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VIABILIDADE FINANCEIRA NO USO DE ARGAMASSA POLIMÉRICA EM COMPARAÇÃO À ARGAMASSA CONVENCIONAL NO ASS

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<p>UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL</p><p>ADRIANE DE LIMA GOMES</p><p>VIABILIDADE FINANCEIRA NO USO DE ARGAMASSA POLIMÉRICA EM</p><p>COMPARAÇÃO À ARGAMASSA CONVENCIONAL NO ASSENTAMENTO DE</p><p>BLOCOS CERÂMICOS EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO</p><p>FORTALEZA</p><p>2019</p><p>ADRIANE DE LIMA GOMES</p><p>VIABILIDADE FINANCEIRA NO USO DE ARGAMASSA POLIMÉRICA EM</p><p>COMPARAÇÃO À ARGAMASSA CONVENCIONAL NO ASSENTAMENTO DE</p><p>BLOCOS CERÂMICOS EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO</p><p>Trabalho de conclusão de curso</p><p>apresentado à banca examinadora como</p><p>requisito parcial à obtenção do título de</p><p>graduado em Engenharia Civil.</p><p>Área de concentração: Inovação de</p><p>Materiais na Construção Civil.</p><p>Orientador: Profª Me. Madalena Osório</p><p>Leite da Silva.</p><p>FORTALEZA</p><p>2019</p><p>VIABILIDADE FINANCEIRA NO USO DE ARGAMASSA POLIMÉRICA EM</p><p>COMPARAÇÃO À ARGAMASSA CONVENCIONAL NO ASSENTAMENTO DE</p><p>BLOCOS CERÂMICOS EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO</p><p>Trabalho de conclusão de curso</p><p>apresentado à banca examinadora como</p><p>requisito parcial à obtenção do título de</p><p>graduado em Engenharia Civil.</p><p>Área de concentração: Construção Civil.</p><p>Aprovada em: ___/___/______.</p><p>BANCA EXAMINADORA</p><p>________________________________________</p><p>Profª Me. Madalena Osório Leite da Silva (Orientadora)</p><p>Universidade de Fortaleza (UNIFOR)</p><p>_________________________________________</p><p>Profª Me. Maria Letícia Correia Lima Beinichis</p><p>Universidade de Fortaleza (UNIFOR)</p><p>_________________________________________</p><p>Profª Me. Daniela Araújo Costa</p><p>Universidade de Fortaleza (UNIFOR)</p><p>A Deus.</p><p>Aos meus pais, irmãos e namorado.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Primeiramente ao meu Deus, minha rocha e fortaleza, que me capacitou e</p><p>encorajou-me a chegar até aqui, à conclusão de meu curso. Sem Ele nada disso teria</p><p>sido possível.</p><p>À minha família, por todo amor e suporte ao longo desses anos, me incentivando</p><p>e não me deixando desistir perante os momentos mais críticos e delicados.</p><p>Ao meu pai, Agamenon, meu maior exemplo de determinação e honestidade,</p><p>pelos conselhos e por me orientar fortemente a permanecer firme, mesmo quando</p><p>pensei que não mais conseguiria.</p><p>À minha mãe, Tereza Mônica, meu exemplo dos sentimentos mais nobres e a</p><p>quem eu amo incondicionalmente, por seu cuidado, carinho e amor de sempre, onde</p><p>suas palavras e afeto foram e sempre serão essenciais em minha trajetória.</p><p>À minha irmã, Ariane, por sempre me instruir o caminho correto a se seguir na</p><p>profissão e na vida, espelhando-me sempre em sua dedicação, caráter e integridade.</p><p>E ao meu irmão Arilson, que mesmo não estando mais presente, sempre vai ser</p><p>importante e fonte de força à minha vida.</p><p>Um agradecimento muito especial ao meu namorado, Júnior Machado, por toda</p><p>força, companheirismo, amor, carinho e, principalmente, por sempre acreditar muito</p><p>em mim e me dizer o quanto sou capaz de enfrentar e vencer qualquer desafio.</p><p>Gostaria de agradecer também à minha banca, às professoras Daniela e Maria</p><p>Letícia, pela disponibilidade e empenho direcionados à correção de meu trabalho.</p><p>E, finalmente, com muita gratidão e admiração, à minha incrível orientadora e</p><p>amiga, Madalena Osório Leite. Sem as instruções, sem o apoio, sem o carinho e a</p><p>confiança dela a mim esse trabalho também não teria sido possível.</p><p>RESUMO</p><p>Com a acirrada competitividade no mercado da construção civil no País, as empresas</p><p>estão buscando enfaticamente por alternativas que alie redução de custos no</p><p>processo construtivo de suas obras ao anseio sustentável. Um exemplo é a escolha</p><p>das argamassas, que são de grande importância em todas as construções, o que faz</p><p>com que a definição do tipo que será empregado na execução dos serviços seja uma</p><p>decisão criteriosa. Este trabalho visa realizar um estudo comparativo entre uma nova</p><p>argamassa, a argamassa polimérica e a argamassa convencional cimentícia. A</p><p>primeira já existente há alguns anos, mas utilizada somente em alguns estados, surgiu</p><p>no mercado com a proposta inovadora de não utilizar cimento em sua composição e</p><p>já vir pronta para o uso. Já a convencional é mais conhecida e usada na grande parte</p><p>das construções existentes, produzida no próprio canteiro de obra apresenta-se sob</p><p>a mistura de cimento, areia e cal, além de poder conter ou não algum aditivo. Este</p><p>estudo comparativo tem por finalidade analisar a viabilidade financeira perante a</p><p>utilização de argamassa polimérica na alvenaria de vedação com blocos cerâmicos.</p><p>Para isso foi realizada uma pesquisa experimental para se obter os dados referentes</p><p>aos custos com materiais e mão de obra, além de analisar também a questão do índice</p><p>de produtividade. A partir do experimento realizado, concluiu-se que o valor total de</p><p>insumos e de mão de obra utilizados na alvenaria executada com argamassa</p><p>polimérica foi bem menor do que o valor total referente à argamassa cimentícia. Além</p><p>disso, o metro quadrado de alvenaria foi executado de forma rápida, atendendo aos</p><p>parâmetros informados pelos fabricantes, o que confirmou o maior índice produtivo do</p><p>uso do material frente aos dados de produtividade já estabelecidos acerca da</p><p>argamassa convencional na execução de alvenaria de vedação com tijolo cerâmico.</p><p>Palavras-chave: Construção Civil. Argamassa Polimérica. Argamassa Convencional.</p><p>ABSTRACT</p><p>With the fierce competitiveness in the construction market in the country, companies</p><p>are emphatically looking for alternatives that combine cost reduction in the construction</p><p>process of their works with sustainable yearning. An example is the choice of mortars,</p><p>which are of great importance in all constructions, which makes the definition of the</p><p>type that will be used in the execution of services be a careful decision. This work aims</p><p>to make a comparative study between a new mortar, the polymeric mortar and the</p><p>conventional cementitious mortar. The first existent a few years ago, but used only in</p><p>some states, came on the market with the innovative proposal not to use cement in its</p><p>composition and come ready for use. Already the conventional one is better known and</p><p>used in most existing buildings, produced on the site itself is presented under the</p><p>mixture of cement, sand and lime, and may or may not contain any additives. This</p><p>comparative study aims to analyze the financial viability of the use of polymeric mortar</p><p>in ceramic block sealing masonry. For this, an experimental research was carried out</p><p>to obtain data related to costs with materials and labor, as well as to analyze the issue</p><p>of productivity index. From the experiment, it was concluded that the total value of</p><p>inputs and labor used in masonry performed with polymeric mortar was much lower</p><p>than the total value for cementitious mortar. In addition, the square meter of masonry</p><p>was executed quickly, meeting the parameters informed by the manufacturers, which</p><p>confirmed the highest productive rate of material use compared to the productivity data</p><p>already established about conventional mortar, in the execution of sealing masonry.</p><p>with ceramic brick.</p><p>Keywords: Civil Construction. Polymeric Mortar. Conventional Mortar.</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 1 – Tipos de cimento ...................................................................................... 35</p><p>Figura 2 – Método de aplicação da argamassa polimérica ....................................... 39</p><p>Figura 3 – Diagrama de processo dos dois tipos de argamassa ............................... 42</p><p>Figura 4 – Processo de transformação na construção civil ....................................... 43</p><p>Figura 5 – Processo</p><p>em Alvenaria de Vedacao de Blocos Ceramicos.pdf&psig=AOvVaw0urd4bcX7HV4Vg9_cA2Elm&ust=1558724979027306</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>44</p><p>Figura 5 – Processo de transformação dos esforços para alvenaria de vedação</p><p>Fonte: Adaptado de CARRARO (1998).</p><p>Heineck e Ferreira (1994) defendem que uma medida de organização da</p><p>gestão de uma empresa para se chegar à qualidade da produtividade é a avaliação</p><p>do que é consumido de mão de obra nas atividades do canteiro.</p><p>De acordo com Carraro et al. (1998), entre os problemas pertinentes que</p><p>existem na construção civil, a condição de produtividade deficiente merece destaque,</p><p>uma vez que os responsáveis pela gestão das obras, muitas vezes, não costumam ter</p><p>conhecimento sobre a quantidade de mão de obra que é realmente necessária para</p><p>se produzir determinado serviço e, consequentemente, não possuem parâmetros para</p><p>buscar atitudes corretivas caso sejam constatados determinados problemas.</p><p>Seguindo o mesmo raciocínio, Póvoas et al (1999) cita que o estudo da</p><p>produtividade oferta condições para melhorar a execução dos serviços, seja inserindo</p><p>a racionalização da mão de obra, dos materiais e dos equipamentos, como na</p><p>sistemática de organização do canteiro e na estrutura organizacional aderida.</p><p>Dentro de um período de tempo, medidas de produtividade podem ser</p><p>utilizadas para ser possível comparar a desenvoltura dos serviços da construtora ou</p><p>empreendimento em questão. Sendo a produtividade uma medida relativa, para que</p><p>ela seja significativamente útil, é necessário que a comparação com outro elemento</p><p>seja feita. A partir disso é possível calcular a melhoria da produtividade, ou mesmo os</p><p>impactos da inserção de novos processos, equipamentos ou similares que</p><p>impulsionarão o rendimento dos trabalhadores (SABBATINI, 1991).</p><p>2.5.4.1 Produtividade com a utilização da Argamassa Polimérica</p><p>As informações citadas acerca de produtividade foram introduzidas para melhor</p><p>apresentar as vantagens da argamassa polimérica quanto a esse requisito. Sendo a</p><p>argamassa polimérica comercializada no estado pastoso e pronta para uso, não há</p><p>contratempos no que diz respeito ao preparo, o que garante maior disponibilidade de</p><p>ESFORÇOS DOS ALVENARIA DE VEDAÇÃO</p><p>TRABALHADORES COM ARG POLIMÉRICA</p><p>TRANSFORMAÇÃO</p><p>45</p><p>tempo para execução do assentamento de alvenaria de vedação, sem contar na</p><p>qualidade do produto com medidas dos constituintes sempre iguais.</p><p>Com relação à mão de obra, os estudos de Silva et al. (2015) apresentam</p><p>dados que mostram que dois trabalhadores, um pedreiro e um servente, em três horas</p><p>de serviço utilizando a argamassa polimérica, obtêm o mesmo resultado do serviço</p><p>de dois pedreiros e um servente em oito horas de execução usando o método</p><p>convencional, o que resulta em um menor custo final de alvenaria, pois uma maior</p><p>quantidade de serviço é produzida em menos tempo.</p><p>Além de o material ser de fácil transporte e aplicação, o que faz com que uma</p><p>menor quantidade de funcionários execute maior metragem de alvenaria em menos</p><p>tempo, ainda existe ferramentas capazes de potencializar essa celeridade, como as</p><p>pistolas aplicadoras, ou seja, menos mão de obra e maior fluidez do serviço em menos</p><p>tempo, claro, sendo obedecido o necessário tempo de cura.</p><p>Silva et al. (2015) também comentam que a quantidade de material para fazer</p><p>a união dos blocos com a argamassa polimérica é muito menor do que a quantidade</p><p>necessária para fazer a união com argamassa convencional.</p><p>Os autores anteriores apresentam dados de que em 1 m² de parede são</p><p>necessários de 30 a 50 kg de argamassa convencional seca (sem adição de água)</p><p>para blocos de cerâmica com 6 furos, enquanto a argamassa polimérica exige apenas</p><p>1,5 kg de produto (já no estado úmido).</p><p>Sendo a argamassa polimérica comprada em bisnagas e a unidade da mesma</p><p>vindo com, geralmente, 3 kg serão resultantes, em média, 2 m² de alvenaria com</p><p>somente 1 bisnaga, podendo variar pra mais ou menos, dependendo de como serão</p><p>seguidas as orientações de aplicação do produto. Sem contar que, não há acúmulo</p><p>de sujeira proveniente dos restos do material, pois o mesmo não é desperdiçado</p><p>durante a aplicação, diferente da convencional.</p><p>Na comparação de custo, a argamassa polimérica chega a ser cerca de 30%</p><p>mais econômica que a argamassa cimentícia convencional; tem-se que seu</p><p>rendimento chega a ser, aproximadamente 20 vezes superior, por conta da praticidade</p><p>de utilização e com a regularidade devida dos blocos a redução de desperdícios é</p><p>cerca de 20% (FCC, 2013).</p><p>Diante de tais dados, pode-se deduzir então que o uso da argamassa</p><p>polimérica contribui, em grande escala, para redução de mão de obra, equipamentos</p><p>e materiais, exatamente os fatores preponderantes para se obter um índice de</p><p>46</p><p>produtividade satisfatório. Facilitando, ainda, a logística de armazenagem e a limpeza</p><p>da obra. Na Figura 6, pode-se observar a facilidade na execução do assentamento</p><p>com a argamassa polimérica, sendo necessário apenas dois cordões do produto e</p><p>uma superfície limpa e regular dos blocos que serão assentados.</p><p>Figura 6 – Praticidade na aplicação e menos gasto de material</p><p>Fonte: Mercado Livre(2016).</p><p>A Figura 7 apresenta um comparativo entre uma alvenaria executada com</p><p>argamassa polimérica (encima) e uma alvenaria executada com argamassa</p><p>convencional (embaixo), nota-se, então, uma diferença estética bem relevante entre</p><p>a utilização dos dois tipos de argamassa, a espessura dos espaçamentos são bem</p><p>maiores com o uso do método convencional, o que gera um aspecto de parede bem</p><p>irregular, além de poder ser gasto um maior valor para produção de reboco necessário</p><p>para recobrimento da alvenaria.