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Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 27 ponsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. Art. 30. Compete aos Municí- pios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; II – suplementar a legisla- ção federal e a estadual no que couber; III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balan- cetes nos prazos fixados em lei; IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V – organizar e prestar, dire- tamente ou sob regime de con- cessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, inclu- ído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI – manter, com a coope- ração técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII – prestar, com a coopera- ção técnica e financeira da União e do Estado, serviços de aten- dimento à saúde da população; VIII – promover, no que cou- ber, adequado ordenamento ter- ritorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural lo- cal, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e es- tadual. Art. 31. A fiscalização do Mu- nicípio será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Exe- cutivo Municipal, na forma da lei. § 1o O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Mu- nicípio ou dos Conselhos ou Tri- bunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 2o O parecer prévio, emiti- do pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3o As contas dos Municí- pios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exa- me e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4o É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. CAPÍTULO V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Seção I – Do Distrito Federal Art. 32. O Distrito Federal, ve- dada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, vota- da em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legis- lativa, que a promulgará, atendi- dos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1o Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis- lativas reservadas aos Estados e Municípios. § 2o A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Depu- tados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. § 3o Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. § 4o Lei federal disporá so- bre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. Seção II – Dos Territórios Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e ju- diciária dos Territórios. § 1o Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que cou- ber, o disposto no Capítulo IV deste Título. § 2o As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com pare- cer prévio do Tribunal de Contas da União. § 3o Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câma- ra Territorial e sua competência deliberativa. CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe- deral, exceto para: I – manter a integridade na- cional; II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III – pôr termo a grave com- prometimento da ordem pública; IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni- dades da Federação; V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII – assegurar a observância dos seguintes princípios consti- tucionais: a) forma republicana, sis- tema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa hu- mana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 28 administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exi- gido da receita resultante de im- postos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimen- to do ensino e nas ações e servi- ços públicos de saúde. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fun- dada; II – não forem prestadas con- tas devidas, na forma da lei; III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita muni- cipal na manutenção e desenvol- vimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de prin- cípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execu- ção de lei, de ordem ou de deci- são judicial. Art. 36. A decretação da inter- venção dependerá: I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III – de provimento, pelo Su- premo Tribunal Federal, de repre- sentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execu- ção de lei federal; IV – (Revogado). § 1o O decreto de interven- ção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execu- ção e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacio- nal ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2o Se não estiver funcio- nando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. § 3o Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensa- da a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Le- gislativa, o decreto limitar-se- -á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. § 4o Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I – Disposições Gerais Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provasou de provas e títulos, de acordo com a nature- za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão decla- rado em lei de livre nomeação e exoneração; III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV – durante o prazo impror- rogável previsto no edital de con- vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convo- cado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis- são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre as- sociação sindical; VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limi- tes definidos em lei específica; VIII – a lei reservará percentu- al dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX – a lei estabelecerá os ca- sos de contratação por tempo determinado para atender a ne- cessidade temporária de excep- cional interesse público; X – a remuneração dos ser- vidores públicos e o subsídio de que trata o § 4o do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; XI – a remuneração e o sub- sídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- neratória, percebidos cumulativa- mente ou não, incluídas as vanta- gens pessoais ou de qualquer ou- tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu- nal Federal, aplicando-se como Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 29 limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio men- sal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, apli- cável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procura- dores e aos Defensores Públicos; XII – os vencimentos dos car- gos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espé- cies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; XIV – os acréscimos pecu- niários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulte- riores; XV – o subsídio e os venci- mentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredu- tíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4o, 150, II, 153, III, e 153, § 2o, I; XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compati- bilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de pro- fessor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou em- pregos privativos de profissio- nais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII – a proibição de acu- mular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- mente, pelo poder público; XVIII – a administração fazen- dária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece- dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XIX – somente por lei especí- fica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de em- presa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nes- te último caso, definir as áreas de sua atuação; XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa pri- vada; XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e aliena- ções serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obri- gações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econô- mica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações; XXII – as administrações tri- butárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exer- cidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- ritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o com- partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. § 1o A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- formativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- terizem promoção pessoal de au- toridades ou servidores públicos. § 2o A não observância do disposto nos incisos II e III impli- cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. § 3o A lei disciplinará as for- mas de participação do usuário na administração pública direta e in- direta, regulando especialmente: I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manu- tenção de serviços de atendi- mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a in- formações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5o, X e XXXIII; III – a disciplina da represen- tação contra o exercício negligen- te ou abusivo de cargo, empre- go ou função na administração pública. § 4o Os atos de improbida- de administrativa importarão a suspensão dos direitos políti- cos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 5o A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilíci- tos praticados por qualquer agen- te, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar- cimento. § 6o As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de servi- ços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 7o A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu- pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a infor- mações privilegiadas. § 8o A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis- tração direta e indireta poderá Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 30 ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus admi- nistradores e o poder público,que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I – o prazo de duração do contrato; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsa- bilidade dos dirigentes; III – a remuneração do pes- soal. § 9o O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamen- to de despesas de pessoal ou de custeio em geral. § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re- muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nome- ação e exoneração. § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune- ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previs- tas em lei. