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CCJ0010-WL-OO-Apostila-04 - Direito Administrativo Brasileiro - Alexandre Medeiros - 0000

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR ALEXANDRE MEDEIROS 
www.facebook.com/professoralexandremedeiros 
DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. ALEXANDRE MEDEIROS 
 
 
 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA TRIBUNAIS
1
 
– CURSO INTENSIVO – 
PROF. ALEXANDRE MEDEIROS
2
 
 
Apostila preparada especialmente para os membros da fanpage: 
www.facebook.com/professoralexandremedeiros 
 
AULA II: 1. PRINCÍPIOS E SÚMULA VINCULANTE Nº 13. 2. MAIS 
QUESTÕES DE CONCURSOS 2013 E 2012. 
 
AULA II - SUMÁRIO: 
 
 
1. PRINCÍPIOS E SÚMULA VINCULANTE Nº 13, p. 4 
 
1.1 Princípio da Legalidade, p. 6 
1.2 Princípio da Impessoalidade, p. 8 
1.3 Princípio da Moralidade, p. 10 
1.4 Princípio da Publicidade, p. 11 
1.5 Princípio da Eficiência, p. 13 
1.6 Súmula Vinculante nº 13, p. 16 
1.7 Princípio da Supremacia do Interesse Público, p. 18 
1.8 Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade, p. 20 
1.9 Princípio da Continuidade, p. 20 
1.10 Princípio da Hierarquia, p. 24 
1.11 Princípio da Autotutela, p. 24 
1.12 Princípio da Proporcionalidade-Razoabilidade, p. 26 
1.13 Princípio da Motivação, p. 30 
1.14 Princípio da Igualdade, p. 32 
1.15 Princípio da Segurança Jurídica, p. 33 
1.16 Princípio da Responsabilidade do Estado, p. 33 
1.17 Princípio da Sindicabilidade, p. 34 
 
2. MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS 2013 E 2012, p. 35 
 
 
 
1
 Apostila fechada em SETEMBRO/2013. 
2
 Professor do Curso CEJUS (www.cejustv.com.br) (presencial/on-line); Curso JusPodivm/LFG; Curso Ímpar (Salvador-BA); 
Faculdade Ruy Barbosa (Salvador-BA); Faculdade Anísio Teixeira-FAT (Feira de Santana-BA). Coautor dos livros: (1) Lei de 
Improbidade Administrativa - Esquematizada - Comentários à Lei 8.429/1992, Editora Método; (2) Lei 8.666/1993 - 
Esquematizada, 2ª edição, Editora Método; (3) Legislação Aplicada ao MPU - Esquematizada, Editora Método, 2ª edição (no 
prelo). 
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2 
CONHEÇA AS OBRAS DO PROFESSOR ALEXANDRE MEDEIROS!!! 
 Lei 8.666/1993 - Esquematizada, em coautoria com Janaina Carvalho, Ed. 
Método: 
 
 
 Lei de Improbidade Administrativa - Esquematizada, em coautoria com Janaina 
Carvalho, Editora Método: 
 
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3 
 
 Legislação Aplicada ao MPU - Esquematizada, em coautoria com o Prof. Orman 
Ribeiro e Janaina Carvalho, Editora Método: 
 
 
 
 
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4 
 ROTEIRO3  
 
1. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Os princípios são o início de tudo, proposições anteriores e superiores, que traçam vetores 
direcionais para os atos do legislador, do administrador e do aplicador da lei ao caso concreto. 
 
 Constituem o fundamento, alicerce, a base de um sistema, e que condicionam as estruturas 
subseqüentes, garantido-lhe validade. 
 
 Importante notar que tais princípios não necessitam estar presentes explicitamente na 
legislação, tendo validade e lançando seus efeitos independentemente de positivação (como é sabido, 
Direito Positivo é o conjunto de normas jurídicas, escritas ou não, vigentes num certo território, a um certo 
tempo). 
 
 Perceba-se que os princípios são de observância obrigatória, sendo mais grave transgredi-
los que a uma norma qualquer. Neste ínterim, vale transcrever lição, que já se tornou célebre no cenário 
jurídico, do Ilustre CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: 
 
“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A 
desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento 
obrigatório mas a todo sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou 
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa 
insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, 
contumélia irremessível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. 
 
Isto porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura 
neles esforçada.” 
 
FCC!!! 
 
(FCC-TÉCNICO ADMINISTRATIVO-TRF 5ªR-MAR-2008)
4
 Os princípios informativos do Direito 
Administrativo 
 
(A) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal. 
(B) consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe garante a validade. 
(C) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais. 
(D) são normas previstas em regulamentos da Presidência da República sobre ética na Administração 
Pública. 
(E) são regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas sanções de natureza administrativa. 
 
 Vale registrar, ainda, que não existe hierarquia entre os princípios. Cada um tem sua 
importância e não se diz que um prevalece sobre o outro. A aplicação, caso a caso, é que acaba, 
indiretamente, dando mais valor a um ou outro, mas isso não quer dizer que exista tal hierarquia. Um 
 
3
 ATENÇÃO: A presente apostila é apenas um roteiro para o acompanhamento das aulas, não esgotando os temas objeto de 
análise, embora sirva como um eficiente resumo para o concurso. 
4
 Gabarito: B 
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5 
princípio que não seja usado num determinado caso pode ser o mais importante em outro. O interessante 
está em analisar o conjunto deles no caso concreto. 
 
QUESTÃO!!! 
 
(CESPE-ANA-JUD-TRE-MT-JAN-2010)
5
 ( ) A atuação administrativa dos integrantes do setor 
público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na 
CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das 
ações públicas. 
 
 Vamos estudar cada um dos princípios mais cobrados em concursos, mas antes é imperioso 
aludir, mais uma vez, ao art. 37 da CF, que estipula os princípios constitucionais que devem nortear a 
atuação da Administração Pública: 
 
“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da 
LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e 
EFICIÊNCIA (...)” 
 
