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<p>1</p><p>AGENTES QUÍMICOS</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-</p><p>sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação</p><p>e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-</p><p>cendo serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-</p><p>pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação</p><p>contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos</p><p>e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-</p><p>vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>3</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA ............................................................................... 2</p><p>AGENTES QUÍMICOS ......................................................................... 5</p><p>Classificação Física dos Agentes Químicos ...................................... 6</p><p>Particulado Sólido: Poeiras, Fumos e Fibras ................................. 7</p><p>Particulado Líquido: Névoas e Neblinas ........................................ 7</p><p>EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS .......................................................... 8</p><p>ALGUNS CONCEITOS....................................................................... 14</p><p>Aerodispersoides ............................................................................ 16</p><p>CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS</p><p>RELACIONADAS ............................................................................................ 16</p><p>VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO ORGANISMO</p><p>........................................................................................................................ 18</p><p>DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS ................ 19</p><p>Pneumoconioses ............................................................................ 19</p><p>Algumas Pneumoconioses .......................................................... 21</p><p>Asbestose ....................................................................................... 22</p><p>Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) ...................... 23</p><p>Prevenção da Pneumoconiose .................................................... 24</p><p>Asma ocupacional ........................................................................... 26</p><p>Saturnismo ...................................................................................... 26</p><p>Hidrargirismo .................................................................................. 28</p><p>DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO ..................... 30</p><p>DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES</p><p>ORGÂNICOS .................................................................................................. 31</p><p>Benzenismo .................................................................................... 32</p><p>Dermatite ........................................................................................ 33</p><p>Dermatite de contato por irritantes .................................................. 33</p><p>4</p><p>Dermatites alérgicas de contato (DAC) ........................................... 35</p><p>Ulcerações ...................................................................................... 36</p><p>CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL ............................................... 38</p><p>PREVENÇÃO DAS DERMATITES ..................................................... 38</p><p>Prevenção primária: promoção da saúde ........................................ 38</p><p>Prevenção secundária .................................................................... 39</p><p>Prevenção terciária ......................................................................... 39</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................. 40</p><p>5</p><p>AGENTES QUÍMICOS</p><p>São considerados agentes químicos as substâncias, compostos que pos-</p><p>sam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,</p><p>névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de ex-</p><p>posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele</p><p>ou por ingestão.</p><p>Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo</p><p>humano, causando problemas de saúde, são: gases, vapores e névoas: aero-</p><p>dispersóides (poeiras e fumos metálicos).</p><p>No ambiente industrial além de termos a possibilidade da presença dos</p><p>agentes físicos, podem existir também os agentes químicos. Na visão da higiene</p><p>ocupacional eles são substâncias, elementos, compostos ou resíduos químicos</p><p>que, durante sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte com capa-</p><p>cidade de ação tóxica sobre o organismo ou que venha a contaminar o ar do</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>A legislação brasileira apresenta uma definição para os agentes químicos:</p><p>a NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (1978b) considera-os</p><p>como</p><p>[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no</p><p>organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,</p><p>neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade da ex-</p><p>posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através</p><p>da pele ou ingestão. (BRASIL/NR 09, 1978b).</p><p>No mundo, são produzidos aproximadamente 70 mil produtos químicos,</p><p>alguns deles são padronizados e usados na fabricação de uma vasta gama de</p><p>produtos. Devido à inúmera quantidade de substâncias existentes nas indústrias</p><p>que podem apresentar algum efeito tóxico, os procedimentos e critérios para</p><p>análise e avaliação dos agentes químicos podem variar de acordo com a sua</p><p>classificação, funções orgânicas ou inorgânicas e, até mesmo, métodos diferen-</p><p>ciados para produtos específicos.</p><p>Esta grande variabilidade resulta em uma dificuldade maior para o reco-</p><p>nhecimento dos mesmos em comparação ao que é feito para os agentes físicos.</p><p>Isso ocorre, pois, cada produto tem suas próprias características químicas como,</p><p>6</p><p>por exemplo, solubilidade (na água ou ar), pH (indicação de acidez), concentra-</p><p>ção, propriedades de alerta (com ou sem odor, por exemplo), estado físico, vo-</p><p>latilidade, reatividade e níveis de toxicidade, podendo este agir de modo diferen-</p><p>ciado em diversos órgãos do organismo, variando de acordo com via de pene-</p><p>tração (respiratória, pele ou ingestão) e o tempo de exposição a que o trabalha-</p><p>dor está submetido ao agente. Além do fato de que a avaliação de um agente</p><p>químico pode ser prejudicada pelas condições do clima como, por exemplo, um</p><p>dia de chuva ou dias frios.</p><p>O ar próprio para a respiração no ambiente ocupacional deve estar livre</p><p>de substâncias agressivas ao organismo e ter quantidade de oxigênio (O2) apro-</p><p>priada. Uma atmosfera é considerada normal quando apresenta um teor aproxi-</p><p>mado de oxigênio de 20,9% em volume. Contudo, para fins de proteção da saúde</p><p>contra a deficiência de oxigênio nos ambientes de trabalho, normas brasileiras</p><p>recomendam um teor mínimo de 18% de oxigênio em volume e, nos Estados</p><p>Unidos, um percentual de 19,5% em volume.</p><p>Os agentes químicos são classificados de acordo com a sua estrutura</p><p>física, em outras palavras, por estado físico, como os aerodispersóides (particu-</p><p>lados na forma sólida ou líquida), gases e vapores. Cada um, também pode ser</p><p>dividido conforme o efeito causador de dano ao organismo humano. Eles são</p><p>capazes de produzir</p><p>http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a06.pdf</p><p>41</p><p>» https://www.marxists.org/archive/marx/works/download/pdf/condition-working-</p><p>class-england.pdf</p><p>FATMA, N.; JAIN, A. K.; RAHMAN, Q. Frequency of sister chromatid ex-</p><p>change and chromosomal aberrations in asbestos cement workers. British Jour-</p><p>nal of Industrial Medicine, v. 48, n. 2, p. 103-105, 1991. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 1 ago.</p><p>2016.» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1035328/</p><p>FÉRRIS i TORTAJADA, J. et al. Factores de riesgo para el neuroblas-</p><p>toma. Anales de Pediatría, Barcelona, v. 63, n. 1, p. 50-60, 2005. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.analesdepediatria.org/es/factores-riesgo-el-neuroblastoma/arti-</p><p>culo/13076768/</p><p>GOLDBERG, M. Este obscuro objeto da Epidemiologia. In: COSTA, D.</p><p>N. (Org.). Epidemiologia: teoria e objeto. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2002. p. 87-</p><p>136.</p><p>HERON, R. J. L. Worker education in the primary prevention of occupa-</p><p>tional dermatoses. Occupational Medicine, v. 47, n. 7, p. 407-410, 1997.</p><p>JI, J. I.; HEMMINKI, K. Socioeconomic/ occupational risk factors for lym-</p><p>phoproliferative diseases in Sweden. Annais of Epidemiology, Estados Unidos,</p><p>v. 16, n. 5, p. 370-376, maio 2006. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1047279705003133</p><p>KATO, M.; GARCIA, E. G.; WUNSCH FILHO, V. Exposições a agentes</p><p>químicos e a Saúde do Trabalhador. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional,</p><p>São Paulo, v. 32, n. 116, p. 6-10, 2007. Disponível em: . Acesso em: 1</p><p>ago. 2016.</p><p>https://www.marxists.org/archive/marx/works/download/pdf/condition-working-class-england.pdf</p><p>https://www.marxists.org/archive/marx/works/download/pdf/condition-working-class-england.pdf</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1035328/</p><p>http://www.analesdepediatria.org/es/factores-riesgo-el-neuroblastoma/articulo/13076768/</p><p>http://www.analesdepediatria.org/es/factores-riesgo-el-neuroblastoma/articulo/13076768/</p><p>http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1047279705003133</p><p>42</p><p>» http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-</p><p>76572007000200002</p><p>KRISHNADASAN, A. et al. Nested Case-Control Study of Occupational</p><p>Chemical Exposures and Prostate Cancer in Aerospace and Radiation Wor-</p><p>kers, American Journal of Industrial Medicine, v. 50, n. 5, p. 383-390, 2007. Dis-</p><p>ponível em: . Acessoem:1ago.2016.»http://onlinelibrary.wi-</p><p>ley.com/doi/10.1002/ajim.20458/full#references</p><p>LACAZ, F. A. C. O campo Saúde do Trabalhador: resgatando conheci-</p><p>mentos e práticas sobre as relações trabalho-saúde. Cadernos de Saúde Pú-</p><p>blica, Rio de Janeiro, v. 23, n. 4, p. 757-766, abr. 2007. