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<p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>CADERNO</p><p>DE</p><p>CIRÚRGICA</p><p>Este caderno é destinado a leitura para melhor compreensão das aulas.</p><p>Contudo, as aulas presenciais será a base para avaliação da disciplina.</p><p>As avaliações serão de aulas expositivas e práticas.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Curso: ENFERMAGEM Habilitação: BACHARELADO</p><p>DISCIPLINA: ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO, CENTRAL DE MATERIAIS E RECUPERAÇÃO PÓS-</p><p>ANESTÉSICA</p><p>Carga Horária: 80H Período: 5</p><p>PROGRAMA</p><p>EMENTA:</p><p>Assistência de Enfermagem no Centro Cirúrgico, Central de Materiais Estéril e Recuperação Pós-anestésica. Estrutura Física do Centro</p><p>Cirúrgico, Central de Materiais de Esterilização e Recuperação Pós-anestésica. Procedimentos e Técnicas de Enfermagem no CC, CME e</p><p>RPA. Administração de Enfermagem no CC, CME e RPA.</p><p>OBJETIVOS:</p><p>Proporcionar ao aluno conhecimentos específicos para assistência de enfermagem no centro cirúrgico, na</p><p>central de Material Estéril e Recuperação Anestésica, desde a infraestrutura física até a administração do</p><p>setor e cuidados com pacientes internados.</p><p>Desenvolver conhecimentos teóricos e práticos na área de Centro Cirúrgico, recuperação pós-anestésica, Central de Material e</p><p>Esterilização (CME) para que os discentes possam adquirir competências e habilidades para resolução de situações que envolvam</p><p>ações assistências e gerenciais nestas unidades.</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>UNIDADE I: O AMBIENTE DO CENTRO CIRÚRGICO E CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO</p><p>1.1 - Evolução organizacional e estrutural do centro cirúrgico e central de material e esterilização.</p><p>1.2 - Estrutura física, material, instrumentais e tecnologias no Centro Cirúrgico;</p><p>1.3 - Estrutura física e material da central de material e Esterilização.</p><p>1.4 - Aspectos emocionais da equipe de Enfermagem que trabalha em Centro Cirúrgico.</p><p>UNIDADE II: A ENFERMAGEM NO PERÍODO TRANSOPERATÓRIO.</p><p>2.1 - Principais conceitos utilizados no período trans operatório.</p><p>2.2 - Diferentes formas de implementação dos passos para a sistematização da assistência de enfermagem no período intra-operatório,</p><p>segundo NANDA.</p><p>2.3 - Humanização da assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico.</p><p>2.4 - Dilemas da equipe cirúrgica: conhecimento científico x Humanização da assistência;</p><p>2.5 - Dilemas do Paciente cirúrgico: Medo, dor, assistência despersonalizada;</p><p>2.6 - Caracterização dos dilemas dos profissionais de enfermagem e dos clientes na busca da excelência na assistência de Enfermagem;</p><p>2.7 - Princípios de degermação cirúrgica (lavagem /escovação das mãos) no controle de infecção cirúrgica;</p><p>2.8 - Princípios da paramentação cirúrgica adequada da equipe.</p><p>2.9 - Preparo do sítio cirúrgico.</p><p>2.10 - Preparo do material cirúrgico;</p><p>2.11 - Posicionamento adequado cirúrgico e suas implicações para a enfermagem;</p><p>2.12 - Segurança do paciente no trans operatório.</p><p>2.13 - Evolução do processo anestésico;</p><p>2.14 - Diferentes formas de anestesias: Anestesia Geral, Anestesia Regional e anestesia local e suas implicações para a enfermagem.</p><p>2.15 - Princípios da recuperação pós anestésica;</p><p>2.16 - O ambiente da sala de recuperação pós anestésica (RPA);</p><p>2.17 - Diferentes formas de avaliação do nível de consciência do cliente na RPA;</p><p>2.18 - Formas avaliação do cliente para alta da RPA através da escala de Índice de Aldrete e Kroulik.</p><p>UNIDADE III: CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO.</p><p>3.1 - Tipos de CME e suas dinâmicas de funcionamento;</p><p>3.2 - Fluxo de circulação da CME;</p><p>3.3 - Classificação de artigos médico hospitalares: Artigo crítico; Artigo semi crítico; Artigo não crítico.</p><p>3.4 - Formas de Limpeza e desinfecção de artigos hospitalares.</p><p>3.5 - Tipos de esterilização utilizados em ambientes hospitalares; Tipos de autoclave.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>3.6 - Preparo, esterilização e acondicionamento de materiais cirúrgicos;</p><p>3.7 - Tipos de esterilização utilizada em escala industrial;</p><p>3.8 - Formas e importância do Controle químico e biológico do processo de esterilização.</p><p>1)</p><p>1º</p><p>NOTA (N1): será constituída de uma prova escrita. (De peso 10,0).</p><p>A 2ª NOTA (N2): prova escrita com valor de 10,0 (cinco pontos) + seminário (10,0) = somatório de 20,0</p><p>pontos. Utilizando-se como nota a média de ambos.</p><p>Média mínima para aprovação automática: 7,0; ou seja: N1+N2 / 2 = igual ou superior a 7,0</p><p>Média inferior a 7,0 entre N1 e N2 estará classificado para o EXAME FINAL.</p><p>A nota de exame final (de zero a dez) será somada com a média obtida entre N1 e N2.</p><p>Ao realizar o EXAME FINAL o aluno terá para aprovação média mínima de 5,0</p><p>2a. chamada: todo conteúdo abordado no semestre = 10,0</p><p>Exame Final = todo conteúdo abordado no bimestre = 10,0</p><p>Será observado o desenvolvimento do aluno e sua atuação nas aulas teóricas e práticas.</p><p>A frequência, pontualidade, a ética e participação, também serão avaliadas.</p><p>Avaliação Comportamental e instrumental de alunos</p><p>2) Avaliação do desempenho discente no desenvolvimento das técnicas e das tecnologias em laboratório;</p><p>COMPETÊNCIAS E HABILIDADES</p><p>- Reconhecer a estrutura física e o funcionamento organizacional da clínica cirúrgica e centro-cirúrgico de</p><p>instituições de saúde média e alta complexidade;</p><p>- Compreender as responsabilidades éticas e legais do enfermeiro de unidades cirúrgicas;</p><p>- Entrevistar, realizar exame clínico, identificar diagnósticos de enfermagem a usuários/familiares/acompanhantes no</p><p>perioperatório;</p><p>- Despertar atitudes crítico-reflexivas para a tomada de decisões frente a equipe de saúde, usuário e</p><p>responsável/cuidador nos cenários de prática;</p><p>- Elaborar o plano assistencial de enfermagem pós-alta, buscando concretizar o sistema de referência e contra-</p><p>referência do SUS;</p><p>- Descrever o fluxo de circulação de pessoas e material no Centro Cirúrgico e na Central de Material e Esterilização.</p><p>- Identificar os diferentes tipos de esterilização, preparo de material e acondicionamento.</p><p>- Apresentar a terminologia cirúrgica usual e o instrumental cirúrgico.</p><p>- Identificar os diferentes tipos de Ato Anestésicos e suas fases.</p><p>- Estabelecer relações entre as fases do processo anestésico e os riscos relacionados ao ato anestésico-cirúrgico.</p><p>- Preparar o paciente para o ato anestésico-cirúrgico.</p><p>- Desenvolver a sistematização da assistência de enfermagem ao cliente no Centro Cirúrgico e sala de recuperação</p><p>pós-anestésica.</p><p>- Conceituar as cirurgias conforme o tempo e a técnica cirúrgica.</p><p>- Aplicar os princípios de humanização da assistência de enfermagem no trans operatório e pós-operatório imediato.</p><p>- Identificar e classificar artigos quanto ao risco de contaminação.</p><p>- Refletir sobre o compromisso ético, humanístico e social no trabalho multiprofissional em unidade de Centro</p><p>Cirúrgico;</p><p>- Valorizar dos aspectos éticos e dos cuidados de Enfermagem com os pacientes cirúrgicos;</p><p>- Desenvolver atitude crítica e responsável pela assistência de qualidade e livre de danos e riscos.</p><p>METODOLOGIA</p><p>A disciplina foi organizada com aulas expositivas, interativas e dialogadas e com apoio de recursos</p><p>audiovisuais (datashow, computadores) e de quadro branco, discussões com utilização de artigos</p><p>científicos consagrados disponibilizados pelo professor, filmes e dinâmicas interativas em sala de aula. Os</p><p>conteúdos práticos se desenvolverão em laboratórios adaptados para o conteúdo de Centro Cirúrgico e</p><p>Centro de Material e Esterilização.</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>susceptíveis ou pelo número de procedimentos</p><p>invasivos realizados; são também considerados</p><p>como críticos os locais onde os profissionais</p><p>manipulam constantemente materiais com</p><p>alta carga infectante</p><p>hemodiálise, banco de sangue, laboratório de análises</p><p>clínicas, banco de leite, dentre outros</p><p>Área semicrítica</p><p>São as áreas ocupadas por pacientes que não</p><p>necessitam de cuidados intensivos ou de</p><p>isolamento</p><p>Enfermarias, ambulatórios</p><p>Área não-crítica</p><p>São todas as áreas não ocupadas por pacientes</p><p>Áreas administrativas almoxarifado.</p><p>Superfícies – compreendem pisos, paredes, tetos,</p><p>portas, janelas, mobiliários, equipamentos e demais</p><p>instalações físicas.</p><p>(Quadro 3)</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS</p><p>Em relação à classificação pelo potencial de contaminação, as cirurgias se classificam</p><p>levando-se em consideração o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado,</p><p>bem como a possibilidade de se fazer a anti-sepsia nestes. Esta classificação é mostrada no</p><p>anexo III da Portaria MS/GM n. º 930, de 27 de agosto de 1992, que foi substituída pela Portaria</p><p>MS/GM n. º 2616 de 1998.</p><p>Por esta classificação o enfermeiro deverá acompanhar os indicadores de qualidade de seu</p><p>setor, avaliando os casos de infecção hospitalar pelo potencial de contaminação. Ou seja, em</p><p>cirurgias limpas esperam-se baixos índices de infecção cirúrgica. Serve de base para ações</p><p>efetivas na melhoria da assistência prestada.</p><p>Quanto ao momento operatório, segundo SILVA (1997), a cirurgia deverá ser decidida</p><p>levando-se em consideração o momento propício à realização do tratamento cirúrgico em relação</p><p>à evolução do quadro clínico do cliente, bem como da avaliação acerca das vantagens e</p><p>desvantagens da espera, consideradas as condições do cliente. Desta forma as cirurgias</p><p>classificam-se em:</p><p>Emergência – é realizada imediatamente para salvar a vida, membro ou um segmento. Tem</p><p>prioridade sobre todas as cirurgias programadas. Exemplos: aneurisma rompido, ferimentos à</p><p>bala, hérnia estrangulada e ferimento traumático.</p><p>Urgência – Precisa ser realizada em até 30 h. Geralmente é incluída na programação cirúrgica</p><p>em vez de substituir uma cirurgia programada. Exemplos: Apendicite não supurada, abdome</p><p>agudo inflamatório.</p><p>Eletiva – Pode ser programada de acordo com a conveniência do cliente ou cirurgião. Não existe</p><p>prazo estabelecido para o momento cirúrgico, podendo se estender por meses após a conclusão</p><p>da necessidade da cirurgia. Exemplos: mamoplastia, varizes de membros inferiores, cirurgias de</p><p>adenóides, etc.</p><p>Quanto à finalidade da cirurgia pode ser classificada em paliativa, radical, plástica, diagnóstica e</p><p>curativa. Esta classificação é utilizada mais para definir o que se pretende do ato operatório, não</p><p>sendo muito utilizada no cotidiano cirúrgico.</p><p>Paliativa: visa compensar os distúrbios para melhorar as condições do cliente ou aliviar sua dor,</p><p>contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida. Exemplo: gastrojejunoanastomose sem</p><p>a remoção do tumor do estômago.</p><p>Radical: Aqui é feito a remoção parcial ou total de um órgão ou segmento corporal. Exemplos:</p><p>gastrectomia parcial, apendicectomia.</p><p>Plástica: realizada com a finalidade estética ou corretiva. Exemplos: Queiloplastia, blefaroplastia.</p><p>Diagnóstica: Caracteriza-se pela extração de fragmentos de tecidos para exame microscópico</p><p>com fins diagnóstico.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Curativa: Quando objetiva debelar a doença e devolver a saúde ao cliente. Acaba se</p><p>confundindo com a radical.</p><p>As cirurgias são classificadas segundo o potencial de contaminação da seguinte forma:</p><p>Cirurgias Limpas: Aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação,</p><p>na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias</p><p>atraumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não</p><p>ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Exemplos: Cirurgia cardíaca,</p><p>artroplastia de quadril, neurocirurgia.</p><p>Cirurgias Potencialmente Contaminadas: Aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora</p><p>microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo</p><p>infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias limpas com</p><p>drenagem se enquadram nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório e</p><p>urinário sem contaminação significativa. Exemplos: Cirurgia gástrica com normo ou hipercloridria,</p><p>histerectomia abdominal, vias biliares sem estase.</p><p>Cirurgias Contaminadas: Aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e</p><p>abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou</p><p>impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na</p><p>ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de</p><p>segunda intenção, grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária.</p><p>Exemplos: Cirurgia de cólons, desbridamento de queimadura, vias biliares com estase, gástrica</p><p>com hipocloridria.</p><p>Cirurgias Infectadas: Todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão,</p><p>em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e</p><p>feridas de origem suja. Exemplos: Cirurgias de reto e ânus com pus, apendicectomia supurada.</p><p>Terminologia Cirúrgica</p><p>A terminologia técnica comumente adotada pelos profissionais da área de saúde é constituída,</p><p>em sua maior parte, de palavras formadas pela composição de elementos gregos e latinos.</p><p>Serve para a comunicação entre os profissionais de saúde, principalmente no ambiente</p><p>cirúrgico, onde os nomes das cirurgias deflagram uma série de atividades no centro cirúrgico,</p><p>por exemplo, ou podem direcionar ações no pré-operatório das cirurgias, conforme será visto</p><p>mais à frente.</p><p>No processo de formação de palavras, analisando a disposição dos elementos e seu</p><p>significado, terão a designação dos diversos tipos de intervenções cirúrgicas.</p><p>Os termos que compõem a terminologia cirúrgica são formados por uma raiz e um sufixo. A raiz</p><p>permite identificar a estrutura corpórea que está relacionada com a intervenção cirúrgica.</p><p>Exemplos de raiz e seus significados:</p><p>Oto – Ouvido Oftalmo - Olho Rino – Nariz</p><p>Bléfaro – Pálpebra Adeno - Glândula Tráqueo – traquéia</p><p>Cárdia – Esfíncter esôfago-</p><p>gástrico</p><p>Gastro - Estômago Êntero - Intestino</p><p>Cólon – Intestino grosso Hepato - Fígado Cole – Vias biliares</p><p>Procto – Reto e Ânus Espleno - Baço Laparo – parede</p><p>abdominal</p><p>Nefro - Rim Pielo – Pelve Renal Cisto – Bexiga</p><p>Hístero - Útero Salpingo – Tuba</p><p>Uterina</p><p>Colpo – Vagina</p><p>Ooforo – Ovário Orquio - Testículo Ósteo – Osso</p><p>Neuro - Nervo Laringo - Laringe Pneumo - Pulmão</p><p>Queilo - Lábios Flebo - Veia Artro - Articulação</p><p>Angio – vasos sangüíneos Ritido - rugas Bronco – Brônquio</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Na terminologia cirúrgica, o sufixo indica a intervenção cirúrgica a ser realizada. Os principais</p><p>sufixos utilizados e seus significados são:</p><p>Tomia – Incisão, corte,</p><p>abertura de parede ou</p><p>órgão.</p><p>Stomia – Comunicar</p><p>um órgão tubular ou</p><p>oco com o exterior.</p><p>Ectomia – extirpar</p><p>parcial ou totalmente</p><p>um órgão</p><p>Plastia – reparação</p><p>plástica da forma ou</p><p>função do segmento</p><p>afetado</p><p>Rafia – Sutura Pexia – fixação de uma</p><p>estrutura corpórea</p><p>Scopia – visualizar o</p><p>interior de um órgão</p><p>cavitário ou cavidade</p><p>com o auxílio de</p><p>aparelhos especiais</p><p>Existem termos cirúrgicos que não seguem os mesmos padrões aqui descritos. Exemplos:</p><p>Amputação – retirada parcial ou total de um membro ou órgão;</p><p>Enxerto – Inserção de material autógeno; homólogo, heterógeno ou sintético para corrigir defeito</p><p>ou falha em tecidos ou órgãos;</p><p>Exérese – extirpação parcial</p><p>ou total de um segmento corpóreo.</p><p>Anastomose – Comunicação cirúrgica realizada entre dois vasos sanguíneos ou entre duas</p><p>vísceras ocas;</p><p>Artrodese – Imobilização cirúrgica de articulação;</p><p>Circuncisão ou postectomia – Excisão do prepúcio para facilitar a exposição da glande;</p><p>Paracentese – punção de um espaço cheio de líquidos, utilizando agulha ou trocarte, com a</p><p>finalidade de aspirar o líquido aí contido;</p><p>Toracocentese – Punção/aspiração do espaço intrapleural para remover líquidos anômalos,</p><p>como é o caso dos hidrotórax, hemotórax ou empiema;</p><p>Algumas cirurgias recebem o nome do cirurgião que aperfeiçoou a técnica cirúrgica:</p><p>Operação de Manchester – para correção de prolapso de útero e cistocele;</p><p>Operação de Werthein – Histerectomia abdominal com linfadenectomia pélvica seletiva;</p><p>Gastrectomia a Billroth I – reconstrução do trânsito alimentar com anastomose do estômago</p><p>ao duodeno;</p><p>Operação de Heller-Lind – Para tratamento de megaesôfago chagásico, constando de</p><p>cardiomiotomia extramucosa associada à gastrofundopexia.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>A UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO</p><p>O Centro Cirúrgico (CC) é definido como uma área complexa e de acesso restrito, que</p><p>pertence a um estabelecimento de saúde. Sendo assim, sua arquitetura e área física devem</p><p>atender à legislação vigente. (SOBECC, 2007).</p><p>O Ministério da Saúde, segundo a Resolução RDC 50 de 2002, preconiza para o Centro</p><p>Cirúrgico áreas que proporcionem o desenvolvimento de atividades para a realização de</p><p>procedimentos cirúrgicos e endoscópios, ou seja, recepção e transferência de pacientes,</p><p>execução de procedimentos pré-anestésicos e anestésicos; escovação e anti-sepsia das mãos,</p><p>execução de cirurgias em situação de rotina ou emergência, realização de relatórios médicos e</p><p>de enfermagem, elaboração de registros das cirurgias, assistências pós-operatórias, apoio ao</p><p>diagnóstico se necessário e armazenamento adequado dos órgãos para transplantes.</p><p>A unidade de centro cirúrgico é conceituada como sendo o conjunto de elementos destinados</p><p>às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica e pós-operatória. Por tudo isto é</p><p>uma unidade que se apresenta como relevante dentro do contexto hospitalar.</p><p>Divisão do Centro Cirúrgico:</p><p>Restrita: áreas que apresentam limites definidos para circulação de pessoal, equipamentos e</p><p>materiais. Ex.: sala de cirurgia, lavabo e corredor interno</p><p>Semi-Restrita: áreas que possibilitam a circulação tanto do pessoal como de equipamentos, de</p><p>maneira a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia médico-cirúrgica.</p><p>Exemplo: sala de guarda de material, administrativa, expurgo.</p><p>Área Não-Restrita: áreas de circulação livre na unidade, como os vestiários, corredor de entrada</p><p>de pessoal e paciente.</p><p>EQUIPAMENTOS DE UMA SALA DE OPERAÇÃO:</p><p>Fixos:</p><p>Foco central, negatoscópio, sistema de canalização de ar e gases, prateleiras.</p><p>Móveis:</p><p>Mesa cirúrgica e acessórios: colchonete de espuma, perneiras metálicas, suportes de ombros,</p><p>aparelhos de anestesia, mesas auxiliares (Mayo, para pacotes de roupas estéreis), aspirador de</p><p>secreções, foco auxiliares, dentre outros.</p><p>COMPOSIÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA</p><p>Define-se por equipe cirúrgica o conjunto de profissionais que prestam assistências integradas</p><p>e dinâmicas, sistemáticas e globalizadas ao cliente durante sua perman6encia no Centro</p><p>Cirúrgico.</p><p>Componentes: Cirurgião, Assistente ou auxiliar do cirurgião, instrumentador, anestesiologista,</p><p>enfermeiro, técnico de enfermagem, circulante de sala (auxiliar de enfermagem).</p><p>Complementares: atendente ou auxiliar operacional de serviços diversos (AOSD) e escriturário.</p><p>Uso do bisturi elétrico</p><p>Em relação ao bisturi elétrico o enfermeiro deverá orientar quanto ao uso deste equipamento,</p><p>pois seu uso indevido poderá trazer riscos à integridade física do cliente. O bisturi elétrico é um</p><p>aparelho que tem a propriedade que transforma corrente elétrica alternada de baixa frequência</p><p>em corrente de alta frequência, que é capaz de coagular os tecidos (pela oclusão dos vasos</p><p>sanguíneos por meio da solidificação das substâncias proteicas e retração dos tecidos), dissecar</p><p>(através da dissolução da estrutura celular e desidratação das mesmas) e fulguração</p><p>(coagulação superficial).</p><p>A corrente elétrica utilizada pelo bisturi elétrico é devolvida pelo fio terra após atravessar o</p><p>corpo do paciente. No bisturi elétrico com sistema REM, a corrente elétrica retorna para o</p><p>gerador. Nesse tipo, se a placa se desconectar durante o uso do aparelho, o gerador deixa de</p><p>enviar a corrente, evitando, com isso, queimaduras no paciente. Este só funciona com a placa</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>apropriada. A placa é descartável e há diferentes tamanhos. Deste modo, em hipótese alguma</p><p>devem ser feitas improvisações, como cortar a placa, pois isso levaria as alterações no</p><p>funcionamento do aparelho.</p><p>Cuidados na utilização do bisturi elétrico:</p><p>• É de responsabilidade do circulante de sala cirúrgica a colocação da placa dispersiva no</p><p>paciente;</p><p>• Colocar a placa dispersiva em área de massa muscular (panturrilha, face posterior da coxa,</p><p>glúteos) próximo ao sítio cirúrgico;</p><p>• Colocar a placa dispersiva afastada de próteses metálicas;</p><p>• Evitar as superfícies muito pilosas, com pele escarificada, saliências muito pilosas, saliências</p><p>ósseas que diminuem o contato da placa com o corpo do paciente;</p><p>• Utilizar gel para aumentar a condutibilidade entre a placa e o corpo do paciente;</p><p>• Colocar a placa após o posicionamento do paciente, cuidar para que não haja deslocamento</p><p>da mesma quando houver mudança de posição do paciente;</p><p>• Manter o paciente sobre superfície seca, sem contato com partes metálicas da mesa de</p><p>cirurgia;</p><p>• Atentar para o risco de combustão, quando houver uso de substâncias inflamáveis como anti-</p><p>sépticos e anestésicos;</p><p>• Recomenda-se cuidado especial em pacientes portadores de marca-passo, para evitar a</p><p>interferência do bisturi nesses pacientes;</p><p>• Manter um desfibrilador pronto para uso;</p><p>• Atentar para a possibilidade de queimaduras no uso de eletrodos de monitorização cardíaca.</p><p>• A complicação mais comum no uso do bisturi elétrico é a queimadura sob a placa e locais</p><p>adversos, como braços, pés e cabeça do paciente. A queimadura acontece quando a área</p><p>de contato com a pele do paciente é reduzida pela má colocação da placa. Problemas</p><p>relacionados ao contato entre a placa dispersiva e o aparelho também podem ocasionar</p><p>queimaduras. Dentre eles temos: contato indevido por problema na fiação; placa isolada por</p><p>líquidos ou secreções, dentre outros.</p><p>Para evitar estes problemas o enfermeiro deverá orientar ao circulante de sala para:</p><p>• Revisar periodicamente os aparelhos, instalações elétricas através dos profissionais</p><p>competentes;</p><p>• Manter os aparelhos limpos e em ordem;</p><p>• Testar sempre todos os comandos;</p><p>• Utilizar acessórios apropriados ao bisturi elétrico em uso, evitando improvisações;</p><p>• Utilizar fios de extensão adequados à corrente elétrica, para ligar o aparelho a tomada, se</p><p>necessário;</p><p>• Colocar o bisturi elétrico o mais distante possível do monitor cardíaco, para minimizar</p><p>interferências;</p><p>• Desligar o bisturi elétrico, ao final da cirurgia, antes da utilização de substâncias inflamáveis;</p><p>• Avaliar a integridade do fio da placa dispersiva;</p><p>• Certificar-se do contato satisfatório entre a placa dispersiva e o corpo do paciente;</p><p>• Verificar a conexão entre o aparelho de eletrocirurgia e a placa dispersiva;</p><p>• Em caso de queimaduras, identificar a causa e procurar sanar os problemas;</p><p>• A limpeza dos fios, cabo e ponta do bisturi deverá ser realizada ao final de cada cirurgia e</p><p>providenciada, com exceção da placa dispersiva, a esterilização no óxido de etileno.</p><p>TEMPOS CIRÚRGICOS</p><p>Denominam-se tempos cirúrgicos</p><p>ou operatórios os procedimentos ou manobras consecutivas</p><p>realizadas pelo cirurgião desde o início até o término da cirurgia. De modo geral, todas as</p><p>intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos básicos e fundamentais: a diérese, a</p><p>hemostasia, a cirurgia propriamente ditam e a síntese.</p><p>Diérese: consiste na separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem</p><p>de um órgão ou região. Na realidade é o rompimento da continuidade e contiguidade dos tecidos.</p><p>A diérese pode ser mecânica ou física, sendo a mecânica realizada com o uso de instrumentos</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>cortantes, como o bisturi e a tesoura; e a física com a utilização de uma fonte de elétrica que</p><p>produz calor, como por exemplo, o bisturi elétrico.</p><p>Hemostasia: é o processo através do qual se previne, detém ou impede o sangramento,</p><p>podendo ser temporária ou definitiva.</p><p>Cirurgia propriamente dita: é o tratamento cirúrgico propriamente dito.</p><p>Síntese cirúrgica: é o procedimento utilizado para aproximar as bordas da ferida, com a</p><p>finalidade de estabelecer a contiguidade dos tecidos e facilitar as fases do processo de</p><p>cicatrização.</p><p>POSIÇÃO CIRÚRGICA</p><p>O posicionamento do paciente deve facilitar um melhor aceso à cirurgia e é uma atividade que</p><p>exige destreza, força e habilidade para mobilizar o corpo, anestesiado ou não. É imprescindível</p><p>evitar:</p><p>- Compressão de órgãos com comprometimento de funções vitais;</p><p>- Comprometimentos de vasos e nervos e proeminências ósseas;</p><p>- Contato direto do paciente com as partes metálicas da mesa;</p><p>- Hiperextensão dos membros e fixação incorreta da mesa e do paciente;</p><p>Deste modo previne-se hipotensão, desconforto, traumas, dores lombares, entorses e</p><p>paresias no pós-operatório.</p><p>As posições mais usadas são:</p><p>• Decúbito dorsal ou Supina: paciente deitado deixando em contato com a mesa cirúrgica a</p><p>região glútea e tórax posterior. Utilizada para cirurgias de face, dentária, parte anterior do</p><p>pescoço, toracotomia anterior, laparotomia, órgãos genitais internos, parte anterior dos membros</p><p>superiores e inferiores. É a posição melhor tolerada.</p><p>• Decúbito Ventral ou Prona: Paciente deitado, com a região torácica anterior e abdominal em</p><p>contato com a mesa. Usada nas cirurgias de parte posterior do corpo, como crânio, coluna</p><p>vertebral, região lombo-sacrococcígea, parte posterior de membros inferiores. Deve ter atenção</p><p>com a expansão pulmonar e liberação das mamas, usar coxins laterais desde a crista ilíaca até</p><p>os ombros, flexionar os braços para frente apoiando-os em suporte, manter a cabeça</p><p>lateralizada, quando possível, e manter coxins nos pés evitando traumatismos.</p><p>• Decúbito Lateral: paciente deitado sobre um dos lados, sendo o equilíbrio obtido pela flexão</p><p>da perna inferior e extensão da superior, colocando entre elas uma almofada. Fixar a posição</p><p>utilizando esparadrapo largo, passando transversalmente ao quadril e prendendo na mesa.</p><p>Utilizada para cirurgias renais, lobotomias, toracotomia e toracolaparotomias (lateral</p><p>intermediária);</p><p>• Posição Ginecológica ou litotômica: Paciente em decúbito dorsal, com os joelhos fletidos e</p><p>bem separados e colocados em suportes especiais, perneiras, presos com correias. Utilizada</p><p>para cirurgias ginecológicas por via baixa, transperineais e exames urinários endoscópicos.</p><p>• Jackniff, Navalha, Depage ou V invertido: paciente em decúbito ventral, com a cabeça e</p><p>membros inferiores mais baixo que o resto do tronco. Utilizada em cirurgias retais.</p><p>• Tredelemburg: paciente está em decúbito dorsal, com elevação da pelve e membros</p><p>inferiores, por inclinação da mesa, de forma que a cabeça fique mais baixa que os membros</p><p>inferiores. Esta posição é indicada para manter as alças intestinais na parte superior do abdome,</p><p>em caso de vômito durante a cirurgia evitando broncoaspiração, em caso de hipotensão</p><p>aumentando a irrigação cerebral. Conduz à compressão pulmonar e de vísceras, devendo ser</p><p>usada o menor tempo possível. Existe uma variação chamada de Tredelemburg invertida,</p><p>reversa ou Proclive em que a cabeça fica mais alta que os pés. Reduz a irrigação cerebral e é</p><p>utilizada nas cirurgias de crânio e abdome superior.</p><p>• Fowler ou sentada: Dorso da mesa em 90º, flexiona a parte dos membros inferiores para evitar</p><p>quedas. Indicada para cirurgias de crânio, mamoplastia e abdominoplastia.</p><p>LAVANDO AS MÃOS</p><p>No dia-a-dia de nosso trabalho executamos grande variedade de procedimentos, muitos deles</p><p>repetidas vezes. Em geral, a importância que lhes é conferida associa-se ao grau de</p><p>complexidade, à tecnologia envolvida, à capacidade de provocar danos ou complicações ao</p><p>paciente e à frequência de realização. A pouca adesão dos profissionais da área de saúde à</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>prática de lavagem das mãos reflete em parte essa situação, pois é procedimento simples,</p><p>comum na esfera social como hábito de higiene, o que certamente não lhe confere o valor e o</p><p>status de alta tecnologia. E muitas são as justificativas usadas pela equipe para não o fazer,</p><p>como, dentre outras: falta de pias e degermantes adequados, sobrecarga de serviço, situações</p><p>de emergência.</p><p>Em contrapartida, os especialistas são unânimes em afirmar que este é um dos procedimentos</p><p>mais significativos para a prevenção e o controle da infecção hospitalar, sendo-lhe atribuída a</p><p>possibilidade de redução acentuada da carga microbiana quando as mãos são lavadas com água</p><p>e sabão e com degermantes como povidine ou clorhexidine.</p><p>Técnica de lavagem das mãos</p><p>Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz-se necessário utilizar uma técnica apropriada</p><p>para a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e microrganismos transitórios</p><p>em todas as partes da mão: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e punhos.</p><p>Visando evitar contaminação durante o processo, antes de iniciar a lavagem das mãos devem</p><p>ser retirados objetos como anéis, pulseiras e relógio de pulso. Preferencialmente, utilizar sabão</p><p>líquido, pois o sabão em barra facilmente se torna meio de contaminação. Outro cuidado</p><p>adicional é evitar que, durante a lavagem, as mãos entrem em contato direto com a pia.</p><p>Para uma lavagem adequada das mãos deve-se, após molhá-las e colocar o sabão, fazer os</p><p>seguintes movimentos: friccionar palma contra palma, palma direita sobre o dorso da mão</p><p>esquerda, com os dedos entremeados e vice-versa, palma contra palma, friccionando a região</p><p>interdigital com os dedos entremeados, dedos semi-fechados em gancho da mão esquerda</p><p>contra a mão direita e vice-versa, movimento circular do polegar direito e esquerdo, movimento</p><p>circular para a frente e para trás com os dedos fechados da mão direita sobre a palma da mão</p><p>esquerda e vice-versa.