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<p>Noções de atividades atuariais</p><p>GRUPO SER EDUCACIONAL</p><p>NOÇÕES DE</p><p>ATIVIDADES</p><p>ATUARIAIS</p><p>ORGANIZADORES JOSÉ TEIXEIRA DA SILVA NETO;</p><p>THAUANE LIMA DE SOUZA</p><p>gente criando futuro</p><p>NOÇÕES DE ATIVIDADES</p><p>ATUARIAIS</p><p>ORGANIZADORES JOSÉ TEIXEIRA DA SILVA NETO; THAUANE LIMA DE SOUZA</p><p>O livro Noções de atividades atuariais é direcionado para estudantes de</p><p>cursos de autoria. Além de abordar assuntos gerais da área, o livro traz</p><p>conteúdo especí�co dos seguintes assuntos: introdução à ciência atuarial,</p><p>operações de seguros, resseguros, cosseguros, previdência e demon-</p><p>stração das obrigações atuariais do plano de benefícios.</p><p>Após a leitura da obra, o leitor vai entender a relação da atuária com outros</p><p>ramos, suas normas e regulamentos, além dos conceitos e denominações</p><p>da ciência atuária como as diferenças com outros ramos de estudo; perce-</p><p>ber o que é seguro, a origem do seguro, seu conceito, os tipos existentes, e</p><p>também as normas que regem; apreender sobre o resseguro, sua história,</p><p>seu conceito, suas modalidades, sua origem no Brasil, suas normas e regu-</p><p>lamentações, e também o conceito de previdência social, e conhecer as</p><p>diferenças entre a previdência social, privada e complementar; dominar os</p><p>tipos fundos de pensão que existem no Brasil e conhecer suas principais</p><p>características.</p><p>E não é só isso. Tem muito mais. O livro tem muito conteúdo relevante.</p><p>Aproveite.</p><p>Agora é com você! Bons estudos!</p><p>C</p><p>M</p><p>Y</p><p>CM</p><p>MY</p><p>CY</p><p>CMY</p><p>K</p><p>NOÇÕES DE</p><p>ATIVIDADES</p><p>ATUARIAIS</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou</p><p>transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo</p><p>fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de</p><p>informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.</p><p>Diretor de EAD: Enzo Moreira</p><p>Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato</p><p>Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes</p><p>Coordenadora educacional: Pamela Marques</p><p>Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa</p><p>Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha</p><p>Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi</p><p>da Silva Neto, José Teixeira.</p><p>Noções de atividades atuariais / José Teixeira da Silva Neto; Thauane Lima De Souza:</p><p>Cengage – 2020.</p><p>Bibliografia.</p><p>ISBN 9786555580372</p><p>1. Auditoria 2. Gestão</p><p>Grupo Ser Educacional</p><p>Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro</p><p>CEP: 50100-160, Recife - PE</p><p>PABX: (81) 3413-4611</p><p>E-mail: sereducacional@sereducacional.com</p><p>“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com</p><p>isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns</p><p>anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também</p><p>passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o</p><p>aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino</p><p>Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.</p><p>O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec,</p><p>tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar</p><p>seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento</p><p>da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da</p><p>democracia com a ampliação da escolaridade.</p><p>Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar</p><p>as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-</p><p>lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no</p><p>contexto da sociedade.”</p><p>Janguiê Diniz</p><p>PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL</p><p>Autoria</p><p>José Teixeira da Silva Neto</p><p>Contador, formado pela Universidade Federal do Ceará – UFC em Ciências Contábeis e pós-</p><p>graduado em Controladoria e Finanças pela ESAB. Trabalho como professor em faculdades e cursos</p><p>profissionalizantes, como Instituto de Desenvolvimento Educação e Cultura – IDECC, Instituto Dom</p><p>José – IDJ, Curso técnico Grau técnico, ex-professor e coordenador pelo Centro Tecnológico do Ceará</p><p>- CENTEC, organização social ligada ao governo do estado do ceará. Atualmente ministro aulas nas</p><p>áreas de contabilidade, administração e finanças, como também prestando serviços na área contábil.</p><p>Thauane Lima de Souza</p><p>Mestre em Ensino de Astronomia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), especialista</p><p>em Controladoria Empresarial pela Universidade Candido Mendes (AVM Educacional) e bacharel em</p><p>Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)</p><p>SUMÁRIO</p><p>Prefácio .................................................................................................................................................8</p><p>UNIDADE 1 - Introdução à ciência atuarial .....................................................................................9</p><p>Introdução.............................................................................................................................................10</p><p>1. Aspectos gerais ................................................................................................................................. 11</p><p>2. Conceitos e denominações .............................................................................................................. 13</p><p>3. Histórico sobre a ciência atuarial ...................................................................................................... 15</p><p>4. Áreas de atuação .............................................................................................................................. 18</p><p>5. Evolução histórica da matemática atuarial ....................................................................................... 22</p><p>PARA RESUMIR ..............................................................................................................................24</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................25</p><p>UNIDADE 2 - Operações de seguros, resseguros e cosseguros ........................................................27</p><p>Introdução.............................................................................................................................................28</p><p>1. Introdução ao seguro ........................................................................................................................ 29</p><p>2. Introdução ao resseguro ................................................................................................................... 40</p><p>3.Introdução ao cosseguro .................................................................................................................... 42</p><p>4. Introdução às NBC TG11 ................................................................................................................... 44</p><p>5. Introdução ao Sistema Nacional de Seguros ..................................................................................... 47</p><p>PARA RESUMIR ..............................................................................................................................52</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................53</p><p>UNIDADE 3 - Previdência e NBC TG 33 (R2) ....................................................................................55</p><p>Introdução.............................................................................................................................................56</p><p>1 Previdência.........................................................................................................................................57</p><p>2 Fundos de pensão .............................................................................................................................. 61</p><p>3 NBC TG 33 (R2) ...................................................................................................................................</p><p>em arrendamento; contratos</p><p>com garantia financeira, com exceções.</p><p>Esta norma alcança todas as entidades de seguro, resseguros e cosseguros.</p><p>4.3. Reconhecimento e mensuração</p><p>Segundo a NBC TG23, as entidades do ramo de seguro seguirão todas as regras contábeis</p><p>usadas nas companhias de outras atividades, isentando a seguradora de usar os critérios</p><p>contábeis nas seguintes situações: “(a) contratos de seguro emitidos por ela (incluindo despesas</p><p>de comercialização relacionadas e ativos intangíveis relacionados, como os descritos nos itens 31</p><p>e 32); e (b) contratos de resseguro que ela mantenha” (Item 13 NBC TG11 – Contrato de Seguros).</p><p>Esta norma não altera as decisões da NBC TG23, nas operações das seguradoras em alguns</p><p>critérios como: não deve reconhecer como passivo qualquer provisão para possíveis sinistros</p><p>futuros; deve realizar teste de realização do passivo; deve retirar um passivo por contrato de</p><p>seguro de seu balanço patrimonial quando ele estiver extinto; reduzir o valor de realização do</p><p>ativo por contrato de resseguro.</p><p>Teste de adequação do passivo</p><p>A companhia de seguros avaliará a cada data de balanço se o seu passivo por contrato de</p><p>seguro está adequado, se constatar inadequação à luz dos fluxos de caixa futuros estimados, deve</p><p>ser demonstrado no resultado.</p><p>Não há novas exigências quando a seguradora aplica um teste de adequação do passivo,</p><p>atendendo os requisitos mínimos especificados. Os requisitos mínimos são:</p><p>(a) o teste deve considerar estimativas correntes para todo o fluxo de caixa contratual e os fluxos de</p><p>caixa relacionados, como os custos de regulação de sinistros, assim como os fluxos de caixa resultantes</p><p>de opções embutidas e garantias; e (b) se o teste demonstrar que o passivo está inadequado, toda a</p><p>deficiência deve ser reconhecida no resultado (Item 16 NBC TG11 – Contrato de Seguros).</p><p>Principais itens tratados na NBC TG11 – Contrato de Seguros</p><p>Redução ao valor recuperável dos ativos por contrato de resseguro;</p><p>Isenção temporária da NBC TG 48;</p><p>Adotante pela primeira vez das Normas Internacionais de Contabilidade;</p><p>Isenção temporária de requisitos específicos da NBC TG 18;</p><p>Mudança nas políticas contábeis;</p><p>47</p><p>Taxa de juros de mercado correntes;</p><p>Continuação de práticas existentes;</p><p>Prudência;</p><p>Margem futura de investimento;</p><p>Shadow accounting;</p><p>Contratos de seguro adquiridos em combinação de negócios ou transferência de carteira;</p><p>Característica de participação discricionária;</p><p>Característica de participação discricionária em instrumentos financeiros;</p><p>Abordagem de sobreposição;</p><p>Interação com outros requisitos;</p><p>Divulgação;</p><p>Explicação dos valores reconhecidos;</p><p>Natureza e extensão dos riscos originados por contratos de seguro;</p><p>Divulgação sobre a isenção temporária da NBC TG 48.</p><p>5. INTRODUÇÃO AO SISTEMA NACIONAL DE</p><p>SEGUROS</p><p>Sabemos que o homem evolui com o tempo, e tudo que ele negocia também passa por</p><p>esse processo de evolução. O mercado segurador também passou por esse processo, então, lá</p><p>no início, quando a espécie humana começou a se fixar em determinado local e produzir o seu</p><p>próprio alimento, já se viu a necessidade de seguro, chegando hoje na era digital a negociar</p><p>bilhões no mundo.</p><p>O mercado segurador no Brasil segue normas e regulamentos, então existe toda uma</p><p>estrutura norteando e fiscalizando as organizações que transacionam nesta área. As companhias</p><p>de seguros movimentam bilhões de reais e geram milhões de empregos diretos e indiretos, assim</p><p>sendo de interesse do Estado a transparência nas negociações feitas por essas companhias.</p><p>48</p><p>5.1. Estrutura do Sistema Nacional de Seguros</p><p>Na atualidade, é impossível uma empresa qualquer não ter seguro, desde o extintor no</p><p>estabelecimento até o seguro de vida dos funcionários. Imagine grandes grupos empresariais</p><p>perderem seu estoque (incêndio, com inundações), perderem um funcionário (com acidente de</p><p>trabalho) etc.</p><p>Portanto, temos uma organização toda voltada para esse fim, constituída pelo Sistema</p><p>Nacional de Seguros Privados, que é composto por entidades: o Conselho Nacional de Seguros</p><p>Privados – CNSP, a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, o IRB Brasil Resseguros S.A, as</p><p>Sociedades Seguradoras Autorizadas e os Corretores Habilitados. Nos tópicos seguintes, veremos</p><p>a estrutura e atribuições de cada grupo.</p><p>5.2. Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP e Superintendência</p><p>de Seguros Privados – SUSEP</p><p>O CNSP é o órgão maior do Sistema Nacional de Seguros Privados do Brasil, e tem como</p><p>responsabilidade a fixação de metas e normas da negociação de seguros e resseguros, regulando</p><p>e fiscalizando todo o funcionamento dos elementos que compõem o sistema.</p><p>O Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP é composto pelo ministro da Economia,</p><p>como presidente, também tem representação do Ministério Público, e outros órgãos do setor,</p><p>como a Superintendência de Seguros Privados - Susep e do setor privado (nomeados pelo</p><p>presidente da República).</p><p>Newlands Junior (2008, p. 40) menciona que</p><p>As atribuições do conselho nacional de seguros privados são: fixar diretrizes e normas da política</p><p>de seguros privados, regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos grupos que exerçam</p><p>atividades subordinadas ao sistema nacional de seguros privados, julgar os recursos de decisão da</p><p>Susep, disciplinar a corretagem e a profissão de corretor etc.</p><p>São objetivos do Conselho Nacional de Seguros Privados: a promoção do crescimento do</p><p>ramo de seguro de acordo com o crescimento do Brasil; organizar a negociação de seguros de</p><p>acordo com o planejamento de investimento da União; manter a capacidade de pagamento das</p><p>companhias de seguros; sempre buscar igualdade na operacionalidade das empresas seguradoras</p><p>nacionais e internacionais.</p><p>Superintendência de Seguros Privados - SUSEP</p><p>De acordo com Newlands Junior (2008, p. 40), “Susep é o órgão responsável pelo controle</p><p>e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.</p><p>49</p><p>Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, nasceu com o Decreto-lei nº 73, de 21 de</p><p>novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados.”</p><p>Newlands Junior (2008) menciona ainda que a Susep é administrada por um conselho diretor,</p><p>composto pelo superintendente, por quatro diretores e o secretário-geral e procurador-geral (sem</p><p>direito a voto). Esse colegiado tem competência de aplicar as regras dessa autarquia, visando</p><p>à organização das operacionalidades do mercado segurador, executar as decisões do Conselho</p><p>Nacional de Seguros Privados – CNSP.</p><p>As atribuições da Superintendência de Seguros Privados - Susep são: fiscalizar o processo de</p><p>operação das entidades seguradoras, incentivar a qualificação das entidades e dos instrumentos</p><p>operacionais a eles vinculados, preservar o interesse dos segurados etc.</p><p>São compostas como forma de sociedades anônimas, são entidades que administram riscos,</p><p>com obrigação de pagar indenizações se ocorrerem perdas e danos nos bens segurados. Atua</p><p>nos ramos de vida e não vida (bens), tem suas atividades controladas pelo Conselho Nacional</p><p>de Seguros Privados - CNSP e a execução de suas funções fiscalizada pela Superintendência de</p><p>Seguros Privados - SUSEP.</p><p>5.3. IRB Brasil Resseguros S.A</p><p>É uma organização privada, líder em resseguros na América Latina e está entre os dez maiores</p><p>resseguradores do mundo em valor de mercado de 28 bilhões de reais. Órgão que regulava o</p><p>cosseguro (é a divisão de um seguro entre diversas seguradoras, dividindo-se assim o risco) e o</p><p>resseguro (seguro do seguro), promovendo o desenvolvimento das operações de seguro, teve</p><p>origem em 1939, no governo de Getúlio Vargas.</p><p>O Congresso Nacional Brasileiro, em agosto de 1996, retira todo o monopólio do mercado</p><p>ressegurador das mãos do Instituto de Resseguros do Brasil – IRB, que até então delegava todo</p><p>o mercado segurador. Com isso, em 1997, o IRB passa a ser uma sociedade por ações, empresa</p><p>mista, com participação maior de capital pela União.</p><p>Em 15 de janeiro de 2007,</p><p>o congresso nacional aprovou a Lei Complementar nº 126/2007,</p><p>que estabelece a distinção entre os resseguradores e regulamenta a quebra do monopólio do</p><p>resseguro exercido até então pelo IRB Brasil. Em julho do mesmo ano, a CNSP publica uma</p><p>resolução nº 164/2007, regulamentando a transição do mercado fechado para aberto.</p><p>Em abril 2008, entrou em vigor o regime aberto do resseguro no Brasil, cuja função de</p><p>regulamentação do resseguro passa a ser de competência da Susep. No dia 1º de outubro foi</p><p>privatizado, em 2017, abre o capital com o lançamento das ações no Novo Mercado da B3, e tem</p><p>sede no Rio de Janeiro e escritórios em São Paulo e Buenos Aires.</p><p>50</p><p>Podemos descrever algumas atribuições do Instituto de Resseguros do Brasil - IRB: Fiscalizar</p><p>o resseguro, fazer a manutenção dos consórcios, fazer a liquidação de sinistro e distribuir pelas</p><p>companhias de seguros alguns resseguros.</p><p>5.4. Sociedades seguradoras e corretores de seguros</p><p>As sociedades seguradoras são compostas como forma de sociedades anônimas, são</p><p>entidades que administram riscos, com obrigação de pagar indenizações se ocorrerem perdas</p><p>e danos nos bens segurados. Atua nos ramos de vida e não vida (bens), tem suas atividades</p><p>controladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e a execução de suas funções</p><p>fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP.</p><p>Figura 4 - Seguros</p><p>Fonte: Maraga, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem mostra o desenho de um operário acidentado, de capacete amarelo,</p><p>uniforme, como se estivesse em uma obra, com curativo no rosto, o pé e o braço quebrados e</p><p>enfaixados. Ao fundo, uma ambulância parada.</p><p>Souza (2007, p. 43) diz que “seguradoras são entidades jurídicas que, por meio dos recursos</p><p>dos prêmios cobrados dos segurados, comprometem-se a indenizá-los no caso de ocorrer o</p><p>evento contra o qual se seguraram”. Não estão sujeitas à falência e nem a impetrar concordata.</p><p>51</p><p>As seguradoras têm como principais setores: área comercial, o departamento de</p><p>gerenciamento de indenizações, a área de informática, a área de investimentos, a área de</p><p>controladoria e departamento de atuária e estatística.</p><p>Corretores de seguros</p><p>São agentes que fazem o intermédio da contratação do seguro, uma vez que a lei impõe esta</p><p>condição. Eles representam o segurado junto às seguradoras, defendendo seus interesses, tanto</p><p>na contratação do seguro quanto posteriormente.</p><p>As propostas de seguros só podem ser negociadas por intermédio do corretor de seguros</p><p>legalmente habilitados, ou pelo próprio segurado.</p><p>Formas de se negociar vendas de seguros pelas seguradoras:</p><p>a) via corretor de seguros: é um profissional sem vínculo com a seguradora, que defende os</p><p>interesses do segurado diante da seguradora, esse corretor deve se habilitar perante a Susep por</p><p>meio de prova de capacidade técnica profissional promovida pela Funenseg;</p><p>b) agente de seguros: é o profissional de venda vinculado a uma seguradora e que comercializa</p><p>os planos a ela vinculados, recebendo uma comissão sobre o resultado da operação;</p><p>c) venda direta de seguros: ocorre toda vez que o segurado tem a percepção de ter feito o</p><p>seguro diretamente com a seguradora.