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Introdução à Economia: Conceitos Básicos

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<p>UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee SSaannttaa MMaarr iiaa ((UUFFSSMM))</p><p>C</p><p>Caderno Didático n 0 1:</p><p>Introdução à Economia</p><p>(Versão não-revisada)</p><p>Professora: Solange Regina Marin</p><p>Curso: Administração</p><p>Palmeira das Missões</p><p>2007</p><p>Ceennttrroo ddee EEdduuccaaççããoo SSuuppeerr iioorr NNoorrttee –– RRSS ((CCEESSNNOORRSS))</p><p>DDeeppaarrttaammeennttoo ddee AAddmmiinniissttrraaççããoo</p><p>2</p><p>INDICE</p><p>Introdução 04</p><p>Capítulo 1 – Conceitos Básicos</p><p>1. O conceito de economia 05</p><p>2. De que se ocupa a economia 05</p><p>3. A quantificação da realidade econômica 06</p><p>4. Breve contexto histórico do conceito economia 08</p><p>5. As escolhas na economia 10</p><p>6. Os argumentos da economia 11</p><p>7. Método de investigação da ciência econômica 13</p><p>8. Evolução do pensamento econômico.. 14</p><p>9. Interação entre os agentes econômicos e as questões-chave da economia 15</p><p>Capítulo 2- Sistema Financeiro</p><p>1. Origem da moeda 22</p><p>2. Evolução das formas de moeda 23</p><p>3. Ativos financeiros 24</p><p>4. Oferta e demanda de moeda 24</p><p>5. Medida da Oferta de Moeda 25</p><p>6. Base monetária 25</p><p>7. Estrutura do SFN (brasil) 26</p><p>8. Organização do SFN 26</p><p>9. Diferentes mercados 27</p><p>Intermediação Financeira</p><p>1. Formas de financiamento</p><p>2. Criação e destruição de moeda</p><p>3. Multiplicador bancário</p><p>4. Política monetária</p><p>29</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p><p>Capítulo 3 – Inflação</p><p>1. Situações possíveis de variação dos preços 36</p><p>2. Teorias da inflação 37</p><p>3. Inflação e Números-Indices 38</p><p>4. Indicadores de inflação no Brasil e no RS 39</p><p>5. Inflação no Brasil e Planos de Estabilização 42</p><p>Capítulo 4 – Setor Público</p><p>1. As funções econômicas do setor público 50</p><p>2. Estrutura tributária 50</p><p>3. Os tributos e sua classificação 51</p><p>4. Os gastos do setor público 55</p><p>5. O Conceito de déficit público 55</p><p>6. Financiamento do déficit 55</p><p>7. Aspectos institucionais do orçamento público 55</p><p>8. Fiscalização 57</p><p>Capítulo 5 – Conceito e Cálculo dos Agregados Macroeconômicos</p><p>1. O conceito de valor adicionado: o produto nacional (PN) 58</p><p>2. O conceito de renda nacional (RN) 59</p><p>3. O conceito de despesa nacional (DN) 59</p><p>Alguns problemas com as medidas agregadas 69</p><p>Capítulo 6 – A Economia Nacional e as Relações Internacionais</p><p>1. Teorias do comércio internacional 71</p><p>3</p><p>2. A taxa de câmbio e o mercado cambial 74</p><p>3. Balanço de pagamentos 76</p><p>4. Instrumentos de ajuste do balanço de pagamentos 80</p><p>A Institucionalidade no Cenário Internacional 85</p><p>Capítulo 7 – Noções de Microeconomia</p><p>1. Escassez 91</p><p>2. Custo de oportunidade 92</p><p>3 Análise marginal 94</p><p>Mercado: Oferta e Demanda</p><p>1 Procura (ou Demanda)</p><p>2. Oferta</p><p>97</p><p>98</p><p>3. Outros fatores que influenciam as curvas de demanda e de oferta 99</p><p>4. Preço e quantidade de equilíbrio 99</p><p>5. Intervenções de mercado 102</p><p>6. O conceito de elasticidade 103</p><p>7. Estrutura de mercado 104</p><p>Referência Bibliográfica 106</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A idéia de produzir um caderno didático surgiu depois de alguns semestres ministrados</p><p>da disciplina de Introdução à Economia para diferentes cursos de graduação. O objetivo é</p><p>propiciar ao aluno, no presente momento ao aluno do curso de administração, uma visão geral</p><p>do objeto de estudo e do método de investigação da chamada Ciência Econômica. A</p><p>preocupação central é apresentar de forma simples e clara os conceitos econômicos básicos,</p><p>sem esquecer de relacioná-los com os fatos econômicos reais, ou seja, traçar um paralelo</p><p>entre as noções econômicas e as informações sobre a realidade econômica brasileira.</p><p>Além disso, são apresentadas questões teóricas e aplicadas sobre os diferentes</p><p>assuntos trabalhados que incluem desde os conceitos básicos até as noções sobre economia</p><p>nacional e relações internacionais.</p><p>Este caderno não pretende dar respostas definitivas às questões sobre economia, mas</p><p>suscitar o interesse, provocar o debate e proporcionar aos alunos do curso de administração uma</p><p>capacidade de análise crítica das questões econômicas atuais. Para isso, estudaremos as noções</p><p>básicas de Economia para observar de forma crítica a realidade e interpretar o significado dos</p><p>diferentes conceitos econômicos frente aos acontecimentos reais da economia brasileira.</p><p>Por se tratar de assuntos ainda gerais da Ciência Econômica e relacionar</p><p>acontecimentos recentes da economia brasileira, o caderno se torna uma ferramenta auxiliar</p><p>para o estudante da disciplina de Introdução à Economia.</p><p>5</p><p>CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS</p><p>O QUE É ECONOMIA ?</p><p>O que veremos?</p><p>- De que se ocupa a economia</p><p>- A quantificação da realidade econômica</p><p>- Contexto histórico do conceito economia</p><p>- Argumentos da economia</p><p>- Método de investigação da ciência econômica</p><p>- Evolução pensamento econômico</p><p>- Interação entre os agentes econômicos</p><p>- Questões-chave da economia</p><p>1. O CONCEITO DE ECONOMIA</p><p>A palavra economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Seria</p><p>administração da casa ou administração da coisa pública.</p><p>A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o indivíduo e a</p><p>sociedade decidem utilizar os recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços,</p><p>de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de</p><p>satisfazer às necessidades humanas.</p><p>Como umas das ciências sociais (ciência política, sociologia, antropologia culturas,</p><p>psicologia, direito), a economia não pode ser considerada como fechada em torno de si</p><p>mesma. Pelas implicações da ação econômica sobre outros aspectos da vida humana, o</p><p>estudo da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas das ciências sociais</p><p>ou humanas. Essa abertura se dá em uma dupla direção, assumindo um caráter biunívoco.</p><p>De um lado, porque a economia busca alicerçar seus princípios, conceitos e modelos</p><p>teóricos não apenas na sua própria coerência, consistência e aderência à realidade, mas ainda</p><p>no desenvolvimento dos demais campos do conhecimento social. De outro lado, porque pode</p><p>influir no questionamento dos princípios e das aquisições conceituais desses mesmos campos.</p><p>E vai além, abrindo suas fronteiras à filosofia, à ética e à história.</p><p>2. DE QUE SE OCUPA A ECONOMIA</p><p>Aqui estão destacadas as categorias centrais de preocupação da economia, o que</p><p>implica por sua vez numa interface com outras áreas de conhecimento.</p><p>A figura 1 abaixo mostra que a economia está relacionada com outros campos de</p><p>conhecimento, e os grandes temas de que se ocupa a economia.</p><p>6</p><p>FIGURA 1 – A relação com outros campos de conhecimento</p><p>Antropologia</p><p>Sociologia</p><p>Psicologia</p><p>Direito</p><p>Política</p><p>Ética</p><p>Clássicos/Marx:</p><p>* Produção</p><p>* Distribuição</p><p>* Dispêndio</p><p>*Acumulação</p><p>A. Marshall</p><p>(1842-1924)</p><p>* Pobreza</p><p>* Riqueza</p><p>* Bem-estar</p><p>Simon Kuznets</p><p>(1901-1985)</p><p>* Crescimento</p><p>* Desenvolvimento</p><p>Lionel Robbins</p><p>(1898-1984)</p><p>* Recursos</p><p>* Necessidades</p><p>* Prioridades</p><p>* Escassez</p><p>* Recursos</p><p>* Emprego</p><p>* Produção</p><p>* Agentes</p><p>* Trocas</p><p>* Moedas</p><p>* Valor</p><p>* Preços</p><p>* Mercados</p><p>* Concorrência</p><p>* Remunerações</p><p>* Agregados</p><p>* Transações</p><p>* Crescimento</p><p>* Equilíbrio</p><p>Os temas discutidos pelos diferentes pensadores econômicos e em épocas históricas</p><p>diversas, foram o processo de produção, a distribuição, o dispêndio e a acumulação, assuntos</p><p>tratados pelos clássicos, dentre eles Adam Smith, David Ricardo, e por Karl Marx que ficou</p><p>conhecido pelo desenvolvimento da teoria marxista. Além disso, os temas pobreza, riqueza e</p><p>bem-estar foram apresentados por A. Marshall. Já as noções de crescimento e</p><p>desenvolvimento foram tratadas por Simon Kuznets e Lionel Robbins tratou da questão das</p><p>escolhas em economia, ao ressaltar que as necessidades ilimitadas e os recursos escassos.</p><p>Nesse iniciar do debate econômico, ressaltam-se os diferentes</p><p>pensadores da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) afirmam que</p><p>as cau</p><p>sociada ao pouco dinamismo das exportações (X) - (baixa</p><p>portações</p><p>rcado</p><p>flação Inercial</p><p>Os mecanismos de indexação formal (contratos, aluguéis, salários) e informal (reajustes</p><p>de pre</p><p>indexação formal e informal</p><p>feitos da Inflação</p><p>feito Oliveira Tanzi: mostra que a inflação corrói o montante de arrecadação.</p><p>dependem</p><p>í is su riores o au ento d</p><p>rre</p><p>In</p><p>Ocorre</p><p>emprego, a oferta agregada não tem como se expandir de forma a acompanhar o</p><p>crescimento da demanda. O ajuste da oferta não se dá via aumento das quantidades, mas sim,</p><p>via aumento dos preços.</p><p>In</p><p>produtivo (aumento salarial, desvalorização cambial, quebra de safra, reajuste de tarifas</p><p>públicas, etc...), que leva a um aumento dos custos das empresas que é em alguma medida</p><p>repassado para os preços finais.</p><p>A</p><p>sas estruturais da inflação são:</p><p>- oferta de alimentos inelástica</p><p>- rigidez das importações (M) as</p><p>relação de trocas)</p><p>- substituição de im</p><p>- estrutura oligopolística no me</p><p>3In</p><p>ços no comércio, indústria, tarifas públicas) provocam a perpetuação das taxas de</p><p>inflação anteriores, que são sempre repassadas aos preços.</p><p>Mecanismos:</p><p>- propagação:</p><p>- aceleração: choques de oferta</p><p>E</p><p>E</p><p>Efeitos sobre a distribuição de renda: redução do poder aquisitivo das classes que</p><p>de rendimentos fixos, que possuem prazos legais de reajuste.</p><p>Efeitos sobre o balanço de pagamentos: taxas de inflação em n ve pe a m e</p><p>preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao produzido no exterior.</p><p>Efeitos sobre o mercado de capitais: com inflação, deteriora-se o valor da moeda e oco</p><p>desestímulo à aplicação de recursos no mercado de capitais financeiros. As aplicações em</p><p>cadernetas de poupança cedem lugar para a aplicação em recursos de bens de raiz, como</p><p>terras e imóveis.</p><p>3 Para uma discussão sobre a inflação inercial ver: Pereira (1996). A Inflação decifrada. Revista de Economia</p><p>Política, 16(64): 20-35.</p><p>38</p><p>3. INFLAÇÃO E NÚMEROS ÍNDICES</p><p>A inflação é o aumento generalizado dos preços de uma economia. É calculada em</p><p>função</p><p>produtos (carne e batata), uma POF identificou que o consumo</p><p>30 kg de batata.</p><p>mo o mês seguinte, tem-se:</p><p>eríodo base (t0):</p><p>o: 10 Kg * $1/Kg = $10</p><p>15</p><p>3</p><p>eríodo seguinte t + 1</p><p>stáveis), então 10 * 1 = 10</p><p>30</p><p>úmeros Índices</p><p>É uma medida estatística idealizada para mostrar as variações de uma variável, ou de um</p><p>grupo d</p><p>uando o número-índice representa uma comparação para um bem ou produto individual, é</p><p>chamad</p><p>étodo agregativo ponderado</p><p>s índices agregados de preços são geralmente ponderados segundo as quantidades q dos</p><p>bens. O</p><p>dice de Laspeyres</p><p>um dos mais populares índices agregado de preços, no qual os preços são ponderados</p><p>pelas q</p><p>A fórmula é:</p><p>do perfil de consumo de uma certa população (POF), que determina a ponderação de</p><p>“cestas de bens e serviços”.</p><p>Exemplo: considerando dois</p><p>médio de carne era de 40% e de batata 60%.</p><p>A cesta básica mensal inclui 10 kg de carne e</p><p>Considerando dois períodos de tempo, t0 como mês base e t1 co</p><p>P</p><p>Carne: $ 1/Kg, entã</p><p>Batata: 0,50/Kg, então: 30 Kg * 0,50/Kg = $</p><p>Cesta (ponderada) = (10*40%) + (15*60%) = $1</p><p>P</p><p>Carne: $1,00 (preços e</p><p>Batata: $1,00 (aumento de 100%), então: 30 * 1 =</p><p>Cesta (ponderada): (10*40%) + (30*60%) = $22</p><p>Variação: (22-13)/13 = 69%</p><p>N</p><p>e variáveis, correlacionados ao tempo, à localização geográfica, ou a outras características</p><p>como rendimento, profissão, Uma coleção de números índices de diversos anos, localidades, e etc.,</p><p>é frequentemente denominada série de índices.</p><p>Q</p><p>o número-indice simples (ou relativo). Quando o número-indice foi construído para um</p><p>grupo de bens, é chamado número-indice agregado ou composto.</p><p>M</p><p>O</p><p>s exemplos desse métodos são os índices de Laspeyres e o de Paasche.</p><p>Ín</p><p>É</p><p>uantidades associadas com o ano-base antes de serem somados.</p><p>0 0</p><p>1 0</p><p>100</p><p>p q</p><p>IL</p><p>p q</p><p>×= ××</p><p>Onde:</p><p>0p = preço no período inicial;</p><p>1p = preço no período atual;</p><p>0q = quantidade no período inicial;</p><p>O índice de Laspeyres pondera preços (p) em duas épocas, inicial (0) e atual (1),</p><p>tomand</p><p>1q = quantidade no período atual.</p><p>o como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial.</p><p>39</p><p>Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época</p><p>atual, admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice</p><p>de Laspeyres apresentar tendência de elevação.</p><p>Índice de Paasche</p><p>Este índice usa as quantidades do ano dado como pesos.</p><p>A fórmula é:</p><p>0 1</p><p>1 1</p><p>100</p><p>p q</p><p>IP</p><p>p q</p><p>×= ××</p><p>O índice de Paasche pondera preços (p) em duas épocas, inicial (0) e atual (1),</p><p>tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época atual.</p><p>Como essas quantidades são consideradas adequadas à época atual e não à época</p><p>inicial, admite-se que o denominador possa se apresentar, eventualmente, super dimensionado</p><p>e assim o índice de Paasche apresentar tendência a rebaixamento.</p><p>Aplicação dos Números Índices</p><p>Para comparar os custos de alimentos ou de vida, em uma cidade, durante um ano, com os</p><p>de um ano anterior, ou a produção de aço, durante determinado ano, em uma região do país, com a</p><p>de outra.</p><p>Existem vários índices de preços que são calculados por instituições diferentes. Por</p><p>exemplo, o Índice Geral de Preços (IGP) é calculado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de</p><p>Janeiro. Índice Nacional Preços ao Consumidor (INPC) é calculado pela Fundação IBGE. Veremos</p><p>a seguir os números índices que são usados no Brasil para medir a inflação.</p><p>4. INDICADORES DE INFLAÇÃO NO BRASIL E NO RS</p><p>Vários são os indicadores de inflação adotados no Brasil. A tabela abaixo sumariza as</p><p>principais características dos indicadores calculados no Brasil.</p><p>Tabela 2 - Estrutura Básica dos Indicadores</p><p>40</p><p>O mapa a seguir mostra as regiões metropolitanas que são alvo para o cálculo do índice</p><p>de preço ao consumidor (IPC).</p><p>Mapa 1 - Regiões Metropolitanas e IPC</p><p>4.1 Diferença entre os Principais Índices</p><p>IPCA- IBGE: Calculado desde 1980, semelhante ao INPC, porém refletindo o custo de vida</p><p>para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa é feita em 11 regiões</p><p>metropolitanas. Foi escolhido como alvo das metas de inflação ("inflation targeting") no Brasil.</p><p>INPC-IBGE: Índice Nacional de Preços ao Consumidor, média do custo de vida nas 11</p><p>principais regiões metropolitanas do país para famílias com renda de 1 até 8 salários mínimos.</p><p>IGP- FGV:É uma média ponderada do índice de preços no atacado (IPA), com peso 6; de</p><p>preços ao consumidor (IPC) no Rio e SP, com peso 3; e do custo da construção civil (INCC),</p><p>com peso 1. Usado em contratos de prazo mais longo, como aluguel.</p><p>IGP-M (FGV): Metodologia igual à do IGP-DI, mas pesquisado entre os dias 21 de um mês e</p><p>20 do seguinte. O IGP tradicional abrange o mês fechado. O IGP-M é elaborado para contratos</p><p>do mercado financeiro.</p><p>IGP-10 (FGV): Elaborado com a mesma metodologia do IGP e do IGP-M. A única diferença é o</p><p>período de coleta de preços: entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês seguinte.</p><p>IGP-DI (FGV): Reflete as variações de preços de todo o mês de referência. Formado pelo IPA</p><p>(Índice de Preços por Atacado) e IPC (Índice de Preços ao Consumidor).</p><p>41</p><p>INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com pesos de 60%, 30% e 10%,</p><p>respectivamente. Apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no</p><p>atacado e de bens e serviços finais no consumo.</p><p>IPC- Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe): Pesquisado no município de São</p><p>Paulo. Reflete o custo de vida de famílias com renda de 1 a 20 salários mínimos. Divulga</p><p>também taxas quadrissemanais.</p><p>ICV- Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese):</p><p>Medido na</p><p>cidade de São Paulo. Reflete o custo de vida de famílias com renda média de R$</p><p>2.800 (há também índices para a baixa renda e a intermediária).</p><p>INCC- Índice Nacional do Custo da Construção: Um dos componentes das três versões do</p><p>IGP, o de menor peso. Reflete o ritmo dos preços de materiais de construção e da mão-de-obra</p><p>no setor. Utilizado em financiamento direto de construtoras/incorporadoras</p><p>CUB - Custo Unitário Básico: Reflete o ritmo dos preços de materiais de construção e da</p><p>mão-de-obra no setor. Calculado por sindicatos estaduais da indústria da construção,</p><p>chamados de Sinduscon, e usado em financiamentos de imóveis.</p><p>4.2 Instituições que calculam a inflação no RS</p><p>O Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (IEPE/UFRGS) elabora o Boletim</p><p>Econômico (IEPE-UFRGS) mensalmente com o objetivo de:</p><p>* Índice de Preços ao Consumidor (IPC-IEPE);</p><p>* Custo da Cesta Básica da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA).</p><p>Indicadores Econômicos</p><p>(IEPE-UFRGS) - 2006</p><p>Índice de Preço ao Consumidor (IPC)</p><p>Fev Mar Abr</p><p>Número Índice 177,22 176,58 177,53</p><p>Variação % -0,51 -0,36 0,54</p><p>Cesta Básica (RMPA)</p><p>Fev Mar Abr</p><p>Custo Total (R$) 554,10 545,72 549,59</p><p>Variação % -1,78 -1,51 0,71</p><p>4</p><p>2</p><p>5. IN</p><p>F</p><p>LA</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>N</p><p>O</p><p>B</p><p>R</p><p>A</p><p>S</p><p>IL</p><p>Inflação no B</p><p>rasil (1944-2006)</p><p>-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90</p><p>1944 02</p><p>1946 02</p><p>1948 02</p><p>1950 02</p><p>1952 02</p><p>1954 02</p><p>1956 02</p><p>1958 02</p><p>1960 02</p><p>1962 02</p><p>1964 02</p><p>1966 02</p><p>1968 02</p><p>1970 02</p><p>1972 02</p><p>1974 02</p><p>1976 02</p><p>1978 02</p><p>1980 02</p><p>1982 02</p><p>1984 02</p><p>1986 02</p><p>1988 02</p><p>1990 02</p><p>1992 02</p><p>1994 02</p><p>1996 02</p><p>1998 02</p><p>2000 02</p><p>2002 02</p><p>2004 02</p><p>2006 02</p><p>IGP - DI (% a.m.)</p><p>P</p><p>la</p><p>no R</p><p>eal</p><p>C</p><p>h</p><p>o</p><p>q</p><p>u</p><p>es</p><p>H</p><p>etero</p><p>d</p><p>o</p><p>xo</p><p>s</p><p>C</p><p>rise d</p><p>a</p><p>D</p><p>ívid</p><p>a</p><p>Inflação no B</p><p>rasil na década de 1980</p><p>(IG</p><p>P</p><p>-D</p><p>I (%</p><p>a.m</p><p>.))</p><p>-10 0 10 20 30 40 50 60</p><p>1980 01</p><p>1980 05</p><p>1980 09</p><p>1981 01</p><p>1981 05</p><p>1981 09</p><p>1982 01</p><p>1982 05</p><p>1982 09</p><p>1983 01</p><p>1983 05</p><p>1983 09</p><p>1984 01</p><p>1984 05</p><p>1984 09</p><p>1985 01</p><p>1985 05</p><p>1985 09</p><p>1986 01</p><p>1986 05</p><p>1986 09</p><p>1987 01</p><p>1987 05</p><p>1987 09</p><p>1988 01</p><p>1988 05</p><p>1988 09</p><p>1989 01</p><p>1989 05</p><p>1989 09</p><p>P</p><p>lano C</p><p>ruzado</p><p>P</p><p>lano B</p><p>resser</p><p>P</p><p>lano V</p><p>erão</p><p>Inflação nas eras C</p><p>ollor, F</p><p>H</p><p>C</p><p>e Lula</p><p>(IG</p><p>P</p><p>-D</p><p>I %</p><p>a.m</p><p>.)</p><p>-5 5 15 25 35 45 55 65 75</p><p>1990 01</p><p>1990 07</p><p>1991 01</p><p>1991 07</p><p>1992 01</p><p>1992 07</p><p>1993 01</p><p>1993 07</p><p>1994 01</p><p>1994 07</p><p>1995 01</p><p>1995 07</p><p>1996 01</p><p>1996 07</p><p>1997 01</p><p>1997 07</p><p>1998 01</p><p>1998 07</p><p>1999 01</p><p>1999 07</p><p>2000 01</p><p>2000 07</p><p>2001 01</p><p>2001 07</p><p>2002 01</p><p>2002 07</p><p>2003 01</p><p>2003 07</p><p>2004 01</p><p>2004 07</p><p>2005 01</p><p>2005 07</p><p>2006 01</p><p>2006 07</p><p>P</p><p>lano C</p><p>ollor</p><p>E</p><p>ra F</p><p>H</p><p>C</p><p>E</p><p>ra Lula</p><p>F</p><p>O</p><p>N</p><p>T</p><p>E</p><p>: P</p><p>ro</p><p>f. S</p><p>o</p><p>la</p><p>n</p><p>g</p><p>e</p><p>M</p><p>a</p><p>rin</p><p>a</p><p>p</p><p>a</p><p>rtir d</p><p>e</p><p>d</p><p>a</p><p>d</p><p>o</p><p>s d</p><p>o</p><p>IP</p><p>E</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>T</p><p>A</p><p>–</p><p>w</p><p>w</p><p>w</p><p>.ip</p><p>e</p><p>a</p><p>d</p><p>a</p><p>ta</p><p>.g</p><p>o</p><p>v.b</p><p>r</p><p>43</p><p>5.1. Causas Básicas da Inflação Brasileira</p><p>As principais causas da inflação na economia brasileira são: a questão distributiva, o</p><p>déficit do setor público e seu financiamento e o mecanismo de indexação (formal e informal).</p><p>5.2. Inflação no Brasil e as Correntes Econômicas</p><p>Correntes Causas Principais Políticas Antiinflacionárias</p><p>Monetarista</p><p>* Desequilíbrio do setor</p><p>público (déficit e a dívida</p><p>pública provocam descontrole</p><p>monetário, causando inflação</p><p>de demanda)</p><p>* Ajuste fiscal</p><p>(para reduzir déficit e dívida</p><p>pública, via reformas fiscal,</p><p>previdenciária, privatização)</p><p>* Controle Monetário</p><p>(juros e moedas)</p><p>* Liberalização do comércio</p><p>internacional</p><p>Inercialista</p><p>* Indexação generalizada</p><p>(formal e informal)</p><p>* Dexindexação</p><p>(para apagar memória ou</p><p>inércia inflacionária, via</p><p>congelamento de preços,</p><p>salários e tarifas – Planos</p><p>Cruzado, Bresser – ou troca</p><p>de moeda – Plano Real)</p><p>Estruturalista</p><p>* Conflitos distributivos</p><p>( pressões de margens de</p><p>lucro, pressões salariais,</p><p>pressões de tarifas e preços</p><p>públicos provocam inflação de</p><p>custos)</p><p>* Controle de preços de</p><p>oligopólio</p><p>* Reformas estruturais</p><p>5.3. A Inflação no Brasil e os Programas de Estabilização</p><p>1946-58: Inflação de crédito e estrutural</p><p>1959-63: Inflação predominantemente fiscal</p><p>1964-67: Aplicação de controles ortodoxos</p><p>1968-79: Inflação reprimida</p><p>1980-1985: Inflação de movimentos inerciais</p><p>1986-94: Fase dos choques heterodoxos</p><p>1994-2006: O real, a volta à ortodoxia e a estabilização.</p><p>5.4. Planos de Estabilização</p><p>O Plano Cruzado (28/02/1986)</p><p>A inflação era tida como inercial. O diagnóstico era de que a inflação tinha caráter</p><p>autônomo, sustentado pela indexação formal e informal da economia. Houve a utilização de</p><p>instrumentos heterodoxos para a eliminação da memória inflacionária (inércia inflacionária):</p><p>Medidas:</p><p>1. introdução de nova moeda: reforma monetária, com o cruzado – (000)</p><p>2. congelamento de preços por prazo indeterminado ao nível de 28/02.</p><p>3. conversão de salários: além do valor real médio, concedido um abono de 8%.</p><p>4. conversão de aluguéis, prestação do sistema financeiro e mensalidades escolares pelo</p><p>princípio da média.</p><p>5. Desindexação:</p><p>44</p><p>5.1 proibição de clausula de indexação: proibição de correção monetária para contratos</p><p>inferiores a um ano e para contratos maiores de um ano, reajuste conforme a OTN em</p><p>cruzados;</p><p>5.2 indexação de salários: escala móvel, salários reajustados toda vez que a inflação</p><p>atingisse a casa dos 20%;</p><p>6 tablitas: tabela de conversão diárias de valores em cruzeiros para cruzados.</p><p>Conseqüências:</p><p>1 parte dos recursos foram destinados para a compra de imóveis e reativação da produção;</p><p>2 reativação do consumo via salário móvel, seguro-desemprego e abono;</p><p>3 viver de renda ficou difícil porque caíram as taxas de juros (teve até taxa negativa);</p><p>4 taxa de inflação caiu;</p><p>5 empresas introduziram inovações organizacionais tais como just-in-time e abertura de novas</p><p>firmas;</p><p>6 houveram conflitos entre produtores e fornecedores e a conseqüente falta de produtos;</p><p>7 não houve discussão quanto ao prazo do congelamento.</p><p>O congelamento de preços foi peça fundamental e a inflação caiu nos primeiros meses.</p><p>Houve explosão do consumo devido ao aumento do poder de compra do salário, a</p><p>despoupança em função da desilusão monetária, a queda nas taxas de juros e ao consumo</p><p>reprimido dos anos de recessão e ao congelamento de alguns preços defasados aos custos.</p><p>O excesso de demanda reforçada pela expansão da oferta de moeda além do</p><p>incremento natural da demanda provocada pela desinflação abrupta. Houveram taxas de juros</p><p>negativas favoráveis a inflação zero. Esforços posteriores para uma política monetária mais</p><p>restritiva e o aumento da taxa de juros encontrariam oposição política.</p><p>Houve reconhecimento da magnitude do desequilíbrio fiscal, pois o esperado aumento</p><p>na receita do governo, devido a eliminação da erosão da inflação que agia sobre a arrecadação</p><p>dos impostos (efeito Tanzi) não se materializou no percentual e no tempo previstos. Quando</p><p>ocorreu o aumento da receita, ele foi compensado pelo aumento nos gastos. No período final</p><p>ou descongelava-se preços ou desacelerava-se o produto através do corte da demanda</p><p>agregada.</p><p>O ano de 1986 foi marcado pela redução drástica da inflação, após o congelamento de</p><p>preços decretado pelo Plano Cruzado, e uma violenta expansão do consumo, que</p><p>determinaram novamente a boa performance em termos de crescimento econômico (8,3%).</p><p>O crescimento do consumo foi explicado por várias razões: transferência de renda real</p><p>aos trabalhadores (aumento de salário real), fim da “ilusão monetária” com fuga dos ativos</p><p>financeiros, expansão monetária e creditícia etc. Entretanto, foi também o responsável por</p><p>vários problemas na economia e pela volta da inflação. Dentre os problemas, destacavam-se a</p><p>crise de abastecimento, a presença do ágio como forma de burlar o controle de preços e outras</p><p>formas travestidas de inflação, bem como uma profunda crise cambial.</p><p>A crise cambial,</p><p>em decorrência da redução do saldo na balança comercial e da piora</p><p>nas contas de capital, com profunda queima de reservas para a sustentação do plano,</p><p>desembocou na moratória de fevereiro de 1987 como forma de estancar a perda de divisas.</p><p>Foram feitos ajustes no Plano Cruzado, como pode ser visto a seguir:</p><p>Cruzadinho (07/1986 – 10/1986)</p><p>Elaboração de um pacote fiscal para diminuir o consumo. Foram criados o sistema de</p><p>empréstimo compulsórios e novos impostos indiretos sobre a gasolina (28%) e automóveis</p><p>(30%). Mas, esse pacote teve pouca eficácia para conter o consumo. Ao contrário, a</p><p>expectativa do descongelamento deu novo impulso à demanda. A inflação oficial caiu, porém</p><p>45</p><p>não refletia a inflação real da economia devido aos ágios, ao desabastecimento e à introdução</p><p>de produtos novos. Após o mês de setembro o saldo da balança comercial começa a refletir o</p><p>excesso de demanda interna e a queda nas exportações.</p><p>Cruzado II (11/1986 – 06/1987)</p><p>Um pacote fiscal visando o aumento da arrecadação do governo em 4% do PIB via</p><p>reajuste de alguns preços públicos e aumento de impostos indiretos. Porém, o incremento nos</p><p>recursos do governo através de preços públicos mais elevados foi desviado para o gasto com</p><p>produtos e não com o aumento de poupança. Isso reativou a inflação e aumentou o salário via</p><p>gatilho, o que por sua vez causou a explosão da inflação.</p><p>Segundo Celso Furtado: a inflação inercial é subproduto das outras e a inflação</p><p>brasileira reflete em parte um conflito distributivo de renda, em que o governo sempre foi o</p><p>beneficiário, pois recorria à inflação por não ter meios de se autofinanciar adequadamente</p><p>através da política fiscal.</p><p>Plano Bresser (12/06/1987)</p><p>O Plano Bresser não tinha por objetivo a inflação zero, mas promoveu o choque</p><p>deflacionário com a supressão da escala móvel de salários. Os objetivos eram sustentar a taxa</p><p>de inflação a níveis mais baixos e reduzir o déficit público. Foi instituída uma nova base de</p><p>indexação salarial, a unidade referencial de preço (URP), ou seja, a cada três meses seriam</p><p>pré-fixados os percentuais de reajuste para os três meses subseqüentes; com base na inflação</p><p>média dos três precedentes.</p><p>O gatilho foi mantido, porém ampliava-se a defasagem entre a observação da taxa de</p><p>inflação e seu repasse aos salários. Os preços foram congelados por três meses ao nível de</p><p>12/06/1987, mas antes foram aumentados os preços públicos e administrados. Também não</p><p>ocorreu a reforma monetária.</p><p>Quando o Plano Bresser entrou em vigor, em junho de 1987, houve a mudança no</p><p>indexador da poupança de Obrigação do Tesouro Nacional (OTN) para a Letra do Banco</p><p>Central (LBC). De acordo com as novas regras, que passaram a valer na época, foi</p><p>determinado que, entre os dias 1º e 15 de junho de 1987, a poupança seria remunerada pela</p><p>variação OTN e, a partir de então, pela LBC. Acontece que os bancos remuneraram o mês</p><p>todo usando como indexador a LBC, que teve variação 18,02% no período, bem menor que a</p><p>variação da OTN, de 26,06%. É exatamente a diferença de 8,04 pontos porcentuais de</p><p>remuneração que atualmente o poupador daquela época tem direito.</p><p>O Plano Cruzado teve como política de combate a inflação o aumento da demanda</p><p>agregada num contexto de crescimento econômico, o que terminou com pressão sobre</p><p>inflação.</p><p>O Plano Bresser objetivava conter a inflação com a redução da demanda num contexto</p><p>de desaceleração mantendo o crescimento econômico com o redirecionamento da oferta para</p><p>exportações. O plano incorporou ingredientes inutilizados no Cruzado tais como a preocupação</p><p>com a taxa de juros, a taxa de câmbio, o déficit público e acordo com o FMI. Porém, acreditava</p><p>que a sociedade agia de forma irracional. O plano foi uma tentativa de debelar a inflação que,</p><p>sem o apoio popular do plano anterior, teve acertos e erros.</p><p>A volta da inflação levou à adoção, em 1987, de políticas de cunho mais ortodoxo,</p><p>mesmo com a presença de novo plano em junho, o Plano Bresser, que possuía maior</p><p>preocupação em conter a demanda interna e evitar problemas no front externo. Com a</p><p>característica recessiva da nova política econômica, esse ano apresentou profunda queda na</p><p>taxa de crescimento, que situou-se em 3,6%.</p><p>46</p><p>Plano Verão (14/01/1989)</p><p>Em 1988 e 1989, a política econômica também apresentou caráter errático: predomínio</p><p>da ortodoxia em 1988 e tentativa de acordo social no final desse ano; adoção do Plano Verão</p><p>em janeiro de 1989 (que mesclou elementos heterodoxos e ortodoxos), e a não política (ou</p><p>"política do arroz com feijão") do final do governo Sarney. Com isso, as taxas de crescimento</p><p>econômico apresentaram oscilação, com estagnação em 1988 e crescimento de 3,6% em</p><p>1989. As principais medidas do plano foram o congelamento de preços indeterminado e a</p><p>reforma monetária com a introdução do cruzado novo (000).