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<p>62</p><p>Assim, nascemos propensos à cooperação social: essa é</p><p>a nossa força. Provavelmente, os poucos genes que nos dife-</p><p>renciam dos chimpanzés são responsáveis pelos circuitos neu-</p><p>rais que coordenam as funções relacionadas à vida social. Sua</p><p>expressão, entretanto, deve ser modulada pela sociedade que</p><p>nós próprios construímos.</p><p>Roberto Lent</p><p>Instituto de Ciências Biomédicas Universidade Federal do Rio de</p><p>Janeiro</p><p>(Adaptado de: http://cienciahoje.org.br/coluna/</p><p>inteligencia-cultural/)</p><p>O título do texto faz menção a uma tese científica que se baseia</p><p>na seguinte ideia:</p><p>a) a estrutura genética de seres humanos e orangotangos é</p><p>idêntica</p><p>b) a capacidade de cooperar dos indivíduos é possibilitada por</p><p>cérebros maiores</p><p>c) a habilidade de localização espacial é superior em</p><p>chimpanzés</p><p>d) a criação de redes sociais virtuais é explicada por processos</p><p>químicos</p><p>176. (SELECON – 2019) A última frase do texto constrói um</p><p>raciocínio com base na seguinte ideia a respeito da relação</p><p>entre indivíduo e sociedade:</p><p>a) enfatizar a ação mútua</p><p>b) ampliar a base biológica</p><p>c) rejeitar a influência histórica</p><p>d) destacar o determinismo unilateral</p><p>177. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO II</p><p>A discussão gerada na tirinha se baseia no seguinte aspecto:</p><p>a) visão consensual sobre o progresso</p><p>b) relatividade dos pontos de referência</p><p>c) distância espacial dos interlocutores</p><p>d) neutralidade no estabelecimento de opiniões</p><p>178. (SELECON – 2019)</p><p>Saúde é um estado de completo bem-estar físíco,</p><p>mental e socíal</p><p>Quando se fala em melhoria de saúde, a primeira coisa</p><p>que vem à mente é a tecnologia com seu enorme potencial de</p><p>transformar a maneira como lidamos com a saúde até hoje.</p><p>As inovações se multiplicam em todas as especialidades e nos</p><p>mais diversos campos, como genômica, robótica, nanotecno-</p><p>logia, big data, telemedicina etc., oferecendo novas possibili-</p><p>dades em diagnóstico, tratamento ou prevenção de doenças.</p><p>A sofisticação tecnológica é responsável por grandes sal-</p><p>tos na medicina e seus avanços têm contribuído para que as</p><p>pessoas possam viver cada vez mais e melhor. Neste sentido,</p><p>é natural que tenha destaque e seja admirada. Mas isso não</p><p>pode ser impeditivo para que tenhamos uma visão mais ampla</p><p>sobre a saúde e comecemos a prestar atenção em outros</p><p>fatores igualmente impactantes, seja pelo potencial de gerar</p><p>doenças ou de não permitir que as pessoas tenham uma vida</p><p>saudável. Saúde não é somente ausência de enfermidade, e</p><p>sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social.</p><p>A partir dessa definição, dada pela própria Organização</p><p>Mundial de Saúde, é impossível pensar em melhoria de saú-</p><p>de sem um olhar mais amplo que considere outros elemen-</p><p>tos impactantes. Não se pode elevar o padrão de saúde sem</p><p>melhorar as condições de saneamento básico e moradia, sem</p><p>reduzir a violência urbana, os acidentes de trânsito, o consu-</p><p>mo abusivo de álcool ou o tabagismo e também sem tratar da</p><p>questão nutricional.</p><p>Combater a desnutrição em todas as suas formas é um</p><p>dos maiores desafios que todos os países enfrentam porque</p><p>quase um terço da população no mundo sofre, pelo menos,</p><p>de uma forma de desnutrição, como deficiência de vitaminas</p><p>e minerais, ou ainda de excesso de peso ou obesidade. A ONU</p><p>considera a questão tão séria que mantém um plano de traba-</p><p>lho global prevendo ações para melhoria das condições nutri-</p><p>cionais nos próximos dez anos.</p><p>No Brasil, de acordo com dados recentes, um terço das</p><p>crianças está acima do peso. Entre os jovens de 13 a 17 anos,</p><p>o índice de obesidade já chega a 7,8%. Excesso de peso é fator</p><p>de risco para doenças crônicas do coração, hipertensão e dia-</p><p>betes, responsáveis por 78% dos óbitos no Brasil</p><p>Parte desse problema ocorre, ou se agrava, porque substi-</p><p>tuímos alimentos e cereais in natura, ou minimamente proces-</p><p>sados, por produtos industrializados prontos para o consumo,</p><p>em geral consumindo excesso de calorias, açúcar, sódio e</p><p>outros ingredientes menos saudáveis. Além disso, não pratica-</p><p>mos atividades físicas como é recomendável.</p><p>Um novo olhar sobre a saúde é responsabilidade dos gover-</p><p>nantes, dos gestores em saúde e também de cada indivíduo.</p><p>Cláudio Lottenberg Disponível em https:/lveja.abril.com.br/ blog/</p><p>letra-de-medicol s au de-e-um-e sta do-d e-c om p leto-b e m-est ar-fi s</p><p>i co-m e nt al-esocial/( Acesso em 2010512019). Adaptado.</p><p>O autor, para dar credibilidade às ideias expostas, faz uso de</p><p>variados recursos. Dentre estes recursos, destaca-se:</p><p>a) citação de outro autor especializado na questão da saúde,</p><p>conferindo maior confiabilidade ao ponto de vista exposto</p><p>b) abordagem de um problema comprovando sua gravidade</p><p>por meio de referência na área e de dados quantitativos</p><p>c) descrição impessoal, com neutralidade, puramente objeti-</p><p>va, sem explicitar interação com o leitor</p><p>d) predomínio da flexão dos verbos no pretérito do modo indi-</p><p>cativo expressando fatos perenes, notórios</p><p>179. (SELECON – 2019) Leia o texto para responder às questões</p><p>Vacinas, para que as quero?</p><p>Em um momento em que os menos avisados suspeitam</p><p>das vacinas, as autoridades em saúde pública e imunologia</p><p>apresentam dados mostrando que, na realidade, as vacinas</p><p>precisam, sim, ser inoculadas com mais frequência. Esse é o</p><p>teor do artigo ‘Quanto tempo duram as vacinas?’, assinado por</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>63</p><p>Jon Cohen e publicado na prestigiosa revista Science em abril</p><p>de 2019 Nele, Cohen indaga, entre outros assuntos, por que</p><p>o efeito protetor das vacinas contra a gripe dura tão pouco</p><p>(em média, depois de 90 dias, a proteção começa a cair) e em</p><p>outras, como as da varíola e da febre amarela, a ação é bem</p><p>mais prolongada.</p><p>Alguns especialistas argumentam que certos vírus sofrem</p><p>altas taxas de mutação e geram novos clones, que, por serem</p><p>ligeiramente diferentes dos originais, não seriam reconhecidos</p><p>pelas células do sistema imune. Mas, a coisa não é tão simples</p><p>assim.</p><p>Ao estudar a caxumba (que ainda afeta os humanos), por</p><p>exemplo, os epidemiologistas descobriram que a recorrência</p><p>da doença acontece com mais frequência em uma determina-</p><p>da faixa etária (entre 18 e 29 anos de idade). Se a reinfecção</p><p>dependesse apenas de mutações, todas as idades deveriam</p><p>ser igualmente afetadas. Assim, o enigma perdura.</p><p>No entanto, o consenso entre os imunologistas especializa-</p><p>dos em vacinas é que, de fato, precisamos de mais exposição</p><p>aos agentes infecciosos ou às próprias vacinas. Em outras pala-</p><p>vras, no caso da gripe, teríamos que tomar doses seguidas da</p><p>vacina a fim de aumentar seu efeito protetor. Em razão desses</p><p>achados, os pesquisadores chegaram até a criticar a decisão</p><p>da Organização Mundial da Saúde (OMS) de recomendar que</p><p>a vacina contra a febre amarela devesse ser inoculada apenas</p><p>uma vez, isto é, seria uma vacina vitalícia.</p><p>A necessidade da exposição constante aos agentes infec-</p><p>ciosos vai de encontro à hipótese do biólogo norte-america-</p><p>no Jared Diamond que, em seu livro Armas, germes e aço,</p><p>defende a ideia de que, ao longo da história, o sucesso dos</p><p>conquistadores se deveu, em parte, ao fato de eles serem</p><p>originalmente cosmopolitas e, dessa maneira, terem adquiri-</p><p>do resistência imunológica aos agentes infecciosos da época.</p><p>Mesmo resistentes, seriam portadores desses agentes, o que</p><p>manteria a memória imunológica. Já os conquistados, grupo</p><p>formado por populações menores, sucumbiriam ao confron-</p><p>to por não serem capazes de se defender tanto dos invasores</p><p>humanos quanto daqueles microscópicos.</p><p>Embora o avanço nessa área seja promissor, o mecanismo</p><p>que torna uma vacina mais duradoura ou não ainda segue sem</p><p>resposta. Como afirma Cohen em seu artigo, “essa é uma per-</p><p>gunta de um milhão de dólares!” (aproximadamente, o valor</p><p>do prêmio Nobel).</p><p>A despeito disso, ninguém deveria duvidar do poder das</p><p>vacinas Muito pelo contrário A tendência atual no tratamento</p><p>de doenças crônicas, como o câncer e a artrite reumatoide, é</p><p>a imunoterapia. Um dia, quem sabe, teremos vacinas contra</p><p>todos esses males.