</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwi1nIvt2MHiAhX8IbkGHWWpCvoQjRx6BAgBEAU&url=https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-761920393-argamassa-polimerica-de-assentamento-de-tijolos-8-formulas-_JM&psig=AOvVaw070vFAc3BT8N6MmH6crYTO&ust=1559246078970449</p><p>47</p><p>Figura 7 – Diferença no assentamento</p><p>Fonte: Wickipedia (2019).</p><p>2.5.5 Redução de Resíduos e Impactos Ambientais minimizados pelo uso da</p><p>Argamassa Polimérica</p><p>Como a argamassa polimérica não leva cimento em sua composição, e o</p><p>mesmo caracteriza-se sendo impactante ao meio ambiente, por ocasionar durante sua</p><p>fabricação emissões de gás carbônico (CO2) à atmosfera, torna-se possível rotulá-la</p><p>como um produto sustentável.</p><p>Segundo o relatório anual do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento</p><p>(SNIC) de 2013, na produção de 1 Kg de cimento é gerada a emissão de mais de 600</p><p>gramas de CO2 na atmosfera por conta do processo de decarbonificação das matérias</p><p>primas, além do consumo de energia que se faz necessário para chegar a</p><p>temperaturas que vão até 1450ºC durante a fabricação. Acredita-se que, a indústria</p><p>do cimento é responsável por aproximadamente 5% do CO2 emitido pelo homem.</p><p>Além de não contribuir com a emissão do gás carbônico e com a retirada das</p><p>areias dos leitos de rios, tem-se na argamassa polimérica o produto que além de</p><p>reduzir o desperdício de água e de materiais na construção civil, evita tanto o acúmulo</p><p>de resíduos no canteiro de obra, como o consumo de energia elétrica no processo de</p><p>mistura na betoneira.</p><p>No entanto, faz-se necessário haver o cuidado com o descarte das embalagens</p><p>do produto, no caso, as bisnagas plásticas. Após o uso total da argamassa, devem</p><p>ser recolhidas e descartadas devidamente para que não sejam acumulados entulhos</p><p>na obra nem tampouco descarte de resíduos de construção no meio ambiente.</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjbpOC828HiAhUeILkGHey4C_kQjRx6BAgBEAU&url=https://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa_polim%C3%A9rica&psig=AOvVaw070vFAc3BT8N6MmH6crYTO&ust=1559246078970449</p><p>48</p><p>3 PESQUISA EXPERIMENTAL</p><p>3.1 Apresentação do Local Utilizado</p><p>O experimento foi realizado na Universidade de Fortaleza, no canteiro</p><p>experimental, na parte detrás do bloco L, onde existem também alguns outros</p><p>experimentos voltados a pesquisas na área da construção civil. Uma vez concedida</p><p>permissão para realização do experimento nas dependências da universidade,</p><p>inclusive também sendo disponibilizada a mão de obra necessária, deu-se início à</p><p>pesquisa experimental. A Figura 8 apresenta a disposição do local disponibilizado</p><p>para execução do serviço de alvenaria.</p><p>Figura 8 – Local de realização do experimento</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>3.1.1 Execução da Alvenaria</p><p>Para demonstração do estudo comparativo foi realizada a execução de uma</p><p>alvenaria de vedação com 3 m² de área, sendo 3m no comprimento e 1 m na altura.</p><p>Para obtenção da alvenaria alguns materiais foram utilizados, os mesmos serão</p><p>abordados a seguir.</p><p>49</p><p>3.1.2 Materiais Utilizados</p><p>Existem alguns tipos de materiais que podem ser empregados na execução de</p><p>uma alvenaria de vedação, tais como blocos de concreto, blocos auto-clavados,</p><p>tijolos. No caso desse experimento o material escolhido foi o tijolo cerâmico de</p><p>dimensões 19x19x9cm com 8 furos. Foram utilizadas 124 unidades do material.</p><p>Desse total foram empregadas 44 unidades para o serviço de baldrame e 80 unidades</p><p>para alvenaria de vedação. Na Figura 9, pode-se melhor observar as características</p><p>do tijolo cerâmico.</p><p>Figura 9 – Tijolo cerâmico de 8 furos e de dimensões 19x19x9cm</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>A argamassa convencional também esteve presente na realização do</p><p>experimento, tanto na execução do baldrame, como na primeira fiada da alvenaria,</p><p>sendo esta última uma recomendação feita pelos fabricantes da argamassa</p><p>polimérica. A quantidade de 1 traço de argamassa convencional foi obtida através da</p><p>mistura realizada pela betoneira de 2 padiolas de areia grossa peneirada, 1 padiola</p><p>de arisco e 1 saco de cimento Portland Composto CP-II.</p><p>50</p><p>Do traço produzido, a grande maioria parte do volume foi utilizada. A Figura 10</p><p>apresenta o traço da argamassa convencional produzido para as etapas de baldrame</p><p>e de marcação de alvenaria.</p><p>Figura 10 – Descarregamento da argamassa convencional pelo servente</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>E como último material e de principal abordagem, a argamassa polimérica,</p><p>objeto central de estudo deste trabalho. A mesma foi utilizada da segunda até a quinta</p><p>e última fiada, ficando nesta última à mostra para melhor expor o produto. O</p><p>rendimento da bisnaga de 3 kg, assim como mencionado ao longo do estudo e das</p><p>informações segundo fabricantes, alcançou a média de 1,5 kg por metro quadrado,</p><p>sendo utilizadas para alvenaria apenas uma bisnaga de 3 kg completa e 1,212 kg da</p><p>segunda bisnaga do produto.</p><p>A Figura 11 demonstra as duas bisnagas utilizadas, em que uma foi totalmente</p><p>utilizada e a segunda ficou com o produto aproximadamente pela metade.</p><p>51</p><p>Figura 11 – Bisnagas de argamassa polimérica utilizadas.</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>Na Figura 12, pode-se observar a quantidade que restou da segunda bisnaga</p><p>que não foi totalmente utilizada.</p><p>52</p><p>Figura 12 – Quantidade de produto restante da segunda bisnaga utilizada</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>Para execução da alvenaria, algumas ferramentas foram usadas, a grande</p><p>maioria devido ao uso de argamassa convencional no serviço de baldrame e na</p><p>primeira fiada. Já de início foi utilizado um carrinho de mão para o transporte dos</p><p>tijolos, sendo trazidas também as demais ferramentas, como chibanca, marreta, pá,</p><p>colher de pedreiro, masseira, mangueira de nível, nível de bolha, prumo, trena, linha</p><p>de náilon e piquetes.</p><p>3.1.3 Mão de obra Utilizada</p><p>A mão de obra utilizada foi composta apenas por 1 pedreiro e 1 servente. O</p><p>serviço executado pelo servente foi o de transporte dos tijolos, das ferramentas e da</p><p>argamassa convencional, além do auxílio para marcação do local onde seria realizada</p><p>a escavação do baldrame e o serviço de escavação propriamente dito.</p><p>Já o pedreiro, viabilizou a marcação do local da escavação, realizou o serviço</p><p>de baldrame e da primeira fiada com argamassa convencional e fez o restante da</p><p>alvenaria de vedação com a argamassa polimérica, nesta última não necessitando do</p><p>auxílio do servente.</p><p>53</p><p>3.1.4 Fluxo de Execução da Alvenaria</p><p>A partir da sequência de serviços realizados foi possível elaborar um</p><p>fluxograma das etapas construtivas até a execução da alvenaria de vedação de tijolos</p><p>cerâmicos com a argamassa polimérica. A Figura 13 apresenta os serviços que</p><p>antecederam a alvenaria de vedação.</p><p>Figura 13 – Fluxograma da ordem dos serviços executados</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>3.1.4.1 Escavação</p><p>Antes de ser feita a escavação, o local foi devidamente limpo e com o auxílio do</p><p>pedreiro, a área com o comprimento requerido foi delimitada por piquetes. Com a</p><p>conclusão dessas tarefas, o servente executou a escavação à qual foi finalizada com</p><p>uma profundidade de 30 cm e largura de 25 cm.</p><p>3.1.4.2 Baldrame</p><p>Realizado o serviço de escavação, os funcionários ficaram à espera da</p><p>chegada da argamassa convencional. A mesma demorou um pouco, exatamente</p><p>devido à logística de preparo. Após a finalização do preparo e a chegada da mesma</p><p>até o bloco do canteiro experimental, a argamassa cimentícia foi transportada em um</p><p>carrinho de mão pelo servente até o local escavado, sendo iniciado, assim, o baldrame</p><p>o qual foi executado pelo pedreiro.</p><p>3.1.4.3 Marcação de Alvenaria</p><p>Após a finalização do serviço de baldrame, o pedreiro iniciou a primeira fiada</p><p>de alvenaria, em que a partir das recomendações fornecidas pelos fabricantes de</p><p>argamassa polimérica, deveria ser executada com argamassa convencional para</p><p>ESCAVAÇÃO BALDRAME DE DA</p><p>ALVENARIA</p><p>MARCAÇÃO EXECUÇÃO</p><p>PAREDE</p><p>ESCAVAÇÃO BALDRAME MARCAÇÃO ALVENARIA</p><p>54</p><p>garantir a correção de qualquer desnível apresentado pelo terreno. A partir dessas</p><p>instruções, foi feita, portanto, a primeira fiada de alvenaria com a argamassa</p><p>cimentícia.</p><p>3.1.4.4 Execução da Parede</p><p>Com a primeira fiada finalizada, os funcionários interromperam o serviço devido</p><p>ao horário de almoço. Ao retornarem, foi dada continuidade à realização do</p><p>experimento. Como os tijolos já estavam todos dispostos no ambiente da execução</p><p>do serviço, não foi mais necessário o auxílio do servente, ficando o mesmo, mediante</p><p>a isso, ocioso.</p><p>O pedreiro deu, então, sequência ao serviço de elevação de alvenaria,</p><p>dispondo somentede uma ferramenta de serviço, que no caso era a própria bisnaga</p><p>de argamassa polimérica. A Figura 14 apresenta o pedreiro durante a execução da</p><p>última fiada da parede experimental e a Figura 15 mostra a parede executada com</p><p>argamassa polimérica totalmente concluída.</p><p>Figura 14 – Execução da última fiada da parede experimental</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>55</p><p>Figura 15 – Parede com argamassa polimérica concluída</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>Em relação aos horários, os mesmos foram devidamente marcados para uma</p><p>melhor análise da produtividade frente ao que foi possível observar, uma vez sendo</p><p>executados somente 3 m² de alvenaria.</p><p>Após voltar do horário de almoço, o pedreiro executou a segunda fiada da</p><p>parede experimental, no caso, a primeira a ser executada com argamassa polimérica,</p><p>a qual teve início às 13:08 e término às 13:30; a terceira fiada começou à 13:32 e teve</p><p>seu término às 13:43; a quarta fiada iniciando às 13:43 e finalizada às 13:50, e por</p><p>fim, a quinta e última fiada da parede, começando às 13:51 e sendo concluída às</p><p>13:59, o que resultou, portanto, em 48 minutos para a execução total. A seguir, a</p><p>Tabela 1 melhor demonstra os intervalos de tempo entre cada fiada executada.</p><p>56</p><p>Tabela 1 – Intervalo de tempo entre as fiadas executadas</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>3.1.5 Composição do Serviço</p><p>Para uma melhor análise das quantidades de insumos e da mão de obra</p><p>utilizada na execução do experimento, foi realizada a Tabela 2, a qual também contém</p><p>os valores de cada item necessário para obtenção dos 3 m² de alvenaria realizados</p><p>com argamassa polimérica.</p><p>Tabela 2 – Total de insumos utilizados na parede experimental de 3 m²</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>A partir dos dados fornecidos na Tabela 1, foi realizada uma nova análise,</p><p>sendo criada, portanto, a Tabela 3, com o intuito de apresentar a composição do</p><p>serviço de alvenaria na unidade de m².</p><p>INÍCIO TÉRMINO TOTAL (MIN)</p><p>2ª FIADA 13:08 13:30 22</p><p>3ª FIADA 13:32 13:43 11</p><p>4ª FIADA 13:43 13:50 7</p><p>5ª FIADA 13:51 13:59 8</p><p>TEMPO TOTAL 48 MINUTOS</p><p>TEMPO EM HORAS 0,80 H</p><p>TEMPOS DE EXECUÇÃO DAS FIADAS</p><p>57</p><p>Tabela 3 – Composição do serviço de alvenaria com argamassa polimérica</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>58</p><p>3.2 Referência de Produtividade e Custo da Alvenaria Convencional</p><p>Para se obter os insumos e valores do serviço de alvenaria de tijolo cerâmico</p><p>com argamassa convencional, optou-se por usar os dados fornecidos na Tabela de</p><p>Custos da Seinfra de número 026 apresentando-se como a Tabela 4 a seguir.</p><p>Tabela 4 – Insumos e mão de obra referente à argamassa convencional</p><p>Fonte: Seinfra (2019).</p><p>De acordo com a Tabela 4 o tempo necessário de mão de obra para produzir</p><p>1 m² de alvenaria de vedação com argamassa convencional é de 1 hora de pedreiro,</p><p>juntamente com 1,12 hora do servente.</p><p>A partir disso, pode-se concluir que a produtividade do serviço é de 1h/m², o</p><p>que contrasta, portanto, do tempo médio de execução do mesmo serviço com</p><p>argamassa polimérica, em que somente 0,27 hora de mão obra do pedreiro e 0,27</p><p>hora do servente é necessário para realizar a metragem de 1 m² de alvenaria de</p><p>vedação.</p><p>59</p><p>3.3 Comparativo com a Argamassa Polimérica</p><p>A partir das informações apresentadas pelas Tabelas 3 e 4 foi possível realizar</p><p>uma análise comparativa entre os valores dos materiais e da mão de obra empregados</p><p>na execução de uma alvenaria feita com argamassa polimérica frente à executada</p><p>com argamassa convencional.</p><p>Com o uso da polimérica notou-se um gasto mais elevado com materiais</p><p>comparado ao que foi gasto na produção da argamassa convencional. Enquanto que</p><p>na utilização da argamassa tradicional cimentícia para se obter 1 m² de alvenaria,</p><p>composta por cimento portland, cal hidratada e areia média, juntamente com os tijolos</p><p>foram gastos R$14,66, na utilização de argamassa polimérica com os tijolos</p><p>cerâmicos o valor resultante foi de R$19,64.</p><p>Já a respeito do valor de mão de obra empregado com o uso da polimérica,</p><p>houve uma significativa redução de preço comparado ao que foi onerado com</p><p>materiais. O mesmo período de 1 hora de 1 pedreiro e de 1 servente para ser</p><p>produzido 1m² de alvenaria que resultou em R$36,63 gastos na utilização da</p><p>argamassa convencional, com o uso da polimérica, resultou em apenas R$9,30.