</p><p>O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os antebraços voltados para</p><p>baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem às áreas limpas. Cinco fricções de</p><p>cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.</p><p>Após esse processo, as mãos não devem ser enxaguadas em água corrente, mas sim</p><p>posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de modo que a água escorra das</p><p>mãos para os punhos.</p><p>Após a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as mãos com papel-toalha</p><p>descartável, começando pelas mãos e, depois, os antebraços.</p><p>O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos. Em situações especiais, como</p><p>surtos de infecção ou isolamento de microrganismo multirresistente, seguir as orientações do</p><p>setor responsável pela prevenção e controle de infecção hospitalar.</p><p>CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO</p><p>A Central de Material Esterilizado (CME) é o conjunto de elementos destinados à recepção e</p><p>expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do</p><p>estabelecimento de saúde.</p><p>Esta unidade é de fundamental importância</p><p>para a unidade de saúde que tenha programação</p><p>cirúrgica em suas atividades. Classifica-se, quanto à dinâmica de funcionamento, a CME em três</p><p>tipos:</p><p>• Descentralizada: cada unidade ou conjunto de unidades do hospital é responsável por</p><p>preparar e esterilizar os materiais que utiliza. Pelas inúmeras desvantagens caiu em desuso no</p><p>meio hospitalar;</p><p>• Semi-Centralizada: cada unidade prepara os seus materiais, mas os encaminha à CME para</p><p>serem esterilizados. Alguns hospitais utilizam este tipo de funcionamento.;</p><p>• Centralizada: os materiais de uso em todas as unidades do hospital são totalmente</p><p>processados na CME.</p><p>A CME centralizada tem como vantagens padronizar técnicas de limpeza, preparo e</p><p>empacotamento, a fim de assegurar economia de pessoal, material e tempo; manter reserva de</p><p>material, a fim de atender prontamente às necessidades do hospital; facilitar o controle do</p><p>consumo, da qualidade do material e das técnicas de esterilização, aumentando a segurança do</p><p>uso; desenvolver as atividades específicas com pessoal treinado para tal, permitindo obter maior</p><p>produtividade.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Quanto à estrutura física são elementos indispensáveis ao funcionamento da CME as</p><p>seguintes áreas:</p><p>• Área para recepção, desinfecção e separação de materiais: Local destinado a receber,</p><p>desinfetar e separar os materiais provenientes dos diferentes setores do hospital;</p><p>• Área para lavagem de material: Local onde são lavados os materiais manualmente ou por</p><p>meio de máquinas lavadoras especiais.</p><p>• Sala para lavagem e preparo de luvas (entalcamento): Local destinado a lavagem, secagem,</p><p>teste, entalcamento, preparo e empacotamento das luvas cirúrgicas. Esta área deve ser</p><p>constituída em um ambiente separado dos demais e provido de materiais próprios para este</p><p>trabalho;</p><p>• Área de recepção de roupa limpa: Local destinado a receber as roupas limpas provenientes</p><p>da lavanderia, para posterior empacotamento e esterilização.</p><p>• Área de Preparo de materiais e roupas: local onde se preparam e empacotam ou</p><p>acondicionam os diferentes tipos de materiais a roupas para serem esterilizados.</p><p>• Área para esterilização: Local onde se realiza o processo de esterilização, pelos diferentes</p><p>métodos:</p><p>Esterilização Física – pelo método físico: calor úmido, calor seco e ionização.</p><p>Esterilização Química Líquida</p><p>Esterilização Química gasosa – Deve ter uma estrutura física especial, com antecâmara,</p><p>depósito de armazenamento de cilindros, área de aeração,</p><p>• Sala para armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizadas: Local onde se</p><p>destina a armazenar os materiais e roupas pares ao hospital.</p><p>• Sala Administrativa</p><p>• Sanitários</p><p>• Depósito de material de limpeza</p><p>• Almoxarifado</p><p>Na construção de uma CME deve se ter um cuidado especial no fluxo de circulação de</p><p>material, evitando o cruzamento de material contaminado com material limpo. Deve ainda</p><p>permitir economia de tempo e energia, otimizando as instalações de forma a se evitar gastos</p><p>desnecessários de tempo e material.</p><p>A determinação do tamanho da CME é calculada com base no número de leitos do hospital.</p><p>ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO</p><p>Dentre as inúmeras atividades que cabem a um enfermeiro que trabalhe na CME, destacam-</p><p>se as seguintes atividades:</p><p>• Supervisionar e controlar as atividades desenvolvidas em cada uma das áreas da CME, para</p><p>assegurar o bom funcionamento da unidade;</p><p>• Prover de recursos materiais e humanos a unidade, levando em conta a quantidade e a</p><p>qualidade, de modo a atender à demanda de atividades realizadas;</p><p>• Estabelecer o fluxo de material da CME para o hospital e vice-versa;</p><p>• Planejar e executar programas de treinamento e educação continuada;</p><p>• Realizar reuniões periódicas com a equipe de enfermagem para passar informes gerais e</p><p>específicos da Unidade;</p><p>• Emitir parecer técnico na compra de produtos e materiais para a Unidade;</p><p>• Estabelecer sistema de controle dos equipamentos e materiais que dispõe na unidade;</p><p>• Fazer levantamento mensal dos materiais solicitados pelos diferentes setores do hospital, a</p><p>fim de planejar o suprimento da unidade para atendê-los;</p><p>• Manter-se atualizado em relação aos novos tipos de equipamentos e materiais no mercado;</p><p>• Elaborar o regimento interno e o manual operacional da unidade, mantendo-os sempre</p><p>atualizados;</p><p>• Fazer parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);</p><p>• Efetuar regularmente testes biológicos nos aparelhos de esterilização, avaliar e divulgar os</p><p>resultados obtidos;</p><p>• Prevenir os riscos ocupacionais;</p><p>• Fazer a estatística mensal de produtividade e o relatório anual das atividades desenvolvidas</p><p>na unidade, encaminhando-os à Chefia de Enfermagem.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>FLUXO DE MATERIAL NA CME</p><p>O primeiro passo dentro de uma CME é a limpeza do material. Define-se limpeza como sendo</p><p>o processo que visa a remoção de sujidade visível (orgânicos e inorgânicos) e, por conseguinte,</p><p>a retirada da carga microbiana. Um processo de limpeza deve reduzir a carga microbiana,</p><p>remover contaminantes orgânicos e inorgânicos e remover a sujidade dos artigos.</p><p>Na área de recepção, desinfecção e separação de material ocorrem a descontaminação prévia</p><p>que é o procedimento que se usa em materiais sujos de matéria orgânica (sangue, pus e</p><p>secreções corpóreas), com a finalidade de destruir os microrganismos patogênicos na forma</p><p>vegetativa, antes de iniciar o processo de limpeza, objetivando proteger as pessoas que irão</p><p>manipular estes materiais durante o processo.</p><p>Os métodos utilizados em tal processo são o Físico, que consiste na exposição do artigo à</p><p>água fervente por 30 minutos, e o Químico, na imersão em produto químico apropriado por 30</p><p>minutos. A escolha deve ser feita de acordo com as características do artigo.</p><p>A descontaminação prévia dos artigos pode ser feita por métodos Mecânicos (fricção com o</p><p>uso de escovas, embebidas em solução desinfetante); Químicos (imersão completa do artigo em</p><p>solução desinfetante); Físicos (uso de máquinas lavadoras por 15 minutos ou autoclavagem do</p><p>material contaminado, sem o ciclo de secagem ou imersão do material na água em ebulição por</p><p>30 minutos).</p><p>A limpeza do material pode ser feita pelo método manual ou mecânico. O processo manual</p><p>consiste em lavar o material com água e sabão, após o processo de descontaminação, com o</p><p>uso de escovas ou outro dispositivo que possibilite a remoção de sujidade, sem, contudo, lhe</p><p>causar danos, enxaguando-o, a seguir, em água corrente.</p><p>O mecânico consiste em lavar o material por meio de máquinas de limpeza com jatos de água</p><p>e/ ou detergentes ou ultra-som. A seguir, os materiais devem ser enxugados (secagem) com</p><p>tecido limpo e macio, ou máquina secadora ou ar comprimido.</p><p>A utilização correta e mais econômica dos processos de limpeza, desinfecção e esterilização</p><p>dos materiais é norteada pela classificação dos materiais, segundo o risco potencial de infecção</p><p>para o paciente.</p><p>Os artigos classificam-se como críticos, semicríticos e não críticos.</p><p>Artigos Críticos: Aqueles utilizados nos procedimentos invasivos da pele, mucosa, tecidos sub</p><p>epiteliais e no sistema vascular, bem como aqueles materiais que estejam conectados com este</p><p>sistema. Os materiais utilizados nestes procedimentos devem ser esterilizados.</p><p>Artigos Semicríticos: Aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra ou pele não-</p><p>íntegra. Estes necessitam ser submetidos ao processo de desinfecção ou esterilização.</p><p>Artigos Não-críticos: Aqueles destinados ao contato com a pele íntegra. Estes artigos exigem</p><p>limpeza e desinfecção, caso haja suspeita ou contaminação por agentes infecciosos.</p><p>Para saber se um artigo deve ser esterilizado, desinfetado ou apenas sofrer o processo de</p><p>limpeza, o enfermeiro deverá primeiro classificar o artigo e depois escolher o melhor método, de</p><p>acordo com o seu uso.</p><p>Para tanto</p><p>é necessário que saiba definir desinfecção e esterilização.</p><p>Desinfecção é o processo de eliminação ou destruição de microrganismos, patogênicos ou</p><p>não, na forma vegetativa, presentes nos artigos e objetos inanimados, mediante a aplicação de</p><p>agentes físicos ou químicos. Este processo é subdividido em três níveis:</p><p>Desinfecção de alto nível: destrói todas as bactérias vegetativas, microbactérias, fungos, vírus</p><p>e parte dos esporos. O enxágue deverá ser, preferencialmente, com água estéril, e a</p><p>manipulação deve seguir o uso de técnica asséptica. É indicada para artigos, como lâminas de</p><p>laringoscópio, equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra flexível. Os</p><p>agentes mais comumente utilizados são o glutaraldeído e o ácido peracético, além do processo</p><p>de pasteurização (SOBECC, 2007). Atualmente o uso do Glutaraldeído encontra-se suspenso</p><p>coagente esterilizante e desinfetante de materiais que serão usados em procedimentos de</p><p>‘scopias’.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Desinfecção de médio nível ou nível intermediário: tem ação viruscida, bactericida para</p><p>formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose, não destrói esporos. Os compostos</p><p>mais utilizados são: cloro, iodóforos, fenólicos e álcoois. (SOBECC, 2007)</p><p>Desinfecção de baixo nível: capaz de eliminar todas as bactérias na forma vegetativa; não tem</p><p>ação contra esporos, vírus não-lipídicos, nem contra o bacilo da tuberculose; tem ação relativa</p><p>contra fungos. O composto mais usado é o quaternário de amônia. (SOBECC, 2007)</p><p>Esterilização é o processo pelo qual os microorganismos são mortos a tal ponto que não seja</p><p>mais possível detectá-los no meio de cultura padrão no qual previamente haviam proliferado. Os</p><p>processos de esterilização dividem-se em: Físicos (vapor saturado sob pressão, calor seco e</p><p>radiação), Químicos (grupo dos aldeídos – Glutaraldeído, por exemplo) e Físico-Químicos (Óxido</p><p>de Etileno, Plasma de Peróxido de Hidrogênio, Paraformaldeído e Ácido Peracético).</p><p>MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO</p><p>Esterilização pelo Vapor Saturado sob Pressão: é processada na autoclave, cuja fabricação</p><p>pode apresentar forma e tamanho diferentes, mas o princípio de funcionamento é o mesmo. O</p><p>vapor saturado sob pressão constitui um método eficiente de esterilização, porque destrói todas</p><p>as formas de microrganismos. Em estado de saturação, o vapor tem volume constante e, com</p><p>base na Lei de Charles, quando volume é constante, a pressão e a temperatura são diretamente</p><p>proporcionais.</p><p>A esterilização pelo vapor saturado está relacionada ao calor latente e ao contato direto com o</p><p>vapor e a umidade. Entende-se por calor latente o calor necessário para converter uma unidade</p><p>de água em vapor na mesma temperatura.</p><p>É um método de esterilização eficaz pelo alto poder de penetração, levando consigo o calor.</p><p>Quando o vapor entra em contato com o material a ser esterilizado, há a condensação e liberação</p><p>do calor latente, ocorrendo a termo coagulação das proteínas bacterianas.</p><p>Depois da condensação do vapor, a água que se formou retornará ao seu estado gasoso, em</p><p>virtude do contato com a temperatura alta e o vapor, e o calor latente volta a ser absorvido,</p><p>possibilitando a repetição do ciclo.</p><p>Existem dois tipos de autoclaves: Gravitacional e de Pré-vácuo.</p><p>Tipo de Equipamento Temperatura Tempo de exposição</p><p>Gravitacional 132 a 135°C</p><p>121 a 123°C</p><p>10 a 25 min</p><p>15 a 30 min</p><p>Pré-Vácuo 132 a 135° C 03 a 04 min</p><p>Fonte: SOBECC 2003</p><p>Na temperatura por vapor saturado, alguns critérios devem ser observados:</p><p>• Temperatura – varia de 121º a 135º C;</p><p>• Pressão – entre 1 a 1,80 atmosferas;</p><p>• Tempo de exposição – está na dependência do tipo de material, ou seja, material de superfície</p><p>e densidade. O material de superfície é representado por aqueles materiais que não exigem</p><p>penetração do vapor, tais como: instrumentais, vidros, cubas, bacias e outros. O material de</p><p>densidade é representado por roupas, campos e compressas cirúrgicas, exigindo que o vapor</p><p>saturado sob pressão penetre entre as camadas de sua espessura.</p><p>Alguns cuidados básicos devem ser observados neste processo:</p><p>• Carregar a autoclave com o mesmo tipo de material, dispondo-os de modo a facilitar a</p><p>penetração e circulação do vapor, e eliminação do ar.</p><p>• Utilizar 80% da capacidade do aparelho, com o objetivo de facilitar a circulação do vapor no</p><p>interior da câmara.</p><p>• Observar a realização do ciclo da esterilização.</p><p>• Não colocar os pacotes, ainda quentes, sobre superfícies frias;</p><p>• Não apertar muito os pacotes, para facilitar a penetração do vapor;</p><p>• Datar os pacotes e encaminhá-los à sala de armazenamento.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Está indicado para esterilização de artigos críticos e semicríticos termo resistentes, e de</p><p>líquidos, sendo que, para estes, deve-se interromper a fase de secagem. É impróprio para a</p><p>esterilização de óleos, pós e graxas.</p><p>Após a última esterilização do dia, promover a limpeza da câmara interna da autoclave, com</p><p>pano umedecido em água e enxugar, em seguida, procedendo da mesma maneira com a</p><p>superfície externa.</p><p>Controle da Esterilização: Podem ser realizados controles químicos ou biológicos. Os</p><p>indicadores biológicos contêm esporos do Geobacillus Stearothermophilus, que validam a</p><p>esterilização do material. A frequência mínima de utilização é semanal, podendo também ser</p><p>diária. Dependendo do tipo de indicador biológico o resultado pode demorar muito, limitando o</p><p>uso do material.</p><p>Os integradores químicos incluem as variáveis do processo de esterilização (temperatura,</p><p>pressão e tempo). Os indicadores químicos internos contêm um substrato em uma tira de papel</p><p>e estão divididos nas classes III, IV, V e VI. O indicador classe III é um indicador de um único</p><p>parâmetro. Já a classe IV monitora dois ou mais parâmetros. Por sua vez, o indicador classe V</p><p>integra todos os parâmetros críticos (integradores químicos), como o vapor temperatura e tempo.</p><p>Por fim, a classe VI consiste em um indicador conhecido como simulador, que responde a todos</p><p>os parâmetros críticos de um ciclo específico. O Teste de Bowie-Dick é utilizado para testar a</p><p>eficácia do sistema de vácuo da autoclave, e é o indicador classe II. O indicador classe I é externo</p><p>e somente monitora se ocorreu o processo, não indicando esterilização (fita zebrada).</p><p>Esterilização pelo Calor Seco: A esterilização pelo calor seco se realiza na estufa, nome</p><p>comercial do forno de Pasteur.</p><p>A destruição bacteriana se dá pela oxidação celular e, para que isto ocorra, torna-se</p><p>necessário que o material a ser esterilizado seja submetido a um tempo de exposição maior e a</p><p>temperatura do que o método do vapor saturado. O aquecimento da câmara da estufa se faz por</p><p>convecção que é a transferência do calor pela circulação do ar consequente ao aumento da</p><p>temperatura. O aquecimento do material se dá por condução, que é a transferência direta do</p><p>calor da parte mais aquecida para a menos aquecida de um corpo para outro.</p><p>O material a ser esterilizado através do calor seco deve ser acondicionado em caixas</p><p>metálicas de paredes finas e em recipientes de vidro refratário. Após ligar o aparelho o tempo</p><p>será marcado após atingir a temperatura ideal. A temperatura média deve ser de 140 a 180º C</p><p>por um tempo de 01 a 03 horas. O calor seco deve ser utilizado somente por materiais que não</p><p>podem ser esterilizados no vapor saturado sob pressão, como os pós, graxas e óleos. Pode</p><p>esterilizar artigos termo resistentes, como instrumentais cirúrgicos, material inoxidável em geral,</p><p>vidros, ceras, porém, seu uso hospitalar está contraindicado pelas inúmeras desvantagens do</p><p>processo que tornam sua utilização pouco segura. Estudos comprovaram que a estufa pode</p><p>apresentar no seu centro (interior da câmara) pontos frios, ou seja, com temperaturas diferentes</p><p>do termômetro, onde crescem formas</p><p>esporuladas.</p><p>Esterilização por Radiação: Este método destina-se à esterilização de materiais descartáveis,</p><p>produzidos em larga escala. O agente esterilizado é o cobalto 60, que altera a composição da</p><p>parede celular bacteriana.</p><p>Esterilização pelo Óxido de Etileno: É um gás incolor à temperatura ambiente e possui odor</p><p>semelhante ao éter. O esterilizador a óxido de etileno é formado por um conjunto de três fatores:</p><p>• A autoclave combinada a gás e vapor;</p><p>• O cilindro de mistura de gases conectado ao painel de controle;</p><p>• O aparelho aerador, pelo qual o material, obrigatoriamente, tem que passar após a</p><p>esterilização.</p><p>Ao esterilizar o material no óxido de etileno devem - se observar algumas condições, que são:</p><p>• Tempo de exposição: 3 a 5 horas.</p><p>• Temperatura: 50 a 60º C</p><p>• Umidade relativa: 20 a 40%</p><p>• Concentração do gás: 450 mg/l</p><p>Vantagens da esterilização por este método:</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>• Esterilizar em temperatura relativamente baixa;</p><p>• Promover a esterilização de artigos termo sensíveis, como: marcapassos, próteses e</p><p>instrumentais de hemodinâmica e fibras óticas.</p><p>Desvantagens: método dispendioso; gás muito tóxico, necessitando aeração do material o que</p><p>eleva o tempo total do processo.</p><p>Esterilização pelo Plasma de Peróxido de Hidrogênio: O plasma de peróxido de hidrogênio</p><p>interage com a membrana celular dos microrganismos desestruturando-a. Tem ação bactericida,</p><p>esporicida, fungicida e virucida comprovada por testes. O equipamento para esterilização de</p><p>material pelo método de peróxido de hidrogênio realiza o processo em cinco fases: vácuo,</p><p>injeção, difusão, plasma e exaustão.</p><p>Vantagens do Método:</p><p>• O tempo total do processo é de uma hora;</p><p>• Não apresenta resíduo tóxico;</p><p>• O processo de esterilização é feito a baixa temperatura;</p><p>• É de fácil instalação;</p><p>• Têm compatibilidade com metais, vidros, acrílicos, borrachas e plásticos.</p><p>Desvantagens:</p><p>• Equipamento de alto custo;</p><p>• Exige embalagem isenta de celulose.</p><p>• Não serve para esterilizar pós.</p><p>Esterilização por Agentes Químicos Líquidos: Deve ser utilizado quando não puderem ser</p><p>utilizados métodos físicos. Ao se fazer a escolha de determinado produto químico, deve-se</p><p>observar que estes tenham as seguintes características:</p><p>• Destruir os microrganismos em todas as suas formas (vegetativas e esporuladas), em</p><p>temperatura ambiente;</p><p>• Ser estável, quando em solução por tempo prolongado;</p><p>• Não ser irritante e tóxico para os tecidos;</p><p>• Não ser corrosivo para os metais e não alterar os materiais de borracha e plástico;</p><p>Ao lado das propriedades acima mencionadas, são imprescindíveis algumas condições para</p><p>a eficácia da esterilização ou desinfecção por agentes químicos:</p><p>1) Limpeza e secagem prévia dos artigos;</p><p>2) Submersão total dos artigos na solução;</p><p>3) A solução deve preencher totalmente todos os espaços dos artigos (artigos ocos, por</p><p>exemplo).</p><p>4) O tempo de exposição deve ser o recomendado pela Portaria n. º 15, de agosto de 1988,</p><p>onde artigos para serem desinfetados devem permanecer por 30 minutos e para serem</p><p>esterilizados 18 horas. Deve ser levada em conta a recomendação do fabricante.</p><p>5) Deve ser trocada a solução de acordo com o prazo de validade;</p><p>6) Os recipientes devem ser mantidos fechados e serem manuseados com equipamentos de</p><p>proteção individual;</p><p>7) A retirada do material deve ser feita com técnica asséptica e ser imediatamente lavado com</p><p>soro fisiológico a 0,9% ou água estéril, para remover os resíduos do produto químico. Como</p><p>exemplos têm: o Glutaraldeído e Ácido Peracético a 0,2% (esterilização em 01 h e</p><p>desinfecção em 10 minutos), que garantem a esterilização. O uso do glutaraldeído está</p><p>contra-indicado em cirurgias de ‘scopias’ segundo a ANVISA. O Ortophtaldeído vem surgindo</p><p>como uma opção de agente esterilizante.</p><p>Classificação Conceito Processo Exemplos</p><p>Artigos críticos Materiais com elevado</p><p>potencial de risco de</p><p>provocar infecção, porque</p><p>são introduzidos</p><p>diretamente em tecidos</p><p>normalmente estéreis</p><p>Indicação de esterilização</p><p>Instrumental cirúrgico,</p><p>agulhas, cateteres</p><p>intravasculares e</p><p>dispositivos a eles</p><p>conectados, como</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>equipos de solução e</p><p>torneirinhas</p><p>Artigos</p><p>semicríticos</p><p>Aqueles que entram em</p><p>contato com mucosa</p><p>íntegra e pele não-intacta;</p><p>pode-se tornar artigo</p><p>crítico se ocorrer lesão</p><p>acidental durante a</p><p>realização do</p><p>procedimento</p><p>Esterilização ou desinfecção de</p><p>alto nível.</p><p>Equipamentos de</p><p>anestesia e endoscópios</p><p>Artigos não-</p><p>críticos</p><p>Materiais que entram em</p><p>contato somente com a</p><p>pele íntegra e geralmente</p><p>oferecem baixo risco de</p><p>infecção</p><p>Dependendo do grau de</p><p>contaminação, podem ser</p><p>submetidos à limpeza ou</p><p>desinfecção de baixo ou médio</p><p>nível</p><p>comadre, papagaio,</p><p>termômetros</p><p>Desinfetante/</p><p>Esterilizante</p><p>Características Indicações Desvantagens</p><p>Álcool etílico e</p><p>isopropílico</p><p>Ação rápida, fácil</p><p>aplicação, viável para</p><p>artigos metálicos; ação</p><p>ótima na concentração</p><p>de 70%</p><p>Desinfecção de nível médio de</p><p>Artigos e superfícies. Ex:</p><p>superfícies externas de</p><p>equipamentos metálicos,</p><p>termômetros, estetoscópios,</p><p>ampolas, vidros, etc. Inflamável;</p><p>resseca plásticos, borrachas</p><p>e opacifica artigos acrílicos</p><p>Cloro e</p><p>compostos</p><p>clorados</p><p>Em forma líquida</p><p>(hipoclorito de sódio)</p><p>ou sólida; as soluções</p><p>devem ser estocadas</p><p>em frascos opacos;</p><p>ação rápida e baixo</p><p>custo</p><p>Desinfecção de nível médio de</p><p>artigos e superfícies e</p><p>descontaminação de superfícies.</p><p>Ex: materiais de inaloterapia e</p><p>oxigenoterapia não metálicos (na</p><p>concentração de 0,2% não</p><p>precisa enxague), como máscaras</p><p>de inalação e nebulização,</p><p>circuitos ventilatórios; desinfecção</p><p>de lactários, cozinhas etc.</p><p>É corrosivo para artigos e</p><p>superfícies metálicas; irrita</p><p>as mucosas; odor forte;</p><p>redução de atividade em</p><p>presença de matéria</p><p>orgânica; incompatível com</p><p>detergentes; solução pouco</p><p>estável</p><p>Glutaraldeído</p><p>Não danifica</p><p>instrumentais,</p><p>plásticos e borrachas;</p><p>com atividade</p><p>germicida em presença</p><p>de matéria orgânica;</p><p>não é indicado para</p><p>superfícies</p><p>Esterilização e desinfecção de</p><p>alto nível de artigos</p><p>termossensíveis; indicado para</p><p>endoscópios semicríticos</p><p>(digestivos, broncoscópios,</p><p>laringoscópios,</p><p>retossigmoidoscópios) e críticos</p><p>(artroscópios e laparoscópios) em</p><p>situações nas quais a</p><p>esterilização não seja possível;</p><p>artigos semicríticos, como</p><p>espéculos vaginais, lâminas de</p><p>laringoscópios (sem lâmpada)</p><p>Irritante para mucosas e pele</p><p>(olhos, nariz, garganta, etc.)</p><p>Fenólicos</p><p>Toxicidade dérmica,</p><p>podendo provocar a</p><p>despigmentação</p><p>cutânea</p><p>Desinfecção de nível médio e</p><p>baixo; indicado para artigos não</p><p>críticos e superfícies</p><p>Podem ser absorvidos por</p><p>materiais porosos, como</p><p>plástico e borrachas, e o</p><p>efeito residual pode causar</p><p>irritação tecidual mesmo</p><p>após enxágüe criterioso;</p><p>contra-indicado em</p><p>berçários e áreas de</p><p>manuseio de alimentos</p><p>Quaternários de</p><p>Baixa toxicidade; são Desinfecção de baixo nível;</p><p>indicado para superfícies e</p><p>Bactérias Gram-negativas</p><p>têm possibilidade de</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Amônio bons agentes de</p><p>limpeza</p><p>equipamentos em local de</p><p>manuseio de alimentos</p><p>sobreviver nesses</p><p>compostos</p><p>Formaldeído</p><p>Requer tempo</p><p>prolongado para agir</p><p>Desinfecção de capilares do</p><p>sistema de dialisadores, em</p><p>solução aquosa, na concentração</p><p>de 4% por 24 horas</p><p>Embora considerado</p><p>desinfetante e esterilizante,</p><p>seu uso é limitado devido a</p><p>sua ação tóxica, irritante,</p><p>odor forte e desagradável e</p><p>comprovado potencial</p><p>carcinogênico</p><p>Plasma de</p><p>peróxido de</p><p>hidrogênio</p><p>Considerado quarto</p><p>estado da matéria,</p><p>diferente dos estados</p><p>líquido, sólido e</p><p>gasoso.</p><p>A esterilização por</p><p>esse método é</p><p>realizada</p><p>através de</p><p>equipamento</p><p>automatizado e</p><p>computadorizado</p><p>Esterilização de artigos sensíveis</p><p>ao calor e à umidade</p><p>Alto custo do equipamento</p><p>Ácido peracético</p><p>Não forma resíduos</p><p>tóxicos</p><p>Formulações associadas a</p><p>peróxido de hidrogênio são</p><p>indicadas para reprocessamento</p><p>de capilares de hemodialisadores</p><p>Instável após a diluição</p><p>Óxido de etileno</p><p>Processo de</p><p>esterilização</p><p>combinado ao calor</p><p>úmido da autoclave</p><p>Esterilização de artigos</p><p>termossensíveis</p><p>Tóxico para pele e mucosas;</p><p>os materiais necessitam de</p><p>aeração prolongada para</p><p>remoção do gás</p><p>Classificação Grau de risco Exemplos</p><p>Área crítica</p><p>São as áreas de maior risco para a aquisição</p><p>de infecções, devido a presença de pacientes</p><p>mais</p><p>susceptíveis ou pelo número de procedimentos</p><p>invasivos realizados; são também</p><p>considerados como críticos os locais onde os</p><p>profissionais manipulam constantemente</p><p>materiais com alta carga infectante</p><p>UTI, centro cirúrgico, centro obstétrico e de</p><p>recuperação pós-anestésica, isolamentos,</p><p>setor de hemodiálise, banco de sangue,</p><p>laboratório de análises clínicas, banco de</p><p>leite, dentre outros</p><p>Área semi-</p><p>crítica</p><p>São as áreas ocupadas por pacientes que não</p><p>necessitam de cuidados intensivos ou de</p><p>isolamento</p><p>Enfermarias, ambulatórios</p><p>Área não-</p><p>crítica</p><p>São todas as áreas não ocupadas por</p><p>pacientes</p><p>Áreas administrativas almoxarifado.</p><p>Superfícies – compreendem pisos,</p><p>paredes, tetos, portas, janelas,</p><p>mobiliários,equipamentos e demais</p><p>instalações físicas.</p><p>Bibliografia Utilizada</p><p>BRASIL. Minstério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n°50, de</p><p>21 de fevereiro de 2002. http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50 02 rdc.pdf</p><p>BRUNNER ,L. SUDDART,D. Tratado de enfermagem médico cirúrgica.10ª.ed.Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara- Koogan , 2004.</p><p>NETTINA, S.M. Prática de Enfermagem, 7ªed.Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2002.</p><p>BRASIL. Minstério da Saúde. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos</p><p>de saúde, Ministério da Saúde - Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, Brasília, 2ª</p><p>ed., 1994.</p><p>ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR –</p><p>APECIH. Esterilização de artigos em Unidades de Saúde. São Paulo,1998</p><p>http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50%20%20%2002%20rdc.pdf</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>SILVA, M.D. RODRIGUES, A.L. CESARETI, I.U. Enfermagem na unidade de centro cirúrgico.</p><p>2ª.ed. São Paulo: EPU, 1997.</p><p>SOBECC. Práticas recomendadas em Centro Cirúrgicos, Recuperação Pós-Anestésicas e</p><p>Central de Material Esterilizado. 2003. São Paulo.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ANESTESIOLOGIA</p><p>MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA:</p><p>A medicação pré-anestésica tem por objetivo: produzir amnésia e sedação, diminuir ou</p><p>abolir dor eventualmente existente, potencializar agentes anestésicos, bloquear o nervo vago,</p><p>diminuir as secreções das vias aéreas e o metabolismo, reduzir volume do conteúdo gástrico e</p><p>aumentar o seu ph, reduzindo a necessidade de anestésico. Dividem-se em três grupos:</p><p>Anticolinérgicos – Diminuem a secreção salivar e os reflexos vagais sobre o coração. A</p><p>atropina é utilizada e exerce ação por competição com a acetilcolina. Tem como efeito colateral</p><p>taquicardia devido ao bloqueio vagal, agitação psicomotora, hipertermia, aumento da pressão no</p><p>globo ocular em glaucomatosos, midríase.</p><p>Tranquilizantes – Possuem efeitos ansiolíticos, amnésicos, sedativos, anticonvulsivante</p><p>e relaxante muscular. O diazepam, lorazepam e midazolam exemplificam este grupo.</p><p>Hipnoanalgésicos – Diminuem a ansiedade dolorosa com a sedação. Morfina, fentanil e</p><p>alfentanil exemplificam este grupo. O problema é que estas drogas podem deprimir o sistema</p><p>respiratório e aumentar o risco de acidose respiratória e pneumonite aspirativa.</p><p>TIPOS DE ANESTESIA</p><p>Os anestésicos dividem-se em duas classes de acordo com as sensações que suprimem:</p><p>A consciência: anestesia geral;</p><p>De partes do corpo: anestesia loco-regional (local, tissular, plexar, epidural e</p><p>raquianestesia).