 Mas lembre-se: os princípios estabelecidos acima (LIMPE) não esgotam o rol de princípios 
constitucionais expressos da Adm. Pública. Neste sentido, podem ser citados, ainda, os princípios da 
economicidade e legitimidade (CF, art. 70, caput). 
 
FCC 2012!!!
6
 
 
1 (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Segundo a literalidade do caput do 
art. 37 da Constituição de 1988, a Administração pública obedecerá, entre outros, ao princípio da 
 
a) proporcionalidade. 
b) razoabilidade. 
c) igualdade. 
d) moralidade. 
e) boa-fé. 
 
2 (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa) De acordo com a Constituição 
Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração Pública os da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades 
 
a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de economiamista que atuam em 
regime de competição no mercado. 
b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é dirigido às entidades da 
Administração indireta que atuam em regime de competição no mercado. 
c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades privadas que recebam recursos ou 
subvenção pública. 
d) integrantes da Administração Pública direta e indireta, independentemente da natureza pública ou 
privada da entidade. 
 
5
 Gabarito: E 
6
 Gabarito: 1. D; 2. D 
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6 
e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não integrantes da Administração 
Pública. 
 
MAIS QUESTÕES FCC!!!
7
 
 
1(FCC-TÉCNICO-TRE-TO-FEV-2011) São princípios da Administração Pública, expressamente 
previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros, 
 
(A) eficiência, razoabilidade e legalidade. 
(B) motivação, moralidade e proporcionalidade. 
(C) legalidade, moralidade e impessoalidade. 
(D) publicidade, finalidade e legalidade. 
(E) eficiência, razoabilidade e moralidade. 
 
2(FCC-DEFENSOR-RS-JAN-2011) Na relação dos princípios expressos no artigo 37, caput, da 
Constituição da República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da 
 
(A) moralidade. 
(B) eficiência. 
(C) probidade. 
(D) legalidade. 
(E) impessoalidade. 
 
3 (CESPE-TÉC-TRE-ES-JAN-2011) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública 
direta, autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que 
explorem atividade econômica. 
 
CESPE!!! 
 
(CESPE-TÉC-TRE-ES-JAN-2011)
8
 Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública 
direta, autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que 
explorem atividade econômica. 
 
1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 Como o próprio nome sugere, esse princípio diz respeito à obediência à lei. Encontramos 
muitas variantes dele expressas na nossa Constituição. 
 
 O mais importante é o dito princípio genérico da legalidade, que vale para todos. Está 
previsto no inc. II, art. 5º, da CF: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei”. 
 
 
7
 Gabarito: 1.C; 2.C; 3.E 
8
 Gabarito: E 
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7 
 ATENÇÃO: Por força do princípio da legalidade, somente a lei é instrumento válido para 
a criação de direitos e obrigações originariamente. Sendo assim, um ato administrativo, ainda que de 
caráter normativo, como os decretos, regulamentos e resoluções, não são instrumentos idôneos para inovar 
“inicialmente” na ordem jurídica, criando, em caráter inicial, direitos e obrigações. 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE - 2013 - DPE-RR - Defensor Público)9 Considerando os princípios aplicáveis à administração 
 pública e a jurisprudência do STF, assinale
 
(___) O princípio da legalidade administrativa impõe que a administração pública fundamente a sua 
atuação no direito, razão por que, para se realizar exame psicotécnico em concurso público, é necessária 
 prévia autorização em ato normativo do chefe do Poder Executivo.
 
 Diz HELY LOPES MEIRELLES: 
 
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na 
administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública 
só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’; 
para o administrador público significa ‘deve fazer assim’”. 
 
 Portanto, o princípio da legalidade é o princípio pelo qual a Administração só pode 
praticar atos para os quais haja uma autorização, permissão ou determinação legal. É lógico, todavia, 
que ele não é incentivador do ócio, pois, ainda que não haja previsão expressa em lei, o agente público 
terá de praticar todos os atos inerentes às suas funções. Vale frisar que o entendimento correto do 
princípio da legalidade, como ora esposado neste parágrafo, já foi objeto de prova elaborada pela ESAF
10
. 
 
 Observe-se, ainda com a ESAF, que “a observância da legalidade alcança os atos 
legislativos materiais, ainda que não formais”11-12. 
 
 Em questão recente, a ESAF mais uma vez confirmou o entendimento, outras vezes 
apresentado, no sentido de que “A legalidade, como princípio básico da Administração Pública, 
especificamente, consiste mais em que, a autoridade administrativa só pode praticar atos, quando: 
autorizados ou permitidos em lei”13. Outrossim, na prova de AFC/2002, a ESAF afirmou que “A 
legalidade, como elemento sempre essencial dos atos administrativos em geral, consiste em que o seu 
objeto: seja autorizado ou permitido em lei”14. 
 
9
 Gabarito: E 
10
 Questão 01, Prova II, Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/RN/2005-ESAF. 
11
 Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura do Recife/2003-ESAF. 
12
 Conforme ensina o Prof. Hely Lopes Meirelles, “Lei, em sentido formal e material, é a norma geral e abstrata de conduta 
aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo; em sentido material, apenas, é toda norma editada pelo Poder Público, 
especialmente os decretos regulamentares expedidos pelo Executivo. Lei em sentido restrito e próprio é, portanto, unicamente, 
a norma legislativa, e, em sentido amplo e impróprio, é toda imposição geral do Estado, provinda de qualquer órgão de seus 
Poderes, sobre a matéria de sua competência normativa”. 
13
 Prova de Analista Técnico-SUSEP-2006-ESAF. 
14
 Veja o inteiro teor da questão: (AFC-2002-ESAF) “A legalidade, como elemento sempre essencial dos atos administrativos 
em geral, consiste em que o seu objeto: 
a) não seja vedado em lei. 
b) não viole expressa disposição de lei. 
c) seja expressamente previsto em lei. 
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8 
 
 Segundo CELSO ANTÔNIO, o princípio da legalidade pode sofrer constrições transitórias, em 
face de circunstâncias excepcionais mencionadas expressamente na CF: 
 
1. medidas provisórias (CF, art. 62); 
2. estado de defesa (CF, art. 136); 
3. estado de sítio (CF, arts. 137 a 139). 
CESPE 2012!!! 
(CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo)
15
 De acordo com a CF, a medida provisória, o 
estado de defesa e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade na administração 
pública. 
1.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
 Em face do princípio da impessoalidade, a Administração, bem como os administradores, 
não devem agir de forma pessoal, ou seja, de forma subjetiva, para o atendimento de interesses próprios 
ou fins privados. Por esse prisma, conforme ensina HELY LOPES, o princípio da impessoalidade nada mais 
seria do que o clássico princípio da finalidade pública. 
 
