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<p>1</p><p>2 3</p><p>ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico</p><p>FARMACOTERAPIA E FISIOPATOLOGIA DOS SISTEMAS</p><p>DIGESTIVO E ENDÓCRINO</p><p>Volume VI</p><p>Vitae Editora</p><p>Anápolis (GO), 2022</p><p>E-book transcrito a partir da aula do Professor Daniel Jesus</p><p>Professor no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico</p><p>(ICTQ). Graduação em Farmácia. Especialista em Farmacologia Clínica. Mestre em</p><p>Tecnologia Farmacêutica.</p><p>EXPEDIENTE:</p><p>Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico</p><p>Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso</p><p>Produção: Vitae Editora</p><p>Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo</p><p>Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo</p><p>Diagramação: Cynara Miralha</p><p>4 5</p><p>TRICOMONÍASE</p><p>• Agente etiológico: Trichomonas vaginalis;</p><p>• DST;</p><p>• 15-30% dos casos de ‘corrimento’ vaginal;</p><p>• Pode ser assintomática;</p><p>• Corrimento amarelo esverdeado (odor fétido);</p><p>• Prurido e irritação vulvar;</p><p>• Disúria, polaciúria, dispareunia e dor em BV;</p><p>• Hiperemia vaginal e colpite difusa (colo em framboesa);</p><p>• Teste de Schiller com aspecto tigróide.</p><p>Tratamento: mulher e parceiro</p><p>Grávida:</p><p>• Primeiro Trimestre: Metronidazol ou Tinidazol - creme vaginal, por 7 noites;</p><p>• Após 12ª semana: Tinidazol e Secnidazol (alternativa);</p><p>• Metronidazol: 400 mg VO 12/12h 7 dias, 250 mg VO 8/8h 7 dias, 500 mg VO 12/12h 7 dias.</p><p>Não grávida:</p><p>• Metronidazol 2 g VO, dose única;</p><p>• Metronidazol 500 mg VO 8/8 h por 7 dias;</p><p>• Secnidazol 2g VO, dose única;</p><p>• Tinidazol 2g, VO, dose única.</p><p>Fármacos Anti-helmínticos:</p><p>• Atuam em alvos metabólicos ou em certas características existentes no parasito e ausentes</p><p>no hospedeiro;</p><p>• Atuam por paralisia muscular ou afetando a função dos microtúbulos, impedindo</p><p>o seu desenvolvimento por falta de captação de metabólitos;</p><p>• Um mesmo fármaco pode ser efetivo para um organismo e não para outro;</p><p>• O tratamento é constituído por fármacos específicos para nematódeos, trematódeos</p><p>e cestódeos;</p><p>• Mais empregados: Benzimidazóis (albendazol, mebendazol e tiabendazol).</p><p>6 7</p><p>ALBENDAZOL</p><p>• Carbamato de benzimidazol - Methyl [5- (propylthio)-1H-benzimidazol-2-yl] carbamate;</p><p>• Ocasiona alteração degenerativa das células intestinais do parasita por se ligar à tubulina,</p><p>inibindo a polimerização (reunião) e formando microtúbulos;</p><p>• Determina interrupção na captação de glicose (larvas e adultos), resultando em depleção</p><p>dos estoques de glicogênio (imobilização e morte do parasito);</p><p>• Absorvido por via oral e metabolizado (fígado) em sua forma ativa (sulfóxido);</p><p>• Sulfóxido liga-se às proteínas plasmáticas, distribuindo bem pelos tecidos e alcançando</p><p>a bile e LCR.</p><p>Administração – VO:</p><p>• Sonda: suspensão ou comprimidos dispersos em água (imediato);</p><p>• Doses de acordo com a parasito;</p><p>• Não deve ser administrado na lactação;</p><p>• Gestação: risco C.</p><p>LEVAMISOL</p><p>• (S)-6-Phenyl-2,3,5,6 – tetrahydroimidazo [2,1- b] [1,3] thiazole;</p><p>• Atua como um agonista do receptor nicotínico (acetilcolina), ocasionando estimulação</p><p>contínua das fibras musculares do parasita e resultando em paralisia;</p><p>• Gestação: risco C;</p><p>• Lactação: compatível;</p><p>• Presença de alimento pode diminuir a absorção e a concentração plasmática do fármaco.</p><p>Interação medicamentosa:</p><p>• Varfarina: sangramento;</p><p>• Fluorouracil: aumento nos riscos de potencializar os efeitos de hepatotoxicidade;</p><p>• Pediatria: DU VO (repetir após 3 semanas);</p><p>• Até 1 ano (40 mg), de 1 a 7 anos (80 mg), acima de 7 anos (150 mg);</p><p>• Adolescentes e adultos: 150 mg (DU) - (repetir após 3 semanas);</p><p>• Para síndrome nefrótica foram analisadas a dose de 2,5mg/Kg em dias alternados com</p><p>dose máxima de 150 mg.