</p><p>52</p><p>Nesta unidade, você teve a oportunidade de:</p><p>• entender o que é seguro, sua origem, conceito, tipos, assim como também as nor-</p><p>mas que os regem;</p><p>• estudar o resseguro, sua história, conceito, modalidades, origem no Brasil, normas e</p><p>regulamentações;</p><p>• compreender o cosseguro, sua origem, história, conceitos e normas que o regem;</p><p>• conhecer a NBC TG 11, contrato de seguros, seu objetivo, alcance, mensuração,</p><p>além dos tópicos principais que compõem a norma;</p><p>• saber sobre o sistema nacional de seguros privado, conhecer cada instituição que</p><p>faz parte de sua estrutura como CNSP, SUSEP, IRB Brasil RE, sociedade de seguros e</p><p>corretores de seguros, assim como suas respectivas funções.</p><p>PARA RESUMIR</p><p>COSSEGURO. In : WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,</p><p>2017. Disponível em: pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cosseguro&oldid=50037874.</p><p>Acesso em: 11 mar. 2020.</p><p>CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Plano de contas das seguradoras. Editora Manuais</p><p>Técnicos de Seguros Ltda.</p><p>FREITAS, C; QUINTO, W.T.: MARA, P. Noções de atuária. Londrina: Educacional S.A, 2017.</p><p>MANUAL DE CONTABILIDADE DO MERCADO DE SEGUROS, 2019.</p><p>NEWLANDS JUNIOR, C. A. Sistema financeiro e bancário: teoria e questões. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 2008.</p><p>NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE. TG 11 – Contratos de Seguros, 2017.</p><p>SOUZA, S. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. São Paulo: Saraiva, 2007.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>UNIDADE 3</p><p>Previdência e NBC TG 33 (R2)</p><p>Introdução</p><p>Você está na unidade Previdência e NBC TG 33 (R2). Conheça aqui um importante</p><p>assunto relacionado às noções das atividades atuariais, que está inserido no contexto de</p><p>todas as empresas, relacionado com os benefícios das pessoas físicas, que é o sistema de</p><p>previdência e fundos de pensões. Vamos estudar sobre o seu conceito, principais tipos e</p><p>objetivos de cada um.</p><p>Além disso, vamos entender sobre alguns procedimentos da Norma Brasileira</p><p>de Contabilidade TG 33, conhecer sobre os principais objetivos, a sua definição,</p><p>além de estudar sobre os benefícios que são destinados aos empregados, a forma de</p><p>reconhecimento e mensuração de cada um dos tipos.</p><p>Bons estudos!</p><p>57</p><p>1 PREVIDÊNCIA</p><p>A previdência é um sistema que foi criado com o objetivo de, como o próprio nome diz,</p><p>precaver uma situação. Nesse caso, a situação que está sendo prevenida é em relação à saúde,</p><p>aposentadoria do trabalhador. Todos nós, em algum momento, vamos recorrer à previdência, por</p><p>isso que esse tema é muito importante.</p><p>1.1 Conceito de previdência</p><p>Inicialmente, vamos compreender sobre o conceito de previdência, conhecer os tipos que são</p><p>permitidos no Brasil. Sabemos que a previdência está regulamentada na Constituição Federal, e</p><p>que está diretamente ligada ao Ministério do Trabalho. Ela é responsável, entre outras coisas,</p><p>pela aposentadoria dos brasileiros.</p><p>A definição trazida pela Constituição Federal, 1988, no que diz respeito à previdência está no</p><p>artigo 201 e diz:</p><p>Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social,</p><p>de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio</p><p>financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei (CF, 1988, s.p.).</p><p>Como podemos observar na definição mencionada anteriormente, a previdência apresenta</p><p>alguns aspectos e características particulares, que são: caráter contributivo e filiação obrigatória.</p><p>O caráter contributivo da previdência está relacionado com o aspecto de que toda pessoa deve</p><p>contribuir, ou seja, deve recolher um valor destinado à previdência, independente da escolha do</p><p>regime que esteja enquadrada.</p><p>Com relação à filiação obrigatória, a Constituição diz que todos estão obrigados a contribuir,</p><p>ou seja, nenhuma pessoa que está vinculada a um regime de trabalho pode optar por não recolher</p><p>seus impostos junto à previdência, ela está automaticamente obrigada a contribuir.</p><p>Além dessas características, a previdência busca, como trazido pela Constituição, o equilíbrio</p><p>financeiro, ou seja, como o objetivo da previdência é a prestação de benefícios, eles devem estar</p><p>em equilíbrio com o que se arrecada, para que ocorra o equilíbrio financeiro.</p><p>Outra observação que devemos levar em consideração no texto Constitucional é a previdência</p><p>trata também sobre o equilíbrio atuarial. Isso diz respeito ao equilíbrio entre o benefício e a</p><p>expectativa de vida da população, para que não haja prejuízos por falta de planejamento.</p><p>Seguindo o artigo da nossa Constituição, temos os benefícios que ela apresenta quanto à</p><p>Previdência, que são:</p><p>58</p><p>I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;</p><p>II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;</p><p>III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;</p><p>IV - salário-família e auxílio-reclusão</p><p>para os dependentes dos segurados de baixa renda;</p><p>V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,</p><p>observado o disposto no § 2º (BRASIL, 1988, s.p.).</p><p>Conforme exposto, a previdência traz uma série de benefícios à população, que vai além da</p><p>aposentadoria, como a proteção à gestante, ao desempregado, e até mesmo ao preso, por meio</p><p>do auxílio reclusão. Há também a pensão por morte, para a família que estiver desamparada,</p><p>além de trazer uma cobertura quanto a doenças e invalidez.</p><p>Além da previdência definida nos termos acima, a Constituição trata sobre uma forma de</p><p>possibilidade de adesão à previdência privada, e sua definição é apresentada no artigo 202, e diz:</p><p>O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em</p><p>relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que</p><p>garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar (BRASIL, 1988, s.p.).</p><p>A previdência privada possui algumas características diferentes da social, como o caráter</p><p>complementar e autônomo, além de ser facultativo para os trabalhadores, no entanto com</p><p>aspectos que garantam os atendimentos de todos os benefícios constitucionais.</p><p>Essa forma de previdência é optativa para os trabalhadores que querem complementar a</p><p>social, e é organizada por instituições privadas, como bancos, e pode ser acumulada com a social,</p><p>ou seja, o trabalhador que se vincular à previdência privada pode receber, quando se aposentar,</p><p>os benefícios das duas aposentadorias. No entanto, para isso, deve ter realizado as contribuições</p><p>devidas nos dois regimes.</p><p>A previdência social no Brasil teve início em 1888, por meio do Decreto n° 9.912-A, ficou</p><p>regulamentada a aposentadoria para os trabalhadores dos Correios. E por meio da Lei 3.397, foi</p><p>criada a Caixa de Socorros em cada estado. Esta Caixa tinha o objetivo de trazer benefícios para</p><p>pessoas com doenças e invalidez, além de ter um sistema de pensão por morte, para a família do</p><p>falecido. No entanto, desde o ano de 1888, muitas mudanças aconteceram na legislação, até a</p><p>atual reforma da previdência em 2019, a qual apresenta certas particularidades e observações.</p><p>59</p><p>A previdência é um programa que visa proteger o trabalhador brasileiro e é muito importante</p><p>para o desenvolvimento do país. Além de atender às pessoas em maior estado de vulnerabilidade,</p><p>garantindo os direitos da população, regidos pela Constituição Federal.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>1.2 Contribuições previdenciárias</p><p>A previdência, como vimos, é classificada como social e privada e cada uma delas apresenta</p><p>características específicas, além de atender a necessidades diferentes, no entanto, ambas, as</p><p>previdências recebem um pagamento dos seus contribuintes. Para a previdência social, como</p><p>vimos, esse pagamento é obrigatório e é denominado contribuição previdenciária.</p><p>O Regime Geral de Previdência Social é o regime que rege a previdência social no Brasil e</p><p>é elaborado pelo Ministério da Fazendo e o Instituto Nacional do Seguro Social. A contribuição</p><p>que o trabalhador paga com relação ao imposto da previdência é denominada contribuição</p><p>previdenciária e sua alíquota leva em consideração fatores como idade de aposentadoria e de</p><p>entrada no mercado de trabalho.</p><p>De acordo com a Constituição Federal, são contribuintes da previdência:</p><p>Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>A Secretaria de Previdência do Ministério da Economia traz no seu site o histórico</p><p>de toda a história da Previdência no Brasil, apresentando todas as legislações de</p><p>cada época e apresentando os aspectos importantes, que vale a pena serem lidos e</p><p>estudados. Basta acessar o link: .</p><p>60</p><p>nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:</p><p>I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:</p><p>a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à</p><p>pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;</p><p>b) a receita ou o faturamento;</p><p>c) o lucro;</p><p>II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre</p><p>aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;</p><p>III - sobre a receita de concursos de prognósticos.</p><p>IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (BRASIL, 1988, s.p.).</p><p>Como observado, os contribuintes da previdência são bem variados e cada um irá contribuir com</p><p>um percentual diferente, com o objetivo único de propiciar um desenvolvimento da previdência</p><p>social, para que ela possa arcar com a manutenção dos benefícios sociais estabelecidos por lei.</p><p>O primeiro contribuinte definido na Constituição Federal é o trabalhador, o qual o valor do</p><p>imposto irá incidir sobre a folha de pagamento de funcionários, e sobre a receita da empresa.</p><p>Esse imposto é denominado INSS, e o valor da alíquota é de 20% para empresas que não operam</p><p>no regime fiscal de Simples Nacional. As empresas optantes pelo regime de tributação de simples</p><p>nacional devem recolher o percentual de alíquota proporcional ao valor do faturamento, quanto</p><p>maior o faturamento, maior o percentual de alíquota.</p><p>O outro contribuinte definido pela Constituição Federal é o trabalhador, nesse caso, a</p><p>legislação apresenta uma exceção, que são aquelas pessoas que já estão aposentadas, e que</p><p>recebem pensão. Elas não devem pagar o imposto, sendo classificadas como isentas.</p><p>Além desses dois contribuintes, é recolhido um percentual para o INSS do valor das receitas</p><p>dos jogos de loterias, sorteios, apostas. A definição desse tipo de jogo está apresentada na Lei nº</p><p>8.212, de 1991, e diz:</p><p>§ 1º Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer concursos de sorteios de</p><p>números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual,</p><p>do Distrito Federal e municipal (BRASIL, 1988, s.p.).</p><p>Por fim, a Constituição apresenta o último contribuinte do INSS, que é o importador de</p><p>produtos, o qual também terá retido o valor referente à contribuição previdenciária, com o</p><p>objetivo de financiar a Previdência Social no Brasil.</p><p>61</p><p>Figura 1 - Previdência</p><p>Fonte: Pollyana Ventura, iStock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há duas pessoas se cumprimentando e uma delas está segurando</p><p>a carteira de trabalho.</p><p>Como podemos observar, os contribuintes da previdência são variados, no entanto, o</p><p>valor arrecadado pelo governo tem um objetivo comum que é o de garantir a manutenção das</p><p>atividades da Previdência Social em prol dos trabalhadores.</p><p>2 FUNDOS DE PENSÃO</p><p>Os fundos de pensão são valores que a pessoa paga e que dá direito à aposentadoria</p><p>complementar, são pertencentes à previdência fechada, pois só pode se afiliar a ela quem</p><p>pertence à empresa. Esses fundos de pensão são dotados de particularidades e características</p><p>particulares, e é sobre esse assunto que vamos estudar a seguir.</p><p>2.1 Conceito de fundos de pensão</p><p>Os fundos de pensão são definidos como previdência complementar e têm caráter privado.</p><p>Segundo Balera e Santos (2019):</p><p>As entidades fechadas de previdência complementar, também conhecidas como fundos de</p><p>pensão, são regidas pelas leis complementares 108 e 109, de 29 de maio de 2001, e pelas demais regras</p><p>emanadas pelos órgãos reguladores do sistema. São pessoas jurídicas de direito privado submetidas à</p><p>disciplina legal de idêntica natureza, não importando se seus patrocinadores são empresas públicas ou</p><p>sociedades de economia mista ou empresas privadas; exceção para as entidades criadas a partir da EC</p><p>41/03 e Lei 1.618/2012, que tratam do regime de previdência complementar dos</p><p>servidores públicos</p><p>federais (BALERA e SANTOS, 2019, p. 05).</p><p>Como destacado no texto, os fundos de pensão são regulamentados por leis específicas e têm</p><p>o objetivo de constituir suas próprias reservas para custear seus participantes, além de garantir</p><p>62</p><p>que o fundo tenha reserva suficiente para arcar com os benefícios pagos a seus contribuintes.</p><p>Os fundos de pensão são fundamentados pela Lei Complementar n°108, e diz:</p><p>Art. 8º A administração e execução dos planos de benefícios compete às entidades fechadas de</p><p>previdência complementar mencionadas no art. 1º desta Lei Complementar.</p><p>Parágrafo único. As entidades de que trata o caput organizar-se-ão sob a forma de fundação ou</p><p>sociedade civil, sem fins lucrativos.</p><p>Art. 9º A estrutura organizacional das entidades de previdência complementar a que se refere</p><p>esta Lei Complementar é constituída de conselho deliberativo, conselho fiscal e diretoria-executiva</p><p>(BRASIL, 2001, s.p)</p><p>Como destacado no trecho acima, a legislação regulamenta que os fundos de pensão só</p><p>poderão se organizar sob forma de fundação, ou sociedade, pois essas formas de empresas não</p><p>visam ao lucro, e os fundos de pensão, conforme estabelecidos por lei, não podem buscar esse fim.</p><p>Figura 2 - Fundos de pensão</p><p>Fonte: Pogonici, iStock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há uma ampulheta com o símbolo de cifrão transformado em</p><p>areia, simbolizando o dinheiro sendo investido no tempo.</p><p>Segundo Pontual, a maior quantidade de fundos de pensão no Brasil é encontrada:</p><p>o Sul e no Sudeste. Os planos oferecidos pelos fundos de pensão dividem-se, basicamente, em</p><p>três: benefício definido, contribuição definida e misto. O plano de benefício definido consiste em</p><p>calcular previamente os valores a serem recebidos na aposentadoria a partir de operações atuariais.</p><p>As contribuições podem ser ajustadas para garantir o pagamento dos benefícios. Já o plano de</p><p>63</p><p>contribuição definida fixa previamente os pagamentos referentes às contribuições, e os benefícios</p><p>serão estabelecidos em função dos recursos acumulados atingidos pelo fundo, que incluem as</p><p>contribuições e os rendimentos financeiros. Os planos mistos conjugam características dos planos de</p><p>benefício e de contribuição definida (PONTUAL, 2019, s.p.)</p><p>Como relatado no trecho acima, os fundos de pensão têm um grau de risco, e cada tipo vai</p><p>aumentar ou diminuir o risco para o beneficiário. O fundo de pensão definido como benefício</p><p>definido é o de menor risco para o contribuinte, pois no início da adesão ao plano ele já faz a</p><p>opção do valor que irá receber.</p><p>O fundo de pensão definido como plano de contribuição é aquele valor que é fixado e o</p><p>pagamento estará atrelado aos recursos que foram acumulados. Por fim, temos os planos mistos,</p><p>que misturam as duas opções dos planos descritos acima.</p><p>Os fundos de pensão serão fiscalizados pelo Conselho de Gestão de Previdência Complementar,</p><p>órgão vinculado ao Ministério da Previdência Social. De acordo com Pontual, o conselho tem a função de:</p><p>dispor das diretrizes básicas para o sistema de previdência complementar no país, bem</p><p>como harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas de</p><p>desenvolvimento social, econômico e financeiro do governo. Outras atribuições da SPC são: supervisionar,</p><p>coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência complementar fechada;</p><p>analisar e definir os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação,</p><p>agrupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas da previdência</p><p>privada; e fiscalizar as atividades dessas entidades quanto ao cumprimento da legislação e das normas</p><p>em vigor, além de aplicar penalidades em casos de irregularidades (PONTUAL, 2019, s.p.).</p><p>Os fundos de pensão são opções para as pessoas que desejam complementar sua</p><p>aposentadoria, e por ser algo que envolve os direitos das pessoas, o governo é responsável por</p><p>estabelecer as regras e diretrizes para que todos os direitos sejam atendidos, e a garantia de que</p><p>os princípios constitucionais sejam cumpridos.</p><p>2.2 Composição do fundo de pensão</p><p>Os fundos de pensão, como vimos anteriormente, são entidades que não visam ao lucro e</p><p>que beneficiam às pessoas que contribuem. No entanto, para ser criado um fundo de pensão,</p><p>é necessário que ele tenha um mínimo de órgão para sua composição, como o conselho fiscal,</p><p>conselho deliberativo e a diretoria executiva.</p><p>Cada órgão será responsável por uma parte específica do fundo, além de uma finalidade</p><p>e controle diferenciado. Os conselhos deliberativos terão caráter de órgãos de representação,</p><p>os conselhos fiscais serão responsáveis pelo controle e as diretorias executivas pelas questões</p><p>financeiras e patrimoniais.</p><p>64</p><p>São inúmeras as vantagens que o indivíduo tem quando está inserido num plano de previdência</p><p>complementar, ou fundo de pensão, pois vai garantir uma melhor qualidade de vida, por meio de</p><p>uma renda maior que a da sua aposentadoria, além de a garantia de, como os fundos não têm</p><p>caráter lucrativo, todos os valores gerados vão ser repassados para os beneficiários. Além disso,</p><p>os fundos têm uma baixa taxa de administração, pelo mesmo motivo de não buscarem o lucro, os</p><p>valores cobrados são baixos, em comparação a outras aplicações.</p><p>Sem dúvida, os fundos de pensão são uma excelente escolha para as pessoas que estão</p><p>pensando em uma qualidade de vida melhor no futuro. Quem optar por esse tipo de investimento,</p><p>ainda conta com a fiscalização dos órgãos do governo para fiscalizar e orientar as instituições</p><p>responsáveis.</p><p>Segundo Oliveira, os fundos de pensão:</p><p>ocupam lugar cada vez mais central no capitalismo contemporâneo, caracterizado por complexas</p><p>relações capital-trabalho e uma densa rede de inter-relações entre empresas, trabalhadores e finanças.</p><p>Esses fundos passaram a constituir importantes fontes de renda previdenciária complementar</p><p>para trabalhadores corporativos (ou associados a organizações profissionais/sindicais) e tornaram-</p><p>se players centrais dos mercados financeiros globais, enquadrando-se na categoria dos grandes</p><p>investidores institucionais. Estes são responsáveis pela gestão de parcela substancial do estoque da</p><p>riqueza financeira mundial (OLIVEIRA, 2017, p. 17).</p><p>Os fundos de pensão são considerados como uma conquista dos trabalhadores, pois a</p><p>previdência social, devido à grande demanda de contribuintes, não supre a necessidade de todos.</p><p>Atualmente, tem passado por um processo de crise, o que originou a sua reforma em 2019. Por</p><p>isso, a garantia de uma forma complementar de renda para o aposentado é, sem dúvida, um</p><p>benefício esperado por muitos contribuintes.</p><p>3 NBC TG 33 (R2)</p><p>A Norma Brasileira de Contabilidade 33 apresenta informações sobre os benefícios que</p><p>os empregados têm direito em uma relação de trabalho. Além de demonstrar características</p><p>importantes sobre cada um, trazendo informações importantes que vão proporcionar ao</p><p>trabalhador um conhecimento mais amplo sobre o tema. É sobre esse tema que vamos estudar</p><p>a seguir.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O Ministério da Previdência Social lançou uma cartilha que trata especificamente sobre</p><p>os fundos de pensão, apresentando características, vantagens e outras informações</p><p>relevantes que vale a pena serem estudadas. Basta acessar o link: .