade foi inserida nas demais grades curriculares</p><p>de cursos de Serviço Social de todo o País. Assim, o desenvolvimento de comunidade</p><p>passou a ser considerado o modo mais eficaz de definir o trabalho realizado com as</p><p>populações mais carentes nas regiões consideradas subdesenvolvidas.</p><p>Todo esse trabalho iniciado na zona rural deve se estender para as cidades industriais,</p><p>pois a pobreza está para o campo e concomitantemente afeta a cidade em proporções</p><p>ainda maiores. O Estado precisa enfrentar essa condição social que se espalhou país</p><p>afora. E como enfrentar tal cenário? Nesse caso, o DC foi providencial, veja o que</p><p>Rodrigues nos diz:</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127</p><p>[...] O DC passou a ser utilizado também como metodologia de trabalho</p><p>no meio urbano. Nesse cenário, o mercado passou a requerer dos</p><p>órgãos públicos programas e políticas de modernização de valores</p><p>e atitudes da população em geral. A ideia era ampliar o número de</p><p>consumidores e preparar a massa proletária para a inserção no</p><p>mercado de trabalho. (RODRIGUES Et.Al. AZEVEDO E SCHEIFLER,</p><p>2018, p. 92)</p><p>Observe futuro assistente social, a importância do DC (Desenvolvimento de</p><p>Comunidade) para a sociedade brasileira. O Serviço Social vai obedecendo as regras</p><p>do jogo internacional e do mercado a fim de retroalimentar o sistema com a massa</p><p>de brasileiros</p><p>“famintos” não tão somente pelo alimento, mas pela oportunidade de</p><p>trabalhar e tentar viver dias melhores, ou pode-se dizer que pela sobrevivência, o</p><p>homem se submete às mais selvagens degradação da condição humana.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>A Escola do Serviço Social funcionou neste prédio já demolido, na Av. Getúlio</p><p>Vargas, em frente a academia do Cheik</p><p>Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-3P8XAmsIyD0/Tn6hVkRYXGI/AAAAAAAACgg/ghkuaPOt0vg/s1600/JC.16Janeiro1970.+UFAM+%25284%2529.jpg</p><p>http://3.bp.blogspot.com/-3P8XAmsIyD0/Tn6hVkRYXGI/AAAAAAAACgg/ghkuaPOt0vg/s1600/JC.16Janeiro1970.+UFAM+%25284%2529.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Para finalizar e complementar o que foi mostrado até aqui, aprecie parte do material</p><p>sobre DC produzido pela Professora Dra. Alberta Emília Dolores de Goes - Doutora</p><p>em Serviço Social pela PUC/SP; Mestre em Serviço Social (PUC/SP), Especialista</p><p>em Saúde Pública (USP/Saúde Pública/SP), Especialista em Saúde Mental (USP/</p><p>Enfermagem/SP) e Especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e</p><p>Adolescentes (USP/Psicologia/SP).</p><p>Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/14386654/89/images/16/Desenvolvimento+de+Comunidade.jpg</p><p>Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/14386654/89/images/15/O+terceiro+m%C3%A9todo+de+trabalho%3A+O+Desenvolvimento+de+Comunidade.jpg</p><p>https://slideplayer.com.br/slide/14386654/89/images/16/Desenvolvimento+de+Comunidade.jpg</p><p>https://slideplayer.com.br/slide/14386654/89/images/15/O+terceiro+m%C3%A9todo+de+trabalho%3A+O+Desenvolvimento+de+Comunidade.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>A instituição internacional - ICMM ( International Council on Mining & Matls) desenvolveu</p><p>20 ferramentas para apoiar as empresas de mineração e metais na promoção do</p><p>desenvolvimento sustentável da comunidade. Veja tudo no link: https://guidance.</p><p>miningwithprinciples.com/community-development-toolkit/?lang=pt-pt</p><p>Prepare-se que na próxima seção parte fundamental do Serviço Social e sua relação</p><p>com os movimentos sociais no Brasil. Vamos lá!!</p><p>13.1.1 Serviço Social e os movimentos sociais</p><p>ANOTE ISSO</p><p>O que são movimentos sociais?</p><p>Antes de mais nada, é importante explicar o que estamos entendendo</p><p>por movimentos sociais. Eles são agrupamento de indivíduos que defendem</p><p>alguma causa ou objetivo com demanda e pautas direcionadas e definidas.</p><p>Os movimentos sociais podem ser contrários ou favoráveis a uma temática</p><p>da sociedade e podem atuar em diversas frentes, como, por exemplo:</p><p>ambiental, racial, sexual, trabalhista, entre outras.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Vamos diferenciar os movimentos sociais!! Discuta com seus colegas qual dos dois</p><p>movimentos tem mais ou menos aproximação com o serviço social?</p><p>Movimentos conjunturais: surgem a partir de uma demanda imediata</p><p>da sociedade, que visa defender uma pauta atual, com duração curta e</p><p>objetivos que podem ser alcançados a curto prazo. Um exemplo seria um</p><p>movimento que busca a diminuição de preços de itens da sociedade, como</p><p>combustível, passagem entre outros.</p><p>Movimentos estruturais: são movimentos que pretendem conquistar</p><p>objetivos a longo prazo. Geralmente tratam de temáticas que envolvem</p><p>muitos fatores e que a resolução do problema demanda uma alteração</p><p>na estrutura social. Como exemplos, podemos citar o movimento negro, o</p><p>movimento feminista, movimento dos sem terra, etc.</p><p>https://guidance.miningwithprinciples.com/community-development-toolkit/?lang=pt-pt</p><p>https://guidance.miningwithprinciples.com/community-development-toolkit/?lang=pt-pt</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130</p><p>Cursista, você já foi apresentado a você uma quantidade diversa de informações,</p><p>contudo um dos tópico que caracteriza verdadeiramente as discussões do curso</p><p>são as lutas sociais. As lutas de classes são um dos principais objetos de estudo do</p><p>Serviço Social, então vamos ver na teoria como isso se apresenta.</p><p>Ainda no ensino básico estuda-se diversos movimentos sociais que tiveram objetivos</p><p>diversos, mas sempre almejando alguma melhoria para a sociedade. No quadro abaixo</p><p>vamos mostrar alguns desses movimentos que aprendemos no período escolar.</p><p>• A Inconfidência Mineira, tentativa de separação da capitania de Minas Gerais, ocorrida</p><p>no ano de 1789. A capitania desejava livrar-se do domínio da Coroa Portuguesa,</p><p>mas o movimento não atingiu seu objetivo pois foi contido pelo governo. Este</p><p>movimento social, também conhecido como Conjuração Mineira, representou a</p><p>busca pela liberdade dos cidadãos mineiros, que desejavam tornar-se livres da</p><p>dominação de Portugal.</p><p>• A Revolução Federalista aconteceu no sul do Brasil entre os anos de 1893 e 1895. Foi</p><p>ocasionada pela insatisfação dos federalistas com o governante do Rio Grande do</p><p>Sul, Júlio de Castilhos, membro do Partido Republicano Rio-Grandense. O movimento</p><p>se caracterizou pelo enfrentamento de dois grupos opostos: os maragatos e os</p><p>chimangos. Os maragatos eram os revolucionários que desejavam tirar o governador</p><p>do poder e os chimangos apoiavam a manutenção do político no cargo.</p><p>• A Revolta da Chibata, movimento que ficou conhecido como a rebelião formado por</p><p>marinheiros que exigiam duas medidas: o reconhecimento de negros como pessoas</p><p>livres e o fim do castigo físico de chibatadas que era aplicado aos marinheiros</p><p>negros e ocorreu no Rio de Janeiro no ano de 1910.</p><p>• O Movimento Negro foi o nome dado a diversos movimentos sociais que existem</p><p>para combater o preconceito racial na sociedade. Desde o período da escravidão</p><p>no Brasil já existiam movimentos de resistência e de libertação do povo negro.</p><p>• O Movimento Indígena brasileiro luta pela proteção dos direitos dos índios brasileiros,</p><p>principalmente a proteção do seu povo, sua cultura, línguas, hábitos e tradições.</p><p>Uma das pautas mais importantes para os índios é a proteção e a demarcação</p><p>das terras indígenas, direito reconhecido na Constituição Federal de 1988.</p><p>• O Movimento Estudantil é formado por diversos movimentos que atuam no ativismo</p><p>ligado não só à educação, mas a diversas questões sociais, políticas e econômicas.</p><p>Fazem parte do movimento estudantil estudantes de todas as áreas, tanto de</p><p>escolas (secundaristas), como de universidades (universitários).</p><p>• O movimento das Diretas já surgiu no fim do período da ditadura militar, em 1984. O</p><p>nascimento do movimento ocorreu pela necessidade dos cidadãos de pedirem a</p><p>volta da eleição direta para o cargo de presidente da República. O movimento se</p><p>espalhou por todo o país, com grandes manifestações, e teve o apoio de grande</p><p>parte da população, além de intelectuais e artistas brasileiros. Apesar da força do</p><p>movimento, a primeira eleição direta no Brasil após o fim da ditadura aconteceu</p><p>somente no ano de 1989.</p><p>Fonte: Fragmentos extraídos do site https://www.todapolitica.com/movimentos-sociais-brasil/ Acesso em: 06/03/2022.</p><p>https://www.todapolitica.com/movimentos-sociais-brasil/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131</p><p>Dentre os movimentos, senão um dos mais importantes para o país que inicia nos</p><p>anos 80, a partir dos sinais de insatisfação da população com o regime militar por</p><p>conta dos problemas sofridos no Brasil com consequências ruins como o aumento da</p><p>inflação, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o avanço do desemprego.</p><p>Esse período ainda não realizava eleições diretas para presidente, mas anos após</p><p>marcam mudanças profundas na vida política do país após anos de lutas travadas,</p><p>vide o último tópico do quadro acima. As Diretas Já!!</p><p>No pós 90, após a redemocratização da política brasileira, Duriguetto (2014)</p><p>apresenta dois momentos: a era da acumulação flexível e das políticas de ajustes</p><p>estatais neoliberais.</p><p>Uma das maiores dificuldades para o Serviço Social é contrapor</p><p>essa conjuntura marcada pela regressividade das organizações e das lutas dos</p><p>trabalhadores, seja no campo sindical ou dos movimentos sociais.</p><p>Debruçados ainda na ideia de Duriguetto (2014), a flexibilização da produção precariza</p><p>o emprego (amplia o trabalho em tempo parcial, temporário ou subcontratado e o</p><p>trabalho informal) e das relações de trabalho (redução e/ou eliminação dos direitos</p><p>trabalhistas). A isso o Serviço Social precisa levantar o tom. Fazer isto marxianamente,</p><p>criticando o sistema com o objetivo de esclarecer o trabalhador, não para “bater de</p><p>frente” com o sistema, mas para ter a capacidade de unir-se e combater os devaneios</p><p>capitalistas.</p><p>Para concluir a aula faz-se necessário observar a citação a seguir.</p><p>Não obstante a inexistência de uma direção revolucionária, essas</p><p>diferentes lutas — ainda que defensivas — expressam o campo da</p><p>luta de classes na contemporaneidade. Um dos grandes desafios hoje</p><p>postos para o projeto socialista é estabelecer vínculos e conexões</p><p>entre as várias reivindicações, as diversas lutas sociais, assim como</p><p>entre essas e o movimento operário. Ou seja, o desafio se posta em</p><p>construir projetos que busquem uma integração das necessidades,</p><p>interesses, reivindicações e ações prático-políticas advindas das</p><p>lutas, incorporando-as em suas dimensões classistas e orientando-</p><p>as para a construção de processos contra-hegemônicos à ordem do</p><p>capital. (DURIGUETTO, 2014, P. 182)</p><p>Parece que resta a sociedade brasileira o campo da defesa, pois o Estado neoliberal</p><p>respira o ar do mercado e da acumulação flexível e ao Serviço Social o projeto ético-</p><p>político de garantir à sociedade o esclarecimento necessário do rumo dos seus direitos</p><p>sociais e que estes possam encorajar seus pares e resistir sempre a força invisível</p><p>do sistema. Reflita sobre isto!!</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132</p><p>CAPÍTULO 14</p><p>O SERVIÇO SOCIAL</p><p>E SUAS FACETAS</p><p>Querido (a) aluno (a) do Serviço Social, estamos entrando em um novo capítulo</p><p>da nossa disciplina, onde discutiremos um pouco mais sobre a questão teórico-</p><p>metodológica da gênese da profissão.</p><p>Você está convidado a nos acompanhar.</p><p>Vamos lá?</p><p>Na trajetória histórica da profissão muitas foram as influências que estiveram presentes,</p><p>inegavelmente, a sra. Mary Richmond, pioneira das assistentes sociais, foi uma delas.</p><p>Tendo o modelo norte-americano como referência, Richmond inscreveu um tecnicismo</p><p>na profissão, implantando o Serviço Social de Caso, através de suas pesquisas e do</p><p>registro do livro “Diagnóstico Social” (1917).</p><p>Mary Richmond, idealizou uma metodologia para a profissão que se pautava nos</p><p>diagnósticos médicos, pensando as expressões da questão social, enquanto algo passível</p><p>de ser “diagnosticado e tratado”, assim como é possível se fazer com determinadas doenças.</p><p>Foto da Mary Richmond</p><p>Fonte:https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRfJK1WNDlTLEY7OOQNOKde7bD1gv8kRKbM3iSmWnL6_U6X1k5AjvCXFl-X-</p><p>FiBswEaVGI&usqp=CAU</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRfJK1WNDlTLEY7OOQNOKde7bD1gv8kRKbM3iSmWnL6_U6X1k5AjvCXFl-X-FiBswEaVGI&usqp=CAU</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRfJK1WNDlTLEY7OOQNOKde7bD1gv8kRKbM3iSmWnL6_U6X1k5AjvCXFl-X-FiBswEaVGI&usqp=CAU</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133</p><p>Em seguida, surgem os Serviço Social de Grupo e o Serviço Social de Comunidade.