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DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO – Saúde Mental do Trabalhador 
Doenças relacionadas ao trabalho 
• Indivíduos podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, à profissão que 
executam, ou já executaram, bem como por condições adversas em que o trabalho é realizado. 
• Organização Internacional do Trabalho (2013) 
• Número de mortes decorrentes de doenças ocupacionais chega a ser, proporcionalmente, 
seis vezes maior que a quantidade de mortes decorrentes de acidentes de trabalho, gerando 
grandes custos a todos os envolvidos: empregadores, empregados e suas famílias. 
• Custos organizacionais – impactos da doença na produtividade, absenteísmo, perda de 
qualidade; 
• Custos ao trabalhador – intenso sofrimento psíquico, estresse, insatisfação com o trabalho, e 
prejuízo na qualidade de vida. 
INCITADOR - Doenças comuns que têm sua incidência aumentada ou seu surgimento precoce 
pelo detrimento das condições de trabalho: 
Ex: Hipertensão arterial em motoristas de ônibus; Problemas respiratórios ocasionados por 
ambiente de trabalho empoeirado. 
FATOR DE RISCO - Doenças comuns que possuem a gravidade de sua causa intensificada 
pelo trabalho: 
Ex: Perda auditiva induzida pelo ruído ocupacional; Varizes intensificadas em vendedor que 
passa o dia todo em pé; Problemas de coluna em trabalhadores que ficam muito tempo na 
mesma posição ou carregam peso. 
CAUSA - Agravos à saúde específicos definidos pelos acidentes do trabalho e pelas doenças 
profissionais: 
Ex: Contaminações e intoxicações, Lesões por esforço repetitivo; Asma ocupacional; 
Dermatose ocupacional 
Doenças relacionadas ao trabalho 
• As doenças relacionadas ao trabalho manifestam-se ao longo do tempo 
• Agravadas pela cronificação dos fatores de risco 
• Muitas vezes são evidenciadas no término do contrato de trabalho ou a partir do afastamento 
do trabalhador 
• Dificulta o estabelecimento do nexo causal 
Investigação das relações saúde-trabalho-doença 
• Anamnese ocupacional 
• História clínica atual; 
• História ocupacional; 
• Antecedentes pessoais e familiares 
• Investigação do ambiente laboral 
• Estudo do posto de trabalho por intermédio da análise ergonômica 
• Adequação de mobiliário, orientação postural, existência de pausa e atividades 
compensatórias, comunicação interpessoal. 
• Disponibilidade correta dos EPI´s 
• Construção do mapa de risco da atividade laboral 
• Inquéritos coletivos 
Saúde Mental - Diagnóstico de uma doença relacionada ao trabalho 
• Deve-se garantir: 
• Orientação ao trabalhador e à sua família acerca do problema de saúde, e realização dos 
encaminhamentos necessários para restabelecimento da saúde do empregado; 
• Afastamento do trabalho ou da situação de exposição ocupacional; 
• Reabilitação e terapêuticas apropriados; 
• Solicitação da comunicação de acidente de trabalho (CAT) para o INSS 
• Acidente de trabalho, de trajeto e doença ocupacional 
• Notificação à autoridade sanitária – procedimentos de vigilância em saúde 
• É necessário promover educação em saúde e atividades de apoio no retorno dos profissionais 
ao trabalho, após uma doença, acidente ou incapacidade, respeitando limitações e evitando 
recidivas. 
• Medidas para impedir prejuízos e hostilidade ao trabalhador que retorna às atividades. 
Doenças Ocupacionais – LER e DORT 
• LER – Lesão por esforço repetitivo 
• Termo utilizado desde de 1987 
• DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho 
• Termo mais abrangente 
• Substituir a sigla LER: 
• A maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta 
evidência de lesão em qualquer estrutura; 
• Além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho 
podem ser nocivas para o trabalhador como sobrecarga estática (uso de contração muscular por 
períodos prolongados para manutenção de postura); excesso de força empregada para 
execução de tarefas; uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva; trabalhos 
executados com posturas inadequada. 
LER e DORT 
• Não corresponde a uma doença ou enfermidade – Representa um grupo de afecções do 
sistema musculoesquelético; 
• Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes são: 
• Tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho); 
• Lombalgias (dores na região lombar); 
• Mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo. 