</p><p>Na anestesia geral ocorre a ausência de percepção dolorosa, relaxamento muscular,</p><p>depressão neurovegetativa e inconsciência resultante da ação de uma ou mais drogas no</p><p>sistema nervoso. A anestesia geral pode ser conseguida através da inalação de agentes</p><p>anestésicos ou via endovenosa, podendo ainda ser adotados os dois tipos de agentes (inalatórios</p><p>e endovenosos).</p><p>A anestesia geral por inalação é caracterizada pela administração de um anestésico, o</p><p>qual e absorvido na superfície alveolar. Sua concentração no cérebro determina a profundidade</p><p>da anestesia. A anestesia geral inalatória pode ser obtida através de líquidos voláteis (isoflurano</p><p>e sevoflurano) ou por gases, quando vapores anestésicos são inalados e absorvidos pela</p><p>superfície alveolar, geralmente acompanhado de oxigênio.</p><p>Os gases anestésicos mais comuns são o óxido nitroso, os compostos halogenados</p><p>(halotano, por exemplo) misturados ao oxigênio. Na mistura correta possuem ação anestésica</p><p>potente.</p><p>Na anestesia geral deve-se levar em consideração o tipo de anestésico que está sendo</p><p>utilizado, pois todos possuem inconvenientes na fisiologia humana. O óxido nitroso pode causar</p><p>aumento da pressão craniana e hipoxemia arterial. O halotano pode causar arritmias cardíacas</p><p>graves. Assim sendo o enfermeiro deve levar em consideração o tipo de anestesia no momento</p><p>de planejar a assistência de enfermagem no pós-operatório.</p><p>A anestesia endovenosa pode ser produzida pela injeção intravenosa de várias drogas.</p><p>Tem a vantagem de não ser explosiva, ser agradável para o paciente, se a punção não for</p><p>dolorosa, ter ação rápida, fácil de dosar e administrar. Porém, não pode ser removida no</p><p>organismo, pois dependerá da ação dos órgãos parenquimatosos (fígado e rim). Os diazepínicos</p><p>são, atualmente, as drogas mais utilizadas em anestesia. O midazolam provoca uma excelente</p><p>amnésia retrógrada, de ação curta e indução mais lenta do que a obtida com o tiopental. Os</p><p>efeitos voláteis mais comuns são náuseas, vômitos, tosse, soluço, cefaléia, taquipnéia,</p><p>bradicardia, taquicardia, diplopia e nistagmo. Não é analgésico, é sedativo.</p><p>O propofol é um agente hipnótico de curta duração, indicado para indução e manutenção</p><p>de anestesia geral. Possui elevada lipossolubilidade, que contribui para o rápido início de ação.</p><p>O despertar ocorre em quatro a oito minutos. Pode ocasionar depressão do volume corrente,</p><p>progredindo para apnéia, diminuição do volume sanguíneo cerebral e do consumo cerebral de</p><p>oxigênio.</p><p>A anestesia REGIONAL é caracterizada pela administração do anestésico local nas</p><p>imediações do axônio. Sua ação é estabilizar a membrana do axônio, impedindo a</p><p>despolarização e consequente propagação do impulso elétrico. Podem ser classificadas em:</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Local</p><p>Tópica – Os anestésicos são administrados nas superfícies mucosas do nariz, boca,</p><p>árvore traqueobrônquica, esôfago e trata geniturinário para produzir anestesia. Exemplo: A</p><p>lidocaína pode ser administrada, na forma spray, 15 minutos antes de uma intubação orotraqueal.</p><p>Infiltração – A anestesia por infiltração consiste na injeção de uma solução que contém</p><p>anestésico local nos tecidos através dos quais deve passar a incisão. Os anestésicos locais, em</p><p>contato com a fibra nervosa, interrompem transitoriamente o influxo nervoso, seja</p><p>neurovegetativo, sensitivo ou motor. Pode ser combinada, e frequentemente o é, com epinefrina,</p><p>o que aumenta consideravelmente o seu tempo de duração anestésica. Normalmente se utiliza</p><p>a procaína, tetracaína, lidocaína entre outras. AS reações indesejáveis</p><p>são: agitação</p><p>psicomotora, tremores e convulsões, dentre outros efeitos.</p><p>Regional</p><p>É uma forma de anestesia local, onde um agente anestésico é depositado nos nervos ou</p><p>ao redor deles de modo a anestesiar a área por eles inervada.</p><p>Bloqueio de Plexo – O anestésico é administrado na extensão de um plexo nervoso.</p><p>Exemplo: Plexo Braquial. Indicado para cirurgias de mão, punho, cotovelo e parte distal do</p><p>úmero.</p><p>Anestesia Peridural – Obtém-se pela injeção do anestésico local no canal medular no</p><p>espaço ao redor da dura-máter. As vantagens deste tipo parecem ser a ausência de</p><p>complicações neurológicas e menos distúrbios na pressão sanguínea. A anestesia é de indução</p><p>rápida, e há excelente relaxamento muscular. O paciente pode permanecer acordado, se for</p><p>conveniente. Após a administração da droga (procaína, tetracaína, bupivacaína, lidocaína, etc.)</p><p>pode haver marcante queda da pressão sanguínea, provocada pela paralisia dos nervos</p><p>vasomotores. Com alguma frequência podem ocorrer náuseas, vômitos e dor durante a cirurgia.</p><p>As principais complicações são: hematoma epidural, reações tóxicas, dor lombar pós-punção e</p><p>disfunção vesical.</p><p>Anestesia Espinhal ou Raquianestesia – Esta anestesia goza de grande prestígio entre</p><p>os anestesistas, uma vez que permite obter grandes efeitos com pequenas doses de anestésicos</p><p>de ação local. É obtida com a punção lombar e, no mesmo ato, injeta-se a solução anestésica</p><p>no líquido cefalorraquidiano no espaço subaracnóideo. Colocando o paciente em posição</p><p>sentada, consegue-se deslocar o anestésico para o ponto mais baixo do saco lombar. O inverso,</p><p>TREDELEMBURG, o anestésico desloca-se em sentido cefálico, anestesiando segmentos</p><p>medulares mais altos. Está indicada para cirurgias do abdômen inferior, região inguinal e</p><p>membros inferiores. A lidocaína é indicada para procedimentos de até 01 hora. Adicionando-se</p><p>adrenalina ocorre o aumento de sua ação. A bupivacaína é utilizada em procedimentos com</p><p>duração de até duas horas e meia.</p><p>Na raquianestesia as arteríolas dilatam-se, oferecem menor resistência ao fluxo, as veias</p><p>dilatam e recebem maior volume de sangue, portanto o retorno venoso, o débito cardíaco e a</p><p>pressão arterial caem. Pode provocar também depressão respiratória, cefaleia pós-punção (dor</p><p>com localização bifrontal e occipital), distúrbios dos nervos cranianos (dificuldades auditivas e</p><p>oculares) paralisia da bexiga e do reto, neuropatia periférica.</p><p>A enfermagem auxilia o anestesista oferecendo o material necessário para o</p><p>procedimento anestésico; verifica as fontes de oxigênio, aspiração e gases anestésicos; checa</p><p>o carrinho de anestesia, verificando se o fluxômetro está disponível, de forma a se quantificar o</p><p>volume de gás a se infundir; checa o laringoscópio e todo o material de ressuscitação</p><p>cardiorrespiratória; abastece a bandeja de anestesia com seringas, agulhas, dispositivos</p><p>intravenosos, enfim, todo o material para venopunção; checa os materiais de intubação</p><p>endotraqueal.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>A enfermagem auxilia o anestesista na colocação e manutenção do cliente na posição</p><p>para anestesia. No decorrer da cirurgia ajuda ainda ver os sinais vitais, o débito urinário,</p><p>funcionamento de sondas e drenos, realiza aspirações se necessário e avisa o anestesista</p><p>qualquer intercorrência.</p><p>SEDAÇÃO</p><p>Sedação Consciente – permanece consciente, certa modificação no humor, sonolência e</p><p>algumas vezes analgesia, os reflexos protetores continuam funcionantes;</p><p>Sedação Profunda – o paciente adormece, mas é facilmente despertado, com depressão</p><p>mínima dos reflexos protetores;</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA RPA</p><p>A Recuperação Pós-Anestésica (RPA) tem por objetivo recuperar o cliente da anestesia.</p><p>Ao receber o cliente na RPA a enfermagem deve rever com o anestesista: diagnóstico médico e</p><p>cirurgia realizada, intercorrências cirúrgicas, idade do cliente, condições gerais, medicamentos</p><p>utilizados, funcionamentos de cateteres e drenos, sinais vitais, nível de consciência e tipo de</p><p>anestesia.</p><p>Os critérios para admissão de um cliente na RPA são os seguintes: Recebeu anestesia</p><p>geral; teve períodos de hipotensão no decorrer do ato anestésico ou cirúrgico; teve grandes</p><p>hemorragias ou existe o risco de tê-las novamente; sofreu acidentes graves no ato operatório;</p><p>foi submetido à cirurgia demorada;</p><p>Conforme o efeito da anestesia vai cessando, o enfermeiro deve estar atento às diversas</p><p>reações que o paciente poderá apresentar. A regressão da anestesia geral, por exemplo, se</p><p>processa em três fases e quatro estágios clínicos, a saber:</p><p>Imediata (minutos): o paciente apresenta volta à consciência, presença de reflexos das</p><p>V.A.S e movimentação. Pode ser avaliada por testes de coordenação binocular (coordenação</p><p>ocular pela capacidade de alinhar ponteiros em um instrumento de medida ocular) e postural.</p><p>Para a alta do paciente da RPA pode-se empregar o índice de Aldrete e Kroulik e quando atingir</p><p>um total de oito a dez pontos é condizente com condições de saída da RPA.</p><p>Intermediária (minutos/hora): podem ser utilizados vários testes como difusão de luz e</p><p>som.</p><p>Tardia (normalidade motora e sensorial): deve-se julgar o desempenho do paciente</p><p>entre 24 e 48 h após a anestesia, já que os efeitos dos anestésicos podem perdurar por 48h no</p><p>organismo.</p><p>A audição é uma das primeiras sensações a retornar após a anestesia e pode ser</p><p>demonstrada através de respostas adequadas a perguntas simples como: “Você tem dor?”;</p><p>“pode respirar com facilidade?”, ou ordens simples como: “abra os olhos!”.</p><p>Assistência de Enfermagem:</p><p>O enfermeiro ao receber o cliente na RPA deverá obter informações sobre o ato operatório</p><p>e levantar os seguintes dados para planejar a assistência de enfermagem: - Diagnóstico, técnica</p><p>anestésica e cirurgia realizada; - Agentes anestésicos, incluindo relaxantes musculares,</p><p>narcóticos e agentes reversores; - Posição cirúrgica; - Uso do bisturi elétrico e local da placa</p><p>dispersiva; - Duração da anestesia; - Intercorrências durante a cirurgia; - Presença de drenos e</p><p>cateteres; - Estado geral do paciente ao deixar a SO; - Recomendações especiais sobre o pós-</p><p>operatório.</p><p>Para ser transferido para sua unidade de origem, o paciente deve apresentar estabilidade</p><p>de sinais vitais, retorno da consciência e dos reflexos protetores, ausência de náuseas e vômitos.</p><p>Portanto alguns requisitos devem ser observados: - Manter a saturação de oxigênio acima de</p><p>90% respirando o ar ambiente; - Estar orientado no tempo e no espaço; - Apresentar ferida</p><p>operatória sem sangramentos ativos; - Apresentar diurese maior ou igual a 0,5 ml/kg/h, se</p><p>sondado, ou ausência de retenção urinária; - Manter dor controlada; - Manter pressão arterial</p><p>estável e ausência de náuseas e vômitos; - Manter temperatura corporal dentro do padrão</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>normal; - Apresentar atividade e força muscular em membros inferiores e superiores; - Apresentar</p><p>sensibilidade cutânea em membros inferiores se submetido a bloqueio espinhal; - Apresentar</p><p>escore 9 ou 10 na escala de Aldrete e Kroulick.</p><p>Algumas ações de enfermagem que devem ser adotadas na RPA:</p><p>• Assegurar vias aéreas permeáveis: cabeça lateralizada; pescoço em extensão; manter cânula</p><p>de Guedel até retorno de reflexos; manter TOT desobstruído, aspirando e oxigenando quando</p><p>necessário; incentivar respiração; manter oxigenoterapia.</p><p>• Avaliar equilíbrio hemodinâmico: controlar sinais vitais: 15 em 15 minutos na 1ª hora, de 30</p><p>em 30 minutos até estabilizar, utilizar como parâmetro os valores pré-anestésicos. Após</p><p>estabilizar controlar de 04 em 04 horas. Curva térmica notificando se acima de 37,7º ou abaixo</p><p>de 36,1º, reconhecer sinais de choque hipovolêmico.</p><p>• Promover conforto e confiança; ambiente adequado, cama com grades, mudança de decúbito,</p><p>avaliação e combate a dor.</p><p>• Vigilância:</p><p>sinais vitais, infusões, drenagens, hemotransfusão, diurese.</p><p>• Apoio Emocional: orientar a ficar calmo e não falar evitando a distensão abdominal.</p><p>• Aplicar o índice de Aldrete e Kroulick de recuperação pós-anestésica.</p><p>TUDO deverá ser registrado no prontuário do paciente bem como as ações de</p><p>enfermagem implementadas.</p><p>ÍNDICE DE AVALIAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA – ALDRETE E KROULIK</p><p>O índice de Aldrete e Kroulik foi desenvolvido baseado no registro Apgar para avaliação</p><p>de cinco parâmetros: atividade motora, respiração, circulação, consciência e cor, independente</p><p>do sexo, idade e tipo de anestesia. Com o advento do oxímetro de pulso, Aldrete modificou sua</p><p>tabela, substituindo a coloração pela saturação de oxigênio.</p><p>ATIVIDADE MUSCULAR</p><p>2 - move as quatro extremidades</p><p>1 – move duas extremidades</p><p>0 – incapaz de mover</p><p>RESPIRAÇÃO</p><p>2 – Respira profundamente e Tosse</p><p>1 – Respiração superficial e apresenta</p><p>dispnéia</p><p>0 – Ausência de esforço respiratório</p><p>CIRCULAÇÃO</p><p>2 – P. A sistólica normal ou menor de</p><p>20% do valor anterior pré-anestésico.</p><p>1 - P.A sistólica menor em 25% a 50%</p><p>do valor anterior pré-anestésico</p><p>0 – P. A sistólico menor que 55% do</p><p>valor anterior pré-anestésico.</p><p>CONSCIÊNCIA</p><p>2 – Alerta total</p><p>1 - desperta quando chamado</p><p>0 – Não responde</p><p>SATURAÇÃO</p><p>2 – Saturação de O2 (SaO2) maior</p><p>que 92%, respirando ar ambiente</p><p>1- Necessita suplementação de</p><p>oxigênio para manter saturação maior que</p><p>90%</p><p>0 – Saturação de oxigênio menor que</p><p>90% mesmo com oxigênio suplementar</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO</p><p>O paciente cirúrgico requer uma atenção especial, uma vez que irá ser submetido a uma</p><p>intervenção, que irá modificar seu estado. Entende-se por Enfermagem peri-operatória toda a</p><p>experiência cirúrgica que envolve o cliente desde sua internação até sua alta para o</p><p>acompanhamento ambulatorial. Divide-se em fase PRÉ-OPERATÓRIA; INTRA-OPERATÓRIA</p><p>E PÓS-OPERATÓRIA.</p><p>O preparo pré-operatório inicia-se na internação, terminando momentos antes da cirurgia,</p><p>quando o cliente dá entrada no centro cirúrgico. Tem por finalidade:</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>• Proporcionar uma recuperação pós-operatória (PO) mais rápida e reduzir as</p><p>complicações;</p><p>• Diminuir o custo hospitalar e o período de internação do paciente.</p><p>Alguns autores referem-se a esta etapa como duas fases distintas: pré-operatório mediato (que</p><p>vai do dia em que foi definida a necessidade da intervenção cirúrgica até 24h antes da data</p><p>prevista) e pré-operatório imediato (as 24h que antecedem a cirurgia).</p><p>Todo paciente ou responsável deve assinar um termo de responsabilidade (consentimento</p><p>formal), autorizando o hospital a realizar o procedimento cirúrgico. Essa autorização operatória</p><p>tem por finalidade:</p><p>• Proteger o paciente contra uma cirurgia indesejada;</p><p>• Proteger o hospital e sua equipe contra uma ação legal do paciente ou família sobre uma</p><p>cirurgia realizada sem consentimento.</p><p>A consulta de enfermagem ambulatorial pré-operatória deve ser realizada, com o</p><p>acompanhamento pelo enfermeiro do estado emocional do cliente, procurando discutir com ele</p><p>seus medos, angústias e receios. O período que deve ocorrer esta ação, preferencialmente,</p><p>deverá ser o mediato, pois é preciso tempo para que surja a relação de confiança entre o</p><p>profissional e o cliente, garantindo que, desta relação, possa nascer uma troca de experiências</p><p>que seja benéfica para o ato operatório bem como o pós-operatório.</p><p>O PREPARO FÍSICO INICIAL é utilizado para melhor esclarecimento do diagnóstico de</p><p>enfermagem e para adequar o estado geral do paciente à cirurgia. Esta atividade deve ser</p><p>desenvolvida no pré-operatório mediato, pois se espera que do levantamento das necessidades</p><p>humanas básicas afetadas, o enfermeiro trace um plano de ação que vise fazer o cliente chegar</p><p>à sua melhor condição orgânica possível no dia da cirurgia. Para tal a enfermagem:</p><p>1) Realiza o exame físico, atentando para os fatores que podem atuar negativamente na cirurgia,</p><p>tais como idade, doenças associadas (obesidade, DPOC, Hipertensão arterial, Diabetes, dentre</p><p>outras), quadro infeccioso, hábitos alimentares, fumo, desequilíbrio hidroeletrolítico.</p><p>O enfermeiro deverá levantar e trabalhar com os demais profissionais da equipe multidisciplinar</p><p>cada um destes fatores, de modo a diminuir os riscos operatórios.</p><p>Obesidade: aumenta a dificuldade técnica do ato operatório, o risco de deiscência de sutura, o</p><p>risco de pneumonia (por hipoventilar de modo crônico), risco de comprometimento cardiovascular</p><p>durante e após a cirurgia, diminui a possibilidade de deambulação precoce no pós-operatório. O</p><p>enfermeiro deverá: estimular a redução de peso através da adesão ao plano nutricional traçado</p><p>pelo nutricionista; prever as complicações pós-operatórias relacionadas à obesidade; estar</p><p>atento à possibilidade de complicações respiratórias;</p><p>Nutrição deficiente: a desnutrição pré-operatória (especialmente de proteínas, calorias e</p><p>balanço nitrogenado negativo) compromete muito a cicatrização da incisão; pode ainda aumentar</p><p>o risco de infecção e choque hipovolêmico. Em relação ao balanço nitrogenado explica-se que</p><p>pode ser positivo ou negativo. Quando a ingesta de nitrogênio é maior que sua eliminação, o</p><p>balanço é positivo e diz que o estado é anabólico. Quando a ingesta de nitrogênio é menor que</p><p>sua eliminação, o balanço é negativo e temos um estado catabólico. A maioria das perdas de</p><p>nitrogênio ocorre pela urina enquanto uma pequena quantidade se perde pelas fezes e pele. O</p><p>enfermeiro deverá estimular a aceitação ao plano nutricional implementado pelo nutricionista.</p><p>Desequilíbrios Hidroeletrolíticos: o enfermeiro deverá detectar desequilíbrios</p><p>hidroeletrolíticos, pois os mesmos podem trazer efeitos adversos em relação à anestesia geral e</p><p>às perdas de volume previstas, associadas à cirurgia, gerando choque e arritmias cardíacas. Na</p><p>avaliação e acompanhamento ambulatorial, o enfermeiro deverá avaliar o estado hidroeletrolítico</p><p>do cliente, instalar reidratação oral se indicado, ou estimular a ingesta hídrica, se não houver</p><p>contraindicação; Avaliar os distúrbios de sódio, potássio, magnésio, cálcio; se necessário,</p><p>instalar balanço hídrico, explicando ao cliente como fazer este procedimento.</p><p>Doenças Cardiovasculares: aumenta o risco de problemas desde a indução anestésica até o</p><p>pós-operatório. Caso seja indicado por cardiologista, o enfermeiro deverá estimular o cliente a</p><p>realizar exercício físico moderado e com acompanhamento rigoroso, para melhorar a circulação</p><p>sanguínea.</p><p>Diabetes Mellitus: a hiperglicemia é potencializada por catecolaminas e glicocorticóides</p><p>aumentados devido ao estresse cirúrgico. O enfermeiro deverá reconhecer os sinais e sintomas</p><p>de hiper e hipoglicemia, bem como as complicações decorrentes destes quadros, principalmente,</p><p>de cetoacidose diabética, que podem complicar o ato operatório. Muitos medicamentos devem</p><p>ser mantidos até a cirurgia, apesar de o cliente estar em dieta zero. O enfermeiro deverá estar</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>preparado para acompanhar a glicemia do cliente, bem como orientar ao uso da insulina quando</p><p>indicada. Explicar que o cliente diabético, caso siga as orientações, poderá ter o risco cirúrgico</p><p>no mesmo nível do não diabético.</p><p>Alcoolismo: o problema adicional da desnutrição pode estar presente no paciente pré-cirúrgico</p><p>com alcoolismo. O cliente também pode ter problemas com a anestesia, em relação à</p><p>metabolização do anestésico pelo fígado, causando alteração no tempo de meia vida da</p><p>substância química. Prever a síndrome de abstinência (delírio tremens) para os clientes</p><p>dependentes e que se encontram em abstinência.</p><p>Problemas Pulmonares: clientes com DPOC podem contribuir para a hipoventilação, levando à</p><p>atelectasia e pneumonia. Clientes com infecções</p><p>da árvore traqueobrônquica poderão ter adiado</p><p>o ato operatório. O enfermeiro deverá reforçar com estes clientes sobre a importância do uso</p><p>das medicações prescritas, bem como a adesão aos exercícios respiratórios prescritos pelo</p><p>fisioterapeuta. Estimular a parar de fumar e diminuir o peso também são ações importantes.</p><p>Terapia medicamentosa associada: existem riscos, quando determinados medicamentos são</p><p>associados a outros durante o ato operatório. Mesmo a utilização de ervas caseira deverá ser</p><p>relatada, pois podem interagir com anestésicos e outras drogas. Certos antibióticos podem</p><p>interromper a condução nervosa, quando combinados aos relaxantes musculares curareiformes,</p><p>levando a paralisia respiratória. Diuréticos podem levar a distúrbios hidroeletrolíticos.</p><p>No período pré-operatório, o enfermeiro deverá ensinar o cliente a realizar no pós-operatório</p><p>atividades e exercícios que o ajudarão nesta fase.</p><p>O enfermeiro deverá ensinar e acompanhar a realização de exercícios respiratórios</p><p>diafragmáticos, ensinando a tossir utilizando um travesseiro para minimizar o efeito da tosse</p><p>(tensão muscular) no local onde ficarão os pontos cirúrgicos.</p><p>O ensino do paciente é o componente vital da experiência cirúrgica. O ensino pré-operatório do</p><p>paciente pode ser feito por conversas, discussão, recursos audiovisuais, demonstrações e</p><p>demonstrações pelo próprio paciente. Tem por objetivo ajudá-lo a compreender a experiência</p><p>cirúrgica para diminuir sua ansiedade e promover sua recuperação plena após a operação e</p><p>anestesia.</p><p>- Respiração Diafragmática – este é o tipo de respiração no qual a cúpula diafragmática achata-</p><p>se durante a inspiração, o que resulta em abaulamento do andar superior do abdome à medida</p><p>que o ar entra no tórax. Na expiração, os músculos abdominais e o diafragma relaxam. Esta é</p><p>uma técnica de relaxamento eficaz;</p><p>- Espirometria de Incentivo – no pré-operatório, o paciente faz uso de um espirômetro para</p><p>medir as inspirações profundas (ar inspirado) durante a realização de um esforço máximo. A</p><p>medida pré-operatória transforma-se no objetivo a ser atingido, assim que possível, após a</p><p>operação;</p><p>- Tosse – a tosse promove a retirada de secreções do tórax;</p><p>- Mobilização – as mudanças de posição do decúbito dorsal para o lateral (e vice-versa)</p><p>estimulam a circulação, incentivam a inspiração mais profunda e aliviam as zonas de</p><p>compressão;</p><p>- Exercícios para o pé e a perna – a mobilização das pernas melhora a circulação e o tônus</p><p>muscular.</p><p>Em relação aos exames pré-operatórios básicos temos o hemograma, EAS, Raios-X de tórax AP</p><p>e Perfil, Eletrocardiograma, e, após estes exames estarem concluídos, o risco cirúrgico que é</p><p>realizado pelo cardiologista.</p><p>O risco cirúrgico é similar ao anestésico (ASA), a saber:</p><p>ASA 1 - paciente sadio;</p><p>ASA 2 – paciente com doença sistêmica leve;</p><p>ASA 3 – paciente com doença sistêmica severa;</p><p>ASA 4 – paciente com doença sistêmica severa que é constante risco de vida;</p><p>ASA 5 – paciente em risco iminente de vida e que irá evoluir ao êxito letal se o procedimento</p><p>cirúrgico não for realizado;</p><p>ASA 6 – doação de órgãos em paciente com morte cerebral constatada.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>O PREPARO PARA A CIRURGIA objetiva remover possíveis fontes de infecção e preparar o</p><p>paciente para a operação. Em geral, inicia-se no dia anterior da cirurgia e vai até o momento da</p><p>entrada do paciente no Centro Cirúrgico. É a fase conhecida como Pré-Operatória Imediata (a</p><p>fase Pré-Operatória Mediata vai da marcação da cirurgia até o início desta fase).</p><p>1) Proceder a tricotomia da área operatória, se indicada. Esta técnica é controversa pelo risco</p><p>de causar pequenas lesões cutâneas que servirão como porta de entrada de microorganismos.</p><p>Recomenda-se que, se necessária, seja realizada dentro do centro cirúrgico, o mais próximo da</p><p>cirurgia possível;</p><p>2) Fazer a lavagem intestinal à noite, quando necessário. A preparação do intestino é primordial</p><p>para a cirurgia intestinal, porque as bactérias que escapam podem invadir os tecidos adjacentes</p><p>e provocar sepse. Para as demais cirurgias o preparo intestinal visa prevenir a evacuação na</p><p>sala cirúrgica após o efeito anestésico geral ter se instalado, com o consequente relaxamento de</p><p>esfíncteres. Os agentes antimicrobianos orais (neomicina, por exemplo) suprimem a potente flora</p><p>intestinal. Os enemas são realizados para remover todo bolo fecal macroscópico. Não se deve</p><p>realizar mais de três enemas, pois existe risco real de desequilíbrio hidroeletrolítico;</p><p>3) Iniciar jejum, conforme prescrição médica, após o jantar. Normalmente suspende-se a</p><p>ingestão de água de 8 a 10 horas antes da cirurgia. O jejum previne a broncoaspiração do</p><p>conteúdo gástrico após a indução anestésica.</p><p>4) Pele – é ideal que o paciente tome banho com um sabão bacteriostático no dia da cirurgia. Se</p><p>solicitada, a tricotomia deve ser feita o mais próximo possível do momento da operação. Quanto</p><p>maior o intervalo entre a tricotomia e a operação, maior a incidência de infecção da ferida</p><p>cirúrgica no pós-operatório;</p><p>PÓS-OPERATÓRIO</p><p>O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total</p><p>recuperação.</p><p>Classificação:</p><p>Pós-operatório imediato (POI) - até as 24 horas posteriores à cirurgia;</p><p>Pós-operatório mediato (POM) - após as 24 horas posteriores à cirurgia até 7 dias depois;</p><p>Pós-operatório tardio (POT) - após 7 dias do recebimento da alta.</p><p>Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são identificar, prevenir e tratar os problemas</p><p>comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite pós-entubação</p><p>traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise, com a finalidade de</p><p>restabelecer o seu equilíbrio.</p><p>Idealmente, todos os clientes em situação de POI devem ser encaminhados da SO para a RPA</p><p>e sua transferência para a enfermaria ou para a UTI só deve ocorrer quando o anestesista</p><p>considerar sua condição clínica satisfatória.</p><p>A RPA é a área destinada à permanência preferencial do cliente imediatamente após o término</p><p>do ato cirúrgico e anestésico, onde ficará por um período de uma a seis horas para prevenção</p><p>ou tratamento de possíveis complicações. Neste local aliviará a dor pós-operatória e será</p><p>assistido até a volta dos seus reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação da</p><p>consciência.</p><p>Considerando tais circunstâncias, este setor deve possuir equipamentos, medicamentos e</p><p>materiais que atendam a qualquer situação de emergência, tais como:</p><p>a) Equipamentos básicos: cama/ maca com grades laterais de segurança e encaixes para</p><p>suporte de solução, suporte de solução fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar</p><p>comprimido, aspirador a vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco, oxímetro de</p><p>pulso, esfignomanômetro, ventiladores mecânicos, carrinho com material e medicamentos de</p><p>emergência;</p><p>b) Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas de aspiração, luvas</p><p>esterilizadas, luvas de procedimentos, medicamentos, frascos de solução, equipos de solução e</p><p>de transfusão sanguínea, equipos de PVC (pressão venosa central), material para sondagem</p><p>vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras, termômetro, material de coleta para exames e</p><p>outros porventura necessários.</p><p>Cuidados de enfermagem no pós-operatório imediato (POI):</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Este período é considerado crítico, considerando-se que o cliente estará, inicialmente, sob</p><p>efeito da anestesia geral, raquianestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-</p><p>se bastante vulnerável às complicações. Assim, é fundamental que a equipe de enfermagem</p><p>atue de forma a restabelecer-lhe as funções vitais, aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-</p><p>operatórios (náuseas, vômitos e distensão abdominal), manter-lhe a integridade da pele e</p><p>prevenir a</p><p>01</p><p>BIBLIOGRAFIA BÁSICA</p><p>MOURA, Maria L. P. de A. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação pós-anestésica. São Paulo: Senac,</p><p>2000.</p><p>CARVALHO, R de; BIANCHI, E. R. F. (orgs). Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. São Paulo: Manole,</p><p>2007. (Série Enfermagem).</p><p>SMITH, Nancy E., TIMBY, Barbara K. Enfermagem médico-cirúrgica. São Paulo: Manole, 2005.</p><p>BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR</p><p>SANTOS, Nívea C. M. Enfermagem na prevenção e controle da infecção hospitalar. São Paulo: Iátria, 2003.</p><p>SPRINGHOUSE CORPORATION. Enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.</p><p>STOCHERO, Oneide. Enfermagem em centro cirúrgico ambulatorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.</p><p>Martins, Herlon Saraiva. Damasceno, Maria Cecília de Toledo. Awada, Soraia Barakat. Pronto-Socorro Diagnóstico</p><p>e Tratamento deEmergências-2ª Edição Revisada e Ampliada. Barueri. Editora Manole. 2008</p><p>Palomo, Jurema da Silva Herbas. Enfermagem em Cardiologia: cuidados avançados. Raruei. São Paulo Ed</p><p>Manole. 2007</p><p>______________________________________________</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>CRONOGRAMA</p><p>O programa deve ser dividido em unidades e subunidades e o número total de aulas distribuído, mencionando</p><p>os dias em que serão lecionadas.</p><p>Semana Data</p><p>N° de</p><p>aulas</p><p>Unidade Conteúdos /Avaliações</p><p>1 10/02 4</p><p>Apresentação</p><p>Avaliação Diagnóstica</p><p>2 17/02 I</p><p>UNIDADE I: O AMBIENTE DO CENTRO CIRÚRGICO E CENTRAL DE MATERIAL E</p><p>ESTERILIZAÇÃO</p><p>1.1 - Evolução organizacional e estrutural do centro cirúrgico e central de material e</p><p>esterilização.</p><p>3 24/02 CARNAVAL</p><p>4 02/03</p><p>1.2 - Estrutura física, material, instrumentais e tecnologias no Centro Cirúrgico;</p><p>1.3 - Estrutura física e material da central de material e Esterilização.</p><p>1.4 - Aspectos emocionais da equipe de Enfermagem que trabalha em Centro</p><p>Cirúrgico.</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº 01</p><p>1-RDC PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO, ELABORAÇÃO E</p><p>AVALIAÇÃO DE PROJETOS FISICOS DE</p><p>ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE</p><p>3-RDC – CENTRO CIRURGICO</p><p>5 09/03 II</p><p>UNIDADE II: A ENFERMAGEM NO PERÍODO TRANSOPERATÓRIO.</p><p>2.1 - Principais conceitos utilizados no período trans operatório.</p><p>2.2 - Diferentes formas de implementação dos passos para a sistematização da</p><p>assistência de enfermagem no período intra-operatório, segundo NANDA.