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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Bases mecânicas do funcionamento dos sistemas muscular, articular e ósseo e a inter-relação</p><p>entre eles nos movimentos do corpo humano.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Por mais que devam ser estudadas isoladamente as adaptações estruturais e funcionais do</p><p>sistema locomotor, a análise e a compreensão de como os movimentos são realizados e suas</p><p>consequências sobre os biomateriais devem ser identificadas a partir de diferentes cenários e</p><p>aplicações. Assim, estudar este conteúdo é fundamental para a sua atuação como profissional</p><p>do movimento.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Descrever as adaptações mecânicas no sistema muscular a partir de diferentes solicitações</p><p>dos movimentos do corpo humano em cenários diversos</p><p>MÓDULO 2</p><p>Reconhecer a importância do sistema articular nas possibilidades de movimentos, com base</p><p>em suas características estruturais</p><p>MÓDULO 3</p><p>Identificar as adaptações no sistema ósseo em função de suas características estruturais e</p><p>funcionais, e a sua contribuição para a integridade do sistema locomotor</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Estudar as inúmeras possibilidades de movimentos do corpo humano em diferentes fases da</p><p>vida e cenários nos obriga a investigar de maneira isolada cada um dos elementos que</p><p>constituem o sistema locomotor: músculos, articulações e ossos.</p><p>Dentro do processo de formação do profissional da saúde, o conhecimento da nomenclatura</p><p>dos diversos músculos é papel da anatomia; como os músculos hipertrofiam é objeto de estudo</p><p>da fisiologia do exercício. Já a Cinesiologia e a Biomecânica nos ajudam a compreender o</p><p>movimento e as adaptações que ocorrem em todo o sistema locomotor, como podemos melhor</p><p>aproveitar a função sinergista dos músculos, como a intensidade de um estímulo pode ser</p><p>aumentada com uma mesma sobrecarga e, ainda, como uma carga que atua sobre um osso é</p><p>determinante para a saúde estrutural.</p><p>Para conhecer esses assuntos e obter base para sua atuação profissional, mergulhe neste</p><p>conteúdo e estabeleça uma análise crítica dos fatores mecânicos que afetam o sistema</p><p>locomotor e suas implicações cinesiológicas.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Descrever as adaptações mecânicas no sistema muscular a partir de diferentes</p><p>solicitações dos movimentos do corpo humano em cenários diversos</p><p>O SISTEMA MUSCULAR E O MOVIMENTO</p><p>DO CORPO HUMANO</p><p>A porta de entrada para compreender os movimentos é o sistema muscular. Vale destacar que,</p><p>para que ocorra um movimento, há necessidade de ação de uma força, a qual o sistema</p><p>muscular é capaz de gerar, ou conforme afirma Hall (2013): “o músculo é o único tecido capaz</p><p>de produzir tensão ativamente”.</p><p>Entender como as diferentes ações musculares afetarão a realização do movimento e as</p><p>possibilidades que surgem de adaptações dos músculos aos diferentes estímulos será nossa</p><p>base para conhecer o sistema muscular e o seu comportamento em resposta às demandas.</p><p>Para isso, a Cinesiologia, com base na Biomecânica, considera algumas características</p><p>musculares:</p><p>A FORÇA QUE UM MÚSCULO PODE GERAR</p><p>O corpo humano é constituído por músculos com características estruturais e funcionais</p><p>distintas. Assim, identificar as potencialidades de um músculo irá ajudar a estimar a quantidade</p><p>de força que pode ser gerada.</p><p>O COMPRIMENTO DO MÚSCULO NO MOMENTO DA</p><p>ESTIMULAÇÃO</p><p>Durante o processo de estimulação, o músculo tende a apresentar variação no seu</p><p>comprimento. Assim, dependendo do comprimento inicial de um músculo, este terá maior ou</p><p>menor capacidade de geração de força.</p><p>A FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO DO MÚSCULO</p><p>DURANTE O MOVIMENTO</p><p>Quando um músculo recebe um estímulo, este pode ocorrer de maneira mais rápida ou mais</p><p>lenta. Na prática, isso implica não só na qualidade da realização do movimento frente ao</p><p>estímulo, mas também pode interferir na sensação de fadiga. Identificar como isso ocorre é um</p><p>diferencial na prescrição de exercícios.</p><p>A VELOCIDADE COM QUE UM MÚSCULO PODE SE</p><p>CONTRAIR</p><p>É interessante destacar que não só as características estruturais, mas também a fisiologia</p><p>muscular serão os pilares para as variações de velocidade de contração muscular. Além disso,</p><p>as características histoquímicas dos diferentes tipos de fibras musculares irão afetar na</p><p>velocidade de contração. Daí, algumas pessoas apresentam maior vocação para exercícios</p><p>lentos e prolongados (resistência) e outras para os rápidos e curtos (potência).</p><p>SABE-SE QUE OS MÚSCULOS ESTRIADOS</p><p>ESQUELÉTICOS (MEE) APRESENTAM CONTRAÇÃO</p><p>VOLUNTÁRIA. MAS COMO ISSO PASSA A SER</p><p>IMPORTANTE AQUI?</p><p>DE AGORA EM DIANTE, TENHA EM MENTE QUE O</p><p>MOVIMENTO QUE O CORPO HUMANO REALIZA</p><p>DEPENDE DA AÇÃO MUSCULAR E QUE ESSA É UMA</p><p>RESPOSTA A SUA CAPACIDADE DE PERCEBER O</p><p>ESTÍMULO E UMA TENTATIVA DE REALIZÁ-LO</p><p>DENTRO DE UM “PADRÃO”. POR ESSE MOTIVO, O</p><p>CHAMADO “VOCABULÁRIO MOTOR” É TÃO</p><p>IMPORTANTE. PESSOAS QUE, DESDE A INFÂNCIA,</p><p>TIVERAM CONTATO COM ESTÍMULOS VARIADOS E</p><p>PROGRESSIVOS QUANTO À COMPLEXIDADE TENDEM</p><p>A APRESENTAR RESPOSTAS MAIS EFICAZES A</p><p>ESTÍMULOS VARIADOS.</p><p>Ativação muscular a partir do comando cerebral. Imagem: Shutterstock.com</p><p>De agora em diante, tenha em mente que o movimento que o corpo humano realiza depende</p><p>da ação muscular e que essa é uma resposta a sua capacidade de perceber o estímulo e uma</p><p>tentativa de realizá-lo dentro de um “padrão”. Por esse motivo, o chamado “vocabulário motor”</p><p>é tão importante. Pessoas que, desde a infância, tiveram contato com estímulos variados e</p><p>progressivos quanto à complexidade tendem a apresentar respostas mais eficazes a estímulos</p><p>variados.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Ativação muscular a partir do comando cerebral.</p><p>Outro aspecto importante é que o movimento de uma articulação a partir da ação de um</p><p>músculo vai muito além da fibra muscular. Os extremos musculares são formados por tendões,</p><p>que são estruturas passivas com a função de promover a união do músculo aos ossos. Logo,</p><p>quando um músculo é estimulado, a tensão gerada neste é transmitida aos tendões, que, uma</p><p>vez unidos aos ossos em suas inserções, fazem com que essa tensão chegue ao osso, o que</p><p>poderá promover o deslocamento do segmento corporal no espaço: músculo – tendão –</p><p>inserção – osso – articulação.</p><p>AO REALIZAR UM MOVIMENTO, TODAS AS</p><p>FIBRAS MUSCULARES DE UM MÚSCULO</p><p>DEVERÃO SER SIMULTANEAMENTE</p><p>ESTIMULADAS?</p><p>SIM NÃO</p><p>A resposta correta é não. Dois fatores concorrem para a geração de força, um de ordem</p><p>neural e o outro de ordem morfológica. Dessa forma, a identificação do estímulo e a</p><p>consequente estimulação das fibras musculares para realização da tarefa proposta deve</p><p>aparecer como o primeiro agente na geração de força.</p><p>Correto! Dois fatores concorrem para a geração de força, um de ordem neural e o outro</p><p>de ordem morfológica. Dessa forma, a identificação do estímulo e a consequente</p><p>estimulação das fibras musculares para realização da tarefa proposta deve aparecer</p><p>como o primeiro agente na geração de força.</p><p>O componente neural relacionado ao processo coordenativo deve ser estimulado, partindo-se</p><p>da premissa de que movimento deve ser ensinado de maneira progressiva quanto ao seu</p><p>grau de complexidade, de forma que o executante possa dia a dia construir uma base motora</p><p>sólida.</p><p></p><p>O componente morfológico (hipertrofia muscular) refere-se à hipertrofia de um músculo</p><p>saudável que dará ao sujeito autonomia para realização de suas demandas pessoais, podendo</p><p>se definir como um aumento na área de corte transversal das fibras musculares.</p><p> RESUMINDO</p><p>Em síntese, quanto maior for a “vivência motora” de um praticante e quanto mais adequado for</p><p>o grau de hipertrofia das suas necessidades, mais eficazes tendem a ser os movimentos.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO</p><p>MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO (MEE)</p><p>A partir da anatomia, é possível determinar o ventre muscular, origens e inserções, e sua</p><p>função, ou seja, motor primário ou agonista para um movimento. Além disso, há uma</p><p>organização e arranjo das fibras musculares ou células musculares que interferem diretamente</p><p>na capacidade de geração de força. Anteriormente, vimos que o padrão de ativação muscular é</p><p>um desses fatores,</p><p>Muito se fala de carga e adaptação, mas, na prática, como isso ocorre? É necessário que o</p><p>osso seja submetido aos diferentes tipos de cargas, e seja “estressado” em diferentes</p><p>condições. Essas cargas permitirão as adaptações positivas do tecido ósseo.</p><p>RESPOSTA ÓSSEA AO ESTRESSE</p><p>Trata-se da identificação da distribuição no interior do corpo, em especial, nos ossos, das</p><p>forças as quais esse corpo está exposto. É importante pensarmos que uma determinada</p><p>quantidade de força aplicada em uma determinada área, por exemplo, o platô tibial, deve ser</p><p>entendida a partir da pressão gerada. Logo:</p><p>ESTRESSE = FORÇA ÷ ÁREA DE APLICAÇÃO DA</p><p>FORÇA</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observe o platô tibial e a área para o suporte do peso corporal.</p><p>Três fatores devem ser observados ao pensarmos nesse estresse relacionado à carga</p><p>aplicada, são eles: o sentido, o tempo e a magnitude da força aplicada.</p><p></p><p>O estresse ósseo é a avaliação do comportamento do osso submetido a uma carga (força), ou</p><p>seja, é uma resposta dinâmica à presença ou ausência de diferentes forças que irão influenciar</p><p>no tamanho, formato e densidade de um osso.</p><p></p><p>A partir daí, Hall (2013) cita a lei de Wolff (1892) ao afirmar que: “as densidades e, em menor</p><p>extensão, os formatos e tamanhos dos ossos de um determinado ser humano são uma função</p><p>da intensidade e da direção das forças mecânicas que agem sobre os ossos”.</p><p>Hierarquicamente, a densidade de um osso é o indicador primário da saúde desse osso,</p><p>seguida pelo formato e tamanho dele.</p><p></p><p>A intensidade (magnitude) da força aplicada tem relação direta com o sentido da carga aplicada</p><p>(compressão, tensão, rotação, curvamento e cisalhamento). Em função disso, faz-se</p><p>necessário conhecer a característica anisotrópica do tecido ósseo, isto é, o osso tem o seu</p><p>comportamento influenciado em função da direção da carga aplicada. Na prática, são</p><p>diferentes propriedades mecânicas em resposta às cargas aplicadas em diferentes sentidos.</p><p>Os ossos exibem diferentes graus de resistência e rigidez em resposta às forças aplicadas a</p><p>partir de diferentes sentidos. Os ossos são mais fortes para resistirem às cargas compressivas</p><p>e são mais fracos para suportarem cargas de cisalhamento.