</p><p>Franklin Rumjanek</p><p>(Disponível</p><p>em: http://cienciahoie.orq.br/artiqo/</p><p>vacinaspara- que-as-guero/)</p><p>O título antecipa o seguinte posicionamento do autor discutido</p><p>ao longo do texto</p><p>a) defende que o efeito do tratamento não pode ser superior a</p><p>três meses</p><p>b) associa-se aos que duvidam da eficácia dos processos de</p><p>vacinação</p><p>c) deseja que haja restrições às pesquisas com vírus inoculado</p><p>d) entusiasma-se com a ampliação do uso da imunoterapia</p><p>180. (SELECON – 2019) Leia o texto para responder às questões</p><p>A importância da memória na formação da identidade</p><p>do indivíduo</p><p>As histórias e experiências vividas ajudam na construção</p><p>da personalidade</p><p>Dos momentos mais marcantes aos acontecimentos coti-</p><p>dianos, tudo o que acontece em nossas vidas fica armazena-</p><p>do em nosso cérebro. Conforme explica a psicanalista Susan</p><p>Guggenheim, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro</p><p>(UERJ), são as lembranças que ajudam o ser humano a definir o</p><p>seu lugar no mundo. “A memória permite ao sujeito que ele dê</p><p>algum sentido ao seu estar no mundo nos momentos em que</p><p>ele se interroga sobre quem é e o que realizou. Evidentemente,</p><p>nem tudo é lembrado, pois existe uma seletividade das expe-</p><p>riências recordadas”, conta a psicanalista.</p><p>Para o neurocientista Gilberto Xavier, da Universidade de</p><p>São Paulo (USP), uma pessoa sem memória não tem identida-</p><p>de. “O próprio conceito de quem eu sou depende da minha</p><p>história, pois somos frutos dela. Se uma pessoa não consegue</p><p>lembrar da sua história, ela não é nada. Para se ter uma ideia,</p><p>se observarmos dois irmãos gêmeos idênticos, que são iguais</p><p>geneticamente, eles acabam se distinguindo pela personalida-</p><p>de. Essa diferença é fruto da história de cada um deles e de</p><p>suas heranças culturais, fatores determinantes para a indivi-</p><p>dualidade de cada ser humano”, explica Gilberto.</p><p>Susan Guggenheim lembra que a memória humana vem</p><p>sendo estudada ao longo de séculos por meio de inúmeras</p><p>descrições, classificações e medidas. “Entretanto, quem pri-</p><p>meiro percebeu a dinâmica do seu funcionamento nas situa-</p><p>ções do cotidiano, bem como sua importância nos sintomas</p><p>neuróticos, foi Sigmund Freud. Já em seus primeiros trabalhos,</p><p>ele observou os diversos mecanismos inconscientes que são</p><p>utilizados pelos sujeitos a fim de lidarem com as situações</p><p>traumáticas. Além disso, ele percebeu que as pessoas histéri-</p><p>cas sofriam de reminiscências”, afirma Susan.</p><p>Susan Guggenheim lembra que a memória humana vem</p><p>sendo estudada ao longo de séculos por meio de inúmeras</p><p>descrições, classificações e medidas. “Entretanto, quem pri-</p><p>meiro percebeu a dinâmica do seu funcionamento nas situa-</p><p>ções do cotidiano, bem como sua importância nos sintomas</p><p>neuróticos, foi Sigmund Freud. Já em seus primeiros trabalhos,</p><p>ele observou os diversos mecanismos inconscientes que são</p><p>utilizados pelos sujeitos a fim de lidarem com as situações</p><p>traumáticas. Além disso, ele percebeu que as pessoas histéri-</p><p>cas sofriam de reminiscências”, afirma Susan.</p><p>E qual a importância da memória coletiva na construção</p><p>da sociedade? Respondendo a essa pergunta, a psicanalista</p><p>lembra que a memória coletiva, seja construída pelos grupos</p><p>sociais, ou por toda uma sociedade, desperta nas pessoas a</p><p>sensação de pertencimento a um determinado grupo por</p><p>terem vivenciado os mesmos “momentos históricos”. “Este</p><p>sentimento de poder recordar experiências em comum é uma</p><p>das características que distinguem uma geração da outra”,</p><p>conta a professora.</p><p>Formação da memória</p><p>O professor Gilberto lembra que o cérebro é constituído</p><p>por aproximadamente 87 bilhões de neurônios, que se comu-</p><p>nicam entre si por meio de um processo químico chamado</p><p>sinapse, criando uma infinidade de combinações. “Quando</p><p>aprendemos algo, criamos novos circuitos cerebrais, que na</p><p>verdade são novas combinações entre os neurônios. Toda vez</p><p>que vivenciamos uma experiência, ou assimilamos uma infor-</p><p>mação, alteramos nossos circuitos cerebrais. Essa alteração na</p><p>atividade dos circuitos nervosos é que gera a memória, que</p><p>pode ser visual, auditiva, ou olfativa”, explica o professor.</p><p>Disponível em: http://redeglobo.globo.com/acao/noticia/ 2013/03/</p><p>importancia-da-memoria-na-formacao-daidentidade- do-individuo.</p><p>html</p><p>No segundo parágrafo, a menção aos gêmeos assume a seguin-</p><p>te função argumentativa:</p><p>a) contrapor ideia de história familiar</p><p>b) contestar o relato de uma vivência pessoal</p><p>c) reforçar a base biológica da personalidade</p><p>d) exemplificar o papel da experiência individual</p><p>181. (SELECON – 2019) De acordo com o texto, a memória produz</p><p>uma sensação de pertencimento que possibilita, entre outros</p><p>aspectos:</p><p>a) resolver conflitos no trabalho</p><p>b) sinalizar adoecimento infantil</p><p>c) distinguir cada uma das gerações</p><p>d) explicar situações de violência na escola</p><p>64</p><p>182. (SELECON – 2019)</p><p>De onde menos se espera</p><p>O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores.</p><p>Estamos acostumados a acompanhar relatos diversos que</p><p>descrevem protocolos rígidos, geralmente envolvendo treina-</p><p>mento árduo, alimentação controlada, descanso e, em alguns</p><p>casos, a dopagem – prática proibida que consiste na injeção</p><p>de compostos, como a testosterona (hormônio anabolizante),</p><p>para aumentar a massa muscular dos atletas. Jamais imagina-</p><p>ríamos que um dos segredos do sucesso poderia ter origem</p><p>no intestino dos atletas, mais especificamente, num gênero de</p><p>bactérias com o curioso nome de Veillonela atypica.</p><p>Pesquisadores norte-americanos descobriram que, duran-</p><p>te – e logo após – o exercício vigoroso, ocorre o crescimento</p><p>agudo de populações de bactérias V. atypica nos intestinos de</p><p>alguns maratonistas. A pergunta seguinte foi: qual a relação</p><p>desses microrganismos com o desempenho dos atletas de eli-</p><p>te? Essa pergunta foi respondida recentemente e se encontra</p><p>no artigo do biólogo molecular Jonathan Scheiman e colabora-</p><p>dores, publicado na revista Nature Medicine em junho último.</p><p>Para explicar esse fenômeno, é preciso antes descrever</p><p>rapidamente um pouco o que acontece no metabolismo. Um</p><p>exercício como a maratona implica a contração muscular</p><p>repetitiva durante um período relativamente longo. Para que</p><p>a contração ocorra, o músculo usa a glicose como combustível.</p><p>Acontece que a glicólise também produz o lactato ou ácido</p><p>láctico. Quem já fez exercícios repetitivos sabe que, ao final de</p><p>certo tempo, o músculo sofre fadiga, o que produz uma sen-</p><p>sação bem conhecida de queimação ou dor e, nesse momento,</p><p>a pessoa deve parar o exercício. Quando isso acontece, o des-</p><p>conforto cessa e, após algum tempo, os músculos estão pron-</p><p>tos para continuar a contrair.</p><p>Para que haja recuperação da contração muscular, é</p><p>importante que o lactato acumulado no músculo tenha sua</p><p>concentração diminuída. Mas, qual a relação do lactato com</p><p>a V. atypica? Bem, os cientistas descobriram que essas bacté-</p><p>rias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente.</p><p>Assim, as bactérias contribuem para reduzir mais rapidamente</p><p>a concentração do lactato nos músculos e, dessa forma, apres-</p><p>sar a recuperação muscular. Isso é, decididamente, uma van-</p><p>tagem para os atletas que têm a V. atypica em seu intestino.</p><p>Os pesquisadores realizaram experimentos com camun-</p><p>dongos para demonstrar esse efeito. Transplantaram as bacté-</p><p>rias para os roedores e os testaram em uma esteira adaptada</p><p>para eles. Os animais que receberam as bactérias corriam</p><p>durante bem mais tempo que aqueles controles, que não as</p><p>receberam.</p><p>Descobriu-se também que a V. Atypica, além de consumir</p><p>o lactato, produz propionato – composto que é produto do</p><p>metabolismo do lactato. Já se mostrou em camundongos que</p><p>o propionato aumenta os batimentos cardíacos e, também, o</p><p>consumo máximo de oxigênio (que é importante para gerar</p><p>energia na fase aeróbica do exercício). Assim, estar contami-</p><p>nado com V. atypica é tudo de bom – se você for um atleta, é</p><p>claro.</p><p>Franklin Rumjanek Adaptado de: http://cienciahoje.org.br/</p><p>O título “De onde menos se espera” se refere à seguinte ideia</p><p>discutida no texto:</p><p>a) venda proibida de substâncias em academias</p><p>b) orientação</p><p>de repouso contida em artigo científico</p><p>c) frustração de torcedores com a dopagem de atletas</p><p>d) presença de uma bactéria no intestino de maratonistas</p><p>183. (SELECON – 2019) Leia a tirinha para responder às questões</p><p>TEXTO II</p><p>Disponível em: https://twitter.com/Metropoles</p><p>No primeiro quadrinho, a expressão facial do personagem,</p><p>reforçando sua resposta, indica reação de:</p><p>a) concordância</p><p>b) neutralidade</p><p>c) espanto</p><p>d) apatia</p><p>184. (SELECON – 2019) A fala, no segundo quadrinho, expressa</p><p>em relação ao comentário do personagem, no primeiro quadri-</p><p>nho, uma relação de:</p><p>a) consentimento</p><p>b) ponderação</p><p>c) resignação</p><p>d) indiferença</p><p>185. (SELECON – 2019)</p><p>Poluição do ar pode ser tão perigosa quanto fumar um</p><p>maço de cigarro por dia</p><p>Pesquisadores dos Estados Unidos concluíram que a</p><p>exposição à poluição do ar pode ser equivalente a fumar uma</p><p>carteira de cigarros por dia e que ela ainda pode aumentar a</p><p>chance de se ter enfisema pulmonar, uma doença perigosa e</p><p>sem cura.