</p><p>A principal característica de todo o governo Sarney foi um grande descontrole das</p><p>contas públicas: aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno</p><p>(cuja necessidade de rolagem inflexibilizava a taxa de juros) a prazos mais curtos, com giro</p><p>diário. Isso levou à adoção de uma política que visava a sustentação de taxas de juros reais</p><p>elevadas, rompendo a possibilidade de controle da oferta monetária. Verificou-se a ausência de</p><p>qualquer mecanismo de política econômica, pois tanto a política fiscal como a monetária</p><p>tornaram-se prisioneiras da rolagem da dívida interna. Isso tudo foi acompanhado de uma</p><p>trajetória ascendente das taxas de inflação, que chegou no final do governo Sarney à taxa de</p><p>80% mensais.</p><p>Plano Collor (16/03/1990)</p><p>O governo Collor também tinha como preocupação básica o combate à inflação. O</p><p>diagnóstico sobre as causas da inflação centrava-se na alta liquidez dos ativos financeiros, que</p><p>inviabilizava a condução da política monetária e qualquer tentativa de estabilização, ao permitir</p><p>a rápida conversão dos ativos em demanda por bens e serviços e ativos reais. Além disso,</p><p>deveria ser resolvida a questão do déficit e da dívida pública, o que não seria obtido apenas</p><p>através do ajuste do fluxo, redução dos gastos e elevação das receitas, mas envolveria um</p><p>ajuste patrimonial.</p><p>Assim, o Plano Collor realizou ampla reforma monetária, cujo elemento central foi o</p><p>confisco da liquidez e o alongamento compulsório da dívida pública. Além disso, buscou uma</p><p>reforma fiscal centrada no Imposto sobre Operações Financeiras, no Imposto de Renda e no</p><p>combate à sonegação, com base na eliminação dos títulos ao portador (inclusive cheques) e na</p><p>redução de gastos públicos, com base na eliminação dos subsídios e diminuição dos juros. A</p><p>expectativa era transformar um déficit de 8% do PIB em superávit da ordem de 2% do PIB. A</p><p>principal medida foi o confisco de ativos financeiros com o objetivo de drástica redução da</p><p>liquidez da economia. Esse confisco estava ancorado na MP 168 que bloqueava 70% do M4.</p><p>Pretendia-se retomar a capacidade de fazer a política monetária e a elaboração de programas</p><p>de abertura comercial e de privatização de empresas estatais.</p><p>Além desses pontos, iniciou-se um conjunto de reformas estruturais no sentido</p><p>liberalizante, constituídas de maior abertura comercial, para expor as empresas brasileiras à</p><p>concorrência internacional, à privatização das empresas estatais e à maior abertura ao capital</p><p>estrangeiro.</p><p>Com o confisco da liquidez, que gerou grandes problemas em termos de</p><p>desestruturação das condições de oferta e uma onda de falências, o PIB sofreu uma redução</p><p>em torno de 4% em 1990. Para evitar um colapso maior, já nos meses seguintes ao confisco, o</p><p>Banco Central afrouxou a liquidez, o que levou a uma grande expansão monetária. O ajuste</p><p>fiscal mostrou-se insuficiente, não tendo atingido os objetivos.</p><p>Dessa forma, o objetivo de recompor os instrumentos de política econômica não</p><p>ocorreu. A inflação voltou a acelerar, novas tentativas infrutíferas de arrumar o Plano foram</p><p>47</p><p>feitas e,</p><p>depois, voltou-se para a política do tipo "feijão com arroz", na tentativa de evitar a</p><p>explosão do déficit e controlar a moeda.</p><p>Plano Real (1994) 4</p><p>O Plano Real veio alterar esse quadro, obtendo êxito inédito no combate à inflação, com</p><p>notória recuperação da credibilidade da moeda nacional que se refletiu, inclusive, numa</p><p>retomada do interesse nos agregados econômicos expressos na própria moeda do País.</p><p>Foi definido como um plano de três fases:</p><p>1) O ajuste fiscal (O Fundo Social de Emergência – FSE), criação da IPMF (hoje, CPMF)</p><p>junho/1993:</p><p>Essa primeira fase estava baseada na origem fiscal da inflação foi implementado o</p><p>Plano de Ação Imediata (PAI) em 06/1993. As medidas foram: combate a sonegação, redução</p><p>dos fundos de participação estadual (FPE) e municipal (FPM), reestruturação dos bancos</p><p>estaduais e federais e a privatização para transferir ao setor privado os custos da</p><p>modernização da infra-estrutura.</p><p>2) A introdução da Unidade Real de Valor (URV), março/1994:</p><p>A URV teve a função de unidade de conta e o Bacen emitia diariamente relatórios sobre</p><p>a desvalorização do cruzeiro real e a cotação da URV. Os salários passaram a ser corrigidos</p><p>pela média dos últimos quatro meses. Nos meses de abril, maio e junho o governo fez a</p><p>conversão em URV dos preços públicos e tarifas do setor público.</p><p>3) A reforma monetária com a introdução da nova moeda, o Real (R$), julho/1994:</p><p>Foram fixados limites quantitativos para a emissão de moeda. O Conselho Monetário</p><p>Nacional (CMN) passou a ser composto pelo ministro da Fazenda, Planejamento e</p><p>Coordenação da Presidência da República e presidente do Bacen.</p><p>Importância: âncoras monetária e cambial</p><p>Eventos importantes</p><p>A renegociação da dívida dos Estados</p><p>A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – 2000</p><p>- Proíbe renegociações de débitos</p><p>- Impõe um teto para os gastos</p><p>- Restringe o montante do endividamento total</p><p>- Exige projeções dos resultados primários para os 3 anos seguintes</p><p>Outras informações sobre inflação:</p><p>Relatório de Inflação - Banco Central do Brasil (Disponível: http://www.bcb.gov.br/)</p><p>Questões conceituais:</p><p>1 Destaque alguns efeitos perversos da inflação. A seu critério, coloque-os em ordem decrescente de</p><p>importância. Justifique suas escolhas e a ordem em que as colocou.</p><p>2 Diferencie, usando suas próprias palavras, as inflações de procura das inflações de custos.</p><p>3 Qual é uma das conseqüências mais claras de todo o processo inflacionário. Explique.</p><p>4 Para uma discussão do Plano Real, ver: Pereira (1994). A economia e a política do Plano Real. Revista de</p><p>Economia Política, 14 (56): 129-149.</p><p>48</p><p>4 Se todos os preços subirem, pode-se ter certeza de que houve inflação. Quais os dois tipos de inflação</p><p>mais conhecidos.</p><p>5 A essência das análises econômicas realizadas pelos ideólogos da reforma monetária que culminou no</p><p>Plano Cruzado (1986) reside no fato de que “um determinante significativo da inflação corrente é a</p><p>própria inflação passada” e que “o melhor previsor da inflação futura é a inflação passada”. A esse</p><p>fenômeno os analistas denominam:</p><p>a) efeitos de preços relativos</p><p>b) hiperinflação</p><p>c) inflação de demanda</p><p>d) inflação inercial</p><p>6 Assinale entre as alternativas abaixo, a que representa um fato causador de uma inflação de custos:</p><p>( ) a. um aumento nos gastos do governo</p><p>( ) b. um aumento dos investimentos</p><p>( ) c. um aumentos das exportações</p><p>( ) d. um aumento da oferta de moeda</p><p>( ) e. um aumento das matérias-primas importadas</p><p>7.Coloque F(falso) ou V(verdadeiro) nas seguintes afirmações, e quando a resposta estiver falsa</p><p>reescrever a frase.</p><p>a. ( ) A inflação de demanda se caracteriza pelo excesso de demanda agregada em relação à produção</p><p>de bens e serviços, sendo causada pelo aumento de importações e tributos.</p><p>b. ( ) A inflação é um aumento persistente no nível geral de preços, enquanto a desinflação é a redução</p><p>no nível da atividade econômica, acompanhada de queda generalizada dos dispêndios e dos preços.</p><p>c. ( ) Alguns índices que são utilizados pelo governo para medir a variação dos preços na economia são</p><p>o IPCA, o INPC e o IGP, sendo que cada um adota uma metodologia específica e o segundo deles serve</p><p>de índice para o sistema de metas de inflação.</p><p>d. ( ) De acordo com a corrente estruturalista, a inflação nos países subdesenvolvidos são causadas</p><p>pela oferta inelástica dos alimentos, pela rigidez das importações e pouco dinamismo das exportações,</p><p>pela própria substituição de importações e pela estrutura oligopolística no mercado.</p><p>e.( ) Inflação se caracteriza como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços em um</p><p>determinado período de tempo desestruturando a distribuição de renda, o balanço de pagamentos, o</p><p>mercado de capitais, além de outros efeitos.</p><p>f. ( ) De acordo com os inercialistas, a inflação está relacionada aos mecanismos de indexação formal e</p><p>informal que provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são sempre repassadas aos</p><p>preços.</p><p>8. Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:</p><p>I – Se todos os preços dos bens e serviços se elevam apenas durante certo período de tempo,</p><p>estabilizando-se em seguida, caracteriza-se um processo inflacionário crônico.</p><p>II – Após um conjunto de medidas governamentais destinadas a incentivar a construção civil, os preços</p><p>dos materiais de construção se elevaram bastante; tal situação, tomada isoladamente, é suficiente para</p><p>caracterizar um processo de inflação crônica.</p><p>IV – Uma inflação de demanda pode levar a economia a ter inflação de custos, pelo fato de que um</p><p>aumento de produção leva a um aumento da demanda de mão-de-obra por parte das empresas, e sendo</p><p>essa mão-de-obra escassa, as empresas diminuirão os salários oferecidos aos trabalhadores.</p><p>a) somente a I correta</p><p>b) somente a II correta</p><p>c) somente a III correta</p><p>d) I, II, e III corretas</p><p>e) I, II, e III incorretas</p><p>9. A probabilidade de ocorrer inflação de ____________aumenta quando a economia está produzindo</p><p>próximo do pleno emprego de recursos. Nessa situação aumentos da _____________ de bens e</p><p>serviços, com a economia já a plena capacidade conduzem a elevações de preços , principalmente em</p><p>setores produtores de insumos básicos.</p><p>a) demanda – demanda agregada</p><p>b) custos – demanda agregada</p><p>c) demanda – oferta agregada</p><p>49</p><p>d) custos – procura agregada</p><p>e) nenhuma das anteriores</p><p>10. Complete a sentença: “de acordo com a corrente _________________ a inflação nos países</p><p>subdesenvolvidos são causadas pela oferta inelástica de alimentos, pela rigidez das importações e</p><p>pouco dinamismo das exportações, pela própria substituição de importações e pela estrutura</p><p>oligopolística do mercado.”</p><p>a) monetarista</p><p>b) fiscalista</p><p>c) estruturalista</p><p>d) clássica</p><p>e) nenhuma das anteriores</p><p>Questões Aplicadas:</p><p>1. Após as diferentes tentativas para conter a inflação nos anos de 1980 e 1990, o Plano Real</p><p>conquistou a tão sonhada estabilidade econômica. Será que essa estabilidade já é condição suficiente</p><p>para o país buscar outras metas além da meta de inflação, como por exemplo, a meta do crescimento</p><p>econômico. Expresse sua opinião.</p><p>2. Usando a tabela abaixo, calcular os números índices de Laspeyres e Paasche para 1976 para os três</p><p>bens, usando 1970 como ano-base.</p><p>Tabela 1. Preço e consumo de três bens em Palmeira das Missões, 1970 e 1976</p><p>Bem Unidade de</p><p>medida</p><p>Preço médio</p><p>1970</p><p>Preço médio</p><p>1976</p><p>Consumo</p><p>per capita</p><p>1970</p><p>Consumo</p><p>per capita</p><p>1976</p><p>Leite Litro 0,30 0,38 30 35</p><p>Pão 500 g 0,25 0,35 3,8 3,7</p><p>Ovos Dúzia 0,60 0,90 1,5 1,0</p><p>3. A tabela abaixo apresenta o índice de produção industrial para o Brasil no período de 1975-1980,</p><p>tendo como ano-base 1975. Obter uma nova série adotando 1977 como ano-base.</p><p>Anos 1975 1976 1977 1978 1979 1980</p><p>Indices</p><p>(1975=100)</p><p>100,0 112,5 115,1 123,8 132,8 142,4</p><p>1977=100</p><p>Fonte: Conjuntura Econômica</p><p>4. A tabela abaixo</p><p>apresenta os valores do salário mínimo, vigente em dezembro cidade do Rio de</p><p>Janeiro, bem como os valores do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FGV). Determinar a respectiva</p><p>série de salários mínimos reais (a preços constantes), comparando-os com o de 1975.</p><p>Anos 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982</p><p>Sal.</p><p>Min.</p><p>532,80 768,00 1.106,40 1.560,00 2.932,80 5.788,80 11.928,00 23.568,00</p><p>Indices 55,4 80,2 114,8 158,6 279,1 520,1 1043,3 2105,5</p><p>Fonte: Boletim do Banco Central</p><p>5. A partir dos valores nominais dos salários, calcule o salário real.</p><p>Ano 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986</p><p>Sal. Min.</p><p>Nominais</p><p>2.939 5.788 11.928 23.586 57.120 166.560 600.000 804.000</p><p>IPC 100 222 430 842 2.578 8.919 22.654 41.684</p><p>Sal. reais</p><p>50</p><p>CAPÍTULO 4 – SETOR PÚBLICO</p><p>O que veremos?</p><p>Funções do Setor Público</p><p>Receita do Setor Público</p><p>Gastos do Setor Público</p><p>Aspectos Institucionais do Orçamento Público</p><p>Finanças Públicas = setor que controla a massa de dinheiro e de crédito que o governo</p><p>federal e os órgãos a ele subordinados movimentam em um país.</p><p>Política fiscal: Tendo como instrumentos os gastos e a receita tributária, a política fiscal</p><p>consiste em tentar expandir a atividade econômica com o objetivo de criar mais empregos.</p><p>1. AS FUNÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR PÚBLICO</p><p>Função Alocativa: está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos</p><p>pelo sistema de mercado.</p><p>Bens públicos ou coletivos = têm por característica a impossibilidade de excluir</p><p>determinados indivíduos de seu consumo</p><p>Princípio de exclusão: quando o consumo do indivíduo A por um determinado</p><p>bem que pagou, exclui o consumo do indivíduo B que não pagou pelo bem.</p><p>Bens Meritórios = podem ser explorados pela iniciativa privada, mas podem e</p><p>devem ser também explorados pelo governo.</p><p>Monopólios Naturais = governo atua para assegurar preços razoáveis.</p><p>Riscos pesados = governo interfere porque empresa privada pode correr riscos.</p><p>Função Distributiva: governo atua como agente redistribuidor de renda, através da</p><p>tributação que retira recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e os transfere para os</p><p>menos favorecidos.</p><p>Função Estabilizadora: governo pode alterar o comportamento dos níveis de preços e</p><p>de emprego.</p><p>2. ESTRUTURA TRIBUTÁRIA</p><p>A teoria da tributação envolve dois princípios fundamentais: neutralidade e equidade.</p><p>- Princípio da neutralidade: Quando a ação captadora de recursos do governo não altera</p><p>os preços relativos da economia e assim, não interferindo nas decisões de alocações de</p><p>recursos tomadas como base no mecanismo de mercado. A neutralidade do ponto de vista da</p><p>alocação dos recursos deveria ser complementada pela equidade na repartição da carga</p><p>tributária.</p><p>- Princípio da eqüidade: a distribuição do ônus do imposto de maneira justa entre os</p><p>indivíduos, isto é, dar um mesmo tratamento, em termos de contribuição, aos indivíduos iguais</p><p>– um critério de “equidade horizontal”, enquanto os desiguais serão diferenciados segundo</p><p>algum critério a ser estabelecido, ou seja, uma preocupação com a “equidade vertical”. A</p><p>equidade pode ser avaliada sob duas maneiras:</p><p>- Princípio do benefício recebido: um tributo é justo quando cada contribuinte paga ao Estado</p><p>um montante diretamente relacionado com os benefícios que recebe do governo. Dificuldade:</p><p>como individualizar os benefícios a partir do funcionamento de bens públicos. Exemplo:</p><p>serviços públicos que utilizam taxas específicas para o seu financiamento. Outros exemplos de</p><p>instituir tributos de forma que funcionem como financiamento de determinados programas do</p><p>governo são a cobrança de um imposto sobre combustíveis, para financiar a construção de</p><p>51</p><p>rodovias, e os impostos sobre consumo de energia elétrica, para financiar investimentos no</p><p>setor.</p><p>- Principio da capacidade de pagamento: cada agente deveria pagar tributos conforme sua</p><p>capacidade de pagamento. Medidas da capacidade de pagamento: renda, consumo e</p><p>patrimônio.</p><p>3. OS TRIBUTOS E SUA CLASSIFICAÇÃO</p><p>Tipos de Tributos</p><p>1. Tarifas: é um instrumento utilizado na cobrança do imposto de importação;</p><p>2. Taxas: é um tributo vinculado, porque seu fato gerador é sempre uma atuação do Estado,</p><p>referida ao obrigado, em geral desempenhada tendo em vista sua pessoa, ou a possibilidade</p><p>de uma referência direta à sua pessoa.</p><p>3. Contribuições fiscais: um tributo é fiscal quando sua cobrança não visa senão a arrecadação</p><p>de recursos financeiros para os cofres públicos e objetivam a sustentação dos encargos que</p><p>são próprios do órgão central da administração.</p><p>- Contribuição parafiscais: se destinam à sustentação de encargos paralelos aos da</p><p>administração pública direta. Ex: PIS, FINSOCIAL e COFINS.</p><p>- Contribuição extrafiscal: utilizadas para tributar externalidades.</p><p>4. Impostos: tributo cuja obrigação tem por fator gerador uma situação independente de</p><p>qualquer atividade estatal. Existem dois tipos de impostos:</p><p>a) impostos diretos: a pessoa que recolhe o tributo é a mesma que arca com o seu ônus, é</p><p>aquele que incide sobre renda e riqueza.</p><p>b) impostos indiretos: a pessoa que recolhe o tributo não arca totalmente com o seu ônus. É</p><p>aquele que incide sobre transações de mercadorias e serviços e que podem ser ou ad</p><p>valorem ou específicos (Ad valorem: alíquota % fixada; específico: valor em R$ fixado).</p><p>Além disso, podem ser estruturados em: impostos regressivos, impostos progressivos e</p><p>impostos proporcionais.</p><p>- Regressivos: A relação entre carga tributária e renda decresce com o aumento do nível de</p><p>renda. Quem ganha mais paga menos. Todos os impostos indiretos. Ex: 10% de imposto sobre</p><p>o preço de venda de TVs.</p><p>- Progressivo: a relação entre carga tributária e renda cresce com o aumento no nível de renda.</p><p>Quem ganha mais, paga um percentual maior sobre a renda. Ex: IR.</p><p>- Proporcional (neutro): a relação entre a carga tributária e o nível de renda permanece</p><p>constante. Todos pagam a mesma percentagem sobre a renda e não o mesmo valor. Ex:</p><p>imposto de alíquota única.</p><p>52</p><p>Quadro 5 - Impostos e esferas de Governo:</p><p>Impostos Federais Impostos Estaduais Impostos Municipais</p><p>Imposto de renda (IR) Imposto sobre circulação de</p><p>mercadorias e prestação de</p><p>serviços (ICMS)</p><p>Impostos sobre a propriedade</p><p>predial e territorial urbana</p><p>(IPTU)</p><p>Imposto de Exportação Imposto sobre a propriedade</p><p>de veículos automotores</p><p>(IPVA)</p><p>Imposto sobre a transmissão</p><p>“Inter Vivos” de bens imóveis</p><p>e direitos a eles relativos</p><p>(ITBI)</p><p>Imposto de Importação Imposto de Transmissão</p><p>Causa Mortis e Doação</p><p>(ITCMD)</p><p>Imposto sobre serviço de</p><p>qualquer natureza (ISSQN)</p><p>Imposto sobre operação</p><p>financeira (IOF)</p><p>Imposto sobre produtos</p><p>industrializados (IPI)</p><p>Contribuição provisória sobre</p><p>movimentação financeira</p><p>(CPMF)</p><p>Imposto territorial rural (ITR)</p><p>Cide-Combustíveis</p><p>A seguir são mostradas tabelas com a arrecadação federal para o período de janeiro a</p><p>outubro de 2005 e de 2006.</p><p>53</p><p>Fonte: Receita Federal – Ministério da Fazenda</p><p>54</p><p>Fonte: Receita Federal – Ministério da Fazenda</p><p>Para outras informações sobre arrecadação ver: http://www.receita.fazenda.gov.br/</p><p>55</p><p>4. OS GASTOS DO SETOR PÚBLICO</p><p>Por categorias Econômicas:</p><p>Despesas Correntes (DC) = não resultam acréscimo ao patrimônio do governo. São</p><p>subdivididos em despesas de custeio e transferências.</p><p>Despesas de capital (DK) = implicam num aumento do patrimônio do governo. São</p><p>subdivididos em investimentos, inversões financeiras e transferências de capital.</p><p>5. DÉFICIT PÚBLICO</p><p>O dispêndio do governo é decomposto em Gastos em geral (DC + DK) + Juros sobre a</p><p>dívida interna e externa.</p><p>Conceitos de déficit:</p><p>- Déficit Primário = Receitas - Despesas</p><p>- Déficit Nominal = Receitas – Despesas, incluindo inflação e juros sobre dívida anterior</p><p>- Déficit Operacional = Receitas – Despesas + juros reais dívida passada</p><p>6. FINANCIAMENTO</p><p>DO DÉFICIT</p><p>O déficit do governo pode ser financiado pela emissão de moeda ou pela venda de</p><p>títulos da dívida pública ao setor privado (interno e externo). A primeira alternativa é vista com</p><p>receio porque pode gerar inflação na economia através do estímulo ao consumo. A venda de</p><p>títulos da dívida não gera inflação, mas aumenta a dívida uma vez que a os títulos são</p><p>remunerados pelas taxa de juros vigentes na economia. A tabela abaixo mostra a</p><p>representatividade em termos do PIB da dívida do setor público brasileiro para os anos de 2004</p><p>e 2005.</p><p>Tabela 3 - Dívida Líquida do Setor Público (% em relação ao PIB)</p><p>2004 2005</p><p>Div. Líquida Total 51,7% 51,6%</p><p>Div. Interna 44,2% 49,0%</p><p>Div. Externa 7,5% 2,6%</p><p>PIB (R$ mi) 1.851.980 1.942.193</p><p>FONTE: Bacen</p><p>7. ASPECTOS INSTITUCIONAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO</p><p>Com a Constituição Federal de 1988, o sistema orçamentário federal passou a ser</p><p>regulado por três leis: Lei do Plano Plurinanual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e</p><p>Lei Orçamentária Anual (LOA). Após o ano de 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal.5</p><p>O quadro abaixo explica como é feito o orçamento.</p><p>5 Para mais informações sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal ver “Gestão Fiscal Responsável. Dicas sobre a Lei</p><p>de Responsabilidade Fiscal (LRF)”. Disponível: http://www.planejamento.gov.br/lrf/conteudo/publicacoes/dicas.htm</p><p>56</p><p>Para saber mais sobre o PPA 2004-2007 que tomou o nome de Plano Brasil - Um País de Todos, clique no endereço</p><p>www.planobrasil.gov.br.</p><p>O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional até o dia 15 de</p><p>abril de cada ano. A LDO estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro subsequente; orienta a elaboração do</p><p>Orçamento; dispõe sobre alteração na legislação tributária; estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento.</p><p>Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal elabora a proposta orçamentária para o ano</p><p>seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação</p><p>constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de</p><p>cada ano. Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação</p><p>econômica do país e suas perspectivas.</p><p>O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual, as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas</p><p>naquele ano. A Lei Orçamentária disciplina todas as ações do governo federal. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora</p><p>do Orçamento, mas nem tudo é feito pelo governo federal. As ações dos governos estaduais e municipais devem estar registradas</p><p>nas leis orçamentárias dos Estados e municípios.</p><p>No Congresso, deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamentos e Planos a proposta enviada pelo Executivo,</p><p>fazem as modificações que julgam necessárias através das emendas e votam o projeto. A Constituição determina que o Orçamento</p><p>deve ser votado e aprovado até o final de cada Legislatura.</p><p>Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo Presidente da República e se transforma em Lei.</p><p>A Lei Orçamentária brasileira estima as receitas e autoriza as despesas de acordo com a previsão de arrecadação. Se durante o</p><p>exercício financeiro houver necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo</p><p>submete ao Congresso Nacional projeto de lei de crédito adicional. Por outro lado, crises econômicas mundiais como aquelas que</p><p>ocorreram na Rússia e Ásia obrigaram o Poder Executivo a editar Decretos com limites financeiros de gastos abaixo dos limites</p><p>aprovados pelo Congresso. São chamados de Decretos de Contingenciamento em que são autorizadas despesas no limite das</p><p>receitas arrecadadas.</p><p>A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000 pelo Congresso Nacional introduziu novas responsabilidades para o</p><p>administrador público com relação aos orçamentos da União, dos Estados e municípios, como limite de gastos com pessoal,</p><p>proibição de criar despesas de duração continuada sem uma fonte segura de receitas, entre outros. A Lei introduziu a restrição</p><p>orçamentária na legislação brasileira e cria a disciplina fiscal para os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.</p><p>O Orçamento brasileiro tem um alto grau de vinculações - transferências constitucionais para Estados e municípios, manutenção do</p><p>ensino, seguridade social, receitas próprias de entidades, etc que tornam o processo orçamentário extremamente rígido. Esse</p><p>excesso de vinculações e carimbos ao Orçamento levou o governo federal a propor a DRU - Desvinculação de Recursos da União,</p><p>através de emenda constitutucional, o que irá trazer maior flexibilidade à execução orçamentária.</p><p>FONTE: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (http://www.planejamento.gov.br)</p><p>O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo Orçamento Fiscal, da Seguridade e pelo Orçamento de Investimento das</p><p>empresas estatais federais. A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a responsabilidade pelo sistema de</p><p>Planejamento e Orçamento que tem a iniciativa dos seguintes projetos de lei:</p><p>Plano Plurianual (PPA)</p><p>De Diretrizes Orçamentárias (LDO)</p><p>De Orçamento Anual (LOA)</p><p>O Projeto de Lei do PPA define as prioridades do governo por um período de quatro anos e deve ser enviado pelo Presidente da</p><p>República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato.</p><p>De acordo com a Constituição Federal, o Projeto de Lei do PPA deve conter "as diretrizes, objetivos e metas da administração</p><p>pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada". O</p><p>PPA estabelece a ligação entre as prioridades de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual.</p><p>COMO É FEITO O ORÇAMENTO</p><p>http://www.planobrasil.gov.br/</p><p>http://www.planejamento.gov.br/lrf/index.asp</p><p>http://www.planejamento.gov.br/orcamento/conteudo/sistema_orcamentario/dru.htm</p><p>57</p><p>8. FISCALIZAÇÃO</p><p>O Tribunal de Contas da União (TCU) faz auditoria nas contas dos administradores</p><p>públicos vinculados à União. Os Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) faz auditoria nas contas</p><p>dos administradores públicos vinculados ao Estado. Ex: Banrisul.</p><p>Alguns municípios têm Tribunal de Contas próprio, por exemplo, a cidade de São Paulo.</p><p>Questões Conceituais:</p><p>1. Quando o governo gasta mais do que arrecada suas contas entram em déficit, que podem ser nominal</p><p>ou total, operacional, e primário. O que diferencia cada um deles.</p><p>2. O déficit do setor público pode ser financiado? Explique quais são as alternativas.</p><p>3. É possível o setor público desempenhar todas as suas funções de maneira harmônica? Comente.</p><p>4. Cite e explique os dois princípios fundamentais da tributação.</p><p>5. A estrutura tributária pode ser regressiva, progressiva e proporcional. Explique o que significa cada</p><p>uma delas e diga qual é a predominante para o caso da economia brasileira.</p><p>6. Coloque F (falso) ou V (verdadeiro), justificando quando falso:</p><p>a. ( ) o ICMS é tipicamente um imposto direto.</p><p>b. ( ) se, com o aumento das alíquotas do imposto sobre a renda das famílias forem gerados recursos</p><p>adicionais utilizados para maiores gastos sociais pelo governo, a demanda agregada não variará.</p><p>c. ( ) os bens públicos são consumidos individualmente e seu benefício para cada cidadão é difícil de</p><p>ser medido.</p><p>d. ( ) os chamados impostos indiretos têm essa denominação por incidirem sobre a renda e a riqueza</p><p>dos indivíduos.</p><p>e. ( ) a estrutura tributária brasileira beneficia a classe de renda mais baixa por estar baseada em altas</p><p>alíquotas de imposto de renda e baixas alíquotas</p><p>de impostos sobre o consumo.</p><p>f. ( ) a carga tributária é obtida da relação entre o PIB e o total de arrecadação do governo.</p><p>g. ( ) quanto maior for o PIB menor será a carga tributária.</p><p>h. ( ) o conceito de déficit primário inclui os juros pagos de dívida passada.</p><p>i. ( ) o imposto sobre produtos industrializados pode ser caracterizado como imposto direto</p><p>j.( ) no cálculo do déficit público, segundo o conceito operacional, incluem-se os juros bem como as</p><p>despesas com correção monetária das dívidas interna e externa</p><p>k. ( ) o superávit primário é considerado como sendo a diferença entre a receita e os gastos com juros</p><p>do Governo.</p><p>l. ( ) o governo possui dois principais tipos de gastos: gastos públicos e gastos correntes.</p><p>7. Classifique os impostos abaixo em imposto direto (D) ou imposto indireto (I):</p><p>( ) ICMS</p><p>( ) IPI</p><p>( ) IPTU</p><p>( ) CPMF</p><p>( ) IPVA</p><p>( ) ITR</p><p>58</p><p>CAPÍTULO 5 – CONCEITO E CÁLCULO DOS AGREGADOS MACROECONÔMICOS</p><p>O que veremos?</p><p>Valor adicionado, renda e dispêndio</p><p>Produto, renda e dispêndio: da economia fechada à economia aberta</p><p>Informações Conjunturais sobre o PIB no Brasil</p><p>Problemas com as medidas agregadas</p><p>Conceitos Básicos: Valor Adicionado, Renda e Dispêndio</p><p>1. O CONCEITO DE VALOR ADICIONADO: O PRODUTO NACIONAL</p><p>O conceito de valor adicionado é entendido como:</p><p>Valor Adicionado = Valor Bruto de Produção (VBP) – Consumo de Produtos Intermediários</p><p>(matérias-primas e componentes)</p><p>O Valor Bruto de produção (VBP): é o faturamento, a receita de vendas, de cada setor</p><p>produtivo. Retirando da receita de vendas os gastos com a compra de bens intermediários, o</p><p>que sobra é a remuneração dos fatores de produção de cada setor, mas o valor total, i.e., sem</p><p>discriminar quanto foi pago em salários, ou juros, ou aluguéis, ou lucros.</p><p>O conceito de valor adicionado é uma forma alternativa e a mais operacional para medir</p><p>o produto e a renda nacional do que diretamente pela soma de produtos finais, já que a</p><p>conceituação de bem final não é muito simples; depende do uso que se fará posteriormente,</p><p>sendo difícil aferi-lo a partir do fabricante. Por exemplo, a gasolina vendida nos postos pode ser</p><p>utilizada tanto como bem final para o consumidor, como bem intermediário para uma empresa.</p><p>Para exemplificar o conceito de valor adicionado, utilizaremos a produção de pão.</p><p>Trigo Farinha Pão</p><p>(a) receita de</p><p>vendas (VBP)</p><p>100 400</p><p>1.000</p><p>PN=DN=1.000</p><p>(b) Compras</p><p>intermediárias</p><p>0 100 400</p><p>Valor adicionado</p><p>(a-b)</p><p>100 + 300 + 600 =1.000 = RN</p><p>Renda paga</p><p>pelo setor de</p><p>trigo aos</p><p>fatores de</p><p>produção</p><p>(VA trigo)</p><p>Renda paga</p><p>pelo setor de</p><p>farinha aos</p><p>fatores de</p><p>produção</p><p>(VA farinha)</p><p>Renda paga</p><p>pelo setor de</p><p>panificação</p><p>aos fatores</p><p>de produção</p><p>(VA pão)</p><p>O problema de dupla contagem no cálculo do produto pode ser resolvido de duas</p><p>formas:</p><p>59</p><p>1. computar, na apuração do produto, somente o valor dos bens e serviços finais. No exemplo,</p><p>somente seria computado o valor dos pães, que é o produto final (não é utilizado para a</p><p>produção de outros bens);</p><p>2. computar, na apuração do produto, somente os valores adicionados em cada etapa do</p><p>processo de produção. Assim, seriam computados o valor da produção do trigo na fazenda e</p><p>os valores agregados (de salários, juros, lucros, aluguéis) pelo moinho e pela padaria.