</p><p>8 9</p><p>Efeitos adversos:</p><p>Náuseas, vômito, desconforto abdominal, diarreia, perda do apetite, cefaleia, tontura,</p><p>insônia e confusão mental. Pode ocasionar agranulocitose reversível e alopecia.</p><p>Cuidados farmacêuticos:</p><p>1. Lavar a boca após ingerir o medicamento, para evitar estomatite.</p><p>2. O controle dos sintomas e eliminação dos parasitas ocorre entre 24 e 48 horas.</p><p>3. Usos off label: o tratamento da síndrome nefrótica idiopática é sensível a esteroides</p><p>(mecanismo de ação via podócitos).</p><p>Fonte: 2015 Jun;128(12):883-93. doi: Levamisole in steroid-sensitive Clin Sci (Lond).</p><p>10.1042/CS20140749. nephrotic syndrome: usefulness in adult patients and laboratory insights</p><p>into mechanisms of action via direct action on the kidney podocyte</p><p>MEBENDAZOL</p><p>• Methyl (5-benzoyl-1H-benzimidazol-2- yl) carbamate;</p><p>• Mecanismo de ação consiste na inibição da formação (síntese ou polimerização)</p><p>dos microtúbulos, alterando a capacidade de captação de nutrientes pelo parasito;</p><p>• Menos de 10% das moléculas são absorvidas pela via oral;</p><p>• Absorção aumenta com alimentos gordurosos;</p><p>• Apresenta alta distribuição: ligação com mais de 90% das proteínas plasmáticas;</p><p>• Gestação: risco C.</p><p>Efeitos adversos:</p><p>Diarreia, dor abdominal, leucopenia, agranulocitose e hipospermia.</p><p>Interações medicamentosas:</p><p>1. Metronidazol: pode potencializar os efeitos do metronidazol.</p><p>2. Carbamazepina e fenitoína: redução dos efeitos do mebendazol na presença desses fármacos.</p><p>3. Cimetidina: não eleva os níveis séricos do mebendazol.</p><p>Cuidados farmacêuticos:</p><p>1. O mebendazol apresenta um espectro de ação um pouco maior em relação ao albendazol,</p><p>sendo especialmente útil nas infecções por múltiplos organismos.</p><p>2. Não está estabelecido segurança e eficácia em crianças menores de 2 anos.</p><p>3. Pediatria (2 anos) – dose igual ao adulto.</p><p>4. Adolescentes e adultos: Ascaridíase, ancilostomíase, necatoríase, estrongiloidíase</p><p>e tricocefalíase (100 mg VO 12/12 por 3 dias), enterobíase: 100 mg VO 12q12, por 3 dias,</p><p>teníase: 200 mg VO 12/12 por 3 dias e larva migrans visceral: 200 mg VO 12/12 por 5 dias.</p><p>TIABENDAZOL</p><p>• Benzimidazol 4- (1H-1,3-benzodiazol-2-yl) -1,3-thiazole;</p><p>• Inibição da enzima fumarato redutase (mitocôndria). Afeta o processo de fosforilação</p><p>mitocondrial (geração de ATP);</p><p>• Liga-se seletivamente à beta-tubulina;</p><p>• Gestação: risco C;</p><p>• Lactação: não recomendado.</p><p>10 11</p><p>Efeitos adversos:</p><p>Vertigem, anorexia, náuseas, dor abdominal, vômitos, leucopenia, cristalúria, alucinações,</p><p>distúrbios olfatórios, eritema multiforme e Síndrome de Stevens-Johnson.</p><p>Administração:</p><p>• Administrar por VO após alimentos;</p><p>• Doses de acordo com o parasita;</p><p>• Não deve ser usado em neonatologia.</p><p>Interações medicamentosas:</p><p>1. Teofilina: pode resultar em aumento nos níveis plasmáticos da teofilina, monitora efei-</p><p>tos adversos.</p><p>Cuidados farmacêuticos:</p><p>• Poderá causar sonolência, visão borrada, ressecamento de membranas mucosas e sín-</p><p>drome sicca (queratoconjuntivite);</p><p>• Monitorar glicose;</p><p>• O tratamento medicamentoso de parasitoses deve ser associado à ingestão somente de</p><p>água filtrada ou fervida, lavar as roupas adequadamente, desinfetar vasos sanitários, lavar</p><p>as mãos com frequência e principalmente antes de preparar os alimentos.