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<p>M I NI ST ÉRI O DA EDU CA ÇÃ O</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO</p><p>Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação</p><p>Universidade Federal</p><p>de Ouro Preto</p><p>P R O J E T O D E P E S Q U I S A</p><p>Desastres Ambientais e Educação Infantil: Análise do Rompimento da</p><p>Barragem de Fundão e suas Implicações na Educação Física e</p><p>Ciências</p><p>1 – INTRODUÇÃO</p><p>Em novembro de 2015, o rompimento da Barragem de Fundão, localizada no distrito de Bento</p><p>Rodrigues, em Mariana (MG), causou um dos maiores desastres ambientais do Brasil. O vazamento</p><p>de rejeitos de mineração devastou o meio ambiente e afetou profundamente as comunidades</p><p>ribeirinhas. Entre os inúmeros setores impactados, a educação foi um dos mais atingidos, com</p><p>escolas locais sendo desativadas, alunos deslocados e professores forçados a adaptar suas práticas</p><p>educacionais a um contexto de crise. Este cenário teve implicações diretas no ensino da Educação</p><p>Física e das Ciências, áreas fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças na Educação</p><p>Infantil. Diante do desastre ambiental causado pelo rompimento da barragem, as crianças das</p><p>comunidades ribeirinhas enfrentaram desafios não apenas em seu cotidiano, mas também em seu</p><p>processo de aprendizado. A interrupção das atividades escolares, aliada ao trauma emocional,</p><p>afetou diretamente o ensino de Educação Física e Ciências, prejudicando o desenvolvimento</p><p>integral dos alunos. O estudo busca compreender como esses campos do conhecimento foram</p><p>afetados e de que maneira os professores adaptaram suas práticas pedagógicas para garantir o</p><p>desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças, mesmo em um cenário de desastre</p><p>ambiental.</p><p>2 – JUSTICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO EM FACE AO DESENVOLVIMENTO</p><p>CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO</p><p>Diante do rompimento da Barragem de Fundão em 2015, que resultou em graves impactos</p><p>socioambientais, é essencial compreender como áreas do conhecimento foram afetadas,</p><p>especialmente nas fases iniciais da escolarização das populações ribeirinhas atingidas. O desastre</p><p>interrompeu as atividades escolares, expondo as crianças a traumas que afetaram seu</p><p>desenvolvimento físico e cognitivo. Nesse contexto, os professores precisaram adaptar rapidamente</p><p>2</p><p>suas práticas pedagógicas, muitas vezes sem os recursos necessários, para minimizar a interrupção</p><p>no aprendizado.</p><p>A importância deste projeto está na investigação sobre como o ensino de Educação Física e</p><p>Ciências foi impactado e adaptado em situações de crise. Isso permitirá uma compreensão dos</p><p>desafios educacionais enfrentados durante desastres ambientais, contribuindo para o campo da</p><p>educação ao identificar práticas pedagógicas resilientes. Além disso, o estudo oferecerá subsídios</p><p>para a criação de abordagens e metodologias replicáveis em cenários de vulnerabilidade, bem como</p><p>diretrizes para a formação de professores e políticas educacionais voltadas à superação de desafios</p><p>emergenciais.</p><p>Do ponto de vista tecnológico, o projeto incentivará a exploração de novas ferramentas pedagógicas</p><p>para garantir a continuidade do ensino em situações adversas. Tecnologias educacionais, como</p><p>plataformas digitais, podem ser valiosas para o ensino de Educação Física e Ciências, mesmo em</p><p>contextos de interrupção. A pesquisa também apontará o potencial de desenvolvimento de</p><p>tecnologias que favoreçam uma abordagem pedagógica mais inclusiva e mantenham o</p><p>desenvolvimento integral das crianças em cenários de vulnerabilidade.</p><p>3 – OBJETIVOS</p><p>Os objetivos deste projeto de pesquisa concentram-se em analisar os impactos do rompimento da</p><p>Barragem de Fundão sobre as práticas pedagógicas nas áreas de Educação Física e Ciências na</p><p>Educação Infantil, com foco nas comunidades ribeirinhas afetadas. O objetivo geral é compreender</p><p>como o desastre afetou o desenvolvimento físico, motor e cognitivo das crianças, considerando os</p><p>desafios enfrentados por professores e gestores educacionais para manter o ensino nessas áreas.