</p><p>2.3 - Humanização da assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico.</p><p>2.4 - Dilemas da equipe cirúrgica: conhecimento científico x Humanização da</p><p>assistência;</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>16-POP DE ADMISSÃO NA CLNICA CIRURGICA</p><p>17-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM PRÉ –</p><p>OPERATORIO</p><p>22-POP DE PREPARO DA SALA OPERATORIA</p><p>21-POP DE ADMISSÃO DO PACIENTE NO CENTRO</p><p>CIRUGICO</p><p>6 16/03</p><p>2.5 - Dilemas do Paciente cirúrgico: Medo, dor, assistência despersonalizada;</p><p>2.6 - Caracterização dos dilemas dos profissionais de enfermagem e dos clientes na</p><p>busca da excelência na assistência de Enfermagem;</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>18-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM TRANS –</p><p>OPERATORIO</p><p>19-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM PÓS –</p><p>OPERATORIO</p><p>23-POP DE DESMONTAGEM DA SALA OPERATÓRIA</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>24-POP DE LIMPEZA TERMINAL DA SALA OPERATORIA</p><p>25-POP DE ENCAMINHAMENTO DE PEÇA ANATOMICA</p><p>7 23/03 RESERVADO PARA O TÉRMINO DO CONTEÚDO</p><p>8 30/03</p><p>2.7 - Princípios de degermação cirúrgica (lavagem /escovação das mãos) no controle</p><p>de infecção cirúrgica;</p><p>2.8 - Princípios da paramentação cirúrgica adequada da equipe.</p><p>2.9 - Preparo do sítio cirúrgico.</p><p>2.10 - Preparo do material cirúrgico;</p><p>AULA NO LABORATÓRIO</p><p>9 06/04</p><p>2.11 - Posicionamento adequado cirúrgico e suas implicações para a enfermagem;</p><p>2.12 - Segurança do paciente no trans operatório.</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>26-POP DE HEMODERIVADOS EM CENTRO CIRURGICO</p><p>28- POP DE REALIZAÇÃO DE CURATIVO CIRURGICO</p><p>27-POP DE USO DE SOLUÇÕES DE ESTERELIZAÇÃO NO</p><p>CENTRO CIRURGICO</p><p>10 13/04</p><p>1ª AVALIAÇÃO P1 – OBS as RDCs; POPs; aulas e material de apoio serão</p><p>conteúdo de AVALIAÇÃO</p><p>11 20/04</p><p>2.13 - Evolução do processo anestésico;</p><p>2.14 - Diferentes formas de anestesias: Anestesia Geral, Anestesia Regional e</p><p>anestesia local e suas implicações para a enfermagem.</p><p>2.15 - Princípios da recuperação pós anestésico;</p><p>2.16 - O ambiente da sala de recuperação pós anestésicos (RPA);</p><p>2.17 - Diferentes formas de avaliação do nível de consciência do cliente na RPA;</p><p>2.18 - Formas avaliação do cliente para alta da RPA através da escala de Índice de</p><p>Aldrete e Kroulik.</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>20-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM RPA</p><p>12 27/04 III</p><p>UNIDADE III: CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO.</p><p>3.1 - Tipos de CME e suas dinâmicas de funcionamento;</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>2- RDC DE PRÁTICA DE PROCESSAMENTO DE PRODUTOS</p><p>PARA A SAÚDE</p><p>7-POP DE CME</p><p>8-POP DE LIMPEZA DO INSTRUMENTAL</p><p>9-POP DE PREPARO DE ARTIGOS</p><p>10-POP DE ESTERELIZAÇÃO</p><p>11-POP DE PROCESSAMENTO DE CONSIGNADO</p><p>13 04/05</p><p>3.2 - Fluxo de circulação da CME;</p><p>3.3 - Classificação de artigos médico hospitalares: Artigo crítico; Artigo semicrítico;</p><p>Artigo não crítico.</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>4-RDC DE LAVANDERIA</p><p>5-RDC DE LIXO INFECTADO</p><p>6-RDC DE ÁGUA DE USO NA CME</p><p>12-POP DE TESTE BOWIE DICK</p><p>13-POP DE PROCESSAMENTO DE ESTERELIZAÇÃO A VAPOR</p><p>SATURADO</p><p>14 11/05 RESERVADO PARA O TÉRMINO DO CONTEÚDO</p><p>15 18/05</p><p>3.4 - Formas de Limpeza e desinfecção de artigos hospitalares.</p><p>3.5 - Tipos de esterilização utilizados em ambientes hospitalares; Tipos de autoclave</p><p>3.6 - Preparo, esterilização e acondicionamento de materiais cirúrgicos;</p><p>3.7 - Tipos de esterilização utilizada em escala industrial;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>14-POP DE CONTROLE DA ESTERELIZAÇÃO COM INDICADOR</p><p>BIOLÓGICO</p><p>15-POP DE ARMAZENAMENTO DE ARTIGOS</p><p>ESTERELIZADOS</p><p>16 25/05</p><p>3.8 - Formas e importância do Controle químico e biológico do processo de</p><p>esterilização.</p><p>APRESENTAÇÃO do TRABALHO nº</p><p>29- POP DE RETIRADA DE PONTOS</p><p>30- POP DE AVALIAÇÃO DE PACIENTE NO SETOR DE</p><p>PEQUENA CIRURGIA</p><p>17 01/06 DEFESA DE PROJETO INTEGRADOR</p><p>18 08/06 RESERVADO PARA O TÉRMINO DO CONTEÚDO</p><p>19 15/06</p><p>2ª AVALIAÇÃO P2 - OBS as RDCs; POPs; aulas e material de apoio serão</p><p>conteúdo de AVALIAÇÃO</p><p>20 22/06</p><p>22 A 24/06 AVALIAÇÃO REPOSITIVA DE P1; P2 –</p><p>OBS: todo conteúdo do semestre</p><p>26 A 02/07 EXAMES - OBS: todo conteúdo do semestre</p><p>21 29/06 26 A 02/07 EXAMES - OBS: todo conteúdo do semestre</p><p>22 06/07 ENCERRAMENTO</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>Atividades para ser apresentadas nas datas estipuladas no plano de ensino.</p><p>Deverá ser entregue uma cópia do trabalho para o professor, outra para a turma.</p><p>As datas não serão trocadas, caso falte por motivos particulares, não terá os 02(dois)</p><p>pontos para ser somado na segunda avaliação, caso haja necessidade, para atingir a média.</p><p>Contudo, o trabalho escrito terá que ser entregue. Caso o trabalho escrito não for</p><p>entregue, será retirado 02(dois) pontos na avaliação de P2. As apresentações serão orais.</p><p>1-RDC PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO, ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE</p><p>PROJETOS FISICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE</p><p>2- RDC DE PRÁTICA DE PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE</p><p>3-RDC – CENTRO CIRURGICO</p><p>4-RDC DE LAVANDERIA</p><p>5-RDC DE LIXO INFECTADO</p><p>6-RDC DE ÁGUA DE USO NA CME</p><p>7-POP DE CME</p><p>8-POP DE LIMPEZA DO INSTRUMENTAL</p><p>9-POP DE PREPARO DE ARTIGOS</p><p>10-POP DE ESTERELIZAÇÃO</p><p>11-POP DE PROCESSAMENTO DE CONSIGNADO</p><p>12-POP DE TESTE BOWIE</p><p>ocorrência de infecções.</p><p>Ao receber o cliente na RPA, UTI ou enfermaria, a equipe deve tranquilizá-lo, informá-lo onde se</p><p>encontra e perguntar-lhe se sente alguma anormalidade e/ou desconforto. Se o cliente estiver</p><p>sonolento ou aparentemente inconsciente, não devem ser feitos comentários indevidos, pois sua</p><p>audição pode estar presente.</p><p>Atualmente, alguns clientes em situação de POI passam as primeiras horas na UTI, não por</p><p>apresentarem complicações, mas para evitá-las, especialmente os idosos, diabéticos e/ou</p><p>cardiopatas.</p><p>Deve-se ler atentamente o seu prontuário, o qual deverá conter informações sobre o tipo de</p><p>anestesia, anestésico recebido, cirurgia realizada, intercorrências e recomendações especiais.</p><p>Os frascos de solução, sangue e derivados devem ser postos no suporte e realizados o controle</p><p>de gotejamento e dos líquidos infundidos e eliminados pelas sondas, drenos e cateteres os quais</p><p>deverão estar conectados às extensões e fixados no leito ou outro local adequado.</p><p>Para os clientes submetidos à anestesia geral, recomenda-se o decúbito dorsal horizontal sem</p><p>travesseiro, com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito (caso ocorra). Para os</p><p>clientes com sonda nasogástrica (SNG), indica-se a posição semi-fowler, para prevenir a</p><p>ocorrência de esofagite de refluxo. Visando evitar a queda dos clientes sonolentos, confusos e/ou</p><p>agitados devido à ação dos anestésicos, as grades da cama devem ser mantidas elevadas.</p><p>Normalmente, o cliente apresenta-se hipotérmico ao retornar da SO, em vista da ação</p><p>depressora do sistema nervoso provocada pelo anestésico. A primeira conduta é aquecê-lo com</p><p>cobertores, fechar as janelas, ligar o aquecedor de ambiente e controlar sua temperatura com</p><p>maior frequência. É absolutamente contra-indicada a aplicação de bolsa de água quente, pelo</p><p>risco de surgirem queimaduras causadas pela diminuição da sensibilidade dolorosa.</p><p>Na RPA, na primeira hora o controle dos sinais vitais é realizado de 15 em 15 minutos; se estiver</p><p>regular, de 30 em 30 minutos. Mantida a regularidade do quadro, o tempo de verificação do</p><p>controle deve ser espaçado para 1/1h, 2/2h, e assim por diante.</p><p>Nos cuidados com o curativo, observar se o mesmo está apertado demais ou provocando edema</p><p>no local; se está frouxo demais ou se desprendendo da pele; ou se apresenta sujo de sangue, o</p><p>que indica sangramento ou hemorragia. Nestas situações, a equipe de enfermagem solicita</p><p>avaliação médica ou refaz o curativo, mantendo uma maior vigilância sobre o cliente que</p><p>apresenta sangramento.</p><p>Quando o cliente está com os reflexos presentes, sinais vitais estabilizados, drenos e sondas</p><p>funcionantes, recebe alta médica da RPA e é encaminhado para a unidade de internação. No</p><p>tocante à ansiedade e agitação apresentada por alguns clientes, a equipe de enfermagem pode</p><p>diminuir seus receios dizendo-lhes onde se encontram, perguntando-lhes o que os está</p><p>incomodando ou tranquilizando-os mediante aplicação de analgésicos ou tranquilizantes.</p><p>Com relação aos clientes agitados, a contenção dos mesmos ao leito só deve ocorrer após terem</p><p>sido realizadas várias tentativas para acalmá-los (orientação, mudança de posicionamento,</p><p>oferecer óculos e/ou aparelho de audição, dentre outras estratégias). A decisão pela restrição</p><p>deve basear-se na real necessidade do cliente, e não por ser à medida que diminuirá o trabalho</p><p>da equipe de enfermagem. Após a sua adoção, não se deve esquecer que o cliente sob restrição</p><p>permanece sendo um ser humano que necessita ser confortado, tranquilizado e receber os</p><p>adequados cuidados de enfermagem, incluindo avaliação constante da necessidade de</p><p>manutenção da restrição.</p><p>Após os cuidados recebidos, devem ser registrados, pela enfermagem, dados como o tipo de</p><p>anestesia, a cirurgia realizada, o horário de chegada, as condições gerais do cliente, a presença</p><p>de drenos, soluções venosas, sondas, cateteres e a assistência prestada.</p><p>A ocorrência de complicações no pós-operatório implica piora do quadro clínico do cliente,</p><p>aumento o período de recuperação cirúrgica e, em alguns casos, até mesmo o óbito. Por isso, é</p><p>vital que a prevenção, identificação e imediata intervenção sejam realizadas o mais</p><p>precocemente possível. Geralmente, as complicações mais comuns são:</p><p>✓ Alteração da Temperatura Corporal</p><p>Como as alterações térmicas levam as alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório,</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>recomenda-se que os sinais vitais também recebam idêntica frequência de controle o qual</p><p>possibilita a identificação precoce do choque, que é a intercorrência mais grave, muitas vezes</p><p>fatal. Assim, estes controles devem ser realizados até que o cliente estabilize suas condições</p><p>físicas.</p><p>A cirurgia provoca no cliente um período de instabilidade orgânica que pode se manifestar pela</p><p>alteração de temperatura (hipertermia ou hipotermia).</p><p>a) Hipotermia:</p><p>O paciente pode apresentar hipotermia devido à baixa temperatura da SO, administração de</p><p>líquidos gelados, feridas ou cavidades abertas e diminuição da atividade muscular. Para corrigir</p><p>essa intercorrência, administrar soluções mornas e trocar os campos molhados por outros secos,</p><p>já que os tecidos molhados promovem a perda de calor, o cliente deve ser agasalhado e sua</p><p>temperatura monitorada.</p><p>b) Hipertermia:</p><p>Na hipertermia, a equipe de enfermagem pode retirar os cobertores, resfriar o ambiente, aplicar</p><p>compressas frias nas regiões da fronte, axilar e inguinal e administrar antitérmico, de acordo com</p><p>a prescrição;</p><p>A febre pré-operatória deve-se geralmente a infecção pré-existente, a reações a drogas ou</p><p>transfusões, ou hipertermia maligna, uma grave complicação anestésica.</p><p>A hipertermia maligna resulta da reação a anestésicos inalatórios ou a succinilcolina (bloqueador</p><p>neuromuscular), com elevação acentuada da temperatura central (até 42ºC), alcalose</p><p>metabólica, hipercalemia, disritmia ventricular, taquicardia e hipotensão grave. A cirurgia e a</p><p>anestesia devem ser interrompidas, e iniciadas a administração de Dantrolene, além de</p><p>resfriamento ativo do paciente e correção dos distúrbios eletrolíticos.</p><p>✓ Alterações neurológicas</p><p>a) Dor: O estado neurológico do cliente pode ser afetado pela ação do anestésico, do ato</p><p>cirúrgico ou de um posicionamento inadequado na mesa cirúrgica. Por isso, a equipe de</p><p>enfermagem deve observar o nível de consciência e as funções motora e sensitiva. Quando o</p><p>cliente apresentar quadro de confusão mental ou agitação, pesquisar se isto não está sendo</p><p>provocado pela dor que surge na medida em que a ação do anestésico vai sendo eliminada pelo</p><p>organismo. Confirmando-se a dor, medicá-lo conforme prescrição médica. A dor mais comum é</p><p>a que ocorre na região alvo da cirurgia, a qual diminui gradativamente com o passar do tempo</p><p>Mesmo que o cliente não relate dor intensa, a administração da medicação é importante</p><p>para prevenir a sensação dolorosa mais intensa e contínua.</p><p>É importante lembrar que a analgesia precoce ajuda o cliente a se movimentar sem grandes</p><p>restrições, o que auxilia e agiliza sua efetiva recuperação.</p><p>Outra dor bastante comum é a cefaleia pós-raquianestesia, causada pela saída de líquor</p><p>durante a punção lombar realizada para a introdução do anestésico. O cliente, ao elevar a</p><p>cabeça, pode apresentar cefaleia intensa o que também pode ocorrer mais tardiamente, entre o</p><p>2° e 7° dias após a punção. Nessas circunstâncias, recomenda-se hidratação adequada por VO</p><p>e/ou EV, bem como os analgésicos prescritos.</p><p>b) Sonolência</p><p>A sonolência é uma característica muito frequente no cliente cirúrgico. Assim, a certificação do</p><p>seu nível de consciência deve ser sempre verificada mediante alguns estímulos (perguntas,</p><p>estímulo tátil) e as alterações comunicadas o mais rapidamente possível, pois podem indicar</p><p>complicações graves como, por exemplo, hemorragia interna.</p><p>c) Soluço</p><p>Os soluços são espasmos intermitentes do diafragma, provocados pela irritação</p><p>do nervo frênico.</p><p>No pós-operatório, suas causas mais comuns são: a distensão abdominal e a hipotermia. No</p><p>mais, os soluços terminam espontaneamente ou por condutas simples. Uma delas é eliminar as</p><p>causas pela aspiração ou lavagem gástrica (na distensão abdominal), deambulação,</p><p>aquecimento do cliente hipotérmico e mudança de decúbito. Outras, orientar o cliente para</p><p>inspirar e expirar em um saco de papel, porque o dióxido de carbono diminui a irritação nervosa;</p><p>ou administrar-lhe metoclopramida (Plasil®) de acordo com a prescrição médica.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>✓ Complicações pulmonares:</p><p>As complicações respiratórias estão entre as mais frequentes nos pacientes cirúrgicos. Tem</p><p>impacto importante na mortalidade no pós-operatório. Dentre os vários fatores responsáveis por</p><p>esta elevada incidência, destacam-se as incisões abdominais altas e torácicas (hipoventilação</p><p>reflexa pela dor), que podem comprometer em até 50% a função pulmonar, a anestesia, que leva</p><p>as alterações na ventilação e nos reflexos como à tosse, e a presença de co-morbidades, como</p><p>tabagismo e DPOC.</p><p>a) atelectasia - é a complicação pulmonar mais freqüente, decorrente do colapso alveolar</p><p>segmentar. O quadro clínico pode ser discreto com febre baixa e desconforto respiratório; em</p><p>alguns casos, o paciente não apresenta nem mesmo tosse produtiva.</p><p>b) pneumonia - no pós-operatório ocorre com relativa frequência e com significativa morbi-</p><p>mortalidade. O quadro clínico é bem conhecido, com febre e tosse produtiva.</p><p>c) broncoaspiração - no paciente cirúrgico ocorre mais frequentemente durante a indução</p><p>anestésica. A aspiração do conteúdo gástrico leva a uma verdadeira “queimadura química”</p><p>(Síndrome de Mendelson) com processo inflamatório agudo, geralmente com repercussão</p><p>respiratória grave (febre, dispneia, sibilos e hipoxemia)</p><p>Como algumas complicações instalam-se bruscamente, faz-se necessário que a equipe de</p><p>enfermagem mantenha material de oxigenação pronto para o uso emergencial: material de</p><p>aspiração de secreção, nebulizadores, cateter de oxigênio, balão auto-inflável tipo ambu com</p><p>intermediários, máscaras de diversos tamanhos e material de intubação (laringoscópio, sondas</p><p>endotraqueais de diversos calibres, mandril).</p><p>As ações da equipe de enfermagem priorizam a prevenção das complicações pulmonares pelo</p><p>reconhecimento precoce dos sinais e sintomas (cianose, dispneia, tiragem intercostal,</p><p>batimentos de asa de nariz, agitação), movimentação e deambulação precoces, lateralização da</p><p>cabeça do cliente com vômito e não infusão de soluções endovenosas pelos membros inferiores</p><p>para evitar a formação de trombos e embolia pulmonar.</p><p>Normalmente, a causa dessas complicações é o acúmulo de secreções brônquicas, cuja</p><p>remoção pode ser favorecida pela fluidificação. A expectoração é o meio natural de expeli-las, o</p><p>que ocorre pela tosse. Assim, o cliente deve ser estimulado a hidratar-se, realizar os exercícios</p><p>respiratórios e não inibir a tosse.</p><p>Ao tossir, o cliente pode referir medo e dor. Para minimizar esta sensação, deve ser orientado</p><p>a colocar as mãos, com os dedos entrelaçados, sobre a incisão cirúrgica; ou utilizar-se de</p><p>um travesseiro, abraçando-o e expectorando no lenço de papel.</p><p>✓ Complicações urinárias</p><p>As mais frequentes são a infecção urinária e a retenção urinária (bexigoma). A infecção urinária</p><p>é geralmente causada por falhas na técnica de sondagem vesical e refluxo da urina. Como</p><p>sintomatologia o cliente apresenta hipertermia, disúria e alterações nas características da urina.</p><p>Visando minimizar a ocorrência de infecção urinária, deve-se manter a higiene íntima adequada</p><p>do cliente, bem como obedecer à técnica asséptica quando da passagem da sonda e sempre</p><p>utilizar extensões, conectores e coletores esterilizados com sistema fechado de drenagem.</p><p>No caso de retenção urinária, a equipe de enfermagem deve eliminar suas prováveis causas:</p><p>- Medicando o cliente contra a dor;</p><p>- Promovendo sua privacidade;</p><p>- Mudando-lhe de posição (se não houver contra-indicação);</p><p>- Avaliando a presença de dobraduras e grumos nas extensões das sondas e drenos nas</p><p>proximidades da bexiga.</p><p>Se essas medidas não surtirem efeito, realizar higiene íntima com água morna, aquecer e relaxar</p><p>o abdome pela aplicação de calor local e realizar estimulação pelo ruído de uma torneira aberta</p><p>próxima ao leito. Caso o cliente não consiga urinar depois de tentados estes métodos, deve-se</p><p>comunicar tal fato à enfermeira e/ou médico, e discutir a possibilidade da passagem de uma</p><p>sonda de alívio.</p><p>✓ Complicações gastrintestinais</p><p>a) Náuseas e vômitos</p><p>Os efeitos colaterais dos anestésicos e a diminuição do peristaltismo ocasionam distensão</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>abdominal, acúmulo de líquidos e restos alimentares no trato digestivo; em consequência, o</p><p>cliente pode apresentar náuseas e vômito.</p><p>Na presença de náuseas, os clientes sem sonda nasogástrica devem ser colocados em decúbito</p><p>lateral ou com a cabeça lateralizada para facilitar a drenagem do vômito pela boca. Nos clientes</p><p>com sonda nasogástrica, abrir a sonda e, mantendo-a aberta, proceder à aspiração para esvaziar</p><p>a cavidade gástrica.</p><p>Geralmente, faz-se necessário medicá-lo com antieméticos, passar a sonda nasogástrica</p><p>(mantendo-a aberta) e aspirar mais frequentemente o conteúdo gástrico, de acordo com as</p><p>orientações da enfermeira e/ou médico. Posteriormente, anotar a intercorrência e as</p><p>providências adotadas.</p><p>A dieta é introduzida de forma gradativa nos clientes, desde que não apresentem náuseas,</p><p>vômitos ou distensão abdominal, ou de acordo com as condições de aceitação. A equipe de</p><p>enfermagem deve estar atenta quanto à ingestão de líquidos, por ser esta uma das formas de</p><p>reposição das perdas líquidas ocorridas na cirurgia, devidas principalmente ao sangramento.</p><p>b) Constipação intestinal</p><p>A constipação intestinal ocorre quando há diminuição do peristaltismo provocada pelo efeito</p><p>colateral do anestésico, imobilidade prolongada no leito, quadro inflamatório, exposição e</p><p>manipulação do intestino durante as cirurgias abdominais e o medo da dor. Como resultado,</p><p>ocorre retenção de fezes acompanhada ou não de dor, desconforto abdominal e flatulência.</p><p>c) Sede</p><p>Provocada pela ação inibidora da atropina, perdas sanguíneas e de líquidos pela cavidade</p><p>exposta durante o ato operatório, sudorese e hipertermia. A equipe de enfermagem deve</p><p>observar a presença de sinais de desidratação (alteração no turgor da pele e da PA e diminuição</p><p>da diurese), manter a hidratação por via oral e, nos clientes impossibilitados de hidratar-se por</p><p>via oral, umidificar os lábios e a boca, realizar higiene oral e manter hidratação endovenosa.</p><p>d) Obstrução Intestinal</p><p>A obstrução intestinal é uma interrupção no fluxo normal do conteúdo intestinal ao longo do trato</p><p>intestinal. Pode ser uma obstrução mecânica (um bloqueio físico à passagem do conteúdo</p><p>intestinal, sem afetar o suprimento sanguíneo do intestino. Pode ocorrer por invaginarão, volvo</p><p>ou hérnia inguinal.), íleo paralítico (a peristalse é ineficaz devido à atividade motora diminuída,</p><p>talvez por causa do distúrbio tóxico ou traumático do sistema nervoso autônomo. Não existe</p><p>obstrução física nem há o comprometimento do suprimento sanguíneo. Desaparece de maneira</p><p>espontânea depois de dois a três dias. As causas são: lesões raquimedulares, período pós-</p><p>operatório de cirurgias abdominais, peritonite, pneumonia, deiscência de sutura.) e</p><p>estrangulamento (a obstrução compromete o aporte sanguíneo, levando à gangrena da parede</p><p>intestinal.). A fisiologia fica alterada diante destes problemas: ocorre o aumento da peristalse,</p><p>distensão por líquidos e gases, bem como crescimento bacteriano próximo a obstrução. Com o</p><p>tempo estas bactérias e toxinas atravessam as membranas intestinais e levam ao quadro de</p><p>peritonite. O paciente apresente febre,</p><p>irritação peritoneal, leucocitose, toxemia e choque além</p><p>de vômitos fecalóides nos casos mais graves. As ações de enfermagem devem preconizar: não</p><p>liberar a dieta do paciente (mesmo que a prescrição médica assim o determine) sem a ausculta</p><p>do som intestinal. Esta ação é determinante para se saber se houve o retorno do peristaltismo</p><p>intestinal. Caso a dieta seja liberada e não haja o trânsito intestinal ocorrerá uma irritação grave</p><p>das alças intestinais; corrigir os desequilíbrios hidroeletrolíticos; aspirar sonda nasogástrica;</p><p>tratar o choque e a peritonite; corrigir a nutrição do paciente através da NPT, caso seja necessário</p><p>e cirurgia para desobstrução; Aliviar a dor (evitando os opiáceos que inibem a motilidade GI),</p><p>realizar balanço hídrico.</p><p>✓ Complicações vasculares</p><p>a) Hipertensão arterial:</p><p>A hipertensão arterial sistêmica afeta um grande número de pacientes. Uma pressão diastólica</p><p>superior a 110 mmHg constitui-se em risco para o surgimento de complicações cardíacas no Peri</p><p>operatório, além de estar implicada em rotura de anastomoses vasculares, AVC isquêmico,</p><p>arritmias e insuficiência renal.</p><p>A melhor maneira de se controlar a hipertensão pré-operatória é o controle adequado da PA no</p><p>pré-operatório de indivíduos hipertensos. As medicações anti-hipertensivas utilizadas no</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>tratamento crônico devem ser mantidas até o dia da cirurgia.</p><p>A correção da dor, da hipóxia e da sobrecarga volêmica é importante na hipertensão Peri-</p><p>operatória.</p><p>b) Hipotensão arterial:</p><p>A hipotensão arterial é a complicação precoce mais frequentemente encontrada nas pessoas</p><p>submetidas à raquianestesia, devendo ser corrigida com hidratação rigorosa pela via EV,</p><p>mantendo-se o cliente na posição de Tredelemburg para melhorar o retorno venoso e</p><p>administrando-lhe oxigênio. A administração de medicamentos vasopressores está indicada</p><p>apenas quando outras medidas não conseguiram normalizaram a pressão arterial.</p><p>c) Trombose venosa:</p><p>- Sinais e sintomas mais comuns são vermelhidão e calor na região dos gastrocnêmios. A</p><p>pesquisa do sinal de Homans é positiva em 30% para o diagnóstico da TVP. Ela consiste em</p><p>solicitar a dorsoflexão do pé em que o paciente refere a dor. Se ao realizar o movimento o</p><p>paciente referir a dor o sinal é positivo. Neste caso o paciente é imediatamente colocado em</p><p>repouso absoluto, elevam-se os MMII, mas sem colocar coxins na região afetada. Prefere-se</p><p>elevar os pés da cama. Após esta conduta acionar os médicos para confirmação do diagnóstico</p><p>e tratamento da complicação.</p><p>A permanência prolongada no leito, associada à imobilidade após a cirurgia, provoca estase</p><p>venosa, predispondo o aparecimento de trombose, tromboflebite e embolia.</p><p>Quando o cliente muda de decúbito isto estimula sua circulação e a respiração mais</p><p>profunda, aliviando-lhe também as áreas de pressão. Portanto, para melhorar a circulação</p><p>dos membros inferiores (MMII) o cliente deve, só ou com ajuda, deitar-se em decúbito dorsal,</p><p>dobrar o joelho e levantar o pé; outro bom exercício é fazer com que movimente as articulações.</p><p>A mudança de decúbito a cada 2 ou 4 horas, com ou sem auxílio da equipe de enfermagem, bem</p><p>como a movimentação, realização de exercícios ativos no leito e início da deambulação o mais</p><p>precocemente possível são os cuidados recomendados para evitar a ocorrência de complicações</p><p>vasculares.</p><p>Não havendo contra-indicação, a partir do primeiro PO inicia-se a deambulação precoce. Para</p><p>prevenir a hipotensão postural, deve-se orientar o cliente para que não se levante bruscamente</p><p>do leito. Caso seja este seu desejo, deve, primeiramente, sentar-se no leito com as pernas para</p><p>baixo e, em seguida, ficar em pé, sempre com o auxílio de outra pessoa. Deve ainda ser orientado</p><p>para solicitar medicação analgésica caso a dor dificulte-lhe a movimentação, desestimulando-o</p><p>a levantar-se do leito.</p><p>✓ Cuidados e Complicações na ferida operatória</p><p>a) Hemorragia</p><p>A hemorragia pode ser externa, quando o sangramento é visível, ou interna, quando o</p><p>sangramento não é visível circunstância mais difícil de imediata identificação.</p><p>A hemorragia acontece mais frequentemente nas primeiras 24 horas após a cirurgia.</p><p>Dependendo da intensidade, o cliente apresentará sensação de desconforto, palidez intensa,</p><p>mucosa descorada, taquicardia, dispneia e choque hipovolêmico. No caso de hemorragia interna,</p><p>pode também referir dor.</p><p>As ações de enfermagem consistem em observar a presença de sangramento no curativo e/ou</p><p>roupas de cama. Qualquer sinal de aumento no sangramento deve ser comunicado com urgência</p><p>à enfermeira ou médico, para que sejam tomadas as devidas providências, pois, conforme o</p><p>caso, o cliente deverá ser preparado para uma possível revisão cirúrgica. Na ocorrência de</p><p>sangramento aumentado, a verificação dos sinais vitais é importante, pois pode indicar possível</p><p>choque hemorrágico.</p><p>b) Infecção da ferida cirúrgica:</p><p>ISC incisional superficial: acomete somente a pele e/ou o tecido celular subcutâneo. Era</p><p>anteriormente denominada de infecção de ferida cirúrgica.</p><p>ISC incisional profunda: envolve as camadas mais profundas, como a fáscia e os músculos.</p><p>São poupados os órgãos.</p><p>ISC de órgão ou cavidades: acomete qualquer região ou órgão manipulado durante a operação.</p><p>A infecção da ferida operatória caracteriza-se pela presença de secreção purulenta que varia de</p><p>clara inodora a pus espesso com odor fétido, com a presença ou não de necrose nas bordas da</p><p>ferida. Quando ocorre um processo inflamatório, normalmente os sintomas se manifestam entre</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>36 e 48 horas após a cirurgia, mas podem passar despercebidos devido à antibioticoterapia. A</p><p>equipe de enfermagem pode prevenir a infecção através de um preparo pré-operatório</p><p>adequado, utilização de técnicas assépticas, observação dos princípios da técnica de</p><p>curativo e alerta aos sinais que caracterizam a infecção.</p><p>Os clientes devem ser orientados quanto aos cuidados, durante o banho. Nas instituições onde</p><p>os curativos são trocados diariamente, o curativo pode ser retirado antes do banho, para que o</p><p>cliente possa lavar o local com água e sabão, e refeito logo após.</p><p>c) Deiscência</p><p>A deiscência é a abertura total ou parcial da incisão cirúrgica provocada por infecção,</p><p>rompimento da sutura, distensão abdominal, ascite e estado nutricional precário do cliente.</p><p>O tratamento da deiscência realiza-se mediante lavagem ou irrigação do local com solução</p><p>fisiológica, podendo haver a necessidade de o cliente revisar os pontos cirúrgicos.</p><p>A troca do curativo pode ou não ser atribuição da equipe de enfermagem e o tempo de</p><p>permanência dos curativos fechados depende da rotina da instituição ou da equipe médica.</p><p>Todos os curativos com saída de secreções (purulenta, sanguinolenta) devem ser do tipo</p><p>fechado; nos casos de sangramento, indica-se o curativo compressivo.</p><p>d) Drenos: cuidados necessários</p><p>Algumas cirurgias exigem a necessidade da colocação de drenos para facilitar o esvaziamento</p><p>do ar e líquidos (sangue, secreções) acumulados na cavidade. Assim, para que exerça</p><p>corretamente sua função o profissional deve ter a compreensão do que vem a ser dreno, bem</p><p>como suas formas e localizações. Dreno pode ser definido como um objeto de forma variada,</p><p>produzido em materiais diversos, cuja finalidade é manter a saída de líquido de uma cavidade</p><p>para o exterior.</p><p>De maneira geral, os cuidados de enfermagem são: manter a permeabilidade, visando garantir</p><p>uma drenagem eficiente; realizar o adequado posicionamento do dreno, evitando que ocorra</p><p>tração e posterior deslocamento; realizar o curativo conforme a necessidade e com o material</p><p>determinado para a prevenção de infecções; controlar a drenagem, atentando para a quantidade</p><p>e aspecto da secreção drenada, e registrar corretamente todos estes dados. Para melhor</p><p>entendimento, apresentaremos</p><p>a seguir alguns tipos de drenos, seu posicionamento, cuidados</p><p>específicos e em que tipos de cirurgia podem ser utilizados.</p><p>O sistema para drenagem fechada de feridas realiza a drenagem com o auxílio de uma leve</p><p>sucção (vácuo), sendo composto por uma extensão onde uma extremidade fica instalada na</p><p>cavidade e a outra em uma bolsa com o aspecto de sanfona. Seu manejo consiste em manter</p><p>essa sanfona com a pressão necessária para que a drenagem ocorra com mais facilidade. Este</p><p>sistema é utilizado principalmente para a drenagem de secreção sanguinolenta, sendo</p><p>amplamente utilizado nas cirurgias de osteossíntese, mastectomias, cirurgias de cabeça e</p><p>pescoço, entre outras.