</p><p>Os cientistas notaram uma maior incidência da enfermida-</p><p>de em pessoas que estão expostas por muito tempo a gases</p><p>poluentes, em especial ao ozônio. O enfisema é uma doença</p><p>respiratória grave, que diminui a elasticidade dos pulmões e</p><p>leva à destruição dos alvéolos pulmonares, provocando sin-</p><p>tomas como respiração rápida, tosse ou dificuldade para</p><p>respirar.</p><p>Segundo o estudo, conduzido por universidades america-</p><p>nas, em áreas com aumento de três partes por milhão (3 ppm)</p><p>no nível de ozônio ao longo de dez anos, as pessoas têm maior</p><p>chance de ter enfisema. Essa possibilidade é a mesma que tem</p><p>alguém que fume uma carteira de cigarros por dia ao longo de</p><p>29 anos.</p><p>Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estuda-</p><p>ram 7 mil pessoas e a poluição a que elas estiveram expostas</p><p>do ano 2000 até 2018. Os participantes, que foram expostos</p><p>a exames de tomografia computadorizada, viviam todos em</p><p>grandes regiões metropolitanas como Chicago, Baltimore, Los</p><p>Angeles, Minnesota e Nova York. Os resultados foram publica-</p><p>dos no periódico médico JAMA.</p><p>Os cientistas acreditam que a principal causa para a maior</p><p>predisposição ao enfisema é o ozônio que fica concentrado na</p><p>troposfera (camada mais baixa da atmosfera). O gás é produ-</p><p>zido especialmente quando a luz ultravioleta age com outros</p><p>poluentes liberados por combustíveis fósseis.</p><p>“Conforme as temperaturas aumentam com o aquecimen-</p><p>to global, o nível de ozônio troposférico vai continuar a aumen-</p><p>tar”, contou R. Graham Barr, professor de epidemiologia na</p><p>Universidade Columbia. “A não ser que passos sejam toma-</p><p>dos para reduzir os poluentes, ainda não é claro qual nível ou</p><p>sequer se esses gases são seguros para a saúde humana.”</p><p>Disponível em: revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>65</p><p>A informação central contida no título é apresentada por meio</p><p>de uma relação de:</p><p>a) causa</p><p>b) condição</p><p>c) comparação</p><p>d) consequência</p><p>186. (SELECON – 2019) Leia o texto para responder às questões</p><p>Tendências e Desafios da Reciclagem de Embalagens</p><p>Plásticas</p><p>A disposição dos resíduos sólidos urbanos apresenta pro-</p><p>blemas relacionados à instalação adequada dos mesmos, ao</p><p>espaço físico ocupado pelos rejeitos e à proliferação de doen-</p><p>ças para parte da população que mora próxima e sobrevive</p><p>da comercialização desses resíduos. Nos países desenvolvidos,</p><p>principalmente na Europa, existem problemas nítidos relacio-</p><p>nados ao espaço físico para alocação de rejeitos. Em alguns</p><p>países, os resíduos sólidos são transportados por longas dis-</p><p>tâncias até alcançar sua destinação final. Nos EUA, a previsão</p><p>para 2005 é que a maioria dos aterros sanitários existentes</p><p>tenha atingido sua capacidade máxima, ou esteja com espe-</p><p>cificações ultrapassadas em relação aos critérios de seguran-</p><p>ça exigidos. No Brasil, uma nova política nacional de resíduos</p><p>sólidos está sendo discutida na Câmara dos Deputados. O</p><p>importante nessa fase de implantação é estabelecer e asse-</p><p>gurar metas sustentáveis que considere mas características e</p><p>limitações intrínsecas do país.</p><p>Uma característica peculiar do Brasil é a presença de uma</p><p>classe de trabalhadores de baixa renda que usufruem da ativi-</p><p>dade de coleta de resíduos recicláveis e acaba por inserir o país</p><p>entre os maiores recicladores mundiais. Essa parcela da popu-</p><p>lação, de acordo com levantamento do Cempre (Compromisso</p><p>Empresarial para a Reciclagem), atualmente representa cerca</p><p>de 200 mil trabalhadores clandestinos. Além disso, a maior</p><p>parte do suprimento de resíduos do setor produtivo é prove-</p><p>niente da atividade de catadores. Dessa forma, a legalização,</p><p>o incentivo e profissionalização dos catadores pela formação</p><p>de cooperativas, além de inserir essa parcela da população</p><p>dentro da sociedade economicamente ativa, pode contribuir</p><p>como uma forma de viabilização da coleta seletiva em âmbito</p><p>nacional.</p><p>Amélia S. F. Santos José Augusto M. Agnelli Sati Manrich (Fonte:</p><p>Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 14, n° 5, p. 307-312, 2004)</p><p>No primeiro parágrafo, a estratégia argumentativa utilizada</p><p>pode ser sintetizada pelo seguinte par de palavras:</p><p>a) tese/contradição</p><p>b) referência/comparação</p><p>c) particularização/refutação</p><p>d) generalização/exemplificação</p><p>187. (SELECON – 2019) No segundo parágrafo, os autores indi-</p><p>cam propostas de ações que são apresentadas de acordo com o</p><p>seguinte esquema:</p><p>a) exploram aspectos contraditórios na exposição de síntese</p><p>b) extraem um princípio universal a partir de dados</p><p>estatísticos</p><p>c) partem de elementos concretos para sustentar uma</p><p>conclusão</p><p>d) revisam a literatura sobre o tema antes de apresentar uma</p><p>dúvida</p><p>188. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda para res-</p><p>ponder às questões:</p><p>Receita de Ano Novo</p><p>Para você ganhar belíssimo Ano Novo</p><p>cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,</p><p>Ano Novo sem comparação com todo o</p><p>tempo já vivido</p><p>(mal vivido talvez ou sem sentido)</p><p>para você ganhar um ano</p><p>não apenas pintado de novo,</p><p>remendado às carreiras,</p><p>mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;</p><p>novo até no coração das coisas menos percebidas</p><p>(a começar pelo seu interior)</p><p>novo, espontâneo que de tão perfeito</p><p>nem se nota,</p><p>mas com ele se come, se passeia,</p><p>se ama, se compreende, se trabalha,</p><p>você não precisa beber champanha</p><p>ou qualquer outra birita,</p><p>não precisa expedir nem receber mensagem</p><p>[...]</p><p>Não precisa</p><p>fazer lista de boas intenções</p><p>para arquivá-las na gaveta.</p><p>Não precisa chorar arrependido</p><p>pelas besteiras consumidas</p><p>nem parvamente acreditar</p><p>que por decreto de esperança</p><p>a partir de janeiro as coisas mudem</p><p>e seja tudo claridade, recompensa,</p><p>justiça entre os homens e as nações,</p><p>liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,</p><p>direitos respeitados, começando</p><p>pelo direito augusto de viver.</p><p>Para ganhar um Ano Novo</p><p>que mereça este nome</p><p>você, meu caro, tem que merecê-lo,</p><p>tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,</p><p>mas tente, experimente, consciente.</p><p>É dentro de você que o Ano Novo</p><p>cochila e espera desde sempre.</p><p>Carlos Drummond de Andrade.</p><p>In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.</p><p>A ideia principal do Texto é:</p><p>a) incentivar as promessas para um novo ano</p><p>b) criar esperança por meio das mensagens enviadas</p><p>c) mostrar que ter um Ano Novo depende de cada um</p><p>d) ensinar a escrever listas de desejos para o Ano Novo</p><p>189. (SELECON – 2018) Na “receita” de Ano Novo, o poeta afirma</p><p>que, ao se seguir essa receita, o Ano Novo será tão belo e novo</p><p>que:</p><p>a) não será igual a nenhum outro ano ou tempo anterior</p><p>b) só acontecerá se for pintado e remendado como novo</p><p>c) não acontecerá se não houver choro e arrependimento</p><p>d) só será igual aos já passados se tiver lista de pedidos</p><p>66</p><p>190. (SELECON – 2018) Leia o texto para responder às questões</p><p>Estudo de crânios serviu como base à falha ciência do</p><p>racismo</p><p>Médico do século XIX conquistou intelectuais ao criar jus-</p><p>tificativa para uma suposta superioridade dos brancos RIO - A</p><p>banana atirada no jogador Daniel Alves durante um jogo do</p><p>Barcelona e as declarações racistas do dirigente de um clube</p><p>de basquete americano provocaram repúdio mundial esta</p><p>semana, mas as manifestações preconceituosas seriam vis-</p><p>tas com naturalidade pelo médico americano Samuel George</p><p>Morton. Ele angariou fama em seu país e na Europa no sécu-</p><p>lo XIX disseminando a teoria de que a superioridade racial é</p><p>corroborada pelo estudo dos crânios. Aqueles de estrutura</p><p>mais complexa e avançada, um sinal inegável de inteligência e</p><p>maior capacidade de raciocínio, seriam os de caucasianos. Seu</p><p>argumento resistiu por 150 anos. Foi analisado por figuras</p><p>como Charles Darwin, convenceu abolicionistas e só foi</p><p>definitivamente desmantelado na década de 1980, embora as</p><p>manifestações racistas persistam.</p><p>– Ele fez amizades com as pessoas certas, aquelas que real-</p><p>mente importavam – conta o historiador James Poskett, que</p><p>lidera as pesquisas de Cambridge. – Morton produziu apenas</p><p>500 cópias de “Crania americana” e distribuiu para pessoas</p><p>influentes como antropólogos famosos na Inglaterra e edi-</p><p>tores de revistas científicas americanas. Mesmo com a peque-</p><p>na tiragem, seu trabalho foi lido em países como França,</p><p>Alemanha, Rússia e Índia.