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<p>Monitoria de Saúde da Gestante</p><p>Ananda Figueredo</p><p>Puerpério Normal e Patológico</p><p> O puerpério é o período após o parto</p><p>compreendido entre o fim da dequitação até</p><p>aproximadamente 42 dias pós parto.</p><p> A duração do puerpério pode variar para cada</p><p>mulher e dependendo do tipo de parto.</p><p> Pode ser dividido em:</p><p>o Imediato: do 1º ao 10º dia do pós-parto</p><p>o Tardio: do 11º ao 42º dia do pós-parto</p><p> Em gestações de risco habitual e parto vaginal</p><p>sem intercorrências, a alta hospitalar pode ser</p><p>realizada logo após as primeiras 24 horas.</p><p> Se o parto for instrumentalizado — fórcipe — ou</p><p>for parto cesárea, preconiza-se a alta hospitalar</p><p>a partir de 48 horas.</p><p> Casos de gestação de alto risco ou em que o parto</p><p>tenha apresentado complicações, fica a cargo do</p><p>médico que assiste à paciente decidir o melhor</p><p>momento da alta, acompanhando a evolução caso</p><p>a caso.</p><p> No período de internação hospitalar, é</p><p>importante aproveitar a oportunidade para</p><p>fornecer todas as informações necessárias em</p><p>relação ao cuidado com o próprio corpo — mamas</p><p>e períneo ou cicatriz cirúrgica —, aos cuidados</p><p>com o recém-nascido, garantir a técnica de</p><p>aleitamento adequada e orientar em relação às</p><p>mudanças esperadas nesse período. Esse é um</p><p>momento importante para se avaliar o bem-estar</p><p>emocional da puérpera, promovendo um ambiente</p><p>de tranquilidade e segurança, em que ela possa se</p><p>sentir confiante para cuidar do recém-nascido.</p><p> Na “Primeira Semana de Saúde Integral” deve</p><p>acontecer o retorno da mulher e do RN ao serviço</p><p>de saúde.</p><p> Consulta puerperal (até 42 dias):</p><p>o Avaliação clínico-ginecológica;</p><p>o Exame das mamas avaliando:</p><p> Fissuras mamilares;</p><p> Ingurgitamento mamário;</p><p> Mastite;</p><p> Candidíase mamária;</p><p>o Avaliar aleitamento, enfatizando</p><p>importância;</p><p>o Orientar sobre higiene, amamentação e</p><p>atividade física;</p><p>o Orientar sobre planejamento familiar:</p><p> Entre os métodos hormonais, recomenda-</p><p>se aqueles que possuem exclusivamente</p><p>progestagênios.</p><p> O DIU pode ser inserido no período que</p><p>vai do pós-parto imediato até 48 horas</p><p>pós-parto. Outra opção é a inserção a</p><p>partir de quatro semanas após o parto.</p><p>Infecção Puerperal</p><p> Também denominada de morbidade febril</p><p>puerperal, caracteriza um quadro de infecção do</p><p>trato genital, ocorrendo em qualquer momento</p><p>entre a ruptura das membranas ou o trabalho de</p><p>parto e o 42º dia após o parto.</p><p> Entre outras manifestações, a paciente pode</p><p>apresentar a febre puerperal, conceituada por</p><p>temperatura axilar maior ou igual a 38°C</p><p>manifestada após 24 horas do parto com duração</p><p>mínima de 02 dias.</p><p> Pode ser localizada, propagada e generalizada.</p><p> Fatores de risco:</p><p> Endometrite:</p><p>o Forma clínica mais frequente.</p><p>o Presença de dois ou mais dos seguintes</p><p>eventos:</p><p> Febre;</p><p> Dor pélvica ou sensibilidade uterina;</p><p> Loquiação purulenta e fétida;</p><p> Colo aberto;</p><p> Subinvolução uterina.</p><p>o Pode evoluir para sepse.