 Conforme MARIA SYLVIA, esse princípio apareceu, pela primeira vez, com essa 
denominação, no art. 37, da CF/88. 
 
 Pode ser relacionado, também, com o princípio da igualdade ou isonomia. 
 
 Sendo assim, são implicações, ainda, do princípio da impessoalidade: 
 
 o entendimento de que os atos praticados pelos agentes públicos devem ser imputados 
ao órgão ouentidade administrativa, e não ao funcionário que os pratica; 
 a vedação, constante do art. 37, 1º, da CF, de publicidade promocional: “Art. 37: § 1º 
- A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos”. 
 exigência constitucional de concurso público (CF, art. 37, II) e licitação (CF, art. 37, 
XXI); 
 o reconhecimento da validade dos atos praticados por funcionário de fato; 
 anulação de ato cometido com desvio de finalidade; 
 a previsão de normas sobre impedimento e suspeição (arts. 18 a 21 da lei 9.784/99). 
 
 
 
d) seja expressamente autorizado em lei. 
e) seja autorizado ou permitido em lei.” 
15
 Gabarito: C 
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9 
FCC 2012!!! 
 
(FCC - 2012 - MPE-AP - Técnico Ministerial - Auxiliar Administrativo)
16
 O Prefeito de determinado 
Município, a fim de realizar promoção pessoal, utilizou-se de símbolo e de slogan que mencionam o seu 
sobrenome na publicidade institucional do Município. A utilização de publicidade governamental para 
promoção pessoal de agente público viola o disposto no artigo 37, § 1º , da Constituição Federal, ora 
transcrito: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá 
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. 
 
O fato narrado constitui violação ao seguinte princípio da Administração Pública, dentre outros: 
 
a) Eficiência. 
b) Publicidade. 
c) Razoabilidade. 
d) Impessoalidade. 
e) Supremacia do Interesse Particular sobre o Público. 
 
(FCC-ANA-JUD-TRE-AP-JUN-2011)
17
 A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial 
para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública: 
 
(A) razoabilidade e legalidade. 
(B) eficiência e publicidade. 
(C) publicidade e proporcionalidade. 
(D) motivação e eficiência. 
(E) impessoalidade e moralidade. 
 
 Registre-se, também, com a ESAF, que o princípio da impessoalidade “pode significar 
finalidade ou isonomia” 18 e “relaciona-se ao fim legal previsto para o ato administrativo”19. 
Outrossim, o princípio da impessoalidade é o “O princípio constitucional do Direito Administrativo, 
cuja observância forçosa, na prática dos atos administrativos, importa assegurar que, o seu 
resultado, efetivamente, atinja o seu fim legal, de interesse público”20. 
 
 Dessa forma, é correto dizer, seguindo a ESAF, que o princípio da finalidade e o 
princípio da impessoalidade se correspondem entre si, quanto à escolha do objeto e ao alcance do seu 
resultado, porque a violação de um deles importa de regra na inobservância do outro
21
. 
 
 
 
16
 Gabarito: D 
17
 Gabarito: E 
18
 Prova de Auditor do Tesouro Municipal/Recife/2003-ESAF 
19
 Prova de Auditor-Fiscal Estadual/MG/2005-ESAF 
20
 Prova de Agente Executivo-SUSEP/2006-ESAF 
21
 Prova de Auditor-Fiscal da Previdência Social/2002-ESAF 
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10 
1.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
“Cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não é o mesmo que atendê-la 
na sua letra e no seu espírito. A administração, por isso, deve ser orientada 
pelos princípios do direito e da moral, para que ao legal se ajunte o honesto e o 
conveniente aos interesses sociais. Desses princípios é que o direito público 
extraiu e sistematizou a teoria da moralidade administrativa.” 
Hely Lopes Meirelles 
 
 Importante ressalvar que a “moralidade administrativa” não se confunde com a “moral 
comum”, embora esta deva informar também, segundo SOBRINHO, a conduta do “bom administrador”. A 
moralidade administrativa deve ser considerada como uma moral jurídica, entendida como “o conjunto 
de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração” (Maurice Hauriou). 
 
 A “moral comum”, conclui HAURIOU, é imposta ao homem para sua conduta externa; a 
“moral administrativa” é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da 
instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem-comum. 
 
 Ainda com HELY LOPES: a moralidade administrativa está intimamente ligada ao conceito 
do “bom administrador”, que no dizer autorizado de FRANCO SOBRINHO “é aquele que usando de sua 
competência legal, se determina não só pelos preceitos vigentes, mas também pela moral comum”. 
 
 Nossa Carta Magna faz menção em diversas oportunidades a esse princípio. Uma delas, 
prevista no art. 5º, LXXIII, trata da ação popular contra ato lesivo à moralidade administrativa. Em outra, 
o constituinte determinou a punição mais rigorosa da imoralidade qualificada pela improbidade (art. 37, § 
4º). Há ainda o art. 14, § 9º, onde se visa proteger a probidade e moralidade no exercício de mandato, e o 
art. 85, V, que considera a improbidade administrativa praticada pelo Presidente da República como 
crime de responsabilidade. Logo, princípio da moralidade tem existência autônoma no ordenamento 
jurídico brasileiro. 
 