</p><p>Abaixo faremos breve resumo de cada um deles:</p><p>a) Serviço Social de Caso:</p><p>Para a idealizadora da técnica, o Serviço Social de Caso, destacava-se pelo</p><p>atendimento individualizado, centrado no contexto do indivíduo, cujo objetivo era ajudar</p><p>a resolução do problema do cliente, utilizando-se de ferramentas que identificassem</p><p>a “situação-problema” e a posterior resolução da mesma. Era uma elaboração teórica</p><p>que tinha referência nos contornos da psicologia e da medicina.</p><p>Fonte:ttps://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTDx8Swi8l9YEQtXqMerLAQOVQV68QHX_rtiA&usqp=CAU (imagem meramente ilustrativa)</p><p>b) Serviço Social de Grupo:</p><p>O Serviço Social de Grupo foi uma abordagem usada a partir da década de 30, onde</p><p>as técnicas aplicadas identificavam as “situações-problema” comuns dos membros</p><p>do grupo. A partir daí, a personalidade de cada indivíduo era trabalhada, por meio da</p><p>ajuda em grupo.</p><p>Consideravam que o principal objetivo desse método era a adequação e ajustamento</p><p>do indivíduo às normas e regramentos sociais, e ao grupo.</p><p>Também tinha como objetivo ajudar o indivíduo a resolver seus problemas pessoais,</p><p>criar consciência social e identificar líderes, educando-os a assumir responsabilidades</p><p>civis.</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTDx8Swi8l9YEQtXqMerLAQOVQV68QHX_rtiA&usqp=CAU</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134</p><p>Fonte:https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimage.slidesharecdn.com%2Fserviosocialdegrupo-140725221656-phpapp01%2F85%2 Servio-</p><p>social-de-grupo-1-320.jpg%3Fcb%3D1406326850&imgrefurl=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fcarollalves1%2Fservio-social-de-grupo</p><p>c) Serviço Social de Comunidade:</p><p>O Serviço Social de Comunidade, por sua vez, se deu nos anos de 1945, no período</p><p>do pós Segunda Guerra Mundial. Segundo Castro (2003) tratava-se de atividades</p><p>realizadas por associações locais e com o governo, na tentativa da superação do</p><p>desenvolvimento.</p><p>Teve como incentivadora a Organização das Nações Unidas-ONU, na promoção de</p><p>políticas sociais em países subdesenvolvidos. Era motivado pelas ideias da sociologia,</p><p>da psicologia social e da pedagogia. Partia da identificação das instituições e suas</p><p>necessidades em comum, para assim serem realizadas ações conjuntas, a fim de</p><p>racionalizar recursos.</p><p>Se caracterizava pelo desenvolvimento da comunidade, na perspectiva da ordem</p><p>social, onde caberia às associações a aceitação da “anuência com as formulações</p><p>desenvolvimentistas, quanto o estabelecimento de laços de gratidão e lealdade ao</p><p>governo [...], onde as organizações populares deveriam sujeitar-se à tutela oficial.”</p><p>(CASTRO, 2003, p.149)</p><p>https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimage.slidesharecdn.com%2Fserviosocialdegrupo-140725221656-phpapp01%2F85%2Fservio-social-de-grupo-1-320.jpg%3Fcb%3D1406326850&imgrefurl=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fcarollalves1%2Fservio-social-de-grupo&tbnid=L80TD19h3jG8kM&vet=12ahUKEwjW3Zmjrcn2AhVBN7kGHaHBB9wQMygKegUIARC7AQ..i&docid=QiU8A3dO-_jzkM&w=320&h=240&q=servi%C3%A7o%20social%20de%20grupo%20caso%20e%20comunidade&hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjW3Zmjrcn2AhVBN7kGHaHBB9wQMygKegUIARC7AQ</p><p>https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimage.slidesharecdn.com%2Fserviosocialdegrupo-140725221656-phpapp01%2F85%2Fservio-social-de-grupo-1-320.jpg%3Fcb%3D1406326850&imgrefurl=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fcarollalves1%2Fservio-social-de-grupo&tbnid=L80TD19h3jG8kM&vet=12ahUKEwjW3Zmjrcn2AhVBN7kGHaHBB9wQMygKegUIARC7AQ..i&docid=QiU8A3dO-_jzkM&w=320&h=240&q=servi%C3%A7o%20social%20de%20grupo%20caso%20e%20comunidade&hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjW3Zmjrcn2AhVBN7kGHaHBB9wQMygKegUIARC7AQ</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135</p><p>Fonte:https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQd4hRDsKRAn2WEUtw2xLVNWLgbnANaoM8fPA&usqp=CAU</p><p>Esses métodos e técnicas foram se tornando ultrapassados à medida que a profissão</p><p>foi dando saltos e buscando outros desafios a serem superados.</p><p>A mudança de paradigma e de referencial teórico da profissão possibilitou a tentativa</p><p>de criação de novas técnicas.</p><p>Leia as perguntas abaixo e de acordo com os conhecimentos adquiridos até aqui,</p><p>reflita sobre:</p><p>Reflita e Responda:</p><p>• Qual a grande contribuição da Mary Richmond à sociedade?</p><p>• O que é Serviço Social de Caso?</p><p>• O</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14</p><p>É importante destacar que o Código de Ética do/a Assistente Social é o instrumento</p><p>máximo de regulação da profissão, sendo necessário a sua leitura e releitura constante</p><p>para que assim, a atuação profissional esteja em consonância com seus princípios,</p><p>atribuições e regramentos.</p><p>Para legitimar e afirmar ainda mais a atuação profissional do Assistente Social,</p><p>algumas das suas atribuições são exclusivas e só podem ser exercidas por profissionais</p><p>da área, estando ele regularmente no seu exercício.</p><p>Podemos afirmar que as atribuições privativas do Assistente Social são:</p><p>I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos,</p><p>pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II -</p><p>planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de</p><p>Serviço Social; III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração</p><p>Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em</p><p>matéria de Serviço Social; IV - realizar vistorias, perícias técnicas,</p><p>laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço</p><p>Social; V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de</p><p>graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam</p><p>conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;</p><p>VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de</p><p>Serviço Social; VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de</p><p>Serviço Social, de graduação e pós-graduação; VIII - dirigir e coordenar</p><p>associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço</p><p>Social; (BRASIL, p.46, 2012)</p><p>Outro ponto relevante a ser levantado é quanto a empregabilidade do profissional</p><p>do Serviço Social.</p><p>O mercado de trabalho para o Assistente Social é amplo, haja vista que a profissão</p><p>é considerada generalista e perpassa transversalmente por todas as políticas públicas.</p><p>O assistente social trabalha em geral com o público mais vulnerável, dando acesso</p><p>às políticas públicas e garantindo a visibilidade dos seus direitos sociais.</p><p>Podemos afirmar que nosso maior empregador é o Estado, que através de concursos</p><p>públicos, ou contratações temporárias, absorvem essa mão de obra especializada.</p><p>Entretanto, o setor privado e o terceiro setor também absorvem muitos profissionais</p><p>da área, para desempenharem seu papel das mais diversas formas.</p><p>O profissional de serviço social desenvolve seu papel na área da saúde, da assistência</p><p>social, da previdência social, na educação, no terceiro setor, no jurídico, na iniciativa</p><p>privada, na habitação, entre outros setores.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15</p><p>ANOTE ISSO</p><p>DIFERENÇA ENTRE</p><p>SERVIÇO SOCIAL X ASSISTENTE SOCIAL X ASSISTÊNCIA SOCIAL</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>O SIGNIFICADO SÓCIO</p><p>HISTÓRICO DO SERVIÇO</p><p>SOCIAL: PRIMEIROS PASSOS</p><p>Iniciamos essa aula falando sobre o forte significado da história do Serviço Social,</p><p>no que tange os aspectos dos mais diversos e dos contextos sociais, ideológicos,</p><p>econômicos e políticos mundiais, regionais e locais.</p><p>Os conhecimentos que permeiam a rotina dos assistentes sociais sobre esses</p><p>quatro aspectos, nos faz ter a certeza que o Serviço Social contribui em várias frentes,</p><p>no entendimento dos períodos passados, na atuação junto à sociedades do mundo e</p><p>na construção de um futuro mais justo para todos.</p><p>No campo estruturante das sociedades, das ideologias e das transformações</p><p>econômicas ocorridas mundo afora, encontram-se autores clássicos da sociologia,</p><p>como, Karl Marx, Friedrich Engels, Émile Durkheim, Max Weber que trazem discussões</p><p>expressivas em meio às grandes transformações socioeconômicas desenvolvidas ao</p><p>longo da história, à partir da institucionalização dos sistemas econômicos, por exemplo!</p><p>O Serviço Social contemporâneo tem no seu arcabouço teórico-prático, de acordo</p><p>com José Paulo Netto (2005), uma visão da profissão associada ao Estado burguês,</p><p>isso eclode no período monopolista do capitalismo.</p><p>Para Maria Lúcia Martinelli, autora de grande relevância para a trajetória histórica do</p><p>Serviço Social, as considerações sobre a sociedade capitalista feitas em seu livro Serviço</p><p>Social Identidade e Alienação, tratam de compreender e refletir sobre as contradições</p><p>e divergências enfrentadas pela profissão na nossa sociedade.</p><p>Entender a força que o Serviço Social gera, enquanto ciência epistemológica,</p><p>faz de você aluno (a), um portador em potencial, de conhecimentos expressivos</p><p>que se consolidam à medida que os contextos clássicos se incorporam com a</p><p>contemporaneidade da profissão de assistente social e, por isso mesmo complementam</p><p>suas habilidades e competências para exercício da profissão.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17</p><p>2.1 A produção e a reprodução das relações sociais na sociedade capitalista</p><p>“Com a valorização do mundo das coisas, aumenta em razão indireta</p><p>a desvalorização do mundo humano.”</p><p>(Karl Marx)</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>“Além de ser um sábio e habilidoso conhecedor das questões sociais,</p><p>o (a) Assistente Social é por excelência um profissional de escuta</p><p>apurada”</p><p>(Autor desconhecido)</p><p>Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/assistente%20social/</p><p>A partir daqui, querido estudante, vamos fazer um recorte na história para contar</p><p>para você sobre o desenvolvimento dos sistemas econômicos aos quais reverberaram</p><p>com força nas relações sociais.</p><p>Vale salientar aqui, os vários sistemas que surgiram no mundo, são eles: o primitivo,</p><p>o asiático, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista.</p><p>O sistema primitivo tem sua origem antes do aparecimento das sociedades</p><p>organizadas, ocorreu ao longo da pré-história e o Estado era algo inexistente. As</p><p>relações entre as pessoas partiam de um determinado coletivismo, ou seja, tudo o</p><p>que caçavam, construíam ou encontravam pertencia a todos, de modo que o trabalho,</p><p>as terras e conquistas eram coletivas.</p><p>Como exemplo desse modelo podemos citar as comunidades indígenas, pois</p><p>possuíam comportamento nos mesmos moldes do destacado até aqui.</p><p>https://www.pexels.com/pt-br/procurar/assistente%20social/</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18</p><p>Fonte: https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/modo-producao.JPG</p><p>Já o modo de produção asiático surgiu nas primeiras civilizações, teria iniciado por</p><p>volta do ano 2.500 a.C. , na Idade Antiga, e a partir daí formaram sociedades análogas</p><p>com a que conhecemos atualmente.</p><p>Nesse modelo, o Estado era gerido por um rei, imperador ou faraó como por exemplo,</p><p>no antigo Egito, Mesopotâmia e Pérsia. A economia tinha por base a agricultura e a</p><p>pecuária, as terras pertenciam ao Estado e a economia era praticamente toda com</p><p>base no plantio, posteriormente, o comércio passou a integrar-se também na economia.</p><p>Nesse período, as crenças religiosas pautavam a vida em sociedade, a maioria das</p><p>pessoas eram politeístas, ou seja cultuavam vários deuses, e os eventos naturais eram</p><p>atribuídos ao sabor dos caprichos da divindade.</p><p>A sociedade era estamental, ou seja, o status social de cada indivíduo lhe era</p><p>atribuído conforme o estrato social em que o mesmo nascia, é importante destacar</p><p>que quase não havia mobilidade social. Os descendentes de nobres, eram nobres e os</p><p>descendentes dos demais estratos sociais, eram posicionados em seu local de origem.</p><p>Essa sociedade estamental era marcada por uma organização social em que a</p><p>sociedade dividia-se em grupos distintos uns dos outros por privilégios, sendo essa</p><p>estratificação garantida pelo próprio Estado.</p><p>https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/modo-producao.JPG</p><p>Serviço Social de Grupo tem suas bases, em quais teorias?</p><p>• Como surgiu o Serviço Social de Comunidade?</p><p>• Qual o interesse do governo no investimento no Serviço Social de Comunidade?</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQd4hRDsKRAn2WEUtw2xLVNWLgbnANaoM8fPA&usqp=CAU</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Vamos fazer um pequeno resumo para refrescar a memória e conectar as ideias.</p><p>Que tal atualizarmos nossos conhecimentos?</p><p>Vamos lá?</p><p>1. A industrialização colocou o trabalhador como tema central, haja vista as inúmeras</p><p>desigualdades sociais que assolavam a classe trabalhadora.</p><p>2. Durante o período de 1930 e 1945 o Estado estabeleceu uma política de amparo</p><p>ao trabalhador e que limitava a atuação política da classe trabalhadora.</p><p>3. Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; em 1932, o</p><p>Ministério da Educação e Saúde Pública; em 1934, o Instituto de Aposentadoria</p><p>e Pensões dos Comerciários e dos Bancários; em 1938, o Instituto Brasileiro de</p><p>Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), que</p><p>era um órgão vinculado ao Ministério da Educação e Saúde.</p><p>4. Na década de 1940, foram constituídos o imposto sindical, o salário mínimo e o</p><p>Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS). (RODRIGUES, 2018, p.106)</p><p>5. A Igreja e o Estado se aproximaram, na década de 1930, devido ao movimento político</p><p>do período. A Igreja oferecia suporte às políticas do Estado e Vargas cooperava</p><p>com muitos dos propósitos da instituição, preocupada com a restauração cristã</p><p>da sociedade brasileira.</p><p>6. O Serviço Social no Brasil surge como profissão no contexto da questão social</p><p>desse período.</p><p>7. As primeiras propostas metodológicas presentes na prática profissional tinham</p><p>como base os princípios cristãos e o ideário franco-belga.</p><p>8. A profissão era encarada como uma “missão” a ser cumprida, partindo da ideia da</p><p>“vocação cristã”.</p><p>9. Os princípios do Serviço Social eram guiados pela racionalidade católica, no ideário</p><p>de São Tomás de Aquino.</p><p>10. A Rerum Novarum e a Quadragésimo Anno foram encíclicas papais que guiaram o trabalho.</p><p>11. As primeiras escolas de Serviço Social surgem nas décadas de 30 e 40</p><p>12. Em meados dos anos 40 a profissão passa a contar com a matriz positivista, como</p><p>o primeiro suporte teórico-metodológico.</p><p>13. Mary Richmond foi uma das pioneiras na formação técnica das novas assistentes</p><p>sociais.</p><p>14. As ações mais desenvolvidas pelos primeiros assistentes sociais eram as atividades de</p><p>distribuição de auxílios materiais e a formação moral e doméstica.(RODRIGUES, 2018, p.112)</p><p>15. Nas décadas de 30 e 40, para ingressar na escola de Serviço Social era necessário</p><p>ter alguns requisitos, dentre eles, o amor ao próximo, devotamento e empatia à</p><p>pobreza, às injustiças sociais, à ignorância e ser uma pessoa honrada.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137</p><p>O pós década de 60, para o Serviço Social, foi marcado por mudanças significativas</p><p>no seio da profissão e possibilitou a reorganização da forma de trabalho desenvolvido</p><p>pelos assistentes sociais da época.</p><p>Esse período, claramente assinalado pela luta de classes, cercado por mudanças</p><p>conjunturais, possibilitou a movimentação da categoria profissional para a transformação</p><p>do seu fazer cotidiano.</p><p>Os seminários e congressos tiveram forte importância para que os acontecimentos</p><p>se desenrolassem. Destacamos que o Centro Latino-americano de Trabajo Social -</p><p>CELATS, foi “criado em 1972, esse espaço acadêmico contribui para a articulação</p><p>acadêmica e política dos profissionais de Serviço Social no continente.”(RODRIGUES,</p><p>2018, p.118)</p><p>Muitos ícones da profissão, como Marilda Villela Iamamoto, José Paulo Netto, Ian</p><p>de Gregoro e Carlos Urrutia, participaram da construção teórica da época.</p><p>Para José Paulo Netto (2008), a profissão foi posta em xeque, devido a crise das</p><p>ciências sociais oriundas dos norte-americanos, bem como pelo acirramento do</p><p>movimento estudantil e pela renovação da Igreja Católica. Esses acontecimentos</p><p>impulsionaram o Movimento de Reconceituação do Serviço Social.</p><p>Na realidade o que se questionava era a aplicabilidade das técnicas utilizadas</p><p>até então, destacando a sua função e eficiência, pondo-se à prova as bases do</p><p>tradicionalismo profissional.</p><p>Estávamos em pleno período da ditadura militar, onde de acordo com Rodrigues:</p><p>O nascer do movimento de reconceituação brasileiro em meio à ditadura</p><p>conferiu algumas particularidades ao processo de renovação no País.</p><p>Primeiramente, ele se caracterizou como um movimento modernizador</p><p>e somente depois, com o ingresso da classe operária na conjuntura</p><p>política, é que resgatou a herança da reconceitualização (1965–1975),</p><p>dando início a um processo de ruptura. (RODRIGUES, 2018, p.120)</p><p>A aproximação com as teorias marxistas, contribuiu para a tentativa de mudança</p><p>de paradigma na profissão, desta forma, o Serviço Social tentou afastar-se do espaço</p><p>anteriormente ocupado, a neutralidade. De acordo com Rodrigues:</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138</p><p>Essa nova postura assumida pelos assistentes sociais possibilitou</p><p>a articulação com um projeto de classe, a classe trabalhadora [...]</p><p>Essas marcas foram explicitadas nas opções políticas feitas pelos</p><p>assistentes sociais, que não ficaram alheios aos desafios históricos</p><p>da sua época, mas sacudiram a poeira do passado e deram radicais</p><p>giros acadêmicos e técnico-profissionais.Tais giros foram marcados</p><p>por avanços e recuos, mas conduziram a profissão a uma nova</p><p>roupagem, marcada pela criticidade das relações sociais.Nesse</p><p>contexto, o movimento de reconceituação trouxe desdobramentos</p><p>que conduziram a ruptura com o conservadorismo e a construção</p><p>de um projeto ético-político marcado por desafios e possibilidades.</p><p>As possibilidades se expressam na coragem de renovação dos</p><p>assistentes sociais. Além disso, a pluralidade ideológica e teórica</p><p>contribui para a formação de um Serviço Social crítico. Assim, é</p><p>impossível imaginar o Serviço Social crítico sem vinculá-lo à herança</p><p>do movimento de reconceituação. Os desafios, por sua vez, consistem</p><p>em lidar com a manutenção do tradicionalismo presente nas</p><p>instituições empregadoras dos assistentes sociais, que reforçam as</p><p>práticas assistencialistas”. (RODRIGUES, 2018, p.124)</p><p>O profissional nessa nova fase é convidado a rever conceitos antes estabelecidos</p><p>e que agora estavam sendo postos à prova.</p><p>Nesse novo tempo, a teoria marxista era a que mais se aproximava do ideário</p><p>das assistentes sociais, “o Serviço Social crítico mostra-se comprometido com os</p><p>interesses da massa da população, preocupado com a qualificação acadêmica e com</p><p>a interlocução com as ciências sociais e investindo fortemente na pesquisa” (NETTO,</p><p>2005 p. 18).</p><p>Iniciava um processo de amadurecimento da tradição marxista no meio profissional,</p><p>na tentativa de se estabelecer um Serviço Social crítico e reflexivo, alinhado com as</p><p>demandas da classe trabalhadora.</p><p>Inicialmente, as teorias marxistas não foram bem compreendidas e interpretadas.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Prezado (a) aluno (a) essa sequência de vídeos irá ajudar você a entender a</p><p>trajetória histórica do Serviço Social e sua evolução ao longo desses anos.</p><p>Prepare-se!!!</p><p>Vídeo sobre Especial apresenta história da Assistência Social no Brasil</p><p>Especial apresenta história da Assistência Social no Brasil</p><p>Link: https://youtu.be/gq4YXI1pggg</p><p>Ano: Ministério da Cidadania 22 de mai. de 2013</p><p>Sinopse: Comemorado em 15 de maio, o Dia do Assistente Social foi lembrado</p><p>pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) neste vídeo</p><p>que se propõe a contar um pouco</p><p>da história da profissão no Brasil e resgatar sua</p><p>memória coletiva. A produção foi realizada em 2010, antes da regulamentação atual</p><p>do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), grande marco da área.</p><p>Vídeo: Serviço Social no Brasil - 80 anos de história, ousadia e lutas</p><p>Link: Serviço Social no Brasil - 80 anos de história, ousadia e lutas</p><p>Link: https://youtu.be/qExDNXsdy2A</p><p>Ano: Cortez Editora 17 de mai. de 2016</p><p>Em um trabalho inédito e comemorativo aos 80 anos do Serviço Social no Brasil,</p><p>grandes nomes da área se reúnem para fazer uma retomada crítica da trajetória da</p><p>profissão. Uma oportunidade única de observar diferentes interpretações sobre o</p><p>Serviço Social brasileiro, que remetem aos desafios enfrentados pela categoria ao</p><p>longo do tempo, até os dias atuais.</p><p>https://youtu.be/gq4YXI1pggg</p><p>https://youtu.be/gq4YXI1pggg</p><p>https://youtu.be/qExDNXsdy2A</p><p>https://youtu.be/qExDNXsdy2A</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140</p><p>Vídeo: A importância do marxismo no debate dos fundamentos do Serviço Social</p><p>Aula 1: A importância do marxismo no debate dos fundamentos do Serviço Social</p><p>Link: https://youtu.be/ToIl-URauvk</p><p>Ano: Cortez Editora 22 de out. de 2020</p><p>Sinopse: Aula 1 do I Ciclo de debates dos fundamentos do Serviço Social -</p><p>Interlocuções da profissão com o marxismo.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Vídeos: Seminários da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço</p><p>Social- ABEPSS (1º Seminário Nacional - Fundamentos do S.S - Abertura)</p><p>Link: https://youtu.be/gy6WIecO6qs</p><p>Ano: 2017</p><p>Sinopse: Confira como foi a abertura do 1º Seminário Nacional - Fundamentos do</p><p>Serviço Social, realizado no dia 06 de novembro de 2017, na Universidade Federal</p><p>do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro.</p><p>https://youtu.be/ToIl-URauvk</p><p>https://youtu.be/ToIl-URauvk</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141</p><p>CAPÍTULO 15</p><p>ATUAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>Iniciamos agora mais uma aula sobre os fundamentos históricos, teóricos e</p><p>metodológicos da profissão. Você é nosso convidado a se aprofundar conosco nessa</p><p>história.</p><p>Vamos começar? Você está preparado?</p><p>Fonte:https://i0.wp.com/noticiapreta.com.br/wp-content/uploads/2021/03/estudante-26-600x400-1.jpg?fit=600%2C400&ssl=1</p><p>15.1 Uma breve análise dos rumos da profissão</p><p>Foram longos os caminhos que trouxeram o Serviço Social até os dias atuais,</p><p>fazendo com que ele passasse por situações de mudança no seu rumo e nas suas</p><p>convicções teórico-metodológicas.</p><p>Nos cabe dizer que a profissão para elaborar um movimento de construção</p><p>da sua própria identidade, passou por momentos históricos necessários ao seu</p><p>amadurecimento.</p><p>Nascido no seio da Igreja Católica e tendo como berço as demandas da burguesia</p><p>e a industrialização, o Serviço Social flanou pela filantropização da pobreza, com a</p><p>cooperação religiosa, passando pelo conservadorismo das ações.</p><p>https://i0.wp.com/noticiapreta.com.br/wp-content/uploads/2021/03/estudante-26-600x400-1.jpg?fit=600%2C400&ssl=1</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142</p><p>Foi no embate entre o capital e o trabalho que emerge a profissão, e na tentativa</p><p>de amainar as manifestações políticas da classe trabalhadora, tanto a Igreja quanto</p><p>o Estado e a burguesia da época, apostam na prática da caridade como um agente</p><p>minimizador das expressões da questão social.</p><p>O surgimento da profissão se dá “nas décadas de 1930 e 1940, com o projeto</p><p>de recristianização da Igreja Católica e a ação de grupos, classes e instituições que</p><p>integraram essas transformações” (PIANA, 2009, p.88).</p><p>O Estado Novo, no Governo Vargas, se apoiava no modelo fascista europeu, mesmo</p><p>que na versão brasileira, para sufocar as manifestações políticas dos trabalhadores.</p><p>Os primeiros assistentes sociais foram formados pelas escolas de Serviço Social</p><p>do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde foram forjados na prática da caridade e do</p><p>cristianismo.</p><p>Durante um tempo, a profissão fez morada nas protoformas sociais, mas rumou</p><p>para uma formação técnica especializada no atendimento, fomentada pelas novas</p><p>exigências do mercado de trabalho.</p><p>A mudança das necessidades sociais e políticas, impulsionaram a reestruturação</p><p>da atuação da profissão emergente, fazendo com que a mesma passasse a ser uma</p><p>profissão inscrita na divisão sócio técnica do trabalho.</p><p>Vale ressaltar, que isso acontece devido ao aprofundamento do capitalismo que dá</p><p>impacto nas questões sociais (fome, desemprego, miséria etc), exigindo do Estado e</p><p>do empresariado uma resposta imediata.</p><p>“Em meados de 1960, surge um momento importante no desenvolvimento do</p><p>Serviço Social como profissão [...] com a proposta de transformação da sociedade,</p><p>em substituição à desenvolvimentista adotada até o momento” (PIANA, 2009, p.93).</p><p>Toda essa agitação vai resvalar nas Universidades, o que traz para o Serviço Social,</p><p>o questionamento sobre a própria atuação.</p><p>As bases profissionais eminentemente conservadoras, passaram a ser repensadas</p><p>e reconceituadas a partir da teoria crítica marxista, mesmo que inicialmente, de forma</p><p>incipiente.</p><p>As práticas dos assistentes sociais passaram por um processo de ressignificação e</p><p>começaram a perceber o homem, como agente transformador da sua própria história.</p><p>Os referenciais teóricos metodológicos da prática profissional passaram a ter morada</p><p>na visão marxista, marcadamente na defesa dos ideais da classe trabalhadora.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143</p><p>A profissão se vê compelida a rumos diferentes dos que lhe serviram de base para</p><p>seu surgimento, possibilitando a ressignificação de suas estratégias e do seu fazer</p><p>cotidiano.