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<p>O nosso corpo é formado por três tipos de músculos – esquelético, liso e cardíaco –, os quais recebem</p><p>denominações diferentes por exercerem funções diferentes, porém de igual importância para a manutenção das</p><p>funções orgânicas do ser humano. Nesta seção, falaremos especi�camente sobre o músculo esquelético, que é</p><p>classi�cado como músculo estriado, devido à sua anatomia microscópica.</p><p>O músculo estriado esquelético constitui a maior parte da musculatura do organismo humano, recobrindo as</p><p>estruturas ósseas e cartilaginosas, e possui duas extremidades �xadas e uma região central, chamada de</p><p>ventre muscular, que é a região contrátil livre do músculo.</p><p>A célula muscular esquelética tem característica</p><p>cilíndrica (diâmetro de, aproximadamente, 10 a 100</p><p>µm, alongada e multinucleada, que pode chegar até 30</p><p>cm de comprimento, podendo também ser chamada</p><p>de �bras musculares, compostas por unidades de</p><p>mio�brilas).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Você sabe como são dispostas as �bras musculares? Trata-se de uma conformação complexa, para que possamos</p><p>ter o máximo de e�ciência durante a sua contração. As estruturas que formam os músculos, são chamadas de</p><p>sarcômero. Os sarcômeros são posicionados em série, seccionados por linhas, chamadas de linhas Z, que estão</p><p>dispostas em paralelo, permanecendo o sarcômero entre duas delas. As linhas Z são linhas escurecidas</p><p>encontradas nas chamadas Bandas I, que possuem coloração clara na análise microscópica de amostra corada,</p><p>compostas de �lamentos �nos. Além da Banda I, temos outra faixa, de coloração escura, chamada Banda A,</p><p>formada por �lamentos �nos intercalados por �lamentos grossos, que também possui uma zona mais clara em</p><p>seu centro, chamada de Banda H, a qual, por sua vez, só possui �lamentos grossos.</p><p>Dentro deste contexto, ainda podemos observar que as mio�brilas do músculo estriado são compostas,</p><p>basicamente, por quatro proteínas: actina, miosina, tropomiosina e troponina, sendo que 55% são representadas</p><p>pela actina e miosina. Conheceremos cada uma delas agora:</p><p>Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Tegumentar, Locomotor e</p><p>Reprodutor</p><p>Sistema muscular: estrutura e organização dos músculos</p><p>Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a</p><p>qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que</p><p>possível, opte pela versão digital. Bons estudos!</p><p>Actina</p><p>Sua estrutura é formada por uma dupla hélice de duas cadeias de monômeros globulares, torcidas uma</p><p>sobre a outra, de comprimento assimétrico. Após serem polimerizadas, a actina que era chamada de actina G</p><p>torna-se a actina F, tornando um �lamento único.</p><p>Tropomiosina</p><p>Uma molécula de tropomiosina tem sua estrutura longa e �na e se estende por sete monômeros de actina. É</p><p>constituída por duas cadeias polipeptídicas enroladas entre si, que se ligam à actina através de sulcos</p><p>existentes entre seus �lamentos.</p><p>Troponina</p><p>Trata-se da estrutura que se ligará à tropomiosina através de três subunidades: TnT (possui atração pela</p><p>tropomiosina), TnC (possui atração pelos íons de Ca2+) e TnI (possui atração pela actina, inibindo sua ligação</p><p>à miosina).</p><p>Miosina II</p><p>Formada por duas cadeias em hélice, tem formato de bastão, com uma extremidade �nalizada com uma</p><p>saliência globular, responsável pela combinação com a adenosina trifostato (ATP). Para que ocorra a</p><p>contração, é necessária a utilização de energia proveniente desta molécula de ATP, que, ao ser hidrolisada,</p><p>permite a ligação da miosina com actina.</p><p>Contração do músculo estriado</p><p>esquelético</p><p>Sempre que ocorre a contração muscular de um</p><p>determinado músculo, a principal alteração é o</p><p>comprimento dele, porém não são observadas</p><p>mudanças nos mio�lamentos. O que proporcina a</p><p>redução do comprimento muscular é o deslizamento</p><p>da actina e da miosina, uma sob a outra, em diração ao</p><p>centro do sarcômero.</p><p>Em resumo, a redução de comprimento ocorre no</p><p>sarcômero, e não nos �lamentos de actina e</p><p>miosina em si, e todo esse processo envolve</p><p>diversas etapas, as quais devem ser</p><p>compreendidas para que possamos também</p><p>entender a �siopatologia de diversas doenças</p><p>neuromusculares.</p><p>A junção neuromuscular é considerada uma sinapse especí�ca do neurônio motor com uma célula</p><p>musculoesquelética, na qual o neurônio é ativado para a realização da contração muscular, ou seja, é o espaço</p><p>compreendido entre o neurônio e a célula muscular, onde os neurotransmissores e as enzimas</p><p>acetilcolinesterases são liberados.</p><p>Podemos entender que o processo de contração</p><p>muscular ocorre em passos que envolvem todos os</p><p>aspectos descritos nesta webaula, sempre de forma</p><p>rápida e dependente de toda uma �siologia celular.</p><p>Dentro deste contexto, conseguimos</p><p>compreender a �siologia da contração muscular,</p><p>quais os processos envolvidos e, é claro, realizar a</p><p>aplicação da teoria nas patologias que</p><p>apresentam disfunções na contração muscular.</p>