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<p>Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.</p><p>Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>VII - a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de outras informações relevantes às consequências e à frequência das formas de violência contra a criança e o adolescente para a sistematização de dados nacionalmente unificados e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>VIII - o respeito aos valores da dignidade da pessoa humana, de forma a coibir a violência, o tratamento cruel ou degradante e as formas violentas de educação, correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>IX - a promoção e a realização de campanhas educativas direcionadas ao público escolar e à sociedade em geral e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das crianças e dos adolescentes, incluídos os canais de denúncia existentes; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajustes, de termos e de outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não governamentais, com o objetivo de implementar programas de erradicação da violência, de tratamento cruel ou degradante e de formas violentas de educação, correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>XI - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros, dos profissionais nas escolas, dos Conselhos Tutelares e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas referidos no inciso II deste caput, para que identifiquem situações em que crianças e adolescentes vivenciam violência e agressões no âmbito familiar ou institucional; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>XII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana, bem como de programas de fortalecimento da parentalidade positiva, da educação sem castigos físicos e de ações de prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>XIII - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, dos conteúdos relativos à prevenção, à identificação e à resposta à violência doméstica e familiar. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)</p><p>Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas da saúde e da educação, além daquelas às quais se refere o art. 71 desta Lei, entre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e a comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de crimes praticados contra a criança e o adolescente. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência</p><p>Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)</p><p>Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.</p><p>Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.</p><p>Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.</p><p>Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.</p><p>Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.</p><p>Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária.</p><p>Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.</p><p>Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.</p><p>Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.</p><p>Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.</p><p>Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.</p><p>Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem</p><p>lacrada, com a advertência de seu conteúdo.</p><p>Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.</p><p>Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.</p><p>Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.</p><p>Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:</p><p>I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:</p><p>a) estádio, ginásio e campo desportivo;</p><p>b) bailes ou promoções dançantes;</p><p>c) boate ou congêneres;</p><p>d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;</p><p>e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.</p><p>II - a participação de criança e adolescente em:</p><p>a) espetáculos públicos e seus ensaios;</p><p>b) certames de beleza.</p><p>§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:</p><p>a) os princípios desta Lei;</p><p>b) as peculiaridades locais;</p><p>c) a existência de instalações adequadas;</p><p>d) o tipo de freqüência habitual ao local;</p><p>e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;</p><p>f) a natureza do espetáculo.</p><p>§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.</p><p>TEXTO CHAT:</p><p>O artigo 70 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. Essa norma reflete a importância de uma responsabilidade compartilhada entre a sociedade e o poder público na proteção integral das crianças e adolescentes, que se encontram em uma fase vulnerável de desenvolvimento e necessitam de um ambiente seguro e acolhedor para crescerem de forma saudável.</p><p>O artigo 70-A, introduzido pela Lei nº 13.010 de 2014, complementa essa diretriz ao exigir que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuem de maneira articulada na elaboração e execução de políticas públicas voltadas para a coibição do uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, promovendo formas não violentas de educação. A importância dessa atuação conjunta se manifesta na necessidade de integrar diversos setores do governo e da sociedade civil, assegurando que as medidas adotadas sejam eficazes e abrangentes.