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n4/02.pdf</p><p>MAO, Y. et al. Non-Hodgkin's lymphoma and occupational exposure to</p><p>chemicals in Canada. Annals of Oncology, Canadá, v. 11, supl., p. 69-73, 2000.</p><p>Disponível em: . Acesso em: 1</p><p>ago. 2016.</p><p>» https://doi.org/10.1093/annonc/11.suppl_1.S69</p><p>MARX, K. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Nova Cul-</p><p>tural, 1988. p. 21-27. v. 1.</p><p>MEDEIROS, M.; SOUZA, P. H. G. F; CASTRO, F. A. A estabilidade da</p><p>desigualdade de renda no Brasil, 2006 a 2012: estimativa com dados do imposto</p><p>de renda e pesquisas domiciliares. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.</p><p>20, n. 4, p. 971-986, 2015. Disponível em: . Acesso em: 1 ago.</p><p>2016.</p><p>» http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n4/pt_1413-8123-csc-20-04-00971.pdf</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572007000200002</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572007000200002</p><p>http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajim.20458/full#references</p><p>http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajim.20458/full#references</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n4/02.pdf</p><p>https://doi.org/10.1093/annonc/11.suppl_1.S69</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n4/pt_1413-8123-csc-20-04-00971.pdf</p><p>43</p><p>MOREIRA, J. C. et al. Avaliação Integrada do impacto do uso de agrotó-</p><p>xicos sobre a saúde humana em uma comunidade agrícola de nova Friburgo,</p><p>RJ. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 299-311, 2002. Dis-</p><p>ponível em: . Acesso em: 1 ago.</p><p>2016.» http://www.scielo.br/pdf/csc/v7n2/10249.pdf</p><p>NIEDHAMMER, I. et al. The contribution of occupational factors to social</p><p>inequalities in health: Findings from the national French Sumer survey. Social</p><p>Science & Medicine, Nova Iorque, v. 67, p. 1870-1881, 2008.</p><p>OGA, S.; CAMARGO, M. M. A.; BATISTUZZO, J. A. O. (Ed.). Fundamen-</p><p>tos de Toxicologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2008.</p><p>OLIVEIRA-SILVA, J. J. et al. Influência de fatores socioeconômicos na</p><p>contaminação por agrotóxicos, Brasil. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 35,</p><p>n. 2, p. 130-135, 2001. Disponível em: .</p><p>Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-</p><p>89102001000200005&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>PANT, N. et al. Correlation of phthalate exposures with semen qua-</p><p>lity. Toxicology and Apllied Pharmacology, Nova Iorque, v. 231, n. 1, p. 112-116,</p><p>2008. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0041008X08001610</p><p>PIVETTA, F. et al. Monitoramento biológico: conceitos e aplicações em</p><p>saúde pública. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 545-</p><p>554, maio/jun. 2001. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.scielo.br/pdf/csp/v17n3/4638.pdf</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csc/v7n2/10249.pdf</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102001000200005&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102001000200005&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0041008X08001610</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csp/v17n3/4638.pdf</p><p>44</p><p>PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO</p><p>(PNUD). 2010. Disponível em: .</p><p>Acesso em: 29 jun. 2016.</p><p>» http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2411</p><p>RIGOTTO, R. M.; AUGUSTO, L. G. S. Saúde e ambiente no Brasil: de-</p><p>senvolvimento, território e iniquidade social. Cadernos de Saúde Pública, Rio de</p><p>Janeiro, v. 23, supl., p. S475-S501, 2007. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-</p><p>311X2007001600002&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>SUADICANI, P.; HEIN, H. O.; GYNTELBERG, F. Do physical and che-</p><p>mical working conditions explain the association of social class with ischaemic</p><p>heart disease? Atherosclerosis, Amsterdam, v. 113, n. 1, p. 63-69, 1995. Dispo-</p><p>nível em: . Acesso em: 1</p><p>ago. 2016.</p><p>» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/articles/7755656/</p><p>UVA, A. S.; FARIA, M. Exposição profissional a substâncias químicas:</p><p>diagnóstico das situações de risco. Saúde Ocupacional, Rio de Janeiro, v. 18, n.</p><p>1, jan./jun. 2000.</p><p>http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=2411</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2007001600002&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2007001600002&script=sci_abstract&tlng=pt</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/articles/7755656/</p><p>desde uma sensação de desconforto ou incômodo até um</p><p>câncer</p><p>Classificação Física dos Agentes Químicos</p><p>A classificação de agentes químicos que mais estão presentes na higiene</p><p>ocupacional encontram-se em seu estado físico. O primeiro grupo de maior den-</p><p>sidade consiste no grupo de materiais particulados, denominados também de</p><p>aerodispersóides. Neste grupo em questão, os agentes contaminantes são pe-</p><p>quenas partículas em estado sólido ou partículas em estado líquido presentes</p><p>no ar.</p><p>7</p><p>Particulado Sólido: Poeiras, Fumos e Fibras</p><p>As poeiras são partículas sólidas formadas pela ruptura mecânica de um</p><p>sólido. Como exemplo de atividade onde há exposição a poeiras, podemos citar</p><p>o corte de pedras (como nas marmorarias), o corte de madeiras, etc.Diversas</p><p>são as doenças provocadas pela exposição a poeiras. Uma das mais conhecidas</p><p>é a silicose, provocada pela exposição a sílica cristalina, conforme te contamos</p><p>no último artigo.</p><p>Os fumos, por sua vez, são partículas sólidas formadas pela condensa-</p><p>ção/oxidação de vapores de substâncias sólidas a temperatura ambiente. As</p><p>operações mais comuns onde há a presença de fumos são as de soldagem e</p><p>fundição.</p><p>Entre os particulados sólidos, também podemos destacar as fibras. Se-</p><p>gundo a NHO-04, as fibras podem ser definidas como longos e finos filamentos</p><p>de um material. Entre os exemplos que encontramos em nossa atividade, des-</p><p>taca-se a do amianto.</p><p>Particulado Líquido: Névoas e Neblinas</p><p>A névoa é uma suspensão de partículas líquidas formadas pela ruptura</p><p>mecânica de líquidos. O exemplo mais comum de névoa é aquele formado nas</p><p>operações de pintura com pistola.</p><p>Já a neblina é a suspensão de partículas líquidas formadas pela conden-</p><p>sação do vapor de uma substância que é líquida na temperatura normal.</p><p>É muito comum a confusão de névoa e neblina com vapor. Mesmo que o</p><p>vapor acompanhe a névoa, são distintos. Isso será fundamental quando da se-</p><p>leção de filtros para os respiradores.</p><p>A classificação dos aerodispersoides pode ser:</p><p> Gases e Vapores</p><p>Além dos aerodispersoides (particulado sólido ou líquido), podemos ter</p><p>também contaminantes na fase gasosa. Se esse contaminante, em condições</p><p>normais, já estaria no estado gasoso, ele é considerado um gás. Contudo, se o</p><p>8</p><p>contaminante é um líquido em condições normais, sua fase gasosa será cha-</p><p>mada de vapor.</p><p>De acordo com suas propriedades químicas, os gases e vapores podem</p><p>ser classificados, resumidamente, como orgânicos, ácidos, alcalinos e inertes.</p><p>EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS</p><p>A relação entre as exposições ocupacionais e o aparecimento de doenças</p><p>já é conhecida há muito tempo.</p><p>Em 1556, Georg Bauer divulgou a primeira obra descrevendo a associa-</p><p>ção entre o trabalho de mineração e a manifestação de doença respiratória, cha-</p><p>mada de re metallica.</p><p>Já Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do</p><p>trabalho, publicou na Itália, em 1700, o livro 'De morbis artificum diatri-</p><p>ba' (as doenças dos trabalhadores), no qual descreve 54 doenças re-</p><p>lacionadas com o trabalho e introduz na anamnese clínica a pergunta:</p><p>'qual é a sua ocupação?' (BAGATIN; KITAMURA, 2005).</p><p>Em 1845, Friedrich Engels também denunciou as condições</p><p>dos trabalhadores em 'A situação da classe trabalhadora na Inglaterra'</p><p>(ENGELS, 1998). Desde então, diversos estudos foram realizados, evi-</p><p>denciando essa relação causal tão expressiva, e ainda hoje pouco va-</p><p>lorizada.</p><p>Essas obras começaram a discutir como a saúde (e as doenças) de um</p><p>indivíduo, ou de uma classe, podem estar diretamente relacionadas com a sua</p><p>atividade profissional, e, assim, plantaram a semente do que hoje se entende,</p><p>de forma mais ampla e complexa, como Saúde do Trabalhador (ST). Porém,</p><p>mesmo após tanto tempo de existência, a ST ainda precisa de mais atenção,</p><p>para que, de fato, essas relações sejam compreendidas.</p><p>Esta questão se configura como um problema de saúde coletiva, pois está</p><p>diretamente ligada com questões envolvendo a temática saúde-trabalho-ambi-</p><p>ente.</p><p>Uma vez que a maioria dos processos produtivos gera exposição a algum</p><p>tipo de substância química, seja como meio reacional ou produto de reação, os</p><p>trabalhadores estão direta ou indiretamente expostos a líquidos, gases, vapores</p><p>9</p><p>ou aerodispersoides, durante parte ou toda jornada de trabalho. Devido à plura-</p><p>lidade de vias e formas de exposição, o indivíduo sempre estará em risco em um</p><p>ambiente de trabalho, fato este com influência em seu estado de saúde, podendo</p><p>gerar um quadro de adoecimento.</p><p>Embora as populações possam ser afetadas por fontes naturais (exposi-</p><p>ções ambientais), tais como erupções vulcânicas ou depósitos naturais de subs-</p><p>tâncias de elevada toxicidade, em geral, as poluições ambientais antropogênicas</p><p>têm como principal origem os processos produtivos.