</p><p>Morton, então, ganhou as graças da elite intelectual do</p><p>Velho Mundo. Sua obra foi assumidamente uma inspiração</p><p>para autores de livros como “Crania Britannica” e “Crania</p><p>Germanica” e ainda para os trabalhos do italiano Cesare Lom-</p><p>broso, de 1876, que partia de características físicas do crânio</p><p>para determinar criminosos. Até o evolucionista (e abolicionis-</p><p>ta) Charles Darwin, que leu o texto de Morton, considerou-o</p><p>uma “autoridade” na discussão racial, embora não tenha usa-</p><p>do nada dos seus estudos nos trabalhos que fez. Muito pelo</p><p>contrário.</p><p>O elogio ao racismo de Morton só desabou em 1981,</p><p>quando o evolucionista Stephen Jay Gould, professor da Uni-</p><p>versidade de Harvard, publicou o livro “A falsa medida do</p><p>homem”, demonstrando que não havia relação entre as raças</p><p>e seus níveis de inteligência. Ainda assim, mesmo sem qual-</p><p>quer suporte acadêmico, não faltam convictos de que</p><p>brancos e negros ocupam polos opostos. E, 175 anos depois</p><p>de “Crania americana”, entre bananas e o basquete, surge</p><p>mais uma polêmica que desafia a razão: a ideia, errada, de que</p><p>somos todos macacos.</p><p>Renato Grandelle</p><p>(Adaptado de O GLOBO, 03/05/2014) (https://oglobo.globo.com/</p><p>sociedade/historia/estudo-de-</p><p>cranios- serviu-como-base-falha-ciencia-do-racismo-12370323)</p><p>A primeira frase do texto apresenta o racismo como:</p><p>a) herança genética</p><p>b) construção histórica</p><p>c) constatação natural</p><p>d) demonstração lógica</p><p>191. (SELECON – 2018) No segundo parágrafo, o autor sugere</p><p>que a divulgação do trabalho de Morton se deve, principalmen-</p><p>te, ao seguinte fator:</p><p>a) renovação do campo da ciência</p><p>b) adequação do método de pesquisa</p><p>c) estratégia de distribuição dos exemplares</p><p>d) familiaridade com conhecimentos de antropologia</p><p>192. (SELECON – 2018) A frase que melhor evidencia a crítica do</p><p>autor em relação às teorias raciais é:</p><p>a) “Seu argumento resistiu por 150 anos. Foi analisado por</p><p>figuras como Charles Darwin, convenceu abolicionistas”</p><p>b) “Morton produziu apenas 500 cópias de “Crania america-</p><p>na” e distribuiu para pessoas influentes como antropólogos</p><p>famosos na Inglaterra”</p><p>c) “Sua obra foi assumidamente uma inspiração para autores</p><p>de livros como “Crania Britannica” e “Crania Germanica”</p><p>d) “Ainda assim, mesmo sem qualquer suporte acadêmico,</p><p>não faltam convictos de que brancos e negros ocupam polos</p><p>opostos”</p><p>193. (SELECON – 2018) Em “Mesmo com a pequena tiragem, seu</p><p>trabalho foi lido em países como França, Alemanha, Rússia e</p><p>Índia”, o emprego de “mesmo” sugere o seguinte pressuposto:</p><p>a) Uma tiragem pequena deve ter poucos leitores.</p><p>b) Um livro muito lido não deve ter tiragem pequena.</p><p>c) Há muitas pessoas cultas em países como França, Alema-</p><p>nha, Rússia e Índia.</p><p>d) Há muitos trabalhos científicos publicados em países como</p><p>França, Alemanha, Rússia e Índia.</p><p>194. (SELECON – 2018) Leia o texto para responder às questões</p><p>Escrever é fácil?</p><p>Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona para</p><p>alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for</p><p>expresso, em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na</p><p>cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisa-</p><p>mos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o</p><p>pensamento segundo um código comum e então, finalmente,</p><p>o entendemos, isto é, nos entendemos.</p><p>Todo professor conhece este segredo: você entende</p><p>melhor o seu assunto depois de dar sua aula sobre ele, e não</p><p>antes. Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem</p><p>o conhece pouco, aumento exponencialmente a minha pró-</p><p>pria compreensão a respeito. Motivado pelas expressões de</p><p>dúvida e até de estupor dos alunos, refino minhas explicações</p><p>e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria dizer. Costu-</p><p>mo dizer que, passados tantos anos de profissão, gosto muito</p><p>de dar aula, principalmente porque ensinar ainda é o melhor</p><p>método de estudar e compreender.</p><p>Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo</p><p>de alunos que não conheço, pelo menos no começo dos meus</p><p>cursos, quem escreve o faz para ser lido por leitores que ele</p><p>potencialmente não conhece e que também não o conhecem.</p><p>Mesmo quando escrevo um diário secreto, o faço imaginan-</p><p>do um leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou</p><p>quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro e do leitor</p><p>para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e</p><p>saber quem sou.</p><p>Exatamente porque esta relação com o outro, aluno ou</p><p>leitor, é tão fundamental, todo professor sente um frio na</p><p>espinha quando encontra uma turma nova, não importa há</p><p>quantos anos exerça o magistério. Pela mesmíssima razão,</p><p>todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquan-</p><p>to a escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da pilha de</p><p>redações na mesa do professor, não importa se suas notas são</p><p>boas ou não na matéria.</p><p>Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no</p><p>momento mesmo de fazê-lo. Quem escreve sente de repen-</p><p>te todas as suas hesitações, lacunas e omissões, percebendo</p><p>como o seu próprio pensamento é incompleto e o quanto ain-</p><p>da precisa pensar. Quem escreve de repente entende o quanto</p><p>a sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o quanto ainda</p><p>precisa se refazer, se inventar, enfim: se reescrever.</p><p>Gustavo Bernardo (Adaptado de Conversas com um professor de</p><p>literatura. Rio de Janeiro: Rocco, 2013)</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>67</p><p>No título, sugere-se uma ideia que é desconstruída ao lon-</p><p>go do texto. Essa desconstrução se baseia na premissa de que</p><p>escrever:</p><p>a) obriga demonstração de cultura nacional</p><p>b) requer domínio profundo da norma culta</p><p>c) exige conhecimento prévio sobre o leitor</p><p>d) impõe exposição das dúvidas do autor</p><p>195. (SELECON – 2018) Ao longo do texto, o autor sustenta a ideia</p><p>de que o ato de escrever possui, em relação ao pensamento, a</p><p>função de:</p><p>a) espelhar suas estruturas</p><p>b) organizar seus raciocínios</p><p>c) dispersar suas hesitações</p><p>d) ocultar suas fragilidades</p><p>196. (SELECON – 2018) Para o autor, a produção de textos orais</p><p>ou escritos supõe principalmente o seguinte aspecto:</p><p>a) reconhecimento da variedade linguística</p><p>b) preservação da intimidade do autor</p><p>c) construção da imagem de leitor</p><p>d) elaboração de roteiro prévio</p><p>197. (SELECON – 2018) No último parágrafo, a associação entre</p><p>escrita e vida se realiza por um procedimento de:</p><p>a) analogia</p><p>b) contraposição</p><p>c) contiguidade</p><p>d) dissociação</p><p>198. (SELECON – 2018) No quarto parágrafo, a menção a uma</p><p>prática considerada corrente entre os alunos reforça uma</p><p>característica do autor já discutida no texto. Essa característica</p><p>se constrói por:</p><p>a) crítica à indisciplina</p><p>b) acolhimento das dúvidas</p><p>c) respeito às desistências</p><p>d) elogia da segurança</p><p>199. (SELECON – 2018) No último parágrafo, o emprego da</p><p>expressão verbal “Quem escreve” no lugar de uma expressão</p><p>nominal como “escritor” produz o efeito de:</p><p>a) restrição</p><p>b) generalização</p><p>c) determinação</p><p>d)</p><p>classificação</p><p>200. (SELECON – 2018) Leia o texto para responder às questões.</p><p>Ficar grudado no smartphone é antissocial ou</p><p>hipersocial?</p><p>Muitos estudiosos têm chamado atenção para as conse-</p><p>quências do uso excessivo dos smartphones. Mas pesquisa-</p><p>dores canadenses fizeram uma análise de diversos trabalhos</p><p>publicados sobre o tema e concluíram que o fenômeno é sim-</p><p>plesmente um reflexo do desejo profundo de se conectar com</p><p>outras pessoas. Em outras palavras, eles sugerem que esse</p><p>tipo de comportamento não é antissocial, e sim hipersocial.</p><p>Em artigo publicado em uma revista científica, Samuel</p><p>Veissière e Moriah Stendel, da Universidade McGill, tentam</p><p>mostrar que existe um lado positivo nessa mania das pessoas.</p><p>Para eles, é preciso ter em mente que o que vicia não é o apa-</p><p>relho, e sim a conexão que ele proporciona.</p><p>Os autores observam que os humanos evoluíram como</p><p>espécies exclusivamente sociais, que precisam do retorno</p><p>constante dos outros para se guiar e saber o que é cultural-</p><p>mente apropriado. A interação social traz significado, objetivos</p><p>e senso de identidade para as pessoas.</p><p>O problema é que essa sede por conexões, que é absolu-</p><p>tamente normal e até saudável, muitas vezes se transforma</p><p>num comportamento insalubre – a hiperconectividade faz o</p><p>sistema de recompensa no cérebro funcionar em ritmo exage-</p><p>rado e surge uma compulsão que pode trazer diversas conse-</p><p>quências à saúde e aos próprios relacionamentos.</p><p>Eles também reforçam que é preciso fazer um esforço</p><p>para não cair na cilada de se comparar com os outros, já que</p><p>a realidade apresentada nas mídias sociais é distorcida. Ter</p><p>isso sempre em mente é uma forma de evitar as consequên-</p><p>cias negativas das tecnologias móveis. A outra dica é guardar o</p><p>aparelho durante os encontros reais – já que eles são poucos,</p><p>que sejam aproveita- dos ao máximo.