</p><p>65</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>3.1 Características da NBC TG 33</p><p>A NBC TG 33 é uma norma que tem o objetivo de demonstrar como é feito o processo de</p><p>contabilização dos benefícios e apresentar os tipos e características de cada um deles. No entanto,</p><p>é necessário compreender algumas características, como por exemplo, quando um trabalhador</p><p>presta serviço na empresa com o objetivo de receber benefícios no futuro, esse valor deve ser</p><p>contabilizado no passivo.</p><p>As normas de contabilidade têm a função de orientar a todos os usuários que estejam em</p><p>busca de informações. No entanto, a NBC TG 33 deve ser aplicada em todas</p><p>as empresas que</p><p>utilizam qualquer benefício definido por ela.</p><p>Algumas definições são trazidas por essa norma com o objetivo de facilitar o entendimento</p><p>dos termos contábeis, de acordo com a NBC TG 33:</p><p>Benefícios a empregados são todas as formas de compensação proporcionadas pela entidade em</p><p>troca de serviços prestados pelos seus empregados ou pela rescisão do contrato de trabalho. Benefícios</p><p>de curto prazo a empregados são benefícios (exceto benefícios rescisórios) que se espera que sejam</p><p>integralmente liquidados em até doze meses após o período a que se referem as demonstrações</p><p>contábeis em que os empregados prestarem o respectivo serviço. Benefícios pós-emprego são os</p><p>benefícios a empregados (exceto benefícios rescisórios e benefícios de curto prazo a empregados), que</p><p>serão pagos após o período de emprego (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Como observado no trecho acima, a NBC busca definir o que é benefício, e traz o conceito</p><p>de que qualquer compensação que a empresa oferecer ao empregado em troca de serviço, será</p><p>definido como benefício, e os de curto prazo serão aqueles com compensação de, no máximo, 12</p><p>meses. Os pós-emprego são os benefícios que os trabalhadores irão receber após as atividades</p><p>da empresa.</p><p>66</p><p>Além desses termos, a NBC traz a definição de alguns planos, e de acordo com a NBC TG33:</p><p>Planos de benefício definido são planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de</p><p>contribuição definida.</p><p>Planos de benefícios pós-emprego são acordos formais ou informais nos quais a entidade se</p><p>compromete a proporcionar benefícios pós-emprego a um ou mais empregados.</p><p>Planos de contribuição definida são planos de benefícios pós-emprego nos quais a entidade</p><p>patrocinadora paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo), não tendo nenhuma</p><p>obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos</p><p>suficientes para pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do período</p><p>corrente e anterior (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Essas definições dizem respeito aos tipos de classificação dos benefícios, e que estão baseados</p><p>na característica de cada um. Além desses apresentados, temos o plano multiempregadores, que</p><p>é conceituado como aquelas contribuições que são definidas ou aqueles planos predeterminados.</p><p>Com relação aos benefícios de curto prazo, eles devem ter prazo de liquidação de 12 meses.</p><p>A norma diz que caso a empresa reclassifique, durante o exercício esse tempo, ele não precisa ser</p><p>redefinido. No entanto, no momento que houver mudanças quanto à sua liquidação, eles devem</p><p>ser reclassificados.</p><p>3.2 Benefícios pós-emprego</p><p>A NBC TG33 apresenta algumas definições e características dos benefícios pós-emprego, e</p><p>os exemplifica como as aposentadorias, o seguro de vida e as assistências médica. Os benefícios</p><p>também abrangem os acordos que o empregador fizer com o empregado após o encerramento</p><p>do vínculo empregatício.</p><p>De acordo com a NBC TG 33, os benefícios pós-emprego são classificados como:</p><p>planos de contribuição definida ou de benefício definido, dependendo da essência econômica do</p><p>plano decorrente de seus principais termos e condições.</p><p>Nos planos de contribuição definida, a obrigação legal ou construtiva da entidade está limitada à quantia</p><p>que ela aceita contribuir para o fundo. Assim, o valor do benefício pós-emprego recebido pelo empregado</p><p>deve ser determinado pelo montante de contribuições pagas pela entidade patrocinadora (e, em alguns</p><p>casos, também pelo empregado) para um plano de benefícios pós-emprego ou para uma entidade à parte,</p><p>juntamente com o retorno dos investimentos provenientes das contribuições (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Um tipo de benefício pós-emprego é o plano multiemprego e deve ser classificado como</p><p>benefício definido, além disso, deve ser contabilizado no grupo do ativo e no custo. Um exemplo</p><p>desse modelo é o regime de repartição simples, no qual as contribuições são separadas por período,</p><p>que vão ser vencidas e, se gerarem benéficos futuros, eles serão pagos com contribuições futuras.</p><p>67</p><p>Figura 3 - Benefícios</p><p>Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há um grupo de pessoas de mãos dadas em círculo e, dentro do</p><p>círculo, algumas imagens e palavras, entre elas “Benefícios”.</p><p>Existem casos em que ocorre um excedente do benefício do plano multiempregador. Nesse</p><p>caso, deve ser contabilizado como ativo ou passivo, de acordo com o acerto entre o empregado e</p><p>o empregador. Por ser um pouco complexo o entendimento, a NBC TG 33 apresenta um exemplo.</p><p>É o que vamos ver a seguir:</p><p>A entidade participa de plano multiempregador de benefícios definidos e não prepara avaliações</p><p>do plano com base nesta norma. Portanto, contabiliza o plano como se fosse um plano de contribuição</p><p>definida. A avaliação da posição não baseada nesta norma mostra déficit de $ 100 milhões no plano.</p><p>O plano fez um acordo contratual sobre um cronograma de contribuições com os empregadores</p><p>participantes do plano que irá eliminar o déficit nos próximos cinco anos. As contribuições totais da</p><p>entidade, de acordo com o contrato, são de $ 8 milhões.</p><p>A entidade deve reconhecer o passivo pelas contribuições ajustadas pelo valor do dinheiro no</p><p>tempo e a despesa no resultado (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Como observado no exemplo trazido pela norma, a contabilização deverá ser feita, nesse</p><p>caso, nas contas do passivo e em despesa, com o objetivo de contabilizar os valores referentes</p><p>aos benefícios de plano multiempregador, em situações que exista déficit.</p><p>4 PLANOS DE PREVIDÊNCIA</p><p>A NBC TG 33 apresenta também alguns planos que são definidos como planos de previdência,</p><p>68</p><p>apresentando alguns seguros, planos de contribuição definida, seu reconhecimento e mensuração.</p><p>São essas informações que vamos estudar nos itens a seguir.</p><p>4.1 Conceito de plano de previdência social</p><p>Os planos de previdência social são aqueles públicos, nos quais a entidade é obrigada</p><p>a participar, por serem instituídos pela Constituição Federal. No entanto, a sua forma de</p><p>contabilização e registro será semelhante ao plano de multiempregador.</p><p>De acordo com a NBC TG 33, os planos devem ser classificados como:</p><p>planos de benefício definido ou de contribuição definida dependendo da obrigação da entidade em</p><p>relação ao plano. Muitos planos governamentais de previdência social, como o brasileiro, são custeados</p><p>em regime de repartição simples (pay-as-you-go): as contribuições são fixadas em um nível que se espera</p><p>sejam suficientes para cobrir os benefícios concedidos que vençam no mesmo período; benefícios futuros</p><p>obtidos durante o período corrente serão pagos com contribuições futuras. Contudo, na maioria dos</p><p>planos de previdência social, a entidade não tem obrigação legal ou construtiva de pagar esses benefícios</p><p>futuros, sendo que a sua única obrigação é a de pagar as contribuições à medida que se vencem e, se a</p><p>entidade deixar de empregar membros do plano da previdência social, ela não terá a obrigação de pagar</p><p>os benefícios auferidos por seus empregados em anos anteriores (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Os planos de previdência, na maioria dos casos, serão definidos como plano de contribuição</p><p>definida. Em apenas alguns casos excepcionais, essa classificação pode modificar, passando a ser</p><p>benefício definido.</p><p>Além dos planos de previdência social, a legislação trata sobre os seguros de benefícios, que</p><p>são prêmios que a empresa pode pagar aos empregados com o objetivo de custear os benefícios.</p><p>Esses seguros podem ser estabelecidos por meio de apólices de seguro e, em casos que tiver</p><p>a apólice no nome do empregador, ou de um grupo de participantes, a empresa não tem a</p><p>obrigação de pagar o benefício, ficando de responsabilidade exclusiva da seguradora.</p><p>Ainda, de acordo com a NBC TG 33, quando:</p><p>a entidade custeia uma obrigação de benefícios pós-emprego ao contribuir para uma apólice de</p><p>seguro pela qual a entidade (direta ou indiretamente por meio do plano, utilizando-se de mecanismo</p><p>de fixação de prêmios futuros ou por meio de relacionamento</p><p>com a seguradora) mantém a obrigação</p><p>legal ou construtiva, o pagamento dos prêmios não corresponde a um acordo de contribuição definida.</p><p>Como, consequência, a entidade:</p><p>(a) deve contabilizar a apólice de seguro elegível como ativo de plano, e</p><p>(b) deve reconhecer outras apólices de seguro como direitos de reembolso (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Como vimos, os prêmios de seguro devem ser contabilizados em ativo, quando a apólice for</p><p>elegível e, em outros casos, a contabilização deve ser feita como direito de reembolso.</p><p>69</p><p>Os planos de seguro e previdência que a empresa possui com o objetivo de beneficiar os</p><p>trabalhadores são uma ferramenta importante na relação empregador e empregado. Esses</p><p>registros devem ser devidamente contabilizados e escriturados, seguindo os princípios e normas</p><p>contábeis que norteiam toda a atividade empresarial.</p><p>4.2 Registros contábeis e benefícios</p><p>A Norma Brasileira de Contabilidade TG 33 apresenta forma e hipóteses de registro e</p><p>escrituração dos benefícios e como eles interferem no balanço patrimonial da empresa, com o</p><p>objetivo de orientar e regulamentar a forma de escrituração dos lançamentos contábeis.</p><p>Segundo a NBC TG 33, as empresas devem registrar:</p><p>o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido na demonstração contábil.</p><p>64. Quando a entidade obtiver superávit no plano de benefício definido, ela deve mensurar o valor</p><p>líquido de ativo de benefício definido como sendo o menor dentre:</p><p>(a) o superávit no plano de benefício definido; e</p><p>(b) o teto de ativo (asset ceiling), determinado pela aplicação da taxa de desconto especificada no</p><p>item 83 (CFC, 2015, s.p.).</p><p>Conforme exposto na definição apresentada, a empresa deverá registrar no balanço</p><p>patrimonial, na conta do passivo, o valor do benefício, e em situações em que a empresa apresentar</p><p>superávit, o valor deverá ser registrado no ativo, sendo considerado o valor líquido da operação.</p><p>Deve ser calculado o menor valor para o superávit e para a aplicação da taxa de desconto, para</p><p>poder estar de acordo com o princípio contábil da prudência, que diz que, em hipóteses em que</p><p>existe mais de um valor para os ativos, deve sempre ser considerado o de menor valor, com o</p><p>objetivo de não apresentar um valor falso, representando uma supervalorização indevida dos</p><p>seus bens.</p><p>Existem alguns métodos de avaliação definidos como métodos de avaliação atuarial, entre</p><p>eles o método de crédito unitário projetado, que de acordo com a NBC TG33:</p><p>A entidade deve utilizar o Método de Crédito Unitário Projetado para determinar o valor presente</p><p>das obrigações de benefício definido e o respectivo custo do serviço corrente e, quando aplicável, o</p><p>custo do serviço passado (CFC, 2015, s.p.).</p><p>70</p><p>Figura 4 - Registro de lançamentos</p><p>Fonte: Rawf8, iStock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há um notebook e, em sua tela, vários gráficos e planilhas,</p><p>representando o registro dos lançamentos.</p><p>A norma apresenta exemplos que simulam os lançamentos que acontecem dentro da</p><p>empresa. Vamos analisar um deles para esclarecer uma forma de registro dos benefícios. De</p><p>acordo com a NBC TG 33:</p><p>Um plano de benefício definido proporciona o benefício de pagamento único de $ 100 devido por</p><p>ocasião da aposentadoria, para cada ano de serviço prestado.</p><p>Atribui-se a cada ano o benefício de $ 100. O custo do serviço corrente é o valor presente de $</p><p>100. O valor presente da obrigação de benefício definido é o valor presente de $ 100, multiplicado pelo</p><p>número de anos de serviço na data a que se referem as demonstrações contábeis.</p><p>Se o benefício for devido imediatamente quando o empregado se desliga da entidade, o custo</p><p>do serviço corrente e o valor presente da obrigação de benefício definido refletem a data em que se</p><p>espera que o empregado se desligue.</p><p>Assim, devido ao efeito do desconto a valor presente, eles são inferiores às quantias que seriam</p><p>determinadas se o empregado saísse no final do período a que se referem as demonstrações contábeis</p><p>(CFC, 2015, s.p.).</p><p>Essa situação retrata uma empresa que tem um valor de benefício fixo, cujo valor do benefício</p><p>é multiplicado pelo número de anos. Caso o trabalhador seja demitido, o custo deverá ser</p><p>calculado baseado no tempo em que o empregado iria se desligar, gerando um valor de diferença</p><p>no presente, que será menor que o valor que iria ser pago se ele não fosse demitido.</p><p>Além dessa situação, a norma apresenta a seguinte:</p><p>Um plano paga o benefício de $ 100 para cada ano de serviço. A aquisição de direito aos benefícios</p><p>ocorrerá após dez anos de prestação de serviço. O benefício de $ 100 é atribuído a cada ano. Em cada</p><p>um dos primeiros dez anos, o custo do serviço corrente e o valor presente da obrigação refletem a</p><p>probabilidade de que o empregado possa não completar dez anos de serviço (CFC, 2015, s.p.).</p><p>71</p><p>A situação apresentada é representada por um fato no qual a empresa vem pagando um valor</p><p>fixo de benefício proporcional ao tempo de serviço e o empregado terá direito a esse valor após</p><p>10 anos. Caso ele seja demitido antes dos 10 anos, esse valor não será incorporado e terá que ser</p><p>feito um ajuste de valor presente.</p><p>Por fim, concluímos que a NBC TG 33 tem o objetivo de proporcionar a todos uma forma</p><p>de transparência dos registros contábeis, auxiliando no processo de escrituração dos benefícios.</p><p>Apresenta, ainda, uma série de situações que podem ocorrer dentro da empresa e o que fazer</p><p>com cada uma delas, além de adequar cada registro aos princípios contábeis, para que tudo seja</p><p>feito de acordo com o que a legislação ordena.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>72</p><p>Nesta unidade, você teve a oportunidade de:</p><p>• entender o conceito de previdência social e conhecer as diferenças entre a previ-</p><p>dência social, privada e complementar;</p><p>• estudar os tipos fundos de pensão que existem no Brasil e suas principais caracterís-</p><p>ticas;</p><p>• compreender a norma brasileira de contabilidade TG 33 e os benefícios estabeleci-</p><p>dos por ela;</p><p>• aprender sobre os benefícios de previdência social e a forma de contabilização e</p><p>registro no balanço patrimonial.</p><p>PARA RESUMIR</p><p>BALERA, W. SANTOS, F. S. Da inaplicabilidade da Lei 7.492/86 aos fundos de pensão, 16</p><p>de junho de 2019. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2020.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.</p><p>br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 02 mar. 2020).</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.912-A, de 26 de março de 1888. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2020.</p><p>BRASIL. Lei complementar nº 108, de 29 de maio de 2001 .Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2020.</p><p>BRASIL. Lei nº3.397, de 24 de novembro de 1888. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2020.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2020.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 33, de 06 de novembro de 2015.</p><p>Disponível em: . Acesso</p><p>em: 02 mar. 2020.</p><p>OLIVEIRA, G. C., et al. Os fundos de pensão e o financiamento de longo prazo no Brasil:</p><p>possibilidades e limites. 2017. Disponível em: . 02 mar. 2020.</p><p>PONTUAL, H. D. Fundos de pensão. Agência Senado. Disponível em: . Acesso em: 02 mar.</p><p>2020.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>UNIDADE 4</p><p>Demonstração das obrigações atu-</p><p>ariais do plano de benefícios</p><p>Você está na unidade Demonstração das</p><p>obrigações atuariais do plano de benefícios.</p><p>Conheça aqui um importante assunto relacionado às noções das atividades atuariais, que</p><p>está inserido no contexto de todas as empresas, relacionado ao processo de escrituração</p><p>e registro dos lançamentos dos benefícios e a forma de demonstração dessas obrigações</p><p>atuariais.</p><p>Além disso, vamos entender sobre alguns procedimentos do sistema de capitalização,</p><p>conceito, característica e o processo de evidenciação e controle desses sistemas de</p><p>capitalização que existem no Brasil.</p><p>Bons estudos!</p><p>Introdução</p><p>77</p><p>1 CAPITALIZAÇÃO</p><p>A capitalização é considerada como uma aplicação financeira, disponível para as pessoas</p><p>físicas, com o objetivo de acumulação de capital. Os títulos de capitalização são regulamentados</p><p>pela Superintendência de Seguros Privados e são dotados de curiosidades e informações</p><p>importantes. É sobre esse tema que vamos estudar a seguir.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>1.1 Conceito de capitalização</p><p>Inicialmente, vamos compreender sobre o conceito de capitalização, conhecer sobre</p><p>a legislação aplicada e os tipos disponíveis no mercado. A capitalização é um valor de capital</p><p>aplicado, de acordo com os regulamentos e normas que constam no título de capitalização.</p><p>As normas e regulamentos do títulos de capitalização estão dispostos no Decreto-lei nº 261,</p><p>de 28 de fevereiro de 1967, o qual define as sociedade de capitalização como:</p><p>Consideram-se sociedades de capitalização as que tiverem por objetivo fornecer ao público</p><p>de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo</p><p>perfeitamente determinado em cada plano e pago em moeda corrente em um prazo máximo indicado</p><p>no mesmo plano, a pessoa que possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas</p><p>no próprio título (BRASIL, 1967, s.p.).</p><p>Como podemos observar na definição acima, as sociedades de capitalização devem ter um</p><p>objetivo único de fornecer às pessoas interessadas um capital mínimo, predeterminado, no qual</p><p>as pessoas interessadas possam investir no prazo e valor que assim desejarem.</p><p>É importante ser observado que, como os títulos de capitalização envolvem benefícios para</p><p>as pessoas físicas, eles devem ser fiscalizados pelo poder público, com o objetivo de garantir</p><p>78</p><p>proteção aos interessados e o suporte legal para que os objetivos dos títulos de capitalização</p><p>sejam cumpridos.</p><p>Com o controle do estado sobre as transações dos títulos de capitalização, ficam garantidos</p><p>alguns direitos, pois conforme descrito no Decreto-lei n° 261, de 28 de fevereiro de 1967, o</p><p>controle do estado objetiva:</p><p>I - Promover a expansão do mercado de capitalização e propiciar as condições operacionais</p><p>necessárias à sua integração no progresso econômico e social do país.</p><p>II - Promover o aperfeiçoamento do sistema de capitalização e das sociedades que nele operam.</p><p>III - Preservar a liquidez e a solvência das sociedades de capitalização.