</p><p>A MODELAGEM E A REMODELAGEM ÓSSEA</p><p>A modelagem e a remodelagem óssea ocorrem em função das ações dos osteoblastos x</p><p>osteoclastos, em função das demandas mecânicas impostas sobre o osso.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Osteoblastos e osteoclastos.</p><p>Como respostas, podem ter: a diminuição, o aumento ou até a modificação no formato de um</p><p>osso. Por exemplo, a modificação no formato dos corpos das vértebras torácicas de nadadores</p><p>de elite na modalidade borboleta.</p><p>COMO CARACTERIZAR A HIPERTROFIA E A ATROFIA</p><p>ÓSSEAS?</p><p>A hipertrofia óssea é tipificada por uma maior mineralização óssea de sujeitos submetidos a</p><p>estresses positivos (exercício), fazendo com que seus ossos sejam mais densos quando</p><p>comparados aos indivíduos sedentários para mesma idade e sexo. Assim, essa carga positiva</p><p>está relacionada à intensidade, duração e frequência de exposição, fazendo com que o osso</p><p>apresente um aumento na massa óssea, por ação dos osteoblastos.</p><p> ATENÇÃO</p><p>A intensidade de uma carga é mais efetiva do que a frequência de exposição à massa óssea.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Na atrofia óssea, o osso esponjoso é mais afetado.</p><p>SISTEMA ÓSSEO E O MOVIMENTO</p><p>O especialista Claudio Gonçalves Peixoto abordará:</p><p>composição e estrutura óssea; modelagem e remodelagem óssea; resposta óssea ao estresse.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. SABER A COMPOSIÇÃO DO TECIDO ÓSSEO PERMITE ENTENDER O</p><p>SEU COMPORTAMENTO MECÂNICO. OS OSSOS SÃO CONSTITUÍDOS</p><p>POR COMPONENTE INORGÂNICA (MINERAL), ORGÂNICA E ÁGUA.</p><p>APESAR DE HAVER UMA PROPORCIONALIDADE ENTRE ESSES</p><p>COMPONENTES, ELES TENDEM A VARIAR COM A IDADE E A</p><p>“QUALIDADE” DO OSSO. A RELAÇÃO DESSES CONSTITUINTES COM AS</p><p>CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO OSSO SÃO:</p><p>I – OS COMPONENTES MINERAIS (CÁLCIO E FOSFATO) CONTRIBUEM</p><p>PARA A RESISTÊNCIA COMPRESSIVA.</p><p>II – A COMPONENTE ORGÂNICA (COLÁGENO) CONTRIBUI PARA A</p><p>RESISTÊNCIA TÊNSIL (TRAÇÃO).</p><p>III – A ÁGUA CONTRIBUI PARA TORNAR O OSSO MAIS FORTE COMO UM</p><p>TODO.</p><p>ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) Somente afirmativa I está correta.</p><p>B) As afirmativas II e III estão corretas.</p><p>C) As afirmativas I e III estão corretas.</p><p>D) As afirmativas I e II estão corretas.</p><p>E) As afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>2. O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E A RELAÇÃO COM</p><p>OS ESTÍMULOS DE TREINAMENTO E TRATAMENTO SÃO</p><p>PREOCUPAÇÕES CONSTANTES DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO</p><p>FÍSICA E FISIOTERAPEUTAS. O CRESCIMENTO CIRCUNFERENCIAL DOS</p><p>OSSOS LONGOS OCORRE DURANTE A MAIOR PARTE DA VIDA, SENDO</p><p>QUE A FASE DE MAIOR CRESCIMENTO ACONTECE ANTES DA FASE</p><p>ADULTA. JÁ O CRESCIMENTO LONGITUDINAL, NA MAIORIA DAS VEZES,</p><p>TENDE A SE ENCERRAR POR VOLTA DOS 18 ANOS. SOBRE O</p><p>CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ÓSSEO, SÃO CORRETAS AS</p><p>SEGUINTES ALTERNATIVAS:</p><p>I – OSTEOBLASTOS SÃO CÉLULAS ESPECIALIZADAS EM PRODUZIR</p><p>NOVO TECIDO ÓSSEO.</p><p>II – OSTEOCLASTOS SÃO CÉLULAS ESPECIALIZADAS EM PRODUZIR</p><p>NOVO TECIDO ÓSSEO.</p><p>III - OSTEOBLASTOS SÃO CÉLULAS ESPECIALIZADAS EM</p><p>REABSORVER O TECIDO ÓSSEO.</p><p>IV - OSTEOCLASTOS SÃO CÉLULAS ESPECIALIZADAS EM</p><p>REABSORVER O TECIDO ÓSSEO.</p><p>V – O CRESCIMENTO LONGITUDINAL OCORRE AO NÍVEL DAS PLACAS</p><p>EPIFISÁRIAS.</p><p>VI – O CRESCIMENTO LONGITUDINAL OCORRE NA EXTREMIDADE DAS</p><p>EPÍFISES.</p><p>A) As alternativas I, IV e V são corretas.</p><p>B) As alternativas I, IV e V são corretas.</p><p>C) As alternativas II, III e V são corretas.</p><p>D) As alternativas II, III e VI são corretas.</p><p>E) As alternativas I, IV e VI são corretas.</p><p>GABARITO</p><p>1. Saber a composição do tecido ósseo permite entender o seu comportamento</p><p>mecânico. Os ossos são constituídos por componente inorgânica (mineral), orgânica e</p><p>água. Apesar de haver uma proporcionalidade entre esses componentes, eles tendem a</p><p>variar com a idade e a “qualidade” do osso. A relação desses constituintes com as</p><p>características mecânicas do osso são:</p><p>I – Os componentes minerais (cálcio e fosfato) contribuem para a resistência</p><p>compressiva.</p><p>II – A componente orgânica (colágeno) contribui para a resistência tênsil (tração).</p><p>III – A água contribui para tornar o osso mais forte como um todo.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>O grau de contribuição de cada uma dessas componentes nos dá a exata noção de como o</p><p>desequilíbrio em qualquer um deles irá interferir na capacidade de adaptação às cargas</p><p>mecânica.</p><p>2. O crescimento e o desenvolvimento ósseo e a relação com os estímulos de</p><p>treinamento e tratamento são preocupações constantes dos profissionais de Educação</p><p>Física e Fisioterapeutas. O crescimento circunferencial dos ossos longos ocorre durante</p><p>a maior parte da vida, sendo que a fase de maior crescimento acontece antes da fase</p><p>adulta. Já o crescimento longitudinal, na maioria das vezes, tende a se encerrar por volta</p><p>dos 18 anos. Sobre o crescimento e desenvolvimento ósseo, são corretas as seguintes</p><p>alternativas:</p><p>I – Osteoblastos são células especializadas em produzir novo tecido ósseo.</p><p>II – Osteoclastos são células especializadas em produzir novo tecido ósseo.</p><p>III - Osteoblastos são células especializadas em reabsorver o tecido ósseo.</p><p>IV - Osteoclastos são células especializadas em reabsorver o tecido ósseo.</p><p>V – O crescimento longitudinal ocorre ao nível das placas epifisárias.</p><p>VI – O crescimento longitudinal ocorre na extremidade das epífises.</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>Osteoblastos sempre contribuem positivamente para a saúde do osso fazendo o depósito de</p><p>cálcio, e os osteoclastos fazem o papel inverso. As placas epifisárias são placas de cartilagem</p><p>hialina encontradas em crianças e adolescentes responsáveis pelo crescimento ósseo</p><p>longitudinalmente, garantindo o aumento da estatura de um indivíduo que ocorre ao nível</p><p>dessas placas.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Neste tema, falamos sobre sistema muscular, sua estrutura macroscópica e o seu interior até</p><p>aos sarcômeros, ou seja, as menores unidades funcionais de contração</p><p>muscular. Discorremos</p><p>sobre a importância das unidades motoras não só na sua relação com os diferentes tipos de</p><p>fibras musculares, mas também com os movimentos finos e potentes. De forma complementar,</p><p>discorremos sobre os diferentes fatores mecânicos que afetam a força muscular a partir de</p><p>diferentes solicitações de movimentos.</p><p>Quando o assunto foi o sistema articular, classificamos as articulações, mas também as</p><p>correlacionamos com a estrutura anatômica. A partir daí, vimos os componentes que</p><p>constituem uma articulação sinovial e a sua relação com o movimento. Conversamos sobre a</p><p>flexibilidade e a importância desta a partir do alongamento muscular para a saúde, qualidade</p><p>de vida e autonomia do indivíduo.</p><p>Finalizando, estudamos o sistema ósseo. Falamos sobre crescimento e desenvolvimento</p><p>ósseo, com relação à composição e à estruturação dos ossos relacionada às cargas mecânicas</p><p>e a saúde estrutural do osso ao longo de toda a vida.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM. ACSM’s Guidelines for exercise</p><p>testing and prescription. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.</p><p>HALL, S. Biomecânica Básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.</p><p>HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 3. ed. São</p><p>Paulo: Manole, 2012.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para saber mais sobre os assuntos abordados neste conteúdo, busque os seguintes artigos:</p><p>Influência da redução da força muscular em idosos nos parâmetros biomecânicos da</p><p>marcha, de Deborah Hebling Spinoso e outros autores, publicado em 2018.</p><p>Análise do conhecimento relativo aos fundamentos da biomecânica junto aos</p><p>profissionais que trabalham em academias, de Ricardo Pablo Passos e outros autores,</p><p>publicado em 2018.</p><p>Efeito agudo de diferentes técnicas de alongamento na flexibilidade dos isquiotibiais, de</p><p>Daiane Santos e outros autores, publicado em 2018.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Claudio Gonçalves Peixoto</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>mas, no momento, vamos nos ater à morfologia de um músculo.</p><p>COMO UM MÚSCULO É ESTRUTURADO?</p><p>Partindo do maior para o menor, você deve entender que todo músculo é constituído por um</p><p>conjunto de fascículos, os quais são formados a partir das fibras musculares. Já as fibras são</p><p>compostas pelas miofibrilas e estas pelos sarcômeros, sendo nestes encontrados os</p><p>miofilamentos (actina e miosina).</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Estrutura muscular.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Lembre-se de que é a partir dos estímulos e da conexão dos miofilamentos que o músculo gera</p><p>tensão, o que, na prática, permite o desenvolvimento da força necessária para realização do</p><p>movimento.</p><p>POR QUE CONHECER A DIVISÃO ESTRUTURAL DO</p><p>MEE É IMPORTANTE PARA REALIZAÇÃO E ANÁLISE</p><p>DO MOVIMENTO?</p><p>O MEE tem sua ativação de forma voluntária, assim, toda vez que um músculo se contrai, ele</p><p>responde da “forma que sabe” ao estímulo que recebeu. Se a capacidade do sujeito em</p><p>identificar o estímulo for maior e melhor, as possibilidades de recrutamentos mais seletivos das</p><p>fibras musculares acontecerão.</p><p>Atenção às informações abaixo:</p><p>No processo de contração muscular, o número de fibras musculares ativas determina a</p><p>tensão final gerada.</p><p>Na contração de um músculo, não há necessidade de ativação simultânea de todas as</p><p>fibras que constituem um músculo.</p><p>A ativação do “número ideal” de fibras depende do controle motor, sendo a resposta ao</p><p>estímulo.</p><p>A capacidade de encurtamento e alongamento de um músculo depende do arranjo das</p><p>fibras dentro do músculo.</p><p>As fibras musculares estão arrumadas em paralelo dentro dos fascículos e esse arranjo</p><p>também é observado na distribuição das miofibrilas dentro das fibras musculares. Já os</p><p>sarcômeros são ordenados em série dentro das miofibrilas.</p><p>O número de unidades motoras ativas está diretamente relacionado a uma maior ou</p><p>menor ativação das fibras musculares.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>UNIDADES MOTORAS</p><p>São compostas por um neurônio e todas as fibras musculares que ele inerva.</p><p>Vamos conhecer um pouco mais cada um desses componentes. Antes, porém, é importante</p><p>destacar que o tecido de conexão (conjuntivo) é um elemento passivo que reveste não só o</p><p>músculo, mas também os fascículos e as fibras musculares, que formam os tendões e exercem</p><p>interferência direta no comportamento muscular durante o movimento. Portanto, o epimísio, o</p><p>perimísio e o endomísio são tecidos de conexão e revestem respectivamente músculo,</p><p>fascículo e fibra muscular.