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<p>DESCRIÇÃO</p><p>A importância do conhecimento sobre os riscos ocupacionais para a segurança, tanto do trabalhador que</p><p>executa o serviço quanto para a empresa, onde nesse caso, há proteção à sua imagem, produção e</p><p>investimento.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Demonstrar ao engenheiro a importância de se reconhecer os benefícios mútuos (empresa -</p><p>trabalhador) das práticas de Gerenciamento de Riscos de saúde e segurança do trabalho.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Reconhecer aspectos básicos da governança das empresas</p><p>MÓDULO 2</p><p>Identificar os impactos operacionais e financeiros dos riscos ocupacionais</p><p>MÓDULO 3</p><p>Descrever os benefícios do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>OS BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO DE</p><p>RISCOS PARA EMPRESAS E TRABALHADORES</p><p>AVISO: orientações sobre unidades de medida.</p><p>AVISO</p><p>Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de</p><p>tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a</p><p>unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o</p><p>padrão internacional de separação dos números e das unidades.</p><p>javascript:void(0)</p><p>MÓDULO 1</p><p> Reconhecer aspectos básicos da governança das empresas</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>O estudo dos benefícios do Gerenciamento de Riscos é importante, pois será preciso citá-los e explicá-</p><p>los para a diretoria da sua empresa ao apresentar a proposta do projeto de Gerenciamento de Riscos</p><p>(gerencial ou ocupacional), ou os resultados da operação regular desse gerenciamento.</p><p>Você seria capaz de defender a importância desse gerenciamento frente à diretoria da sua</p><p>empresa?</p><p>Esse tipo de apresentação, e com essa defesa, é uma situação muito comum entre as equipes que</p><p>atuam com Gerenciamento de Riscos Ocupacionais: apresentar o que é o gerenciamento, como ele</p><p>funciona, quanto tempo levará, quanto custará e, por fim, os benefícios esperados e já alcançados.</p><p>Será que a diretoria vai aceitar a sua argumentação?</p><p>Vai depender de sua habilidade em apresentar os benefícios. Como sempre ocorre, os benefícios</p><p>precisam justificar os gastos a efetuar ou já efetuados. Para entendermos como se pode identificar e</p><p>avaliar esses riscos na prática, vejamos o exemplo da empresa ZPK Logística.</p><p>A ZPK Logística é uma empresa brasileira legalmente estabelecida e que se instalou recentemente no</p><p>estado do Rio de Janeiro. Seus principais acionistas são grandes empresas de e-commerce brasileira.</p><p>Ela é especializada no transporte de cargas leves e apresenta como seus diferenciais o alto nível de</p><p>automação de suas operações.</p><p>A velocidade com que realiza o transporte de cargas é efetuada graças a parcerias com empresas de</p><p>aviação e de transporte rodoviário. A ZPK Logística mantém 5 centros regionais de distribuição junto a</p><p>grandes aeroportos brasileiros e inúmeras parcerias com empresas de logística locais, as quais fazem a</p><p>entrega aos clientes. Esses centros estão aparelhados com equipamentos de última geração.</p><p>São robôs fixos e móveis, drones de solo e voadores, bem como outros recursos de tecnologia de ponta</p><p>e que funcionam junto com suas equipes operacionais (humanas). Cada centro de distribuição possui</p><p>cerca de 2000 metros quadrados, opera 24 horas por dia e 7 dias por semana. Veja como são definidos</p><p>alguns aspectos na ZPK Logística:</p><p>Finalidade: A empresa visa à prestação de serviços de transporte e armazenamento de cargas em</p><p>geral. Serão utilizados, para isso, veículos próprios e de terceiros.</p><p>Missão: Ser operador logístico e de transporte reconhecido pela excelência do seu atendimento e pela</p><p>automação de sua operação.</p><p>Visão: Ser o principal operador logístico atuando em todo o território nacional e com representações em</p><p>toda a América Latina, e com o maior índice de automação em centros de distribuição próprios.</p><p>Governança corporativa (recursos): Código de ética, canal de denúncias, Gerenciamento de Riscos,</p><p>descrições de procedimentos, auditoria, entre outros</p><p>Objetivos estratégicos para o próximo ano: Atingir 100% de automação na movimentação de carga;</p><p>atualizar sistema de rastreamento de frota; atingir 60% de frota própria; implementar programa de</p><p>treinamento em novas tecnologias para 50% da equipe; substituir sistemas de apoio ao cliente;</p><p>estabelecer parcerias estratégicas com operadores da América Latina; atingir 0% de ocorrências de</p><p>doenças ocupacionais e de acidentes de trabalho; atingir 100% de satisfação nas entregas de valor ao</p><p>cliente; atingir 90% de satisfação dos colaboradores.</p><p>Entregas e valor: Pleno atendimento das necessidades e das expectativas dos clientes.</p><p>Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. OS ADMINISTRADORES E OS GESTORES DA ZPK</p><p>LOGÍSTICA POSSUEM RESPONSABILIDADES EM RELAÇÃO</p><p>AO ATINGIMENTO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E</p><p>TÁTICOS ESTABELECIDOS PARA A EMPRESA. EXPLIQUE</p><p>COMO CADA UM DELES SE ENVOLVE COM</p><p>RESPONSABILIDADES E/OU AÇÕES QUE LEVAM AO</p><p>ATINGIMENTO DESSES OBJETIVOS TÁTICOS E</p><p>ESTRATÉGICOS.</p><p>RESPOSTA</p><p>Os administradores possuem preocupações mais estratégicas e se destacam por zelar pela governança</p><p>corporativa, identificando questões ou eventos que possam colocar em risco o atingimento dos objetivos</p><p>estratégicos, além de desenvolver e implantar medidas que evitem ou mitiguem esses riscos (Gerenciamento</p><p>de Riscos).</p><p>Os gestores traçam os objetivos táticos, acompanham, orientam e supervisionam as equipes operacionais a</p><p>eles subordinada. É incumbido ao gestor decidir sobre os procedimentos e a metodologia a serem utilizados</p><p>para o desenvolvimento dos processos, assim como cabe também ao gestor a tomada de decisão sobre as</p><p>situações de exceção que se apresentarem.</p><p>javascript:void(0)</p><p>ENTENDENDO O PROCESSO DE GOVERNANÇA</p><p>DAS EMPRESAS</p><p>Agora, vamos estudar como as empresas e seus trabalhadores podem ser beneficiados pelo</p><p>Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Para compreendermos mais claramente a extensão e o</p><p>impacto desses benefícios, começaremos conversando um pouco sobre aspectos relacionados às</p><p>estruturas e aos processos de gestão das empresas.</p><p>A FINALIDADE DE UMA EMPRESA</p><p>Se você fizer um levantamento junto a um grupo de pessoas, perguntando qual é a principal finalidade</p><p>ou função de uma empresa, você talvez obtenha respostas como:</p><p></p><p>I.</p><p>Gerar lucro</p><p>II.</p><p>Maximizar valor para o acionista</p><p></p><p></p><p>III.</p><p>Elevar faturamento</p><p>IV.</p><p>Gerar empregos</p><p></p><p></p><p>V.</p><p>Produzir ou vender algum produto ou serviço</p><p>VI.</p><p>Produzir sem destruir o meio ambiente</p><p></p><p></p><p>VII.</p><p>Ter responsabilidade social</p><p>VIII.</p><p>Respeitar a diversidade</p><p></p><p></p><p>IX.</p><p>Pagar impostos</p><p>X.</p><p>Objeto social constante do contrato social, entre outras opções.</p><p></p><p>MAS É BEM PROVÁVEL QUE O LUCRO RECEBA</p><p>MAIS VOTOS.</p><p>A resposta “objeto social do contrato social” seria a definição mais correta tecnicamente. Esse</p><p>contrato social é um documento que define o que é e para que serve uma empresa sob o ponto de vista</p><p>legal. O “objeto social” desse contrato é o que a empresa se propõe a fazer no mercado, ou seja, a</p><p>sua finalidade.</p><p>ISSO QUER DIZER QUE O LUCRO NÃO É</p><p>IMPORTANTE?