</p><p>Um dos objetivos específicos é investigar as adaptações no ensino de Educação Física em meio à</p><p>crise ambiental e emocional. A Educação Física, essencial para o desenvolvimento motor e social</p><p>infantil, foi impactada pela perda de infraestrutura e pelos efeitos psicológicos do desastre (Sousa;</p><p>Rezende, 2021). O estudo busca entender como as práticas pedagógicas foram ajustadas para</p><p>superar a falta de recursos e espaços adequados, garantindo o desenvolvimento integral das</p><p>crianças.</p><p>Outro ponto central é a análise do ensino de Ciências, que estimula o pensamento crítico na</p><p>Educação Infantil (Dewey, 2015). Com o desastre, o conteúdo científico ganhou relevância ao tratar</p><p>diretamente dos impactos ambientais, proporcionando um contexto educacional real. O estudo</p><p>explora como os professores usaram metodologias ativas e projetos para manter o interesse dos</p><p>alunos em meio à vulnerabilidade (Freire, 1996).</p><p>3</p><p>Além disso, o projeto examina o papel das políticas públicas educacionais nas áreas afetadas,</p><p>avaliando a eficácia das ações governamentais para garantir a continuidade do ensino. A análise</p><p>dessas políticas visa identificar lacunas e propor melhorias para uma resposta mais eficiente a</p><p>futuros desastres (Santos; Silva, 2020).</p><p>4 – REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>O referencial teórico deste projeto está fundamentado em teorias educacionais e de</p><p>desenvolvimento infantil, bem como em estudos sobre o impacto de desastres ambientais na</p><p>educação, com ênfase nas áreas de Educação Física e Ciências. A educação infantil é essencial para</p><p>o desenvolvimento integral da criança, abrangendo aspectos motores, cognitivos, emocionais e</p><p>sociais. De acordo com Piaget (1975), o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio da interação da</p><p>criança com o ambiente, e o rompimento da Barragem de Fundão afetou diretamente essas</p><p>interações, prejudicando o aprendizado.</p><p>Na área da Educação Física, o movimento corporal é fundamental para o desenvolvimento motor e</p><p>social das crianças, além de promover o bem-estar físico e mental (Darido; Rangel, 2005). A perda</p><p>de infraestrutura e a interrupção das atividades físicas após o desastre impactaram</p><p>significativamente esse desenvolvimento. Gallahue e Ozmun (2005) reforçam a importância de</p><p>experiências motoras na infância como base para habilidades mais complexas no futuro.</p><p>No ensino de Ciências, a promoção do pensamento crítico e da curiosidade científica é central.</p><p>Segundo Vygotsky (1991), a aprendizagem acontece através da mediação social, e o ensino de</p><p>Ciências pode integrar a realidade ambiental, promovendo a conscientização sobre o rompimento da</p><p>barragem e a preservação do meio ambiente. Contudo, a formação dos educadores e o suporte</p><p>institucional são fundamentais para abordar esses temas em situações de crise.</p><p>A formação continuada de professores em contextos de vulnerabilidade é essencial. Torres e</p><p>Almeida (2019) destacam que, em crises, os docentes precisam estar preparados para lidar com</p><p>traumas e instabilidades, adaptando suas práticas pedagógicas para garantir o ensino. Isso inclui o</p><p>uso de metodologias ativas e a promoção da resiliência nas crianças.</p><p>Finalmente, as políticas públicas educacionais voltadas para a recuperação de áreas afetadas por</p><p>desastres também são abordadas. Santos e Silva (2020) enfatizam que a resposta governamental</p><p>deve garantir o acesso à educação e a continuidade pedagógica, ajustando-se às realidades locais e</p><p>considerando as especificidades das áreas de Educação Física e Ciências.</p><p>4</p><p>5- METODOLOGIA</p><p>Este projeto de pesquisa adota uma abordagem qualitativa com o objetivo de compreender</p><p>profundamente os impactos do rompimento da Barragem de Fundão nas práticas pedagógicas de</p><p>Educação Física e Ciências na Educação Infantil. A metodologia será desenvolvida em etapas</p><p>interligadas, que incluem revisão bibliográfica, planejamento da coleta de dados, análise de</p><p>conteúdo,</p><p>avaliação de políticas públicas e redação dos resultados.