• Sinais e sintomas são bastante diversos: 
• Dor crônica 
• Sensação de dormência (parestesia) 
• Fadiga 
• Sensação de fraqueza 
• Perda da força muscular 
• Diferentes graus de gravidade, podendo gerar incapacidade funcional 
• Sintomas surgem de forma insidiosa – lenta e gradativa 
• Configurando-se como uma condição crônica 
• Não há uma única causa para o desenvolvimento de LER e DORT 
• Multiplicidade de fatores – Mecanismos biomecânicos, psicossociais e organizacionais: 
• Tempo de exposição ao risco 
• Movimentos repetitivos ou postura desconfortável 
• Sobrecarga física 
• Ausência de pausas e repouso adequado 
• Carga horária muito extensa – incluindo excesso de horas extras 
• Falta de autonomia e margem de manobra 
• Monotonia da atividade 
• Políticas de promoção inadequadas – metas exageradas e inatingíveis 
• Problemas de relacionamento com chefias e colegas 
• Ambiente de trabalho insalubre – desconforto térmico, ruído excessivo, iluminação 
inadequada 
Com receio de enfrentar conflitos no ambiente de trabalho ou pelo medo do desemprego, muitos 
trabalhadores acabam suportando os sintomas para continuar trabalhando; 
Frente à incapacidade da realização das atividades pelo agravamento dos sintomas, é 
frequente a presença de sentimento de culpa, inutilidade, impotência e diminuição da autoestima. 
Se não tratada, a diminuição da capacidade física passa a ser percebida até mesmo fora do 
trabalho 
Dificuldade em realizar atividade cotidianas: vestir-se, escovar os dentes, cozinhar etc. 
• Deixar cair objetos 
• Sentir dor intensa diante de movimentos leves 
LER e DORT – Impacto saúde mental 
Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho 
Saúde Mental 
• Segundo estimativa da OMS, os transtornos mentais leves e moderados acometem cerca de 
30% dos trabalhadores ocupados, e os transtornos mentais graves, cerca de 5 a 10%. 
• 3ª Principal causa de afastamento e aposentadoria por invalidez pelo INSS: 
Transtornos mentais e comportamentais 
• 1ª Lesões 
• 2ª Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo Síndrome de Burnout 
• Síndrome do Esgotamento Profissional 
• CID-11 (2022): passou a ser reconhecida como doença ocupacional. 
• Resultante do estresse crônico no local de trabalho. 
O esgotamento se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve 
ser aplicado para descrever experiências em outras áreas da vida. 
• Resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. 
SÍNDROME DE BURNOUT 
• Composta por três elementos centrais: 
1. Exaustão emocional (sentimentos de desgaste emocional e esvaziamento afetivo); sensação 
de esgotamento ou esgotamento de energia 
2. Despersonalização (reação negativa, insensibilidade ou afastamento excessivo do público 
que deveria receber os serviços ou cuidados do paciente); aumento da distância mental do 
trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho; e 
3. Redução da realização pessoal diminuição do envolvimento pessoal no trabalho (sentimento 
de diminuição de competência e de sucesso no trabalho). 
• O surgimento destes sintomas ocorre gradualmente; 
• Resulta da discrepância entre as expectativas e idealizações do indivíduo e a realidade da 
prática profissional; 
• Sua etiologia é multifatorial e pressupõe uma combinação de aspectos individuais associados 
às condições e relações no trabalho. 
• Concomitantemente podem ser identificados sintomas como: falta de atenção, alterações de 
memória,lentificação do pensamento, sentimentos de alienação, solidão e impaciência, além de 
sintomas físicos como insônia, fadiga constante, tensão muscular, dores de cabeça e problemas 
gastrointestinais. 
Abuso/ dependência de substâncias psicoativas 
• O trabalho é considerado um dos fatores psicossociais de risco para o alcoolismo crônico e 
uso abusivo de substâncias . 
• Consumo coletivo de bebidas alcoólicas associado a situações de trabalho – como meio de 
garantir inclusão no grupo. 
• Também pode ser uma forma de viabilizar o próprio trabalho, em decorrência dos efeitos 
farmacológicos próprios do álcool e algumas drogas: calmante, euforizante, estimulante, 
relaxante, indutor do sono e anestésico. 