</p><p>PIPERAZINA</p><p>• A piperazina interfere na atividade neuromuscular do parasito, promovendo a aber-</p><p>tura dos canais de cloro ligados ao receptor GABA, localizado nas células musculares, pro-</p><p>vocando hiperpolarização da membrana do verme, isso resulta em uma paralisia flácida do</p><p>helminto, sendo, logo em seguida, expulso pelos movimentos intestinais;</p><p>• Uso exclusivo no tratamento da ascaridíase;</p><p>• Gestação: contraindicado;</p><p>• Lactação: contraindicado.</p><p>Interação medicamentosa:</p><p>1. Fenotiazinas: a piperazina pode potencializar os efeitos extrapiramidais das fenotiazinas.</p><p>Efeitos adversos:</p><p>Distúrbios transitórios, distúrbios GI, neurológicos, urticária, exacerbação da epilepsia,</p><p>distúrbios visuais, ataxia e hipotonia. Não é recomendado para infecções causadas por ou-</p><p>tros helmintos.</p><p>PAMOATO DE PIRANTEL</p><p>• Methyl-2- [(E)-2-(2-thienyl) vinyl] - 5,6 -dihydro-4H - pyrimidine;</p><p>• Fármaco que ocasiona a liberação de acetilcolina e resulta em inibição da colinesterase</p><p>e paralisia do parasito (bloqueadores</p><p>neuromusculares despolarizantes);</p><p>• Reduzida absorção por VO e metade do fármaco é excretado, não-biotransformado por</p><p>meio das fezes;</p><p>• Gestação: risco C;</p><p>• Lactação: não recomendado náuseas, diarreia, sonolência.</p><p>Efeitos adversos:</p><p>• Distúrbios GI, vômitos, insônia, cefaleia, exantema, tonturas, febre, prurido e rash.</p><p>• Muito efetivo contra organismos luminal e não efetivo contra estágios migratórios;</p><p>12 13</p><p>• Não é recomendado para menores de 2 anos;</p><p>• Pediatria: ascaridíase e oxiuríase (10mg/Kg/dose máxima 1 g) e ancilostomíase (20mg/</p><p>Kg/dia por 3 dias).</p><p>IVERMECTINA</p><p>• 22,23 - dihidro avermectina + 22,23- dihidro avermectina B1b (Lactona macrocíclica);</p><p>• Fármaco de escolha no tratamento da estrongiloidíase, oncocercose e pediculose;</p><p>• Rapidamente absorvido por VO e com amplo volume de distribuição;</p><p>• Excreção pela via urinária;</p><p>• Imobiliza o parasito exposto induzindo paralisia tônica da musculatura;</p><p>• Ativação de canais de cloreto (presentes somente em invertebrados);</p><p>• Ligação a canais de cloreto ativado por GABA.</p><p>Interações medicamentosas:</p><p>• Varfarina: os valores do INR podem elevar-se na presença da ivermectina;</p><p>• Barbitúricos, BZD e Ácido valpróico: elevam GABA;</p><p>• O tratamento é individual ou em massa nas áreas endêmicas. Provável eficácia em quadros</p><p>determinados pela migração tecidual de larvas de nematódeos, como a larva migrans visceral</p><p>e disseminação da estrongiloidíase.</p><p>• Pediculose na hiperinfecção e escabiose não responsiva ao tratamento tópico.</p><p>Cuidados farmacêuticos:</p><p>Fármaco de dose única (única administração); exceção no tratamento de estrongilóides</p><p>e larvas migrans (2 dias de tratamento) e trichiurus (3 dias de tratamento).</p><p>Efeitos adversos:</p><p>• Dor abdominal, constipação, diarreia, náusea, febre, cefaleia, tontura, sonolência, edema</p><p>cutâneo, rash, prurido e hipotensão;</p><p>• O tratamento com ivermectina comumente desencadeia uma reação semelhante à de</p><p>Mazotti à medida que as microfilárias são destruídas.</p><p>PRAZIQUANTEL</p><p>• (RS)-2- (Cyclohexylcarbonyl) 1,2,3,6,7,11bhexahydro-4H-pyrazino (2,1-alpha) isoquinoli-</p><p>ne 4- on;</p><p>• Produz dois efeitos principais nos esquistossomos adultos;</p><p>• As concentrações mais baixas aumentam a atividade muscular do parasito, ocasionando</p><p>contrações e paralisia espásticas. As concentrações ligeiramente maiores determinam a lesão</p><p>tegumentar;</p><p>• Gestação: risco B;</p><p>• Lactação: não recomendado.</p><p>Interações medicamentosas:</p><p>• Carbamazepina, cloroquina, fenitoína, fenobarbital: o pode causar redução dexametasona</p><p>e uso concomitante da concentração plasmática de praziquantel;</p><p>• Pediatria e adulto: 60mg/Kg/dia a cada 12 horas por um dia;</p><p>• Na cisticercose, usar 50 mg/kg/dia, 8/8 por 15 dexametasona dias (usa se houver sintomas</p><p>neurológicos).</p>

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