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Anestesiologia e Terapêutica Medicamentosa @ODONTOALIZANDO 1 MARIA EDUARDA RIBEIRO SUMÁRIO Introdução à Terapêutica Odontológica .......................... 3 Terapêutica Terapêutica Medicamentosa Consulta Inicial Classificação do Paciente ................................................. 3 Termos Básicos da Farmacologia ..................................... 4 Fórmulas Farmacêuticas Formas Farmacêuticas Vias de Administração.................................................. 7 Via Enteral Via Parenteral Farmacocinética...........................................................8 Farmacodinâmica.........................................................9 Fatores que Interferem nas Ações e nos Efeitos dos Fármacos Fisiologia da Dor..........................................................11 Tipos de Dor Mediadores Inflamatórios Regimes Analgésicos .....................................................13 Classes de Analgésicos Não Opióides...........................13 Classes de Analgésicos Opióides..................................15 Anti-Inflamatórios......................................................16 Anti-Inflamatórios Não Esteroidais.............................17 Não Seletivos Seletivos Anti-inflamatórios Esteroidais....................................20 Antibacterianos..........................................................21 Mecanismo de Ação Profilaxia Antibiótica Como escolher o antibiótico? Resistência Bacteriana Antifúngicos .............................................................27 Utilização na Odontologia: doenças fúngicas Antivirais......................................................................31 Sedação em Odontologia..............................................33 Tipos de Medo Sedação Mínima Óxido Nitroso Sedação Moderada Sedação Profunda Enxaguatórios Bucais....................................................36 Soluções Hemostáticas.................................................40 Toxina Botulínica .........................................................40 Normas de Prescrição ..................................................40 Tipos de Receituários Orientações Para Prescrição Anestésicos Locais e Vasoconstritores...........................43 Mecanismo de Ação Classificação Propriedades Cálculo da Dose Anestésica ..........................................48 Complicações Sistêmicas Associadas aos Anestesicos Locais............................................................................50 Armamentário em Anestesiologia.................................53 Técnicas Anestésicas Maxilares.....................................57 Injeção Supraperiosteal Bloqueio do Nervo Alveolar Superior Posterior Bloqueio do Nervo Alveolar Superior Médio Bloqueio do Nervo Alveolar Superior Anterior Bloqueio do Nervo Palatino Maior Bloqueio do Nervo Nasopalatino Infiltração Local no Palato Bloqueio do Nervo Maxilar Técnicas Anestésicas Complementares.........................65 Injeção Intraóssea Injeção Intraligamentar 2 MARIA EDUARDA RIBEIRO Injeção Intrasseptal Injeção Intrapulpar Injeção Submucosa Técnicas Anestésicas Mandibulares..............................68 Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior Bloqueio do Nervo Bucal Bloqueio do Nervo Mentoniano Bloqueio do Nervo Incisivo Bloqueio do Nervo Mandibular Técnicas Complementares............................................75 Acidentes e Complicações Locais em Anestesiologia Oral.............................................................................75 Referências.................................................................80 3 MARIA EDUARDA RIBEIRO Introdução à Terapêutica Odontológica TERAPÊUTICA: - Ramo da medicina que se encarrega de administrar tratamentos para tratar problemas de saúde. - Finalidade de conseguir curar, tratar ou minimizar os sintomas. - Provisão de fármacos e a indicação de diversas ações (repouso, dieta adequada, exercícios físicos). TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Procedimentos Eletivos: Pré agendados, após estabelecer um plano inicial. Podem ser utilizados para controlar o estresse cirúrgico, dor e infecção pós-operatória. Urgências Odontológicas: Paciente procura atendimento com dor, requerendo pronto atendimento. CONSULTA INICIAL A anamnese é a base da consulta odontológica inicial, que tem por objetivo colher informações para formar uma ou mais hipóteses diagnósticas. Ao mesmo tempo, permite que o cirurgião- dentista comece a delinear o perfil do paciente que será tratado sob sua responsabilidade profissional. ➤Identificar alterações sistêmicas; ➤Medicações de uso contínuo (antidepressivos, anticoagulantes, anticonvulsivantes); ➤Exame Físico: Sinais vitais. Classificação do Paciente ➤Critérios ASA-PS (Sociedade Americana de Anestesiologistas). Obs: Classificação utilizada para pacientes adultos. ASA I: Paciente saudável, de acordo com a história médica não possui nenhuma anormalidade, sem ansiedade. É capaz de tolerar o estresse ao tratamento dentário e possui risco mínimo de complicações. São excluídos pacientes muito jovens ou idosos. ASA II: Paciente portador de doença sistêmica moderada. Apresentar maior grau de ansiedade. Pode exigir certas modificações no plano de tratamento (p. ex., troca de informações com o médico, menor duração dos atendimentos cuidados no posicionamento na cadeira odontológica, protocolo de sedação mínima, menores volumes de soluções anestésicas, etc.). Apresenta risco mínimo de complicações durante o atendimento. ASA II • Paciente extremamente ansioso, com história de episódios de mal-estar ou desmaio na clínica odontológica. • Paciente com > 65 anos. • Obesidade moderada. • Primeiros dois trimestres da gestação. • Hipertensão arterial controlada com medicação. • Diabético tipo II, controlado com dieta e/ou medicamentos. • Portador de distúrbios convulsivos, controlados com medicação. • Asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador em aerossol. (Geralmente em anestesias gerais) • Tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). • Angina estável, assintomática, exceto em extremas condições de estresse. (Pressão no peito, pode gerar isquemia transitória. Caso tenha sintomas frequentes, deve-se passar para ASA III) • Paciente com história de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, sem apresentar sintomas. A American Society of Anesthesiologists (Associação Americana de Anestesiologistas) adota um sistema de classificação de pacientes com base no estado físico (physical status), daí a sigla ASA-PS. 4 MARIA EDUARDA RIBEIRO ASA III: Paciente portador de doenças ou condição sistêmica severa, que limita suas atividades. Geralmente exige algumas modificações no plano de tratamento, sendo imprescindível a troca de informações com o médico. O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado, embora este paciente apresente um maior risco durante o atendimento. Troca de informações com o médico: Expor a possível realização de um tratamento e conferir se há risco. Qual a condição com relação à doença? ASA III • Obesidade mórbida. • Último trimestre da gestação. • Diabético tipo I (que faz uso de insulina), com a doença controlada. • Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 9599 mmHg. (Não controlada) • História de episódios frequentes de angina do peito, apresentando sintomas após exercícios leves. • Insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos. • Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica). • Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática. • Paciente sob quimioterapia. • Hemofilia. • História de infarto do miocárdio,e sua meia-vida biológica é mais prolongada do que a de outros macrolídeos; • Mantém concentrações ativas por até 10 dias no local da infecção. • Aumento da resistência bacteriana. LINCOSAMINAS CLINDAMICINA • Bactericida, ou bacteriostática (dependendo da concentração), com boa difusão em tecido ósseo; • Ação contra bactérias aeróbias, anaeróbias facultativas gram-positivas e anaeróbias estritas; • Boa alternativa para pacientes alérgicos às penicilinas; • Uso restrito em crianças: não há apresentação em solução apenas cápsulas ou endovenoso. AGENTE NITROIMIDAZÓLICO METRONIDAZOL • Eficaz contra bactérias anaeróbicas, especialmente as gram-negativas – não age contra bactérias aeróbias e microaerófilas. • Bem absorvido por via oral, atravessando barreiras teciduais rapidamente e em grandes concentrações, sendo distribuído na saliva e no fluído do sulco gengival – utilizado como complemento no tratamento de periodontite crônica. • Bactericida – o grupamento nitro é reduzido, levando a formação de radicais tóxicos que interrompem a síntese de DNA da célula bacteriana. • Efeitos adversos: Gosto metálico, dor estomacal, náuseas e vômitos. • Metronidazol + álcool = “efeito antabuse”, “efeito dissulfiram”. • Normalmente utilizado na Odontologia em conjunto com a Amoxicilina – a indicação é para infecções avançadas, presença de celulite, pericoronarites, ou periodontite agressiva (aggregactibacter actinomycetemcomitans) TETRACICLINAS 26 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Bacteriostáticas, inibem a síntese de proteínas bacterianas. • Possuem um amplo espectro de ação que inclui bactérias grampositivas, gram-negativas, aeróbias, anaeróbias e espiroquetas – • Se sobrepõe às penicilinas e macrolídeos. • As tetraciclinas atingem níveis no fluido gengival maiores que os níveis sanguíneos. MINOCICLINA E DOXICICLINA • Muito eficaz no tratamento da periodontite agressiva. • Têm apresentado resistência bacteriana; • Reações adversas; queilite angular, faringite, anorexia, náusea, desconforto gastrointestinal, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade. Manchamento dental: A deposição da droga possivelmente se deva à quelação, característica entre os nódulos de tetraciclina e o cálcio em deposição, formando o complexo ortofosfato tetraciclina-cálcio. • Contra-indicação: crianças e gestantes. ANTIBIÓTICOS – COMO ESCOLHER? Os fatores que influenciam a escolha dos antimicrobianos são: 1. As características do paciente como: idade, função renal e hepática, estado imunológico, localização do processo infeccioso, terapia prévia com antimicrobianos, gravidez/lactação e sensibilidade do paciente; 2. Os agentes etiológicos que envolvem a análise do antibiograma e os prováveis mecanismos de resistência; 3. As propriedades dos antimicrobianos como a farmacocinética e a farmacodinâmica, mecanismo de ação, toxicidade, interação medicamentosa e custos. Como proceder quando houver mais de um antibiótico adequado? Dentre os possíveis antibióticos efetivos, deve-se sempre escolher com base em: RESISTÊNCIA BACTERIANA • Relação dose x resposta orgânica • Princípios de resistência bacteriana Pressão seletiva: Mudança das condições do ambiente forçam as bactérias a se adaptarem. As mais adaptadas sobrevivem gerando descendentes mais adaptados. O uso indiscriminado ou errôneo de ATB é o responsável. • Superbactérias – KPC – ambiente hospitalar Tipos de resistência bacteriana • Intrínseca: Herança genética do M.O. Ex: Micoplasma x penicilinas. • Adquirida: Quando ocorre em uma espécie bacteriana anteriormente sensível – Resultado de alterações bioquímicas/estruturais na célula bacteriana – Alteração genética. Mecanismos de resistência bacteriana 1. Produção de enzimas inativadoras Ex: Beta- lactamases promovem a hidrólise das penicilinas. 2. Interferência na entrada e acúmulo de fármaco nas bactérias • Estreitamento ou fechamento de canais proteicos (gram-negativas), pelos quais os fármacos penetram e atingem seus receptores. • Bombeamento ativo para o meio extracelular – proteínas funcionam como bombas, excretando o ATB para fora. 3. Alteração do receptor para a ação do fármaco Por mutação cromossômica ocorre alteração bioquímica do receptor, impedindo a ligação entre o fármaco e seu receptor na bactéria. Um novo antibiótico vai ser disponibilizado no Brasil para o tratamento de infecções causadas por algumas bactérias resistentes. Com o nome comercial de Zerbaxa, o medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no começo do ano para o tratamento de infecções intra abdominais e infecções do trato urinário mais complicadas O antibiótico não está fazendo efeito? Se o antibiótico não está fazendo efeito, pode ser por alguma das seguintes razões: 27 MARIA EDUARDA RIBEIRO • A doença não é aquela que se pensou e o paciente pode estar tomando o antibiótico errado; • A dose do antibiótico é insuficiente (baixa); • Não estão sendo obedecidos os horários de tomar o medicamento; • Pode haver perda de medicamento por vômito; • O paciente está tomando outros medicamentos ou ingerindo alimentos que interferem no efeito do antibiótico; • Resistência bacteriana. Beber álcool corta o efeito do antibiótico? • O álcool não corta diretamente o efeito do antibiótico, mas aumenta a eliminação de urina. Como consequência, o antibiótico é excretado mais rapidamente do organismo, diminuindo o seu efeito. • O álcool é uma substância muito irritante para a mucosa gastrointestinal. • Além disso, tanto o antibiótico como o álcool são processados pelo fígado, o que sobrecarrega o órgão. Uso racional de antibióticos • Bom senso! • Identificar pacientes de risco; • Analisar criteriosamente se os procedimentos de descontaminação local, por si só, não seriam suficientes. Dicas de prescrição: -Sem necessidade de antibiótico: Exodontia de dente decíduo, exodontia ‘’fácil’’ em paciente com doença periodontal crônica controlada, raspagem ou subgengival, periodontite crônica leve, pericementite, biopulpectomia, biópsia de tecido mole. • Amoxicilina 1h antes e 500mg - 8/8h por 7 dias. • Alérgicos - substituir por clindamicina. -Exodontia de dentes inclusos/impactados (procedimento longo) -Colocação de implantes -Enxerto ósseo ou gengival -Remoção de lesões intra-ósseas. • Amoxicilina 500mg - 8/8h por 7 dias. -Alveolite, abscesso periodontal • Amoxicilina 500 mg + Metronidazol 8/8h por 7 dias. -Periodontite crônica moderada à severa, periodontite agressiva, pericoronarite, gengivite ulcerativa necrosante. • Amoxicilina 500 mg + ácido clavulânico 125 mg 8/8h por 7 dias. -Abscesso periapical agudo, abscesso fênix. Antifúngicos Fungos • Organismos unicelulares ou pluricelulares que se alimentam através da absorção direta de nutrientes. • Eucariontes – com parede celular rígida. Infecções fúngicas: • Infecções por fungos são invasões dos tecidos por uma ou mais espécies de fungos. • Variam de superficiais, da pele, até mais profundas, de órgãos e do sangue (septicemia) ou doenças sistêmicas. • Alguns fungos são oportunistas, afetam apenas pessoas imunodeprimidas, e outros são patogênicos, causam doença independente do estado do sistema imunológico. • Superficiais: Atingem a camada superficial da pele e mucosas; • Cutâneas: Atingem a pele, pelo e unhas; • Subcutâneas: Atingem camadas profundas da derme e tecido Subcutâneas subcutâneo; • Sistêmicas: Quando há disseminação da infecção pela corrente Sistêmicas sanguínea; • Oportunistas: Quando ocorre em virtude de imunossupressão. FUNGOS – CANDIDA ALBICANS • Fungo oportunista; • Presente na cavidade oral, trato digestivo e genital – 80% da população. 28 MARIA EDUARDA RIBEIRO Patogenicidade: • Formaçãode hifas: Capacitam a célula para exercer força mecânica e penetrar nas superfícies epiteliais. • Produção de enzimas extracelulares hidrolíticas - degradam proteínas extracelulares e de membrana do hospedeiro. Infecções fúngicas: • Últimas 3 décadas - aumento. • Fungemia/Candidemia - choque séptico. MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIFÚNGICOS: • Os polienos se ligam ao ergosterol, comprometendo a integridade da membrana. • Síntese de parede celular: Polioxinas inibem a síntese de quitina. • Azóis e alilaminas inibem a síntese do ergosterol. • Griseofulvina impede a agregação de microtúbulos durante a mitose. • Fluorocitosina é um análogo de nucleotídeo que inibe a síntese de ácidos nucleicos. UTILIZAÇÃO NA ODONTOLOGIA: CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA (SAPINHO): www.wikipedia.org/candidiase-oral Sintomas: Placas branco amareladas, cremosas, destacáveis, sensação de queimação, hálito fétido. Localizações: Mucosa Jugal, língua, palato. Fatores Associados: Antibioticoterapia, imunossupressão. QUEILITE ANGULAR: WWW. MULTIORAL.COM.BR Sintomas: Lesões vermelhas fissuradas, irritadas, sensação de ferimento. Localizações: Ângulos da boca. Fatores Associados: Imunossupressão, perda da dimensão vertical, hipersalivação. http://www.wikipedia.org/candidiase-oral 29 MARIA EDUARDA RIBEIRO CANDIDÍASE ATRÓFICA AGUDA: grupo_de_estudo_cape_arquivos/imagens_arquivos GLOSSITE ROMBOIDAL MEDIANA (ATROFIA PAPILAR CENTRAL): Sintomas: Áreas mucosas atróficas, vermelhas, assintomática. Localizações: Linha média, região posterior do dorso lingual. Fatores Associados: Idiopática, imunossupressão. CANDIDÍASE MULTIFOCAL CRÔNICA: www.scielo.org.ve Sintomas: Áreas vermelhas, placas brancas removíveis; sensação de queimação, assintomáticas. Localizações: Região posterior do palato, região posterior do dorso da língua, ângulos da boca. Fatores Associados: Imunossupressão. Sintomas: Manchas vermelhas, sensação de queimação. Localizações: Região posterior do palato duro, mucosa jugal, dorso da língua. Fatores Associados: Antibioticoterapia, imunossupressão, idiopática (causa desconhecida). http://www.scielo.org.ve/ 30 MARIA EDUARDA RIBEIRO ESTOMATITE PROTÉTICA (CANDIDÍASE ATRÓFICA CRÔNICA: Maziero et al, 2009 Sintomas: Vermelhas, assintomáticas. Localizações: Limitada à superfície do palato que suporta a prótese. Fatores Associados: Trauma, higiene oral deficiente. TRATAMENTO DA CANDIDÍASE: • Conhecimento / Controle das condições sistêmicas. • Higiene oral / prótese. • Medicamentos. Desinfecção da prótese: • Limpeza Mecânica: Escova dura, sabão. • Limpeza Química O Antifúngico Ideal: • Toxicidade seletiva ↓ efeitos colaterais; • Amplo espectro de ação; • Não permita a seleção de fungos resistentes; • Não ser alérgeno; • Boa farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e excreção); • Baixo custo. Agente Poliênico: NISTATINA • 1º poliênico (1949); • Isolado de Streptomyces noursei; • Tratamento de infecções muco-cutâneas por Candida spp; • Uso somente tópico – suspensão, pastilhas, cremes; • Altamente tóxico por via IM ou EV; • Efeitos colaterais: Ardência, náuseas, vômito, diarreia em doses elevadas; • Mais utilizado na Odontologia. Suspensão oral 100.000UI/ml: Bochechar 1 colher de chá, durante um 1 minuto, 5x ao dia por 7 a 14 dias. Pastilhas 200.000UI/pastilha: Dissolver 1 pastilha na boca, lentamente, 5x ao dia. Creme vaginal 100.000UI/gr: Aplicar na superfície inferior da prótese e na área afetada 5x ao dia. *Alto teor de açúcar. Azois: • Amplo espectro de ação; • Boa disponibilidade por via oral; • Seguros e bem tolerados; • Efeitos adversos mínimos; • Não recomendados durante a gravidez e lactação. Imidazóis: CLOTRIMAZOL • Creme, 10mg: Aplicar na lesão 4x ao dia, por 14 dias. • Exclusivo para queilite angular. • Baixo espectro de ação – eficaz contra C. albicans. • Irritação local. • Toxicidade sistêmica. MICONAZOL • Gel, 20mg/g: Aplicar sobre a área afetada, 4x ao dia, por 7 dias, ou até a completa resolução. • Baixo espectro de ação – eficaz contra C. albicans • Irritação local. CETOCONAZOL • Cetoconazol Comprimido, 200mg * 1 comprimido por dia, durante 1 a 2 semanas. 31 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Cetoconazol + Dipropionato de Betametasona Creme. 20mg de cetoconazol + 0,5mg de dipropionato de betametasona: Aplicar sobre a lesão (queilite angular) 2x ao dia. • Menor espectro que os triazóis • Mais reações adversas- risco de toxicidade hepática. • Interfere na síntese de testosterona. • Uso tópico: Irritação, sensibilidade. • Resistência em pacientes com AIDS. Triazólicos FLUCONAZOL • Fluconazol Comprimido, 150mg Tomar dois comprimidos no dia 1 e, em seguida, um comprimido por dia, durante os próximos 13 • dias. • Alta biodisponibilidade • Menos efeitos adversos que os outros azóis – melhor tolerância gastrintestinal • Eficaz em pacientes com AIDS • Contra-indicado em pacientes com disfunção hepática • Diminui concentração quando adm com Rifampicina, fenitoína, barbitúricos. ITRACONAZOL • Comprimidos, 100mg. 1 comprimido por dia, por 14 dias. • Amplo espectro de ação • Necessita meio ácido • Aumenta concentração das estatinas • Relatos de resistência de C. albicans Resistência aos antifúngicos – Como contornar? • Evitar o uso indiscriminado de antifúngicos; • Diagnóstico correto; • Tratamento adequado; • Utilizar dosagens adequadas e suficientes; • Mudar tão logo de antifúngico quando se observa que o fungo possui sinais de resistência. Antivirais Vírus: • Agentes infecciosos envolvidos numa grande variedade de doenças; • Estrutura simples; • Principais vias de transmissão: tratos respiratório, gastrointestinal e genital, pele, urina, sangue e placenta; • Necessita de uma célula viva para se reproduzir. Infecção Viral: • O vírus se adere, libera o seu conteúdo genético na célula e assume o controle; • Conflito entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e a capacidade de agressão intrínseca do microrganismo. • Uma doença ocorre somente se o vírus se replica em número suficiente para danificar ou destruir diretamente células essenciais, causar a liberação de toxinas pelos tecidos infectados, danificar genes celulares ou danificar funções orgânicas indiretamente como resultado da resposta imune do hospedeiro à presença de antígenos virais. • Agudas: indica a produção rápida de vírus seguida da resolução e eliminação rápida da infecção pelo hospedeiro. Essas infecções podem ser localizadas quando se restringem aos tecidos e órgãos que inicialmente foram utilizados como porta de entrada pelo vírus ou sistêmicas quando se distribuem através do organismo e alcançam distintos tecidos e órgãos simultaneamente. 32 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Persistentes: não são eliminadas rapidamente e as partículas virais ou produtos virais continuam a ser produzidos por longos períodos. As partículas infecciosas podem ser produzidas continua ou intermitentemente por meses ou anos. Períodos da infecção: Período de incubação • Início da infecção até o momento em que os primeiros sintomas se tornam aparentes. Na maioria das viroses, o período de incubação varia entre 2 e 15 dias. O período de incubação mantém uma relação de proporcionalidade com o período de transmissibilidade. Período prodrômico • Período da infecção em que o indivíduo apresenta sintomas clínicos generalizados e inespecíficos da doença (por exemplo febre, mal estar, dor de cabeça, náuseas e enjoos, mialgia) e que antecede os sintomas característicos da doença. Período de transmissão • Período duranteo qual o indivíduo infectado permanece transmitindo o vírus. INFECÇÃO POR HSV-1: HERPES LABIAL • Muito contagiosa - transmitida pelo contato direto com ulcerações ou, por vezes, com uma área afetada quando nenhuma ulceração estiver presente. • Causa bolhas ou ulcerações na boca ou nos órgãos genitais e, muitas vezes com a primeira infecção, uma febre e sensação geral de mal-estar. • Fica latente nos gânglios nervosos e é reativado várias vezes durante a vida; • Nenhum medicamento pode erradicar a infecção, mas medicamentos antivirais podem ajudar a aliviar os sintomas e abreviar o tempo de duração. O Antiviral ideal • Penetrar na célula; • Possuir um largo espectro; • Possuir potência suficiente para a inibição completa da replicação viral; • Não conduzir ao desenvolvimento de resistência; • Exibir uma toxicidade mínima para a célula hospedeira; • Não interferir com os mecanismos normais de defesa celular; • Não suprimir o processo normal de desenvolvimento da imunidade ativa do hospedeiro. Objetivos do tratamento Herpes Labial: • Diminuir o tempo de duração das lesões; • Diminuir a sintomatologia; • Diminuir a transmissão. Obs: Não perfurar as vesículas - infecção bacteriana. Não manipular a lesão – transmissão para outros sítios. ACICLOVIR • Agente derivado da guanina, com alta especificidade contra o vírus herpes-simples e varicela-zoster; • Convertido em monofosfato pela timidina quinase e apenas adequadamente ativada nas células infectadas; • O monofosfato é convertido em trifosfato, e este inibe a DNA polimerase viral. • Meia-vida intracelular: 1 hora (considerada como curta, o que justifica o menor intervalo posológico); • Comprimidos de 200mg Tomar 1 cp, 5x ao dia. • Creme (bisnaga de 10g) Aplicar o creme 5x ao dia por 5 dias. Efeitos: • diminuição da eliminação viral • aceleração da resolução e antecipação da cicatrização das lesões • Interrupção do surgimento de lesões novas. Efeitos adversos mínimos • Mais frequentes: Dor de cabeça, tontura. 