</p><p>Somando os valores de insumos e mão de obra obteve-se um total de R$51,30 gastos</p><p>com argamassa cimentícia e o valor de apenas R$28,94 com a polimérica para</p><p>produção de 1 m².</p><p>Desse modo, foi possível concluir que mesmo sendo um material de apenas 3</p><p>kg com um valor acima do que se apresenta o saco de cimento, a argamassa</p><p>polimérica tem um melhor custo benefício devido à baixa no valor empregado à mão</p><p>de obra.</p><p>Além disso, sendo produzida a mesma quantidade de metros quadrados que a</p><p>convencional em menos tempo, garante-se então uma maior celeridade no ritmo de</p><p>execução do serviço, o que proporciona o aumento de alvenarias concluídas e,</p><p>consequentemente, transforma o ambiente construtivo com menos funcionários em</p><p>um meio mais produtivo. A Tabela 5 a seguir apresenta o comparativo de custo entre</p><p>as argamassas polimérica e convencional com relação ao experimento realizado.</p><p>60</p><p>Tabela 5 – Comparativo Argamassa Polimérica x Convencional</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>3.4 Vantagens e Desvantagens do uso da Argamassa Polimérica frente ao</p><p>experimento realizado</p><p>3.4.1 Vantagens</p><p>Os benefícios alcançados pela argamassa polimérica abrangem diversos</p><p>âmbitos que vão desde o maior rendimento do produto com menores quantidades</p><p>utilizadas, até a preservação do meio ambiente, características estas já citadas ao</p><p>longo do estudo.</p><p>Esse primeiro item é, sem dúvida, algo bem marcante quanto à visibilidade do</p><p>material, pois um produto que em menor quantidade garanta maior rendimento e maior</p><p>produtividade do serviço, podendo aumentar, assim, os lucros de empresas, é de</p><p>extremo interesse e de grande procura pelo mercado. Fabricada industrialmente,</p><p>garante uniformidade de todas as quantidades produzidas, e esse controle tecnológico</p><p>contribui, significativamente, para a não proliferação de patologias futuras das</p><p>alvenarias executadas.</p><p>Do ponto de vista ambiental a argamassa polimérica não contribui no</p><p>lançamento de gás carbônico à atmosfera na sua produção, característica garantida</p><p>por não conter cimento em seus constituintes, ou seja, sem cimento, sem emissão de</p><p>CO2 pelo processo de decarbonificação, sem contar que também não precisa de</p><p>areia, o que faz com que não seja necessária à retirada do material da natureza.</p><p>Outro fator preponderante é o não desperdício, todo o conteúdo da bisnaga é</p><p>devidamente direcionado ao uso, e a ausente necessidade de retirada dos excessos</p><p>de material colabora para isso aconteça, além do que, em casos de não se utilizar</p><p>todo o produto da bisnaga de uma só vez, o que sobrou pode ser reutilizado em até</p><p>CUSTO CUSTO</p><p>MATERIAL MDO</p><p>DIFERENÇA (+) 22,36R$</p><p>TIPO DA</p><p>ARGAMASSA</p><p>19,64R$ POLIMÉRICA 9,30R$ 28,94R$</p><p>1h/m²</p><p>0,27h/m²</p><p>CUSTO TOTAL PRODUTIVIDADE</p><p>14,67R$ CONVENCIONAL 36,63R$ 51,30R$</p><p>61</p><p>15 dias após a abertura da embalagem, a mesma sendo vedada e armazenada</p><p>corretamente.</p><p>Situação está diferente da que ocorre à argamassa convencional, em que além</p><p>de existir uma grande taxa de material descartado pela retirada de excessos, não é</p><p>possível reutilizar o material, nem no dia seguinte. A sujeira gerada na obra por esses</p><p>descartes de argamassa convencional, juntamente com alta quantidade de tijolos</p><p>quebrados, traz sérios prejuízos ao canteiro, e um canteiro sujo e desorganizado gera</p><p>uma visão extremamente negativa a visitantes e investidores.</p><p>Outra situação relevante é a baixa necessidade de ferramentas e equipamentos</p><p>para auxiliar na produção, ferramentas como colher de pedreiro e masseira já são de</p><p>antemão dispensados, entre outros utensílios que, não sendo devidamente</p><p>controlados, correm riscos de serem extraviados.</p><p>No decorrer do experimento realizado, foi possível observar várias dessas</p><p>características citadas, não houve desperdício, sujeira decorrente de excessos</p><p>descartados não foi produzida, foi utilizada uma pequena quantidade de ferramentas</p><p>e utensílios.</p><p>Sem contar que houve sobra de argamassa da segunda bisnaga, podendo ser</p><p>reutilizada dentro do prazo recomendado, após a mesma ter sido vedada e guardada</p><p>corretamente. Outro ponto fortemente significativo foi a questão da não espera por</p><p>material para iniciar e dar continuidade ao serviço, pois com a argamassa pronta o</p><p>material encontrou-se à disposição do pedreiro para atender à demanda do serviço</p><p>por ele executado.</p><p>3.4.2 Desvantagens</p><p>Em relação às desvantagens apresentadas durante a execução do</p><p>experimento, destacou-se a falta de conhecimento do produto por parte do pedreiro.</p><p>Como o mesmo nunca havia trabalhado com esse tipo de argamassa, no início do</p><p>serviço de alvenaria ele acabou por utilizar uma maior quantidade de</p><p>produto do que</p><p>era necessária e do que havia sido instruída, conforme a indicação do fabricante</p><p>trazida na embalagem. E a falta de conhecimento sobre o produto também afetou, no</p><p>início da alvenaria, a rapidez de execução.</p><p>Outro ponto desvantajoso deu-se pela qualidade dos tijolos utilizados. Os</p><p>fabricantes deixam claro que quanto mais regular o tijolo, melhor o resultado obtido</p><p>62</p><p>pelo uso da argamassa polimérica, informando que tijolos que não atendem os</p><p>padrões de qualidade ou que não possuem selos de qualidade, podem facilmente</p><p>prejudicar o nivelamento e o alinhamento da alvenaria.</p><p>Com a utilização de tijolos irregulares, a quantidade de argamassa polimérica</p><p>não consegue uniformizar a questão do nivelamento e do alinhamento, uma vez que</p><p>as quantidades usadas são significativamente inferiores às de argamassa cimentícia</p><p>frente à mesma situação de serviço, os resultados obtidos seriam, portanto, de uma</p><p>parede de estética ruim e desinforme. Foi o que exatamente ocorreu ao experimento,</p><p>onde foram empregados tijolos de uma qualidade inferior, o que, desse modo, não</p><p>garantiu o resultado estético esperado.</p><p>3.5 Ensaios de Resistência</p><p>Os ensaios de resistência observados neste estudo foram realizados pelo</p><p>fabricante da argamassa polimérica utilizada na pesquisa experimental. Os mesmos</p><p>atenderam às normas exigidas pela ABNT dentro dos limites definidos pela NBR</p><p>14081-4:2012 (ABNT,2012) e 15270-3:2005 (ABNT,2005), encontrando-se nos</p><p>Anexos A ao G.</p><p>Os ensaios foram executados pelo laboratório NUTEC, com o intuito de verificar</p><p>através dos ensaios de determinação da resistência de aderência à tração e os de</p><p>resistência à compressão, o desempenho da argamassa industrializada polimérica</p><p>para o assentamento de tijolos e blocos de concreto, os quais atestaram sua</p><p>seguridade para execução do serviço de alvenaria de vedação.</p><p>63</p><p>4 CONCLUSÃO</p><p>Diante da competitividade no mercado da construção civil se faz indispensável</p><p>a procura e a aceitação de novos métodos que viabilizem a redução dos custos e</p><p>alcancem maior produtividade, sem perder a qualidade dos serviços executados.</p><p>Surge, portanto, a argamassa polimérica, que já vem pronta para o uso, otimizando,</p><p>assim, tempo e mão de obra, aliando qualidade com maior rendimento e lucratividade.</p><p>O objetivo geral foi alcançado com a avaliação da viabilidade financeira do uso</p><p>de argamassa polimérica em comparação à argamassa convencional no</p><p>assentamento de blocos cerâmicos em alvenaria de vedação. Para tanto foi realizada</p><p>uma parede experimental com 3 m² no laboratório da Universidade de Fortaleza.</p><p>O objetivo específico 1 foi atingido ao se elaborar uma pesquisa bibliográfica</p><p>sobre a argamassa de assentamento convencional e a argamassa polimérica para</p><p>assentamento de tijolo cerâmico. A partir dos estudos verificados foi possível observar</p><p>que a argamassa polimérica vem, gradativamente, alcançando visibilidade dentro da</p><p>construção civil.</p><p>O objetivo específico 2 foi conquistado ao se comparar a produtividade no</p><p>assentamento de blocos cerâmicos com o uso da argamassa convencional e com o</p><p>uso da argamassa polimérica, onde foram verificados diferentes resultados de</p><p>produtividades para cada argamassa. A produtividade no assentamento convencional</p><p>foi de 1h/m², enquanto que no uso da polimérica foi de 0,27h/m².</p><p>O objetivo específico 3 também foi atingido a partir da elaboração de uma</p><p>composição de custos para a elevação de alvenaria de blocos cerâmicos com o uso</p><p>de argamassa polimérica, onde foram inseridos os custos com materiais e mão de</p><p>obra, obtendo-se, para 3 m², um custo total de R$ 86,82.</p><p>O objetivo específico 4 também foi obtido com a comparação do custo da</p><p>alvenaria a partir do uso dos dois tipos de argamassa. Foi comparado o custo obtido</p><p>através da composição da parede experimental com argamassa polimérica, frente ao</p><p>valor do custo total de alvenaria com argamassa convencional fornecido através da</p><p>tabela de custos da Seinfra.</p><p>O objetivo específico 5 foi demonstrado através da descrição de vantagens do</p><p>uso da argamassa polimérica frente à utilização da argamassa cimentícia, podendo</p><p>ser destacados fatores como aumento da produtividade, redução de mão de obra, de</p><p>resíduos e dos números de equipamentos e ferramentas utilizados.</p><p>64</p><p>Diante do exposto, a argamassa polimérica se mostra uma alternativa viável</p><p>para atender à necessidade cada vez maior das construtoras de equilibrar</p><p>produtividade com qualidade tecnológica de fabricação. Produto tecnicamente novo,</p><p>por ainda não ser muito utilizado, mas que já norteia um forte aprimoramento das</p><p>condições técnicas de argamassas no mercado da construção civil.</p><p>4.1 Sugestão para trabalhos futuros</p><p>Como recomendação para trabalhos futuros podem ser citados:</p><p> Aplicar a argamassa polimérica em uma edificação para analisar a</p><p>produtividade frente a maiores áreas construídas;</p><p> Utilizar a argamassa polimérica em outros tipos de blocos, como de</p><p>concreto, de solo-cimento ou auto-clavado para verificação de suas</p><p>propriedades perante outros substratos.</p><p>65</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABCP. Manual de revestimento de argamassa.1.ed. São Paulo: Associação</p><p>Brasileira de Cimento Portland (ABCP), 2002.</p><p>AGUIAR, E. S; Caracterização da produção de argamassa tradicional</p><p>racionalizada para revestimentos de fachadas. Escola Politécnica da</p><p>Universidade de São Paulo. 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Materiais de construção civil e princípios de ciência e</p><p>engenharia de materiais. 1.ed. São Paulo:IBRACON, 2007.</p><p>66</p><p>CINCOTTO, Maria Alba. Patologias das argamassas de revestimentos: Análise e</p><p>recomendações. In: VÁRIOS. Tecnologia das Edificações (Publicação IPT 1801). 2.</p><p>ed. São Paulo-SP: Pini, 1989. 549-554 p.</p><p>COÊLHO, R. S. A. Alvenaria estrutural. São Luís: UEMA, 1998.</p><p>COÊLHO, Ronaldo Sérgio de Araújo. Método para estudo da produtividade da</p><p>mão-de-obra na execução de alvenaria e seu revestimento em ambientes</p><p>sanitários. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de</p><p>Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2003.</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL NO</p><p>BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL E PROJEÇÕES PARA</p><p>2018. São Paulo: Sienge Platform, 06 nov. 2017.</p><p>ENGENHARIA COMPARTILHADA. Blog da Engenharia. Disponível em:</p><p>http://www.engenhariacompartilhada.com.br/noticia.aspx?id=1683386.html>. 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Acesso</p><p>em 05 abr. 2019.</p><p>SABBATINI, F. H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistemas</p><p>construtivos. Versão abreviada da tese de doutorado. São Paulo, EPUSP, 1991.</p><p>SANTOS,Heraldo Barbosa. Ensaio de aderência das argamassas de</p><p>revestimento. 2008. Monografia. Curso de Especialização em construção Civil</p><p>Escola de Engenharia da UFMG, 2008.</p><p>SITES SEINFRA. Tabela de custos 026. Disponível em:</p><p>https://sites.seinfra.ce.gov.br/siproce/onerada/html/C0073.html?a=1545419682623>.</p><p>Acesso em: 20 out. 2019.</p><p>SOUSA, D. S. V.. Metodologias construtivas, Abordagem da locação à entrega</p><p>da obra – Apostila – Engenharia Civil, UFC. Consultec Júnior, 2006.</p><p>SOUZA, U. E. L. Como aumentar a eficiência da mão-de-obra. São Paulo: PINI,</p><p>2006.</p><p>SILVA, Alan da; FELBINGER, Barbara de Carvalho; AMEIDA, Mayra; GINO, Monica;</p><p>BATISTA, Thiago. Utilização de argamassa polimérica no assentamento de</p><p>tijolos ou blocos. AEDB, Resende, v. 1, n. 1, p. 1-9, maio 2015.</p><p>SILVA; et al. Utilização de argamassa polimérica no assentamento de tijolos ou</p><p>blocos. Associação Educacional de Bosco. Rio de Janeiro, 2013</p><p>SILVA, M.R. Materiais de Construção. 2ª ed. rev. São Paulo: Pini, 1991.</p><p>SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE CIMENTO. Relatório anual. 2013.</p><p>https://sites.seinfra.ce.gov.br/siproce/onerada/html/C0073.html?a=1545419682623</p><p>User</p><p>Realce</p><p>69</p><p>THOMAZ, E. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo:</p><p>PINI, 2001.</p><p>TRISTÃO, Fernando Avancini. Influência dos parâmetros texturais das areias nas</p><p>propriedades das argamassas mistas de revestimento. 286 f. 2005. Tese</p><p>(Doutorado em Engenharia Civil)-Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil,</p><p>Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005</p><p>VIEIRA, H. F. Logística aplicada à construção civil: Como melhorar o fluxo de</p><p>produção nas obras. 1. Ed. São Paulo-SP: Pini, 2006.178p.</p><p>WIKIPÉDIA. ARGAMASSA POLIMÉRICA. Disponível em:</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa_polim%C3%A9rica.html>. Acesso em: 02</p><p>jun. 2019.