</p><p>O exemplo acima mostra o método do valor adicionado.</p><p>O valor adicionado está diretamente relacionado ao segundo conceito macroeconômico básico:</p><p>o de renda nacional (remunerações pagas aos fatores de produção mobilizados pelas</p><p>empresas.</p><p>2. O CONCEITO DE RENDA NACIONAL(RN)</p><p>A Renda Nacional é a soma dos pagamentos feitos aos fatores de produção que foram</p><p>utilizados para a obtenção do produto nacional.</p><p>EXEMPLO: Empresa agrícola que use trabalho, terra, máquinas e equipamentos, e capital de</p><p>giro = para produzir arroz e soja.</p><p>PRODUÇÃO RENDA</p><p>VT da produção de arroz 600 Total de pgtos de: w 800</p><p>VT da produção de soja 400 aluguel 80</p><p>Juros pagos 20</p><p>Lucro 100</p><p>Total 1000 Total 1000</p><p>OBS: não incorpora os insumos intermediários</p><p>3. CONCEITO DE DESPESA NACIONAL(DN)</p><p>Um terceiro conceito diz respeito à destinação que é dada ao produto e à renda</p><p>nacional. Ou seja, o Produto nacional também pode ser medido pela ótica das despesas</p><p>realizadas pelos agentes, ou seja, consumidores, empresas, governo e estrangeiros.</p><p>As nações produzem bens e serviços que se destinam a duas grandes categorias de dispêndio</p><p>nacional - o consumo e a acumulação.</p><p>A soma do consumo e da acumulação está representada pelos investimentos em bens de</p><p>capital, é igual ao dispêndio nacional.</p><p>A renda, o produto e o dispêndio nacional são expressões contabilmente equivalentes. São três</p><p>abordagens diferentes de avaliação, que conduzem a mensurações iguais.</p><p>ENTÃO: A IDENTIDADE BÁSICA DAS CONTAS NACIONAIS:</p><p>PN = RN = DN</p><p>Para que essa tríplice igualdade se realize, o total de investimento em acumulação deve se</p><p>igualar ao total de renda poupada, não consumida.</p><p>Por que isso ocorre?</p><p>60</p><p>Nesse nosso modelo simplificado de economia sem governo, sem formação de capital e</p><p>fechada não existem estoques, ou seja, a empresa vende tudo o que produz. Então,</p><p>Produção (PN) = Vendas (DN)</p><p>Como no agregado são excluídas as compras de bens intermediários, a empresa gasta</p><p>com pagamentos a fatores de produção tudo o que recebe pela venda de bens e serviços que</p><p>são os salários, juros, aluguéis e lucros.</p><p>Como os gastos das empresas com fatores de produção é a própria Renda Nacional,</p><p>segue que:</p><p>PN= DN= RN</p><p>Ou seja, são três diferentes óticas conceitualmente diferentes para medir a atividade</p><p>econômica, mas conduzindo ao mesmo resultado numérico.</p><p>PRIMEIRA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA FECHADA, SEM GOVERNO E SEM FORMAÇÃO DE</p><p>CAPITAL</p><p>- Dois agentes econômicos: empresas e indivíduos</p><p>Nesse sistema simplificado, todas as decisões partem das famílias. As empresas que</p><p>são de propriedade de seus acionistas são abstrações jurídicas, representado o local onde se</p><p>organiza a produção.</p><p>Os bens intermediários, como matérias-primas, componentes, energia são insumos que</p><p>entram no processamento de outros bens, ou seja, são transações de empresas a empresas,</p><p>que se compensam na agregação das unidades produtoras. Assim, só se consideram os bens</p><p>finais e os custos de produção das empresas no sistema agregado, não incluem o custo dos</p><p>insumos intermediários.</p><p>Por que considerar apenas os bens finais?</p><p>Se forem somados os valores brutos da produção de bens e serviços de todas as</p><p>unidades produtivas do país, pode-se incorrer no chamado erro de dupla ou múltipla</p><p>contagem. Por exemplo: se forem somados o valor da produção de trigo da fazenda, o da</p><p>farinha produzida pelo moinho, o dos pães produzidos pela padaria, estariam somados o valor</p><p>do trigo da fazenda três vezes, o da farinha produzida pelo moinho duas vezes e o dos pães</p><p>produzidos pela padaria uma vez.</p><p>Fluxo circular da renda</p><p>FAMÍLIAS</p><p>EMPRESAS</p><p>Pagamento de bens e serviços</p><p>Bens e serviços</p><p>Fatores produtivos</p><p>Salários, aluguéis, juros e lucros</p><p>As famílias entregam às empresas os fatores de produção e, em troca, recebem</p><p>salários, aluguéis, juros e lucros. Para sua sobrevivência, as famílias — pessoas físicas —</p><p>61</p><p>precisam adquirir bens e serviços produzidos pelas empresas.</p><p>Para adquirir esses bens e</p><p>serviços, as famílias cederão, em troca, aquilo que receberam como salários, aluguéis, juros e</p><p>lucros. Nesse processo, são identificados dois fluxos: um de produtos (bens e serviços) e outro</p><p>de renda (salários, aluguéis, juros e lucros). Isso é o que ocorre no dia-a-dia da economia.</p><p>Esses fluxos caracterizam o que conhecemos como fluxo circular da renda.</p><p>O fluxo circular da renda pode ser analisado sob o ponto de vista do fluxo real (fluxo de</p><p>fatores de produção e fluxo de bens e serviços finais) ou de sua expressão em moeda - o fluxo</p><p>monetário.</p><p>O fluxo monetário é medido pelo dispêndio das famílias em bens e serviços finais</p><p>produzidos pelas empresas ou pela remuneração percebidas pelas famílias em troca dos</p><p>fatores de produção.</p><p>Há uma equivalência entre o fluxo de dispêndio de bens e serviços finais (produtos) e o</p><p>fluxo da remuneração dos fatores produtivos. Daí surge a identidade renda ≡ produto.</p><p>O fluxo monetário representa a contrapartida pelo fluxo real, i.e., pelo fornecimento de</p><p>bens e serviços, e serviços dos fatores de produção. A remuneração dos fatores de produção</p><p>constitui-se de: salários (w), juros (j), aluguéis (a) e lucros (l).</p><p>Pelo lado das famílias, proprietárias dos fatores de produção, trata-se de rendimentos;</p><p>pelo ângulo das empresas, representam custos de produção.</p><p>SEGUNDA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA FECHADA, SEM GOVERNO E COM FORMAÇÃO DE</p><p>CAPITAL</p><p>Até aqui consideramos que as famílias apenas consomem e que as firmas só produzem</p><p>bens que são consumidos pelas famílias (bens de consumo). Mas, consideraremos agora que</p><p>as famílias poupam e as empresas adquirem bens de capital. Disso, a necessidade de</p><p>introduzir dois novos conceitos:</p><p>CONCEITO DE POUPANÇA:</p><p>Poupança = parcela da renda não consumida no período, i.e., da renda gerada (w, j, a, l),</p><p>parte não é gasta em bens de consumo.</p><p>S= RN - C</p><p>onde C= Consumo Agregado</p><p>CONCEITO DE INVESTIMENTO:</p><p>O Produto Nacional é composto por dois tipos de bens:</p><p>1. bens de consumo: consumidos como um fim em si mesmo;</p><p>2. bens de investimentos: não são consumidos, fazendo parte da produção, e têm como</p><p>objetivo aumentar a riqueza da nação, isto é, sua capacidade produtiva.</p><p>Então, o investimento pode ser definido como:</p><p>- o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da economia (Taxa de</p><p>acumulação de capital);</p><p>62</p><p>- o gasto em bens produzidos, mas que não foram consumidos no próprio período e que serão</p><p>utilizados para consumo futuro, ou seja:</p><p>I = PN – C</p><p>Quais bens são produzidos e não consumidos no período?</p><p>1. máquinas, equipamentos e imóveis: investimento em bens de capital (Ibk);</p><p>2. variação de estoques (produtos acabados e intermediários): ∆E</p><p>Assim, os componentes do Investimento são:</p><p>I = Ibk + ∆E</p><p>A distinção entre Ibk e ∆E é necessária:</p><p>Ibk : é deliberada e planejada</p><p>∆ E: não é planejada e depende das oscilações de mercado.</p><p>O CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO:</p><p>A depreciação (d) é o consumo do estoque de capital físico, em dado período. Ou seja,</p><p>o bem de capital é consumido, no sentido de que sofre um desgaste, só que, diferentemente</p><p>dos bens de consumo, em parcelas, até virar sucata. Isso permite introduzir outros conceitos:</p><p>Investimento líquido (IL) = IB – d</p><p>Produto Nacional Liquido (PNL) = PNB – d</p><p>O dispêndio passa a ser dividido agora em gastos com consumo e gastos com a</p><p>acumulação. Do total de produto e renda gerados, parte será destinada para os bens de</p><p>consumo final e outra para bens de consumo duráveis e investimentos.</p><p>TERCEIRA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA A TRÊS SETORES E AINDA FECHADA</p><p>Agentes: famílias, empresas e governo</p><p>O governo obtém sua renda através:</p><p>- Receitas tributárias: com impostos indiretos (Ti) como ICMS e IPI e impostos diretos (Td)</p><p>como IR, IPTU e ITR.</p><p>- Receitas não tributárias: contribuições à previdência social com os encargos trabalhistas e</p><p>outras receitas do governo como taxas (pedágios, multas e etc,).</p><p>O governo gasta suas rendas em: Consumo (C), Investimento (I), Transferências (Tr),</p><p>Subsídios (Sub).</p><p>IMPORTANTE:</p><p>- Se os gastos do Governo superaram a arrecadação: déficit primário ou fiscal;</p><p>- Se a arrecadação do Governo superar os gastos: superávit primário ou fiscal.</p><p>Com a presença do governo no modelo simples de economia, têm-se a introdução de</p><p>dois novos conceitos:</p><p>PN a custo de fatores (PNcf) = medido a partir dos valores que refletem os custos de</p><p>produção, a remuneração aos fatores (w + j+ a + l). Incluindo ainda os subsídios (Sub).</p><p>PN a preços de mercado (PNpm) = medido a partir dos valores transacionados no mercado.</p><p>Adicionando o custo dos tributos indiretos (Ti).</p><p>63</p><p>Temos:</p><p>PNcf: PNpm – Ti + Sub</p><p>PNpm: PNcf + Ti – Sub</p><p>Outros ajustamentos na renda nacional que levam aos conceitos de Renda Pessoal e de</p><p>Renda Pessoal Disponível.</p><p>Renda Pessoal: quantias recebidas pelas famílias e empresas individuais,</p><p>Renda pessoal Disponível: montante de recursos financeiros de que as famílias e empresas</p><p>individuais podem dispor após o cumprimento de suas obrigações fiscais para com o governo.</p><p>Somam-se aqui as transferências do governo para a sociedade como por exemplo o</p><p>pagamento de aposentadoria.</p><p>ENTÃO O FLUXO CIRCULAR DA RENDA FICA AGORA:</p><p>EMPRESAS</p><p>FAMÍLIAS</p><p>GOVERNO</p><p>SUBSÍDIOS</p><p>TRIBUTOS</p><p>TRIBUTOS</p><p>TRANSFERÊNCIAS</p><p>FP</p><p>REMUNERAÇÃO</p><p>DOS FATORES</p><p>Os impactos da presença do governo nos conceitos e nos fluxos de produto, renda e</p><p>dispêndio são:</p><p>PNB – depreciação – PNLpm - tributos indiretos líquidos = PNLcf = Renda Nacional – tributos</p><p>diretos líquidos = renda pessoal disponível (que será gasta em consumo ou em</p><p>acumulação)</p><p>QUARTA SUPOSIÇÃO: ECONOMIA A TRÊS SETORES E ABERTA</p><p>Agrega com isso as variáveis relativas a uma economia aberta para o resto do mundo.</p><p>CONCEITO DE EXPORTAÇÃO (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e</p><p>serviços; ou seja, os gastos do setor externo com nossas empresas;</p><p>CONCEITO DE IMPORTAÇÃO (M): são nossas compras com bens e serviços do exterior,</p><p>quanto gastamos com o resto do mundo. Parte da renda gerada no país que vaza para fora.</p><p>Obs: A partir da consideração do resto mundo no nosso modelo simplificado de economia,</p><p>temos: o produto nacional difere do produto interno, já que agora temos que levar em</p><p>consideração que alguns fatores utilizados no processo produtivo são de propriedade de</p><p>residentes no exterior. Da mesma forma que alguns residentes no país tem fatores de</p><p>produção que são utilizados em outros países.</p><p>64</p><p>No modelo de economia aberta ao resto do mundo, é necessário fazer a distinção dos</p><p>seguintes conceitos:</p><p>PRODUTO INTERNO BRUTO = mede a renda que é produzida dentro das fronteiras</p><p>nacionais, não importando quem obtenha a renda.</p><p>RENDA LÍQUIDA DE FATORES EXTERNOS (RLFE): é a remuneração dos gastos dos ativos</p><p>pertencentes a estrangeiros. Divide-se em:</p><p>- RENDA ENVIADA AO EXTERIOR (RE): parte do que foi produzido internamente não</p><p>pertence aos nacionais, principalmente o capital e a tecnologia. A remuneração desses fatores</p><p>vai para fora do país, na forma de remessa de lucros, royalties, juros e assistência técnica.</p><p>- RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RR): recebemos renda devido à produção de nossas</p><p>empresas operando no exterior. Assim:</p><p>RLFE = RR – RE</p><p>Teremos então o conceito de:</p><p>PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais,</p><p>incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o</p><p>exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. Portanto:</p><p>PNB = PIB + RLFE</p><p>(PNB = PIB + RR – RE)</p><p>E</p><p>PIB = PNB – RLFE</p><p>(PIB= PNB - RR + RE)</p><p>Se:</p><p>RE > RR, temos que RLFE 0, então: PNB > PIB</p><p>O Brasil bem como a quase totalidade dos países emergentes, inclui-se no primeiro caso, em</p><p>que o PIB</p><p>supera o PNB, devido às altas remessas de juros, lucros e royalties aos</p><p>estrangeiros. Aqui, como a RLFE é negativa, ela é chamada de Renda Líquida Enviada ao</p><p>Exterior.</p><p>O FLUXO CIRCULAR DA RENDA FICA :</p><p>EMPRESAS</p><p>FAMÍLIAS</p><p>GOVERNO</p><p>RESTO</p><p>DO</p><p>MUNDO</p><p>RE AO EXTERIOR</p><p>RR DO EXTERIOR</p><p>65</p><p>No modelo completo de economia, os conceitos convencionais dos agregados</p><p>macroeconômicos são:</p><p>PIB – renda liquida enviada ao exterior = PNB – depreciação = PNLpm – tributos indiretos</p><p>menos subsísios = renda nacional – tributos diretos menos transferência = renda pessoal</p><p>disponível.</p><p>Resumo:</p><p>Em Contas Nacionais o acompanhamento dos fluxos de produção, geração da renda e de</p><p>despesa num período permite que se calcule o valor adicionado bruto ou produto interno bruto</p><p>de uma economia, por três óticas: do produto, da renda e da despesa:</p><p>Ótica do produto: PIB = Valor da produção – Valor Consumos intermediários</p><p>Ótica da renda: RIB = soma das remuneração aos fatores de produção</p><p>Ótica da despesa: DIB = soma dos gastos finais na economia em bens e serviços, nacionais e</p><p>importados.</p><p>PIB = mede o total do valor adicionado produzido por firmas operando no país, independente</p><p>da origem de seu capital.</p><p>RIB = mede a contribuição dos fatores de produção independentemente da nacionalidade dos</p><p>possuidores desses fatores.</p><p>Preços a custos de fatores: (PIBcf: PIBpm – Ti + sub)</p><p>Preço de mercado: (PNpm: PNcf + Ti – sub)</p><p>PIL = PIB – d</p><p>RIL = RIB – d</p><p>PNB = (valor produção – valor dos consumos intermediários) + RLFE</p><p>RNB = soma das remunerações dos fatores de produção pagas a residentes.</p><p>A CONTABILIDADE SOCIAL</p><p>Os agregados macroeconômicos que discutimos até agora são calculados com base em</p><p>dois sistemas principais de contabilidade social: o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de</p><p>Insumo-Produto.</p><p>Na forma original, o sistema de contas nacionais é baseado em quatro contas, relativas</p><p>à produção, apropriação ou (utilização) da renda e acumulação (ou formação de capital) dos</p><p>agentes econômicos (famílias, empresas, setor público e setor externo).</p><p>- Conta Produto Interno Bruto (produção);</p><p>- Conta Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação);</p><p>- Conta Transações Correntes com o resto do mundo;</p><p>- Conta de Capital.</p><p>Os lançamentos das transações são feitos de acordo com o método das partidas</p><p>dobradas (débito e crédito).</p><p>Por exemplo:</p><p>Conta do produto interno bruto: temos no lado do débito o pagamento das unidades</p><p>produtivas aos fatores de produção, incluindo os impostos indiretos (menos os subsídios) e, no</p><p>lado do crédito, o que as empresas receberam dos agentes que adquiriram os bens e serviços</p><p>finais.</p><p>Conta da renda nacional disponível líquida: no lado do débito está como as famílias e o</p><p>governo utilizam a renda recebida e, no lado do crédito, as rendas recebidas pelas famílias e</p><p>66</p><p>pelo governo mais o resultado líquido dos recebimentos e das transferências com o exterior. Os</p><p>subsídios e a depreciação entram com sinal negativo.</p><p>Conta transações correntes com o resto do mundo: no lado do débito estão os gastos</p><p>dos não-residentes com os bens produzidos internamente (exportações CIF), os rendimentos e</p><p>as transferências recebidas do resto do mundo, bem como a poupança externa. No lado do</p><p>crédito, estão as compras realizadas por residentes de bens e serviços produzidos no exterior</p><p>(importações CIF) e os pagamentos e as transferências pagas aos não-residentes.</p><p>Conta de capital: no débito, estão os gastos com a formação de capital, incluindo a</p><p>depreciação, e, no lado do crédito, a fonte de recursos para os investimentos, ou seja, a</p><p>poupança dos agentes econômicos.</p><p>Na nova metodologia o sistema é composto pelas Tabelas de Usos e Recursos de Bens</p><p>e Serviços (TRU) e pelas chamadas Contas Econômicas Integradas (CEI).</p><p>No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula o PIB e</p><p>apresenta o resultado anual na periodicidade de trimestres. Veja a tabela abaixo que mostra a</p><p>composição do PIB sob as três óticas.</p><p>67</p><p>Composição do Produto Interno Bruto sob as três óticas – 1999 a 2003</p><p>68</p><p>Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita, população residente e deflator implícito</p><p>do PIB – 1999 a 2003</p><p>A Tabela Resumo, a seguir, apresenta os principais resultados para o Produto Interno</p><p>Bruto (PIB) a preços de mercado referentes aos cinco últimos trimestres.</p><p>Taxas (%)</p><p>3º Trim</p><p>2005</p><p>4º Trim</p><p>2005</p><p>1º Trim</p><p>2006</p><p>2º Trim</p><p>2006</p><p>3º Trim</p><p>2006</p><p>Acumulado ao longo</p><p>do ano / mesmo</p><p>período do ano</p><p>anterior - Tabela 3</p><p>2,6 2,3 3,3 2,2 2,5</p><p>Últimos quatro</p><p>trimestres / quatro</p><p>trimestres</p><p>imediatamente</p><p>anteriores - Tabela 4</p><p>3,1 2,3 2,4 1,7 2,3</p><p>Trimestre / mesmo</p><p>trimestre do ano</p><p>anterior - Tabela 2</p><p>1,0 1,4 3,3 1,2 3,2</p><p>Trimestre / trimestre</p><p>imediatamente</p><p>anterior (com ajuste</p><p>sazonal) - Tabela 7</p><p>(-) 1,1 1,2 1,2 0,4 0,5</p><p>Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais</p><p>Para outras informações sobre o PIB brasileiro ver Indicadores IBGE. Contas Nacionais</p><p>Trimestrais. Indicadores de Volume. julho/setembro 2006 (disponível: http://www.ibge.gov.br).</p><p>69</p><p>ALGUNS PROBLEMAS COM AS MEDIDAS DE RENDA E DO PRODUTO</p><p>- Questão da economia subterrânea: atividades gerais do cotidiano, atividades informais e etc.</p><p>- Variações reais ou variações nominais</p><p>- As comparações internacionais</p><p>- Produto nacional como medida do padrão de bem-estar</p><p>Questões conceituais:</p><p>1. O que representa o PIB e o PIB per capita de uma economia?</p><p>2. No Brasil, a renda enviada (RE) supera a renda recebida (RR) do exterior, o que faz com que</p><p>tenhamos uma renda líquida de fatores externos (RLFE) negativa. Qual o maior: o PNB ou o PIB?</p><p>Comente.</p><p>3. Qual é a diferença entre Produto Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)? Explique.</p><p>4. O que é valor adicionado (VA)? Exemplifique.</p><p>5. Comente os principais problemas com as medidas agregadas da economia.</p><p>Questões Aplicadas:</p><p>1. Observe a seguinte passagem:</p><p>“Transformar crescimento econômico em bem-estar para todos é o grande desafio enfrentado pelos</p><p>diversos países e suas comunidades, na redução das desigualdades existentes nas sociedades</p><p>nacionais e entre elas”.</p><p>(fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -PNUD)</p><p>Levando em consideração essa assertiva, responda:</p><p>a) Costuma-se fazer uma distinção entre “crescimento” e “desenvolvimento” econômico. Considerando a</p><p>citação acima, qual seria a diferença entre esses dois conceitos?</p><p>b) Um Produto Interno Bruto (PIB) elevado reflete necessariamente um país com bons indicadores de</p><p>desenvolvimento humano e econômico? Justifique sua resposta.</p><p>2. Um agricultor colhe um hectare de trigo e vende a um moleiro por $1,00. O moleiro transforma o trigo</p><p>em farinha, e depois vende a farinha a um padeiro por $3,00. O padeiro usa a farinha para fazer o pão, e</p><p>vende o pão a um engenheiro por $6,00. O engenheiro come o pão. Qual é o valor agregado por cada</p><p>pessoa? Qual é o PIB?</p><p>3. Considere uma economia que produz e consome pão e automóveis. A tabela a seguir contém dados</p><p>de dois anos diferentes.</p><p>Ano 2000 Ano 2010</p><p>Preço ($) Quantidade Preço ($) Quantidade</p><p>Automóveis 60.000,00 110 70.000,00 130</p><p>Pão 12,00 510.000 25,00 410.000</p><p>a) Tomando 2000 como ano-base, calcule as seguintes estatísticas: PIB nominal dos dois anos, PIB real</p><p>do ano de 2010 e taxa de crescimento real.</p><p>4. Dados em bilhões de R$:</p><p>- PIB 870</p><p>- Tributos indiretos 100</p><p>- Tributos diretos 80</p><p>- Subsídios empresas privadas 10</p><p>- Pagamento Aposentadoria 40</p><p>70</p><p>- Depreciação ativos fixos 25</p><p>- Renda recebida exterior 02</p><p>- Renda enviada ao exterior 07</p><p>Pede-se:</p><p>a) PIBpm = 870+ Ti-Suib = 870 + 100 – 10= 960</p><p>b) PNBpm = PIB + RLE = 960 + (-5) = 955</p><p>c) PNLcf = 955 – d – Ti + sub = 955 – 25 – 100 + 10 = 840</p><p>d)RPD = 840 – Td + Tr = 840 – 80 +40 = 800</p><p>5. Uma economia hipotética apresentou os seguintes resultados para o PIB nominal:</p><p>PIB nominal (R$)</p><p>Ano 1990 1.520.000.000</p><p>Ano 1995 1.980.000.000</p><p>O Índice de Laspeyres, tendo 1990 como ano-base, foi de 120. Pergunta-se: qual é a taxa de</p><p>crescimento real do PIB no período? Explique.</p><p>71</p><p>CAPÍTULO 6 – A ECONOMIA NACIONAL E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS</p><p>O Que veremos?</p><p>Teoria das trocas internacionais</p><p>Taxa de Câmbio</p><p>Balanço de Pagamentos</p><p>Instrumentos de Ajuste dos Fluxos Externos</p><p>Organismos Internacionais</p><p>FUNDAMENTOS DE ECONOMIA INTERNACIONAL</p><p>Dentro da Economia Internacional, costuma-se dividir as questões teóricas em dois</p><p>grandes blocos: os aspectos microeconômicos, ou a teoria do comércio internacional, e os</p><p>aspectos macroeconômicos, relativos à taxa de câmbio, aos termos de troca e ao balanço de</p><p>pagamentos.</p><p>1. TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL</p><p>O que leva os países a comercializarem entre si? Muitas explicações podem ser</p><p>levantadas, como a diversidade de condições de produção (a Noruega dificilmente produzirá</p><p>bananas), ou a possibilidade de redução de custos (a obtenção de economias de escala) na</p><p>produção de determinado bem comercializado em um mercado global. Os economistas</p><p>clássicos forneceram a explicação teórica básica para o comércio internacional através do</p><p>princípio das vantagens comparativas.</p><p>O princípio das vantagens comparativas sugere que cada país deva se especializar na</p><p>produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo</p><p>relativamente menor). Essa será, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse</p><p>mesmo país deverá importar aqueles bens cuja produção implicar custo relativamente maior</p><p>(cuja produção é relativamente menos eficiente). Desse modo, explica-se a especialização dos</p><p>países na produção de bens diferentes, a partir da qual concretiza-se o processo de troca entre</p><p>eles.</p><p>A teoria clássica do comércio internacional</p><p>A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada de modo bastante simples por</p><p>David Ricardo. No seu modelo, um exemplo numérico, existem 2 países (Inglaterra e Portugal),</p><p>dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão-de-obra). Implicitamente,</p><p>Ricardo considera um ambiente de concorrência perfeita, tanto em relação aos produtos como</p><p>no que concerne ao mercado de fatores. Uma característica importante desse modelo é a</p><p>inexistência de mobilidade internacional da mão-de-obra. Através de coeficientes técnicos fixos</p><p>de produção, obtém-se a produção dos bens mencionados, conforme o quadro:</p><p>QUANTIDADE DE HOMENS/HORA PARA A PRODUÇÃO DE UMA UNIDADE DE</p><p>MERCADORIA</p><p>Tecido Vinho</p><p>Inglaterra 100 120</p><p>Portugal 90 80</p><p>Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo na produção de ambas as mercadorias.</p><p>Relativamente, entretanto, o custo de produção de tecidos em Portugal é maior que o da</p><p>produção de vinho; na Inglaterra, o custo da produção de vinho é maior que o da produção de</p><p>tecidos. Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho e a</p><p>Inglaterra na produção de tecido. Segundo Ricardo, os dois países obtêm benefícios ao</p><p>especializar-se na produção da mercadoria em que possuem vantagem comparativa,</p><p>72</p><p>exportando-a, e importando o outro bem. Não importa aqui o fato de que um país possa ter</p><p>vantagem absoluta em ambas as linhas de produção.</p><p>Os benefícios da especialização e do comércio podem ser observados ao se comparar</p><p>uma situação sem e com comércio internacional.</p><p>Sem comércio internacional, na Inglaterra são necessárias 100 horas de trabalho para a</p><p>produção de uma unidade de tecido e 120 horas para a produção de uma unidade de vinho.</p><p>Desse modo, uma unidade de vinho deve custar 1,2 unidades de tecido (120/100). Por outro</p><p>lado, em Portugal essa unidade de vinho custa 0,89 unidades de tecido (80/90). Se houver</p><p>comércio entre os países, a Inglaterra poderá importar uma unidade de vinho por um preço</p><p>inferior a 1,2 unidades de tecido, e Portugal poderá comprar mais que 0,89 unidades de tecido</p><p>vendendo seu vinho.</p><p>Assim, por exemplo, se a relação de troca entre o vinho e o tecido for de uma para uma,</p><p>ambos os países sairão beneficiados. A Inglaterra, em autarquia (produzindo e consumindo</p><p>sem comércio internacional), gastará 120 horas de trabalho para obter uma unidade de vinho.</p><p>Com o comércio com Portugal, poderá utilizar apenas 100 horas de trabalho, produzir uma</p><p>unidade de tecido e trocá-la por uma unidade de vinho, poupando, portanto, 20 horas de</p><p>trabalho que poderiam ser utilizadas produzindo mais tecidos, obtendo maior nível de</p><p>consumo. O mesmo raciocínio vale para Portugal: em vez de gastar 90 horas produzindo uma</p><p>unidade de tecido, poderia usar apenas 80 produzindo uma unidade de vinho e trocá-la no</p><p>mercado internacional por uma unidade de tecido, também economizando 10 horas de</p><p>trabalho.</p><p>Assim, a Inglaterra deverá se especializar na produção de tecidos, exportando-os e</p><p>importando vinho de Portugal, que se especializará em tal produção e passará a importar</p><p>tecidos. Deste modo, supondo uma dada quantidade de recursos, um país poderá economizar</p><p>tais recursos através do comércio internacional.</p><p>A teoria desenvolvida por Ricardo — base do modelo clássico de comércio internacional</p><p>— constitui forte argumento em favor do comércio internacional e contra medidas</p><p>protecionistas, por apontar os benefícios desse comércio. Também fornece uma explicação</p><p>para o padrão do comércio internacional, estabelecido a partir do lado da oferta dos países. Os</p><p>países exportarão e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente</p><p>menor em relação aos demais países. É a partir de diferenças tecnológicas relativas, as quais</p><p>se manifestam em produtividades do trabalho ou coeficientes de produção diferentes, que</p><p>existem trocas internacionais.</p><p>Porém, tal teoria possui pressupostos bastante restritivos. Critica-se o modelo por não</p><p>fazer maiores considerações sobre a demanda e a estrutura de gostos e preferências dos</p><p>agentes. Resume-se a considerações estáticas, não dando atenção à evolução das estruturas</p><p>de oferta e demanda, bem como da relação de preço entre os produtos negociados no</p><p>mercado internacional.</p><p>Alguns críticos também apontam para as difuldades que existem em se tecer</p><p>comentários sobre o impacto do comércio na distribuição de renda dentro de um país. A partir</p><p>da teoria clássica do comércio internacional, pode-se concluir que a nação se beneficia com o</p><p>comércio, mas não se explicita quem se beneficia dentro do país, ou se há grupos</p><p>prejudicados.</p><p>A suposição do modelo clássico, de que há apenas um fator de produção operando a</p><p>partir de coeficientes técnicos fixos, mostrou-se bastante irrealista e incômoda para muitos</p><p>teóricos, que procuraram incorporar também o capital na função de produção dos países.</p><p>73</p><p>Assim, começou a ser constituída a teoria moderna do comércio internacional, que</p><p>modificou a explicação concernente à origem das vantagens comparativas.</p><p>A teoria moderna do comércio internacional</p><p>A idéia básica por trás da teoria moderna do comércio internacional é a de que os</p><p>países diferem quanto à dotação relativa de fatores de produção, que agora passam a ser tanto</p><p>a mão-de-obra quanto o capital. O modelo moderno básico é o chamado modelo de</p><p>Heckscher-Ohlin, dadas as contribuições desses dois economistas.</p><p>As vantagens do comércio continuam existindo: há ganho real de renda quando o país</p><p>passa da autarquia para uma situação de comércio internacional, ressaltando-se novamente as</p><p>vantagens do livre comércio.</p><p>Os países, segundo o modelo Heckscher-Ohlin, geralmente tendem a exportar produtos</p><p>que utilizam intensivamente o</p><p>temas que são objetos de</p><p>estudo da economia: escassez, recursos, emprego, produção, agentes, trocas, moedas, valor,</p><p>preço, mercado, concorrência, remuneração, agregados, transações, crescimento, equilíbrio e</p><p>desenvolvimento.</p><p>2.1. Alguns problemas econômicos</p><p>- Por que a alta do preço do cafezinho reduz a demanda por açúcar?</p><p>- Por que a renda dos agricultores se eleva quando ocorre uma estiagem que reduz a</p><p>produção?</p><p>- Por que é importante para um produtor saber a elasticidade demanda por seu produto?</p><p>- Por que a demanda por bens como carros ou apartamentos aumenta com o processo</p><p>inflacionário?</p><p>- Por que os aluguéis de imóveis em regiões universitárias geralmente costumam ser maiores</p><p>no início do período letivo?</p><p>- Como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma melhora na balança comercial?</p><p>- Por que o setor coureiro-calçadista do Rio Grande do Sul está em crise com o maior valor do</p><p>real frente ao dólar?</p><p>- Por que a taxa de juros é tão importante para os investimentos?</p><p>- De que forma a oferta de moeda na economia afeta a taxa de juros?</p><p>- Por que devemos nos preocupar com o PIB de um país?</p><p>- Quais os fatores que influenciam o crescimento econômico?</p><p>- A taxa de crescimento do PIB seria um bom indicador para o desenvolvimento de um país?</p><p>3. A QUANTIFICAÇÃO DA REALIDADE ECONÔMICA</p><p>O que distingue a economia de outros ramos do conhecimento social é a possibilidade</p><p>de alguma forma de mensuração. Em economia é possível:</p><p>7</p><p>- quantificar os resultados,</p><p>- construir identidades quantificáveis,</p><p>- estabelecer relações quantitativas entre diferentes categorias de transações,</p><p>- desenvolver modelos explicativos da realidade, baseados em sistemas de equações</p><p>simultâneas,</p><p>- proceder a análises fundamentais em parâmetros quantificados,</p><p>- desenvolver sistemas quantitativos para diagnóstico e prognóstico.