</p><p>1. Revisão Bibliográfica</p><p>A primeira etapa envolve uma revisão bibliográfica para fundamentar o referencial teórico da</p><p>pesquisa. Serão analisados estudos sobre o impacto de desastres ambientais na educação, com foco</p><p>na adaptação pedagógica em contextos de crise e na formação docente. Conforme Rodrigues</p><p>(2018), essa etapa é crucial para identificar lacunas na pesquisa existente. A revisão ajudará a</p><p>entender práticas pedagógicas que foram eficazes em outros contextos de desastres.</p><p>2. Planejamento e Coleta de Dados</p><p>Nesta fase, serão elaborados os instrumentos de coleta de dados, como entrevistas semiestruturadas</p><p>e questionários, alinhados aos objetivos da pesquisa e ao referencial teórico. Segundo Yin (2016), a</p><p>elaboração rigorosa desses instrumentos é essencial para garantir a validade dos dados. As</p><p>entrevistas serão realizadas com professores de Educação Física e Ciências, gestores escolares e</p><p>representantes das secretarias de educação das áreas afetadas, focando nas estratégias adotadas para</p><p>enfrentar os desafios pedagógicos pós-desastre. Também será feito o levantamento de documentos</p><p>oficiais sobre as políticas educacionais emergenciais implementadas.</p><p>3. Análise de Conteúdo</p><p>Os dados coletados serão analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, que, segundo</p><p>Bardin (2011), permite identificar padrões e temas nas respostas. As informações serão</p><p>categorizadas em tópicos como "adaptação pedagógica", "dificuldades emocionais", "respostas das</p><p>políticas públicas" e "estratégias metodológicas". Essa categorização fornecerá uma visão crítica</p><p>sobre como os educadores ajustaram suas práticas em resposta ao desastre e as principais</p><p>dificuldades enfrentadas.</p><p>4. Avaliação das Políticas Públicas</p><p>A análise documental dos relatórios e políticas educacionais emergenciais implementadas na região</p><p>será combinada com as entrevistas para oferecer uma compreensão abrangente sobre a eficácia</p><p>dessas políticas, como sugerido por Bardin (2011).</p><p>Essas etapas proporcionarão uma visão detalhada dos impactos pedagógicos do desastre e</p><p>contribuirão para o desenvolvimento de estratégias que possam ser replicadas em contextos</p><p>semelhantes</p><p>5</p><p>6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. Disponível em:</p><p>https://www.editoravozes.com.br/produto/analise-de-conteudo-715. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na escola: implicações para a prática</p><p>pedagógica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.</p><p>DEWEY, J. Democracia e educação. São Paulo: Martins Fontes, 2015. Disponível em:</p><p>https://www.livrariamartinseditora.com.br. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e</p><p>Terra, 1996. Disponível em: https://www.editoravozes.com.br. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,</p><p>adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.</p><p>PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e</p><p>representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.</p><p>RODRIGUES, A. G. A revisão de literatura como procedimento metodológico na construção</p><p>do conhecimento. Cadernos de Educação, v. 54, p. 225-239, 2018. Disponível em:</p><p>https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/15846. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>SANTOS, J. A.; SILVA, L. C. Políticas públicas educacionais em tempos de crise: desafios e</p><p>possibilidades. Revista Brasileira de Educação, v. 25, n. 80, p. 1-15, 2020. Disponível em:</p><p>https://www.scielo.br/j/rbedu/a/XJCYgFwbdC7JkphS57kTCpj/?lang=pt. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>SOUSA, R. B.; REZENDE, C. A. A importância da educação física no desenvolvimento</p><p>infantil. Revista Movimento, v. 27, n. 2, p. 53-72, 2021. Disponível em:</p><p>https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/11179. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>TORRES, M. M.; ALMEIDA, P. R. Formação continuada de professores em situações de crise.</p><p>Educação e Sociedade, v. 40, n. 145, p. 259-276, 2019. Disponível em:</p><p>https://www.scielo.br/j/es/a/YWJ6TzR7XLbD7M7cBx7KBH7/?lang=pt. Acesso em: 18 set. 2024.</p><p>VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos</p><p>superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.</p>

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