</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Argamassa_polim%C3%A9rica</p><p>70</p><p>ANEXO A – DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>71</p><p>ANEXO B – RESULTADOS DOS ENSAIOS REFERENTES AO ANEXO A</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>72</p><p>ANEXO C – CONDIÇÕES GERAIS REFERENTES AO ANEXO B</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>73</p><p>ANEXO D – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM</p><p>BLOCOS DE CONCRETO</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>74</p><p>ANEXO E – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO D</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>75</p><p>ANEXO F – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM</p><p>BLOCOS CERÂMICOS</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>76</p><p>ANEXO G – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO F</p><p>Fonte: NUTEC (2016).</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Justificativa</p><p>1.2 Objetivos</p><p>1.2.1 Objetivo Geral</p><p>1.2.2 Objetivos Específicos</p><p>1.3 Metodologia</p><p>1.4 Estrutura do Trabalho</p><p>2 REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>2.1 Alvenaria de Tijolo Cerâmico</p><p>2.2 Argamassas</p><p>2.2.1 Registros Históricos</p><p>2.2.1.1 Definições</p><p>2.2.1.2 Classificação das Argamassas</p><p>2.2.1.3 Quanto à natureza e quantidade de aglomerantes</p><p>2.2.1.4 Quanto ao fornecimento e preparo</p><p>2.3 Argamassas de Assentamento</p><p>2.3.1 Considerações sobre as principais propriedades das argamassas de assentamento</p><p>2.3.1.1 Trabalhabilidade</p><p>2.3.1.2 Retenção de água</p><p>2.3.1.3 Aderência</p><p>2.3.1.4 Resistência à compressão</p><p>2.3.1.5 Estabilidade volumétrica ou retração</p><p>2.3.1.6 Capacidade de absorver deformações</p><p>2.4 Argamassa Convencional</p><p>2.4.1 Local de preparo</p><p>2.4.2 Componentes da Argamassa Convencional</p><p>2.4.2.1 Cimento</p><p>2.4.2.2 Água</p><p>2.4.2.3 Agregados</p><p>2.4.2.4 Cal hidratada</p><p>2.4.2.5 Aditivos</p><p>2.5 Argamassa Polimérica</p><p>2.5.1 História</p><p>2.5.2 Características Gerais</p><p>2.5.3 Logística de Distribuição de Argamassa Polimérica no Canteiro</p><p>2.5.4 Conceitos acerca de Produtividade</p><p>2.5.4.1 Produtividade com a utilização da Argamassa Polimérica</p><p>2.5.5 Redução de Resíduos e Impactos Ambientais minimizados pelo uso da Argamassa Polimérica</p><p>3 PESQUISA EXPERIMENTAL</p><p>3.1 Apresentação do Local Utilizado</p><p>3.1.1 Execução da Alvenaria</p><p>3.1.2 Materiais Utilizados</p><p>3.1.3 Mão de obra Utilizada</p><p>3.1.4 Fluxo de Execução da Alvenaria</p><p>3.1.4.1 Escavação</p><p>3.1.4.2 Baldrame</p><p>3.1.4.3 Marcação de Alvenaria</p><p>3.1.4.4 Execução da Parede</p><p>3.1.5 Composição do Serviço</p><p>3.2 Referência de Produtividade e Custo da Alvenaria Convencional</p><p>3.3 Comparativo com a Argamassa Polimérica</p><p>3.4 Vantagens e Desvantagens do uso da Argamassa Polimérica frente ao experimento realizado</p><p>3.4.1 Vantagens</p><p>3.4.2 Desvantagens</p><p>3.5 Ensaios de Resistência</p><p>4 CONCLUSÃO</p><p>4.1 Sugestão para trabalhos futuros</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANEXO A – DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO</p><p>ANEXO B – RESULTADOS DOS ENSAIOS REFERENTES AO ANEXO A</p><p>ANEXO C – CONDIÇÕES GERAIS REFERENTES AO ANEXO B</p><p>ANEXO D – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM BLOCOS DE CONCRETO</p><p>ANEXO E – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO D</p><p>ANEXO F – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM BLOCOS CERÂMICOS</p><p>ANEXO G – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO F</p><p>de transformação dos esforços para alvenaria de vedação ..... 44</p><p>Figura 6 – Praticidade na aplicação e menos gasto de material ............................... 46</p><p>Figura 7 – Diferença no assentamento...................................................................... 47</p><p>Figura 8 – Local de realização do experimento ......................................................... 48</p><p>Figura 9 – Tijolo cerâmico de 8 furos e de dimensões 19x19x9cm ........................... 49</p><p>Figura 10 – Descarregamento da argamassa convencional pelo servente ............... 50</p><p>Figura 11 – Bisnagas de argamassa polimérica utilizadas. ....................................... 51</p><p>Figura 12 – Quantidade de produto restante da segunda bisnaga utilizada.............. 52</p><p>Figura 13 – Fluxograma da ordem dos serviços executados .................................... 53</p><p>Figura 14 – Execução da última fiada da parede experimental ................................. 54</p><p>Figura 15 – Parede com argamassa polimérica concluída ........................................ 55</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Tabela 1 – Intervalo de tempo entre as fiadas executadas........................................ 56</p><p>Tabela 2– Total de insumos utilizados na parede experimental de 3 m² ................... 56</p><p>Tabela 3 – Composição do serviço de alvenaria com argamassa polimérica............ 57</p><p>Tabela 4 – Insumos e mão de obra referente à argamassa convencional ................ 58</p><p>Tabela 5 – Comparativo Argamassa Polimérica x Convencional ............................... 60</p><p>LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS</p><p>ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas</p><p>CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção</p><p>NBR Norma Brasileira Regulamentar</p><p>PIB</p><p>SEINFRA</p><p>FCC</p><p>SNIC</p><p>NUTEC</p><p>Produto Interno Bruto</p><p>Secretaria de Infraestrutura</p><p>Fundação Carlos Chagas</p><p>Sindicato Nacional da Indústria do Cimento</p><p>Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16</p><p>1.1 Justificativa ...................................................................................................... 17</p><p>1.2 Objetivos .......................................................................................................... 18</p><p>1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................... 18</p><p>1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................... 19</p><p>1.3 Metodologia ..................................................................................................... 19</p><p>1.4 Estrutura do Trabalho ...................................................................................... 20</p><p>2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 22</p><p>2.1 Alvenaria de Tijolo Cerâmico ........................................................................... 22</p><p>2.2 Argamassas ..................................................................................................... 23</p><p>2.2.1 Registros Históricos....................................................................... 23</p><p>2.2.1.1 Definições................................................................................... 23</p><p>2.2.1.2 Classificação das Argamassas ................................................... 24</p><p>2.2.1.3 Quanto à natureza e quantidade de aglomerantes .................... 25</p><p>2.2.1.4 Quanto ao fornecimento e preparo ............................................. 26</p><p>2.3 Argamassas de Assentamento ........................................................................ 27</p><p>2.3.1 Considerações sobre as principais propriedades das argamassas</p><p>de assentamento .................................................................................... 28</p><p>2.3.1.1 Trabalhabilidade ......................................................................... 28</p><p>2.3.1.2 Retenção de água ...................................................................... 30</p><p>2.3.1.3 Aderência ................................................................................... 30</p><p>2.3.1.4 Resistência à compressão ......................................................... 31</p><p>2.3.1.5 Estabilidade volumétrica ou retração ......................................... 31</p><p>2.3.1.6 Capacidade de absorver deformações ....................................... 32</p><p>2.4 Argamassa Convencional ................................................................................ 33</p><p>2.4.1 Local de preparo............................................................................ 34</p><p>2.4.2 Componentes da Argamassa Convencional.................................. 34</p><p>2.4.2.1 Cimento ...................................................................................... 34</p><p>2.4.2.2 Água ........................................................................................... 35</p><p>2.4.2.3 Agregados .................................................................................. 36</p><p>2.4.2.4 Cal hidratada .............................................................................. 37</p><p>2.4.2.5 Aditivos ....................................................................................... 37</p><p>2.5 Argamassa Polimérica ..................................................................................... 38</p><p>2.5.1 História .......................................................................................... 38</p><p>2.5.2 Características Gerais ................................................................... 38</p><p>2.5.3 Logística de Distribuição de Argamassa Polimérica no Canteiro .. 40</p><p>2.5.4 Conceitos acerca de Produtividade ............................................... 43</p><p>2.5.4.1 Produtividade com a utilização da Argamassa Polimérica ......... 44</p><p>2.5.5 Redução de Resíduos e Impactos Ambientais minimizados pelo</p><p>uso da Argamassa Polimérica ................................................................ 47</p><p>3 PESQUISA EXPERIMENTAL ............................................................................... 48</p><p>3.1 Apresentação do Local Utilizado ...................................................................... 48</p><p>3.1.1 Execução da Alvenaria .................................................................. 48</p><p>3.1.2 Materiais Utilizados ....................................................................... 49</p><p>3.1.3 Mão de obra Utilizada .................................................................... 52</p><p>3.1.4 Fluxo de Execução da Alvenaria ................................................... 53</p><p>3.1.4.1 Escavação .................................................................................. 53</p><p>3.1.4.2 Baldrame .................................................................................... 53</p><p>3.1.4.3 Marcação de Alvenaria ............................................................... 53</p><p>3.1.4.4 Execução da Parede .................................................................. 54</p><p>3.1.5 Composição do Serviço ................................................................. 56</p><p>3.2 Referência de Produtividade e Custo da Alvenaria Convencional ................... 58</p><p>3.3 Comparativo com a Argamassa Polimérica ..................................................... 59</p><p>3.4 Vantagens e Desvantagens do uso da Argamassa Polimérica frente ao</p><p>experimento realizado............................................................................................ 60</p><p>3.4.1 Vantagens ..................................................................................... 60</p><p>3.4.2 Desvantagens ............................................................................... 61</p><p>3.5 Ensaios de Resistência .................................................................................... 62</p><p>4 CONCLUSÃO.......................................................................................................</p><p>63</p><p>4.1 Sugestão para trabalhos futuros ...................................................................... 64</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 65</p><p>ANEXO A – DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO ... 70</p><p>ANEXO B – RESULTADOS DOS ENSAIOS REFERENTES AO ANEXO A............ 71</p><p>ANEXO C – CONDIÇÕES GERAIS REFERENTES AO ANEXO B ........................ 72</p><p>ANEXO D – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM</p><p>BLOCOS DE CONCRETO ...................................................................................... 73</p><p>ANEXO E – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO D ...................... 74</p><p>ANEXO F – RELATÓRIO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM</p><p>BLOCOS CERÂMICOS ........................................................................................... 75</p><p>ANEXO G – CONDIÇÕES GERAIS REFERENSTES AO ANEXO F ...................... 76</p><p>16</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A construção civil é um dos mercados industriais mais importantes do País. Por</p><p>seguidos anos o setor contribuiu, de forma relevante, para o crescimento da economia</p><p>através do fluxo contínuo de produtividade, o que além de consolidar as atividades de</p><p>diversas empresas e construtoras reduziu, significativamente, a taxa de desemprego.</p><p>Mas, os últimos anos vêm sendo de declínio econômico para o segmento da</p><p>construção civil no Brasil. Por conta desse cenário de instabilidade, surgiu uma grande</p><p>competitividade no mercado da construção, o que fez com que as empresas</p><p>passassem a buscar por meios que as fizesse reduzir seus custos, além da maior</p><p>procura por materiais e alternativas inovadoras para os processos construtivos de</p><p>suas obras.</p><p>Além disso, a questão sustentável tem se tornado cada vez mais importante,</p><p>atuando como fator gerador de diferença quanto à visibilidade e à credibilidade dos</p><p>prestadores de serviços que a defendem e, que, realmente a põem em prática.