</p><p>CLARO QUE NÃO, O LUCRO DE UMA EMPRESA É</p><p>FUNDAMENTAL! ELE JUSTIFICA O INVESTIMENTO</p><p>DO ACIONISTA, ATRAI NOVOS NEGÓCIOS PARA A</p><p>EMPRESA, PERMITE O REINVESTIMENTO NA</p><p>PRODUÇÃO, E AINDA, GARANTE A SUA</p><p>CONTINUIDADE, ENTRE OUTROS BENEFÍCIOS. MAS</p><p>O LUCRO NÃO É UMA FINALIDADE, JÁ QUE ELE</p><p>RESULTA DAS ATIVIDADES DE NEGÓCIOS</p><p>DESENVOLVIDAS COM O OBJETIVO DE SE CUMPRIR</p><p>A REAL FINALIDADE DA EMPRESA.</p><p> EXEMPLO</p><p>Uma universidade tem por finalidade a prestação de serviços educacionais; um hospital tem por</p><p>finalidade a prestação de serviços médicos etc. Mas ambas as empresas, para continuarem existindo,</p><p>precisam desenvolver serviços que gerem lucro.</p><p>A verdade é que a finalidade da empresa é a atividade que ela se propõe a fazer no mercado e</p><p>que visa entregar valor ao cliente. Adiante, vamos detalhar melhor o que significa essa entrega. Mas,</p><p>por hora, apresentaremos dois conceitos importantes para o caminho de qualquer organização: a sua</p><p>missão e a sua visão.</p><p>MISSÃO</p><p>É uma declaração pública sobre sua finalidade ou objetivo e de como se pretende cumpri-lo, sendo de</p><p>costume indicar como ela fará a entrega de valor. As missões não citam o lucro como sua finalidade.</p><p></p><p>VISÃO</p><p>Mostra o cenário futuro a ser atingido e para o qual forma definidos os objetivos estratégicos</p><p>necessários para seu atingimento.</p><p>O lucro pode ser um dos objetivos da empresa, a qual se desdobra para atingir várias metas visando o</p><p>êxito. O lucro é, também, um indicador que mede o sucesso da administração da empresa na gestão de</p><p>negócios e dos seus recursos.</p><p>VOLTANDO AO LEVANTAMENTO SUGERIDO NO</p><p>INÍCIO DESTE MÓDULO...</p><p>As outras respostas também podem ser finalidades da empresa, desdobradas em metas ou ainda em</p><p>outros objetivos. Esses objetivos podem fazer parte do conjunto de entregas de valor da empresa às</p><p>pessoas e a outras organizações com quem se relacione durante a operação. Por isso, para ficar mais</p><p>claro, vamos debater sobre entrega de valor.</p><p>ENTREGAS DE VALOR</p><p>A entrega ou geração de valor envolve a satisfação de expectativas e necessidades das partes</p><p>relacionadas com a empresa. A entrega de valor ao cliente começa com a entrega de um produto ou</p><p>serviço para ele, bem como a sua percepção sobre o grau de satisfação de expectativas e necessidades</p><p>alcançadas. Vejamos dois exemplos práticos para entender a aplicação do conceito:</p><p> EXEMPLO I</p><p>Um cliente vai ao seu bar preferido e compra uma lata de cerveja gelada. O atendente, que o conhece e</p><p>o trata sempre muito bem, entrega a lata da marca que pediu, na temperatura adequada e com o preço</p><p>esperado. O cliente abre e toma a bebida e, assim, experimenta as sensações de prazer e de bem-estar</p><p>que esperava. A entrega de valor, que começou lá na cervejaria quando essa produziu a bebida dentro</p><p>das especificações do produto, e prosseguiu no bar, com a venda dentro da cordialidade, da</p><p>temperatura e dos preços esperados, atingiu o seu objetivo: satisfazer o cliente.</p><p> EXEMPLO II</p><p>Um cliente foi a uma loja e comprou uma televisão, que será entregue dias depois. Esse cliente pode ter</p><p>recebido o produto dentro da especificação, das condições de venda e no prazo correto. No entanto,</p><p>pode ter ficado insatisfeito com a TV após ligá-la em casa, pois os seus controles não eram tão fáceis</p><p>quanto à amostra que apareceu na propaganda do produto. A entrega de valor, que começou na fábrica</p><p>que produziu a televisão e prosseguiu na loja que a vendeu, não funcionou porque a expectativa do</p><p>cliente sobre a imagem do televisor não foi satisfatória devido ao não atingimento de uma expectativa</p><p>formada pela propaganda.</p><p>Diversos são os tipos de valores que uma empresa pode fornecer a seus clientes e diversos são os tipos</p><p>de valores que uma empresa necessita entregar a seus clientes (seja intermediário ou final), devido à</p><p>exigência imposta pelo mercado.</p><p>PARTES RELACIONADAS</p><p>As chamadas partes relacionadas, também conhecidas pelo termo em inglês stakeholders, são pessoas,</p><p>empresas e outras organizações que mantêm algum tipo de interesse ou relacionamento com a</p><p>empresa. Essas partes incluem:</p><p>Acionistas</p><p>Investidores</p><p>Trabalhadores</p><p>Clientes</p><p>Parceiros comerciais</p><p>Prestadores de serviço</p><p>Órgãos reguladores</p><p>Financiadores, entre outros</p><p>Muitos desses relacionamentos são formalizados por contratos, acordos e convênios, ou ainda,</p><p>estipulados por regulamentações setoriais ou nacionais, e que preveem diversos tipos de entregas de</p><p>valor.</p><p>PARECE COMPLICADO ATENDER A TANTAS</p><p>EXPECTATIVAS DAS PARTES INTERESSADAS, NÃO</p><p>É? COMO SATISFAZER A TODO MUNDO?</p><p>BEM-VINDOS A UM DOS GRANDES DESAFIOS DOS</p><p>ADMINISTRADORES DAS EMPRESAS! É IMPOSSÍVEL</p><p>ATENDER A TODOS ESSES INTERESSES E</p><p>EXPECTATIVAS, MAS ELES PRECISAM</p><p>DEMONSTRAR QUE ESTÃO BUSCANDO ALCANÇAR</p><p>ESSE OBJETIVO DA MELHOR FORMA POSSÍVEL.</p><p>Note que os riscos relacionados ao atendimento desses interesses estão presentes no gerenciamento</p><p>de riscos corporativos e que os riscos das entregas para a empresa também são considerados. Esses</p><p>processos de avaliação de riscos precisam, portanto, definir ações que possam tratar essa problemática,</p><p>de forma a garantir o atingimento dos objetivos.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>O mesmo ocorre com o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais: é preciso atender aos interesses e às</p><p>expectativas dos trabalhadores e terceiros que atuam no ambiente da empresa quanto à segurança do</p><p>trabalho. Isso inclui conformidade com regulamentações do trabalho até disponibilização de orientações</p><p>e equipamentos de proteção individual e coletiva (EPIs e EPCs).</p><p>O PAPEL DOS ADMINISTRADORES DA</p><p>EMPRESA</p><p>VOCÊ SABE QUEM SÃO OS ADMINISTRADORES DE</p><p>UMA EMPRESA?</p><p>A LEI Nº 6.404/1976 ESTABELECE QUE O CONJUNTO</p><p>DESSES ADMINISTRADORES É FORMADO PELOS</p><p>MEMBROS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, DO</p><p>CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA.</p><p>ESSA MESMA LEGISLAÇÃO ATRIBUI UMA SÉRIE DE</p><p>DEVERES, OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES</p><p>EM RELAÇÃO ÀS AÇÕES E ÀS DECISÕES DA</p><p>EMPRESA. ESSES ADMINISTRADORES TAMBÉM</p><p>TÊM DEVERES, OBRIGAÇÕES E</p><p>REPONSABILIDADES COM AS PARTES</p><p>INTERESSADAS, FIRMADOS, PRINCIPALMENTE,</p><p>ATRAVÉS DE CONTRATOS, CÓDIGO DE ÉTICA E</p><p>OUTROS INSTRUMENTOS LEGAIS E</p><p>INSTITUCIONAIS.</p><p>A governança da empresa é a principal responsabilidade dos administradores. Como o termo sugere,</p><p>trata-se da ação de dirigir a empresa de forma a garantir a sua continuidade e o atingimento de seus</p><p>objetivos e metas estratégicas. E essas podem incluir temas como: lucratividade, valorização,</p><p>produtividade, participação no mercado, otimização da aplicação de seus recursos, boa reputação, bem-</p><p>estar dos trabalhadores, entre outras metas.</p><p>Note que faz parte de suas responsabilidades identificar questões ou eventos que possam colocar em</p><p>risco o atingimento dos objetivos e das metas, bem como desenvolver e implantar medidas que evitem</p><p>ou mitiguem esses riscos. O gerenciamento de riscos corporativos é, portanto, uma de suas</p><p>obrigações. E conta-se com toda a estrutura organizacional da empresa para auxiliar esse</p><p>gerenciamento.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Vale esclarecer que cabe aos conselheiros fazer a condução do planejamento estratégico da empresa, e</p><p>aos diretores executivos o planejamento e a aplicação das ações táticas necessárias para se</p><p>implementar as metas e os objetivos desse planejamento. Essas ações vão formar o conjunto das</p><p>operações e os projetos da empresa, além de compor o orçamento corporativo.