</p><p>Esta particularidade da economia possibilitou o surgimento de correntes econômicas</p><p>fundamentadas no método matemático, com destaque para a econometria. O quadro abaixo</p><p>sintetiza as formas usuais de indicações quantitativas em economia.</p><p>Quadro 1 – A quantificação da realidade e as variáveis econômicas</p><p>Unidades</p><p>adotadas</p><p>Monetárias</p><p>- moeda corrente do país (a)</p><p>- divisas externas (b)</p><p>- relações cambiais entre (a) e (b)</p><p>Variáveis</p><p>econômicas</p><p>quantificáveis</p><p>Variáveis-fluxo</p><p>Variáveis-estoque</p><p>Indicam magnitudes medidas ao longo de</p><p>determinado período de tempo</p><p>Indicam magnitudes medidas em um determinado</p><p>momento</p><p>Relações</p><p>entre</p><p>variáveis</p><p>Relações funcionais</p><p>- lineares</p><p>- não-lineares</p><p>Relações</p><p>Incrementais</p><p>Relações Matriciais</p><p>Indicam relações entre duas variáveis,</p><p>expressando a correspondência funcional entre</p><p>elas.</p><p>Indicam variações cumulativas, no decurso de</p><p>séries históricas, entre duas variáveis.</p><p>Indicam a resposta de uma ou de um conjunto de</p><p>variáveis a determinada ação econômica.</p><p>Indicam a interdependência de conjuntos</p><p>interconsistentes de variáveis.</p><p>Formas</p><p>usuais de</p><p>indicações</p><p>quantitativas</p><p>Números-indices</p><p>Medidas de</p><p>tendência central</p><p>Quocientes</p><p>Coeficientes</p><p>Valores absolutos</p><p>Indicam variações de grupos, conjuntos ou de</p><p>agregações de dados econômicos.</p><p>Expressam em termos médios, medianos ou</p><p>modais a abservação de determinada situação ou</p><p>transação.</p><p>Resultado da divisão de variáveis econômicaas,</p><p>experessnado:</p><p>- variações ao longo do tempo.</p><p>- proporções em determinado momento.</p><p>Expressam parâmetros de correlação, simples ou</p><p>múltipla entre as variáveis econômicas.</p><p>Expressam graus de concentração (ou de</p><p>dispersão) de determinadas condições estruturais</p><p>da economia.</p><p>Expressam resultados de transações:</p><p>- específicas; de um dado agente, ou interagentes.</p><p>- da atividade econômica agragativamente</p><p>considerada.</p><p>8</p><p>4. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DO CONCEITO ECONOMIA</p><p>Em seu nascedouro, a denominação usual da economia era adjetivada. Denominava-se</p><p>economia política. Com o tempo, a adjetivação caiu em desuso; evoluiu para economia.</p><p>Mesmo que alguns filósofos da Grécia Antiga, como Platão e Aristóteles, tenham</p><p>explorado temas de conteúdo econômico, Roma não deixou nenhum escrito notável na área de</p><p>economia.</p><p>A partir do século XVI, observamos o nascimento do primeiro conjunto de idéias mais</p><p>sistematizadas sobre o comportamento econômico com o chamado Mercantilismo. Mas, tais</p><p>idéias estavam baseadas numa definição de economia como o ramo do conhecimento</p><p>essencialmente voltado para a administração do Estado, sob o objetivo de promover seu</p><p>fortalecimento.</p><p>No século XVIII, novas concepções se desenvolveram.</p><p>A abordagem clássica</p><p>A preocupação não era com o fortalecimento do estado, mas com a riqueza das</p><p>Nações. A fisiocracia elaborou alguns trabalhados dignos de destaque. Maior figura foi</p><p>François Quesnay e seu Quadro Econômico de 1758.</p><p>Adam Smith e suas obras Sentimentos Morais (1759) e A Riqueza das Nações (1776).</p><p>Os sentimentos morais, as paixões originais da natureza humana, a busca da aprovação</p><p>social, as razões maiores da acumulação e da conservação da fortuna material foram os</p><p>pressupostos de sua descrição da ordem econômica, fundamentada nas leis que regem a</p><p>formação, a acumulação, a distribuição e o consumo. Esse polinômio foi a base do conceito</p><p>clássico de economia. Os outros economistas clássicos na transição dos séculos XVIII e XIX,</p><p>como Robert Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill definiam a economia a partir destes</p><p>quatro fluxos.</p><p>Os neoclássicos</p><p>A ênfase dos primeiros neoclássicos (Jevons, Walras e Menger) não estava no</p><p>processo de acumulação capitalista e nos mecanismos de repartição dos esforços sociais. Eles</p><p>buscaram entender o equilíbrio do processo econômico, tal como se apresentava. Estavam</p><p>preocupados com a iniqüidade social mas não propuseram formas alternativas e</p><p>revolucionárias para a organização econômica da sociedade. Eles sintetizaram os fundamentos</p><p>da conduta econômica do homem: a escassez de recursos diante de necessidades ilimitáveis,</p><p>cujo principal elemento era a maximização da utilidade.</p><p>Alfred Marshall, quem procurou fazer uma síntese de clássicos com neoclássicos,</p><p>acredita que a economia examinava a ação individual e social, em seus aspectos mais</p><p>estritamente ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar. Assim, de um</p><p>lado, é um estudo da riqueza; e, de outro, e mais importante, é uma parte do estudo do</p><p>homem.</p><p>A perspectiva socialista</p><p>O binômio produção-distribuição é a base a partir da qual a perspectiva socialista</p><p>construiu sua concepção sobre a matéria de que se ocupa a economia. Figura de maior</p><p>destaque foi Karl Mar(1818-1883).</p><p>O estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios materiais</p><p>destinados a satisfazer às necessidades humanas resume o campo de que se ocupa a</p><p>economia.</p><p>9</p><p>A sistematização de Lionel Robbins nos anos de 1930</p><p>Robbins não partiu de categorias de fatos econômicos, como produção, distribuição,</p><p>dispêndio, acumulação, riqueza e bem-estar. Ele partiu da existência de:</p><p>- uma multiplicidade de fins que a humanidade procura alcançar</p><p>- a priorização de fins possíveis: podem ser classificados por ordem de prioridade</p><p>- a limitação dos meios para alcançar os fins possíveis</p><p>- o emprego alternativo dos meios.</p><p>O fator de maior importância e que faz o elo de ligação entre as quatro condições é a</p><p>capacidade humana de fazer escolhas. O fato econômico resume-se, assim, nos atos de</p><p>escolha entre fins possíveis e meios escassos aplicáveis a uso alternativos.</p><p>Qualquer escolha feita pelos indivíduos, empresas, governos ou outros agentes</p><p>econômicos quanto à alocação de recursos implica, portanto, uma relação entre custos (meios</p><p>empregados) e benefícios (fins alcançados), bem como a ocorrência de custos de oportunidade</p><p>(outros fins que, com os mesmos recursos, poderiam ter sido alcançados).</p><p>“A economia</p><p>fator de produção relativamente mais abundante no país e</p><p>importam a mercadoria que utiliza intensivamente o fator de produção menos abundante. Um</p><p>país com oferta abundante de mão-de-obra em relação ao capital produzirá preferencialmente</p><p>bens que utilizam na sua produção relativamente mais mão-de-obra e também deverá exportar</p><p>esse bem. Do mesmo modo, um país com oferta abundante de capital considerará</p><p>relativamente mais barato produzir bens cuja produção necessite mais intensamente do fator</p><p>capital e, portanto, terá vantagem em exportá-lo, importando bens que necessitem de muita</p><p>mão-de-obra na sua produção.</p><p>A diferença básica entre a teoria clássica e a moderna é que, enquanto a teoria</p><p>moderna pressupõe uma mesma função de produção para os países envolvidos no comércio</p><p>internacional, de modo que a estrutura tecnológica é a mesma para todos os países, a hipótese</p><p>clássica é oposta: as tecnologias (os coeficientes técnicos de produção) diferenciadas são</p><p>cruciais para explicar as diferenças de custo e o padrão de comércio. O que varia no modelo</p><p>moderno é a dotação de fatores: há os países ricos (abundantes em capital) que exportam</p><p>bens de capital intensivos, e os países pobres (com uma relação capital-trabalho baixa), que</p><p>exportam bens mão-de-obra intensivos.</p><p>Também a teoria moderna recebeu críticas em função de seu caráter estático e de suas</p><p>premissas por demais restritivas.</p><p>A teoria Estruturalista</p><p>Esta visão criticou o pressuposto das vantagens bilaterais simétricas, diante de</p><p>evidências de que os ganhos do comércio exterior não se dividiam igualmente entre os países</p><p>industrializados de alta renda, exportadores de manufaturados, e os países de baixa renda,</p><p>exportadores de matérias-primas. A corrente estruturalista estava baseada em bases empíricas</p><p>que evidenciavam a deterioração das relações de troca entre o centro e a periferia – entre os</p><p>países produtores de bens primários e os países produtores de manufaturas de alto valor</p><p>adicionado.</p><p>Os pontos de sustentação da crítica estruturalista foram: i) baixa elasticidade-preço dos</p><p>produtos primários, ii) baixa elasticidade-renda da maior parte dos produtos primários, iii)</p><p>retração da procura de inúmeras matérias-primas de exportações e iv) baixo valor adicionado</p><p>dos produtos primários de exportação. Essas razões mostram uma tendência à deterioração</p><p>que resultava em ganhos assimétricos de comércio exterior.</p><p>A nova teoria do comércio internacional</p><p>A partir das críticas e dos problemas empíricos relativos ao modelo Heckscher-Ohlin,</p><p>surgiu uma série de novas explicações para o comércio internacional. Os novos modelos não</p><p>74</p><p>têm a mesma consistência teórica dos modelos clássico e moderno e ainda devem ser melhor</p><p>testados. De modo geral, o livre comércio continua mostrando-se estaticamente a melhor</p><p>situação, porém percebe-se nessas teorias certa recuperação de idéias protecionistas, em</p><p>função da introdução de problemas relacionados à incerteza, a economias de escala e a</p><p>estruturas de mercado não concorrenciais.</p><p>De modo geral, as recentes análises constatam que, além do comércio preconizado</p><p>pela teoria de Heckscher-Ohlin entre países ricos e pobres, verifica-se também um comércio</p><p>intenso entre países com igual dotação de recursos e a crescente troca de produtos</p><p>razoavelmente parecidos, o comércio intraindustrial. As explicações relativas a esse comércio</p><p>podem vir de duas hipóteses:</p><p>a) pode-se atribuir tal padrão de comércio à existência de economias de escala. Os</p><p>rendimentos crescentes de escala são mais uma fonte de ganhos para o comércio. Mesmo</p><p>países idênticos, no que se refere às suas dotações de fatores e seus gostos, podem ganhar</p><p>com o comércio entre eles. Esse comércio não se realiza em condições de concorrência</p><p>perfeita e não se garante que esses ganhos sejam distribuídos proporcionalmente entre os</p><p>países comerciantes;</p><p>b) existem teorias que procuram enfatizar o lado da demanda, a fim de explicar esse comércio</p><p>intraindustrial. Basicamente quanto mais parecida a demanda dos países (quanto mais próximo</p><p>o nível de desenvolvimento dos países), mais fácil e maior é o comércio entre eles, pois os</p><p>países tenderão a produzir bens que mais facilmente atendam a demanda de potenciais</p><p>importadores. As mercadorias a serem exportadas são preferencialmente aquelas já</p><p>produzidas para atender o próprio mercado doméstico, evitando-se produzir para exportação</p><p>produtos pouco consumidos internamente, em função do risco associado a esse mercado, que</p><p>é menos conhecido e controlável. A produção atende inicialmente o mercado doméstico e</p><p>depois se destina à exportação. Deve atingir países com estrutura de demanda parecida e a</p><p>concorrência entre os países é exercida a partir de um processo de diferenciação do produto.</p><p>Existe, ainda, a explicação embasada na idéia de ciclo do produto, desenvolvida por</p><p>Raymond Vernon. Países desenvolvidos têm vantagens comparativas onde são pioneiros,</p><p>onde conseguem introduzir inovações em função da qualificação da sua mão-de-obra, dos</p><p>recursos investidos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e da estrutura de demanda que</p><p>possuem. Com a difusão da demanda por tal produto internacionalmente, o país inovador</p><p>passará a exportá-lo. A produção desse bem passa, ao longo do tempo, por uma forte</p><p>padronização, fazendo com que a importância da qualificação da mão-de-obra e dos recursos</p><p>alocados em P&D para a sua produção desapareça. Nesse momento, sua produção pode</p><p>mudar de país e situar-se em países menos desenvolvidos, que passariam também a exportá-</p><p>lo.</p><p>Teorias mais modernas centram-se nos fatores de competitividade das nações.</p><p>Decorrentes mais de atributos construídos do que de vantagens definidas por dotações</p><p>naturais.</p><p>2. A TAXA DE CÂMBIO E O MERCADO CAMBIAL</p><p>Uma importante diferença do comércio internacional em relação ao comércio doméstico</p><p>é que este último se realiza com uma mesma moeda nacional, enquanto que, no comércio</p><p>internacional, existe a necessidade da conversão entre diferentes moedas. Dentro do Brasil, a</p><p>compra e venda de mercadorias se faz com o real. Quando, porém, um brasileiro adquire um</p><p>produto alemão (importa), o vendedor alemão quer receber em marcos alemães. Do mesmo</p><p>modo, quando um brasileiro exporta para a Itália desejará receber o valor das exportações em</p><p>real e não em liras, pois ele tem seus custos (salários, impostos, matéria-prima) em reais e não</p><p>em liras, dólares ou marcos. Desse modo, o comércio internacional introduz um novo elemento:</p><p>a taxa de câmbio.</p><p>75</p><p>Taxa de câmbio é o valor que uma moeda nacional possui em termos de outra moeda</p><p>estrangeira, ou seja, é a taxa pela qual duas moedas de países diferentes podem ser trocadas</p><p>(cambiadas). Outra definição: é o preço de uma unidade de moeda estrangeira em moeda</p><p>nacional.</p><p>Assim temos, por exemplo, que a taxa de câmbio do real (moeda nacional brasileira) em</p><p>relação ao dólar norte-americano (moeda nacional dos EUA) era, em outubro de 1994, de</p><p>aproximadamente 0,85 R$/US$, ou seja, cada um (1) dólar valia 0,85 reais. A cotação de real</p><p>em dólar também poderia ser expressa como sendo de aproximadamente 1,17 US$/R$, ou</p><p>seja, com um real poder-se-ia obter 1,17 dólares norte-americanos, que é o inverso de 0,85.</p><p>Deve-se tomar cuidado com a forma pela qual a taxa de câmbio está expressa. No Brasil,</p><p>costuma-se expressar a taxa de câmbio como sendo a quantidade de moeda nacional</p><p>necessária para comprar uma unidade de moeda estrangeira (no exemplo, 0,85 reais para 1</p><p>dólar). Em outros países, ela é expressa como a quantidade de moeda estrangeira necessária</p><p>para comprar uma unidade de moeda nacional (no exemplo, então seria 1,17 doláres para 1</p><p>real). Também em outubro de 1994, a taxa de câmbio entre o franco suíço e a libra inglesa era</p><p>de 2,05 SF/£, ou seja, eram necessários 2,05 francos suíços para se obter uma libra inglesa.</p><p>Através das taxas de câmbio, torna-se possível realizar as transações entre os países.</p><p>Se a mercadoria</p><p>custa 100 marcos alemães, o importador brasileiro troca reais por marcos</p><p>alemães pela taxa de câmbio (0,55 R$/DM, no exemplo). Assim, trocaria 55 reais por 100</p><p>marcos, com os quais compra a mercadoria desejada. As taxas de câmbio são basicamente</p><p>determinadas através do mercado cambial.</p><p>O mercado cambial é aquele onde as moedas dos diferentes países são</p><p>transacionadas. Neste mercado, há as ofertas e as demandas pelas moedas. Este mercado é</p><p>formado por compradores e vendedores (importadores e exportadores), bancos e corretores</p><p>autorizados pelas autoridades monetárias.</p><p>Temos, por um lado, aqueles (agentes privados ou públicos) que demandam</p><p>determinada moeda. No Brasil, por exemplo, temos os importadores de mercadorias norte-</p><p>americanas que necessitam de dólares, os agentes que necessitam de dólares para saldar</p><p>dívidas contraídas anteriormente, as empresas norte-americanas atuando no Brasil, que</p><p>desejam remeter lucros para a matriz, os turistas que viajam para os Estados Unidos etc. A</p><p>partir desses agentes, temos a demanda brasileira por dólar. Ao mesmo tempo, esses agentes</p><p>também estão oferecendo reais no mercado cambial.</p><p>Por outro lado, há agentes que oferecem dólares e procuram reais: os exportadores</p><p>brasileiros, os estrangeiros que querem investir no Brasil, os tomadores de empréstimo no</p><p>exterior, os turistas que trazem dólar para o Brasil.</p><p>Desse modo, compõe-se a demanda e a oferta por dólares e reais. Da mesma forma,</p><p>isso se realiza, no Brasil, com outras moedas (francos, marcos etc.) e no resto do mundo,</p><p>também em relação ao dólar e às diversas moedas nacionais. Em tese, o equilíbrio entre a</p><p>oferta e a demanda das diferentes moedas nacionais estabelece as taxas de câmbio, que são</p><p>os preços relativos entre as moedas nacionais, assim como as quantidades de moedas</p><p>nacionais transacionadas.</p><p>Um mercado cambial supõe, portanto, a realização de diferentes transações: as</p><p>transações entre bancos privados e clientes no mesmo país, as transações entre o Banco</p><p>Central e bancos privados no mesmo país, as transações entre bancos privados de diferentes</p><p>países e as transações entre bancos centrais de diferentes países.</p><p>As oscilações na demanda e na oferta de determinada moeda devem conduzir a</p><p>modificações no equilíbrio desse mercado (taxa de câmbio e quantidade de moeda</p><p>transacionada).</p><p>76</p><p>Assim, por exemplo, aumento dos investimentos norte-americanos no Brasil significa</p><p>aumento na oferta de dólares e também um aumento na demanda por reais. Esses aumentos</p><p>fazem com que a taxa de câmbio se modifique, valorizando o real e desvalorizando o dólar. O</p><p>preço do real em relação ao dólar deve crescer e a quantidade de reais que se compra com um</p><p>dólar deve ser menor. Assim, define-se uma valorização da moeda nacional, quando o poder</p><p>de compra desta em relação às demais cresce, e uma desvalorização quando seu poder de</p><p>compra cai.</p><p>2.1. Formação das Taxas de cambiais – Regimes Cambiais</p><p>Taxa cambial é a relação de preço existente entre a moeda nacional e determinada</p><p>moeda estrangeira. A taxa cambial está relacionada com o movimento do saldo do balanço de</p><p>pagamentos do país. Ocorrendo variação para baixo nas taxas cambiais, ou seja ,</p><p>desvalorizando-se a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, haverá redução no</p><p>saldo de exportações e aumento no saldo de importações, com aumento de saídas de divisas e</p><p>consequente déficit.</p><p>Inversamente, com altas taxas cambiais, teremos aumento da entrada de divisas</p><p>estrangeiras e, portanto superávit.</p><p>Entendendo como fundamento básico na variação das taxas cambiais a oferta e procura</p><p>de divisas estrangeiras, que, conforme dito acima, elevará ou reduzirá as taxas cambiais,</p><p>podemos entender a formação das taxas cambiais de acordo com o referido princípio basilar</p><p>econômico. No caso das transações de comércio exterior a oferta e procura de divisas</p><p>estrangeiras representam o movimento das operações exportação e importações efetuadas,</p><p>empréstimos, remessas e entrada de capital.</p><p>Principais Regimes Cambiais</p><p>1) Câmbio Fixo : o Banco Central fixa a taxa de câmbio e realiza todas as intervenções no</p><p>mercado que sejam necessárias para manter a taxa estabelecida.</p><p>2) Câmbio Flutuante (flutuação limpa): o Banco Central não interfere na determinação da taxa</p><p>de câmbio. São as forças de mercado (oferta e demanda) que determinam a taxa de câmbio.</p><p>3) Câmbio Flutuante (flutuação suja- dirty floating): o Banco Central não interfere (ex-ante) na</p><p>fixação da taxa. Suas intervenções são aleatórias e tem como objetivo conter especulações no</p><p>mercado.</p><p>4) Banda Cambial: o Banco Central fixa os limites inferiores e superiores da cotação cambial.</p><p>Quem determina a taxa efetiva é o mercado (oferta e demanda)</p><p>3. BALANÇO DE PAGAMENTOS</p><p>O Balanço de Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações</p><p>econômicas que esse país faz com o resto do mundo, durante um certo período de tempo. A</p><p>partir desse balanço, pode-se avaliar a situação econômica internacional do país. A</p><p>periodicidade em geral é de um ano (seguindo o ano civil do país). Porém, é bastante comum a</p><p>apresentação de balanços trimestrais e até de contas mensais, que possibilitam um melhor</p><p>acompanhamento da evolução da situação econômica internacional do país.</p><p>No Brasil, o Balanço de Pagamentos é elaborado pelo Banco Central a partir dos</p><p>registros das transações efetuadas entre residentes no País e residentes em outras nações. Na</p><p>contabilização destes registros, adota-se a idéia das partidas dobradas. Toda transação que</p><p>cria um direito constitui um crédito. As exportações, por exemplo, são créditos; as importações</p><p>são débitos, assim como os juros pagos ao exterior. De modo geral, pode-se considerar que</p><p>toda entrada de divisas corresponde a um crédito e toda saída a um débito, conforme</p><p>exemplos indicados a seguir:</p><p>77</p><p>Débitos:</p><p>Importações de Bens e Serviços</p><p>Pagamentos de doações e</p><p>indenizações</p><p>Pagamentos de capital</p><p>emprestado</p><p>Reembolsos de capital a</p><p>estrangeiros</p><p>Compras de ativos de</p><p>estrangeiros</p><p>Créditos:</p><p>Exportações de Bens e Serviços</p><p>Recebimentos de doações e inde-</p><p>nizações</p><p>Recebimentos de empréstimos</p><p>Recebimento de reembolso de</p><p>capital</p><p>Vendas de ativos para</p><p>estrangeiros</p><p>Várias são as maneiras de se apresentar um Balanço de Pagamentos. A forma mais</p><p>usual é a que segue:</p><p>Balanço de Pagamentos - País A - Ano 19xx.</p><p>A. Balança de Transações Correntes</p><p>A.1. Balança Comercial</p><p>A.1.1 Exportações</p><p>A.1.2 Importações</p><p>A.2. Balança de Serviços (Invisíveis)</p><p>A.2.1. Transportes e Seguros</p><p>A.2.2. Viagens Internacionais e Turismo</p><p>A.2.3. Rendas de Capital (lucros e juros)</p><p>A.2.4. Diversos</p><p>A.3. Tranferências Unilaterais</p><p>B. Balança de Capitais</p><p>B.1. Investimentos</p><p>B.2. Reinvestimentos</p><p>B.3. Empréstimos e Financiamento de Longo e</p><p>Médio Prazo</p><p>B.4. Empréstimos a Curto Prazo</p><p>B.5. Amortizações</p><p>C. Erros e Omissões</p><p>Saldo do Balanço de Pagamentos (A + B + C)</p><p>D. Transações Compensatórias</p><p>D.1. Variação de Reservas (haveres no exterior)</p><p>D.2. Operações de Regularização</p><p>D.3. Atrasados Comerciais</p><p>A seguir, são verificadas cada uma das contas acima:</p><p>A. Balança de Transações Correntes — procura resumir a diferença entre o total das</p><p>exportações e das importações tanto de mercadorias como de serviços, sendo também incluído</p><p>o saldo de Transferências Unilaterais do período. As transações dessa balança são as que</p><p>afetam diretamente a renda nacional e, por isso, são consideradas as mais importantes do</p><p>Balanço de Pagamentos.</p><p>Se essa conta for superavitária, o país estará recebendo recursos que podem ser</p><p>utilizados para pagar compromissos assumidos anteriormente (diminuição do endividamento</p><p>externo), para investimento do país no exterior (aumento do controle do país sobre</p><p>empreendimentos no exterior) ou para aumentar as reservas do país. Se tal conta for</p><p>deficitária, o país necessita de buscar investimentos no estrangeiro (aumentando o controle de</p><p>estrangeiros</p><p>sobre emprendimentos no país), de contrair empréstimos no exterior (aumentando</p><p>o endividamento do país) ou de reduzir as reservas de divisas internacionais.</p><p>78</p><p>Por muito tempo, a Balança de Transações Correntes foi praticamente identificada com</p><p>a Balança Comercial. Com a crescente importância dos serviços e dos rendimentos de capital</p><p>(pagamentos de juros e remessas de lucros), a Balança de Transações Correntes passou a ser</p><p>assim decomposta:</p><p>A.1. Balança Comercial — inclui basicamente as exportações e as importações de</p><p>mercadorias. Se as exportações forem maiores que as importações, a balança comercial do</p><p>país será superavitária; se ocorrer o contrário, será deficitária.</p><p>Existem pelo menos duas maneiras de se contabilizar o valor das exportações e</p><p>importações. Existem as exportações e importações FOB (free on broad), onde as despesas</p><p>incluídas no valor das mercadorias são as incorridas até o embarque da mercadoria, e as</p><p>exportações e importações CIF (cost, insurance and freight), onde se inclui no valor das</p><p>mercadorias, além de seu custo, o frete e o seguro do seu transporte até o destino. Para efeito</p><p>de Balanço de Pagamentos, utiliza-se as exportações e importações FOB, já que as despesas</p><p>com seguros e fretes estão incluídas na balança de serviços.</p><p>No caso brasileiro, essa conta mostrou-se deficitária nos anos 70, com destaque para</p><p>1974, quando ocorreu o primeiro choque do petróleo e caíram os termos de troca. Na década</p><p>de 80, especialmente a partir de 1983, observou-se uma reversão neste quadro com o</p><p>surgimento de superavits significativos. Com a implementação do Plano Real, a balança</p><p>comercial passou novamente a apresentar saldos negativos, cenário que deve ser mantido por</p><p>mais alguns anos, caso não haja alteração significativa na condução da política econômica.</p><p>A.2. Balança de Serviços — representa as negociações internacionais dos chamados bens</p><p>invisíveis e os rendimentos de investimentos. Possui uma série de subcontas, dentre as quais</p><p>destacam-se:</p><p>A.2.1. Transportes e Seguros — são o saldo das receitas e despesas efetuadas com fretes e</p><p>prêmios de seguros;</p><p>A.2.2. Viagens Internacionais e Turismo — representam o saldo das receitas e despesas de</p><p>turistas;</p><p>A.2.3. Rendas de Capital — são rendas referentes aos rendimentos de capital auferidos ou</p><p>pagos pelo país. Estão incluídos os juros pagos ao exterior por empréstimos ou</p><p>financiamentos recebidos de não-residentes (e os juros recebidos do exterior por empréstimos</p><p>ou financiamentos concedidos por residentes) em um momento anterior. Também estão</p><p>incluídos os lucros remetidos por empresas nacionais no exterior (crédito) e os lucros das</p><p>empresas estrangeiras no país (débito). Os lucros de empresas estrangeiras, que não foram</p><p>remetidos, também devem ser contabilizados como débito nessa conta, porém esses lucros</p><p>são considerados reinvestidos e significarão também uma entrada (crédito) na balança de</p><p>capital, na rubrica (re)investimentos de estrangeiros no Brasil;</p><p>A.2.4. Diversos — incluem o saldo de diversas transações como: dispêndios efetuados com</p><p>representações diplomáticas no exterior (e as transferências dos demais países para os gastos</p><p>de suas representações diplomáticas no país), recebimentos e pagamentos referentes a</p><p>royaltes, patentes, assistência técnica, comissões, aluguel de equipamentos, filmes.</p><p>A Balança de Serviços brasileira sempre mostrou-se deficitária. No final dos anos 70 e</p><p>início dos anos 80, o deficit cresceu substancialmente em decorrência dos juros pagos ao</p><p>exterior, raiz da crise da dívida externa. Durante a década de 80, os juros enviados situaram-se</p><p>em torno de US$ 10 bilhões anuais, consumindo grande parte do superavit da balança</p><p>comercial.</p><p>79</p><p>A.3. Transferências Unilaterais — referem-se a pagamentos sem contrapartida de um país</p><p>para outro:</p><p>a) remesssas feitas por não-residentes no Brasil ao seu país de origem (débito);</p><p>b) recebimentos de residentes fora do País (crédito);</p><p>c) doações de governos, organismos internacionais etc. (crédito/débito);</p><p>B. Movimento de Capitais — agrupa as contas que representam modificações nos direitos e</p><p>obrigações de residentes no país para com não-residentes. Essa rubrica do balanço de</p><p>pagamentos inclui:</p><p>B.1. Investimentos — referem-se ao capital de residentes no país aplicados no exterior, sejam</p><p>esses investimentos diretos ou de carteira, assim como os investimentos feitos por não-</p><p>residentes no país;</p><p>B.2. Reinvestimentos de empresas multinacionais já instaladas no país que reinvestem parte</p><p>do lucro.</p><p>B.3. Empréstimos e Financiamentos de Longo e Médio Prazos e</p><p>B.4. Empréstimos de Curto Prazo — registram os empréstimos recebidos do exterior e</p><p>concedidos para outros países, tanto para governos, como para empresas e indivíduos, além</p><p>dos financiamentos obtidos na cobertura de importações e concedidos quando das</p><p>exportações.</p><p>B.5. Amortizações — onde registram-se os pagamentos do principal, referentes a</p><p>empréstimos e financiamentos tomados no exterior, e os pagamentos do principal feitos por</p><p>não-residentes, referentes a empréstimos e financiamentos concedidos pelo país ao exterior.</p><p>C. Erros e Omissões — essa conta surge em função de equívocos existentes no registro das</p><p>operações do país com o exterior. Na verdade, inúmeras contas são registradas com valores</p><p>estimados, o que impede a equivalência perfeita entre os créditos e os débitos (mesmo</p><p>levando-se em consideração as transações compensatórias). Desse modo, esse item entra no</p><p>balanço de pagamento, a fim de cobrir os erros estatísticos cometidos e as transações não</p><p>registradas.</p><p>Somados todos os saldos das contas mencionadas (A + B + C) obtem-se o Resultado</p><p>do Balanço de Pagamentos, sendo superavit quando a soma for positiva e deficit, quando a</p><p>soma for negativa.</p><p>D. Transações Compensatórias — ao somatório de A + B + C corresponderá um valor igual</p><p>nessa conta, porém com sinal contrário, de modo a equalizar os débitos e créditos no balanço.</p><p>Assim, em caso de o balanço ser positivo (indicando a entrada de recursos), a conta de</p><p>Transações Compensatórias será devedora. Ao contrário — quando o balanço for deficitário —</p><p>essa conta será credora.</p><p>Os principais itens dessa última rubrica são:</p><p>D.1. Variação de Reservas — registra a variação nos haveres em moeda estrangeira e ouro</p><p>possuídos em reserva pelo país. Desse modo, um deficit no balanço poderá ser coberto por</p><p>uma saída de divisas ou de ouro do país, ou seja, há uma variação negativa no volume de</p><p>reservas, indicada por uma conta credora no item variação de reservas. Se o balanço for</p><p>superavitário, haverá uma entrada de divisas, um aumento das reservas, indicada por um</p><p>débito.</p><p>D.2. Operações de Regularização — são operações realizadas com instituições</p><p>internacionais, como o FMI. De modo geral, quando há deficit no balanço de pagamentos,</p><p>recorre-se a empréstimos destas instituições com o objetivo de cobri-lo.</p><p>80</p><p>D.3. Atrasados Comerciais — dizem respeito aos empréstimos que não foram pagos na</p><p>data de vencimento.</p><p>4. INSTRUMENTOS DE AJUSTE DO BP</p><p>Instrumentos Cambiais:</p><p>- Administração da taxa de câmbio</p><p>- Controle das operações cambais</p><p>Outros Instrumentos:</p><p>- Imposição de tarifas alfandegárias de proteção.</p><p>- Imposição de proteção não tarifárias.</p><p>- Fixação de quotas setoriais de comércio.</p><p>Questões conceituais:</p><p>1. No que se refere especificamente as exportações é falso afirmar que:</p><p>a) a desvalorização da moeda nacional e o incremento da renda internacional elevam as exportações.