</p><p>A maior preocupação pela causa ambiental junto à busca por elevação dos</p><p>níveis de produtividade vem sendo cada vez mais procurados pelo mercado. Segundo</p><p>Silva et al. (2013), no que diz respeito ao meio ambiente, os impactos provocados ao</p><p>longo dos anos pela indústria da construção civil são enormes e vários dos recursos</p><p>retirados da natureza pela construção civil estão escassos. Por conta disso também,</p><p>é que muitas empresas buscam por inovações das técnicas construtivas aliando</p><p>crescimento econômico à sustentabilidade.</p><p>Um dos principais causadores de impactos ambientais da construção são os</p><p>resíduos dos canteiros de obra, como exemplo, temos os materiais constituintes das</p><p>argamassas: cimento, cal e os agregados. Conforme Camargo (1995),</p><p>aproximadamente 64% do entulho retirado dos canteiros de obra é composto por</p><p>argamassas e mais 30% é resultante dos resíduos formados da quebra de tijolos e</p><p>blocos.</p><p>Diante disso, obteve espaço no mercado a argamassa polimérica de alvenaria,</p><p>produto que substitui a argamassa convencional ou argamassa cimentícia no</p><p>assentamento de blocos ou tijolos para alvenarias de vedação, propondo como um de</p><p>seus benefícios a maior produtividade e a minimização de resíduos produzidos (Silva</p><p>et al., 2013).</p><p>17</p><p>1.1 Justificativa</p><p>O Brasil nos últimos anos tem passado por uma série de crises financeiras. Tais</p><p>crises vêm influenciando diretamente a construção civil do país. Formoso (1996)</p><p>afirma que o setor ainda sofre com um considerável número de perdas, que, muitas</p><p>vezes, são vistas como sendo apenas desperdício de materiais, mas que devem ser</p><p>consideradas num sentido mais generalizado, onde se inclui o uso ineficiente de</p><p>equipamentos, mão de obra e recursos variados.</p><p>Entre os materiais utilizados na construção civil a argamassa é essencial na</p><p>execução das alvenarias de blocos cerâmicos. É possível citar dois diferentes tipos</p><p>de argamassa, a convencional produzida em canteiros de obras, sendo considerada</p><p>uma prática empírica, e que é a mais comum por apresentar um custo,</p><p>momentaneamente, mais favorável não sendo necessário domínio de novas</p><p>tecnologias.</p><p>Em contrapartida, existe a argamassa industrializada polimérica, que foi</p><p>desenvolvida para atender os construtores dos novos tempos, que são aqueles que</p><p>alcançaram a percepção do quanto se faz fundamental o controle tecnológico dos</p><p>produtos utilizados nas obras.</p><p>Conforme Oliveira (2006), algumas das vantagens da utilização da argamassa</p><p>industrializada são: a homogeneidade do traço, controle tecnológico e diminuição da</p><p>interferência da mão de obra na qualidade do produto, menor desperdício, maior</p><p>rendimento, redução da ocorrência de patologias, uso de produtos normalizados,</p><p>obtenção de maior controle de estoque, rastreio do produto, racionalização do canteiro</p><p>de obra, maior produtividade, além da redução dos resíduos produzidos.</p><p>Entretanto, a construção civil do país ainda é muito conservadora quanto à</p><p>aceitação e à utilização de novos modos de execução e de materiais lançados, ou</p><p>seja, as novas tecnologias elaboradas encontram forte resistência para serem</p><p>realmente aderidas no mercado.</p><p>Mas, como o custo de operação tem se tornado elevado, além da ocorrência</p><p>do corte de muitos incentivos governamentais destinados à execução de obras, um</p><p>crescente número de construtoras vêm deixando o forte tradicionalismo e iniciando à</p><p>busca por novas alternativas de gestão e construção para tentar minimizar os gastos</p><p>excessivos.</p><p>18</p><p>Diante dessas circunstâncias, se faz imprescindível a otimização dos processos</p><p>e a incorporação de novas tecnologias à construção civil para que, desse modo,</p><p>melhorias e modernização sejam trazidas ao setor, como o emprego de metodologias</p><p>geradoras de maior produtividade e controle, o uso de novos equipamentos, assim</p><p>como a adoção de novos materiais e técnicas de execução.</p><p>Além disso, o assentamento de tijolos cerâmicos com argamassa convencional</p><p>acarreta alguns pontos negativos, tais como a falta de controle de produção da</p><p>argamassa, contratempos no transporte da mesma até o local de utilização, sem citar</p><p>a baixa produtividade decorrente desses fatores, o que ocasiona um elevado e</p><p>oneroso desperdício de mão de obra e de material, assim como prejuízos à logística</p><p>da obra. O que não ocorre com o uso da argamassa polimérica, produto este,</p><p>relativamente novo, com poucos estudos sobre o assunto, mas que já possui diversos</p><p>fabricantes expondo suas vantagens.</p><p>Deste modo foi abordada como questão central desse estudo quais as</p><p>decorrências econômicas geradas pela utilização da argamassa de assentamento</p><p>industrializada polimérica em comparação à argamassa de assentamento</p><p>convencional (produzida no canteiro de obras) para assentamento de alvenaria de</p><p>vedação com tijolos cerâmicos.</p><p>1.2 Objetivos</p><p>1.2.1 Objetivo Geral</p><p>Avaliar a viabilidade financeira do uso de argamassa polimérica em</p><p>comparação à argamassa convencional no assentamento de blocos cerâmicos em</p><p>alvenaria de vedação.</p><p>19</p><p>1.2.2 Objetivos Específicos</p><p>Os objetivos específicos do trabalho são:</p><p>1. Elaborar uma pesquisa bibliográfica sobre a argamassa de assentamento</p><p>convencional e a argamassa polimérica para assentamento de tijolo</p><p>cerâmico;</p><p>2. Comparar a produtividade do assentamento com o uso dos dois tipos de</p><p>argamassa;</p><p>3. Elaborar uma composição de custos para a elevação de alvenaria de blocos</p><p>cerâmicos com o uso de argamassa polimérica;</p><p>4. Comparar o custo da alvenaria a partir do uso dos dois tipos de argamassa;</p><p>5. Destacar as vantagens da argamassa polimérica frente à argamassa</p><p>cimentícia.</p><p>1.3 Metodologia</p><p>Severino (2011, p. 123), “explana que pesquisa explicativa nada mais é que o</p><p>fato de registrar e analisar os fenômenos estudados, além da busca por identificar</p><p>suas causas, seja através da aplicação do método experimental/matemático,</p><p>seja</p><p>através da interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos”.</p><p>Neste trabalho optou-se pelo procedimento experimental, pois o objetivo da</p><p>pesquisa é a análise da unidade, em que teve também como foco uma ação dentro</p><p>de um laboratório ou centro de pesquisa. Para Gil (2007) a pesquisa experimental</p><p>infere o próprio objeto de modo geral como fonte e o coloca em condições técnicas de</p><p>observação e manipulação experimental nos locais onde são criadas condições</p><p>adequadas para seu tratamento.</p><p>Após a definição do tema, realizou-se a exploração de trabalhos de conclusão</p><p>de curso, cartilhas relacionadas à construção civil, artigos de anais de eventos</p><p>científicos, dissertações de mestrado e normas brasileiras. Após um embasamento</p><p>teórico considerável, foram executados os capítulos mais conceituais do trabalho e foi</p><p>possibilitado o início da etapa mais prática.</p><p>O processo experimental realizado teve o intuito de obter dados que</p><p>justificassem o uso da argamassa polimérica frente à argamassa convencional. Para</p><p>isso, foi realizada a execução de uma alvenaria de vedação com tijolos cerâmicos de</p><p>20</p><p>3 m distribuídos no comprimento por 1m na altura, 3m², sendo executados com</p><p>argamassa polimérica.</p><p>Para serem apresentados os dados de custo e de mão de obra em relação à</p><p>alvenaria com argamassa convencional, foram utilizados os dados da Tabela de</p><p>Custos da Seinfra de número 026, com o objetivo de demonstrar o caráter comparativo</p><p>do estudo.</p><p>No entanto, a argamassa cimentícia teve real participação em dois momentos</p><p>durante o experimento, os quais se estabeleceram durante os serviços de baldrame e</p><p>de primeira fiada da alvenaria, em que já foi possível constatar, de maneira prática,</p><p>uma das características que a argamassa convencional possui e a polimérica não,</p><p>que é a maior quantidade de materiais e ferramentas necessários para sua finalidade</p><p>de execução, que serão apresentados na realização do experimento.</p><p>A partir da execução dos 3m² de alvenaria com argamassa polimérica e dos</p><p>dados coletados da alvenaria com argamassa tradicional, foi analisada a viabilidade</p><p>financeira, tempo de produção e índice de desperdício resultante do uso da</p><p>argamassa polimérica na alvenaria de vedação com tijolos cerâmicos frente à</p><p>argamassa convencional.</p><p>Alguns aspectos dificultaram a melhor explanação dos índices de produtividade</p><p>do material de estudo. Como exemplo de um dos aspectos limitantes pode-se citar a</p><p>questão da quantidade de alvenaria realizada, no caso os 3 m² produzidos.</p><p>Mediante a essa quantidade, não foi possível melhor explorar o percentual de</p><p>produtividade obtido pelo uso da argamassa, pois se o pedreiro houvesse tido maior</p><p>metragem para trabalhar, mais da capacidade hábil dele poderia ter sido analisada,</p><p>mas mesmo sem grande frente de serviço, a quantidade do m² por unidade de tempo</p><p>produzido foi bem satisfatório, haja o menor tempo e reduzida mão de obra utilizada</p><p>comparados aos dados referentes à argamassa cimentícia.</p><p>1.4 Estrutura do Trabalho</p><p>O Capítulo 1 é a introdução, que aborda primeiramente alguns assuntos</p><p>relacionados à construção civil até chegar à situação protagonista do estudo; a</p><p>justificativa para a escolha do tema; a caracterização do objeto de estudo e os</p><p>objetivos geral e específicos, além da metodologia escolhida para elaboração da</p><p>pesquisa.</p><p>21</p><p>No Capítulo 2 será apresentado o referencial teórico, cujos tópicos propiciarão</p><p>melhor entendimento acerca do objeto de estudo e do âmbito que o mesmo se insere,</p><p>demonstrando, portanto, diversos pontos que antecedem a composição de seus</p><p>constituintes até chegar ao seu funcionamento de execução, gerando, assim, maior</p><p>entendimento em relação à integração da argamassa polimérica aos demais aspectos</p><p>construtivos já usuais.</p><p>No Capítulo 3 é apresentado o experimento de acordo com a metodologia de</p><p>pesquisa utilizada, e todas as características analisadas para os dois tipos de</p><p>argamassa abordados no estudo, dificuldades encontradas e discussão dos diversos</p><p>aspectos desses materiais. Então é realizada a Análise dos Resultados, com resumo</p><p>de todos os resultados elaborados e a apreciação destes resultados.</p><p>O Capítulo 4 apresenta as considerações finais e sugestões para continuação</p><p>e aprofundamento do assunto.</p><p>Na parte final são apresentados as referências bibliográficas e os anexos.</p><p>22</p><p>2 REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>2.1 Alvenaria de Tijolo Cerâmico</p><p>Dentre as várias etapas de uma construção destaca-se a alvenaria, pois é</p><p>nessa etapa que a edificação vai tomando suas devidas formas, tanto interna como</p><p>externamente. Para Rodrigues (2010) alvenaria nada mais é que a associação de</p><p>integrantes da construção civil, oriundos da soma de blocos sobrepostos unificados</p><p>com argamassa ou não, com o intuito de resistir, principalmente, aos esforços de</p><p>compressão ou somente à vedação da área trabalhada.</p><p>Thomas (2011) afirma que a alvenaria de vedação é descrita por vários autores</p><p>como a alvenaria que não é calculada para suportar cargas que vão além do seu peso</p><p>próprio. Esse tipo de alvenaria assegura às edificações que compõem resistência</p><p>contra agentes da natureza como ação do sol, chuvas e ventos, além de garantir a</p><p>divisão dos ambientes internos, constituindo assim, conforto e proteção dentro de um</p><p>sistema ordenado. Esse processo de fechar os vãos de paredes é usado em grande</p><p>parte das edificações.</p><p>As alvenarias podem ser executadas com diversos materiais, como blocos de</p><p>concreto, solo-cimento, tijolos cerâmicos e entre outros. No caso de serem utilizados</p><p>os tijolos cerâmicos, os mesmos diferenciam-se pela quantidade de furos ou de suas</p><p>espessuras, além, notadamente, da qualidade apresentada pelo material. As</p><p>alvenarias podem ainda, ser revestidas com algum tipo de proteção ou mesmo ficar</p><p>aparentes (LIMA, 2006).</p><p>Através de uma pesquisa executada por Lima (2006) foi possível constatar que</p><p>o tijolo cerâmico furado é o mais usado nos canteiros de obra na cidade de Fortaleza-</p><p>CE, sendo o mesmo de domínio público há diversos anos. Esse tipo de tijolo tem uma</p><p>densidade em torno de 1300 kg/m³, sendo assentado, geralmente, por mão de obra</p><p>convencional ou pouco qualificada. Suas faces passam por um processo de</p><p>vitrificação, garantindo à argamassa uma melhor aderência. Possui também uma taxa</p><p>baixa de variação de volume na absorção e na saída d’água, além da facilidade no</p><p>manuseio para sua aplicação, porém tem como ponto negativo a necessidade de</p><p>quebra em dados momentos do serviço de alvenaria.</p><p>Um critério relevante para execução da alvenaria de vedação é a escolha do</p><p>tipo de argamassa que será utilizada. Dependendo da escolha, aspectos como</p><p>23</p><p>qualidade e produtividade do serviço podem ser melhores alcançados, além de</p><p>interferir positiva ou negativamente no custo da obra.</p><p>2.2 Argamassas</p><p>2.2.1 Registros Históricos</p><p>As primeiras argamassas, constituídas de forma básica por cal e areia, são de</p><p>aproximadamente 10.000 anos de existência e foram descobertas onde hoje é o</p><p>estado de Israel. Os romanos a aperfeiçoaram com a utilização de melhores métodos</p><p>para escolha e cozimento da matéria prima, com a união de pozolanas, moagem de</p><p>cal com argila e adições orgânicas viabilizando melhores propriedades de resistência</p><p>e trabalhabilidade (ALVAREZ; SEQUEIRA; COSTA, 2005).</p><p>Com isso, pode-se notar que a argamassa teve sua criação realizada desde a</p><p>antiguidade. Claro que muito se foi modificado desde então, pois com o passar dos</p><p>anos e a inserção de novas tecnologias, as argamassas foram mais aprimoradas,</p><p>sendo transformadas em produtos cada vez mais eficientes.