</p><p>O PAPEL DOS GESTORES DA EMPRESA</p><p>Agora que já conhecemos o papel a ser cumprido pelos administradores, vamos entender o papel dos</p><p>gestores da empresa.</p><p>O TERMO GESTOR DESIGNA GENERICAMENTE OS</p><p>NÍVEIS HIERÁRQUICOS DE SUPERVISÃO</p><p>LOCALIZADOS ENTRE A DIRETORIA EXECUTIVA E</p><p>AS EQUIPES OPERACIONAIS.</p><p>Isto é, superintendentes, gerentes e coordenadores, os quais estão subordinados ao diretor executivo</p><p>responsável pela estrutura organizacional onde atuam. Esse diretor os delega a autoridade que exercem</p><p>sobre a equipe, e os repassa os direcionamentos estratégico e tático.</p><p>As atribuições do gestor envolvem o acompanhamento, a supervisão e a orientação direta das equipes</p><p>operacionais a ele subordinadas no desenvolvimento das ações táticas e operacionais requeridas a fim</p><p>de manter as operações da empresa. Cabe a ele decidir sobre os procedimentos a serem tomados para</p><p>o desenvolvimento dos processos e para tratar as situações de exceção que se apresentarem.</p><p>Cabe ainda ao gestor, com o apoio de sua equipe, estabelecer as ações e os objetivos táticos que serão</p><p>necessários para o atingimento dos objetivos estratégicos. Também cabe ao gestor, junto de sua equipe,</p><p>identificar e tratar os riscos que possam comprometer o atingimento de todos esses objetivos.</p><p>A GOVERNANÇA CORPORATIVA</p><p>Rossetti e Andrade (2019) esclarecem que a governança nas empresas está presente há séculos, desde</p><p>que as primeiras empresas surgiram. Ao longo do tempo, a governança vinha sendo praticada de várias</p><p>formas nas empresas, sendo definida mediante acordo ou ordem direta de investidores para</p><p>administradores.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Em 1992, um comitê criado pelo</p><p>Banco da Inglaterra lançou o primeiro código de boas práticas de</p><p>governança corporativa do mundo. Ele acabou inspirando a criação de códigos semelhantes em</p><p>empresas de todo o mundo ao longo dos anos 1990. A versão brasileira desse código foi lançada em</p><p>1995 pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).</p><p>De início, esse código estava focado exclusivamente na garantia do bom relacionamento entre</p><p>acionistas e administradores, buscando antecipar e tratar situações de conflito de interesses,</p><p>desalinhamento de decisões ou falhas de comunicação. A partir dos anos 2000, a governança passou a</p><p>abranger todas as partes interessadas, incluindo os trabalhadores das empresas. Ao longo do tempo,</p><p>foram sendo incluídos ou associados outros temas de alcance mundial, como a responsabilidade social,</p><p>a sustentabilidade corporativa e as questões sociais.</p><p>O IBGC define hoje a governança como:</p><p>O SISTEMA PELO QUAL AS EMPRESAS E DEMAIS</p><p>ORGANIZAÇÕES SÃO DIRIGIDAS, MONITORADAS E</p><p>INCENTIVADAS, ENVOLVENDO OS RELACIONAMENTOS</p><p>ENTRE SÓCIOS, CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO,</p><p>DIRETORIA, ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE E</p><p>DEMAIS PARTES INTERESSADAS.</p><p>IBGC, 2015, p. 20</p><p>Esse sistema está baseado em quatro princípios ou valores propostos pelo Código das Melhores</p><p>Práticas de Governança Corporativa. Os quatro valores podem ser resumidos da seguinte forma:</p><p>RESPONSABILIDADE CORPORATIVA</p><p>Também conhecido pela denominação em inglês compliance. Esse valor representa a responsabilidade</p><p>da administração pelo cumprimento de leis, regulamentações, normas técnicas ou normas internas que</p><p>javascript:void(0)</p><p>definem desde a estrutura da empresa até os mínimos aspectos de sua operação. Inclui-se aqui a</p><p>preservação de recursos e a monitoria das operações.</p><p>PRESTAÇÃO DE CONTAS</p><p>Representa a responsabilidade da administração pela apresentação de resultados da empresa que</p><p>sejam reais, fidedignos e tempestivos.</p><p>EQUIDADE</p><p>Envolve o tratamento igualitário ou isonômico das partes interessadas.</p><p>TRANSPARÊNCIA</p><p>É o desejo de informar às partes interessadas e ao mercado mais do que o meramente obrigado pela</p><p>regulamentação. Envolve a apresentação clara sobre ações e as decisões da empresa.</p><p>Esses valores inspiram e orientam a introdução e a operação de boas práticas de governança, que são</p><p>áreas, sistemas, processos e outros mecanismos usados para transformar esses valores em ações</p><p>práticas. A implantação dessas ações de uma forma consistente e baseada em um efetivo</p><p>Gerenciamento de Riscos corporativo permite a prevenção de desvios em relação ao esperado ou dos</p><p>objetivos, ou ainda, a ação rápida para correção de rumos em casos de falha desses controles ou dos</p><p>efeitos de fatos novos que surjam, prevenindo, assim, a ocorrência ou o agravamento de perdas para a</p><p>empresa.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Note que as empresas que seguem a governança corporativa apresentam características comuns e</p><p>representam as chamadas boas práticas de governança. Essas práticas começam em suas estruturas</p><p>acionárias, de gestão e de monitoramento das operações, e continuam pelos vários mecanismos de</p><p>monitoramento das operações e de proteção de seus recursos e reputação que dispõe. E ainda, passam</p><p>pelo acionamento de auditorias externas independentes e inspeções de órgãos reguladores de mercado,</p><p>que buscam avaliar e aferir a existência e a eficácia de suas práticas de governança. Tudo isso pode ser</p><p>acompanhado pelos stakeholders, por diversos meios ou canais internos e externos que a empresa</p><p>disponibiliza (transparência das ações).</p><p>Claro que essas estruturas, auditorias e controles são bem-vistos pelas partes interessadas, em</p><p>especial, os investidores, os acionistas e os trabalhadores, justamente pelas reduções de perdas que</p><p>possibilitam. E essas perdas afetam negativamente resultados, reduzindo os lucros e o próprio valor de</p><p>mercado da empresa.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 2</p><p> Identificar os impactos operacionais e financeiros dos riscos ocupacionais</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>Um dos fatores que justificam o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais está nos impactos operacionais</p><p>e financeiros dos riscos ocupacionais.</p><p>Esses impactos atingem apenas os trabalhadores ou também as empresas? E, se atingem as</p><p>empresas, como isso acontece? Você seria capaz de avaliar todos esses impactos?</p><p>Para entendermos como se pode identificar e avaliar esses ricos na prática, vejamos o exemplo da</p><p>empresa ZPK Logística, que já conhecemos no módulo 1. Como vimos, ela possui 5 centros regionais</p><p>de distribuição junto a grandes aeroportos brasileiros, além de inúmeras parcerias com empresas locais</p><p>de logística, que fazem a entrega aos clientes. Esses centros estão aparelhados com equipamentos de</p><p>última geração (robôs fixos e móveis, drones de solo e voadores, e outros recursos de tecnologia de</p><p>ponta, os quais funcionam junto com suas equipes operacionais – humanas).</p><p>Cada centro de distribuição possui cerca de 2000 metros quadrados, opera 24 horas por dia e 7 dias por</p><p>semana. O trânsito de veículos e drones de solo é tão grande que se pensa em instalar semáforos de</p><p>trânsito, mas pistas de rolamento, faixas de pedestres e sinalizações de trânsito já existem. Importante</p><p>observar que os robôs e drones são programados para parar seus movimentos se os seres humanos</p><p>que circulam no ambiente chegarem muito perto. A aproximação permitida varia conforme o movimento</p><p>previsto para a máquina.