</p><p>Jairo Bauer</p><p>(https://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/07/</p><p>ficar- grudado-no-smartphone-e-antissocial-ou-hipersocial/)</p><p>No título, o elemento que evidencia a polêmica em torno do</p><p>assunto abordado é:</p><p>a) estrangeirismo – “smartphone”</p><p>b) informalidade – “grudado”</p><p>c) conectivo – “ou”</p><p>d) prefixo – “hiper”</p><p>201. (SELECON – 2018) A opinião dos pesquisadores, apresenta-</p><p>da no segundo parágrafo, se baseia na seguinte premissa sobre</p><p>os seres humanos:</p><p>a) as ciências concentram-se no lado negativo na espécie</p><p>b) os indivíduos são dependentes da interação com o outro</p><p>c) as pessoas expressam instintos de autoproteção</p><p>d) as manias limitam o racionalismo humano</p><p>202. (SELECON – 2017) Leia o texto para responder às questões</p><p>Microscópio impulsionou descobertas</p><p>Os microscópios ganharam a tecnologia básica de hoje</p><p>a partir do começo do século 19. Mas, mesmo no século ante-</p><p>rior, já havia microscópios com formas semelhantes. No sécu-</p><p>lo 17, descobertas importantes foram feitas com esse tipo de</p><p>aparelho. “Noventa por cento das descobertas em citologia, o</p><p>estudo das células, foram feitas com microscópios rudimenta-</p><p>res”, diz o biólogo Nelio Bizzo, especialista em ensino de bio-</p><p>logia na Faculdade de Educação da USP (Universidade de São</p><p>Paulo).</p><p>“O microscópio é uma ferramenta indispensável para</p><p>quem estuda biologia”, afirma Bizzo. “Deveria haver uma lei</p><p>federal proibindo escolas de comprar computadores se não</p><p>tiverem um microscópio.” Para o professor da USP, “quem vê</p><p>uma foto de vírus, de bactérias, e que nunca manipulou um</p><p>microscópio, não tem condição de entender como a foto foi</p><p>feita”. O microscópio teve para a biologia o mesmo impacto</p><p>que seu parente para ver mais longe, o telescópio, teve na</p><p>astronomia. Graças ao telescópio foi possível enxergar novos</p><p>planetas e novas luas girando em torno deles, e confirmar a</p><p>hipótese de que a Terra não era o centro do universo, mas</p><p>sim apenas mais um corpo celeste que girava em torno do</p><p>Sol. Graças aos microscópios foi possível descobrir todo um</p><p>novo mundo desconhecido da ciência: aquele dos seres vivos</p><p>de dimensões muito pequenas, microscópicas, os chamados</p><p>micróbios. Um dos mais notáveis pioneiros foi o holandês</p><p>Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), o primeiro pesquisa-</p><p>dor a observar micróbios como bactérias e protozoários.</p><p>68</p><p>Ele batizou esses seres de “animálculos”, pequenos ani-</p><p>mais que pôde observar na água ou no interior do próprio</p><p>corpo humano. Nem todos podem hoje ser chamados de “ani-</p><p>mais”, mas com seus esforços Leeuwenhoek abriu toda uma</p><p>área de pesquisa científica. Leeuwenhoek usava um microscó-</p><p>pio de um modelo bem simples, que se constituía basicamen-</p><p>te de duas placas de latão entre as quais havia apenas uma</p><p>lente, com um parafuso ajustável para manter o espécime</p><p>sendo observado. Apesar da simplicidade do microscópio, ele</p><p>conseguiu enxergar as bactérias, pela primeira vez em 1676,</p><p>com um instrumento que tinha uma ampliação de no máximo</p><p>280 vezes.</p><p>Tanto telescópios como microscópios surgiram no momen-</p><p>to em que se criaram as bases da ciência moderna, a chamada</p><p>Revolução Científica. Eles foram tanto causa como efeito dessa</p><p>revolução.</p><p>(Adaptado de: http:!lwww1.foIha.uoI.com.br/fsg/brasiI/</p><p>fc15119821.htm)</p><p>De acordo com o texto, é possível identificar a seguinte relação</p><p>entre o instrumento microscópio e o avanço tecnológico:</p><p>a) os estudos científicos mantêm independência frente às</p><p>descobertas tecnológicas</p><p>b) os biólogos não se habituaram ao uso frequente das técni-</p><p>cas em microscopia</p><p>c) o microscópio contribuiu e foi aperfeiçoado pelas conquis-</p><p>tas tecnológicas</p><p>d) o surgimento do microscópio e posterior à revolução</p><p>científica</p><p>203. (SELECON – 2017) “Os microscópios ganharam a tecnologia</p><p>básica de hoje a partir do começo do século 19”. Para a adequa-</p><p>da compreensão, é necessário identificar, na frase anterior, o</p><p>seguinte pressuposto:</p><p>a) a tecnologia foi iniciada com aparelho de visão a distância</p><p>b) o aparelho possuiu outras configurações tecnológicas</p><p>c) a atualidade desenvolve projetos de avanços restritos</p><p>d) o início do seculo fragmentou a era tecnológica</p><p>204. (SELECON – 2017) Na frase “O microscópio teve para a bio-</p><p>logia o mesmo impacto que seu parente para ver mais longe, o</p><p>telescópio, teve na astronomia”, uma relação entre o microscó-</p><p>pio e o telescópio é estabelecida por:</p><p>a) negação</p><p>b) analogia</p><p>c) antagonismo</p><p>d) pertencimento</p><p>205. (SELECON – 2017) Leia o texto para responder às questões</p><p>A humanização como dimensão pública das políticas</p><p>de saúde</p><p>No início de 2003, enfrentamos um debate no Ministério</p><p>da Saúde defendendo a priorização do tema da humaniza-</p><p>ção como aspecto fundamental a ser contemplado nas polí-</p><p>ticas públicas de saúde. O debate se fazia a partir da tensão</p><p>entre concepções diferentes. Havia escolhas, de um lado, que</p><p>visavam aos “focos e resultados dos programas” e, de outro,</p><p>que problematizavam os processos de produção de saúde e</p><p>de sujeitos, no plano mais amplo da alteração de modelos de</p><p>atenção e de gestão. Neste contexto, apresentava-se para nós</p><p>não só um desafio, mas principalmente a urgência de reavaliar</p><p>conceitos e práticas nomeadas como humanizadas. Identifi-</p><p>cada a movimentos religiosos, filantrópicos ou paternalistas,</p><p>a humanização era menosprezada por grande parte dos ges-</p><p>tores, ridicularizada por trabalhadores e demandada pelos</p><p>usuários.</p><p>O debate ia se montando em torno das condições pre-</p><p>carizadas de trabalho, das dificuldades de pactuação das</p><p>diferentes esferas do Sistema Único de Saúde (SUS), do des-</p><p>cuido e da falta de compromisso na assistência ao usuário dos</p><p>serviços de saúde. O diagnóstico ratificava a complexidade da</p><p>tarefa de se construir de modo eficaz um sistema público que</p><p>garantisse acesso universal, equânime e integral a todos os</p><p>cidadãos brasileiros.</p><p>Não restava dúvida: o SUS é uma conquista nascida das</p><p>lutas pela democracia no país que, em 1988, ganham estatuto</p><p>constitucional. Garantir o “caráter constituinte” do SUS impõe</p><p>que possamos identificar os problemas contemporâneos que</p><p>se dão na relação entre Estado e as políticas públicas. É esta</p><p>relação que queremos problematizar neste</p><p>momento que o</p><p>projeto de uma Política Nacional de Humanização (PNH) reto-</p><p>ma o que está na base da reforma da saúde do porte daquela</p><p>que resultou na criação do SUS.</p><p>Nos primeiros passos que demos imediatamente nos con-</p><p>frontamos com outro aspecto presente no âmbito do que se</p><p>nomeava como programas de humanização: havia projetos,</p><p>atividades, propostas, mas em todos era evidente o caráter</p><p>fragmentado e separado dessas iniciativas não só na relação</p><p>de baixa horizontalidade que se verificava entre elas, mas</p><p>também no modo vertical como elas se organizavam dentro</p><p>do Ministério da Saúde e do SUS. Tínhamos, então, um duplo</p><p>problema: seja o da banalização do tema da humanização, seja</p><p>o da fragmentação das práticas ligadas a diferentes programas</p><p>de humanização da saúde. Na verdade, trata-se de um mesmo</p><p>problema em uma dupla inscrição teórico-prática, daí a neces-</p><p>sidade de enfrentarmos a tarefa de redefinição do conceito de</p><p>humanização, bem como dos modos de construção de uma</p><p>política pública e transversal de humanização da/na saúde.</p><p>Diante desse duplo problema, a Secretaria Executiva do</p><p>Ministério da Saúde propôs a criação da PNH. Como política,</p><p>a humanização deveria traduzir princípios e modos de operar</p><p>no conjunto das relações entre todos que constituem o SUS.</p><p>Era principalmente o modo coletivo e co-gestivo de produção</p><p>de saúde e de sujeitos implicados nesta produção que deveria</p><p>orientar a construção da PNH como política pública.