</p><p>Maria Piana, pensadora do Serviço Social, segue afirmando que:</p><p>No processo de ruptura com o conservadorismo, o Serviço Social</p><p>passou a tratar o campo das políticas sociais, não mais no campo</p><p>relacional demanda da população carente e oferta do sistema</p><p>capitalista, mas acima de tudo como meio de acesso aos direitos</p><p>sociais e à defesa da democracia. Dessa forma, não se trata apenas</p><p>de operacionalizar as políticas sociais, embora importante, mas faz-</p><p>se necessário conhecer as contradições da sociedade capitalista,</p><p>da questão social e suas expressões que desafiam cotidianamente</p><p>os assistentes sociais, pensar as políticas sociais como respostas</p><p>a situações indignas de vida da população pobre e com isso</p><p>compreender a mediação que as políticas sociais representam no</p><p>processo de trabalho do profissional, ao deparar-se com as demandas</p><p>da população.(PIANA, 2009, p.86)</p><p>Efetivamente, somente na década de 1980 é que a teoria social de Marx começa</p><p>a fazer interlocução com a categoria e os profissionais assistentes sociais “realizam</p><p>sua ação profissional no âmbito das políticas socioassistenciais, na esfera pública e</p><p>privada” (PIANA, 2009, p.85)</p><p>A profissão tomou a perspectiva dialética de Marx como suporte para sua atuação</p><p>e análise da realidade, “com isso, o Serviço Social foi construindo seu projeto ético-</p><p>político que possibilita uma nova perspectiva em sua dimensão interventiva.” (PIANA,</p><p>2009, p.99)</p><p>A chegada dos anos 90, trouxe consigo as consequências da lógica excludente do</p><p>capital, construída sob a guarda do modelo neoliberal, que acabou contribuindo para</p><p>a precarização do trabalho e sua subalternização.</p><p>Esse cenário destrutivo possibilitou o desmonte das políticas públicas, dos direitos</p><p>sociais e proporcionou a desresponsabilização do Estado frente ao agravamento da</p><p>questão social. O assistente social enquanto trabalhador assalariado, viabilizador dos</p><p>direitos da população, se viu diretamente afetado com essa nova conjuntura. De acordo</p><p>com Raichelis:</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA</p><p>PAULISTA | 144</p><p>Problematizar o trabalho do assistente social na sociedade</p><p>contemporânea supõe pensá-lo como parte alíquota do trabalho</p><p>da classe trabalhadora, que vende sua força de trabalho em troca</p><p>de um salário, submetido aos dilemas e constrangimentos comuns</p><p>a todos os trabalhadores assalariados, o que implica ultrapassar a</p><p>visão liberal que apreende a prática do assistente social a partir de</p><p>uma relação dual e individual entre o profissional e os sujeitos aos</p><p>quais presta serviços. (RAICHELIS, 2011, p.425-426)</p><p>Nessa perspectiva há uma mudança no caráter da profissão e que remete a</p><p>necessidade do próprio assistente social reconhecer-se como parte integrante da</p><p>classe trabalhadora e assalariada.</p><p>Deriva daí um dilema que deve ser debatido e discutido pela categoria, “se o Serviço</p><p>Social foi regulamentado historicamente como “profissão liberal”, o seu exercício se</p><p>realiza mediatizado por instituições públicas e privadas, [...] cuja atividade é submetida</p><p>a normas próprias que regulam as relações de trabalho.” (RAICHELIS, 2011, p.427)</p><p>Desta forma, o assistente social está submetido a uma “relativa autonomia” que</p><p>cria um tensionamento entre a direção que o assistente social quer dar ao seu fazer</p><p>cotidiano, e as exigências impostas pelo empregador.</p><p>Mas quem é o assistente social contemporâneo?</p><p>“O trabalho do assistente social é, nesses termos, expressão de um movimento que</p><p>articula conhecimentos e luta por espaços no mercado de trabalho; competências e</p><p>atribuições privativas que têm reconhecimento legal nos seus estatutos normativos</p><p>e reguladores” (RAICHELIS, 2011, p.429)</p><p>O assistente social é considerado profissional liberal, atua nas diversas áreas das</p><p>políticas públicas e nas políticas transversais.</p><p>O Conselho Federal do Serviço Social, na sua Resolução N.º 383/99 de 29/03/1999,</p><p>caracteriza o assistente social como profissional da saúde, mas não exclusivamente</p><p>dela, assim sendo, pode ter sua atuação profissional nas diversas áreas que for</p><p>convocado a atuar.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145</p><p>ANOTE ISSO</p><p>RESOLUÇÃO CFESS N.º 383/99 de 29/03/1999</p><p>EMENTA: Caracteriza o assistente social como profissional da saúde.</p><p>O Conselho Federal de Serviço Social, no uso de suas atribuições legais e regimentais;</p><p>Considerando que a Constituição Federal vigente estabelece a saúde como um direito de todos e dever do Estado,</p><p>devendo ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros</p><p>agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde;</p><p>Considerando que, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, um novo conceito de saúde foi construído,</p><p>ampliando a compreensão da relação saúde-doença, como decorrência das condições de vida e de trabalho;</p><p>Considerando que a 10ª Conferência Nacional de Saúde reafirmou a necessidade de consolidar o Sistema Único</p><p>de Saúde, com todos os seus princípios e objetivos;</p><p>Considerando que as ações de saúde devem se dar na perspectiva interdisciplinar a fim de garantir a atenção a</p><p>todas as necessidades da população usuária na mediação entre seus interesses e a prestação de serviços;</p><p>Considerando que atribui-se ao assistente social, enquanto profissional de saúde, a intervenção junto aos fenômenos</p><p>sócio-culturais e econômicos que reduzam a eficácia dos programas de prestação de serviços nos níveis de promoção,</p><p>proteção e/ou recuperação da saúde;</p><p>Considerando que o Assistente Social, em sua prática profissional contribui para o atendimento das demandas</p><p>imediatas da população, além de facilitar o seu acesso às informações e ações educativas para que a saúde possa ser</p><p>percebida como produto das condições gerais de vida e da dinâmica das relações sociais, econômicas e políticas do País;</p><p>Considerando que, para a consolidação dos princípios e objetivos do Sistema Único de Saúde, é imprescindível</p><p>a efetivação do Controle Social e o Assistente Social, com base no seu compromisso ético-político, tem focalizado</p><p>suas atividades para uma ação técnico política que contribua para viabilizar a participação popular, a democratização</p><p>das instituições, o fortalecimento dos Conselhos de Saúde e a ampliação dos direitos sociais;</p><p>Considerando que o Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução de nº 218 de 06 de março de 1997,</p><p>reafirmou o Assistente Social, entre outras categorias de nível superior, como profissional de saúde;</p><p>Considerando, ainda, que a antedita Resolução, em seu ítem II, delega aos Conselhos de Classe a caracterização</p><p>como profissional de saúde, dentre outros, do assistente social;</p><p>Considerando que o Serviço Social não é exclusivo da saúde, mas qualifica o profissional a atuar com competência</p><p>nas diferentes dimensões da questão social no âmbito das políticas sociais, inclusive a saúde;</p><p>Considerando a aprovação da presente Resolução pelo Plenário do Conselho Federal de Serviço Social, em reunião</p><p>ordinária realizada em 27 e 28 de março de 1999;</p><p>Resolve:</p><p>Art. 1º - Caracterizar o assistente social como profissional de saúde.</p><p>Art. 2º - O assistente social atua no âmbito das políticas sociais e, nesta medida, não é um profissional exclusivamente</p><p>da área da saúde, podendo estar inserido em outras áreas, dependendo do local onde atua e da natureza de suas</p><p>funções.</p><p>Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Brasília (DF), 29 de março de 1999</p><p>VALDETE DE BARROS MARTINS</p><p>PRESIDENTE DO CFESS</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146</p><p>Importa ressaltar, que para além da identidade profissional, o que é fundamental</p><p>para os novos tempos, em que se exige a presença do profissional, são as posturas</p><p>propositivas, reflexivas e críticas desse novo assistente social.</p><p>Ele deve validar o protagonismo dos seus usuários com competência “para ações</p><p>profissionais em nível de assessorias, de negociações, de planejamentos, de pesquisa</p><p>e de incentivo à participação dos usuários em gestão e da avaliação de programas</p><p>sociais de qualidade” (RAICHELIS apud IAMAMOTO, 2011, p.109).</p><p>O perfil do novo assistente social do século XXI, é ainda mais exigente que em</p><p>tempos atrás, tendo em vista as atuais necessidades.</p><p>Os desafios enfrentados pelos profissionais perpassam a discussão sobre a</p><p>construção de um profissional articulado, criativo, capaz de interpretar a lógica do</p><p>capital, atrelado ao mundo trabalho, em especial sob o ponto de vista da desestruturação</p><p>das políticas de proteção social. Sobre essa temática, Piana (2009) explicita que:</p><p>O Serviço Social aparece atualmente como uma profissão consolidada</p><p>na sociedade brasileira, ganhando visibilidade no cenário atual e</p><p>sustentado por um projeto ético-político que o habilita a formular</p><p>respostas profissionais qualificadas face à questão social. Esse projeto</p><p>comprometido com valores e princípios que apontam para a autonomia,</p><p>a emancipação, a defesa da liberdade e da equidade, a socialização da</p><p>política e da riqueza socialmente produzida e o pleno desenvolvimento</p><p>de seus usuários, vem se concretizando nas ações cotidianas de trabalho</p><p>dos Assistentes Sociais, seja qual for o espaço de atuação, permitindo-</p><p>lhes compreender o Serviço Social na divisão sociotécnica do trabalho</p><p>e no encaminhamento de ações que contribuam para a ultrapassagem</p><p>do discurso da “denúncia” para o âmbito das práticas institucionais e da</p><p>contribuição à formulação de novas políticas sociais (PIANA, 2009, p.101)</p><p>Assim sendo, quando pensamos nesse novo profissional, contamos com a ideia de</p><p>alguém que seja eminentemente articulador, com competência para propor, negociar</p><p>e implementar projetos, que seja capaz de resguardar seu campo de trabalho, na</p><p>perspectiva da melhoria do atendimento ao usuário. Como nos informa Iamamoto:</p><p>O perfil predominante do assistente social historicamente</p><p>é o de um</p><p>profissional que implementa políticas sociais e atua na relação direta</p><p>com a população usuária. Hoje exige-se um trabalhador qualificado na</p><p>esfera da execução, mas também na formulação e gestão de políticas</p><p>sociais, públicas e empresariais: um profissional propositivo, com a</p><p>sólida formação ética, capaz de contribuir ao esclarecimento dos direitos</p><p>sociais e dos meios de exercê-los, dotado de uma ampla bagagem de</p><p>informação, permanentemente atualizada, para se situar em um mundo</p><p>globalizado.(IAMAMOTO, 2005, p.113)</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147</p><p>É muito importante ressaltar que esse sujeito tem sob sua responsabilidade a</p><p>própria qualificação continuada, dinamizando sua história e se aperfeiçoando para</p><p>oferecer o serviço de maior qualidade possível à população.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Confere aí os diversos Espaços Sócio Ocupacionais dos Assistentes Sociais</p><p>Assistência Social</p><p>Fonte:http://www.piracaia.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/10/01-5.jpg</p><p>Polícia Civil</p><p>Fonte: https://sesp.es.gov.br/Media/Sesp/Noticias/assistentes%20sociais.jpg</p><p>Saúde</p><p>Fonte: https://www.saude.se.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/assistente-social.jpg</p><p>http://www.piracaia.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/10/01-5.jpg</p><p>https://sesp.es.gov.br/Media/Sesp/Noticias/assistentes%20sociais.jpg</p><p>https://www.saude.se.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/assistente-social.