 Relaciona-se com a teoria do desvio de poder/finalidade. 
 
 Registre-se, consoante a ESAF, que o princípio da moralidade “tem relação com a 
noção de costumes” 22 e, para sua aplicação, “demanda a compreensão do conceito de ‘moral 
administrativa’, o qual comporta juízos de valor bastante elásticos”23. 
 
DICAS: 
 
 Não se confunde com o campo legal. 
 Moral administrativa (jurídica) X moral comum. 
 Improbidade administrativa (CF, art. 37, §4º). CF, art. 85, V. 
 Relação com a teoria do desvio de poder ou finalidade. 
 Mecanismo de controle: Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65). 
 
 
 
22
 Prova Auditor-Fiscal do Tesouro Municipal/Recife/2003-ESAF e Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/RN/2005-ESAF. 
23
 Prova Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/RN/2005-ESAF. 
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11 
1.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
 ATENÇÃO: o princípio da publicidade é tema recorrente nas provas. Se a questão 
atribuir, de uma forma ou de outra, um caráter absoluto a este princípio, ou a qualquer outro, deve 
ser considerada errada. 
 
 A Carta Magna protege a publicidade administrativa e o conseqüente conhecimento, pelo 
cidadão, de informações necessárias ao exercício de seus direitos em diversos dispositivos. Vejamos: 
 
Art. 5.º: “XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
(...) 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal;” 
 
Art. 5.º: “LXXII - conceder-se-á ‘habeas-data’: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo” 
 
 Claro que em determinadoscasos o princípio da publicidade pode ser relativizado, quando 
o interesse público ou segurança assim justificar. A própria CF/88 prevê diversas exceções. Vamos ver 
algumas, todas presentes no art. 5º: 
 
“Art. 5.º ........................ 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional; 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena 
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado; 
 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem;” 
 
 A publicidade surte os efeitos previstos somente se feita através de órgão oficial 
(imprensa oficial), que é o jornal, público ou não, que se destina à publicação de atos estatais. Dessa 
forma, não basta a mera notícia veiculada na imprensa (STF, RE 71.652). Contudo, nos Municípios 
que não dispõem de Diário Oficial, os atos são publicizados mediante sua afixação na sede da Prefeitura 
ou da Câmara dos Vereadores. 
 
 Com a publicação, presume-se o conhecimento dos interessados em relação aos atos 
praticados e inicia-se o prazo para interposição de recurso, como também os prazos de decadência e 
prescrição. 
 
 Registre-se, ainda, com HELY LOPES, que a publicidade não é elemento formativo do ato, 
mas sim requisito de eficácia e moralidade. Contudo, ensina o mesmo autor que “as leis, atos e contratos 
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12 
administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade 
para adquirirem validade universal, isto é, perante terceiros”. 
 
 TEMAS ATUAIS SOBRE O PRÍNCÍPIO DA PUBLICIDADE: 
 
  Lei da Transparência (Lei 12.527, de 18/11/11): Regula o acesso a informações previsto 
no inciso XXXIII do art. 5
o
, no inciso II do § 3
o
 do art. 37 e no § 2
o
 do art. 216 da Constituição Federal. 
 
  Possibilidade de divulgação da remuneração bruta dos servidores, nominalmente, desde 
que não se revele o seu endereço residencial e os números de CPF e CI (carteira de identidade). STF: SS 
3902 AgR-segundo, Rel. Min. AYRES BRITTO, Pleno, j. 09/06/2011). 
 
DICAS: 
 
 Não é absoluto. Comporta restrições em nome da segurança do Estado e da sociedade. 
 Principal meio de realização consiste na publicação dos atos por meio da imprensa oficial. 
 Dispensável para os atos internos e obrigatória para atos de efeitos externos e para aqueles que oneram o 
erário. 
 Relaciona-se, entre outras, com as garantias de habeas data, certidão, petição. 
 
FCC!!! 
 
(FCC-ANA-JUD-TRE-AL-FEV-2010)
24
 A publicidade de ato administrativo que produz consequências 
jurídicas fora do órgão que o emite 
 
(A) confere-lhe validade perante as partes e terceiros. 
(B) é requisito de eficiência e impessoalidade. 
(C) convalida o ato, ainda que irregular. 
(D) é elemento formativo do ato. 
(E) é sempre necessária, não sendo admitido o sigilo. 
 
ESAF 2012!!! 
 
(ESAF - 2012 - MDIC - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR)
25
 Determinado município da 
federação brasileira, visando dar cumprimento a sua estratégia organizacional, implantou o programa 
denominado Administração Transparente. Uma das ações do referido programa consistiu na divulgação da 
remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor da municipalidade em sítio eletrônico 
da internet. 
 
A partir da leitura do caso concreto acima narrado, assinale a opção que melhor exprima a posição do 
Supremo Tribunal Federal – STF acerca do tema. 
 
a) A atuação do município encontra-se em consonância com o princípio da publicidade administrativa. 
b) A atuação do município viola a segurança dos servidores. 
c) A atuação do município fere a intimidade dos servidores. 
d) A remuneração bruta mensal não é um dado diretamente ligado à função pública. 
 
24
 Gabarito: A 
25
 Gabarito: A 
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13 
e) Em nome da transparência, o município está autorizado a proceder a divulgação da remuneração bruta 
do servidor e do respectivo CPF. 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF-AFC-STN-NOV-2008)
26
 O art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988 previu expressamente 
alguns dos princípios da administração pública brasileira, quais sejam, legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. Consagra-se, com o princípio da publicidade, o dever de a 
administração pública atuar de maneira transparente e promover a mais ampla divulgação possível de seus 
atos. Quanto aos instrumentos de garantia e às repercussões desse princípio, assinale a assertiva incorreta. 
 
a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse 
coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado. 
b) É assegurada a todos a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
c) Da publicidade dos atos e programas dos órgãos públicos poderá constar nomes, símbolos ou imagens 
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que tal iniciativa possua 
caráter educativo. 
d) Cabe habeas data a fim de se assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constante de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
e) É garantido ao usuário, na administração pública direta e indireta, na forma disciplinada por lei, o 
acesso a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas as garantias 
constitucionais de sigilo. 
 