</p><p>Cada centro de distribuição é dirigido a partir de um centro de comando e controle instalado junto à</p><p>produção. A estrutura não possui paredes, o que permite que seus controladores acompanhem a</p><p>operação apenas levantando a cabeça. Controla-se por telemetria toda a movimentação de robôs e</p><p>drones.</p><p>Os engenheiros de segurança montaram um relatório apontando algumas fontes de risco ou perigo na</p><p>empresa ZPK Logística. A equipe deu prosseguimento ao trabalho, concluiu o inventário de riscos,</p><p>obtendo os planos de ação junto aos gestores responsáveis pela área. O quadro a seguir mostra as</p><p>cinco fontes identificadas no relatório, acompanhadas de um risco e de planos de ação sumários para</p><p>esse risco.</p><p>Fontes de risco</p><p>Principal</p><p>risco</p><p>Planos de ação</p><p>1. Diversos equipamentos eletrônicos em</p><p>operação, os quais são fontes de energia</p><p>calorífica ou elétrica.</p><p>Físico</p><p>Implantar</p><p>equipamentos de</p><p>proteção que limitem a</p><p>aproximação da zona</p><p>de perigo.</p><p>Revisar os isolamentos</p><p>elétricos.</p><p>Colocar sinalizações de</p><p>risco de choque</p><p>elétrico.</p><p>2. Há uma falta geral de cadeiras no ambiente, o</p><p>que obriga os trabalhadores a atuarem e se</p><p>curvarem para operar computadores, por</p><p>exemplo.</p><p>Ergonômico</p><p>Instalar cadeiras com</p><p>recursos ergonômicos</p><p>para todos os</p><p>colaboradores.</p><p>3. Robôs industriais fixos e móveis em movimento</p><p>constante e sem nenhum tipo de proteção coletiva</p><p>Físico Implantar equipamento</p><p>de proteção que limitem</p><p>que impeça a presença de trabalhadores junto a</p><p>essas máquinas.</p><p>a aproximação.</p><p>Verificar sistemas de</p><p>parada com a</p><p>aproximação humana.</p><p>Colocar sinalizações de</p><p>perigo – máquinas em</p><p>movimento.</p><p>4. Veículos transitando constantemente junto ao</p><p>ambiente analisado, liberando monóxido de</p><p>carbono. O ambiente é parcialmente fechado e há</p><p>concentração dessa substância junto às equipes,</p><p>exigindo ventilação mecânica, que se encontra</p><p>instalada e em funcionamento.</p><p>Físico</p><p>Implantar equipamento</p><p>de proteção que limitem</p><p>a aproximação.</p><p>Implantar faixas de</p><p>rolamento de carros e</p><p>de trânsito de</p><p>pedestres.</p><p>Colocar sinalizações de</p><p>perigo – máquinas em</p><p>movimento.</p><p>5. No ambiente acima, junto aos caminhões, o</p><p>nível de ruído mostrou-se elevado e próximo aos</p><p>85db limítrofes para jornada de 8 horas diárias.</p><p>Físico</p><p>Instalar proteções</p><p>acústicas.</p><p>Distribuir abafadores de</p><p>som para a equipe que</p><p>atua na área.</p><p>Quadro: Fontes de risco e planos de ação.</p><p>Elaborado por: Ronaldo Augusto Granha.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>Nos exercícios, você vai ajudar os engenheiros a indicar os benefícios</p><p>da aplicação do Gerenciamento</p><p>de Riscos.</p><p>Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. SE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DECIDIR</p><p>QUESTIONAR A DIRETORIA DA ZPK LOGÍSTICA SOBRE</p><p>QUAIS SÃO OS PREJUÍZOS QUE OS ACIDENTES E AS</p><p>DOENÇAS DE TRABALHO PODEM TRAZER PARA A</p><p>PRÓPRIA EMPRESA, O QUE ESSA PODERIA RESPONDER?</p><p>RESPOSTA</p><p>Essas ocorrências levam as empresas a efetuarem gastos não previstos ou orçados com tratamentos</p><p>médicos e fisioterápicos, e até com a manutenção de trabalhadores licenciados do trabalho. Elas ainda</p><p>podem sofrer perdas com processos judiciais, penalizações da fiscalização trabalhista, e ainda, de qualidade</p><p>da produção devido à alocação ao trabalho de profissionais substitutos dos afastados, que também</p><p>precisavam ser treinados e preparados para o trabalho. Há ainda os prejuízos à reputação da empresa no</p><p>mercado, o que pode afetar seus relacionamentos com as partes interessadas e o seu valor de mercado.</p><p>javascript:void(0)</p><p>OS IMPACTOS CORPORATIVOS DOS RISCOS</p><p>OCUPACIONAIS</p><p>CONCEITOS INICIAIS</p><p>Inicialmente, considere um aspecto básico: a segurança do trabalho envolve a definição de ações de</p><p>prevenção para os riscos ocupacionais, que são definidos pela NR-1 como sendo a:</p><p>COMBINAÇÃO DA PROBABILIDADE DE OCORRER LESÃO</p><p>OU AGRAVO À SAÚDE CAUSADOS POR UM EVENTO</p><p>PERIGOSO, EXPOSIÇÃO A AGENTE NOCIVO OU EXIGÊNCIA</p><p>DA ATIVIDADE DE TRABALHO E DA SEVERIDADE DESSA</p><p>LESÃO OU AGRAVO À SAÚDE.</p><p>NR-1, 1978, p. 13.</p><p>Esses riscos são, portanto, perigos para a saúde, para a segurança e para a própria vida de</p><p>trabalhadores e de prestadores de serviços que atuam nas instalações da empresa. Eles são partes</p><p>interessadas na empresa, cujo relacionamento deve ser preservado, segundo os princípios da</p><p>governança corporativa. Dessa forma, ao atuar sobre a segurança desses trabalhadores, a empresa</p><p>está a preservar esse relacionamento.</p><p>SERÁ QUE A PRÓPRIA EMPRESA TAMBÉM PODERÁ</p><p>SER PREJUDICADA PELA OCORRÊNCIA DE</p><p>ACIDENTES OU DE DOENÇAS OCUPACIONAIS?</p><p>PODERÁ SIM, E ESSES PREJUÍZOS PODEM</p><p>CRESCER EM ÍNDICES ATÉ SUPERIORES AOS DO</p><p>AUMENTO DESSAS OCORRÊNCIAS. ISSO</p><p>ACONTECE PORQUE ESSAS OCORRÊNCIAS LEVAM</p><p>AS EMPRESAS A EFETUAREM GASTOS NÃO</p><p>PREVISTOS OU ORÇADOS COM TRATAMENTOS</p><p>MÉDICOS E FISIOTERÁPICOS, E ATÉ COM A</p><p>MANUTENÇÃO DE TRABALHADORES LICENCIADOS</p><p>DO TRABALHO.</p><p>As empresas ainda podem sofrer perdas com processos judiciais, penalizações da fiscalização</p><p>trabalhista, e de qualidade da produção devido à alocação ao trabalho de profissionais substitutos dos</p><p>afastados, que também precisavam ser treinados e preparados para as atividades laborais. Além disso,</p><p>há os prejuízos à reputação da empresa no mercado, que pode afetar seus relacionamentos com as</p><p>partes interessadas e seu valor de mercado. Vamos, então, aprofundar nosso entendimento sobre essas</p><p>possíveis perdas.</p><p>OS PREJUÍZOS CAUSADOS AOS</p><p>TRABALHADORES POR DOENÇAS E</p><p>ACIDENTES DE TRABALHO</p><p>OS CONHECIMENTOS SOBRE RISCOS AMBIENTAIS,</p><p>ERGONÔMICOS E DE ACIDENTES DE TRABALHO</p><p>NOS MOSTRARAM QUE HÁ VÁRIOS PERIGOS NO</p><p>AMBIENTE LABORAL, OS QUAIS PODEM AFETAR A</p><p>SAÚDE E A SEGURANÇA DO TRABALHADOR.</p><p>Apesar do nosso conteúdo não se propor a detalhar ou analisar os efeitos desses perigos no corpo</p><p>humano e, considerando a definição de riscos ocupacionais oferecida pela NR-1 (vide item 1), podemos</p><p>entender que as atividades, os eventos e/ou os agentes que representem perigos para o empregado</p><p>podem e devem ser previamente identificados, analisados e tratados. Afinal, a sua integridade física</p><p>precisa ser preservada.</p><p>Daí, a necessidade e a importância do processo de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais a ser</p><p>conduzido pelas empresas, que deve disponibilizar orientações claras e objetivas para o trabalhador</p><p>sobre os perigos de seu trabalho e sobre as práticas e os equipamentos de prevenção e de proteção</p><p>contra eles.</p><p>Por outro lado, o empregado também é responsável pela sua segurança, devendo seguir as orientações</p><p>recebidas, usar os equipamentos de proteção disponibilizados, evitar correr riscos desnecessários à sua</p><p>segurança, e apontar perigos ainda não tratados. Eis, portanto, a importância da realização de</p><p>campanhas de conscientização e de prevenção de riscos.</p><p>A nova redação da NR-1, no seu item 1.4 – Direitos e Deveres, contribui para a conscientização de</p><p>empresas e de trabalhadores sobre essas e outras responsabilidades acerca da segurança do trabalho.