</p><p>As principais ações estabelecidas por este dispositivo incluem, primeiramente, a promoção de campanhas educativas permanentes. Essas campanhas têm o objetivo de divulgar o direito das crianças e adolescentes de serem educados sem o uso de violência e de sensibilizar a sociedade sobre a importância da proteção dos direitos humanos dos menores. A criação de campanhas permanentes reflete o reconhecimento de que a mudança de atitudes culturais em relação à educação de crianças e adolescentes é um processo contínuo, que demanda esforços sustentados ao longo do tempo.</p><p>Em segundo lugar, a lei prevê a integração dos órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Conselho Tutelar, dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e de entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Essa integração é fundamental para garantir que as ações destinadas à proteção dos menores sejam coordenadas e eficazes, evitando a fragmentação dos esforços e assegurando que as diversas instituições envolvidas possam trabalhar de maneira sinérgica.</p><p>Outro ponto importante é a formação continuada e capacitação dos profissionais de saúde, educação, assistência social e de outros agentes que atuam na proteção dos direitos da criança e do adolescente. A capacitação desses profissionais é essencial para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, identificação de evidências, diagnóstico e enfrentamento das diversas formas de violência contra crianças e adolescentes. Isso demonstra a preocupação em assegurar que aqueles que estão na linha de frente no atendimento a esses menores estejam preparados para lidar com situações complexas e sensíveis.</p><p>O artigo 70-A também enfatiza o apoio e incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra crianças e adolescentes, destacando a necessidade de soluções que promovam a harmonia familiar e o bem-estar dos menores, evitando a perpetuação de ciclos de violência.</p><p>Além disso, a inclusão de ações específicas nas políticas públicas destinadas a garantir os direitos das crianças e adolescentes desde a atenção pré-natal, juntamente com atividades voltadas para pais e responsáveis, é outro aspecto crucial. Essas ações buscam promover a reflexão e a orientação sobre alternativas ao uso de castigos físicos, reforçando a importância de métodos educativos que respeitem a dignidade e os direitos dos menores.</p><p>O artigo também propõe a criação de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência. A participação de profissionais de saúde, assistência social, educação e órgãos de proteção dos direitos da criança e do adolescente nesses espaços é fundamental para abordar de maneira integrada e eficaz os desafios enfrentados por essas famílias.</p><p>A promoção de estudos e pesquisas sobre as consequências e a frequência das formas de violência contra crianças e adolescentes, bem como a sistematização de dados nacionalmente unificados, é essencial para a avaliação periódica das medidas adotadas. Esse enfoque na pesquisa e na coleta de dados reflete a necessidade de basear as políticas públicas em evidências concretas, permitindo ajustes e melhorias contínuas nas estratégias de proteção.</p><p>O respeito aos valores da dignidade humana é destacado como um princípio central para coibir a violência e o tratamento cruel ou degradante, reforçando o compromisso da sociedade em proteger as crianças e adolescentes de práticas educativas violentas.</p><p>O artigo 70-A ainda prevê a realização de campanhas educativas direcionadas ao público escolar e à sociedade em geral, além da difusão dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das crianças e adolescentes, incluindo os canais de denúncia existentes. A celebração de convênios e parcerias entre órgãos governamentais e entidades não governamentais também é incentivada, visando à implementação de programas voltados para a erradicação da violência e de práticas educativas violentas.</p><p>A capacitação permanente das forças de segurança e dos profissionais das áreas mencionadas no artigo é fundamental para garantir que situações de violência contra crianças e adolescentes sejam prontamente identificadas e enfrentadas. A promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos e respeitem a dignidade da pessoa humana, além de fortalecer a parentalidade positiva e combater a violência doméstica, também é essencial.</p><p>Finalmente, o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, dos conteúdos relativos à prevenção, identificação e resposta à violência doméstica e familiar é uma medida crucial para assegurar que as futuras gerações estejam cientes dos seus direitos e das formas de protegê-los.</p><p>O parágrafo único do artigo 70-A estabelece que as famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção. Essa disposição reafirma o compromisso do Estado com a inclusão e a proteção dos mais vulneráveis.</p><p>O artigo 70-B, por sua vez, exige que as entidades,</p><p>públicas e privadas, nas áreas da saúde e educação, contem com profissionais capacitados para reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de crimes contra crianças e adolescentes. O parágrafo único deste artigo responsabiliza aqueles que, por razões de cargo, função ou profissão, não comunicarem tais situações, reforçando a obrigação de proteger os menores.</p><p>Os artigos subsequentes, do 71 ao 80, tratam de diversos direitos e proteções específicos garantidos às crianças e adolescentes, como o direito à informação, cultura, lazer, esportes e a acesso a diversões públicas, sempre com o devido respeito à sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Essas disposições buscam assegurar que todas as crianças e adolescentes tenham acesso a um ambiente saudável e propício ao seu pleno desenvolvimento, livre de qualquer forma de violência ou exploração.</p>