CESPE!!! 27 
 
1(CESPE-TÉCNICO-CAIXA-SP-RJ-MAI-2010) (___) De acordo com o princípio da publicidade, 
todos os atos da administração devem ser públicos, não cabendo exceção à aplicação desse princípio. 
 
2(CESPE-AGENTE DE INTELIGÊNCIA-ABIN-OUT-2008) (___) Com base no princípio da 
publicidade, os atos internos da administração pública devem ser publicados no diário oficial. 
 
3(CESPE-ANALISTA JUD-ADM- STF-JUL-2008) (___) Nos municípios em que não exista imprensa 
oficial, admite-se a publicação dos atos por meio de afixação destes na sede da prefeitura ou da câmara de 
vereadores. 
 
1.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
 Revela dois aspectos distintos, um em relação à atuação do agente público, outro em 
relação à organização, estruturação e disciplina da Administração Pública. 
 
 Os agentes públicos devem agir com rapidez, presteza, perfeição, rendimento. 
Importante também é o aspecto econômico, que deve pautar as decisões, levando-se em conta 
sempre a relação custo-benefício. Saliente-se, inclusive, que, por força do art. 41, § 1.º, III, da CF, o 
 
26
 Gabarito: C 
27
 Gabarito: 1.E; 2.E; 3.C 
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14 
servidor ineficiente, mesmo sendo estável no serviço público, poderá perder o cargo na forma de lei 
complementar, a qual, todavia, ainda não foi produzida. 
 
 Construir uma linha de distribuição elétrica em rua desabitada pode ser legal, seguir a Lei 
de Licitações, masnão será um investimento eficiente para a sociedade, que arca com os custos e não 
obtém o benefício correspondente. 
 
 ATENÇÃO: A eficiência NÃO justifica a prática de um ato ilegal; não se sobrepõe ao 
princípio da legalidade. 
 
 Por fim, registre-se, conforme a ESAF, que o princípio constitucional da eficiência 
vincula-se à noção de administração pública gerencial
28
. 
 
MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!!! 
 
 Os princípios estudados até aqui têm íntima relação com os modelos que a Administração 
Pública assumiu ao longo da história (patrimonialista; burocrática e gerencial). 
 
 Sobre o tema, ensina o Prof. MANOEL ERHARDT
29
 que “No Estado Absolutista, a coisa 
pública confundia-se com a propriedade do soberano. Em conseqüência, não havia uma Administração 
profissionalizada, os cargos e as funções públicas eram distribuídos como dádivas do monarca e não se 
estabeleciam as diferenças entre a res publica (patrimônio público) e a res principis (patrimônio do 
monarca). Tal modelo de Administração, é o patrimonialista. 
 
 “A Administração Burocrática se desenvolveu com a queda do absolutismo e adotou 
como características o formalismo, a submissão à lei, o combate à imoralidade. Instituiu mecanismos de 
proteção do interesse público contra a atuação dos próprios administradores, apresentando o predomínio 
de controles formais”. Em relação à matéria, diz GUSTAVO BARCHET que a consagração dos princípios da 
legalidade e da moralidade “no regime jurídico-administrativo deu-se no contexto da denominada 
administração burocrática, calcada na imposição de severos controles à atuação da Administração, 
objetivando assegurar a prevalência dos interesses públicos e dos direitos fundamentais dos administrados. 
Os princípios da legalidade e da moralidade são, pois, dois dos princípios que sustentam toda essa 
concepção de administração.” 
 
 Continuando ERHARDT afirma que “A Administração Gerencial desenvolveu-se a partir 
da segunda metade do século XX e procurou substituir a preocupação excessiva com os controles formais 
(controles de meio), pela implementação de controles de resultados. É por isso que, tal modelo de 
Administração, é vinculado ao princípio da eficiência”. GUSTAVO BARCHET, por sua vez, escreve que 
“Modernamente, o enfoque da atuação administrativa volta-se para a maximação de seus resultados, 
dando-se especial relevo, nessa perspectiva, ao princípio da eficiência. Com isso, evidentemente, não 
ficam superados os princípios da legalidade e da moralidade, impondo-se, apenas, sua releitura frente às 
novas exigências impostas à Administração, sintetizadas no conceito de administração gerencial.” 
 
 Arremata o Professor MANOEL ERHARDT concluindo que “Os princípios da legalidade e 
da moralidade estão na origem da Administração Burocrática, que surgiu como combate à corrupção e 
ao nepotismo inerentes à Administração Patrimonialista. Já a Administração Gerencial, embora não 
deixando de lado os princípios da legalidade e da moralidade, surgiu implementando um novo conceito de 
 
28
 Prova de Procurador de Fortaleza/2002/ESAF. 
29
 Professor da Universidade Federal de Pernambuco, Juiz Federal e Professor do Espaço Jurídico, em Recife. 
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15 
controle das ações administrativas baseado primordialmente no princípio da eficiência, assumindo a 
administração, portanto, um controle de resultados.” 
 
FCC!!! 
 
(TRT-TEC-TRT1-ABR-2011)
30
 Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos 
respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello: 
 
I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a 
exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos 
com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por 
exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de 
concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. 
 
As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública: 
 
(A) moralidade e legalidade. 
(B) eficiência e impessoalidade. 
(C) legalidade e publicidade. 
(D) eficiência e legalidade. 
(E) legalidade e moralidade. 
 