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observar epimísio, perimísio e endomísio.</p><p>UNIDADE MOTORA (UM) E</p><p>RECRUTAMENTO</p><p>As fibras musculares têm sua organização funcional a partir de grupos que apresentam</p><p>tamanhos diferentes. Um conjunto de fibras musculares com características funcionais do</p><p>mesmo tipo e inervadas por um neurônio motor constituem uma UM.</p><p>QUANTAS FIBRAS MUSCULARES EXISTEM EM UMA</p><p>UM?</p><p>Isso dependerá do grau de controle e da quantidade de força necessária para realização do</p><p>movimento. Em um músculo, são encontradas unidades motoras (UM’s) com diferentes</p><p>capacidades de respostas aos estímulos, desde movimentos mais precisos e controlados,</p><p>como, por exemplo, a escrita, até movimentos mais intensos e potentes, como arremessar um</p><p>objeto pesado a uma maior distância.</p><p>As UM’s pequenas podem conter somente 10 fibras musculares, mas precisar esse número é</p><p>difícil. O que deve ficar claro é que são especializadas em realizar movimentos finos,</p><p>precisos e suavemente controlados. Por exemplo, teclar um notebook ou a tela de um</p><p>celular.</p><p></p><p>As UM’s grandes podem conter até 2000 fibras musculares e são responsáveis por</p><p>movimentos potentes e que necessitam de maior geração de força. Por exemplo, ação dos</p><p>músculos gastrocnêmios em um salto vertical.</p><p>UM ASPECTO ESTRUTURAL E FUNCIONAL</p><p>RELEVANTE É O FATO DE AS FIBRAS MUSCULARES</p><p>DE UMA DETERMINADA UM NÃO SEREM</p><p>ADJACENTES, E SIM ENTREMEADAS E ESPALHADAS</p><p>COM FIBRAS DE OUTRAS UM’S. ISSO, NA PRÁTICA,</p><p>PERMITE UMA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO MAIS</p><p>UNIFORME POR TODA A MUSCULATURA DURANTE O</p><p>PROCESSO DE CONTRAÇÃO.</p><p>Em resumo, pode ocorrer simultaneamente a ativação de diversas UM’s de um músculo</p><p>quando o movimento exigir força e precisão, por exemplo, o arremesso de um lance livre no</p><p>basquetebol. Isto é, as UM’s pequenas darão o refino ao movimento, pois o diâmetro interno do</p><p>aro é de 45cm, já as UM’s grandes darão a força necessária para que a bola com mais de 500</p><p>gramas seja arremessada a uma distância de 4,6m e altura de 3,05m.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Unidade motora.</p><p>COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS</p><p>DIFERENTES TIPOS DE FIBRAS</p><p>MUSCULARES</p><p>Um músculo pode apresentar em sua estruturação fibras musculares com diferentes</p><p>características funcionais e, consequentemente, diferentes capacidades de geração de força.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Atividade do sarcômero.</p><p>Basicamente, essas fibras são de dois tipos:</p><p>• Contração lenta, fibras vermelhas, slow twitch, oxidativas ou simplesmente fibras do</p><p>Tipo I</p><p>Características: Baixa velocidade de contração; pico de tensão com relativa lentidão; alta</p><p>resistência à fadiga; diâmetro pequeno; baixa concentração de ATPase e enzimas glicolíticas;</p><p>alta concentração de mitocôndrias.</p><p>• Contração rápida, fibras brancas; fast twitch, fibras do Tipo II</p><p>Características: Apresentam alta velocidade de contração e alcançam o pico de tensão com</p><p>relativa rapidez. Porém, é importante destacar que elas se dividem em Tipo IIA e Tipo IIX.</p><p>TIPO IIA</p><p>Tipo IIA (também chamadas de intermediárias ou oxidativo-glicolítica): Média resistência à</p><p>fadiga; diâmetro intermediário; média concentração de ATPase e de mitocôndrias; média</p><p>concentração de enzimas glicolíticas.</p><p>TIPO IIX</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Tipo IIX (também chamadas de glicolíticas): Baixa resistência à fadiga; diâmetro grande; alta</p><p>concentração de ATPase e enzimas glicolíticas; baixa concentração de mitocôndrias.</p><p>Se as UM’s pequenas são responsáveis por movimentos finos, precisos, que geram menos</p><p>força e são “mais contínuos”, nelas, iremos encontrar as fibras do Tipo I.</p><p></p><p>Já as UM’s grandes, que permitem a realização de movimentos mais potentes e com maior</p><p>geração de força, estão relacionadas às fibras do Tipo II, e assim entram em fadiga com mais</p><p>facilidade.</p><p></p><p>Na prática, os seres humanos tendem a apresentar uma distribuição equilibrada dos dois tipos</p><p>de fibras, contudo, alguns músculos em função de sua especificidade funcional podem</p><p>apresentar predomínio de um determinado tipo de fibra.</p><p> EXEMPLO</p><p>A manutenção do equilíbrio em postura ereta depende da coativação constante do músculo</p><p>solear, o qual apresenta o predomínio da fibra do Tipo I. Outro aspecto a ser destacado são os</p><p>expoentes no esporte. Determinadas modalidades detêm muita força, já outras, muita</p><p>resistência, enquanto características principais. Observe um maratonista de elite, que, apesar</p><p>de necessitar de força para percorrer os aproximadamente 42km, é necessário manter uma</p><p>constância no padrão de movimento por mais de duas horas. Já na corrida de 100m rasos,</p><p>quanto maior a força aplicada sobre o solo, maior a velocidade a ser alcançada, necessitando,</p><p>assim, de muita força de quem pratica essa prova, uma vez que ela é finalizada em</p><p>aproximadamente 10 segundos.</p><p>Fibra Tipo I Tipo II</p><p>Característica</p><p>Contração</p><p>lenta</p><p>Contração rápida</p><p>Tipo IIA</p><p>Contração rápida</p><p>Tipo IIX</p><p>Velocidade de</p><p>contração</p><p>Lenta Alta Alta</p><p>Resistência à</p><p>fadiga</p><p>Alta Intermediária Baixa</p><p>Diâmetro Pequeno Intermediário Grande</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Elaborado por Claudio Gonçalves Peixoto</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Diferença do grau de hipertrofia nos diferentes tipos de fibras.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Predomínio das fibras Tipo I nos maratonistas.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Predomínio das fibras do Tipo II nos velocistas.</p><p> EXEMPLO</p><p>Determinados sujeitos em função da sua biotipologia apresentarão maior facilidade para</p><p>hipertrofia muscular,</p><p>já outros indivíduos terão maior predisposição para atividades de</p><p>resistência.</p><p>A avaliação antropométrica é um excelente caminho para se iniciar essa descoberta e, a partir</p><p>daí, os resultados alcançados com base nos estímulos propostos. Dessa forma, saber</p><p>identificar a maior vocação de um sujeito para um trabalho de força ou resistência a partir do</p><p>seu tipo de fibra muscular auxiliará na prescrição dos exercícios.</p><p>UNIDADE MUSCULOTENDÍNEA</p><p>O ventre muscular é um dos elementos que irão interferir na forma como a força está sendo</p><p>aproveitada para a realização do movimento. É muito importante que você saiba que, apesar</p><p>de no sarcômero estarem localizadas as estruturas ativas da contração muscular, as quais</p><p>respondem voluntariamente a partir da estimulação recebida do Sistema Nervoso Central, os</p><p>componentes passivos (tendões e fáscias) também interferem no aproveitamento final da força</p><p>e no movimento, apesar de serem passivos.</p><p>VAMOS ENTENDER ESSES COMPONENTES!</p><p>O Componente contrátil é aquele que ativa o processo de contração. A contratilidade é uma</p><p>propriedade que o músculo apresenta a partir da conexão dos miofilamentos (actina e miosina),</p><p>quando este é estimulado e isso ocorre no sarcômero, que é a unidade funcional do músculo.</p><p>Uma vez estimuladas, as fibras musculares tendem a responder em função do movimento</p><p>realizado.</p><p>QUE TAL VISITAR A ORDENAÇÃO EM SÉRIE</p><p>APRESENTADA PELOS SARCÔMEROS NA</p><p>MIOFIBRILA?</p><p>Sabendo que todos os sarcômeros daquela fibra muscular responderão simultaneamente ao</p><p>estímulo, entendemos a importância da amplitude de movimento e a relação com a capacidade</p><p>de geração de força. Isso porque quanto mais amplo for um movimento, mais força será</p><p>produzida.</p><p>Agora, vamos falar sobre o componente elástico ou passivo que possui duas propriedades:</p><p>(1) A propriedade elástica, onde você realmente pode fazer a analogia com um elástico, ou</p><p>seja, quanto mais “esticado”, maior será o nível de energia armazenada; e, ao soltar um</p><p>elástico, ele volta com violência.</p><p>(2) É um tecido passivo, que necessita do músculo para ser ativado. Isso porque é a partir</p><p>dos tecidos de conexão (conjuntivos) que revestem o músculo (epimísio), os fascículos</p><p>(perimísio) e as fibras musculares (endomísio) que são formados os tendões.</p><p>Os componentes elásticos são divididos em dois tipos:</p><p>COMPONENTE ELÁSTICO EM SÉRIE (CES)</p><p>Basicamente identificadas a partir dos tendões (95%) e pontes cruzadas (5%). São assim</p><p>chamados por sua ordenação em “série” apresentada pelos tendões em suas inserções</p><p>proximal e distal e pela disposição dos filamentos de miosina dentro do sarcômero. Isto é, um</p><p>na sequência do outro.</p><p>COMPONENTE ELÁSTICO EM PARALELO (CEP)</p><p>As estruturas que constituem esse componente são as membranas musculares, ou seja, mais</p><p>uma vez o epimísio, o perimísio e o endomísio. Observe que eles são dispostos um em</p><p>paralelo ao outro, daí a origem do nome “em paralelo”.</p><p>Imagem: HALL (2013) p. 121</p><p> Componente elástico em série e em paralelo.</p><p>COMO UTILIZAR ISSO NA PRÁTICA?</p><p>PARE E PEGUE UM ELÁSTICO, ESSE QUE</p><p>MUITOS UTILIZAM PARA SEGURAR AS NOTAS</p><p>DE REAIS (O ELÁSTICO MEIO AMARELADO).</p><p>DEIXE ESSE ELÁSTICO SOBRE UMA MESA E</p><p>DIGA O QUE OCORREU: ELE AUMENTOU DE</p><p>TAMANHO?</p><p>SIM! NÃO!</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>SIM!</p><p>A resposta correta é não. Agora, se você segurar cada um dos extremos desse elástico e</p><p>“puxar” em sentidos opostos, com certeza ele sofrerá uma deformação e aumentará o seu</p><p>comprimento. Por isso, é chamado de “elástico”.</p><p>NÃO!</p><p>Acertou! Agora, se você segurar cada um dos extremos desse elástico e “puxar” em</p><p>sentidos opostos, com certeza ele sofrerá uma deformação e aumentará o seu</p><p>comprimento. Por isso, é chamado de “elástico”.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Agora, essa deformação só ocorreu porque você tracionou em sentido contrário, daí ser</p><p>passivo, pois foi você quem fez com que ele mudasse de comprimento. Isso também ocorre</p><p>com os seus tendões. Eles apresentam uma capacidade de mudar o comprimento de maneira</p><p>elástica a partir do comprimento que o músculo apresenta.</p><p>Seguindo o mesmo raciocínio, pegue agora dois, depois, três e, por último, quatro elásticos</p><p>iguais. Segure nos extremos desses elásticos dois a dois, três a três e quatro a quatro. Aplique</p><p>força no sentido contrário aos extremos. Quanto maior tiver sido o número de elásticos, maior</p><p>foi a resistência ao estiramento. Esses elásticos estavam dispostos em paralelo, logo, quanto</p><p>maior for o número de estruturas passivas dispostas em paralelo, maior será a resistência ao</p><p>estiramento – situação que pode contribuir para a produção de força em contrações</p><p>musculares excêntricas ou “negativas”.