</p><p>b) quando as exportações são superiores às importações a economia apresenta um superávit comercial.</p><p>c) quanto maior as exportações menor o produto da economia.</p><p>d) as exportações elevam a eficiência econômica, de acordo com a teoria econômica convencional.</p><p>e) quanto maior as exportações maior o produto de uma economia.</p><p>2. Quando um país necessita aumentar o volume de exportações de determinado produto para importar</p><p>a mesma quantidade</p><p>de bens em relação a outro país, pode-se dizer que:</p><p>a) há um incremento nas suas relações de troca</p><p>b) há estabilidade nos seus termos de troca</p><p>c) ocorreu aumento nos termos de troca entre eles</p><p>d) há uma deterioração nos termos de troca</p><p>e) os termos de troca nunca variam</p><p>3. Para uma economia hipotética A são dados (em US$ milhões):</p><p>Balança comercial: 100.</p><p>Balança de Serviços: 10.</p><p>Transferências Unilaterais: - 30.</p><p>Movimentos de Capitais Autônomos: 200.</p><p>Erros e Omissões: 0.</p><p>Qual o saldo em transações correntes.</p><p>4. Assinale a alternativa incorreta :</p><p>a) As transações correntes englobam os fluxos reais de bens e serviços e os pagamentos</p><p>correspondentes às receitas e despesas realizadas.</p><p>b) As transações de capital englobam os créditos e débitos resultantes de todas as transações</p><p>comerciais realizadas.</p><p>c) Balança Comercial registra o movimento de exportações e importações de mercadorias.</p><p>d) Quando o valor das exportações supera o das importações dizemos que há uma balança comercial</p><p>ativa.</p><p>e) Quando o valor das importações supera o das exportações há uma balança passiva.</p><p>5. Relação entre o valor de duas unidades monetárias, indicando o preço, em termos monetários</p><p>nacionais, da divisa estrangeira correspondente:</p><p>a) par- metálico</p><p>b) gold-points</p><p>c) pontos de compensação</p><p>d) relação de troca</p><p>e) taxa de câmbio</p><p>81</p><p>6. A recente crise financeira que se instalou no Brasil é fruto de sérios problemas externos e teve como</p><p>consequência a alteração do regime cambial (janeiro/1999). Atualmente o regime cambial é de:</p><p>a) Flutuação limpa.</p><p>b) Banda cambial explícita</p><p>c) Câmbio fixo</p><p>d) Câmbio flutuante com intervenção</p><p>e) Câmbio flutuante sem intervenção</p><p>Questões aplicadas:</p><p>1- São dados para uma economia hipotética os seguintes dados do Balanço de Pagamentos (em US$</p><p>milhões)</p><p>a) exportação de mercadorias: 5.000</p><p>b) importação de mercadorias: 6.000</p><p>c) donativos recebidos: 100</p><p>d) donativos enviados: 50</p><p>e) fretes pagos: 100</p><p>f) fretes recebidos: 50</p><p>i) amortizações pagas: 1.000</p><p>j) juros pagos: 500</p><p>k) investimento estrangeiro direto no país: 1.000</p><p>l) empréstimos recebidos do exterior: 1.000</p><p>m) remessa de lucros e dividendos: 500</p><p>Com estas informações elabore o Balanço de Pagamentos da economia hipotética.</p><p>2- Considere as seguintes operações realizadas entre residentes e não residentes num determinado ano</p><p>(em milhões de dólares):</p><p>i. o país exporta, recebendo à vista, mercadorias no valor de US$ 100 milhões;</p><p>ii. o país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de US$ 110 milhões;</p><p>iii. ingressam no país, sob a forma de investimento direto, US$ 70 milhões em forma de bens de capital;</p><p>iv. ingressam no país, sob a forma de investimento de curto prazo, em moeda estrangeira, US$ 80</p><p>milhões;</p><p>v. o país paga ao exterior US$ 50 milhões sob a forma de juros e lucros;</p><p>vi. o país paga ao exterior US$ 10 milhões sob a forma de fretes;</p><p>vii. o país recebe de residentes no exterior um total de US$ 25 milhões;</p><p>viii. as empresas estrangeiras instaladas no país reinvestem US$ 5 milhões nesse país.</p><p>Com base nestas operações, construa o balanço de pagamentos e determine e interprete:</p><p>a) o saldo da balança comercial;</p><p>b) o saldo da balança de serviços;</p><p>c) o saldo na balança em transações correntes;</p><p>d) o saldo total do balanço de pagamentos.</p><p>Além disso, explique se a atual forma de financiamento do saldo das transações correntes será</p><p>prejudicial para o comportamento futuro do BP.</p><p>3 – Admita que as seguintes operações foram realizadas entre o Brasil e o exterior em um dado período:</p><p>a) Um grupo japonês realiza investimento de US$ 500 milhões em razão da privatização da Vale do Rio</p><p>Doce.</p><p>b) Companhias estrangeiras instaladas no Brasil remetem lucros de US$ 50 milhões ao exterior.</p><p>c) Uma agência de turismo brasileira efetua pagamentos a uma cadeia de hotéis norte-americana no</p><p>valor de US$ 20 milhões, referentes a serviços de hospedagem de turistas brasileiros.</p><p>d) Uma montadora francesa de automóveis investe US$ 100 milhões na construção de uma fábrica no</p><p>Paraná.</p><p>e) O Brasil importa, pagando à vista, US$ 180 milhões em automóveis coreanos.</p><p>f) O Brasil paga ao exterior US$ 50 milhões em fretes.</p><p>g) O Banco Central obtém empréstimo junto a um banco norte-americano a fim de financiar o pagamento</p><p>de juros vincendos no valor de US$ 80 milhões.</p><p>h) Uma companhia aérea norte-americana realiza uma compra à vista de aviões brasileiros no valor de</p><p>US$ 150 milhões.</p><p>i) Uma indústria brasileira de autopeças importa maquinário da Alemanha no valor de US$ 60 milhões,</p><p>financiados a longo prazo por um banco alemão.</p><p>Com base nessas informações:</p><p>a) Monte o BP.</p><p>82</p><p>b) Encontre o saldo da balança comercial, o saldo em transações correntes, o saldo da conta de capital e</p><p>financeira e o resultado do balanço de pagamentos.</p><p>4 – Considere o balanço de pagamentos abaixo (Brasil - ANO 1998 em US$ milhões)</p><p>A – Balanço de Transações Correntes</p><p>A.1. Balança comercial (fob) -6575</p><p>Exportação de bens 51140</p><p>Importação de bens -57714</p><p>A.2. Balança de Serviços -28299</p><p>A.3. Transferências unilaterais correntes 1458</p><p>TRANSAÇÕES CORRENTES (A1+A2+A3) -33416</p><p>B. Conta Capital e Financeira 29702</p><p>Conta capital 320</p><p>Conta financeira 29381</p><p>Investimento direto 26002</p><p>Investimento brasileiro direto -2854</p><p>Investimento estrangeiro direto 28856</p><p>Investimentos em carteira 18125</p><p>Investimento brasileiro em carteira -457</p><p>Investimento estrangeiro em carteira 18582</p><p>Derivativos -460</p><p>Outros investimentos -14285</p><p>C. Erros e Omissões -4256</p><p>RESULTADO DO BP (A+B+C) -7970</p><p>Fonte: Banco Central do Brasil</p><p>a) Identifique os principais problemas do balanço do pagamentos do Brasil no ano de 1998.</p><p>b) Qual a alternativa para o Brasil equilibrar as contas do BP? Explique.</p><p>5. Considere os seguintes resultados do BP brasileiro para os anos de 1994, 1998 e 2005.</p><p>Balanço de Pagamentos (em US$ milhões)</p><p>Discriminação 1994 1998 2005</p><p>A. Balanço em transações Correntes</p><p>A.1. Balanço Comercial (FOB) 10.466 -6.575 44.748</p><p>A.2. Balanço de Serviços -33.079 -28.299 -34.113</p><p>A.3. Transferência Unilateral 2.414 1.458 3.558</p><p>Saldo em Transações Correntes -1.811 -33.416 14.193</p><p>B. Movimento de Capitais 8.692 29.702 -9.593</p><p>C. Erros e omissões 334 -4.256 -280</p><p>Resultado do BP 7.215 -7.970 4.319</p><p>Fonte: Prof. Solange Marin a partir de dados do Banco Central do Brasil</p><p>Pede-se:</p><p>a) Qual a principal mudança nos resultados das contas do BP nesses diferentes anos? Explique.</p><p>b) A estrutura do BP mostra que a soma do saldo em transações correntes e do movimento de capitais</p><p>deve ser igual a zero (TC + K = 0 e, então, que TC = - K). Explique essa afirmação usando os resultados</p><p>do BP para 1994, 1998 e 2005.</p><p>Questões retiradas de concursos para Auditor Fi scal da Receita Federal (AFRF), Auditor Fiscal do</p><p>Tesouro Nacional (AFTN) e Banco Central do Brasil (BACEN):</p><p>1) (AFRF, 1996) Os déficits no balanço de pagamentos de um determinado país</p><p>83</p><p>a) decorrem fundamentalmente de déficits comerciais, mas também dependem do nível de reservas</p><p>internacionais de que dispõe este país.</p><p>b) decorrem de desvalorizações cambiais, que aumentam a competitividade mas tornam o produto</p><p>exportado relativamente barato, reduzindo, assim, as receitas líquidas de exportações deste país.</p><p>c) ocorrem como consequência da elevação das taxas de juros internacionais, que incidem tanto sobre</p><p>as exportações, reduzindo as receitas, quanto sobre as importações, que se tornam relativamente mais</p><p>caras para este país.</p><p>d) decorrem, em geral, de déficits nas transações correntes (comércio visível e invisível), mas podem</p><p>ocorrer, em casos muito particulares, em função de fluxos inesperados nas contas de transferências e</p><p>/ou de capitais deste país.</p><p>e) são consequência da falta de proteção adequada ao mercado interno deste país. Por esta razão,</p><p>países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se deficitários, enquanto países com níveis</p><p>elevados de proteção dificilmente apresentam este tipo de problema.</p><p>2) (AFRF, 2002) Segundo o critério de partidas dobradas, o registro de toda transação internacional no</p><p>balanço de pagamentos</p><p>a) é realizado duas vezes, uma vez como crédito e uma vez como débito.</p><p>b) é realizado apenas uma vez como crédito ou débito, de acordo com a natureza da operação.</p><p>c) é realizado duas vezes na conta corrente ou na conta de capital.</p><p>d) é realizado simultaneamente na conta de transações correntes e na conta de capital em uma delas</p><p>como crédito, na outra como débito.</p><p>e) é realizado apenas uma vez, como débito ou crédito, em uma das contas do balanço de</p><p>pagamentos.</p><p>3) (AFRF, 2000) Sobre balanço de pagamentos, não se pode fazer a seguinte afirmativa:</p><p>a) Balança de pagamento é um registro contábil de todas as transações de um país com os outros</p><p>países do mundo.</p><p>b) A balança de pagamento deve estar sempre em equilíbrio .</p><p>c) A balança comercial e a balança de serviços formam a “balança de transações correntes”.</p><p>d) A balança de serviços inclui, entre outros, serviço de transporte (fretes), assistências técnicas, lucros e</p><p>royalties, remetidos pelas empresas transnacionais.</p><p>e) Na balança de capitais são registrados o capital das firmas estrangeiras que ingressam no país sob a</p><p>forma de empréstimos. Os empréstimos de outros governos para o governo brasileiro, empréstimos do</p><p>FMI, etc. e os juros que o Brasil paga pelos empréstimos fornecidos por outras nações.</p><p>4) (AFTN, 1996) Termos de troca é uma expressão que designa:</p><p>a) uma relação entre os preços pelos quais um país vende suas exportações em relação aos preços que</p><p>esse país paga por suas importações.</p><p>b) forma contratual de comércio utilizada em sistemas regionais, como o Mercosul, para os vários grupos</p><p>de produtos.</p><p>c) as condições de comércio estabelecidas entre duas nações, especialmente no que se refere ao</p><p>regime tarifário.</p><p>d) o padrão de comércio entre dois países em termos de reciprocidade de estrutura tarifária.</p><p>e) um índice que serve para medir o nível de participação de um país no comércio internacional bem</p><p>como o grau de diversificação de seus produtos e parceiros.</p><p>5) (AFTN, 1998) O conceito de termos de troca refere-se à:</p><p>a) relação de produtos trocados entre dois países.</p><p>b) lei segundo a qual os preços dos produtos tendem a permanecer estáveis ou a declinar ao longo do</p><p>tempo, enquanto o preço das manufaturas tende a crescer.</p><p>c) relação entre preços recebidos pelas exportações de um país e os preços pagos pelas importações.</p><p>d) diferenças entre as exportações e as importações de um dado país e outros. O que implicará a</p><p>capacidade de importar.</p><p>6) (BACEN, 1998) Considerando a estrutura do BP, é correto dizer que:</p><p>a) as amortizações de empréstimos figuram na conta “movimento de capitais”.</p><p>b) os atrasados e os empréstimos de regularização figuram na conta de “erros e omissões”.</p><p>84</p><p>c) as transferências unilaterais não figuram na estrutura do balanço de pagamentos, apesar de serem</p><p>contabilizadas pelo Banco Central para fins de controle de entrada de recursos no país.</p><p>d) o pagamento de seguros, os juros e os lucros fazem parte dos movimentos de entrada de recursos no</p><p>país.</p><p>e) o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é igual ao saldo do balanço comercial, do</p><p>balanço de serviços e dos movimentos de capitais autônomos.</p><p>7) (BACEN, 1998) Considere as seguintes operações realizadas entre residentes e não residentes num</p><p>determinado ano (em milhões de dólares)</p><p>I. o país exporta, recebendo à vista, mercadorias no valor de US$100 milhões</p><p>II. o país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de US$ 110 milhões</p><p>III. ingressam no país, sob a forma de investimento direto, US$ 70 milhões em forma de bens de capital</p><p>IV. ingressam no país, sob a forma de investimentos de curto prazo, em moeda estrangeira, US$ 80</p><p>milhões</p><p>V. o país paga ao exterior US$ 50 milhões sob a forma de juros e lucros</p><p>VI. o país paga para o exterior US$ 10 milhões sob a forma de fretes;</p><p>VII. o país recebe de residentes no exterior um total de US$ 25 milhões;</p><p>VIII. as empresas estrangeiras instaladas no país reinvestem US$ 5 milhões nesse país.</p><p>Com base nestas operações, pode-se afirmar que o saldo do balanço comercial, o saldo do balanço de</p><p>serviços, o saldo do balanço de pagamento em conta corrente e o saldo total do balanço de pagamentos</p><p>são, respectivamente:</p><p>a) –80, -65, - 120, + 35</p><p>b) –10, -60, -45, +110.</p><p>c) –10, -65, -50, +105.</p><p>a) –80, -60, -115, +40.</p><p>e) + 80, +60, +165, +320.</p><p>85</p><p>A INSTITUCIONALIDADE NO CENÁRIO INTERNACIONAL</p><p>ORGANISMOS INTERNACIONAIS</p><p>As grandes Guerras Mundiais, assim como os conturbados anos do período entre</p><p>guerras, provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos os países e,</p><p>por conseguinte, nas relações econômicas internacionais. Já ao final da II Guerra Mundial,</p><p>mostrava-se necessária a existência de um novo sistema monetário internacional.</p><p>Sistema Monetário Internacional</p><p>É o conjunto de regras e convenções que governam as relações financeiras entre os</p><p>países. O Objetivo do sistema é viabilizar as transações entre países, estabelecendo regras e</p><p>convenções que regulem as relações monetárias e financeiras e não criem entraves ao</p><p>desenvolvimento mundial:</p><p>As diferentes unidades monetárias utilizadas no pagamento das trocas internacionais</p><p>fizeram com que fosse necessário operacionalizar um sistema monetário internacional.</p><p>Os principais sistemas monetários internacionais já adotados foram: O Sistema Padrão-</p><p>Ouro, que vigorou até a I Guerra Mundial e o Sistema de Bretton Woods, no período Pós- II</p><p>Guerra Mundial até 1971.</p><p>O Padrão-Ouro: conceito e mecanismo de ajuste do valor das moedas</p><p>Vários autores destacam que é mais fácil determinar o período em que o padrão ouro</p><p>chegou ao fim – 1914 do que a data efetiva de sua origem. O que se sabe é que não existia em</p><p>1870, mas operava plenamente em 1900. O Padrão-Ouro vigorou na sua forma original até</p><p>1914, início da Primeira Guerra Mundial: Nesse sistema, existia:</p><p>a) a unidade comum entre os países era o ouro. As moedas nacionais emitidas tinham,</p><p>portanto, o seu valor correspondente em ouro.</p><p>b) havia a conversibilidade das moedas em ouro.</p><p>Na prática isso significava que um padrão-ouro estabelecia uma paridade fixa entre</p><p>cada moeda e o preço do ouro, e, portanto entre as diversas moedas.</p><p>O mecanismo de ajuste do Balanço de Pagamentos no Padrão-Ouro:</p><p>Déficit no BP - saída de capital - saída de ouro - queda de preços - Eliminação do déficit</p><p>Os desequilíbrios do BP eram resolvidos por meio de transferências internacionais de</p><p>ouro, e o equilibro era obtido pelo impacto dos fluxos de ouro sobre o sistema econômico</p><p>interno.</p><p>O intervalo entre as duas Guerras Mundiais</p><p>Durante o período entre as Guerras Mundiais não existiu nenhum sistema monetário</p><p>internacional. Os países adotavam taxas fixas ou flutuantes de acordo com suas</p><p>conveniências.</p><p>É importante destacar que nos anos imediatos após o fim da guerra (1919-23), as</p><p>paridades entre as principais moedas oscilaram de forma pronunciada. Isso estimulou as</p><p>autoridades de diversos países a buscar a volta da estabilidade obtida nos vinte anos</p><p>anteriores à guerra. Mas, as pressões inflacionárias em quase todos os países levaram à</p><p>escassez relativa de estoques de ouro. Para superar essa escassez o Comitê Financeiro de</p><p>Conferência de Genebra na Convenção de Gênova (1922), recomendou a adoção mundial do</p><p>86</p><p>padrão-ouro. Surgiu o sistema de câmbio-ouro (gold exchange standard), no qual os países</p><p>adotariam como reservas monetárias, além do ouro, outras moedas conversíveis.</p><p>A referência mais importante é o retorno da Inglaterra ao padrão-ouro em 1925. Mas,</p><p>em 1931, com o aumento de seu desequilíbrio externo e a saída de ouro, com consequências</p><p>sobre a liquidez e o ritmo de atividade interna, fez a Inglaterra sair do padrão-ouro e</p><p>desvalorizar a libra esterlina.</p><p>Nesse período entre as duas grandes</p><p>guerras, foram feitas algumas tentativas de</p><p>preservar a paz mundial e auxiliar o crescimento econômico. Foi criada a Liga das Nações que,</p><p>embora tivesse semelhança com a atual ONU, infelizmente fracassou.</p><p>Em 1930, foi criado o BIS (Bank For International Settlements), com sede na Basiléia,</p><p>Suíça, para administrar os pagamentos, relativos aos Acordos Young, devidos pela Alemanha</p><p>a título de reparação de guerra. A tradução de BIS é “Banco Internacional de Pagamentos”.</p><p>Sua principal finalidade era promover a cooperação dos principais bancos centrais do mundo</p><p>motivo por que ele é considerado Banco Central dos Bancos Centrais.</p><p>O Sistema de Bretton Woods: a Reforma do Sistema Monetário Internacional</p><p>As grandes Guerras Mundiais, assim como os conturbados anos do período entre as</p><p>guerras, provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos os países e,</p><p>por conseguinte, nas relações econômicas internacionais. Já ao final da II Guerra Mundial,</p><p>mostrava-se necessária a existência de um novo sistema monetário internacional.</p><p>A expressão sistema monetário internacional refere-se ao conjunto de regras e</p><p>convenções que governam as relações financeiras entre os países. Elas formam o aparato</p><p>institucional que mantém as relações entre as diversas economias.</p><p>O objetivo de um Sistema Monetário Internacional é viabilizar as transações entre os</p><p>países, estabelecendo regras e convenções que regulem as relações monetárias e financeiras</p><p>e não criem entraves ao desenvolvimento mundial. Nesse sentido, define-se o ativo (moeda) de</p><p>reserva internacional, sua forma de controle, sua relação com as diferentes moedas nacionais</p><p>(o regime cambial), os mecanismos de financiamento e ajustamento dos desequilíbrios dos</p><p>balanços de pagamentos, o grau de liberdade dos capitais privados e a institucionalidade que</p><p>garantirá o funcionamento desse sistema.</p><p>Tais eram as preocupações presentes nos últimos anos da II Guerra Mundial, quando</p><p>se via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar o desenvolvimento do</p><p>mundo capitalista. Na Conferência de Bretton Woods, surgiram algumas propostas de</p><p>remodelagem do sistema monetário internacional. Dentre elas destacaram-se as do</p><p>economista inglês John Maynard Keynes e as de Henry White, secretário do Tesouro dos EUA,</p><p>que prevaleceu.</p><p>Desta conferência nasceu um novo sistema monetário internacional, que foi</p><p>extremamente importante para o reflorescimento do comércio mundial e sobre o qual se</p><p>baseou o crescimento econômico do pós-guerra. Foram criadas as quatro principais instituições</p><p>econômicas do pós-guerra: o Sistema de Taxas de Câmbio de Bretton Woods, o Fundo</p><p>Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio</p><p>(GATT).</p><p>Sistema de Bretton Woods</p><p>O Sistema de Bretton Woods foi definido em 1944 ao fim da II Guerra Mundial com o</p><p>objetivo de determinar as regras econômicas internacionais que deveriam vigorar no pós-</p><p>guerra. O Sistema de Bretton Woods consagrou a gestão de taxas de câmbio chamada de</p><p>87</p><p>padrão dólar-ouro, que procurava flexibilizar o Padrão-Ouro, base do sistema monetário</p><p>internacional anterior à I Guerra Mundial. Foi estabelecido o dólar como moeda internacional, e</p><p>essa era a única moeda que manteria sua conversibilidade em relação ao ouro, sendo as</p><p>outras moedas nacionais livremente conversíveis em dólar, a uma taxa de câmbio fixa (não</p><p>havia limitações à mobilidade de capital).</p><p>O dólar tinha uma paridade com o ouro e as demais moedas com o dólar. Porém, havia</p><p>a possibilidade de se reajustar a taxa de câmbio quando uma moeda nacional apresentava</p><p>uma tendência demasiadamente forte de se afastar do seu valor estabelecido em relação ao</p><p>dólar. Essa possibilidade de ajustamento, quando se verificasse um desequilíbrio fundamental,</p><p>era a principal distinção entre o sistema de Bretton Woods e o Padrão-Ouro.</p><p>Os pontos essenciais de Bretton Woods:</p><p>1) O novo sistema internacional teria como ativo comum a moeda norte-americana, pois a</p><p>única moeda a ser conversível em ouro,</p><p>2) Os EUA ficavam obrigados a converter os dólares em ouro a uma cotação fixa (sistema de</p><p>câmbio fixo em relação ao ouro e entre moedas),</p><p>3) Regime de taxa de câmbio fixa entre os países e</p><p>4) Gold exchange standard: paridades das várias moedas estabelecidas em termos de ouro ou</p><p>dólares.</p><p>Os Problemas do sistema de Bretton Woods:</p><p>A falta de mecanismos de ajuste adequados</p><p>O sistema de Bretton Woods permitia o recurso a uma desvalorização cambial como</p><p>última instância, depois de fracassados os ajustes internos possibilitados por política monetária</p><p>e comercial. Ainda assim, a variação cambial deveria ser adotada na hipótese de um</p><p>“desequilíbrio fundamental” nunca definido de forma clara. Esta falta de definição de uma regra</p><p>básica para o ajuste entre as economias é apontada como uma das causas da falência do</p><p>sistema.</p><p>Problemas com a liquidez internacional: o “dilema de Triffin”</p><p>Nas três décadas que se seguiram à II Guerra Mundial, a economia e o comércio</p><p>internacional prosperaram com base no dólar e nesse sistema. Já nos anos 50, sua</p><p>sustentação era posta em xeque. A questão conhecida como "Paradoxo de Triffin".</p><p>Este paradoxo decorreu de um trabalho publicado por Triffin em 1960, e era a seguinte</p><p>questão: para que a expansão do comércio ocorresse, era necessário o crescimento das</p><p>reservas mundiais em dólares (a fim de não haver crises de liquidez internacional).</p><p>Essa injeção de liquidez se fazia a partir de déficits externos dos EUA. Se esses déficits</p><p>fossem, porém, sistemáticos, e se os ativos em ouro norte-americanos fossem constantes (na</p><p>verdade eram cadentes), a confiança na conversibilidade do dólar e, por conseqüência, a base</p><p>dos acordos de Bretton Woods ruiria.</p><p>Por outro lado, se não houvesse injeção de liquidez, o crescimento também não</p><p>ocorreria. Assim, o que se verificou foi um forte crescimento econômico, porém com uma</p><p>contínua perda de confiança no sistema.</p><p>A solução para o problema só poderia ocorrer depois que fosse sanado o déficit</p><p>comercial norte-americano. Na ausência de uma moeda universal, a solução para o problema</p><p>do dólar só poderia ocorrer por meio de modificações na paridade do dólar, o que significaria</p><p>alterar a relação dólar-ouro ou abandonar o sistema das taxas fixas de câmbio.</p><p>88</p><p>A criação dos Direitos Especiais de Saque (DES)</p><p>As discussões sobre a reforma do sistema monetário internacional durante a década de</p><p>60 estiveram centralizadas na idéia de tornar as reservas internacionais administráveis sob</p><p>algum tipo de controle central, que as mantivesse protegidas de fatores adversos.</p><p>Os Estados Unidos buscavam mecanismos para evitar variações bruscas na paridade</p><p>ouro-dólar, enquanto outros países – sobretudo europeus – procuravam formas de evitar as</p><p>facilidades encontradas pela economia norte-americana em manter posições deficitárias por</p><p>longos períodos de tempo. Essas foram as motivações de longo prazo subjacentes à criação</p><p>dos Direitos Especiais de Saque (DES).</p><p>Os DES, conhecidos internacionalmente por SDR (Special Drawing Rigths) foram a</p><p>solução adotada a partir de 1967 com o propósito de elevar o estoque de reservas</p><p>internacionais.</p><p>Originalmente, o valor dos DES foi definido em termos de ouro, mas à mesma paridade</p><p>do dólar, ou seja, cada unidade de DES equivaleria a 35 onças de ouro, e o estoque inicial foi</p><p>alocado entre os diversos países de acordo com suas quotas no Fundo Monetário Internacional</p><p>(FMI). Ou seja, os DES são emitidos pelo FMI e alocados entre os países-membro do Fundo na</p><p>proporção de suas quotas.</p><p>Mas, a partir de 1974, a paridade inicial de um para um com o dólar foi finalmente</p><p>alterada, para ser uma função de uma cesta de dezesseis moedas (com predominância do</p><p>dólar), e novamente em 1981 o valor dos DES foi redefinido como uma média ponderada das</p><p>paridades do dólar, marco alemão, iene, franco francês e libra</p><p>esterlina.</p><p>O volume dos DES é controlado pelo FMI e não pode ser ampliado, a menos que haja</p><p>decisão favorável nesse sentido por parte de ao menos 80% dos países do Fundo.</p><p>O Fim de Bretton Woods</p><p>As condições de conversibilidade oficial estabelecidas originalmente no sistema de</p><p>Bretton Woods esgotaram-se em agosto de 1971- quando foi suspensa a convertibilidade do</p><p>dólar em relação ao ouro - e subsequentemente em relação à convertibilidade entre o dólar e</p><p>outras moedas (as cotações deixaram de ser feitas exclusivamente em termos da paridade à</p><p>moeda norte-americana).</p><p>A questão se acirrou com as guerras da Coréia e do Vietnã, com a política</p><p>expansionista (keynesiana) da década de 60 e os conseqüentes aumentos nos déficits público</p><p>e comercial americanos.</p><p>A partir dessa época, a desvalorização da libra (1967), o mercado duplo de ouro (1968)</p><p>e as crises especulativas do final da década foram passos no caminho de destruição do</p><p>sistema montado em Bretton Woods.</p><p>Seu fim foi decretado por Nixon em 1971, com o rompimento da conversibilidade do</p><p>dólar em relação ao ouro. Desde então, seguiu-se um período de forte instabilidade, baseada</p><p>em taxas flutuantes de câmbio, depois de 1973. Houve uma grande desvalorização do dólar,</p><p>que, apesar de ainda ser a principal reserva internacional, perdeu importância, principalmente</p><p>em relação ao ien e ao marco alemão.</p><p>89</p><p>A institucionalidade criada em Bretton Woods (1944)</p><p>Foram criadas duas instituições financeiras internacionais muito importantes, dentre as</p><p>quais estão o FMI e o Banco Mundial ou BIRD. O GATT também é mencionado, porque foi a</p><p>solução encontrada diante da tentativa frustrada do Congresso norte-americano em criar uma</p><p>Organização Internacional do Comércio.</p><p>Fundo monetário internacional</p><p>O Fundo Monetário Internacional foi criado com os objetivos de:</p><p>a) evitar possíveis instabilidades cambiais e garantir a estabilidade financeira, eliminando</p><p>práticas discriminatórias e restritivas aos pagamentos multilaterais. A estabilidade financeira</p><p>interna e o combate à inflação nos países membros é uma de suas metas;</p><p>b) socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de desequilíbrios transitórios nos</p><p>seus balanços de pagamentos. Quando esses desequilíbrios ocorressem, o FMI poderia</p><p>financiá-los com os empréstimos compensatórios. Seus ativos, que eram emprestados,</p><p>constituíam-se inicialmente de reservas em ouro e em moedas nacionais dos países membros.</p><p>Posteriormente, criou-se um novo ativo de reserva internacional, os Direitos Especiais de</p><p>Saque (DES).</p><p>O FMI tem sede em Washington, Estados Unidos. Seu capital é composto pelas quotas</p><p>constituídas pelos países associados, integralizadas em ativos de reservas (Direitos Especiais</p><p>de Saque) e em moeda nacional do país associado. Essa quota-parte é fixada em função do</p><p>peso econômico do estado, tendo em vista seu desenvolvimento industrial e sua participação</p><p>no campo financeiro internacional. Maiores quotistas: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-</p><p>Bretanha e França.</p><p>O FMI não concede empréstimos. O país, para utilizar os recursos do FMI tem direito de</p><p>saque, isto é, a compra de divisas estrangeiras em troca de ouro ou de sua própria moeda</p><p>nacional, com o compromisso de recomprar a sua moeda em ouro ou em divisas conversíveis.</p><p>Ocorrendo desequilíbrio no BP de um país associado ele recorrerá ao FMI, que</p><p>estabelecerá um programa de ajuste, que consistirá em restabelecer a viabilidade do BP,</p><p>eliminando ou reduzindo as causas que motivaram o desequilíbrio. O crédito obtido pode ser</p><p>em moedas estrangeiras ou em Direitos Especiais de Saque (DES).</p><p>Banco Mundial ou BIRD</p><p>O Banco Mundial ou BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento</p><p>foi criado com o objetivo de auxiliar a reconstrução dos países europeus devastados pela</p><p>guerra. Na prática, contudo, esse papel ficou a cargo do chamado Plano Marshall, e o Banco</p><p>passou a lidar com a promoção do desenvolvimento dos países subdesenvolvidos.</p><p>O Banco tem seu capital subscrito pelos países na proporção da sua importância</p><p>econômica. A partir desse capital, o Banco empresta com taxas reduzidas de juros para países</p><p>menos desenvolvidos, com o intuito de desenvolver projetos economicamente viáveis e</p><p>relevantes para o desenvolvimento desses países (especialmente projetos de infra-estrutura),</p><p>mas que não obtêm financiamento no setor privado. Além disso, o Banco também funciona</p><p>como avalista de empréstimos efetuados por capitais particulares para esses projetos.</p><p>A maneira como o Banco opera na maior parte dos programas é levantando recursos</p><p>junto ao mercado financeiro a taxas preferenciais e emprestando aos países a essas taxas,</p><p>acrescidas de uma margem para cobrir custos operacionais: desse modo, o Banco provê</p><p>crédito em condições preferenciais a países que dificilmente teriam acesso a essas condições</p><p>por meio dos mecanismos de mercado.</p><p>90</p><p>GATT</p><p>Alguns anos depois da Conferência de Bretton Woods, foi criado o GATT - Acordo Geral</p><p>de Tarifas e Comércio, cujo objetivo básico é a redução das restrições ao comércio</p><p>internacional e a liberalização do comércio multilateral.</p><p>Através do GATT, procurava-se estruturar um conjunto de regras e instituições que</p><p>regulassem o comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos entre os</p><p>países. O GATT estabelece como princípios básicos: a redução das barreiras comerciais, a</p><p>não-discriminação comercial entre os países, a compensação aos países prejudicados por</p><p>aumentos nas tarifas alfandegárias e a arbitragem dos conflitos comerciais.