DICAS: PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
 O agente público deve atuar com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
 A eficiência jamais justifica a prática de um ato ilegal. 
 Relaciona-se com o modelo gerencial de administração pública. 
 Relaciona-se com o contrato de gestão (art. 37, § 8º) e com a exigência de avaliação especial de 
desempenho para fins de aquisição da estabilidade (CF, 41, §4º). 
 
 
 
30
 Gabarito:B 
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16 
1.6 SÚMULA VINCULANTE Nº 13 
 
 Considerando que a Súnula Vinculante nº 13/STF reflete a aplicação efetiva dos princípios 
constitucionais que acabamos de estudar, faremos a seguir uma análise minuciosa do seu conteúdo. 
 
SÚMULA VINCULANTE Nº 13 DO STF (ANTINEPOTISMO) 
 
“A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, 
COLATERAL OU POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA 
AUTORIDADE NOMEANTE OU DE SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA 
INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, PARA O 
EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO 
GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER 
DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, 
COMPREENDIDO O AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.” (STF, Súmula Vinculante nº 13, DO 29/8/2008) 
 
 
DICAS: SÚMULA VINCULANTE 13 
 
 Principais PRINCÍPIOS VIOLADOS com o nepotismo: MORALIDADE, IMPESSOALIDADE, 
ISONOMIA E EFICIÊNCIA. 
 Veda, além do nepotismo direto (“da autoridade nomeante”), o nepotismo cruzado/transverso (“ajuste 
mediante designações recíprocas”). 
 A vedação decorre diretamente da CF, dispensando a existência de lei formal neste sentido. 
 A nomeação de primos (parente de 4º grau) é permitida. 
 A nomeação de cônjuges e parentes para cargos políticos (ex.: Ministros e Secretários de Estado) não é 
vedada pela súmula. 
 O cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas, segundo o STF (Rcl 6702 MC-AgR, j. 04/03/2009), tem 
natureza administrativa, e não política, logo não poderá haver a nomeação de parentes para o referido 
cargo. 
 
QUESTÕES - SÚMULA VINCULANTE Nº 13!!!
31
 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE - 2013 - DPE-RR - DEFENSOR PÚBLICO) Considerando os princípios aplicáveis à 
administração pública e a jurisprudência do STF, assinale 
 
1 (___) Caso o presidente de autarquia estadual pretenda nomear seu sobrinho para o cargo de diretor 
administrativo dessa entidade, não haverá óbice jurídico para a nomeação, já que a vedação ao nepotismo 
depende da edição de lei formal. 
 
(CESPE-ADVOGADO DA UNIÃO-AGU-FEV-2009) Ora, um Estado funcionalmente eficiente 
demanda um Direito Público que privilegie, por sua vez, a funcionalidade. Um Direito Público orientado 
por uma teoria funcional da eficiência. 
 
31
 Gabarito: 1. E; 2.C; 3.C; 4.C; 5.C; 6.E 
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17 
(...) 
A administração privada é sabidamente livre para perseguir as respectivas finalidades a que se proponha e, 
assim, a falta de resultados não traz repercussões outras que as decorrentes das avenças privadas, como 
ocorre, por exemplo, nas relações societárias. Distintamente, a administração pública está necessariamente 
vinculada ao cumprimento da Constituição e, por isso, os resultados devem ser alcançados, de modo que 
se não o forem, salvo cabal motivação da impossibilidade superveniente, está-se diante de uma violação 
praticada pelo gestor público, pois aqui existe relevância política a ser considerada. 
 
 Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Quatro paradigmas do direito administrativo 
 pós-moderno. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008, p. 110-11 (com adaptações). 
 
Considerando o texto acima e com base nos princípios que regem a administração pública, julgue os 
próximos itens. 
 
2 Considere que Platão, governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que 
possui formação superior na área de engenharia, para o cargo de secretário de estado de obras. 
Pressupondo-se que Aristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação, conclui-se 
que esta não vai de encontro ao posicionamento adotado em recente julgado do STF. 
 
3 Com base no princípio da eficiência e em outros fundamentos constitucionais, o STF entende que viola a 
Constituição a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até 
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, 
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, 
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas. 
 
(CESPE-ADVOGADO DA UNIÃO-AGU-FEV-2009) Com relação aos preceitos constitucionais 
aplicáveis à administração pública, julgue os próximos itens. 
 
4 Segundo entendimento do STF, a vedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que a 
proibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam a atuação administrativa. 
 
(CESPE-CONHEC_BÁSICOS- MINISTÉRIO DOS ESPORTES-NOV-2008) Acerca da 
administração pública e dos princípios constitucionais que a regem, julgue os itens seguintes. 
 
5 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de 
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública federal direta e indireta viola a CF. 
 
(FCC-PROMOTOR-MP-CE-JAN-2009) Consoante a disciplina constitucional e jurisprudencial relativa 
aos servidores públicos, 
 
6 ( ) viola a Constituição Federal a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o quarto grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas. 
 
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18 
 
 CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO elenca, além dos princípios constitucionais vistos 
anteriormente, outros princípios, a saber: 
 
 princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado; 
 princípio da finalidade 
 princípio da razoabilidade 
 princípio da proporcionalidade 
 princípio da motivação 
 princípio do devido processo legal e ampla defesa 
 princípio do controle judicial dos atos administrativos 
 princípio da responsabilidade do Estado por atos administrativos 
 princípio da segurança jurídica 
 
 Vale lembrar, também, que a Lei nº 9.784/99 – que regula o processo administrativo no 
âmbito da Administração Pública Federal – prevê, em seu art. 2º, caput, como princípios de observância 
obrigatória os arrolados a seguir: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público, eficiência. 
QUESTÃO!!! 
(CESGRANRIO-ESPECIALISTA-DIREITO-ANP-MAR-2008)
 32
 Pode-se considerar como parte de 
um quadro principiológico, em relação aos processos administrativos, no âmbito da União, os princípios 
constitucionais expressos e os princípios específicos, previstos legalmente. São eles: 
 