</p><p>2.2.1.1 Definições</p><p>Segundo a Norma Brasileira NBR 13281 da ABNT (Associação Brasileira de</p><p>Normas Técnicas, 2005), define-se argamassa como uma mistura homogênea de</p><p>agregado(s) miúdos, aglomerante(s) inorgânicos e água, com</p><p>o acréscimo ou não de</p><p>aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento, e que pode ser</p><p>dosada em obra ou obtida através da instalação própria.</p><p>Fiorito (1994 apud NASCIMENTO; LIMA; BRASILEIRO, 2009, p.27), comenta</p><p>que “as argamassas mais comuns utilizadas em obras são compostas de agregados</p><p>miúdos (areia natural lavada), e os aglomerantes são em geral o cimento Portland e a</p><p>cal hidratada”. Podem ter sua fabricação na própria obra ou de modo industrial como</p><p>acontece com as argamassas industrializadas que já vêm prontas para o consumo.</p><p>A argamassa é um material de construção civil que tem por característica ser o</p><p>componente necessário para que se tenha uma vinculação entre as partes de uma</p><p>alvenaria, no que diz respeito às argamassas de assentamento. Roman et al. (1999,</p><p>p. 25) afirma que “a argamassa é o elemento de ligação das unidades de alvenaria</p><p>24</p><p>em uma estrutura”. Ainda acerca disso, Coêlho (1998, p. 41) afirma que “assegura-se</p><p>que a argamassa é a maior responsável pela união dos blocos que fazem parte de</p><p>uma estrutura”. Ambrozewicz (2012, p. 112) concorda com os autores acima citados</p><p>quando relata que “a argamassa além de unir os tijolos e blocos, sela as juntas e</p><p>auxilia a distribuir as cargas que as construções suportam”.</p><p>Geralmente, as argamassas podem ser classificadas mediante várias</p><p>especificações e, ainda, podem ser subdivididas em tipos. Serão mencionados itens</p><p>que objetivam descrever as argamassas para um melhor entendimento de suas</p><p>funções e aplicabilidades.</p><p>2.2.1.2 Classificação das Argamassas</p><p>Conforme Pereira Júnior (2010) existe vários tipos de argamassa e os mesmos</p><p>são definidos de acordo com as suas características e as de seus aglomerantes, além</p><p>da própria funcionalidade de cada um.</p><p>As argamassas podem ser classificadas em diversas categorias. Kloss (1991,</p><p>p. 68), Ambrozewicz (2012, p. 114) e Silva (1991, p. 72) têm a mesma linha de</p><p>raciocínio quando consideram que “os principais aspectos identificadores das</p><p>argamassas são os que dizem respeito ao emprego, ao tipo de aglomerante, ao</p><p>número de elementos ativos, à dosagem e também conforme a consistência”.</p><p>A classificação das argamassas também é designada pela NBR 13530</p><p>(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1995), sendo por ela listadas</p><p>algumas classificações que os autores citados utilizam, porém diferenciando-se dos</p><p>mesmos quando categoriza as argamassas pela natureza do aglomerante e também</p><p>pela forma de preparo ou fornecimento, entre outras.</p><p>Em relação ao emprego, as argamassas são definidas como comuns ou</p><p>refratárias. As argamassas comuns, geralmente, são usadas em obras regulares com</p><p>aplicações como rejuntamento, assentamento e revestimento. Já as argamassas</p><p>refratárias têm como principal propriedade o fato de serem aplicadas para</p><p>assentamento de placas e/ou tijolos em locais onde há grande oscilação térmica,</p><p>como churrasqueiras, lareiras, estufas, entre outros.</p><p>25</p><p>2.2.1.3 Quanto à natureza e quantidade de aglomerantes</p><p>Segundo a NBR 13529 (ABNT, 2013), as argamassas podem ser classificadas</p><p>quanto à natureza e à quantidade de aglomerantes:</p><p> Argamassa de cal: argamassa preparada com cal, como único aglomerante;</p><p> Argamassa de cimento: argamassa preparada com cimento, como único</p><p>aglomerante;</p><p> Argamassa mista: argamassa preparada com mais de um aglomerante;</p><p> Argamassa de cimento e cal: argamassa mista preparada com cimento e cal</p><p>como aglomerantes.</p><p>Além disso, na classificação quanto ao tipo de aglomerante as argamassas podem</p><p>ser subdivididas em aéreas, hidráulicas e mistas. As mesmas são agrupadas por</p><p>terem ou não em sua composição a aglomerante cal, que pode estar na forma aérea</p><p>ou hidráulica. A cal aérea é caracterizada pela forma como reage com o gás carbônico</p><p>(CO2) uma vez que seu endurecimento ocorre pela reação com o ar. Já a cal hidráulica</p><p>caracteriza-se por reagir com a água. O endurecimento decorre, então, pela reação</p><p>de contato com a molécula de H2O. É possível citar como exemplo de argamassas</p><p>aéreas àquelas constituídas por cal aérea e gesso, do mesmo modo, como exemplo</p><p>de argamassas hidráulicas as formadas por cal hidráulica e cimento.</p><p>As argamassas podem ser classificadas também quanto à consistência, sendo</p><p>subdivididas em secas, plásticas e fluidas. Estas definições demonstram o modo como</p><p>a argamassa se opõe com maior ou menor facilidade a suscetíveis deformações</p><p>impostas pelo aplicador.</p><p>Quanto à dosagem, as argamassas classificam-se como ricas em cimento e</p><p>pobres em cimento. Este modo de associação é definido pelo volume de pasta que a</p><p>argamassa contém para preencher seus vazios. É estabelecido por Silva (1991, p. 73)</p><p>que as argamassas podem ser classificadas como ricas ou gordas, modo este que</p><p>revela um caráter em excesso de pasta no composto.</p><p>26</p><p>2.2.1.4 Quanto ao fornecimento e preparo</p><p>A NBR 13529 (ABNT, 2013) classifica as argamassas quanto às condições de</p><p>fornecimento ou preparo:</p><p> Argamassa dosada em central: argamassa simples ou mista, cujos materiais</p><p>são medidos em massa em central;</p><p> Argamassa dosada em obra: argamassa simples ou mista, cujos materiais são</p><p>medidos em massa ou em volume na própria obra;</p><p> Argamassa dosada industrializada: produto industrializado de dosagem</p><p>controlada, com aglomerante de origem mineral, agregado miúdo, aditivos e</p><p>adições, sendo adicionada pelo usuário apenas a quantidade de água</p><p>recomendada;</p><p> Mistura semi-pronta para argamassa: mistura fornecida ensacada ou a granel,</p><p>sendo adicionada na obra aglomerante, água e aditivos.</p><p>As argamassas relacionadas ao modo de preparo e fornecimento são</p><p>subdivididas em argamassas dosadas em central, preparadas em obra, mistura semi-</p><p>pronta, argamassas industrializadas ensacadas e a inovadora argamassa</p><p>industrializada não cimentícia, que pode ser inserida na classificação dosada</p><p>industrializada.</p><p>As argamassas convencionais e poliméricas que serão abordadas neste</p><p>trabalho classificam-se, respectivamente, como argamassas preparadas em obra,</p><p>comuns, plásticas e compostas, e industrializadas não cimentícias, as quais já vêm</p><p>prontas para o uso. Quanto à classificação sobre a natureza do aglomerante, os dois</p><p>tipos variam: a argamassa convencional reage com água, ao mesmo tempo em que a</p><p>argamassa polimérica reage com o ar.</p><p>Para efeitos deste estudo, foi necessário analisar as argamassas de</p><p>assentamento e o comportamento delas na união dos blocos cerâmicos, avaliando</p><p>propriedades pertinentes às mesmas, dentre as quais estão qualidade, praticidade de</p><p>aplicação e o custo. Desta forma, decidiu-se comparar a argamassa polimérica à</p><p>argamassa convencional.</p><p>27</p><p>2.3 Argamassas de Assentamento</p><p>As argamassas de assentamento têm a função de promover a união dos blocos</p><p>de alvenarias, formando assim uma estrutura firme capaz de acatar todas as funções</p><p>para as quais a vedação é solicitada, como os esforços de compressão e tração,</p><p>tensão ao cisalhamento e estanqueidade.</p><p>Com isso, a união correta dos blocos ou tijolos é de grande importância e deve</p><p>ser assegurado o uso adequado das argamassas, com o intuito de reduzir o</p><p>desperdício causado pelo uso inapropriado de material e ainda manter as uniões dos</p><p>blocos sólidas. Segundo Pereira (2010), as argamassas de assentamento podem</p><p>representar de 2 a 16% do volume total de alvenaria na vedação, e sua relevância no</p><p>desempenho de uma vedação é maior do que os percentuais podem vir a apresentar.</p><p>Também conforme Pereira (2005), em relação às juntas de assentamento, as</p><p>mesmas têm função de associar os elementos; expandir e uniformizar as tensões de</p><p>contato entre elementos para evitar fissuras; acomodar deformações; elevar a</p><p>resistência ao cisalhamento e à tração da parede; facilitar a estanqueidade, além de</p><p>contribuir para a capacidade de isolamento térmico e acústico da parede. O</p><p>dinamismo</p><p>dessas funções só se torna possível sendo atendidas exigências como</p><p>espessura e acabamento das juntas, características físico-químicas e de produção</p><p>das argamassas e de seus integrantes aliado à execução das juntas.</p><p>Muitas argamassas são formadas por cimento, areia, cal e água, podendo</p><p>utilizar aditivos na composição para modificar características físicas do material com</p><p>o objetivo de torná-lo mais maleável ou com um tempo de endurecimento menor, sem,</p><p>contudo, alterar o traço da argamassa.</p><p>Como notado por Rocha (2012), a simples inserção de novas ferramentas, o</p><p>investimento em tecnologia e o desenvolvimento de novos materiais auxiliam de forma</p><p>fundamental para a diminuição do desperdício e o aumento da produtividade gerando,</p><p>consequentemente, reflexos positivos tanto econômica quanto ambientalmente.</p><p>28</p><p>2.3.1 Considerações sobre as principais propriedades das argamassas de</p><p>assentamento</p><p>É possível resumir as propriedades desejáveis ao assentamento convencional</p><p>em trabalhabilidade, retenção de água, aderência, resistência à compressão,</p><p>estabilidade volumétrica e capacidade de absorver deformações. Conforme Martinelli</p><p>(1991) uma vez sendo controlada a resistência à compressão, a capacidade de</p><p>absorção às deformações e a aderência é possível obter também o controle de grande</p><p>parte das outras propriedades.</p><p>Segundo Coêlho (1998) a qualidade da argamassa é o fator preponderante</p><p>para que se alcance um bom indicador de resistência estrutural. Esta qualidade</p><p>influencia para que a estrutura seja estanque nas juntas dos blocos e também para</p><p>que seja assegurada a aderência dos elementos que são usados. O mesmo autor</p><p>ainda define que para se ter uma boa argamassa a mesma deve apresentar tais</p><p>características:</p><p>a) deslizar facilmente sobre os blocos quando é lançada através da colher de</p><p>pedreiro;</p><p>b) permanecer plástica;</p><p>c) assegurar boa aderência;</p><p>d) apresentar boa resistência à compressão;</p><p>e) manter sua durabilidade.</p><p>Portanto, as propriedades específicas que caracterizam o bom desempenho de</p><p>uma argamassa são trabalhabilidade, retenção de água, aderência, resistência à</p><p>compressão, estabilidade volumétrica ou retração e a capacidade de absorver</p><p>deformações.</p><p>2.3.1.1 Trabalhabilidade</p><p>A trabalhabilidade é a propriedade que os grãos de um agregado possuem de</p><p>rolar uns sobre os outros, correlacionando-se com atrito interno, coesão e viscosidade.</p><p>A mesma é medida a partir da consistência, outra propriedade da argamassa que faz</p><p>com que ela suporte deformações.</p><p>29</p><p>A trabalhabilidade apresenta-se também, como a propriedade da argamassa</p><p>no estado fresco, detentora do poder de influenciar nos processos de assentamento</p><p>de blocos em alvenaria. A partir dela é transmitido o quão fácil ou difícil pode ser a</p><p>aplicação da argamassa em blocos ou tijolos, se existe bom espalhamento do material</p><p>sobre a superfície a ser aplicada ou não. Além de também estar diretamente ligada a</p><p>características como consistência e plasticidade, propriedades estas que estão</p><p>relacionadas às deformações (SABBATINI, 1986).</p><p>Podemos definir consistência como a propriedade pela qual a argamassa se</p><p>predispõe a suportar deformações que lhe são impostas. Já plasticidade, é a</p><p>propriedade que possibilita a argamassa sofrer deformações sem que haja rupturas</p><p>sob a ação de forças superiores às que promovem a sua, mantendo a deformação</p><p>após a retirada do esforço (RILEM, 1982).</p><p>Acrescido por Bauer (2005), a trabalhabilidade é uma característica essencial</p><p>das argamassas, devido sua obrigatoriedade para o uso da argamassa ser</p><p>apropriadamente executado. A trabalhabilidade transmite, em termos práticos, a</p><p>facilidade operacional durante os processos de manuseio e aplicação das</p><p>argamassas.</p><p>De modo geral, a ausência de trabalhabilidade faz com que a argamassa tenha</p><p>aspecto rugoso, muito seco ou muito fluido, com segregação e exsudação demasiada,</p><p>o que resulta em certa dificuldade de espalhamento do material sobre a base de</p><p>aplicação, comumente, chamado de ausência de adesão inicial, e em certas</p><p>complicações no início das atividades de acabamento (aderindo muito rápido ou muito</p><p>lento) (BAUER, 2005).</p><p>Como fatores que geram influência na trabalhabilidade, temos o formato dos</p><p>grãos do agregado, a dosagem e natureza dos finos e a dosagem e natureza do</p><p>ligante, além da relação água/materiais secos.</p><p>Quando as areias são bem graduadas e têm o formato arredondado, é possível</p><p>melhorar a trabalhabilidade com inserção de cal, ar e água de amassamento. Deste</p><p>modo, a cal auxilia a plasticidade e eleva o poder de retenção da água; o ar inserido</p><p>atua como elemento lubrificante, porém diminui a resistividade mecânica (PEREIRA,</p><p>2005 apud LOURENÇO et al).</p><p>Conforme Bauer (2005), para as argamassas obterem um nível de</p><p>trabalhabilidade inalterado, a propriedade de reter água é de grande importância.</p><p>Sendo alcançado um estado de trabalhabilidade estável, a argamassa produzida</p><p>30</p><p>mantém-se com acessível aplicabilidade somente por determinado período de tempo</p><p>quando submetida a solicitações que causem a saída de água, seja esta por</p><p>evaporação, sucção do substrato ou reações de hidratação.