33 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Menos frequentes: Náusea, vômito, diarreia, dores abdominais; VALACICLOVIR • O Cloridrato de Valaciclovir é o éster L-valina do aciclovir, um nucleosídeo análogo da guanina; • Conversão rápida e quase completa em aciclovir e valina, provavelmente, pela enzima Cloridrato de Valaciclovir hidrolase; • Maior biodisponibilidade que o Aciclovir; • Resistência é rara. • Comprimidos de 500mg Tomar 1cp de 12/12 horas por 5 dias. • Maior comodidade posológica que o Aciclovir; • Eficácia semelhante; Efeitos adversos: Dor de cabeça, náuseas. FANCICLOVIR • Após administração oral, fanciclovir é absorvido e rapidamente convertido ao componente ativo, penciclovir. • Se dirige às células infectadas pelos vírus, onde é rápida e eficientemente convertido em trifosfato. • O trisfosfato de penciclovir permanece nas células infectadas por mais de 12 horas, onde inibe a reprodução de DNA do vírus. • Comprimidos de 125mg Tomar 2 cp (250mg), 3x ao dia por 5 dias. • Meia-vida intracelular longa; • Menor frequência posológica que o aciclovir; • Efeitos adversos: Cefaleia e náuseas; • Não utilizar em crianças; • Contém lactose; • Alto custo. PENCICLOVIR: • Creme (1%) Aplicar o creme 8x ao dia por 4 dias. • Atinge concentração intracelular superior ao aciclovir; • Efeitos adversos: ardência ou dor no local da aplicação. • •Não recomenda-se a utilização em menores de 12 anos. Resistência viral • Algumas pessoas não relatam redução de sintomas/ tempo de duração das lesões com o uso de antivirais; • Indício de resistência aos antivirais; • Poucos estudos na literatura; • Relevância é maior em pacientes imunocomprometidos – tratamento com drogas intravenosas podem ser mais efetivo. Sedação em Odontologia Medo de Dentista: • Cerca de 5 a 22% da população adulta mundial sofre de ansiedade dentária (Hu et al., 2007); • A maioria da população evita a consulta odontológica, recorrendo somente após o aparecimento de sintomas dolorosos (Jongh et al., 2008); • Perpetua a experiência traumática – e impacta na percepção dos filhos. TIPOS DE MEDO E ANSIEDADE ODONTOLÓGICA: • Medo de estímulos específicos: Injeções, o som do motor, o gosto de sangue e a sensação de qualquer instrumento tocando um dente. • Medo de catástrofes médicas: Sentimento de que pode acontecer uma emergência médica a qualquer momento – podem dizer estar sufocando durante uma moldagem. • Ansiedade odontológica generalizada: Não conseguem identificar exatamente o motivo da ansiedade. Descrevem a situação de atendimento como terrível ou assustadora. • Desconfiança em relação a equipe odontológica: Expressam experiências negativas anteriores, questionamentos com relação aos procedimentos, podem usar sarcasmo e insultos. ANSIEDADE X DOR O limiar de dor de pacientes ansiosos e apreensivos é mais baixo se comparado ao de indivíduos não-ansiosos. Controle de Ansiedade não-farmacológico: • Relação profissional / paciente • Comunicação – Iatrosedação • Ambiente (cores, música, revistas, audiovisual). 34 MARIA EDUARDA RIBEIRO SEDAÇÃO MÍNIMA: • Estado obtido com o uso de técnicas de sedação em que o paciente responde ao comando verbal; • A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas; • As funções cardiovascular e respiratória não apresentam comprometimento. Indicações: • Quando o quadro de ansiedade aguda não for controlável apenas por meio de métodos não farmacológicos. • Nas intervenções mais invasivas (drenagem de abscessos, exodontia de inclusos, cirurgias periodontais, colocação de implantes, etc.) • No atendimento de pacientes portadores de doença cardiovascular, asma brônquica ou com história de episódios convulsivos, com a doença controlada. • Logo após traumatismos dentários acidentais, em situações que requerem pronto atendimento. Critérios para a escolha da técnica de sedação: • Segura; • Bem aceita pelo paciente; • Não comprometer as vias áereas; • Não resultar em hipoventilação ou bradicardia. MEDICAMENTOS X ÓXIDO NITROSO Medicamentos: Benzodiazepínicos: • Classe de medicamentos mais usadas no mundo para o tratamento da ansiedade; • Efeito inibitório no SNC; • Seus efeitos farmacológicos são sedação, hipnose, redução de ansiedade, amnésia, relaxamento muscular e anticonvulsivante. • Mecanismo de Ação: Ligam-se a receptores do ácido gama-aminobutírico (Gaba) pós sinápticos e aumentam a permeabilidade a íons cloro, ocasionam hiperpolarização e estabilização da membrana neuronal. • Metabolização hepática e eliminação renal. • Deve ser eficaz em dosagem que altere o mínimo os sinais vitais, promova rápida recuperação e com baixa incidência de reações adversas. Diazepam: • Fármaco padrão – introduzido no mercado em 1963. • Início de ação: 60 minutos; • Meia-vida entre 20 a 50 horas – longa duração de ação; Atestado de 3 dias. • Efeitos clínicos desaparecerem em 2 a 3 horas, porém a sonolência e o prejuízo na função psicomotora podem persistir por mais tempo (12-24 h); • Adultos: 5 a 10mg 1h antes – Idosos 5mg 1h antes; • Crianças maiores de 4 anos: 0,2 a 0,5mg/kg 1h antes; • Segurança clínica; • Efeito analgésico; • *Pacientes extremamente ansiosos: 1 dose na noite anterior. Midazolam: • Sintetizado em 1975 – empregado como hipnótico (indução de sono). • Rapidamente absorvido • Início de ação: 30 minutos. • Duração do efeito: 1 a 2 horas. • Adultos: 7,5 a 15mg 1h antes • Idosos: 7,5mg 1h antes • Crianças maiores de 4 anos: 0,3 a 0,5mg/kg 1h antes • Apresentação intranasal • Amnésia anterógrada Lorazepam: • Início de ação entre 1 e 2 horas; • Duração do efeito: entre 2 e 3 horas; • Adultos: 1 a 2mg 1h antes; • Idosos: 1mg 1h antes; • Menos efeitos paradoxais; •Principal indicação para idosos; • Contra-indicado para crianças. • *Pacientes extremamente ansiosos: 1 dose na noite anterior. Alprazolam: • Início de ação: 60 minutos. • Duração do efeito: 1 a 2 horas. • Adultos: 0,5 a 1mg 1h antes • Idosos: 0,25 a 0,5mg 1h antes • Apresentação em comprimido sublingual – Frontal® • Contra-indicado para crianças • Alternativa ao Midazolam – menos efeitos paradoxais. 35 MARIA EDUARDA RIBEIRO Efeitos colaterais: • Poucos quando empregados em dose única, ou por tempo restrito; • Mais comum: Sonolência; • Amnésia anterógrada - “esquecimento dos fatos que se seguiram a um evento tomado como ponto de referência.”; • Efeitos paradoxais – 1%; • Leve diminuição da PA, frequência cardíaca e respiratória. Monitoramento do Paciente: -Mov. Corporais. -Olhos. -Expressão Facial. -Consciência. • Oxigênio • PA Uso com Precaução: • Pacientes tratados concomitantemente com outros fármacos depressores do sistema nervoso central (anti-histamínicos, antitussígenos, barbitúricos, anticonvulsivantes, etc.), pelo risco de potencialização do efeito depressor; • Portadores de insuficiência respiratória de grau leve; • Portadores de doença hepática ou renal; • Portadores de insuficiência cardíaca congestiva (ICC); • Na gravidez (2º trimestre) e durante a lactação. Contra indicações de uso: • Portadores de insuficiência respiratória grave • Portadores de glaucoma de ângulo estreito • Portadores de miastenia grave • Gestantes (primeiro trimestre e ao final da gestação) • Crianças com comprometimento físico ou mental severo • História de hipersensibilidade aos benzodiazepínicos • Apneia do sono • Etilistas: além de potencializar o efeito depressor dos benzodiazepínicos sobre o SNC, o álcool etílico pode induzir maior metabolização hepática desses compostos. Interações Medicamentosas: • Álcool • Anti-psicóticos / Anti-epiléticos / Antidepressivos • Opióides (tramadol) • Eritromicina/Rifampicina (potencializa ação dos Bdz) • Anticoncepcional (potencializa ação dos Bdz) • Anti-fúngicos (diminui ação dos Bdz). Medicamentos utilizados como sedativos em crianças: Hidrato de Cloral: • Hidrato de cloral é produzido a partir do cloro e etanol em solução ácida; • “Boa noite cinderela” • Propriedades sedativas e hipnóticas; • Apesar de o seu exato mecanismo de ação ainda ser incerto, o HC é metabolizado em tricloroetanol, metabólito ativo responsável pelos efeitos hipnóticos; • Meia-vida de 8-12 horas. • Efeitos adversos: tosse, desconforto respiratório, vômito. • Não é vendido em farmácias, precisa ser manipulado Anti-histamínicos: • Medicamentos utilizados para controle de quadros alérgicos; • Inibem a histamina – Sonolência; • Efeitos adversos: Sedação (positivo) - Hipotensão, tontura (negativos); • Início de ação: 30 minutos; • 1ª geração: Fenergan, Polaramine; • A sedação não acontece em todos os pacientes; • Efeito paradoxal SEDAÇÃO MÍNIMA COM ÓXIDO NITROSO: Óxido Nitroso: • “Gás do riso”, “Gás hilariante”; • Gás incolor, não irritante e de baixa solubilidade; • Descoberto pelo químico inglês Joseph Priestley (1733-1804); • O Cirurgião-Dentista Horace Wells (1815-1848) descobriu em 1844 as suas propriedades anestésicas e aperfeiçoou sua técnica de uso; • Amplamente utilizado na Odontologia – adultos e crianças. • Tranquiliza o paciente de forma rápida e segura, diminuindo a sua sensibilidade à dor – não tem efeito analgésico Como é utilizado? • Por meio de uma máscara, o paciente inala uma mistura de óxido nitroso e oxigênio com no 36 MARIA EDUARDA RIBEIRO máximo 70% de óxido. Esses dois gases saem de cilindros e a proporção da mistura é controlada pelo dentista; • Após ser inalado, o gás alcança os pulmões. Como a substância tem grande capacidade de expansão, ela passa pelos alvéolos pulmonares e cai na corrente sanguínea; • Rapidamente o gás começa a circular pela corrente sanguínea em direção ao sistema nervoso central, onde o óxido nitroso passa a agir cerca de 5 minutos após ser inalado pela pessoa; • A ação do gás é no córtex cerebral, região relacionada aos sentimentos de medo, ansiedade e autocensura. Indicações: • Crianças • Pacientes ansiosos • Doenças cardiovasculares • Distúrbios convulsivos Limitações: • Procedimentos em região anterior de maxila. Contra indicações: • Respiradores bucais • Obstrução nasal • DPOC • Infecções respiratórias agudas Vantagens em relação aos Benzodiazepínicos: • Tempo curto (5 min) para se atingir os níveis adequados de sedação e para a recuperação do paciente, que muitas vezes pode ser dispensado sem acompanhante. • A duração e a intensidade da sedação são controladas pelo profissional em qualquer momento do atendimento - doses individualizadas. Desvantagens • Investimento alto; • Curso de habilitação; Efeitos Colaterais: Muito raros • Tontura • Náuseas • Vômito • Dor de cabeça • Tremores Medicamentos alternativos para a Sedação Mínima: FITOTERÁPICOS • Valeriana Officinalis – propriedades ansiolíticas e hipnóticas; • Passiflora incarnata – reduz ansiedade sem produzir sedação; 500mg, 90min antes da cirurgia, como prémedicação anestésica. Estudo de Pinheiro (2004) avaliou cirurgias bilaterais de terceiros molares inclusos em 20 voluntários que utilizaram 100mg de valeriana por via oral, 1h antes do procedimento, e concluíram que 70- 75% dos voluntários mostraram-se mais relaxados durante a intervenção. SEDAÇÃO MODERADA: • Estado de depressão da consciência, obtido com o uso de medicamentos, no qual o paciente responde ao estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil. • Não são necessárias intervenções para manter a via aérea permeável, a ventilação espontânea é suficiente e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada. SEDAÇÃO PROFUNDA: • Depressão da consciência induzida por medicamentos, e nela o paciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos; • A ventilação espontânea pode estar comprometida e ser insuficiente; • Pode ocorrer a necessidade de assistência para a manutenção da via aérea permeável; • A função cardiovascular geralmente é mantida. Enxaguatórios Bucais • São formulações líquidas, destituídas de abrasividade, que são utilizados como coadjuvantes profiláticos importantes no controle do biofilme dental. • Joseph Lister, foi pioneiro na ideia de utilizar desinfetantes nos hospitais e durante atos cirúrgicos - queda na mortalidade de pacientes, que ocorreu no século 19. • O desinfetante Listerine® (1879) pelos Drs. Joseph Lawrence e Jordan Wheat 37 MARIA EDUARDA RIBEIRO Lambert como um antisséptico cirúrgico, para ser utilizado desde como desinfetante de pisos até para tratar DST´s. Era utilizado para limpar sítios cirúrgicos e irrigar feridas, reduzindo o risco de infecções perigosas após as cirurgias. • Listerine® foi o 1º antisséptico a ser utilizado no atendimento odontológico em 1895; • Usado na Primeira Guerra Mundial pelos médicos, para limpar as feridas no campo de batalha; Indicações: • Prevenção da cárie dentária; • Reduzir a placa bacteriana; • Prevenir e tratar a gengivite; • Reduzir a velocidade com que o cálculo dentário se forma sobre os dentes; • Antissepsia pré-cirúrgica; • Adjuvantes na cicatrização da ferida cirúrgica; • Adjuvantes no clareamento dental; • Limitações temporárias da motricidade dos membros superiores; • Pacientes jovens e com boa higiene oral não precisam, nem devem, usar enxaguatório bucal rotineiramente. • Escovação com dentifrício fluoretado é o suficiente para manter a saúde bucal. • Uso rotineiro e prolongado está associado a: • Redução do paladar • Mancha nos dentes • Mau-hálito • Câncer bucal: O álcool torna as célulasda mucosa mais permeáveis. Pode ser considerado um ‘’promotor’’ do câncer. O mau hálito não deve ser tratado com enxaguatórios. A halitose deve ser diagnosticada e tratada com base na causa do problema. Causas de halitose: • Gengivites/Periodontites • Causas respiratórias • Causas digestivas • Causas metabólicas (Ex: diabetes) Composição: • Formulação líquida que combina água, álcool, agentes de limpeza (detergentes), enzimas, agentes de sabor (aromatizantes), emolientes, metilparabeno, benzoato de sódio (conservantes) e edulcorantes (dulcificantes). • Agentes antimicrobianos; • Flúor ; • Sais adstringentes ; • Neutralizadores de odores ; Enxaguatórios bucais: Óleos essenciais: LISTERINE • Timol, mentol, eucaliptol e salicilato de metila; • O mecanismo de ação do Listerine® consiste no rompimento da parede celular bacteriana, inibindo a síntese enzimática, diminuindo os lipopolissacarídeos e o conteúdo proteico da bactéria, podendo inclusive, extrair endotoxinas de patógenos gram-negativos, diminuindo a patogenicidade do biofilme dental; • Diversos estudos clínicos controlados apresentam uma eficácia dos óleos essenciais em retardar o desenvolvimento da placa bacteriana por até 45 a 56% e reduzir a placa existente em até 39 a 48%, sendo que o uso contínuo do produto consegue-se reduzir os escores de gengivite em até 59%. • Aprovado pela American Dental Association; Desvantagens: • Contém álcool - Sensação de queimação e gosto ardido; perda de paladar, erosões na mucosa, xerostomia. • Causa desequilíbrio na microbiota oral; • Baixa substantividade – 4h Cloreto de cetilpiridínio: CEPACOL • O mecanismo de ação está relacionado com o aumento da permeabilidade da parede celular, que favorece a lise, diminui o metabolismo celular, e a habilidade da bactéria em se aderir a superfície dentária; • Apresentam moderada atividade anti-placa; • Sua efetividade de ação é de apenas 3-5 horas devido à rápida desadsorção e, portanto, eliminação; Baixa substantividade; Não contém álcool na formulação; • Contém flúor; • Devem ser utilizados como bochechos pelo menos uma hora após a escovação dental, pois componentes dos dentifrícios podem neutralizar o CCP. • Uso prolongado dessa substância pode provocar sensação de queimação, pigmentação dos dentes, ulcerações recorrentes e aumento da formação de cálculo. 38 MARIA EDUARDA RIBEIRO Triclosan: PLAX • Ação baseada na desorganização da membrana celular e inibição inespecífica de enzimas da membrana; amplo espectro antimicrobiano, com atividade contra bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e fungos; • Apresenta baixa toxicidade, não promove desequilíbrio na microbiota, ausência de efeitos colaterais e é plenamente compatível com todos os componentes dos dentifrícios; • Em concentrações de 0,2% tem moderada ação inibitória da placa (menor que a clorexidina) e atividade antimicrobiana por 5 horas; • Baixa substantividade; • Não contém álcool na formulação. Contém flúor. • Possível agente cancerígeno – estudos em animais – controvérsias. Digluconato de Clorexidina: Periogard • Age provocando a lise da membrana citoplasmática bacteriana, sendo bactericida. • Possui grande substantividade, permanecendo aderida a ambos tecidos moles e duros bucais por até 12 horas. Utilizar de 12/12 horas; Não ultrapassar 15 dias. • Muito importante para a biossegurança no ambiente de trabalho (consultórios, clínicas, etc); • Não possui álcool na formulação; • Aprovado pela American Dental Association; • Antissepsia extrabucal pré-cirúrgica: 2%; • Antissepsia intrabucal pré-cirúrgica: 0,2%; • Tratamento de gengivites/periodontites: 0,12%; (boa eficácia e menores efeitos adversos). • Reduz em até 95% o número total de bactérias viáveis na cavidade oral; • Até o momento, é o agente mais estudado e mais eficaz para a inibição e prevenção da gengivite; • Desvantagens: Manchamento dental e de restaurações de resina composta, sabor desagradável, alteração de paladar, descamação da mucosa. Benzidamina: FLOGORAL • Tratamento de processos inflamatórios e dolorosos da boca e garganta. Apresenta propriedades anti-inflamatória, analgésica e anestésica. Indicações: • Aftas (estomatites, mucosites e outras manifestações inflamatórias da mucosa bucal e da língua); • Na dor de dente; • Na dor e inflamação da garganta e nos sintomas do resfriado e da gripe (amigdalites, faringites e laringites); • Na dor pós-traumática (após procedimentos odontológicos, otorrinolaringológicos e bucomaxilofaciais como amigdalectomias, fraturas de mandíbula, cistos maxilares, calculoses salivares, extração dentária). • Não possui ação anti-séptica significativa; • Pode ser utilizado para bochecho várias vezes ao dia; • Efeitos adversos se restringem a hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Malva sylvestris: MALVATRICIN • Malva sylvestris possui ação anti-inflamatória; • É utilizada para inflamações da pele, boca, garganta (laringite, faringite). • Tirotricina + Sulfato de Hidroxiquinolina é um medicamento com propriedades antissépticas, indicado para o alívio rápido e temporário das dores e inflamações da boca e da garganta; • Contém álcool. Pré-requisitos para um bom enxaguatório bucal: • Eficácia contra os microrganismos responsáveis pela inflamação gengival; • Substantividade; • Deve permanecer estável em temperatura ambiente por tempo considerável; • Possuir formulação segura para exposição em seres humanos com ausência ou o mínimo de efeitos colaterais nocivos. APLICAÇÃO TERAPÊUTICA Gengivites e Periodontites: • Em combinação com o tratamento mecânico, utilizar digluconato de clorexidina 0,12%, de 12/12 horas por 14 dias. Periogard®, Noplak®. O anti-séptico disponível no mercado odontológico que melhor preenche os itens postulados e considerado o “padrão ouro” é a clorexidina na forma de digluconato de clorexidina a 0,12%, quando comparada com as demais substâncias desenvolvidas para atuar sobre a formação de placa e desenvolvimento de gengivite. 39 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Alternativa: Listerine®, Cloreto de Cetilperidínio – 2x ao dia. Pós-operatório exodontia: A partir do 3º dia: Digluconato de clorexidina 0,12%, de 12/12 horas, até remover a sutura. Alternativa: Malvatricin® - 2x ao dia. Aftas e Mucosites: • Benzidamina (Flogoral), 5x ao dia enquanto houver lesões. Controle de cárie durante o uso do aparelho ortodôntico: • Triclosan – 2x ao dia. Orientações gerais: • Bochechar por pelo menos 1 minuto; • Não ingerir alimentos ou líquidos por 30 minutos após o bochecho; • Não diluir Bochecho com Água oxigenada: quando utilizar? • Não recomendado em casos de: Carcinogênico, Irritação da mucosa ou Desmineralização dentária. • Eficaz contra bactérias gram-negativas. Peróxido de hidrogênio a 3% (10 vols.), diluído em igual parte de água limpa. Utilizar 3x ao dia, após a higienização bucal. FLUORETO DE SÓDIO: • 1950 – ADA recomenda a fluoretação da água no abastecimento público ; • (OMS, Ministério da Saúde) • Eficácia comprovada no controle da cárie dentária (diminuição de 20 a 40%); • A faixa de concentração de fluoretos usada na fluoretação de águas é de 700 a 1200 ppm, dependendo do clima da região; Mecanismo de Ação: • Confere resistência ao esmalte dentário ao longo de toda vida, nos processos de desmineralização/remineralização; • A queda de pH do biofilme decorrente da produção de ácidos a partir de carboidratos possibilita que o fluoreto se ligue ao esmalte dentário promovendo a remineralização; • A presença contínua de pequenas quantidades de flúor no meio bucal é indispensável para que o efeito preventivo se manifeste, com a formação de fluoreto de cálcio na etapa de remineralização; • Admite-se que essa nova superfície, contendo flúor, é muito menossolúvel em ácidos que a superfície de esmalte original Fontes de Fluoreto de sódio: • Água/alimentos; • Dentifrícios; • Enxaguatórios bucais; • Gel; • Verniz cavitário. Dentifrícios fluoretados • Devem conter pelo menos 1000 ppm de flúor; • Adultos e crianças; • Mantém constantes os níveis de flúor na cavidade bucal. Fluoretos de Sódio: Enxaguatórios Bucais: • Sensibilidade dental; • Alto índice de cáries; • Ausência de fluoretação da água, ou com baixos índices. • As soluções para bochechos contendo 225 ppm F (0,05% de NaF) são recomendadas para o uso diário e as que contêm 900 ppm F (0,2% de NaF) são recomendadas para uso semanal. • Produto manipulado; • Crianças acima de 6 anos. Géis Fluoretados: • Ausência de fluoretação; • Sensibilidade dental; • Populações com alto índice de cáries. Os géis fluoretados contêm de 0,9 a 1,23% de flúor (9.000 a 12.300 ppm F). – Método populacional. • Não beber água ou comer nos 30 minutos após a aplicação. Vernizes Fluoretados: • Tem como objetivo prolongar o tempo de contato entre o flúor e o esmalte do dente. Ele fica aderido à superfície por um longo período após a aplicação; • Nos vernizes são encontrados 22.600 ppm F. – aplicação no consultório. Indicações: • Tratamento dessensibilizante na cervical dos dentes; • Prevenção da cárie após restauração; • Prevenção da cárie em quem faz uso de aparelhos ortodônticos fixos; • Para superfícies dentárias descalcificadas e fissuras descoloradas -Nas 12 horas seguintes recomenda-se que os pacientes tenham uma alimentação leve e líquida e não escovem os dentes nesse período. Ingestão Frequente: Fluorose Dentária. 