• Uma frequência maior de casos é observada em determinadas ocupações: 
• Aquelas que se caracterizam por ser socialmente desprestigiadas e mesmo determinantes de 
certa rejeição, como as que implicam contato com cadáveres, lixo ou dejetos em geral, 
apreensão e sacrifício de cães etc.; 
• Atividades em que a tensão é constante e elevada, como nas situações de trabalho perigoso 
(transportes coletivos, estabelecimentos bancários, construção civil), de grande densidade de 
atividade mental (repartições públicas, estabelecimentos bancários e comerciais), de trabalho 
monótono, que gera tédio, trabalhos em que a pessoa trabalha em isolamento do convívio 
humano (vigias); 
• Situações de trabalho que envolvem afastamento prolongado do lar (viagens frequentes, 
plataformas marítimas, zonas de mineração). 
• Carga horária estendida – plantões longos e noturnos 
Transtornos de Vigília e Sono 
• Definido como uma perda de sincronia entre o ciclo vigília-sono do indivíduo e o ciclo vigília-
sono socialmente estabelecido como normal, resultando em queixas de insônia, interrupção 
precoce do sono ou de sonolência excessiva. 
• Transtorno do ciclo vigília-sono relacionado ao trabalho 
• É determinado pela jornada de trabalho à noite em regime fixo ou pela alternância de horários 
diurnos, vespertinos e/ou noturnos, em regime de revezamento de turnos. 
• Os seguintes aspectos clínicos são essenciais para um diagnóstico definitivo: 
• Padrão vigília-sono do indivíduo fora de sincronia com o ciclo vigília-sono desejado, que é 
normal em uma dada sociedade particular e compartilhado pela maioria das pessoas no mesmo 
ambiente cultural; 
• Como resultado da perturbação do ciclo vigília-sono, indivíduo com insônia durante o principal 
período de sono e hipersonia durante o período de vigília quase todos os dias, por pelo menos 
um mês ou recorrentemente por períodos mais curtos de tempo; 
• Quantidade, qualidade e tempo de sono insatisfatórios como causa de angústia pessoal 
marcante ou interferência com o funcionamento pessoal na vida diária, social ou ocupacional; 
• Inexistência de fator orgânico causal, tal como condição neurológica ou outra condição 
médica, transtorno de uso de substância psicoativa ou de um medicamento. 
Depressão 
• A relação dos episódios depressivos com o trabalho pode ser sutil – difícil estabelecer o nexo 
causal. 
• As decepções sucessivas em situações de trabalho frustrantes, as perdas acumuladas ao 
longo dos anos de trabalho, as exigências excessivas de desempenho cada vez maior, no 
trabalho, geradas pelo excesso de competição, implicando ameaça permanente de perda do 
lugar que o trabalhador ocupa na hierarquia da empresa, perda do posto de trabalho e demissão 
podem determinar depressões mais ou menos graves. 
• A situação de desemprego prolongado tem estado associada ao desenvolvimento de 
episódios depressivos em vários estudos em diferentes países. 
• Episódios depressivos também estão associados à exposição ocupacional a substâncias 
químicas tóxicas que podem estar presentes em contextos de trabalho. 
Suicídio no Trabalho 
• Precarização social do trabalho; 
• Contexto de trabalho permeado por relações de rivalidade e competição; 
• Anulação da subjetividade do trabalhador – Perda do sentido, dos valores; 
• Ações de gestão que enfatizam o individualismo, a segregação entre os colegas e a promoção 
dos valores institucionais em favor da máxima produtividade; 
• Dificuldades em indicar o nexo causal entre trabalho e comportamento suicida pela 
multideterminação do fenômeno. 
 Karoshi 
• “Condição pela qual as práticas de trabalho, psicologicamente nocivas, são toleradas, levando 
o trabalhador a um acúmulo de fadiga do corpo e a uma condição crônica de excesso de trabalho, 
resultando em um esgotamento fatal.” 
Karojisatsu 
• Suicídios por excesso de trabalho. 
• Modelo japonês de gestão: 
• Excesso de horas de trabalho – jornadas laborais mais longas do mundo 
• Receio de perder o emprego 
• Cultura da hora extra

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