</p><p>Vejamos a redação da NR-1:</p><p>1.4.1 CABE AO EMPREGADOR:</p><p>A) CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS DISPOSIÇÕES LEGAIS</p><p>E REGULAMENTARES SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO</p><p>TRABALHO;</p><p>B) INFORMAR AOS TRABALHADORES:</p><p>I. OS RISCOS OCUPACIONAIS EXISTENTES NOS LOCAIS DE</p><p>TRABALHO;</p><p>II. AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO ADOTADAS PELA</p><p>EMPRESA PARA ELIMINAR OU REDUZIR TAIS RISCOS;</p><p>III. OS RESULTADOS DOS EXAMES MÉDICOS E DE EXAMES</p><p>COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO AOS QUAIS OS</p><p>PRÓPRIOS TRABALHADORES FOREM SUBMETIDOS; E IV.</p><p>OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS</p><p>REALIZADAS NOS LOCAIS DE TRABALHO.</p><p>C) ELABORAR ORDENS DE SERVIÇO SOBRE SEGURANÇA</p><p>E SAÚDE NO TRABALHO, DANDO CIÊNCIA AOS</p><p>TRABALHADORES;</p><p>D) PERMITIR QUE REPRESENTANTES DOS</p><p>TRABALHADORES ACOMPANHEM A FISCALIZAÇÃO DOS</p><p>PRECEITOS LEGAIS E REGULAMENTARES SOBRE</p><p>SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO;</p><p>E) DETERMINAR PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER</p><p>ADOTADOS EM CASO DE ACIDENTE OU DOENÇA</p><p>RELACIONADA AO TRABALHO, INCLUINDO A ANÁLISE DE</p><p>SUAS CAUSAS;</p><p>F) DISPONIBILIZAR À INSPEÇÃO DO TRABALHO TODAS AS</p><p>INFORMAÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA E SAÚDE NO</p><p>TRABALHO;</p><p>G) IMPLEMENTAR MEDIDAS DE PREVENÇÃO, OUVIDOS OS</p><p>TRABALHADORES, DE ACORDO COM A SEGUINTE ORDEM</p><p>DE PRIORIDADE:</p><p>I. ELIMINAÇÃO DOS FATORES DE RISCO;</p><p>II. MINIMIZAÇÃO E CONTROLE DOS FATORES DE RISCO,</p><p>COM A ADOÇÃO DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA;</p><p>III. MINIMIZAÇÃO E CONTROLE DOS FATORES DE RISCO,</p><p>COM A ADOÇÃO DE MEDIDAS ADMINISTRATIVAS OU DE</p><p>ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO;</p><p>IV. ADOÇÃO DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.</p><p>1.4.2 CABE AO TRABALHADOR:</p><p>A) CUMPRIR AS DISPOSIÇÕES LEGAIS E</p><p>REGULAMENTARES SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO</p><p>TRABALHO, INCLUSIVE AS ORDENS DE SERVIÇO</p><p>EXPEDIDAS PELO EMPREGADOR;</p><p>B) SUBMETER-SE AOS EXAMES MÉDICOS PREVISTOS NAS</p><p>NR;</p><p>C) COLABORAR COM A ORGANIZAÇÃO NA APLICAÇÃO</p><p>DAS NR;</p><p>D) USAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL</p><p>FORNECIDO PELO EMPREGADOR.</p><p>PORTARIA Nº 3.214/1978, NR-1.</p><p>As empresas costumam desenvolver e manter mecanismos de monitoração e validação do cumprimento</p><p>dessas responsabilidades por ambas as partes, como é o caso das inspeções citadas pela NR-1, ou de</p><p>trabalhos de auditoria interna ou externa. Essas inspeções e auditorias, que podem ser periódicas ou</p><p>eventuais, são realizadas nos ambientes de trabalho, e são conduzidas por áreas, como:</p><p>Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)</p><p></p><p>Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)</p><p></p><p>Auditorias internas e externas</p><p> ATENÇÃO</p><p>Também se deve considerar a atuação de gestores e dos próprios trabalhadores na identificação de</p><p>perigos não tratados e a informação dessas constatações para essas mesmas áreas.</p><p>OS PREJUÍZOS CAUSADOS À EMPRESA POR</p><p>DOENÇAS E ACIDENTES DE TRABALHO</p><p>Uma realidade a qual devemos nos acostumar é que as doenças ocupacionais e os acidentes podem</p><p>ocorrer em qualquer empresa, mesmo que essa se empenhe profundamente em sua prevenção. Parece</p><p>estranho, não é? Se a empresa fez corretamente o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais,</p><p>implementou adequadamente os tratamentos para esses riscos, treinou bem as suas equipes e essas</p><p>cumprem seu papel na prevenção de riscos, eles não deveriam ocorrer, não é mesmo?</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Acontece que as fontes de risco ou perigos permanecem tratados ou mitigados. Se algum evento ou</p><p>desvio do esperado ocorrer e esses tratamentos forem reduzidos ou anulados, o perigo pode se fazer</p><p>presente e causar os danos que se esperava evitar. Claro que algumas fontes de riscos ou perigos</p><p>podem ter sido eliminadas como parte das ações de prevenção, mas várias outras devem ter ficado lá.</p><p>AGORA, SERÁ QUE AS EMPRESAS, NO SEU DIA A</p><p>DIA, EMPENHAM-SE TANTO ASSIM NA PREVENÇÃO</p><p>DE RISCOS OCUPACIONAIS?</p><p>NÃO SERIA CORRETO DIZER QUE TODAS AS</p><p>EMPRESAS BRASILEIRAS O FAZEM, MAS, FRENTE</p><p>AO POTENCIAL DE GRAVIDADE DAS</p><p>CONSEQUÊNCIAS DESSES RISCOS, TANTO PARA</p><p>OS TRABALHADORES QUANTO PARA AS PRÓPRIAS</p><p>EMPRESAS, TODAS DEVERIAM SE EMPENHAR.</p><p>Observe que a eventual ausência ou a insuficiência de tratamentos adequados para tratar os perigos do</p><p>ambiente de trabalho pode incrementar a probabilidade de sua ocorrência e poderá agravar as suas</p><p>consequências. Como nosso enfoque neste tópico são as empresas, vamos estudar a seguir as</p><p>consequências a que estão expostas pela desatenção com esses riscos.</p><p>O CUSTO DA DESATENÇÃO COM A SEGURANÇA NO</p><p>TRABALHO</p><p>Já sabemos que as empresas precisam fazer o Gerenciamento de Riscos e, depois, investir em</p><p>recursos de prevenção que mitiguem esses riscos, como: treinar equipes; monitorar o uso dos recursos</p><p>de prevenção; estabelecer o SESMT, o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional),</p><p>o CIPA etc.</p><p>Eles podem e devem ser incluídos em um cálculo dos gastos com segurança do trabalho de uma</p><p>empresa, lembrando que são obrigatórios. Isso os torna previsíveis, podendo ser considerado nos</p><p>planejamentos estratégico e tático, além do orçamento. Com ou sem eventos perigosos para o</p><p>trabalhador, há a certeza de que esses gastos ocorrerão. Mas, no dia a dia, podem ocorrer acidentes de</p><p>trabalho ou serem identificadas doenças ocupacionais.</p><p>ESSES EVENTOS REPRESENTAM GASTOS PARA A</p><p>EMPRESA, VARIANDO CONFORME O VOLUME DE</p><p>OCORRÊNCIAS. QUANTO MAIS OCORRÊNCIAS,</p><p>MAIS GASTOS. QUE GASTOS SÃO ESSES</p><p>EXATAMENTE?</p><p> EXEMPLO</p><p>Para entender isso, imagine um evento perigoso qualquer, como um acidente de trabalho em uma</p><p>fábrica, e considere alguns gastos possíveis que a empresa poderá contrair:</p><p>O custo do atendimento médico ao acidentado prestado por uma equipe própria ou contratada e no</p><p>ambiente de trabalho, logo após o acidente.</p><p>O custeio parcial ou total de um plano de saúde disponibilizado para os trabalhadores, e que</p><p>poderá ser usado no acompanhamento imediato ou posterior do acidentado. Note que o preço do</p><p>plano de saúde é negociado periodicamente e que o aumento da sinistralidade (volume de uso</p><p>pelo conjunto de administradores e trabalhadores) pode elevar o preço do prêmio, que é o pago</p><p>pela empresa mensalmente.</p><p>O custo do tempo de parada da linha de produção enquanto o acidentado é atendido. Esse tipo de</p><p>parada significa que a linha deixou de produzir, o que representa um prejuízo.</p><p>O gasto com a alocação e o treinamento de um profissional substituto do acidentado, enquanto</p><p>esse estiver afastado. O profissional substituto precisará cumprir um tempo de aprendizado ao</p><p>substituir o acidentado, durante o qual a qualidade de sua produção poderá ser inferior à do</p><p>acidentado.</p><p>Gastos com retrabalhos ou perdas de material na produção, ocorridos em função da</p><p>indisponibilidade do preparo técnico e da experiência profissional do acidentado.</p><p>O pagamento de complemento salarial caso o orientado fique afastado um tempo longo e passe a</p><p>ser remunerado pelo INSS, mas que é limitado. Esse complemento é um benefício que algumas</p><p>empresas fornecem, e compensa um pouco a redução da remuneração.</p><p>Gasto com processo trabalhista, caso o acidentado resolva processar a empresa.