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Outro ponto importante é a modificação no grau de elasticidade de um tendão, pois, quanto</p><p>mais próximo ao músculo, mais elástico será esse tendão. Quanto ao grau de elasticidade, ele</p><p>vai diminuindo progressivamente até a inserção no osso, e isso é importante em função da</p><p>capacidade de deformação apresentada pelo tendão e o risco de lesão.</p><p>Por último, vamos falar das características viscoelásticas apresentadas por essas</p><p>estruturas miotendíneas. Vamos à prática!</p><p>Ao iniciar um alongamento, especialmente, no início, se o grau de estiramento for muito alto e</p><p>de maneira muito rápida, ele tende a vir acompanhado de forte desconforto, algumas vezes,</p><p>dor e, dependendo da situação, até lesão. Por outro lado, se for realizado de maneira</p><p>progressiva e lenta, passados alguns segundos e mantida a posição, essa sensação “ruim”</p><p>tende a desaparecer. Isso só ocorre devido à característica viscoelástica da estrutura</p><p>miotendínea. A característica viscoelástica, portanto, é a assimilação a uma nova condição de</p><p>comprimento imposta à estrutura miotendínea em função da velocidade e do tempo com que a</p><p>carga é aplicada. Essa é uma das razões para, na prática, serem propostos alguns tipos de</p><p>alongamentos musculares, ratificando a importância do trabalho de preparação para uma</p><p>atividade (aquecimento).</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Tendão e inserção muscular</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Formação do tendão a partir dos tecidos de conexão</p><p>ARQUITETURA MUSCULAR</p><p>Pensar apenas na estrutura macroscópica de um músculo não nos dá condições de analisar</p><p>completamente um movimento. Por isso, há necessidade de conhecermos um pouco mais para</p><p>entender a capacidade de geração de força e o grau de alongamento que um músculo possa</p><p>apresentar.</p><p>A tese acima é suportada pelo arranjo das fibras musculares dentro do músculo. Vamos</p><p>pensar em duas possibilidades:</p><p>MÚSCULOS FUSIFORMES OU COM FIBRAS</p><p>PARALELAS</p><p>São músculos em que o sentido das fibras acompanha o sentido longitudinal do músculo. Por</p><p>exemplo, músculo bíceps braquial.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Musculatura fusiforme</p><p>MÚSCULOS PENADOS OU COM FIBRAS OBLÍQUAS</p><p>São músculos em que as fibras musculares estão organizadas obliquamente ao sentido</p><p>longitudinal do músculo. Por exemplo, músculo semimembranoso.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Musculatura penada.</p><p>QUAL É A APLICAÇÃO PRÁTICA DESSE</p><p>CONHECIMENTO?</p><p>Os músculos fusiformes, em função da direção das fibras, tendem a apresentar maior</p><p>capacidade de alongamento quando comparados aos músculos penados. Agora, quando</p><p>pensamos na capacidade de geração de força por área de corte transversal, os músculos</p><p>penados apresentam resultados mais favoráveis quando comparados aos músculos fusiformes.</p><p>CORTE TRANSVERSAL</p><p>A área de corte transversal ou de secção transversa é relacionada com a hipertrofia</p><p>muscular.</p><p>PROPRIEDADES COMPORTAMENTAIS DO</p><p>TECIDO MUSCULAR</p><p>A capacidade que um MEE tem de responder aos diferentes tipos de cargas e a velocidade</p><p>com que estas são aplicadas sobre o músculo estão relacionadas às propriedades</p><p>comportamentais da MEE.</p><p>QUAIS SÃO ESSAS PROPRIEDADES E POR QUE SÃO</p><p>IMPORTANTES?</p><p>IRRITABILIDADE OU EXCITABILIDADE</p><p>Capacidade de responder ao estímulo. Aqui, é importante lembrar que o neurônio motor</p><p>proporciona a estimulação muscular a partir de um neurotransmissor químico (acetilcolina),</p><p>javascript:void(0)</p><p>mas, pode ocorrer</p><p>estimulação mecânica, como as que ocorrem nas estimulações por</p><p>percussão.</p><p>CAPACIDADE DE DESENVOLVER TENSÃO</p><p>Característica específica de comportamento de um músculo quando estimulado. Isso ocorre no</p><p>componente contrátil, a partir da conexão do filamento de miosina ao filamento de actina,</p><p>interrompendo o estado de relaxamento muscular.</p><p>CONTRATILIDADE</p><p>Uma vez excitado e desenvolvendo tensão, o músculo pode encurtar-se e a essa capacidade é</p><p>dada o nome de contratilidade. Hamill & Knutzen (2012) afirmam que, em média, um músculo</p><p>pode encurtar-se aproximadamente 57% do seu comprimento de repouso. Na prática,</p><p>inicialmente, as origens e inserções musculares são aproximadas sob tensão.</p><p>EXTENSIBILIDADE</p><p>Quando o comprimento de repouso é aumentado, ou seja, o músculo é alongado ou estirado.</p><p>Para isso, há necessidade de uma força externa que pode ser de um músculo antagonista ou</p><p>auxílio profissional. Vale lembrar que essa capacidade de aumentar de comprimento irá variar</p><p>em função das características estruturais de cada músculo, por exemplo, a arquitetura</p><p>muscular.</p><p>ELASTICIDADE</p><p>Capacidade de retornar ao seu comprimento normal (repouso) após a retirada da força que</p><p>levou ao alongamento. Essa propriedade pode ser utilizada dentro dos processos de melhora</p><p>no rendimento muscular para uma ação de encurtamento, quando esta é precedida de um pré-</p><p>estiramento.</p><p>ABORDAGEM MECÂNICA DAS AÇÕES</p><p>MUSCULARES</p><p>Uma vez que o músculo é excitado e desenvolve tensão, três comportamentos relacionados à</p><p>variação no seu comprimento são esperados. Essas contrações musculares são identificadas a</p><p>partir das ações que ocorrem nos músculos, não só a partir da variação no seu comprimento,</p><p>mas também no tipo de resistência a ser vencida. Agora, veremos cada uma delas:</p><p>Contrações ou ações relacionadas à variação no comprimento muscular</p><p>AÇÃO ISOMÉTRICA</p><p>É o desenvolvimento de tensão sem alteração no comprimento do músculo, ou seja, não há</p><p>movimento articular. Na prática, é possível perceber a tensão gerada na musculatura, mas sem</p><p>movimento, por exemplo, quando se pede a alguém para fazer o “muque” (flexão do cotovelo a</p><p>aproximadamente 90o).</p><p>AÇÃO CONCÊNTRICA</p><p>É o desenvolvimento de tensão acompanhado do encurtamento muscular. Na prática, o torque</p><p>potente é maior que o torque resistente. É o tipo de ação que permite identificar o músculo</p><p>responsável pela realização do movimento. Em termos biomecânicos, essa ação tende a</p><p>promover a aceleração do movimento. Vale destacar que a fase concêntrica de um movimento</p><p>também é chamada de fase positiva.</p><p>AÇÃO EXCÊNTRICA</p><p>É o desenvolvimento de tensão acompanhado do aumento no comprimento do músculo. O</p><p>torque resistente é maior que o torque potente e, assim, a resistência vence a força muscular.</p><p>As ações excêntricas são importantíssimas, pois promovem desaceleração no movimento, o</p><p>que permite um melhor controle dele. Daí, ser chamada de fase negativa do movimento.</p><p>Imagem: shutterstock.com</p><p> Ações musculares.</p><p>AÇÃO ISOTÔNICA</p><p>Tem como característica a movimentação de uma resistência invariável (halter, peso de um</p><p>segmento corporal) por uma determinada amplitude de movimento. Na prática, essa carga</p><p>constante implica em uma variação da carga na musculatura ao longo das variações angulares</p><p>da articulação. É o tipo de ação muscular comumente identificada no dia a dia e gestos</p><p>esportivos. Seja em um treinamento ou em uma reabilitação muscular, o músculo dever ser</p><p>estimulado a responder de forma eficaz a este tipo de ação por toda a amplitude de movimento.</p><p>Imagem: shutterstock.com</p><p> Ação isotônica.</p><p>AÇÃO ISOCINÉTICA</p><p>É um tipo de ação que necessita de equipamento especial (dinamômetro isocinético). Tem</p><p>como principal característica uma velocidade preestabelecida e controlada durante toda a</p><p>execução do movimento. Essa velocidade pode ser calibrada de 0 a 600°/s (graus por</p><p>segundo), e será a mesma ao longo de todo o movimento. As velocidades usualmente</p><p>utilizadas nos laboratórios são 60, 180 e 300°/s. Os equipamentos isocinéticos permitem a</p><p>determinação quantitativa nas diferenças de força entre os membros contralaterais para um</p><p>mesmo movimento a diferenças de comportamentos entre agonistas e antagonistas. E ainda, o</p><p>comportamento muscular em um mesmo movimento para a mesma velocidade. Por isso, são,</p><p>frequentemente, utilizadas para diagnóstico e tratamento de lesões.</p><p>Imagem: shutterstock.com</p><p> Equipamento isocinético.</p><p>Algumas ações musculares são realizadas em equipamentos que minimizam a variação na</p><p>força que um músculo irá fazer ao longo de todo o movimento, tendendo a tornar o padrão de</p><p>solicitação muscular mais uniforme. Essa ação é chamada de isoinercial – os equipamentos</p><p>possuem uma polia excêntrica chamada de componente de alteração mecânica, ou</p><p>simplesmente C.A.M. ou C.A.M.E. Tal recurso faz com que o torque resistente sofra variações</p><p>ao longo do movimento e essas variações no torque resistente promovem o comportamento</p><p>isoinercial. Reforçando: esse tipo de ação só é conseguido em equipamentos mecânicos com</p><p>C.A.M., por exemplo, mesa flexora.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Ação isoinercial – observar a polia excêntrica – CAM (peça preta próxima ao joelho).</p><p>Contrações ou ações relacionadas à variação no comprimento muscular</p><p>Isométrica</p><p>Sem variação no</p><p>comprimento muscular</p><p>Velocidade = 0</p><p>Concêntrica Encurtamento Aceleração</p><p>Excêntrica Estiramento Desaceleração</p><p>Isotônica Resistência constante Atividade do dia a dia e esportiva</p><p>Isocinética</p><p>Velocidade controlada e</p><p>constante</p><p>Diagnóstico quantitativo da força</p><p>Isoinercial Polia excêntrica = C.A.M.</p><p>Minimização da variação na força</p><p>muscular ao longo do movimento</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Elaborado por Claudio Gonçalves Peixoto</p><p>FUNÇÕES MUSCULARES</p><p>As funções musculares referem-se aos diferentes papéis que um músculo pode desempenhar.</p><p>Com certeza, você sabe que existem músculos responsáveis pela realização do movimento e</p><p>músculos que possuem ação contrária ao do movimento desejado, mas as funções musculares</p><p>vão muito além.</p><p>O músculo agonista, também chamado de motor primário é o responsável, a partir de sua ação</p><p>concêntrica, por causar o movimento. Por exemplo, no movimento de flexão da articulação do</p><p>cotovelo, o músculo bíceps braquial (BB) é agonista para o movimento.</p><p></p><p>Já o músculo antagonista é aquele que é estirado durante a realização do movimento, ou seja,</p><p>atua de maneira a ter suas inserções afastadas e, com isso, torna mais lento ou pode até</p><p>interromper o movimento. Vamos continuar no exemplo de flexão da articulação do cotovelo,</p><p>um dos agonistas você já conhece, o músculo BB, mas, neste caso, o músculo tríceps braquial</p><p>atua como antagonista ao movimento de flexão.</p><p> RESUMINDO</p><p>Músculo Movimento Flexão do Cotovelo Extensão do Cotovelo</p><p>Bíceps braquial Agonista Antagonista</p><p>Tríceps braquial Antagonista Agonista</p><p> Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Elaborado por Claudio Gonçalves Peixoto</p><p>Existem músculos que sozinhos não conseguem produzir tensão suficiente para realizar um</p><p>determinado movimento, mas são capazes de ajudar o músculo agonista nessa tarefa. Esses</p><p>músculos são chamados de acessório ou auxiliar, ou seja, ajudam o motor primário a realizar</p><p>a ação muscular. Por exemplo, durante o movimento de flexão da articulação do joelho, o</p><p>músculo gastrocnêmio (medial e lateral) atua como acessório dos músculos Isquiotibiais.