40 MARIA EDUARDA RIBEIRO Ingestão Excessiva: TOXICIDADE AGUDA Gastrointestinais: Náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal. Neurológicos: • Parestesia, depressão do sistema nervoso central, coma. Sistema cardiovascular: • Pulso fraco, hipotensão, choque. SOLUÇÕES HEMOSTÁTICAS: Fios retráteis embebidos em solução adstringente. Indicações: • Preparos protéticos; • Moldagem com fins protéticos em localização subgengival; • Restaurações decorrentes de cárie cervical ou abrasões; • Fratura de coroa. • As soluções adstringentes apresentam efeito local e contém sais de alumínio ou ferro, que causam isquemia temporária contraindo o tecido gengival e controlando o fluído. • Manter no local de 3-5 minutos. Não ultrapassar 10 minutos. Esponjas Hemostáticas: • Meio de hemostasia local, principalmente utilizado em pacientes com plaquetopenia. • Tem a função de iniciar a agregação de plaquetas, permitindo a coagulação sanguínea; • Colocar dentro do alvéolo, preenchendo completamente. Avitene® (colágeno microfibrilar) é um material de origem bovina, sendo esponjoso, macio e poroso. Estimula a adesividade das plaquetas, produzindo uma maior aproximação entre elas. Hemospon® é uma esponja de gelatina liofilizada de origem porcina, tendo como indicação do fabricante o seu uso em cirurgia oral como agente hemostático e cicatrizante. Surgicel® é uma celulose oxidada e regenerada, tendo como elemento básico o ácido polianidroglucurônico. Apresenta o formato de uma malha com fios entrelaçados e, em contato com o sangue, torna-se umedecido e adere-se aos vasos sanguíneos, formando um coágulo artificial. TOXINA BOTULÍNICA: • A toxina botulínica é produzida naturalmente pelo Clostridium botulinum, uma bactéria anaeróbia, que produz oito tipos sorológicos de toxina, sendo a do tipo-A a mais potente e por isto utilizada clinicamente. • É um agente bloqueador neuromuscular - causa paralisia do músculo na qual é injetada porque impede a liberação de acetilcolina, neurotransmissor que transporta mensagens entre o cérebro e as fibras musculares. Sem a ação do nervo, ocorre uma redução temporária da atividade muscular. Indicações na Odontologia • Sorriso gengival • Bruxismo • Assimetria facial • Sialorréia • Dores na ATM Efeitos adversos • Dor no local de aplicação; • Eritema/edema; • Equimose; • Ptose palpebral; • Infecção no local; • Cefaleia. Contra-indicações: • Alergia a algum dos componentes da toxina (clara de ovo. • Infecção no sítio de aplicação, • Doenças neuromusculares, • Gestantes/Lactantes Normas de Prescrição de Medicamentos A lei 5.081/66 que regulamenta o exercício da Odontologia, estabelece que compete ao cirurgião-dentista prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia, além de ser permitida a prescrição e aplicação de medicamentos de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente. Prescrição de Medicamentos em odontologia: • Medicamentos isentos de prescrição: Venda Livre; • Medicamentos vendidos sob prescrição: Sem retenção de receita; 41 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Medicamentos vendidos sob prescrição de receita - Sujeitos a controle especial: Com retenção de receita; MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO (MIP): • AAS, Dipirona, Paracetamol • Naproxeno, ibuprofeno, cetoprofeno • Nistatina, clotrimazol, miconazol (uso tópico) • Anti-sépticos bucais MEDICAMENTOS VENDIDOS SOB PRESCRIÇÃO: Quando houver tarja vermelha em que há o texto “Venda sob prescrição médica”, o medicamento pode ser vendido sem retenção de receita. • Nimesulida • Diclofenaco • Piroxicam • Dexametasona • Betametasona • Triancinolona • Antifúngicos (uso interno) • Antivirais (tópico e uso interno) MEDICAMENTOS VENDIDOS SOB PRESCRIÇÃO - SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL: No caso da tarja vermelha em que há o texto “Venda sob prescrição médica, só pode ser vendido com retenção da receita”, uma via da receita fica na farmácia. • Antibióticos • Analgésicos opióides • Anti-inflamatórios seletivos da COX-2 No caso da tarja preta em que há o texto “Venda sob prescrição médica, o abuso deste medicamento pode causar dependência”, deve ser prescrito em receita específica. • Benzodiazepínicos TIPOS DE RECEITUÁRIOS: Receituário Simples: • 1 Via - MIP e medicamentos sob prescrição sem retenção de receita; • 2 Vias - Antibióticos; Deve conter: Nome do paciente, modo de uso da(s) medicação(ões) prescritas, o nome do profissional prescritor, acompanhado do endereço de consultório ou instituição onde se deu o atendimento, data, assinatura e número de inscrição no seu respectivo Conselho Profissional. *Quando prescrever antibióticos em receita simples, incluir: Idade,sexo. Receituário de controle especial: • 2 Vias: • É confeccionado pelo profissional; • Não precisa de autorização prévia das autoridades sanitárias; • Medicamentos da lista C1, C2 e C5; • Antibióticos (validade 10 dias), Analgésios opioides e Anti- inflamatórios seletivos da COX-2 (validade de 30 dias); • Validade em todo o território nacional; 1. Identificação do Emitente: Deve ser impresso em formulário do profissional ou instituição, contendo nome e endereço do consultório ou da residência do profissional, número do CRO e no caso da instituição, nome e endereço. 2. Nome e endereço do PACIENTE. 3. Prescrição: nome do medicamento ou da substância prescrita sob forma de DCB, 42 MARIA EDUARDA RIBEIRO dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade e posologia. 4. Identificação do comprador e do fornecedor: Campos de preenchimento exclusivo do farmacêutico. 5. 1ª Via e 2ª Via são dizeres obrigatórios; https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2016/01/tipos -de-receita-prescricao.html Receita Azul - B: • Os talonários de NRB ou NRB2 devem ser confeccionados em uma gráfica, a expensas do próprio prescritor, de acordo com o modelo disponibilizado na Portaria SVS/MS 344/98. • Requer autorização da Vigilância sanitária. • Notificação de receita tipo B1 - Cor azul. • Para medicamentos relacionadosnas listas B1 (Psicotrópicas) - BENZODIAZEPÍNICOS. • Validade após prescrição: 30 dias. Somente no estado emitente. • Quantidade máxima/receita: 60 dias de tratamento. • Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável. https://www.slideshare.net/pharmakon n/informe-tcnico-03-notificaes-de- receita-b-e-b2 Receita Amarela - A • Para medicamentos relacionados nas listas A1 e A2 (Entorpecentes) e A3 (Psicotrópicos); • Validade após prescrição: 30 dias. Válida em todo o território nacional. • Quantidade máxima/receita: 30 dias; • Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável; • Codeína e Tramadol: nas doses utilizadas em odontologia devem ser prescritos no receituário de controle especial (branco); ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: 1. ser clara, legível e em linguagem compreensível; 2. escrita sem rasura, por extenso e legível; 3. não apresentar abreviaturas, códigos ou símbolos; 4. informar nome, forma farmacêutica e concentração do medicamento prescrito; 5. conter quantidade total de medicamento (número de comprimidos, drágeas, ampolas, envelopes), de acordo com a dose e a duração do tratamento; 6. conter via de administração, o intervalo entre as doses, a dose máxima por dia e a duração do tratamento; 7. conter nome, endereço e telefone do cirurgião- dentista de forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso de medicamentos prescritos; 8. conter data da prescrição, assinatura e carimbo do prescritor; 9. conter manifestação expressa se não desejar permitir a intercambialidade do medicamento de marca prescrito pelo genérico ou similar, conforme disposto na Lei nº 9.787/9. INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS: Exemplos: Genérico https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2016/01/tipos-de-receita-prescricao.html https://cadernodefarmacia.blogspot.com/2016/01/tipos-de-receita-prescricao.html https://www.slideshare.net/pharmakonn/informe-tcnico-03-notificaes-de-receita-b-e-b2 https://www.slideshare.net/pharmakonn/informe-tcnico-03-notificaes-de-receita-b-e-b2 https://www.slideshare.net/pharmakonn/informe-tcnico-03-notificaes-de-receita-b-e-b2 43 MARIA EDUARDA RIBEIRO Nimesulida 100mg -------------------------1 caixa Tomar 1 (um) comprimido, por via oral, a cada 12 (doze) horas, por 3 (três) dias. Referência Nisulid® 100mg -----------------------------1 caixa Tomar 1 (um) comprimido, por via oral, a cada 12 (doze) horas, por 3 (três) dias. Similar Cimelide® 100mg --------------------------1 caixa Tomar 1 (um) comprimido, por via oral, a cada 12 (doze) horas, por 3 (três) dias. Farmácias Públicas: • Prescrever a Denominação Comum Brasileira (DCB) - nome genérico. • A dispensação respeitará a disponibilidade de produtos. • Nas farmácias privadas pode prescrever genérico ou marca comercial. Exemplos de Receitas: Uso externo: Digluconato de clorexidina 0,12% ------- 500 ml Bochechar 10 ml, durante 1 minuto, de 12 em 12 horas por 14 dias. Obs: Não deglutir, e não ingerir líquidos ou sólidos por 30 minutos após o bochecho. Uso externo: Fluoreto de sódio 0,05% -----------------100 ml Bochechar 10 ml, durante 1 minuto, 1x ao dia por 7 dias. Obs: Não deglutir, e não ingerir líquidos ou sólidos por 30 minutos após o bochecho. Receita de controle especial branca - 2 vias Uso interno: Amoxicilina 500mg -------------------------------------- ----------------------25 comprimidos Tomar 4 (quatro) comprimidos, por via oral, 1 hora antes da cirurgia, e no pós-operatório tomar 1 comprimido, por via oral, a cada 8 horas, durante 7 (sete) dias. 1 Caixa possui 21 comprimidos. O paciente terá que comprar 2 caixas. Sobrará 17 comprimidos. Deve-se optar por oferecer a dose pré-operatória no consultório odontológico. Uso interno: Amoxicilina 500mg--------------------------1 caixa Tomar 1 (um) comprimido, por via oral, a cada 8 horas, durante 7 (sete) dias. Anestésicos Locais e Vasoconstritores Anestesia Local: Perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. • Perda de sensibilidade sem indução da perda de consciência; • As substâncias utilizadas devem induzir um estado transitório e totalmente reversível. • Anestésicos locais – injetados ou tópicos. HISTÓRICO • Nativos dos Andes: mastigavam folhas de coca (Erythoxylum coca) – Dormência na língua. • Carl Koller (1884) – Cocaína como anestésico tópico para cirurgias oftálmicas; • William Halstead popularizou a aplicação da cocaína para infiltração local; • Substituição da cocaína – toxicidade e propriedades estimulantes • Procaína – em substituição à cocaína em 1905. • 1948 – Lidocaína – Era das amidas. MECANISMO DE AÇÃO Impedem a geração e a condução de um impulso nervoso. 44 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Bloqueio da via química entre a origem do impulso e o cérebro. Portanto, o impulso abortado, impedido de chegar ao cérebro, não pode ser interpretado como dor pelo paciente. FATORES QUE INTERFEREM NA AÇÃO 1. Tamanho molecular 2. Solubilidade lipídica 3. Tipo de fibra bloqueada 4. pH do meio 5. Concentração do anestésico 6. Associação com vasoconstritores SEQUÊNCIA DE BLOQUEIO 1. Dor 2. Frio 3. Calor 4. Tato 5. Função Motora CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS • Compostos por um grupo aromático (parte lipofílica), uma cadeia intermediária e um grupo terminal amina (parte hidrofílica). • Bases fracas, pouco solúveis. • Adição de ácido clorídrico, formando um sal = cloridrato, que aumenta a solubilidade e estabilidade do anestésico. Classificados conforme a estrutura química: 1. Ésteres: • Metabolização Plasmática – hidrólise • Ácido para-aminobenzoico (PABA) - Potencial alergênico • Meia vida curta • Benzocaína 2. Amidas: • Metabolização hepática (citocromo P450) • Mais estáveis • Meia vida mais prolongada • Lidocaína • Mepivacaína • Prilocaína • Bupivacaína • Articaína PROPRIEDADES DESEJÁVEIS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS 1. Não deve ser irritante para o tecido no qual é aplicado. 2. Não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura dos nervos. 3. Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa. 4. Deve ser eficaz, independentemente de ser infiltrado no tecido ou aplicado localmente nas membranas mucosas. 5. O tempo de início da anestesia deve ser o mais breve possível. 6. A duração de ação deve ser longa o suficiente para possibilitar que se complete o procedimento, porém não tão longa que exija uma recuperação prolongada. EFEITOS • Vasodilatação; • Aumento da perfusão sanguínea; • Aumenta a velocidade de absorção pelo SCV; • Diminuição do anestésico no local da aplicação; • Aumento dos níveis plasmáticos do anestésico local; • Risco de toxicidade; • Diminuição da duração do efeito anestésico; • Maior sangramento; Como controlar? • Utilização de Vasoconstritores. VASOCONSTRITORES Aminas Simpatomiméticas: • Epinefrina (adrenalina) • Norepinefrina (noradrenalina) • Levonordefrina • Fenilefrina Análoga da vasopressina: • Felipressina. Efeitos: 1. Constrição dos vasos sanguíneos, diminuição do fluxo sanguíneo no local de administração. 45 MARIA EDUARDA RIBEIRO 2. Absorção mais lenta, logo níveis de anestésicos mais baixos no sistema cardiovascular. 3. Menor risco de toxicidade local. 4. Duração de ação mais prolongada, devido a presença mais prolongada do anestésico na zona de aplicação. 5. Diminuição do sangramento no local de ação, durante procedimentos cirúrgicos. Apresentações Comerciais: • Lidocaína com epinefrina • Lidocaína com norepinefrina • Lidocaína com fenilefrina • Mepivacaína com epinefrina • Mepivacaína com levonordefrina • Mepivacaína semvasoconstritor • Articaína com epinefrina • Prilocaína com felipressina • Bupivacaína com epinefrina BENZOCAÍNA • Éster – Uso tópico • Anestesia tópica prévia a anestesia infiltrativa. • Não deve ser empregada em indivíduos com história de hipersensibilidade aos ésteres. • Após aplicação por 2 min, promove anestesia da mucosa superficial (previamente seca), diminuindo ou eliminando a dor à punção da agulha, especialmente na região vestibular. LIDOCAÍNA • Mais utilizado na Odontologia; • Rápida difusão nos tecidos – rápido bloqueio. Início de ação entre 2-4 minutos; • Duração da anestesia pulpar sem vasoconstritor é limitada a 5-10 min. • Com vasoconstritor, proporciona entre 40- 60 min de anestesia pulpar. • Em tecidos moles, sua ação anestésica pode permanecer em torno de 120-150 min. • Concentração 1 e 2% - com ou sem vasoconstritor. • Concentração de 5% por via tópica (pomada) – Xylocaína. MEPIVACAÍNA • Potência anestésica similar à da lidocaína. • Início de ação entre 1,5-2 min. • Produz discreta ação vasodilatadora. Por isso, quando empregada na forma pura, sem vasoconstritor (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais duradoura do que a lidocaína (por até 20 min na técnica infiltrativa e por 40 min na técnica de bloqueio regional). • Metabolização hepática mais lenta que a Lidocaína. • Toxicidade semelhante à da lidocaína. PRILOCAÍNA • Potência anestésica similar à da lidocaína. • Sua ação tem início entre 2-4 min. • É metabolizada mais rapidamente do que a lidocaína, no fígado e nos pulmões. • Apesar de ser menos tóxica do que a lidocaína e a mepivacaína, em casos de sobredosagem produz o aumento dos níveis de meta-hemoglobina no sangue. • Cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de anemias, alterações respiratórias ou cardiovasculares). • Não recomendado para gestantes. ARTICAÍNA • Rápido início de ação, entre 1-2 min. • Potência 1,5 vezes maior do que a da lidocaína. • É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo. Como a biotransformação começa no plasma, sua meia-vida plasmática é mais curta do que a dos demais anestésicos (40 min), propiciando a eliminação mais rápida pelos rins. • Reúne as condições ideais de ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em adultos, idosos e pacientes portadores de disfunção hepática e renal. • Indício de parestesia em bloqueios regionais; • Sua toxicidade é semelhante à da lidocaína. 46 MARIA EDUARDA RIBEIRO BUPIVACAÍNA • Sua potência anestésica é 4x maior do que a da lidocaína. • Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade também é 4x maior em relação à lidocaína. Por isso, é utilizada na concentração de 0,5%. • Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína, mepivacaína e prilocaína. • Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual, produz anestesia pulpar por até 4 h e em tecidos moles, por até 12 h. • Utilizada no controle da dor pós-operatória / espera no atendimento • Não indicada para menores de 12 anos. DURAÇÃO DA ANESTESIA Início da ação Duração Polpa Duração Tecidos Moles Lidocaína 2% 2 a 4 min 40 a 60 min 2 a 3 h Lidocaína 2% sem vaso 2 a 4 min 5 a 10 min 1 a 2 h Mepivacaína 2% 1,5 a 2 min 60 min 3,5 h Mepivacaína 3% sem vaso 1,5 a 2 min 20 a 40 min 2 h Articaína 4% 1 a 2 min 60 a 90 min 3 a 4 h Prilocaína 3% 2 a 4 min 60 a 90 min 3 a 4 h Bupivacaína 0,5% 6 a 10 min 2 a 3 horas 5 a 9 h Propriedades gerais dos vasoconstritores: • As aminas simpatomiméticas agem sobre os receptores adrenérgicos, encontrados na maioria dos tecidos do organismo. Esses receptores são de dois tipos: alfa (α), com os subtipos α1 e α2, ou beta (β), com os subtipos β1, e β2. Alfa 1 • Vasoconstrição; • ⇑ resistência periférica; • ⇑ pressão arterial; • midríase; • Estímulo da contração do esfíncter superior da bexiga. Alfa 2 • Inibição da liberação de noradrenalina; • Inibição da liberação de insulina; Beta 1 • Taquicardia; • ⇑ da lipólise; • ⇑ da contratilidade do miocárdio; Beta 2 • Vasodilatação; • ⇓ da rest. periférica; • Broncodilatação; • ⇑ da glicogenólise musc. e hep. • ⇑ liberação do glucagon. • Relaxamento da musc. uterina; • Prolonga a ação anestésica; • Diminui a toxicidade; • Diminui o sangramento; CONCENTRAÇÕES 1:50.000 Em 50.000 ml de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor. Em 1ml de solução anestésica há 0,02mg de vasoconstritor. 1:100.000 Em 100.000 ml de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor. Em 1ml de solução anestésica há 0,01mg de vasoconstritor. 1:200.000 Em 200.000 ml de solução anestésica há 1g (1000mg) do vasoconstritor. Em 1ml de solução anestésica há 0,005mg de vasoconstritor. EPINEFRINA - ADRENALINA • Mais utilizado em todo o mundo, devendo ser o agente de escolha para a quase totalidade dos procedimentos odontológicos em pacientes saudáveis, incluindo crianças, gestantes e idosos. 47 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Após a infiltração na maxila ou o bloqueio mandibular, a epinefrina promove a constrição dos vasos das redes arteriolar e venosa da área injetada. • Está contida em soluções cujos sais anestésicos são a Lidocaína, Mepivacaína, Articaína e Bupivacaína. • Efeitos cardiovasculares (a depender da dose): Efeitos em α1, β1, β2. • AUMENTA a frequência cardíaca, a força de contração, a pressão arterial e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Devo usar vasoconstritor em pacientes com doença cardiovascular? • Se o paciente apresentar dor durante o procedimento devido a um controle inadequado da duração e profundidade da anestesia, consequentemente será submetido a um estresse. Estresse = Liberação de catecolaminas endógenas para o sistema cardiovascular em nível aproximado de 40 vezes maior que em repouso, acarretando uma exacerbação de problemas cardiovasculares pré-existentes. Prudente conversar com o cardiologista nas seguintes situações: • Hipertensos (PA sistólica > 160 mmHg ou diastólica > 100 mmHg). • História de infarto agudo do miocárdio – recente. • Períodotransitórios de hipertensão arterial. • Através da estimulação α ela produz constrição dos vasos sanguíneos cutâneos - O grau e a duração da isquemia observada após a infiltração no palato podem levar à necrose dos tecidos moles. • Elevação da glicemia, porém, menor do que a epinefrina. • Encontra-se comercialmente associada a Lidocaína (pouco utilizada). 48 MARIA EDUARDA RIBEIRO LEVONORDEFRINA • Corbadrina • Atua por meio da estimulação direta dos receptores α (75%), com alguma atividade em β (25%). • Tem somente 15% da ação vasopressora da epinefrina, sem nenhuma vantagem em relação a esta. • Pouco eficaz para hemostasia. • Associada a Mepivacaína - Pouco utilizada; FENILEFRINA • É um α-estimulador por excelência (95%), pois exerce pequena ou nenhuma ação nos receptores β1. • Apesar de apresentar apenas 5% da potência vasoconstritora da epinefrina, na concentração empregada (1:2.500), pode promover vasoconstrição com duração mais prolongada. • Na sobredosagem de fenilefrina (relativa ou absoluta), os efeitos adversos também são mais duradouros, como o aumento da pressão arterial e cefaleia na região occipital. • Associada a lidocaína 2%. Estudos mostram aumento dos níveis sanguíneos do anestésico, em comparação com a adrenalina. • Hemostasia durante o procedimento não é tão eficaz. FELIPRESSINA • Análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético), está contida em soluções cujo sal anestésico é a prilocaína. • A vasoconstrição é decorrente de sua ação sobre os receptores V1 da vasopressina, presentes no músculo liso da parede dos vasos sanguíneos, com ação muito mais acentuada na microcirculação venosa do que na arteriolar. • Pouco controle da hemostasia, o que explica o maior sangramento observado durante os procedimentos cirúrgicos. • Apresenta ações antidiuréticas e ocitócicas, as últimas contraindicando seu uso em gestantes. • Não tem efeitos diretos no miocárdio; utilizada quando há contra-indicação para epinefrina. • Pode ser administrada com segurança a pacientes com hipertireoidismo. SEM VASOCONSTRITOR • Mepivacaína 3% e Lidocaína 2% Indicações: • Hipertireoidismo sem controle • Hipertensão grave não-controlada • Doenças cardiovasculares isquêmicas • Crianças pequenas – mutilação Doses máximas de anestésicos: Cálculo da dose 1 tubete = 1,8ml PARÂMETROS • Concentração do anestésico na solução • Doses máximas recomendadas • Peso corporal do paciente Passo 1: Calcular a quantidade de anestésico presente em cada tubete. Passo 2: Calcular a dose máx que o paciente pode receber, de acordo com seu peso. Passo 3: Calcular a dose máxima que o paciente pode receber em tubetes. Como calcular a quantidade de anestésico por tubete? Lidocaína 2%. 20 mg de Lidocaína em 1ml de solução. 20 mg -------------------------1ml x mg ---------------------------1,8 ml x = 36 mg Calcular ou conferir o seguinte: • 2% - 36mg por tubete • 3% - 54mg por tubete 49 MARIA EDUARDA RIBEIRO • 4% - 72mg por tubete • 0,5%- 9mg por tubete • Independente do sal anestésico. Como calcular a Dose máxima de tubetes? 1. Peso do paciente. 2. Conferir a tabela de dose máxima. 3. Conferir a quantidade de anestésico por tubete. 4. PESO X DOSE MÁXIMA MG/KG = DOSE MÁX DO PACIENTE. 5. DOSE MÁX DO PACIENTE : QNT DE ANESTÉSICO POR TUBETE = DOSE MÁXIMA DE TUBETES. 6. Obs: A dose máx do paciente não pode ultrapassar o máximo absoluto. Paciente de 60 kg Articaína 4% Dose máxima: 7 mg/kg 60 x 7 = 420 420mg / 72mg = 5,8 tubetes ESCOLHA DO ANESTÉSICO LOCAL Fatores que influenciam na escolha do Anestésico Local para um paciente: • Tempo necessário de controle da dor • Necessidade potencial de controle da dor após o tratamento • Possibilidade de automutilação no período pós-operatório • Necessidade de hemostasia • Presença de qualquer contraindicação (absoluta ou relativa) à solução anestésica local selecionada para administração Em pacientes saudáveis: Procedimentos de curta a média duração. Anestesia pulpar > 30 min Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ml Procedimentos invasivos ou de maior tempo de duração. Ex: Trat. endodôntico, exodontias de inclusos, cirurgias periodontais, implantes, enxertos. Maxila – Bloqueio regional: -Lidocaína 2% ou mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 - Técnica infiltrativa: Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Mandíbula – Bloqueio regional: -Lidocaína 2% ou mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 - Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000 Situações Especiais: Disfunção renal ou hepática • Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 • Máximo de 2 tubetes. • Evitar Mepivacaína. Paciente 60 Kg saudável está sendo submetida a um procedimento com Prilocaína 3%. Recebeu 2 tubetes e não houve sucesso na anestesia. Troca para lidocaína 2%. Qual a dose máxima de lidocaína que a paciente pode receber? Prilocaína 3% Dose por kg: 6mg/kg Máximo absoluto: 400mg 54 mg (em 1 tubete) 60kg x 6 = 360/ 54 = 6,6 tubetes. Lidocaína 2% Dose por kg: 4,4mg/kg Máximo absoluto: 300mg 36mg (1 tubete) 60 x 4,4 = 264 mg/36 = 7 tubetes Pode receber 5 tubetes. Me baseio pelo anestésico que tem a menor dose máxima absoluta. 