</p><p>Gasto com o pagamento de penalização, caso a fiscalização do trabalho venha analisar o caso e</p><p>concluir que houve falha da empresa.</p><p>Como se pode observar, a lista dos gastos potenciais só com esse acidente é longa. Considere ainda</p><p>que recursos materiais também podem ser danificados no acidente, provocando mais perdas.</p><p>Agora, imagine os gastos de uma empresa com alto volume de produção e com milhares de</p><p>trabalhadores...</p><p>Imagine que uma fração deles, talvez algumas dezenas, podem precisar ser afastados devido a</p><p>acidentes ou doenças ocupacionais anualmente. Deve sair caro, não é? E sai mesmo.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Os gastos podem ser tão altos que poderão afetar significativamente o resultado anual. É por isso que</p><p>eles precisam ser computados e analisados na empresa, com o objetivo de entender as suas causas, e</p><p>assim, evitá-las. E o custo da prevenção poderá ser menor do que o dos acidentes e não impactar tanto</p><p>os resultados, o que justifica o investimento em segurança.</p><p>OS DANOS À REPUTAÇÃO DA EMPRESA</p><p>A IMAGEM OU REPUTAÇÃO DA EMPRESA</p><p>REPRESENTA A FORMA COMO O MERCADO A</p><p>PERCEBE, SENDO CONSTRUÍDA PELA SUA</p><p>ATUAÇÃO NO RELACIONAMENTO COM TODAS AS</p><p>PARTES RELACIONADAS, INCLUINDO OS SEUS</p><p>TRABALHADORES.</p><p>Essa imagem atrai clientes, acionistas e outras empresas que tenham interesse em fazer negócios.</p><p>Vejamos um exemplo:</p><p> EXEMPLO</p><p>Suponha determinada empresa sobre a qual começam a circular muitas notícias de reclamações sobre</p><p>o excesso de acidentes e doenças do trabalho. Nesse momento, muitos podem pensar que se trata de</p><p>fake news, mas surgem confirmações de fontes fidedignas, atingindo mais ainda a imagem ou a</p><p>reputação. Essa reputação que já está ruim, pode levar clientes mais preocupados a questionar a</p><p>continuidade de seus negócios com essa empresa, ao passo que a saída de clientes piora a reputação.</p><p>Considerando o agravamento dessa reputação, acionistas podem decidir vender suas posições</p><p>acionárias, com medo da desvalorização e/ou de serem contaminados por essa reputação. Essa saída</p><p>de acionistas pode levar mais acionistas a deixar a empresa. Nesse ponto, o preço das suas ações na</p><p>bolsa, ou seu valor de mercado, já pode estar desabando.</p><p>O exemplo acima parece dramático, mas não é incomum. Empresas podem ser muito desvalorizadas</p><p>por esse tipo de situação. E nem falamos dos efeitos que teriam eventuais protestos de funcionários,</p><p>reportagens da mídia, ações de sindicatos, saída de bons funcionários incomodados com a insegurança</p><p>etc. Claro que as administrações acompanham esse tipo de escalada de informações negativas e busca</p><p>contorná-las, o que não é fácil. É por isso que tratar preventivamente dessas questões é sempre melhor!</p><p>Vale dizer que apenas a escalada de gastos com acidentes de trabalho e doenças ocupacionais já é</p><p>muito preocupante para acionistas e, é claro, para os trabalhadores e prestadores de serviços. Essa</p><p>preocupação pode levá-los a rever seu relacionamento com a empresa, ou seja, sair dela. E esse tipo de</p><p>movimento pode afetar o seu valor de mercado, reduzindo-o.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 3</p><p> Descrever os benefícios do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>O Gerenciamentos de Riscos Ocupacionais traz vários benefícios ao reduzir ou evitar os riscos</p><p>ocupacionais. Voltando ao caso da empresa ZPK Logística, apresentado no módulo anterior, vimos que</p><p>a equipe da empresa envolvida com o Gerenciamentos de Riscos Ocupacionais deu prosseguimento ao</p><p>trabalho e finalizou o inventário de riscos, e assim, obteve os planos de ação junto aos gestores</p><p>responsáveis pela área (vide tabela junto ao caso 2).</p><p>A equipe passou a preparar uma apresentação sobre o trabalho para a diretoria. Nela, foram citados os</p><p>principais benefícios trazidos pelo Gerenciamento de Riscos para essa empresa, destacando os que</p><p>estão ligados aos planos de ação do caso do módulo 2 apresentados:</p><p>Redução das ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais, e de suas consequências</p><p>danosas para o trabalhador, principalmente, pelo emprego de EPIs e EPCs.</p><p>Aumento da produtividade corporativa graças à redução de gastos derivados de paradas de</p><p>produção, indisponibilidade de recursos humanos, tratamento médico de trabalhadores atingidos,</p><p>bem como a redução de penalizações e de processos trabalhistas.</p><p>Avaliação constante da conformidade das práticas de segurança do trabalho em uso na empresa</p><p>com as disposições das legislações e da regulamentação do trabalho.</p><p>Formação de base de dados com as ocorrências detalhadas sobre os acidentes e doenças</p><p>ocupacionais.</p><p>Melhoria do clima organizacional devido à percepção da equipe sobre os cuidados direcionados</p><p>pela empresa.</p><p>Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. O GRUPO DE</p><p>ENGENHEIROS DE SEGURANÇA DA ZPK</p><p>LOGÍSTICA TEM UMA PROPOSTA PARA A AQUISIÇÃO DE</p><p>UM SISTEMA DE MERCADO PARA O LANÇAMENTO DE</p><p>REGISTROS COMPLETOS E INFORMAÇÕES DETALHADAS</p><p>SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO</p><p>OCORRIDOS NA EMPRESA E, EVENTUALMENTE, DO</p><p>SETOR DE NEGÓCIOS ONDE ATUA. VISANDO AJUDÁ-LOS</p><p>COM A APRESENTAÇÃO, VOCÊ VAI LISTAR A SEGUIR 4</p><p>TIPOS DE INFORMAÇÕES QUE DEVERIAM SER POSSÍVEIS</p><p>DE SE EXTRAIR DESSE SISTEMA PARA APOIAR O</p><p>GERENCIAMENTOS DE RISCOS OCUPACIONAIS.</p><p>RESPOSTA</p><p>Você deve citar 4 das opções de escolha abaixo para a sua apresentação:</p><p>javascript:void(0)</p><p>A definição da probabilidade e do impacto de riscos para o Gerenciamento de Riscos.</p><p>O Cadastro de Comunicação de Acidentes de Trabalho – CAT, do sistema de Previdência Social do</p><p>Governo Federal.</p><p>A composição de séries históricas de dados a serem empregadas em análises de eventos segurança</p><p>dos trabalhos ocorridos ou com possibilidades de ocorrer.</p><p>A identificação dos acidentes e/ou doenças mais comuns na empresa.</p><p>A identificação de atividades e/ou áreas com maior concentração de acidentes e/ou doenças.</p><p>Subsidiar o cálculo do prêmio de seguro do plano de saúde que atende aos empregados da empresa.</p><p>OS BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO DE</p><p>RISCOS CORPORATIVOS</p><p>CONSIDERAÇÕES INICIAIS</p><p>Os estudos que já desenvolvemos neste conteúdo nos ensinaram que o Gerenciamento de Riscos é</p><p>uma boa prática de governança e que faz parte das responsabilidades de administradores e gestores.</p><p>Vimos que essa prática viabiliza o atingimento dos objetivos da empresa, já que permite antecipar e</p><p>tratar as circunstâncias ou eventos que possam representar obstáculos ao atingimento desses objetivos.</p><p>Por outro lado, ao focarmos nosso estudo nos riscos ocupacionais, entendemos que os acidentes de</p><p>trabalho e as doenças ocupacionais geram danos, tanto para o empregado quanto para a empresa.</p><p>Também vimos que o Gerenciamento do Risco Ocupacional é do interesse de trabalhadores e</p><p>empresas, e permite que as circunstâncias que levam à ocorrência de acidentes e de doenças sejam</p><p>percebidas, analisadas e tratadas antes que possam causar tais danos.</p><p>HÁ, PORTANTO, INÚMEROS BENEFÍCIOS NO</p><p>GERENCIAMENTO DOS RISCOS OCUPACIONAIS, AO</p><p>PASSO QUE OS GASTOS COM A IMPLANTAÇÃO DE</p><p>MEDIDAS PREVENTIVAS SUPERAM EM MUITO AS</p><p>POSSÍVEIS PERDAS COM OS RISCOS, ATÉ PORQUE,</p><p>MAIS DO QUE OS CUSTOS FINANCEIROS</p><p>DECORRENTES DESSAS PERDAS, HÁ CUSTOS</p><p>ENVOLVENDO A SAÚDE OU A PRÓPRIA VIDA DAS</p><p>PESSOAS QUE ATUAM NA EMPRESA.