</p><p>2.3.1.2 Retenção de água</p><p>A retenção de água é uma propriedade que necessita de mais de um fator para</p><p>ser verificada. A análise da retenção de água é submetida à sucção dos blocos, perda</p><p>de água por evaporação e pelo teor de cimento que a argamassa contém por conta</p><p>da hidratação dos grãos do mesmo. A retenção de água atinge diretamente a</p><p>trabalhabilidade da argamassa, podendo esta, se em grande escala, fazer com que a</p><p>pasta fique inutilizável em um curto período de tempo.</p><p>O tempo de endurecimento de uma argamassa está sujeito ao teor de cimento</p><p>que a mesma possuir em sua composição, uma vez que essa característica relaciona-</p><p>se com a reação de hidratação entre água e cimento. O tempo de endurecimento está</p><p>diretamente ligado à propriedade citada anteriormente: retenção de água. Esta por</p><p>sua vez, através da absorção garante o rápido endurecimento da argamassa, o que</p><p>traz características negativas aos procedimentos de assentamento e prumo das</p><p>futuras fiadas de blocos e tijolos.</p><p>Roman et al. (1999) afirmam que a partir da obtenção de uma mistura</p><p>homogeneizada de argamassa, garante-se uma melhoria quanto à dispersão do</p><p>cimento na pasta, o que facilita o contato com a água e, consequentemente,</p><p>proporciona celeridade ao processo e endurecimento.</p><p>2.3.1.3 Aderência</p><p>A aderência é outra propriedade importante à composição da argamassa, a</p><p>mesma define-se como sendo a área de superfície em que o bloco é sujeito ao contato</p><p>com a argamassa, juntamente com a capacidade de conjunto que a pasta possui.</p><p>Roman et al. (1999) ressaltam ainda que a aderência entre argamassa e bloco é</p><p>resultante da forma associativa do grau de contato entre os dois e da adesão da pasta</p><p>de cimento à superfície do bloco. Conforme os mesmos autores, pode-se também</p><p>acrescentar que a aderência não é, portanto, uma propriedade restrita da argamassa,</p><p>todavia, sendo dependente dos aspectos das unidades de alvenaria. Roman et al.</p><p>31</p><p>(1999, p. 27) descrevem a aderência como: “A resistência de aderência é a</p><p>capacidade que a interface bloco-argamassa possui de absorver tensões tangenciais</p><p>(cisalhamento) e normais (tração) a ela, sem romper-se.”</p><p>2.3.1.4 Resistência à compressão</p><p>A resistência à compressão nada mais é que uma característica que apresenta</p><p>o quanto a argamassa suporta aos esforços aplicados pela estrutura. Todavia, assim</p><p>como a aderência, essa particularidade não é restrita somente às argamassas. A</p><p>resistência à compressão é dependente também das unidades de alvenaria que na</p><p>estrutura são executadas, da mesma proporção que suas características</p><p>dimensionais.</p><p>Segundo Carasek (2007), a resistência à compressão corresponde à</p><p>propriedade dos revestimentos de apresentar</p><p>condição de estabilização interna capaz</p><p>de sofrer esforços mecânicos dos mais variados aspectos sendo refletidos, de modo</p><p>geral, por tensões concomitantes de tração, cisalhamento e compressão.</p><p>Conforme Sabbatini (1986), a resistência à compressão eleva-se de forma</p><p>contínua com o passar do tempo. As argamassas compostas somente de cal e areia</p><p>desenvolvem pequenas resistências de modo lento, tendo assim seu valor</p><p>influenciável pela umidade e absorção de dióxido de carbono; já as argamassas de</p><p>cimento são menos dependentes das variáveis ambientais para alcançar a resistência</p><p>devida.</p><p>No que diz respeito a alvenarias, as mesmas estão submetidas a deformações</p><p>por retração de origem térmica ou de secagem e de movimentos estruturais, e quanto</p><p>menor a rigidez maior a capacidade de acomodar tensões. Essa capacidade de</p><p>absorção de deformações é inversamente proporcional ao valor de seu módulo de</p><p>deformação e de resistência à compressão (OLIVEIRA; AGOPYAN, 1992).</p><p>2.3.1.5 Estabilidade volumétrica ou retração</p><p>O endurecimento da argamassa é seguido pela redução de volume em função</p><p>da evaporação e hidratação dos constituintes da pasta de cimento. Mesmo depois de</p><p>seca é possível notar oscilações em suas dimensões em função da umidade relativa</p><p>do ambiente, fenômeno também chamado de retração (FIORITO, 1994).</p><p>32</p><p>Santos (2008) salienta que a retração é decorrente da saída rápida e destacada</p><p>da água de amassadura e pelas reações na hidratação dos aglomerantes, o que</p><p>ocasiona rupturas no revestimento; as argamassas ricas em cimento são mais sujeitas</p><p>à fissuração por secagem.</p><p>Carasek (2007) afirma que a retração representa um papel essencial no</p><p>desempenho das argamassas aplicadas, especialmente quanto à estanqueidade e à</p><p>durabilidade. A retração é resultante de um mecanismo complexo, afiliado com a</p><p>variação de volume da pasta aglomerante.</p><p>Para Pereira (2005) os fatores influenciadores da retração são:</p><p>• Presença de cloretos e álcalis e finura do cimento: quanto mais fino o cimento</p><p>e maior for a existência de cloretos e álcalis, maior será a retração;</p><p>• Consumo de cimento: quanto maior o consumo de cimento, maior será a</p><p>retração;</p><p>• Natureza do agregado: quanto menor for o módulo de deformação do</p><p>agregado, maior é a vulnerabilidade à retração;</p><p>• Granulometria dos agregados: quanto maior a finura dos agregados, maior</p><p>será a quantidade precisa de pasta de cimento para recobri-los, em</p><p>consequência disso, maior será a retração;</p><p>• Relação água cimento: quanto maior for esta relação, maior será a retração</p><p>de secagem;</p><p>• Condições de cura: se o processo de evaporação da água for iniciado antes</p><p>de começar as primeiras ligações entre os cristais desenvolvidos com a</p><p>hidratação, a retração poderá ser ressaltada.</p><p>2.3.1.6 Capacidade de absorver deformações</p><p>A capacidade de absorção de deformações, também chamada ou comparada</p><p>à resiliência, é a habilidade que a argamassa possui de absorver tensões, sem se</p><p>deformar abundantemente, não causando ruptura ou fissuras prejudiciais e voltando</p><p>ao seu estágio de origem ao término das solicitações (SABBATINI, 1986).</p><p>33</p><p>A capacidade de absorver deformações é sujeita, segundo Santos (2008):</p><p>• ao módulo de deformação da argamassa - quanto menor for o módulo de</p><p>deformação (menor teor de cimento), maior a capacidade de absorção de</p><p>deformações;</p><p>• à espessura das camadas - espessuras maiores auxiliam para melhorar essa</p><p>propriedade; sendo tomados cuidados para não ocasionar espessuras muito</p><p>elevadas que poderão prejudicar a aderência;</p><p>• das juntas de trabalho do revestimento - as juntas fazem a demarcação dos</p><p>panos com dimensões menores, adaptáveis com as deformações.</p><p>• da técnica de execução - a compressão logo depois da aplicação da</p><p>argamassa e a compressão durante o acabamento superficial, iniciado no</p><p>momento correto, auxiliam para o não surgimento de fissuras.</p><p>2.4 Argamassa Convencional</p><p>Mesmo após muitos anos o homem ainda não descobriu nenhum outro ligante</p><p>para a construção civil que fosse tão eficiente quanto a cal e seus derivados (cal</p><p>hidráulica e cimento Portland), o gesso, as pozolanas e o betume (GUIMARÃES,</p><p>2002). Ainda segundo Guimarães (2002), compreende-se por argamassa</p><p>(convencional) a mistura dos aglomerantes inorgânicos (cal, cimento), agregados</p><p>(areia natural ou artificial), água e, ocasionalmente, aditivos, visando obter a</p><p>homogeneização e integração desses compostos. Diante dessas combinações temos</p><p>as argamassas à base de cimento (simples), à base de cal (simples) e a base de</p><p>cimento e cal (mista).</p><p>A NBR 13529/1995 define como argamassa preparada in loco ou convencional</p><p>aquela que tem a medição e o preparo do material no canteiro de obras, com sua</p><p>medição realizada em volume ou massa, contendo um ou mais aglomerantes. O</p><p>processo de produção de argamassa preparada na obra é postergado a um segundo</p><p>plano na maior parte das construções que usam esse tipo de argamassa, isso,</p><p>geralmente, deve-se à falta de conhecimento de uma prática racionalizada de traço,</p><p>sendo expressiva a variação do consumo de cimento (AGUIAR, 2004 apud BARROS</p><p>et al, 1989).</p><p>A grande utilização da argamassa convencional se dá pela praticidade de uso</p><p>e produção, justamente por isso é que a mesma pode ser considerada como uma das</p><p>34</p><p>mais utilizadas. Todavia, as propriedades mecânicas das argamassas convencionais</p><p>podem sofrer variação conforme a quantidade de água e a qualidade da areia</p><p>empregada em sua composição durante o momento de produção.</p><p>Essa variação ocasiona alteração de traço do material, por isso é que sua</p><p>produção carece quando se trata de controle tecnológico, fazendo com que sua</p><p>qualidade seja inferior quando comparada a outros tipos de argamassas. Para que a</p><p>argamassa convencional atenda aos requisitos da norma técnica, deve-se ter cautela</p><p>na hora de produção.</p><p>2.4.1 Local de preparo</p><p>O local onde ocorre a mistura da argamassa tem influência direta no fluxo de</p><p>materiais e de pessoas, além da velocidade da produção em diferentes níveis de</p><p>controle de qualidade da argamassa e em perdas quantitativas de materiais. Para o</p><p>caso das argamassas preparadas na obra a mistura pode acontecer em diferentes</p><p>locais o que dificulta o controle de qualidade e facilita a perda na produção e o</p><p>transporte de materiais, transporte este que não agrega nenhum valor ao processo</p><p>construtivo, uma vez que qualquer contratempo já prejudica a fluidez dos serviços</p><p>posteriores.</p><p>2.4.2 Componentes da Argamassa Convencional</p><p>2.4.2.1 Cimento</p><p>Sendo responsável pela ligação das partículas soltas da massa, e pelas</p><p>propriedades mecânicas, o cimento é um dos possíveis aglomerantes utilizados para</p><p>fabricação de argamassas. Conforme Maccari (2010) é preciso que haja uma data</p><p>recente de fabricação e que as qualidades do cimento estejam bem descritas na</p><p>embalagem.</p><p>O cimento Portland é usado há décadas no Brasil. As primeiras tentativas de</p><p>produção surgiram em meados de 1880 por Antônio Proost Rodovalho. Desde então</p><p>sua utilização é comum e acessível. O cimento Portland é um material relativamente</p><p>barato e pode ser encontrado em alguns tipos, como mencionado Na Figura 1. Cada</p><p>35</p><p>tipo de cimento apresenta diferentes características físico-químicas e de composição,</p><p>em conformidade com a NBR 16.697 (ABNT, 2018).</p><p>Figura 1– Tipos de cimento</p><p>Fonte: Petcivil, Engenheironocanteiro (2015).</p><p>O cimento é utilizado tanto em argamassas quanto no concreto. Como</p><p>comentam Helene e Andrade (2007), a mistura de cimento com água forma uma pasta</p><p>mais ou menos maleável. Esta pasta de textura enatada envolve as partículas de</p><p>agregados, e inicialmente apresenta um estado em que pode ser moldada nas mais</p><p>diversas formas geométricas. Posteriormente, ao passar do tempo, a mistura</p><p>endurece pela reação irreversível da água com o cimento, fazendo</p><p>com que a peça</p><p>tenha uma excelente resistência mecânica.</p><p>2.4.2.2 Água</p><p>Conforme o Manual de revestimentos da ABCP (2002), a água é responsável</p><p>por garantir que a mistura fique contínua, sendo o constituinte que possibilita que as</p><p>reações ocorram aos demais integrantes.</p><p>A água deve ser acrescentada até que seja alcançada a trabalhabilidade</p><p>desejada, seja ela manuseada para produção da argamassa no canteiro de obra por</p><p>TIPOS MAIS COMUNS DE CIMENTO</p><p>PORTLAND</p><p>TIPO DE CIMENTO</p><p>PORTLAND CÓDIGO</p><p>CP II-E, CP II-Z-25,</p><p>COMUM</p><p>COMPOSTO</p><p>ALTO-FORNO</p><p>POZOLÔNICO</p><p>CP II-E-25, CP II-E-32,</p><p>CP II-Z-32 , CP II-Z-40,</p><p>CP II-F-25, CP II-F-32,</p><p>CP II-F-40</p><p>CP I-S-40</p><p>CP I-S-25, CP I-S-32,</p><p>CP I-25, CP II-32, CP I-40,</p><p>CP III-25, CP III-32, CP III-40</p><p>CP IV-25, CP IV-32</p><p>https://petcivilufjf.files.wordpress.com/2015/10/tipos-comun-cimento-portland-cc3b3pia.jpg</p><p>https://petcivilufjf.files.wordpress.com/2015/10/tipos-comun-cimento-portland-cc3b3pia.jpg</p><p>36</p><p>um pedreiro ou na produção industrial, pois é a mesma que garante a consistência</p><p>almejada às argamassas no geral, todavia, sendo obedecidos os traços pré-</p><p>estabelecidos. Para que a água atue devidamente, é necessário que seja apresentada</p><p>em forma limpa, sem excesso de sais solúveis ou agentes contaminantes.</p><p>Em geral, utiliza-se a água para o amassamento do concreto e é imprescindível</p><p>que seja seguida a quantidade determinada para cada traço, obedecendo à</p><p>necessidade da consistência requisitada pela obra, conforme cada caso, e por a água</p><p>ser um componente essencial, se acrescentado fora do padrão estabelecido</p><p>ocasionará erro no traço que será aplicado.</p><p>2.4.2.3 Agregados</p><p>Os agregados são materiais minerais granulados que possuem dimensões</p><p>aleatórias, ou seja, de volume indefinido, e apresentam características químicas</p><p>praticamente nulas. São materiais de custo relativamente baixo e são de grande valia</p><p>para a construção civil. A NBR 7.211 (ABNT, 2009) categoriza os tipos de agregados</p><p>em dois principais:</p><p> Agregado miúdo: material cujos grãos passam pela peneira de malha 4,75</p><p>mm, como exemplo temos a areia e o pó de pedra.</p><p> Agregado graúdo: material cujos grãos passam pela peneira de malha 75</p><p>mm, em que a brita e o seixo rolado são exemplos desse tipo de agregado.</p><p>Segundo a NBR 9.935 (ABNT, 2011), a areia pode apresentar-se como</p><p>agregado miúdo originado através de processos naturais ou artificiais do</p><p>desfacelamento de rochas, ou mesmo decorrente de procedimentos industriais. “É</p><p>denominada areia natural se resultante da ação de agentes da natureza e areia</p><p>artificial quando proveniente de processos de reciclagem da areia de britagem, obtida</p><p>através da fragmentação mecânica de rochas, de acordo com normas específicas”</p><p>(ABNT, 2011, p. 3).