</p><p>A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou, em 2004, em 35</p><p>milhões de casos anuais de doenças relacionadas com o trabalho por exposição</p><p>a substâncias químicas com a ocorrência de 439 mil mortes, incluindo, entre ou-</p><p>tras causas relacionadas, 36 mil óbitos por pneumoconioses, 35,5 mil óbitos por</p><p>doenças respiratórias crônicas, 30,7 mil óbitos por doenças cardiovasculares e</p><p>315 mil óbitos por câncer.</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, estimou</p><p>que esses cânceres provoquem uma perda anual de 1,4 milhão de</p><p>anos de vida saudável, e que as intoxicações agudas por produtos quí-</p><p>micos sejam responsáveis por outros 7,5 milhões de anos de vida sau-</p><p>dável perdidos pela população mundial. Isso mostra que há muito o</p><p>que se discutir a respeito da origem, do controle e da prevenção des-</p><p>ses problemas, que não são recentes, embora cada vez mais novas</p><p>substâncias químicas cheguem ao mercado (KATO; GARCIA;</p><p>WUNSCH FILHO, 2007).</p><p>Apenas para que se tenha uma ideia do cenário brasileiro,</p><p>em termos de exposições agudas, em 2012, o Sistema Nacional de</p><p>Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 99.035 casos</p><p>de intoxicação humana por agentes tóxicos, sendo que 5.989 (6,0%)</p><p>casos foram em ambiente ocupacional (BRASIL, 2012).</p><p>Destes casos, 883 foram causados por produtos químicos industriais, e</p><p>1.172 foram causados por agrotóxicos.</p><p>Cabe lembrar que esses sistemas de notificação normalmente são subdi-</p><p>mensionados, pois acidentes de trabalho muitas vezes não são registrados, não</p><p>refletindo o real tamanho do problema, o que leva a crer que a situação de risco</p><p>aqui discutida deva ser maior que o exposto. Contudo, o sistema registra intoxi-</p><p>cações humanas agudas, comumente associadas a acidentes, e, na realidade</p><p>10</p><p>ocupacional, as exposições crônicas têm maior frequência em relação aos efei-</p><p>tos na saúde, porém não existe a mesma notificação.</p><p>Os dados do Sinitox (2012) indicam que a intoxicação hu-</p><p>mana por substâncias químicas em ambientes ocupacionais é rele-</p><p>vante e merece atenção nas discussões sobre saúde pública, uma vez</p><p>que estes acidentes e seus desdobramentos irão fazer parte da rotina</p><p>de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Assim, tentar entender as relações de causalidade implícitas</p><p>nesses casos pode gerar ações de prevenção mais eficazes. Inclusive,</p><p>a ST é uma atribuição, entre diversas outras, do SUS (art. 6º), contem-</p><p>plada na Lei Orgânica de Saúde (BRASIL, 1990), e em geral, preterida</p><p>por envolver questionamento direto das empresas e implicar enfrenta-</p><p>mentos com o capital.</p><p>O trabalho, enquanto fator imprescindível ao desenvolvi-</p><p>mento técnico, econômico e social, tem representado um papel de im-</p><p>portância ao longo de toda a história da humanidade (UVA; FARIA,</p><p>2000).</p><p>Ele representa meio de subsistência, status, formação, identidade e lugar</p><p>social. Ele ainda pode ter mais significações, dependendo da cultura e contexto</p><p>social.</p><p>Dessa forma, considerar a questão dos determinantes sociais da saúde e</p><p>sua influência nas exposições ocupacionais traz uma</p><p>abordagem mais completa</p><p>de como o trabalhador interage com o ambiente insalubre e os riscos da exposi-</p><p>ção.</p><p>De forma bem generalizada, Determinantes Sociais de Saúde (DSS) ex-</p><p>pressam o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de</p><p>grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a</p><p>Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS</p><p>são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e com-</p><p>portamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores</p><p>de risco na população.</p><p>A Comissão sobre DSS da OMS adota a definição na qual os</p><p>DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham</p><p>(BUSS; PELLEGRINI, 2007). Assim, fica mais evidente como o traba-</p><p>lho de um indivíduo afeta sua condição de saúde e como está direta-</p><p>mente ligado às suas condições de vida, ou seja, forma-se uma rede</p><p>de fatores indissociáveis.</p><p>11</p><p>A Lei Orgânica de Saúde (BRASIL, 1990, P. 1) já ditava como</p><p>norte que: A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,</p><p>entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio</p><p>ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o</p><p>acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da popula-</p><p>ção expressam a organização social e econômica do país.</p><p>Isso mostra que esse debate apenas relembra o papel importante da rea-</p><p>lidade socioeconômica quando se pensa em avaliação de saúde. Não esque-</p><p>cendo que tal fato é hoje reforçado pela Política Nacional de Saúde do Traba-</p><p>lhador e Trabalhadora (Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, do Ministério</p><p>da Saúde), em que fica mais clara ainda a importância da transversalidade das</p><p>ações de ST e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-do-</p><p>ença.</p><p>Ainda de acordo com Buss e Pellegrini (2007), o principal de-</p><p>safio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e sa-</p><p>úde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre</p><p>os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as me-</p><p>diações por meio das quais esses fatores incidem sobre a situação de</p><p>saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é</p><p>uma simples relação direta de causa-efeito.</p><p>No modelo de Dahlgren e Whitehead, os DSS estão dispostos em dife-</p><p>rentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individu-</p><p>ais, de menor peso, até uma camada distal, em que se situam os macrodetermi-</p><p>nantes.</p><p>O modelo não pretende explicar com detalhes as relações e mediações</p><p>entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades.</p><p>Os fatores relacionados com as condições de vida e de tra-</p><p>balho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços</p><p>essenciais, como saúde e educação, indicam que as pessoas em des-</p><p>vantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições</p><p>habitacionais mais humildes, exposição a condições mais perigosas ou</p><p>estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços (BUSS; PELLE-</p><p>GRINI, 2007).</p><p>Diante do contexto, no qual o processo de adoecimento de</p><p>um trabalhador exposto a um ambiente insalubre pode estar ligado a</p><p>12</p><p>uma realidade social, inerente ao seu status socioeconômico, dese-</p><p>nha-se o conceito de vulnerabilidade social, aqui representado como</p><p>uma série de fatores que propiciam uma somatização e que implicam</p><p>em diferenças nos tipos e na extensão dos impactos dos riscos sofri-</p><p>dos, tais como, estado nutricional, escolaridade, possibilidades de</p><p>acesso à informação, grau de qualidade das políticas públicas, mora-</p><p>dia, entre outros (RIGOTTO; AUGUSTO, 2007).</p><p>Assim, os riscos são desigualmente distribuídos pela classe trabalhadora</p><p>e influenciam em seu estado de saúde e como ou porque adoecem.</p><p>Portanto, a relação entre as exposições ocupacionais e a realidade soci-</p><p>oeconômica dos trabalhadores se configura como uma relação de potencializa-</p><p>ção de riscos, em que a pobreza e seus desdobramentos interagem com os ris-</p><p>cos da exposição, uma vez que a interação desses fatores não tem como resul-</p><p>tado um efeito apenas aditivo, mas sim uma complexificação de interações que</p><p>levam a um resultado mais perigoso.</p><p>A abordagem das relações de trabalho e saúde-doença parte da ideia do</p><p>corpo como máquina, exposto a agentes ou fatores de risco.</p><p>Assim, as consequências do trabalho para a saúde são re-</p><p>sultado da interação do corpo com agentes (físicos, químicos, biológi-</p><p>cos, mecânicos), existentes no meio (ambiente) de trabalho, que man-</p><p>têm uma relação de externalidade aos trabalhadores (LACAZ, 2007),</p><p>potencializado no sistema capitalista que o trabalhador não detém o</p><p>controle dos meios de produção, do ritmo de trabalho nem do produto</p><p>final (MARX, 1988).</p><p>A salubridade dos ambientes de trabalho constitui um ele-</p><p>mento relevante em matéria de saúde e bem-estar dos trabalhadores</p><p>e não deve ser entendida como um mero problema de gestão de riscos</p><p>profissionais confinado ao(s) local(is) de trabalho. Deve, sim, e de</p><p>modo bem menos redutor, ser equacionada na perspectiva globali-</p><p>zante e integradora que caracteriza as ações de promoção da saúde</p><p>(UVA; FARIA, 2000).</p><p>Um processo de trabalho sem riscos ou a completa salubri-</p><p>dade de um ambiente de trabalho é quase impossível, já que concen-</p><p>trações ou risco zero são abstrações (PIVETTA 2001), considerando</p><p>as atuais realidades ocupacionais e ambientais dos processos produ-</p><p>tivos do capitalismo, ainda mais no Brasil, que abarca processos alta-</p><p>mente poluentes.</p><p>13</p><p>Do ponto de vista do campo da ST, a adequação de proces-</p><p>sos e ambientes faz parte da luta dos trabalhadores por melhores con-</p><p>dições de trabalho e de vida, buscando processos de trabalho mais</p><p>saudáveis para eles (LACAZ, 2007).</p><p>Nesse contexto do campo, para entender como que a ST não é apenas</p><p>uma medida baseada em monitoramentos, que não são apenas números acima</p><p>ou abaixo de limites pré-estabelecidos, e sim uma relação entre diversos fatores</p><p>condicionantes, é importante definir e compreender o que é o monitoramento no</p><p>contexto da avaliação da exposição ocupacional em ambientes de trabalho.</p><p>A detecção precoce de uma exposição perigosa pode diminuir significati-</p><p>vamente a ocorrência de efeitos adversos na saúde.</p><p>O monitoramento da exposição é um procedimento que consiste em uma</p><p>rotina de avaliação e interpretação de parâmetros biológicos e/ou ambientais,</p><p>com a finalidade de detectar os possíveis riscos à saúde.</p><p>A exposição pode ser avaliada pela medida da concentração do agente</p><p>químico em matrizes ambientais - Monitoramento Ambiental (MA) - ou por meio</p><p>da medida de parâmetros biológicos - Monitoramento Biológico (MB) - denomi-</p><p>nados indicadores biológicos ou biomarcadores.