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<p>26</p><p>Para entendermos melhor isso, pensemos no</p><p>seguinte exemplo: recorte a fala de um juiz em</p><p>um tribunal e Enderece a uma criança ou a um</p><p>jovem.</p><p>Certamente o juiz não vai ser entendido, concor-</p><p>da?</p><p>Para que haja a devida comunicação, ele deve</p><p>escolher palavras adequadas ao entendimento</p><p>daquele público-alvo: a criança ou o adolescente.</p><p>Assim, os níveis de linguagem levam em conta</p><p>esses estratos (camadas sociais, econômicas, cul-</p><p>turais, etárias, situacionais), a cujo contexto a lin-</p><p>guagem deve adaptar-se.</p><p>O que determinará o nível de linguagem empre-</p><p>gado é o meio social no qual o indivíduo se en-</p><p>contra. Portanto, para cada ambiente sociocul-</p><p>tural há uma medida de vocabulário, um modo</p><p>de se falar, uma entonação empregada, uma</p><p>maneira de se fazer a combinação das palavras,</p><p>e assim por diante.</p><p>Com base nessas considerações, não se deve pen-</p><p>sar a comunicabilidade pelas noções de certo e</p><p>errado, mas pelos conceitos de adequado e inad-</p><p>equado, segundo determinado contexto. Assim,</p><p>não se espera que um adolescente, reunido com</p><p>outros em uma lanchonete, assim se expresse:</p><p>“Vamos ao shopping assistir a um filme”.</p><p>Naturalmente, ele vai reestruturar o seu texto</p><p>(retextualizar) para se adaptar ao seu meio: “Va-</p><p>mos no shopping assistir um filme”.</p><p>Com base nisso, vamos aos principais níveis de</p><p>linguagem:</p><p>A linguagem culta ou padrão: É aquela ensinada</p><p>nas escolas e serve de</p><p>veículo às ciências em que se apresenta com ter-</p><p>minologia especial. É usada pelas pessoas instruí-</p><p>das das diferentes classes sociais e caracteriza-se</p><p>pela obediência às normas gramaticais. Mais co-</p><p>mumente usada na linguagem escrita e literária,</p><p>reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,</p><p>mais estável, menos sujeita a variações. Está pre-</p><p>sente em diversos gêneros textuais, como nas</p><p>aulas, conferências, sermões, discursos políticos,</p><p>comunicações científicas, noticiários de TV, pro-</p><p>gramas culturais etc.</p><p>A linguagem culta pode ser formal ou informal.</p><p>Isso depende da intenção comunicativa e do</p><p>meio utilizado para tal. Pode haver comunicação</p><p>de acordo com a norma culta como no exemplo:</p><p>“Dilma! Estou aqui pensando como o Brasil cres-</p><p>ceu depois de que começou seu mandato. Quan-</p><p>tos ministros você dispensou, por envolvimento</p><p>em falcatruas…”</p><p>Veja que todas as palavras estão de acordo com a</p><p>norma culta, mesmo percebendo que o pronome</p><p>“você”, relacionando-se a uma personalidade</p><p>política, não seria o ideal.</p><p>Mas não podemos dizer que esse emprego estar-</p><p>ia incorreto gramaticalmente, pois, fora do con-</p><p>texto político, formal, cabe o direcionamento a</p><p>esta pessoa como “você”, como num bate-papo</p><p>entre amigos políticos, familiares de Dilma, por</p><p>exemplo. O contexto não requer o tratamento</p><p>cerimonioso.</p><p>Muitas vezes essa informalidade é vista nos</p><p>gêneros textuais crônicas, jornais, revistas, textos</p><p>literários, cartas pessoais e comunicações não</p><p>oficiais.</p><p>Isso dá ao texto um desprendimento do rito, da</p><p>formalidade, o qual a linguagem jornalística mui-</p><p>tas vezes procura implementar.</p><p>Claro que um crítico político não usaria o pro-</p><p>nome “você” direcionando-se a um presidente</p>

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