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste arti- go, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às res- pectivas Constituições e Lei Orgâ- nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, li- mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos De- putados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. § 13. O servidor público titu- lar de cargo efetivo poderá ser re- adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabili- dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou men- tal, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escola- ridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. § 14. A aposentadoria conce- dida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função públi- ca, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. § 15. É vedada a complemen- tação de aposentadorias de ser- vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do dis- posto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previ- dência social. § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi- vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulga- ção do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri- tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu- neração; III – investido no mandato de Vereador, havendo compati- bilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, em- prego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV – em qualquer caso que exi- ja o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para pro- moção por merecimento; V – na hipótese de ser segura- do de regime próprio de previdên- cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. Seção II – Dos Servidores Públicos Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servido- res designados pelos respectivos Poderes.4 § 1o A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- nentes do sistema remuneratório observará: I – a natureza, o grau de res- ponsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II – os requisitos para a in- vestidura; III – as peculiaridades dos cargos. § 2o A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servido- res públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou con- tratos entre os entes federados. § 3o Aplica-se aos servido- res ocupantes de cargo público o disposto no art. 7o, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta- belecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 4 NE: o caput deste artigo teve a sua aplica- ção suspensa em caráter liminar, por força da ADI no 2.135. Redação anterior: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, re- gime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”. Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 31 do cargo o exigir. § 4o O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá- rios Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. § 5o Lei da União, dos Es- tados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a me- nor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. § 6o Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. § 7o Lei da União, dos Es- tados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplica- ção de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada ór- gão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e pro- dutividade, treinamento e de- senvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 8o A remuneração dos ser- vidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4o. § 9o É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporá- rio ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do res- pectivo ente federativo, de ser- vidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados cri- térios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. § 1o O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: I – por incapacidade perma- nente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quan- do insuscetível de readaptação, hipótese em que será obriga- tória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da apo- sentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tem- po de contribuição, aos 70 (se- tenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, doDis- trito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contri- buição e os demais requisitos es- tabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. § 2o Os proventos de aposen- tadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2o do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. § 3o As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. § 4o É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferencia- dos para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4o-A, 4o-B, 4o-C e 5o. § 4o-A. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição dife- renciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a ava- liação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. § 4o-B. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- ciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioe- ducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. § 4o-C. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bioló- gicos prejudiciais à saúde, ou as- sociação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 5o Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1o, desde que compro- vem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. § 6o Ressalvadas as aposen- tadorias decorrentes dos car- gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percep- ção de mais de uma aposenta- doria à conta de regime próprio de previdência social, aplican- do-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários es- tabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. § 7o Observado o disposto no § 2o do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores Co ns ti tu iç ão d a R ep úb lic a Fe de ra ti va d o B ra si l 32 de que trata o § 4o-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. § 8o É assegurado o rea- justamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter per- manente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. § 9o O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou mu- nicipal será contado para fins de aposentadoria, observado o dis- posto nos §§ 9o e 9o-A do art. 201, e o tempo de serviço correspon- dente será contado para fins de disponibilidade. § 10. A lei não poderá esta- belecer qualquer forma de con- tagem de tempo de contribuição fictício. § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos pro- ventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu- lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdên- cia social, e ao montante resul- tante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em co- missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re- gime próprio de previdência so- cial, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. § 13. Aplica-se ao agente pú- blico ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- ração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regi- me de previdência complementar para servidores públicos ocupan- tes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposenta- dorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios so- mente na modalidade contribui- ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do corresponden- te regime de previdência com- plementar. § 17. Todos os valores de re- muneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3o serão devidamente atualiza- dos, na forma da lei. § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta- dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o ser- vidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equiva- lente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposen- tadoria compulsória. § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gesto- ra desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades au- tárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu fi- nanciamento, observados os cri- térios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei comple- mentar de que trata o § 22. § 21. (Revogado) § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de pre- vidência social, lei complemen- tar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: I – requisitos para sua ex- tinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdên- cia Social; II – modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; III – fiscalização pela União e controle externo e social; IV – definição de equilíbrio financeiro e atuarial; V – condições para instituição do fundo com finalidade previ- denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; VI – mecanismos de equa- cionamento do déficit atuarial; VII – estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacio- nados com governança, controle interno e transparência; VIII – condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta- mente,com a gestão do regime; IX – condições para adesão a consórcio público; X – parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordiná- rias e extraordinárias. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1o O servidor público está- vel só perderá o cargo: I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;