</p><p>IV - Coordenar a política de capitalização com a política de investimentos do Governo Federal,</p><p>observados os critérios estabelecidos para as políticas monetária, creditícia e fiscal, bem como as</p><p>características a que devem obedecer às aplicações de cobertura das reservas técnicas.</p><p>(BRASIL, 1967, s.p.).</p><p>Conforme exposto, os objetivos da proteção do poder público com relação aos títulos de</p><p>capitalização visam garantir a expansão das transações de capitalização no país, além de um</p><p>maior aperfeiçoamento do sistema, realizar um procedimento que permita que as ações sejam</p><p>transparentes para quem deseja investir, além de mesclar a política de capitalização com a de</p><p>investimento, com o objetivo de crescimento econômico.</p><p>Ainda com o intuito de fiscalização dos títulos de capitalização, foi criado o Sistema Nacional</p><p>de Capitalização, constituído do Conselho Nacional de Seguros Privados, da Superintendência de</p><p>Seguros Privados e das sociedades autorizadas a operar em capitalização.</p><p>Cada órgão será responsável pela fiscalização e gerenciamento de determinadas áreas.</p><p>Segundo o Decreto-lei nº 261, de 28 de fevereiro de 1967:</p><p>§ 1o Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) fixar as</p><p>diretrizes e normas da política de capitalização e regulamentar as operações das sociedades do ramo,</p><p>relativamente às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades de seguros.</p><p>§ 2° A Superintendência de Seguros Privados é o órgão executor da política de capitalização</p><p>traçada pelo CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operações das</p><p>sociedades do ramo, relativamente às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as</p><p>sociedades de seguros.</p><p>Art. 4º As sociedades de capitalização estão sujeitas às disposições idênticas às estabelecidas nos</p><p>seguintes artigos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966</p><p>(BRASIL, 1988, s.p.).</p><p>79</p><p>O Conselho Nacional de Seguros privados será o responsável por estabelecer as normas,</p><p>regulamentações, sobre as operações dos títulos; já a superintendência de seguros privados, é</p><p>responsável por fiscalizar se as normas estão sendo cumpridas e as sociedades de capitalização</p><p>são responsáveis pelas operações com os seguros.</p><p>Os títulos de capitalização são um tipo de aplicação que trazem benefícios aos que aderirem</p><p>a ela, e também podem ser vistos como uma garantia de que a pessoa que investiu esteja</p><p>amparada em momentos de vulnerabilidade. Além de depender do tempo de aplicação, servirem</p><p>de complementação para a aposentadoria do trabalhador, uma vez que esses títulos podem ser</p><p>investidos por longo prazo, e o seu resgate ter valores considerados para quem o investiu.</p><p>1.2 Como deve ser um título de capitalização</p><p>Agora que já sabemos o seu conceito, vamos analisar quais as características que os títulos</p><p>de capitalização devem ter e quais os elementos que devem fazer parte do título para ele ser</p><p>considerado legítimo.</p><p>Para estarem de acordo com o exige a legislação, os títulos de capitalização devem ter uma</p><p>estrutura mínima de informações para seus usuários, para que seja transparente e não apresente</p><p>surpresas futuras aos seus beneficiários no momento do resgate da operação.</p><p>Os títulos de capitalização devem ser constituídos de, inicialmente, um glossário, onde</p><p>devem constar informações quanto à definição de palavras importantes, que muitas vezes os</p><p>investidores não tenham conhecimento. Em seguida, é necessário que os títulos tenham um</p><p>objetivo específico, no qual fique claro a real finalidade do título, para que as pessoas possam</p><p>saber exatamente o propósito dos seus investimentos.</p><p>Também deve ser parte integrante do título de capitalização a natureza, ou seja, devem</p><p>constar informações quanto à possibilidade de transferência do título e se é indivisível. Outra</p><p>informação relevante que deve ser apresentada nos títulos de capitalização diz respeito ao prazo</p><p>de duração da operação, a forma que será pago e as possibilidades de cancelamento.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>A Superintendência de Seguros Privados, entendendo sobre as necessidades de</p><p>um esclarecimento sobre o tema de capitalização, emitiu, em seu site, uma série de</p><p>perguntas e respostas referentes ao sistema de capitalização no Brasil, que valem a</p><p>pena serem lidas e estudadas. Link .</p><p>80</p><p>Devem ser contidos nos títulos de capitalização informações sobre os sorteios, no qual serão</p><p>resgatados os prêmios, a forma de resgate e a indicação de como os títulos serão atualizados</p><p>monetariamente.</p><p>Por fim, na composição dos títulos de capitalização, deve estar claro o valor e o tipo de</p><p>imposto que a pessoa irá pagar no momento do resgate, e o foro que deve ser representado pelo</p><p>domicílio da pessoa titular.</p><p>Figura 1 - Títulos de capitalização</p><p>Fonte: Shchipkova Elena, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há um despertador em cima de várias moedas, representando o</p><p>investimento em relação ao tempo.</p><p>Os títulos, para serem contratados,</p><p>devem ser analisados, lidos e preenchidos pelo titular,</p><p>além de serem devidamente assinados. Nesse momento, é proibida a cobrança de taxas e todas</p><p>as normas que vimos acima devem estar claras antes da assinatura do documento. Caso alguma</p><p>regra seja acrescentada após a assinatura, sem a permissão do titular, ela será ilegal e ilegítima.</p><p>O titular do título de capitalização é denominado subscritor e, no momento da formalização do</p><p>contrato, deve indicar se alguém no futuro pode assumir o seu lugar, ou se depois da contratação</p><p>ele desejar que alguém seja indicado, essa alteração pode ser realizada sem maiores prejuízos.</p><p>De acordo com a Circular nº 569, de 2 de maio de 2018:</p><p>Art. 4º Os Títulos de Capitalização somente serão estruturados conforme as modalidades</p><p>discriminadas abaixo:</p><p>I - tradicional;</p><p>81</p><p>II - instrumento de garantia;</p><p>III- compra programada;</p><p>IV - popular;</p><p>V - incentivo; ou</p><p>VI - filantropia premiável.</p><p>Parágrafo único. A estruturação de Títulos de Capitalização nas modalidades previstas neste</p><p>capítulo é regulamentada por esta circular e dependerá da edição de circular específica da Susep, que,</p><p>complementarmente, estabelecerá regras para a elaboração, a operação e a propaganda e material de</p><p>comercialização dos títulos de capitalização (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>Art. 4º Os Títulos de Capitalização somente serão estruturados conforme as modalidades</p><p>discriminadas abaixo:</p><p>I - tradicional;</p><p>II - instrumento de garantia;</p><p>III- compra programada;</p><p>IV - popular;</p><p>V - incentivo; ou</p><p>VI - filantropia premiável.</p><p>Parágrafo único. A estruturação de Títulos de Capitalização nas modalidades previstas neste</p><p>capítulo é regulamentada por esta circular e dependerá da edição de circular específica da Susep, que,</p><p>complementarmente, estabelecerá regras para a elaboração, a operação e a propaganda e material de</p><p>comercialização dos títulos de capitalização (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>Como vimos na descrição anterior, além de os títulos de capitalização serem constituídos</p><p>das informações exigidas, eles devem ser estruturados apenas de acordo com as modalidades</p><p>apresentadas na legislação, não sendo permitido qualquer outra forma de modalidade.</p><p>Cada modalidade descrita na legislação apresenta uma característica específica e vai atender</p><p>à necessidade particular de cada pessoa, por isso que no momento da adesão a um plano de</p><p>capitalização a pessoa deve procurar todas as informações necessárias sobre elas, além de estudar</p><p>sobre as modalidades disponíveis para saber qual a que mais se enquadra nas suas necessidades,</p><p>e qual têm o objetivo que mais se assemelhe ao que esteja buscando. Por isso, é necessário um</p><p>estudo detalhado de cada forma de capitalização antes de realizar uma aquisição de um título de</p><p>capitalização para não ter surpresas futuras, nem ser surpreendido negativamente.</p><p>82</p><p>2 TIPOS DE CAPITALIZAÇÃO</p><p>Como vimos, os títulos de capitalização podem se apresentar de várias formas e cada fuma</p><p>delas vai ter uma característica, objetivo e função particular. A lei estabelece seis tipos diferentes</p><p>de capitalização, com funções determinadas. É sobre eles que vamos aprender a seguir.</p><p>2.1 Tradicional, instrumento de garantia e compra programada</p><p>Inicialmente, vamos estudar sobre os três primeiros tipos de título de capitalização</p><p>estabelecidos pela legislação, que são os títulos tradicionais, os instrumentos de garantia e as</p><p>compras programadas.</p><p>Os títulos de capitalização tradicionais são aqueles mais comuns, que têm a finalidade de</p><p>repassar o valor ao titular depois do prazo da aplicação. Está definido na Circular nº 569, de 2 de</p><p>maio de 2018 que diz:</p><p>Art. 29 - A Modalidade Tradicional tem por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de</p><p>vigência, no mínimo, o valor total das contribuições efetuadas pelo subscritor, desde que todas as</p><p>contribuições previstas tenham sido realizadas nas datas programadas.</p><p>§ 1º - É vedada a vinculação da provisão matemática para capitalização à aquisição de bem e/ou</p><p>serviço.</p><p>§ 2º - É vedada indicação previamente impressa do cessionário em eventual cessão de direitos.</p><p>§ 3º- É vedada a sociedade de capitalização comercializar uma série exclusivamente para um</p><p>mesmo subscritor (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>Como destacado no texto, os títulos de capitalização tradicionais são os que dão a garantia</p><p>ao titular do título a restituição mínima do valor das aplicações, ou seja, essa operação é segura e</p><p>garante que o titular do título não tenha prejuízos futuros.</p><p>O prazo mínimo de vigência dos títulos de capitalização tradicionais deve ser igual ou superior</p><p>a 12 meses, e o seu resgate só poderá ser feito depois de, no mínimo, 30 dias do pagamento.</p><p>Esses títulos de capitalização tradicionais devem ser escolhidos por pessoas que buscam uma</p><p>aplicação segura dos investimentos, sem riscos, pois garante que no mínimo o valor aplicado será</p><p>resgatado, além de permitir que o tempo de resgate seja relativamente curto, considerando que</p><p>o tempo mínimo é de doze meses.</p><p>Os títulos de capitalização denominados instrumentos de garantia também têm a sua</p><p>definição expressa na Circular nº 569, de 2 de maio de 2018, que diz:</p><p>83</p><p>Art. 32 - A modalidade Instrumento de Garantia tem por objetivo propiciar que a provisão</p><p>matemática para capitalização do título de capitalização seja utilizada para assegurar o cumprimento</p><p>de obrigação assumida em contrato principal pelo titular perante terceiro.</p><p>§ 1º - A vinculação do título de capitalização à obrigação garantida, somente se caracteriza se o</p><p>contrato principal dispuser expressamente sobre a possibilidade de utilização desta modalidade de</p><p>garantia ou outra enquadrada como caução.</p><p>§ 2º - É vedada a vinculação da provisão matemática para capitalização à aquisição de bem e/ou serviço.</p><p>§ 3º - É vedada indicação previamente impressa do cessionário em eventual cessão de direitos.</p><p>§ 4º - O título poderá ser estruturado na forma de Pagamento Periódico (PP) ou Pagamento</p><p>Mensal (PM) (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>Essa modalidade de compra programada tem um prazo mínimo igual a de instrumento de garantia,</p><p>com prazo mínimo de seis meses e o tempo mínimo de resgate de 30 dias.</p><p>Figura 2 - Modalidade de títulos</p><p>Fonte: Peter Nadolski, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há um notebook sobre algumas anotações, planilhas e uma</p><p>caneta, representando o estudo para a escolha das modalidades.</p><p>Entre as três modalidades que estudamos, podemos ver certas semelhanças entre elas,</p><p>principalmente com relação ao tempo de aplicação e possibilidade de resgate. No entanto, são</p><p>84</p><p>dotadas de pequenas particularidades que são específicas para certo tipo de investidor, fazendo</p><p>com que a pessoa, no momento da adesão a qualquer título de capitalização, busque informações</p><p>e estudo sobre o tema, para compreender a melhor opção para seu investimento.</p><p>2.2 Popular, incentivo e filantropia</p><p>As três modalidades do título de capitalização que vamos estudar são: a popular, de incentivo</p><p>e a filantropia premiável. São as três últimas estabelecidas na lei, com particularidades e</p><p>características que vamos estudar.</p><p>O título de modalidade popular está definido na Circular nº 569, de 2 de maio de 2018, que</p><p>discorre:</p><p>Art. 38 - A modalidade popular tem por objetivo propiciar a capitalização da contribuição e a</p><p>participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral do valor pago.</p><p>§ 1º - A contratação na modalidade popular não poderá prever a cessão do direito de participação</p><p>nos sorteios e a cessão do direito de resgate.</p><p>§ 2º - É vedada:</p><p>I - a utilização da provisão matemática para capitalização como instrumento de garantia ou sua</p><p>vinculação à aquisição de bem e/ou serviço; e</p><p>II - a previsão de bônus ao titular.</p><p>Art. 39 - Os títulos de capitalização da modalidade popular deverão ser estruturados com prazo de</p><p>vigência igual ou superior a 12 (doze) meses.</p><p>Art. 40 - O resgate do título somente poderá ser efetuado depois de decorridos 60 (sessenta) dias</p><p>da data da sua aquisição (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>A modalidade popular é</p><p>aquela que objetiva o resgate por meio de sorteios. No entanto, não</p><p>deverá ser devolvido o valor integral pago, o prazo de vigência dessa aplicação é de no mínimo 12</p><p>meses e, para resgate, tem que esperar no mínimo 60 dias.</p><p>A modalidade de incentivo é vinculada a um determinado evento com o objetivo de aumentar</p><p>as vendas ou garantir a fidelidade dos clientes. Essa modalidade está definida na Circular nº 569,</p><p>de 2 de maio de 2018, que aponta:</p><p>Art. 42 - A Modalidade Incentivo tem por objetivo a vinculação a um evento promocional de</p><p>caráter comercial instituído pelo subscritor para alavancar a venda de seu(s) produto(s) ou serviços ou</p><p>para fidelizar seus clientes.</p><p>§ 1º - O subscritor deverá ser pessoa jurídica que exerça atividade comercial, industrial ou de</p><p>compra e venda de bens imóveis, instituições financeiras ou assemelhadas, comprovadamente quites</p><p>85</p><p>com os impostos federais, estaduais, municipais ou distritais, bem como com as contribuições da</p><p>Previdência Social.</p><p>§ 2º - O subscritor não poderá ser entidade beneficente de assistência social.</p><p>§ 3º - Deverá ser prevista a cessão gratuita do direito de participação nos sorteios.</p><p>§ 4º - A contratação na modalidade incentivo não poderá prever a cessão do direito de resgate.</p><p>§ 5º - É vedada:</p><p>I - a previsão de bônus ao titular; e</p><p>II - a utilização da provisão matemática para capitalização como instrumento de garantia ou sua</p><p>vinculação à aquisição de bem e/ou serviço (BRASIL, 2018, s.p.)..</p><p>Os títulos dessa modalidade de incentivo têm o prazo reduzido igual ou superior a 60 dias e o</p><p>seu resgate deverá ser também de, no mínimo, esse período. Uma particularidade desse título é</p><p>que ele só deve ser comercializado se for com característica exclusiva, proibido ser adquirido por</p><p>mais de um subscritor.</p><p>A SUSEP irá fiscalizar a modalidade, e pode, em qualquer momento, durante a vigência do</p><p>contrato, pedir cópia da documentação entre a sociedade e o subscritor, assim como qualquer</p><p>outra documentação que necessite para garantir a transparência e legalidade do título.</p><p>A última modalidade do título de capitalização prevista na legislação é a filantropia premiável,</p><p>e tem o objetivo de permitir que o titular ajude instituições beneficentes de assistência social. De</p><p>acordo com a Circular nº 569, de 2 de maio de 2018, temos que:</p><p>Art. 48 - A Modalidade Filantropia Premiável é destinada ao subscritor interessado em contribuir</p><p>com entidades beneficentes de assistência sociais, certificadas nos termos da legislação vigente, e</p><p>participar de sorteio(s).</p><p>§ 1º - Para cessão integral do direito do resgate à entidade beneficente de assistência social</p><p>certificada nos termos da legislação vigente, no momento de aquisição do título, o subscritor deverá</p><p>concordar, expressamente, com essa cessão.</p><p>§ 2º - No caso de cessão do direito de resgate para uma entidade beneficente de assistência social,</p><p>é mandatória a indicação previamente impressa do nome do cessionário em documento específico</p><p>que trate da cessão desse direito.</p><p>§ 3º - É obrigação da sociedade de capitalização verificar se a entidade de que trata o § 2º deste</p><p>artigo encontra-se devidamente certificada, na data de emissão do título de capitalização.§ 4º - No</p><p>caso de cessão do direito de resgate para uma entidade beneficente de assistência social, a sociedade</p><p>de capitalização deverá pagar os valores referentes ao direito de resgate diretamente à entidade, sem</p><p>intermediários.§ 5º - A contratação na modalidade filantropia premiável não poderá prever a cessão</p><p>do direito de sorteio (BRASIL, 2018, s.p.).</p><p>86</p><p>Essa modalidade apresenta algumas particularidades, como o auxílio para as instituições</p><p>beneficentes, além de cessão de resgate apenas para as entidades que estiverem certificadas e</p><p>é proibido a previsão de qualquer bônus e utilização de provisão matemática. O prazo mínimo</p><p>de resgate é de 60 dias e não será estabelecido nenhum tipo de penalidade para as entidades</p><p>filantrópicas.</p><p>3 DEMONSTRAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ATUARIAIS</p><p>DO PLANO DE BENEFÍCIOS (DOAP)</p><p>Os planos de capitalização são dotados de particularidades e características, e por serem de</p><p>forma tão particular, possuem características específicas no momento dos registros contábeis. É</p><p>sobre as normas e procedimentos contábeis dos registros dos planos de benefícios que vamos</p><p>estudar a seguir.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>3.1 Instrução PREVIC</p><p>A Superintendência Nacional de Previdência Complementar emitiu uma instrução normativa</p><p>que trata especificamente das demonstrações atuariais e dos elementos que devem ter nos</p><p>relatórios e notas explicativas.</p><p>A instrução PREVIC nº 20, de 2019, tem o objetivo de:</p><p>Dispor sobre as Demonstrações Atuariais e os elementos mínimos que devem constar na Nota</p><p>Técnica Atuarial dos planos de benefícios de caráter previdenciário administrados pelas entidades</p><p>fechadas de previdência complementar (BRASIL, 2019, s.p.).</p><p>A instrução PREVIC nº 20 estabelece as diretrizes que as entidades fechadas de previdência</p><p>87</p><p>devem seguir, no que diz respeito à contabilização dos benefícios e plano de previdência</p><p>complementar.</p><p>Figura 3 - Legislação PREVIC</p><p>Fonte: Simpson33, iStock-, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há homem lendo regulamentos e normas sobre uma mesa com o</p><p>símbolo da justiça, representando o estudo das legislações.</p><p>Entre os objetivos da Instrução PREVIC nº 20, temos o que define a legislação:</p><p>Art. 1º Aprovar os procedimentos e instruções para o preenchimento das Demonstrações</p><p>Atuariais e elaboração da Nota Técnica Atuarial dos planos de benefícios administrados pelas entidades</p><p>fechadas de previdência complementar - EPFC.</p><p>Parágrafo único. A operacionalização e o detalhamento do envio das informações de que trata</p><p>o caput será realizada conforme Portaria da Diretoria de Fiscalização e Monitoramento e no prazo</p><p>estabelecido pela Instrução Previc nº 10, de 2017 (BRASIL, 2019, s.p.).