</p><p>Outra forma de drenagem fechada são os drenos com reservatório de Jackson-Pratt (JP), que</p><p>funciona com pressão negativa e diferencia-se do anterior por possuir a forma de pêra, sendo</p><p>comumente utilizado para cirurgias abdominais. O principal cuidado com esse tipo de dreno é a</p><p>correta manutenção do vácuo, obtido com a compressão do reservatório. Caso contrário, a</p><p>drenagem não será eficaz, podendo ocorrer acúmulo de secreção - o que provocaria no cliente</p><p>dor, desconforto e alterações dos seus sinais vitais, entre outras intercorrências.</p><p>Existem também os sistemas de drenagem aberta, nos quais o dreno mais utilizado é o de</p><p>Penrose, constituído por um tubo macio de borracha, de largura variada, utilizado principalmente</p><p>para cirurgias em que haja presença de abscesso na cavidade, particularmente nas cirurgias</p><p>abdominais, nas quais se posiciona dentro da cavidade, sendo exteriorizado por um orifício</p><p>próximo à incisão cirúrgica. Com relação aos cuidados de enfermagem, por se tratar de um</p><p>sistema aberto que deverá estar sempre protegido por um reservatório (bolsa) a manipulação</p><p>deve ser feita de maneira asséptica, pois existe a comunicação do meio ambiente com a</p><p>cavidade, o que possibilita a ocorrência de infecção e o profissional deve estar atento para a</p><p>possibilidade de exteriorização, o que não é incomum.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Ferimentos e sua Cicatrização</p><p>Um ferimento é a desregulação dos processos celulares do tecido; cicatrização da ferida é a</p><p>restauração desse equilíbrio. No entanto, a cicatrização da ferida pode, ou não, normatizar a</p><p>função celular.</p><p>Classificação dos Ferimentos quanto ao mecanismo da lesão:</p><p>a) Ferimentos incisos – feitos com um instrumento cortante, tal como a incisão cirúrgica com o</p><p>bisturi;</p><p>b) Ferimentos contusos – provocados por uma força que tipicamente pode ou não “cortar” a pele,</p><p>porém determina considerável lesão dos tecidos, com equimose e edema;</p><p>c) Lacerações – feitas por um objeto que faz os tecidos deslizarem e produz margens irregulares;</p><p>os exemplos incluem vidro, arame farpado e faca cega;</p><p>d) Ferimentos puntiformes – feitos por um instrumento pontiagudo, tal como furador de gelo,</p><p>projétil de arma de fogo e prego.</p><p>Classificação dos Ferimentos quanto ao grau de contaminação:</p><p>a) Limpo – ferimento asséptico, como na cirurgia, que não atinge os tratos alimentar, respiratório</p><p>ou geniturinário;</p><p>b) Limpo-contaminado – uma ferida feita de maneira asséptica, porém que penetra os tratos</p><p>respiratórios, alimentar ou geniturinário. Estes ferimentos têm probabilidade algo maior de</p><p>infectar do que os limpos;</p><p>c) Contaminado – ferimentos expostos a um número excessivo de bactérias. Estes ferimentos</p><p>podem ser abertos (por avulsão) ou feitos de maneira acidental, ou podem ser resultado de uma</p><p>cirurgia na qual ocorrem falhas importantes nas técnicas assépticas ou derrame grosseiro do</p><p>conteúdo do tubo digestivo;</p><p>d) Infectado – uma ferida que retém tecido desvitalizado ou que envolve uma infecção ou uma</p><p>víscera perfurada no pré-operatório. Estas feridas são deixadas abertas para drenarem.</p><p>Tipos de Cicatrização da Ferida:</p><p>a) Cicatrização por primeira intenção (união primária) – as feridas são assépticas, feitas com um</p><p>mínimo de lesão e reação do tecido. As margens da ferida são corretamente aproximadas com</p><p>pontos. O tecido de granulação não é visível, e a formação de cicatriz é tipicamente mínima</p><p>(ainda pode haver formação de queloide em pessoas sensíveis);</p><p>b) Cicatrização por segunda intenção (granulação) – as feridas abertas para cicatrizarem</p><p>instantaneamente ou fechadas cirurgicamente em uma data posterior, não precisam estar</p><p>infectadas. Ex: queimaduras, lesões traumáticas, úlceras e feridas infectadas por supuração;</p><p>c) Cicatrização por terceira intenção (fechamento primário retardado) – esse processo de</p><p>cicatrização ocorre quando a aproximação das bordas da ferida é intencionalmente retardada</p><p>três ou mais dias depois do ferimento ou cirurgia. Essas feridas podem exigir desbridamento e</p><p>usualmente necessitam de linha de sutura primária e secundária, como quando são usadas</p><p>suturas de retenção.</p><p>CURATIVO CIRÚRGICO</p><p>Observar se o mesmo está apertado demais ou provocando edema no local; se está frouxo</p><p>demais ou se desprendendo da pele; ou se apresenta sujo de sangue, o que indica sangramento</p><p>ou hemorragia.</p><p>A técnica de curativo cirúrgico segue a mesma linha de raciocínio de um curativo comum, ou</p><p>seja, não existe uma diferenciação nas duas técnicas. Devemos lembrar somente alguns</p><p>cuidados que se adequam ao paciente cirúrgico, a saber: 1) O curativo de feridas assépticas</p><p>(LIMPA) deve ser realizado de DENTRO para FORA, enquanto o curativo de feridas sépticas</p><p>(CONTAMINADAS) deve ser realizado de FORA PARA DENTRO. 2) Não friccionar para frente</p><p>e para trás a gaze em cima da incisão cirúrgica. O movimento de ver ser circular e contínuo,</p><p>trocando de gaze para cada lado da ferida. 3) O agente de limpeza da ferida deverá ser sempre</p><p>o soro fisiológico. Agentes antissépticos poderão ser utilizados na pele ao redor da ferida,</p><p>NUNCA dentro da mesma por serem tóxicos celulares e retardarem o processo cicatricial.</p><p>BIBLIOGRAFIA CONSULTADA</p><p>BRUNNER, L. SUDDART, D. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10ª ed Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara- Koogan, 2004.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>NETTINA, S.M. Prática de Enfermagem, 7ªed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2002.</p><p>POSSARI, J.F. Assistência de Enfermagem na Recuperação Pós-Anestésica (RPA), São</p><p>Paulo: Iátria, 2003.</p><p>SILVA, M.D. RODRIGUES, A. L. CESARETI, I.U. Enfermagem na unidade de centro cirúrgico.</p><p>2ª.ed. São Paulo: EPU, 1997.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>ANESTESIOLOGIA</p><p>Tipos de anestesia:</p><p>A anestesia é um estado de relaxamento, perda da sensibilidade e dos reflexos, de forma parcial</p><p>ou total, provocada pela ação de drogas anestésicas. Seu objetivo é evitar a dor e facilitar o ato</p><p>operatório pela equipe cirúrgica. Na anestesia geral ocorre, também, um estado de inconsciência.</p><p>O anestesista é o médico responsável em avaliar o cliente no pré-operatório, prescrever a</p><p>medicação pré-anestésica, administrar a anestesia, controlar as condições do cliente durante a</p><p>cirurgia e assistir o cliente na sala de recuperação pós-anestésica. As drogas anestésicas</p><p>podem produzir anestesia em todo o corpo (anestesia geral) ou em partes do mesmo (anestesias</p><p>local, raquiana e peridural).</p><p>a) Anestesia geral - administra-se o anestésico por via inalatória, endovenosa ou combinado</p><p>(inalatória e endovenosa), com o objetivo de promover um estado reversível de ausência de</p><p>sensibilidade, relaxamento muscular, perda de reflexos e inconsciência devido à ação de uma</p><p>ou mais drogas no sistema nervoso.</p><p>b) Raquianestesia - é indicada para as cirurgias na região abdominal e de membros inferiores,</p><p>porque o anestésico é depositado no espaço subaracnóide da região lombar, produzindo</p><p>insensibilidade aos estímulos dolorosos por bloqueio da condução nervosa.</p><p>c) Anestesia</p><p>peridural - o anestésico é depositado no espaço peridural, ou seja, o anestesista</p><p>não perfura a dura-máter. O anestésico se difunde nesse espaço, fixa-se no tecido nervoso e</p><p>bloqueia as raízes nervosas.</p><p>No momento da punção lombar para introduzir o anestésico, é comum o extravasamento de</p><p>líqüor e algumas pessoas podem apresentar cefaleia intensa no pós-operatório. Nesta</p><p>circunstância, devem ser orientadas quanto à importância de alguns cuidados no pós-operatório,</p><p>tais como uma boa hidratação e evitar levantar-se bruscamente do leito.</p><p>d) Anestesia local - infiltra-se o anestésico nos tecidos próximos ao local da incisão cirúrgica.</p><p>Utilizam-se anestésicos associados com a adrenalina, com o objetivo de aumentar a ação do</p><p>bloqueio por vasoconstrição e prevenir sua rápida absorção para a corrente circulatória. A</p><p>anestesia tópica está indicada para alívio da dor da pele lesada por feridas, úlceras e</p><p>traumatismos, ou de mucosas das vias aéreas e sistema geniturinário.</p><p>O ato anestésico requer atenção do circulante de sala, especialmente no momento de</p><p>posicionamento do cliente, transmitindo-lhe conforto e segurança, bem como facilitando o</p><p>procedimento para a equipe cirúrgica. O posicionamento do cliente relaciona-se com o tipo de</p><p>anestesia a ser aplicada:</p><p>Durante a anestesia peridural ou raquianestesia o circulante auxilia na colocação e</p><p>manutenção do cliente em posição especial, com o objetivo de facilitar a punção com a abertura</p><p>máxima dos espaços intervertebrais. Uma dessas posições é o decúbito lateral fetal, com os</p><p>joelhos próximos do abdome e o queixo encostado no tórax. O circulante da sala mantém o</p><p>cliente nessa posição, colocando uma das mãos na região cervical e a outra na dobra posterior</p><p>do joelho. Durante a punção, outra posição é o cliente sentado com as pernas pendendo</p><p>lateralmente para fora da mesa cirúrgica e o queixo apoiado no tórax. Para mantê-lo assim</p><p>imobilizado, o circulante de sala deve colocar-se à frente, com as mãos em sua nuca.</p><p>Durante a anestesia geral, o cliente deve ser posto em decúbito dorsal: deitado de costas, pernas</p><p>estendidas ou ligeiramente flexionadas, um dos braços estendido ao longo do corpo e o outro</p><p>apoiado no suporte de braço. Para facilitar a visualização das vias aéreas no momento da</p><p>intubação, é necessário hiper estender o seu pescoço.</p><p>Atualmente, muitas instituições possuem o Serviço de Apoio Técnico à Anestesiologia, com</p><p>pessoal treinado e com conhecimento de preparo e montagem de aparelhos utilizados em</p><p>anestesia. Também é função desse serviço promover a limpeza e esterilização dos componentes</p><p>dos monitores, bem como repor os materiais de consumo, encaminhar para reparo os aparelhos</p><p>danificados e fazer a manutenção preventiva dos mesmos.</p><p>Para avaliação das condições de alta é comum o uso do índice de Aldrete & Kroulik, sendo que</p><p>o escore para alta intra-hospitalar é de 8 a 10.</p><p>Obs: A alta do paciente que está recuperação anestésica é privativa do anestesiologista.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>ASSISTÊNCIA PERIOPERATÓRIA DE ENFERMAGEM</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Enfermagem perioperatória é a expressão usada para descrever as funções da enfermagem na</p><p>experiência cirúrgica global do paciente: pré-operatória, intra-operatória e pós-operatória.</p><p>Fase pré-operatória – do momento em que é tomada a decisão de que deve ser feita intervenção</p><p>cirúrgica até a transferência do paciente para a sala de cirurgia;</p><p>Fase intra-operatória – do momento em que o paciente é recebido na sala de cirurgia até sua</p><p>admissão na sala de recuperação;</p><p>Fase pós-operatória – do momento da admissão na sala de recuperação até a avaliação de</p><p>acompanhamento em casa/clínico.</p><p>I. Tipos de Cirurgia</p><p>a) Opcional – a cirurgia é marcada totalmente de acordo com a preferência do paciente. Ex:</p><p>cirurgia estética;</p><p>b) Eletiva – a hora aproximada da cirurgia é conveniente ao paciente, a impossibilidade de</p><p>fazer a cirurgia não é problemática. Ex: cisto superficial;</p><p>c) Necessária – a doença exige uma cirurgia dentro de algumas semanas. Ex: catarata;</p><p>d) Urgente – o problema cirúrgico requer atenção dentro de 24 a 48 horas. Ex: câncer;</p><p>e) Emergencial – a situação requer uma intervenção cirúrgica imediata, sem demora. Ex:</p><p>obstrução intestinal.</p><p>II. Consentimento Formal</p><p>Atividade</p><p>muscular</p><p>Movimenta os quatro membros 2</p><p>Movimenta dois membros 1</p><p>Incapaz de mover os membros voluntariamente ou sob</p><p>comando</p><p>0</p><p>Respiração</p><p>Capaz de respirar profundamente ou tossir livremente 2</p><p>Dispneia ou limitação da respiração 1</p><p>Apneia 0</p><p>Circulação</p><p>PA 20% do nível pré-anestésico 2</p><p>PA 20 – 49% do nível anestésico 1</p><p>PA 50% do nível pré-anestésico 0</p><p>Consciência</p><p>Lúcido e orientado no tempo e espaço 2</p><p>Desperta, se solicitado 1</p><p>Não responde 0</p><p>Saturação de O</p><p>2</p><p>Mantém saturação de O2 maior que 92% respirando em</p><p>ar ambiente</p><p>2</p><p>Necessita de O2 para manter saturação maior que 90% 1</p><p>Saturação de O2 menor que 90% com suplementação de</p><p>oxigênio</p><p>0</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>É um impresso assinado pelo paciente na presença de testemunhas, que dá permissão para que</p><p>seu médico assistente o submeta a um procedimento operatório. Alguns de seus objetivos são:</p><p>assegurar que o paciente entende a natureza do tratamento, incluindo as possíveis</p><p>complicações; mostrar que a decisão do paciente foi tomada sem coação e proteger o paciente</p><p>contra procedimentos não-autorizados. Os procedimentos listados requerem permissão:</p><p>procedimentos cirúrgicos em que devem ser usado bisturi, tesoura, suturas, pinças hemostáticas</p><p>ou eletrocoagulação; penetração de uma cavidade do organismo; procedimento radiológico e</p><p>anestesia geral, infiltração local e bloqueio.</p><p>III. Fatores de Risco Cirúrgico e Estratégias Preventivas</p><p>a) Obesidade;</p><p>b) Má nutrição – fornece dieta rica em proteínas;</p><p>c) Desequilíbrio Hidroeletrolítico;</p><p>d) Envelhecimento;</p><p>e) Presença de doença cardiovascular – evitar a imobilização prolongada; incentivar a</p><p>mudança de decúbito; observar evidências de hipóxia;</p><p>f) Presença de Diabetes Mellitus;</p><p>g) Presença de etilismo – antecipar a síndrome de abstinência aguda (delirium tremens) para</p><p>o período de 72 horas após a última ingesta de álcool;</p><p>h) Presença de doença respiratória alta e pulmonar – higiene bucal, redução de peso e</p><p>tabagismo;</p><p>i) Farmacoterapia concomitante ou prévia.</p><p>CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS</p><p>O ensino do paciente é o componente vital da experiência cirúrgica. O ensino pré-operatório do</p><p>paciente pode ser feito por conversas, discussão, recursos audiovisuais, demonstrações e</p><p>demonstrações pelo próprio paciente. Tem por objetivo ajudá-lo a compreender a experiência</p><p>cirúrgica para diminuir sua ansiedade e promover sua recuperação plena após a operação e</p><p>anestesia.</p><p>- Respiração Diafragmática – este é o tipo de respiração no qual a cúpula diafragmática achata-</p><p>se durante a inspiração, o que resulta em abaulamento do andar superior do abdome à medida</p><p>que o ar entra no tórax. Na expiração, os músculos abdominais e o diafragma relaxam. Esta é</p><p>uma técnica de relaxamento eficaz;</p><p>- Espirometria de Incentivo – no pré-operatório, o paciente faz uso de um espirômetro para medir</p><p>as inspirações profundas (ar inspirado) durante a realização de um esforço máximo. A medida</p><p>pré-operatória transforma-se no objetivo a ser atingido, assim que possível, após a operação;</p><p>- Tosse – a tosse promove a retirada de secreções do tórax;</p><p>- Mobilização – as mudanças de posição do decúbito dorsal para o lateral (e vice-versa)</p><p>estimulam a circulação, incentivam a inspiração mais profunda e aliviam as zonas de</p><p>compressão;</p><p>- Exercícios para o pé e a perna – a mobilização das pernas melhora a circulação e o tônus</p><p>muscular.</p><p>I. Preparo do local a ser operado</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>a) Pele – é ideal que o paciente tome banho com um sabão bacteriostático no dia da cirurgia.</p><p>Se solicitada, a tricotomia deve ser feita o mais próximo possível do momento da operação.</p><p>Quanto maior o intervalo entre a tricotomia e a operação, maior a incidência de infecção da</p><p>ferida cirúrgica no pós-operatório;</p><p>b) Trato Gastrintestinal – o preparo do intestino é obrigatório para a cirurgia intestinal, porque</p><p>as bactérias que saem da alça podem invadir os tecidos adjacentes e causar sépsis.</p><p>Suspendem-se os alimentos sólidos de 8 a 10 horas antes da cirurgia. Os pacientes que vão</p><p>ser operados pela manhã ficam em dieta zero toda noite. Podem ser dados líquidos claros</p><p>(água) até 4 horas antes da cirurgia, se prescrito, os líquidos leves podem ser aceitáveis até</p><p>2 horas antes da cirurgia;</p><p>c) Trato Geniturinário – pode-se prescrever ducha com medicamento no pré-operatório, caso a</p><p>paciente vá ser submetida a uma cirurgia ginecológica (por exemplo, histerectomia) ou</p><p>urológica.</p><p>II. Medicação Pré-operatória</p><p>A medicação será prescrita no pré-operatório para facilitar os seguintes objetivos:</p><p>- Facilitar a administração de qualquer anestésico;</p><p>- Reduzir as secreções do trato respiratório e as alterações da frequência cardíaca;</p><p>- Relaxar o paciente e reduzir a ansiedade.</p><p>A medicação pré-anestésica pode ser administrada por via intramuscular, intravenosa, intra-</p><p>nasal ou oral 30 a 90 minutos antes da cirurgia</p><p>III. Internando o Paciente para a Cirurgia</p><p>A lista de verificação pré-operatória é o último procedimento a ser realizado antes da ida do</p><p>paciente à sala de operações.</p><p>- Identificação do paciente;</p><p>- Revisão do prontuário;</p><p>- Impresso de consentimento;</p><p>- Preparo do paciente.</p><p>CUIDADOS INTRA-OPERATÓRIOS</p><p>Os objetivos da anestesia são proporcionar analgesia, sedação e relaxamento muscular</p><p>adequados ao tipo do procedimento operatório, bem como controlar o sistema nervoso</p><p>autônomo.</p><p>I. Técnicas Anestésicas Comuns:</p><p>a) sedação consciente – permanece consciente, certa modificação no humor, sonolência e</p><p>algumas vezes analgesia, os reflexos protetores continuam funcionantes;</p><p>b) sedação profunda – o paciente adormece, mas é facilmente despertado, com depressão</p><p>mínima dos reflexos protetores;</p><p>c) anestesia geral – perda completa da consciência, incapacidade de despertar, perda parcial ou</p><p>completa dos reflexos protetores;</p><p>d) anestesia regional – analgesia em uma parte do corpo;</p><p>e) raquianestesia – bloqueio da condução nas raízes nervosas medulares e gânglios dorsais,</p><p>ocorrem paralisia e analgesia abaixo do nível da injeção;</p><p>f) anestesia epidural – injeta-se o anestésico no espaço extradural através de uma punção</p><p>lombar;</p><p>g) bloqueios de nervos periféricos – injeta-se anestésico local em um ponto específico para</p><p>conseguir uma área definida de anestesia.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>II. Cefaleia Pós-punção Dural</p><p>A cefaleia pós-punção dural (também chamada de cefalalgia pós-espinhal ou cefaleia espinhal)</p><p>constitui uma queixa pós-operatória frequente depois da anestesia espinhal. Ela ocorre mais</p><p>amiúde em parturientes jovens ou em outros pacientes com menos de 40 anos. A incidência</p><p>alcança aproximadamente 1% quando se emprega uma agulha 25 ou 27 com bisel rombo. Ela</p><p>não está relacionada com o fato de o paciente ter deambulado precocemente ou não. Acredita-</p><p>se que a cefaleia resulte do extravasamento do LCR através do orifício na dura-máter e ocorre,</p><p>tipicamente, quando o paciente assume uma posição ereta. A incidência, a gravidade e a duração</p><p>da cefaleia parecem correlacionar-se com o tamanho do orifício deixado na dura-máter. Em geral,</p><p>a cefaleia ocorre na área occipital e normalmente desaparece durante 1 a 3 dias, porém pode</p><p>durar 2 semanas. Várias modalidades de tratamento têm sido empregadas para aliviar a cefaleia,</p><p>incluindo o repouso estrito no leito por 24 a 48 horas, hidratação vigorosa, cintas abdominais,</p><p>infusão epidural de soro fisiológico, cafeína por via oral ou IV, e a injeção de 5 a 20 ml de sangue</p><p>autólogo dentro do espaço no sítio da punção.</p><p>III. Posições Cirúrgicas Padrão</p><p>As posições comuns e suas variações em relação às suas exigências para determinados</p><p>procedimentos cirúrgicos, os riscos únicos que elas apresentam para vários sistemas orgânicos,</p><p>e a s intervenções de enfermagem que diminuem os riscos para o paciente.</p><p>a) Decúbito dorsal (reclinada dorsal) – é a mais comum, permite o acesso às principais</p><p>cavidades corporais (peritoneal, torácica, pericárdica);</p><p>b) Trendelenburg – é uma variação da posição supina, em que a parte superior do tronco é</p><p>abaixada e os pés são elevados. Esta posição facilita a visualização dos órgãos pélvicos</p><p>durante as cirurgias abertas ou laparoscópicas na parte inferior do abdome ou pelve. A</p><p>posição de Trendelenburg pode ser empregada para melhorar a circulação para o córtex</p><p>cerebral e gânglios da base quando a pressão arterial cai subitamente;</p><p>c) Trendelenburg invertido – é descrita como a posição em decúbito dorsal com a cabeça</p><p>elevada e os pés abaixados. Ela é frequentemente utilizada para proporcionar acesso a</p><p>cabeça e pescoço e para facilitar a tração gravitacional sobre as vísceras para longe do</p><p>diafragma e no sentido dos pés;</p><p>d) Litotomia – é usada para procedimentos ginecológicos, retais e urológicos. Com o paciente</p><p>em decúbito dorsal, as pernas são elevadas e abduzidas para expor a região perineal. As</p><p>pernas são colocadas em estribos para manter esta posição;</p><p>e) Semi-Fowler – pode ser utilizada para alguns procedimentos cranianos, no ombro, nasais, na</p><p>abdominoplastia ou na reconstrução da mama;</p><p>f) Fowler – é empregada para alguns procedimentos na orelha e, no nariz, bem como em</p><p>craniotomias que envolvem uma abordagem posterior ou occipital. Esta posição é</p><p>conseguida, inicialmente, com o paciente em decúbito dorsal. Lentamente, a seção da parte</p><p>superior do corpo da mesa de cirurgia é elevada em 90 graus, enquanto os joelhos são</p><p>ligeiramente flexionados e as pernas abaixadas;</p><p>g) Decúbito ventral – o paciente deita-se com o abdome sobre a superfície do colchão da mesa</p><p>de cirurgia. As modificações da posição permitem as abordagens à coluna cervical, costas,</p><p>área retal e áreas dorsais dos membros;</p><p>h) Posição de canivete ou de Jacknife – Também conhecida como Kraske é uma modificação</p><p>da posição de decúbito ventral que é frequentemente utilizada para a hemorroidectomia e</p><p>procedimentos do seio pilonidal;</p><p>i) Posição de decúbito lateral – reclinada lateral ou posição de Sims o paciente está deitado</p><p>sobre o lado não-operado, proporcionando o acesso à região superior do tórax, rins ou a parte</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>superior do ureter. A referência para a posição lateral direita ou esquerda depende do lado</p><p>sobre o qual o paciente deita.</p><p>IV. Complicações Intra-Operatórias</p><p>- Hipoventilação (hipoxemia, hipercarbia) – suporte ventilatório inadequado após a paralisia dos</p><p>músculos respiratórios, sobrevindo o coma;</p><p>- Traumatismo oral (dentes quebrados, traumatismo orofaríngeo ou laríngeo) – devido à</p><p>intubação endotraqueal difícil;</p><p>- Hipotensão – decorrente da hipovolemia pré-operatória ou de reações indesejadas aos</p><p>anestésicos;</p><p>- Arritmia cardíaca – decorrente do comprometimento cardiovascular prévio, desequilíbrio</p><p>eletrolítico ou de reações indesejadas aos anestésicos;</p><p>- Hipotermia – devido à exposição ao ambiente frio da sala de operações e à perda da capacidade</p><p>normal de termorregulação provocada pelos anestésicos;</p><p>- Lesão de nervos periféricos – decorrente do posicionamento incorreto do paciente ou</p><p>contenções;</p><p>- Hipertermia Maligna – esta complicação letal tem grande probabilidade de ocorrer nos</p><p>indivíduos jovens com uma doença muscular herdada ou com história de subluxação articular e</p><p>escoliose. A hipertermia maligna decorre de acúmulos excessivos e anormais de</p><p>cálcio dentro</p><p>da célula, o que resulta em hipermetabolismo e maior contração muscular. Suas manifestações</p><p>clínicas são: taquicardia, pseudotetania, rigidez muscular, febre alta, cianose, insuficiência</p><p>cardíaca e lesão do sistema nervoso central. O tratamento é com dantrolene sódico, oxigênio,</p><p>glicose a 50%, diuréticos.</p><p>CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS</p><p>O pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total</p><p>recuperação.</p><p>Classificação:</p><p>Pós-operatório imediato (POI) - até às 24 horas posteriores à cirurgia;</p><p>Pós-operatório mediato (POM) - após as 24 horas posteriores à cirurgia até 7 dias depois;</p><p>Pós-operatório tardio (POT) - após 7 dias do recebimento da alta.</p><p>Para assegurar a continuidade de atendimento desde a fase intra-operatória imediata, o</p><p>enfermeiro circulante, o anestesiologista ou o enfermeiro anestesista farão um relato minucioso</p><p>ao enfermeiro da RPA.</p><p>I. Intervenções Iniciais de Enfermagem</p><p>a) Manter a via aérea pérvea – deixar a cânula metálica, de borracha ou de plástico em posição,</p><p>até que o paciente comece a acordar e tente retirá-la. Aspirar às secreções excessivas ouvidas</p><p>na nasofaringe ou na orofaringe;</p><p>b) Manter uma função respiratória adequada – deixar o paciente em decúbito lateral com o</p><p>pescoço estendido e o braço apoiado em u travesseiro. Incentivar o paciente a inspirar</p><p>profundamente para expandir completamente os pulmões e evitar a pneumonia hipostática, usar</p><p>espirômetro de incentivo;</p><p>c) Avaliar o estado do sistema circulatório – avaliar os sinais vitais com frequência, conforme o</p><p>estado clínico indicar, até que o paciente esteja bem estável. Em seguida, verificar a cada 4</p><p>horas ou conforme prescrito. Identificar os primeiros sintomas do choque ou da hemorragia.</p><p>Colocar o paciente em posição de choque, com os pés elevados;</p><p>d) Avaliar o estado termorregulador – monitorar a temperatura de hora em hora e estar alerta</p><p>para a hipotermia maligna ou para detectar hipotermia;</p><p>e) Manter uma volemia adequada – monitorar os eletrólitos e reconhecer as evidências de</p><p>desequilíbrio, tais como náuseas, vômitos e fraqueza;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>II. Desconfortos Pós-Operatórios</p><p>Muitos pacientes sentem desconfortos no pós-operatórios. Em geral, estes têm relação com a</p><p>anestesia geral e o procedimento cirúrgico.</p><p>- Náuseas e vômito – introduzir uma sonda nasogástrica no pré-operatório de cirurgias do trato</p><p>gastrintestinal para evitar distensão abdominal;</p><p>- Sede – infelizmente, a sede pós-operatória é um sintoma comum e incômodo, geralmente</p><p>inevitável devido à anestesia;</p><p>- Constipação e cólicas por gases – incentivar a deambulação precoce para ajudar o retorno da</p><p>peristalse;</p><p>III. Dor Pós-Operatória</p><p>A dor é um sintoma subjetivo no qual o paciente tem uma sensação de desconforto. A</p><p>estimulação ou o traumatismo de certas terminações nervosas durante a cirurgia causa dor.</p><p>IV. Complicações Pós-Operatórias</p><p>As complicações pós-operatórias são um risco inerente aos procedimentos cirúrgicos. Elas</p><p>podem interferir no resultado esperado da operação, e prolongar a hospitalização e a</p><p>convalescença do paciente. O enfermeiro tem participação crítica na tentativa de impedir</p><p>complicações e no reconhecimento imediato de seus sinais e sintomas. Também é de suma</p><p>importância implementar intervenções de enfermagem no estágio inicial de uma complicação.</p><p>- Choque – é uma resposta do organismo à diminuição do volume de sangue circulante. A</p><p>perfusão do tecido é prejudicada, culminando em hipóxia celular e morte;</p><p>- Hemorragia – é o extravasamento copioso do sangue de um vaso, pode ser classificada por</p><p>geral, de acordo com os vasos sanguíneos e de acordo com a localização;</p><p>- Trombose Venosa Profunda – surge nas veias pélvicas ou nas veias profundas das</p><p>extremidades inferiores nos pacientes em pós-operatório. A incidência da TVP varia entre 10%</p><p>a 40%, dependendo da complexidade da cirurgia e da gravidade da doença subjacente. A TVP</p><p>é muito comum após a cirurgia de quadril, da prostatectomia retropúbica e da cirurgia torácica</p><p>geral ou abdominal. Os trombos venosos situados acima do joelho são considerados a principal</p><p>fonte de êmbolos pulmonares;</p><p>- Complicações Pulmonares:</p><p>a) Atelectasia – expansão incompleta do pulmão ou de um segmento deste que ocorre dentro de</p><p>48 horas da cirurgia;</p><p>b) aspiração – causada pela inalação de alimento, conteúdo gástrico, água ou sangue para o</p><p>sistema traqueobrônquico;</p><p>c) pneumonia – esta é uma resposta inflamatória na qual um material celular substitui o gás</p><p>alveolar;</p><p>d) embolia pulmonar – é causada pela obstrução de uma ou mais arteríolas pulmonares por um</p><p>êmbolo originário de algum ponto do sistema venoso ou do coração direito;</p><p>e) Retenção Urinária – é a causa mais frequente após operações no reto, no ânus, na vagina ou</p><p>no andar inferior de abdome;</p><p>f) Obstrução Intestinal – obstruções intestinais resultam em um obstáculo parcial ou completo ao</p><p>fluxo anterógrado do conteúdo do intestino. Muitas obstruções acontecem no intestino delgado,</p><p>principalmente no seu ponto mais estreito;</p><p>g) Singulto – são espasmos intermitentes do diafragma que provocam o som (“hic”), resultante</p><p>da vibração das cordas vocais fechadas quando o ar entra bruscamente nos pulmões;</p><p>h) Infecção da Ferida Operatória – as infecções da ferida operatória ocupam o segundo lugar</p><p>dentre as infecções hospitalares. As infecções podem limitar-se ao local da cirurgia (60% a 80%)</p><p>ou afetar sistemicamente o paciente;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>i) Deiscência da Ferida Operatória (evisceração) – de maneira geral, ocorre entre o quinto e o</p><p>oitavo dia do pós-operatório, quando a incisão tem a menor resistência à tensão; observa-se</p><p>maior resistência entre o primeiro e o terceiro dia de pós-operatório.</p><p>V. Ferimentos e sua Cicatrização</p><p>Um ferimento é a desregulação dos processos celulares do tecido; cicatrização da ferida é a</p><p>restauração desse equilíbrio. No entanto, a cicatrização da ferida pode, ou não, normatizar a</p><p>função celular.</p><p>Classificação dos Ferimentos quanto ao mecanismo da lesão:</p><p>- Ferimentos incisos – feitos com um instrumento cortante, tal como a incisão cirúrgica com o</p><p>bisturi;</p><p>- Ferimentos contusos – provocados por uma força que tipicamente pode ou não “cortar” a pele,</p><p>porém determina considerável lesão dos tecidos, com equimose e edema;</p><p>- Lacerações – feitas por um objeto que faz os tecidos deslizarem e produz margens irregulares;</p><p>os exemplos incluem vidro, arame farpado e faca cega;</p><p>- Ferimentos puntiformes – feitos por um instrumento pontiagudo, tal como furador de gelo,</p><p>projétil de arma de fogo e prego.