</p><p>As informações provenientes do monitoramento da exposi-</p><p>ção possibilitam a implantação de medidas de prevenção e controle</p><p>apropriadas para minimizar os efeitos sobre a saúde dos trabalhadores</p><p>(AMORIM, 2003).</p><p>A estratégia de prevenção dos riscos ocupacionais engloba,</p><p>sistematicamente, a abordagem simultânea da exposição ambiental</p><p>(MA) e dos efeitos e/ou respostas (MB) individuais por ela provocados</p><p>(OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2008).</p><p>Tal abordagem, para ser completa e fiel às relações de saúde/traba-</p><p>lho/ambiente - doença deve considerar o trabalho como um todo, ou seja, res-</p><p>peitando as relações humanas do ambiente onde ocorre o trabalho e verificando</p><p>como as condições socioeconômicas do trabalhador influenciarão na exposição.</p><p>A importância de como as condições sociais em que as pes-</p><p>soas vivem e trabalham influenciam sua saúde é discutida desde o final</p><p>do século XIX, tendo tido várias abordagens diferentes no decorrer do</p><p>tempo, porém sempre focada nos fatores e mecanismos por meio dos</p><p>14</p><p>quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente po-</p><p>dem ser alterados pela luta dos trabalhadores pela saúde, que inclui</p><p>conhecer</p><p>o processo de trabalho e os riscos a que estão expostos</p><p>(BUSS; PELLEGRINI, 2007; MARX, 1988).</p><p>Dessa forma, explicar como as diferentes abordagens (qualitativa e quan-</p><p>titativa) usadas para avaliação da ST podem estar intrinsecamente ligadas, am-</p><p>pliando a visão de avaliação da exposição, faz com que o processo de adoeci-</p><p>mento seja entendido como algo mais complexo, não sendo somente uma série</p><p>de números que determinam se o indivíduo está acima ou abaixo de faixas de</p><p>risco, mas sim se o trabalhador em questão tem sua saúde prejudicada e por</p><p>que isso está ocorrendo em sua vida, não somente em seu ambiente de trabalho.</p><p>Assim, políticas de saúde, por parte dos órgãos competentes, tratariam o</p><p>problema de forma mais completa, já que contemplariam uma gama de ações</p><p>mais eficazes.</p><p>ALGUNS CONCEITOS</p><p>Gases e Vapores</p><p>Vapor: é o estado gasoso de substâncias que em condições normais de</p><p>temperatura e pressão (25ºC e 760mmHg), se encontram no estado líquido ou</p><p>sólido.</p><p>Ex.: Vapor de água. Gás: em condições normais de temperatura e pres-</p><p>são, a substância já se encontra no estado gasoso.</p><p>Ex.: Oxigênio. Como se pode observar, gás e vapor não são sinônimos,</p><p>porém apresentam comportamento similar.</p><p>Outro ponto importante a se destacar é que quando do aumento da tem-</p><p>peratura, a concentração do vapor tende a aumentar, porém, existe um ponto de</p><p>saturação que corresponde ao valor máximo de concentração, no qual, seja qual</p><p>for o acréscimo, o vapor se converterá em líquido ou sólido.</p><p>Quando se trata de Higiene Ocupacional, gases e vapores são estudados</p><p>em conjunto, uma vez que se trabalha com concentrações inferiores às concen-</p><p>trações de saturação, que é o que basicamente os diferencia.</p><p>Os gases e vapores podem ser classificados em irritantes, anestésicos e</p><p>asfixiantes, e uma substância pode ser enquadrada em mais de um tipo ao</p><p>15</p><p>mesmo tempo. Por exemplo, um gás pode ser anestésico e asfixiante. Esta clas-</p><p>sificação é baseada no efeito que o agente causa no organismo humano.</p><p>Irritantes: são gases e vapores que irritam as mucosas assim que entram</p><p>em contato direto. Esses se dividem em irritantes primários e irritantes secundá-</p><p>rios.</p><p>Aqueles caracterizam-se pela ação apenas irritante no local em que o</p><p>contato ocorre; não afetam o organismo como um todo. Já estes, além de irrita-</p><p>rem o local de contato, o organismo como um todo é atingido.</p><p>O grau de irritação dependerá da solubilidade da substância.</p><p>Anestésicos: estes atuam sobre o sistema nervoso central, possuem</p><p>efeito narcótico ou depressivo.</p><p>Os gases e vapores anestésicos podem ainda ser classificados como</p><p>anestésico primário, anestésico de efeito sobre o fígado e rins, anestésico de</p><p>efeito sobre o sistema formador do sangue e anestésico de efeito sobre o sis-</p><p>tema nervoso central.</p><p>Vale ressaltar que esses agentes penetram o organismo através das vias</p><p>respiratórias e quando atingem os pulmões são transferidos para o sangue e,</p><p>consequentemente, para o restante do corpo, podendo também penetrar o orga-</p><p>nismo através da pele.</p><p>Asfixiantes: sabe-se que o ar deve possuir 19,5% a 23,5% de oxigênio,</p><p>onde concentrações superiores a 23,5% configuram risco de explosão devido à</p><p>alta concentração de oxigênio e valores inferiores a 19,5% configuram riscos</p><p>iminentes à saúde do trabalhador.</p><p>Os asfixiantes são divididos em: asfixiantes simples, que são aqueles ca-</p><p>pazes de deslocar o oxigênio do ambiente, não atuam dentro do organismo do</p><p>trabalhador; e asfixiante químico, que atua no organismo do trabalhador, dificul-</p><p>tando a entrada de oxigênio nos tecidos.</p><p>16</p><p>Aerodispersoides</p><p>São partículas sólidas ou líquidas que possuem diâmetro menor, em mé-</p><p>dia, 100μm, ficando em suspensão na atmosfera.</p><p>O tempo em que o agente fica em suspensão irá depender basicamente</p><p>da densidade, do tamanho da partícula e da velocidade de movimentação no ar.</p><p>Os aerodispersoides podem ser classificados quanto à sua formação em:</p><p>poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras; e quanto ao seu efeito no organismo</p><p>são classificados como: pneumoconiótico, tóxico, alérgico e inerte.</p><p>CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIO-</p><p>NADAS</p><p>Quanto à sua formação: Poeira: são partículas sólidas produzidas meca-</p><p>nicamente através de processo de ruptura, seja pela simples limpeza de um mó-</p><p>vel, ou através de uma operação mecânica, como a moagem, trituração, entre</p><p>outros.</p><p>Seu diâmetro é de, aproximadamente, 0,1 µm a 25 µm. Após longos pe-</p><p>ríodos de exposição a estes particulados, o trabalhador pode apresentar endu-</p><p>recimento dos tecidos pulmonares (pneumoconiose).</p><p>Fumos: são partículas sólidas oriundas da condensação de vapores me-</p><p>tálicos. Estes vapores são produzidos em processos como fundição e soldagem,</p><p>processos que envolvam a fusão de metais.</p><p>A exposição prolongada e sem medidas de proteção adequadas a estes</p><p>fumos metálicos pode gerar ulcerações no septo nasal.</p><p>17</p><p>Fibras: assim como as poeiras, as fibras são partículas sólidas produzidas</p><p>através de ruptura mecânica de sólidos. A fibra se diferencia da poeira por suas</p><p>características físicas.</p><p>A fibra possui um formato mais alongado, com comprimento de 3 a 5 ve-</p><p>zes maior que seu diâmetro.</p><p>A exposição prolongada a este tipo de aerodispersoides também provoca</p><p>agressões aos pulmões. Fumaça: São partículas sólidas provenientes de pro-</p><p>cessos de combustão incompleta.</p><p>Em geral, possuem tamanhos inferiores a 0,1 micra.</p><p>Neblinas: são partículas líquidas oriundas da condensação de vapores de</p><p>substâncias que em condições normais de temperatura e pressão são líquidas.</p><p>Este tipo de aerodispersoide é raro de ser encontrado na indústria, uma</p><p>vez que para sua formação é necessária uma atmosfera saturada de vapor para</p><p>que ocorra a condensação, ficando mais associada a fenômenos climáticos.</p><p>Névoas: assim como a neblina, a névoa é uma partícula líquida que fica</p><p>em suspensão no ar atmosférico, porém, as névoas são geradas através de rup-</p><p>turas mecânicas de líquidos.</p><p>Os aerodispersoides podem ser classificados conforme o tamanho de</p><p>suas partículas.</p><p>O quadro a seguir representa esta classificação.</p><p>As avaliações ocupacionais se concentram nos particulados denomina-</p><p>dos respiráveis, uma vez que estes permanecem mais tempo em suspensão e</p><p>facilitam a sua penetração no organismo através do sistema respiratório.</p><p>18</p><p>Lembrando sempre que, para que os agentes químicos causem danos à</p><p>saúde do trabalhador, eles devem estar em concentração prejudicial e o traba-</p><p>lhador precisa ficar exposto por determinado tempo.</p><p>Como se pode observar, a maior parte dos agentes químicos contamina</p><p>o ar e a principal via de penetração no organismo é o sistema respiratório. A</p><p>seguir, serão abordadas as principais vias de penetração dos agentes químicos</p><p>no organismo.</p><p>VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO ORGA-</p><p>NISMO</p><p>Existindo um agente químico no ambiente laboral, seja em suspensão ou</p><p>não, o trabalhador está vulnerável a esta exposição. Ocorrendo a exposição, o</p><p>agente nocivo pode penetrar no organismo através de uma ou mais vias, seja</p><p>via respiratória, cutânea ou digestiva. Via respiratória: corresponde ao sistema</p><p>composto por nariz, boca, faringe, laringe, bronquíolos e pulmões.</p><p>É a via de absorção mais significativa para os contaminantes químicos.</p><p>Nem toda substância inalada poderá gerar danos à saúde do trabalhador.</p><p>A concentração da substância, o tempo de exposição e a ventilação dos</p><p>pulmões são fatores que interferem na intoxicação.</p><p>Alguns particulados inalados são filtrados pela mucosa da traqueia e ex-</p><p>pelidos posteriormente. Uma parte desses particulados pode ser ingerida junto</p><p>à mucosa e poderá ocorrer a absorção por via digestiva.</p><p>Outros particulados podem ser absorvidos por algumas células e, poste-</p><p>riormente, alcançar a corrente sanguínea, ou se acumular em tecidos, ou até</p><p>mesmo em órgãos.</p><p>Os gases possuem passagem livre até os pulmões e, consequentemente,</p><p>para a corrente sanguínea.</p><p>Via cutânea: corresponde a toda superfície que envolve o nosso corpo.</p><p>Apesar de alguns metais serem absorvidos pela pele, são os solventes orgânicos</p><p>os responsáveis por grande parte das intoxicações através dessa via. Estas</p><p>19</p><p>substâncias atravessam a barreira cutânea atingindo a corrente sanguínea. Exis-</p><p>tem substâncias associadas a outras que também são capazes de penetrar a</p><p>derme.