</p><p>Outra atuação muscular muito importante é a chamada função sinergista, que, na prática, é a</p><p>atuação conjunta de um determinado grupo de músculos para um mesmo movimento. Vamos</p><p>continuar na articulação do joelho. Os músculos Isquiotibiais são na realidade os três músculos</p><p>da região posterior da coxa, isto é, bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso. Esses</p><p>três músculos exercem uma função sinergista, ou seja, atuam como uma equipe para flexionar</p><p>o joelho.</p><p>Temos ainda a função do músculo estabilizador, que identifica a atuação de um músculo para</p><p>estabilizar uma parte do corpo, de forma que outro músculo ativo tenha uma base firme sobre a</p><p>qual possa exercer ação. Por exemplo, durante o movimento de flexão da articulação do ombro</p><p>em postura ereta, os músculos eretores espinhais da região lombar atuam estabilizando a</p><p>coluna vertebral para que o movimento do ombro possa ocorrer livremente.</p><p>Vamos por último falar de um músculo que atua como neutralizador, o que significa atuar para</p><p>eliminar uma ação indesejada produzida por outro músculo. Por exemplo, ao tentar flexionar a</p><p>articulação do cotovelo, estando a articulação radioulnar proximal pronada, existe uma</p><p>tendência à supinação da articulação durante o movimento, e isso ocorre em função do</p><p>comportamento do músculo BB. Para que essa ação não ocorra, os músculos pronador</p><p>redondo e pronador quadrado atuam neutralizando a supinação, permitindo que somente o</p><p>movimento de flexão da articulação do cotovelo ocorra. Na prática, a chamada rosca inversa.</p><p>COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS</p><p>MÚSCULOS BIARTICULARES E</p><p>MULTIARTICULARES</p><p>Quando um músculo atravessa somente uma articulação, entender a influência deste sobre</p><p>essa articulação é relativamente fácil. Quando um músculo atravessa duas ou mais</p><p>articulações faz-se necessário observar o posicionamento de todas as articulações</p><p>atravessadas por esse músculo para que se possa analisar o movimento. Esses músculos são</p><p>chamados de bi ou multiarticulares.</p><p> EXEMPLO</p><p>O músculo gastrocnêmio interfere nos movimentos do tornozelo e joelho, então, é chamado de</p><p>biarticular. Já o bíceps braquial (porção curta) interfere nos movimentos de três articulações,</p><p>cotovelo, ombro e radioulnar proximal, portanto, é chamado de poliarticular (multiarticular).</p><p>Quando um músculo bi ou poliarticular encontra-se “frouxo”, fora do seu comprimento de</p><p>repouso, em função do posicionamento de uma das articulações por ele atravessadas, ele</p><p>encontra-se em insuficiência ativa e apresenta uma menor capacidade de gerar tensão.</p><p> EXEMPLO</p><p>Ao realizar a flexão do cotovelo com a articulação radioulnar na posição supinada, a</p><p>quantidade de força gerada é maior do que quando o mesmo movimento de flexão é realizado</p><p>com a articulação radioulnar na posição pronada. Tudo isso devido à insuficiência ativa da</p><p>cabeça longa do bíceps.</p><p>Quando um músculo bi ou poliarticular encontra-se previamente “estirado”, além do seu</p><p>comprimento de repouso, em função do posicionamento de uma das articulações por ele</p><p>atravessadas, ele está em insuficiência passiva, portanto, apresenta maior capacidade de</p><p>resistir ao estiramento.</p><p> EXEMPLO</p><p>Ao realizar a extensão da articulação do joelho em uma cadeira extensora, estando a região do</p><p>tornozelo em “dorsiflexão”, o músculo gastrocnêmio já estará previamente estirado. Dessa</p><p>forma, forma resistirá mais ao estiramento, dificultando o movimento de extensão da</p><p>articulação do joelho.</p><p>A insuficiência ativa está relacionada a uma menor capacidade de gerar tensão por parte de um</p><p>músculo agonista, que atravessa duas ou mais articulações. Já a insuficiência passiva está</p><p>relacionada a uma maior capacidade de resistir ao estiramento por parte de um músculo</p><p>antagonista, que atravessa duas ou mais articulações.</p><p>FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA</p><p>MUSCULAR</p><p>Alguns fatores mecânicos têm relação direta com a capacidade de geração de força de um</p><p>músculo. Esses fatores serão descritos a seguir:</p><p>ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL FISIOLÓGICA</p><p>Quanto maior a área de corte, maior será a força gerada. Aqui, temos que voltar a falar da</p><p>arquitetura muscular, pois a direção das fibras em relação ao sentido longitudinal do músculo é</p><p>determinante. Logo, os músculos penados quando comparados aos músculos fusiformes,</p><p>tendem a apresentar maior quantidade de fibras musculares por cm2 de área de corte ou</p><p>secção transversal às fibras musculares.</p><p>LEMBRE-SE QUE, PARA GERAÇÃO DE FORÇA, O QUE</p><p>INTERESSA É A FIBRA MUSCULAR E, QUANTO MAIOR</p><p>FOR A ÁREA DE CORTE TRANSVERSAL FISIOLÓGICO</p><p>(PERPENDICULAR A FIBRA MUSCULAR), MAIOR</p><p>QUANTIDADE DE FIBRAS TENDEM A SER</p><p>ENCONTRADAS E MAIOR QUANTIDADE DE TENSÃO</p><p>GERADA.</p><p>ÂNGULO DE INSERÇÃO DO MÚSCULO ÂNGULO DE</p><p>TRAÇÃO X APROVEITAMENTO DA FORÇA</p><p>A inserção do músculo no osso tende, em função do movimento da articulação, a apresentar</p><p>diferentes ângulos. Isso irá afetar diretamente o aproveitamento da força que o músculo esteja</p><p>gerando. Vale aqui lembrar que, no conceito de torque articular, somente quando o tendão</p><p>estiver inserido a 90° no osso, 100% da força gerada no músculo estará sendo aproveitada</p><p>para fazer o movimento. Para ângulos diferentes de 90°, a força muscular será “decomposta”</p><p>e parte dela estará além da rotação, tendendo a tracionar o osso de encontro à articulação ou</p><p>para fora da articulação. Quando o ângulo de tração for:</p><p>Igual a 90° - 100% da força muscular será utilizada para fazer o movimento de rotação em</p><p>torno da articulação. Será chamada de componente de rotação.</p><p>Menor que 90° - A força muscular será decomposta. A componente perpendicular ao osso em</p><p>função do seu sentido atuará para fazer a rotação. Já a componente paralela ao osso, também</p><p>em função do seu sentido, tenderá a puxar o osso de encontro à articulação. Será chamada de</p><p>componente de estabilização.</p><p>Maior que 90° - Mais uma vez, a força muscular será decomposta. Como sempre, haverá uma</p><p>componente perpendicular ao osso. Esta, em função do seu sentido, atuará para fazer a</p><p>rotação, e a componente paralela ao osso agora tenderá a puxar o osso para fora da</p><p>articulação, também em função do seu sentido. Será chamada de componente de “luxação”</p><p>ou deslocamento.</p><p>RESUMINDO:</p><p>• ÂNGULO DE TRAÇÃO IGUAL A 90° - 100% COMPONENTE DE</p><p>ROTAÇÃO.</p><p>• ÂNGULO DE TRAÇÃO MENOR QUE 90° - SÃO</p><p>IDENTIFICADAS A COMPONENTE DE ROTAÇÃO E A</p><p>COMPONENTE DE ESTABILIZAÇÃO.</p><p>ÂNGULO DE TRAÇÃO MAIOR QUE 90° - SÃO IDENTIFICADAS A</p><p>COMPONENTE DE ROTAÇÃO E A COMPONENTE DE</p><p>“LUXAÇÃO” OU DESLOCAMENTO.</p><p>Imagem: Kiran Gorki Queiroz, adaptado por Claudio Gonçalves Peixoto e Livia Naylor</p><p> Ângulo de inserção muscular.</p><p>RELAÇÃO COMPRIMENTO X TENSÃO</p><p>O primeiro aspecto aqui a ser lembrado é que existem estruturas ativas e passivas na unidade</p><p>miotendinosa e que a tensão total em um músculo deve considerar a soma da tensão ativa e</p><p>passiva (quando esta existir).</p><p>1</p><p>Músculo no seu comprimento de repouso - A tensão gerada pelo músculo estará 100%</p><p>relacionada à condição da atividade dos sarcômeros a partir de uma “ótima” conexão com os</p><p>miofilamentos (actina e miosina), mas não há energia elástica armazenada de forma passiva</p><p>que possa ser adicionada à tensão final gerada.</p><p>2</p><p>Músculo previamente encurtado, mas sem tensão - O músculo “perderá” algumas</p><p>possibilidades de aproveitar a tensão gerada pelos miofilamentos ativos, até que a frouxidão</p><p>muscular seja retirada.</p><p>3</p><p>Músculo ligeiramente alongado (no geral, aproximadamente, 20% além do seu</p><p>comprimento de repouso) - Além de uma ótima conexão dos miofilamentos, a energia</p><p>elástica armazenada no componente passivo, em especial, no componente elástico em série</p><p>será adicionada à tensão gerada pelos miofilamentos. A máxima tensão muscular será</p><p>alcançada. Contudo, esse tipo de estimulação causa grande estresse nas estruturas passivas,</p><p>e só deve ser proposto para sujeitos adaptados aos estímulos mais intensos.</p><p>A máxima tensão é alcançada quando for possível adicionar a componente contrátil à energia</p><p>armazenada no componente elástico, em especial, no componente elástico em série.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Musculatura de bíceps braquial – porção curta previamente encurtada em função da inserção</p><p>proximal no processo coracoide da escápula.</p><p></p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Bíceps braquial. Exercício feito a partir do comprimento de repouso.</p><p>RELAÇÃO FORÇA X VELOCIDADE</p><p>Quando o músculo desenvolve tensão a partir de uma ação concêntrica contra uma carga</p><p>elevada, a velocidade do encurtamento deverá ser baixa. O contrário ocorre com uma carga</p><p>baixa, ou seja, a velocidade do encurtamento deverá ser relativamente alta. Você consegue ver</p><p>isso na prática ao</p><p>levantar um peso muito alto ou baixo. Na tensão gerada a partir de uma ação</p><p>excêntrica contra uma carga elevada, a velocidade de estiramento tenderá a ser relativamente</p><p>alta.</p><p>MUITO IMPORTANTE É ESTAR ATENTO QUE, QUANTO</p><p>MAIS ALTA FOR À CARGA, MAIS ALTA TENDERÁ A</p><p>SER A VELOCIDADE EM CONTRAÇÕES</p><p>EXCÊNTRICAS.</p><p>Vale ressaltar que a tensão gerada em uma ação excêntrica pode extrapolar, em média, 40%</p><p>daquela encontrada na ação isométrica máxima. Isso é relevante, pois estímulos excêntricos</p><p>para valores superiores aos identificados na ação isométrica máxima só devem ser propostos</p><p>para sujeitos adaptados aos estímulos neuromusculares.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Normalmente, na musculação, isso se chama trabalho negativo, contração negativa,</p><p>treinamento negativo.</p><p>Imagem: Komi, 2006</p><p> Relação Força x Velocidade.</p><p>RELAÇÃO TEMPO X TENSÃO (FREQUÊNCIA DE</p><p>ESTIMULAÇÃO)</p><p>Refere-se à frequência com que o músculo é excitado, ou seja, a frequência entre os estímulos.</p><p>Caso haja intervalo suficiente para recuperação entre os estímulos, isto é, igual ou maiores que</p><p>aproximadamente 100 milissegundos (ms), a tensão gerada no segundo estímulo tende a</p><p>apresentar um pico semelhante ao anterior. Para intervalos entre os estímulos inferiores a</p><p>100ms, existirá uma forma aditiva de estímulos denominada somação ou somação</p><p>incompleta dos estímulos, onde o pico de tensão tenderá a ser mais alto que o do estímulo</p><p>anterior quanto menor for o intervalo entre os estímulos. A máxima tensão é alcançada quando</p><p>os estímulos são emitidos sem intervalos entre eles. Essa condição recebe o nome de tetania</p><p>ou somação completa. Nessa condição, o pico de tensão pode ser até 4 vezes mais intenso</p><p>quando comparado a um estímulo com intervalo suficiente para recuperação.