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148</p><p>Educação</p><p>Fonte:https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fmedia-exp1.licdn.com%2Fdms%2Fimage%2FC5612AQFGhn_86H1Sbg%2Farticle-</p><p>cover_image-shrink_600_2000%2F0%2F1520123921016%3Fe%3D1651708800%26v%3Dbeta%26t%3</p><p>Previdência Social</p><p>Fonte: https://www.cursosindesfor.com.br/webroot/img/cur_cursos/foto_1443791043.jpeg</p><p>https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fmedia-exp1.licdn.com%2Fdms%2Fimage%2FC5612AQFGhn_86H1Sbg%2Farticle-cover_image-shrink_600_2000%2F0%2F1520123921016%3Fe%3D1651708800%26v%3Dbeta%26t%3DoomynMGv9koFtvcDwRc39_8qKI3z0h3fRtAD4LLfHX0&imgrefurl=https%3A%2F%2Fpt.linkedin.com%2Fpulse%2Fo-assistente-social-na-educa%25C3%25A7%25C3%25A3o-glaziane-martins&tbnid=hCOrcFEn2imlXM&vet=12ahUKEwjBtejbrtD2AhV5M7kGHdB2DKsQMygKegUIARDTAQ..i&docid=N5eGUzjdfTH1KM&w=301&h=162&q=assistente%20social%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o&ved=2ahUKEwjBtejbrtD2AhV5M7kGHdB2DKsQMygKegUIARDTAQ</p><p>https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fmedia-exp1.licdn.com%2Fdms%2Fimage%2FC5612AQFGhn_86H1Sbg%2Farticle-cover_image-shrink_600_2000%2F0%2F1520123921016%3Fe%3D1651708800%26v%3Dbeta%26t%3DoomynMGv9koFtvcDwRc39_8qKI3z0h3fRtAD4LLfHX0&imgrefurl=https%3A%2F%2Fpt.linkedin.com%2Fpulse%2Fo-assistente-social-na-educa%25C3%25A7%25C3%25A3o-glaziane-martins&tbnid=hCOrcFEn2imlXM&vet=12ahUKEwjBtejbrtD2AhV5M7kGHdB2DKsQMygKegUIARDTAQ..i&docid=N5eGUzjdfTH1KM&w=301&h=162&q=assistente%20social%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o&ved=2ahUKEwjBtejbrtD2AhV5M7kGHdB2DKsQMygKegUIARDTAQ</p><p>https://www.cursosindesfor.com.br/webroot/img/cur_cursos/foto_1443791043.jpeg</p><p>_heading=h.gjdgxs</p><p>_heading=h.7u1prhtwenxf</p><p>_heading=h.hf48cqrh9265</p><p>_heading=h.c46ltwbtz409</p><p>_heading=h.lgdran8d8lk7</p><p>_heading=h.o3750hpm67nv</p><p>_heading=h.x8dduxbi7vh3</p><p>_heading=h.ijtwcqvstbm8</p><p>_heading=h.30j0zll</p><p>_heading=h.ak315iad16vw</p><p>_heading=h.sbj6uav0qnz0</p><p>_heading=h.5kmeqxe2hf5w</p><p>_heading=h.uqhvlk8u53xg</p><p>_heading=h.gw84djswimtt</p><p>_heading=h.aast1aakl9x7</p><p>_heading=h.lp18vfyj0kl6</p><p>_heading=h.tusopkw6vc6q</p><p>_heading=h.643uaemhx3xa</p><p>_heading=h.9myp1g4bpdpw</p><p>_heading=h.3eed2zlehsdn</p><p>_heading=h.ybo54te9u8q3</p><p>_heading=h.my4ledsk0ry</p><p>_heading=h.936q1f4ikqsz</p><p>_heading=h.jhtfkvsov66m</p><p>_heading=h.undklik00rbt</p><p>_heading=h.sdx42pnu37pl</p><p>_heading=h.1xdgfer7fbz1</p><p>_heading=h.1kefxn1s1k8j</p><p>_heading=h.37y6yp5f0e18</p><p>_heading=h.3rum044gxc6s</p><p>_heading=h.17w73l3cfv2d</p><p>_heading=h.ldvbzlakjen3</p><p>_heading=h.dr1aa0dbm6fr</p><p>_heading=h.5dugftliwuac</p><p>_heading=h.p5uzw2pohsb7</p><p>_heading=h.n1u5zchk32r5</p><p>_heading=h.8x4ukcbn7a4h</p><p>_heading=h.xrgjqr4xs6u3</p><p>_heading=h.mbziflkj3jkl</p><p>_heading=h.22c8rfum3t1z</p><p>_heading=h.blb4yuajj5ni</p><p>_heading=h.yn1g1zne4315</p><p>_heading=h.xeh69ej0osud</p><p>_heading=h.ehfmmxu84z9h</p><p>_heading=h.5guf9tjdp27p</p><p>_heading=h.yh4nlt7iprvq</p><p>_heading=h.b5vnsqmz8vxm</p><p>_heading=h.ojs4djmhqae9</p><p>_heading=h.wu3n5pijco7w</p><p>_heading=h.ef9jpvv8usmp</p><p>_heading=h.8oufi63g5r5q</p><p>_heading=h.u5wmtpa90jmc</p><p>_heading=h.gvdqf6fgzdv6</p><p>_heading=h.u3nqart6qglw</p><p>_heading=h.3dy6vkm</p><p>_heading=h.55qg789rgnp</p><p>_heading=h.kmqbk2tzkoww</p><p>_heading=h.bilezo581jr9</p><p>_heading=h.1fob9te</p><p>_heading=h.3znysh7</p><p>_heading=h.30j0zll</p><p>_heading=h.3znysh7</p><p>_heading=h.4try11z2xne6</p><p>_heading=h.3adfhzq92xdp</p><p>_heading=h.bdaoy0jwojj5</p><p>_heading=h.pafuqtbg4zxe</p><p>_heading=h.6gwsa73fsg2y</p><p>_heading=h.oxuko5j7l3eq</p><p>_heading=h.w6dapvuh4s6v</p><p>_heading=h.4d434n53xxuf</p><p>_heading=h.76qb9ch006d6</p><p>_heading=h.q5ix8hv9ix05</p><p>_heading=h.xtymdtvq4ofn</p><p>_heading=h.pzxhf59ngqkx</p><p>_heading=h.4tc4xrslapds</p><p>_heading=h.77t6xwvsta0s</p><p>_heading=h.xjf78avzxnd3</p><p>_heading=h.i58dls41n0ic</p><p>_heading=h.3dy6vkm</p><p>_heading=h.yf59xab75wbo</p><p>_heading=h.dp7jkxwaawvl</p><p>_heading=h.i4lh1e4ai29j</p><p>_heading=h.glm0a0gur1mf</p><p>_heading=h.779okc4y35e9</p><p>_heading=h.mk96ln5dnxo</p><p>_heading=h.lag6e4cktcl0</p><p>_heading=h.4txn4gz3ytot</p><p>_heading=h.tyjcwt</p><p>_heading=h.jgg3b1hdkuxd</p><p>_heading=h.gjdgxs</p><p>_heading=h.osfmvbwcw97</p><p>_heading=h.8sg2b462j47f</p><p>_heading=h.th0dkxmpgt97</p><p>_heading=h.b0x05kpkwfpo</p><p>_heading=h.3znysh7</p><p>_heading=h.urguips6haye</p><p>_heading=h.qs6zj86pyt1t</p><p>_heading=h.30j0zll</p><p>_heading=h.30j0zll</p><p>_heading=h.1fob9te</p><p>_heading=h.oxlrvz82onbu</p><p>_heading=h.83o4z1kzfja4</p><p>_heading=h.1tcwcio149pu</p><p>_heading=h.d7fvh4gqgnw2</p><p>_heading=h.8hvhi6jyqpub</p><p>_heading=h.2lz30ex1604g</p><p>_heading=h.cp60oihpbpno</p><p>_heading=h.xlyt6c6onmka</p><p>_heading=h.hfh66nmxbl5</p><p>_heading=h.wvydlikqynvt</p><p>_heading=h.rj1tjt4facud</p><p>_heading=h.s96k6f9uw4mg</p><p>_heading=h.c82y3xh28azd</p><p>_heading=h.8ko0pybei8j</p><p>_heading=h.n5ybgib0cgdm</p><p>_heading=h.tyjcwt</p><p>_heading=h.tbvqnq9xbi8v</p><p>_heading=h.ucwm4vkmka4h</p><p>_heading=h.65tt3jxk354p</p><p>_heading=h.iusr8rbkq2av</p><p>_heading=h.84pgqk7ncfbe</p><p>_heading=h.n0m0kz837dqb</p><p>_heading=h.i5fql6w1t9j</p><p>_heading=h.ezcu834cvnk3</p><p>_heading=h.olo1qbgmfai2</p><p>_heading=h.75i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A PROFISSÃO</p><p>O SIGNIFICADO SÓCIO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL: PRIMEIROS PASSOS</p><p>BASES HISTÓRICAS: UMA SÍNTESE DO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PROFISSÃO</p><p>SERVIÇO SOCIAL E A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA</p><p>O JOGO DE FORÇAS NA AMÉRICA LATINA</p><p>CONTEXTO HISTÓRICO E PRÁTICAS PROFISSIONAIS NAS DÉCADAS DE 20 E 30</p><p>AS PROTOFORMAS DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>ESTATIZAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL</p><p>INFLUÊNCIA DAS TEORIAS NA PROFISSÃO</p><p>BUSCANDO A ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>AS INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL</p><p>DESENVOLVIMENTISMO: VISITANDO A REALIDADE DAS DÉCADAS DE 50 E 60</p><p>O SERVIÇO SOCIAL E SUAS FACETAS</p><p>ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19</p><p>Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-VWTKL-t6Ddg/Wrl0RwgekVI/AAAAAAAAQPA/lfmyj39rttIvsPEFjGvzKkLwy1iR931bwCLcBGAs/s1600/</p><p>MODO%2BDE%2BPRODU%25C3%2587%25C3%2583O%2BASI%25C3%2581TICO%2B2.png</p><p>Já o sistema escravista foi característico das civilizações grega e romana. Na Grécia</p><p>surgiu em torno de 2 mil anos a.C. e foi constituída por povos nômades, lá por volta</p><p>de 500 a 700 anos a.C e na Grécia, por volta do século I a.C.</p><p>Nas Américas, a mão de obra escrava foi utilizada nos EUA, entre os séculos XVIII</p><p>e XIX. No Brasil, os primeiros a serem escravizados foram os indígenas no período</p><p>entre os anos de 1.540 até mais ou menos o ano de 1.570.</p><p>Devido a fragilidade da saúde dos índios que ao contato com o homem branco,</p><p>adoecia, bem como a sua expressiva “desobediência” às ordens do escravizador, os</p><p>indígenas foram substituídos pela mão de obra negra africana.</p><p>Nesse período as grandes cidades já apresentavam determinado nível de</p><p>desenvolvimento, a divisão das terras era uma realidade, e a propriedade privada</p><p>tinha grande importância.</p><p>Fonte: https://minio.scielo.br/documentstore/1806-9592/ZLSSQgqmLpyPbJ8hrxKcCKH/e3a21478e204bdc6128fec3413bf02fb364041d2.jpg</p><p>https://2.bp.blogspot.com/-VWTKL-t6Ddg/Wrl0RwgekVI/AAAAAAAAQPA/lfmyj39rttIvsPEFjGvzKkLwy1iR931bwCLcBGAs/s1600/MODO%2BDE%2BPRODU%25C3%2587%25C3%2583O%2BASI%25C3%2581TICO%2B2.png</p><p>https://2.bp.blogspot.com/-VWTKL-t6Ddg/Wrl0RwgekVI/AAAAAAAAQPA/lfmyj39rttIvsPEFjGvzKkLwy1iR931bwCLcBGAs/s1600/MODO%2BDE%2BPRODU%25C3%2587%25C3%2583O%2BASI%25C3%2581TICO%2B2.png</p><p>https://minio.scielo.br/documentstore/1806-9592/ZLSSQgqmLpyPbJ8hrxKcCKH/e3a21478e204bdc6128fec3413bf02fb364041d2.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20</p><p>Devido o acúmulo de terras, mesmo que fragmentadas, em função das suas</p><p>conquistas por meio de guerras, a mão de obra escrava passou a ser ainda mais</p><p>requisitada, representando numericamente grande parte da população.</p><p>Desta forma, asseveramos que o trabalho escravo foi responsável pelo crescimento</p><p>e desenvolvimento de diversas civilizações no mundo todo, apesar de ter um caráter</p><p>degradante e cruel.</p><p>Fonte: https://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2016/06/estado-feudal.jpg</p><p>Na Europa, durante toda a Idade Média (entre os séculos V e XV), predominou o</p><p>sistema feudal, caracterizado pela relação de servidão entre os senhores feudais,</p><p>donos da terra, e os servos que lavravam a terra em troca de proteção, moradia e</p><p>alimento para subsistência.</p><p>Esse sistema se baseava numa organização socioeconômica agrícola autossuficiente</p><p>de cada feudo, tinha a predominância da agricultura de subsistência e do escambo,</p><p>troca de mercadorias para obtenção de bens de consumo.</p><p>O sistema entrou em crise a partir da abertura dos feudos em relação à cidade,</p><p>que requisitava, cada vez mais, a mão de obra dos servos e também para o comércio.</p><p>É criada a moeda para facilitar as trocas e a ampliação da renda, as feiras eram os</p><p>espaços de realização dessas transações, onde se dá o pontapé inicial para criação</p><p>da burguesia, a partir do crescimento da atividade comercial.</p><p>https://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2016/06/estado-feudal.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21</p><p>Com a decadência do sistema feudal, surge o sistema capitalista.</p><p>O sistema capitalista caracterizava por transformar o trabalho em mercadoria por</p><p>meio do processo de assalariamento da força de trabalho. Entretanto, sua principal</p><p>característica é a obtenção de lucro, assim como o acúmulo de riquezas.</p><p>Surgiu na baixa Idade Média, mas teve seu fortalecimento no período da Revolução</p><p>Industrial, na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. Pode ser dividido em</p><p>fases, quais sejam: capitalismo comercial, capitalismo industrial, capitalismo financeiro.</p><p>Para seu melhor entendimento, caro estudante, explicaremos a seguir cada uma</p><p>das fases:</p><p>• Capitalismo Comercial ou Pré-capitalismo (séc.XVI ao XVIII): marcado pela</p><p>expansão marítima e comercial, busca de lucros através da mercantilização</p><p>dos produtos.</p><p>• Capitalismo Industrial (séc. XIII ao XIX): marcado pelas transformações</p><p>das indústrias após a Revolução Francesa, e pelo significativo aumento da</p><p>produtividade com o surgimento de novas tecnologias.</p><p>• Capitalismo Financeiro ou Monopolista (séc.XIX aos dias atuais): caracterizado</p><p>pela financeirização do capital, especulação financeira, em torno dos juros</p><p>e créditos, transformando isso em mercadoria pelos bancos e instituições</p><p>financeiras.</p><p>O capitalismo é baseado na propriedade privada de empresas como fábricas,</p><p>plantações, minas, escritórios ou lojas e na operação desses ativos para fins lucrativos.</p><p>Fonte: https://thecheckpointcharlie.files.wordpress.com/2010/07/c3.jpg</p><p>https://thecheckpointcharlie.files.wordpress.com/2010/07/c3.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22</p><p>Após a explosão do crescimento desordenado da indústria, surgem as questões</p><p>relacionadas às péssimas condições de trabalho dos assalariados, essas questões</p><p>são estudadas e pontuadas nas obras do pensador Karl Marx.</p><p>De acordo com Marx (2004), o processo de trabalho no contexto capitalista é</p><p>marcado por dois fenômenos peculiares. O primeiro constitui-se no fato de que o</p><p>trabalhador exerce sua atividade sob o rigoroso controle do capitalista, que espera</p><p>que os meios de produção e os instrumentos sejam utilizados de forma a atender às</p><p>necessidades do processo de valorização e acumulação do capital.</p><p>O segundo fator é que, apesar de o trabalhador ser o produtor direto de seu produto,</p><p>este não lhe pertence, sendo propriedade do capitalista. O que o trabalhador receberá</p><p>é o valor referente aos dias de uso de sua força de trabalho. Constata-se que a força</p><p>de trabalho é vendida como qualquer outra mercadoria e “o processo de trabalho é</p><p>um processo entre coisas que o capitalista comprou, entre coisas que lhe pertencem”</p><p>(MARX, 2004, p. 48).</p><p>O autor, em seus escritos, propõe a criação de uma sociedade igualitária, com</p><p>meios de produção públicos ou coletivos, diminuindo a desigualdade e concedendo</p><p>a todos seus direitos.</p><p>As teorias não só de Karl Marx, mas também de Friedrich Engels do século XIX foram</p><p>criadas com o intuito de se opor fortemente com o modo de produção capitalista.</p><p>Inspirados nessas teorias, na Rússia, durante a Revolução de 1917, surge o sistema</p><p>socialista e após vários conflitos ocorre sua implantação.</p><p>Imagem do período da Revolução Russa em 1917</p><p>Fonte: https://miro.medium.com/max/1000/1*AVOo7ctHVG4pWDtUrp18KA.jpeg</p><p>https://miro.medium.com/max/1000/1*AVOo7ctHVG4pWDtUrp18KA.jpeg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23</p><p>O plano central desse modo de produção se debruça na criação de uma economia</p><p>planificada (modelo de plano econômico onde o Estado define todas as decisões</p><p>econômicas), acabando com a lei de oferta e procura criada no capitalismo. Em tese,</p><p>esse tipo de economia extinguiria a desigualdade entre os grupos sociais.</p><p>Durante o século XX, o modo de produção socialista saiu da teoria e passou a ser</p><p>praticado na Rússia, China, Cuba, Coreia do Norte e parte do Leste Europeu. Hoje são</p><p>poucos os países que ainda possuem esse sistema em funcionamento.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Comunismo e socialismo são estruturas econômicas e políticas que, apesar de</p><p>possuírem os mesmos objetivos, são distintas entre si.</p><p>O sistema socialista trata das estruturas econômicas, os meios de produção,</p><p>apesar de pertencerem à população, ainda são controlados pelo governo que</p><p>regula e paga salários que podem ser gastos da forma que o trabalhador desejar,</p><p>assim, a administração dos recursos é delegada</p><p>ao Estado, que os distribui de</p><p>forma igualitária. Geralmente, a distribuição ocorre na forma de políticas sociais</p><p>que supram as necessidades da população como moradia, educação e saúde.</p><p>Já o comunismo trata das estruturas políticas, onde a produção é distribuída de</p><p>acordo com as necessidades de cada um, as diferenças de classe são totalmente</p><p>eliminadas e todos os bens produzidos são comuns.</p><p>Agora que chegamos até aqui, você pode está se perguntando, por quê o assistente</p><p>social deve conhecer os sistemas econômicos e as relações sociais?</p><p>Se pararmos para refletir precisamos no mínimo de embasamento histórico para</p><p>que tenhamos condições de trazer discussões tão complexas à baila.Falar sobre algo</p><p>sem saber como a história se desenrolou, seria muito difícil travar qualquer discussão</p><p>mais amadurecida. Desta feita, é que nosso material traz todo embasamento teórico</p><p>necessário para que você, aluno, possa compreender as relações que se estabelecem</p><p>em nossa sociedade atual.