50 MARIA EDUARDA RIBEIRO Crianças • Mepivacaína 3% sem vaso • Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000. Diabéticos • Evitar epinefrina. • Utilizar Prilocaína 3% com Felipressina 0,03UI. Gestantes • Não utilizar Prilocaína com Felipressina. • Utilizar Lidocaína 2% 1:100.000 ou 1:200.000. • Máximo de 2 tubetes. Hipertensos • Controlados: Lidocaína 2% com epinefrina 1:200.000 Máximo de 2 tubetes • Não controlados: Prilocaína 3% com Felipressina 0,03UI – Máximo de 3 tubetes. Complicações Sistêmicas Associadas aos Anestésicos Locais PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS: • Princípio 1: Nenhum fármaco exerce uma ação única. Todos os fármacos exercem várias ações, desejáveis e indesejáveis. • Princípio 2: Nenhum fármaco clinicamente útil é inteiramente destituído de toxicidade. • Princípio 3: A toxicidade potencial de um fármaco depende do paciente. REAÇÕES ADVERSAS: • Superdosagem: Sinais clínicos e sintomas que se manifestam como resultado de administração excessiva absoluta ou relativa de um fármaco, o que leva a níveis sanguíneos elevados do fármaco em seus órgãos-alvo – reação dose- dependente. • Alergia: É um estado hipersensível adquirido após exposição a um alérgeno particular - substância capaz de induzir reatividade corporal alterada - resposta exagerada do sistema imune do paciente. SUPERDOSAGEM Para que uma reação por superdosagem ocorra, o fármaco deve primeiramente ganhar acesso ao sistema circulatório em quantidades suficientes para produzir efeitos adversos em vários tecidos corporais. CAUSAS: • A biotransformação da droga é muito lenta; • A droga é eliminada muito lentamente do corpo através dos rins; • É administrada uma dose total muito grande; • A absorção local da injeção é incomumente rápida; • Ocorre administração intravascular inadvertida. FATORES PREDISPONENTES: • Paciente: Idade, peso, outros fármacos, doenças pré-existentes, atitude mental. • Fármaco: Vasoatividade, concentração, dose, via de administração, velocidade de injeção, vascularização no local de injeção, presença de vasoconstritores. FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE: Idade: • Extremos de idade. • As funções de absorção, metabolismo e excreção podem estar desenvolvidas de forma imperfeita em pessoas muito jovens e reduzidas em pessoas idosas. Peso:• Quanto maior o peso corporal, maior a dose do fármaco tolerada antes que ocorram reações por superdosagem. Indivíduos maiores têm maior volume 51 MARIA EDUARDA RIBEIRO sanguíneo e consequentemente um nível menor do fármaco por ml de sangue. Doença Pré-existente: • Tanto a disfunção renal quanto a hepática dificultam a capacidade de o corpo metabolizar e excretar o anestésico local, levando a níveis sanguíneos elevados, enquanto a insuficiência cardíaca reduz a perfusão hepática aumentando, assim, a meia-vida dos anestésicos locais do tipo amida e elevando o risco de superdosagem. Genética: • Uma deficiência na enzima pseudocolinesterase sérica. Essa enzima, produzida no fígado, circula no sangue e é responsável pela biotransformação dos anestésicos locais do tipo éster. Uma deficiência nessa enzima pode prolongar a meia-vida de um anestésico local do tipo éster, aumentando, assim, seu nível sanguíneo. Atitude Mental: • O paciente apreensivo que reage exageradamente à estimulação (padecendo de dor quando se aplica uma leve pressão) mais provavelmente receberá uma dose maior de anestésico local, o que aparentemente aumentaria o risco de superdosagem. Outros medicamentos: Interações Medicamentosas dos anestésicos locais. • Meperidina, fenitoína, quinidina (um antiarrítmico) ou desipramina (um antidepressivo tricíclico); • Administrados concomitantes ao anestésico local, podem apresentar níveis sanguíneos elevados do anestésico local e, portanto, resultar em ações tóxicas a doses menores, por causa da competição com a ligação a proteínas. • O bloqueador histamínico H2, cimetidina, retarda a biotransformação da lidocaína ao competir com o anestésico local pelas enzimas oxidativas hepáticas, o que leva a níveis sanguíneos de lidocaína relativamente elevados. FATORES RELACIONADOS AO FÁRMACO: Vasoatividade: • Anestésicos são vasodilatadores – causam aumento da perfusão na área de infiltração, provocando maior índice de absorção do fármaco para o sistema cardiovascular. Concentração: • Quanto maior a concentração do anestésico local, maior o número de miligramas por mililitro de solução e maior o volume sanguíneo circulante do fármaco no paciente. Por exemplo, 1,8 mL de uma solução a 4% representa 72 mg do fármaco, mas 1,8 mL de uma solução a 2% representa apenas 36 mg. Dose: • Deve-se administrar a menor dose clinicamente eficaz do fármaco. Via de administração: • Os anestésicos locais, quando usados para controle da dor, exercem seus efeitos clínicos na área de deposição. Idealmente, então, um fármaco anestésico local não deve entrar no sistema cardiovascular – injeção intravascular inadvertida. Velocidade de injeção: • A administração IV rápida (15 segundos ou menos) de 36 mg de lidocaína produz níveis bastante elevados e virtualmente induz uma reação por superdosagem. A administração IV lenta (60 segundos ou mais) produz níveis significativamente menores no sangue com risco menor de desenvolvimento de reação grave por superdosagem. Vascularização no local de injeção: • Quanto maior a vascularização no local de injeção, mais rápida é a absorção do fármaco da área para a circulação. 52 MARIA EDUARDA RIBEIRO Associação com vasoconstritor: • A adição de vasoconstritor a um anestésico local produz diminuição na perfusão de uma área e diminuição na velocidade de absorção sistêmica do fármaco. Obs: *Superdosagem de Prilocaína e menos frequentemente de Lidocaína pode induzir metemoglobinemia. PREVENÇÃO DA SUPERDOSAGEM DE AL: • Aspirar antes de injetar a solução anestésica; • Injeções lentas; • Monitorando FC, FR, P.A; • Conhecimento da técnica anestésica; • Conhecimento da anatomia; • Conhecimento das doses máximas. ALERGIAS • É um estado de hipersensibilidade, adquirido pela exposição a um alérgeno particular, independente da dose. • Largo espectro de manifestações clínicas; • Diminuiu muito com o advento das amidas (1948); • Febre • Angioedema • Urticária • Dermatite • Fotossensibilidade Éster - produção de ácido para-aminobenzóico (PABA). • Alergenicidade cruzada Amidas – alergia ao sal anestésico ou aos componentes da fórmula. • Não promove alergenicidade cruzada. ALERGIA AOS COMPONENTES DA FÓRMULA: Bissulfitos de Sódio • Adicionado as soluções que contêm vasoconstritores; • Os bissulfitos são antioxidantes. Evitam a oxidação do vasoconstritor pelo oxigênio, que poderia estar presente no tubete durante a fabricação ou se difundido através do diafragma semipermeável do tubete. - Aumenta a validade da solução anestésica. • Na presença de alergia documentada ao sulfito, sugere-se o uso de uma solução anestésica local sem vasoconstritor (p. ex., mepivacaína 3%). Metilparabenos • Agente bacteriostático: não há justificativa para incorporá-lo em soluções de uso único. • Utilizado em soluções anestésicas acondicionadas em tubetes plásticos. • Exceção – não está presente no tubete de plástico - Mepivalem AD • Exceção – presente no tubete de vidro: Prilocaína 3% com felipressina (Prilonest, Citanest) PREVENÇÃO DE ALERGIAS AOS AL • Anamnese detalhada • Confiar no paciente • Descobrir qual é a droga responsável pela reação alérgica • Teste de alergia • Se não for possível utilizar anestésicos locais: anti-histamínicos, hipnose, anestesia geral. • Ter a disposição – termômetro, máscara de oxigênio, adrenalina (0,3 ml/kg – 1.100.000- IM ou SC). SUPERDOSAGEM DE VASOCONSTRITORES SINAIS: • Discreta elevação da pressão sanguínea. • Elevação da frequência cardíaca • Possibilidade de Disritmias cardíacas (contrações ventriculares prematuras, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular). 53 MARIA EDUARDA RIBEIRO SINTOMAS: • Medo • Ansiedade • Tensão • Inquietação • Dor de cabeça latejante • Tremor • Sudorese • Fraqueza • Vertigem • Palidez • Dificuldade respiratória • Palpitações. INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS COM VASOCONSTRITORES: BETABLOQUEADORES NÃO SELETIVOS: • O medicamento bloqueia β1 e β2, portanto, a epinefrina age somente nos receptores α. Aumento da pressão arterial. • Ex: propranolol *Epinefrina ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: • Agem inibindo a recaptação de norepinefrina nas terminações nervosas, potencializando a ação do anestésico local. Promove aumento da pressão arterial. • Ex: amitriptilina. *Aminas Simpatomiméticas INIBIDORES DA MAO: • A monoaminoxidase faz a biotransformação das aminas simpatomiméticas. A inibição promove aumento destas e consequente elevação da pressão arterial. • Ex: moclobemida e befloxatona. *Aminas Simpatomiméticas FENOTIAZINA: • Promovem bloqueio dos receptores alfa adrenérgicos. Assim, pode haver aumento da ação da epinefrina sobre os receptores βadrenérgicos, com consequente diminuição da pressão arterial e taquicardia. *Epinefrina COCAÍNA: • Estimula a liberação de norepinefrina e inibe a sua recaptação, causando acúmulo desse neurotransmissor, o que promove aumento da pressão arterial, taquicardia e aumento do consumo de O2 pelo miocárdio. Pode causar infarto do miocárdio, arritmia e parada cardíaca. *Aminas Simpatomiméticas ANFETAMINAS: • Inibem a recaptação de norepinefrina, podendo promover taquicardia, hipertensão e aumento do trabalho cardíaco, infarto do miocárdio, arritmia e parada cardíaca. *Aminas Simpatomiméticas Armamentário em Anestesiologia SERINGAS Os critérios da American Dental Association para a aceitação de seringas para anestésicos locais incluem os seguintes: 1. Elas devem ser duráveis e capazes de suportar a esterilização repetida sem danos. (Se for descartável, a unidade deve ser embalada num recipiente estéril.) 2. Elasocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas (p. ex., dor no peito ou falta de ar). ASA IV: Paciente com doença sistêmica severa, que está sob constante risco de morte. Quando possível, os procedimentos dentais eletivos devem ser postergados até que a condição médica do paciente permita enquadrá-lo na categoria ASA III. As urgências odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a situação permita. Quando houver indicação inequívoca de pulpectomia ou exodontia, a intervenção deve ser efetuada em ambiente hospitalar, que dispõe de unidade de emergência e supervisão médica adequada. ASA IV • Pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade. • Incapazes de andar ou subir escadas. • Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar. • Pacientes com angina que estão piorando, mesmo com a medicação. • História de infarto do miocárdio ou de acidente vascular encefálico, no período dos últimos 6 meses, com pressão arterial > 200/100 mmHg. • Pacientes que necessitam da administração suplementar de oxigênio, de forma contínua. ASA V: Paciente em fase terminal, quase sempre hospitalizado, cuja expectativa de vida não é maior do que 24 h, com ou sem cirurgia planejada. Nesta classe de pacientes, os procedimentos odontológicos eletivos estão contraindicados; as urgências odontológicas podem receber tratamento paliativo, para alívio da dor. ASA VI: Paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão removidos com propósito de doação. Não há indicação para tratamento odontológico de qualquer espécie. Termos básicos da Farmacologia Droga: Substância química capaz de interagir com o organismo vivo em algum nível, seja morfológico, fisiológico, bioquímico ou psicológico, e produzir algum efeito. Remédio: Pode ser uma droga ou um recurso. Tem como objetivo tratar ou prevenir doenças. ASA V • Pacientes com doença renal, hepática ou infecciosa em estágio final. • Pacientes com câncer terminal. 5 MARIA EDUARDA RIBEIRO Medicamento: Produto farmacêutico obtido com finalidade profilática. Princípio Ativo: Substância que deve exercer o efeito farmacológico. Responsável pelo efeito terapêutico. Quando a formulação não apresenta nenhum princípio ativo, é denominada de placebo. Fármaco: Princípio ativo de um medicamento. Tóxico: Droga que resulta em um efeito danoso ao organismo. Ação do Fármaco: Interação do fármaco com o receptor. Efeito do Fármaco: Expressão visível no organismo decorrente da sua ação. Efeito ou Reação Adversa: Resposta prejudicial, não intencional, que ocorre em doses normalmente utilizadas para profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças. FÓRMULAS FARMACÊUTICAS Conjunto de substâncias que entram na constituição de um medicamento. ➤Oficinal: Fórmulas fixas que constam em compêndios, formulários ou farmacopeias oficiais, reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Exemplos: água oxigenada, solução de álcool iodado, etc. ➤Magistral: Formulação preparada na farmácia atendendo a uma prescrição, que estabelece sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar. Exemplo: solução de fluoreto de sódio; solução de digluconato de clorexidina. ➤Especialidade farmacêutica: Produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e disponível no mercado. Uma fórmula farmacêutica deve conter a base medicamentosa ou princípio ativo. Além disso, geralmente contém: ➤Coadjuvante terapêutico: “auxilia” na ação do princípio ativo, por diferentes mecanismos. Exemplo: quando a Epinefrina é incluída na solução anestésica local, retarda a absorção do anestésico para a corrente sanguínea, diminuindo sua toxicidade e aumentando a duração da anestesia. ➤ Coadjuvante farmacotécnico: Facilita a dissolução do princípio ativo no veículo ou excipiente, ou, ainda, funciona como agente suspensor ou emulsificante. ➤Estabilizantes ou conservantes Evitam alterações de ordem física, química ou biológica e aumentam a estabilidade do produto. FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS Via oral ou aplicação local. São à base de pós, sendo definidos como preparações oriundas de substâncias vegetais ou animais, ou ainda químicas, que são submetidas a um grau de divisão eficiente para garantir a homogeneidade e facilitar a administração. Podem assumir diferentes formas farmacêuticas. Comprimidos: São obtidos pela compressão de pós de substâncias medicamentosas secas, com ou sem excipiente inerte. Podem se dissolver em água, na própria cavidade bucal, no estômago ou intestinos. Podem ser comprimidos revestidos, recobertos por uma ou mais camadas de resinas, ceras, substâncias plastificantes, etc. Drágeas: São comprimidos que recebem um ou mais revestimentos externos, seguidos de polimento, com o objetivo de mascarar o sabor e o odor desagradável de certos princípios ativos ou minimizar os efeitos agressivos à mucosa gástrica. Não podem ser fracionados, seja por partição (divisão em partes iguais) ou trituração. Cápsulas: São receptáculos de forma e dimensão variadas, contendo em seu interior substâncias medicinais sólidas, líquidas ou mesmo pastosas. Podem ser: gelatinosas e gastrorresistentes, de consistência dura, destinadas a resistir ao ataque do suco gástrico, de modo que a libertação da substância ativa ocorra rapidamente no intestino delgado. Não podem ser fracionadas. 6 MARIA EDUARDA RIBEIRO Granulados: São fórmulas constituídas de um aglomerado, contendo um ou mais princípios ativos, associados com excipiente sob a forma de grãos ou fragmentos cilíndricos. FORMA FARMACÊUTICA VANTAGENS Granulados ➤Ingestão mais agradável. ➤Em geral, dissolvem-se rapidamente. Comprimidos ➤Precisão de dosagem e fácil administração. ➤Podem ser fracionados. ➤Podem ser conservados por maiores períodos. Comprimidos Revestidos ➤Protegem da ação da luz. ➤Facilitam a deglutição. ➤Mascaram o sabor. ➤Podem impedir a degradação no estômago. Drágeas ➤Facilitam a deglutição. ➤Mascaram odor e sabor. ➤Evitam alterações de certos princípios ativos. ➤Resistem ao suco gástrico, só se expondo no intestino. Cápsulas ➤Permitem o revestimento resistente ao suco gástrico. ➤Liberam mais rapidamente o princípio ativo do fármaco. Além da via oral, as formas farmacêuticas sólidas ou semissólidas podem ser empregadas por meio de aplicação local, sendo representadas pelos cremes, linimentos, unguentos, pastas e pomadas, as duas últimas de maior uso em odontologia. LÍQUIDAS Podem ser administradas por via oral ou parenteral (soluções injetáveis). Emulsões: Sistema químico heterogêneo constituído por dois líquidos imiscíveis, um dos quais está disperso no seio do outro sob a forma de gotículas esféricas. (p. ex., emulsão de óleo de fígado de bacalhau). Na prática, as emulsões não têm indicação em odontologia. Suspensões: Formas farmacêuticas líquidas, viscosas, constituindo-se em uma dispersão grosseira, em que a fase externa (maior) é um líquido e a fase interna (menor), um sólido insolúvel, que se constitui no princípio ativo do medicamento. Por ficar suspenso, exige uma agitação enérgica do frasco. Aerossóis: Formas complementares das suspensões, por serem um sistema coloidal constituído por partículas sólidas ou líquidas muito divididas, dispersas num gás. São empregados por meio de aparelhos nebulizadores, vaporizadores ou aerossol dosificador, acompanhado de bocal e aerocâmara. Soluções: São sempre líquidas e obtidas a partir da dissolução de um sólido ou líquido em outro líquido. São formadas por um solvente mais um soluto, o qual deve ser miscível no solvente. Os solventes mais utilizados nas soluções são água, álcool etílico, glicerina, propilenoglicol,devem ser capazes de aceitar uma grande variedade de tubetes e de agulhas de fabricantes diferentes e possibilitar o uso repetido. 3. Elas devem ser econômicas, leves e de uso simples com uma das mãos. 54 MARIA EDUARDA RIBEIRO 4. Elas devem proporcionar a aspiração efetiva e ser elaboradas de tal modo que o sangue possa ser observado facilmente no tubetes. CARPULE - SERINGA COM ASPIRAÇÃO, METÁLICA - SERINGA CARPULE COM AUTORREFLUXO. A pressão exercida no êmbolo da seringa força o disco de borracha do tubete contra o pino de pressão, aumentando sua pressão interna. O refluxo ocorre, automaticamente, ao cessar a pressão. O disco de borracha volta à posição normal, reduzindo a pressão interna do tubete, produzindo o efeito de aspiração. CARPULE - SERINGA COM ASPIRAÇÃO - METÁLICA DE CARGA LATERAL REFLUXO MANUAL Possuem argola e arpão (saca-rolhas), que trava no êmbolo de borracha. Seu apoio do polegar faz com que o profissional faça o refluxo, podendo puxar para trás e empurrar para frente. Partes: • Adaptador da agulha rosqueável • Êmbolo com arpão • Apoio para os dedos • Corpo da seringa • Anel do polegar https://files.passeidireto.com/03517862-cd46-4a5e-a963- 0e8aea1c1ed6/bg2.png Vantagens da Seringa Carpule: • Cartucho visível • Aspiração com uma das mãos • Autoclavável • Resistente à ferrugem • Duração longa com manutenção apropriada. Desvantagens: • Peso (mais pesada que a seringa plástica) • Pode ser grande demais para operadores pequenos • Possibilidade de infecção com cuidado inadequado. OUTROS TIPOS DE SERINGA Seringas de Pressão para anestesia Intraligamentar 55 MARIA EDUARDA RIBEIRO Seringas Plásticas PROBLEMAS COM AS SERINGAS Vazamento Durante a Injeção • Ao recarregar uma seringa com um segundo tubete de anestésico local, deve- se ter cuidado de assegurar que a agulha penetre o centro do diafragma de borracha. Uma perfuração fora do centro produz uma punção ovoide do diafragma, permitindo o vazamento da solução anestésica em torno da parte externa da agulha metálica e para a boca do paciente. Tubete Quebrado • Uma seringa muito desgastada pelo uso pode danificar o tubete, causando sua quebra. Isso também pode ocorrer em consequência de um arpão torto. Uma agulha que esteja torta em sua extremidade proximal pode não perfurar o diafragma no tubete. Uma pressão positiva sobre o anel do polegar aumenta a pressão dentro do tubete, o que pode fazer com que ele quebre. AGULHAS • É o veículo que permite que a solução anestésica local passe do tubete odontológico para os tecidos. • Produzidas em aço inoxidável, pré- esterilizadas e descartáveis. • Agulhas gengivais. • Diferentes comprimentos e calibres. Componentes da agulha gengival CALIBRE: • As agulhas de calibre maior (p. ex., calibre 25, calibre 27) devem ser usadas em casos em que é maior o risco de aspiração positiva, como durante bloqueio do nervo alveolar inferior, alveolar superior posterior, mentoniano ou incisivo, ou quando há maior risco de deflexão. • As agulhas mais comumente utilizadas em odontologia são as de calibre 30 curta e a de calibre 27 longa. COMPRIMENTO: • Longas: 30 a 35mm - bloqueios do nervo alveolar inferior, mandibular de Gow- Gates, mandibular de Vazirani Akinosi, infraorbital. • Curtas: 20 a 25mm – quando não haja necessidade da penetração em uma profundidade significativa de tecidos moles – anestesia infiltrativa. • Extra-curtas: 10 a 12mm - injeções intraligamentares, intra-ósseas, intrapulpares e injeções no palato. CUIDADO E MANEJO DAS AGULHAS 1. As agulhas nunca devem ser usadas em mais de um paciente. 2. As agulhas devem ser trocadas depois de várias (três ou quatro) penetrações teciduais no mesmo paciente. 3. As agulhas devem ser cobertas com uma bainha protetora quando não estiverem sendo usadas, para evitar a picada acidental por uma agulha contaminada. 56 MARIA EDUARDA RIBEIRO 4. Deve-se dar atenção sempre à posição da ponta da agulha não coberta, quer dentro ou fora da boca do paciente. Isso diminui muito o risco potencial de lesão ao paciente e ao administrador. 5. Remover a agulha com pinça hemostática. 6. As agulhas devem ser descartadas de maneira apropriada após o uso para evitar uma possível lesão ou nova utilização por indivíduos não autorizados PROBLEMAS COM AS AGULHAS Dor à Inserção • O uso de uma agulha de ponta romba pode ocasionar dor à penetração inicial da mucosa. Essa dor pode ser evitada usando-se agulhas descartáveis novas bem pontiagudas e aplicando um anestésico tópico no local de penetração. Lesão ao Paciente ou ao Administrador • A penetração de áreas do corpo pela agulha, com a lesão daí resultante, pode ocorrer de maneira não intencional. Uma causa importante é a falta de atenção por parte do administrador, embora um movimento súbito e inesperado do paciente também seja uma causa frequente. Fratura da agulha • Não é necessário entortar a agulha para a maioria das técnicas utilizadas em Odontologia. • Exceções: Raiz distal de um segundo molar mandibular (LPD), canais em dentes posteriores (intrapulpar) ou de injeções no osso distal a um segundo molar (intraóssea), em que o local de injeção não é acessível por uma agulha reta; • Não inserir a totalidade da agulha no tecido; • Não se deve fazer tentativas de mudar a direção de uma agulha quando ela estiver incrustada num tecido. Se for necessário mudar a direção da agulha, deve-se primeiro retirar a agulha quase que totalmente do tecido e, então, alterar sua direção. • Não devem ser feitas tentativas de forçar uma agulha contra resistência (as agulhas não são projetadas para penetrar ossos). TUBETES Cilindro de vidro ou plástico contendo a solução anestésica. Conteúdo: 1,8ml Composição: • Sal anestésico • Vasoconstritor* • Bissulfito de sódio • Metilparabeno* • Cloreto de sódio • Água estéril https://www.researchgate.net/profile/Belfort- Edgard/publication/237577352/figure/fig1/AS:669466522308 638@1536624665969/Figura-1-Composicao-esquematica- do-tubete-anestesico.ppm Os anestésicos locais são comercializados em caixas com 50 tubetes acondicionados em embalagens blister com 10 tubetes. TUBETE DE VIDRO X TUBETE DE PLÁSTICO É preferível utilizar sempre tubetes de vidro. Desvantagens dos tubetes plásticos: • Metilparabeno (bacteriostático); • Vedamento deficiente; • Vazamento de solução durante a injeção; • Êmbolo não desliza fácil suavemente, solução ora administrada muito rápido, ora muito devagar - desconforto. 57 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Dificuldade de leitura das informações contidas no tubete. CUIDADO E MANUSEIO DOS TUBETES • Não devem ser submetidos a esterilização; higienizar com álcool 70% – não submergir; • Os tubetes anestésicos locais devem ser armazenados em seu recipiente original, de preferência à temperatura ambiente (p. ex., 21°C a 22°C) e num lugar escuro; • Não aquecer. PROBLEMAS COM OS TUBETES Bolha no Tubete • Uma pequena “bolha” de aproximadamente 1 a 2 mm de diâmetro é normal. Ela é constituída de nitrogênio gasoso, que foi borbulhado na solução anestésica local durante sua produção para impedir que o oxigênio ficasse preso dentro do tubete. • Uma bolha maior, que pode estar presente no caso de um êmbolo que esteja extruído além da borda do tubete, é decorrente do congelamento da solução anestésica. Descartar, pois não se pode garantir a esterilidade da solução. Ardência à Injeção Uma sensação de ardência à injeção da solução anestésica pode ser consequente a: 1. Resposta normal ao pH da droga 2. Tubete contendo uma solução esterilizante 3. Tubete superaquecido 4. Tubete contendo um vasopressor 5. Data de validade – oxidação do bissulfeto de sódio.Tubetes quebrados • Causa mais comum - rachadura durante o transporte. • Caso seja encontrado num recipiente um tubete quebrado, todos os tubetes restantes devem ser examinados quanto a rachaduras. • Submeter um tubete rachado à pressão da injeção muitas vezes faz o tubete se romper ou “explodir”. Se isso ocorrer dentro da boca do paciente, pode haver sequelas graves em consequência da ingestão do vidro. • Outras causas: Tubete com êmbolo extruído ou seringas com arpão torto. PASSO A PASSO DA TÉCNICA ANESTÉSICA TÉCNICA DE INJEÇÃO ATRAUMÁTICA: 1. Use uma agulha pontiaguda esterilizada. 2. Verifique o fluxo da solução anestésica local. 