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<p>Raq</p><p>uel</p><p>Mio</p><p>rin</p><p>-</p><p>02</p><p>5.8</p><p>04</p><p>.55</p><p>0-</p><p>78</p><p>36</p><p>Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia “A</p><p>primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma para bai-</p><p>xo”. “Cai controladamente”.</p><p>E se justificaria dizendo:</p><p>— Gosto de improvisar.</p><p>Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista</p><p>entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. Quando per-</p><p>guntassem “Sobe?”, responderia “É o que veremos...” Ou então,</p><p>“Como a Virgem Maria”.</p><p>Ou recorreria a trocadilhos:</p><p>— Desce?</p><p>— Dei.</p><p>Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o</p><p>instigariam.</p><p>Quando comentassem que devia ser uma chatice trabalhar</p><p>em elevador, ele não responderia “tem altos e baixos”, como</p><p>esperavam. Responderia, “cripticamente”, que era melhor do</p><p>que trabalhar em escada.</p><p>Ou que não se importava, embora seu sonho fosse, um dia,</p><p>comandar alguma coisa que também andasse para os lados...</p><p>E quando ele perdesse o emprego porque substituíssem</p><p>o elevador antigo por um moderno, daqueles com música</p><p>ambiental, diria:</p><p>— Era só me pedirem. Eu também canto!</p><p>Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.</p><p>— Sobe?</p><p>— A ideia é essa.</p><p>— Desce?</p><p>— Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.</p><p>— Sobe?</p><p>— Faremos o possível.</p><p>— Desce?</p><p>— Pode acreditar.</p><p>VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.</p><p>A expressão abaixo que substitui a palavra Mas (Texto II, l.14),</p><p>modificando o sentido original do trecho em que ela está</p><p>empregada é:</p><p>a) Contudo</p><p>b) Embora</p><p>c) Porém</p><p>d) Todavia</p><p>e) No entanto</p><p>75. (CESGRANRIO – 2015)</p><p>A pátria de chuteiras</p><p>O estilo de jogo e as celebrações dos torcedores são publi-</p><p>camente reconhecidos no Brasil como traços nacionais. Em um</p><p>plano, temos o tão celebrado “futebol-arte” glorificado como a</p><p>forma genuína de nosso suposto estilo de jogo, e o entusiasmo</p><p>e os diversos modos de torcer como características típicas de</p><p>ser brasileiro. Mas, no plano organizacional, não enaltece-</p><p>mos determinados aspectos, uma vez que eles falam de</p><p>algo indesejado na resolução de obstáculos da vida cotidia-</p><p>na. Nesse sentido, tais traços do famoso “jeitinho” brasileiro</p><p>não são considerados como representativos do Brasil que</p><p>idealizamos.</p><p>Repetido diversas vezes e vendido para o exterior</p><p>como uma das imagens que melhor retrata o nosso país, o</p><p>epíteto “Brasil: país do futebol” merece uma investigação mais</p><p>cuidadosa. Essa ideia foi uma “construção” histórica que teve</p><p>um papel importante na formação da nossa identidade. Inter-</p><p>namente a utilizamos, quase sempre, com um viés positivo,</p><p>como uma maneira de nos sentirmos membros de uma nação</p><p>singular, mais alegre.</p><p>Não negamos a sua força nem sua eficácia simbólica,</p><p>mas começamos a questionar o papel dessa representa-</p><p>ção na virada do século, bem como a atual intensidade de seu</p><p>impacto no cotidiano brasileiro. Se a paixão pelo futebol é um</p><p>fenômeno que ocorre em diversos países do mundo, o que nos</p><p>diferencia seria a forma como nos utilizamos dele para cons-</p><p>truirmos nossa identidade e conquistas em competições inter-</p><p>nacionais? Observemos, no entanto, que ser um aficionado</p><p>não significa necessariamente se valer do futebol como</p><p>metáfora do país.</p><p>A Copa do Mundo possui uma estrutura narrativa que</p><p>estimula os nacionalismos. O encanto da competição encon-</p><p>tra-se justamente no fato de “fingirmos” acreditar que as</p><p>nações estão representadas por 11 jogadores. O futebol não é</p><p>a nação, mas a crença de que ele o é move as paixões duran-</p><p>te um Mundial. Mas, ao compararmos a situação atual com a</p><p>carga emocional de 1950 e 1970, especulamos sobre a possibi-</p><p>lidade de estarmos assistindo a um declínio do interesse pelo</p><p>futebol como emblema da nação.</p><p>O jogador que veste a camisa nacional também representa</p><p>clubes da Europa, além de empresas multinacionais. As mar-</p><p>cas empresariais estão amalgamadas com o fenômeno espor-</p><p>tivo. As camisas e os produtos associados a ele são vendidos</p><p>em todas as partes do mundo. Esse processo de desterritoria-</p><p>lização do ídolo e do futebol cria um novo processo de identi-</p><p>dade cultural. Ao se enaltecer o futebol como um produto a</p><p>ser consumido em um mercado de entretenimento cada vez</p><p>mais diversificado, sem um projeto que o articule a instâncias</p><p>mais inclusivas, o que se consegue é esgarçar cada vez mais o</p><p>vínculo estabelecido em décadas passadas.</p><p>Se o futebol foi um dos fatores primordiais de integração</p><p>nacional, sendo a seleção motivo de orgulho e identificação</p><p>para os brasileiros, qual seria o seu papel no século 21? Conti-</p><p>nuar resgatando sentimentos nacionalistas por meio das atua-</p><p>ções da seleção ou estimulá-los despertando a população</p><p>para um olhar mais crítico sobre o papel desse esporte na</p><p>vida do país?</p><p>HELAL, R. Ciência Hoje, n. 314. Rio de Janeiro: SBPC e Instituto Ciência Hoje.</p><p>Maio de 2014. p. 18-23. Adaptado.</p><p>A ideia veiculada pela palavra ou expressão destacada está cor-</p><p>retamente explicitada entre colchetes em</p><p>a) “no plano organizacional, não enaltecemos determina-</p><p>dos aspectos, uma vez que eles falam de algo indesejado”</p><p>[causa]</p><p>b) “Repetido diversas vezes e vendido para o exterior como</p><p>uma das imagens que melhor retrata o nosso país”</p><p>[comparação]</p><p>c) “Não negamos a sua força nem sua eficácia simbólica, mas</p><p>começamos a questionar o papel dessa representação”</p><p>[alternância]</p><p>d) “Observemos, no entanto, que ser um aficionado não signi-</p><p>fica necessariamente se valer do futebol como metáfora do</p><p>país” [condição]</p><p>e) “estimulá-los despertando a população para um olhar</p><p>mais crítico sobre o papel desse esporte na vida do país?”</p><p>[concessão]</p><p>76. (CESGRANRIO – 2014)</p><p>Um pouco distraído</p><p>Ando um pouco distraído, ultimamente. Alguns amigos</p><p>mais velhos sorriem, complacentes, e dizem que é isso mesmo,</p><p>costuma acontecer com a idade, não é distração: é memória</p><p>fraca mesmo, insuficiência de fosfato.</p><p>O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que</p><p>deveria esquecer: dados inúteis, nomes sem significado, fra-</p><p>ses idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem importância.</p><p>Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisio-</p><p>nomias, ignoro conhecidos, cumprimento desafetos. Nunca sei</p><p>onde largo objetos de uso e cada saída minha de casa repre-</p><p>senta meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas</p><p>chaves? meus cigarros? meu isqueiro? minha caneta?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Miorin - 025.804.550-78, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p>

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