</p><p>Atuou especialmente através de sucessivas rodadas de negociações entre os países</p><p>envolvidos no comércio internacional e conseguiu, no pós-guerra, reduzir as barreiras impostas</p><p>a esse comércio através de impostos alfandegários e cotas de importação.</p><p>91</p><p>CAPÍTULO 7 – NOÇÕES DE MICROECONOMIA</p><p>O que veremos:</p><p>Princípios Básicos</p><p>Mercado: Oferta e Demanda</p><p>Conceito de Elasticidade</p><p>Estrutura de Mercado</p><p>Princípios Básicos</p><p>Escassez</p><p>O que</p><p>Quanto</p><p>Como</p><p>Para quem</p><p>Escolha Produzir</p><p>Economia</p><p>(Ciência</p><p>Social)</p><p>Como Fazer?</p><p>- Teorias/Modelos</p><p>- Método e Economia</p><p>Positiva</p><p>- Bens produzir</p><p>- Diferentes técnicas</p><p>- Escassez</p><p>- Custos</p><p>- Análise Marginal</p><p>1. ESCASSEZ</p><p>Em economia tudo se resume a uma restrição física – a lei da escassez, isto é, produzir</p><p>o máximo de bens e serviços com os recursos disponíveis de cada sociedade.</p><p>O conceito de escassez econômica deve ser entendido como a situação gerada pela</p><p>razão de produzir bens com recursos limitados, a fim de satisfazer as ilimitadas necessidades</p><p>humanas. Porém, somente existirá escassez se houver um demanda para a aquisição de bens.</p><p>Por que os bens são procurados. Um bem é demandado porque ele é útil. Daí surgem os</p><p>conceitos:</p><p>- Utilidade: a capacidade que um bem tem de satisfazer uma necessidade humana.</p><p>- Bem: tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana.</p><p>- Necessidade humana: qualquer manifestação de desejo que envolva a escolha de um bem</p><p>econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a realização social da pessoa.</p><p>A análise da escassez de recursos e das ilimitadas necessidades humanas conduz à</p><p>conclusão que a economia é uma ciência ligada a problemas de escolhas.</p><p>92</p><p>Pessoas desejam mais do que</p><p>pode ser satisfeito com recursos</p><p>disponíveis. Escolha</p><p>Trocas Compensatórias:</p><p>satisfazer mais de uma</p><p>necessidade significa satisfazer</p><p>menos de outra.</p><p>Custo: valor de uso que as pessoas</p><p>desistiram de dar ao bem escasso é o</p><p>custo de oportunidade.</p><p>2. COMO MEDIR O CUSTO DE OPORTUNIDADE</p><p>Intuitivamente: O proprietário de uma empresa que contratar gerentes. Cada gerente só</p><p>tem tempo para realizar uma tarefa. A tarefa A = $ 100, a</p><p>tarefa B = $ 75 e a tarefa C = $ 50. A</p><p>empresa contrata dois gerentes e cada um deles executa uma tarefa. Qual será o custo de</p><p>oportunidade da tarefa B?</p><p>Suponhamos uma economia em que haja certo número de pessoas, certa técnica de</p><p>produção, certo número de fábricas e instrumentos de produção e um conjunto de recursos</p><p>naturais. Considerem todos essas dados constantes.</p><p>Ao decidir “o que” e “como” produzir, o sistema econômico terá decidido como alocar ou</p><p>distribuir os recursos disponíveis entre as milhares de diferentes linhas de produção</p><p>possíveis.Para simplificar nossa análise, supomos que apenas dois bens deverão ser</p><p>produzidos: camisas e carros.</p><p>Haverá sempre uma quantidade máxima de carros (camisas) produzidas anualmente,</p><p>quando todos os fatores de produção forem destinados a sua produção e nada for destinado à</p><p>produção de camisas (carros). A quantidade exata de cada bem depende da quantidade e da</p><p>qualidade dos recursos produtivos existentes na economia e do nível tecnológico com que</p><p>sejam combinados. Fora das quantidades máximas, existem as combinações intermediárias</p><p>entre os dois bens.</p><p>Tabela 1 – Mostra as possibilidades de produção</p><p>Bens Quantidade máxima</p><p>carros</p><p>Possibilidades</p><p>intermediárias</p><p>Quantidade</p><p>máxima</p><p>camisas</p><p>A B C D E F</p><p>Carros 150 140 120 90 70 0</p><p>Camisas 0 10 20 30 40 50</p><p>Curva de possibilidades de produção: combinações máximas possíveis de produção de carros</p><p>e camisas, com o pleno emprego dos recursos disponíveis.</p><p>93</p><p>Figura - Curva de Possibilidades de Produção – CPP (Transformação)</p><p>camisas</p><p>CPPF</p><p>À medida que se passa do ponto A para B e assim por diante, até F, está ocorrendo a</p><p>transformação de carros em camisas. Essa transformação não é física, significa apenas que</p><p>estão sendo transferidos recursos da produção de carros para a produção de camisas.</p><p>A curva de possibilidade de produção representa um outro fato: uma economia no pleno</p><p>emprego precisa sempre, ao produzir um bem, desistir de produzir um tanto do outro bem.</p><p>No exemplo acima: a fabricação somente de carros - A – estaria sacrificando toda a de</p><p>camisas. O custo de oportunidade corresponde ao sacrifício do que se deixou de produzir; o</p><p>custo do que não foi escolhido e não o ganho do que foi escolhido. Quando um bem é escasso,</p><p>decidir pelo seu uso de uma forma significa desistir de usá-lo de outra. O valor de uso que as</p><p>pessoas desistiram de dar ao bem escasso é o custo de oportunidade. O custo de</p><p>oportunidade também pode ser definido como o valor do melhor uso alternativo</p><p>desconsiderado.</p><p>Custo de oportunidade de passar da alternativa</p><p>B para C, para produzir-se mais 10 milhões de camisas = 20 mil carros }</p><p>Ou então:</p><p>Custo de oportunidade de passar da alternativa</p><p>C para B, para produzir-se mais 20 mil carros = 10 milhões de camisas }</p><p>As condições para a existência desse custo são os recursos limitados e o pleno</p><p>emprego de recursos. Mas, o que ocorre quando existir desemprego geral de fatores?</p><p>A razão da curva de possibilidade de produção (CPP) ser decrescente deve-se ao fato</p><p>de os recursos disponíveis serem limitados. O formato da curva mostra que decresce a taxas</p><p>crescentes; isso mostra que a substituição entre a quantidade dos dois bens se torna cada vez</p><p>mais difícil.</p><p>OU SEJA, à medida que se está consumindo (produzindo) pouco de um bem, o</p><p>sacrifício de consumir (produzir) menos é ainda muito grande. Por exemplo, passando de B</p><p>para C, ganham-se 10 milhões de camisas e sacrificam-se 20 mil carros. Ao passar de D para</p><p>E, ganham-se 10 milhões de camisas, porém, sacrificam-se 40 mil carros. Ou seja, acréscimos</p><p>C</p><p>A</p><p>E</p><p>D</p><p>B</p><p>carros0</p><p>94</p><p>iguais na produção de camisas (10 milhões) levam a queda cada vez maior na produção de</p><p>carros.</p><p>Esse fenômeno dos custos crescentes surge à medida que se transferem recursos</p><p>adequados e eficientes de uma atividade para outra, em que eles se apresentam ineficientes e</p><p>inadequados. Aqui opera a chamada lei dos rendimentos decrescentes. Assim, se insistir</p><p>somente na produção de camisas, será necessário recorrer aos soldadores de chapas de aço</p><p>para passarem a pregar mangas de camisas.</p><p>A CPP é côncava em relação à origem em virtude da chamada Lei dos custos</p><p>crescentes: para atrair trabalhadores que estão empregados na produção de camisas e</p><p>deslocá-los para a de carros, deverão ser oferecidos salários maiores, e vice-versa.</p><p>O que mais pode ser visto na CPP?</p><p>- Eficiência</p><p>* A</p><p>* B *C</p><p>Bens</p><p>de I</p><p>Bens de C</p><p>A= capacidade ociosa</p><p>C = nível impossível de produção</p><p>B = situação ideal</p><p>Teste para determinar a eficiência: veja se para produzir mais de um bem a economia deve produzir</p><p>menos de outro. Se a resposta for sim, então a economia está produzindo eficientemente e está</p><p>sobre a sua curva de possibilidades de produção.</p><p>- Crescimento Econômico</p><p>A CPP pode sofrer mudanças que ocasionarão o seu deslocamento para fora ou para</p><p>dentro. Aqui são destacados três principais fatores de deslocamento:</p><p>1. Variações nos fatores considerados constantes determinarão deslocamento para a direita.</p><p>2. Variações tecnológicas iguais para os processos de produção dos dois bens deslocarão a</p><p>curva para a direita e paralelamente.</p><p>3. Se a variação tecnológica for maior para o processo de produção de um determinado</p><p>produto, maior será o deslocamento em relação a esse eixo.</p><p>Disso, pode-se constatar também, via a curva de possibilidades de produção, o</p><p>impacto, por exemplo, de um crescimento econômico que deslocará a curva para cima e para a</p><p>direita.Os fatores que causam o crescimento econômico: aumento do investimento, inovações,</p><p>maior divisão do trabalho e aumento nos insumos.</p><p>3. ANÁLISE MARGINAL</p><p>No que as pessoas se baseiam para alocar os diferentes recursos escassos de modo a</p><p>obter o maior valor?</p><p>95</p><p>Análise marginal: análise dos benefícios e custos da unidade marginal de um bem ou insumo.</p><p>As pessoas desejam maximizar o máximo beneficio líquido (lucro).</p><p>Beneficio liquido = beneficio total (BT) – custo total (CT)</p><p>Exemplo: Consumir mais uma pizza.</p><p>- Encontre o aumento no BT com uma unidade a mais consumida (BMg);</p><p>- Encontre o aumento no CT com uma unidade a mais consumida (CMg);</p><p>- Se BMg ≥ CMg = consome mais uma pizza.</p><p>Beneficio liquido aumenta</p><p>POIS,</p><p>BMg = aumento BT</p><p>CMg = aumento CT Δ BT = BMg - CMg</p><p>Exemplo: Uma indústria moveleira está produz 30 jogos de cozinha a um custo de $ 30.000 e</p><p>as vende por $ 40.000. Se produzir a 31º, sua venda total será de $34.000 e seu custo total</p><p>será $ 32.500. Será que a indústria produzirá a 31º unidade?</p><p>OBS. A análise marginal, assim como problemas de otimização são ferramentas utilizadas no</p><p>estudo dos comportamentos de consumidores e de produtores.</p><p>Os consumidores sempre buscam a maximização de sua satisfação (ou utilidade) ao consumir.</p><p>Os produtores buscam maximizar seus lucros ou minimizar seus custos ao produzir. Os</p><p>diferentes comportamentos de consumidores e produtores serão discutidos na disciplina Teoria</p><p>Econômica.</p><p>Questões – Conceitos Básicos</p><p>1. Explique como os problemas econômicos fundamentais – o que e quanto, como e para quem produzir</p><p>– originam-se da escassez de recursos produtivos.</p><p>2. O que mostra a CPP?</p><p>3. Defina custo de oportunidade. O que são custos de oportunidade crescentes?</p><p>4. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é:</p><p>( ) a pobreza</p><p>( ) o controle dos bens produzidos</p><p>( ) a escassez</p><p>( ) a taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda</p><p>( ) a estrutura de mercado de uma economia</p><p>5. Em um sistema de livre iniciativa privada, o sistema de preços restabelece a posição de equilíbrio:</p><p>( ) por meio da concorrência entre compradores, quando houver excesso de oferta.</p><p>( ) por meio da concorrência entre vendedores, quando houver excesso de demanda.</p><p>( ) por pressões para baixo e para cima nos</p><p>preços, tais que acabem, respectivamente, com o excesso</p><p>de demanda e com o excesso de oferta.</p><p>( ) por meio de pressões sobre os preços que aumentam a quantidade demandada e diminuem a</p><p>quantidade ofertada, quando há excesso de oferta, e que aumentam a quantidade ofertada e diminuem a</p><p>demandada, quando há excesso de demanda.</p><p>( ) todas as alternativas anteriores são falsas.</p><p>96</p><p>6. Dada a curva de possibilidades de produção, aponte a alternativa errada:</p><p>A</p><p>E</p><p>* C</p><p>*D</p><p>*B</p><p>57 59</p><p>15</p><p>10</p><p>0</p><p>( ) a economia não pode atingir B, com os recursos de que dispõe.</p><p>( ) o custo de oportunidade de passar de C para D é zero.</p><p>( ) o custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5 unidades, a partir do ponto E, é igual a</p><p>2 unidades de Y.</p><p>( ) nos pontos C e D, a economia apresenta recursos produtivos desempregados.</p><p>( ) somente as três primeiras alternativas estão corretas.</p><p>7. A Curva de Possibilidades de Produção, quando construída para dois bens, mostra:</p><p>( ) os desejos das pessoas perante a produção total desses dois bens.</p><p>( ) a quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da mão-de-obra,</p><p>( ) a quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades das pessoas dessa</p><p>sociedade.</p><p>( ) quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com</p><p>determinada tecnologia.</p><p>( ) a impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os recursos são escassos.</p><p>8. O que fará com que a CPP se desloque para cima e para a direita? Comente.</p><p>9. Se o custo marginal de uma ação excede seu beneficio marginal, por que o beneficio liquido cairá?</p><p>Questões Aplicadas:</p><p>10. A IBM está produzindo 50 laptps a um custo de $50.000 e os está vendendo a $60.000. Se ela</p><p>produzir uma 51a unidade, sua venda total será igual a $62.000, e seu custo total será de $51.500. Será</p><p>que ela deve produzir a 51a unidade? Explique.</p><p>11. Se uma firma está sujeita aos custos e benefícios mostrados abaixo, quantas plantas deveria</p><p>construir? Comente.</p><p>Plantas Receita em $ (RT) Custo total em $ (CT)</p><p>1 10.000.000 5.000.000</p><p>2 18.000.000 12.000.000</p><p>3 24.000.000 20.000.000</p><p>12. Em uma ilha, um trabalhador pode produzir em uma hora um tapete ou duas cestas.</p><p>a) Qual o custo de oportunidade de um tapete?</p><p>b) Suponha que o trabalhador torne-se duas vezes mais eficiente, produzindo em uma hora dois tapetes</p><p>ou duas cestas. Como mudou o custo de oportunidade de um tapete?</p><p>13. A Empresa Justus Ltda treinou o administrador A por um custo de $ 40.000, e o administrador A vale</p><p>$ 80.000 para a Empresa. Mais tarde a Empresa tem a oportunidade de contratar o administrador B.</p><p>Esse administrador B custaria $ 40.000 para ser treinado, mas valeria $ 100.000. Porém, para contratar</p><p>o administrador B a Empresa deve demitir o funcionário A. Será que a Empresa deve contratar o</p><p>administrador B?</p><p>97</p><p>MERCADO: OFERTA E DEMANDA</p><p>Mercado é o encontro entre vendedores e compradores. Um mercado pode estar</p><p>em qualquer lugar, na esquina de uma rua, no outro lado do mundo, ou bem perto como o</p><p>telefone ou os classificados do jornal. Não precisa ser necessariamente um lugar físico. Nele</p><p>estão presentes os fundamentos da procura e da oferta, que representam os interesses de</p><p>consumidores e produtores (ou vendedores). Procura, oferta, elasticidade e as diferentes</p><p>formas de organização dos mercados serão objeto de abordagem nesta Unidade.</p><p>1. PROCURA (OU DEMANDA)</p><p>A procura, também denominada demanda, é entendida como a quantidade de um</p><p>bem ou serviço que uma pessoa deseja e está apta a comprar a determinado preço em dado</p><p>intervalo de tempo, tudo o mais permanecendo inalterado (ceteris paribus). Depreende-se, daí,</p><p>que a cada preço corresponde uma determinada quantidade demandada. Essa relação pode</p><p>ser representada pela escala abaixo, considerada a procura por crédito:</p><p>Escala de procura</p><p>ALTERNATIVAS TAXA DE JUROS</p><p>REAIS</p><p>(preço do dinheiro)</p><p>VALORES DEMANDADOS</p><p>(unidades monetárias)</p><p>A 3% a.a 100</p><p>B 6% a.a 80</p><p>C 9% a.a 60</p><p>D 12% a.a 40</p><p>E 15% a.a 20</p><p>Outra forma de expressar essas diversas alternativas seria através da curva de</p><p>procura ou de demanda (D). Na Figura a seguir, o eixo horizontal mostra a quantidade</p><p>procurada (Q) de empréstimo por unidade de tempo. O eixo vertical representa o preço (P),</p><p>taxa de juros paga pelo cliente. A procura é dada pela curva D, que se inclina de cima para</p><p>baixo, da esquerda para a direita, mostrando que a quantidade demandada varia inversamente</p><p>ao preço.</p><p>Exemplo de procura ou demanda por crédito:</p><p>P</p><p>À medida que a taxa de juros aumenta (preço do dinheiro), diminui a quantidade de</p><p>empréstimos que os clientes se dispõem a tomar. Essa é a lei da procura: as quantidades</p><p>15%</p><p>P</p><p>15%</p><p>Curva de Procura</p><p>9%</p><p>3%</p><p>6020 60 100 Q</p><p>98</p><p>demandadas variam inversamente aos preços. Ou seja, o consumidor desejará adquirir mais</p><p>bens ou serviços à medida em que o preço diminua, uma vez que seu objetivo é alcançar a</p><p>máxima satisfação possível de suas necessidades a partir de uma renda limitada. Por outro</p><p>lado, se o preço do bem se eleva, a tendência é que o consumidor reduza a quantidade</p><p>demandada.</p><p>2. OFERTA</p><p>A oferta é definida como a quantidade (Q) de bem ou serviço que um vendedor ou</p><p>produtor está disposto a oferecer a cada preço (P) e em determinado período de tempo, ceteris</p><p>paribus.</p><p>Quanto mais alto é o preço de mercado, maiores quantidades os vendedores</p><p>estarão dispostos a oferecer. Quanto mais baixo é o preço, menores quantidades os</p><p>vendedores estarão dispostos a oferecer. É a lei da oferta: as quantidades ofertadas variam</p><p>diretamente com os preços.</p><p>As quantidades ofertadas a cada preço podem ser representadas por uma escala</p><p>de oferta:</p><p>Escala de Oferta</p><p>ALTERNATIVAS TAXA DE JUROS REAIS</p><p>(preço do dinheiro)</p><p>VALORES OFERTADOS</p><p>(unidades monetárias)</p><p>A 15% a.a 100</p><p>B 12% a.a 80</p><p>C 9% a.a 60</p><p>D 6% a.a 40</p><p>E 3% a.a 20</p><p>A curva de oferta (S) é a representação gráfica da escala de oferta. Uma curva de</p><p>oferta inclina-se para cima, da esquerda para a direita, refletindo o fato de que a quantidade</p><p>ofertada de um dado produto varia diretamente com seu preço.</p><p>Exemplo de oferta de crédito:</p><p>9%</p><p>3%</p><p>20 Q 100</p><p>Curva de Oferta</p><p>P</p><p>15%</p><p>60</p><p>99</p><p>Nesse exemplo, à medida que a taxa de juros aumenta, os bancos se dispõem a</p><p>oferecer maior volume de crédito.</p><p>3. OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM AS CURVAS DE DEMANDA E OFERTA</p><p>O termo ceteris paribus, empregado na definição da procura e da oferta, significa que a</p><p>quantidade demandada ou ofertada varia apenas em função de alterações de preço. Na</p><p>prática, entretanto, existem inúmeras outras causas que podem influenciar as quantidades</p><p>demandadas ou ofertadas.</p><p>Sob a ótica da demanda, alterações no gosto ou preferência dos consumidores, na</p><p>renda da população, nos preços de outros bens e nas expectativas sobre o futuro podem</p><p>influenciar significativamente as quantidades demandadas pela sociedade. Mantendo os</p><p>demais fatores constantes:</p><p>- aumento no consumo de sucos naturais faz com que diminua a quantidade demandada de</p><p>refrigerantes;</p><p>- elevação na renda de uma comunidade determinará maior demanda por bens de consumo</p><p>duráveis;</p><p>- elevação de taxa de juros pelos concorrentes aumentará a demanda por crédito em um</p><p>banco.</p><p>Se a análise for sob o enfoque da oferta, diversas causas, além do preço, podem</p><p>influenciar as quantidades ofertadas. Aperfeiçoamento das técnicas produtivas, redução dos</p><p>custos de produção, condições climáticas favoráveis ou concessão de subsídios ao produto,</p><p>certamente aumentarão as quantidades ofertadas, mesmo mantendo-se estável o preço. Por</p><p>outro lado, fatores como condições climáticas desfavoráveis ou aumento dos impostos sobre o</p><p>produto provocarão diminuição nas</p><p>quantidades ofertadas.</p><p>4. PREÇO E QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO</p><p>O preço e a quantidade de equilíbrio de mercado são determinados pela interação das</p><p>curvas de demanda e oferta, onde os interesses de demandantes e ofertantes são</p><p>coincidentes, conforme mostra a Figura abaixo.</p><p>P</p><p>re</p><p>ço</p><p>s</p><p>Quantidade</p><p>9%</p><p>6%</p><p>3%</p><p>15%</p><p>12%</p><p>D</p><p>D</p><p>S</p><p>S</p><p>20 40 60 80 100</p><p>E</p><p>Qe</p><p>Pe</p><p>100</p><p>No exemplo apresentado, o ponto E mostra onde os interesses se equivalem, com taxa</p><p>de juros 9% a.a. (preço de equilíbrio) e a quantidade de crédito da ordem de 60 UM</p><p>(quantidade de equilíbrio).</p><p>4.1. Deslocamentos ao longo de uma mesma curva</p><p>Deslocamentos ao longo de uma curva de demanda ou de oferta ocorrem devido às</p><p>variações de preços, ceteris paribus.</p><p>Curva de Demanda</p><p>P</p><p>Uma variação no preço altera a quantidade demandada. No gráfico acima, o preço</p><p>aumentou de P0 para P1 e em conseqüência a quantidade demandada caiu de Q0 para Q1. O</p><p>movimento inverso é possível: se o preço caísse de P1 para P0, a quantidade demandada</p><p>aumentaria de Q1 para Q0 .</p><p>Curva de Oferta</p><p>P0</p><p>P</p><p>P</p><p>Q Q Q0</p><p>Movimento</p><p>P</p><p>P</p><p>P0</p><p>P0</p><p>P</p><p>P</p><p>P0</p><p>P</p><p>P0</p><p>P</p><p>Q0 Q Q</p><p>P</p><p>P0</p><p>101</p><p>Uma variação só no preço de P0 para P1, aumenta a quantidade ofertada de Q0 para</p><p>Q1. O inverso aqui também é possível: se o preço diminuísse de P1 para P0 , a quantidade</p><p>ofertada do produto seria reduzida de Q1 para Q0 .</p><p>4.2. Deslocamento das curvas de demanda e de oferta</p><p>Deslocamentos das curvas de demanda por um determinado bem ou serviço são</p><p>provocados por variações de gosto ou preferência, de preços de outros bens (substitutos ou</p><p>complementares) e da renda do consumidor. Isso quer dizer que, ao mesmo preço, os</p><p>consumidores desejam comprar mais/menos quantidades de um determinado produto. A curva</p><p>de demanda se desloca paralelamente para direita ou para esquerda, refletindo as alterações</p><p>ocorridas.</p><p>Curvas de Demanda</p><p>O deslocamento das curvas de oferta para a direita ou para a esquerda é devido a</p><p>variações na tributação, nos custos, na produtividade, na tecnologia de produção, etc.</p><p>Curvas de Oferta</p><p>Aumento da Procura Redução da Procura</p><p>Redução da Oferta Aumento da Oferta</p><p>102</p><p>4.3. Deslocamento da demanda e variações de preço</p><p>Mudanças na curva de demanda, ceteris paribus, alterarão a quantidade e o preço de</p><p>equilíbrio.</p><p>Maior Demanda</p><p>ΔP</p><p>ΔQ</p><p>Q0</p><p>Preços</p><p>QuantidadeQ1</p><p>D</p><p>D1 S</p><p>S</p><p>D1</p><p>D</p><p>P1</p><p>P0</p><p>P0 = Preço de equilíbrio</p><p>Q0 = Quantidade de equilíbrio</p><p>P1 = Novo preço de equilíbrio</p><p>Q1 = Nova quantidade de equilíbrio</p><p>Aumentando a demanda, não havendo quantidade suficiente de bens, a curto prazo,</p><p>para atender a essa demanda, compradores insatisfeitos estarão dispostos a oferecer maior</p><p>preço para conseguirem o produto.</p><p>4.4. Deslocamento da oferta e variações de preço</p><p>Mudanças na curva de oferta, permanecendo inalterada a curva de demanda, alterarão</p><p>a quantidade e o preço de equilíbrio.</p><p>Maior oferta</p><p>Δ</p><p>ΔQ</p><p>Q0</p><p>Preços</p><p>QuantidadeQ1</p><p>P0</p><p>P1</p><p>D</p><p>S</p><p>S</p><p>P</p><p>D</p><p>S1</p><p>S1</p><p>P0 = Preço de equilíbrio</p><p>Q0 = Quantidade de equilíbrio</p><p>P1 = Novo preço de equilíbrio</p><p>Q1 = Nova quantidade de equilíbrio</p><p>Efeito do deslocamento da Demanda sobre o equilíbrio de mercado</p><p>Efeito do deslocamento da Oferta sobre o equilíbrio de mercado</p><p>Aumento de oferta significa aumento da quantidade de produtos à disposição dos</p><p>consumidores. Se não houver alteração na demanda, a concorrência entre os vendedores</p><p>empurrará os preços para baixo e, em conseqüência, a quantidade transacionada aumentará.</p><p>5. INTERVENÇÕES DE MERCADO</p><p>- Pisos de Preço: governo proíbe que o preço caia abaixo e certo valor.</p><p>Exemplo: piso salarial</p><p>- Tetos de Preço: governo proíbe que o preço ultrapasse um valor máximo.</p><p>Exemplo: teto para a gasolina.</p><p>103</p><p>Consequências das Intervenções: racionamento não liderado por preços, mudanças na</p><p>qualidade e mercados negros.</p><p>Questões Aplicadas:</p><p>1. Suponha que uma lei de controle de aluguéis force os aluguéis abaixo do seu preço de mercado.</p><p>Como os proprietários compensam s efeitos das leis de controle de aluguéis em seus ganhos?</p><p>Exemplifique.</p><p>2. Ao longo de um período de 5 anos, o preço dos aparelhos de TV aumentou 5%, e o preço de todos os</p><p>outros bens aumentou 12%. Durante o mesmo período, mais TVs foram vendidas. Isso apoia ou</p><p>contradiz a lei da demanda? Comente.</p><p>3. O preço de casas é tão alto que há uma falta de casas. Nem todos os que desejam comprar uma casa</p><p>poderão comprar uma. Essa afirmação está correta? Explique.</p><p>6. O CONCEITO DE ELASTICIDADE</p><p>A noção de elasticidade é de fundamental importância na compreensão e análise dos</p><p>mercados de bens e serviços. Considerando o equilíbrio de mercado, ela mede o impacto</p><p>sobre a quantidade decorrente de alterações no preço (elasticidade-preço) do próprio bem e na</p><p>renda do consumidor (elasticidade-renda), por exemplo. Nesse sentido, foi visto que, a um</p><p>preço mais elevado, correspondia uma redução da quantidade demandada e, por outro lado,</p><p>um aumento da quantidade ofertada.</p><p>Qual a intensidade desses efeitos? Eles seriam idênticos, ou diferenciados de um</p><p>produto para outro? Como medir a eleasticidade?</p><p>Elasticidade-preço da procura</p><p>A elasticidade-preço da procura reflete a sensibilidade da quantidade procurada por</p><p>dado produto a uma alteração no preço desse produto. A forma correta de se medir essa</p><p>sensibilidade é através da relação entre a variação percentual na quantidade e a variação</p><p>percentual no preço.</p><p>Se a quantidade procurada variar mais que proporcionalmente à alteração nos preços, a</p><p>procura do produto é considerada elástica . É o que ocorre se, por exemplo, o preço de um</p><p>produto subir 10% e a quantidade demandada reduzir-se em 20%, ou o preço subir 6% e a</p><p>quantidade demandada reduzir-se em 10%. Caso as variações de quantidade sejam</p><p>proporcionalmente menores que as variações de preço, a procura é dita inelástica . Quando as</p><p>variações forem percentualmente iguais, a procura do produto tem eleasticidade unitária .</p><p>Existem certos fatores que explicam ou influenciam o valor da elasticidade-preço de</p><p>demanda. Os elementos apresentados a seguir devem ser entendidos como alguns subsídios</p><p>ao entendimento do porquê da demanda de certos produtos serem mais elásticas que a de</p><p>outros:</p><p>a) existência de produtos substitutos — é de se esperar que, quanto mais perfeitos forem os</p><p>substitutos de um produto, maior a tendência de esse produto ter demanda elástica;</p><p>b) peso do produto no orçamento — se for pouco substituível, quanto menor o peso no</p><p>orçamento, menor deverá ser sua elasticidade-preço;</p><p>c) essenciabilidade do produto — quanto mais essencial for o produto, menor deverá ser a</p><p>elasticiade-preço.</p><p>104</p><p>Nesse sentido, sal é exemplo clássico de produto com procura inelástica e viagem de</p><p>turismo é um bem de demanda elástica.</p><p>Elasticidade-renda da procura</p><p>A elasticidade-renda da procura mede a variação percentual na quantidade demandada</p><p>de um produto decorrente da variação percentual na renda dos consumidores.</p><p>Se o aumento na renda implica aumento na quantidade demandada, a elasticidade-</p><p>renda é positiva e o produto é classificado como bem normal . Exemplo: aparelhos</p><p>eletrodomésticos. Caso o aumento na renda implique queda na quantidade demandada, a</p><p>elasticidade-renda é negativa e o produto é classificado como bem inferior . Exemplo: farinha</p><p>de mandioca.</p><p>Elasticidade-preço da oferta</p><p>Análise similar é válida para a curva de oferta, em relação a mudanças de preços.</p><p>Porém, as variações nos preços e nas quantidades são na mesma direção. Assim, se o preço</p><p>de um bem aumentar 10% e a quantidade crescer 20%, a oferta será elástica . Se a resposta</p><p>da quantidade for de 5%, a oferta</p><p>é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes</p><p>da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora</p><p>escassos, se prestam a usos alternativos”.</p><p>Com isso, podemos notar que em Economia tudo se resume a uma restrição quase</p><p>física – a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços com os recursos</p><p>escassos disponíveis de cada sociedade. Mas lembre-se só existirá escassez se houver uma</p><p>demanda para a aquisição do bem – tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana.</p><p>E um bem é demandado porque é útil.</p><p>Figura 2 - Síntese dos conceitos básicos da sistematização de Robbins</p><p>Conflito fundamental</p><p>Escolhas entre fins possíveis e meios</p><p>disponíveis</p><p>Consecução de</p><p>determinado fim</p><p>Alocação de recursos</p><p>(custoso)</p><p>Benefício</p><p>Custo de</p><p>oportunidade</p><p>Não-consecução de</p><p>outros fins</p><p>Meios</p><p>(ou recursos) escassos e</p><p>limitados</p><p>Fins</p><p>(ou necessidades)</p><p>múltiplos e ilimitáveis</p><p>10</p><p>Existem ligações formais entre as abordagens consideradas: a neoclássica, a socialista</p><p>e a sistematização de Robbins. A razão de ser da economia está presente nas três formas de</p><p>delimitar o campo específico do conhecimento econômico – o estudo das formas aplicadas</p><p>pelo homem na incessante busca de meios para satisfazer às condições ilimitáveis de bem-</p><p>estar.</p><p>Quadro 2 – O conceito de economia nas três abordagens</p><p>A abordagem neoclássica A perspectiva socialista A sistematização de</p><p>Robbins</p><p>- A economia é um estudo</p><p>dos homens tal como vivem,</p><p>agem e pensam nos</p><p>assuntos ordinários da vida.</p><p>- Focaliza, principalmente, a</p><p>condução do homem no</p><p>trato com questões que</p><p>interferem em sua riqueza e</p><p>bem-estar.</p><p>- O fim último de que cuida a</p><p>economia consiste em</p><p>descobrir como as virtudes</p><p>humanas e a concorrência</p><p>podem conduzir ao bem-</p><p>estar social.</p><p>- As necessidades humanas</p><p>são determinadas pelo</p><p>estágio cultural da</p><p>sociedade.</p><p>- Para satisfazer a um</p><p>padrão de necessidades, o</p><p>hoem se dedica a um ato</p><p>social: a produção.</p><p>- A realização desse</p><p>processo se completa com a</p><p>distribuição do produto</p><p>social.</p><p>- O estudo das leis sociais</p><p>que regulam a produção e a</p><p>distribuição resume o campo</p><p>de que se ocupa a</p><p>economia.</p><p>- A sociedade tem objetivos</p><p>múltiplos, ilimitados, mas</p><p>meios limitados. A conduta</p><p>econômica consiste em</p><p>escolher entre fins possíveis</p><p>e meios escassos para</p><p>alcançá-los.</p><p>- A economia é um ramo que</p><p>estuda as formas do</p><p>comportamento humano que</p><p>resultam da relação entre</p><p>necessidades ilimitadas e</p><p>recursos escassos.</p><p>- Meios escassos, fins</p><p>alternativos, escolha e</p><p>alocação são os elementos a</p><p>partir dos quais se define o</p><p>campo de que se ocupa a</p><p>economia.</p><p>5. AS ESCOLHAS NA ECONOMIA:</p><p>* O QUE E QUANTO produzir</p><p>* COMO produzir e</p><p>* PARA QUEM produzir</p><p>Resumindo:</p><p>NECESSIDADES</p><p>HUMANAS</p><p>ILIMITADAS VS.</p><p>RECURSOS</p><p>PRODUTIVOS</p><p>ESCASSOS</p><p>ESCASSEZ</p><p>* O QUE E QUANTO</p><p>PRODUZIR</p><p>* COMO PRODUZIR</p><p>* PARA QUEM</p><p>PRODUZIR</p><p>ESCOLHA</p><p>Essas questões não seriam problemas se existissem recursos ilimitados. Porém, na</p><p>realidade temos inúmeras necessidades, recursos limitados e técnicas de produção.</p><p>Economia: optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes</p><p>de transformar os recursos escassos em produção. A teoria econômica trata de escassez,</p><p>custo e análise marginal como veremos em outras aulas.