</p><p>Via digestiva: corresponde ao sistema formado pela boca, faringe, esô-</p><p>fago, estômago e intestinos. O grau de absorção está diretamente ligado à solu-</p><p>bilidade da substância, isto é, quanto menor a solubilidade, menor será a capa-</p><p>cidade de absorção pelo organismo.</p><p>O hábito de comer e beber no posto de trabalho é um dos grandes vilões</p><p>desta via de absorção.</p><p>DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS</p><p>A doença do trabalho é desencadeada pelas condições do ambiente do</p><p>trabalho. Podem se manifestar de forma lenta, levando até vários anos, o que</p><p>dificulta a ligação da doença com o trabalho desenvolvido.</p><p>Quando se realiza a investigação de uma doença do trabalho, é necessá-</p><p>rio avaliar todos os fatores presentes no local de trabalho, uma vez que esses</p><p>podem estar interligados ao agravo de incidentes à saúde do trabalhador.</p><p>A seguir, serão apresentadas as doenças consideradas pela Área Técnica</p><p>de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, como principais para investi-</p><p>gações epidemiológicas, tendo como objetivo a sua prevenção.</p><p>Pneumoconioses</p><p>Como já mencionado anteriormente, as vias respiratórias são as mais co-</p><p>muns no ambiente laboral. Elas estão diretamente associadas às substâncias</p><p>inaladas, lembrando que a absorção das substâncias depende das propriedades</p><p>20</p><p>físico-químicas, da susceptibilidade individual e do local de deposição das partí-</p><p>culas (nariz, traqueia, brônquios ou parênquima pulmonar).</p><p>Deposição no nariz: geralmente, provoca rinite, perfuração septal ou cân-</p><p>cer nasal.</p><p>Deposição na traqueia ou brônquios: podem provocar broncoconstricção,</p><p>devido à reação antígeno x anticorpo ou induzida por reflexo irritativo.</p><p>Deposição no parênquima pulmonar: pode provocar alveolite alérgica ex-</p><p>trínseca (poeiras orgânicas), pneumoconiose (poeiras minerais) ou lesão pulmo-</p><p>nar aguda, bronquiolite e edema pulmonar.</p><p>Quando da presença de poeiras e gases radioativos no ambiente laboral,</p><p>o câncer pulmonar pode ser uma das doenças desencadeadas.</p><p>Pneumoconioses são doenças originadas pela deposição de partículas</p><p>sólidas no parênquima pulmonar, causando fibrose, que nada mais é do que o</p><p>endurecimento intersticial do tecido pulmonar.</p><p>As pneumoconioses mais comuns são as causadas pela poeira de sílica</p><p>(silicose) e as causadas pelo asbesto (asbestose).</p><p>Dentre outras pneumoconioses, podemos citar: pneumoconiose do traba-</p><p>lhador do carvão (pulmão preto), siderose (por ferro), estanose (estanho), baga-</p><p>çose (fibras vegetais), aluminíose (alumínio) e bissinose (algodão). O quadro a</p><p>seguir traz uma lista com algumas pneumoconioses com suas denominações,</p><p>seus agentes causadores e suas consequências ao organismo.</p><p>QUADRO 6 - Pneumoconioses, poeiras causadoras e processos anatomopatoló-</p><p>gicos subjacentes</p><p>21</p><p>FONTE: Brasil (2006a)</p><p>Algumas Pneumoconioses</p><p>Silicose</p><p>É a mais comum no Brasil. Sua causa está associada à inalação de poeira</p><p>de sílica livre cristalina (quartzo).</p><p>Trabalhadores da indústria extrativa (mineração), de beneficiamento de</p><p>minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação), fundições, cerâmicas,</p><p>olarias, jateamento de areia, escavação de poços, polimentos e limpezas de pe-</p><p>dras estão sujeitos à exposição à poeira de sílica.</p><p>A silicose se caracteriza por um processo de fibrose intersticial, com o</p><p>desenvolvimento de nódulos isolados ou aglomerados, posterior dificuldade res-</p><p>piratória.</p><p>22</p><p>Os sintomas podem demorar de 10 a 20 anos de exposição para surgirem.</p><p>Inicialmente, o paciente é acometido de tosse e escarros e a doença não é de-</p><p>tectada em exames como o raio X.</p><p>Conforme a doença vai se agravando, o paciente passa a ter dispneia de</p><p>esforço e astenia.</p><p>Em estágios já avançados, a dispneia ocorre com o menor esforço ou até</p><p>mesmo em repouso, caracterizando uma insuficiência respiratória. Sua evolução</p><p>pode chegar à cor pulmonale crônico.</p><p>A silicose é doença irreversível. Raramente, pode ocorrer na sua forma</p><p>aguda, para isso é necessária a exposição a elevadíssimas concentrações de</p><p>poeira de sílica. Para seu diagnóstico é necessário avaliar o histórico clínico-</p><p>ocupacional do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o exame físico e</p><p>as alterações supostamente encontradas em radiografias de tórax.</p><p>A análise destas radiografias deve seguir as técnicas descritas pela Or-</p><p>ganização Internacional do Trabalho (OIT) e deve ser realizada por três diferen-</p><p>tes profissionais.</p><p>Asbestose</p><p>A asbestose é proveniente da exposição ao asbesto, também conhecido</p><p>como amianto. Esta substância é cancerígena, o que levou à sua proibição na</p><p>União Europeia e Austrália.</p><p>No Brasil, ela foi parcialmente proibida, ainda sendo explorada a crisótila</p><p>(amianto branco), porém Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande</p><p>do Sul baniram todas as formas de amianto.</p><p>O amianto é amplamente utilizado na fabricação de produtos de cimento-</p><p>amianto, materiais de fricção, como pastilhas de freio, materiais de vedação, piso</p><p>e produtos têxteis, como mantas e tecidos resistentes ao fogo.</p><p>Encanadores, soldadores, zeladores, eletricistas, carpinteiros, trabalha-</p><p>dores da construção civil e naval, mineradores e pessoas que trabalham com</p><p>materiais isolantes também estão expostos ao asbesto.</p><p>A asbestose é uma doença exclusivamente ocupacional, progressiva e</p><p>irreversível.</p><p>23</p><p>Os sintomas podem surgir após 20 ou 30 anos da exposição, por esta</p><p>razão, em alguns países, o surgimento de casos é crescente, mesmo banida a</p><p>utilização desta substância.</p><p>Esta doença leva à fibrose pulmonar, enrijecendo o tecido pulmonar atra-</p><p>vés de cicatrizes.</p><p>Conforme Brasil (2001), os primeiros sintomas e sinais da asbestose</p><p>são: falta de ar quando se realiza esforço físico, estertores crepitantes</p><p>nas bases pulmonares, baqueteamento digital, alterações funcionais e</p><p>pequenas opacidades irregulares na radiografia de tórax.</p><p>Assim como na silicose, é necessário avaliar o histórico clínico-ocupacio-</p><p>nal do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o exame físico e as altera-</p><p>ções supostamente encontradas em radiografias de tórax para se chegar ao di-</p><p>agnóstico da asbestose, sempre considerando as técnicas descritas pela OIT</p><p>para a leitura das radiografias.</p><p>A exposição ao amianto pode desencadear, além da asbestose, altera-</p><p>ções pleurais benignas, o câncer de pulmão e os mesoteliomas malignos, que</p><p>podem acometer a pleura, o pericárdio e o peritônio.</p><p>O mesotelioma maligno atinge o mesotélio, que é um tecido composto de</p><p>finas membranas que envolvem alguns dos principais órgãos do nosso corpo.</p><p>Esta doença é um tipo de câncer raro.</p><p>Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC)</p><p>A pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) é causada pela ina-</p><p>lação da poeira de carvão mineral e sua deposição ocorre nos alvéolos pulmo-</p><p>nares. Esta deposição inicia um processo inflamatório que provoca lesões no</p><p>epitélio alveolar.</p><p>Os mineiros de frente de lavra, detonadores, transporte e armazenamento</p><p>de carvão mineral em locais confinados são exemplos de trabalhadores expostos</p><p>à poeira de carvão mineral.</p><p>A PTC é uma doença crônica e irreversível. Possui um desenvolvimento</p><p>lento e com poucos sintomas; quando já mais avançada (fibrose maciça progres-</p><p>siva), surgem sintomas como a dispneia de esforço e alterações respiratórias</p><p>funcionais.</p><p>24</p><p>Podem se fazer</p><p>presente, isoladamente ou associadas, a bronquite crô-</p><p>nica e o enfisema. Em rochas impuras com a presença de sílicas, a silicose pode</p><p>ser desencadeada simultaneamente.</p><p>O diagnóstico é feito com o estudo das radiologias e do histórico ocupaci-</p><p>onal do paciente.</p><p>Prevenção da Pneumoconiose</p><p>Inicia-se o processo de prevenção com medidas simples de higiene pes-</p><p>soal e do local de trabalho, modificações do ambiente de trabalho a fim de torná-</p><p>lo mais salubre, ações educativas e de controle médico dos trabalhadores ex-</p><p>postos aos riscos químicos etc.</p><p>Medidas de engenharia também podem ser adotadas para o controle de</p><p>partículas respiráveis, e até mesmo na dispersão de particulados.</p><p>Medidas como adoção de operações a úmido, lavagem do ambiente la-</p><p>boral constantemente, instalação de ventilação exaustora localizada, bem como</p><p>a ventilação geral do ambiente, enclausuramento da fonte produtora de poeira,</p><p>isolamento de processos como polimentos e mudança de layout são medidas</p><p>indicadas quando viável.</p><p>Com a vasta disponibilidade de matérias-primas e produtos, a substituição</p><p>de algumas substâncias é de grande valia: o uso de outros abrasivos em opera-</p><p>ções de jateamento com areia e a utilização de fibras alternativas em produtos</p><p>de cimento-amianto, materiais de fricção e outros são exemplos desta medida</p><p>de prevenção.</p><p>É de suma importância o estudo e conhecimento de todas as proprieda-</p><p>des físico-químicas das substâncias que se desejam utilizar em substituições.</p><p>Após aplicadas todas as medidas administrativas e coletivas possíveis e ainda</p><p>assim persistir o problema, devem-se adotar medidas de proteção individuais</p><p>com a adoção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).</p><p>Para o uso de máscaras, deve-se fazer uma análise de qual é a mais</p><p>indicada para o tipo de particulado em suspensão. Esses equipamentos devem</p><p>estar em boas condições de uso, ter boa qualidade, serem eficientes, de fácil</p><p>adaptação no rosto do trabalhador, possuírem manutenção periódica, limpeza e</p><p>troca de filtros sempre que for necessário.</p><p>25</p><p>Quando as roupas estiverem contaminadas com poeiras, elas devem ser</p><p>lavadas na empresa, evitando levar para casa sob o risco de contaminação da</p><p>família.