</p><p>o Diagnóstico e investigação laboratorial:</p><p> História e exame físico completos;</p><p> Hemograma;</p><p> Urocultura com antibiograma;</p><p> Hemocultura;</p><p>Monitoria de Saúde da Gestante</p><p>Ananda Figueredo</p><p> Ultrassonografia - exame</p><p>complementar: retenção de produtos da</p><p>concepção, abscessos intracavitários e de</p><p>parede abdominal;</p><p> Tomografia ou ressonância: abscessos;</p><p> Infecções de ferida cirúrgica deve-se</p><p>solicitar bacterioscopia e cultura da</p><p>secreção;</p><p> Cultura de material endometrial não é</p><p>recomendada.</p><p>o Infecção Polimicrobiana:</p><p> Aeróbios:</p><p>- Streptococcus dos grupos A e B</p><p>- Staphylococcus</p><p>- Klebsiella</p><p>- Proteus</p><p>- Enterobacter</p><p>- Enterococcus</p><p>- Escherichia Coli</p><p> Anaeróbios:</p><p>- Peptostreptococcus</p><p>- Peptococcus</p><p>- Bacteroides</p><p>- Fusobacterium</p><p>- Clostridium</p><p>o Tratamento:</p><p> Clindamicina 900 mg EV 8/8h +</p><p>Gentamicina 5 mg/kg EV 24/24h</p><p> Se não tiver resposta ao tratamento,</p><p>adicionar Ampicilina 2g EV 6/6h ou</p><p>trocar esquema por Piperacilina e</p><p>Tazobactam 4,5g 8/8h</p><p> Casos muito graves ou refratários:</p><p>histerectomia</p><p>o Diagnóstico diferencial:</p><p> Mastite</p><p> ITU</p><p> Pneumonia</p><p>Depressão pós-parto</p><p> A saúde mental da mulher nesse período merece</p><p>atenção especial por parte dos familiares e dos</p><p>profissionais de saúde. Esse é um momento</p><p>desafiador de privação de sono pelas demandas</p><p>do recém-nascido, associado ao isolamento social,</p><p>à dor das cicatrizes e da cólica uterina, ao</p><p>cansaço e à insegurança diante do novo. Todos</p><p>esses são fatores que contribuirão para impactar</p><p>o bem-estar emocional da puérpera.</p><p> A depressão pós-parto é a condição de profunda</p><p>tristeza, desespero e falta de esperança.</p><p> O que causa:</p><p>o Desequilíbrio de hormônios em decorrência</p><p>do término da gravidez;</p><p>o Privação de sono, isolamento, alimentação</p><p>inadequada, sedentarismo;</p><p>o Falta de apoio do parceiro e da família;</p><p>o Depressão, ansiedade, estresse ou outros</p><p>transtornos mentais pré-existentes;</p><p>o Vício em crack, álcool ou outras drogas.</p><p>!!! Estudos mostram que homens também podem</p><p>desenvolver o problema.</p><p> Fatores de risco:</p><p>o Histórico de depressão pós-parto;</p><p>o Falta de rede de apoio;</p><p>o Estresse, problemas financeiros ou</p><p>familiares;</p><p>o Falta de planejamento da gravidez;</p><p>o Depressão antes ou durante a gravidez;</p><p>o Transtorno bipolar;</p><p>o Histórico familiar</p><p>de depressão ou outros transtornos mentais;</p><p>o História de desordem disfórica pré-</p><p>menstrual (PMDD);</p><p>o Violência doméstica.</p><p> Complicações:</p><p>o Falha na amamentação;</p><p>o Atraso no calendário vacinal;</p><p>o Baixo peso;</p><p>o Transtornos psicomotores.</p><p> Diagnóstico clínico</p><p> Tratamento:</p><p>o Terapia;</p><p>o Antidepressivos.</p><p>!!! Blues Puerperal:</p><p> Forma mais leve dos transtornos mentais do</p><p>puerpério.</p><p> Sintomas geralmente desaparecem em no máximo</p><p>duas semanas.</p><p> O quadro inclui choro fácil, labilidade afetiva,</p><p>irritabilidade, sentimento de estranheza e</p><p>despersonalização</p><p> A abordagem é feita mantendo o suporte</p><p>emocional adequado, compreensão e auxílio nos</p><p>cuidados com o bebê.</p><p>!!! Psicose pós-parto:</p><p> Transtorno mental mais grave que pode</p><p>acontecer no puerpério.</p><p> Envolve sintomas psicóticos e afetivos, havendo</p><p>risco de infanticídio e suicídio.</p><p> Geralmente requer internação hospitalar</p>

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