</p><p>Imagem: Komi, 2006</p><p> Relação Tempo x Tensão (frequência de estimulação).</p><p>SISTEMA MUSCULAR E O MOVIMENTO</p><p>O especialista Claudio Gonçalves Peixoto apresentará um resumo do módulo, abordando</p><p>todos os tópicos estudados.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. COMPREENDER A QUANTIDADE DE TENSÃO GERADA POR UM</p><p>MÚSCULO REQUER CONHECIMENTO DOS COMPONENTES QUE</p><p>CONSTITUEM A UNIDADE MÚSCULO-TENDÃO. A TENSÃO FINAL</p><p>GERADA EM UM MÚSCULO TEM RELAÇÃO DIRETA COM OS</p><p>COMPONENTES CONTRÁTEIS E ELÁSTICOS. SOBRE ISSO, ASSINALE A</p><p>ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) O sarcômero é a principal unidade de contração muscular.</p><p>B) O componente elástico é considerado ativo para as ações musculares.</p><p>C) Mecanicamente tendões e inserções estão melhor adaptados para assimilarem carga de</p><p>torção.</p><p>D) O componente elástico em série apresenta como maior característica resistir ao estiramento</p><p>muscular.</p><p>E) O componente elástico em paralelo apresenta como maior característica auxiliar o</p><p>componente contrátil na geração final de tensão.</p><p>2. AS CONTRAÇÕES MUSCULARES CONTRIBUEM PARA REALIZAÇÃO</p><p>DO MOVIMENTO A PARTIR DAS DIFERENTES DEMANDAS DO DIA A DIA,</p><p>ASSIM, OS MÚSCULOS DESEMPENHAM DIFERENTES FUNÇÕES. SENDO</p><p>CONHECEDOR DESSAS AÇÕES, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) As ações concêntricas tendem a desacelerar o movimento.</p><p>B) As atividades da vida diária são realizadas a partir de ações isocinéticas.</p><p>C) As ações excêntricas também são chamadas de positivas.</p><p>D) Nas ações isotônicas, a velocidade é constante durante toda a amplitude de movimento.</p><p>E) O componente de alteração mecânica (CAM) minimiza a variação na quantidade de força</p><p>muscular durante o movimento.</p><p>GABARITO</p><p>1. Compreender a quantidade de tensão gerada por um músculo requer conhecimento</p><p>dos componentes que constituem a unidade músculo-tendão. A tensão final gerada em</p><p>um músculo tem relação direta com os componentes contráteis e elásticos. Sobre isso,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>O entendimento das estruturas que afetam a quantidade de força gerada por um músculo</p><p>envolve estruturas ativas e passivas. O sarcômero é considerado unidade funcional ativa de um</p><p>músculo, pois, nele, encontram-se os filamentos de actina e miosina, as proteínas contráteis</p><p>que realizam o movimento de contração do músculo.</p><p>2. As contrações musculares contribuem para realização do movimento a partir das</p><p>diferentes demandas do dia a dia, assim, os músculos desempenham diferentes</p><p>funções. Sendo conhecedor dessas ações, marque a alternativa correta:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>Algumas ações musculares são realizadas somente através de equipamentos que minimizam a</p><p>variação na força que um músculo irá fazer ao longo de todo o movimento, dando uniformidade</p><p>ao padrão de contração muscular. Esse é um instrumento que pode induzir a diferentes</p><p>adaptações ao treinamento.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Reconhecer a importância do sistema articular nas possibilidades de movimentos,</p><p>com base em suas características estruturais</p><p>O SISTEMA ARTICULAR APLICADO AO</p><p>MOVIMENTO HUMANO</p><p>Os movimentos articulares permitem que os segmentos corporais descrevam trajetórias no</p><p>espaço, portanto, é necessário analisar a real possibilidade de movimento de uma articulação.</p><p>Para isso, você precisa conhecer estruturalmente as articulações e identificar os tipos de ossos</p><p>articulados e os componentes que as constituem.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Uma articulação é formada pela união de dois ou mais extremos ósseos. Existem diferentes</p><p>tipos de articulações e diferentes características morfofuncionais, veja abaixo:</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Articulações do corpo humano.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES</p><p>RELACIONADAS AO ESTUDO DO MOVIMENTO</p><p>Existem articulações que não apresentam cavidade articular e elas são de dois tipos –</p><p>sinartrose e anfiartrose.</p><p>SINARTROSES</p><p>São imóveis ou com pouquíssimo movimento e, por isso, não há um interesse muito alto para</p><p>Cinesiologia e Biomecânica. São divididas em dois tipos, suturas e sindesmoses:</p><p>• Suturas são conectadas por fibras contínuas de periósteo. Por exemplo, as suturas do crânio.</p><p>• Sindesmoses são caracterizadas a partir de denso tecido fibroso, com uma limitação muito</p><p>alta de movimento. Por exemplo, articulação radioulnar média.</p><p>ANFIARTROSES</p><p>São articulações ligeiramente móveis e são subdivididas em dois tipos:</p><p>• Sincondroses são ossos unidos por uma pequena camada fina de cartilagem hialina. Por</p><p>exemplo, as articulações esternocostais.</p><p>• Sínfises são articulações onde são encontradas finas lâminas de cartilagem hialina e disco</p><p>fibrocartilaginoso. Por exemplo, as articulações intervertebrais e a sínfise púbica.</p><p>NA PRÁTICA, AS SÍNFISES, APESAR DE BAIXA</p><p>POSSIBILIDADE DE MOVIMENTAÇÃO, SÃO VITAIS</p><p>PARA HARMONIA DOS MOVIMENTOS, DEVIDO À</p><p>ESTRUTURAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL EM</p><p>RELAÇÃO AO RESTANTE DO ESQUELETO.</p><p>Agora, vamos falar das articulações móveis, ou seja, as que apresentam cavidade articular.</p><p>Essas articulações são chamadas de diartroses ou sinoviais e são caracterizadas por</p><p>possuírem cartilagem articular, revestindo os extremos ósseos articulados e cápsula articular.</p><p>São divididas em: deslizante, artrose ou plana. Essas articulações são não axiais, ou seja,</p><p>não apresentam eixo e, por isso, permitem movimentos de deslizamento entre os ossos</p><p>articulados. Por exemplo, intertársicas e intercárpicas.</p><p>ARTICULAÇÕES UNIAXIAIS</p><p>Realizam movimento de rotação em torno desse eixo. São:</p><p>• Dobradiça, gínglimo ou charneira - Por exemplo, articulação do cotovelo (movimento de</p><p>flexão e extensão).</p><p>• Trocoide ou em pivô - Por exemplo, articulação radioulnar proximal (pronação e supinação).</p><p>ARTICULAÇÕES BIAXIAIS</p><p>Realizam movimento de rotação em torno de dois eixos. São:</p><p>• Articulação elipsoide - Por exemplo, articulação radiocárpica (flexão e extensão; abdução e</p><p>adução).</p><p>• Articulação condilar - Por exemplo, articulação do joelho (flexão e extensão; rotação interna</p><p>e rotação externa).</p><p>• Articulação selar - Por exemplo, articulação carpo metacárpica do polegar (flexão e</p><p>extensão; abdução e adução).</p><p>OBSERVE QUE A ARTICULAÇÃO DO JOELHO SER</p><p>ANATOMICAMENTE CLASSIFICADA POR ALGUNS</p><p>AUTORES, FUNCIONALMENTE, DEVE SER</p><p>OBSERVADA A PARTIR DA SUA CAPACIDADE DE</p><p>MOVIMENTAÇÃO E, POR APRESENTAR DOIS EIXOS,</p><p>PASSA A SER CLASSIFICADA COMO CONDILAR OU</p><p>BICONDILAR.</p><p>ISSO PORQUE O JOELHO REALIZA</p><p>ROTAÇÃO INTERNA E EXTERNA QUANDO</p><p>FLEXIONADO A 90°.</p><p>ARTICULAÇÕES TRIAXIAIS</p><p>Realizam movimento de rotação em torno de três eixos. São:</p><p>• Articulação esferoidal; esferoide; cabeça e cavidade ou enartrose - Por exemplo, as</p><p>articulações dos ombros e quadris (flexão e extensão; abdução e adução; rotação interna e</p><p>rotação externa).</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Característica estrutural das articulações.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Todas as articulações que realizam movimentos a partir de dois eixos, ou seja, as articulações</p><p>bi e triaxiais, são também capazes de realizar o movimento de circundução.</p><p>Segundo Hamill & Knutzen (2012), grau de liberdade (gl) de uma articulação é a terminologia</p><p>utilizada para descrever o tipo e a quantidade de movimento estruturalmente permitidos pelas</p><p>articulações. Na prática, ao pensar em um movimento multiarticular, ou seja, na cadeia de</p><p>movimento, como no agachamento, devemos considerar os graus de liberdade de todas as</p><p>articulações envolvidas. Assim, teremos 3gl para o quadril; 2gl para o joelho e 1gl para o</p><p>tornozelo, em um total de 6gl para cada membro inferior.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observe as articulações dos quadris, joelhos e tornozelos.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Quanto maior o número de gl de um movimento, maior será o número de articulações</p><p>envolvidas.</p><p>COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS</p><p>COMPONENTES ARTICULARES</p><p>Conhecer o comportamento mecânico dos componentes articulares permite identificar as</p><p>melhores possibilidades de movimento e prevenir lesões, otimizando o movimento.</p><p>COMPONENTES ARTICULARES</p><p>CÁPSULA ARTICULAR</p><p>Membrana com duas camadas que reveste os ossos nas articulações sinoviais. A camada</p><p>interna ou membrana sinovial é responsável por secretar o líquido sinovial. A densidade e a</p><p>resistência da cápsula à deformação elástica estão relacionadas à magnitude e à frequência da</p><p>carga à qual a cápsula está exposta.</p><p>LÍQUIDO SINOVIAL</p><p>É multiviscoso e o responsável pela lubrificação das articulações sinoviais. Essa viscosidade</p><p>está relacionada à velocidade em que é realizado o movimento e a temperatura. Daí, a</p><p>importância do período de preparação para atividade (aquecimento), pois permite que o líquido</p><p>seja ajustado em sua viscosidade para atividade fim.</p><p>CARTILAGEM ARTICULAR OU HIALINA</p><p>É uma importante componente para a estabilidade e funcionalidade articular. Trata-se de um</p><p>denso tecido de conexão voltado a proteger os extremos ósseos no interior das articulações,</p><p>permite a partir da fricção, o movimento articular com o mínimo desgaste e aumenta a área</p><p>para distribuição da carga aplicada. Apresenta adaptação mecânica à intensidade, sentido e</p><p>tempo de exposição à carga aplicada. O crescimento da cartilagem ocorre durante toda a vida</p><p>em um processo dinâmico, e é regulado a partir das cargas compressivas que atuam sobre a</p><p>articulação.</p><p>LIGAMENTOS</p><p>São tecidos de conexão que conectam os ossos entre si. Apresentam como principal função a</p><p>manutenção da integridade estrutural da articulação, deformando-se para permitir o movimento.</p><p>Pode estar localizado dentro, fora ou na própria cápsula articular. Dependendo da localização,</p><p>apresentam diferentes resistências à deformação. Os ligamentos intracapsulares são mais</p><p>resistentes à deformação, por exemplo, o ligamento cruzado anterior que os extracapsulares.</p><p>BOLSAS OU BURSAS</p><p>Assumem especial importância na preservação das estruturas em torno da articulação. São</p><p>pequenas cápsulas revestidas por membrana sinovial e repleta de líquido sinovial, localizadas</p><p>entre ou próximas às estruturas articulares, principalmente, entre o tendão e o osso.