</p><p>A areia é um dos materiais que tem maior utilização para a produção de</p><p>argamassas. No entanto, para serem utilizadas em obras as areias devem ser limpas</p><p>e isentas de quaisquer tipos de impurezas. Podem ser extraídas do fundo de rios e de</p><p>jazidas de areias. O armazenamento em campo deve ser realizado de modo a não</p><p>37</p><p>alterar suas características, protegendo-as da chuva, sujeiras ou da mistura com</p><p>outros agregados que podem existir em campo.</p><p>Existem muitas variedades de areias para produção de argamassas. Tais</p><p>diferenças, como granulometria, características geométricas e rugosidade de grãos,</p><p>interferem na proporcionalidade devida dos materiais, que se refletem positiva ou</p><p>negativamente nas propriedades das argamassas (TRISTÃO, 2005).</p><p>2.4.2.4 Cal hidratada</p><p>A cal hidratada é definida pela sigla S e torna-se diferente da cal viva por ser o</p><p>resultado da extinção das cais vivas, isto é, por reagir com a água. São produzidas</p><p>sob a forma de pó seco, de pasta, ou de calda (leite de cal). É costumeiro o uso da</p><p>cal hidratada para aumentar a plasticidade da argamassa. Esse fator eleva sua</p><p>trabalhabilidade, o que aumenta significativamente a produtividade da mesma onde</p><p>for aplicada, predominantemente nos processos de revestimentos.</p><p>Para os autores Paiva, Gomes e Oliveira (2007), a utilização da cal hidratada</p><p>nas argamassas de assentamento e revestimento resulta em aspectos vantajosos do</p><p>ponto de vista econômico, ambiental e da melhoria da qualidade de desempenho.</p><p>Dentre suas principais características é válido ressaltar seu funcionamento como</p><p>aglomerante, sua trabalhabilidade, a resistência à penetração de água e a capacidade</p><p>de retenção de água, além das questões da resistência à compressão.</p><p>2.4.2.5 Aditivos</p><p>De acordo com o professor Freitas (2013), os aditivos são produtos usados na</p><p>produção de argamassas e concretos de cimento, e têm finalidade de modificar certas</p><p>propriedades dos concretos de cimento no estado fresco ou endurecido. O autor ainda</p><p>apresenta dados informativos de que em países desenvolvidos, cerca de 70 a 80%</p><p>dos concretos utilizados possuem algum tipo de aditivo na composição. Os aditivos</p><p>podem ser considerados o quarto componente do concreto (cimento, agregados, água</p><p>e aditivos).</p><p>O uso de aditivos em argamassas ou concretos faz com que seja possível se</p><p>modificar características da massa para determinada finalidade. Os aditivos</p><p>plastificantes são um exemplo disso, uma vez que a utilização dos mesmos é bastante</p><p>38</p><p>comum nas argamassas para torná-las mais trabalháveis. Todavia, essa alteração de</p><p>característica física não resulta na alteração do traço, o que faz com haja ganho de</p><p>produtividade sem perder a qualidade do material.</p><p>2.5 Argamassa Polimérica</p><p>2.5.1 História</p><p>De acordo com a EngArch (2013) a formulação pioneira de uma argamassa</p><p>polimérica que se tem notícia foi publicada em uma revista norte-americana em 1981</p><p>e a tecnologia básica criada na formulação química já existia desde a década de 1970.</p><p>No Brasil, contudo, é uma categoria de produto que teve pouca difusão até</p><p>2011, quando uma argamassa polimérica com marca denominada Massa DunDun foi</p><p>lançada na FEICON-BATIMAT, uma das principais feiras do mercado de construção</p><p>civil no país que acontece em São Paulo todos os anos, o que causou uma forte</p><p>repercussão na mídia nacional.</p><p>2.5.2 Características Gerais</p><p>Segundo a CBIC (2011), a argamassa polimérica desenvolveu sua fórmula</p><p>contendo como maior diferencial a não utilização de cimento em sua composição,</p><p>sendo empregados polímeros, nanotecnologia e agregados minerais originados de</p><p>rochas calcárias. Conforme as fichas técnicas dos fabricantes Carbonos do Brasil</p><p>Ltda. e FCC a composição das argamassas poliméricas podem variar,</p><p>significativamente, dependendo do fabricante, mas permanece a fórmula geral</p><p>composta por resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos, os quais são capazes de</p><p>garantir consistência e estabilidade.</p><p>Uma das principais características da argamassa polimérica é que</p><p>diferentemente das argamassas tradicionais comercializadas em pó, a argamassa</p><p>polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para o uso, sendo oferecida</p><p>em bisnagas plásticas, ou então em recipientes maiores para alimentação manual das</p><p>bisnagas, e, assim, realizada a aplicação direta sobre a alvenaria, além de não se</p><p>fazer necessária a adição de água ou aditivos para que a aplicação seja executada.</p><p>39</p><p>De acordo com Cincotto (1989), as patologias mais comuns que os</p><p>revestimentos argamassados estão sujeitos têm como causas principais as</p><p>hidratações retardadas da cal, o excesso ou insuficiência de aglomerantes ou dos</p><p>outros componentes da argamassa. Como a argamassa pronta já vem com o traço</p><p>dosado em fábrica, não há margem para erro nesse processo.</p><p>O produto pode ser aplicado em variados tipos de bloco ou tijolo, blocos de</p><p>concreto, cerâmico, ou solo-cimento, desde que os mesmos sejam uniformes,</p><p>pareáveis e sem irregularidades. Para sua aplicação pode ser utilizada a bisnaga</p><p>fornecida por alguns fabricantes (Figura 2) ou uma pistola própria para este fim</p><p>vendida em</p><p>lojas de materiais de construção. A aplicação do produto deve ser</p><p>realizada em dois cordões de argamassa com 10 mm de diâmetro em média cada,</p><p>sobre a fiada inferior de tijolos. No encontro com pilares a argamassa pode ser usada</p><p>como elemento de ligação, indicações todas essas viabilizadas pelos fabricantes.</p><p>Figura 2– Método de aplicação da argamassa polimérica</p><p>Fonte: Engenharia Compartilhada (2017).</p><p>Mesmo apresentando muitos benefícios, a argamassa polimérica constitui-se</p><p>como um produto relativamente novo no mercado, e por isso não possui grande</p><p>número de bibliografia específica, trabalhos ou artigos, excetuados os disponibilizados</p><p>pelos próprios fabricantes. No entanto, a garantia do produto já foi verificada, pois</p><p>segundo dados do Instituto Falcão Bauer (2011), foram realizados testes com a</p><p>argamassa polimérica em que foi constatado que a alvenaria de vedação assentada</p><p>com massa pronta da FCC atendeu aos parâmetros da NBR 15575-4/08 com relação</p><p>aos ensaios de impacto de corpo mole, estanqueidade, cargas suspensas e impacto</p><p>40</p><p>de corpo duro, bem como não influenciou diretamente na resistência à compressão</p><p>das paredes.</p><p>FCC (2013) também relata que as propriedades obtidas na composição do</p><p>produto garantem: acomodação das tensões, resistência à infiltração de umidade, ao</p><p>fogo, a esforços transversais à alvenaria, bem como isolamento acústico e satisfatória</p><p>acomodação das deformações e dilatações estruturais. Propriedades estas, que</p><p>propiciam confiança àqueles que desconhecem o produto e temem quanto aos</p><p>padrões de segurança decorrentes da utilização do mesmo.</p><p>Entretanto, o preconceito pela inovação e a gama de tradicionalismo referente</p><p>ao uso do cimento é um fator relevante a ser confrontado. Dentre os principais</p><p>impeditivos para a popularização do produto no mercado está a cultura construtiva do</p><p>brasileiro de resistir a mudanças, que é visto como uma barreira para a expansão de</p><p>novas técnicas no país.</p><p>O problema também quando se trata da argamassa polimérica é sua</p><p>acessibilidade, pois as grandes empresas fabricantes encontram-se no sul do Brasil,</p><p>o que gera dificuldades para obtenção da mesma, devido ao tempo de espera que</p><p>pode ser agravado por eventualidades devido à distância, problemas no transporte e</p><p>intempéries. No entanto, recentemente, já se pode encontrar esse tipo de argamassa</p><p>na região nordeste, em empresas patenteadas (Massa Já, BioMassa, Smartop e etc).</p><p>Segundo dados da CBIC (2011), sua comercialização no sul do país, nos</p><p>estados de RS, SP, MG e RJ já renderam as execuções no ano de 2011 de mais 100</p><p>obras com o produto, incluindo um shopping Center em Minas Gerais, um hotel no Rio</p><p>Grande do Sul, obras em duas petroquímicas e dezenas de edifícios residenciais e</p><p>comerciais, com diversos prédios de mais de 10 pavimentos.</p><p>2.5.3 Logística de Distribuição de Argamassa Polimérica no Canteiro</p><p>Segundo Vieira (2006) a logística é o processo de planejar, coordenar,</p><p>implementar e controlar, de forma eficiente e econômica, o fluxo de materiais, serviços</p><p>e mão de obra, além da armazenagem e do fluxo de informações correspondentes a</p><p>todo o sistema, da origem ao destino final, objetivando o atendimento às necessidades</p><p>dos clientes intermediários e finais da cadeia de suprimentos com o mesmo grau de</p><p>interesse. Também é relatado pelo autor que o nível de serviço logístico nada mais é</p><p>41</p><p>que a qualidade com que um fluxo de materiais e serviços é administrado para o</p><p>atendimento às necessidades dos clientes aos menores custos possíveis.</p><p>Diante dessas definições, temos que a relação da argamassa polimérica até</p><p>seu local de aplicação tem vantagens logísticas significativas frente à argamassa</p><p>convencional. Com a argamassa não cimentícia, para ser feita a armazenagem do</p><p>material não é necessário muito espaço, já que na maioria dos casos, o produto é</p><p>comprado em bisnagas, contendo no interior das mesmas, apenas 3 kg, quantidade</p><p>usualmente inserida na bisnaga pelos fabricantes.</p><p>O transporte até o local de aplicação não demanda muito tempo, uma vez que</p><p>por o produto se apresentar em embalagem compacta, não pesa tanto, o que facilita</p><p>o deslocamento e garante que uma maior quantidade de argamassa chegue de uma</p><p>só vez ao local de aplicação. Além do tempo de transporte ser reduzido com o uso da</p><p>argamassa pronta, tem-se também a questão da não necessidade de espera pela</p><p>produção do traço, o que amplia significativamente a produtividade dos pedreiros por</p><p>terem sempre argamassa disponível e na consistência ideal.</p><p>Então, desse modo, podemos concluir que a logística que cerca a produção de</p><p>argamassas é um fator que influi diretamente para a produção e para o rendimento</p><p>das alvenarias de blocos de vedação. A Figura 3, de forma esquemática, demonstra</p><p>os passos que são necessários para a chegada da argamassa até o pedreiro, desde</p><p>a chegada dos materiais na obra.</p><p>42</p><p>Figura 3 – Diagrama de processo dos dois tipos de argamassa</p><p>Fonte: Autor (2019).</p><p>A partir da Figura 3 é possível constatar que a argamassa fabricada in loco</p><p>(convencional) contém um maior número de verificações a serem realizadas em sua</p><p>produção, no recebimento e estocagem de seus materiais, por ser composta de um</p><p>maior número de matérias-primas constituintes a serem dosadas frente à argamassa</p><p>polimérica.</p><p>Consequentemente, o tempo para o preparo, o espaço físico necessário e a</p><p>quantidade de mão de obra envolvida são bem maiores, sem contar com a demanda</p><p>logística para adquirir e manter o controle de todos seus materiais constituintes. Fica</p><p>evidente que a opção por adquirir a argamassa pronta para uso é bem mais adequada</p><p>mediante aos conceitos de racionalização e logística. Além de ser notório que o tempo</p><p>gasto pela argamassa convencional com deslocamentos é bem maior, e tempo</p><p>considerável gasto com deslocamento se constitui como tempo perdido, sendo um</p><p>Cimento Cal</p><p>Baia Baia</p><p>Pavimento/ local a ser aplicado</p><p>Aplicação</p><p>ARGAMASSA CONVENCIONAL</p><p>ARGAMASSA POLIMÉRICA</p><p>Argamassa</p><p>Estoque</p><p>Transporte até o local de utilização</p><p>Pavimento/ local a ser aplicado</p><p>Betoneira</p><p>Transporte até o local de utilização</p><p>Baia</p><p>Areia</p><p>Aplicação</p><p>43</p><p>serviço que não agrega nenhum valor, então quanto menos ele for integrante do</p><p>processo, melhor será a logística do serviço e a produção efetiva dos profissionais.</p><p>2.5.4 Conceitos acerca de Produtividade</p><p>Produtividade nada mais é que a relação entre o que se obtém de útil de um</p><p>processo produtivo e a utilização dos fatores de produção, ou seja, o valor do produto</p><p>por unidade de fator produtivo, em outras palavras o fator trabalho (GOMES, 2009).</p><p>É considerado por Kellogg (1981) apud Souza (2006) que produtividade liga-se</p><p>à construção civil mediante a relação entre o produto que é gerado por cada homem</p><p>em um período de uma hora. Esta definição pode ser utilizada de uma forma mais</p><p>geral como a relação entre as saídas e as entradas de um processo produtivo.</p><p>Relação esta que caracteriza também, conforme Thomas et al. (1989b) o conceito de</p><p>medição de produtividade.</p><p>Segundo é apresentado na Figura 4, relacionando-se à construção civil, essas</p><p>entradas indicadas pelas setas são os materiais, os equipamentos e a mão de obra,</p><p>onde após o processo produtivo transformam-se em saídas, originando, assim, o</p><p>produto final da construção, a obra (SOUZA, 2006).</p><p>Figura 4 – Processo de transformação na construção civil</p><p>Fonte: CARRARO (1998).</p><p>A partir da Figura 3, acrescidas algumas modificações, pode-se apresentar uma</p><p>nova situação que melhor caracteriza a realidade de trabalho a partir do uso da</p><p>argamassa polimérica. A Figura 5 demonstra a integração necessária para a obtenção</p><p>do serviço de elevação de alvenaria de vedação.</p><p>https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiV9L2drbLiAhV_D7kGHU05DIMQjRx6BAgBEAQ&url=http://www.deecc.ufc.br/Download/Projeto_de_Graduacao/2010/Mateus_Herculano_Produtividade</p>

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