</p><p>Regina Benevides</p><p>Eduardo Passos Fragmento extraído de Revista Ciência & Saúde,</p><p>Rio de Janeiro, 2005. (Disponível em:scielo.br/)</p><p>De acordo com os autores, a urgência em reavaliar a noção de</p><p>humanização se deve, entre outros fatores, a:</p><p>a) visão pejorativa a respeito do tema</p><p>b) equívoco evidenciado no texto constitucional</p><p>c) rejeição da nomeação por usuários do sistema</p><p>d) valorização de um assunto considerado modismo</p><p>intelectual</p><p>206. (SELECON – 2018) No diagnóstico realizado, as ações rela-</p><p>tivas aos programas de humanização apresentavam caráter</p><p>limitado por:</p><p>a) inscrever-se de maneira fragmentada nas referências</p><p>teóricas</p><p>b) corresponder a uma estrutura governamental hierarquizada</p><p>c) conceder espaço intensificado às críticas dos usuários</p><p>d) obter dotação orçamentária federal limitada</p><p>207. (SELECON – 2021) Leia o texto para responder às questões</p><p>Publicidade de alimentos e obesidade infantil: uma</p><p>reflexão necessária</p><p>A epidemia de obesidade e doenças crônicas é um pro-</p><p>blema que atinge, de maneira crescente, o mundo inteiro. E</p><p>tornou-se consenso entre as principais organizações e pes-</p><p>quisadores em saúde pública que a regulação da publicidade</p><p>de alimentos é uma das estratégias necessárias para comba-</p><p>tê-la. As campanhas de marketing não apenas influenciam as</p><p>escolhas alimentares na infância, mas também buscam fideli-</p><p>zar consumidores desde a mais tenra idade. O objeto prefe-</p><p>rencial são os alimentos ultraprocessados, feitos a partir de</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>69</p><p>ingredientes industriais, com pouco ou nenhum produto fres-</p><p>co, e, geralmente, com alta quantidade de açúcar, gordura e/</p><p>ou sódio.</p><p>Em 2010, a Organização Mundial da Saúde recomendou a</p><p>redução da exposição das crianças à propaganda de alimentos,</p><p>sobretudo aqueles com alta quantidade de açúcar, sal e gor-</p><p>dura. Em 2012, a Organização Pan-Americana da Saúde apro-</p><p>fundouse no tema e também apresentou recomendações de</p><p>ações concretas por parte dos governos para reduzir a exposi-</p><p>ção das crianças à publicidade de alimentos. Para especialis-</p><p>tas, a autorregulamentação do setor não tem funcionado.</p><p>A mais recente publicação sobre obesidade do periódi-</p><p>co Lancet, divulgada em fevereiro deste ano, indica que, até</p><p>o momento, as iniciativas de regulação da propaganda não</p><p>foram suficientes. Desde os avanços conquistados na proteção</p><p>da amamentação, com a eliminação de anúncios que apresen-</p><p>tam substitutos do leite materno, poucas ações efetivas foram</p><p>implementadas para frear o massivo marketing da indústria de</p><p>alimentos para crianças em todo o mundo.</p><p>No Brasil, apesar da proibição da publicidade abusiva (dire-</p><p>cionada à criança) prevista no Código de Defesa do Consumi-</p><p>dor (CDC) desde 1990, a falta de regulamentação específica</p><p>para alimentos prejudica a efetivação da lei. Em 2010, a movi-</p><p>mentação internacional em torno do tema motivou a elabo-</p><p>ração da primeira regulação sobre publicidade de alimentos</p><p>em geral, por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária). A regulação, no entanto, foi suspensa logo após sua</p><p>publicação, devido à pressão de diversas associações da indús-</p><p>tria de alimentos. A Norma Brasileira de Comercialização de</p><p>Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira</p><p>Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) contribuiu</p><p>muito para a proteção ao aleitamento materno, porém aguar-</p><p>da regulamentação, desde 2006, o que compromete a fiscaliza-</p><p>ção e o cumprimento da lei. Alguns avanços também precisam</p><p>ser reconhecidos, como a Resolução 163/2014 do Conselho</p><p>Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda),</p><p>que regulamentou a propaganda abusiva, descrevendo todos</p><p>os casos em que o Código do Consumidor deve ser aplicado.</p><p>Porém, os órgãos de fiscalização ainda não possuem força sufi-</p><p>ciente para colocá-la em prática, também por conta da grande</p><p>pressão das associações da indústria e de publicidade. Assim</p><p>como na suspensão da resolução da Anvisa, esses segmentos</p><p>fazem pressão contra a resolução do Conanda, alegando que</p><p>esses órgãos não têm competência legal para regular a publi-</p><p>cidade ou que as regras ferem a liberdade de expressão das</p><p>empresas. Argumentos que já foram refutados por renomados</p><p>juristas e contestados pelas evidências científicas na área da</p><p>saúde pública.</p><p>O novo Guia Alimentar para a População Brasileira, publi-</p><p>cado pelo Ministério da Saúde em 2014, reconhece a influência</p><p>e coloca a publicidade de alimentos como um dos obstáculos</p><p>para a alimentação saudável. O guia destaca que a regulação é</p><p>necessária, pois a publicidade estimula o consumo de alimen-</p><p>tos ultraprocessados, induzindo a população a considerá-los</p><p>mais saudáveis, com qualidade superior aos demais, e fre-</p><p>quentemente associá-los à imagem de bem-estar, felicidade e</p><p>sucesso.</p><p>Independentemente do tipo de alimento, a propaganda</p><p>direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade de indi-</p><p>víduos em fase de desenvolvimento para incentivar o consumo.</p><p>Por isso, não deve ser permitida. Ainda temos um longo cami-</p><p>nho pela frente para alcançar a garantia dos direitos à alimen-</p><p>tação adequada e saudável e os direitos dos consumidores.</p><p>Ana Paula Bortoletto (https://epoca.globo.com/vida/noti-</p><p>cia/2015/03/publicidade-dealimentos-e-obesidade-infantil-buma-refle-</p><p>xao-necessariab.html) Adaptado.</p><p>“Para especialistas, a autorregulamentação do setor não tem</p><p>funcionado” (2º parágrafo)</p><p>A frase assume, no contexto do parágrafo, a função de:</p><p>a) confirmar asserção</p><p>b) propor comparação</p><p>c) introduzir ponderação</p><p>d) apresentar motivação</p><p>208. (SELECON – 2020) O texto é construído com base no seguin-</p><p>te modo de organização do discurso:</p><p>a) narrativo</p><p>b) injuntivo</p><p>c) descritivo</p><p>d) argumentativo</p><p>209. (SELECON – 2020)</p><p>Os desafios da conservação da água no Brasil</p><p>Um dos países com maior disponibilidade de recursos</p><p>hídricos do mundo, o Brasil tem problemas com seus indica-</p><p>dores de água. O acesso à água tratada e à coleta e tratamento</p><p>de esgoto no país é desigual. As áreas urbanas tendem a ter</p><p>índices melhores, enquanto áreas irregulares e afastadas são</p><p>mais prejudicadas. Além de políticas públicas que assegurem</p><p>o atendimento, que é dificultado pela distribuição desequili-</p><p>brada da água e da população no território brasileiro, outro</p><p>imbróglio é a conservação do próprio recurso, que enfrenta</p><p>desafios.</p><p>Falta de saneamento</p><p>Um dos maiores vilões da qualidade da água no Brasil é a</p><p>oferta de saneamento básico. Pouco mais da metade da popu-</p><p>lação brasileira, 52,4%, tinha coleta de esgoto em 2017, e ape-</p><p>nas 46% do esgoto total é tratado,</p><p>de acordo com o Sistema</p><p>Nacional de Informação sobre Saneamento.</p><p>Dessa forma, um grande volume de esgoto não coletado</p><p>ou não tratado é despejado em corpos d’água, provocando</p><p>problemas ambientais e de saúde. “Essa falta de infraestrutura</p><p>de saneamento básico tem um impacto brutal na qualidade</p><p>das águas de todo o país”, diz o especialista Carlos.</p><p>Não só a carência de coleta e de tratamento de esgoto é</p><p>problemática, mas também a poluição causada por indústrias</p><p>e pela agricultura, como o lançamento de agrotóxicos.</p><p>Desmatamento, em especial no Cerrado</p><p>O desmatamento de matas ciliares, que acontece em todas</p><p>as bacias hidrográficas do Brasil, altera a quantidade e a qua-</p><p>lidade dos corpos hídricos. Essa vegetação protege o solo, aju-</p><p>da na infiltração da água da chuva e na alimentação do lençol</p><p>freático e permite a recarga dos aquíferos.</p><p>Sua retirada aumenta o assoreamento, a perda do solo, a</p><p>erosão e a taxa de evaporação da água. Segundo José Francis-</p><p>co Gonçalves Júnior, professor do Departamento de Ecologia</p><p>da Universidade de Brasília (UnB), todos esses impactos reuni-</p><p>dos podem levar a uma indisponibilidade natural de recursos</p><p>hídricos.</p><p>Em outra frente, o desmatamento do Cerrado, considerado</p><p>a “caixa d’água do Brasil” por causa de sua posição estratégica</p><p>na formação de bacias hidrográficas, vem sendo devastado</p><p>pela expansão da fronteira agrícola. “Qualquer alteração no</p><p>Cerrado pode levar a uma degradação de inúmeras bacias</p><p>hidrográficas de extrema relevância para obtenção de recur-</p><p>sos hídricos brasileiros”, afirma Gonçalves.</p><p>Para o professor, o uso do solo do bioma teve um efeito</p><p>positivo na produtividade agrícola, mas a falta de uma regula-</p><p>ção mais firme tem levado a uma superexploração, com vários</p><p>danos. “Perda de território, de recarga de aquíferos, uma per-</p><p>da muito grande de nascentes e uma degradação e diminui-</p><p>ção da disponibilidade de água”, enumera.</p><p>(Disponível em https://www.dw.com/pt-br/os-desafios-daconser-</p><p>va% C3%A7%C3%A30-da-%C3%A 1 gua-no-brasil/a-4 7996980)</p><p>A presença de falas de especialistas é uma das características</p><p>que revela o pertencimento do texto ao tipo:</p><p>a) jornalístico</p><p>b) filosófico</p><p>c) literário</p><p>d) jurídico</p><p>70</p><p>210. (SELECON – 2019)</p><p>Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim</p><p>Rubem Braga</p><p>Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de</p><p>cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natu-</p><p>ral do Cairo?</p><p>O leitor que responder “não sei” a todas estas perguntas</p><p>não passará provavelmente em nenhuma prova de Português</p><p>de nenhum concurso oficial. Aliás, se isso pode servir de</p><p>algum consolo à sua ignorância, receberá um abraço de feli-</p><p>citações deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmão.</p><p>Porque a verdade é que eu também não sei. Você dirá, meu</p><p>caro professor de Português, que eu não deve- ria confessar</p><p>isso; que é uma vergonha para mim, que vivo de escrever, não</p><p>conhecer o meu instrumento de trabalho, que é a língua.</p><p>Concordo. Confesso que escrevo de palpite, como outras</p><p>pessoas tocam piano de ouvido. De vez em quando um lei-</p><p>tor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crônica</p><p>anotado, apontando erros de Português. Um deles chegou a</p><p>me passar um telegrama, felicitando-me porque não encon-</p><p>trara, na minha crônica daquele dia, um só erro de Português;</p><p>acrescentava que eu produzira uma “página de bom vernáculo,</p><p>exemplar”. Tive vontade de responder: “Mera coincidência” -</p><p>mas não o fiz para não entristecer o homem.</p><p>Espero que uma velhice tranquila - no hospital ou na</p><p>cadeia, com seus longos ócios - me permita um dia estudar</p><p>com toda calma a nossa língua, e me penitenciar dos abusos</p><p>que tenho praticado contra a sua pulcritude. (Sabem qual o</p><p>superlativo de pulcro? Isto eu sei por acaso: pulquérrimo! Mas</p><p>não é desanimador saber uma coisa dessas? Que me acontece-</p><p>ria se eu dissesse a uma bela dama: a senhora é pulquérrima?</p><p>Eu poderia me queixar se o seu marido me descesse a mão?).</p><p>Alguém já me escreveu também - que eu sou um escoteiro</p><p>ao contrário. “Cada dia você parece que tem de praticar a sua</p><p>má ação – contra a língua”. Mas acho que isso é exagero.</p><p>Como também é exagero saber o que quer dizer escardin-</p><p>char. Já estou mais perto dos cinquenta que dos quarenta; vivo</p><p>de meu trabalho quase sempre honrado, gozo de boa saúde</p><p>e estou até gordo demais, pensando em meter um regime no</p><p>organismo - e nunca soube o que fosse escardinchar. Espero</p><p>que nunca, na minha vida, tenha escardinchado ninguém; se o</p><p>fiz, mereço desculpas, pois nunca tive essa intenção.</p><p>Vários problemas e algumas mulheres já me tiraram o</p><p>sono, mas não o feminino de cupim. Morrerei sem saber isso.</p><p>E o pior é que não quero saber; nego-me terminantemente</p><p>a saber, e, se o senhor é um desses cavalheiros que sabem</p><p>qual é o feminino de cupim, tenha a bondade de não me</p><p>cumprimentar.</p><p>Por que exigir essas coisas dos candidatos aos nossos car-</p><p>gos públicos? Por que fazer do estudo da língua portuguesa</p><p>uma série de alçapões e adivinhas, como essas histórias que</p><p>uma pessoa conta para “pegar” as outras? O habitante do Cairo</p><p>pode ser cairense, cairei, caireta, cairota ou cairiri - e a única</p><p>utilidade de saber qual a palavra certa será para decifrar um</p><p>problema de palavras cruzadas. Vocês não acham que nossos</p><p>funcionários públicos já gastam uma parte excessiva do expe-</p><p>diente matando palavras cruzadas da “Última Hora” ou lendo o</p><p>horóscopo e as histórias em quadrinhos de “O Globo?”.</p><p>No fundo, o que esse tipo de gramático deseja é tornar a</p><p>língua portuguesa odiosa; não alguma coisa através da qual as</p><p>pessoas se entendam, mas um instrumento de suplício e de</p><p>opressão que ele, gramático, aplica sobre nós, os ignaros.</p><p>Mas a mim é que não me escardincham assim, sem mais</p><p>nem menos: não sou fêmea de cupim nem antônimo do póstu-</p><p>mo nenhum; e sou cachoeirense, de Cachoeiro, honradamente</p><p>- de Cachoeiro de Itapemirim!</p><p>Texto extraído do livro “Ai de Ti, Copacabana”, Editora do Autor -</p><p>Rio de Janeiro, 1960, pág. 197.</p><p>O texto lido é uma crônica, um gênero de texto que discorre</p><p>sobre situações cotidianas e utiliza linguagem coloquial, humor</p><p>ou ironia com a intenção de se aproximar do leitor.</p><p>Um trecho em que o autor provoca diretamente o leitor encon-</p><p>tra-se em:</p><p>a) não sou fêmea de cupim nem antônimo de póstumo</p><p>b) Aliás, se isso pode servir de consolo à sua ignorância</p><p>c) um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte</p><p>d) Já estou mais perto dos cinquenta do que dos quarenta</p><p>211. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO II</p><p>O drama do degelo da Groenlândia em uma só foto</p><p>Uma imagem mostra as consequências da mudança cli-</p><p>mática na região, que registrou até 17 graus Celsius na sema-</p><p>na passada, quando a temperatura máxima nesta época é de</p><p>3,2 graus.</p><p>Os cientistas concordam que, embora a imagem seja sur-</p><p>preendente, não é inesperada. Ainda assim, a foto, tirada em</p><p>13 de junho por Steffen M. Olsen, deu a volta ao mundo. Nela</p><p>aparecem vários cães puxando um trenó no fiorde de Ingle-</p><p>field Bredning, no noroeste da Groenlândia, e se vê como os</p><p>animais estão caminhando sobre o gelo derretido. Embora o</p><p>verão já esteja muito próximo, nesta região da Terra as tempe-</p><p>raturas máximas em junho costumam ser de 3,2 graus Celsius,</p><p>segundo o pesquisador espanhol Andrés Barbosa, diretor de</p><p>campanhas no Àrtico. Na semana passada, a estação meteoro-</p><p>lógica mais próxima do aeroporto de Qaanaaq, no noroeste da</p><p>Groenlândia, registrou uma máxima de 17,3°C na quarta-feira,</p><p>12 de junho, e 15°C no dia seguinte.</p><p>O cientista que fez a foto contou que os caçadores e pes-</p><p>cadores locais se surpreenderam ao encontrar tanta água em</p><p>cima do gelo, especialmente no princípio da temporada. Embo-</p><p>ra não seja um fato isolado, nunca tinham visto tanto gelo der-</p><p>retido antes de julho.</p><p>Os sinais da mudança climática são cada vez mais eviden-</p><p>tes. As temperaturas superiores à média em quase todo o</p><p>oceano Ártico e Groenlândia durante o mês de maio fizeram</p><p>o gelo derreter antes do habitual, resultando no menor bloco</p><p>de gelo registrado em 40 anos, segundo os dados</p><p>do Centro</p><p>Nacional de Neve e Gelo dos EUA.</p><p>As temperaturas registradas na semana passada na Groen-</p><p>lândia e em grande parte do Ártico foram impulsionadas por</p><p>um ar mais quente que subia do sul. “Este fato ocorre de vez</p><p>em quando, mas há evidências de que está se tornando mais</p><p>comum, embora seja uma área de pesquisa que evolui com</p><p>muita rapidez. Além disso, à medida que a atmosfera se tornar</p><p>mais calorosa haverá um maior derretimento”, afirma Ruth H.</p><p>Mottram, cientista do Instituto Meteorológico Dinamarquês e</p><p>colega de Steffen M. Olsen, o pesquisador que tirou a foto.</p><p>O autor da popular imagem revelou no Twitter que se</p><p>tratava de um “dia incomum” e que a imagem “para muitos</p><p>é mais simbólica que científica”. Os pesquisadores concordam</p><p>que o alarmante não é o aumento pontual das temperaturas,</p><p>e sim a tendência de alta que observam há anos. “Por causa</p><p>desse aumento 63% das geleiras da Groenlândia estão em</p><p>retrocesso, e já houve uma perda de 30% do gelo marinho”,</p><p>diz Barbosa.</p><p>Além disso, Mottram explica que, embora o degelo mari-</p><p>nho não contribua imediatamente para o aumento do nível do</p><p>mar, em longo prazo isso ocorre. Seus modelos de simulações</p><p>climáticas preveem que o gelo marinho se derreta, com conse-</p><p>quências para as populações locais e os ecossistemas do Árti-</p><p>co. “Também é provável que no futuro haja uma quantidade</p><p>cada vez maior de água que contribua para a elevação do nível</p><p>do mar a partir da Groenlândia”, conclui.</p><p>Belén Juaréz (Adaptado de: https:l/brasil.elpais.com/brasil[)</p><p>No texto II uma característica do gênero do discurso reporta-</p><p>gem pode ser observada em:</p><p>a) presença das fontes de informação</p><p>b) predomínio de expressões informais</p><p>c) exclusividade de verbos no presente</p><p>d) emprego de pronomes na l’ pessoa do singular</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>71</p><p>212. (SELECON – 2019)</p><p>Atividade física pode evitar 10 mil casos de câncer ao</p><p>ano no Brasil</p><p>Cerca de 10 mil novos casos de câncer, entre eles o de</p><p>mama e o de cólon, poderiam ser evitados no Brasil se houves-</p><p>se mais adesão à prática da atividade física entre a população.</p><p>Os resultados fazem parte de uma pesquisa feita no Departa-</p><p>mento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da</p><p>USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard, a</p><p>Universidade de Cambridge e a Universidade de Queensland.</p><p>Um artigo sobre o assunto foi publicado na revista científica</p><p>internacional Cancer Epidemiologyem julho de 2018.</p><p>Os dados sobre a falta de atividade física da população bra-</p><p>sileira são alarmantes. A última pesquisa realizada pelo Institu-</p><p>to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, mostra</p><p>que aproximadamente metade das pessoas sequer atingiu a</p><p>recomendação mínima preconizada pela Organização Mun-</p><p>dial da Saúde (OMS) para a prática por semana, ou seja, 150</p><p>minutos de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais</p><p>intenso.</p><p>As mulheres estão em desvantagem em relação aos</p><p>homens. É maior o número de mulheres que não se exercitam,</p><p>cerca de 51 %, enquanto os homens, é de 43%.