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* Esquizofrenia * Introdução A esquizofrenia é uma desordem mental complexa caracterizada pela desorganização de diversos processos mentais, que levam a apresentação de diferentes sintomas. É uma doença que em geral se apresenta no final da adolescência ou início da vida adulta e se manifesta pela ocorrência de crises agudas, intercaladas com períodos de remissão. * História Morel (1851-1853) usou o termo Démense précoce (Demência Precoce) para uma doença mental com deterioração mental, com início precoce na adolescência Hecker (1871) descreveu o comportamento bizarro da Hebefrenia Kahlbaum (1874) descreveu os sintomas de Catatonia. * História Kraepelin (1893), latinizou o termo de Morel para, demência precox, fazendo uma revisão dos autores anteriores e constatando uma semelhança entre os quadros clínicos. Estabeleceu que o curso seria variável para cada doente, mas que levaria à uma deterioração progressiva, para a demência. * História O termo "esquizofrenia" foi criado em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler com o significado de mente dividida, ele criou o termo Esquizofrenia para indicar uma ruptura entre o pensamento, emoção e comportamento, no paciente afetado. Para este autor não haveria no transtorno um curso necessariamente deteriorante. * Epidemiologia Prevalência ao longo da vida: 1% em homens e mulheres Ocorre quase no mundo todo Início da doença Final da adolescência / início da vida adulta Mais precoce em homens * Epidemiologia Idade Média da 1ª hospitalização Homens: 15 – 24 anos Mulheres: 25 – 34 anos * Etiologia – Fatores Biológicos Anormalidades estruturais e funcionais A causa da Esquizofrenia ainda é desconhecida apesar de na década passada uma quantidade importante de pesquisas ter atribuído um papel fisiopatológico a certas áreas cerebrais * Etiologia – Fatores Biológicos Anormalidades estruturais e funcionais Atrofia cortical (lobo pré-frontal, córtex temporal medial) Dilatação ventricular (particularmente do lado esquerdo) Atrofia cerebelar (vermis) Reversão das assimetrias normais dos lobos frontal e occipital * Etiologia – Fatores Biológicos Hipótese Dopaminérgica Teoria importante começou a ser difundida no final da década de 50 quando foi descoberto que as drogas antipsicóticas são antagonistas pós-sinápticos da dopamina. Drogas que aumentam a dopamina irão aumentar ou produzir sintomas psicóticos positivos (cocaína, anfetamina) e drogas como os antipsicóticos, irão reduzir ou parar os sintomas positivos. * Etiologia – Fatores Biológicos Genética Há fortes evidências de que a esquizofrenia seja, pelo menos parcialmente, de natureza genética. * Etiologia – Fatores Biológicos * Etiologia Fatores psicossociais: envolvendo o indivíduo, a família e o ambiente sociocultural colaborando para uma evolução mais ou menos complicada do transtorno. * DIAGNÓSTICO É muito complexo o diagnóstico, especialmente na fase precoce da doença, porque a característica fundamental desta perturbação é a variabilidade da tipologia dos sintomas e da sua evolução. Não existem sintomas característicos e definidos para todos os doentes, mas sim uma associação recorrente dos sintomas. * DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Distúrbios do Humor com Características Psicóticas: os delírios e alucinações ocorrem exclusivamente durante os períodos de perturbação do humor. Distúrbio Esquizo-Afetivo Distúrbios Mentais Orgânicos Esquizofreniforme: tem duração menor que seis meses. Psicose Reativa Breve: tem duração menor que quatro semanas, tem nítidos fatores desencadeantes vivenciais. * SINTOMAS Positivos: São aqueles que não deveriam estar presentes, como as alucinações Negativos: Aqueles que deveriam estar presentes mais estão ausentes, como estado de ânimo, capacidade de planejamento e execução * SINTOMAS Positivo: Delírios Alucinações Auditivas Visuais Olfativa e gustativa Táteis Alteração da sensação do eu Negativos: Falta de motivação