3. Posicione o paciente. 4. Seque o tecido. 5. Aplique um anestésico tópico. 6. Comunique-se com o paciente. 7. Estabeleça um apoio firme para a mão. 8. Estique o tecido. 9. Mantenha a seringa fora da linha de visão do paciente. 10. Introduza a agulha na mucosa. 11. Observe o paciente. 12. Injete algumas gotas da solução anestésica local durante a inserção da agulha. 13. Faça a agulha avançar lentamente até o alvo. 14. Aspire e verifique o tubete. 15. Aplique a solução anestésica de forma lenta e constante (1ml por minuto.) 16. Retire lentamente a seringa e cubra a agulha. 17. Observe o paciente após a injeção – Aguarde 5 minutos. Técnicas Anestésicas Maxilares TIPOS DE INJEÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL Infiltração local: Infiltrado próximo a pequenas terminações nervosas na área do tratamento. A incisão é realizada na mesma área na qual o anestésico local foi depositado. Ex: Papila interproximal antes do alisamento radicular, biópsia de tecidos moles. 58 MARIA EDUARDA RIBEIRO Bloqueio de campo: Infiltrado próximo aos ramos nervosos terminais maiores. A incisão é realizada na área distante do local da injeção do anestésico. Ex: Injeções maxilares administradas acima do ápice do dente. Bloqueio de nervo: Infiltrado próximo a um tronco nervoso principal, geralmente distante do local de intervenção operatória. Ex: Injeções nos nervos alveolar superior posterior, alveolar inferior, maxilar. TÉCNICAS ANESTÉSICAS MAXILARES 1. Supraperiosteal 2. Bloqueio do nervo alveolar superior posterior (NASP) 3. Bloqueio do nervo alveolar superior médio (NASM) 4. Bloqueio do nervo alveolar superior anterior (NASA) 5. Bloqueio do nervo palatino maior 6. Bloqueio do nervo nasopalatino 7. Bloqueio do nervo maxilar TÉCNICAS ANESTÉSICAS COMPLEMENTARES 1. Injeção intraóssea 2. Injeção intraligamentar 3. Injeção intrasseptal 4. Injeção intrapulpar 5. Injeção submucosa INJEÇÃO SUPRAPERIOSTEAL Técnica de bloqueio de campo, popularmente chamada de “infiltração local”, ou “anestesia infiltrativa”. Técnica de escolha para a maioria dos procedimentos na maxila. Áreas anestesiadas Toda a região inervada pelos grandes ramos terminais desse plexo: polpa e área da raiz do dente, periósteo vestibular, tecido conjuntivo e mucosa. Técnica 1. É recomendada agulha curta de calibre 27 (BR – calibre 30). 2. Área de introdução: acima do ápice do dente a ser anestesiado. 3. Área-alvo: região apical do dente a ser anestesiado. 4. Segurar a seringa paralela ao longo eixo do dente e introduzir a agulha na altura da prega mucovestibular sobre o dente-alvo. 5. Avançar a agulha até que o bisel esteja na região apical do dente ou acima desta. 6. Aspirar. 7. Caso a aspiração seja negativa, injetar aproximadamente 0,6 ml (um terço de um tubete) lentamente. (Não deixe os tecidos inflarem como um balão.) Indicações • Anestesia pulpar dos dentes superiores, quando o tratamento é limitado a um ou dois dentes. • Anestesia dos tecidos moles para procedimentos cirúrgicos em área circunscrita. 59 MARIA EDUARDA RIBEIRO Contraindicações • Infecção ou inflamação na área de injeção. • Osso denso recobrindo os ápices dentários. Vantagens • Alta taxa de sucesso (>95%). • Injeção tecnicamente fácil. • Em geral é totalmente atraumática. Desvantagens • Não recomendada para grandes áreas devido à necessidade de múltiplas introduções da agulha e de administração de volumes totais maiores do anestésico local. BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR POSTERIOR Áreas anestesiadas • Polpas do terceiro, segundo e primeiro molares superiores (todo o dente = 72%; raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não anestesiada = 28%). • Tecido periodontal vestibular e osso sobrejacente a estes dentes. Técnica 1. Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada (BR – calibre 30). 2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do segundo molar superior. 3. Assumir a posição correta, de frente para o paciente. NASP esquerdo em posição 10h e NASP direito em posição 8h. 4. Retrair a mucosa jugal do paciente (para melhorar a visibilidade). 5. Introduzir a agulha na altura alta da prega mucovestibular sobre o segundo molar – ângulo de 45º. 6. Avançar a agulha lentamente para cima, para dentro e para trás em um só movimento. 7. No adulto de tamanho normal, a penetração deve ir até uma profundidade de 16 mm. 8. Aspirar 2x. Girar agulha. 9. Lentamente, depositar 0,9 a 1,8 ml de solução de anestésico. Indicações • Tratamento de dois ou mais molares superiores. • Quando a injeção supraperiosteal está contraindicada (p. ex., na presença de infecção ou inflamação aguda). • Quando a injeção supraperiosteal foi ineficaz. Contraindicações • Quando o risco de hemorragia é muito grande (como no hemofílico), caso no qual é recomendada a injeção supraperiosteal ou do LPD. Vantagens • Atraumático; quando o bloqueio do nervo ASP é executado corretamente, em geral o paciente não sente dor. • Taxa de sucesso elevada (> 95%) • Número mínimo de injeções é necessário a. Uma injeção em comparação com a opção de três infiltrações. 60 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Minimiza o volume total de solução anestésica local administrada. Desvantagens • Risco de hematoma, que geralmente é difuso. • Técnica até certo ponto arbitrária: não há pontos de referência ósseos durante a injeção. • É necessária uma segunda injeção para o tratamento do primeiro molar (raiz mesiovestibular). BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR MÉDIO Áreas anestesiadas • Polpas do primeiro e segundo pré-molares superiores, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior. • Tecidos periodontais vestibulares e osso sobre estes mesmos dentes. Técnica 1. Uma agulha curta ou longa de calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do segundo pré-molar superior. 3. Assumir a posição correta, de frente para o paciente. NASM direito em posição 10h e NASM esquerdo em posição 8 ou 9h. 4. Distender o lábio superior do paciente para tensionar os tecidos e obter visibilidade. 5. Introduzir a agulha na altura da prega mucovestibular acima do segundo pré-molar. 6. Penetrar a mucosa e avançar a agulha lentamente até que sua extremidade esteja localizada acima do ápice do segundo pré-molar. 7. Aspirar. 8. Depositar lentamente 0,9 a 1,2 ml (de metade a dois terços do tubete) da solução. Indicações • Quando o bloqueio do nervo infraorbitário não produzir anestesia pulpar distal ao canino superior. • Procedimentos dentários envolvendo apenas os pré-molares superiores. Contraindicações • Infecção ou inflamação na área da injeção ou de depósito do fármaco. Vantagens • Minimiza o número de injeções e o volume de solução. Desvantagens • Nenhuma BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR ANTERIOR NASA – Técnica do forame infra-orbitário Áreas anestesiadas • Polpas do incisivo central superior até o canino superior do lado da injeção. 61 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Em cerca de 72% dos pacientes,as polpas dos pré-molares superiores e a raiz mesiovestibular do primeiro molar. • Periodonto vestibular (labial) e osso destes mesmos dentes. • Pálpebra inferior, lateral do nariz, lábio superior. Técnica 1. Uma agulha longa de calibre 25 ou 27 é recomendada, ou curta de calibre 27, em crianças e adultos menores. 2. Área de inserção: altura da prega mucovestibular diretamente sobre o primeiro pré- molar superior. 3. Área-alvo: forame infraorbitário (abaixo da incisura infraorbitária). 4. Assumir a posição correta, de frente para o paciente na posição de 10 horas, para o lado direito ou esquerdo. 5. Posicionar o paciente em posição supina ou semissupina, com o pescoço ligeiramente estendido. 6. Localizar o forame infraorbitário. Manter o dedo sobre o forame ou marcar a pele neste ponto. 7. Afastar o lábio do paciente, tensionando os tecidos na prega mucovestibular e aumentando a visibilidade. 8. Introduzir a agulha na altura da prega mucovestibular sobre o primeiro pré-molar. A agulha deve ser mantida paralela ao eixo longitudinal do dente. 9. A profundidade aproximada da penetração da agulha será de 16 mm. 10. Aspirar 11. Depositar lentamente de 0,9 a 1,2 ml Indicações • Procedimentos envolvendo mais de dois dentes superiores e os tecidos vestibulares sobrejacentes. • Inflamação ou infecção (que contraindica a injeção supraperiosteal) • Quando as injeções supraperiosteais forem ineficazes devido ao osso cortical denso. Contraindicações • Áreas pequenas (apenas um ou dois dentes; preferência pela injeção supraperiosteal). • A hemostasia de áreas localizadas, quando desejável, não pode ser adequadamente atingida com esta injeção; a infiltração local na área do tratamento está indicada. Vantagens • Técnica simples • Comparativamente segura; minimiza o volume de solução utilizado e o número de punções necessárias para a obtenção da anestesia. Desvantagens • Psicológicas: Administrador: pode haver um medo inicial de lesar o olho do paciente (a experiência com a técnica leva à segurança) • Psicológicas: Paciente: a abordagem extraoral do nervo infraorbitário pode ser incômoda; contudo, as técnicas intraorais raramente representam um problema. • Anatômica: dificuldade em definir pontos de referência. ANESTESIAS NO PALATO • Tendem a ser mais dolorosas; • Técnica para obter uma anestesia atraumática: 1. Produzir anestesia tópica adequada no local de penetração da agulha. 2. Usar anestesia por pressão no local antes e durante a introdução da agulha e a deposição da solução. 3. Manter controle sobre a agulha. 4. Injetar a solução de anestésico lentamente. 62 MARIA EDUARDA RIBEIRO BLOQUEIO DO NERVO PALATINO MAIOR Áreas anestesiadas • A parte posterior do palato duro e os tecidos moles sobrejacentes, anteriormente até o primeiro pré-molar e medialmente até a linha média. Técnica 1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: tecidos moles levemente anteriores ao forame palatino maior. 3. Pontos de referência: forame palatino maior e junção do processo alveolar maxilar e osso palatino. 4. Assumir a posição correta, para o NPM direito, na posição de 7 ou 8 horas, para o NPM esquerdo, na posição de 11 horas. 5. Localizar o forame palatino maior. 6. Preparar o tecido no local de injeção, apenas 1 a 2 mm anterior ao forame palatino maior. 7. Direcionar a seringa para a boca a partir do lado oposto, com a agulha aproximando-se do local de injeção, em ângulo reto. 8. Depositar um pequeno volume do anestésico no local de injeção - Continuar a injetar pequenos volumes durante todo o procedimento. 9. Avançar lentamente a agulha até que toque suavemente o osso palatino – 5mm. 10. Aspirar 11. Injetar lentamente ¼ a 1/3 do tubete anestésico. Indicações • Tratamento restaurador em mais de dois dentes (p. ex., em restaurações subgengivais e inserção de matriz subgengival). • Para controle da dor durante procedimentos periodontais ou cirúrgicos orais envolvendo os tecidos palatinos moles e duros. • Pequenas áreas de tratamento (um ou dois dentes). Contraindicações • Inflamação ou infecção no local da injeção. Vantagens • Minimiza as penetrações da agulha e o volume de solução. • Minimiza o desconforto para o paciente. Desvantagens • Não há hemostasia, exceto na área próxima da injeção. • Potencialmente traumático. 63 MARIA EDUARDA RIBEIRO BLOQUEIO DO NERVO NASOPALATINO Áreas anestesiadas • Porção anterior do palato duro (tecidos moles e duros) bilateralmente desde a face mesial do primeiro pré-molar direito à face mesial do primeiro pré-molar esquerdo. Técnica 1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: mucosa palatina imediatamente lateral à papila incisiva. 3. Área-alvo: forame incisivo, sob a papila incisiva. 4. Trajeto de introdução: aproximar o local de injeção em um ângulo de 45 graus em direção à papila incisiva 5. Procedimento: Sentar-se na posição de 9 ou 10 horas voltado para a mesma direção do paciente. 6. Preparar o tecido imediatamente lateral à papila incisiva. 7. Depositar um pequeno volume do anestésico no local de injeção - Continuar a injetar pequenos volumes durante todo o procedimento. 8. Avançar lentamente a agulha até que toque suavemente o osso - 5mm. 9. Recue 1mm, aspire. 10. Injetar lentamente ¼ a 1/3 do tubete anestésico. 11.Observar isquemia. Indicações • Anestesia dos tecidos moles palatinos para tratamento restaurador em mais de dois dentes (p. ex., restaurações subgengivais e inserção de matriz subgengival). • Controle da dor durante procedimentos periodontais ou cirúrgicos orais envolvendo os tecidos moles e duros do palato. Contraindicações • Inflamação ou infecção no local da injeção. • Pequenas áreas de tratamento (um ou dois dentes). Vantagens • Minimiza as penetrações da agulha e o volume de solução. • Minimiza o desconforto para o paciente. Desvantagens • Não há hemostasia, exceto na área próxima da injeção. • Potencialmente a injeção intraoral mais traumática. INFILTRAÇÃO LOCAL NO PALATO Nervos Anestesiados Ramos terminais dos nervos nasopalatino e palatino maior. Áreas Anestesiadas Tecidos moles na vizinhança imediata da injeção. Indicações • Basicamente para obter hemostasia durante procedimentos cirúrgicos. • Controle da dor palatogengival quando são necessárias áreas limitadas de anestesia para a aplicação de grampo de isolamento absoluto, para adaptar o fio de retração no sulco gengival, cirurgias menores. Contraindicações • Inflamação ou infecção no local da injeção. • Controle da dor em áreas de tecido mole envolvendo mais do que dois dentes. 64 MARIA EDUARDA RIBEIRO Vantagens • Produz hemostasia aceitável quando um vasoconstritor é utilizado. • Produz uma área mínima de dormência, minimizando assim o desconforto do paciente. Desvantagens • Injeção potencialmente traumática. *Evitar Norepinefrina. Técnica 1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: gengiva inserida, de 5 a 10 mm da margem livre da gengiva. 3. Área-alvo: tecidos gengivais de 5 a 10 mm da margem livre da gengiva 4. Trajeto de introdução: aproximar-se do local da injeção em um ângulo de 45 graus. 5. Procedimento: Sentar-se na posição de 10 horas, ficar de frente para o paciente para a infiltração do lado direito, e ficar voltado na mesma direção que o paciente para a infiltração do lado esquerdo. 6. Preparar o tecido no local de injeção. 7. Depositar um pequeno volume do anestésico no local de injeção - Continuar a injetar pequenos volumes durante todo o procedimento. 8. Avançar lentamente a agulha até que toque suavemente o osso – 3a 5 mm. 9. Injetar lentamente até ¼ do tubete anestésico. 10. Observar isquemia. BLOQUEIO DO NERVO MAXILAR Áreas anestesiadas • Anestesia pulpar dos dentes superiores no lado do bloqueio. • Periodonto vestibular e osso sobrejacente a estes dentes. • Tecidos moles e osso do palato duro e parte do palato mole, medialmente à linha média. • Pele da pálpebra inferior, lateral do nariz, bochecha e lábio superior. Técnica - Abordagem da Tuberosidade Alta 1. Uma agulha longa de calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima da face distal do segundo molar superior 3. Área-alvo: a. Nervo maxilar, no ponto onde ele atravessa a fossa pterigopalatina b. Superior e medial à área-alvo do bloqueio do nervo ASP. 4. Assumir a posição correta, de frente para o paciente. Lado esquerdo, na posição 10 horas de frente para o paciente, lado direito na posição de 8 horas de frente para o paciente. 5. Preparar o tecido na altura da prega mucovestibular, na face distal do segundo molar superior. 6. Retrair a mucosa jugal na área da injeção com seu dedo indicador para aumentar a visibilidade. Inserir e avançar a agulha lentamente para cima, para dentro e para trás. 7. Avançar a agulha até uma profundidade de 30 mm. 8. Aspirar. 9. Depositar lentamente 1,8 ml de anestésico. Técnica - Abordagem do Canal Palatino Maior 1. Uma agulha longa de calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: tecidos moles palatinos diretamente sobre o forame palatino maior. 3. Área-alvo: Nervo maxilar, no ponto onde ele atravessa a fossa pterigopalatina. 4. Assumir a posição correta. Lado direito, de frente para o paciente, na posição 7 ou 8h. Lado esquerdo, sentar-se na mesma direção do paciente na posição de 10 ou 11h. 5. Preparar os tecidos diretamente sobre o forame palatino maior. 6. Depositar um pequeno volume do anestésico no local de injeção - Continuar a injetar pequenos volumes durante todo o procedimento. 65 MARIA EDUARDA RIBEIRO 7. A agulha deve ser mantida em um ângulo de 45 graus para facilitar a entrada no forame palatino maior. 8. Após localizar o forame, avançar a agulha lentamente no canal palatino maior até uma profundidade de 30 mm. 9. Aspirar. 10. Depositar lentamente 1,8 ml de anestésico. Indicações • Controle da dor antes de procedimentos cirúrgicos extensos, periodontais ou restauradores. • Quando uma inflamação ou infecção impede o uso de outros bloqueios regionais ou da injeção supraperiosteal. • Procedimentos diagnósticos ou terapêuticos para neuralgias ou tiques da segunda divisão do nervo trigêmeo. Contraindicações • Profissional inexperiente • Pacientes pediátricos • Inflamação ou infecção dos tecidos sobrejacentes ao local da injeção • Risco de hemorragia (p. ex., em um hemofílico). • Incapacidade de conseguir acesso ao canal; obstruções ósseas. Vantagens • Técnica usualmente atraumática. • Alta taxa de sucesso (> 95%). • Minimiza o número de perfurações da agulha. • Minimiza o volume total de solução anestésica. Desvantagens • Risco de hematoma, principalmente com a abordagem da tuberosidade alta. • A abordagem pela tuberosidade alta é relativamente arbitrária. • Ausência de hemostasia • Dor: a abordagem do canal palatino maior é potencialmente traumática. TÉCNICAS ANESTÉSICAS COMPLEMENTARES TÉCNICAS SUPLEMENTARES - Injeção intra-óssea • Intraóssea • Intraligamentar • Intrasseptal - Injeção intrapulpar - Injeção submucosa INJEÇÃO INTRA-ÓSSEA • Injeção da solução no tecido esponjoso, entre camadas corticais da mandíbula ou da maxila, tornando mais rápida a difusão da solução anestésica; • Risco de lesar raízes dentais; • Penetra-se o tecido ósseo com broca e insere a agulha no local, depositando a solução anestésica; • Indicação: Controle da dor para tratamentos dentários num único dente ou em múltiplos dentes num quadrante – Endodontia. Técnica 1. Aplicar anestésico tópico no local da injeção para anestesiar os tecidos moles. 2. Enquanto a broca é mantida em posição perpendicular à lâmina cortical, empurrá-la gentilmente através da gengiva inserida até que sua extremidade repouse contra o osso. 3. Ativar a peça de mão e pressionar a broca em “pulsos curtos” até sentir uma perda súbita de resistência. 4. Retirar a broca. 66 MARIA EDUARDA RIBEIRO 5. Introduzir a agulha anestésica no orifício e injetar o volume de anestésico local apropriado ao procedimento (1/4 a 1/3 do tubete). Áreas Anestesiadas: • Osso, tecidos moles e estrutura radicular. Vantagens • Ausência de anestesia do lábio e da língua (apreciada por muitos pacientes). • Início de ação imediato (irreversível Áreas anestesiadas: • Extremidades nervosas terminais no local da injeção na câmara e nos canais da polpa do dente envolvido. 68 MARIA EDUARDA RIBEIRO Vantagens • Ausência de anestesia do lábio e da língua (apreciada pela maioria dos pacientes); • Necessidade de um volume mínimo da solução anestésica; • Início de ação imediato. Desvantagens • Traumática; • Gosto amargo do anestésico (se ocorrer vazamento); • Pode ser difícil penetrar em certos canais da raiz - Pode ser necessário entortar a agulha. INJEÇÃO SUBMUCOSA Indicação: • Intervenções em tecidos moles da cavidade bucal • Biópsias (fibromas, mucoceles, papilomas). • Gengiva marginal – grampos, matrizes. (1/4). Técnica: • Consiste em puncionar a mucosa, atravessando a agulha até a submucosa próxima da área da intervenção. • Inserir a agulha 0,5 a 1cm na região a ser anestesiada e injetar o anestésico lentamente. • ½ tubete tende a ser suficiente. Técnicas Anestésicas Mandibulares • Menor índice de sucesso (80 a 85%); • Maior densidade óssea; • Acesso mais difícil aos troncos nervosos. • Bloqueio do nervo alveolar inferior • Bloqueio do nervo bucal • Bloqueio do nervo mentoniano • Bloqueio do nervo incisivo • Bloqueio do nervo mandibular – Técnica de Gow-Gates • Bloqueio do nervo mandibular – Técnica de Vazirani-Akinosi BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR • 2ª técnica mais utilizada; • Altos índices de insucesso; Nervos Anestesiados 1. Alveolar inferior 2. Incisivo 3. Mentoniano 4. Lingual (comumente) Áreas Anestesiadas 1. Dentes mandibulares até a linha média 2. Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula 3. Mucoperiósteo bucal, e mucosa anteriormente ao forame mentoniano. 4. Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual) 69 MARIA EDUARDA RIBEIRO 5. Periósteo e tecidos moles linguais (nervo lingual) Técnica 1. Uma agulha longa (calibre 25 ou 27) é recomendada em pacientes adultos. 2. Área de inserção: face medial do ramo da mandíbula, 1cm acima do plano oclusal. 3/4 de distância entre a borda anterior do ramo mandibular e a rafe pterigomandibular. 3. Área-alvo: nervo alveolar inferior ao descer em direção ao forame mandibular, porém antes de ele entrar no forame. 4. Procedimento: Assumir a posição correta. (1) Para um BNAI direito, posição de 8 horas de frente para o paciente. Para o BNAI esquerdo, posição de 10 horas voltado para a mesma direção do paciente. 5. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em semidecúbito. A boca deve estar bem aberta para possibilitar maior visibilidade e acesso ao local de injeção. Localizar o ponto de penetração da agulha (injeção). 6. Posicionar a seringa na região dos pré-molares do lado oposto, direcionando a agulha a 1cm acima do plano oclusal. 7. Penetrar a agulha até tocar o osso (profundidade de 20 a 25mm), retrair 1mm. 8. Aspirar 9. Injetar lentamente 1,5 ml de anestésico. Técnica – nervo lingual 10. Retirar lentamente a seringa e aspirar novamente quando aproximadamente metade de seu comprimento permanecer nos tecidos. 11. Depositar parte da solução restante (0,3 ml) para anestesiar o nervo lingual. Indicações • Procedimentos em múltiplos dentes mandibulares num quadrante. • Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles bucais (incisivo até PM). • Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles linguais. Contraindicações • Infecção ou inflamação aguda na área de injeção (rara). • Pacientes que tenham maior probabilidade de morder o lábio ou a língua: criança muito pequena ou um adulto ou criança portador de deficiência física ou mental. Vantagens Uma injeção proporciona uma ampla área anestesia (útil para a odontologia de quadrantes). 70 MARIA EDUARDA RIBEIRO Desvantagens • Ampla área de anestesia. • Frequência de anestesia inadequada (31% a 81%). • Marcos intra orais não são confiáveis. • Aspiração positiva (10% a 15%) • Anestesia prolongada, lábio e língua. • Anestesia parcial: NAI e canais mandibulares bífidos. BLOQUEIO DO NERVO BUCAL • Complemento do BNAI. • Frequência de sucesso próxima a 100%. Nervo Anestesiado: Bucal Área Anestesiada: Tecidos moles e periósteo bucal dos dentes molares mandibulares. Técnica 1. Agulha curta, ou longa (calibre 25 ou 27) quando for utilizada imediatamente após o BNAI. 2. Área de inserção: membrana mucosa distal e bucal em relação ao dente molar mais distal no arco. 3. Procedimento: Assuma a posição correta. Para o bloqueio do nervo bucal direito, posição 8 horas de frente para o paciente. Para um bloqueio do nervo bucal esquerdo, posição de 10 horas voltado para a mesma direção do paciente. 4. Preparar os tecidos para a penetração num ponto distal e bucal ao molar mais posterior. 5. Afastar os tecidos moles bucais na área de injeção para melhorar a visibilidade. 6. Dirigir a seringa para o local de injeção com o bisel em direção ao osso e a seringa alinhada paralelamente ao plano oclusal do lado da injeção, em posição bucal em relação aos dentes. 7. Penetrar a mucosa em posição distal e bucal relativamente ao último molar. 8. Avançar a agulha devagar até fazer contato de leve com o periósteo. 9. A profundidade de penetração raramente é de mais de 2 a 4 mm e geralmente de apenas 1 ou 2 mm. 10. Aspirar. 