</p><p>As relações de produção dentro de um sistema econômico tem raízes profundas,</p><p>tendo em vista que essas relações são fruto da evolução dos sistemas apresentados</p><p>até aqui.</p><p>A vida em sociedade requer relações sociais estabelecidas com familiares, amigos,</p><p>colegas de trabalho, etc, entretanto a intervenção exercida por fatores sócio históricos,</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24</p><p>ideopolíticos e econômicos culturais nessas relações, produz configurações distintas</p><p>no modo como os sujeitos interagem entre si.</p><p>O termo relações sociais tem amplo espectro e denomina um conjunto de interações</p><p>que os indivíduos estabelecem no convívio em sociedade. Como conceito, essas</p><p>relações são exploradas por diferentes campos de estudo, como a sociologia, a história,</p><p>a psicologia e as ciências sociais.</p><p>Um simples exemplo destas relações se expressam na questão do trabalho, pois</p><p>como vimos é a partir do capitalismo que estas relações se alteram significativamente,</p><p>sendo a sociedade afetada pelo trabalho precarizado em função do lucro recebidos</p><p>pelos donos dos meios de produção.</p><p>Essa discussão é ponto fundamental para o debate sobre a garantia dos direitos de</p><p>todos os trabalhadores, e não podemos esquecer que a categoria também sobrevive</p><p>dentro desse contexto de precarização, ponto a ser discutido na próxima sessão.</p><p>2.1.1 O Serviço Social e a divisão sócio técnica do trabalho</p><p>O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho</p><p>como expressão do trabalho coletivo. A identidade de ser “sujeito vivo” e viver nesse</p><p>sistema como trabalhador assalariado, implica em problematizar essa relação de</p><p>compra e venda da força de trabalho.</p><p>A reflexão que queremos trazer, diz respeito a entender a profissão como parte do</p><p>trabalho coletivo, e não num contexto de isolamento frente às relações de trabalho</p><p>de um indivíduo, mas sim de uma atividade coletiva de caráter eminentemente social.</p><p>De acordo com Netto (2005), o Serviço Social como profissão emerge na sociedade</p><p>capitalista em seu estágio monopolista, contexto em que a questão social, pelo seu</p><p>caráter de classe, demanda do Estado mecanismos de intervenção não apenas</p><p>econômicos, mas também políticos e sociais. O autor ainda reitera uma dupla</p><p>perspectiva sobre essa questão social.</p><p>[...] seja no sentido de garantir condições adequadas ao pleno</p><p>desenvolvimento capitalista e seus processos de acumulação</p><p>privada em benefício do grande capital monopolista; e, simultânea</p><p>e contraditoriamente, no sentido responder, por vezes antecipar-se,</p><p>às pressões de mobilização e organização da classe operária, que</p><p>exige o atendimento de necessidades sociais coletivas e individuais</p><p>derivadas dos processos de produção e reprodução social ( NETTO,</p><p>2005, p. 32).</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25</p><p>Portanto, sem a organização das categorias de trabalhadores, esse sistema</p><p>capitalista deve regrar ainda mais as condições de trabalho, as quais estão submetidos</p><p>os empregados. Do ponto de vista da precarização do trabalho, assombra e sufoca</p><p>quaisquer direitos, a exemplo da substituição de trabalhos formais por informais.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-Z9WGn58Sz1E/XfyngCi8u8I/AAAAAAACabo/_6Kpb2sADRISq4sDDh1ZgNRt5ILmyGxFgCLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-</p><p>k-no-nu/quem%2Bquiser%2Ba%2Bvaga%2Bvai%2Bter%2Bde%2Bsair%2Bdai.jpg</p><p>A charge nos faz refletir que todos os trabalhadores estão sujeitos aos mesmos</p><p>caminhos. E aí, vamos ficar parados? Com que armas devemos lutar para combater</p><p>a famigerada precarização do trabalho? O que você pensa sobre isso?!</p><p>Após o ano de 2016 em que o Brasil sofreu o 2º impedimento presidencial da sua</p><p>história, passamos por duas reformas importantes, uma em meados dos anos 2017 e a</p><p>outra em 2018, a previdenciária e a trabalhista, como mostram as manchetes a seguir.</p><p>Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/02/aprovada-em-2017-reforma-trabalhista-alterou-regras-para-flexibilizar-o-mercado-de-trabalho</p><p>https://1.bp.blogspot.com/-Z9WGn58Sz1E/XfyngCi8u8I/AAAAAAACabo/_6Kpb2sADRISq4sDDh1ZgNRt5ILmyGxFgCLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-k-no-nu/quem%2Bquiser%2Ba%2Bvaga%2Bvai%2Bter%2Bde%2Bsair%2Bdai.jpg</p><p>https://1.bp.blogspot.com/-Z9WGn58Sz1E/XfyngCi8u8I/AAAAAAACabo/_6Kpb2sADRISq4sDDh1ZgNRt5ILmyGxFgCLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-k-no-nu/quem%2Bquiser%2Ba%2Bvaga%2Bvai%2Bter%2Bde%2Bsair%2Bdai.jpg</p><p>https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/02/aprovada-em-2017-reforma-trabalhista-alterou-regras-para-flexibilizar-o-mercado-de-trabalho</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26</p><p>Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-12/reforma-da-previdencia-saiba-o-que-muda-com-novas-regras-propostas</p><p>Essas reformas encontravam muitas resistências por parte da sociedade, pois</p><p>tinham o indicativo de perdas de direitos conquistados historicamente após a criação</p><p>da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT carregada de direitos como férias, 13º</p><p>salário, FGTS, contribuição previdenciária, dentre outros que davam ao trabalhador</p><p>uma maior segurança e melhorava substancialmente as condições de trabalho.</p><p>O discurso do governo à época, era que as reformas trariam uma modernização</p><p>da lei trabalhista para a ampliação no número de contratações por carteira assinada.</p><p>Naquele período o país estava mergulhado num contexto de crise econômica, com</p><p>elevadas taxas de desemprego e um aumento significativo do trabalho informal. Esse</p><p>cenário era facilmente encontrado nas manchetes de jornais veiculadas pela Agência</p><p>Brasil, a seguir.</p><p>Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-01/numero-de-desempregados-no-brasil-sobe-125-entre-2016-e-2017</p><p>Nos parece que tanto a charge quanto a manchete apontam para uma urgência</p><p>em se resolver um problema histórico, sobretudo no que se refere ao desemprego no</p><p>Brasil. Mas como minimizar o desemprego sem que o trabalhador seja sacrificado em</p><p>seus direitos? Qual seria a melhor saída para essas questões sociais que permeiam</p><p>a classe trabalhadora brasileira?</p><p>Ficam então os questionamentos para discussões e reflexões da turma!!</p><p>https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-12/reforma-da-previdencia-saiba-o-que-muda-com-novas-regras-propostas</p><p>https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-01/numero-de-desempregados-no-brasil-sobe-125-entre-2016-e-2017</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>BASES HISTÓRICAS: UMA</p><p>SÍNTESE DO SURGIMENTO</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL</p><p>O Serviço Social surge como uma resposta dos grupos dominantes, em</p><p>especial a Igreja Católica, à latente questão social. Mas, diferentemente</p><p>das Leis Sociais que surgem em função do proletariado, o Serviço</p><p>Social deve servir à classe dominante,</p><p>no seu trato com a questão</p><p>social, até como uma forma de manter o controle, a ordem, ameaçada</p><p>pela questão social. (SANTOS, TELES e BEZERRA, 2013, p. 153)</p><p>Prezado (a) cursista, passamos agora a entender como o Serviço Social surge e</p><p>como ele se consolida no mundo.</p><p>Vamos lá?!</p><p>O cenário histórico de mudança do trabalho escravo para o trabalho livre e</p><p>assalariado, possibilitou o aparecimento de inúmeras questões sociais, por se tratar</p><p>de uma sociedade capitalista, regida pelo mercado.</p><p>É importante destacar que esse quadro se dá na fase do Capitalismo Industrial</p><p>que sucedeu o Capitalismo Comercial. Seu marco principal foi a introdução da máquina</p><p>a vapor na produção, o que deu início à transição de uma produção manufatureira</p><p>para uma produção industrial.</p><p>Nessa perspectiva, o detentor do capital era também o dono dos meios de produção,</p><p>era aquele que detinha o domínio das relações sociais de produção, restando ao</p><p>trabalhador apenas vender aquilo que ele possuía para manter sua sobrevivência, a</p><p>sua força de trabalho.</p><p>Nesse período, a exploração da mão de obra trabalhadora era uma máxima, e as</p><p>reivindicações por melhores condições de vida e trabalho, passaram a fazer parte</p><p>do cotidiano. Quanto mais se aprofundava o capitalismo, mais ficavam latentes as</p><p>contradições trazidas pelas questões sociais.</p><p>Santos, Teles e Bezerra (2013) advertem que a classe trabalhadora impôs resistência</p><p>ao organizar-se na tentativa de conseguir melhores condições de vida. Surgiram as</p><p>Ligas Operárias que deram origem aos Sindicatos e as Sociedades de Resistência</p><p>e até organizações mais avançadas como Congressos Operários e Confederações</p><p>Operárias, contando inclusive com uma imprensa operária.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28</p><p>Eis que se originam as lutas de classes encabeçadas por operários que se mobilizaram</p><p>para execução de manifestações e greves que por sua vez, foram coibidas fortemente</p><p>pelos donos do capital.</p><p>Segundo Iamamoto (2011), no período da Primeira República se viram poucas</p><p>conquistas da classe operária, o que se realmente houve foram repressões e violências</p><p>contra esses movimentos.</p><p>Sobre esses levantes, Iamamoto ainda nos revela que “a boa sociedade da época</p><p>[...], desconhecerá a existência da questão operária. Seu posicionamento natural</p><p>variará entre a hostilidade e o apoio explícito à repressão policial e ações caridosas</p><p>e assistencialistas [...]”, (2011, n.p )</p><p>Essas situações passaram a incomodar profundamente à burguesia da época,</p><p>que passou a exigir posicionamento efetivo do Estado, da Igreja e da própria elite da</p><p>sociedade.</p><p>Nesse contexto, o Serviço Social é chamado a fazer parte desse grupo que viria</p><p>a tentar “conter” o avanço das insurgências. A elite da época considerava que os</p><p>trabalhadores precisavam ser disciplinados, em especial no seu tempo livre, pois eles</p><p>estariam sujeitos a perversões e devassidão, haja vista seu não acesso à educação.</p><p>De forma incipiente, a alta sociedade da época, representada pela suas damas</p><p>promoviam distribuição de sopas, roupas e donativos para os mal remunerados</p><p>trabalhadores, que se viam na necessidade de viver de doações.</p><p>Desta forma, o Serviço Social em sua fase embrionária surge como uma ferramenta</p><p>da classe burguesa, para controle do proletariado que se organizava para melhores</p><p>condições de existência..</p><p>3.1 Capitalismo Industrial e a polarização social</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>O Capitalismo Industrial está entre as três fases do sistema capitalista. Esta seção</p><p>relembra nossa aula 2 quando foram apresentados os sistemas econômicos.</p><p>Lembra disso???</p><p>Fonte: https://i.ytimg.com/vi/RUHSwJCm0Hw/maxresdefault.jpg</p><p>https://i.ytimg.com/vi/RUHSwJCm0Hw/maxresdefault.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29</p><p>Essa seção versará sobre o capitalismo industrial e a polarização social. Desta</p><p>forma, vamos fazer uma pequena introdução dos conceitos de mais valia.</p><p>Para o alemão Karl Marx (1984), pensador clássico, a mais-valia é uma expressão</p><p>que caracteriza parte do valor da força de trabalho que excede no processo de produção</p><p>que, por sua vez, não é pago ao trabalhador e se converte em lucro para o dono do</p><p>capital.</p><p>É por essa produção oriunda do trabalhador que se expressa a acumulação do</p><p>capital que é necessária para obter cada vez mais lucros.</p><p>A aplicação da mais valia se transforma em capital constante. Entendemos que no</p><p>sistema capitalista, os donos dos meios de produção, no intuito de acumular ainda</p><p>mais, necessitam da produção da mais-valia.</p><p>Para Marx a categoria mais-valia, ainda pode ser subdividida em absoluta e relativa.</p><p>A mais valia absoluta representa parte do valor gerado pelo trabalhador que não lhe</p><p>é pago, quando há aumento da jornada de trabalho, como por exemplo com o aumento</p><p>de metas, de ritmo ou horas ultrapassadas no trabalho, sem a devida compensação</p><p>por isso. Exemplificado pelo trabalhador que passa do seu horário de trabalho e não</p><p>é remunerado por isso.</p><p>Já a mais-valia relativa está diretamente relacionada ao crescimento tecnológico</p><p>que possibilita o aumento da produção em um mesmo espaço de tempo, exigindo</p><p>um maior esforço do trabalhador, para realizar o mesmo trabalho. Podemos citar</p><p>como exemplo, uma indústria de sapatos que adquiriu maquinário de costura e que</p><p>produz um número maior de mercadorias, no mesmo tempo que antes. Desta forma,</p><p>Iamamoto pontua que:</p><p>Por isso, interessa ao capitalista aumentar a duração e intensidade do</p><p>trabalho, seja prolongando a sua jornada (mais-valia absoluta), seja</p><p>potencializando o trabalho acima do grau médio (mais-valia relativa),</p><p>para que obtenha um tempo de trabalho superior àquele necessário</p><p>à reposição (Iamamoto, p.43, 1993)</p><p>De acordo com Marx, uma sociedade tem que seguir produzindo, não pode parar.