</p><p>Classificação dos Ferimentos quanto ao grau de contaminação:</p><p>- Limpo – ferimento asséptico, como na cirurgia, que não atinge os tratos alimentar, respiratório</p><p>ou geniturinário;</p><p>- Limpo-contaminado – uma ferida feita de maneira asséptica, porém que penetra os tratos</p><p>respiratórios, alimentar ou geniturinário. Estes ferimentos têm probabilidade algo maior de</p><p>infectar do que os limpos;</p><p>- Contaminado – ferimentos expostos a um número excessivo de bactérias. Estes ferimentos</p><p>podem ser abertos (por avulsão) ou feitos de maneira acidental, ou podem ser resultado de uma</p><p>cirurgia na qual ocorrem falhas importantes nas técnicas assépticas ou derrame grosseiro do</p><p>conteúdo do tubo digestivo;</p><p>- Infectado – uma ferida que retém tecido desvitalizado ou que envolve uma infecção ou uma</p><p>víscera perfurada no pré-operatório. Estas feridas são deixadas abertas para drenarem.</p><p>Fisiologia da Cicatrização da Ferida:</p><p>As fases da cicatrização da ferida envolvem processos contínuos que se superpõem.</p><p>a) Fase inflamatória (de 1 a 5 dias) – as respostas vasculares e celulares têm início</p><p>imediatamente após o corte ou a lesão do tecido;</p><p>b) Fase de proliferação (de 2 a 20 dias) – os fibroblastos (células do tecido conjuntivo)</p><p>multiplicam-se e migram ao longo de fitas de fibrina que, se acredita, atuam como uma matriz;</p><p>c) Fase de maturação (de 21 dias a meses até mesmo anos) – o tecido cicatricial é composto</p><p>principalmente de colágeno e substância básica (mucopolissacarídeos, glicoproteínas,</p><p>eletrólitos e água).</p><p>Tipos de Cicatrização da Ferida:</p><p>- Cicatrização por primeira intenção (união primária) – as feridas são assépticas, feitas com um</p><p>mínimo de lesão e reação do tecido. As margens da ferida são corretamente aproximadas com</p><p>pontos. O tecido de granulação não é visível, e a formação de cicatriz é tipicamente mínima</p><p>(ainda pode haver formação de queloide em pessoas sensíveis);</p><p>- Cicatrização por segunda intenção (granulação) – as feridas abertas para cicatrizarem</p><p>instantaneamente ou fechadas cirurgicamente em uma data posterior, não precisam estar</p><p>infectadas. Ex: queimaduras, lesões traumáticas, úlceras e feridas infectadas por supuração;</p><p>- Cicatrização por terceira intenção (fechamento primário retardado) – esse processo de</p><p>cicatrização ocorre quando a aproximação das bordas da ferida é intencionalmente retardada</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>3 ou mais dias depois do ferimento ou cirurgia. Essas feridas podem exigir desbridamento e</p><p>usualmente necessitam de linha de sutura primária e secundária, como quando são usadas</p><p>suturas de retenção.</p><p>Tipos de Curativos Cirúrgicos:</p><p>Muitos fatores promovem a cicatrização da ferida, tais como nutrição adequada, limpeza,</p><p>repouso e posição, juntamente com o estado psicológico e fisiológico do paciente. A vantagem</p><p>de não se utilizarem curativo inicial de uma ferida limpa, seca e íntegra não é substituído depois</p><p>de retirado. Isto pode ser feito dentro de 24 horas após a cirurgia.</p><p>a) Curativos seco – usados principalmente em feridas que estão fechando por primeira intenção;</p><p>oferecem boas proteção da ferida, absorção de secreções e melhor estética ao paciente,</p><p>além de proporcionarem compressão necessária (se necessária) para a hemostasia; a</p><p>desvantagem é a aderência a superfície da ferida quando há secreção seca;</p><p>b) Curativo úmidos-secos – são muitos úteis nas feridas sujas ou infectadas que precisam ser</p><p>desbridadas e fechadas por segunda intenção; o curativo úmido é então recoberto com um</p><p>curativo seco (gaze ou absorvente);</p><p>c) Curativos úmidos-úmidos – usados em feridas limpas abertas ou em superfícies que estão</p><p>granulando. Pode-se usar solução fisiológica estéril ou um antimicrobiano para embeber</p><p>estes curativos; uma desvantagem aparece em tecidos adjacentes que podem ser</p><p>macerados, o risco de infecção pode aumentar e as roupas de cama ficam úmidas.</p><p>Drenos</p><p>Os drenos só são introduzidos em feridas quando existe ou se espera uma coleção anormal de</p><p>líquido. Em geral os drenos são feitos de borracha macia ou de plástico e colocados no interior</p><p>da ferida ou de cavidades do organismo.</p><p>A Sala de Operação é um ambiente complexo com muitas substâncias e equipamento perigosos.</p><p>A enfermeira perioperatória, por meio das atividades desenvolvidas, desempenha um papel</p><p>importante em ajudar a manter um ambiente seguro para o paciente em cirurgia e para os outros</p><p>membros da equipe cirúrgica.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>AOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ABDOMINAIS</p><p>O paciente que se submeteu à cirurgia do abdome geralmente precisa de suporte pós-</p><p>operatório especial porque ele pode precisar fazer alterações permanentes e difíceis em seu</p><p>estilo de vida. Por exemplo, além de ensinar um paciente com colostomia sobre os cuidados com</p><p>o estoma, você também precisará ajudá-lo a se ajustar às alterações em sua imagem corporal e</p><p>aos relacionamentos pessoais. Outro paciente pode precisar se submeter a um programa de</p><p>reeducação intestinal durante semanas ou mesmo meses, o que pode ser uma experiência</p><p>frustrante e embaraçosa. Você precisará se valer de suas próprias forças emocionais para ajudar</p><p>o paciente a superar estes sentimentos. Outro paciente pode ter muita dificuldade em aderir às</p><p>restrições da dieta. Ele precisará ser convencido a respeito da forte ligação entre estas medidas</p><p>e uma recuperação plena. (Nascimento, 2005).</p><p>As incisões abdominais comuns são:</p><p>DISTÚRBIOS GÁSTRICOS</p><p>Procedimentos no Estômago:</p><p>O paciente é posicionado em decúbito dorsal sob anestesia geral. Um cateter urinário de</p><p>demora é inserido. Uma sonda nasogástrica é inserida pelo anestesista.</p><p>Gastrotomia</p><p>É a abertura da parede anterior do estômago por meio de uma incisão abdominal paramediana</p><p>esquerda e exploração do interior. Em geral, esse procedimento é realizado para explorar quanto</p><p>a sangramento do trato gastrointestinal superior, efetuar uma biópsia de tecido ou remover uma</p><p>lesão gástrica ou corpo estranho.</p><p>Gastrostomia</p><p>É um procedimento cirúrgico em que uma abertura é criada no estômago com a finalidade de</p><p>administrar alimentos e líquidos. Em alguns casos, prefere-se uma gastrostomia para a nutrição</p><p>prolongada (mais que 3 a 4 semanas) – por exemplo, no paciente idoso ou debilitado. A</p><p>gastrostomia também é preferida em relação às alimentações NG no paciente comatoso porque</p><p>o esfíncter gastresofágico permanece intacto. A regurgitação e a aspiração são menos prováveis</p><p>de ocorrer com uma gastrostomia que as alimentações por sonda.</p><p>Podem ser usados diferentes tipos de gastrostomias para a alimentação, inclusive os sistemas</p><p>de Stamm (temporário e permanente), Janeway (permanente) e a gastrostomia endoscópica</p><p>percutânea (temporária). As gastrostomia de Stamm e Janeway requerem uma incisão</p><p>abdominal superior na linha média ou uma incisão transversa em quadrante superior esquerdo.</p><p>O procedimento de Stamm requer a utilização de suturas concêntricas em bolsa de tabaco para</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>fixar o tubo à parede gástrica anterior. Para realizar a gastrostomia, uma ferida de saída é criada</p><p>no abdome superior esquerdo. O procedimento de Janeway necessita da criação de um túnel</p><p>(chamado de tubo gástrico) que é aflorado através do abdome para formar o estoma permanente.</p><p>Complicações Potenciais:</p><p>a) Infecção da ferida, celulite e abscesso da parede abdominal;</p><p>b) Sangramento gastrointestinal;</p><p>c) Remoção prematura da sonda.</p><p>Diagnósticos de Enfermagem:</p><p>- Nutrição desequilibrada, menor que os requisitos corporais, relacionada com os problemas de</p><p>alimentação enteral;</p><p>- Risco de integridade cutânea prejudicada no local da sonda;</p><p>- Risco de infecção relacionado com a presença da ferida e da sonda;</p><p>- Enfrentamento ineficaz relacionado com a incapacidade para se alimentar normalmente;</p><p>- Imagem corporal conturbada relacionada com a presença da sonda;</p><p>- Risco de controle ineficaz do regime terapêutico relacionado com o déficit de conhecimento</p><p>sobre o cuidado domiciliar e o procedimento da alimentação.</p><p>Prescrições de Enfermagem:</p><p>- Satisfazer as necessidades nutricionais;</p><p>- Fornecer o cuidado da sonda e evitando infecção;</p><p>- Fornecer cuidado cutâneo;</p><p>- Estimular a imagem corporal;</p><p>- Monitorar e tratar as complicações potenciais.</p><p>Cuidados de enfermagem na gastrostomia</p><p>No período pós-operatório as condições nutricionais e hídricas do paciente são avaliadas, de</p><p>forma a garantir uma ingesta hídrica e nutricional adequada. O enfermeiro deve observar o</p><p>estado da sonda quanto a uma manutenção apropriada, assim como da ferida quanto a</p><p>quaisquer sinais de infecção. Ao mesmo tempo, o paciente é avaliado quanto à sua resposta à</p><p>mudança da imagem corporal.</p><p>No pós-operatório, o primeiro líquido administrado logo após a cirurgia é geralmente água e</p><p>10% de glicose. Inicialmente são fornecidos apenas 30 a 60 ml de cada vez, mas essa</p><p>quantidade é aumentada gradualmente. No segundo dia, de 180</p><p>a 240 ml podem ser dados de</p><p>uma vez, observando sempre a tolerância do cliente. Observar ainda se há saída de líquido ao</p><p>redor da sonda. Água e leite podem ser administrados 24 h através de uma gastrostomia</p><p>permanente. Alimentos batidos no liquidificador são administrados gradualmente.</p><p>Um pequeno curativo pode ser feito ao redor da sonda, prendendo-se a sonda sobre este</p><p>curativo com fita adesiva, evitando-se a tração acidental da sonda. Este curativo absorve</p><p>possíveis vazamentos da sonda, protegendo a pele da ação de enzimas gástricas. Algumas</p><p>sondas são fixadas com balão inflado com água. Deve-se desinflar o balão uma vez por semana</p><p>para verificar sua adequação ao estoma.</p><p>A pele ao redor da gastrostomia requer um cuidado especial, porque ela pode se tornar irritada</p><p>devido à ação enzimática dos sucos gástricos que vazam ao redor da sonda. Se não for tratada,</p><p>a pele se torna macerada, vermelha, ferida e dolorida. A área ao redor da sonda é lavada com</p><p>água e sabão diariamente, bem enxugada e seca. Qualquer incrustação é removida com soro e</p><p>lavada com água. Quando o estoma cicatriza e não há nenhum vazamento, é necessário fazer</p><p>um curativo. Uma gastrostomia de longo prazo pode necessitar de um curativo especial para</p><p>proteger a pele, ao redor da sonda, das secreções gástricas e ajudar a estabilizar o local da</p><p>entrada.</p><p>Avaliar diariamente a pele buscando sinais de irritação, escoriação e presença de drenagem</p><p>ou vazamento gástrico. Se a sonda for retirada prematuramente, quer por trauma ou acidente,</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>a pele deve ser limpa e um curativo estéril deve ser feito, sendo o médico avisado imediatamente.</p><p>O trajeto fechará dentro de 4 a 6 horas se a sonda não for reposta.</p><p>Deve-se administrar água antes e depois da alimentação pela sonda de forma a garantir a</p><p>permeabilidade da sonda pela limpeza da mesma. Deve-se aspirar o conteúdo gástrico antes de</p><p>se iniciar a dieta, de forma a avaliar se há retenção líquida no interior do estômago e trazer</p><p>desconforto abdominal. O ideal é que se tenha 50ml ou menos de conteúdo gástrico residual</p><p>antes de cada alimentação.</p><p>Para a administração em bolo, deve-se introduzir o líquido por um funil ou corpo de uma</p><p>seringa. O receptáculo é virado de forma a permitir que o ar escape enquanto o líquido está</p><p>sendo instilado inicialmente. À medida que a seringa ou funil se enche de líquido, é permitido</p><p>que a alimentação desça para o estômago pela gravidade, segurando-se a seringa</p><p>perpendicularmente ao abdome. A velocidade do fluxo é regulada suspendendo-se ou</p><p>abaixando-se o receptáculo a uma altura que não seja superior a 45cm acima da parede</p><p>abdominal.</p><p>A cabeceira da cama deve ser mantida elevada pelo menos até 01h após a alimentação para</p><p>facilitar a digestão e evitar a aspiração broncopulmonar pelo refluxo gastroesofágico. Qualquer</p><p>obstrução deve-se suspender a alimentação e comunicar o médico.</p><p>Correção de Úlcera Gástrica</p><p>A introdução de antibióticos para erradicar o H. pylori e dos antagonistas dos receptores H² como</p><p>tratamento para as úlceras diminuiu muito a necessidade de intervenção cirúrgica. Entretanto, a</p><p>cirurgia é comumente recomendada para os pacientes com úlceras intratáveis (aquelas que</p><p>falham em curar depois de 12 a 16 semanas de tratamento clínico), hemorragia com risco de</p><p>vida, perfuração ou obstrução, e para aqueles com ZES (síndrome de Zollinger-Ellison) que não</p><p>respondem aos medicamentos.</p><p>I- Vagotomia Troncular – é a identificação dos dois troncos vagais no esôfago distal e ressecção</p><p>de um segmento de cada um, inclusive quaisquer fibras adicionais correndo separadamente dos</p><p>troncos. Interrompendo a inervação parassimpática, esse procedimento reduz a secreção ácida</p><p>gástrica nos pacientes com úlceras duodenais. Quando a vagotomia troncular era inicialmente</p><p>efetuada de forma isolada, uma alta incidência de estase resultava da perda de inervação</p><p>colinérgica para o músculo liso do estômago; assim, piloroplastia ou outro procedimento de</p><p>drenagem gástrica quase sempre acompanha a vagotomia troncular. A vagotomia troncular priva</p><p>não somente o estômago, mas também o fígado, a vesícula, as vias biliares, o pâncreas, o</p><p>intestino delgado e a metade do intestino grosso do suprimento nervoso parassimpático.</p><p>Vagotomia troncular com anterectomia ou um procedimento de drenagem é a operação mais</p><p>comum de úlceras duodenais.</p><p>II- Vagotomia seletiva – é a transecção de cada vago abdominal em um ponto imediatamente</p><p>além da sua bifurcação nas divisões gástricas e extragástrica. Assim, o ramo hepático do vago</p><p>anterior e ramo celíaco do vago posterior são preservados. A vagotomia seletiva tem vantagens</p><p>teóricas sobre a vagotomia troncular porque a inervação vagal das outras vísceras que não o</p><p>estômago é preservado. Entretanto, a vagotomia seletiva também desnerva o estômago inteiro,</p><p>de modo que a adição de um procedimento de drenagem ainda é necessária. A vagotomia</p><p>seletiva pode causar menos diarreia pós-vagotomia do que a vagotomia troncular, mas é</p><p>provável que a incidência de síndrome de dumping seja a mesma ou ainda mais alta. Ambos os</p><p>procedimentos são eficazes de modo quase igual para controlar úlceras duodenais.</p><p>III- Vagotomia das Células Parietais – é a desenervação vagal de área das células parietais do</p><p>estômago apenas. A técnica poupa os nervos principais de Latarjet, mas divide todos os ramos</p><p>vagais que terminam nos dois terços proximais do estômago. A operação também foi chamada</p><p>vagotomia gástrica proximal e vagotomia superseletiva. Uma vez que a inervação antral é</p><p>preservada, o esvaziamento gástrico não é prejudicado e um procedimento de drenagem é</p><p>desnecessário. A incidência de dumping e diarreia após vagotomia das células parietais é muito</p><p>baixa do que após vagotomia troncular ou seletiva.</p><p>IV- Piloroplastia (piloromiotomia) – é a formação de uma passagem maior entre a região pré-</p><p>pilórica do estômago e a primeira ou segunda porção do duodeno. Uma piloroplastia pode ser</p><p>efetuada para o tratamento de úlcera péptica sob condições selecionadas, mas é com mais</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>frequência empregada para a remoção de bridas cicatriciais no anel polórico, aliviando, assim, o</p><p>espasmo e permitindo o esvaziamento rápido do estômago. Em adultos, é comum uma</p><p>vagotomia ser realizada em associação a uma piloplastia</p><p>Fechamento de úlcera gástrica ou duodenal</p><p>O fechamento de uma perfuração no estômago ou duodeno é realizado através de uma incisão</p><p>alta no reto direito ou incisão abdominal mediana.</p><p>Uma úlcera gástrica ou duodenal perfurada é tratada como uma emergência cirúrgica, e a</p><p>operação é realizada tão logo o diagnóstico seja firmado. Uma lavagem gástrica não é efetuada,</p><p>mas aspiração contínua é utilizada.</p><p>Gastrojejunostomia</p><p>È o estabelecimento de uma comunicação permanente, seja entre o jejuno proximal e a parede</p><p>anterior do estômago ou entre o jejuno proximal e a parede posterior do estômago, sem remover</p><p>um segmento do TGI. Ela é realizada por meio de uma incisão abdominal mediana ou</p><p>paramediana.</p><p>Este procedimento pode ser executado para tratar uma obstrução benigna na extremidade</p><p>pilórica do estômago ou uma obstrução benigna na extremidade pilórica do estômago ou uma</p><p>lesão inoperável do piloro quando uma gastrectomia parcial não for exequível. Ela também</p><p>oferece uma abertura grande sem obstrução de um esfíncter.</p><p>Nesse procedimento o anestesista insere uma sonda nasogástrica após a intubação; um</p><p>cateter de demora é colocado na bexiga antes da anti-sepsia da pele abdominal.</p><p>Gastrectomia Parcial (Billroth I e Billroth II)</p><p>Billroth I é a ressecção de uma parte doente do estômago através de uma incisão abdominal</p><p>paramediana direita ou na linha mediana e o estabelecimento de uma anastomose entre o</p><p>estômago e o duodeno. Ela é realizada para remover uma lesão</p><p>benigna ou maligna localizada</p><p>no piloro, ou na metade superior do estômago. Uma de várias técnicas pode ser seguida para</p><p>estabelecer a continuidade GI, incluindo a de Schoemaker, Von Haberer-Finney e outras</p><p>modificações do procedimento Billroth I.</p><p>Na Billroth II é uma ressecção da porção distal do estômago através de uma incisão abdominal</p><p>e o estabelecimento de uma anastomose entre o estômago e o jejuno. Ela é efetuada para a</p><p>remoção de uma lesão benigna ou maligna no estômago ou duodeno. Essa técnica e suas</p><p>modificações podem ser selecionadas porque o volume de suco gástrico ácido será reduzido e</p><p>a anastomose pode ser feita ao longo da curvatura maior ou em qualquer ponto ao longo do coto</p><p>do estômago.</p><p>Gastrectomia Total</p><p>É a remoção completa do estômago e o estabelecimento de uma anastomose entre o jejuno</p><p>e o esôfago (esofagojejunostomia). Ela pode incluir uma enteroenterostomia, se indicada. A</p><p>gastrectomia total é feita com intenção curativa ou como um procedimento paliativo para remoção</p><p>de uma lesão maligna do estômago e metástases nos linfonodos adjacentes.</p><p>Cirurgia Bariátrica</p><p>É o tratamento cirúrgico da obesidade, também chamada cirurgia de perda de peso ou cirurgia</p><p>de redução do peso. A obesidade mórbida é definida como 45 Kg acima do peso corporal ideal</p><p>ou um índice de massa corpórea de 40 Kg/m². É comum os pacientes obesos apresentarem</p><p>graves condições de saúde coexistentes, como diabetes, doença cardiopulmonar, apneia do</p><p>sono obstrutiva, cálculos biliares, hipertensão, lipidemia, problemas respiratórios ou doença</p><p>articular.</p><p>Os critérios de elegibilidade para os pacientes que procuram cirurgia bariátrica incluem</p><p>obesidade mórbida, complicada por condições médicas secundárias a obesidade, história de</p><p>insucesso da terapia por dieta, estabilidade psicológica e motivação, riscos operatórios</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>aceitáveis, e um paciente que está bem-informado sobre o procedimento, a recuperação e as</p><p>modificações do estilo de vida pós-cirurgia.</p><p>As contraindicações não estão claramente generalizadas porque os pacientes com obesidade</p><p>mórbida são de maior risco para cirurgia. Os pacientes em máximo risco são aqueles com</p><p>funções cardíaca e pulmonar em estágios finais, incapacidade de deambular, peso acima de 272</p><p>Kg, idade anterior à adolescência ou idosos com mais de 65 anos, e a presença da síndrome de</p><p>Prader-Willi.</p><p>Há três tipos de procedimentos bariátricos: restritivo, de má absorção, ou uma combinação de</p><p>ambos:</p><p>a) Restritivo – reduz o tamanho do estômago. Quando o paciente come, o alimento é digerido e</p><p>absorvido normalmente, mas a pequena capacidade do estômago dá a sensação de</p><p>plenitude; por isso, o paciente come menos;</p><p>b) Má absorção – a capacidade de absorção do intestino delgado é reduzida com um desvio</p><p>(bypass) de um segmento ou segmentos do intestino delgado.</p><p>Complicações Potenciais:</p><p>a) Hemorragia;</p><p>b) Deficiências nutricionais;</p><p>c) Refluxo da bile;</p><p>d) Síndrome do esvaziamento rápido (síndrome de “dumping”).</p><p>Diagnósticos de Enfermagem:</p><p>- Ansiedade relacionada com a intervenção cirúrgica;</p><p>- Dor aguda relacionada com a incisão cirúrgica;</p><p>- Deficiência de conhecimento sobre os procedimentos cirúrgicos e evolução pós-operatória;</p><p>- Nutrição desequilibrada, menor que os requisitos nutricionais, relacionada com a má nutrição</p><p>antes da cirurgia e sistema GI alterado depois da cirurgia.</p><p>Prescrições de Enfermagem:</p><p>- Reduzir a ansiedade;</p><p>- Aliviar a dor;</p><p>- Aumentar o conhecimento das atividades a serem realizadas;</p><p>- Retomar a ingesta enteral;</p><p>- Reconhecer os obstáculos para a nutrição adequada (disfagia, retenção gástrica, refluxo da</p><p>bile, síndrome do esvaziamento rápido, deficiências de vitaminas e minerais);</p><p>- Monitorar e tratar as potenciais complicações.</p><p>DISTÚRBIOS INTESTINAIS</p><p>Procedimentos no intestino delgado:</p><p>Diverticulectomia de Meckel</p><p>O divertículo de Meckel é removido para evitar inflamação e obstrução por intussuscepção do</p><p>divertículo, o qual consiste em um ducto congênito não-obliterado no umbigo, que é conectado</p><p>ao íleo distal. O divertículo pode conter mucosa gástrica, que pode se ulcerar, perfurar ou</p><p>sangrar.</p><p>Apendicectomia</p><p>É o seccionamento e remoção do apêndice da sua conexão ao ceco, através de uma incisão</p><p>separando as fibras musculares no quadrante inferior direito (McBurney). Esse procedimento é</p><p>realizado para remover um apêndice agudamente inflamado, controlando, assim, o alastramento</p><p>de infecção e reduzindo o perigo de peritonite.</p><p>Se o apêndice rompeu, quantidades copiosas de líquidos mornos são utilizadas para irrigar a</p><p>cavidade peritonial. Um dreno pode ser inserido até o leito apendicular para drenagem contínua.</p><p>Se o abdome for irrigado, o líquido de irrigação é aspirado com um aparelho de aspiração e</p><p>irrigação, e, a seguir, o abdome é desinflado.</p><p>Ressecção do Intestino</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>A ressecção do intestino delgado envolve a excisão do intestino doente através de uma incisão</p><p>abdominal e quase sempre inclui algum tipo de reanastomose intestinal. Ela é efetuada para</p><p>remover tumores, uma parte gangrenosa do intestino causada por estrangulação por bridas de</p><p>aderências, obstrução intestinal, áreas de ulceração e sangramento, como na doença de Crohn,</p><p>uma hérnia do intestino ou um volvo.</p><p>Ileostomia</p><p>É a formação de uma abertura temporária ou permanente dentro do íleo. Esse procedimento</p><p>está indicado na presença de uma lesão extensa para reduzir a atividade do intestino grosso,</p><p>muitas vezes chamado repouso intestinal, por meio de um desvio fecal temporário para fora do</p><p>corpo, ou como u desvio fecal permanente na colectomia total. A estomatoterapeuta faz a</p><p>marcação do local no paciente antes da cirurgia e anestesia. Como estes pacientes perdem muito</p><p>líquido no período pós-operatório inicial, é necessário um registro exato da ingesta hídrica, débito</p><p>urinário e secreção fecal para ajudar a calibrar as necessidades hídricas do paciente. Pode haver</p><p>1000 a 2000 ml de perda hídrica por dia, além da perda hídrica esperada através da urina, suor,</p><p>respiração e outras fontes. Com essa perda, o sódio e o potássio são depletados.</p><p>As complicações mais comuns incluem irritação cutânea, diarreia, estenose do estoma,</p><p>cálculos urinários e colelitíase.</p><p>Procedimentos no Cólon:</p><p>Colostomia</p><p>É a mobilização de uma alça de cólon através de uma incisão no reto direito para expor o</p><p>cólon transverso. Uma incisão no reto esquerdo também pode ser feita para expor o cólon</p><p>descendente e o sigmoide. As camadas da ferida abaixo ou em torno da colostomia são fechadas</p><p>subsequentemente. Uma colostomia é realizada para tratar uma obstrução no cólon sigmoide</p><p>resultante de uma lesão maligna. Outra possível indicação para esse procedimento é inflamação</p><p>ou trauma avançado que causou distensão ou obstrução da porção proximal do cólon. Uma</p><p>colostomia temporária é, muitas vezes, feita para descomprimir o intestino ou desviar o conteúdo</p><p>intestinal (repouso intestinal) a fim de promover a cura.</p><p>Intervenções de Enfermagem:</p><p>Os cuidados de enfermagem são:</p><p>- Orientar o paciente que, gradativamente, poderá educar a sua evacuação;</p><p>- Trocar a bolsa de colostomia fechada sempre que necessário, ou seja, ao se encher de fezes,</p><p>ao se descolar; A bolsa deverá ser colocada afastada 0,3 cm do estoma para evitar constrição.</p><p>Não a deixar muito afastada para não expor a pele peri-estomal à ação das fezes.</p><p>- Esvaziar a bolsa de colostomia drenável do tipo Karaya, retirando o clamp, limpar a bolsa com</p><p>água e sabão e recolocar o clamp.</p><p>- Limpar o local com antisséptico ao trocar a bolsa e após a higiene local. A partir do 7ª dia de</p><p>PO lavar apenas com água e sabão sem esfregar;</p><p>- Passar tintura de benjoim na área em que será aderida a parte gomada da bolsa (se a pele</p><p>não estiver irritada);</p><p>- Deixar de tomar</p><p>DICK</p><p>13-POP DE PROCESSAMENTO DE ESTERELIZAÇÃO A VAPOR SATURADO</p><p>14-POP DE CONTROLE DA ESTERELIZAÇÃO COM INDICADOR BIOLÓGICO</p><p>15-POP DE ARMAZENAMENTO DE ARTIGOS ESTERELIZADOS</p><p>16-POP DE ADMISSÃO NA CLNICA CIRURGICA</p><p>17-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM PRÉ – OPERATORIO</p><p>18-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM TRANS – OPERATORIO</p><p>19-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM PÓS – OPERATORIO</p><p>20-POP DE ASSISTENCIA AO PACIENTE EM RPA</p><p>21-POP DE ADMISSÃO DO PACIENTE NO CENTRO CIRUGICO</p><p>22-POP DE PREPARO DA SALA OPERATORIA</p><p>23-POP DE DESMONTAGEM DA SALA OPERATÓRIA</p><p>24-POP DE LIMPEZA TERMINAL DA SALA OPERATORIA</p><p>25-POP DE ENCAMINHAMENTO DE PEÇA ANATOMICA</p><p>26-POP DE HEMODERIVADOS EM CENTRO CIRURGICO</p><p>27-POP DE USO DE SOLUÇÕES DE ESTERELIZAÇÃO NO CENTRO CIRURGICO</p><p>28- POP DE REALIZAÇÃO DE CURATIVO CIRURGICO</p><p>29- POP DE RETIRADA DE PONTOS</p><p>30- POP DE AVALIAÇÃO DE PACIENTE NO SETOR DE PEQUENA CIRURGIA</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO POP</p><p>DEVE CONTER: TITULO</p><p>RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO</p><p>REVISADO POR</p><p>APROVADO POR</p><p>DEFINIÇÃO</p><p>OBJETIVOS (04)</p><p>INDICAÇÃO</p><p>PESSOAS E PROFISSIONAIS QUE IRÃO REALIZAR O PROCEDIMENTO</p><p>MATERIAL A SER UTILIZADO</p><p>DESCREVER DETALHADAMENTE AS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS</p><p>ATENÇÃO A PONTOS IMPORTANTES E POSSÍVEIS RISCOS</p><p>RESULTADOS ESPERADOS (04)</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (MINIMO DE 05, MÁXIMO DE 10, ATUALIZADAS)</p><p>TITULOS DOS POPS</p><p>DEFINIÇÃO DE POP</p><p>Considerada como o instrumento mais simples do rol das informações técnicas e gerenciais</p><p>da área da qualidade, as Instruções de Trabalho – IT - também conhecidas como NOP</p><p>(Norma Operacional Padrão) ou POP (Procedimento Operacional Padrão), têm uma</p><p>importância capital dentro de qualquer processo funcional cujo objetivo básico é rastrear</p><p>operações, mediante uma padronização, os resultados esperados por cada tarefa executada</p><p>(Colenghi, 2007).</p><p>Quando da elaboração de uma IT, mais importante do que a forma é essencial colocar todas</p><p>as informações necessárias ao bom desempenho da tarefa, e não deve ser ignorado que a</p><p>Instrução é um instrumento destinado a quem realmente vai executar a tarefa, ou seja, o</p><p>operador. Preferencialmente, as IT deverão ser “elaboradas” pelos próprios operadores,</p><p>executores de cada tarefa.</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_da_qualidade</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>CENTRO CIRÚRGICO</p><p>1. Planejamento</p><p>A unidade de centro cirúrgico é conceituada como sendo “o conjunto de elementos destinados</p><p>às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica e pós-operatória.</p><p>Considerando as finalidades a que se destina, bem como a complexidade da assistência</p><p>prestada no atendimento a pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico decorrente das</p><p>mais diversas afecções, seja em caráter eletivo ou emergencial, a unidade de centro cirúrgico</p><p>representa lugar de importância relevante no contexto hospitalar.</p><p>Assim, o planejamento desta unidade deve ser de responsabilidade da equipe multiprofissional</p><p>e elaborado com base nas disposições normativas do Ministério da Saúde (BRASIL, 1994), para</p><p>que as atividades aí desenvolvidas sejam desempenhadas de modo harmonioso, sincronizado e</p><p>eficiente, com vistas à segurança dos recursos humanos atuantes e do cliente.</p><p>➢ Finalidades:</p><p>- Prestar assistência integral ao cliente cirúrgico em todo o período perioperatório;</p><p>- Proporcionar recursos humanos e materiais para que o ato cirúrgico seja realizado dentro de</p><p>condições ideais, técnicas e assépticas;</p><p>- Favorecer o ensino, a fim de contribuir para a formação e aperfeiçoamento de recursos</p><p>humanos;</p><p>- Propiciar condições favoráveis ao desenvolvimento de pesquisas, no sentido de aprimorar o</p><p>conhecimento técnico-científico e melhorar a assistência prestada.</p><p>1.1. Localização:</p><p>Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, assim, livre do trânsito de pessoas</p><p>e materiais estranhos ao serviço;</p><p>Possibilitar o acesso livre e fácil de clientes provenientes das unidades de internação cirúrgicas,</p><p>pronto socorro e terapia intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às unidades de</p><p>origem.</p><p>1.2. Estrutura física:</p><p>- Vestiários – devem estar localizados na entrada do centro cirúrgico, de modo que os</p><p>profissionais, e outras pessoas que venham da área de circulação externa, só possam ter acesso</p><p>ao setor após a troca de roupa em uso por uniforme próprio e privativo para o local. Este consta</p><p>de calça comprida, túnica, gorro, propés e máscara. Por isso, os vestiários devem ser providos</p><p>de armários para a guarda de pertences dos usuários e conter sanitários anexos com lavabo e</p><p>chuveiro. Os vestiários são barreiras físicas, considerando que estas são definidas como</p><p>“aqueles ambientes que minimizam a entrada de microrganismo externos” (BRASIL, 1994).