</p><p>11</p><p>Por enquanto teremos uma visão geral dos argumentos e do método de investigação na</p><p>ciência econômica, da evolução do pensamento econômico, das interações entre os diferentes</p><p>agentes da economia e de como a partir dessas interações surgem as questões-chave que</p><p>preocupam a Economia.</p><p>6. OS ARGUMENTOS DA ECONOMIA</p><p>Para entendermos o método de investigação da ciência econômica precisamos apenas</p><p>de um simples encadeamento lógico.</p><p>Baseadas nos postulados da teoria existente, formulam-se as hipóteses a respeito de</p><p>como a realidade se comporta. Deduzem-se as implicações e os resultados decorrentes</p><p>dessas hipóteses que são confrontados com a evidência dos dados de observações coletados</p><p>da realidade. Finalmente, desse confronto tiram-se as conclusões: ou a teoria explica</p><p>satisfatoriamente o comportamento da realidade econômica ou deve-se formular uma teoria</p><p>alternativa e mais adequada.</p><p>Teoria econômica: leis que explicam o comportamento humano e fazem parte do conjunto de</p><p>conhecimentos.</p><p>Os argumentos da teoria econômica podem ser:</p><p>Positivos - economia positiva: o que é de fato</p><p>Normativos - economia normativa: o que poderia ser</p><p>Essa distinção é importante em termos de metodologia uma vez que existe a</p><p>impossibilidade lógica de se deduzirem afirmações positivas de juízos de valores ou normativos</p><p>ou vice-versa.</p><p>Suponha-se que alguém afirme que:</p><p>1. quando as taxas de crescimento da população são superiores às da expansão da renda</p><p>nacional como um todo, a renda per capita se reduz;</p><p>2. a redução da renda per capita implica na perda do poder aquisitivo real da sociedade,</p><p>mantidos os níveis vigentes de preços;</p><p>3. logo, como é desejável a manutenção e, mesmo, a ampliação do poder aquisitivo real,</p><p>deveriam ser adotadas políticas de contenção do crescimento populacional.</p><p>(1) e (2): são factuais, positivas;</p><p>(3): é de caráter normativo.</p><p>As duas primeiras não são condições suficientes para dar sustentação à terceira. Essa</p><p>ressalva metodológica não implica a inexistência de conexões entre os compartimentos</p><p>positivos e normativos na economia.</p><p>A política econômica, não obstante seja formulada a partir de escolhas que envolvem</p><p>juízos de valores, tem o respaldo na modelação teórica desenvolvida pelos diferentes troncos</p><p>da economia positiva. Ou seja, a Economia se interessa primordialmente pelos argumentos</p><p>positivos, como pode ser visto na figura abaixo.</p><p>12</p><p>Figura 3 – Compartimentos usuais da economia</p><p>Economia Descritiva Economia Descritiva Economia Descritiva Economia Descritiva</p><p>Observação sistematizada do</p><p>mundo real.</p><p>Descrição e mensuração de fatos</p><p>econômicos.</p><p>Divisão do estudo econômico:</p><p>Microeconomia: estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual</p><p>interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados</p><p>específicos.</p><p>Macroeconomia: Estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a despesa</p><p>nacionais. As políticas econômicas de intervenção procuram estabelecer esse equilíbrio.</p><p>Desenvolvimento Econômico : estuda o processo de acumulação dos recursos escassos e da</p><p>geração de tecnologia capazes de aumentar a produção de bens e serviços para a sociedade.</p><p>Economia Internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio exterior, além dos</p><p>fluxos de capitais.</p><p>Teoria</p><p>Microeconômica</p><p>Teoria</p><p>Macroeconômica</p><p>O</p><p>a a</p><p>consumidor e</p><p>nálise da</p><p>procura</p><p>A empresa e a</p><p>análise da oferta</p><p>Remuneração</p><p>dos fatores de</p><p>produção e</p><p>repartição da</p><p>renda</p><p>Análise de</p><p>macrovariáveis:</p><p>renda,</p><p>consumo,</p><p>poupança,</p><p>investimento,</p><p>exportações,</p><p>importações,</p><p>tributos e dispêndio</p><p>público,</p><p>oferta e demanda</p><p>monetária.</p><p>Estrutura</p><p>concorrencial e</p><p>equilíbrio dos</p><p>mercados</p><p>C</p><p>Si</p><p>n</p><p>de rel</p><p>inter</p><p>ontabilidade Social.</p><p>stemas de contas</p><p>acionais e matrizes</p><p>ações</p><p>industriais.</p><p>Pr</p><p>teor</p><p>m</p><p>ec</p><p>incípios,</p><p>ias, leis e</p><p>odelos da</p><p>onomia</p><p>Teoria Econômica</p><p>Observação sistematizada do</p><p>mundo real.</p><p>Descrição e mensuração de fatos</p><p>econômicos.</p><p>Teoria</p><p>Macroeconômica</p><p>O</p><p>a a</p><p>consumidor e</p><p>nálise da</p><p>procura</p><p>C</p><p>Si</p><p>n</p><p>de rel</p><p>inter</p><p>ontabilidade Social.</p><p>stemas de contas</p><p>acionais e matrizes</p><p>ações</p><p>industriais.</p><p>Pr</p><p>teor</p><p>m</p><p>ec</p><p>incípios,</p><p>ias, leis e</p><p>odelos da</p><p>onomia</p><p>Teoria Econômica</p><p>Observação sistematizada do</p><p>mundo real.</p><p>Descrição e mensuração de fatos</p><p>econômicos.</p><p>Pr</p><p>teor</p><p>m</p><p>ec</p><p>incípios,</p><p>ias, leis e</p><p>desse bem será inelástica . Se a magnitude de variação na</p><p>quantidade for de 10%, a oferta apresenta elasticidade unitária . A sensibilidade da oferta de</p><p>produtos a variações nos preços depende de fatores como percentual de utilização da</p><p>capacidade instalada, disponibilidade de insumos e de mão-de-obra e tempo de ajuste na</p><p>produção.</p><p>7. ESTRUTURA DE MERCADO</p><p>O comportamento de ofertantes e demandantes no mercado não é uniforme. Em</p><p>decorrência da própria dinâmica da economia capitalista, o poder dos diferentes agentes</p><p>econômicos é também diferenciado. Veremos a seguir as características básicas dos principais</p><p>tipos de mercado.</p><p>Concorrência perfeita:</p><p>- grande número de consumidores e ofertantes, tornando o mercado pulverizado de tal forma</p><p>que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o</p><p>comportamento dos demais agentes;</p><p>- perfeito conhecimento do mercado, a começar pelo preço, por parte dos que o integram;</p><p>- perfeita mobilidade de recursos;</p><p>- ausência de entraves ao ingresso de novas empresas;</p><p>- homogeneidade de produtos.</p><p>Exemplos: feira livre, comércio varejista em geral.</p><p>Concorrência monopolística:</p><p>- grande número de empresas;</p><p>- fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado;</p><p>- pouca diferenciação dos produtos. Cada concorrente estabelece um produto único e</p><p>ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem, publicidade. A diferença é subjetiva.</p><p>Exemplos: calças jeans, pizzarias, franquias, etc.</p><p>Oligopólio:</p><p>- pequeno número de empresas controla a quase totalidade do mercado;</p><p>- forte bloqueio à entrada de concorrentes;</p><p>- concorrência pela diferenciação de produtos;</p><p>- tendência à concentração de capitais através de fusões;</p><p>- tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços.</p><p>105</p><p>Exemplos: indústria automobilística, de vidros, cimento, aço, pneumáticos, química,</p><p>petroquímica etc.</p><p>Monopólio:</p><p>- existência de uma única empresa produtora de bens e serviços para os quais, no curto prazo,</p><p>não existem substitutos próximos;</p><p>- barreiras legais, tecnológicas e econômicas ao ingresso de concorrentes no mercado;</p><p>- dimensões do mercado estabelecidas pela empresa via determinação prévia do volume de</p><p>produção e dos preços desejáveis;</p><p>- o lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela estabelecido.</p><p>Exemplo: correios.</p><p>Monopsônio:</p><p>- uma única empresa compradora de determinado produto;</p><p>- preço determinado pelo comprador.</p><p>Exemplo: setor público na compra de produtos específicos.</p><p>Oligopsônio:</p><p>- poucas empresas compradoras;</p><p>- preço do produto determinado pelos demandantes;</p><p>- grande dificuldade de entrada no mercado para novos compradores.</p><p>Exemplo: indústria automobilística, fábricas de cigarros.</p><p>Estruturas de mercado - quadro síntese</p><p>Tipos de</p><p>Mercado</p><p>N°</p><p>Vendedores</p><p>Nº Com-</p><p>pradores</p><p>Dificuldade</p><p>de Entrada</p><p>no Mercado</p><p>Grau de</p><p>Diferenciação</p><p>do Produto</p><p>Quem</p><p>Determina o</p><p>Preço</p><p>Exemplos</p><p>Concorrência</p><p>Perfeita</p><p>Muitos Muitos Nenhuma Nenhum Mercado Feira Livre</p><p>Concorrência</p><p>Monopolística</p><p>Muitos Muitos __ Subjetivo Vendedor,</p><p>com Alguma</p><p>Limitação</p><p>Jeans</p><p>franquias</p><p>Oligopólio Poucos __ Grande Padronizado ou</p><p>Diferenciado</p><p>Vendedor Cimento,</p><p>Cerveja,</p><p>Automóveis</p><p>Monopólio Um __ Total Não há</p><p>substitutos</p><p>Satisfatórios</p><p>Vendedor Correios</p><p>Monopsônio __ Um Total __ Comprador setor público na</p><p>aquisição de</p><p>produtos</p><p>específicos</p><p>Oligopsônio __ Poucos Grande Padronizado ou</p><p>Diferenciado</p><p>Comprador Agroindústrias</p><p>106</p><p>O mercado também cria algumas imperfeições que impedem o que se poderia chamar</p><p>de seu comportamento “natural”. Essas imperfeições estão relacionadas ao poder de mercado</p><p>e formas de atingi-lo ou mantê-lo. É o caso do truste, dumping e cartel.</p><p>O truste é o tipo de estrutura em que várias empresas, já detendo a maior parte do</p><p>mercado, combinam-se ou fundem-se para assegurar esse controle, estabelecendo preços</p><p>elevados que lhes garantam altas margens de lucro.</p><p>O dumping se caracteriza pela venda de produtos a preços mais baixos que os custos,</p><p>com a finalidade de eliminar concorrentes e conquistar fatias maiores de mercado.</p><p>Cartel é um grupo de empresas independentes que formalizam um acordo para sua</p><p>atuação coordenada, com vistas a interesses comuns. O tipo mais comum de cartel é o de</p><p>empresas que produzem artigos semelhantes, de forma a constituir um monopólio de mercado.</p><p>Referência Bibliográfica</p><p>ABREU, Marcelo de Paiva (1990). A Ordem do Progresso. São Paulo: Campus.</p><p>BAER, Werner (2002). A Economia Brasileira. São Paulo: Nobel.</p><p>Boletim do Banco Central do Brasil - Relatório 2005. Parte IV – Finanças Públicas. (Disponível:</p><p>http://www.bcb.gov.br).</p><p>CARDOSO, Eliana (1996) Economia Brasileira ao Alcance de Todos, 17ª ed. Editora</p><p>Brasiliense.</p><p>Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (http://www.planejamento.gov.br)</p><p>PEREIRA, Luis Carlos Bresser (1994). A economia e a política do Plano Real. Revista de</p><p>Economia Política, 14 (56): 129-149.</p><p>PEREIRA, Luis Carlos Bresser (1996). A Inflação decifrada. Revista de Economia Política,</p><p>16(64): 20-35.</p><p>PINHO, Diva Benevides & VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de (Org.). (2005)</p><p>Manual de Economia, 5ª ed. São Paulo: Saraiva.</p><p>ROSSETTI, José Paschoal (2003). Introdução à Economia, 20ª ed. São Paulo: Atlas.</p><p>WESSELS, Walter (2003). Economia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva.</p><p>http://www.bcb.gov.br/</p><p>http://www.planejamento.gov.br/</p><p>Caderno Didático n0 1:</p><p>Introdução à Economia</p><p>- Princípio do benefício recebido: um tributo é justo quando cada contribuinte paga ao Estado um montante diretamente relacionado com os benefícios que recebe do governo. Dificuldade: como individualizar os benefícios a partir do funcionamento de bens públicos. Exemplo: serviços públicos que utilizam taxas específicas para o seu financiamento. Outros exemplos de instituir tributos de forma que funcionem como financiamento de determinados programas do governo são a cobrança de um imposto sobre combustíveis, para financiar a construção de rodovias, e os impostos sobre consumo de energia elétrica, para financiar investimentos no setor.</p><p>- Principio da capacidade de pagamento: cada agente deveria pagar tributos conforme sua capacidade de pagamento. Medidas da capacidade de pagamento: renda, consumo e patrimônio.</p><p>Taxa cambial é a relação de preço existente entre a moeda nacional e determinada moeda estrangeira. A taxa cambial está relacionada com o movimento do saldo do balanço de pagamentos do país. Ocorrendo variação para baixo nas taxas cambiais, ou seja , desvalorizando-se a moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, haverá redução no saldo de exportações e aumento no saldo de importações, com aumento de saídas de divisas e consequente déficit.</p><p>Principais Regimes Cambiais</p><p>Sistema Monetário Internacional</p><p>Tipos de Mercado</p><p>N° Vendedores</p><p>Nº Com- pradores</p><p>Dificuldade de Entrada no Mercado</p><p>Grau de Diferenciação do Produto</p><p>Quem Determina o Preço</p><p>Exemplos</p><p>Concorrência Perfeita</p><p>Muitos</p><p>Muitos</p><p>Nenhuma</p><p>Nenhum</p><p>Mercado</p><p>Feira Livre</p><p>Concorrência Monopolística</p><p>Muitos</p><p>Muitos</p><p>__</p><p>Subjetivo</p><p>Vendedor, com Alguma Limitação</p><p>Jeans</p><p>franquias</p><p>Oligopólio</p><p>Poucos</p><p>__</p><p>Grande</p><p>Padronizado ou Diferenciado</p><p>Vendedor</p><p>Cimento, Cerveja, Automóveis</p><p>Monopólio</p><p>Um</p><p>__</p><p>Total</p><p>Não há substitutos Satisfatórios</p><p>Vendedor</p><p>Correios</p><p>Monopsônio</p><p>__</p><p>Um</p><p>Total</p><p>__</p><p>Comprador</p><p>setor público na aquisição de produtos específicos</p><p>Oligopsônio</p><p>__</p><p>Poucos</p><p>Grande</p><p>Padronizado ou Diferenciado</p><p>Comprador</p><p>Agroindústrias</p><p>odelos da</p><p>onomia</p><p>Teoria Econômica</p><p>Observação sistematizada do</p><p>mundo real.</p><p>Descrição e mensuração de fatos</p><p>econômicos.</p><p>A condução do</p><p>processo econômico</p><p>agregativamente</p><p>considerado.</p><p>Atuação sobre a</p><p>realidade, com 3</p><p>objetivos:</p><p>* Crescimento</p><p>* Estabilidade</p><p>* Equitatividade</p><p>A regulação da atividade</p><p>dos agentes econômicos:</p><p>o interajuste de custos e</p><p>benefícios privados e</p><p>sociais.</p><p>Política Econômica</p><p>Teoria</p><p>Microeconômica</p><p>A empresa e a</p><p>análise da oferta</p><p>Remuneração</p><p>dos fatores de</p><p>produção e</p><p>repartição da</p><p>renda</p><p>Análise de</p><p>macrovariáveis:</p><p>renda,</p><p>consumo,</p><p>poupança,</p><p>investimento,</p><p>exportações,</p><p>importações,</p><p>tributos e dispêndio</p><p>público,</p><p>oferta e demanda</p><p>monetárias.</p><p>Estrutura</p><p>concorrencial e</p><p>equilíbrio dos</p><p>mercados</p><p>Teoria</p><p>Macroeconômica</p><p>O consumidor e</p><p>a análise da</p><p>procura</p><p>Contabilidade Social.</p><p>Sistemas de contas</p><p>nacionais e matrizes</p><p>de relações</p><p>interindustriais.</p><p>Teoria Econômica</p><p>Princípios,</p><p>teorias, leis e</p><p>modelos da</p><p>economia</p><p>13</p><p>7. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA</p><p>A metodologia da elaboração científica, em sua estrutura fundamental, busca, como</p><p>primeiro passo, observar sistematicamente a realidade. Depois elaborar modelos simplificados</p><p>que a reproduzem, que identifiquem relações de causas e efeitos e que interpretem os mais</p><p>variados eventos e seus desdobramentos. No processo de elaboração recorre-se a duas</p><p>abordagens distintas, ainda que complementares: a indução e a dedução. Vejamos como</p><p>ocorre a construção do conhecimento na economia pela figura abaixo.</p><p>Figura 4- A construção do conhecimento na economia</p><p>Observação</p><p>sistematizada da</p><p>realidade</p><p>Reelaboração resultante de</p><p>novas observações ou de</p><p>mudanças nas condições</p><p>preexistentes.</p><p>Formulação de princípios,</p><p>teorias, leis u modelos</p><p>explicativos ou interpretativos</p><p>da realidade.</p><p>Validação, pelo</p><p>permanente confronto com</p><p>a realidade</p><p>Método dedutivo</p><p>Método indutivo</p><p>Abstrações teóricas</p><p>envolvendo situações e</p><p>comportamentos não</p><p>mensuráveis a partir de</p><p>levantamentos da realidade</p><p>concreta.</p><p>Esforço de teorização</p><p>substitutivo da validação</p><p>experimental.</p><p>Abstrações resultantes de</p><p>levantamentos e informes</p><p>quantitativos.</p><p>Construção de modelos</p><p>validados por testes</p><p>estatísticos.</p><p>14</p><p>8. EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO: 1</p><p>A figura 5 abaixo mostra de maneira bem articulada como ocorreu o desenvolvimento</p><p>das diferentes correntes de pensamento econômico.</p><p>Fonte: Rossetti (2003)</p><p>1 Para maiores informações sobre as escolas de pensamento econômico ver o website The History of Economic</p><p>Thought: http://homepage.newschool.edu/het/</p><p>15</p><p>9. INTERAÇÃO ENTRE OS AGENTES EC ONÔMICOS E AS QUESTÕES-CHAVE DA</p><p>ECONOMIA</p><p>9.1. As Categorias Participantes do Sistema Econômico</p><p>As três categorias que formam a base de qualquer sistema econômico são os recursos, os</p><p>agentes, e as instituições, como pode ser visto na figura 6 abaixo:</p><p>Elementos</p><p>constitutivos do</p><p>sistema</p><p>econômico</p><p>como um todo:</p><p>recursos, agentes</p><p>e instituições</p><p>Recursos naturais</p><p>Recursos humanos</p><p>Capital</p><p>Capacidade tecnológica</p><p>Capacidade empresarial</p><p>Unidades familiares</p><p>Empresas</p><p>Governo</p><p>Jurídicas</p><p>Políticas</p><p>Sociais</p><p>Estoque de fatores de</p><p>produção</p><p>Quadro de agentes</p><p>econômicos</p><p>Complexo de instituições</p><p>Os processos, os mecanismos e os instrumentos de interação dos agentes econômicos</p><p>decorrem de dois fatores fundamentais:</p><p>- a diversidade das necessidades humanas, que conduz à organização de sistemas de trocas;</p><p>- a diversidade de capacitações das pessoas e nações, determinada por heranças culturais ou</p><p>por vocações naturais, que conduz à especialização e à divisão social do trabalho.</p><p>9.2 Processo de Interação e os Fluxos Econômicos Fundamentais</p><p>Os fluxos reais definem-se a partir de suprimentos de recursos de produção, de seu</p><p>emprego e de sua combinação pelas unidades de produção, bem como pela resultante</p><p>geração de bens e serviços intermediários e finais.</p><p>Os fluxos monetários definem-se como contrapartida dos fluxos reais. Traduzem-se, de</p><p>um lado, pelos pagamentos de remunerações aos fatores de produção empregados; de outro</p><p>lado, pelos preços pagos aos bens e serviços adquiridos, independentemente de sua</p><p>destinação.</p><p>16</p><p>Figura 7- A interação entre famílias e empresas</p><p>EMPRESAS</p><p>FAMÍLIAS</p><p>Fornecimento de fatores de produção</p><p>Pagamento aos fatores</p><p>Pagamentos (bens e serviços)</p><p>Suprimentos (bens e serviços)</p><p>Figura 8 - A interação entre famílias, empresas e governo</p><p>EMPRESAS</p><p>Fornecimento de fatores de produção</p><p>Pagamento aos fatores</p><p>FAMÍLIAS</p><p>Pagamentos</p><p>(bens e serviços)</p><p>Suprimentos (bens e serviços)</p><p>GOVERNO</p><p>Fornecimento (bens e serviços) e IFBKF</p><p>Remuneração</p><p>fatores</p><p>Pgto bens e</p><p>serviços</p><p>TT</p><p>17</p><p>Figura 9- Uma visão de conjunto do processo econômico e das questões-chave da economia</p><p>Fonte: Rossetti (2003)</p><p>A forma como esses processos de realizam e seus resultados finais estão relacionados</p><p>com as quatro questões-chave da economia:</p><p>* A plena utilização dos recursos produtivos – Eficiência Produtiva: emprego dos fatores de</p><p>produção;</p><p>18</p><p>* A escolha do que produzir – Eficácia Alocativa: produtos gerados;</p><p>* A distribuição dos resultados dos esforços de produção – Justiça Distributiva: rendas.</p><p>* A organização da vida econômica em sociedade – Ordenamento Institucional: instituições que</p><p>regularão o funcionamento do sistema como um todo e a interação entre os agentes.</p><p>Nós nos deteremos nas duas primeiras das questões-chave, para os interessados nas</p><p>demais questões, ver Rosseti (2003, Caps. 5 e 6).</p><p>Questões:</p><p>1. A condição fundamental para que se realize o fluxo de produção é a existência de um conjunto de</p><p>cinco fatores. Cite e conceitue cada um deles.</p><p>2. O que compreende o fator capital. Por que o conceito de capital se associa aos de investimento e de</p><p>acumulação?</p><p>3. Diferencie o conceito de formação bruta de capital do de formação líquida de capital fixo.</p><p>4. Mobilizando os cinco fatores de produção, o aparelho de produção das economias desenvolve um</p><p>grande fluxo contínuo de geração de bens e serviços. Diferencie os conceitos de bens e serviços finais</p><p>de consumo, bens e serviços intermediários e bens e serviços finais de produção.</p><p>5. Quanto à intensidade de emprego dos fatores e à natureza dos bens e serviços gerados, as atividades</p><p>de produção classificam-se em primárias, secundárias e terciárias. Mostre as diferenças entre elas.</p><p>6. A função de produção para a economia considerada agregativamente mostra a relação funcional entre</p><p>a produção e os recursos empregados. Exemplifique essa função e diga qual é o tipo de relação entre as</p><p>variáveis produção e recursos de produção.</p><p>7. Descreva a partir da função de produção as precondições para que uma economia tenha crescimento</p><p>econômico e, conseqüentemente, uma maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante.</p><p>8. A maior disponibilidade de bens e serviços finais por habitante é considerada precondição quantitativa</p><p>para a promoção do crescimento econômico e do bem-estar social. Essa precondição é suficiente</p><p>também para o desenvolvimento econômico? Comente.</p><p>9. Diferencie, conceituando cada uma delas, as três seguintes categorias de elementos constitutivos do</p><p>sistema econômico: estoque de fatores, quadro de agentes econômicos e o complexo de instituições.</p><p>10. São três os agentes econômicos que interagem dentro de determinado sistema econômico: unidades</p><p>familiares, empresas e governo. Destaque os papéis de cada um.</p><p>11. Descreva sucintamente como ocorreu a</p><p>evolução do sistema de trocas até a instituição da moeda</p><p>como conhecemos na atualidade.</p><p>12. Explique cada uma das funções da moeda e dê exemplos.</p><p>13. Diferencie os conceitos de fluxo real e fluxo monetário. Sintetize esses dois fluxos em um modelo</p><p>simples de interação entre as famílias e as empresas.</p><p>14. O modelo simples de interação entre famílias e empresas é modificado com a introdução do agente</p><p>Governo. Explique.</p><p>15. A principal fonte de renda do governo é a arrecadação de tributos. Diferencie tributos diretos e</p><p>tributos indiretos e dê exemplos de cada um deles.</p><p>19</p><p>CAPÍTULO 2 – SISTEMA FINANCEIRO</p><p>1. O QUE É MACROECONOMIA</p><p>Trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o</p><p>comportamento dos grandes agregados da economia, como renda e produto nacionais,</p><p>investimentos, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e</p><p>desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.</p><p>O debate constante da macroeconomia é saber se as decisões da política monetária e fiscal do</p><p>governo vão afetar ou não as tendências da economia.</p><p>2. AS METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA</p><p>As metas de política macroeconômica são: pleno emprego dos recursos, estabilidade de</p><p>preços, distribuição de renda e crescimento econômico.</p><p>Pleno emprego dos recursos</p><p>Aprofundar os conhecimentos da política econômica com o objetivo de fazer a</p><p>economia recuperar o nível de pleno emprego.</p><p>Estabilidade de preços</p><p>A inflação, que é aumento contínuo no nível geral de preços, é um problema porque</p><p>acarreta distorções sobre a distribuição de renda, expectativas empresariais e etc.</p><p>Distribuição de renda</p><p>A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior parte da</p><p>década de 70. Mas, houve um aumento da disparidade entre as classes de renda, ou seja,</p><p>ocorreu uma concentração de renda. Alguns críticos do chamado “milagre econômico”</p><p>argumentam que piorou a concentração de renda nos anos de 1968/73 devido a uma política</p><p>deliberda do governo (a Teoria do Bolo): primeiro crescer, aumentando a parte dos lucros e da</p><p>poupança dos mais ricos na renda nacional, para depois pensar em repartição de renda.2</p><p>Crescimento econômico</p><p>Quando se fala em crescimento econômico, estamos pesando no crescimento da renda</p><p>nacional per capita. A renda per capita é considerada o melhor indicador para se aferir a</p><p>melhoria do bem-estar, do padrão de vida da população.</p><p>Mas, o fato do país estar aumentando sua renda per capita não necessariamente</p><p>significa que está tendo uma melhoria do seu padrão de vida. O crescimento econômico capta</p><p>apenas o crescimento da renda per capita. Um pais está realmente melhorando seu nível e</p><p>desenvolvimento econômico e sociais, juntamente com o aumento da renda per capita, se</p><p>estiver também melhorando os indicadores sociais (pobreza, desemprego e etc.).</p><p>Esses objetivos não são independentes uns dos outros e podem ser até conflitantes. Ou</p><p>seja, atingir uma meta pode ajudar (ou não) a alcançar outras.</p><p>Por exemplo, o crescimento pode facilitar a solução dos problemas de pobreza, uma</p><p>vez que torna possível abrandar conflitos sociais sobre a divisão da renda, se a renda</p><p>aumentar. Nesse sentido, é possível aumentar a renda dos pobres sem diminuir a dos ricos.</p><p>2 Para uma discussão sobre o Milagre Econômico, ver: Abreu (1990) “A Retomada do Crescimento e as Distorções</p><p>do “ Milagre” (1967-1973).</p><p>20</p><p>Entretanto, particularmente em países em desenvolvimento, as metas de crescimento e</p><p>equidade distributiva têm se mostrado conflitantes, uma vez que muitos acreditam que o</p><p>aumento do nível de poupança seria mais facilmente obtido por meio de uma distribuição</p><p>desigual de renda – a já citada Teoria do Bolo no período do milagre econômico.</p><p>3. OS MEIOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA:</p><p>A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva</p><p>(produção agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de permitir à</p><p>economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda.</p><p>Os principais meios para atingir os objetivos são:</p><p>Política fiscal: compreende todos os instrumentos de que o governo dispõe para a</p><p>arrecadação de tributos (política tributária) e controle de suas despesas (política de gastos).</p><p>Além da questão do nível de tributação, a política tributária, por meio da manipulação da</p><p>estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para estimular (ou inibir) os gastos do setor</p><p>privado em consumo e em investimento.</p><p>Política monetária: refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito</p><p>e das taxas de juros. Os instrumentos disponíveis são: emissão de moeda, reservas</p><p>compulsórias, compra e venda de títulos públicos, taxas de redescontos e regulamentação</p><p>sobre crédito e taxa de juros.</p><p>Política cambial e comercial: atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da</p><p>economia. A política cambial refere-se ao controle do governo sobre a taxa de câmbio. A</p><p>política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivo às exportações e/ou</p><p>estímulo/desestímulos às importações, sejam fiscais, creditícias, seja estabelecimentos de</p><p>cotas etc.</p><p>Política de rendas (ou de controle de preços e salários): a característica especial da política</p><p>de rendas, que influenciam diretamente os salários, os lucros, os juros e os aluguéis é a de</p><p>que, nesses controles, os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam,</p><p>em resposta a influências normais do mercado. Normalmente, esses controles são utilizados</p><p>como política de combate à inflação. No Brasil, a política salarial e a atuação da Secretaria</p><p>Especial de Abastecimento e Preços (Seap) situavam-se nesse contexto.</p><p>4. ESTRUTURA DA ANÁLISE MACROECONÔMICA</p><p>A economia pode ser dividida em parte real e parte monetária. A primeira relacionada</p><p>com a produção de bens serviços bem como no emprego do fator trabalho, tendo como</p><p>variáveis a serem determinadas: o produto nacional, o nível geral de preços, o nível de</p><p>emprego e os salários nominais. A segunda relacionada com o que pode ser chamado de parte</p><p>invisível da economia e determina a taxa de juros, o estoque de moeda e a taxa de câmbio. O</p><p>quadro 3 mostra os mercados e as diferentes variaveis determinadas em cada uma das partes</p><p>da economia.</p><p>21</p><p>Quadro 3 – Parte real e parte monetária da economia</p><p>Mercados Variáveis Determinadas</p><p>Parte Real</p><p>da Economia</p><p>* Mercado de Bens e</p><p>Serviços</p><p>� Mercado de Trabalho</p><p>* Produto Nacional</p><p>* Nível geral de Preços</p><p>� Nível de Emprego</p><p>� Salários Nominais</p><p>Parte Monetária</p><p>da Economia</p><p>* Mercado Financeiro</p><p>� Mercado de Divisas</p><p>* Taxa de juros</p><p>* Estoque de Moeda</p><p>� Taxa de Câmbio</p><p>5. A MACROECONOMIA EM PERSPECTIVA HISTÓRICA.</p><p>* Séc. XVIII, primeiras revoluções, que serviram como ponto de partida. Maior desenvolvimento</p><p>da Teoria Microeconômica.</p><p>* Séc. XX: Primeira Guerra Mundial, Identificação de “ciclos de negócios” e Grande Depressão</p><p>dos anos 30.</p><p>* Principais idéias Keynesianas, publicadas no livro “Teoria Geral do Emprego, do Juros e da</p><p>Moeda” de 1936.</p><p>* A teoria prevalecente antes de Keynes acreditava que a economia (i) era autoregulatória, (ii)</p><p>utilizava eficientemente todos os recursos, (iii) produziam em pleno emprego (existia apenas a</p><p>taxa natural de desemprego), (iv) as ações do governo apenas para os bens públicos.</p><p>* Com a teoria de Keynes, a economia (ii) não regula a si própria, (ii) está sujeita à flutuações,</p><p>(iii) pessimismo na comunidade de negócios e (iv) necessita de ação do governo para sua</p><p>estabilização.</p><p>* Em 1937: John Hicks introduz o aparato conhecido como IS/LM – a chamada síntese</p><p>neoclássica – que permite analisar a economia</p><p>tanto pela hipótese de pleno emprego</p><p>(clássicos e neoclássicos) como pela de desemprego (Keynes).</p><p>* Nos anos 50, surge a Curva de Phillips que mostrava que uma relação inversa entre as taxas</p><p>de inflação e taxas de desemprego.</p><p>* Até os anos 60, tinha o instrumental IS/LM analisando os componentes da demanda</p><p>agregada acoplado à Curva de Phillips, que retratava as condições de oferta agregada. Mas,</p><p>numa herança keynesiana, a ênfase da política econômica ainda era nos instrumentos de</p><p>política fiscal, negligenciando a política monetária.</p><p>* Segunda metade dos nos 50, surge a Teoria Monetária com Milton Friedman da Universidade</p><p>de Chicago. Trata do papel das expectativas inflacionárias sobre a produção e o emprego,</p><p>recuperando o papel da oferta agregada na Teoria Macroeconômica. Atenção para como os</p><p>agentes formas suas expectativas.</p><p>* Décadas de 70 e 80: Escola das Expectativas Racionais (os novos clássicos).</p><p>* Quatro principais linhas de pensamento macroeconômico: keynesianos, neoclássicos, novos</p><p>clássicos e pós-keynesianos.</p><p>Questões:</p><p>1. Descreva as metas da política econômica.</p><p>2. Por que os objetivos de politica econômica podem ser conflitantes. Explique.</p><p>3. O que se entende por política fiscal, política monetária, política cambial e política de rendas?</p><p>4. Você seria capaz de explicar qual objetivo de política econômica o governo brasileiro tem buscado nos</p><p>últimos anos? Comente.</p><p>22</p><p>SISTEMA FINANCEIRO</p><p>O que veremos?