</p><p>Considerando suas engrenagens e seu fluxo permanente de retroalimentação,</p><p>entendemos que o processo social de produção é também, processo incessante de</p><p>reprodução.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30</p><p>Fonte: https://www.politize.com.br/wp-content/uploads/2019/07/mais-valia-politize.jpg</p><p>A proporção que a reprodução é ampliada, torna-se cada vez maior a acumulação</p><p>de capital. O estimulante dessa acumulação têm sido as tecnologias inovadoras, por</p><p>meio das medidas de redução dos custos. Por isso essa acumulação tem sido o</p><p>motivo de avanços dentro desse processo dialético.</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte: http://alutadeclasses.blogspot.com/p/blog-page_11.html</p><p>Observando a imagem, qual dos dois conceitos se aplica ao capitalismo industrial?</p><p>Por que se faz necessário entender a mais valia? Vamos refletir sobre isso!</p><p>Feitas as reflexões conceituais, Martinelli (2000) contribui de maneira objetiva</p><p>fazendo um paralelo entre capitalismo industrial e polarização social. A autora descreve</p><p>https://www.politize.com.br/wp-content/uploads/2019/07/mais-valia-politize.jpg</p><p>http://alutadeclasses.blogspot.com/p/blog-page_11.html</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31</p><p>em sua obra “Serviço Social: identidade e alienação” o conteúdo já exposto pelo</p><p>surgimento do Serviço Social e as lutas de classes que se intensificaram no período</p><p>industrial quando ocorre a opressão sobre o proletário.</p><p>Martinelli (2000), reitera que o modo de produção capitalista fabril exige um</p><p>quantitativo maior de trabalhadores especializados, para lidar com as tecnologias</p><p>fabris e ampliar a produtividade, tendo em vista a expansão do capital. Esses mesmos</p><p>trabalhadores fazem do chão de fábrica o seu templo, e esse mesmo templo, lhe usurpa</p><p>a força de trabalho através da produção da mais valia relativa. E a tal polarização social?</p><p>Martinelli vai conceituar da seguinte forma: “[...] a sociedade</p><p>de classes no último</p><p>quartel do século XIX era uma realidade inegável, a moderna sociedade burguesa</p><p>fez com que a ruptura e a cisão atingissem o seu ponto terminal.” (2000, p. 37).</p><p>Corroborando com a autora, Marx afirma que:</p><p>A burguesia nascente precisa e emprega a força do Estado para</p><p>“regular” o salário, isto é, para comprimi-lo dentro dos limites</p><p>convenientes à extração de mais-valia, para prolongar a jornada</p><p>de trabalho e manter o próprio trabalhador num grau normal de</p><p>dependência. Esse é um momento essencial da assim chamada</p><p>acumulação primitiva (MARX, 1996, p. 359).</p><p>Isso é o marco de duas grandes classes, burgueses e proletários. Ambas ocupam</p><p>lugar “cativo” no modus operandi do capitalismo industrial, uma pelo consumo e a</p><p>outra pela força de trabalho. As expressões da questão social se consolidam através</p><p>da exploração da mão de obra e das péssimas condições de trabalho vividas pelas</p><p>classes sociais vigentes no período de desenvolvimento do capitalismo no mundo</p><p>que devem mostrar essas expressões na próxima seção.</p><p>3.1.1 A expressão da questão social nos séculos XVIII, XIX e XX</p><p>Vimos que a questão social é consequência do desenvolvimento capitalista, sendo</p><p>ela produzida pela apropriação privada da riqueza socialmente produzida e a exploração</p><p>do trabalho coletivo. “Ao debruçarmos sobre a constituição das determinantes sócio-</p><p>históricas da ‘questão social’ observa-se que sua origem alicerça-se na relação</p><p>capital x trabalho decorrente do modo de produção capitalista na sua fase industrial</p><p>concorrencial” (NETTO, 1992).</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32</p><p>No contexto do século XVIII a industrialização na Inglaterra foi o fenômeno mais</p><p>evidente da história da Europa Ocidental. Netto (2001, p.2) vai chamar de fenômeno</p><p>do pauperismo, o que atingia a população trabalhadora, e constituiu o aspecto mais</p><p>imediato da instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial.</p><p>Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.ufrgs.br%2Fcolegiodeaplicacao%2Fwp-content%2Fuploads%2F2020%2F09%2FEstudos-</p><p>Dirigidos-Revoluc%25CC%25A7a%25CC%2583o-Industrial-.pdf&psig=AOvVaw0d4JGByRb2BKHMbvSMxe8-&ust=1642946594533000&source=images&cd=vfe&ve</p><p>d=0CAsQjRxqFwoTCLDuw53DxfUCFQAAAAAdAAAAABAS</p><p>O autor também nos fala que a “questão social” emerge na terceira década do</p><p>século XIX, nos mais variados espaços públicos para caracterizar um “fenômeno novo”</p><p>decorrente do desenvolvimento do modo de produção capitalista. Era muito comum</p><p>o uso de mão de obra feminina e infantil no processo de produção com jornada de</p><p>trabalho de mais de 12 horas por dia, pagando valores irrisórios.</p><p>Um bom exemplo desse período está descrito no livro “Os Miseráveis” de Victor</p><p>Hugo que é um clássico e apesar de ser um romance, ilustra claramente as agruras</p><p>dessa fase. Esse clássico também foi transformado em filme.</p><p>Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Foespectadorrabugentoblog.</p><p>wordpress.com%2F2018%2F06%2F03%2Fos-miseraveis-critica%2F&psig=AOvVaw2MeWJ_</p><p>fJlHU2kjUQidud8b&ust=1642945758788000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNjIkZnAxfUCFQAAAAAdAAAAABAW</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.ufrgs.br%2Fcolegiodeaplicacao%2Fwp-content%2Fuploads%2F2020%2F09%2FEstudos-Dirigidos-Revoluc%25CC%25A7a%25CC%2583o-Industrial-.pdf&psig=AOvVaw0d4JGByRb2BKHMbvSMxe8-&ust=1642946594533000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCLDuw53DxfUCFQAAAAAdAAAAABAS</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.ufrgs.br%2Fcolegiodeaplicacao%2Fwp-content%2Fuploads%2F2020%2F09%2FEstudos-Dirigidos-Revoluc%25CC%25A7a%25CC%2583o-Industrial-.pdf&psig=AOvVaw0d4JGByRb2BKHMbvSMxe8-&ust=1642946594533000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCLDuw53DxfUCFQAAAAAdAAAAABAS</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.ufrgs.br%2Fcolegiodeaplicacao%2Fwp-content%2Fuploads%2F2020%2F09%2FEstudos-Dirigidos-Revoluc%25CC%25A7a%25CC%2583o-Industrial-.pdf&psig=AOvVaw0d4JGByRb2BKHMbvSMxe8-&ust=1642946594533000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCLDuw53DxfUCFQAAAAAdAAAAABAS</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Foespectadorrabugentoblog.wordpress.com%2F2018%2F06%2F03%2Fos-miseraveis-critica%2F&psig=AOvVaw2MeWJ_fJlHU2kjUQidud8b&ust=1642945758788000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNjIkZnAxfUCFQAAAAAdAAAAABAW</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Foespectadorrabugentoblog.wordpress.com%2F2018%2F06%2F03%2Fos-miseraveis-critica%2F&psig=AOvVaw2MeWJ_fJlHU2kjUQidud8b&ust=1642945758788000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNjIkZnAxfUCFQAAAAAdAAAAABAW</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Foespectadorrabugentoblog.wordpress.com%2F2018%2F06%2F03%2Fos-miseraveis-critica%2F&psig=AOvVaw2MeWJ_fJlHU2kjUQidud8b&ust=1642945758788000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCNjIkZnAxfUCFQAAAAAdAAAAABAW</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33</p><p>Fonte: https://images-submarino.b2w.io/produtos/01/00/item/129688/4/129688416SZ.jpg</p><p>Já o século XX é marcado por um período cheio de incertezas, advindas da ocorrência</p><p>da Grande Depressão estadunidense que assolou o mundo inteiro, e gerou um número</p><p>exacerbado de trabalhadores desempregados e empobrecidos pelo fenômeno da “crise</p><p>econômica”.</p><p>ANOTE ISSO</p><p>Mais uma vez o momento merece nossa reflexão!!!</p><p>Será que esses momentos históricos se encerraram ou estamos (re)vivendo no</p><p>nosso cotidiano?</p><p>Vamos pesquisar a respeito?</p><p>Segundo Iamamoto (2012), a questão social surge como reflexo das sequelas</p><p>produzidas pela sociedade do capital. A desigualdade social, por exemplo, surge</p><p>em decorrência da exploração do trabalho coletivo na produção capitalista que</p><p>contraditoriamente, sob a determinação do trabalho livre, concede ao trabalhador o</p><p>meio de satisfazer as suas necessidades pessoais, mas sabemos qual o custo de</p><p>tudo isso.</p><p>https://images-submarino.b2w.io/produtos/01/00/item/129688/4/129688416SZ.jpg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34</p><p>Questão social apreendida como o conjunto das expressões das</p><p>desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz</p><p>comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho forma-</p><p>se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos</p><p>mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.</p><p>(IAMAMOTO, 2012, p. 27)</p><p>Outra perspectiva, diz que o Estado deveria proteger os trabalhadores desse processo</p><p>de acumulação do capital, no entanto, quando ele é arrebatado por esse processo</p><p>acaba por utilizar mecanismos para conter as revoltas sociais e de meios para manter</p><p>a mão-de-obra ativa para que o mercado possa explorá-la.</p><p>É dentro deste contexto, que se encontra a classe trabalhadora que está condicionada</p><p>a miserabilidade refletida nas mais variadas formas de sua vida, tais como, na condição</p><p>precária de trabalho, na falta de moradia digna, na subalimentação, nas mortes precoces</p><p>pela violência e tantas outras.</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Nesta segunda-feira (17), na estreia do quadro Especialistas CNN, o jornalista</p><p>Maurício Pestana comentou sobre a importância das questões raciais no debate</p><p>público brasileiro e afirmou que é preciso ampliar o debate. (Fonte: Extraído do link</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/especialistas-cnn/)</p><p>“A questão social também é uma questão racial no Brasil. Ao pegarmos</p><p>os dados estatísticos, observamos que a desigualdade tem cor”</p><p>Fonte:https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/questao-social-tambem-e-uma-questao-racial-no-brasil-diz-mauricio-pestana/#:~:text=Nesta%20</p><p>segunda%2Dfeira%20(17)%2C%20na,estar%C3%A3o%20no%20debate%20p%C3%BAblico%20brasileiro%E2%80%9D.Maurício Pestana, especialista CNN</p><p>ISTO ACONTECE NA PRÁTICA</p><p>Fonte: https://cee.fiocruz.br/sites/default/files/styles/chamada_grande/public/pobreza%20blog.png?itok=NHDOXOI_</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/especialistas-cnn/</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/questao-social-tambem-e-uma-questao-racial-no-brasil-diz-mauricio-pestana/#:~:text=Nesta%20segunda%2Dfeira%20(17)%2C%20na,estar%C3%A3o%20no%20debate%20p%C3%BAblico%20brasileiro%E2%80%9D.Maur</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/questao-social-tambem-e-uma-questao-racial-no-brasil-diz-mauricio-pestana/#:~:text=Nesta%20segunda%2Dfeira%20(17)%2C%20na,estar%C3%A3o%20no%20debate%20p%C3%BAblico%20brasileiro%E2%80%9D.Maur</p><p>https://cee.fiocruz.br/sites/default/files/styles/chamada_grande/public/pobreza%20blog.png?itok=NHDOXOI_</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35</p><p>CAPÍTULO 4</p><p>INSTITUCIONALIZAÇÃO</p><p>DA PROFISSÃO</p><p>ANOTE ISSO</p><p>A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL TEM SUA HISTÓRIA CRAVADA NA</p><p>SOCIEDADE CAPITALISTA E ISTO LEGITIMA A PROFISSÃO A DISCUTIR ASPECTOS</p><p>HISTÓRICOS QUE VALIDAM A QUESTÃO SOCIAL.</p><p>Entramos agora num momento onde a profissão passa a se consolidar e a se</p><p>institucionalizar.</p><p>Vem com a gente descobrir essa história!!!</p><p>Inicialmente com a Revolução Industrial, o capitalismo na Europa passa a ter uma</p><p>escalada hegemônica que desencadeia uma série de expressões da questão social.</p><p>As pessoas passam a migrar do interior para os grandes centros urbanos à procura</p><p>de melhores condições de vida, agravando ainda mais as suas realidades.</p><p>É importante destacar que para a melhor sobrevivência do capitalismo era necessário</p><p>mitigar as consequências trazidas pela questão social, “deste modo, o capitalismo</p><p>fortalece a necessidade da ajuda aos pobres, por isso os ricos realizavam caridade.</p><p>Ressalta-se que essa caridade vinha ao encontro de manter o poder, por meio da</p><p>dependência dos pobres para com os ricos.” ( RODRIGUES et al, p.14, 2018)</p><p>A Igreja era a instituição que tratava das questões relacionadas à caridade dentro</p><p>dos padrões estabelecidos pela burguesia, e se ocupava também da manutenção do</p><p>status quo. Assim sendo, a relação entre a caridade e a fé, mediada pela Igreja, foi</p><p>fundamental para a gênese do Serviço Social.</p><p>O Serviço Social foi chamado pelo Estado, Igreja e burguesia para amainar as</p><p>consequências da questão social trazidas pelo capitalismo industrial, que se utilizou</p><p>da mão de obra da classe operária, como força de trabalho para gerar lucro, como já</p><p>vimos nas aulas anteriores.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36</p><p>Essa análise é realizada sobretudo a partir da progressiva intervenção do Estado</p><p>nos processos de regulação social que evidenciam o Serviço Social institucionalizado</p><p>como profissão a partir dos recursos mobilizados pelo Estado e pela burguesia, com</p><p>o suporte da Igreja Católica, na perspectiva do enfrentamento e regulação da Questão</p><p>Social.