</p><p>BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA SOBRE A</p><p>SEGURANÇA DO TRABALHO</p><p>Muitas das boas práticas de governança das quais falamos estão diretamente ligadas a aspectos</p><p>relacionados à segurança do trabalho, beneficiando e valorizando a implantação de medidas</p><p>preventivas, e preservando a reputação e o valor da empresa no mercado, além de suas equipes.</p><p>As boas práticas de governança envolvem ações objetivas, como alocação de recursos, estruturas e</p><p>mecanismos de prevenção, proteção ou de monitoramento que antecipem e tratem eventos perigosos.</p><p>São práticas como essa que permitem o atingimento dos objetivos que estamos conhecendo.</p><p>Para entendermos sua aplicação prática, seguem alguns exemplos comuns nas empresas:</p><p>Publicação de política administrativa de saúde e segurança do trabalho, com a clara definição de</p><p>objetivos, diretrizes e responsabilidades sobre o tema. Com isso, toda a empresa pode conhecer a</p><p>determinação e a orientação da administração sobre a temática.</p><p>Introdução de padrões éticos sobre a saúde e a segurança do trabalhador no código de ética. Com isso,</p><p>ficam claras as ações e as decisões esperadas de todos sobre o tema.</p><p>Definição de responsabilidades para todas as decisões da empresa, incluindo a aplicação de ações de</p><p>prevenção a riscos ocupacionais. Com isso, todos conhecem e sabem quem deve atuar sobre o tema.</p><p>Definição de manuais ou normas de procedimento focadas para gerenciamento e tratamento de riscos</p><p>ocupacionais.</p><p>Implantação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – GRO e do Programa de Gerenciamento de</p><p>Riscos – PGR, conforme disposto pela NR-1. Mais que uma obrigação regulamentar, essa ação viabiliza</p><p>o atingimento dos objetivos da empresa.</p><p>Implantação de mecanismos previstos nas normas regulamentadoras do trabalho, como o PCMSO, o</p><p>SESMT e a CIPA. São atividades fundamentais para a concepção e manutenção do Gerenciamento de</p><p>Riscos Ocupacionais.</p><p>Disponibilização de equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva adequados para os</p><p>níveis de riscos apontados em cada processo pelo PGR. É um desdobramento do Gerenciamento de</p><p>Riscos e da definição de ações.</p><p>Desenvolver ações e projetos voltados para a preservação da saúde e da segurança dos trabalhadores.</p><p>Um exemplo é o programa interno de prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais. Outro</p><p>exemplo está na manutenção de canais de comunicação, treinamento e orientação dos trabalhadores</p><p>sobre o tema.</p><p>Desenvolver trabalhos periódicos de auditoria e compliance voltados à avaliação da aplicação de</p><p>práticas definidas pela regulamentação do trabalho, como apoio do SESMT.</p><p>Manter registros detalhados em bases de dados sistêmicas sobre riscos identificados, tratamentos</p><p>aplicados, avaliações da eficácia dos tratamentos, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Pode</p><p>ser a base do inventário de riscos definido pelo PGR (NR-1) ou para a informação para o Cadastro de</p><p>Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, mantido pelo sistema de Previdência Social do Governo</p><p>Federal.</p><p>BENEFÍCIOS PARA AS EMPRESAS</p><p>Vamos conhecer agora os benefícios do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais para a empresa.</p><p>REDUÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO E DAS</p><p>DOENÇAS OCUPACIONAIS</p><p>Já estudamos os impactos significativos que as ocorrências dos acidentes de trabalho e das doenças</p><p>ocupacionais podem trazer para a operação, para os resultados e para a reputação da empresa.</p><p>Também já entendemos o papel, a responsabilidade e o interesse dos administradores, gestores e</p><p>trabalhadores sobre a questão.</p><p>O peso desses impactos leva muitas empresas a classificar a redução dos acidentes de trabalho e</p><p>doenças ocupacionais como um objetivo estratégico. Ele é ainda debatido, tanto em eventos que</p><p>abordam os direitos do trabalhador, a Medicina do Trabalho ou a preservação da saúde no trabalho</p><p>quanto naqueles onde se discutem as estratégias empresariais, a gestão de resultados corporativos ou</p><p>as melhorias operacionais corporativas.</p><p>Note que grandes esforços têm sido desenvolvidos no mundo todo para definir ações e objetivos que</p><p>reduzam os riscos ocupacionais. No Brasil, há uma preocupação nacional com esses riscos, situação</p><p>que tem levado poder público, justiça, empresariado, meio acadêmico, entidades de Medicina do</p><p>Trabalho e associações de trabalhadores a se debruçarem e estudarem o tema profundamente.</p><p>Esforços, como as normas regulamentadoras ou as normas técnicas da Associação Brasileira de</p><p>Normas Técnicas (ABNT) correlacionadas à segurança, são bons exemplos de resultados alcançados.</p><p>Nesse contexto, podemos afirmar que a possibilidade de redução de acidentes de trabalho e de doenças</p><p>ocupacionais a serem alcançadas compõe o principal benefício a ser alcançado pela aplicação do</p><p>Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – abrange tanto os trabalhadores das empresas quanto os</p><p>prestadores de serviços atuando em suas instalações.</p><p>CRIAÇÃO DE UMA BASE DE DADOS DE ACIDENTES E</p><p>DOENÇAS DO TRABALHO</p><p>O Gerenciamentos de Riscos Ocupacionais depende da disponibilidade de uma boa base de dados com</p><p>registros completos sobre acidentes e doenças do trabalho ocorridas na empresa e, eventualmente, do</p><p>setor de negócios onde atua, ao longo de anos (base histórica).</p><p>As fontes de dados internas vêm do cadastramento dos dados desses eventos, enquanto os dados</p><p>externos podem vir da Previdência Social (CAT), entidades setoriais, associações de pesquisa etc. Essa</p><p>base de dados deve ser a mais completa possível, o suficiente, por exemplo, para subsidiar:</p><p>A composição do Inventário de Riscos (NR-1).</p><p>A definição da probabilidade e do impacto</p><p>de riscos para o Gerenciamento de Riscos.</p><p>O Cadastro de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT do sistema de Previdência Social do</p><p>Governo Federal.</p><p>A composição de séries históricas de dados a serem empregadas em análises de eventos de</p><p>segurança do trabalho ocorridos ou com a possibilidade de ocorrer.</p><p>A identificação dos acidentes e/ou das doenças mais comuns na empresa.</p><p>A identificação de atividades e/ou de áreas com maior concentração de acidentes e/ou doenças.</p><p>O cálculo do prêmio de seguro do plano de saúde que atende aos trabalhadores da empresa.</p><p>CONFORMIDADE COM PRÁTICAS DE GESTÃO E</p><p>LEGISLAÇÕES DO TRABALHO</p><p>Já vimos que a legislação e a regulamentação do trabalho apresentam diversas disposições que toda a</p><p>empresa deve implantar e manter para garantir a saúde e a segurança do trabalho. Para avaliar isso, as</p><p>empresas têm desenvolvido trabalhos de avaliação constante da conformidade das práticas de</p><p>segurança do trabalho em uso na empresa com as disposições das legislações e da regulamentação do</p><p>trabalho.</p><p>Claro que o objetivo acima, que está em linha com a necessidade de prevenção de perdas para os</p><p>trabalhadores e as empresas que já estudamos, já justifica a implantação dessas disposições e de</p><p>outros meios de prevenção que a empresa considere necessários. Mas há também o risco de não</p><p>conformidade, envolvendo o descumprimento, proposital ou não, de algumas dessas disposições</p><p>obrigatórias.</p><p>É importante observar que os dispositivos regulatórios devem estar implantados e em produção.</p><p>Equipamentos de proteção individual, por exemplo, precisam ser, de fato, usados pelo trabalhador e não</p><p>posicionados próximos a ele. Isso ocorre porque a proteção não vai cumprir sua função se o empregado</p><p>não estiver usando o equipamento.