</p><p>Como podemos observar na definição acima, a Instrução PREVIC nº 20 tem o objetivo de</p><p>aprovar os regulamentos das demonstrações atuariais, além de definir os procedimentos</p><p>da emissão das notas técnicas das entidades fechadas. Também busca orientar sobre os</p><p>procedimentos de envio das demonstrações.</p><p>3.2 Demonstrações atuariais</p><p>As demonstrações atuariais têm o objetivo de evidenciar as operações e retratar a</p><p>movimentação que ocorreu durante o exercício social. Essas demonstrações devem ser enviadas</p><p>à Previdência Complementar, PREVIC.</p><p>A instrução PREVIC nº 20 trata, em um capítulo específico sobre as demonstrações atuariais,</p><p>assim estabelecendo:</p><p>88</p><p>Art. 2º As Demonstrações Atuariais referentes ao encerramento do exercício devem ser enviadas à</p><p>Previc por meio do sistema de captação de dados disponível em sua página eletrônica.</p><p>Art. 3º Para fins desta Instrução:</p><p>I - as Demonstrações Atuariais do tipo Completa devem ser preenchidas com todas as informações</p><p>sobre a avaliação atuarial.</p><p>II - as Demonstrações Atuariais do tipo Simplificada devem ser preenchidas com informações</p><p>mínimas sobre avaliação atuarial.</p><p>III - grupo de custeio: qualquer grupo de participantes tratado, em decorrência das regras do plano</p><p>de benefícios, com plano de custeio específico.</p><p>Art. 4º Ficam dispensados do encaminhamento das Demonstrações Atuariais do tipo Completa os</p><p>planos de benefícios constituídos na modalidade de contribuição definida cujos saldos contábeis sejam</p><p>nulos nas contas “Benefício Definido” do grupo de contas das provisões matemáticas.</p><p>Parágrafo único. Devem ser elaboradas Demonstrações Atuariais nos casos de planos em que haja</p><p>benefícios concedidos ou a conceder (BRASIL, 2019, s.p.).</p><p>Conforme exposto na legislação, as demonstrações contábeis atuariais devem ser enviadas</p><p>eletronicamente por meio de um sistema disponível pelo site da Previdência Complementar. Esse</p><p>sistema é de captação e busca a emissão dos relatórios das empresas de previdência fechada.</p><p>Além das informações expostas no trecho descrito acima, na Instrução PREVIC nº 20, temos que:</p><p>Art. 5º Na ocorrência de motivo</p><p>relevante, conforme definido art. 2º na Instrução Previc nº 10, de</p><p>31 de novembro de 2018, deve ser realizada nova avaliação atuarial, posicionada na data da efetivação</p><p>do fato que a motivou.</p><p>Art. 6º As Demonstrações Atuariais devem ser enviadas ao patrocinador do plano de benefícios</p><p>antes do início de vigência do plano de custeio a que ele se submete.</p><p>§ 1º Admite-se, com a concordância expressa do patrocinador, o estabelecimento de plano de</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>A Superintendência Nacional de Previdência Complementar tem em seu site</p><p>informações importantes sobre as demonstrações atuariais e disponibiliza o sistema de</p><p>envio eletrônico das demonstrações, denominado Webinar STA. Vale a pena conhecer e</p><p>estudar sobre as informações, basta acessar o site: .</p><p>89</p><p>custeio com efeitos retroativos ao início do exercício.</p><p>§ 2º O plano de custeio estabelecido pela avaliação atuarial de encerramento de exercício deve</p><p>entrar em vigor até o dia 1º abril do exercício seguinte ao de referência da respectiva avaliação atuarial.</p><p>§ 3º No estabelecimento do plano de custeio, devem ser observadas, quando for o caso, as</p><p>disposições específicas aplicáveis aos planos de benefícios patrocinados pela União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas</p><p>controladas direta ou indiretamente.</p><p>Art. 7º As informações contidas nas Demonstrações Atuariais devem refletir de forma</p><p>individualizada todos os planos de benefícios mantidos pela entidade e aprovados pelo órgão</p><p>competente, na data de referência da avaliação atuarial.</p><p>Parágrafo único. O preenchimento das Demonstrações Atuariais deve ser feito, quando indicado,</p><p>por grupo de custeio, com identificação por numeração sequencial que não poderá ser alterada com</p><p>o tempo.</p><p>Art. 8º A data do cadastro utilizada na avaliação atuarial não poderá estar defasada em mais de</p><p>seis meses em relação à data da avaliação.</p><p>§ 1º Os dados cadastrais que serviram de base para a elaboração da avaliação atuarial devem</p><p>ser informados pela entidade e nela devem permanecer arquivados, inclusive os nomes dos</p><p>campos, devendo ser apresentados à Previc, quando solicitado, em formato de planilha eletrônica</p><p>de utilização comum.</p><p>§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, no caso de plano de benefícios que tenha passado por</p><p>alteração nos últimos doze meses, em decorrência de retirada de patrocínio, saldamento, fusão, cisão,</p><p>incorporação, ou qualquer outra forma de reorganização societária, a data do cadastro não poderá ser</p><p>anterior à data da efetivação da operação (BRASIL, 20190, s.p.).</p><p>Como observado, as demonstrações atuariais devem ser avaliadas e contabilizadas por</p><p>meio de provisões matemáticas, além de ter discriminado a destinação das contribuições e as</p><p>informações ficarem arquivadas caso sejam solicitadas pela PREVIC.</p><p>4 NOTA TÉCNICA ATUARIAL</p><p>As notas técnicas são complemento das demonstrações contábeis e devem fazer parte de</p><p>todos os relatórios. Nas demonstrações atuariais não é diferente e a legislação trata sobre as</p><p>informações que devem conter nessas notas. A seguir, vamos estudar essas notas técnicas.</p><p>4.1 Definição das notas atuariais</p><p>As notas técnicas atuariais têm o objetivo de fornecer informações à Superintendência</p><p>Nacional de Previdência Complementar sobre as demonstrações contábeis atuariais e a Instrução</p><p>90</p><p>PREVIC nº 20 menciona que as notas técnicas devem:</p><p>I - estar atualizada e consistente com o regulamento do plano de benefícios;</p><p>II - ser elaborada observando as características específicas de cada plano de benefícios.</p><p>III - ser enviada à Previc por ocasião da implantação ou alteração do plano de benefícios e sempre</p><p>que houver modificações na modelagem atuarial, de modo que seu conteúdo reflita todas as práticas</p><p>atuariais adotadas para o plano; e</p><p>IV - ser enviada à Previc, contendo a identificação do atuário habilitado e legalmente responsável</p><p>pelo plano de benefícios e estar acompanhada de manifestação de ciência e concordância do</p><p>Administrador Responsável pelo Plano de Benefícios - ARPB com seu inteiro teor, para cada um dos</p><p>planos de benefícios administrados pela EFPC.</p><p>Parágrafo único. Os planos de benefícios dispensados de envio das Demonstrações Atuariais do</p><p>tipo completa, nos termos do art. 4º desta Instrução Previc, também estão dispensados do envio da</p><p>Nota Técnica Atuarial (BRASIL, 2019, s.p.).</p><p>Conforme descrito, as notas devem ser atualizadas e elaboradas de forma individual para</p><p>cada tipo de plano de benefício. É necessário enviá-las por meio do sistema eletrônico para a</p><p>PREVIC, junto com as demonstrações e sempre que houver um novo tipo de benefício ou uma</p><p>modificação nos já existentes, essas informações devem ser enviadas e atualizadas.</p><p>Figura 4 - Demonstrações e notas atuariais</p><p>Fonte: Rostislav_Sedlacek, iStock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: Na imagem, há um homem lendo vários relatórios sob uma mesa em um escritório.</p><p>As notas técnicas servem não só para atender ao que diz a legislação, e enviar os dados para</p><p>a PREVIC, mas também para informar às pessoas e usuários que desejam conhecer sobre os</p><p>benefícios, além de auxiliar as pessoas que querem adquirir os benéficos, sobre as informações</p><p>atualizadas dos planos de previdência complementar.</p><p>91</p><p>4.2 Disposições finais das demonstrações atuariais</p><p>As demonstrações contábeis atuariais e as notas técnicas buscam auxiliar a todos sobre os</p><p>planos de benefícios, sobre a previdência complementar e sobre os ajustes e atualizações dos</p><p>valores dos planos de benefícios.</p><p>A Instrução Previc nº 20, de 2019, esclarece:</p><p>Art. 9º Os valores das provisões matemáticas, déficits, superávits e fundos previdenciais</p><p>apresentados nas Demonstrações Atuariais, por ocasião da avaliação atuarial de encerramento do</p><p>exercício, após serem consolidados pela EFPC, devem ser coincidentes com os consignados no balanço</p><p>patrimonial.</p><p>Art. 10. Deve constar da avaliação atuarial anual, eventual expectativa de evolução das taxas de</p><p>contribuição do plano de benefícios.</p><p>Art. 11. Deve ser discriminada na avaliação atuarial a destinação das contribuições para o plano</p><p>de benefícios.</p><p>Art. 12. A EFPC deve manter arquivados juntos às Demonstrações Atuariais quaisquer relatórios</p><p>complementares apresentados pelo atuário à Diretoria Executiva ou aos Conselhos, que devem ser</p><p>apresentados à Previc quando solicitado (BRASIL, 2019 s.p.).</p><p>Como vimos, as demonstrações atuariais devem atender a princípios próprios, como a atualização</p><p>das provisões matemáticas, além de uma série de característica particular. Pensando nisso, o Ministério</p><p>da Previdência Social emitiu um Manual do Usuário das Demonstrações Atuariais, com todas as</p><p>informações sobre o sistema de envio dos dados, os objetivos e as funções das demonstrações, além</p><p>de ensinar passo a passo a forma de envio dos relatórios e o sistema gerado.</p><p>De acordo com o Manual do Usuário, 2013, o sistema disponibilizado pelo Ministério da</p><p>Previdência tem objetivo de:</p><p>O sistema DA, disponibilizado no Portal PREVIC, foi desenvolvido para facilitar, através de sua</p><p>interface web, o envio das informações sobre os Planos de Benefícios das Entidades Fechadas de</p><p>Previdência Complementar.</p><p>Os dados cadastrados por essas Entidades permitirão à PREVIC exercer suas atividades de</p><p>acompanhamento e fiscalização. Estes dados são relativos à: Entidade, Plano de Benefícios, Benefícios,</p><p>Grupos de Custeio e seus Patrocinadores, Atuário, Patrimônio de Cobertura, Provisões Matemáticas,</p><p>Hipóteses Atuariais, Fundos Atuariais, Fonte dos Recursos (Planos de Custeio), Parecer Atuarial para</p><p>cada Grupo de Custeio e Parecer Atuarial do Plano (BRASIL, 2013, s.p.).</p><p>92</p><p>Por fim, entendemos que o sistema disponibilizado busca auxiliar as empresas no envio</p><p>das informações, com o objetivo de garantir que as empresas possam seguir as exigências</p><p>da legislação, além de conter um banco de dados de todas as empresas</p><p>64</p><p>4 Planos de previdência ........................................................................................................................ 67</p><p>PARA RESUMIR ..............................................................................................................................72</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................73</p><p>UNIDADE 4 - Demonstração das obrigações atuariais do plano de benefícios ................................75</p><p>Introdução.............................................................................................................................................76</p><p>1 Capitalização ...................................................................................................................................... 77</p><p>2 Tipos de capitalização ........................................................................................................................ 82</p><p>3 Demonstração das obrigações atuariais do plano de benefícios (DOAP) ..........................................86</p><p>4 Nota técnica atuarial .......................................................................................................................... 89</p><p>PARA RESUMIR ..............................................................................................................................93</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................94</p><p>O objetivo da ciência atuarial é estudar, a partir da estatística e da matemática</p><p>financeira, os riscos e expectativas financeira e econômica. Este livro, Noções de</p><p>atividades atuariais, informa o leitor, além de conceitos básicos da área, conteúdo</p><p>específico sobre introdução à ciência atuarial, operações de seguros, resseguros,</p><p>cosseguros, previdência e demonstração das obrigações atuariais do plano de</p><p>benefícios.</p><p>Entre muitos assuntos, a primeira unidade, Introdução a ciência atuarial mostra os</p><p>aspectos gerais da Atuária, o histórico da Ciência Atuária e quais as áreas de atuação.</p><p>Explica também os conceitos de Atuária e sua relação com outros ramos de trabalho,</p><p>como contabilidade, administração, economia, matemática e estatística.</p><p>A segunda, Operações de seguros, resseguros e cosseguros, aborda as entidades</p><p>do ramo de seguros, previdência privada e capitalização, sociedades administradoras</p><p>de seguro-saúde, corretores de seguros, companhias de seguros, sociedades de</p><p>capitalização e previdência privada.</p><p>A terceira unidade, Previdência e NBC TG 33 (R2), explica importante assunto</p><p>relacionado às noções das atividades atuariais e com os benefícios das pessoas físicas,</p><p>que é o sistema de previdência e fundos de pensões.</p><p>Para finalizar o conteúdo da obra, a quarta unidade, Demonstração das obrigações</p><p>atuariais do plano de benefícios, que trata das noções das atividades atuariais,</p><p>relacionado o processo de escrituração, registro dos lançamentos dos benefícios, e a</p><p>forma de demonstração dessas obrigações atuariais.</p><p>Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do</p><p>livro.</p><p>Desejamos que o leitor tenha uma carreira de sucesso, com muito prestígio. Aos</p><p>leitores, sorte em seus estudos!</p><p>PREFÁCIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>Introdução à ciência atuarial</p><p>Olá,</p><p>Você está na unidade Introdução à Ciência Atuarial. Conheça aqui os aspectos gerais</p><p>da atuária, o histórico da ciência e quais as áreas de atuação. Entenda também seus</p><p>principais conceitos e sua relação com outros ramos de trabalho, como contabilidade,</p><p>administração, economia, matemática, estatística etc.</p><p>Teremos, então, um pouco da história universal da atuária e sua chegada ao Brasil,</p><p>saberemos onde trabalha esse profissional, quais os tipos de empresa que mais necessitam</p><p>de seus serviços e as normas e regulamentos que norteiam essa ciência.</p><p>Bons estudos!</p><p>Introdução</p><p>11</p><p>1. ASPECTOS GERAIS</p><p>A ciência atuária remonta desde o momento que o homem começa a se preocupar com</p><p>garantias de rendimento dos seus bens e direitos, como também o nascimento e óbito das</p><p>pessoas. O profissional de atuária estuda os riscos e expectativas futuras para determinado</p><p>investimento ou aplicação de uma pessoa física ou jurídica e de um país, usando o conhecimento</p><p>da matemática financeira e estatística.</p><p>Apesar desses estudos serem programados, podem aparecer erros nas suas previsões, mas</p><p>trabalha-se com probabilidades de erros mínimos. Esse profissional pode trabalhar juntamente</p><p>com contadores, economistas e administradores, com controle e análise de contas a pagar e</p><p>receber, análise do balanço patrimonial da instituição e análise do patrimônio da empresa.</p><p>Figura 1 - Certificações</p><p>Fonte: Shockfactor.de, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem simboliza a certificação que o profissional atuarial recebe do IBA.</p><p>As responsabilidades do profissional atuarial no Brasil crescem consideravelmente à medida</p><p>que a relação econômica do Brasil aumenta com o resto do mundo. Então, as empresas nacionais</p><p>deixaram de ser meros recebedores de capital estrangeiro, passando também a fazer grandes</p><p>investimentos, principalmente em países pobres africanos. E para poder investir com segurança,</p><p>com margem de risco baixa, entra em cena o profissional atuarial analisando esses investimentos.</p><p>Na atualidade, há uma competição saudável com contadores e economistas, o que é positivo,</p><p>pois requer uma qualificação maior de todos da área.</p><p>12</p><p>1.1. Relação com outros ramos</p><p>O profissional atuário deve ter um conhecimento diversificado e atualizado, mostraremos a</p><p>seguir algumas áreas que se estreitam com essa ciência:</p><p>a) Ciências Contábeis: com o crescimento das empresas, deixando de ser familiar, passando a</p><p>ser multinacionais, há toda uma preocupação com o patrimônio dessa entidade, com os riscos de</p><p>pagamento e recebimento, com prejuízos, com os investidores. O atuário tem a necessidade de ter</p><p>um conhecimento contábil, pois transmite a informação da saúde financeira e econômica para todos</p><p>os usuários da instituição, como o investidor, administrador, clientes, fornecedor, bancos e governo.</p><p>b) Estatística: o profissional atuário no dia a dia de seu trabalho usa os estudos da estatística,</p><p>as probabilidades, as amostras, que ajudam o profissional a medir os riscos financeiros das</p><p>grandes empresas.</p><p>c) Matemática financeira: além da estatística, a matemática financeira também é uma aliada</p><p>do profissional de atuárias, pois a matemática financeira com seus princípios vai auxiliar, por</p><p>exemplo, nos cálculos de aposentadoria nos fundos de pensão, onde indicará quanto a instituição</p><p>terá de cobrar e qual a taxa correta dos diversos períodos que cobrará do beneficiário.</p><p>d) Ciências econômicas: o atuário analisa os riscos econômicos em uma empresa pública</p><p>ou privada se houver uma determinada perturbação econômica regional, nacional ou mundial.</p><p>Riscos com oferta e demanda, inflação, moeda, desemprego, político etc.</p><p>1.2. Normas e regulamentos</p><p>O Decreto nº 66.408 de 03/04/1970 dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão</p><p>de atuária, de acordo com o decreto-lei nº 806 de 04/09/1969.</p><p>A ciência atuarial segue princípios, então há toda uma preocupação dos profissionais com</p><p>as normas e regulamentos que norteiam a profissão. O Instituto Brasileiro de Atuária – IBA é</p><p>uma sociedade civil e sem fins lucrativos, ela congrega os profissionais de atuárias e emite os</p><p>pronunciamentos para esse ramo.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O estudo do objeto atuarial é muito importante! Uma prova disso é você ver a tábua de</p><p>mortalidade, por meio da qual sabemos que a expectativa de vida do brasileiro superou os</p><p>70 anos de idade.</p><p>13</p><p>Em 2013, pela Resolução IBA nº 04, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Atuariais – CPA</p><p>e a Resolução IBA nº 06 de 2016, ditando o regimento interno do CPA.</p><p>Segundo o Instituto Brasileiro de Atuária – IBA, seus objetivos são:</p><p>a) incentivar e proporcionar a pesquisa, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento</p><p>que operam com os</p><p>benefícios previdenciários.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>93</p><p>Nesta unidade, você teve a oportunidade de:</p><p>• entender o conceito de título de capitalização e conhecer sobre as estruturas do</p><p>título;</p><p>• estudar sobre os tipos dos títulos de capitalização e compreender sobre as</p><p>particularidades de cada um deles;</p><p>• compreender sobre as demonstrações atuariais, além de conhecer sobre a legislação</p><p>que trata sobre o tema;</p><p>• aprender sobre as notas técnicas atuariais e entender os objetivos das demonstrações.</p><p>PARA RESUMIR</p><p>BRASIL. Circular nº 569, de 2 de maio de 2018. Disponível em: . Acesso em: 06 mar.</p><p>2020.</p><p>BRASIL. Decreto-lei nº 261, de 28 de fevereiro de 1967. Disponível em: . Acesso em: 06 mar.</p><p>2020.</p><p>BRASIL. Demonstração atuarial manual do usuário. 2013. Disponível em: . Acesso em: 06</p><p>mar. 2020.</p><p>BRASIL. Instrução PREVIC Nº 20 de 16/12/201. Disponível em: .Acesso em: 06 mar. 2020.