(A) segurança jurídica, motivo, interesse público, contraditório, impessoalidade, ampla defesa, mo-
ralidade, finalidade, eficiência, legalidade, razoabilidade, publicidade, motivação, proporcionalidade. 
(B) interesse público, finalidade, proporcionalidade, legalidade, eficiência, moralidade, ampla defesa, 
motivação, contraditório, publicidade, transparência, segurança jurídica, razoabilidade, impessoalidade. 
(C) legalidade, organização, impessoalidade, razoabilidade, eficiência, publicidade, proporcionalidade, 
contraditório, moralidade, segurança jurídica, motivo, finalidade, ampla defesa, motivação. 
(D) publicidade, finalidade, ampla defesa, motivação, razoabilidade, moralidade, proporcionalidade, 
impessoalidade, contraditório, legalidade, segurança jurídica, interesse público, eficiência. 
(E) publicidade, contraditório, proporcionalidade, finalidade, legalidade, duplo grau de jurisdição, 
impessoalidade, motivação, interesse público, ampla defesa, moralidade, segurança jurídica, eficiência. 
 
1.7 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
  São as “pedras de toque” do regime jurídico-administrativo (Celso Antônio). Os demais 
princípios decorrem deles dois. Constituem o binômio ou bipolaridade do Direito Administrativo. 
 
  Supremacia do interesse público sobre o privado  prerrogativas 
 
  Indisponibilidade do interesse público  restrições/sujeições 
 
 
 
32
 Gabarito: D 
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19 
FCC 2012!!! 
 
(FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da Juventude)
33
 O princípio da supremacia do 
interesse público 
 
a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e 
qualquer interesse individual. 
b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função administrativa, esta que sempre deve visar 
ao interesse público. 
c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando, ainda que excepcionalmente, o 
descumprimento de norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará melhor atendido. 
d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor discricionariamente sobre os interesses 
individuais, dispensando a adoção de formalidades legalmente previstas. 
e) está presente na atuação da Administração Pública e se consubstancia na presunção de veracidade dos 
atos praticados pelo Poder Público. 
 
CESPE 2013!!! 
 
(CESPE-ADVOGADO-TELEBRAS-2013)
34
 O regime jurídico-administrativo pauta-se sobre os 
princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e o da indisponibilidade do interesse 
público pela administração, ou seja, erige-se sobre o binômio“prerrogativas da administração — direitos 
dos administrados”. 
 
(CESPE - 2013 - TRT - 10ª R-DF e TO - Analista Judiciário - Área Judiciária)
35
 O princípio da 
supremacia do interesse público é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não 
comportando, por isso, limites ou relativizações. 
 
(CESPE - 2012 - PC-AL - Agente de Polícia)
36
 A supremacia do interesse público sobre o privado e a 
indisponibilidade do interesse público se constituem em supraprincípios, que refletem a dualidade 
existente no exercício da função administrativa. 
 
(CESPE-MÉDICO-INSS-MAR-2010)
37
 O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos 
princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse 
público pela administração. 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF-AFRFB-2003)
 38
 O estudo do regime jurídico-administrativo tem em Celso Antônio Bandeira de 
Mello o seu principal autor e formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é 
construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais os demais decorrem. Para ele, 
estes princípios são: 
 
 
33
 Gabarito: B 
34
 Gabarito: C 
35
 Gabarito: E 
36
 Gabarito: C 
37
 Gabarito: C 
38
 Gabarito: A 
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20 
a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia do interesse público sobre o 
particular. 
b) legalidade e supremacia do interesse público. 
c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle jurisdicional dos atos 
administrativos. 
d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública dos atos da Administração. 
e) legalidade e finalidade. 
 
1.8 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE 
 
  Presunção relativa (juris tantum): admite prova em contrário. 
 
  Existe em todo e qualquer ato, de qualquer categoria e espécie, independentemente de 
norma legal que a estabeleça (Hely Lopes). 
 
  Consequências: 
 
 * o ato administrativo ilegal produz os mesmos efeitos de um ato legal 
 * ao Poder Judiciário é vedado apreciar ex officio a validade do ato 
 * inversão do ônus da prova 
 
1.9 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
 O Estado deve prestar serviços públicos para atender às necessidades da coletividade. Essa 
prestação não pode parar, pois os desejos do povo são contínuos. 
 
 Registre-se, no entanto, a possibilidade de interrupção, de acordo com o § 3.º, art. 6.º, da 
Lei 8.987/95: 
 
“Art. 6.º: § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.” 
 
 O princípio da continuidade fundamenta os institutos da delegação e avocação de 
competência e a existência de substitutos, que exerçam as funções públicas quando temporariamente 
vagas. 
 
 Outrossim, no campo dos contratos administrativos, podemos ver que esse princípio se faz 
notar: 
 
1. imposição de prazos rígidos aos contratantes; 
2. aquele que contrata com a Administração Pública não pode invocar integralmente a 
exceptio non adimpleti contractus (exceção de contrato não cumprido - arts. 476, 
CC
39
), ou seja, ainda que não receba o pagamento devido, deve continuar 
prestando o serviço (em regra por até 90 dias – art. 78, XV, Lei n º 8.666/9340). 
 
39
 Art. 476 do Código Civil-CC: “Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode 
exigir o implemento da do outro”. 
40
 “Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
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21 
Também não poderá o contratado suspender o cumprimento das suas obrigações, salvo 
a hipótese dos incs. XIV e XV, art. 78, da Lei 8.666/93
41
. 
3. possibilidade da encampação da concessão de serviço público; 
4. adoção da teoria da imprevisão. 
 
FCC 2013!!! 
 