</p><p>- Sala administrativa – local destinado ao controle administrativo da unidade, concentrando a</p><p>chefia de enfermagem e a secretaria.</p><p>- Área de recepção do cliente – área reservada para recepcionar e transferir clientes da maca</p><p>proveniente da unidade de internação para a do centro cirúrgico.</p><p>- Sala de espera – área destinada aos familiares ou acompanhantes do cliente, enquanto</p><p>aguardam o término da cirurgia e a alta deste da SRPA. Este ambiente deve ser provido de</p><p>poltronas com assentos confortáveis e sanitários anexos.</p><p>- Área de escovação ou lavabos – Prevê-se um lavabo com duas torneiras para cada duas salas</p><p>cirúrgicas. As torneiras devem ser munidas de características especiais, que tornem possível</p><p>abri-las e fecha-las sem o uso das mãos. Os tanques devem ser instalados numa altura de mais</p><p>ou menos 90 cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. Neste local devem</p><p>ser colocados os recipientes para escova e solução anti-séptica.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>- Sala de cirurgia – Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1994), o número de salas de</p><p>cirurgia para a unidade de centro cirúrgico é quantificado com base na capacidade de leitos do</p><p>hospital. Preconizam-se duas salas para cada 50 leitos não especializados ou para cada 15 leitos</p><p>cirúrgicos.</p><p>Requisitos básicos:</p><p>- Área física – o tamanho da sala cirúrgica, m², varia de acordo com a especialidade a que é</p><p>destinada. Neste particular, dois aspectos devem ser considerados:</p><p>- A quantidade de equipamentos específicos a serem utilizados durante a realização do</p><p>procedimento cirúrgico;</p><p>- Facilidade de circulação dos componentes das equipes dentro da sala.</p><p>Ex: Para cirurgia Geral – 25 m²;</p><p>Para cirurgias especializadas – 36 m²</p><p>Para salas de apoio - 12 m²</p><p>- Paredes – devem ter os cantos arredondados em todas as junções, com a finalidade de facilitar</p><p>a limpeza. Devem ser revestidas de material resistente, mas que proporcionem superfície lisa e</p><p>lavável. Este material deve, também, favorecer a diminuição de ruídos externos, de modo a não</p><p>prejudicar a concentração das equipes durante o ato cirúrgico. Quanto à cor, deve ser neutra,</p><p>suave e fosca, para que não seja emitidos reflexos luminosos.</p><p>- Piso – é obrigatório que o piso da sala cirúrgica seja de material condutivo por causa da</p><p>associação de substância “anestésicas inflamáveis com oxigênio ou óxido nitroso”. Essa</p><p>propriedade do piso protege o ambiente contra descarga de eletricidade estática gerada durante</p><p>o ato cirúrgico. A par desta característica, o piso deve ser de material resistente ao uso de água</p><p>e soluções desinfetantes, de superfície lisa e de fácil limpeza (BRASIL, 1994).</p><p>- Portas – estas devem ter dimensões mínima de 1,20 m x 2,10 m, a fim de permitir a passagem</p><p>de macas, camas e equipamentos cirúrgicos, ser revestidas de material lavável e da mesma</p><p>maneira que as paredes ter cor neutra, suave e fosca. Devem,</p><p>sol no local irritado da colostomia após a limpeza;</p><p>- Colocar pedaços de carvão vegetal e tabletes de clorofila no interior da bolsa para diminuir o</p><p>odor;</p><p>- Orientar para evitar alimentos que aumentam a formação de gases e odor: repolho, cebola,</p><p>couve-flor, brócolis, nabo, peixe, ovo, feijão, carne em conserva ou condimentada, cerveja;</p><p>- Estimular ingestão de alimentos que diminuem o odor: espinafre, salsa, iogurte, maçã (é o</p><p>mais benéfico);</p><p>- Estimular a hidratação, pois há maior quantidade de água nas fezes;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>- Observar sempre distensão abdominal que pode interferir no fluxo sanguíneo para o estoma</p><p>e levar a um quadro de isquemia;</p><p>- Controlar e anotar a frequência e características da evacuação;</p><p>- Observar sinais de infecção fúngica por Cândida albicans (germe mais freqüente). Quando a</p><p>pele peri-estomal fica exposta à umidade excessiva, pode ocorrer candidíase, a qual se</p><p>apresenta como erupção eritematosa que pode incluir pápulas, pústulas ou placas</p><p>esbranquiçadas. Os pacientes podem se queixar de prurido O tratamento é a base de um</p><p>antifúngico na apresentação “pó”, que deve ser aplicado na pele a cada troca de bolsa, durante</p><p>duas semanas;</p><p>- Apoiar psicologicamente tanto no pré como no pós-operatório;</p><p>- Fazer a irrigação da colostomia quando indicado: esvaziamento do cólon, prevenção da</p><p>obstrução intestinal e educação sobre o controle da colostomia;</p><p>- Orientar o paciente a cuidar de sua colostomia, supervisionando esses cuidados;</p><p>Complicações da colostomia: prolapso estomal, perfuração, restrição do estoma, impactação</p><p>fecal e irritação cutânea.</p><p>Procedimentos no Reto:</p><p>Hemorroidectomia</p><p>É a excisão e ligadura de veias dilatadas na região anal, para aliviar desconforto e controlar</p><p>sangramento. A hemorroidectomia essencialmente tornou-se um procedimento em pacientes</p><p>esternos com a aplicação da escleroterapia, coagulação com sonda térmica, coagulação</p><p>monopolar ou bipolar, laser coagulação com infravermelho.</p><p>Intervenções de Enfermagem:</p><p>- Controlar e observar líquido drenado por SNG, dreno tubular abdominal ou de Penrose;</p><p>- Observar local do dreno e mobilizar o dreno de Penrose de acordo com a prescrição médica</p><p>(em geral 1 a 2 cm/dia após o 2° pós-operatório;</p><p>- Deitar o paciente que apresentar síndrome de dumping;</p><p>Proibir a ingestão de carboidratos nos pacientes com dumping precoce e estimular a ingestão de</p><p>carboidratos no dumping tardio.</p><p>Distúrbio do trato Hepático-Biliar</p><p>Procedimentos Paracentese Abdominal:</p><p>- Fazer o paciente urinar antes da punção para que não ocorra rutura da bexiga;</p><p>- Colocar o paciente em posição ereta na borda do leito, com os pés apoiados em um banquinho,</p><p>ou colocá-lo na cadeira. A posição de Fowley deve ser usada para o paciente restrito ao leito.</p><p>- Deixar em local próximo um frasco de substituto de plasma (se não houver, pode ser solução</p><p>fisiológica) e material para venóclise;</p><p>- Controlar o pulso e a pressão arterial antes, durante e após a paracentese; após o procedimento</p><p>a frequência deve ser a cada 15 minutos por 1 hora, a cada 30 minutos durante 2 horas, e, em</p><p>seguida, a cada 4 horas.</p><p>- Medir a circunferência abdominal antes e após paracentese;</p><p>- Controlar a saída de líquido ascítico para não ocasionar um quadro de choque por</p><p>descompressão rápida (mais ou menos 2 litros em 30 minutos ou 1 hora);</p><p>- Observar quantidade e características do líquido drenado;</p><p>- Fazer curativo compressivo após a retirada da agulha ou intracath e observar sangramento ou</p><p>saída de líquido ascítico;</p><p>- Manter repouso no leito até estabilização dos parâmetros hemodinâmicos.</p><p>Procedimento na Vesícula Biliar:</p><p>Colecistectomia</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>É a remoção da vesícula biliar. É realizada para o tratamento de doenças como a inflamação</p><p>(colecistite) aguda ou crônica ou para cálculos (colelitíase). Muitos desses procedimentos podem</p><p>ser realizados por meios laparoscópios. As poucas contra-indicações para a conduta</p><p>laparoscópica incluem a coagulopatia descontrolada ou a doença pulmonar obstrutiva crônica</p><p>(DPOC) ou insuficiência cardíaca (IC) grave – esses pacientes podem não ser capazes de tolerar</p><p>o pneumoperitônio exigido na laparoscopia. Quando o cirurgião é incapaz de identificar todas as</p><p>estruturas anatômicas durante uma conduta laparoscópica, então torna-se necessária a</p><p>conversão para um procedimento aberto.</p><p>DISTÚRBIOS UROLÓGICOS</p><p>Procedimentos Renais</p><p>Hidronefrose</p><p>É a dilatação da pelve e dos cálices renais, de um ou ambos os rins, devida à obstrução do</p><p>fluxo urinário, o que provoca refluxo da urina e aumento da pressão do rim. Se a obstrução se</p><p>situar na uretra ou bexiga, ambos os rins serão afetados; mas se a obstrução se localizar em um</p><p>dos ureteres, apenas um rim assumirá dupla função. Esta condição de obstrução pode levar a</p><p>uma infecção crônica dos rins e sua destruição progressiva.</p><p>a) Nefrostomia – introdução de uma sonda na pelve renal, com a finalidade de drenar a urina,</p><p>aliviando a estase urinária e permitindo a restauração fisiológica do tecido renal;</p><p>b) Pieloplastia – cirurgia que remove e corrige a obstrução na junção pelve-uretral;</p><p>c) Nefrectomia – pode ser a retirada total ou parcial do rim afetado.</p><p>Nefroptose</p><p>É a queda ou deslocamento do rim, tornando-o móvel. A nefroptose pode ser congênita ou</p><p>causada por ausência de apoio adiposo do rim após emagrecimento intenso, deslocamento e</p><p>traumatismo.</p><p>a) Nefropexia – consiste na elevação e sutura para fixar o rim.</p><p>Biópsia Renal:</p><p>A biópsia renal é utilizada para diagnóstico e avaliação da extensão da doença renal. O</p><p>paciente pode ser colocado em jejum por 06 a 08 horas antes do exame. Uma amostra urinária</p><p>é obtida para comparação pós-procedimento. Se uma biópsia por agulha deve ser realizada, o</p><p>paciente é instruído a inspirar e prender a respiração (evita que o rim se movimente), enquanto</p><p>a agulha está sendo inserida. O paciente é colocado em uma posição ventral. Após a biópsia, a</p><p>pressão é aplicada ao sítio da punção. O paciente pode ser mantido em decúbito ventral e em</p><p>repouso no leito por 06 a 08h, para minimizar o risco de sangramento. As complicações da</p><p>biópsia incluem: hematúria persistente, formação de fístula ou aneurisma, laceração de órgãos</p><p>ou vasos sanguíneos adjacentes ao órgão. As contra indicações para a biópsia renal incluem as</p><p>tendências hemorrágicas, hipertensão descontrolada e um rim único.</p><p>Prescrição de Enfermagem pós-biópsia:</p><p>- Monitorar os sinais vitais a cada 5 a 15 minutos, durante a primeira hora.</p><p>- Ficar alerta para sinais de sangramento e choque, inclusive elevação ou diminuição da pressão</p><p>arterial, taquicardia, anorexia, vômitos e o desenvolvimento de um desconforto maciço e doloroso</p><p>no abdome.</p><p>- Reportar qualquer sintoma de dor nas costas, nos ombros ou disúria.</p><p>Procedimento na Bexiga</p><p>Câncer de bexiga</p><p>É de etiologia desconhecida, mas acredita-se que há fatores de risco, tais como o fumo,</p><p>ingestão excessiva de café e exposição prolongada aos corantes e tintas. O tratamento visa</p><p>melhorar o estado geral, tratar a infecção vesical e delimitar o desenvolvimento do câncer pela</p><p>radioterapia e quimioterapia parenteral, ou por aplicação direta na bexiga. A correção cirúrgica</p><p>se faz através de:</p><p>a) Ressecção transuretral cirúrgica ou por corrente elétrica – indicada para papilomas simples;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>b) Cistostomia – abertura de uma parte da bexiga e da parede abdominal para a introdução de</p><p>uma sonda de drenagem de urina;</p><p>c) Vesicostomia – faz-se uma comunicação da bexiga com a parede abdominal e, através dessa</p><p>abertura, a urina é eliminada;</p><p>d) Cistectomia – retirada da bexiga, com ou sem retirada das áreas de metástases. È necessário</p><p>fazer uma derivação urinária, ou seja, a urina</p><p>passará a sair por uma nova via.</p><p>Procedimentos na Próstata</p><p>Hiperplasia benigna da Próstata</p><p>É de causa desconhecida, apesar de se acreditar que os distúrbios hormonais decorrentes do</p><p>processo de envelhecimento propiciam o aumento da glândula prostática. O aumento da próstata</p><p>causa o estreitamento da uretra prostática e pressão na bexiga, o que dificulta a passagem</p><p>normal da urina.</p><p>Câncer de Próstata</p><p>Os sintomas são semelhantes aos da hipertrofia benigna, acrescidos de sintomas gerais de</p><p>câncer, desconforto perineal e dor na região lombo-sacra, com ou sem irradiação para a pelve e</p><p>membros inferiores.</p><p>a) Criocirurgia – é a morte das células cancerígenas por congelamento prostático, por meio de</p><p>um cateter;</p><p>b) Prostatectomia radical – com retirada da próstata e áreas de metástase, com ou sem</p><p>orquiectomia bilateral; nesta cirurgia, retiram-se os testículos produtores de testosterona,</p><p>hormônio essencial para o crescimento do câncer</p><p>Complicações da Prostatectomia: hemorragia e choque, infecção, trombose venosa profunda,</p><p>formação de coágulo, obstrução da sonda e disfunção da sonda.</p><p>ainda, possuir proteção,</p><p>confeccionada em aço inoxidável, a fim de prevenir danos por possíveis esbarrões de macas em</p><p>sua superfície. Precisam, ser providas de visor facilitando visualizar o interior da sala sem a</p><p>necessidade de abri-las durante o ato cirúrgico (BRASIL, 1994).</p><p>- Janela – quando fizer parte do projeto arquitetônico, a janela da sala cirúrgica deve ser</p><p>desprovida de parapeitos, tanto na parte interna como na externa. Deve estar localizada de modo</p><p>a permitir a entrada de luz natural em todo ambiente, ser do tipo basculante, provida de vidro</p><p>fosco e telada. Na presença de ventilação artificial, deve ser mantida completamente fechada,</p><p>evitando interferência na circulação normal do ar na sala de operação.</p><p>- Iluminação artificial – é feita por intermédio da luz geral de teto, com lâmpada fluorescente, e</p><p>luz direta, por foco central ou fixo. Qualquer que seja o tipo de foco, tem por finalidade:</p><p>- Oferecer luz semelhante a natural, de modo a não alterar a cor da pele e mucosas do cliente;</p><p>- Fornece iluminação adequada ao campo cirúrgico, sem projeção de sombras e emissão de</p><p>reflexos;</p><p>- Produzir um mínimo de calor possível no campo operatório.</p><p>OBS: É indispensável que a unidade do centro cirúrgico seja provida de um sistema de luz de</p><p>emergência que deve ser acionado, automaticamente, nas interrupções bruscas no fornecimento</p><p>de energia elétrica.</p><p>Ventilação artificial – deve ter como características:</p><p>- Promover a renovação constante do ar, oferecendo segurança ao cliente e equipe de saúde;</p><p>- Manter a temperatura da sala entre 20 a 25° C e a umidade relativa do ar em torno de 60%</p><p>proporcionando conforto ambienta.</p><p>Sala de expurgo – é o local destinado a receber e lavar os materiais usados na cirurgia. Este</p><p>local deve possuir um recipiente com sistema de descarga para desprezar as secreções dos</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>frascos dos aspiradores. Dependendo da planta física, a área de expurgo do centro cirúrgico é a</p><p>mesma da central de material esterilizado.</p><p>1.3. Equipamentos da sala de operação:</p><p>Fixos:</p><p>- Foco central;</p><p>- Negatoscópio;</p><p>- Sistema de canalização de ar e gases;</p><p>- Prateleira (podendo estar ou não presentes).</p><p>Móveis:</p><p>- Mesa cirúrgica e acessórios (colchonete de espuma, perneiras metálicas, suporte de ombros e</p><p>arco para narcose);</p><p>- Aparelho de anestesia, contendo quites de cânulas endotraqueais e de guedel;</p><p>- Laringoscópio;</p><p>- Pinça de Magil;</p><p>- esfignomanômetro;</p><p>- Mesas auxiliares para instrumental cirúrgico, de Mayo e para pacotes de roupas estéreis;</p><p>- Bisturi elétrico ou termocautério;</p><p>- Aspirador de secreções;</p><p>- Foco auxiliar;</p><p>- Banco giratório;</p><p>- Balde inoxidável com rodízios;</p><p>- Suporte (de braço, ramper, bacia e soro);</p><p>- Escada de dois degraus;</p><p>- Estrado;</p><p>- Equipamentos utilizados para ajudar o posicionamento do cliente, tais como (coxins de areia</p><p>ou espuma de diferentes tamanhos e talas);</p><p>- Carro para materiais de consumo e soluções anti-sépticas (o qual pode ser dispensado, quando</p><p>houver local adequado para a colocação destes materiais como, por exemplo, prateleiras);</p><p>- Carro para materiais estéreis;</p><p>- Aparelhos monitores;</p><p>- Balança para pesar compressas e gazes.</p><p>Processamento de artigos hospitalares:</p><p>- Descontaminação - é o processo que visa destruir microrganismos patogênicos, utilizado em</p><p>artigos contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, consequentemente, seguros ao</p><p>manuseio. Pode ser realizada por processo químico, no qual os artigos são imersos em solução</p><p>desinfetante antes de se proceder a limpeza; por processo mecânico, utilizando-se máquina</p><p>termodesinfectadora ou similar; ou por processo físico, indicando-se a imersão do artigo em água</p><p>fervente durante 30 minutos</p><p>- Limpeza - é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou soluções</p><p>detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no mercado, variando do neutro a</p><p>específicos para lavadoras. Ainda nesta classificação, podemos apontar os enzimáticos</p><p>utilizados para limpeza de artigos por imersão, bastante recomendados, atualmente, por sua</p><p>eficácia na limpeza são capazes de remover a matéria orgânica da superfície do material em</p><p>tempo inferior a 15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e</p><p>biodegradáveis.</p><p>OBS: Limpar é procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a esterilização; quanto</p><p>mais limpo estiver o material, menor a chance de falhas no processo. A matéria orgânica,</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>intimamente aderida ao material, como no caso de crostas de sangue e secreções, atua como</p><p>escudo de proteção para os microrganismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante</p><p>entre em contato com a superfície do artigo, tornando o procedimento ineficaz.</p><p>Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se adotar as</p><p>seguintes medidas:</p><p>a) os procedimentos só devem ser feitos por profissionais devidamente capacitados e em local</p><p>apropriado (expurgo);</p><p>b) sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação por respingos;</p><p>c) quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com equipamentos de</p><p>proteção: avental impermeável, luvas de borracha antiderrapantes e de cano longo, óculos de</p><p>proteção e máscara ou protetor facial;</p><p>d) utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, como palhas</p><p>de aço e sapólio;</p><p>e) as pinças devem estar abertas quando de sua imersão na solução;</p><p>f) desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza;</p><p>g) enxaguar os materiais em água corrente potável;</p><p>h) secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da limpeza,</p><p>principalmente nas ranhuras das pinças;</p><p>i) armazenar o material ou encaminhá-lo para desinfecção ou esterilização.</p><p>- Desinfecção - é o processo de destruição de microrganismos em estado vegetativo (com</p><p>exceção das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se agentes físicos ou</p><p>químicos. O termo desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos quanto de superfícies</p><p>ambientais.</p><p>A desinfecção pode ser de:</p><p>• alto nível: quando há eliminação de todos os microrganismos e de alguns esporos</p><p>bacterianos;</p><p>• nível intermediário ou médio: quando há eliminação de microbactérias (bacilo da</p><p>tuberculose), bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de esporos;</p><p>• baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém sem</p><p>destruição de microbactérias nem de esporos.</p><p>Os processos físicos de desinfecção são a pasteurização e a água em ebulição ou fervura.</p><p>- Esterilização - é o processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por meio</p><p>do uso de agentes físicos (vapor saturado sobre pressão. autoclave e vapor seco. estufa) e</p><p>químicos (óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, formaldeído, glutaraldeído e ácido</p><p>peracético).</p><p>Tipos de esterilização:</p><p>I- A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizada em autoclave, que conjuga calor,</p><p>umidade, tempo e pressão para destruir os microrganismos. Nela podem ser esterilizados artigos</p><p>de superfície como instrumentais, baldes e bacias e artigos de espessura como campos</p><p>cirúrgicos, aventais e compressas, e artigos críticos e semicríticos termorresistentes e líquidos.</p><p>II- Na estufa, o calor é produzido por resistências elétricas e propaga-se lentamente, de maneira</p><p>que o processo é moroso e exige altas temperaturas, apenas quando haja impossibilidade de</p><p>submeter o material à autoclavação, como no caso de pós e óleos.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>O material a ser processado em estufa deve ser acondicionado em caixas metálicas e recipientes</p><p>de vidro refratário. Frise-se que a relação tempo-temperatura</p><p>para a esterilização de materiais</p><p>por esse método é bastante controvertida e as opiniões muito divergentes.</p><p>Classificação das áreas hospitalares</p><p>A frequência da limpeza varia de acordo com as áreas do hospital.</p><p>Da mesma maneira que os artigos, as áreas hospitalares também foram classificadas de acordo</p><p>com os riscos de infecção que possam oferecer aos pacientes.</p><p>Métodos e frequência da limpeza, desinfecção e descontaminação:</p><p>De maneira geral, a limpeza é suficiente para reduzir os microrganismos existentes nas</p><p>superfícies hospitalares, reservando-se os processos de desinfecção e descontaminação para</p><p>as áreas onde há deposição de matéria orgânica.</p><p>Para a descontaminação, indica-se a aplicação de desinfetante sobre a matéria orgânica; em</p><p>seguida, aguardar o tempo de ação, remover o conteúdo descontaminado com papel absorvente</p><p>ou tecidos e realizar a limpeza com água e solução detergente.</p><p>Na desinfecção, remover a matéria orgânica com papel absorvente ou tecidos, aplicar o</p><p>desinfetante sobre a área atingida, aguardar o tempo de ação, remover o desinfetante com papel</p><p>absorvente ou pano e realizar a limpeza com água e solução detergente.</p><p>O desinfetante habitualmente utilizado para a descontaminação e desinfecção de superfícies é</p><p>o cloro orgânico (clorocide) ou inorgânico (hipoclorito de sódio a 1%), com tempo de exposição</p><p>de 10 minutos.</p><p>A limpeza das áreas hospitalares é um procedimento que visa remover a sujidade e detritos</p><p>orgânicos de superfícies inanimadas, que constituem ótimo habitat para a sobrevivência de</p><p>microrganismos no âmbito hospitalar. O agente químico utilizado na limpeza é o detergente,</p><p>composto de substância tensoativa que facilita a remoção da sujeira.</p><p>A limpeza pode ser do tipo concorrente e terminal. O primeiro tipo é feito diariamente e consiste</p><p>na limpeza do piso, remoção de poeira do mobiliário, limpeza completa do sanitário, reposição</p><p>de material de higiene e recolhimento do lixo, repetido conforme a necessidade; o segundo, é</p><p>realizado periodicamente, de acordo com a área de risco do hospital, e consiste na limpeza de</p><p>paredes, pisos, tetos, janelas, portas e sanitários.</p><p>Os métodos de limpeza podem ser classificados em varredura úmida, que visa a remoção da</p><p>sujeira do chão, sem que ocorra suspensão de partículas no ar, realizada com o MOP ou pano</p><p>úmido envolto no rodo, e lavagem, que visa remover a sujidade pelo uso de água e detergente</p><p>neutro, feita manual ou mecanicamente, utilizando-se máquinas lavadoras.</p><p>É atribuição do Serviço de Higiene realizar a limpeza do piso, paredes, teto e mobiliário da</p><p>unidade, como mesas, telefones, extintores de incêndio. Ao Serviço de Enfermagem cabem as</p><p>tarefas de limpeza e desinfecção de equipamentos e artigos relacionados à assistência do</p><p>paciente, como bombas de infusão, monitores, aspiradores, comadre, bacias.</p><p>Lavando as mãos</p><p>No dia-a-dia de nosso trabalho executamos grande variedade de procedimentos, muitos deles</p><p>repetidas vezes. Em geral, a importância que lhes é conferida associa-se ao grau de</p><p>complexidade, à tecnologia envolvida, à capacidade de provocar danos ou complicações ao</p><p>paciente e à frequência de realização. A pouca adesão dos profissionais da área de saúde à</p><p>prática de lavagem das mãos reflete em parte essa situação, pois é procedimento simples,</p><p>comum na esfera social como hábito de higiene, o que certamente não lhe confere o valor e o</p><p>status de alta tecnologia. E muitas são as justificativas usadas pela equipe para não o fazer,</p><p>como, dentre outras: falta de pias e degermantes adequados, sobrecarga de serviço, situações</p><p>de emergência.</p><p>Em contrapartida, os especialistas são unânimes em afirmar que este é um dos procedimentos</p><p>mais significativos para a prevenção e o controle da infecção hospitalar, sendo-lhe atribuída a</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>possibilidade de redução acentuada da carga microbiana quando as mãos são lavadas com água</p><p>e sabão e com degermantes como povidine ou clorhexidine.</p><p>Técnica de lavagem das mãos</p><p>Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz-se necessário utilizar uma técnica apropriada para</p><p>a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e microrganismos transitórios em</p><p>todas as partes da mão: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e punhos.</p><p>Visando evitar contaminação durante o processo, antes de iniciar a lavagem das mãos devem</p><p>ser retirados objetos como anéis, pulseiras e relógio de pulso. Preferencialmente, utilizar sabão</p><p>líquido, pois o sabão em barra facilmente se torna meio de contaminação. Outro cuidado</p><p>adicional é evitar que, durante a lavagem, as mãos entrem em contato direto com a pia.</p><p>Para uma lavagem adequada das mãos deve-se, após molhá-las e colocar o sabão, fazer os</p><p>seguintes movimentos: friccionar palma contra palma, palma direita sobre o dorso da mão</p><p>esquerda, com os dedos entremeados e vice-versa, palma contra palma, friccionando a região</p><p>interdigital com os dedos entremeados, dedos semi-fechados em gancho da mão esquerda</p><p>contra a mão direita e vice-versa, movimento circular do polegar direito e esquerdo, movimento</p><p>circular para a frente e para trás com os dedos fechados da mão direita sobre a palma da mão</p><p>esquerda e vice-versa.</p><p>O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os antebraços voltados para</p><p>baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem às áreas limpas. Cinco fricções de</p><p>cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.</p><p>Após esse processo, as mãos não devem ser enxagüadas em água corrente, mas sim</p><p>posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de modo que a água escorra das</p><p>mãos para os punhos.</p><p>Após a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as mãos com papel-toalha</p><p>descartável, começando pelas mãos e, depois, os antebraços.</p><p>O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos. Em situações especiais, como</p><p>surtos de infecção ou isolamento de microrganismo multirresistente, seguir as orientações do</p><p>setor responsável pela prevenção e controle de infecção hospitalar.</p><p>NOTA TÉCNICA Nº 01/2018 GVIMS/GGTES/ANVISA: ORIENTAÇÕES GERAIS PARA</p><p>HIGIENE DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>1. Introdução</p><p>A higiene das mãos (HM) é amplamente reconhecida como uma das principais estratégias para</p><p>a prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde – IRAS (PRICE et al., 2018).</p><p>O termo HM engloba a higiene simples, a higiene antisséptica e a antissepsia cirúrgica ou</p><p>preparo pré-operatório das mãos (BRASIL, 2007).</p><p>A correta HM em serviços de saúde tem sido foco de especial atenção para a prevenção da</p><p>disseminação de micro-organismos, especialmente os multirresistentes, muitas vezes veiculados</p><p>pelas mãos dos profissionais de saúde (BRASIL, 2009).</p><p>Infelizmente, a adesão à prática de HM ainda é considerada baixa em serviços de saúde em todo</p><p>o mundo. Diante deste cenário e com o propósito de melhorar a segurança do paciente, a</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em 2010, a Resolução da Diretoria</p><p>Colegiada (RDC) n° 42 de 25 de outubro de 2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade de</p><p>disponibilização de preparação alcoólica para a HM, nos pontos de assistência, em serviços de</p><p>saúde (BRASIL, 2010).</p><p>Outras normas reforçam a importância e a necessidade do cumprimento da HM nos serviços de</p><p>saúde (BRASIL, 1998; BRASIL, 2013a; BRASIL, 2013b; BRASIL, 2013c).</p><p>Ainda, cabe ressaltar marcos importantes para a melhoria da segurança do paciente no País,</p><p>como a instituição do Programa Nacional de Segurança do Paciente - PNSP (BRASIL, 2013a),</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>a publicação da RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 (BRASIL, 2013a), que institui ações para a</p><p>segurança do paciente em serviços de saúde e a instituição dos Protocolos Básicos Nacionais</p><p>de Segurança do Paciente, incluindo o Protocolo de Prática de</p><p>HM (BRASIL, 2013c).</p><p>Cabe ressaltar que todos os documentos publicados reforçam a importância e a necessidade do</p><p>cumprimento da HM nos serviços de saúde.</p><p>A melhoria sucedida e sustentada da adesão às práticas de higiene das mãos em serviços de</p><p>saúde pode ser alcançada por meio da implementação da estratégia multimodal da Organização</p><p>Mundial de Saúde (OMS) que objetiva a melhoria da HM e engloba cinco componentes que</p><p>formam a estratégia multimodal ou multifacetada: mudança de sistema, envolvendo a</p><p>disponibilização da preparação alcoólica no ponto de assistência, além de pia/lavatório e</p><p>sabonete líquido e água; capacitação dos profissionais para os cinco momentos; observação das</p><p>práticas de HM e retorno de indicadores de adesão à equipe; lembretes e cartazes no local de</p><p>trabalho e estabelecimento de um clima de segurança, com apoio expresso da alta direção e</p><p>líderes dos serviços de saúde (WHO, 2009; BRASIL, 2009; OMS, 2009; OMS, 2014).</p><p>Ressalta-se que as mãos devem ser higienizadas com o produto apropriado em momentos</p><p>essenciais e necessários, ou seja, nos cinco momentos para a higiene das mãos, de acordo com</p><p>o fluxo de cuidados assistenciais para a prevenção das IRAS causadas por transmissão cruzada</p><p>pelas mãos: antes de tocar o paciente; antes de realizar procedimento limpo/asséptico; após</p><p>risco de exposição a fluidos corporais; após tocar o paciente e após contato com superfícies</p><p>próximas ao paciente.</p><p>Alguns fatores que dificultam a adoção dos cinco momentos para a HM em serviço de saúde</p><p>envolvem o forte e desagradável odor do álcool e a sensação de mãos pegajosas (ROTTER,</p><p>2001).</p><p>Ainda, as preparações alcoólicas contendo fragrâncias podem não ser toleradas pelos</p><p>profissionais de saúde e podem ocorrer dermatites de contato causadas por hipersensibilidade</p><p>ao álcool ou a vários aditivos presentes em certas formulações (CIMIOTTI et al., 2003;</p><p>KAWAGOE, 2009a).