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>O livro Noções de atividades atuariais é direcionado para</p><p>estudantes de cursos de autoria. Além de abordar assuntos gerais</p><p>da área, o livro traz conteúdo específico dos seguintes assuntos:</p><p>introdução à ciência atuarial, operações de seguros, resseguros,</p><p>cosseguros, previdência e demonstração das obrigações atuariais do</p><p>plano de benefícios.</p><p>Após a leitura da obra, o leitor vai entender a relação da atuária</p><p>com outros ramos, suas normas e regulamentos, além dos conceitos</p><p>e denominações da ciência atuária como as diferenças com outros</p><p>ramos de estudo; perceber o que é seguro, a origem do seguro,</p><p>seu conceito, os tipos existentes, e também as normas que regem;</p><p>apreender sobre o resseguro, sua história, seu conceito, suas</p><p>modalidades, sua origem no Brasil, suas normas e regulamentações,</p><p>e também o conceito de previdência social, e conhecer as diferenças</p><p>entre a previdência social, privada e complementar; dominar os tipos</p><p>fundos de pensão que existem no Brasil e conhecer suas principais</p><p>características.</p><p>E não é só isso. Tem muito mais. O livro tem muito conteúdo</p><p>relevante. Aproveite.</p><p>Capa E-Book_Noções de Atividades Atuariais_CENGAGE_V2</p><p>E-Book Completo_Noções de Atividades Atuariais_CENGAGE_V2</p><p>da ciência e</p><p>tecnologia dos fatos aleatórios de natureza econômica, financeira e biométrica, em todos os seus</p><p>aspectos e aplicações;</p><p>b) colaborar com as instituições de seguros, saúde e capitalização, previdência social e</p><p>complementar, organizações bancárias e congêneres;</p><p>c) cooperar com o estado, no campo de atuação do profissional de atuária e na implementação</p><p>da técnica atuária (IBA, 2020).</p><p>2. CONCEITOS E DENOMINAÇÕES</p><p>Neste tópico, apresentaremos alguns conceitos e denominações ligados à área de atuárias,</p><p>pois muitas vezes o leigo ou o iniciante tem dificuldade de entender determinadas palavras.</p><p>Observe, então, as enumerações abaixo:</p><p>a) O Decreto-lei nº 806 de 04/09/1969 conceitua o atuário como:</p><p>técnico especializado em matemática superior, que atua, de modo geral, no mercado econômico</p><p>financeiro, promovendo pesquisas e estabelecendo planos e políticas de investimento e amortizações</p><p>e em seguro privado e social, calculando probabilidades de eventos, avaliando riscos e fixando prêmios,</p><p>indenizações, benefícios e reservas matemáticas.</p><p>b) Segundo Souza, “Ciências Atuariais é o ramo do conhecimento que lida com matemática de</p><p>seguro, incluindo probabilidades, usada para garantir que os riscos sejam cuidadosamente avaliados,</p><p>os prêmios sejam estabelecidos adequadamente pelos classificadores de riscos e a provisão para os</p><p>pagamentos futuros de benefícios seja adequada” (2007, p. 132 apud Rubin, 1995).</p><p>c) Probabilidade: é o grau de possibilidade de ocorrência de um evento, dentro de uma</p><p>determinada amostra, ou seja, casos favoráveis divididos pelos casos possíveis.</p><p>d) Estatística: é o tratamento técnico-científico experimental de uma série de dados.</p><p>e) Solvência econômica: é o equilíbrio entre o total a receber com o total das obrigações.</p><p>f) Solvência financeira: ter caixa e fazer pagamentos das contas vencidas a cada dia.</p><p>g) O Instituto Brasileiro de Atuária – IBA menciona que:</p><p>14</p><p>O Atuário é o profissional preparado para mensurar e administrar riscos, uma vez que a profissão</p><p>exige conhecimentos em teorias e aplicações matemáticas, estatística, economia, probabilidade e</p><p>finanças, transformando-o em um verdadeiro arquiteto financeiro e matemático social capaz de</p><p>analisar concomitantemente as mudanças financeiras e sociais no mundo (IBA, 2020).</p><p>h) Congênere: dentro do segmento de seguros, quer dizer uma outra seguradora;</p><p>i) Prêmio de seguro: é o valor pago pelo segurado para a contratação do seguro;</p><p>j) Ramos de seguros: são os diversos produtos de seguros existentes para negociação;</p><p>m) Comutação: são símbolos matemáticos que simplificam as operações atuariais relacionadas</p><p>aos seguros de vida.</p><p>2.1. Ciências atuariais versos ciências contábeis</p><p>Muitas vezes, as ciências atuárias é confundida com outras ciências, como a contabilidade,</p><p>mas são doutrinas diferentes, e cada uma tem princípios, normas e regulamentos próprios. O</p><p>profissional dessas áreas tem funções distintas, uma das atribuições do contador é o controle e</p><p>registro dos fatos ocorridos no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas e, no final do período,</p><p>elaborar as demonstrações contábeis ou financeiras. Já o atuário tem como uma das funções a</p><p>mensuração dos riscos de investimentos, aplicações, previdência, pensões.</p><p>O atuário tem como órgão regulador o Instituto Brasileiro de Atuária - IBA, já o contador tem</p><p>o Conselho Federal de Contabilidade – CFC. O atuário, no final do curso de quatro anos, tem que</p><p>fazer uma prova para obter o certificado do IBA. Já o contador, no final do curso de quatro anos,</p><p>para poder exercer a profissão contábil, tem que fazer uma prova pelo CFC, certificando com a</p><p>média cinco.</p><p>2.2. Ciências atuariais versos estatística</p><p>A estatística também se confunde com a ciência atuária, mas aquela serve de ferramenta</p><p>de trabalho para essa, ou seja, o atuário no dia a dia, na execução do seu trabalho, usa alguns</p><p>cálculos da estatística, como cálculo das probabilidades, demografia, facilitando assim seu trabalho.</p><p>Segundo Souza (2007, p.136), o atuário usa a estatística no desenvolvimento das suas atribuições:</p><p>No trabalho do atuário de avaliação dos riscos futuros, associados ao seguro e aos planos</p><p>previdenciários, é preciso, primeiro, coletar e analisar dados sobre os quais serão desenvolvidos</p><p>modelos matemáticos. Com base nos cálculos, o atuário tem condições de determinar o valor a ser</p><p>pago pelo segurado, o prêmio, que garantira a cobertura do risco esperado, de forma a dar sustentação</p><p>as operações para as partes envolvidas no contrato: segurado e segurador.</p><p>A estatística torna-se uma ferramenta importantíssima na formação e atualização do</p><p>profissional de atuárias. A ciência estatística tem como base principal a lei dos grandes números</p><p>15</p><p>(postulado científico que estabelece os fenômenos eventuais e a probabilidade (grau de</p><p>possibilidade de ocorrência de um evento).</p><p>Como o atuário trabalha mensurando o risco nas transações das companhias de seguro, por</p><p>exemplo, a estatística é determinante para a análise de risco e mensuração da ocorrência de sinistros.</p><p>2.3. Tipos de rendas e seguros pagáveis por morte</p><p>A renda é a forma de pagamento de indenização efetuada pelo segurador. O período como a</p><p>renda é paga pode variar bastante, sendo, geralmente, reconhecidas duas classificações principais</p><p>das rendas aleatórias: rendas constantes e rendas variáveis.</p><p>As rendas aleatórias estão subdivididas em rendas constantes e rendas variáveis. As</p><p>rendas constantes representam uma série de pagamentos que podem variar conforme a data</p><p>estipulada (imediata ou diferida) e a continuidade (vitalícia ou temporária), como mostra a tabela</p><p>“Continuidade ou duração da renda vitalícia”.</p><p>Tabela 1 - Continuidade ou duração da renda vitalícia</p><p>Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A tabela mostra a relação data/continuidade da renda vitalícia.</p><p>Sempre a continuidade ou duração da renda vitalícia depende do segurado ou beneficiário.</p><p>Segundo Souza (2007, p.142), a relação do segurado com a renda é:</p><p>A continuidade ou duração da renda vitalícia depende da sobrevivência do segurado ou do</p><p>beneficiário, enquanto no caso de renda temporária os pagamentos são temporalmente determinados</p><p>previamente. A renda imediata ocorre quando a série de pagamentos se inicia logo em seguida ao</p><p>acontecimento que a determinou. Ao contrário, a renda diferida será paga em um determinado tempo</p><p>depois da realização do acontecimento que a determinou.</p><p>3. HISTÓRICO SOBRE A CIÊNCIA ATUARIAL</p><p>A razão de ser do atuário e da matemática atuarial é a incerteza da vida das pessoas em</p><p>determinado período, estudando os fenômenos da mortalidade, acidentes e riscos diversos de</p><p>modo individual ou social.</p><p>16</p><p>Desde a pré-história, o homem tinha medo dos prejuízos que não podia visualizar no futuro.</p><p>Assim, com auxílio mútuo pode-se diminuir as perdas e atender às necessidades de segurança</p><p>de determinadas pessoas. Para se proteger do risco e se guardar dos obstáculos do tempo, as</p><p>pessoas se ajudavam, aparecendo assim o mutualismo. Segundo Souza (2007, p.4), podemos</p><p>conceituar o mutualismo “como a formação de um grupo de pessoas com interesses em comum</p><p>constituindo uma reserva econômica para dividir o risco de um acontecimento não previsto”.</p><p>3.1. História universal da ciência atuarial</p><p>Domitius Ulpiames, prefeito de Roma, no período do império romano, foi o mais antigo atuário</p><p>da história. Era economista e desenvolveu o seguro de vida, estudou documentos relacionados com</p><p>nascimento e mortes das pessoas. Segundo Souza (2007, p.131), “O atuário já foi, na antiga Roma, o</p><p>escriba encarregado de fazer os discursos pronunciados no Senado, o cronista dos feitos de guerra,</p><p>o responsável por escrever os atos do Governo, copista, secretario, tabelião, notário, agrimensor”.</p><p>Figura 2 - Roma antiga - Início rudimentar da Atuária</p><p>Fonte: WDG Photo, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem mostra o Coliseu de Roma, simbolizando a origem da atuária</p><p>rudimentar.</p><p>A ciência atuarial, como já mencionamos, não é recente.</p><p>No século XVII, já havia na Inglaterra</p><p>e Holanda algum resquício de atuária, já que os governos vendiam seus súditos títulos em troca de</p><p>uma pensão vitalícia. Para se calcular esses benefícios com o mínimo de erros, necessitavam dos</p><p>melhores matemáticos da época, criando-se assim um alicerce para o surgimento da matemática</p><p>atuarial, principalmente com o recurso da probabilidade de Pascal, de Graunt e Edmond Halley,</p><p>na Inglaterra, e de Witt na Holanda.</p><p>A atuária como ciência tem sua origem na Inglaterra no século XIX, o profissional do ramo</p><p>tem que ter conhecimentos de diversas áreas, sempre em foco da aposentadoria e pensão. O</p><p>17</p><p>inventor da ciência atuarial foi James Dodson, pois foi através dele que houve, na época, uma</p><p>evolução nos cálculos de anuidades. Em Bruxelas, no final do século XIX, ocorreu o I Congresso</p><p>Internacional de Atuária.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>3.2. História da ciência atuarial no Brasil</p><p>A chegada da atuária no Brasil se dá no século XX, no período de Getúlio Vargas. Nessa época</p><p>foi lançada a primeira publicação oficial de textos atuariais. O primeiro curso universitário de</p><p>ciências atuariais ocorrido no Brasil foi na década de 1940. Apesar de ser considerada uma das</p><p>profissões do futuro, ainda é pouco conhecida no país.</p><p>Os estudos voltados para atuária no Brasil datam do início da década de 1941, com a</p><p>publicação da Revista Brasileira de Atuária. Em 1944, pesquisadores e matemáticos envolvidos</p><p>com os temas e trabalhos de natureza atuarial fundaram o Instituto Brasileiro de Atuária – IBA.</p><p>A atuária se desenvolveu à medida que outros pensadores se interessaram pelo assunto.</p><p>Segundo Candelária (2017, p. 10):</p><p>no século XX, a área de seguros expandiu a abrangência do estudo atuarial, e a inserção cada vez</p><p>mais frequente das empresas de seguro e pensão no mercado financeiro fez com que a ciência atuarial</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O IBA tem um estatuto, que dispõe sobre seus objetivos, direitos e deveres, das</p><p>penalidades, Assembleia Geral, suas atribuições, entre outros. (. Acesso em: 20 fev. 2020).</p><p>18</p><p>se especializasse em campos econômicos e financeiros. A partir de então, as empresas seguradoras</p><p>passaram a oferecer programas de seguro de vida e outras especializações.</p><p>Apareceram então as tábuas de mortalidade e, logo após, surgiu as comutações (símbolos</p><p>matemáticos que auxiliam no cálculo atuarial) usadas até hoje.</p><p>Tabela 2 - Funções biométricas</p><p>Fonte: Candelária, 2017, p.10, Noções de Atuária.</p><p>#ParaCegoVer: A tabela mostra a relação das funções biométricas.</p><p>Na década de 1980, a profissão atuária se restringiu em virtude da Susep, pois ela ditava uma</p><p>política restritiva para o setor. Nos anos de 1990, o ramo de atuação da atuária melhora, mas com</p><p>o mercado financeiro e de seguros ainda em desenvolvimento, não ajuda o profissional atuarial.</p><p>Hoje, o IBA descreve a ação dos atuários no Brasil e, desde 2005, emite parecer conclusivo</p><p>de registro profissional de atuário, necessário para o exercício da profissão. Todo estudante de</p><p>ciências atuárias, no final do curso, pode fazer uma prova para obter o certificado e registro no</p><p>órgão. Essa prova é composta de quatro módulos: atuária, estatística, contabilidade/economia/</p><p>finanças e legislação e profissionalismo.</p><p>No mercado brasileiro, com dados de 2014, existia cerca de 850 atuários habilitados, ou</p><p>seja, passaram pela prova de habilitação do IBA, sendo a maior parte em atividade no sudeste,</p><p>deixando nordeste e norte com carência desse profissional.</p><p>4. ÁREAS DE ATUAÇÃO</p><p>Como falamos anteriormente, a profissão atuarial no Brasil está em crescimento, mas apesar</p><p>disso ainda é pouco divulgado esse curso no país. Muitas vezes, antes da graduação, o aluno já</p><p>está empregado numa companhia seguradora ou fundos de pensão. O atuário tem nas empresas</p><p>diversas atribuições, uma delas é analisar o risco de investimentos ou aplicações nas companhias.</p><p>Segundo Souza (2007, p.132), “entre as atribuições da profissão de atuário estão a elaboração</p><p>19</p><p>dos planos técnicos e avaliação das contribuições e reservas matemáticas das empresas privadas</p><p>de seguros e de capitalização, das instituições de Previdência Social, das associações ou caixas</p><p>mutuárias de pecúlios ou sorteios e dos órgãos oficiais de seguros e resseguros”.</p><p>4.1. Campo de atuação do atuário</p><p>O mercado de trabalho para essa profissão está bem aquecido no momento, o atuário pode</p><p>trabalhar tanto no setor público como no privado ou em áreas mistas, nos bancos, financeiras,</p><p>nas companhias de seguro, previdência, fundos de pensão etc. A seguir, mostraremos o vasto</p><p>campo de trabalho desse profissional:</p><p>a) assinar os balanços nas companhias de seguro e capitalização;</p><p>b) fazer a avaliação atuarial e parecer atuarial, atribuições específicas do perito atuarial;</p><p>c) assessorar a direção, gerência, administração, fiscalização e ordens de serviços nas</p><p>instituições de previdência social e de outros órgãos oficiais de seguros, resseguros e investimentos;</p><p>d) realizar levantamentos de trabalhos atuariais em empresas privadas, públicas ou mistas;</p><p>e) orientar e fiscalizar os serviços atuariais no serviço atuarial do ministério do Trabalho e</p><p>Previdência Social.</p><p>Figura 3 - Tomada de decisão</p><p>Fonte: StockLite, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem ilustra uma reunião de profissionais de atuárias.</p><p>f) analisar, numa companhia seguradora, casos de mortalidade, doença, invalidez, natalidade,</p><p>fecundidade, calculando as probabilidades, fixando as indenizações e os prêmios dos segurados;</p><p>g) ministrar aulas de graduação e pós-graduação nas instituições públicas ou privadas.</p><p>20</p><p>O IBA descreve os campos de atuação do profissional atuarial em “Fundos de Pensões;</p><p>Instituições Financeiras; Companhias de Seguros; Empresas de Capitalização; Órgãos Oficiais de</p><p>Previdência (Municipal, Estadual e Federal); Entidades de Previdência Aberta sem fins lucrativos;</p><p>Entidades de Previdência Aberta com fins lucrativos; Empresas de Assessoria e Consultoria</p><p>em Atuária; Órgãos de Fiscalização; Previdência Social; Perícia Técnica-Atuarial, atuando em</p><p>processos judiciais que envolvem o cálculo atuarial; Auditoria Atuarial; Operadoras de Saúde;</p><p>Universidades; Gestão de Riscos” (IBA, 2020).</p><p>4.2. Princípios do profissional atuarial</p><p>O atuário segue normas e princípios, o decreto-lei nº 806/69 norteia a profissão e o Instituto</p><p>Brasileiro de Atuária dá base ao profissional. No IBA, existe um Comitê de Pronunciamentos</p><p>Atuariais – CPA emitindo regras, resoluções e pareceres para o atuário.</p><p>A resolução IBA nº02/2014 dispõe sobre a criação do Pronunciamento Atuarial CPA 001-</p><p>Princípios Atuariais. Esses princípios norteiam o profissional no momento de uma decisão no</p><p>mercado de trabalho. A seguir, discriminaremos esses princípios, que ao todo são 17, mas</p><p>mostraremos nove deles:</p><p>Do Risco</p><p>é um evento incerto que pode ocorrer em qualquer momento no futuro;</p><p>Da Aleatoriedade</p><p>na ciência atuarial, o elemento essencial é a possibilidade de algo ocorrer ou não;</p><p>Do mutualismo</p><p>para ocorrer esse princípio, tem que ter a boa-fé e solidariedade. Uma relação de honestidade</p><p>entre o segurado e o segurador;</p><p>Da Lei Dos Grandes Números</p><p>a frequência de certos acontecimentos tende a se estabilizar cada vez mais, a partir de um</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O atuário é um dos profissionais mais valorizados no mercado atual, principalmente nos</p><p>Estados Unidos, onde estão sediadas grandes corporações de seguradores e empresas que</p><p>trabalham com mensuração de riscos de áreas diversas.</p><p>21</p><p>certo número de observações;</p><p>Da Equiprobabilidade</p><p>determinados acontecimentos com mesma característica têm a mesma chance de acontecer;</p><p>Da Classificação dos Riscos</p><p>o atuário fará tarifação do objeto do seguro conforme o aspecto físico ou moral;</p><p>Da Mensuração do Risco</p><p>o atuário vai prever e mensurar os indicadores de ocorrência dos eventos aplicando a teoria</p><p>da probabilidade;</p><p>Da Prudência</p><p>o atuário empregará certo grau de precaução, preservando a capacidade de solvência;</p><p>Da consistência</p><p>o atuário observará a consistência dos dados, informações, fornecidos pelo interessado.</p><p>Figura 4 - Regras para o profissional atuarial</p><p>Fonte: Travellight, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem mostra uma lupa e, dentro dela, se lê a palavra ética. Refere-se aos</p><p>princípios que norteiam os profissionais atuariais.</p><p>22</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MATEMÁTICA</p><p>ATUARIAL</p><p>Já na pré-história, existia vestígio de uso da contagem, os homens primitivos usavam madeiras,</p><p>pedras, ossos como referência. Naquele período, o homem já cozinhava e construía e, para isso,</p><p>tinha que ter alguma noção de números e medidas geométricas. Segundo Souza (2007, p.134),</p><p>“a definição da matemática está ligada ao estudo da magnitude, quantidade e relação entre os</p><p>números e símbolos”. Em 2.900 antes de Cristo, já se tinha o conhecimento da geometria, como</p><p>se pode comprovar com as pirâmides do Egito.</p><p>5.1 Berço da matemática atuarial</p><p>Pode-se dizer que o berço da matemática foi no Egito, pois além das pirâmides evidenciando a</p><p>geometria, tem-se documentos conhecidos como Rhind Papyrus e o Moscow papyrus apresentando</p><p>diferentes tipos de cálculos matemáticos, como distribuição de salários, cálculos de áreas e</p><p>geometria, aritmética egípcia, a contagem decimal e equações de primeiro e segundo grau.</p><p>Na Babilônia, houve o desenvolvimento da técnica da fração. Os babilônios desenvolveram a</p><p>técnica sexagésimo, usada na astronomia e no comércio. Tinha como principal unidade de medida</p><p>a MINA, consistindo em 60 Shekels, e o talent em 60 minas. A medida dos círculos se deu também</p><p>na Babilônia, padronizando 360 graus e as horas com 60 minutos e cada minuto 60 segundos.</p><p>5.2 Matemática atuarial a partir do século VIII</p><p>Na Índia, Aryabhata calculou o valor do p de 3,1416..., Brahmagupta e Bhaskara avançaram</p><p>no estudo das equações indeterminadas, e na Grécia houve uma evolução da matemática com os</p><p>23</p><p>trabalhos de Arquimedes, Apollonnios e Euclides traduzidos em arábico.