11. Depositar lentamente 0,3 ml de anestésico. Indicações • Casos em que a anestesia dos tecidos moles bucais é necessária para procedimentos dentários na região molar mandibular. Contraindicações • Infecção ou inflamação na área de injeção. Vantagens • Elevada frequência de sucesso. Mobile User 71 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Tecnicamente fácil. Desvantagens • Potencial de dor se a agulha entrar em contato com o periósteo durante a injeção. BLOQUEIO DO NERVO MENTONIANO • Anestesiado pela técnica do BNAI • Pouco utilizado • Facilidade de acesso • Utilizado principalmente para procedimentos nos tecidos moles bucais, como a sutura de lacerações ou biópsias. Nervo Anestesiado • Mentoniano, um ramo terminal do alveolar inferior. Áreas Anestesiadas • Mucosa bucal, anteriormente ao forame mentoniano (em torno do segundo pré- molar) até a linha média e a pele do lábio inferior e do queixo. Forame mentoniano • Traçar linha imaginária entre o forame infra-orbitário e o forame mentoniano. Técnica 1. É recomendada uma agulha curta de calibre 25 ou 27 (BR – curta, calibre 30). 2. Área de inserção: prega mucobucal no forame mentoniano. 3. Área-alvo: nervo mentoniano à saída do forame mentoniano (geralmente localizado entre o ápice do primeiro pré-molar e o do segundo). 4. Assumir a posição correta. Para um bloqueio do nervo mentoniano direito ou esquerdo, em frente ao paciente, de modo que a seringa possa ser colocada na boca abaixo da linha de visão do paciente. 5. Posicionar o paciente (decúbito dorsal). 6. Faça o paciente fechar parcialmente a boca. Isso permite um maior acesso ao local de injeção. 7. Localize o forame mentoniano. 8. Penetrar a mucosa na região de canino ou primeiro pré-molar, dirigindo a seringa ao forame mentoniano. 9. A profundidade de penetração é de 5 a 6 mm. 10. Aspirar 11. Injetar lentamente 1/3 do tubete anestésico. Indicações • Anestesia dos tecidos moles bucais na mandíbula anteriormente ao forame mentoniano: • 1. Biópsias dos tecidos moles • 2. Sutura de tecidos moles Contraindicações • Infecção ou inflamação na área de injeção. 72 MARIA EDUARDA RIBEIRO Vantagens • Elevada frequência de sucesso • Tecnicamente fácil • Em geral, totalmente atraumático. Desvantagens • Hematomas BLOQUEIO DO NERVO INCISIVO • Anestesiadopela técnica do BNAI • Difere do Bloqueio do Nervo Mentoniano por promover anestesia pulpar dos incisivos, canino e pré-molares. Nervos Anestesiados • Incisivo e mentoniano Áreas Anestesiadas 1. Mucosa bucal anterior ao forame mentoniano, geralmente do segundo pré-molar até a linha média. 2. Lábio inferior e pele do queixo. 3. Fibras nervosas pulpares dos pré-molares, canino e incisivos. ‘’De cima para baixo, de posterior para anterior e de fora pra dentro” Técnica 1. É recomendada uma agulha curta de calibre 27 (BR – curta, calibre 30). 2. Área de inserção: prega mucobucal posterior ao forame mentoniano. 3. Assumir a posição correta. Para um bloqueio do nervo mentoniano direito ou esquerdo, em frente ao paciente, de modo que a seringa possa ser colocada na boca abaixo da linha de visão do paciente. 4. Posicionar o paciente (decúbito dorsal). 5. Localize o forame mentoniano. 6. Penetrar a mucosa levemente posterior na região do 2º pré-molar dirigindo a seringa levemente ao forame mentoniano. 7. A profundidade de penetração é de 5 a 6 mm. 8. Aspirar 9. Injetar lentamente 1/3 do tubete anestésico. 10. Aplicar pressão no forame mentoniano, para o anestésico penetrar no canal e ocorrer anestesia pulpar. Indicações • Procedimentos dentários envolvendo a anestesia pulpar em dentes mandibulares anteriores ao forame mentoniano. • Casos em que o BNAI não está indicado: Quando são tratados vários dentes anteriores, o bloqueio do nervo incisivo é recomendado em lugar de BNAI bilaterais. Contraindicações • Infecção ou inflamação na área de injeção. Vantagens • Proporciona anestesia pulpar e dos tecidos duros sem anestesia lingual - útil em lugar de BNAI bilaterais • Elevada frequência de êxito. Desvantagens • Não proporciona anestesia lingual. • Pode haver uma anestesia parcial na linha média devido à superposição de fibras nervosas do lado oposto. • Pode ser necessária a infiltração local (V e L) dos incisivos centrais para se obter a anestesia pulpar completa. 73 MARIA EDUARDA RIBEIRO BLOQUEIO DO NERVO MANDIBULAR • Técnica de Gow-Gates • Técnica de Vazirani-Akinosi Gow Gates Áreas Anestesiadas • Dentes mandibulares até a linha média. • Mucoperiósteo e membranas mucosas bucais do lado da injeção • Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral • Tecidos moles e periósteo lingual • Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula • Pele sobre o zigoma, parte posterior da bochecha e regiões temporais. Nervos Anestesiados: • Alveolar inferior, Mentoniano, Incisivo, Lingual, Milo-hioideo, Auriculotemporal, Bucal (em 75% dos pacientes). Técnica 1. Recomendada uma agulha longa de calibre 25 ou 27 2. Área de inserção: mucosa na parte mesial do ramo da mandíbula, numa linha da incisura intertrágica até a comissura labial, imediatamente distal ao segundo molar maxilar. 3. Altura da injeção: cúspide mesiopalatina do segundo molar maxilar. Penetração dos tecidos moles num ponto imediatamente distal ao segundo molar maxilar. 4. Procedimento: Assumir a posição correta. Para o lado direito, posição de 8 horas de frente para o paciente. Para o lado esquerdo, posição de 10 horas voltado para a mesma direção do paciente. 5. Paciente em decúbito dorsal. Pedir ao paciente para estender o pescoço e abrir bem a boca por toda a duração da técnica. 6. Introduzir a agulha delicadamente nos tecidos no local de injeção, imediatamente distal ao segundo molar maxilar, na parte alta de sua cúspide mesiopalatina. Alinhar a agulha com o plano que se estende da comissura bucal do lado oposto até a incisura intertrágica. 7. O corpo da seringa se situa no canto da boca sobre os PM, pode variar conforme o ângulo do ouvido a lateral da face. 8. Avançar a agulha devagar até fazer contato com o osso – O osso com que se faz contato é o colo do côndilo. 9. A profundidade média de penetração do tecido mole até o osso é de 25 mm, embora seja observada alguma variação. 10. Aspirar. 11. Se a aspiração for negativa, depositar lentamente 1,8 ml da solução. 12. Retirar a seringa e tornar a agulha segura. 13. Solicitar que o paciente mantenha a boca aberta por 1a 2 minutos após a injeção para permitir a difusão da solução anestésica. 74 MARIA EDUARDA RIBEIRO Indicações • Múltiplos procedimentos nos dentes mandibulares. • Quando é necessária a anestesia dos tecidos moles bucais, do 3º molar até a linha média. • Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles linguais. • Falha do BNAI Contraindicações • Infecção ou inflamação na área de injeção. (rara) • Pacientes que possam morder o lábio ou a língua, como crianças pequenas e adultos portadores de deficiência física ou mental • Pacientes que não consigam abrir bem a boca (p. ex. trismo). Vantagens • Requer apenas uma injeção; um bloqueio nervoso bucal é geralmente desnecessário. • Elevada frequência de êxito (> 95%), com a experiência. • Mínima frequência de aspiração. • Poucas complicações pósinjeção (p. ex.,trismo). • Bem-sucedida na presença de um NAI bífido e de canais mandibulares bífidos. Desvantagens • A anestesia da língua e do lábio inferior pode ser desconfortável e perigosa. • O tempo até o início da anestesia é um pouco mais longo (5 minutos). • Há uma curva de aprendizado no uso da técnica de Gow-Gates. Vazirani-Akinosi Áreas Anestesiadas • Dentes mandibulares até a linha média • Corpo da mandíbula e parte inferior do ramo mandibular • Mucoperiósteo e membrana mucosa bucais anteriores ao forame mentoniano • Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual) • Tecidos moles e periósteo linguais (nervo lingual) Nervos Anestesiados: • Alveolar inferior, Incisivo, Mentoniano, Lingual, Milo-hióideo Técnica 1. Recomendada uma agulha longa de calibre 25 ou 27. 2. Área de inserção: tecidos moles sobrejacentes à borda medial do ramo mandibular adjacente à tuberosidade maxilar, na parte alta da junção mucogengival acima do terceiro molar maxilar. 3. Área-alvo: tecidos moles na borda medial do ramo mandibular na região do nervo alveolar inferior, do nervo lingual e do nervo milo-hióideo em seu trajeto inferior do forame oval ao forame mandibular 4. Procedimento: Assumir a posição correta. Para um bloqueio direito ou esquerdo, posição de 8 horas de frente para o paciente. 5. Posicionar o paciente em decúbito dorsal. 6. Colocar seu dedo indicador ou polegar esquerdo sobre a incisura coronóide, afastando lateralmente os tecidos para auxiliar na visualização do local de injeção. 7. O corpo da seringa é mantido paralelo ao plano oclusal maxilar, com a agulha ao nível da junção mucogengival do terceiro (ou do segundo) molar maxilar. 8. Dirigir a agulha posteriormente e um pouco lateralmente. 9. Avançar a agulha 25 mm para dentro do tecido. Essa distância é medida a partir da tuberosidade maxilar. 10. Aspirar 11. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 1,8 ml da solução anestésica. 75 MARIA EDUARDA RIBEIRO Indicações • Abertura mandibular limitada • Múltiplos procedimentos em dentes mandibulares • Incapacidade de se visualizar marcos para o BNAI. Contraindicações • Infecção ou inflamação aguda na área de injeção (raras). • Pacientes que possam se morder, como crianças pequenas e adultos portadores de deficiência física ou mental. Vantagens • Relativamente atraumático. • Pacientes não precisam ser capazes de abrir a boca. • Menos complicações pós operatórias (p. ex., trismo). • Frequência de aspiração + menor que no bloqueio do NAI. • Eficaz na presença de um NAI bífido e de canais mandibulares bífidos. Desvantagens • Difícil visualizar a trajetória da agulha e aprofundidade de inserção. • Nenhum contato ósseo; profundidade de penetração até certo ponto arbitrária. • Potencialmente traumático se a agulha estiver demasiado próxima do periósteo. TÉCNICAS COMPLEMENTARES • Infiltração mandibular (supraperiosteal) • Intrasseptal • Intraóssea • Intrapulpar • Intraligamentar • Submucosa Acidentes e Complicações Locais em Anestesiologia Oral COMPLICAÇÕES LOCAIS • Fratura da agulha • Parestesia ou anestesia prolongada • Paralisia de nervo facial • Trismo • Lesão de tecidos moles • Hematoma • Dor à injeção • Queimação à injeção • Infecção • Edema • Necrose de tecidos • Lesões intraorais pós-anestésicas FRATURA DE AGULHA • Complicação extremamente rara. • Agulha curta de calibre 30 / Agulha longa calibre 27. • Técnicas em que mais acontece: Bloqueios do NAI e NASP. 76 MARIA EDUARDA RIBEIRO Como prevenir? • Não dobrar a agulha, não forçar contra o osso, não mudar a direção da agulha. • Não inserir a agulha até o canhão. • Cuidado extra com crianças e adultos com fobia. • Não usar agulhas curtas para bloqueio do nervo alveolar inferior em adultos ou crianças maiores. • Não usar agulhas calibre 30 para bloqueio de nervo alveolar inferior em adultos ou crianças. PARESTESIA • Anestesia por período prolongado; • Pode persistir por dias, semanas ou meses... • Sensações de adormecimento, formigamento e prurido; • É mais frequente nas técnicas de anestesia do nervo lingual e NAI. • Uma das causas mais frequentes de processos por má prática odontológica. Causas • Trauma (injeção no nervo – sensação de “choque elétrico”); - Rompimento das fibras nervosas é altamente improvável. • Solução anestésica contaminada por álcool ou solução esterilizante; • Hemorragia – sangramento aumenta a pressão sobre o nervo. • Concentração do anestésico local (Articaína e Prilocaína 4%) – Evitar em bloqueios nervosos. - Articaína- 1 caso de parestesia em 4,6 milhões de pacientes tratados. Problema • Lesão de tecidos moles autoinfligida. • Lesão térmica ou química pode ocorrer sem a percepção do paciente, até que o processo progrida a um grau mais sério. • Quando o nervo lingual está envolvido, o sentido do paladar também pode estar prejudicado. • * Em alguns casos, a perda da sensação (parestesia) não é a manifestação clínica da lesão nervosa. Podem-se observar também hiperestesia (uma sensibilidade aumentada ao estímulo nocivo) e disestesia (uma sensação dolorosa que acontece a estímulos usualmente não- nocivos). Como prevenir? • Seguir um protocolo para injeção, além do manuseio apropriado dos tubetes dentais, ajuda a minimizar o risco de parestesia. Como gerenciar? • A maioria dos casos de parestesia se resolve aproximadamente 8 semanas sem tratamento; (explicar ao paciente que pode durar até 1 ano, ou mais – será permanente se a lesão for grave); • Examinar o paciente depois de 2 meses, avaliar se vai necessitar de microneurocirurgia; • Laserterapia • Citoneurin® 5000 (vitamina B1, B6 e B12) – injetável – 1x por semana por um mês, e depois 1x ao mês. PARALISIA DO NERVO FACIAL Pode acontecer: • No bloqueio de nervo infraorbital ou quando se infiltram os caninos maxilares. • Quando se introduz o anestésico no lobo profundo da glândula parótida. Problema: • Paralisia unilateral – a face apresenta-se “torta”. • Paciente é incapaz de fechar o olho- reflexo palpebral é abolido. • Transitório – até passar o efeito do anestésico. 77 MARIA EDUARDA RIBEIRO Como prevenir? • Evitar inserção excessiva da agulha no Bloqueio de Vazirani-Akinosi. • Não inclinar posteriormente a agulha no BNAI. Como gerenciar? • Tranquilizar o paciente • Remover lentes de contato TRISMO • Restrição da movimentação da mandíbula, independentemente da causa. • 1 a 6 dias pós-tratamento Causas: • O trauma em músculos é o fator causal mais comum de trismo associado a injeção de anestésicos locais. • Demonstrou-se que os anestésicos locais são levemente miotóxicos para os músculos esqueléticos. • Infecção • Hemorragia • Volumes excessivos de anestésico local Problema: • Limitação da abertura bucal • A abertura média interincisal para os homens é 44,9 mm e para as mulheres, 39,2 mm. • A abertura interincisal média em casos de trismo e de 13,7 mm (variação de 5 a 23 mm). Como prevenir: • Use uma agulha afiada, estéril e descartável. • Manuseie e prepare os tubetes de anestésicos apropriadamente. • Use técnica asséptica. Agulhas contaminadas devem ser trocadas imediatamente. • Conheça a anatomia e a técnica apropriada, a fim de evitar injeções múltiplas na mesma área. • Use os volumes mínimos eficazes de anestésico local. • Use uma agulha afiada, estéril e descartável. • Manuseie e prepare os tubetes de anestésicos apropriadamente. • Use técnica asséptica. Agulhas contaminadas devem ser trocadas imediatamente. • Conheça a anatomia e a técnica apropriada, a fim de evitar injeções múltiplas na mesma área. • Use os volumes mínimos eficazes de anestésico local. LESÃO DE TECIDOS MOLES • Anestesia dos tecidos moles dura significativamente mais que a anestesia pulpar, e os pacientes são liberados do consultório com dormência residual dos tecidos. Causa • Mordida ou mastigação inadvertida dos lábios e língua enquanto ainda anestesiados. • Crianças pequenas • Crianças ou adultos com comprometimento físico ou mental; Problema • Dor e edema significativos; Como prevenir? • Anestésico de duração apropriada; • Orientação ao paciente • Utilização de rolos de algodão no fundo de sulco. Como gerenciar? • Analgésicos quando necessário. • Vaselina ou outro lubrificante para cobrir as lesões em lábio e minimizar a irritação. HEMATOMA • Causado por corte inadvertido de um vaso sanguíneo durante a administração de anestésico local. • Densidade tecidual ao redor do vaso lesado é um fator determinante. • Mais comum durante o bloqueio do NAI (intraoral) e NASP (extraoral). 78 MARIA EDUARDA RIBEIRO Problema • Desconforto estético • Trismo e dor Como prevenir? • Conhecimento da anatomia normal envolvida na injeção proposta; • Modificar a técnica de acordo com as o tamanho da face. • Usar uma agulha curta para o bloqueio de nervo ASP a fim de diminuir o risco de hematoma. • Minimizar o número de penetrações da agulha no tecido. Como gerenciar? • Imediato: Aplicar pressão no local por pelo menos 2 minutos. • Subsequente: Paciente pode ser liberado assim que a hemorragia cessar. Se ocorrer trismo, tratar com analgésicos/relaxante muscular. • Aplicar gelo • Resolve-se em 7 a 14 dias. DOR À INJEÇÃO Causas • A técnica descuidada de injeção e a atitude rígida (“Injeções palatais sempre doem” ou “Isso vai doer um pouco”) muito frequentemente tornam-se profecias que se concretizam. • Uma agulha pode se tornar romba após várias injeções. • A deposição rápida da solução anestésica local. • Agulhas com farpas (após se cravar no osso) podem produzir dor quando forem retiradas do tecido. Problema • A dor à injeção aumenta a ansiedade do paciente e pode ocasionar movimento inesperado súbito, elevando o risco de fratura da agulha e lesão traumática de tecido mole no paciente ou lesão por picada de agulha do administrador. Como prevenir? • Siga as técnicas apropriadas de injeção, tanto anatômicas quanto psicológicas. • Use agulhas afiadas. • Use anestésico tópico apropriadamente antes da injeção. • Use soluções estéreis de anestésicos locais. • Injete os anestésicos locais lentamente. • Certifique-se de que a temperatura da solução está correta. QUEIMAÇÃO À INJEÇÃOCausa • pH da solução anestésica (sem vaso= 6,5, com vaso= 3,5). • Injeção rápida • Contaminação da solução anestésica (álcool, soluções esterilizantes). Como prevenir? • Injetar lentamente • Estocar o tubete anestésico em temperatura ambiente – não mergulhá-lo em nenhum líquido. INFECÇÃO Complicação extremamente rara. Causa: • Contaminação da agulha por manuseio inadequado. • Injeção da solução anestésica em área de infecção – pode levar a trismo. Como prevenir? • Use agulhas estéreis descartáveis. • Manuseie apropriadamente as agulhas - evitar contaminação da agulha por contato com superfícies não estéreis; • Manuseie apropriadamente os tubetes de anestésico – Uso único. 79 MARIA EDUARDA RIBEIRO • Estoque os tubetes assepticamente em seu recipiente, sempre coberto. Limpe antes de utilizar. • Prepare adequadamente os tecidos antes da penetração. • Evitar anestesia em áreas de infecção. Como gerenciar? • Tratamento imediato – Trismo(bochechos solução salina morna, analgésicos) • Se não houver resposta – Antibiótico Amoxicilina 500mg – 8/8 horas por 7 dias; EDEMA Causa • Traumatismo durante a injeção; • Infecção; • Alergia; • Hemorragia; • Injeções de soluções irritantes. Como prevenir? • Manuseie apropriadamente o instrumental para anestesia local. • Use técnicas de injeção atraumáticas. • Avaliação médica adequada do paciente antes da administração de fármacos alergênicos. Como gerenciar? • Se for causado por traumatismo, resolve- se em alguns dias. Hemorragia – 7 a 14 dias. • Infecção / alergia – tratar a causa. NECROSE DE TECIDOS Causas • Aplicação de um anestésico tópico nos tecidos gengivais por um período prolongado. • Secundário a isquemia prolongada resultante do uso de um anestésico local com vasoconstritor (geralmente norepinefrina) – usualmente no palato duro. Problema • Dor • Predisposição à infecção. Como prevenir? • Utilizar anestésicos tópicos pelo tempo recomendado(até 2 minutos). • Evite soluções muito concentradas de vasoconstritores (p. ex. 1:50.000), especialmente no palato. Como Gerenciar? • Tranquilizar o paciente. • Analgésicos se houver dor/ corticóides tópicos. • Se resolve em 7 a 10 dias. LESÕES INTRAORAIS PÓS- ANESTÉSICAS Os pacientes ocasionalmente relatam que, aproximadamente 2 dias após uma injeção intraoral de anestésico local, desenvolvem-se ulcerações em sua boca, principalmente ao redor do local de injeção. O sintoma primário inicial é a dor, em geral intensa. • Estomatite aftosa • Herpes Simples • Não há como prevenir! Como gerenciar? • Controle sintomático, se houver necessidade. • Para estomatite aftosa: Omcilon A – orabase, Ad-muc. • Para herpes intraoral: Flogoral 80 MARIA EDUARDA RIBEIRO REFERÊNCIAS MADEIRA, Miguel Carlos. Anatomia da face: bases anatomo-funcionais para a prática odontológica. 6 ed. rev. e ampl. São Paulo: SARVIER, 2008. Malamed S.F Manual de anestesia local, 5ª ed., Rio de Janeiro, Elsevier, 2005 ANDRADE, Eduardo Dias de. Terapêutica medicamentosa em odontologia: procedimentos clínicos e uso de medicamentos nas principais situações da prática odontológica. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2006 NEVILLE, B.W., DAMM, D.D., ALLEN, C.M., BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Elsevier: Rio de Janeiro, 2009.álcool isopropílico, éter dietílico e benzina. As soluções podem: administradas por via oral, aplicadas localmente em cavidades ou injetadas (vias parenterais). Soluções administradas por via oral: Solução “gotas” – Encontradas sob esta denominação, apesar de não serem definidas pela Farmacopeia Brasileira. Xaropes – Formas aquosas, contendo 2/3 de seu peso em açúcares. Apresentam vantagens: 7 MARIA EDUARDA RIBEIRO correção de sabor desagradável do fármaco e conservação. Elixires – Formas líquidas, hidroalcóolicas, aromáticas e edulcoradas com sacarose ou sacarina sódica. Soluções cavitárias: Colutórios – Aplicação local sobre as estruturas da cavidade bucal, na forma de bochechos ou irrigações, sem que haja a deglutição. Como exemplo, temos o colutório de digluconato de clorexidina, empregado como antisséptico em ambiente ambulatorial ou domiciliar. Vernizes – O fármaco encontra-se misturado ao veículo, que “toma presa” ao entrar em contato com água ou saliva, sendo aplicado diretamente nos dentes. Como exemplo, temos os vernizes fluoretados, empregados para reduzir a incidência de cárie dentária em crianças. Soluções injetáveis: São soluções esterilizadas, acondicionadas em ampolas, de forma a manter essas características, indicadas para a administração parenteral. Vantagens: • Absorção mais rápida e segura. • Determinação exata da dose. • Não sofrem a ação do suco gástrico. • Não agridem a mucosa gástrica (com exceção de alguns anti-inflamatórios). Desvantagens • Necessidade de assepsia rigorosa. • Dor decorrente da aplicação. • Custo geralmente maior. Vias de Administração Via Enteral Fármacos entram em contato com qualquer segmento do trato gastrointestinal. Exemplo: vias sublingual, oral, bucal e retal. 1 - Via Sublingual: Rápida absorção, especialmente quando a mucosa é pouco espessa e há grande suprimento sanguíneo, como o assoalho da língua, por onde são administradas soluções ou comprimidos sublinguais, não deglutidos. Exemplos: cetorolaco de trometamina (anti- inflamatório não esteroide) e os vasodilatadores coronarianos (nitratos) empregados para alívio da dor nas crises de angina do peito. 2 - Via Oral: O suprimento sanguíneo do estômago e do duodeno, aliado à grande superfície epitelial, propicia a absorção de diferentes medicamentos. Pode ocorrer o aumento gradual das concentrações do medicamento, diminuindo a intensidade de seus possíveis efeitos tóxicos. É o que acontece com as penicilinas, cuja incidência de reações alérgicas é menor quando empregadas por via oral, em comparação com as vias parenterais. Sua administração pode ser limitada nos casos de dificuldade de deglutição. É contraindicada quando o paciente está inconsciente ou apresenta náuseas ou vômitos. 3 - Via Bucal: Ação no local de aplicação, pois a manutenção de sua concentração quando estão em contato com a mucosa é muito difícil, em função da ação da saliva. Por esta via, o cirurgião-dentista poderá prescrever ou ele próprio aplicar cremes, pomadas, soluções e colutórios. 4 - Via Retal: Indicado para pacientes inconscientes, que têm vômitos ou que não conseguem deglutir. Esta via também protege os fármacos das reações de biotransformação hepática, pois a drenagem de sangue da parte mais baixa do reto passa pela veia cava inferior (através da veia pudenda interna), não passando, portanto, pela veia porta e pelo fígado. A absorção por esta via pode ser irregular e incompleta. Via Parenteral Vias que não interagem com o trato gastrointestinal. Podem ser acessadas por meio de injeções (intradérmica, subcutânea, intramuscular, intravenosa, etc.) ou por outras formas (percutânea, respiratória, etc.). 8 MARIA EDUARDA RIBEIRO 1 - Percutânea: A absorção de fármacos através da pele íntegra. 2 - Respiratória ou inalatória: Estende-se desde a mucosa nasal até os alvéolos pulmonares, sendo empregada para se obterem efeitos locais e sistêmicos. Na clínica odontológica, é empregada na técnica de sedação mínima, por meio da inalação de uma mistura de óxido nitroso com oxigênio. 3 - Endodôntica (via intracanal): Uso exclusivamente odontológico, serve para a aplicação de fármacos no sistema de canais radiculares dos dentes. É classificada como parenteral, pelo fato de que, por esta via, o fármaco está sendo aplicado na área pulpar, não mais considerada como pertencente ao trato digestório. 