</p><p>ESTRUTURAS FIBROCARTILAGINOSAS (DISCOS E</p><p>MENISCOS)</p><p>Apresentam função mecânica de alta resistência à carga tensiva e suportam grandes cargas</p><p>compressivas. Os meniscos aumentam os “encaixes” (congruência) das peças ósseas da</p><p>articulação.</p><p>MENISCOS MELHORAM A ARQUITETURA ARTICULAR</p><p>DO JOELHO.</p><p>Essas estruturas fibrocartilaginosas são identificadas no comportamento dos discos</p><p>intervertebrais, quando submetidos a uma carga mecânica, tendem a se deformar para permitir</p><p>o movimento.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Componentes das articulações sinoviais.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observe as estruturas dos meniscos e ligamentos.</p><p>FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS</p><p>ARTICULAÇÕES SINOVIAIS</p><p>FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE ARTICULAR</p><p>Segundo Hall (2013), “flexibilidade articular é um termo utilizado para descrever a amplitude de</p><p>movimento (ADM) permitida em cada um dos planos de movimento de uma articulação”.</p><p></p><p>O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) (2014) afirma que: “flexibilidade é a</p><p>capacidade de mover uma articulação ao longo de sua amplitude de movimento da articulação</p><p>(AMA) completa”.</p><p>Na prática, uma articulação tem diferentes possibilidades de ADM e se deve utilizar essas</p><p>amplitudes com base nos planos ortogonais. Assim, a amplitude relativa de movimento</p><p>permitida por uma articulação deve ser mensurada a partir da passagem da posição anatômica</p><p>ou uma posição de referência para posição extrema de movimento em uma determinada</p><p>direção. Ter uma ADM bem avaliada em um determinado sentido de movimento de uma</p><p>articulação não obrigatoriamente implica que todos os movimentos dessa mesma articulação</p><p>atendam ao padrão desejado.</p><p>A flexibilidade divide-se em:</p><p>FLEXIBILIDADE DINÂMICA</p><p>É aquela que traduz a autonomia articular do sujeito, pois considera a realização do</p><p>movimento ativamente.</p><p>FLEXIBILIDADE ESTÁTICA</p><p>Tem como base o movimento realizado de forma passiva. É muito utilizada para diagnóstico</p><p>do grau relativo de ADM de uma articulação, pois é um indicador de restrição ou frouxidão</p><p>no comportamento articular e isso pode potencializar o mecanismo lesivo.</p><p>MEDIDA DA ADM ARTICULAR</p><p>O instrumento utilizado é o goniômetro, que oferece o resultado em graus. Atualmente, existem</p><p>diversos tipos, alguns muito simples (goniômetros manuais) que oferecem dados a partir de</p><p>uma leitura direta no equipamento, chegando a goniometria digital, altamente tecnológica.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Goniômetro manual.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Estabilidade articular (EA) é a resistência apresentada por uma articulação ao movimento</p><p>anormal dos segmentos corporais.</p><p>Observe que o termo anormal é significativo, pois o comportamento articular segue um padrão</p><p>de previsibilidade e, quando ocorre fora desse padrão, há possibilidade do comprometimento</p><p>da integridade articular. A EA tem como base duas posições, que são:</p><p>POSIÇÃO TRAVADA OU COAPTAÇÃO FECHADA</p><p>Identificada a partir do “melhor” encaixe ósseo dentro da articulação, ou seja, melhor</p><p>acomodação das peças ósseas. É importante enfatizar que, ao longo de todo o arco de</p><p>movimento articular, tende a existir somente uma posição em que esse encaixe é “máximo”,</p><p>normalmente, em posição fundamental.</p><p>POSIÇÃO DESTRAVADA OU COAPTAÇÃO ABERTA</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Qualquer posição diferente da travada, ou seja, a maioria das posições possíveis em todo o</p><p>arco da ADM.</p><p>QUANTO MAIOR A AMPLITUDE DE MOVIMENTO,</p><p>MENOR O NÚMERO DE COMPONENTES</p><p>ARTICULARES (LIGAMENTOS ETC.) ENVOLVIDOS</p><p>COM A ESTABILIDADE DA ARTICULAÇÃO E, QUANTO</p><p>MAIOR A SOBRECARGA SUPORTADA, MAIS DIFÍCIL É</p><p>ESTABILIZAR A ARTICULAÇÃO.</p><p>O ACSM (2014) sugere que a flexibilidade: “depende de uma série de variáveis específicas,</p><p>incluindo distensibilidade da cápsula articular, aquecimento adequado e viscosidade muscular,</p><p>além da complacência dos ligamentos e tendões”.</p><p>Aqui, iremos destacar os elementos de maior relevância prática:</p><p>TIPO E NÚMERO DE ELEMENTOS ARTICULARES</p><p>ENVOLVIDOS</p><p>Devem ser considerados o número e tipos de ligamentos, o grau de elasticidade da cápsula</p><p>articular e se existem estruturas fibrocartilaginosas envolvidas com a articulação. Por exemplo,</p><p>a resistência oferecida pela cápsula articular do joelho é maior que a oferecida pela cápsula</p><p>articular do ombro.</p><p>• IDADE</p><p>A CAPACIDADE DE DEFORMAÇÃO DAS</p><p>ARTICULAÇÕES ESTÁ RELACIONADA À IDADE.</p><p>CRIANÇAS E JOVENS TENDEM A APRESENTAR</p><p>TECIDOS MAIS ELÁSTICOS QUE</p><p>OS DOS ADULTOS E</p><p>IDOSOS. NO ENTANTO, NADA IMPEDE QUE UMA</p><p>PESSOA COM IDADE AVANÇADA, DESDE QUE SE</p><p>MANTENHA VINCULADA AOS EXERCÍCIOS PARA</p><p>MANUTENÇÃO E/OU AUMENTO NA ADM POSSA</p><p>APRESENTAR RESULTADOS SATISFATÓRIOS.</p><p>Idosos realizando exercício de alongamento. Imagem: Shutterstock.com</p><p>A capacidade de deformação das articulações está relacionada à idade. Crianças e jovens</p><p>tendem a apresentar tecidos mais elásticos que os dos adultos e idosos. No entanto, nada</p><p>impede que uma pessoa com idade avançada, desde que se mantenha vinculada aos</p><p>exercícios para manutenção e/ou aumento na ADM possa apresentar resultados satisfatórios.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Idosos realizando exercício de alongamento.</p><p>• CAPACIDADE DE ALONGAMENTO MUSCULAR</p><p>(ANTAGONISTA)</p><p>ESSE É O FATOR QUE MERECE MAIOR ATENÇÃO. NO</p><p>CASO, ESTAMOS FALANDO DO ALONGAMENTO DO</p><p>MÚSCULO ANTAGONISTA AO MOVIMENTO</p><p>REALIZADO. POR EXEMPLO, NA FLEXÃO DA</p><p>ARTICULAÇÃO DO QUADRIL, OS MÚSCULOS</p><p>ISQUIOTIBIAIS COM BAIXA CAPACIDADE DE</p><p>ALONGAMENTO IRÃO LIMITAR O MOVIMENTO,</p><p>DENTRE OUTROS FATORES.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Esse é o fator que merece maior atenção. No caso, estamos falando do alongamento do</p><p>músculo antagonista ao movimento realizado. Por exemplo, na flexão da articulação do quadril,</p><p>os músculos isquiotibiais com baixa capacidade de alongamento irão limitar o movimento,</p><p>dentre outros fatores.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Tipos de alongamentos</p><p>Ativo - Produzido pela ação concêntrica dos músculos antagonistas ao que se quer alongar.</p><p>Por exemplo, ao ativar concentricamente os músculos flexores do quadril, os músculos</p><p>antagonistas, ou seja, extensores, serão alongados. Mas, atenção, apesar de altamente</p><p>seguro, o grau de eficiência deste tipo de alongamento é muito baixo.</p><p>Passivo - A forma passiva de alongamento é uma das mais utilizadas, produzido por uma força</p><p>externa, diferente da ação concêntrica dos músculos antagonistas que se quer alongar. Pode</p><p>ser a força gerada em um segmento corporal diferente daquele onde está o músculo que se</p><p>queira alongar. Por exemplo, sua mão esquerda puxa o seu braço direito na frente do corpo; a</p><p>ação da gravidade ao “soltar o tronco à frente” a partir da postura ereta, ou ainda, a ação de um</p><p>profissional alongando um cliente.</p><p>Dinâmico ou balístico - São movimentos rápidos, sucessivos e suavemente controlados,</p><p>buscando o alongamento. Como o próprio nome sugere, envolve movimento, por isso, deve ser</p><p>proposto a sujeitos que tenham prévio domínio dos movimentos corporais. Isso porque pode</p><p>gerar um efeito contrário, caso os fusos musculares (FM’s) sejam estimulados.</p><p>Estático - É a manutenção de uma postura por um tempo. Usualmente em torno de 30</p><p>segundos, podendo ou não haver progressão (aumento no estiramento) no alongamento ao</p><p>longo desse tempo, dependendo do grau de rigidez do músculo que se queira alongar. É um</p><p>dos tipos mais utilizados de alongamento pelos diferentes profissionais na área da saúde.</p><p>Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) - Observe a descrição: envolve a contração</p><p>do músculo que se quer alongar, a partir de uma posição “fixa”, imediatamente seguida do</p><p>relaxamento deste músculo, quando então ocorre um aumento no “estiramento” dele. Isso é</p><p>conseguido em função da ativação de um receptor sensorial chamado de órgão tendinoso de</p><p>Golgi (OTG). Apesar de ser altamente eficaz, este tipo de alongamento só deve ser proposto e</p><p>realizado por profissionais que dominem essa técnica, uma vez que o risco de lesão é elevado.</p><p>Os diferentes tipos de alongamentos tendem a ser combinados 2 a 2, e são: ativo estático;</p><p>ativo dinâmico ou balístico; passivo dinâmico; passivo estático. Já o FNP apresenta</p><p>características ativas, passivas e estáticas, e deve ser encarado como um tipo singular de</p><p>alongamento.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Exemplos de exercícios de alongamento.</p><p>ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE OS RECEPTORES</p><p>SENSORIAIS QUE INTERFEREM NO ALONGAMENTO.</p><p>O Fuso muscular (FM) está localizado entre as fibras musculares sendo paralelo a estas. É</p><p>sempre estimulado com o aumento do comprimento muscular. Divide-se em:</p><p>FM PRIMÁRIO</p><p>Responde à velocidade e ao grau de estiramento muscular.</p><p>FM SECUNDÁRIO</p><p>Responde somente ao grau de estiramento muscular.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Fuso muscular.</p><p>AÇÃO: INIBE O ESTIRAMENTO NO MÚSCULO QUE</p><p>ESTÁ SENDO ALONGADO, POIS INICIA RÁPIDA AÇÃO</p><p>CONCÊNTRICA NO MESMO.</p><p>PERCEBERAM POR QUE O ALONGAMENTO DINÂMICO</p><p>OU MOVIMENTOS BRUSCOS DE ALONGAMENTO</p><p>PODEM TER RESULTADOS CONTRÁRIOS DO QUE SE</p><p>DESEJA?</p><p>O Órgão tendinoso de Golgi (OTG) está localizado nos tendões, próximo à junção</p><p>miotendinosa. É estimulado sempre que os tendões são alongados em função da ação</p><p>concêntrica dos músculos vinculados a esses tendões.</p><p>Imagem: Henry Vandyke Carter/ Wikimedia Commons/CC-PD-Mark</p><p> Órgão tendinoso de Golgi.</p><p>AÇÃO: PROMOVE O RELAXAMENTO E,</p><p>CONSEQUENTEMENTE, O “ESTIRAMENTO” DO</p><p>MÚSCULO QUE SE QUEIRA ALONGAR.</p><p>SISTEMA ARTICULAR E O MOVIMENTO</p><p>O especialista Claudio Gonçalves Peixoto abordará os tipos de articulações relacionadas ao</p><p>movimento;</p><p>flexibilidade e estabilidade articular e tipos de alongamento.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. O SISTEMA ARTICULAR É MUITO RICO NAS POSSIBILIDADES DE</p><p>MOVIMENTO, EM FUNÇÃO DAS DIFERENTES CARACTERÍSTICAS</p><p>ESTRUTURAIS DAS ARTICULAÇÕES. ESSAS ESTRUTURAS</p><p>ARTICULARES, MESMO QUE EM ALGUNS CASOS RECEBAM</p><p>CLASSIFICAÇÃO SEMELHANTES, SÃO DOTADAS DE</p><p>PARTICULARIDADES QUE EXTRAPOLAM AS POSSIBILIDADES DE</p><p>INTERPRETAÇÃO, SENDO POSSÍVEL AFIRMAR QUE:</p><p>A) Anfiartroses são articulações amplamente móveis.</p><p>B) A articulação do ombro é classificada como sinovial plana.</p><p>C) As articulações do tipo gínglimo ou dobradiça apresentam 2gl.</p><p>D) As articulações esferoidais podem realizar movimentos em múltiplos planos.