</p><p>Na Espanha, no século VIII, os trabalhos gregos e islâmicos foram traduzidos para o latim.</p><p>Já no século XIII, na Europa, houve surgimento das primeiras obras de matemáticos locais,</p><p>principalmente na Itália. O frei Luca Pacciolo escreveu várias obras de aritmética, álgebra e</p><p>geometria, introduzindo os assuntos a estudantes de várias gerações. Esse mesmo matemático</p><p>alavancou a obra das “Partidas dobradas”, técnica contábil de que diz: “para cada conta debitada,</p><p>haverá uma ou mais contas creditada”, desenvolvendo, assim, a contabilidade na Europa e no</p><p>mundo, e até hoje essa técnica é usada. No século XVI, houve um grande avanço na álgebra, pelo</p><p>o uso de letras do alfabeto para denotar constantes, variações e equações.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>24</p><p>Nesta unidade, você teve a oportunidade de:</p><p>• entender a relação da atuária com outros ramos,suas normas e regulamentos;</p><p>• estudar os conceitos e denominações da ciência atuária, como as diferenças com</p><p>outros ramos de estudo;</p><p>• conhecer a história universal da ciência atuarial e também seu surgimento no Brasil;</p><p>• compreender as áreas de atuação, os princípios e funções do atuário;</p><p>• saber sobre a evolução e o berço da matemática atuarial.</p><p>PARA RESUMIR</p><p>CANDELÁRIA, W. T. F. Noções de atuária. Londrina: Educacional S.A, 2017.</p><p>RESOLUÇÃO IBA nº 02/2014. Dispõe sobre a criação do Pronunciamento Atuarial CPA</p><p>001 - Princípios Atuariais.</p><p>SOUZA, S. Seguros, contabilidade, atuária e auditoria. São Paulo: Saraiva, 2007.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>UNIDADE 2</p><p>Operações de seguros, resseguros e</p><p>cosseguros</p><p>Você está na unidade Operações de seguros, resseguros e cosseguros. Conheça aqui as</p><p>entidades do ramo de seguros, previdência privada e capitalização, como a Susep, IRB,</p><p>sociedades administradoras de seguro-saúde, os corretores de seguros, as companhias de</p><p>seguros, as sociedades de capitalização, previdência privada. Estudaremos também a NBC</p><p>TG 11 – Contratos de Seguros, sua finalidade e objetivos.</p><p>Apresentaremos a história e origem dos seguros, seus elementos essenciais, sua</p><p>formalização, as reservas técnicas das seguradoras, os tipos de seguros, como também os</p><p>principais artigos da NBC TG 11.</p><p>Bons estudos!</p><p>Introdução</p><p>29</p><p>1. INTRODUÇÃO AO SEGURO</p><p>O indivíduo se preocupa com o seu futuro desde o momento que ele passa a se fixar em</p><p>determinado local, com a incumbência de produzir seu próprio alimento, como também se</p><p>proteger de predadores e de outros homens. Surge daí a ideia de seguro, não só de vida, mas</p><p>também dos bens produzidos ou caçados.</p><p>Neste tópico, apresentaremos a história do seguro, seus conceitos, seus tipos, as normas que</p><p>o norteia, os componentes que formam o seguro.</p><p>1.1. História do seguro</p><p>A preocupação das pessoas físicas e jurídicas em uma possível perda ou dano de um</p><p>determinado bem deu origem ao mercado de seguros. Então, há uma empresa, que se propõe a</p><p>assumir riscos de pessoas que querem se precaver de possíveis prejuízos futuros.</p><p>Esta entidade, que chamamos de seguradora, recebe um pagamento do indivíduo interessado em se</p><p>resguardar, esse valor recebido é conhecido como prêmio, que é a parcela do bem segurado. Então, se</p><p>inicia o contrato de seguro no momento em que há aceitação da cobertura do risco pela seguradora. Assim,</p><p>havendo perda integral ou parcial, o segurado receberá uma indenização, cobrindo assim o prejuízo.</p><p>A origem do seguro se dá no século XIII a. C, quando os comerciantes da Babilônia, nas suas</p><p>viagens de negócios, acordavam que em caso de perda de camelo, na travessia do deserto, os</p><p>outros criadores ressarciam o prejuízo.</p><p>Figura 1 - O seguro na antiguidade</p><p>Fonte: jsp, Shutterstock, 2020.</p><p>30</p><p>#ParaCegoVer: A imagem apresenta um símbolo da idade antiga, quando se origina o seguro</p><p>rudimentar.</p><p>Em 1800 a.C., também na Babilônia, havia o Código de Hamurábi, o qual criava uma associação</p><p>de navegadores. Estes contribuíam com um pagamento, formando um caixa que serviria para</p><p>cobrir futuras perdas de embarcações em viagens.</p><p>Segundo Souza (2007, p.22), o seguro vem desde a pré-história:</p><p>Muito mais antigo do que esses registros históricos, no entanto, é o instinto de conservação</p><p>do ser humano. Sinais primitivos de preocupação do homem em se segurar ou se autoproteger são</p><p>encontrados desde a pré-história. No início dos tempos, o homem era nômade e os riscos eram</p><p>uma constante. Assim, o perigo, insegurança, a incerteza e o medo já se faziam presentes na vida</p><p>do homem, desde os mais longínquos tempos. Não bastava se proteger dos animais e das pragas; o</p><p>homem tinha que se resguardar dos terremotos, dos raios, da chuva e de seus semelhantes. Apenas</p><p>os mais prevenidos sobreviviam.</p><p>O homem, com o passar do tempo, deixa o individualismo e passa a viver em grupo, depois</p><p>se fixa em determinada região procurando segurança e melhores condições de vida. Em seguida,</p><p>começa a distribuir tarefas, como também se associar a um grupo com o mesmo interesse e</p><p>dividindo riscos, cada um aplicando determinado capital, para cobrir futuros acontecimentos</p><p>imprevistos (mutualismo).</p><p>Em período posterior, temos os fenícios e os hebreus, civilizações que praticavam o mutualismo</p><p>de forma bastante adiantada. O povo hebreu assumia as responsabilidades nos casos de perdas</p><p>por acidentes na criação do rebanho. Como ainda não havia surgido as moedas, as indenizações</p><p>eram feitas com doações de outros animais. No caso dos fenícios, era a reposição de embarcações</p><p>nas grandes navegações.</p><p>Na idade média, a igreja católica foi contra o mutualismo, o papa Gregório IX classificou</p><p>o seguro marítimo como prática abusiva, decretando que deveria ser proibida. Os seguros</p><p>marítimos se davam da seguinte forma: os banqueiros da época emprestavam dinheiro aos donos</p><p>de embarcações, estes viajavam, se ocorresse algum acidente no percurso, o navegador não</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>Com</p><p>a proibição do seguro náutico pelo papa Gregório IX, foi criado outro tipo de seguro.</p><p>O navio e a carga eram comprados pelos banqueiros, ocorrendo a perda no percurso os</p><p>navegadores ficavam com o dinheiro e os banqueiros com o prejuízo. Se por acaso não</p><p>houvesse nenhum acidente com a carga ou com o navio, o navegador poderia rescindir o</p><p>contrato ficando com o navio, mas tinha que pagar uma multa.</p><p>31</p><p>precisava devolver o dinheiro, mas se não ocorresse acidente, o navegador devolvia o dinheiro</p><p>emprestado com juros embutidos, bastante elevados.</p><p>O primeiro contrato de seguro marítimo com emissão de apólice foi redigido em 1347, mas</p><p>na época a regulamentação dificultava o contrato de seguro, pois era considerado como um jogo.</p><p>Como aumentava a importância do seguro para a economia e o comércio, essa visão começa a cair.</p><p>As primeiras companhias de seguros, da forma que são hoje, tiveram origem na Inglaterra,</p><p>onde surge também o primeiro seguro contra incêndio. Segundo Souza (2007, p.24):</p><p>Em 1667, em Londres, um incêndio destrói cerca de 13 mil casas, igrejas e a Catedral de Saint Paul,</p><p>um de seus maiores símbolos, e quase acaba com a cidade. Assim, em 1684, surge na própria Londres</p><p>a primeira companhia de seguros “contra incêndio”, criando o primeiro seguro incêndio do mundo. O</p><p>seguro de vida também surgiu na Inglaterra, onde foram criadas as primeiras sociedades seguradoras</p><p>nos moldes que conhecemos nos dias atuais. Em 1690, era fundada a inglesa Lloyd’s, a mais tradicional</p><p>companhia de seguros do mundo, originaria de uma taberna e de um jornal dedicados aos marítimos.</p><p>Em 1789, houve a universalização dos seguros em consequência do primeiro código universal</p><p>dos seguros. Novos critérios de atuárias, que são usados até hoje, foram impulsionados pela</p><p>revolução industrial e os avanços matemáticos de Leibnitz e de Pascal também contribuíram para</p><p>a evolução do ramo de seguros.</p><p>Seguro no Brasil</p><p>O Brasil, na época em que era colônia de Portugal, era muito atrasado, servindo apenas para</p><p>extração de minérios e vegetais. Não tinha indústria e os produtos manufaturados vinham da</p><p>terra descobridora. O Brasil só começa a se desenvolver com a chegada da família real, quando o</p><p>rei Dom João VI abriu os portos e liberou o comércio com outros países em 1808, dando origem</p><p>à primeira seguradora no país, a companhia Boa Fé, fundada em 24 de fevereiro daquele ano.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O seguro de vida, até meados do século XIX, era proibido pelo Código Comercial Brasileiro.</p><p>A única exceção eram os escravos, tratados pela lei como “objetos passíveis de propriedade”.</p><p>É desta época a Cia. de Seguros Mútuos sobre a Vida de Escravos. Somente em 1855, foi</p><p>autorizado o funcionamento da Tranquilidade, a primeira empresa a fazer seguro de vida</p><p>tanto de pessoas livres como de escravos (SOUZA, 2007, p.25).</p><p>32</p><p>Figura 2 - Seguro marítimo</p><p>Fonte: John Copland, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: aA imagem mostra o desenho de um navio, simbolizando o seguro marítimo.</p><p>Os seguros marítimos foram normalizados, implantando-se então o seguro contra incêndio,</p><p>de vida e mortalidade dos escravos. A seguradora Argos Fluminense, fundada em 1845, era a</p><p>única companhia que fazia seguros terrestres. Mais adiante, em 1858, a seguradora Interesse</p><p>Público tem autorização para trabalhar com seguros terrestres.</p><p>Dois decretos, em 1860, tornaram obrigatórios a solicitação de abertura de novas</p><p>seguradoras no país, como também aprovação de estatutos e elaboração e apresentação de</p><p>balanços patrimoniais. Em 1862, surgem as primeiras companhias de seguros estrangeiras, como</p><p>a Companhia Garantia do Porto, Liverpool & London & Globe e a Royal Insurance.</p><p>No início de 1900, com o desenvolvimento do comércio, o país já tinha 60 companhias,</p><p>principalmente voltados ao seguro marítimo. Com o incremento do seguro no Brasil, foi criado,</p><p>em 1901, a superintendência Geral de Seguros, subordinada ao ministério da fazenda, que tinha</p><p>como objetivo principal fiscalizar as transações de seguros.</p><p>Em janeiro de 1987, entra em vigor o Código Civil Brasileiro, estabelecendo normas gerais de</p><p>contrato e definindo as obrigações do segurador e segurado. Nos anos de 1930, Getúlio Vargas</p><p>diminui as remessas de capital para o estrangeiro, fazendo com que várias companhias de seguros</p><p>saíssem do país. Mais adiante, em 1937, surge o Estado Novo, que começa a cobrar uma taxa</p><p>mínima oficial para os seguros marítimos e terrestres.</p><p>As atividades de seguros privados começam a ser regulamentadas por decretos em 1940,</p><p>quando começa a obrigatoriedade de seguros como: risco contra incêndios, transportes para os</p><p>comerciantes, indústria e concessionárias dos serviços públicos.</p><p>33</p><p>Em 1966, nasce o sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) coordenando a política</p><p>de seguros e preservando a liquidez das seguradoras. Faziam parte desse sistema o Conselho</p><p>Nacional de Seguros Privados (CNSP), que tinha função normativa, e dois órgãos executivos: o</p><p>Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).</p><p>No começo dos anos 1970, o Brasil abre novamente o intercâmbio com o mercado segurador</p><p>externo, em consequência, a balança de pagamentos na conta de seguros tem um superávit. Com</p><p>a abertura de mercado, começa a se instalar no país diversas empresas de seguros estrangeiras,</p><p>tendo as empresas nacionais de modificar a cultura e estratégia, investindo em novas tecnologias,</p><p>qualificação na mão de obra, criando novas formas de comercializar seguros.</p><p>Uma resolução de 1986, do CNSP, fixou em 50% a participação do capital estrangeiro em empresas</p><p>nacionais, limitando a 1/3 do capital votante, com exceção para casos de interesses nacionais.</p><p>Somente em 1996, a Advocacia Geral da União decide que as companhias seguradoras, as</p><p>entidades de previdência privada aberta e de capitalização eram casos a parte, e não deveriam</p><p>seguir as regras da Resolução do CNSP.</p><p>Com a economia estabilizada e a legislação a favor, as companhias de seguro estrangeiras</p><p>chegam em larga escala ao Brasil, tendo em vista que o mercado brasileiro tinha muito a ser</p><p>explorado e o mercado dos países de origem estavam saturados.</p><p>Souza (2007, p.29), sobre a participação do mercado estrangeiro no ramo de seguros,</p><p>observou: “a participação do capital estrangeiro no segmento de seguros está aumentando de</p><p>maneira significativa, abocanhando cerca de um quarto do mercado nacional – em 1996, esse</p><p>valor era de 6,3%, e a previsão é de que as seguradoras estrangeiras sejam responsáveis, em um</p><p>curto espaço de tempo, por mais da metade do mercado brasileiro”.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>34</p><p>A procura pelo seguro no Brasil pela classe média e baixa dá uma alavancada neste setor.</p><p>A classe baixa procura negociar apólice de custo mais baixo, já a classe média, que antes só se</p><p>preocupava com o automóvel, hoje se preocupa com a vida e saúde.</p><p>Nos anos de 1990, a taxa de crescimento do ramo de seguro foi de 3% ao ano, e no último ano</p><p>dessa década, o valor chegou a 7,7%. De acordo com a Fenaseg, as vendas de seguros aumentaram</p><p>em 210% em 1998, em dinheiro chegaram a 18,1 bilhões de dólares.</p><p>Segundo o Conselho Nacional de Seguros (CNseg), o setor de seguros em 2016 apresentava:</p><p>17,5 milhões de veículos segurados, 9,9 milhões de residências seguradas, 15,6 milhões de</p><p>contratos de planos de acumulação e de risco da previdência, 47,9 milhões de planos de assistência</p><p>médica, 22 de planos exclusivamente odontológico, 15,9 milhões de pessoas clientes de capitalização,</p><p>1,1 milhões de empresas clientes de capitalização, 6,4% do PIB movimentada pelo mercado de seguros,</p><p>40% das empresas buscam inovações envolvendo, por exemplo, a reciclagem de veículos no segmento</p><p>do seguro de automóveis, 23% das empresas atuam no desenvolvimento de soluções tecnológicas</p><p>como aplicativos que buscam orientar clientes sobre hábitos saudáveis de vida, com foco no bem-estar</p><p>dos segurados, 16% das empresas aplicaram soluções de telemetria para seus produtos e serviços</p><p>de</p><p>seguros (CNSEG, 2020).</p><p>1.2. Conceitos, tipos e normas do seguro</p><p>O seguro vem da necessidade que um indivíduo ou grupo tem de se precaver de riscos futuros,</p><p>pode ser de vida ou não vida, essas pessoas pagam um valor, chamado de prêmio, a uma empresa</p><p>seguradora, que garante que se ocorrer um sinistro, haverá uma indenização parcial ou total.</p><p>Características de seguro</p><p>O seguro possui três características principais: o mutualismo, a incerteza e a previdência.</p><p>Mutualismo se dá com pessoas que buscam segurança, constituem uma reserva financeira, que</p><p>servirá para suprir as necessidades individuais do grupo; a incerteza é a probabilidade de ocorrer</p><p>o fato, o momento futuro que pode ou não ocorrer; a previdência é a proteção das pessoas</p><p>interessadas ou seus bens.</p><p>Souza (2007, p.42), ainda a respeito dos seguros, menciona:</p><p>Baseando-se na definição da Fenaseg, seguros são uma operação que toma forma jurídica de um</p><p>contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado ou beneficiário),</p><p>mediante o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la (indenização) por</p><p>um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e incerto (risco), indicado no contrato.</p><p>Por outro lado, segundo Newlands Junior (2008, p. 247), seguro é quando:</p><p>Uma empresa, denominada seguradora, recebe da pessoa interessada o pagamento de um valor</p><p>denominado prêmio, que corresponde a uma parcela do bem segurado. A partir da aceitação da</p><p>35</p><p>cobertura do risco por parte da seguradora, o segurado passa a ter o direito a receber uma indenização</p><p>que permita a reposição integral ou parcial desse bem, no caso de haver perda.</p><p>Tipos de seguro</p><p>O seguro pode ser de três tipos: seguro de pessoas, danos patrimoniais e prestação de</p><p>serviços. A diferença entre eles é que não tem como dar um valor econômico para a vida das</p><p>pessoas, o indivíduo mesmo é que decide o valor que vai pagar; já nos danos patrimoniais e</p><p>prestação de serviços, é o mercado, ou seja, o prêmio pago no seguro de pessoas é fixo e definido</p><p>pelo segurado, no seguro de não pessoa depende do grau de dano do objeto.</p><p>Seguro de pessoas</p><p>O pagamento da indenização depende do valor da cobertura contratado pelo indivíduo, as</p><p>mais procuradas são o seguro de vida e de acidentes pessoais.</p><p>Abaixo vamos discorrer alguns exemplos de seguro de pessoas:</p><p>a) Seguro de vida Individual: essa modalidade cobre a morte ou sobrevivência de uma pessoa,</p><p>um casal e sócios de uma empresa. O cálculo do prêmio para pagamento em caso de morte do</p><p>segurado depende do tempo de vida do indivíduo. Uma das características desse seguro é a longa</p><p>duração do contrato, que pode cobrir casos de morte natural, acidental etc. No início, a principal</p><p>dificuldade era saber calcular, quase sem erros, o valor do prêmio e a indenização, mas com a</p><p>evolução da atuária e estatística, diminuíram os erros a zero.</p><p>Souza (2007, p.80) explicita que</p><p>Para monitorar a expectativa de vida das pessoas, as seguradoras contam com tabelas atuariais e</p><p>estatísticas, fruto de avançados recursos na área, na qual há a média de vida dos cidadãos de acordo</p><p>com o sexo ou região. Os dados destas tabelas (tábuas atuariais) mostram um comportamento quase</p><p>uniforme para o setor, faz que as empresas tenham previsões precisas, que acabam transformando o</p><p>seguro de vida mais em uma operação de poupança do que em um risco.</p><p>b) Seguro de vida em grupo: uma mesma apólice de seguro de vida valendo para várias</p><p>pessoas. Esse tipo de seguro tem a duração de um ano renovável, serve como exemplo as</p><p>empresas e seus empregados.</p><p>c) Seguro de acidentes pessoais: seguro que cobre acidentes previstos no contrato de seguros,</p><p>que podem ser por morte ou invalidez. A indenização a receber será em dinheiro, valor do dia</p><p>trabalhado, se temporário, prestação de serviço médico ou reembolso da despesa. O direito a</p><p>indenização se dá por acidente de trabalho.</p><p>d) Seguro saúde: cobre aqueles serviços médicos e hospitalares prescritos no contrato. O</p><p>36</p><p>reembolso ou pagamento podem ser feitos ao segurado ou à própria prestadora de serviços</p><p>médicos. Esse tipo de seguro cresce muito no Brasil, pois a saúde pública está em decadência,</p><p>fazendo com que as pessoas se sacrifiquem procurando esse seguro.</p><p>Seguro de danos patrimoniais</p><p>Tem como finalidade ressarcir o segurado em caso de sinistro de um bem. Podem ser de dois</p><p>tipos: seguro de bens e de responsabilidade. Abaixo apresentaremos alguns exemplos:</p><p>a) Seguro DPVAT: esse seguro é obrigatório, a cobertura é dada a todos os acidentes causados</p><p>por veículos automotores terrestres, sem levar em consideração a culpa. Esse seguro cobre os</p><p>prejuízos causados por veículos ou cargas aos envolvidos no sinistro, ou a seus dependentes.</p><p>Pelo fato de não procurar o culpado, ganha rapidez na solução, mas o valor pago é pequeno. Esse</p><p>seguro é pago anualmente e é administrado pela Fenaseg.</p><p>b) Seguro de automóveis, aeronaves e embarcações: é o mais procurado no país, em relação</p><p>a seguros não pessoais, tem a função de cobrir perdas ou danos de veículos terrestres, excluindo</p><p>os que andam sobre trilhos. O que o seguro vai cobrir dependerá do contrato entre o segurado</p><p>e segurador, podendo ser roubo do carro, colisão, incêndio, ou cobrir prejuízos a terceiros.