4 - Submucosa e subperióstica: São as vias mais empregadas em odontologia, por ocasião da infiltração de soluções anestésicas locais. Podem ser usadas também para a aplicação local de corticosteróides. 5 - Intra-articular: Injeção de fármacos no interior da cápsula articular. Em odontologia, mais especificamente na articulação temporomandibular. 6 - Intramuscular: A absorção das soluções injetadas por esta via depende do fluxo sanguíneo do local de aplicação e do tipo de preparação injetada. As injeções intramusculares podem acarretar dor no local de aplicação, equimoses, hematomas, abscessos e reações de hipersensibilidade. 7 - Intravenosa: Efeito é praticamente imediato. Pode provocar também reações locais como infecção, flebite e trombose. O cirurgião-dentista pode empregá-la em alguns quadros de emergência, se habilitado.. 8 - Subcutânea: Podem ser administradas formas farmacêuticas sólidas ou líquidas (pequenos volumes), de ação imediata ou que formam depósitos e garantem uma liberação lenta e contínua (p. ex., insulina em diabéticos). Também não possui indicação na clínica odontológica. 9 - Intradérmica: Permite que o medicamento entre em contato com a derme, por meio de escarificação (raspagem da pele) ou injeção. Não é empregada na prática odontológica, estando reservada para testes diagnósticos de alergia e aplicação de algumas vacinas, por especialistas. https://image.slidesharecdn.com/administraodemedicamento sporviaparenteral Farmacocinética É o movimento dos fármacos pelo organismo após sua administração. Agem através dos processos de absorção, distribuição, biotransformação (metabolismo) e eliminação (excreção). Absorção: Transferência do fármaco desde seu local de aplicação até alcançar a corrente circulatória.. Biodisponibilidade: A quantidade e a velocidade em que o princípio ativo de um fármaco é absorvido, tornando-se disponível para exercer sua ação farmacológica. Quanto maior for a biodisponibilidade de um fármaco, mais rápida será sua resposta terapêutica. Ordem decrescente de Biodisponibilidade: Solução > emulsão > suspensão > cápsula > comprimido > drágea Via parenteral: Maior Biodisponibilidade. Meia-vida (t ½): Representa o tempo gasto para que a concentração plasmática original de um fármaco no organismo se reduza à metade, após sua administração. 9 MARIA EDUARDA RIBEIRO Distribuição: Uma vez no sangue, os fármacos distribuem-se aos diferentes tecidos, onde irão exercer suas ações. O teor e a rapidez de distribuição dependem de sua ligação às proteínas plasmáticas e teciduais. Após a absorção, eles apresentam-se no plasma na forma livre apenas parcialmente, pois uma proporção maior ou menor do fármaco irá se ligar às proteínas plasmáticas, geralmente à albumina e às alfa-globulinas.A fração do fármaco ligada às proteínas plasmáticas não apresenta ação farmacológica, ou seja, somente a fração livre do fármaco é responsável pelo seu efeito. Isso não significa que um fármaco que exiba alta percentagem de ligação proteica (p. ex., 80%) é menos eficaz do que outro que apresente uma taxa menor (p. ex., 50%), pois toda vez que a fração livre do fármaco deixa o plasma e se distribui aos tecidos, uma proporção correspondente se desliga das proteínas plasmáticas e torna-se livre. A competição de dois fármacos pelos mesmos sítios de ligação às proteínas plasmáticas pode acarretar implicações clínicasna sua prescrição. Assim, o fármaco com maior afinidade de ligação tem “preferência” sobre outro com menor afinidade, que é deslocado, aumentando sua fração livre no plasma e, por consequência, seus efeitos farmacológicos. Biotransformação: Conjunto de reações enzimáticas que transformam o fármaco num composto diferente daquele originalmente administrado, para que possa ser eliminado. O fígado constitui-se no principal local de ocorrência desse processo farmacocinético, o que também acontece em menores proporções na mucosa intestinal, nos pulmões, na pele, na placenta e no próprio plasma sanguíneo. Alguns fármacos são eliminados com tanta eficácia que a quantidade que chega à circulação sistêmica é consideravelmente menor do que a absorvida. Esse processo é denominado de metabolismo de primeira passagem, que resulta na diminuição da biodisponibilidade do fármaco. Alguns fármacos de uso odontológico têm um significativo metabolismo de primeira passagem, como a lidocaína e o ácido acetilsalicílico. Certos medicamentos empregados em odontologia podem servir como substratos, indutores ou inibidores desse sistema. Eliminação: Após serem absorvidos, distribuídos e biotransformados pelo organismo, os fármacos são eliminados para o meio externo, em geral através dos rins, podendo também ser excretados pelos pulmões, pela bile, pelas fezes, pelo suor, pelas lágrimas, pela saliva e pelo leite materno. Entre os fatores que influenciam na velocidade de eliminação de fármacos pela via renal, destacam-se os de ordem fisiológica, como a idade do paciente, que deve sempre ser levada em consideração no momento da prescrição. Nos idosos, por exemplo, a eliminação de certos medicamentos pela urina pode ser prejudicada. A excreção pelo leite materno também limita o uso de alguns medicamentos em lactantes, que podem causar diretamente efeitos adversos na criança. Os contraceptivos orais à base de estrogênio são excretados pela bile. Isso poderia justificar a possível interação desses fármacos com alguns antibióticos que, quando empregados de forma concomitante, diminuiriam a eficácia desse método anticoncepcional. Farmacodinâmica Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e seus efeitos no organismo. Ação de um fármaco: Local onde ele age. Efeito: É o resultado dessa ação. Interação com receptores e outros sítios do organismo: Para que ocorra uma ação específica, os fármacos se associam à receptores, os quais são substâncias químicas organizadas que normalmente encontram-se na superfície celular e apresentam algum local de ligação. Ocorre uma ligação altamente específica no sítio, alterando a molécula do receptor e o funcionamento da célula. Agonistas: Substâncias que se ligam aos receptores e provocam algum efeito, podendo ser total ou parcial. Antagonistas: Se ligam a um receptor, mas não induzem nenhum efeito. (Competitivos ou não competitivos). Relação dose-efeito: A intensidade do efeito produzido é diretamente proporcional à sua concentração no local de ação, num tempo determinado. Para alguns fármacos, o aumento das doses e, consequentemente, de seus efeitos não apresenta limites, exceto pelos riscos determinados. Para outros, o efeito atinge uma 10 MARIA EDUARDA RIBEIRO grandeza que não mais se modifica, chamado de efeito máximo ou efeito platô. Exemplo: Aspirina => o efeito analgésico máximo para a maioria dos indivíduos é obtido com uma dose de 650 mg. Dipirona => 800 mg a 1 g. Isso significa que, para a grande maioria dos pacientes, tais doses são as que promovem o efeito máximo esperado. O aumento aleatório da dose acima dos limites citados não irá, portanto, trazer benefícios ao paciente. Pelo contrário, poderá apenas contribuir para o aumento dos efeitos adversos. FATORES QUE INTERFEREM NAS AÇÕES E NOS EFEITOS DOS FÁRMACOS Fatores Intrínsecos: Relacionados ao paciente. Variabilidade Individual: Variabilidade genética e das consequentes diferenças nas proteínas sintetizadas. Exemplo: Diferenças no tempo de anestesia. Reação Idiossincrásica: Efeito nocivo de um fármaco, que ocorre em uma pequena proporção de indivíduos. Idade: Diferenças na proporção de água e tecido adiposo. Além de alterações farmacocinéticas em extremos de idade, ocorrendo hiper-reatividade em neonatos e idosos e hiporreatividade em crianças. Exemplo: Depressores do SNC, apresentam maior duração de ação em neonatos e em idosos do que em crianças. (metabolismo lento, composição corpórea diferente) Peso e Composição Corpórea: Em indivíduos obesos, os fármacos lipossolúveis (distribuídos na massa lipídica) apresentam menor efeito farmacológico (embora a gordura possa tornar-se um local de depósito). Por sua vez, nos indivíduos magros, os fármacos hidrossolúveis, dispersos no compartimento hídrico maior, terão sua ação diminuída. Estados Fisiológicos: flutuações no ph gástrico, urinário, plasmático podem alterar os processos farmacocinéticos de ácidos ou bases fracas. Além disso, exercício físico, temperatura corporal, pressão arterial também influenciam na resposta do indivíduo à droga. Estados Patológicos: enfermidades envolvendo órgãos de absorção (diarreia, síndromes de má absorção), distribuição (hipoalbuminemia, meningites), biotransformação (cirrose, hepatite) e excreção (insuficiência renal). Estados Psicológicos: Fatores emocionais podem modificar ou inverter o efeito dos fármacos. Exemplo: Ansiedade e medo podem alterar a resposta desejada ou até mesmo ocorrer o efeito placebo. Fatores Extrínsecos: Dependentes da Administração. Vias de Administração: Dependendo da via, pode haver maior lentidão no início da ação, ou até mesmo não ocorrer o efeito. Exemplos: Destruição pelo suco gástrico. Dose: Relação entre a quantidade do fármaco e a massa corporal do paciente. Geralmente o efeito é proporcional à quantidade administrada. No entanto, existem drogas que não estabelecem uma relação dose-efeito. Condições de Uso: Uso continuado e alta frequência de administração podem levar a efeitos cumulativos e alterações responsivas por parte do paciente, como: Tolerância: Diminuição da responsividade ao fármaco, após uso repetido e contínuo. Exemplo: Tolerância ao álcool. Dependência: Desenvolvimento de um forte impulso de usar repetidamente drogas ou fármacos psicoativos. Pode ser física ou psicológica. Fatores Extrínsecos: Dependentes do Meio Ambiente. Temperatura: Alteração da estabilidade de várias formas farmacêuticas e de suas conservações. Exemplo: cápsulas, soluções e suspensões. O efeito de um agonista é proporcional ao número de moléculas disponíveis para a ligação com o receptor, quanto maior a dose, mais moléculas disponíveis. Quanto menor o número de receptores necessários para ocorrer o efeito, mais eficaz será o agonista. 11 MARIA EDUARDA RIBEIRO Fisiologia da Dor Definição: Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade, podendo resultar da estimulação do nervo em decorrência de lesão, doença ou distúrbio emocional. -Experiência subjetiva; -Mecanismo de defesa. Conceitos relativos à dor: Hiperalgesia: Maior sensibilidade à dor. Hipoalgesia: Sensiilidade diminuída. Percepção dolorosa: Capacidade de perceber a dor. Reação dolorosa: é a capacidade de reagir à dor. Fisiologia da Dor: Estimulação dos receptores => estímulo elétrico => levam ao sistema nervoso central => convertido em dor. Processo inflamatório: Há mediadores que tem a capacidade de manter os receptores ativados. Atuam no início da dor e na sua continuidade. Transmissão =>neurônios =>neurotransmissão https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2 019/10/1-partes-do-neuronio.jpg Processo de comunicação entre neurônios e células: Transmissão desse estímulo ocorre através da sinapse.O pontode conexão entre dois neurônios do SNC ou entre um neurônio e uma célula efetora (muscular ou glandular) na periferia é chamado de sinapse. Ocorre a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica, causando excitação ou inibição do neurônio pós-sináptico. SNC: Receber, analisar e integrar informações. SNP: Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos até o SNC. TIPOS DE DOR Classificação temporal: Baseia-se na duração da dor. Dor aguda: Dor bem localizada. Surge quando existe uma lesão tecidual, seja por estímulos químicos, térmicos, mecânicos, cuja função é alertar o indivíduo. Tem duração limitada, desaparece geralmente com a resolução do processo patológico. Caso esse processo patológico persista, pode se tornar uma dor crônica Exemplo: Abscesso periapical agudo. Dor Crônica: Dor intensa e prolongada, não apresenta função de alerta e está associada a dano tecidual prolongado, processos patológicos crônicos ou injúria no SNC ou SNP. Exemplo: Dor na ATM. Classificação de acordo com a intensidade da dor: Superficial: É bem localizada. Exemplo: Picada de agulha. Profunda: Pode ser irradiada e referida a outras áreas. Exemplos: Abscessos periodontais, abscessos apicais. É extremamente desagradável, pode provocar náuseas, palidez e sudorese. Classificação Fisiopatológica: Baseia-se nos mecanismos dolorosos desencadeantes. Dor Nociceptiva: Resulta da ativação dos receptores através de estímulos dolorosos, os quais podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. Dor Neuropática: É fruto da lesão ou disfunção do SNC ou SNP. 12 MARIA EDUARDA RIBEIRO Dor Psicogênica: Nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado, sendo a dor gerada por mecanismos psíquicos. Neuralgia do Trigêmeo: Dor Neuropática Nervo Trigêmeo possui função mista: sensitiva e motora Queixas: Queimações, formigamentos, pontadas e choques. De modo geral, são dores difusas. Causa: Processo degenerativo na bainha de mielina. As dores podem ser em apenas um ramo do nervo. Exemplo: Oftálmico, Maxilar ou Mandibular. Pode surgir de uma infecção odontogênica, causando a destruição da bainha de mielina Como tratar? Tratamento definitivo: Cirúrgico => Remover o tronco do nervo, perdendo a sensibilidade em algum ramo. Tratamentos que amenizam: Vitamina B12, Laserterapia, Iodoterapia. https://www.erichfonoff.com.br Neuralgia Pós-Herpética Herpes-Zoster Vírus Varicela Zoster Queixas: Queimações, formigamentos, pontadas e choques. De modo geral, são dores difusas. Causas: A reativação do vírus lesa os nervos periféricos. Como ocorre? Paciente contrai Varicela. O vírus se aloja no gânglio nervoso, podendo ser o trigêmeo. Em situação de debilidade do sistema imune (Imunodepressão, pacientes HIV positivo), pode se multiplicar, lesando os nervos periféricos. Em pacientes muito comprometidos podem ocorrer bilateralmente. Pode permanecer por muito tempo, causa bastante dor. Passada a fase aguda pode ocorrer o desaparecimento da dor. Tratamentos: Vitamina B12 pode amenizar os sintomas. https://www.msdmanuals.com/ ➤A liberação de mediadores inflamatórios causa dor, calor, rubor, edema e perda de função. ➤Citocinas e Quimiocinas: Aumentam a permeabilidade celular, causam vasodilatação, chega mais sangue, local fica quente e vermelho. ➤Vasodilatação: para chegar mais células para combater esse estímulo agressor, neutrófilos migram, ultrapassam membrana basal. ➤Ocorre a lesão, liberação dos mediadores, estímulo-transmissão do estímulo elétrico pro SNC, convertendo esse estímulo em dor. Analgésicos: Atuam nos mediadores inflamatórios, para não darem continuidade e no SNC. MEDIADORES INFLAMATÓRIOS Mais relacionados à dor crônica. Dor: Prostaglandinas e Bradicinina 13 MARIA EDUARDA RIBEIRO BRADICININA: ➤Descoberta no Brasil; ➤Faz parte dos grupos das cininas; ➤Tem potente ação vasodilatadora e promove aumento da permeabilidade vascular; ➤Em terminações nervosas sensíveis, causa ativação das vias de dor; ➤Ativação do fator de hageman: Circula na corrente sanguínea. Quando encontra colágeno, membrana basal, plaquetas são ativadas e liga-se ao cininogênio de alto peso molecular. Ativando o fator de hageman, desencadeando a cascata de cininas e a cascata da coagulação. CASCATA DAS CININAS: fator XIIa Há a liberação de calicreína, se junta ao cininogênio de alto peso molecular e forma a bradicinina. PROSTAGLANDINAS: ➤Mediadores químicos que promovem uma maior permeabilidade vascular. ➤Também têm o poder de quimiotaxia, atraindo células, como neutrófilos, para realizar a fagocitose. ➤Envolvidas no surgimento da febre e aumento da sensibilidade à dor. ➤Origina-se a partir do ácido aracdônico. Ácido aracdônico origina-se dos fosfolipídeos na membrana celular. O ácido linoleico, que está sob ação das fosfolipases, forma o ácido aracdônico, originando a via cicloxigenase. Ocorre a formação de prostaglandinas (dor), prostaciclina (inibe a agregação plaquetária, vasodilatação) e tromboxano (vasoconstrição, promove agregação plaquetária). ➤Se inibir essa via: diminuição de dor. ➤Cascata da lipoxigenase: forma leucotrienos. Analgésicos: Interrompem as vias de transmissão nervosa, reduzindo a percepção de dor. REGIMES ANALGÉSICOS: Analgesia Preemptiva: Tem início antes do estímulo nocivo, previamente ao trauma tecidual. Emprega-se fármacos que previnem a hiperalgesia. Pode ser complementada pelo uso de anestésicos locais de longa duração. Preventiva: Imediatamente após a lesao tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. Perioperatória: Iniciada antes da lesão tecidual e mantido no período pós-operatório imediato. Mediadores pró inflamatórios devem manter-se inibidos por um tempo mais prolongado. Dor decorrente de procedimentos odontológicos eletivos: Perdura, em geral, por um período de 24h. Pico de intensidade entre 6-8 h pós cirúrgicas. Duração do tratamento com analgésicos dura no máx 72h. Classes de Analgésicos - Não Opióides Não opióides: Agentes de ação restrita sobre a dor e a febre e que não comprometem os receptores do SNC. Opióides: Agentes que atuam em receptores do SNC (bloqueia qqr tipo de dor). Analgésicos Não-Opióides: ➤Apresentam propriedade analgésica, antitérmica e fraca ação anti inflamatória. ➤Principal ação é impedir a ativação de mediadores químicos através da inibição da COX. ➤Indicados para dores leves a moderadas. Indicações na Odontologia: ➤Analgesia pré e pós operatória (exodontias, cirurgias periodontais, implantes). ➤Após tratamento endodôntico. ➤Após raspagem periodontal. ➤Após traumatismos na mucosa (grampos). ➤Sensibilidade dentinária. ➤Clareamento dental. Principais: Derivados do Ácido salicílico: Ácido acetilsalicílico. Derivados do P Aminofenol: Paracetamol. 14 MARIA EDUARDA RIBEIRO Derivados da pirazolona: Dipirona. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO ➤Primeiro a ser comercializado. ➤Propriedades: aliviava dores e diminuía a febre. ➤Conjugação do Ácido salicílico com o acetato, criando o ácido acetilsalicílico (aspirina), que descobriram ser menos tóxico. ➤Propriedades analgésicas, antitérmicas e anti inflamatórias. ➤Inibe enzimas ciclo-oxigenase. Diminui a síntese de tromboxanos a2. ➤Ação analgésica: 500-650 mg por dose. ➤Ação anti inflamatória : 4-5g diários (pode tornar-se tóxico, causando ulcerações gástricas). ➤Ação anti-agregante plaquetária: 40-100 mg por dose. Exemplo: infarto do miocárdio, trombose => previne o surgimento de trombos. Especialidades farmacêuticas: ➤Aspirina, aas. Comprimidos 500mg. ➤Adultos: administração por via oral 1 comprimido de 4 em 4 ou de 6 em 6 h. ➤Não exceder 8 comprimidos ao dia (4g) (dose que pode causar reações adversas) ➤Não ingerir de estômagovazio, pode causar efeito negativo na mucosa gástrica. *Dicionário de Especialidades Farmacêuticas: Usar como fonte de pesquisa. ➤Crianças: aas infantil 100mg ➤Crianças 6 m a 1 ano: ½ a 1 comp 1 a 3: 1c 4 a 6: 2c 7 a 9: 3c 9 a 12: 4c Intervalos de 4 a 8h até 3 por dia. Efeitos adversos: ➤Em pacientes tomando a dose normal: náusea, vômito, dor epigástrica e raramente ulceração. ➤Inibição de tromboxano, diminui a agregação plaquetária - risco de hemorragia. ➤Não deve ser empregado em pacientes predispostos a dispepsias ou sabidamente portadores de alguma lesão da mucosa gástrica. ➤Não deve ser aplicado em hemofílicos e naqueles que estejam fazendo uso de anticoagulantes. Derivados do ácido acetilsalicílico: ➤Cuidado no atendimento: Nos pacientes que fazem uso crônico, após sua retirada, são necessários 7 a 10 dias para que novas plaquetas sejam produzidas e lançadas no sangue circulante. ➤Avaliação médica: para que não haja a suspensão do remédio e possível risco de infarto/trombos. Síndrome por superdosagem de AAS: Reye ➤Crianças de 4 a 12 anos. ➤Uso abusivo ou secundária a infecção viral. ➤Promove disfunção hepática, necrose dos hepatócitos, problema na metabolização (ex: amônia fica circulante), podendo chegar no cérebro, aumento da pressão intracraniana, cérebro aumenta de tamanho, necrose de células cerebrais => vômitos, náuseas, mudanças nas funções mentais, raramente coma e óbito. ➤Predisposição. PARACETAMOL ➤Derivado do para-aminofenol. ➤Analgésico eficiente. ➤Não tem ação anti-inflamatória. ➤Melhor efeito na dor ainda não instalada (analgesia preventiva). Vantagens: Baixo custo, baixa toxicidade, não inibe a agregação plaquetária e causa efeitos insignificantes sobre a mucosa gastrointestinal. Especialidades Farmacêuticas: ➤Paracetamol 500mg e 750 mg. ➤Tylenol 500mg e 750 mg. ➤Dôrico 500mg e 750mg. ➤Adultos: administrar por via oral 1 comprimido de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas. ➤Não exceder 4g por dia. ➤Crianças: abaixo de 12 anos. A dose recomendada varia de 10 a 15 mg/kg/dose com intervalos de 4-6h. 15 MARIA EDUARDA RIBEIRO Não exceder 5 administrações em um período de 24h. Não ultrapassar a dose de 75mg/kg (24h). Efeitos Adversos: ➤Agranulocitose: redução de leucócitos granulócitos (eosinófilos, basófilos.. ) ➤Pode ocasionar agranulocitose/leucopenia, anemia hemolítica (RARA), reações de hipersensibilidade (erupções cutâneas, urticárias, eritema pigmentar, angioedema e choque anafilático. ➤Superdosagem (dose tóxica em adultos: 7,5g por dia) ➤Acidental/proposital (acima de 40 comprimidos pode levar a morte) ➤O uso abusivo e prolongado leva a danos hepático, além de nefropatias. ➤Álcool agrava o risco de lesão hepática. Intoxicação por paracetamol: 1: Náuseas, vômitos, mal-estar geral e sudorese intensa; 1: Dor no primeiro quadrante direito, hepatomegalia, oligúria e aumento de enzimas hepáticas; 3: Perturbações gastrointestinais e mal-estar, além dos primeiros sinais de falência hepática, como, a icterícia, hipoglicemia, coagulopatia e ainda, encefalopatia. Fase final: Determina se o organismo se recupera ou se há progressão até a morte por falência hepática. DIPIRONA ➤Derivado da pirazolona; ➤É uma droga analgésica clássica efetiva sobre a dor já instalada. ➤Indicado para dores leves à moderadas. ➤Não tem ação anti-inflamatória. Vantagens: Alta eficácia, baixo custo, utilização popular, margem de segurança. Especialidades farmacêuticas: ➤Dipirona sódica ou monoidratada 500mg. ➤Novalgina 500mg. ➤Anador 500mg. ➤Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 500mg a cada 4 horas. ➤Dose tóxica: 8g. ➤Crianças: Novalgina infantil 50mg/ml 20 mg/kg por via oral, até 4 vezes ao dia. ➤Não exceder 20 ml/dia. ➤Contra indicado para bebês de até 3m de idade. Restrições de uso: Pacientes alérgicos, com alterações hematológicas severas e em pacientes com hipotensão arterial. Efeitos Adversos: ➤Reações de hipersensibilidade, com manifestações na pele e mucosa (principalmente na boca e garganta), do tipo alérgica. ➤Agranulocitose e anemia aplástica: medula diminui ou para de produzir componentes sanguíneos. ➤EUA não pode utilizar dipirona, não consideram seguro para uso. Classes de Analgésicos - Opióides ➤Agem do SNC. ➤Originados do ópio. Papoula do Oriente. ➤Inicialmente fumado em cachimbo. ➤Causa analgesia, euforia, diarréia, gota, diabetes, tétano, insanidade. ➤Substância de abuso - séc XVIII Guerra do Ópio - China x Inglaterra ➤Substâncias do ópio: alcalóides. ➤Descobriram a Morfina (deus do sono), seguida pela Codeína e a papaverina. Início do séc XX, movimentos de proibição do cultivo e o comércio do ópio. Alcaloides: Morfina, heroína, metadona, fentanil, oxicodona, codeína, tramadol, naloxona, pentazocina... Ação central (agem no SNC) ➤Efetividade analgésica. ➤Causam depressão respiratória, diminuem a motilidade intestinal, náuseas e vômitos, causam tolerância - dependência- abstinência. 16 MARIA EDUARDA RIBEIRO ➤Cada vez precisa de mais doses. ➤Dependência física e psíquica. Mecanismos de Ação: ➤Se ligam à receptores opióides, localizados no SNC. ➤Mi (em grego), gama, olr1, k ligam-se, ocorrendo o fechamento dos canais de cálcio, ao mesmo tempo abrem-se os canais de potássio do pós-sináptico. Ocorrendo uma hiperpolarização. Bloqueia o estímulo, não ocorre a neurotransmissão, bloqueando a dor. Codeína e tramadol: opióides fracos. CODEÍNA ➤Derivada da morfina. ➤Indicações: Dores moderadas à intensas, que não respondem aos não opióides. ➤hipersensibilidade aos não-opióides. ➤Anti-tussígeno. Especialidades Farmacêuticas: ➤Fosfato de codeína 30 mg. ➤Codein 30mg. Posologia: Administrar por via oral, 30mg, de 4 em 4 horas ou 6 em 6h. ➤Não exceder 360mg/dia. Geralmente associada ao paracetamol. Efeitos Adversos: ➤Maior risco de toxicidade do que o tramadol. ➤Náuseas, constipação, vômito, sonolência, depressão respiratória e alterações de humor. Associação com paracetamol: ➤Codeina 30mg ou 7,5mg e paracetamol 500mg. Especialidades Farmacêuticas: ➤Tylex 7.5mg - dores leves. ➤Ryles 30mg e Paco 30mg: dores intensas. 