</p><p>Como em todo processo de prevenção, seja de acidentes ou de doenças</p><p>ocupacionais, a conscientização tem papel primordial. Sendo assim, as ações</p><p>educativas devem conter informações sobre os riscos aos quais os trabalhado-</p><p>res estão expostos, o tipo de poeira que possa estar em suspensão, bem como</p><p>seus possíveis danos e agravos à saúde do trabalhador e como se proteger de</p><p>tais danos.</p><p>Os programas preventivos da empresa devem ser claros e os colabora-</p><p>dores devem estar cientes de como proceder no ambiente de trabalho, levando,</p><p>assim, os programas preventivos ao sucesso.</p><p>Como sempre falamos em prevenção, o diagnóstico das doenças ocupa-</p><p>cionais devem ocorrer ainda em sua fase inicial para que o tratamento seja efi-</p><p>caz. Diante disso, o controle médico exerce papel fundamental neste diagnós-</p><p>tico.</p><p>Questionários de sintomas, exames físicos, radiografias, espirometrias</p><p>periódicas são exemplos de um controle médico.</p><p>Através destas repostas é que serão identificadas as medidas que estão</p><p>funcionando, bem como aquelas que necessitam de alterações, até mesmo o</p><p>afastamento de um funcionário.</p><p>Para os exames complementares e periódicos, a NR 7 traz em seu texto</p><p>o que é preciso, sempre baseado em uma leitura especializada e de bom senso</p><p>clínico.</p><p>Resumidamente, a prevenção deve seguir a seguinte hierarquia de con-</p><p>trole: Na fonte do risco (que deve ser a primeira escolha):</p><p>− Substituição da areia, como abrasivo, por materiais menos perigosos.</p><p>− Utilização de materiais numa forma menos poeirenta.</p><p>− Modificação de processos de modo a produzir menos poeira.</p><p>− Utilização de métodos úmidos.</p><p>Na transmissão do risco (entre a fonte e o receptor): uma vez gerada a</p><p>poeira, sua disseminação no local de trabalho deve ser evitada ou controlada</p><p>por meio de medidas como:</p><p>− Isolamento, enclausuramento de operações.</p><p>26</p><p>− Ventilação local exaustora.</p><p>− Limpeza nos locais de trabalho.</p><p>No trabalhador: Utilização de proteção respiratória de boa qualidade, efi-</p><p>ciente, que se adapte ao rosto do trabalhador, e bem utilizada dentro de um pro-</p><p>grama que inclua manutenção, higienização e reposição de filtros.</p><p>Asma ocupacional</p><p>Atualmente, a asma vem crescendo significativamente como doença res-</p><p>piratória relacionada ao trabalho. A asma ocupacional se caracteriza com a obs-</p><p>trução generalizada e aguda das vias respiratórias ocasionada pela inalação de</p><p>alergênicos de origem biológica, poeiras, gases ou vapores no ambiente de tra-</p><p>balho.</p><p>A asma é uma doença de caráter reversível. Segundo Brasil (2001), os</p><p>sintomas são: falta de ar, tosse, aperto e chiado no peito, acompanhados de</p><p>rinorreia, espirros e lacrimejamento.</p><p>Os sintomas surgem logo após a exposição ao agente nocivo e desapa-</p><p>recem após alguns dias de suspensa a exposição.</p><p>A asma ocupacional pode ser subdividida em dois grupos: asma alérgica</p><p>ocupacional e síndrome da disfunção reativa das vias aéreas (RADS).</p><p>Observa-se que a RADS também pode ser chamada de asma induzida</p><p>por irritantes.</p><p>O diagnóstico da asma ocupacional não pode ser baseado apenas no his-</p><p>tórico clínico do paciente.</p><p>Hoje, o método mais utilizado para diagnosticar a doença é o teste de</p><p>provocação específico em laboratório ou no próprio local de trabalho, que deve</p><p>ser supervisionado por um médico habilitado.</p><p>Saturnismo</p><p>O chumbo está presente no meio industrial, na água, no solo, no ar e até</p><p>mesmo no organismo humano, porém, em pequenas quantidades, o que não</p><p>acarreta danos à saúde.</p><p>No ambiente ocupacional, atividades como mineração, fundição, refino,</p><p>reciclagem de acumuladores, utilização de tintas, esmaltes, betumes e cores</p><p>27</p><p>com chumbo, construção e reparação automóvel, trabalho em joalheria, entre</p><p>outros, são exemplos de atividades com exposição ao chumbo. O chumbo se</p><p>apresenta na forma de vapor, fumo ou poeira.</p><p>O chumbo pode penetrar no organismo humano através das três vias de</p><p>absorção (respiratória, digestiva e cutânea), porém, cerca de 35 a 50% do</p><p>chumbo inalado atinge a corrente sanguínea, enquanto apenas 10% do chumbo</p><p>ingerido chega ao sangue.</p><p>A doença oriunda da intoxicação por chumbo recebe o nome de satur-</p><p>nismo. Intoxicações agudas são mais raras de ocorrer, caracterizando o satur-</p><p>nismo como uma intoxicação em longo prazo (crônica) e pode atingir o sistema</p><p>nervoso, renal, cardiovascular e hematológico.</p><p>Podem ocorrer dermatites e úlceras na epiderme quando existir o contato</p><p>com os compostos de chumbo.</p><p>Segundo Brasil (2001), os sinais e sintomas mais comuns da intoxica-</p><p>ção crônica por chumbo são: cefaleia, astenia, cansaço fácil, altera-</p><p>ções do comportamento (irritabilidade, hostilidade, agressividade, re-</p><p>dução da capacidade de controle racional), alterações do estado men-</p><p>tal (apatia, obtusidade, hipoexcitabilidade, redução da memória), alte-</p><p>ração da habilidade psicomotora, redução da força muscular, dor e pa-</p><p>restesia nos membros. Modificação da frequência e do volume urinário,</p><p>das características da urina, aparecimento de edema e hipertensão ar-</p><p>terial também são sintomas e sinais dessa intoxicação.</p><p>Como já mencionado, as intoxicações agudas são mais raras de ocorrer</p><p>e, quando ocorrem, geralmente são acidentais.</p><p>Os sintomas dessa intoxicação são: náuseas, vômitos, às vezes de as-</p><p>pecto leitoso, dores abdominais, gosto metálico na boca e fezes escuras.</p><p>O diagnóstico de intoxicação por chumbo deve se basear nas evidências</p><p>de exposição ocupacional ao metal, evidências laboratoriais de exposição e efei-</p><p>tos biológicos associados à exposição ao chumbo, sinais e sintomas compatíveis</p><p>com o saturnismo.</p><p>A prevenção quanto à exposição ao chumbo requer medidas que bus-</p><p>quem a eliminação ou redução a essa exposição. Essas medidas são as boas</p><p>práticas nos locais de trabalho, técnicas de engenharia e, mesmo assim, se</p><p>ainda existir a exposição, adotam-se as proteções individuais dos trabalhadores.</p><p>28</p><p>Uma vez detectada a exposição ao chumbo, o controle médico deve ser reali-</p><p>zado individualmente, tratando cada trabalhador exposto.</p><p>Segundo Brasil (2006a), as principais medidas de prevenção</p><p>primária da exposição excessiva ao chumbo metálico são:</p><p>Medidas de engenharia:</p><p>• Substituição do chumbo por outros agentes menos tóxicos.</p><p>• Isolamento das operações que utilizam chumbo.</p><p>• Enclausuramento das operações que utilizam chumbo.</p><p>• Instalação de sistema de exaustão.</p><p>• Adequado tratamento de efluentes.</p><p>Uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI):</p><p>• Uso de máscaras de filtro químico.</p><p>• Uso de luvas.</p><p>• Uso de uniformes que devem ser lavados pela empresa (evitar o carre-</p><p>amento de chumbo para o espaço domiciliar).</p><p>Boas práticas de trabalho:</p><p>• Manutenção da limpeza da área de trabalho por via úmida (evitar varri-</p><p>ção).</p><p>• Adequada deposição de rejeitos contendo chumbo.</p><p>• Evitar consumo de bebidas, alimentos e tabagismo no local de trabalho.</p><p>• Proteger depósitos de água para consumo da possibilidade de contami-</p><p>nação pelo chumbo.</p><p>• Informação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposi-</p><p>ção, manifestações da intoxicação por chumbo e formas de prevenção da absor-</p><p>ção do metal.</p><p>• Informação aos trabalhadores dos resultados de exames toxicológicos.</p><p>• Divulgação dos resultados das avaliações ambientais.</p><p>Hidrargirismo</p><p>Hidrargirismo é o nome da doença causada pela exposição ao mercúrio.</p><p>A principal via de penetração é a via respiratória.</p><p>29</p><p>Em garimpos, por exemplo, é utilizado o mercúrio metálico; em células</p><p>eletrolíticas para produção de cloro e soda, na fabricação de termômetros, barô-</p><p>metros, aparelhos elétricos e em amálgamas para uso odontológico também se</p><p>emprega este metal.</p><p>O mercúrio inorgânico e seus compostos são utilizados nas indústrias de</p><p>compostos elétricos, eletrodos, polímeros sintéticos e como agentes antissépti-</p><p>cos.</p><p>Já os compostos orgânicos são utilizados como fungicidas fumigantes e</p><p>inseticidas. Indústrias de fabricação de tintas e lâmpadas também fazem uso do</p><p>mercúrio em seus processos, expondo, assim, seus trabalhadores a essa subs-</p><p>tância nociva.</p><p>Existem casos de intoxicação por mercúrio na área de saúde, principal-</p><p>mente em processos de esterilização de materiais, e no setor odontológico, pois,</p><p>como já mencionado, utiliza-se mercúrio na composição das amálgamas. O mer-</p><p>cúrio, quando lançado na natureza, pode contaminar rios devido à sua precipita-</p><p>ção e, consequentemente, os peixes, afetando a cadeia alimentar.</p><p>Na pele e mucosas, ele possui efeito irritante e sua intoxicação aguda age</p><p>nos pulmões provocando intersticial aguda, bronquite e bronquiolite. Por ele agir</p><p>sobre o sistema nervoso central, o hidrargirismo causa tremores e aumento da</p><p>excitabilidade.</p><p>Já na exposição crônica (longos períodos a baixas concentrações), se-</p><p>gundo Brasil (2006a), os sintomas são: cefaleia, redução da memória,</p><p>instabilidade emocional, parestesias, diminuição da atenção, tremores,</p><p>fadiga, debilidade, perda de apetite, perda de peso, insônia, diarreia,</p><p>distúrbios de digestão, sabor metálico, sialorreia, irritação na garganta</p><p>e afrouxamento dos dentes.</p><p>Gengivite, sialorreia, irritabilidade e tremores são os quatro principais sin-</p><p>tomas. O diagnóstico de hidrargirismo deve-se basear na história da exposição</p><p>ocupacional e no quadro clínico do paciente.</p><p>A prevenção à exposição do mercúrio é basicamente medidas de enge-</p><p>nharia, alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a expo-</p><p>sição do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de</p><p>Proteção Individuais adequados ao risco.</p><p>30</p><p>Vale ressaltar que, em caso de doenças do trabalho diagnosticadas, se o</p><p>trabalhador possua carteira de trabalho assinada, deve-se emitir uma CAT e en-</p><p>caminhar o trabalhador ao INSS.