</p><p>E) As sinartroses que possuem 3 ou mais eixos poder realizar o movimento de circundução.</p><p>2. QUESTÕES RELACIONADAS ÀS RESTRIÇÕES DE MOVIMENTOS</p><p>IMPOSTAS A UMA ARTICULAÇÃO SÃO FREQUENTES ENTRE OS</p><p>PROFISSIONAIS DE SAÚDE, SENDO A FLEXIBILIDADE ARTICULAR UMA</p><p>DAS VARIÁVEIS MAIS IMPORTANTES PARA AUTONOMIA DO SER</p><p>HUMANO. OBSERVE AS AFIRMATIVAS ABAIXO:</p><p>I – ESTABILIDADE ARTICULAR É A CAPACIDADE DE UMA ARTICULAÇÃO</p><p>RESISTIR AO DESLOCAMENTO ANORMAL DOS OSSOS ARTICULADOS.</p><p>II – FLEXIBILIDADE É A AMPLITUDE RELATIVA DE MOVIMENTO</p><p>PERMITIDA EM UMA ARTICULAÇÃO.</p><p>III – AMPLITUDE DE MOVIMENTO É O ÂNGULO ATRAVÉS DO QUAL UMA</p><p>ARTICULAÇÃO PASSA DA POSIÇÃO ANATÔMICA PARA O LIMITE</p><p>EXTREMO DO MOVIMENTO DE DETERMINADO SEGMENTO EM UMA</p><p>DIREÇÃO ESPECÍFICA.</p><p>SENDO CORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) Somente a afirmativa II está correta.</p><p>B) As afirmativas I e II estão corretas.</p><p>C) As afirmativas II e III estão corretas</p><p>D) As afirmativas I e III estão corretas.</p><p>E) As afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>GABARITO</p><p>1. O sistema articular é muito rico nas possibilidades de movimento, em função das</p><p>diferentes características estruturais das articulações. Essas estruturas articulares,</p><p>mesmo que em alguns casos recebam classificação semelhantes, são dotadas de</p><p>particularidades que extrapolam as possibilidades de interpretação, sendo possível</p><p>afirmar que:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>Devido às suas características morfofuncionais, as articulações esferoidais permitem</p><p>movimento de flexão e extensão, adução e abdução e circundução, ou seja, movimentos que</p><p>englobam todos os planos e eixos. Conhecer as possibilidades de movimento de uma</p><p>articulação a partir de sua característica estrutural ajuda na estimativa do comportamento</p><p>espacial dos segmentos corporais.</p><p>2. Questões relacionadas às restrições de movimentos impostas a uma articulação são</p><p>frequentes entre os profissionais de saúde, sendo a flexibilidade articular uma das</p><p>variáveis mais importantes para autonomia do ser humano. Observe as afirmativas</p><p>abaixo:</p><p>I – Estabilidade articular é a capacidade de uma articulação resistir ao deslocamento</p><p>anormal dos ossos articulados.</p><p>II – Flexibilidade é a amplitude relativa de movimento permitida em uma articulação.</p><p>III – Amplitude de movimento é o ângulo através do qual uma articulação</p><p>passa da</p><p>posição anatômica para o limite extremo do movimento de determinado segmento em</p><p>uma direção específica.</p><p>Sendo correto afirmar que:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>As três afirmativas estão corretas. É importante reconhecer esses conceitos, pois estão</p><p>relacionados com a prática. A estabilidade articular depende de uma interação otimizada entre</p><p>as estruturas que fazem parte de uma articulação: músculos, tendões e ligamentos. O</p><p>treinamento da flexibilidade pelos alongamentos, mesmo que, momentaneamente, afeta a</p><p>estabilidade articular, a fim de gerar as adaptações desejadas: o aumento da amplitude de</p><p>movimento.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Identificar as adaptações no sistema ósseo em função de suas características</p><p>estruturais e funcionais, e a sua contribuição para a integridade do sistema locomotor</p><p>O SISTEMA ÓSSEO E A SUA RELAÇÃO</p><p>COM O MOVIMENTO DO CORPO HUMANO</p><p>O sistema ósseo possui características muito específicas, dentre elas, um percentual de 15% a</p><p>20% da massa corporal. Sua estrutura é leve, mas altamente resistente à assimilação das</p><p>cargas mecânica, em especial, as cargas de compressão e de tensão.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Diferentes tipos de ossos.</p><p>Incialmente, devemos lembrar da divisão axial e apendicular do esqueleto. Isso porque, dentre</p><p>as principais funções desempenhadas pelos ossos, temos: a sustentação de cargas, os pontos</p><p>de fixação das inserções musculares e o comportamento de alavancas, compreendido mais</p><p>facilmente a partir dos ossos longos.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Diferentes tipos de ossos.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Assim, a ausência ou o excesso de cargas aplicadas sobre um osso devem ser considerados</p><p>para o estabelecimento da saúde óssea.</p><p>Os principais fatores em termos biomecânicos, que influenciam o crescimento e o</p><p>desenvolvimento ósseo são:</p><p>O nível de atividade física - Considerar o exercício físico.</p><p>O estilo de vida - Evitar uma vida sedentária.</p><p>Os hábitos posturais funcionais no trabalho e no lazer.</p><p>COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO TECIDO</p><p>ÓSSEO</p><p>Os ossos possuem três componentes: orgânico, inorgânico e água. As proporções variam,</p><p>mas a contribuição de cada um desses componentes é consenso.</p><p>COMPONENTE ORGÂNICO</p><p>O colágeno confere ao osso algum grau de maleabilidade e capacidade de suportar carga</p><p>tensiva.</p><p>COMPONENTE MINERAL OU INORGÂNICO</p><p>São basicamente os minerais cálcio e fosfato, que conferem ao osso rigidez e capacidade de</p><p>suporte às cargas compressivas.</p><p>Somando os componentes orgânico e mineral, temos cerca de 60% a 70% da massa óssea. A</p><p>água é importante na integridade estrutural do tecido ósseo, interferindo diretamente em sua</p><p>força, e pode representar até 30% da massa óssea. Observe que o desequilíbrio na</p><p>composição do tecido ósseo afetará suas propriedades mecânicas e a capacidade de</p><p>assimilação de cargas.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observar osso compacto e osso cortical.</p><p>Agora, pensemos na estrutura de um osso, como esse aspecto morfológico pode ter</p><p>implicações para o movimento. São duas as principais características estruturais de um osso:</p><p>uma que oferece rigidez e outra que oferece algum grau de leveza e adaptabilidade aos</p><p>diferentes tipos de carga.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Osso compacto ou cortical: Constitui aproximadamente 80% do tecido ósseo. Visualmente,</p><p>assemelham-se a um sistema de tubos ocos concêntricos. Apresenta alta densidade e baixa</p><p>porosidade; oferece força e rigidez ao esqueleto, isto é, na prática, suportam altos níveis de</p><p>apoio de pesos ou tensão muscular longitudinalmente, antes de falhar ou fraturar. Quanto maior</p><p>for o número de camada (tubos), maior a força e dureza do osso. Estão localizados no</p><p>revestimento das epífises e dos demais tipos de ossos (curtos, irregulares e planos) e</p><p>constituem quase que integralmente as diáfises.</p><p>Observe a estruturação do osso compacto. Imagem: Shutterstock.com</p><p>Osso esponjoso ou trabecular: É um osso resistente, mas que, em função de sua alta</p><p>porosidade e baixa densidade, oferece leveza ao esqueleto, apesar de serem altamente</p><p>resistentes. Contudo, são mais fracos e menos rígidos que o osso cortical. Apresentam como</p><p>grande vantagem a possibilidade das trabéculas de se adaptarem na direção do estresse</p><p>(força) imposto, o que permite uma força alta para um osso leve. Outro aspecto relevante é a</p><p>alta capacidade para absorção de impactos (choques) e distribuição de cargas, devido à sua</p><p>maior porosidade.</p><p>Estruturação do osso esponjoso. Imagem: Shutterstock.com</p><p>Osso compacto ou cortical: Constitui aproximadamente 80% do tecido ósseo. Visualmente,</p><p>assemelham-se a um sistema de tubos ocos concêntricos. Apresenta alta densidade e baixa</p><p>porosidade; oferece força e rigidez ao esqueleto, isto é, na prática, suportam altos níveis de</p><p>apoio de pesos ou tensão muscular longitudinalmente, antes de falhar ou fraturar. Quanto maior</p><p>for o número de camada (tubos), maior a força e dureza do osso. Estão localizados no</p><p>revestimento das epífises e dos demais tipos de ossos (curtos, irregulares e planos) e</p><p>constituem quase que integralmente as diáfises.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observe a estruturação do osso compacto.</p><p>Osso esponjoso ou trabecular: É um osso resistente, mas que, em função de sua alta</p><p>porosidade e baixa densidade, oferece leveza ao esqueleto, apesar de serem altamente</p><p>resistentes. Contudo, são mais fracos e menos rígidos que o osso cortical. Apresentam como</p><p>grande vantagem a possibilidade das trabéculas de se adaptarem na direção do estresse</p><p>(força) imposto, o que permite uma força alta para um osso leve. Outro aspecto relevante é a</p><p>alta capacidade para absorção de impactos (choques) e distribuição de cargas, devido à sua</p><p>maior porosidade.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Estruturação do osso esponjoso.</p><p>CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ÓSSEO</p><p>Sobre esse tópico, é importante entender:</p><p>Os ossos são estruturas vivas, em constante processo de renovação.</p><p>Existe um processo constante de formação (ação dos osteoblastos), reabsorção (ação</p><p>dos osteoclastos) e a identificação das células ósseas adultas (osteócitos).</p><p>O crescimento longitudinal de um osso quando encerrado determina a maturação do</p><p>esqueleto.</p><p>O crescimento circunferencial (diâmetro) é mais acentuado até o início da vida adulta,</p><p>mas continua a ocorrer por toda a vida, estando relacionado ao padrão de solicitação</p><p>mecânica (exercícios).</p><p>A membrana que reveste os ossos é chamada de periósteo, e possui duas camadas. A</p><p>camada externa serve de ponto para inserção para os tendões musculares e a camada</p><p>interna produz camadas do novo tecido ósseo por cima das já existentes.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>A ossificação dos ossos longos é representada pelo equilíbrio entre a ação dos osteoclastos e</p><p>osteoblastos que favorece o crescimento e desenvolvimento ósseo a partir das demandas de</p><p>cargas. Por isso, saber ajustar a intensidade, duração e frequência com que um osso deva ser</p><p>submetido a um estímulo serão vitais para saúde dele.</p><p>O crescimento longitudinal dos ossos longos assume um papel importante na estatura, pois são</p><p>identificadas em um osso infanto-juvenil, além da diáfise e das epífises, as metáfises</p><p>(cartilagem epifisárias) e estas desaparecem com a maturação do esqueleto. Para que o</p><p>crescimento longitudinal de um osso longo ocorra de maneira eficaz, é necessário que ele seja</p><p>submetido a cargas de compressão, que estimularão a deposição de novas células ósseas a</p><p>partir da placa epifisária.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Via de regra, o desaparecimento da placa epifisária tende a ocorrer por volta dos 18 anos em</p><p>homens e dois a três anos após a menarca (primeira menstruação) em mulheres.</p><p>O crescimento em diâmetro dos ossos, apesar de ser reduzido a partir da idade adulta,</p><p>continua em menor escala por toda a vida. Esse crescimento é considerado saudável quando</p><p>ocorre um equilíbrio entre a ação dos osteoblastos e osteoclastos.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Observe o comprimento ósseo nas imagens laterais e o diâmetro ósseo na imagem central.</p>