</p><p>Sua institucionalização enquanto profissão na sociedade capitalista, se explica</p><p>no processo de fortalecimento do capitalismo monopolista, através do conjunto</p><p>das relações sociopolíticas e econômicas. A reprodução das relações sociais que</p><p>emergem a partir das relações capitalistas de produção, dá o aporte necessário ao</p><p>Serviço Social para adotar objetivos centrais que estão diretamente ligados à análise</p><p>do seu significado social.</p><p>De acordo com Netto (2011, p. 18), a gênese do Serviço Social como “prática</p><p>institucionalizada, socialmente legitimada e legalmente sancionada” está hipotecada</p><p>no tratamento dado à questão social, em um momento muito específico do avanço</p><p>do capitalismo monopolista.</p><p>A profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente</p><p>à “evolução da ajuda”, à “racionalização da filantropia” nem à</p><p>“organização da caridade”; vincula-se à dinâmica da ordem</p><p>monopólica. É só então, que a atividade dos agentes do Serviço Social</p><p>podem receber, pública e socialmente, um caráter profissional [...] A</p><p>emergência profissional do Serviço Social é, em termos histórico-</p><p>universais, uma variável da idade do monopólio; enquanto profissão,</p><p>o Serviço Social é indivorciável da ordem monopólica – ela cria e</p><p>funda a profissionalidade do Serviço Social. (NETTO, 2011, p. 73-74).</p><p>A identidade da profissão está ancorada sem sombra de dúvidas na questão social</p><p>que se materializa na reprodução das desigualdades sociais advindas do sistema</p><p>capitalista dentro do espaço ocupado pelo Serviço Social que se estrutura na divisão</p><p>sociotécnica do trabalho e continua até os dias atuais.</p><p>Fique ligado (a)!!!</p><p>4.1 Serviço Social na Europa</p><p>Vamos pensar juntos!!!</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37</p><p>Já sabemos que o Serviço Social Europeu surgiu na perspectiva de estancar as</p><p>repercussões das expressões da questão social e que o mesmo foi chamado pela</p><p>Igreja, burguesia e Estado para exercer o papel de mediador nesses conflitos.</p><p>O surgimento da profissão na Europa teve forte influência do pensamento de São</p><p>Tomás de Aquino, “pautado por um pensamento conservador, ou seja, no tomismo,</p><p>com uma prática voltada para o controle e ajuste da ordem social” ( RODRIGUES et</p><p>al, p.14, 2018),</p><p>Sua proposta se pautava na higienização da pobreza e na vinculação às atividades</p><p>da saúde, medicina e enfermagem. De acordo com Rodrigues et al (2018) eram comuns</p><p>atendimentos sociais aos pacientes que estavam internados em hospitais e que não</p><p>podiam pagar.</p><p>A Igreja católica tinha um papel preponderante nesse contexto, e o serviço social</p><p>surgiu exatamente quando a Europa se modernizava e o processo de secularização</p><p>se consolidava nos mais diversos setores da sociedade.</p><p>O emblema religioso deixado na profissão, se expressa principalmente na criação</p><p>de escolas e centros profissionalizantes que serviram para qualificação da atuação,</p><p>até então voluntária. Assim sendo, sabemos que:</p><p>Na Europa foi criado o primeiro curso de formação de visitadores sociais</p><p>voluntários, realizado pela Sociedade de Organização da Caridade Da</p><p>Inglaterra. Assim, formando agentes sociais para realizar visitas, que</p><p>além de doutrinar o sujeito nas suas relações sociais, também doutrinaria</p><p>a sua alma.( RODRIGUES et al, p.15, 2018)</p><p>Essa iniciativa teve repercussão na criação das primeiras escolas de Serviço Social</p><p>europeias, tanto na Inglaterra, na Alemanha e em outros países.</p><p>Em aulas anteriores afirmamos que o aluno de Serviço Social precisava conhecer os</p><p>fatos históricos para ter o embasamento necessário, e assim refletir sobre o passado</p><p>e compreender melhor o presente.</p><p>Isso sem dúvida se consolida como um dos objetivos da disciplina. Por essa razão</p><p>vamos apresentar a você, cursista, dois fatos históricos importantes na construção</p><p>das bases para o surgimento do Serviço Social no mundo.</p><p>Esses fatos, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, serviram como pano</p><p>de fundo para a consolidação e a institucionalização profissional.</p><p>Vamos compreender melhor?</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>Traçado o panorama à época, a Revolução Francesa ocorre em meados do século XVIII em</p><p>meio ao absolutismo e a uma crise econômica e social dividindo a estrutura do país em três</p><p>Estados: o Primeiro Estado era representado pelos bispos do Alto Clero; o Segundo Estado tinha</p><p>como representantes a nobreza, ou a aristocracia francesa – que desempenhava funções militares</p><p>(nobreza de espada) ou funções jurídicas (nobreza de toga) e o Terceiro Estado, por sua vez, era</p><p>representado pela burguesia, que se dividia entre membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros,</p><p>empresários, os sans-cullotes (“sem calções”), trabalhadores urbanos e os camponeses, totalizando</p><p>a maioria da população.</p><p>Nesse contexto, diversas foram as causas para que a Revolução Francesa acontecesse, dentre</p><p>elas estão:</p><p>• em meados do final da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os</p><p>camponeses encampam formas de cobrança</p><p>a realeza e a corte;</p><p>• passaram a exigir uma resposta sobre as causas da crise que os afetava;</p><p>• passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representatividade dentro da estrutura</p><p>política francesa.</p><p>Esse tipo de postura da sociedade francesa nos faz pensar num cenário de luta.</p><p>Já em julho de 1788, ocorrem os seguintes fatos:</p><p>• a convocação dos Estados Gerais para uma reunião de deliberação sobre assuntos</p><p>relacionados à situação política da França.</p><p>• após a convocação vê-se iniciar um conflito entre os interesses do Terceiro Estado com</p><p>os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam a realeza;</p><p>• essa convocação abre precedente para que os ânimos passassem a se acirrar.</p><p>A realeza responde sobre as reivindicações da seguinte forma:</p><p>• estabelece uma Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com o objetivo de</p><p>decidir pelo voto os rumos do país.</p><p>• os votos ocorriam por representação de Estado.</p><p>• o resultado seria sempre dois votos contra um, ou seja: Primeiro e Segundo Estados contra</p><p>o Terceiro.</p><p>• essa situação despertou a indignação de burgueses e trabalhadores.</p><p>Como a burguesia liderava o Terceiro Estado, essa por sua vez propôs:</p><p>• uma Assembleia Nacional para que fosse formulada uma nova Constituição do país;</p><p>• essa proposta não obteve nenhuma resposta por parte do realeza, da nobreza ou do Alto</p><p>Clero;</p><p>• a revelia do primeiro e segundo Estados, burgueses, trabalhadores e demais membros do</p><p>Terceiro Estado se reuniram para a formulação de uma Constituição;</p><p>• é nesse mesmo tempo que começa um levante popular em Paris e outro entre os camponeses.</p><p>• foi aí que a Revolução se iniciou.</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39</p><p>Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.simplesmenteparis.com%2Fhistoria-da-revolucao-francesa%2F&psig=AOvVaw3wRUcDbwvIF</p><p>h_5ulHk1kHE&ust=1643131099495000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCMDO687yyvUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Observe a tirinha para relembrar que a força de trabalho do operário através da</p><p>mais valia produz mais capital materializado nas relações de trabalho, pense nisso!!</p><p>Fonte: http://2.bp.blogspot.com/</p><p>4.1.1 Serviço Social nos Estados Unidos</p><p>O crescimento da pobreza para as grandes massas, e o acúmulo da riqueza só</p><p>para alguns, logo após o fim da Grande Guerra Civil americana, foi terreno fértil para</p><p>o surgimento do Serviço Social americano. Nos Estados Unidos, a profissão também</p><p>apresenta forte relação com a religião e com a caridade, na perspectiva do controle</p><p>do operariado, por meio de trabalhos educativos. Segundo Rodrigues:</p><p>É nesse contexto histórico que Mary Richmond pauta a ação</p><p>profissional em uma análise médica da Questão Social por intermédio</p><p>de uma análise terapêutica, passível de diagnóstico e tratamento como</p><p>uma doença, na afirmação da primeira iniciativa de institucionalização</p><p>da prática profissional (RODRIGUES et al, p.16, 2018)</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.simplesmenteparis.com%2Fhistoria-da-revolucao-francesa%2F&psig=AOvVaw3wRUcDbwvIFh_5ulHk1kHE&ust=1643131099495000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCMDO687yyvUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.simplesmenteparis.com%2Fhistoria-da-revolucao-francesa%2F&psig=AOvVaw3wRUcDbwvIFh_5ulHk1kHE&ust=1643131099495000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCMDO687yyvUCFQAAAAAdAAAAABAD</p><p>http://2.bp.blogspot.com/_vq6jCqNtYt4/Sm8r_SzjGyI/AAAAAAAAAEo/u7FESzZ5M_0/s1600-h/mais+valia+01.bmp</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40</p><p>No início do século XX, Mary Richmond, passa a estudar e investigar seriamente</p><p>o meio social em que as pessoas vivem, através das Entrevistas, Conversas, Visitas</p><p>Domiciliares, Observando, anotando e fazendo Relatórios para obter um Diagnóstico</p><p>e descobrir as possibilidades da pessoa vir a desenvolver sua personalidade e como</p><p>conseguir a ajuda do meio para isso.</p><p>Mary Richmond propôs a criação de uma escola de filantropia que iria dar um ar de</p><p>profissionalização e sistematizar a prática das ações de caridade até então realizadas.</p><p>Em 1917 ela publicou o livro Caso Social Individual. O método usado naquele período era</p><p>o de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo e Serviço Social de Comunidade,</p><p>interposto da teoria positivista e funcionalista. “A atuação era pautada no modelo de</p><p>sociedade vigente, com a divisão dos desocupados e ocupados, culminando com a</p><p>estrutura do bem-estar social.” (RODRIGUES et al, p.17, 2018)</p><p>ISTO ESTÁ NA REDE</p><p>Julie Larissa é uma estudante de serviço social que possui um canal em várias</p><p>redes sociais. Ela fala de estudante para estudante no youtube. Posta vídeos</p><p>sobre as mais diversas temáticas do serviço social. O bom de tudo isso é que sua</p><p>linguagem é uma visão de estudante e isso contribui para o compartilhamento de</p><p>ideias e conteúdos diversos do serviço social. Você tem curiosidade para saber</p><p>como é o serviço social em outros países? Então vamos assistir ao vídeo de uma</p><p>de suas postagens sobre o serviço social nos estados unidos</p><p>O vídeo tem como título - como é o serviço social nos estados unidos o que o</p><p>assistente social faz e o canal está disponível em:https://youtu.Be/giems5ytjt8.</p><p>https://youtu.be/gIEmS5YtJT8</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41</p><p>Curtiram o vídeo?! Vamos descrever os pontos importantes do vídeo aqui para</p><p>você cursista!!</p><p>A estudante esclarece que o tema é difícil de se encontrar, mas fez uma pesquisa</p><p>para apresentar a seus espectadores. Inicia falando das diferenças entre o Serviço</p><p>Social do Brasil e dos Estados Unidos. Ela apresenta informações sobre os programas</p><p>e benefícios sociais que o governo norte americano disponibiliza à população.</p><p>Traz também um breve histórico do Serviço Social nos Estados Unidos e faz uma</p><p>abordagem de como ser um assistente social na terra do Tio Sam. Apresenta as áreas</p><p>de atuação dos profissionais do Serviço Social, descreve por exemplo, os objetivos que</p><p>os assistentes sociais que trabalham na área clínica, o que fazem, como se comportam</p><p>no mercado de trabalho, etc. Ficou curioso?! Corre lá e assiste.</p><p>ISTO ACONTECEU NA PRÁTICA</p><p>• O Serviço Social de Caso foi iniciado por Mary Ellen Richmond</p><p>• O Serviço Social de Grupo foi criado no Pós Guerra</p><p>• O Serviço Social de Comunidade, Desenvolvimento de Comunidade, foi criado na</p><p>fase desenvolvimentista do nosso país</p><p>ANOTE ISSO</p><p>VÁ AO YOUTUBE E ASSISTA A ESTE AUDIOLIVRO!!</p><p>Audiolivro: O Serviço Social norte americano e o Serviço Social europeu</p><p>Link: https://youtu.be/WBmyDq-Bgrg</p><p>Ano: 2021</p><p>Sinopse: Seja bem-vindo ao Canal do Assistente Social. Aqui produzimos conteúdo</p><p>didático para revisão, aprofundamento ou complementação de estudos para</p><p>profissionais e estudantes de Serviço Social. Se gostar do conteúdo, peço que, deixe</p><p>um LIKE, compartilhe com colegas e estudantes. Esse vídeo irá tratar do assunto O</p><p>Serviço Social norte americano e o Serviço Social europeu</p><p>https://youtu.be/WBmyDq-Bgrg</p><p>FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,</p><p>TEÓRICOS E METODOLÓGICOS</p><p>DO SERVIÇO SOCIAL I</p><p>PROF.a SILVANA GARCIA</p><p>FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42</p><p>4.1.1.1 Serviço Social na América Latina</p><p>O Serviço Social na América Latina também tem suas bases ancoradas nas teorias</p><p>católicas, Manuel Manrique de Castro (2003) faz um levantamento histórico sobre</p><p>essa temática, no seu livro História do Serviço Social na América Latina.</p><p>O Serviço Social europeu exerceu forte influência nas correntes de pensamento latino</p><p>americano, o trabalho era um reflexo do que se fazia fora, claro que esta influência</p><p>não se resumia apenas ao trato profissional, mas era “um amplo processo de relação</p><p>estrutural e de subordinação nas distintas esferas da vida social [e] é o substrato das</p><p>múltiplas formas da influência europeia mais variados campos e setores de atividade”</p>