</p><p>DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO</p><p>A exposição ao cromo ocorre, principalmente, em galvanoplastias, indús-</p><p>tria do cimento, produção de ligas metálicas, soldagem de aço inoxidável, pro-</p><p>dução e utilização de pigmentos na indústria têxtil, de cerâmica, vidro e borracha,</p><p>indústria fotográfica e em curtumes.</p><p>Geralmente, ele ocorre na forma de névoas ácidas dispersas no ambiente</p><p>laboral.</p><p>As vias de absorção são cutânea e respiratória, onde o composto apre-</p><p>senta características irritantes e alergênicas.</p><p>Segundo Brasil (2006a), uma vez ocorrida a intoxicação, os sintomas</p><p>são: prurido nasal, rinorreia, epistaxe, que evoluem com ulceração e</p><p>perfuração de septo nasal; irritação de conjuntiva com lacrimejamento</p><p>e irritação de garganta; na pele, observa-se prurido cutâneo nas regi-</p><p>ões de contato, erupções eritematosas ou vesiculares e ulcerações de</p><p>aspecto circular com dupla borda, a externa rósea e a interna escura</p><p>(necrose), o que lhe dá um aspecto característico de "olho de pombo";</p><p>a irritação das vias aéreas superiores também pode manifestar-se com</p><p>dispneia, tosse, expectoração e dor no peito.</p><p>O câncer pulmonar é, porém, o efeito mais importante sobre a saúde do</p><p>trabalhador. O diagnóstico de intoxicação ao cromo deve-se basear na história</p><p>da exposição ocupacional e no quadro clínico do paciente, assim como nas de-</p><p>mais doenças.</p><p>A prevenção à exposição ao cromo é basicamente medidas de engenha-</p><p>ria, alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a exposição</p><p>do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de Proteção</p><p>Individual adequados ao risco.</p><p>31</p><p>DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES OR-</p><p>GÂNICOS</p><p>Inúmeros são os produtos químicos utilizados, atualmente, como solven-</p><p>tes. Estas substâncias são líquidas à temperatura ambiente, são voláteis e lipos-</p><p>solúveis.</p><p>São produtos amplamente utilizados em processos industriais, no meio</p><p>rural, em laboratórios químicos como solubilizante, dispersante ou diluente em</p><p>sua forma pura ou misturada.</p><p>Podemos citar como exemplo os hidrocarbonetos alifáticos, os hidrocar-</p><p>bonetos aromáticos, os hidrocarbonetos halogenados, os álcoois, as cetonas e</p><p>os ésteres.</p><p>Sua entrada no organismo humano é através da via respiratória e cutâ-</p><p>nea, sendo a respiratória a mais significante, pois os solventes são altamente</p><p>voláteis, o que facilita a inalação do produto.</p><p>Segundo Brasil (2006a), após a penetração e biotransformação e ex-</p><p>creção podem se manifestar efeitos tóxicos a nível hepático, pulmonar,</p><p>renal, hemático e do sistema nervoso.</p><p>Estes efeitos podem ser favorecidos por fatores de ordem ambiental (tem-</p><p>peratura), individual (dieta, tabagismo, etilismo, enzimáticos, peso, idade, gené-</p><p>ticos etc.), além da comum interação entre os diversos solventes na maioria dos</p><p>processos industriais.</p><p>Além disso, é importante frisar que algumas destas substâncias possuem</p><p>efeito ototóxico, causando problemas funcionais e degeneração celular dos teci-</p><p>dos da orelha interna, especialmente nos órgãos sensoriais e neurônios da có-</p><p>clea e aparelho vestibular. Para que isso ocorra é necessário que o trabalhador</p><p>esteja exposto ao solvente orgânico e ao ruído em doses prejudiciais e sem a</p><p>devida proteção.</p><p>32</p><p>Benzenismo</p><p>Antigamente, o benzeno possuía o seu uso deliberado, porém, atual-</p><p>mente, existe uma legislação que regulamenta seu uso nas indústrias brasileiras.</p><p>A intoxicação por benzeno recebe o nome de benzenismo, um conjunto</p><p>de manifestações ou alterações hematológicas resultantes da exposição a esta</p><p>substância.</p><p>Siderurgia, refinaria de petróleo, indústrias que utilizam benzeno como</p><p>solvente e atividades que empregam tintas, verniz, selador, tíner expõem seus</p><p>trabalhadores</p><p>ao benzeno.</p><p>Sua absorção pode ocorrer pelas três vias (respiratória, digestiva e cutâ-</p><p>nea), porém, a via respiratória é a mais importante.</p><p>Em caso de intoxicação aguda, o benzeno é retido no sistema nervoso</p><p>central e, quando da intoxicação crônica, ele permanece na medula óssea, fí-</p><p>gado e tecidos gordurosos.</p><p>Segundo Brasil (2006b), os sintomas clínicos não são típicos, mas</p><p>pode haver queixas relacionadas às alterações hematológicas, como</p><p>fadiga, palidez cutânea e de mucosas, infecções frequentes, sangra-</p><p>mentos gengivais e epistaxe.</p><p>Pode encontrar-se sinais neuropsíquicos, como astenia, irritabilidade, ce-</p><p>faleia e alterações da memória. Hoje, existem vários estudos epidemiológicos</p><p>que demonstram a relação do benzeno com as leucemias mieloide aguda, mie-</p><p>loide crônica, linfocítica crônica, com a doença de Hodgkin e com a hemoglobi-</p><p>núria paroxística noturna.</p><p>O diagnóstico do benzenismo é realizado através da análise do histórico</p><p>clínico e ocupacional e exames complementares. Mais uma vez, é importante</p><p>lembrar que o acompanhamento médico dos trabalhadores que estiveram ex-</p><p>postos ao benzeno durante o tempo em que seu uso era permitido é de suma</p><p>relevância.</p><p>A forma mais eficaz de prevenção à exposição ao benzeno é a substitui-</p><p>ção desta substância por outra mais segura, ou investir em tecnologias capazes</p><p>de assegurar a não exposição ao benzeno.</p><p>O benzeno é uma substância que não possui limite de exposição seguro.</p><p>33</p><p>Dermatite</p><p>Dentre as doenças ocupacionais mais importantes temos a dermatite. Po-</p><p>rém, ela não chega a entrar nas estatísticas, uma vez que em inúmeros casos o</p><p>próprio paciente a trata sem auxílio médico ou ela é tratada no próprio ambula-</p><p>tório da empresa.</p><p>Mas o que é a dermatite ocupacional? É toda alteração das mucosas,</p><p>pele e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condici-</p><p>onada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocu-</p><p>pacional ou no ambiente de trabalho (ALI, 1995).</p><p>As dermatites ocupacionais, geralmente, são causadas por agentes bio-</p><p>lógicos, físicos e químicos e provocam desconforto, dor, prurido, queimação, re-</p><p>ações psicossomáticas e outras que geram até a perda do posto de trabalho.</p><p>Dentre os agentes químicos, os principais responsáveis por provocar der-</p><p>matite são: irritantes (cimento, solventes, detergentes, ácidos, álcalis, entre ou-</p><p>tros) e alérgenos (aditivos da borracha, níquel, cromo e cobalto, resinas, entre</p><p>outros).</p><p>Para se obter o diagnóstico que a dermatite é ocupacional, deve-se avaliar</p><p>o quadro clínico, o histórico ocupacional, a localização das lesões e realizar exa-</p><p>mes específicos.</p><p>As dermatites ocupacionais apresentam melhoras com o afastamento do</p><p>trabalhador do seu posto de trabalho e com o retorno elas pioram.</p><p>Dermatite de contato por irritantes</p><p>Ocorre através do contato com substâncias irritantes em concentrações</p><p>acima das toleráveis, com tempo grande de exposição, e o trabalhador é exposto</p><p>com frequência a esta substância. Manter o contato com água, sabão e deter-</p><p>gente favorece a ocorrência de irritações.</p><p>Segundo Brasil (2006b, p. 25): O quadro clínico varia de acordo com o</p><p>irritante, podendo aparecer sob a forma de dermatites indistinguíveis</p><p>das dermatites de contato alérgicas agudas, até ulcerações vermelhas</p><p>profundas, nas queimaduras químicas.</p><p>34</p><p>A dermatite irritativa crônica é mais frequente que a aguda ou acidental.</p><p>Agressões repetidas, por irritantes de baixo grau, ocorrem ao longo do tempo.</p><p>Nesses casos, a secura da pele e o aparecimento de fissuras são, frequente-</p><p>mente, os primeiros sinais, que evoluem para eritema, descamação, pápulas,</p><p>vesículas e espessamento gradual da pele. As dermatites de contato irritativas</p><p>podem ser facilmente diagnosticadas pelas histórias clínica e ocupacional.</p><p>Os testes epicutâneos ou patch test não estão indicados para o diagnós-</p><p>tico. Mas para dermatites de contato por irritantes crônicas, que não respondem</p><p>bem ao tratamento pode ser realizado o teste de contato para investigar sensi-</p><p>bilização às vezes ao medicamento usado.</p><p>A dermatite de contato por irritantes (DCI) pode se dividir em: Dermatite</p><p>irritativa de contato forte (DICF) Etiopatogenia Quando a substância química,</p><p>em contato com a pele, provocar graves lesões inflamatórias já no primeiro con-</p><p>tato, estas são consideradas irritantes fortes.</p><p>O contato com cimento, que é abrasivo, alcalino, altamente higroscópico,</p><p>causa ulcerações (rasas ou profundas).</p><p>Estas lesões irão aparecer devido ao tempo de contato com a massa de</p><p>cimento associado ao atrito gerado pelo calçado e vestimentas na pele do traba-</p><p>lhador, podendo chegar à necrose da região atingida.</p><p>Por exemplo, após 12 horas de contato com o cimento úmido podem sur-</p><p>gir ulcerações profundas na região atingida.</p><p>Quadro Clinico: após algumas horas de uma determinada região estar em</p><p>contato com o cimento, podem surgir eritema com prurido, ardor, queimação.</p><p>Após 24h, podem ser observadas lesões em fase ativa, exulceradas, ul-</p><p>ceradas ou necrosadas, dependendo somente do tempo de contato e da alcali-</p><p>nidade do cimento ou concreto.</p><p>Segundo Brasil (2006b, p. 27, grifo do autor), os principais aspectos</p><p>clínicos das principais dermatites de contato são: Dermatite irritativa de</p><p>contato (DIC). Ressecamento da pele na área de contato.</p><p>Descamação com ou sem eritema. Pode evoluir com fissuras e sangra-</p><p>mentos. É importante salientar que o processo irritativo irá depender do agente</p><p>causal (vide abaixo a classificação dos irritantes conforme CID 10).</p><p>35</p><p>Dermatite irritativa forte de contato (DIFC). Surge ulceração na área de</p><p>contato com posterior necrose. Ardor, queimação e dor são sintomas presentes.</p><p>O contato com ácidos, álcalis fortes são os principais agentes responsá-</p><p>veis. Outro agente importante é a queda de massa de cimento ou concreto den-</p><p>tro da bota, calçado ou luvas.