</p><p>O de mama e o de cólon são os cânceres mais comuns e</p><p>que poderiam ser evitados caso houvesse a prática regular de</p><p>atividade física entre a população, segundo Leandro Fórnias</p><p>Machado Rezende, um dos autores da pesquisa.</p><p>A prática regulada atividade física influencia no controle de</p><p>peso e no nível de gordura, além de atuar diretamente sobre</p><p>hormônios e marcadores inflamatórios. A falta dela aumenta</p><p>o risco de incidência de alguns tipos de câncer, principalmente</p><p>os que foram objetos de estudo, o de mama e o de cólon. A</p><p>pesquisa trouxe mais detalhes sobre o assunto: os pesquisa-</p><p>dores concluíram que até 8.600 casos de câncer em mulheres</p><p>e 1.700 casos de câncer em homens poderiam ter sido evita-</p><p>dos simplesmente com o aumento dos exercícios semanais.</p><p>Conforme afirma Rezende, esses casos correspondem a 19%</p><p>da incidência de câncer de cólon e 12% de câncer de mama</p><p>no Brasil.</p><p>De acordo com Rezende, os pesquisadores que trabalha-</p><p>ram nesse estudo acreditam que os números possivelmente</p><p>podem estar subestimados, já que há estudos recentes suge-</p><p>rindo uma possível relação de atividade física com a redução</p><p>do risco de até 13 tipos de câncer.</p><p>(Por Redação - Editorias: Ciências da Saúde - URL Curta: jornal.usp.</p><p>brnp=184111) Disponível em >https:lljornal.usp.br/ciencias/ciencias-</p><p>-da-saude/ atividade-fi sica-pode-evitar-1 O-mil-casos-de-cancer-ao-a-</p><p>nono- brasil/ Acesso em 18/0512019. Adaptado.</p><p>A finalidade do texto I consiste em:</p><p>a) comunicar uma decisão</p><p>b) expor um ponto de vista</p><p>c) recusar argumentação</p><p>d) trazer informações</p><p>213. (SELECON – 2019)</p><p>De onde menos se espera</p><p>O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores.</p><p>Estamos acostumados a acompanhar relatos diversos que</p><p>descrevem protocolos rígidos, geralmente envolvendo treina-</p><p>mento árduo, alimentação controlada, descanso e, em alguns</p><p>casos, a dopagem – prática proibida que consiste na injeção de</p><p>compostos, como a testosterona (hormônio anabolizante), para</p><p>aumentar a massa muscular dos atletas. Jamais imaginaríamos</p><p>que um dos segredos do sucesso poderia ter origem no intesti-</p><p>no dos atletas, mais especificamente, num gênero de bactérias</p><p>com o curioso nome de Veillonela atypica.</p><p>Pesquisadores norte-americanos descobriram que, durante</p><p>– e logo após – o exercício vigoroso, ocorre o crescimento agudo</p><p>de populações de bactérias V. atypica nos intestinos de alguns</p><p>maratonistas. A pergunta seguinte foi: qual a relação desses</p><p>microrganismos com o desempenho dos atletas de elite? Essa</p><p>pergunta foi respondida recentemente e se encontra no arti-</p><p>go do biólogo molecular Jonathan Scheiman e colaboradores,</p><p>publicado na revista Nature Medicine em junho último.</p><p>Para explicar esse fenômeno, é preciso antes descrever</p><p>rapidamente um pouco o que acontece no metabolismo. Um</p><p>exercício como a maratona implica a contração muscular repe-</p><p>titiva durante um período relativamente longo. Para que a con-</p><p>tração ocorra, o músculo usa a glicose como combustível.</p><p>Acontece que a glicólise também produz o lactato ou ácido</p><p>láctico. Quem já fez exercícios repetitivos sabe que, ao final de</p><p>certo tempo, o músculo sofre fadiga, o que produz uma sensa-</p><p>ção bem conhecida de queimação ou dor e, nesse momento, a</p><p>pessoa deve parar o exercício. Quando isso acontece, o descon-</p><p>forto cessa e, após algum tempo, os músculos estão prontos</p><p>para continuar a contrair.</p><p>Para que haja recuperação da contração muscular, é impor-</p><p>tante que o lactato acumulado no músculo tenha sua concentra-</p><p>ção diminuída. Mas, qual a relação do lactato com a V. atypica?</p><p>Bem, os cientistas descobriram que essas bactérias consomem</p><p>o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente. Assim, as bacté-</p><p>rias contribuem para reduzir mais rapidamente a concentração</p><p>do lactato nos músculos e, dessa forma, apressar a recuperação</p><p>muscular. Isso é, decididamente, uma vantagem para os atletas</p><p>que têm a V. atypica em seu intestino.</p><p>Os pesquisadores realizaram experimentos com camun-</p><p>dongos para demonstrar esse efeito. Transplantaram as</p><p>bactérias para os roedores e os testaram em uma esteira adap-</p><p>tada para eles. Os animais que receberam as bactérias corriam</p><p>durante bem mais tempo que aqueles controles, que não as</p><p>receberam.</p><p>Descobriu-se também que a V. Atypica, além de consumir</p><p>o lactato, produz propionato – composto que é produto do</p><p>metabolismo do lactato. Já se mostrou em camundongos que</p><p>o propionato aumenta os batimentos cardíacos e, também, o</p><p>consumo máximo de oxigênio (que é importante para gerar</p><p>energia na fase aeróbica do exercício). Assim, estar contamina-</p><p>do com V. atypica é tudo de bom – se você for um atleta, é claro.</p><p>Franklin Rumjanek Adaptado de: http://cienciahoje.org.br/</p><p>O texto pode ser considerado argumentativo por apresentar:</p><p>a) descrição de objetos</p><p>b) defesa de ponto de vista</p><p>c) relato de experiência pessoal</p><p>d) narração romantizada de evento</p><p>214. (SELECON – 2019)</p><p>Poluição do ar pode ser tão perigosa quanto fumar um</p><p>maço de cigarro por dia</p><p>Pesquisadores</p><p>dos Estados Unidos concluíram que a</p><p>exposição à poluição do ar pode ser equivalente a fumar uma</p><p>carteira de cigarros por dia e que ela ainda pode aumentar a</p><p>chance de se ter enfisema pulmonar, uma doença perigosa e</p><p>sem cura.</p><p>Os cientistas notaram uma maior incidência da enfermida-</p><p>de em pessoas que estão expostas por muito tempo a gases</p><p>poluentes, em especial ao ozônio. O enfisema é uma doença</p><p>respiratória grave, que diminui a elasticidade dos pulmões e</p><p>leva à destruição dos alvéolos pulmonares, provocando sin-</p><p>tomas como respiração rápida, tosse ou dificuldade para</p><p>respirar.</p><p>Segundo o estudo, conduzido por universidades america-</p><p>nas, em áreas com aumento de três partes por milhão (3 ppm)</p><p>no nível de ozônio ao longo de dez anos, as pessoas têm maior</p><p>chance de ter enfisema. Essa possibilidade é a mesma que tem</p><p>alguém que fume uma carteira de cigarros por dia ao longo de</p><p>29 anos.</p><p>Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estuda-</p><p>ram 7 mil pessoas e a poluição a que elas estiveram expostas</p><p>do ano 2000 até 2018. Os participantes, que foram expostos</p><p>a exames de tomografia computadorizada, viviam todos em</p><p>grandes regiões metropolitanas como Chicago, Baltimore, Los</p><p>72</p><p>Angeles, Minnesota e Nova York. Os resultados foram publica-</p><p>dos no periódico médico JAMA.</p><p>Os cientistas acreditam que a principal causa para a maior</p><p>predisposição ao enfisema é o ozônio que fica concentrado na</p><p>troposfera (camada mais baixa da atmosfera). O gás é produ-</p><p>zido especialmente quando a luz ultravioleta age com outros</p><p>poluentes liberados por combustíveis fósseis.</p><p>“Conforme as temperaturas aumentam com o aquecimen-</p><p>to global, o nível de ozônio troposférico vai continuar a aumen-</p><p>tar”, contou R. Graham Barr, professor de epidemiologia na</p><p>Universidade Columbia. “A não ser que passos sejam toma-</p><p>dos para reduzir os poluentes, ainda não é claro qual nível ou</p><p>sequer se esses gases são seguros para a saúde humana.”</p><p>Disponível em: revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/</p><p>A ideia central do primeiro parágrafo é apresentada por meio</p><p>do seguinte procedimento:</p><p>a) argumento de autoridade</p><p>b) debate entre visões opostas</p><p>c) relação de causa e consequência</p><p>d) ponderação de fatores convergentes</p><p>GABARITO</p><p>1 B 33 B</p><p>2 A 34 B</p><p>3 C 35 B</p><p>4 C 36 B</p><p>5 A 37 B</p><p>6 A 38 C</p><p>7 B 39 C</p><p>8 C 40 C</p><p>9 C 41 B</p><p>10 A 42 A</p><p>11 C 43 D</p><p>12 A 44 A</p><p>13 D 45 A</p><p>14 C 46 A</p><p>15 C 47 C</p><p>16 C 48 B</p><p>17 A 49 D</p><p>18 A 50 B</p><p>19 C 51 A</p><p>20 D 52 D</p><p>21 C 53 D</p><p>22 B 54 D</p><p>23 C 55 A</p><p>24 C 56 A</p><p>25 C 57 C</p><p>26 B 58 A</p><p>27 A 59 C</p><p>28 C 60 E</p><p>29 A 61 D</p><p>30 A 62 D</p><p>31 C 63 C</p><p>32 C 64 A</p><p>65 D 117 A</p><p>66 D 118 D</p><p>67 A 119 B</p><p>68 B 120 A</p><p>69 C 121 B</p><p>70 C 122 C</p><p>71 C 123 D</p><p>72 B 124 D</p><p>73 B 125 D</p><p>74 C 126 A</p><p>75 A 127 C</p><p>76 B 128 A</p><p>77 A 129 C</p><p>78 A 130 C</p><p>79 B 131 D</p><p>80 B 132 D</p><p>81 A 133 C</p><p>82 B 134 A</p><p>83 D 135 B</p><p>84 D 136 D</p><p>85 C 137 C</p><p>86 D 138 A</p><p>87 C 139 B</p><p>88 B 140 C</p><p>89 A 141 B</p><p>90 E 142 D</p><p>91 C 143 A</p><p>92 A 144 B</p><p>93 C 145 D</p><p>94 A 146 A</p><p>95 A 147 A</p><p>96 B 148 C</p><p>97 D 149 A</p><p>98 A 150 C</p><p>99 B 151 E</p><p>100 A 152 A</p><p>101 B 153 D</p><p>102 C 154 C</p><p>103 C 155 B</p><p>104 A 156 B</p><p>105 D 157 C</p><p>106 A 158 D</p><p>107 D 159 B</p><p>108 D 160 D</p><p>109 D 161 A</p><p>110 B 162 B</p><p>111 A 163 B</p><p>112 C 164 A</p><p>113 A 165 C</p><p>114 B 166 C</p><p>115 C 167 D</p><p>116 B 168 B</p>

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