</p><p>No cálculo do prêmio, a seguradora leva em consideração a idade do segurado, os roubos dos</p><p>veículos daquela marca, se tem garagem em casa, se tem estacionamento no trabalho, o sexo do</p><p>segurado etc.</p><p>O seguro de aeronaves é referente ao risco de transporte (de pessoas ou cargas) via aérea.</p><p>Em caso de acidente, esse seguro cobrirá morte, despesas médicas do acidentado e poderá repor</p><p>o avião.</p><p>Seguro de embarcações segue as mesmas regras de aeronaves, nesse tipo o proprietário</p><p>de embarcações de água fluviais, marítimas, com um fim de carga ou lazer, fica ressarcido de</p><p>qualquer dano que possa ocorrer nas embarcações.</p><p>c) Seguro de cargas: esse seguro pode ser por qualquer meio de transporte, como marítimo,</p><p>terrestre, fluvial, ferroviário, rodoviário, aéreo. Corresponde às cargas transportadas, que devem</p><p>ser seguradas.</p><p>d) Seguro incêndio: ocorre em casos de perdas e danos materiais por causa de incêndio, raios,</p><p>explosão de botijões de gás etc. Este seguro também pode cobrir as consequências do incêndio,</p><p>como os desmoronamentos, desentulho do local etc. Todas as pessoas jurídicas têm que ter o</p><p>seguro incêndio, ele pode ser residencial, comercial e industrial.</p><p>37</p><p>Seguro de prestação de serviços: O segurado busca se resguardar de despesas relativas a</p><p>prestação de serviços, tais como assessoria jurídica, assistência médica.</p><p>a) Seguro de responsabilidade civil: este seguro dá direitos de reembolso ao segurado que, por</p><p>ventura, tenha que pagar indenizações a uma terceira pessoa que cause danos materiais, lesões</p><p>corporais etc. Ele vem sempre de um ato ilícito, quando a pessoa age com imperícia, negligência,</p><p>deixando de praticar algo que deveria ser bem feito. A pessoa que sofreu o dano, para receber a</p><p>indenização, não pode ser dependente, ter parentesco ou sociedade com o segurado.</p><p>Souza (2007, p.89) enumera vários exemplos desse tipo de seguro:</p><p>Hoje, há várias modalidades de seguros de responsabilidade civil: para danos causados por</p><p>veículos, erros profissionais – como o de um médico no receituário de um paciente –, série de produtos</p><p>defeituosa, danos pessoais sofridos por funcionários quando a serviço da empresa, do fornecimento</p><p>de alimentos e bebidas para consumo em um restaurante, ataque de animais domésticos ou queda</p><p>de objetos em uma pessoa da família, furto ou roubo praticado por funcionários durante a jornada</p><p>de trabalho.</p><p>As pessoas físicas ou jurídicas podem usar o seguro de responsabilidade civil para reparar</p><p>danos pessoais ou materiais nas pessoas físicas e ações trabalhistas, prestação de serviço ou</p><p>eventos relacionados a pessoas jurídicas.</p><p>b) Seguro de lucros cessantes: só para empresas, cobrindo algum fato que possa paralisar o</p><p>funcionamento dessa entidade,</p><p>como exemplo, o incêndio e explosão. A cobertura básica engloba</p><p>as despesas permanentes, o lucro líquido e outros gastos adicionais. O período de duração da</p><p>indenização é de, no máximo, de 12 meses. Esse valor é calculado com base no lucro médio da</p><p>empresa usando como parâmetro os últimos três anos.</p><p>Normas e regulamentações do seguro</p><p>Os seguros seguem as regras definidas pelo Decreto-lei nº 73, de 21/11/1966, e Decreto nº</p><p>61.867, de 07/09/1967. A publicação do IRB, legislação brasileira de seguros, atualizada até 1978,</p><p>serve também de complemento.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>Valor de Mercado Referenciado (VMR) é a modalidade de seguro de automóvel que</p><p>garante ao segurado, no caso de indenização integral, o pagamento de quantia variável,</p><p>em moeda corrente nacional, referenciada no valor de cotação do veículo na data da</p><p>liquidação do sinistro.</p><p>38</p><p>Figura 3 - Normas e regulamentos</p><p>Fonte: Zerbor, Shutterstock, 2020.</p><p>#ParaCegoVer: A imagem mostra uma caneta, calculadora, arquivos e papéis sobre uma</p><p>mesa. Há uma pasta amarela com uma etiqueta escrita: Regulamentos.</p><p>O código civil e o código comercial também tratam sobre o seguro, a NBC TG 11, emitida</p><p>pelo Conselho Federal de Contabilidade, especifica o reconhecimento contábil para contratos de</p><p>seguro a qualquer entidade seguradora.</p><p>As Regulamentações da Superintendência de Seguros Privados - Susep orientam as entidades</p><p>de seguros.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>Elementos essenciais do seguro</p><p>Para a formalização do seguro, são necessários cinco elementos básicos: o prêmio, o risco, o</p><p>segurado, o segurador e a indenização. Definindo esses elementos, temos:</p><p>39</p><p>Risco</p><p>É o elemento que pode ou não ocorrer, independe das pessoas interessadas e, se ocorrer,</p><p>pode provocar prejuízo de ordem econômica, o que dará direito a um recebimento de valor</p><p>combinado no contrato de seguro.</p><p>Segurado</p><p>É uma pessoa física ou jurídica, que tentando se prevenir do risco incerto do futuro, contrata</p><p>um seguro, mediante um pagamento mensal ou integral, esse seguro pode ser para ele ou para</p><p>um beneficiário.</p><p>Segurador</p><p>São as companhias de seguros, que aceitam cobrir o segurado, indenizando-o caso ocorra o</p><p>sinistro.</p><p>Prêmio</p><p>É o dinheiro que o indivíduo ou grupo paga para ter o direito a cobertura do risco. A fórmula</p><p>para o cálculo do seguro é: Prêmio = Capital segurado x Taxa, conclui-se que quanto maior a</p><p>possibilidade de ocorrer o sinistro, mais caro será o seguro.</p><p>Indenização</p><p>É o pagamento ao segurado ou beneficiário, caso ocorra o sinistro, claro, levando em conta o</p><p>que está no contrato.</p><p>Formalização do seguro</p><p>Quando se tem um acordo entre segurado e segurador, temos uma proposta, após a</p><p>aceitação dessa proposta há uma transformação em apólice de seguro. Nesta proposta, se tem os</p><p>elementos essenciais do seguro, essa aceitação da proposta se torna o elemento mais importante</p><p>de um seguro, pois ela está aceitando o risco proposto.</p><p>FIQUE DE OLHO</p><p>O seguro prestamista é aquele no qual os segurados convencionam pagar prestações ao</p><p>estipulante para amortizar dívida contraída ou para atender a compromisso assumindo.</p><p>É normalmente associado a concessões de empréstimos ou financiamento.</p><p>40</p><p>A companhia seguradora observará os seguintes fatores para aceitação:</p><p>• se a proposta do risco está na sua política de aceitação;</p><p>• se foi calculado corretamente o valor do prêmio;</p><p>• se as regras da cobertura seguem as normas da Susep.</p><p>Segundo Newlands Junior (2008, p.249),</p><p>A política de aceitação de uma seguradora é definida basicamente pelo tipo e grau de risco que</p><p>ela está disposta a aceitar. Por exemplo: diversas seguradoras não aceitam fazer seguro de automóvel</p><p>para pessoas que tenham qualquer restrição cadastral, enquanto outras seguradoras já admitem</p><p>alguma flexibilidade nesta questão; mas nenhuma seguradora do mercado aceita segurar um veículo</p><p>de proprietário que tenha dívidas em cobrança, cujo valor seja significativo frente ao valor do bem.</p><p>A seguradora poderá recusar a proposta num prazo de 15 dias. Passando esse tempo, se ela</p><p>não se manifestar, está aceita a proposta. No caso de recusa, a companhia avisará formalmente</p><p>ao segurador ou corretor de seguros os motivos.</p><p>Apólice de seguro é um documento emitido pela companhia de seguro, regulamentando a</p><p>aceitação da cobertura pedida pelo segurado. Ela é um contrato bilateral, oneroso e solene, no</p><p>qual o segurado e segurador têm direitos e deveres. Na apólice, são definidos: o valor segurado,</p><p>quanto tempo valerá esse seguro, o que vai ser coberto. A seguradora assumirá quais riscos, onde</p><p>está situado o objeto do seguro.</p><p>Newlands Junior (2008, p.250) afirma que, “ocorrendo conduta incorreta por parte do</p><p>segurado, haverá perda de direito se: o sinistro ocorrer por culpa grave ou dolo do segurado ou</p><p>beneficiário do seguro; o sinistro for fraudado ou de má-fé; o segurado, o corretor ou segurado</p><p>tentarem obter benefícios ilícitos do seguro; o segurado agravar intencionalmente o risco”.</p><p>2. INTRODUÇÃO AO RESSEGURO</p><p>O resseguro é outro tipo precaução das companhias de seguro, ou seja, é uma forma que elas</p><p>têm de diminuírem suas responsabilidades em caso de haver um prejuízo no futuro, em que a</p><p>indenização para o segurado será dividida com outras seguradoras.</p><p>Neste tópico, estudaremos a história do resseguro, seus conceitos, tipos e modalidades.</p><p>2.1. História do resseguro</p><p>Na Itália, ocorreu a primeira emissão de apólice de seguro em 1347. Tempos depois, em 1370,</p><p>acontece a primeira operação de resseguro. Tanto o seguro como o resseguro se originam com os</p><p>41</p><p>transportes marítimos. No início, o segurador repassava uma determinada parcela de um risco a</p><p>outra parte, dividindo assim os prejuízos futuros.</p><p>Algumas viagens, principalmente nos seus pontos mais perigosos, só eram concretizadas</p><p>com o resseguro. Nos séculos XVII e XVIII, foram decididas as primeiras sentenças judiciais sobre</p><p>contrato de resseguro, determinando sua independência.</p><p>As sociedades europeias se desenvolveram bastante e deram origem às empresas de</p><p>resseguros, que vieram dos riscos marítimos e pela procura das seguradoras de incêndio.</p><p>A concessão dada à primeira resseguradora independente foi em 1846, na Alemanha. A</p><p>empresa era Kolnishe Ruckversicherungs Gesellschaft, cujo primeiro contrato foi assinado em</p><p>1852. Em 1863, a seguradora Swiss Reinsurance Company foi constituída em Zurique. Em 1900,</p><p>as companhias começam a chegar nos Estados Unidos da América.</p><p>No Brasil, em 1939, foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil, pelo decreto-lei nº 1.186,</p><p>em 03/04/1939. As companhias de seguros começam a ser obrigadas a ressegurar o IRB, as</p><p>responsabilidades que ultrapassassem sua capacidade de retenção própria. O IRB, desde o</p><p>início, proporcional às regras, o que facilitava para empresas nacionais concorrerem com capital</p><p>estrangeiro.</p><p>Souza (2007, p.61) enumera as atribuições do IRB:</p><p>As principais atribuições do IRB são fiscalizar o resseguro obrigatório e facultativo do país ou</p><p>exterior; organizar e administrar consórcios; proceder à liquidação de sinistros e distribuir pelas</p><p>seguradoras a parte dos resseguros que não retiver e colocar no exterior as responsabilidades</p><p>excedentes da capacidade do mercado segurador interno ou aquela cuja cobertura fora do país</p><p>convenha aos interesses nacionais (retrocessão).</p><p>O IRB teve o monopólio de resseguros até 2007, quando através da lei complementar, o</p><p>Congresso Nacional libera o mercado ressegurador no país. O IRB passa a ser um ressegurador</p><p>nacional e o mercado de resseguros passa a ser regulado pela Susep. Em 2013, o IRB foi privatizado,</p><p>logo depois, em 2017, ele começa a negociar na bolsa de valores, movimentando R$ 2 bilhões</p><p>com a venda de ações dos acionistas controladores. Entre as empresas que compõem o IBrX, em</p><p>2018, foi o que mais valorizou. O IRB Brasil RE está situado no Rio de Janeiro e tem escritórios em</p><p>São Paulo, Buenos Aires e Londres.</p><p>2.2. Conceitos de resseguros</p><p>Resseguro é quando uma seguradora divide com outra seguradora</p><p>responsabilidades e</p><p>direitos, diminuído seu prejuízo futuro. Segundo Newlands Junior (2008), resseguro “é a operação</p><p>pela qual o segurador, com o fito de diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco</p><p>42</p><p>considerado excessivo ou perigoso, cede a outro segurador uma parte da responsabilidade e do</p><p>prêmio recebido”.</p><p>A retrocessão é quando o ressegurador cede parte dos riscos por ele aceitos a outros</p><p>resseguradores, ou seja, é um resseguro do resseguro.</p><p>Já Souza (2007, p.61) diz que “resseguro é o seguro do seguro, no qual se repassa o risco de</p><p>um contrato de seguro superior à capacidade financeira da seguradora que emitiu a apólice, ou</p><p>parte dele, a uma resseguradora”.</p><p>Tipos de resseguros</p><p>Há três tipos de resseguradoras estabelecidas por lei complementar nº 126/2007, são elas:</p><p>a) Ressegurador local: é o que está sediado no país, está sempre na forma de sociedade</p><p>anônima, tendo como fim as operações de resseguros.</p><p>b) Ressegurador admitido: é a entidade sediada no exterior, com representação no Brasil,</p><p>registrado e autorizado pela Susep, para operar transações de resseguro no país.</p><p>c) Ressegurador eventual: é estrangeira, mas não tem representação no Brasil, atende às</p><p>normas da Lei complementar nº 126/07, mas é autorizada e registrada na Susep.</p><p>Modalidades do resseguro</p><p>Resseguro de quota é o que o segurador transfere parte de sua carteira de clientes com um</p><p>certo risco, sendo indenizado dos prejuízos em porcentagem igual à da cessão;</p><p>Resseguro por excesso de responsabilidade é o que excede do sinistro, houve um excesso de</p><p>perdas.</p><p>3.INTRODUÇÃO AO COSSEGURO</p><p>O cosseguro consiste na repartição de um mesmo risco, ou seja, uma seguradora dividirá</p><p>determinada responsabilidade com outras seguradoras, a percentagem dessa divisão pode ser</p><p>igual para todas ou diferente, além disso haverá uma seguradora líder responsável pelas tratativas</p><p>do contrato.</p><p>Neste tópico, estudaremos a história do cosseguro, seus conceitos, suas normas e</p><p>regulamentos e veremos um exemplo de uma operação nesta modalidade de seguro.</p><p>43</p><p>3.1 História do cosseguro</p><p>O resseguro no Brasil era controlado pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Foi quando, em</p><p>1953, para desviar-se desse controle, as seguradoras sentiram a necessidade de apoiar uma a</p><p>outra, permutar negócios. Nasce, então, o cosseguro para escapar do resseguro do IRB. Essa</p><p>mudança no mercado deu origem ao Clube da Bolinha e o Clube Só Sai, clubes frequentados pela</p><p>alta sociedade da época, até pelo presidente do momento Café Filho.</p><p>Em 25 de junho de 1951, é criada a Federação Nacional de Seguros Privados e Capitalização –</p><p>Fenaseg, iniciando com cinco sindicatos.</p><p>3.2. Conceitos de cosseguro</p><p>O cosseguro é a divisão de um risco assumido por uma seguradora transferindo para outras</p><p>seguradoras responsabilidades e direitos, cada uma respondendo isoladamente.</p><p>Conforme Newlands Junior (2008, p.252), o cosseguro “é a operação que consiste na repartição</p><p>de um mesmo risco, de um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras, que respondem,</p><p>isoladamente, perante o segurado, pela parcela de responsabilidade que assumiram”.</p><p>Podem ser emitidas uma única ou várias apólices correspondentes a cada seguradora que</p><p>participe da repartição, haverá uma responsável chamada de seguradora líder. Esta seguradora</p><p>fica responsável por toda tratativa, como emissão de uma apólice de seguros, até um pagamento</p><p>de sinistro ao segurado, depois presta conta com as cosseguradoras, a fim de receber as</p><p>porcentagens de participação.</p><p>O Wikipédia conceitua cosseguro como “um seguro realizado por duas ou mais seguradoras</p><p>referente ao mesmo risco. Assim, reduz-se um perigo de grandes dimensões em responsabilidades</p><p>menores, de modo que cada seguradora assuma a responsabilidade por uma parte do montante”</p><p>(WIKIPÉDIA, 2020).</p><p>A Susep conceitua da seguinte forma:</p><p>Divisão de um risco entre várias seguradoras, cada uma das quais se responsabiliza por uma quota-</p><p>parte determinada do valor total do seguro. Uma delas, indicada na apólice e denominada &quot;</p><p>seguradora Líder&quot; assume a responsabilidade de administrar o contrato, e representar todas</p><p>as demais no relacionamento com o segurado, inclusive em caso de sinistro (Circular SUSEP 291/05).</p><p>Exemplo de uma operação com cosseguro</p><p>Uma Seguradora Líder contratou com três outras seguradoras para poderem assumir</p><p>responsabilidade de seguro de incêndio numa indústria com cobertura básica de R$100.000,00.</p><p>A repartição do risco ficou assim:</p><p>44</p><p>Seguradora Líder: 30% - R$ 30.000,00</p><p>Cosseguradora A 20% - R$ 20.000,00</p><p>Cosseguradora B 25% - R$ 25.000,00</p><p>Cosseguradora C 25% - R$ 25.000,00</p><p>A Companhia Líder emitirá uma apólice de seguros informando os repasses de risco por meio de</p><p>cosseguro, dizendo também quantas seguradoras participam, identificando os percentuais de cada uma.</p><p>3.3 Normas e regulamentos de cosseguro</p><p>As normas que regulam o cosseguro são as seguintes:</p><p>Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, no artigo 32, inciso VIII;</p><p>Resolução CNSP nº 68 de 2001;</p><p>Circular SUSEP nº 64, de 30 de novembro de 1981, ditando as normas para registros de</p><p>Cosseguros Aceitos;</p><p>Decreto nº 60.460, de 13 de março de 1967.</p><p>Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:</p><p>4. INTRODUÇÃO ÀS NBC TG11</p><p>As Normas Brasileiras de Contabilidade vêm dando diretrizes para os profissionais contábeis em</p><p>relação aos contratos de seguros, mostrando seus objetivos, alcance, reconhecimento e mensuração.</p><p>45</p><p>4.1. Normas Brasileira de Contabilidade TG 11 – Contratos de Seguros</p><p>Essa norma foi emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, em 24 de novembro de 2017,</p><p>e entrou em vigor em janeiro de 2018. Ela traz o caminho a ser seguido pelo profissional da área,</p><p>identificando os objetivos do regulamento, alcance, reconhecimento e mensuração, mudanças</p><p>nas políticas contábeis, divulgação etc.</p><p>4.2. Objetivo e alcance da norma</p><p>O objetivo dessa norma é reconhecer contabilmente os contratos de seguros, emitidos por</p><p>qualquer empresa desse ramo e controlar e registrar os fatos ocorridos na entidade, mostrando</p><p>transparência e integridade nas demonstrações contábeis, que servirão de base para tomada de</p><p>decisões por parte dos dirigentes da companhia.</p><p>O Conselho Federal de Contabilidade comenta que essa norma é momentânea, pois surgirá</p><p>uma segunda norma compatibilizada com as normas internacionais.</p><p>O CFC nessa norma determina que:</p><p>(a) limitadas melhorias na contabilização de contratos de seguro pelas seguradoras;</p><p>(b) divulgação que identifique e explique os valores resultantes de contratos de seguro</p><p>nas demonstrações contábeis da seguradora e que ajude os usuários dessas demonstrações a</p><p>compreender o valor, a tempestividade e a incerteza de fluxos de caixa futuros originados de contratos</p><p>de seguro”(Item 1- NBC TG11 – Contratos de Seguros).</p><p>Alcance da norma</p><p>Esta norma é aplicada nas operações de seguros e nos instrumentos financeiros com</p><p>participação discricionária. A NBC TG11 diz o seguinte:</p><p>A entidade deve aplicar esta norma para: (a) contratos de seguro (inclusive contratos de resseguro)</p><p>emitidos por ela e contratos de resseguro mantidos por ela; e (b) instrumentos financeiros que ela</p><p>emita com característica de participação discricionária (ver item 35). A prática contábil em vigor sobre</p><p>Instrumentos Financeiros requer divulgação dos instrumentos financeiros, entre os quais devem ser</p><p>incluídos os instrumentos financeiros que possuam tais características (Item 2 NBC TG11 – Contratos</p><p>de Seguros).</p><p>Esta norma não alcança a contabilização de ativos financeiros mantidos pelas seguradoras e</p><p>de passivos financeiros emitidos pelas seguradoras, com algumas exceções.</p><p>Esta norma não poderá ser aplicada pelas entidades nos seguintes casos: garantia de produtos</p><p>diretamente dos fabricantes, comerciantes ou varejistas; ativos e passivos de empregador relativos</p><p>a planos de benefícios de empregados; direitos ou obrigações contratuais que dependem de uso,</p><p>46</p><p>de item financeiro, assim como garantia de valor residual embutido</p>

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