</p><p>Outra barreira para a implementação da prática de higiene das mãos é o uso de luvas de</p><p>procedimento com pó, pois esta substância ao entrar em contato com a preparação alcoólica</p><p>forma um resíduo indesejável nas mãos.</p><p>Em relação à fricção cirúrgica das mãos com produto específico à base de álcool, sem enxague,</p><p>também tem sido recomendado pela OMS e pelos Centers for Disease Control and Prevention</p><p>(CDC) dos Estados Unidos da América (EUA), devido à comprovada eficácia antimicrobiana,</p><p>facilidade de aplicação, menor dano à pele e economia de tempo (WHO, 2009).</p><p>Diante do contexto, a correta seleção de produtos pode proporcionar maior eficiência na</p><p>prevenção e redução das IRAS, devendo-se atentar para o uso do produto correto para a</p><p>finalidade estabelecida pelo fabricante e com o fim esperado pelo serviço de saúde.</p><p>Este documento objetiva orientar gestores, profissionais que atuam nos serviços de saúde e no</p><p>Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), na promoção das práticas de HM,</p><p>esclarecendo sobre os requisitos básicos e necessários para a seleção de produtos e visando</p><p>as boas práticas de HM.</p><p>2. Requisitos básicos para a seleção de produtos para higiene das mãos em serviços</p><p>de saúde (fricção antisséptica das mãos)</p><p>Ao selecionar a preparação alcoólica para a HM, seja para uso inicial ou ao reconsiderar a</p><p>adequação de produto já disponível, é importante, além da averiguação do devido registro ou</p><p>notificação na Anvisa, utilizar critérios precisos para o alcance de um produto de qualidade que</p><p>proporcione uma melhor adesão à prática apropriada e sustentada da HM, prevenindo as IRAS.</p><p>Requisitos importantes para a aquisição destas preparações são descritos a seguir.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>2.1. Verificação da eficácia antimicrobiana das preparações alcoólicas</p><p>A eficácia antimicrobiana da preparação alcoólica das mãos depende do tipo de álcool utilizado,</p><p>da concentração, da técnica e do tempo de contato com a pele das mãos (BRASIL, 2009;</p><p>KAWAGOE, 2009b).</p><p>A maioria das preparações alcoólicas para HM disponíveis no país contém etanol (álcool etílico),</p><p>mas também podem conter isopropanol (álcool isopropílico), ou, ainda, uma combinação de dois</p><p>destes álcoois (BRASIL, 2009).</p><p>A concentração final da preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos a ser utilizada</p><p>em serviços de saúde deve cumprir com o estabelecido na RDC n° 42/2010, ou seja, entre 60%</p><p>a 80% no caso de preparações sob a forma líquida e concentração final mínima de 70%, no caso</p><p>de preparações sob as formas gel, espuma e outras (BRASIL, 2010).</p><p>Quanto ao tempo de contato com a pele das mãos, recomenda-se que a HM com preparações</p><p>alcoólicas nos serviços de saúde seja feita durante 20 a 30 segundos, friccionando-se as mãos</p><p>em todas as suas superfícies. A técnica correta no momento certo é a garantia de cuidado seguro</p><p>para os pacientes, e requer a HM nos cinco momentos críticos (BRASIL, 2013c).</p><p>Boa tolerância cutânea A preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos deve</p><p>apresentar boa tolerância cutânea, uma vez que podem ocorrer dermatites de contato causadas</p><p>por hipersensibilidade ao álcool ou a vários aditivos presentes em certas formulações</p><p>(KAWAGOE, 2009b).</p><p>O uso frequente de preparações alcoólicas para as mãos pode causar ressecamento, a menos</p><p>que emolientes, umectantes ou outros agentes condicionadores sejam adicionados à</p><p>formulação. O efeito de ressecamento do álcool pode ser diminuído ou eliminado com a adição</p><p>de 1% a 3% de glicerol ou outro agente hidratante da pele (KAWAGOE, 2009b).</p><p>Assim, um requisito importante é observar se há presença de emolientes em sua formulação</p><p>para evitar o efeito de ressecamento e irritação (ardência na pele) das mãos. De acordo com a</p><p>RDC n°. 42/2010, é recomendável que as preparações alcoólicas para HM em suas diferentes</p><p>formas contenham emolientes em suas formulações a fim de evitar o ressecamento da pele das</p><p>mãos (BRASIL, 2010).</p><p>2.3 Averiguação do odor, cor e consistência</p><p>Características como odor, consistência e cor podem afetar a aceitação da preparação alcoólica</p><p>para as mãos pelos usuários nos serviços de saúde (KAWAGOE, 2009a).</p><p>Quanto ao odor, as preparações alcoólicas contendo fragrâncias fortes podem não ser toleradas</p><p>pelos profissionais de saúde. Assim, a preparação alcoólica para HM deve apresentar cheiro</p><p>característico ou exibir fragrância suave, leve e agradável.</p><p>A fragrância delicada deve ser notada apenas no momento da aplicação e permanecer nas mãos</p><p>por um curto período de tempo evitando-se qualquer incômodo ao usuário ou ao paciente. Em</p><p>relação à cor, deve transparente/incolor, sem adição de substâncias corantes em suas fórmulas</p><p>(BRASIL, 2009). A facilidade de ser espalhada nas mãos pode interferir na preferência; assim, a</p><p>preparação alcoólica para HM deve apresentar boa textura e viscosidade, sendo isenta de</p><p>material em suspensão para evitar que deixe resíduos aderentes nas mãos e precavendo a</p><p>sensação de mãos pegajosas após aplicação.</p><p>2.4 Tempo de secagem</p><p>O tempo requerido para a secagem das preparações alcoólicas nas mãos não deve ser muito</p><p>além do tempo necessário de aplicação da preparação alcoólica para as mãos (20 a 30</p><p>segundos) (BRASIL, 2009; BRASIL, 2013c).</p><p>Desta forma, devem-se evitar produtos que precisam de maior tempo de secagem, a fim de não</p><p>prejudicar a adesão às práticas de higiene das mãos.</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>2.5 Presença de desnaturante</p><p>A preparação alcoólica para as mãos deve apresentar desnaturante em sua fórmula, conferindo</p><p>sabor amargo, a fim de evitar ingestão acidental por crianças ou risco de mau uso por pacientes</p><p>(ingestão e outros). Ademais, de acordo com o Parágrafo único do Art. 5º da RDC n°. 42/2010,</p><p>“Quando houver risco de mau uso de preparação alcoólica por pacientes (ingestão e outros), os</p><p>serviços de saúde devem avaliar a situação e prover a disponibilização de preparação alcoólica</p><p>para fricção antisséptica das mãos de forma segura” (BRASIL, 2010).</p><p>2.6 Facilidade de uso do dispensador</p><p>A disponibilidade (facilidade em repor produto), a conveniência (fácil acesso) e o devido</p><p>funcionamento do dispensador (durabilidade) de preparação alcoólica, assim como a capacidade</p><p>de prevenir a contaminação do produto, são requisitos importantes do dispensador a serem</p><p>observados ao se adquirir preparações alcoólicas para as mãos.</p><p>Os dispensadores podem desencorajar o uso quando os acessos a eles estiverem parciais ou</p><p>totalmente bloqueados, quando não dispensam ou dispensam inadequadamente o produto nas</p><p>mãos (volume insuficiente ou direcionado à parede e não às mãos) e nos casos de obstrução</p><p>por aumento da viscosidade do produto (KAWAGOE, 2009b).</p><p>De acordo com a RDC n° 42/2010, para os dispensadores de parede devem ser utilizados refis</p><p>em embalagens descartáveis contendo preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos.</p><p>Ainda, é permitido que a preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos seja portada</p><p>pelos profissionais de saúde, por meio de frascos individuais de bolso (BRASIL, 2010).</p><p>2.7 Custo acessível e disponibilidade no mercado local</p><p>Um elemento essencial para a promoção das práticas de segurança voltadas à HM é a</p><p>disponibilização de preparações alcoólicas de custo acessível ou de baixo custo comercial,</p><p>sempre considerando outros requisitos que contribuem para o aceite e para a adesão às práticas</p><p>adequadas de HM, incluindo a opinião do usuário, que é fundamental em qualquer programa de</p><p>melhoria de adesão à HM (CDC, 2002).</p><p>2.8 Realização de pré-qualificação ou avaliação prévia de produtos alcoólicos para as</p><p>mãos</p><p>A pré-qualificação ou avaliação prévia compreende um processo que inclui a obtenção de uma</p><p>série de informações e a realização de avaliações legal, técnica e funcional antes da decisão de</p><p>compra.</p><p>Assim, a pré-qualificação da preparação alcoólica para as mãos, a qual pode ser requisitada pela</p><p>Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), o que pode auxiliar na escolha daquelas</p><p>mais apropriadas para a aquisição e uso em serviços de saúde.</p><p>Na oportunidade, a instituição de saúde pode solicitar laudos de eficácia antimicrobiana da</p><p>preparação alcoólica para a HM, a fim de agregar informações aos resultados dos testes de uso,</p><p>pelos profissionais de saúde.</p><p>3. Requisitos básicos para a seleção de luvas (estéreis e não estéreis) para as mãos</p><p>O principal papel das luvas (estéreis e não estéreis) para as mãos consiste na proteção dos</p><p>profissionais e dos pacientes em serviços de saúde.</p><p>Assim, recomenda-se o uso de luvas em serviços de saúde por duas razões fundamentais:</p><p>✓ Para reduzir o risco de contaminação das mãos de profissionais da saúde com sangue e outros</p><p>fluidos corporais. E</p><p>✓ Para reduzir o risco de disseminação de microrganismos no ambiente e de transmissão do</p><p>profissional da saúde para o paciente e vice-versa, bem como de um paciente para outro</p><p>(BRASIL, 2009).</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>De acordo com os cinco momentos para a HM, as mãos devem ser higienizadas imediatamente</p><p>após a retirada das luvas, pelo profissional de saúde (BRASIL, 2009; OMS, 2009; OMS, 2014).</p><p>Ressalta-se que uma importante barreira para a implementação das práticas de HM em serviços</p><p>de saúde é o uso de luvas com talco. Isto ocorre porque os resíduos de talco/pó presentes nas</p><p>luvas ao entrar em contato com o produto alcoólico formam uma reação e substância indesejável</p><p>nas mãos e isso pode inibir a prática de HM com este produto, após a retirada das luvas.</p><p>Sendo assim, recomenda-se a seleção de luvas isentas de talco para uso em serviços de saúde,</p><p>pois isso evita reações em contato com a preparação alcoólica para a HM, facilitando a correta</p><p>higiene das mãos nos cinco momentos.</p><p>4. Preparo pré-operátorio ou antissepsia cirúrgica das mãos</p><p>Cabe lembrar que em relação ao preparo pré-operatório das mãos ou antissepsia cirúrgica das</p><p>mãos, o procedimento pode ser feito com o uso de esponjas para a realização da fricção da pele</p><p>com antisséptico degermante (Clorexidina 2% ou Polivinilpirrolidona-iodo - PVPI) ou por meio do</p><p>uso de produto à base de álcool (PBA) específico para fricção cirúrgica das mãos. O uso de</p><p>escovas é desencorajado devido à facilidade de causar lesão na pele. Caso o uso seja inevitável,</p><p>a escova deve ser estéril e de uso único (BRASIL, 2017).</p><p>O álcool isoladamente não apresenta efeito residual apreciável, apesar disso, a recuperação da</p><p>microbiota da pele ocorre lentamente, pela contínua morte dos microrganismos e provavelmente</p><p>devido ao efeito sub-letal em algumas bactérias da pele. A adição de clorexidina, octenidina, ou</p><p>triclosan à preparação alcoólica, pode resultar em atividade residual (KAWAGOE, 2009b).</p><p>No entanto, há evidências científicas sobre a segurança do uso de PBA específico para</p><p>antissepsia cirúrgica das mãos, podendo, portanto, substituir a técnica tradicional, com</p><p>Clorexidina ou Polivinilpirrolidona iodo – PVPI degermante, no preparo pré-operatório das mãos,</p><p>ressaltando que a eficácia do álcool depende de seu tipo, concentração e tempo de contato</p><p>(WHO, 2009; GONÇALVES et. al., 2012).</p><p>No preparo pré-operatório das mãos, as unhas devem ser mantidas curtas, evitando-se o uso de</p><p>unhas artificiais. Todos os adornos das mãos e antebraços, como anéis, relógios e pulseiras</p><p>devem ser removidos antes do procedimento.</p><p>Ainda, o leito ungueal e subungueal devem ser mantidos limpos, podendo ser usada espátula</p><p>para remover a sujidade (WIDMER et al., 2010).</p><p>A duração e técnica correta de aplicação do PBA específico para fricção cirúrgica das mãos e</p><p>antebraços podem ser acessadas em: https://www.anvisa.gov.br</p><p>4.1. Requisitos mínimos para a aquisição de produto à base de álcool específico para</p><p>preparo pré-operatório das mãos (Fricção cirúrgica das mãos)</p><p>A fricção antisséptica cirúrgica das mãos refere-se ao preparo pré-operatório das mãos com PBA</p><p>específico para este procedimento, sem enxague.</p><p>Além dos requisitos para a aquisição de preparações alcoólicas para fricção antisséptica das</p><p>mãos (itens 2.2 a 2.8), a preparação alcoólica específica para fricção cirúrgica das mãos deve</p><p>atender aos seguintes critérios ou características:</p><p>✓ Remover a microbiota transitória, além de reduzir significativamente a microbiota residente no</p><p>início do procedimento e evitar o crescimento microbiano nas mãos enluvadas, até o fim do</p><p>procedimento cirúrgico;</p><p>✓ Apresentar efeito imediato e atividade persistente e sustentada devidamente documentada.</p><p>Esta avaliação pode ser demonstrada por meio de laudos de resultados destes efeitos pelos</p><p>métodos: americano (FDA/ASTM - E1115) ou europeu (EN 12791) (WHO, 2009).</p><p>https://www.anvisa.gov.br/</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>5. Recomendações pós-mercado para produtos envolvidos na higiene das mãos</p><p>Os serviços de saúde devem proceder à notificação à vigilância sanitária (VISA), por meio do</p><p>sistema NOTIVISA, sempre que for identificada irregularidade quanto à situação do</p><p>estabelecimento fornecedor, do produto ou na ocorrência de desvio de qualidade dos produtos.</p><p>Para isso, devem acessar o seguinte endereço eletrônico:</p><p>http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Higienização das Mãos</p><p>em Serviços de Saúde. Brasília; 2007.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Medidas de Prevenção</p><p>de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília; 2017.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n°. 36, de 25 de julho de 2013. Institui</p><p>ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências Diário Oficial</p><p>da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 26 jul. 2013a.</p><p>BRASIL.</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n°. 42, de 25 de outubro de 2010. Dispõe</p><p>sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das</p><p>mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da União [da</p><p>República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 26 out. 2010.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviços de</p><p>Saúde – Higienização das Mãos. Brasília; 2009a.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS n°. 2616 de 12 de maio de 1998. Estabelece as</p><p>normas para o programa de controle de infecção hospitalar. Diário Oficial [da República</p><p>Federativa do Brasil], Brasília, DF, 13 de maio de 1998.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n°. 529 de 1 de abril de 2013. Institui o Programa Nacional</p><p>de Segurança do Paciente. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 02 de</p><p>abril de 2013b.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 1.377 de 9 de julho de 2013. Aprova os Protocolos de</p><p>Segurança do Paciente. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 10 jul</p><p>2013c.</p><p>CDC (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION). Guideline for Hand Hygiene</p><p>in Health-Care Settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory</p><p>Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR, v.51, n. RR-</p><p>16, p.1-45, 2002.</p><p>GONÇALVES, K.J; GRAZIANO, K.U; KAWAGOE, J.Y. Revisão sistemática sobre antissepsia</p><p>cirúrgica das mãos com preparação alcoólicaem comparação aos produtos tradicionais. Rev Esc</p><p>Enferm USP, v 46, n. 6, p. 1484-93, 2012.</p><p>KAWAGOE, J.Y. Efeitos adversos provocados pelos produtos utilizados para a higienização das</p><p>mãos. IN: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do Paciente em</p><p>Serviços de Saúde – Higienização das Mãos. Brasília; 2009a.</p><p>KAWAGOE, J.Y. Produtos utilizados na higienização das mãos. IN: AGÊNCIA NACIONAL DE</p><p>VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde – Higienização das</p><p>Mãos. Brasília; 2009b.</p><p>ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve Vidas:Higienize suas Mãos/ Organização Mundial</p><p>da Saúde. Guia para a Implementação da Estratégia Multimodal da OMS para a Melhoria da</p><p>Higiene das Mãos; tradução de OPAS – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde;</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009. 47p.</p><p>ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. SALVE VIDAS:Higienize suas Mãos/ Organização</p><p>Mundial da Saúde. Higiene das Mãos na Assistência à Saúde Extrahospitalar e Domiciliar e nas</p><p>Instituições de Longa Permanência - Um Guia para a Implementação da Estratégia Multimodal</p><p>da OMS para a Melhoria da Higiene das Mãos e da Abordagem “Meus 5 Momentos para a</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Higiene das Mãos”; tradução de OPAS – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde;</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014. 73 p.</p><p>PRICE, L.; MELONEA, L.; MCLARNONA N.; BUNYAN, D.; KILPATRICK, C.; FLOWERSA, P.;</p><p>REILLYA, J. A Systematic Review to evaluate the evidence base for the World Health</p><p>Organization's adopted Hand Hygiene Technique for reducing the microbial load on the hands of</p><p>Healthca workers. American Journal of Infection Control, v. 46, p. 814-23, 2018.</p><p>ROTTER, M.L. Arguments for alcoholic hand disinfection. Journal of Hospital Infection, v. 48</p><p>(suppl A), p.S4–S8, 2001.</p><p>Precauções-padrão e isolamento</p><p>As normas relativas às precauções e ao isolamento constituem-se na adoção de medidas que</p><p>possibilitam a prevenção da transmissão de microrganismos e que têm por objetivo principal</p><p>proteger o paciente e o profissional de saúde.</p><p>As mais utilizadas nos serviços de saúde, institucionalizados ou domiciliares, fundamentam-se</p><p>no Guideline do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de Atlanta e no HICPAC</p><p>(Hospital Infection Control Practices Advisory Committee), nos EUA.</p><p>Os microrganismos podem ser transmitidos por contato com gotículas, aerossóis e exposição a</p><p>sangue e outros líquidos corpóreos, como veremos a seguir:</p><p>• por contato - ocorre principalmente através das mãos dos profissionais ou por contato com</p><p>artigos e equipamentos contaminados. Exemplos: herpes simples, diarreia infecciosa;</p><p>• por gotículas - ocorre através de gotículas produzidas pela fala, tosse, espirro e aspiração</p><p>orotraqueal. As gotículas podem atingir até 1 metro de distância e rapidamente se</p><p>depositam no chão, não permanecendo suspensas no ar. Exemplos: coqueluche, difteria,</p><p>rubéola, meningite bacteriana;</p><p>• por aerossóis - pequenas partículas contendo microrganismos eliminados durante a</p><p>respiração, tosse ou espirro ressecam-se, podendo permanecer durante horas suspensas</p><p>no ar.</p><p>As partículas ressecadas são capazes de atingir distâncias maiores que 1 metro. Algumas</p><p>doenças, como a tuberculose e o sarampo, são transmitidas dessa forma; por exposição a</p><p>sangue e outros líquidos corpóreos a transmissão ocorre quando estes estão contaminados e</p><p>entram em contato com mucosa ou pele não-íntegra. Por exemplo, o vírus da imunodeficiência</p><p>humana (HIV), os vírus da hepatite B e C.</p><p>Esse sistema de precauções e isolamento indica dois níveis de precauções, a saber:</p><p>• precauções-padrão, indicadas a todos os pacientes;</p><p>• precauções baseadas no modo de transmissão dos agentes infecciosos: precauções de</p><p>contato e precauções respiratórias para gotículas e aerossóis.</p><p>Precauções-padrão</p><p>As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimento de todos os pacientes sempre que</p><p>houver risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não-</p><p>íntegras e mucosas.</p><p>São ações das precauções-padrão:</p><p>• lavar as mãos: antes e após o contato com o paciente; após descalçar as luvas, pois nelas</p><p>podem haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a remoção; após contato</p><p>com sangue, secreções e excreções, equipamentos e artigos contaminados; entre a</p><p>realização de procedimentos com o mesmo paciente, como curativo, aspiração traqueal,</p><p>coleta de sangue, etc.; entre a manipulação de um paciente e outro; entre a realização do</p><p>mesmo procedimento em pacientes diferentes, como esvaziamento de urina do sistema</p><p>de drenagem fechado;</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>• utilizar luvas estéreis antes da execução de procedimento asséptico e luvas de</p><p>procedimento sempre que existir a possibilidade de contato com sangue, líquidos</p><p>corpóreos, secreções e excreções, mucosa, pele não-íntegra e artigos, equipamentos e</p><p>superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após o uso e antes de tocar em</p><p>outro paciente ou qualquer material ou superfície, como caneta, telefone, papeleta,</p><p>maçaneta de porta, etc.;</p><p>• usar avental limpo não-estéril ou impermeável (quando necessário) nos casos de risco de</p><p>contato com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retirá-lo após o término do</p><p>procedimento;</p><p>• utilizar máscara, protetor de olhos e protetor de face sempre que realizar procedimentos</p><p>sujeitos a risco de respingos de líquidos corporais e/ou sangue como, por exemplo,</p><p>aspiração de secreção traqueal;</p><p>• manter os cuidados adequados com os artigos e equipamentos de uso em pacientes, no</p><p>tocante à limpeza, desinfecção ou esterilização;</p><p>• prevenir acidentes com materiais perfuro cortantes: ter cuidado com o uso, manipulação,</p><p>limpeza e descarte de agulhas, bisturis e similares; não remover as agulhas contaminadas</p><p>das seringas; não realizar o reencape das agulhas; usar recipiente apropriado para o</p><p>descarte de materiais perfuro cortantes;</p><p>• realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e descontaminação de superfícies</p><p>ambientais e mobiliário, quando contaminados com sangue e/ou líquidos corporais;</p><p>• cuidar das roupas usadas: utilizar luvas de procedimento ao manusear as roupas sujas</p><p>de sangue, líquidos corporais, secreções e excreções, evitando o contato direto com pele</p><p>e mucosas, bem como com a própria roupa;</p><p>• utilizar quarto privativo nos casos em que haja risco de contaminação ambiental.</p><p>73</p><p>Precauções de contato</p><p>As precauções de contato são indicadas para pacientes colonizados ou infectados por</p><p>microrganismos veiculados por contato direto ou indireto (ex: objetos), que tenham grande</p><p>importância epidemiológica como infecção por agentes multirresistentes.</p><p>Além das medidas de precaução-padrão, as precauções de contato envolvem as medidas de</p><p>uso de quarto privativo ou comum para pacientes que apresentem a mesma doença ou</p><p>microrganismo; o uso de avental na possibilidade de risco de contato das roupas do profissional</p><p>com área ou material infectante quando da realização de higiene do paciente com diarreia,</p><p>incontinência fecal/urinária e ferida com secreção não-contida pelo curativo; manutenção do</p><p>paciente no quarto/enfermaria, evitando sua saída; uso exclusivo de artigos e equipamentos pelo</p><p>paciente; limpeza e desinfecção ou esterilização dos mesmos após a alta do paciente. Os</p><p>familiares devem ser orientados quanto aos cuidados a serem tomados para evitar risco de</p><p>contaminação.</p><p>Precauções respiratórias</p><p>As precauções respiratórias para aerossóis exigem as medidas de utilização das precauções-</p><p>padrão; quarto privativo, sendo obrigatórios: manter a porta fechada; utilizar máscara apropriada</p><p>(tipo N95) ao prestar cuidados a pacientes com suspeita ou doença confirmada de transmissão</p><p>por aerossóis; manter o paciente no quarto, evitando sua saída - caso haja necessidade de</p><p>transportá-lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica.</p><p>Medidas de precaução respiratória</p><p>As precauções respiratórias para gotículas necessitam de medidas de utilização das precauções-</p><p>padrão; quarto privativo ou comum para pacientes com a mesma doença; uso de máscara</p><p>comum, tipo cirúrgica, por todas as pessoas que entrem no quarto no período de transmissão da</p><p>doença sendo necessário desprezá-la à saída do quarto; manter o paciente no quarto, evitando</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>sua saída - caso haja necessidade de transportá-lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica no</p><p>mesmo.</p><p>Precauções empíricas</p><p>As precauções empíricas são indicadas para os casos de pacientes sem diagnóstico definitivo,</p><p>porém com indícios de infecção por agentes que necessitem de precauções. Devem permanecer</p><p>até que haja confirmação ou esclarecimento do diagnóstico. Nestes casos inserem-se:</p><p>• precauções de contato: diarreias agudas de etiologia infecciosa, erupção vesicular,</p><p>abcessos ou feridas com exsudato que extravase a cobertura;</p><p>• precauções para aerossóis: erupção vesicular, tosse com febre e infiltração de lobo</p><p>pulmonar em qualquer local em paciente HIV positivo;</p><p>• precauções para gotícula: meningite, exantema petequial e febre.</p><p>75NFERMAGEM</p><p>F</p><p>Classificação Conceito Processo Exemplos</p><p>Artigos críticos Materiais com</p><p>elevado potencial</p><p>de risco de</p><p>provocar infecção,</p><p>porque são</p><p>introduzidos</p><p>diretamente em</p><p>tecidos</p><p>normalmente</p><p>estéreis</p><p>Indicação de esterilização</p><p>Instrumental cirúrgico, agulhas,</p><p>cateteres intravasculares e dispositivos a</p><p>eles conectados, como equipos de</p><p>solução e torneirinhas</p><p>Artigos semicríticos Aqueles que entram</p><p>em contato com</p><p>mucosa íntegra e</p><p>pele não-intacta;</p><p>pode-se tornar</p><p>artigo crítico se</p><p>ocorrer lesão</p><p>acidental durante a</p><p>realização do</p><p>procedimento</p><p>A esterilização não é obrigatória,</p><p>porém desejável; há indicação de,</p><p>no mínimo, desinfecção de alto</p><p>nível</p><p>Equipamentos de anestesia e</p><p>endoscópios</p><p>Artigos não- críticos Materiais que</p><p>entram em contato</p><p>somente com a pele</p><p>íntegra e</p><p>geralmente</p><p>oferecem baixo</p><p>risco de infecção</p><p>Dependendo do grau de</p><p>contaminação, podem ser</p><p>submetidos à limpeza ou</p><p>desinfecção de baixo ou médio</p><p>nível</p><p>comadre, papagaio, termômetros</p><p>(Quadro 1)</p><p>Desinfetante/</p><p>Esterilizante</p><p>Características Indicações Desvantagens</p><p>Álcool etílico e</p><p>isopropílico</p><p>Ação rápida, fácil</p><p>aplicação, viável para</p><p>artigos metálicos; ação</p><p>ótima na concentração</p><p>de 70%</p><p>Desinfecção de nível médio de</p><p>Artigos e superfícies. Ex:</p><p>superfícies externas de</p><p>equipamentos metálicos,</p><p>termômetros, estetoscópios,</p><p>ampolas, vidros, etc. Inflamável;</p><p>resseca plásticos e opacifica artigos</p><p>acrílicos</p><p>Em forma líquida</p><p>(hipoclorito de sódio)</p><p>ou sólida; as soluções</p><p>Desinfecção de nível médio de</p><p>Artigos e superfícies e</p><p>descontaminação de superfícies.</p><p>É corrosivo para artigos e superfícies</p><p>metálicas; irrita as mucosas; odor forte;</p><p>redução de atividade em presença de</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Cloro e compostos</p><p>clorados</p><p>devem ser estocadas</p><p>em frascos opacos;</p><p>ação rápida e baixo</p><p>custo</p><p>Ex: materiais de inalo terapia e</p><p>oxigenoterapia não metálicos,</p><p>como máscaras de inalação e</p><p>nebulização, circuitos</p><p>ventilatórios; desinfecção de</p><p>lactários, cozinhas etc.</p><p>matéria orgânica; incompatível com</p><p>detergentes; solução pouco estável</p><p>Glutaraldeído</p><p>Não danifica</p><p>instrumentais,</p><p>plásticos e borrachas;</p><p>com atividade</p><p>germicida em presença</p><p>de matéria orgânica;</p><p>não é indicado para</p><p>superfícies</p><p>Esterilização e desinfecção de</p><p>alto nível de artigos</p><p>termossensíveis; indicado para</p><p>endoscópios semicríticos</p><p>(digestivos, broncoscópios,</p><p>laringoscópios,</p><p>retossigmoidoscópios) e críticos</p><p>(artroscópios e laparoscópios) em</p><p>situações nas quais a esterilização</p><p>não seja possível; artigos</p><p>semicríticos, como espéculos</p><p>vaginais, lâminas de</p><p>laringoscópios (sem lâmpada)</p><p>Irritante para mucosas e pele (olhos,</p><p>nariz, garganta, etc.)</p><p>Fenólicos</p><p>Toxicidade dérmica,</p><p>podendo provocar a</p><p>despigmentação</p><p>cutânea</p><p>Desinfecção de nível médio e</p><p>baixo; indicado para artigos não</p><p>críticos e superfícies</p><p>Podem ser absorvidos por materiais</p><p>porosos, como plástico e borrachas, e o</p><p>efeito residual pode causar irritação</p><p>tecidual mesmo após enxágue</p><p>criterioso; contra-indicado em berçários</p><p>e áreas de manuseio de alimentos</p><p>Quaternários de</p><p>amônio</p><p>Baixa toxicidade; são</p><p>bons agentes de</p><p>limpeza</p><p>Desinfecção de baixo nível;</p><p>indicado para superfícies e</p><p>equipamentos em local de</p><p>manuseio de alimentos</p><p>Bactérias Gram-negativas têm</p><p>possibilidade de sobreviver nesses</p><p>compostos</p><p>Formaldeído</p><p>Requer tempo</p><p>prolongado para agir</p><p>Desinfecção de capilares do</p><p>sistema de dialisadores, em</p><p>solução aquosa, na concentração</p><p>de 4% por 24 horas</p><p>Embora considerado desinfetante e</p><p>esterilizante, seu uso é limitado devido a</p><p>sua ação tóxica, irritante, odor forte e</p><p>desagradável e comprovado potencial</p><p>carcinogênico</p><p>Plasma de</p><p>peróxido de</p><p>hidrogênio</p><p>Considerado quarto</p><p>estado da matéria,</p><p>diferente dos estados</p><p>líquido, sólido e</p><p>gasoso.</p><p>A esterilização por</p><p>esse método é</p><p>realizada através de</p><p>equipamento</p><p>automatizado e</p><p>computadorizado</p><p>Esterilização de artigos sensíveis</p><p>ao calor e à umidade</p><p>Alto custo do equipamento</p><p>Ácido peracético</p><p>Não forma resíduos</p><p>tóxicos</p><p>Formulações associadas a</p><p>peróxido de hidrogênio são</p><p>indicadas para reprocessamento</p><p>de capilares de hemodialisadores</p><p>Instável após a diluição</p><p>Óxido de etileno</p><p>Processo de</p><p>esterilização</p><p>combinado ao calor</p><p>úmido da autoclave</p><p>Esterilização de artigos</p><p>termossensíveis</p><p>Tóxico para pele e mucosas; os</p><p>materiais necessitam de aeração</p><p>prolongada para remoção do gás</p><p>(Quadro 2)</p><p>Classificação Grau de risco Exemplos</p><p>São as áreas de maior risco para a aquisição de</p><p>infecções, devido a presença de pacientes mais</p><p>UTI, centro cirúrgico, centro obstétrico e de</p><p>recuperação pós-anestésica, isolamentos, setor de</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>Caderno de estudos</p><p>Enfermagem cirúrgica</p><p>Profª Eva de Fátima</p><p>2020.1</p><p>01</p><p>Área crítica</p>

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