</p><p>Moeda:</p><p>História</p><p>Funções</p><p>Oferta/Demanda</p><p>Agregados Monetários</p><p>Sistema Financeiro no Brasil (SFN):</p><p>Diferentes Mercados</p><p>Intermediação Financeira</p><p>Sistema Bancário e Multiplicação dos Meios de Pagamento</p><p>Criação/Destruição dos Meios de Pagamento</p><p>Política Monetária:</p><p>Instrumentos</p><p>Política Restritiva vs. Expansionista</p><p>MOEDA</p><p>1. ORIGEM DA MOEDA</p><p>Nas economias primitivas, o modo de vida do homem não lhe oferecia qualquer</p><p>instrumento que possibilitasse a transformação dos produtos disponíveis, restringindo suas</p><p>atividades à caça, à pesca e à coleta de frutos. Vivia em grupo tribal fechado, cujo objetivo</p><p>primordial era a sobrevivência. Essa primitiva sociedade, em que tribos vizinhas representavam</p><p>rivais em potencial, era naturalmente impermeável à idéia de se estabelecer entre as</p><p>comunidades um sistema de trocas de mercadorias.</p><p>Com o passar do tempo, o homem percebeu que poderia dedicar-se à produção de</p><p>determinadas mercadorias em quantidades superiores às suas necessidades de consumo.</p><p>Salvo nas comunidades extremamente afastadas da civilização, o homem produz, hoje,</p><p>quando muito, apenas uma diminuta parcela daquilo que consome.</p><p>Conseqüência desse fato é o estabelecimento das trocas. Cada indivíduo passa a</p><p>destinar a maior parte de sua produção não ao seu consumo próprio, mas às trocas com</p><p>terceiros que tenham bens e serviços de seu interesse.</p><p>Historicamente, as trocas evoluíram em duas etapas: trocas diretas, produto por</p><p>produto, e trocas indiretas, por intermédio da moeda.Um raciocínio simples exemplifica o caso</p><p>das trocas diretas: uma tribo, às margens de um rio generoso em peixes, mas com escassas</p><p>chances de acesso a frutos, poderia especializar-se na pesca e trocar com uma outra</p><p>comunidade que, por estar um pouco mais distante ou mesmo não dispor de um rio em iguais</p><p>condições, tenha se especializado na coleta de frutos.</p><p>A implantação desse sistema de intercâmbio direto de mercadorias, também conhecido</p><p>como escambo, exigia certas condições especiais para seu funcionamento: se o indivíduo "A"</p><p>fosse especializado na produção (coleta) de frutos silvestres e o indivíduo "B", na produção</p><p>(captura) de peixes, tornava-se fundamental, para ocorrer a permuta, que o indivíduo "A"</p><p>desejasse adquirir peixes e o indivíduo "B” desejasse adquirir frutos silvestres. A troca</p><p>ocorreria, portanto, de forma direta, bilateralmente, desde que houvesse interesse recíproco.</p><p>As dificuldades desse sistema são evidentes. Tornava-se imperiosa a criação de novas</p><p>condições de comércio, de maneira que as trocas pudessem ocorrer sem que dependessem</p><p>23</p><p>tanto da simultaneidade de interesses específicos. A forma encontrada foi substituir as trocas</p><p>diretas pelas trocas indiretas, estabelecendo-se como padrão de conversão, mediante</p><p>consenso, uma mercadoria ou um produto que fosse aceito por todos os indivíduos. Introduzia-</p><p>se assim um elemento responsável, em grande parte, não só pelo desenvolvimento do</p><p>comércio, como também pelas dimensões hoje assumidas pela Economia: a moeda.</p><p>A introdução da moeda no sistema econômico conduz à dissociação de cada troca em</p><p>duas operações distintas: uma compra e uma venda. A moeda por sua vez, passa a</p><p>desempenhar três funções básicas: intermediação de trocas, medida de valor e reserva de</p><p>valor.</p><p>A função de intermediação de trocas traduz-se em servir como meio de pagamento, de</p><p>aceitação geral. Reside, nessa função, a razão principal, determinante do aparecimento da</p><p>moeda, qual seja, a de facilitar o processo de circulação de bens.</p><p>A moeda é medida de valor porque estabelece uma unidade-padrão de medida, à qual</p><p>são convertidos os valores de todos os bens e serviços disponíveis na economia. Em outras</p><p>palavras, diz-se que a moeda serve como denominador comum de valores.</p><p>Considerando-se que a moeda pode ser trocada por bens ou serviços em qualquer</p><p>ocasião, sua posse constitui reserva de valor, desde o momento em que é recebida pelo seu</p><p>detentor, até ao instante em que é gasta. A retenção da moeda, como reserva de valor, traduz-</p><p>se, portanto, numa forma alternativa de guarda ou de acumulação de riqueza.</p><p>2. EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE MOEDA</p><p>Ao se estabelecer um produto ou mercadoria como base para a troca, nasceu o</p><p>conceito básico de moeda: um instrumento facilitador das trocas que permite a medida ou a</p><p>comparação de valores. Podem ser, como o foram no passado, o trigo, o sal, o gado e os</p><p>metais. Pode ser, também, um simples pedaço de "papel pintado". Há, porém, uma forte</p><p>exigência: que seja aceito pela sociedade, consensualmente.</p><p>O estabelecimento da mercadoria-moeda possibilitava a implantação de um sistema de</p><p>intercâmbio, mas trazia consigo novas dificuldades. Por exemplo: alguém que dispusesse de</p><p>cinco sacas de trigo e desejasse comprar meio boi, como resolveria a questão?</p><p>Um primeiro complicador consistia, portanto, na indivisibilidade de certas mercadorias</p><p>ou produtos. Outro problema que surgiu de imediato foi o fato de a mercadoria-moeda ter a</p><p>possibilidade de multiplicar-se facilmente, sem o controle da sociedade.</p><p>Além disso, havia ainda a desvantagem de ser perecível, o que causava sérios</p><p>problemas para o sistema como um todo. Imagine alguém que tivesse todo o seu estoque de</p><p>moeda representado por 100 sacas de trigo e todas elas se deteriorassem. Esse indivíduo teria</p><p>zerado o seu estoque de moeda, e uma das causas poderia ser até mesmo não ter conseguido</p><p>arcar com os custos de uma acomodação adequada para o trigo.</p><p>Como alternativa, passou-se a adotar os metais preciosos como meio de troca. A</p><p>história registra o aparecimento de moedas metálicas cunhadas na Grécia entre os séculos VIII</p><p>e VII a.C. Eram mais duráveis e permitiam subdivisão com maior facilidade. Sua produção era</p><p>mais rara e escassa. Era de melhor qualidade e não apresentava os problemas das demais</p><p>mercadorias adotadas como moeda.</p><p>A utilização dos metais preciosos (ouro e prata) como moeda facilitou muito o</p><p>desenvolvimento das trocas e da circulação dos bens e serviços necessários à sociedade.</p><p>Entretanto, apresentava problemas relativos a seu valor intrínseco e a seu transporte, em</p><p>24</p><p>virtude do peso e da segurança, já que os possuidores ficavam muito mais vulneráveis ao</p><p>ataque de saqueadores.</p><p>Como os cunhadores eram geralmente ourives, que possuíam locais seguros para</p><p>guarda dos metais preciosos passou-se a adotar o costume de deixar as moedas depositadas</p><p>com eles, em troca de um comprovante de depósito,</p><p>de um recibo. Esse recibo tinha, assim,</p><p>um lastro. Toda vez que se precisasse de moeda, era só trocá-lo por metal precioso. Com o</p><p>tempo, adicionou-se a esse costume o de endossá-lo, transferindo a outrem o direito de saque.</p><p>Com isso, foi eliminada a necessidade de se trocar o recibo por metal precioso a cada</p><p>operação. Surgiu, então, o princípio das cédulas com lastro.</p><p>Dessa forma, os cambistas medievais atuavam como "banqueiros", mantendo um</p><p>encaixe de 100% sobre os seus depósitos. Cobravam apenas uma comissão pela prestação do</p><p>serviço de guarda dos metais.</p><p>Observe-se que, até então, os banqueiros da época não concediam e nem tomavam</p><p>empréstimos. Não tardou muito, contudo, para que adquirissem a confiança do público e</p><p>iniciassem uma transformação na sua forma de "operação bancária". Ao verificarem que os</p><p>metais ficavam guardados em seus cofres por um longo período de tempo, sem qualquer</p><p>utilização, passaram a emitir os chamados bilhetes de banco negociáveis. Tais operacões</p><p>consistiam na emissão de recibos sem a contrapartida de um depósito em moedas, cuja</p><p>validade dependia única e exclusivamente de sua aceitação geral, como meio de pagamento,</p><p>em função da confiança do público. Essa transformação fez com que os bancos deixassem de</p><p>ser simples depositários de metais e passassem a exercer a função de emissores, surgindo a</p><p>partir daí a moeda fiduciária.</p><p>O Estado assumiu e monopolizou a emissão de moeda, uniformizando-a no espaço</p><p>geográfico de sua influência. A aceitação dessa moeda inconversível decorria do poder do</p><p>Estado em garantir sua utilização e na confiança da população nesse Estado. A garantia de</p><p>utilização da moeda é dada pelo seu curso forçado, posto que os credores eram obrigados por</p><p>lei a aceitá-la em pagamento de seus créditos.</p><p>Ao lado dessa moeda fiduciária, de emissão não lastreada, de curso forçado,</p><p>monopolizada pelo Estado, desenvolveu-se uma outra modalidade: moeda bancária ou</p><p>escritural. Essa moeda, que surgiu com o desenvolvimento dos bancos comerciais,</p><p>corresponde aos depósitos à vista, os quais possuem liquidez e equivalem à moeda de curso</p><p>legal.</p><p>3. ATIVOS FINANCEIROS</p><p>Os ativos financeiros da economia podem ser diferencidados conforme os atributos</p><p>rendimentos e liquidez. Assim, tem-se:</p><p>Ativos financeiros monetários: liquidez absoluta, rendimento zero e usados como meio de</p><p>pagamento. Ex: papel moeda em poder do público (PMPP) e depósito à vista nos bancos</p><p>comerciais públicos e privados.</p><p>Ativos financeiros não-monetários: menor grau de liquidez e rendimento. Ex: depósito de</p><p>poupança.</p><p>4. OFERTA E DEMANDA DE MOEDA</p><p>A oferta de moeda na economia é feita pelo Banco Central (BACEN) e pelos Bancos</p><p>Comerciais através das atividades de depósitos e empréstimos. A demanda por moeda é</p><p>derivada dos motivos: transação, precaução e especulação.</p><p>25</p><p>5. MEDIDA DA OFERTA DE MOEDA</p><p>A quantidade de moeda existente na economia pode ser medida com a utilização dos</p><p>chamados agregados monetários. Esses agregados são agrupados de acordo com a liquidez</p><p>dos diferentes ativos financeiros da economia. A seguir são definidos os agregados</p><p>monetários:</p><p>M0 = PMPP (notas e moedas)</p><p>M1 = M0 + depósitos à vista nas instituições financeiras bancárias.</p><p>M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por</p><p>instituições financeiras.</p><p>M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos públicos</p><p>federais.</p><p>M4 = M3 + títulos públicos federais (Selic) e títulos de emissão dos estados e municípios.</p><p>Tabela 1 - Heveres Financeiros no Brasil (R$ bilhões)</p><p>Fonte: Bacen</p><p>6. BASE MONETÁRIA</p><p>Além dos agregados monetários, existe ainda outra medida da moeda na economia que</p><p>é a base monetária. O conceito de base monetária (BM) equivale ao passivo monetário do</p><p>Banco Central que serve de lastro aos meios de pagamento e é definida por:</p><p>BM = PME + RB</p><p>- Papel Moeda Emitido (PME): meio circulante</p><p>- Reservas Bancárias (RB): contas correntes dos bancos criadores de moeda no Banco Central</p><p>26</p><p>Essas reservas bancárias são compostas por reservas voluntátias e reservas</p><p>compulsórias. A sistemática de recolhimentos compulsórios sobre os recursos à vista e a</p><p>preponderância de metas de taxas de juros resultam em valores desprezíveis de reservas</p><p>voluntárias médias. A figura 10 mostra a base monetária e os meios de pagamentos na</p><p>economia brasileira para os anos de 2004 e de 2005.</p><p>Figura 10 – Base monetária e meios de pagamentos no Brasil - 2004 e 2005</p><p>Fonte: Bacen</p><p>7. ESTRUTURA DO SFN (BRASIL)</p><p>Sistema Financeiro: conjunto de agentes e instituições responsáveis pela intermediação de</p><p>recursos financeiros entre as unidades econômicas líquidas (superavitárias) e as ilíquidas</p><p>(deficitárias).</p><p>8. ORGANIZAÇÃO DO SFN</p><p>- Subsistema normativo</p><p>- Subsistema de Intermediação</p><p>- Outras instituições</p><p>A figura 11 abaixo mostra a participação por segmentos (públicos, privados nacionais e</p><p>estrangeiras) no sistema bancário do Brasil para o período de 2002 a 2005. Além disso, veja</p><p>em anexo o número de instituições por segmento, por tipo e com maiores agências no país.</p><p>27</p><p>Figura 11- Sistema Bancário/Participação por Segmentos (Brasil)</p><p>Fonte: Bacen</p><p>9. DIFERENTES MERCADOS:</p><p>O sistema financeiro é composto por quatro diferentes mercados que são:</p><p>Mercado Monetário: onde são negociados títulos de curto prazo (Iiquidez da economia).</p><p>Mercado de Capitais: onde são negociados títulos de médio e longo prazo (necessidade de</p><p>recursos para investimento).</p><p>Mercado de Câmbio: são realizadas as transações com diferentes moedas. Participantes:</p><p>Bacen, Bancos, empresas exportadoras e importadoras.</p><p>Mercado de Crédito: tem a responsabilidade de suprir a necessidade de crédito das diferentes</p><p>atividades econômicas.</p><p>A seguir, destaca-se o mercado de crédito no Brasil. Os gráficos mostram,</p><p>respectivamente, o direcionamento do crédito para as diferentes atividades econômicas e as</p><p>taxas de juros cobradas para as pessoas físicas e pessoas jurídicas.</p><p>28</p><p>Fonte: Bacen</p><p>Fonte: Bacen</p><p>Fonte: Bacen</p><p>29</p><p>INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA</p><p>1. FORMAS DE FINANCIAMENTO</p><p>Existem dois tipos de agentes no sistema financeiro, aqueles que podem ser chamados</p><p>de unidades superavitárias (US) e outros que podem ser chamados de unidades deficitárias</p><p>(UD). Os primeiros suprem as necessidades de financiamento dos segundos através da</p><p>intermediação das instituições financeiras. As unidades deficitárias possuem duas formas para</p><p>obter financiamento:</p><p>Autofinanciamento: venda de algum patrimônio, por exemplo, um bem imóvel.</p><p>Financiamento externo: que pode ser direto através da venda de ações ou de títulos da dívida</p><p>e o indireto por meio de empréstimo via instituições financeiras</p><p>A pergunta que surge é por que as unidades deficitárias não optam pelo financiamento</p><p>direto? A resposta para esse questionamento está nos conceitos de custos de transação e de</p><p>informação assimétrica.</p><p>2. CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA</p><p>O fenômeno mais importante associado ao desenvolvimento da moeda escritural</p><p>consiste na multiplicação dos meios de pagamento através das instituições financeiras</p><p>bancárias que captam depósitos à vista.</p><p>Esse fenômeno decorre do fato de ser altamente improvável que todos os depositantes</p><p>saquem seus recursos ao mesmo tempo, o que permite aos bancos comerciais emprestar parte</p><p>dos depósitos à vista por eles recebidos, mantendo encaixes bem inferiores ao volume destes</p><p>depósitos.</p><p>A faculdade de criar ou destruir moeda decorre de operações realizadas entre as</p><p>instituições financeiras bancárias — que captam depósitos à vista — e o público.</p><p>Para se distinguir uma ocorrência da outra, valemo-nos dos conceitos</p><p>de haveres</p><p>monetários e haveres não-monetários.</p><p>Haveres monetários: possuem liquidez imediata — papel-moeda em poder do público e</p><p>depósitos à vista (meios de pagamento).</p><p>Haveres não-monetários: não possuem liquidez imediata, como depósitos a prazo, títulos</p><p>públicos, duplicatas e etc.</p><p>2.1. Criação de moeda:</p><p>Quando a instituição financeira bancária desconta uma duplicata - entrega ao público de</p><p>haveres monetários (moeda) e, em troca, recebe haveres não-monetários (duplicata), conforme</p><p>ilustrado na figura a seguir:</p><p>30</p><p>Figura 12 – Criação de Moeda</p><p>Instituição Financeira</p><p>Bancária</p><p>Público</p><p>Haveres monetários</p><p>Haveres não-monetários</p><p>2.2. Destruição de moeda:</p><p>Quando o público quita uma duplicata – a instituição bancária entrega ao público haveres não-</p><p>monetários (duplicata quitada) e recebe haveres monetários (moeda), conforme ilustrado na</p><p>figura a seguir:</p><p>Figura 13 – Destruição de Moeda</p><p>Instituição Financeira</p><p>Bancária</p><p>Público</p><p>Haveres não-monetários</p><p>Haveres monetários</p><p>Exemplos de criação e de destruição de moeda:</p><p>Governo Federal deposita impostos arrecadados do público no Bacen (D);</p><p>Exportadores trocam US$ por R$ no Bacen (C);</p><p>Indivíduo resgata sobre poupança, com transferência do saldo para a conta corrente no banco</p><p>comercial (C);</p><p>Indivíduo adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista (D);</p><p>Indivíduo efetua um depósito à vista em um banco comercial (N).</p><p>3. MULTIPLICADOR BANCÁRIO</p><p>As instituições financeiras que captam depósitos à vista podem multiplicar os meios de</p><p>pagamentos através das operações de empréstimos.</p><p>Multiplicador Simples</p><p>k = 1/R</p><p>k = magnitude do efeito multiplicador</p><p>R = alíquota de recolhimento bancário</p><p>Exemplo:</p><p>R = 0,25 Temos que k = 1/0,25 = 4</p><p>Se DV= R$1.000,00, o efeito multiplicador fará com que o volume de meios de</p><p>pagamentos passe a ser de R$ 4.000,00.</p><p>31</p><p>Multiplicador Elaborado:</p><p>k = 1/C+D(R1+R2)</p><p>C = PMPP/M1</p><p>D = DV/M1</p><p>R1 = CX/DV</p><p>R2 = RB/DV</p><p>Onde:</p><p>PMPP = papel moeda em poder do público</p><p>DV = depósitos à vista</p><p>CX = caixa dos bancos comerciais</p><p>RB = reservas bancárias (voluntárias e compulsórias)</p><p>4. POLÍTICA MONETÁRIA</p><p>Refere-se ao processo de oferta de moeda na economia, com seus mecanismos de</p><p>transmissão. A oferta primária fica a cargo da autoridade monetária (AM), e sua “multiplicação”</p><p>se dá pela ação dos bancos comerciais.</p><p>O controle da oferta de moeda pode se dar pelo lado da:</p><p>- oferta (direta e indiretamente) ou</p><p>- demanda (tornando o dinheiro mais caro para o público).</p><p>4.1. Instrumentos de política monetária</p><p>Operações de mercado aberto:</p><p>Compra ou venda de títulos, de forma definitiva ou compromissada, para condicionar os</p><p>volumes de reservas bancárias e as taxas básicas de juros. As operações definitivas alteram a</p><p>posição de carteira, ou de propriedade, das partes envolvidas. As operações compromissadas</p><p>ou com compromisso de recompra/revenda ou de financiamento de títulos alteram a posição de</p><p>custódia, ou de liquidez, das partes envolvidas.</p><p>Recolhimentos compulsórios:</p><p>Parcelas de algumas modalidades de captação que as instituições financeiras devem manter</p><p>junto a Autoridade Monetária (Bacen) a fim de condicionar a alavancagem de operações ativas</p><p>e a estrutura de custos. Os recolhimentos podem ser exigidos em espécie, que serão</p><p>remunerados ou não remunerados, ou em títulos.</p><p>Recolhimentos compulsórios: estrutura no Brasil</p><p>- Anterior ao Plano Real:</p><p>Recursos à vista: 40% em espécie, não remunerado</p><p>Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado</p><p>- Em março de 1999:</p><p>Recursos à vista : 75% em espécie, não remunerado</p><p>Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado</p><p>Depósitos a prazo : 30% em títulos</p><p>FIF-curto prazo : 50% em espécie, não remunerado</p><p>FIF-30 dias : 5% em espécie não remunerado</p><p>- Atual (outubro/2003):</p><p>Recursos à vista : 45% em espécie, não remunerado</p><p>Depósitos de poupança : 15% em espécie, remunerado</p><p>Depósitos a prazo: 15% em títulos.</p><p>32</p><p>Redesconto</p><p>O Bacen pode suprir as necessidades de financiamento dos bancos comerciais através</p><p>de empréstimos. A taxa cobrada por esses empréstimos mais o prazo para o seu pagamento</p><p>constitui o que é chamado de taxa de redesconto. Quando o Bacen quer ser punitivo, aumenta</p><p>a taxa e reduz o prazo de pagamento.</p><p>Quadro 3 – Resumo dos Instrumentos de Política Monetária</p><p>Instrumentos Oferta monetária Taxas de juros</p><p>1. Recolhimento Compulsório</p><p>- Aumenta a taxa</p><p>* reduz a taxa</p><p>- reduz</p><p>* aumenta</p><p>- aumenta</p><p>* diminui</p><p>2. Redesconto</p><p>- aumenta juros, reduz prazo</p><p>* reduz juros, aumenta prazo</p><p>- reduz</p><p>* aumenta</p><p>- aumenta</p><p>* reduz</p><p>3. Open Market</p><p>- Venda de títulos</p><p>* Compra de Títulos</p><p>- reduz</p><p>* aumenta</p><p>- aumenta</p><p>* reduz</p><p>4. Operações de Crédito</p><p>- Restringe</p><p>* Amplia</p><p>- Reduz</p><p>* amplia</p><p>- aumenta</p><p>*reduz</p><p>As Políticas Monetárias podem ser chamadas de restritivas ou de expansionistas. São</p><p>restritivas quando reduzem a oferta monetária e encarecem os empréstimos. São</p><p>expansionistas quando aumentam a oferta monetária e barateiam os empréstimos.</p><p>Questões Conceituais:</p><p>1. Dados os seguintes agregados monetários (em mil R$):</p><p>Papel moeda emitido (PME) 1.100</p><p>Papel moeda em poder do público (PMPP) 600</p><p>Dep. a vista do público nos BC 1.400</p><p>Reservas dos BC no Bacen</p><p>- Voluntárias 100</p><p>-Compulsórias 400</p><p>Depósito em poupança 200</p><p>Quotas de fundo de renda fixa 150</p><p>Títulos públicos federais (Selic) 430</p><p>a) Qual a base monetária ?</p><p>b) Qual o total do M1 ?</p><p>c) Qual o total do M2 ?</p><p>c) Qual o total do M3 ?</p><p>c) Qual o total do M4 ?</p><p>2. Quais são os diferentes mercados do sistema financeiro? Explique.</p><p>3. Uma empresa deficitária possui duas opções de financiamento. Quais são essas opções? Por que a</p><p>intermediação financeira é a forma mais utilizada de financiamento pelos agentes econômicos</p><p>deficitários? Comente.</p><p>4. Os ativos financeiros da economia são diferenciados em duas categorias conforme duas</p><p>características. Diga quais são as características.</p><p>5. Nas afirmações abaixo, diga quando ocorre criação (C), destruição (D) de moeda:</p><p>( ) Governo Federal deposita taxas e impostos arrecadados de empresas no Bacen;</p><p>( ) Importadores trocam R$ por US$ no Bacen;</p><p>( ) Indivíduo transfere saldo da conta corrente para a conta de poupança no banco comercial;</p><p>33</p><p>( ) Empresa adquire quotas de um fundo de ações sacando sobre seus depósitos à vista;</p><p>( ) Empresa efetua um depósito à vista em um banco comercial.</p><p>( ) indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito á vista.</p><p>( ) Indivíduo leva ao banco uma certa quantia em unidades monetárias e efetua um depósito à prazo.</p><p>( ) Empresa leva ao banco uma duplicata para descontar, recebendo a inscrição de um depósito à vista.</p><p>( ) Banco compra cambiais de um exportador.</p><p>( ) Banco vende divisas a um importador.</p><p>( ) Banco compra títulos da dívida pública possuídos pelo público.</p><p>( ) Banco vende um imóvel a uma pequena empresa recebendo o pagamento à vista em dinheiro.</p><p>( ) Banco aumenta seu capital vendendo ações ao público.</p><p>6. Dos instrumentos que o Bacen pode utilizar para controlar a oferta de moeda na economia, qual é o</p><p>mais punitivo para os bancos. Comente.</p><p>7. Coloque falso (F) ou verdadeiro (V), e justifique quando falso:</p><p>( ) Quando o Bacen aumenta a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais,</p><p>a taxa de juros reduz;</p><p>( ) Se o Bacen diminui os juros e aumenta o prazo na operação de redesconto, a oferta monetária é</p><p>reduzida e a taxa de juros também cai.</p><p>( ) Se o Governo precisa reduzir a quantidade de oferta de moeda</p><p>na economia, o Bacen pode</p><p>comprar títulos públicos que estão nas mãos do público.</p><p>( ) A taxa de juros pode ser reduzida através da expansão nas operações de crédito por parte do</p><p>Bacen.</p><p>( ) A oferta de moeda e a taxas de juros são reduzidas através de uma política monetária expansionista.</p><p>( ) Quanto maior a taxa de recolhimento compulsório, maior o multiplicador bancário simples.</p><p>( ) O multiplicador bancário elaborado varia negativamente em relação à taxa de reservas dos bancos e</p><p>positivamente em relação à taxa de retenção do público.</p><p>( ) A velocidade renda da moeda é definida pela relação entre o PIB e a quantidade de moeda (M).</p><p>( ) Quanto maior for a taxa de inflação numa economia, menor será a velocidade-renda da moeda.</p><p>8. Dados os seguintes agregados monetários (em R$ milhões):</p><p>* Caixa, em moeda corrente, nos Bancos Comerciais 95</p><p>* Papel Moeda Emitido 200</p><p>* Depósitos à vista do público nos Bancos Comerciais 150</p><p>* Depósitos à vista dos Bancos Comerciais</p><p>Voluntários 40</p><p>Compulsórios 30</p><p>* Títulos federais, em poder do resto do mundo 400</p><p>* Depósitos na Poupança, em poder do resto do mundo 250</p><p>* Depósitos à prazo, em poder do resto do mundo 150</p><p>a. Qual o valor da Base Monetária?</p><p>b. Qual o valor do M1, M2, M3 e M4 ?</p><p>9. A oferta de moeda pode dar-se pelo Bacen ou pelos Bancos Comerciais, sendo este último dado pelo</p><p>mecanismo do multiplicador monetário. Se R = 0,75, então o valor do multiplicador simples na economia</p><p>será de..................... Se o montante inicial em depósito a vista é de R$ 4.000,00, qual será o valor</p><p>multiplicado.</p><p>10. Como se dividem os agregados monetários no Brasil. Explique cada um deles.</p><p>11. Quais as funções principais que o Banco Central exerce na política econômica.</p><p>12. A elevação da taxa dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais junto as autoridades</p><p>monetárias diminuiu o valor do multiplicador dos meios de pagamentos porque:</p><p>a. ( )diminui o saldo do papel-moeda emitido</p><p>b. ( ) diminui o saldo do papel-moeda em circulação</p><p>c. ( )diminui o saldo do papel-moeda em poder do público</p><p>d. ( )diminuem os depósitos à vista nos bancos comerciais</p><p>e. ( )diminuem os recursos dos bancos comercias para empréstimos ao público.</p><p>34</p><p>13. Demanda por moeda para ____________: as pessoas mantêm dinheiro porque isso lhes permite</p><p>comprar e vender bens com facilidade. Demanda por moeda para ________________: as pessoas</p><p>mantêm dinheiro porque ele é mais seguro que outros ativos, já que o preço de ações, títulos e imóveis</p><p>pode flutuar muito. Demanda de moeda para _______________: ficando com mais dinheiro as pessoas</p><p>podem enfrentas melhor as despesas imprevistas.</p><p>a)transação – especulação – precaução</p><p>b)precaução – especulação – transação</p><p>c)especulação – transação – precaução</p><p>d)precaução – transação – especulação</p><p>e)nenhuma das anteriores</p><p>14. O sistema financeiro nacional constituído do mercado monetário, mercado de crédito, mercado de</p><p>capitais e mercado cambial, é usualmente subdividido em 2 subsistemas: o _______________ e o</p><p>__________________. O primeiro congrega as autoridades monetárias, responsável pela disciplina</p><p>operacional e pela liquidez do sistema. O segundo congrega as instituições bancárias e não bancárias.</p><p>a) normativo – cambial</p><p>b) intermediação – normativo</p><p>c) intermediação – cambial</p><p>d) normativo – intermediação</p><p>e) nenhuma das anteriores</p><p>15. O encaixe próprio dos bancos (parcela dos depósitos que é mantida em caixa) é um dos freios à</p><p>multiplicação infinita da moeda escritural. Mas o freio maior é o recolhimento compulsório que o Banco</p><p>Central exige dos bancos comerciais. Quanto ___________ forem as taxas voluntárias e compulsórias,</p><p>__________________seu efeito multiplicador.</p><p>a)maiores – maior será</p><p>b)menores – menor será</p><p>c)maiores – menor será</p><p>d)menores – inalterado será</p><p>e)nenhuma das anteriores</p><p>16. As operações entre o público e o setor bancário podem criar ou destruir os meios de pagamento.</p><p>Entre as operações a seguir relacionadas, qual delas é responsável pela criação de meios de</p><p>pagamento?</p><p>a) pessoas realizam depósitos a prazo nos bancos</p><p>b) bancos vendem ao público, mediante pagamento à vista, em moeda, títulos de diversas espécies</p><p>c) saque de cheques nos caixas dos bancos</p><p>d) empresas levam aos bancos duplicatas para desconto, recebendo a inscrição de depósitos à vista</p><p>17. O Banco Central do Brasil (Bacen) tem, entre suas responsabilidades:</p><p>a) atuar como banco do governo federal e renegociar a dívida externa brasileira</p><p>b) aceitar depósitos, conceder empréstimos ao público e controlar os meios de pagamento do país</p><p>c) emitir papel-moeda, fiscalizar e controlar os intermediários financeiros, supervisionar a compensação</p><p>de cheques</p><p>d) executar as políticas monetária e fiscal do governo</p><p>e) fiscalizar empresas privadas e públicas</p><p>18. Entende-se por operações de mercado aberto, especificamente:</p><p>a) concessão de empréstimos, por parte dos bancos comerciais, a empresas e consumidores</p><p>b) concessão de empréstimos, pelo Banco Central, a bancos comerciais</p><p>c) venda de ações, em bolsa, das empresas ao público em geral</p><p>d) atividade do Banco Central na compra ou venda de títulos</p><p>e) restrições às operações de crédito ao consumidor</p><p>19. A principal função da reserva compulsória sobre os depósitos bancários, como instrumento de</p><p>política monetária, é:</p><p>a) permitir ao governo controlar a demanda de moeda</p><p>b) permitir as autoridades monetárias controlar o montante de moeda bancária que os bancos comerciais</p><p>podem criar</p><p>35</p><p>c) impedir que os bancos comerciais obtenham lucros excessivos</p><p>d)forçar os bancos a manter moeda ociosa no sentido de cobrir as necessidades de caixa do banco</p><p>central</p><p>e) cortar subsídios governamentais às empresas privadas</p><p>20. Para reduzir o volume de meios de pagamentos, o Banco Central deve:</p><p>a) elevar a taxa de redesconto</p><p>b) comprar títulos da dívida pública</p><p>c) elevar a emissão de papel-moeda</p><p>d) reduzir a reserva compulsória dos bancos comerciais</p><p>e) reduzir a taxa de juros para desconto de duplicatas</p><p>Questões Aplicadas:</p><p>1. O que aconteceria com os agregados monetários M1, M2, M3 e M4 (medidas da moeda) numa</p><p>economia que estivesse praticando uma taxa de juros reais de 9% ao ano? E o que aconteceria se a</p><p>economia passasse a conviver com altas taxas de inflação? Explique.</p><p>2. Do total de crédito direcionado para as atividades econômicas nos de 2004 e 2005, a maior parcela</p><p>ficou com as pessoas físicas. De que forma essa distribuição de crédito pode afetar o crescimento futuro</p><p>da economia? Argumente.</p><p>3. O Bacen reduziu a taxa de recolhimento compulsório sobre os DV dos bancos comerciais de 75%</p><p>(março/1999) para 45% (outubro/2003). Essa redução foi possível graças ao crescimento econômico da</p><p>economia?</p><p>36</p><p>CAPÍTULO 3 – INFLAÇÃO</p><p>O que veremos?</p><p>Definição e Cálculo</p><p>Teorias Explicativas</p><p>Mensuração da Inflação no Brasil</p><p>Planos de Estabilização</p><p>INFLAÇÃO</p><p>1. SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE VARIAÇÃO DOS PREÇOS</p><p>Inflação = aumento persistente no nível geral de preços;</p><p>Desinflação = redução ou a eliminação da inflação;</p><p>Deflação = redução no nível da atividade econômica (estagnação – Ex. anos 30), de queda</p><p>generalizada dos dispêndios e dos preços;</p><p>Reflação = movimento de recuperação de processos deflacionários depressivos.</p><p>Situações Possíveis</p><p>INFLAÇÃO</p><p>DEFLAÇÃO REFLAÇÃO</p><p>DESINFLAÇÃO</p><p>LINHA DE</p><p>ESTABILIDADE</p><p>37</p><p>2. TEORIAS DA INFLAÇÃO</p><p>flação de demanda</p><p>quando há um excesso de demanda agregada.Quando a economia funciona a</p><p>pleno</p><p>flação de custos (Ou inflação de oferta)</p><p>Ocorre quando há variação dos preços de itens com alta participação no processo</p><p>inflação estruturalista (Cepal)</p><p>Os</p>

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