</p><p>Esse tipo de avaliação de conformidade é muito utilizado entre auditores internos, externos e da</p><p>fiscalização do trabalho. Note que esses últimos exercem uma função que os habilita a aplicar sanções</p><p>contra a empresa, como multas ou até interrupção da produção. Assim, a efetiva conformidade com a</p><p>regulamentação reduz o risco de multas e outras penalizações de fiscalização.</p><p>Também há risco de penalizações da justiça, movidas por trabalhadores que se sintam prejudicados</p><p>pela indisponibilidade de recursos de segurança citados na regulamentação. O Gerenciamento dos</p><p>Riscos Ocupacionais estabelece mecanismos de monitoria e avaliação que identifica desvios da</p><p>regulamentação, permitindo a ação da empresa sobre ele.</p><p>MELHORIA DA PRODUTIVIDADE CORPORATIVA</p><p>A produtividade de uma empresa é definida como sendo a razão entre tudo o que ela produziu por tudo</p><p>o que ela gastou para produzir. Como você pode observar, essa definição é matemática, já que envolve</p><p>uma razão, e ampla, pois cobre toda a organização. Mas ela pode ser aplicada para avaliar a produção</p><p>de uma linha de produção ou de um produto, ou ainda de um tipo de gasto na produção.</p><p>Veja, também, que a indicação de que o numerador dessa razão soma tudo o que a empresa produziu é</p><p>uma outra forma de se dizer tudo o que ela vendeu, ou seja, seu faturamento. Da mesma forma, o</p><p>denominador inclui tudo o que a empresa gastou (custos, despesas, perdas, investimentos). Isso quer</p><p>dizer que essa produção deve pagar todos esses gastos. Nesse somatório, também entram os gastos</p><p>com o tratamento de pessoas que sofreram acidentes ou doenças ocupacionais e as multas aplicadas</p><p>pela fiscalização ou indenizações trabalhistas.</p><p>Por outro lado, já vimos que o tratamento dos riscos reduz diversas perdas decorrentes do tratamento</p><p>dos acidentados e doentes, e de danos à reputação da empresa no mercado. E ainda, há as perdas</p><p>decorrentes da redução da qualidade na produção, em decorrência do afastamento do trabalho de</p><p>empregados bem-preparados e experientes.</p><p>O Gerenciamentos de Riscos Ocupacionais beneficia a produtividade ao promover tratamentos que</p><p>reduzam perdas. Ou seja, ao não reduzir esses gastos com acidentes de trabalho e doenças</p><p>ocupacionais, esse gerenciamento reduz o denominador da fórmula da produtividade. Podemos dizer,</p><p>então, que o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais traz ganhos de produtividade para a empresa.</p><p>ENTREGA DE VALOR AO EMPREGADO</p><p>A garantia da saúde e da segurança no trabalho é uma das entregas de valor que a empresa faz aos</p><p>seus empregados. Ela se alinha com outros valores para o empregado que a empresa entrega, como a</p><p>remuneração, o respeito, a ética, a isonomia, o bom clima de trabalho, o acesso a oportunidades de</p><p>crescimento e outros aspectos que valorizamos ao trabalhar numa empresa.</p><p>Todas essas entregas são importantes para a manutenção da motivação e da satisfação do empregado,</p><p>o que afeta diretamente a sua produtividade e reduz sua exposição a acidentes. O próprio clima</p><p>organizacional da empresa melhora com elas, sendo esses grandes benefícios para a empresa, uma</p><p>vez que afetam positivamente sua produção e reputação.</p><p>Note que essas entregas são feitas não só por força da legislação trabalhista ou a busca do aumento da</p><p>produtividade, mas pela vontade da administração que atua dentro dos padrões de governança</p><p>corporativa. Afinal, o empregado é uma das partes interessadas na empresa e seu tratamento é</p><p>acompanhado por outras partes, com destaque para clientes e acionistas, que se preocupam quando</p><p>essa entrega falha.</p><p>MELHORIA DA REPUTAÇÃO E DO VALOR DE MERCADO DA</p><p>EMPRESA</p><p>Conforme já debatemos no módulo 2, a reputação da empresa representa valor de mercado, e ambos,</p><p>reputação e valor, são prejudicados pelo aumento de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais.</p><p>O mercado preocupa-se com as perdas associadas a esses eventos e as suas consequências, como</p><p>multas trabalhistas, processos judiciais ou redução da qualidade dos produtos. O Gerenciamento de</p><p>Riscos Ocupacionais, quando bem aplicado, propicia a redução da probabilidade e do impacto da</p><p>ocorrência desses eventos, assim como das demais perdas citadas. Trata-se, portanto, de mais um de</p><p>seus benefícios para a empresa.</p><p>MELHORIA DA SAÚDE DO TRABALHADOR</p><p>O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é muito positivo para a melhoria da saúde do trabalhador,</p><p>principalmente pelas oportunidades de apoio e de orientação que permite. A disponibilidade de serviços</p><p>de saúde ocupacional da empresa e a realização dos exames médicos previstos pelo PCMSO são</p><p>elementos de grande importância nesse esforço de prevenção. As interações entre equipes médicas e</p><p>os trabalhadores nessas ocasiões são oportunidades importantes para a avaliação da situação da saúde</p><p>de cada empregado.</p><p>Tais atendimentos possibilitam, por exemplo, a identificação de condições inseguras, de sintomas de</p><p>doenças ocupacionais para os quais o empregado já apresenta sintomas. Essas constatações podem se</p><p>transformar em orientações para a empresa sobre perigos não tratados, ou sobre a sua prevenção. São</p><p>mais alguns elementos que tratam preventivamente os riscos para a saúde e que são decorrentes, tanto</p><p>do cumprimento das regulamentações em vigor como do Gerenciamento de Riscos.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Neste conteúdo, conhecemos o papel e as responsabilidades de administradores, gestores e</p><p>trabalhadores. Também vimos que esse papel envolve o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, a</p><p>aplicação de gestão e a operação dos tratamentos necessários para evitá-los ou mitigá-los. Estudamos</p><p>os prejuízos que os riscos ocupacionais podem trazer para as empresas, aprofundando o entendimento</p><p>sobre as perdas financeiras de qualidade e de reputação.</p><p>Abordamos a importância de se ter bases de dados históricos sobre acidentes de trabalho e doenças</p><p>corporativas, permitindo o cálculo das probabilidades e dos impactos dos riscos, subsidiando, assim, o</p><p>Gerenciamento de Riscos. Por fim, vimos detalhadamente os principais benefícios que a empresa obtém</p><p>com o Gerenciamentos de Riscos Ocupacionais.</p><p> PODCAST</p><p>Ouça o conteúdo preparado especialmente para você enriquecer o seu conhecimento!</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Portaria nº 3.214,</p><p>de 08 de junho de 1978. Norma Regulamentadora nº 01 (NR-1) -</p><p>Disposições gerais e gerenciamento de riscos. Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as</p><p>leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Brasília: Diário Oficial da União, 1978.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. IBGC. Código das Melhores Práticas</p><p>de Governança Corporativa. IBGC, 2015.</p><p>ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. de. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e</p><p>tendências. 7. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo, pesquise:</p><p>O Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, disponível no site do SmartLab.</p><p>O Cadastro de Comunicação de Acidente de Trabalho, disponível no site da Previdência Social</p><p>Um pouco mais sobre o ofício do engenheiro de segurança do trabalho, explorando o artigo</p><p>científico Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida, disponível no</p><p>Scielo.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Ronaldo Augusto Granha</p>