</p><p>Dermatite Alérgica de Contato (DAC). Presença de eritema, edema, vesi-</p><p>culação e prurido.</p><p>Ao se cronificar, verifica-se a formação de crostas serosas às vezes com</p><p>infecção secundária às vezes ocorre liquenificação (espessamento da pele).</p><p>Observação: prurido, juntamente com os demais achados clínicos, é um</p><p>bom indicador de Dermatite Alérgica de Contato (DAC).</p><p>Ainda segundo Brasil (2006b, p. 27), os agentes que causam as prin-</p><p>cipais dermatites de contato por irritantes são: Dermatite de contato por</p><p>irritantes devido a detergentes.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a óleos e gorduras.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a solventes: cetonas, ciclohe-</p><p>xano, compostos de cloro, ésteres, glicol, hidrocarbonetos.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a cosméticos</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a drogas em contato com a pele.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a outros produtos químicos: ar-</p><p>sênio, berílio, bromo, cromo, cimento, flúor, fósforo, inseticidas.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a alimentos em contato com a</p><p>pele.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a plantas, exceto alimentos.</p><p>Dermatite de contato por irritantes devido a outros agentes químicos: co-</p><p>rantes.</p><p>Dermatites alérgicas de contato (DAC)</p><p>Atualmente, existem cerca 5 mil substâncias que estão classificadas como</p><p>alergênicas. Os sinais da dermatite alérgica de contato são eczemas agudos ou</p><p>crônicos.</p><p>Em sua fase aguda, os eczemas vêm acompanhados de prurido intenso,</p><p>já na fase crônica surgem descamações e fissuras na pele.</p><p>36</p><p>Este tipo de substância é capaz de penetrar a pele e estimular o sistema</p><p>imunológico do indivíduo a produzir linfócitos T que liberam várias citocinas, pro-</p><p>vocando uma reação inflamatória. Após a exposição inicial, os primeiros sinto-</p><p>mas podem aparecer entre 5 e 21 dias.</p><p>Caso o trabalhador já tenha sensibilidade ao agente, os sintomas apare-</p><p>cem em até 3</p><p>dias da nova exposição.</p><p>Caso o trabalhador seja afastado do agente, poderá haver uma diminui-</p><p>ção no quadro ou até sua total cura, porém a hipersensibilidade latente perma-</p><p>nece e reexposições voltam a desencadeá-lo.</p><p>Segundo Brasil (2006b, p. 29), os agentes que causam as principais</p><p>dermatites alérgicas de contato são: Dermatite alérgica de contato de-</p><p>vido a metais. Dermatite alérgica de contato devido a adesivos.</p><p>Dermatite alérgica de contato devido a cosméticos (fabricação/ manipula-</p><p>ção). Dermatite alérgica de contato devido a drogas em contato com a pele.</p><p>Dermatite alérgica de contato devido a corantes. Dermatite alérgica de</p><p>contato devido a outros produtos químicos.</p><p>Dermatite alérgica de contato devido a alimentos em contato com a pele</p><p>(fabricação/manipulação).</p><p>Dermatite alérgica de contato devido a plantas (não inclui plantas usadas</p><p>como alimentos).</p><p>Dermatite alérgica de contato devido a outros agentes (causa externa es-</p><p>pecificada).</p><p>De acordo com Brasil (2006b), os quadros crônicos são caracterizados</p><p>por pele espessada, com fissuras, e podem piorar nas reexposições ao</p><p>antígeno.</p><p>O diagnóstico é feito baseado na história clínico-ocupacional e no exame</p><p>clínico. A identificação das substâncias alergênicas (para fins de diagnóstico e</p><p>para prevenção de novos contatos e reexposição) pode ser auxiliada pelos tes-</p><p>tes epicutâneos ou patch tests.</p><p>Ulcerações</p><p>Úlcera crônica da pele não classificada em outra parte Se-</p><p>gundo Brasil (2006c), o contato da pele com ácidos ou álcalis fortes</p><p>37</p><p>pode provocar ulceração da pele em curto prazo (forma aguda) ou em</p><p>longo prazo (forma crônica).</p><p>Entre as substâncias químicas irritantes capazes de produzir úlceras crô-</p><p>nicas de pele de origem ocupacional temos o cromo e seus compostos, como o</p><p>ácido crômico, os cromatos de sódio ou o potássio e os dicromatos de amônio,</p><p>entre outros.</p><p>A exposição ao cromo pode provocar, além das úlceras crônicas de pele,</p><p>a dermatite de contato irritativa, irritação e ulceração da mucosa nasal, levando</p><p>à perfuração do septo nasal, principalmente em trabalhadores expostos a né-</p><p>voas de ácido crômico, nas galvanoplastias.</p><p>Entretanto, o surgimento de dermatite de contato alérgica também é co-</p><p>mum. A exposição em longo prazo pode provocar câncer das fossas nasais e</p><p>câncer de pulmão.</p><p>As úlceras causadas por exposição ao cromo desenvolvem-se, geral-</p><p>mente, em áreas úmidas, como a mucosa nasal, ou em pontos da pele que apre-</p><p>sentam feridas.</p><p>As úlceras podem aparecer sobre a junção das falanges dos dedos da</p><p>mão, nos pontos mais proeminentes ou próximos às unhas, entre ou-</p><p>tras localizações (BRASIL, 2006c).</p><p>As úlceras são bastante sensíveis e dolorosas e podem ser cobertas por</p><p>uma crosta, podendo aparecer infecções bacterianas secundárias.</p><p>A evolução é lenta e pode deixar cicatriz. A continuidade da exposição</p><p>pode levar à necrose da pele em torno da úlcera, com aumento de suas dimen-</p><p>sões.</p><p>O cromo hexavalente sobre as mucosas e vias aéreas superiores pode</p><p>provocar: lesões periungueais, ulceração e perfuração do septo nasal, coloração</p><p>marrom na língua e nos dentes, rinites e crises asmáticas e câncer dos brôn-</p><p>quios.</p><p>O diagnóstico é feito baseado no quadro clínico e no histórico ocupacio-</p><p>nal de exposição ao cromo ou a outro agente irritativo.</p><p>38</p><p>Quando o agente causador da doença for o cromo, devem ser investi-</p><p>gados outros efeitos lesivos, como ulceração, perfuração de septo na-</p><p>sal, câncer de septo nasal e efeitos crônicos sobre o pulmão (BRASIL,</p><p>2006c)</p><p>CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL</p><p>Além da exposição à radiação solar, alguns agentes químicos são capa-</p><p>zes de causar câncer de pele. É fundamental que a exposição seja habitual para</p><p>que se chegue neste quadro clínico.</p><p>PREVENÇÃO DAS DERMATITES</p><p>Prevenção primária: promoção da saúde</p><p>A prevenção deve iniciar-se no ambiente de trabalho, onde as regras de</p><p>conforto, bem-estar e segurança no trabalho estabelecidas devem ser cumpri-</p><p>das.</p><p>Brasil (2006c, p. 53) traz ainda outras medidas preventivas:</p><p>• Estrutura sanitária de fácil acesso e que permita boa higiene pessoal.</p><p>• Restaurante com alimentação apropriada para o clima e a atividade exer-</p><p>cida. • Centro de treinamento.</p><p>39</p><p>• Orientação sobre riscos específicos atinentes à atividade. Metodologia</p><p>segura de trabalho.</p><p>• Orientação sobre doenças gerais: tuberculose, aids, diabetes, hiperten-</p><p>são, estresse e outras.</p><p>• Males sociais: tabagismo, alcoolismo, drogas, medicamentos, ansiolíti-</p><p>cos psicotrópicos, outros.</p><p>• Normas de higiene e imunização.</p><p>Prevenção secundária</p><p>Conforme Brasil (2006c, p. 53), após observadas possíveis lesões que</p><p>estejam afetando o trabalhador, a prevenção ocorrerá por:</p><p>• Por meio do atendimento no ambulatório da empresa.</p><p>• Mediante inspeção periódica aos locais de trabalho.</p><p>• Por meio dos exames periódicos e do tratamento precoce. Nesta etapa</p><p>da prevenção podemos agir de forma imediata, neutralizando ou minimizando os</p><p>riscos, e evitando que a dermatose se instale e atinja os trabalhadores expostos.</p><p>Prevenção terciária</p><p>Quando o trabalhador apresenta lesões em fase crônica ou se sentir</p><p>sensibilizado a algum agente presente no ambiente de trabalho, é fun-</p><p>damental a adoção de medidas terapêuticas adequadas, como: reti-</p><p>rada do ambiente de trabalho, testes epicutâneos a fim de se detectar</p><p>a presença de possíveis alérgenos etc. (BRASIL, 2006c).</p><p>No caso específico de alergia por cimento (cromatos e cobalto), o traba-</p><p>lhador será impedido de retornar à mesma atividade; neste caso, o trabalhador</p><p>deverá ser reabilitado para outro tipo de atividade, onde possa atuar afastado do</p><p>risco.</p><p>40</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMORIM, L. C. A. Os biomarcadores e sua aplicação na avaliação da</p><p>exposição aos agentes químicos ambientais. Revista Brasileira de Epidemiolo-</p><p>gia, São Paulo, v. 6, supl., p. 1-13, 2003. Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2016.</p><p>» http://www.scielosp.org/pdf/rbepid/v6n2/09.pdf</p><p>BAGATIN, E.; KITAMURA, S. História Ocupacional. Jornal Brasileiro de</p><p>e Pneumologia, Brasília, DF, v. 32, supl., p. 12-16, 2005.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Sis-</p><p>tema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox). Dados de intoxi-</p><p>cação. Casos registrados de intoxicação humana por agente tóxico e circunstân-</p><p>cia Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2016.</p><p>» http://sinitox.icict.fiocruz.br/sites/sinitox.icict.fiocruz.br/files//Ta-</p><p>bela%206_2012.pdf</p><p>______. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as con-</p><p>dições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o</p><p>funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário</p><p>Oficial [da] União. Brasília, DF, 19 set. 1990. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>» http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm</p><p>BUSS, P. M.; PELLEGRINI, A. F. A saúde e seus determinantes soci-</p><p>ais. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93,</p><p>2007. Disponível em: .</p><p>Acesso em: 8 mar. 2016. » http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a06.pdf</p><p>ENGELS, F. The Condition of the Working Class in England. Londres: [s.</p><p>n.], 1998. Disponível em: . Acesso em: 1 ago. 2016.</p><p>http://www.scielosp.org/pdf/rbepid/v6n2/09.pdf</p><p>http://sinitox.icict.fiocruz.br/sites/sinitox.icict.fiocruz.br/files/Tabela%206_2012.pdf</p><p>http://sinitox.icict.fiocruz.br/sites/sinitox.icict.fiocruz.br/files/Tabela%206_2012.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm</p>

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