e apatia Isolamento social Embotamento afetivo * TIPOS DE ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE CATATÔNICA HEBEFRÊNICA ESQUIZOAFETIVA INDIFERENCIADA CRÔNICA OU RESIDUAL MENTE DIVIDIDA * Esquizofrenia Paranóide Predomínio de delírios e alucinações. Tipo de esquizofrenia que afeta o campo da percepção. O paciente vive no mundo de sonhos. * CATATÔNICA Principais perturbações à nível de psicomotricidade e vontade, podendo haver estupor, inibição, rigidez muscular, negativismo, estereotipais, maneirismos, agitação, e outras alterações da área da vontade. * Desorganizada ou Hebefrênica Caracterizada principalmente por início precoce, antes dos 20 anos. Alterações mais a nível de pensamento, comportamento grosseiramente desorganizado, embotamento afetivo, podendo haver alucinações e delírios não sistematizados. * ESQUIZOAFETIVA CONFUSÃO CONCEITUAL Cinco hipóteses que tentam definir o transtorno esquizoafetivo: 1. Uma variante da esquizofrenia com sintomas variados; 2. Um autêntico distúrbio de humor com sintomas esquizofrênicos associados; 3. Um distúrbio heterogêneo, com alguns pacientes com quadros típicos de distúrbio de humor e outros pacientes com quadros típicos de esquizofrenia; 4. Caracterizado pela coexistência de sintomas das duas entidades; 5. Uma condição intermediária entre distúrbio de humor e esquizofrenia * Esquizofrenia Indiferenciada Também existem doentes que não se podem classificar em nenhum dos grupos mencionados. A estes doentes pode-se atribuir o diagnóstico de esquizofrenia indiferenciada. * Residual ou Crônica Estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva. Predomina sintomas como o isolamento social, emoções pouco apropriadas e pensamentos ilógicos. * Prognóstico ? * Fatores de Melhor Prognóstico * POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS Geral Psicoterapia Terapia Ocupacional Acompanhamento Terapêutico Orientação Familiar Grupo de Auto-ajuda * POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS Psicofarmacologia Agente antipsicóticos, Antidepressivos e Ansiolíticos Controle dos sintomas: ansiedade, angústia agressividade sintomas psicóticos * CONCLUSÃO A esquizofrenia é discutida como sendo uma única patologia, mas engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentação clínica, resposta ao tratamento e curso da doença muito variados. Sua origem não está bem elucidada, devendo-se ao fato de que a esquizofrenia apresenta uma constituição multifatorial. Essa difícil compreensão pode levar tanto os pacientes quanto seus familiares a receberem cuidados insuficientes e serem submetidos ao ostracismo social, dificultando muito o tratamento dos indivíduos esquizofrênicos. * PENSAMENTO É um pensamento que assusta, É um medo que vive, Uma doença que barafusta, Uma doença que tive... Tive, tenho e terei... Pois nunca cura haverá, Dela me escondo e esconderei, Mas sempre (ela) me encontrará. Quero continuar a viver, A minha vida não é tão má, Mas ela faz-me morrer, É uma pedra que em mim há. Anônimo * REFERÊNCIAS HALES,R.E.; YODOFSKY,S.C..Tratado de Psiquiatria Clínica.4.ed.Porto Alegre: Artmed, 2006. BORGES, Daniela C. F.; CASTRO, Getulio B. Alterações de humor e delírio. Rev. de Psiquiatria Clínica. V.28. n.03. São Paulo:2001. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/28_3/artigos/art120.htm. acesso: 02 abril 2008. BUENO, J. R; NARDI, A. E.. Diagnósticos e Tratamento em Psiquiatria. Ed. Médica e Cientifica Ltda, Rio de Janeiro, 2000. pag.171. FLAHERTY, J. A.. Psiquiatria. Diagnóstico e Tratamento. 2º ed. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1995. pág.1003 e 104. HALES,R.E.; YODOFSKY,S.C..Tratado de Psiquiatria Clínica.4.ed.Porto Alegre: Artmed, 2006. KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica, Guanabara Koogan 8º edição, Rio de Janeiro, 2003. SADOCK, B. J.; et al. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica, Artmed 9º edição, Porto Alegre, 2007.
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