1 comprimido a cada 4 h ou 2 cp a cada 6 horas. ➤Não ultrapassar 8 comprimidos ao dia. ➤Não há indícios de superioridade analgésica quando comparado ao paracetamol isolado. ➤Quando utilizada dose de 60mg apresenta o mesmo efeito analgésico do paracetamol, porém mais efeitos colaterais. ➤Tontura, sedação, náusea e vômito. Maiores efeitos que o paracetamol isolado. TRAMADOL Cloridrato de tramadol é um analgésico sintético de ação central que age em receptores opióides no controle da dor. Possui potência analgésica 5 a 10 vezes menor que a morfina. Vantagens: Rápida ação e longa duração analgésica, tolerável nos pós operatórios agudos. Reações adversas: ➤Náuseas, vômito, boca seca, dor de cabeça, tontura e sonolência. ➤Tolerancia-dependencia. Especialidades farmacêuticas: ➤Cloridrato de tramadol 50 mg e 100mg. ➤tramal 50mg. ➤tramal retard 100 mg. Posologia: ➤1 comprimido por via oral, 50 ou 100mg, a cada 6 horas. ➤Máximo 400 mg/dia ➤Não deve ser utilizado em crianças. Associação do tramadol e paracetamol: ➤Superioridade analgésica quando comparado ao paracetamol isolado e a codeína mais paracetamol. Especialidade Farmacêutica: ➤Revange. ➤2 comprimidos a cada 4-6h. ➤Não exceder 8 cp por dia. ➤Não deve ser utilizado por crianças. Até os 12 anos. ➤Podem ocasionar respiração lenta e morte em crianças mais velhas e obesas ou dificuldade respiratória. (baixa dose) Anti-inflamatórios Inflamação: • Processo normal e necessário; • Mecanismo efetor da imunidade inata; 17 MARIA EDUARDA RIBEIRO• Resposta inespecífica; potencialmente lesiva. Causas: • Infecção; • Trauma Mecânico; • Agentes químicos; • Radiação; • Auto-Imune; Produtos do ácido aracdônico são chamados de eicosanóides. Cox1: ➤Função fisiológica ou constitutiva. ➤Presente na mucosa duodenal, estômago, rins e plaquetas. ➤É formada não só no processo inflamatório. Cox2: ➤Inflamatória. ➤Predominantemente patológica: dor, febre. ➤Fisiológica: rins, SNC e endotélio vascular. Cox3: ➤Variante da COX1. ➤Presente no SNC. ➤Função desconhecida. COX produz Tromboxano e Prostaglandinas. Funções das Prostaglandinas: Condição Fisiológica: ➤Produção de muco estomacal (COX1) Alimento chega ao estômago que contém ácido clorídrico. ➤PGE2 e PGI2 (prostaciclina): Reduz a secreção de HCL. Coagulação: ➤Tromboxano A2: causa vasoconstrição, agregação plaquetária. ➤Prostaciclina: causa vasodilatação e inibe a agregação plaquetária. Função Renal: ➤Promovem vasodilatação e manutenção da taxa de filtração glomerular. ➤Lesão Renal => Diminuição da função. Prostaglandina identifica esse prejuízo e promove a vasodilatação, chegando mais sangue ao rim, aumentando a sua função. Faz com que volte ao normal. AINES- Anti- inflamatórios Não esteroidais NÃO Esteroidais: AINES Requisitos: ➤Ação anti-inflamatória; ➤Ação analgesica; ➤Ação antipirética; AAS, Paracetamol, Dipirona} Não são considerados AINES. Podem ser AINES Atípicos. Mecanismo de Ação: ➤Inibição da COX sob o ácido Aracdônico. AINES: Não seletivos: ➤Agem inibindo a cox1 e cox2. (Ibuprofeno, naproxeno, nimesulida, diclofenaco...) Seletivos ➤Agem inibindo a COX2 (Celocoxibe...) AINES Não Seletivos: (inibem COX 1 e COX2) 18 MARIA EDUARDA RIBEIRO Efeitos adversos: ➤Bloqueio da COX1: Sem proteção gástrica, sem equilíbrio na coagulação e sem homeostasia renal, não vai produzir prostaglandinas e consequentemente não produzirá muco, podendo causar úlceras pépticas. Administrar junto: Omeprazol. Controla esse efeito adverso. ➤Paciente com Insuficiência renal: Pode desenvolver insuficiência renal aguda. ➤Hemorragia: Sem produção de tromboxano, que produz agregação plaquetária. Vantagens: ➤Primeira escolha no tratamento de doenças reumáticas como artrite reumatoide, osteoartrite e artrite psoriática, assim como nas sequelas de traumas e contusões e ainda nos pós-operatórios odontológicos. Desvantagens: ➤Efeitos adversos - aumentam conforme a dose e tempo de uso. Contra-indicações: ➤Pacientes idosos ➤Pacientes com disfunções renais ➤Pacientes com problemas gástricos ➤Gestantes AINES seletivos (inibem COX2) ➤Era dos coxibes => Medicamentos que inibem somente a COX2 ➤Alta eficácia e baixa toxicidade. Efeitos fisiológicos: ➤Regulação renal da excreção de sódio através da renina, a homeostasia da pressão arterial e o controle da agregação plaquetária pelo endotélio vascular. Aines Não Seletivos: ➤Plaquetas produzem COX1, que está envolvida na produção do Tromboxano A2 = INDUZ A COAGULAÇÃO O endotélio produz COX2-PGI2 = INIBE A COAGULAÇÃO. ➤Inibir a COX2 faz com que seja inibida a coagulação, podendo levar ao surgimento de trombos. Indicações: ➤Utilizar em pacientes com risco aumentado de sangramento gastrointestinal. ➤Não utilizar em pacientes com hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica ou com história de AVE, uso de stents nas artérias coronárias. ➤Empregar a menor dose eficaz pelo menor tempo de duração possível. AINES seletivos e não-seletivos: Quando empregá-los? ➤Controle da dor aguda de intensidade moderada à severa no período pós-operatório de intervenções odontológicas eletivas ➤Analgesia preemptiva e preventiva Exemplos: exodontia de dentes inclusos, cirurgias periodontais, colocação de implantes, enxertias ósseas... ➤Dor já instalada, após remoção da causa. Exemplo: Pericementite. Dor decorrente de procedimentos odontológicos eletivos: ➤Perdura geral, após 24h ➤Pico de intensidade entre 6-8h pós-cirúrgicas ➤Edema inflamatório atinge o ápice 36h após o procedimento ➤Duração do tratamento: máximo de 48 a 72h Se o paciente apresentar dor intensa e exacerbação do edema após esse período, agendar reavaliação. Principais medicamentos: Seletivos e Não- seletivos. NÃO seletivos: IBUPROFENO: ➤Dor e febre leve a moderada; ➤Evitar em pacientes com história de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, pelo risco potencial de alergia cruzada; ➤Eficaz como analgésicos e anti-inflamatório. Especialidades farmacêuticas: ➤Ibuprofeno 200, 300 e 400mg; ➤Alivium, Advil, Buscofem 400mg; ➤Ibupril, Buprovil 300 mg; ➤Advil 200mg; 19 MARIA EDUARDA RIBEIRO Dose analgésica: ➤Administrar por via oral 400 mg de 8/8h; Dose anti-inflamatória: ➤Administrar por via oral 600 mg de 12/12h; ➤Não exceder 3.200mg/dia; Especialidade farmacêutica: ➤Spidufen 400 e 600mg granulado. Sabor damasco, menta.. Dissolver em água e ingerir imediatamente. rápido início de ação: 15 a 30 min Especialidade Farmacêutica: ➤Em gotas:Ibuprofeno 50 mg/mL e Doraliv 100mg/mL; ➤Não exceder 800 mg/dia; NAPROXENO: ➤Inibição do sistema de cininas e histaminas; ➤Indicações: dor reumática, dor articular, dor nas costas, dor na coluna, cefaleia, enxaqueca, dor muscular. Especialidade farmacêutica: ➤Naproxeno sódico 250 e 500mg; ➤Naprosyn 250 e 500mg; ➤Flanax 275 e 550mg; Posologia: ➤Comprimidos de 250mg: 1c, 1 a 2 vezes ao dia; ➤500mg: 1c, 1 vez ao dia; ➤Não é recomendado o uso por mais de 10 dias consecutivos; ➤Não exceder 1250 mg/dia; ➤Crianças: Indicado suspensões. CETOPROFENO: ➤Tratamento de inflamações, e dores decorrentes de processos reumáticos, traumatismos e dores em geral. Especialidades Farmacêuticas: ➤Profenid 50-10, 150 e 200mg, 20mg/mL Posologia: ➤Administrar por via oral 1 cápsula de 8 em 8h. NIMESULIDA: ➤Preferencialmente inibe a COX2; ➤Mínima atividade sobre a COX1; ➤Bem absorvida quando administrada por via oral; ➤A utilização deve restringir-se a dores agudas; ➤Toxicidade hepática; Especialidades farmacêuticas: ➤100mg e 50mg/ml suspensão oral ➤Nisulid 100 mg comprimido dispersível; ➤Adultos: administrar por vIa oral 1 comprimido de 12 em 12h; ➤Dose máxima diária: 4c ou 80 gotas. DICLOFENACO: ➤Sódico ou potássico (mesma farmacocinética e farmacodinâmica). ➤Mais utilizado para osteoartrites, artrite reumatóide, dores musculoesqueléticas agudas. ➤Maior potência que o naproxeno ➤Não é indicado para menores de 12 anos. Especialidades farmacêuticas: ➤Diclofenaco 50mg; ➤Cataflam 50mg(diclofenaco potássico); ➤Voltaren 75mg(injetável); ➤Voltaren 50mg(diclofenaco sódico); Posologia: ➤Administrar por via oral 1 comprimido de 6 em 6h ou de 8 em 8h; ➤Injetável (ampola de 75 mg); ➤Dose máxima diária - 200 mg; PIROXICAM: ➤Aliviar os sintomas de artrite reumatoide osteoartrite, dor menstrual (...) Especialidades Farmacéuticas: ➤Piroxicam 20mg; ➤Feldene 20 mg; ➤Adultos: Administrar por via oral, 1 comprimido ao dia; ➤Maior comodidade posológica; ➤Não exceder 40 mg/dia; 20 MARIA EDUARDA RIBEIRO Seletivos CELECOXIBE: ➤É um medicamento indicado para osteoartrite, alívio da dor leve a moderada. Especialidades Farmacêuticas: ➤Celecoxibe 100 e 200 mg; ➤Celebra 100 e 200 mg; ➤Não exceder 800 mg/dia; Posologia: Administrar 1 comprimido por via oral de 12 em 12h; ETORICOXIBE: ➤Tratamento de artrite reumatoide, osteoartrite. ➤Alívio da dor crônica e aguda. ➤Tratamento da dor aguda pós operatória, moderada a grave, associada a cirurgia odontológica; Especialidades farmacêuticas: ➤Arcoxia 60 mg, 90mg 120 mg; ➤hetori 90mg Posologia: ➤Administração por via oral 1 comprimido 90 mg 1xao dia; ➤Dose máxima 200mg ao dia; AIES: Anti- inflamatórios esteroidais Corticoides/corticosteroides: ➤Hormônios esteróides produzidos pelas glândulas suprarrenais ou seus derivados sintéticos; Glicocorticóides Exemplo: cortisol ➤Controlam o metabolismo dos carboidratos, gordura e proteínas, equilíbrio hidroeletrolítico e possuem potente efeito anti-inflamatório; Hipotálamo=>hipófise=>glândula supra-renal ou adrenal Corticoides ➤Anti-inflamatório; ➤Antialérgico; ➤Imunossupressor; O que são corticoides sintéticos? ➤São um grupo de hormônios sintéticos, que mimetizam o hormônio produzido pela supra renal, o glicocorticóide endógeno (cortisol). ALTA ATIVIDADE: anti-inflamatória, antialérgica e imunossupressora. CORTICOIDES: ➤Indicado no tratamento de sintomas de vários tipos de doenças, incluindo distúrbios reumáticos, cutâneos (auto-imunes), glandulares, pulmonares, pós-transplante; ➤Na odontologia: controle da dor e edema (analgesia preemptiva) - conforto para o paciente. ➤Exodontia de dentes inclusos, cirurgias periodontais, colocação de implantes... ➤Não utilizar por mais de 3 dias. MECANISMO DE AÇÃO DOS CORTICÓIDES: ➤Os glicocorticóides agem inibindo a Fosfolipase A2, bloqueando a síntese de Leucotrieno, Prostaglandinas e Tromboxano. Ou inibem a COX, bloqueando a síntese de Prostaglandinas e Tromboxanos. Ação anti-inflamatória dos corticoides: ➤Diminui a permeabilidade dos capilares, reduzindo a formação do edema (inchaço). ➤Reduz a migração de leucócitos para a área inflamada e a fagcitose, por estes, das células lesadas. ➤Reduz a formação de prostaglandinas e leucotrienos, reduzindo os sintomas da inflamação e conduz mais rapidamente ao reparo. ➤Reduz a febre por redução da liberação de prostaglandinas. Corticoides mais utilizados na Odontologia: ➤Betametasona ➤Dexametasona ➤Triancinolona 21 MARIA EDUARDA RIBEIRO BETAMETASONA: Especialidades farmacêuticas: ➤Betametasona 0,5 e 2mg e elixir (0,5 mg/ml); ➤Celestone 2mg (betametasona); Posologia ➤Administrar uma dose única de 4 mg (2 comprimidos) 2h antes do procedimento cirúrgico. ➤Pós-operatório - 1mg de 8 em 8 h, por 72h. ➤Doenças auto imunes (líquen plano oral). ➤Bochechar 10 ml, durante 2 min, 5x ao dia. DEXAMETASONA: Especialidades farmacêuticas: ➤Decadron 0,5mg/0,75/4mg e elixir (0,5mg/ml); Posologia: ➤Administrar em dose única por via oral, 8 mg, 2 comprimidos 2h antes do procedimento cirúrgico; ➤Pós-operatório - 0,75mg de 6 em 6h por 72h; ➤Doenças autoimunes (líquen plano oral); ➤Bochechar 10 ml, durante 2 min, 5x ao dia. TRIANCINOLONA: Especialidades farmacêuticas: ➤Acetonida de triancinolona 1mg/g; ➤Omcilon A, em orabase 1mg/g; Posologia: ➤Aplicar sobre o local 5x ao dia, durante 7 dias; Corticoides: Ação dos Corticóides - influência do horário. ➤ A concentração de cortisol se altera durante as horas do dia, apresentando seu pico pelas primeiras horas da manhã. Logo ao despertar, seus níveis vão declinando progressivamente ao longo do dia, ficando bastante baixos durante a noite. Contra-indicações: ➤Em portadores de doenças fúngicas sistêmicas; ➤Portadores de herpes simples ocular; ➤Portadores de tuberculose ativa ou histórico desta doença; ➤Em pacientes com histórico de doenças psicóticas; ➤Em pacientes com histórico de hipersensibilidade à droga; Efeitos adversos: ➤Retenção de sódio; ➤Ativação dos osteoclastos - osteoporose; ➤Diminuição da síntese de colágeno - estrias; Utilizar com cautela: ➤Gestantes, lactantes; ➤Diabéticos(aumenta a ação da adrenalina, aumenta a quebra de glicogênio e aumenta a glicemia); ➤Hipertensos/cardiopatas; ➤Portadores de úlcera péptica; ➤Infecções agudas disseminadas; Antibacterianos Bactérias: • São organismos microscópicos e unicelulares, que vivem geralmente agrupados em colônias, e que em alguns casos, apresentam uma forma característica. • São encontradas livremente no ar, na terra, na água, nos materiais em decomposição ou habitando outros seres vivos. Antimicrobiano: Classificação geral, podendo ser também antifúngico. Morfologia: ➤ O método de gram utiliza diferentes corantes e substâncias para a identificação das bactérias ao 22 MARIA EDUARDA RIBEIRO microscópio através da cor, podendo ser visualizados dois grupos: Tolerância ao O2: aeróbios, anaeróbios e anaeróbios facultativos Classificação: • Saprófitas – Não causam doença, podendo inclusive beneficiar o organismo hospedeiro. • Patogênicas – Causam doença e não apresentam função benéfica ao organismo. Saprófitas: ‘’Bactérias do bem’’ ➤O corpo humano carrega também cerca de 100 trilhões de bactérias "boas", muitas delas alojadas no intestino. Não apenas vivemos em harmonia com elas, mas sem elas não conseguiríamos viver. ➤ajudam a digerir alimentos; ➤absorvem nutrientes e produzem várias vitaminas, incluindo ácido fólico, niacina e vitaminas B6 e B12; ➤protegem contra bactérias que causam doenças, produzindo ácidos que inibem seu crescimento e estimulam o sistema imunológico a combatê-las. Antibióticos colocam em risco a população das bactérias protetoras, pois também matam parte delas. Isso pode levar a um desequilíbrio das bactérias no corpo, desencadeando diarreia e outros problemas gastrointestinais. Infecção: • Invasão e multiplicação de um microrganismo causando uma doença. • Causada por um desequilíbrio entre o nº de bactérias, a virulência das bactérias e a resistência do hospedeiro. Segundo o local onde é adquirida: ➤Comunitária – contraída no ambiente doméstico, profissional ou na comunidade. ➤Hospitalar – contraída no ambiente hospitalar. Histórico: ERA PRÉ-ANTIBIÓTICA ➤1 em cada 3 crianças não chegava a idade adulta; ➤Mortes por tuberculose, sífilis, lepra, coqueluche, peste bubônica. ➤1840 – Ignaz Semmelweis – Importância de lavar as mãos. ➤Séc 19 - Louis Pasteur e o alemão Robert Koch descobriram a ligação da ação de microorganismos e doenças. Isso deu origem às noções modernas de higiene. Antibióticos – HISTÓRICO ➤Seu desenvolvimento provocou uma revolução em saúde pública ao tornar curáveis uma série de doenças que matavam milhões de pessoas todos os anos. ➤1928 – Alexander Fleming descobre a penicilina; ➤1939 – Inicia-se uso clínico (2ª Guerra Mundial); ➤1940 – Howard Florey e Ernst Chain – produção em escala industrial. A “era dos antibióticos”. Sem a penicilina, 300.000 soldados não voltariam para a casa. Antibiose - relação ecológica no qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie. Antibiótico é uma das classes de medicamentos mais prescritas e consumidas em todo o mundo. São utilizados para o combate de infecções por bactérias. A antibioticoterapia tem a finalidade de curar uma doença infecciosa (cura clínica) ou de combater um agente infeccioso situado em um determinado foco de infecção (cura microbiológica). Pode ser utilizada de forma terapêutica - que implica na utilização de antimicrobianos a partir de um diagnóstico preciso, ou presuntivo da etiologia do processo infeccioso, fundamentado 23 MARIA EDUARDA RIBEIRO na anamnese, nos exames clínicos e laboratoriais. • Bactericidas: Promovem a morte das bactérias. Ex: Penicilinas, cefalosporinas, vancomicina, quinolonas. • Bacteriostáticos: Inibem a proliferação de bactérias. Ex: Sulfonamidas, tetraciclinas, cloranfenicol, eritromicina. Espectro de ação: • Restrito: Específico. • Amplo Bactérias: • Sensíveis • Resistentes 1.Inibição da duplicação cromossômica ou da transcrição; 2. Inibição da atuação de enzimas que produzem substâncias essenciais ao metabolismo; 3. Danos à membrana; Altera a permeabilidadeda membrana, substâncias que estão dentro, saem. 4. Inibição da síntese de proteínas; 5. Inibição da síntese da parede celular; MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS: CLASSES DE ANTIBIÓTICOS • Penicilinas. ... • Carbapenêmicos. ... • Cefalosporinas. ... • Aminoglicosídeos. ... • Sulfonamidas. ... • Macrolídeos. ... • Quinolonas. ... • Fluorquinolonas. INDICAÇÕES DE ANTIBIOTICOTERAPIA NA ODONTOLOGIA: • Prevenção de infecção focal e sistêmica • Prevenção de endocardite bacteriana • Tratamento de infecções odontogênicas/não odontogênicas. COADJUVANTE – Remoção da causa deve ser priorizada. PROFILAXIA ANTIBIÓTICA • Criar e manter a cadeia asséptica • A profilaxia é indicada para prevenir o desenvolvimento de infecção sintomática ou a propagação da doença. A prevenção é feita pela administração de um antimicrobiano antes da exposição a um agente infeccioso. • É indicado para qual paciente? • Pacientes saudáveis? Pacientes de risco: • Pacientes suscetíveis à endocardite bacteriana; Bactérias atingem o endocárdio. • Pacientes diabéticos descompensados; • Pacientes com comprometimento imunológico, ou que utilizam drogas imunossupressoras; • Pacientes que apresentam risco de infecções articulares (prótese articular ou histórico de infecções prévias). Pode causar degranulação no ‘’corpo estranho’’. • Pacientes renais crônicos. Em pacientes saudáveis: • Cirurgias extensas e prolongadas; • Cirurgia em sítios infectados; • Quando materiais forem implantados. PROFILAXIA ANTIBIÓTICA: Autores como Tong & Rothwell (2000) relataram que se as medidas de assepsia e antissepsia forem seguidas à risca e não havendo quebra de cadeia asséptica, não estaria indicada a profilaxia antibiótica nestes casos, a não ser que o paciente tenha o sistema imune comprometido, haja história de doenças sistêmicas ou contra-indicações de uso. Andrade (2006) afirmou que a exodontia de dentes inclusos apresenta um baixo risco de infecção pós operatória, desde que os princípios de técnica cirúrgica e normas rígidas de assepsia e antissepsia sejam obedecidas. Como manter a cadeia asséptica? • Antissepsia extrabucal – iodopovidona 10% - clorexidina 2% • Antissepsia intrabucal – clorexidina 0,12% - clorexidina pré-cirurgia 0,2% Esposito e colaboradores (2008): •Sugeriram que 2g de amoxicilina por via oral 1h antes do procedimento reduz significativamente as falhas dos implantes. 24 MARIA EDUARDA RIBEIRO Protocolo da American Heart Association (2007) Em que procedimentos é necessário utilizar a profilaxia em pacientes de alto risco? Tratamento de Infecções odontogênicas: •Infecções orais apresentam evolução rápida, porém uma vez removida a causa (ex.: exodontia, raspagem ou tratamento endodôntico) a cura, ou involução do processo também será rápida se houver intervenção clínica e medicamentosa. • Infecção odontogênica aguda de origem pulpar como complemento do tratamento endodôntico; • Abscessos periapicais; • Periodontite agressiva; • Gengivite ulcerativa necrosante; • Infecções odontogênicas com comprometimento dos espaços faciais profundos da cabeça e pescoço. • Pericoronarite • Peri-implantite ANTIBIÓTICOS UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA: BETA-LACTÂMICOS: Penicilinas • Compostos naturais ou semissintéticos que são utilizados como 1ª escolha no tratamento da maioria das infecções bacterianas; • Possuem ação bactericida – bloqueiam a síntese da parede celular; • Efeitos adversos: Raros por via oral, incluem dor abdominal, náusea, vômito e diarreia. • Alergia: 2%. • Penicilina cristalina, Penicilina G procaína, Penicilina G benzatina - endovenosa ou intramuscular PENICILINA V (Via Oral): • Espectro reduzido - Ação eficaz contra estreptococos grampositivos • Comprimidos de 500 mil U.I. – equivalente a 325mg. (1½ comp). • Intervalo entre doses – 6h. AMPICILINA • Apresenta meia-vida de 1-2 horas, não devendo ser utilizada com intervalos maiores que 6 horas. • Age contra estreptococos gram-positivos e cocos e bacilos gramnegativos. • Menos eficaz do que a Penicilina V contra cocos gram-positivos. AMOXICILINA • Análoga da Ampicilina; • Bem absorvida por via oral – não é inativada pelo suco gástrico; Pode ser ingerida com alimentos. • Têm espectro de ação igual à ampicilina porém melhor absorvida com menos efeitos adversos; • Preferência dos cirurgiões-dentistas; • Utilizada com intervalos de 8 horas. BETA-LACTÂMICOS: Penicilinas + INIBIDORES DE BETALACTAMASES • Existem bactérias produtoras de betalactamases – enzimas capazes de destruir o anel betalactâmico de algumas penicilinas, inativando-as. • Para combater infecções causadas por essas bactérias, foram criadas substâncias, que em conjunto com as penicilinas inativam a ação enzimática das betalactamases. • Sulbactam, tazobactam e clavulanato de potássio. AMOXICILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO • Tanto a amoxicilina quanto o ácido clavulânico são absorvidos rapidamente pelo trato digestivo; • Se une irreversivelmente as betalactamases, inativando-as, tornando as bactérias produtoras dessas enzimas sensíveis as penicilinas. • Largo espectro de ação; • Infecções endodônticas. BETA-LACTÂMICOS: CEFALOSPORINAS 1ª geração: São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comunidade. Podem ser usadas durante a gestação. Ex: Cefalexina, Cefadroxil. 2ª geração: Em relação às de primeira geração, apresentam uma maior atividade contra H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria meningitidis, Neisseria gonorrhoeae. Ex: Cefaclor. 3ª geração São mais potentes contra bacilos gram- negativos facultativos, e têm atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae . No Brasil só estão disponíveis cefalosporinas de terceira geração na apresentação parenteral 25 MARIA EDUARDA RIBEIRO (ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima). 4ª geração Conservam a ação sobre bactérias gram- negativas, incluindo atividade antipseudomonas, além de apresentarem atividade contra cocos gram-positivos, especialmente estafilococos sensíveis à oxacilina. Ex: Cefepima – intravenosa. • Age contra bactérias gram-positivas e algumas bactérias gram-negativas, perturbando o crescimento da parede celular bacteriana. • CEFALEXINA, CEFADROXILA, CEFACLOR – via oral. • Cefalexina e cefadroxil são antibiótico β- lactâmicos de 1ª geração e cefaclor de 2ª geração. • Largo espectro de ação – maior que as penicilinas. • Não são eficazes contra anaeróbios envolvidos nas infecções endodônticas; • Nefrotóxicos se utilizados em altas doses e por tempo prolongado MACROLÍDEOS • Os macrolídeos constituem um grupo de antibióticos formados quimicamente por um anel macrocíclico de lactona, ao qual se ligam a um ou mais açúcares. • Bacteriostáticos: inibem a síntese de proteínas pelas bactérias; • Ótima absorção e biodisponibilidade por via oral; • Amplo espectro. ERITROMICINA • Espectro de ação similar à penicilina – pouca eficácia contra bactérias anaeróbias. • Alternativa a pacientes alérgicos à penicilina, porém, apresenta aumento da resistência bacteriana. O ideal é trocar a classe. • O estolato de eritromicina é contra-indicado para gestantes, devido ao risco de hepatotoxicidade (hepatite colestática) com ou sem o aparecimento de icterícia. O estearato pode ser utilizado CLARITROMICINA • Maior espectro de ação em comparação com a Eritromicina - mais potente em relação à estreptococos, estafilococos e bactérias anaeróbicas; • Boa alternativa para pacientes alérgicos às penicilinas; • Alcança alta concentração tecidual, saliva, gengivas, osso. AZITROMICINA • Espectro de ação é mais amplo frente aos micro-organismos Gram-positivos; • Difusão tecidual é mais rápida e mais elevada