(FCC-ANA_ADM-TRT 18ªR-2013)
42
 O princípio da continuidade dos serviços públicos 
 
(A) aplica-se aos serviços públicos próprios e aos impróprios, diante da essencialidade de sua prestação, 
considerando-se a natureza estrita de serviço público que detêm. 
(B) aplica-se somente aos serviços públicos concedidos ou permitidos, tendo em vista que a delegação não 
constitui instrumento formal de transferência da execução a terceiros. 
(C) fundamenta a atribuição de prerrogativas à Administração, incluindo, dentre outras, a possibilidade de 
alteração contratual, encampação e uso compulsório de bens da contratada vinculados à prestação do 
serviço. 
(D) é sinônimo do princípio da mutabilidade do regime jurídico de prestação de serviços, tendo em vista 
que não existe direito adquirido a um específico regime jurídico, salvo no que se refere ao equilíbrio 
econômico-financeiro, que impede a redução dos valores dos contratos. 
(E) impede a suspensão ou a interrupção do contrato de prestação de serviços, cuja execução deve 
prosseguir, independentemente do ajuizamento de medida judicial para exigir eventual adimplência da 
Administração. 
 
ESAF 2012!!! 
 
(ESAF-CGU-2012)
43
 A impossibilidade de o particular prestador de serviço público por delegação 
interromper sua prestação é restrição que decorre do seguinte princípio: 
 
a) Legalidade. 
b) Autotutela. 
c) Proporcionalidade. 
d) Continuidade do Serviço Público. 
e) Moralidade. 
 
 Por força desse princípio, há limitações ao exercício do direito de greve dos servidores 
públicos (art. 37, VII, CF/88) e vedação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF/88). 
 
 
 
“XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou 
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem 
interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja 
normalizada a situação;” 
41
 “XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, 
salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que 
totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente 
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela 
suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;” 
42
 Gabarito preliminar: C 
43
 Gabarito: D 
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22 
ATENÇÃO!!! STF E O DIREITO DE GREVE!!! 
 
Atente-se para a mudança de posicionamento do STF, nos processos MI 670, MI 708 e MI 712, a 
respeito da eficácia do mandado de injunção e do exercício do direito de greve pelos servidores públicos 
civis, no sentido de, “reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito de greve no serviço 
público, remover o obstáculo criado por essaomissão e, supletivamente, tornar viável o exercício do 
direito consagrado no artigo 37, VII da Constituição do Brasil”. 
 
O STF, no julgamento ocorrido em outubro/2007, propôs a solução para a omissão legislativa com a 
aplicação da Lei nº 7.783, de 28/06/89 (lei que regula a greve no setor privado), “no que couber”. 
 
QUESTÕES!!! DIREITO DE GREVE!!!!
 44
 
 
(CESPE-ANALISTA JUD.-MANDADOS-TJDFT-MAR/2008) No que se refere ao direito de greve dos 
servidores públicos, julgue os itens a seguir. 
 
1 Em relação ao direito de greve dos servidores públicos, existe uma antiga omissão legislativa, pois até o 
presente momento não foi editada a lei mencionada pela Constituição Federal que deveria regulamentar tal 
direito. 
2 O direito de greve do servidor público foi reconhecido por preceito constitucional de eficácia contida. 
3 Atualmente, as regras aplicáveis aos trabalhadores da iniciativa privada quanto à paralisação dos 
serviços essenciais devem servir para nortear o exercício do direito de greve pelos servidores públicos. 
 
Julgue os itens abaixo: 
 
4. (CESPE-TÉCNICO TCU-SET-2007) A norma constitucional que concede aos servidores públicos 
civis o direito de greve é uma norma de eficácia limitada. 
 
5. (CESPE-PROCURADOR MUNICIPAL-VITÓRIA-JUN-2007) O direito de greve do empregado 
público deve ser exercido nos termos e limites de lei complementar. 
 
6. (CESPE-AGENTE TÉCNICO JURÍDICO-MPE-AM-2008) O direito de greve de servidor público 
ainda não foi devidamente regulamentado. Sendo assim, segundo entendimento do STF, aos casos de 
greve desses servidores devem ser aplicadas, no que couber, as mesmas normas do exercício do direito de 
greve da iniciativa privada. 
 
7. (CESPE-PROCURADOR-AL-JAN-2009) Com relação ao direito de greve, assinale a opção correta. 
 
A) A lei que regula o direito de greve dos empregados regidos pela CLT é integralmente aplicável aos 
policiais civis e militares. O direito de greve dessas categorias é assegurado, desde que mantido o efetivo 
de 30% dos policiais nas ruas. 
B) A CF veda, de forma expressa, a realização de greve pelos policiais civis e militares. 
 
44
 Gabarito: 1.C; 2.E; 3.C; 4.C; 5.E; 6.C; 7.N (O gabarito preliminar foi “C”. Após os recursos, o CESPE anulou o item com 
seguinte justificativa: “QUESTÃO 6 – anulada. Não existe resposta para a questão, uma vez que a opção apontada como certa 
pelo gabarito oficial preliminar contém equívoco: não está sendo questionado nos tribunais superiores o direito de greve dos 
militares, mesmo porque a estes é vedado pela CF/88 esse direito. Apenas se discute nos tribunais o direito de greve dos 
policiais civis.” 
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23 
C) O direito de greve dos policiais civis e militares é questionado nos tribunais superiores em razão de a 
atividade por eles desenvolvida ser considerada essencial. Além disso, assim como os militares das forças 
armadas, os policiais fazem parte dos chamados grupos armados. 
D) Às polícias militares, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a 
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais. 
E) Às polícias civis cabem as funções de polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos 
de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa 
civil. 
 
STF: GREVE EM ESTÁGIO PROBATÓRIO!!! 
 
04/02/2010 - Segundo o STF, norma alagoana que pune servidor em estágio probatório envolvido em 
greve é inconstitucional (ADI 3235). Gilmar Mendes votou pela procedência da ação. Segundo o 
presidente da Corte, não existe, na Constituição Federal, base para que se faça esse “distinguishing” 
(distinção) entre servidores e servidores em estágio probatório – em função de movimentos grevistas. O 
ministro citou ainda as decisões da Corte em diversos mandados de injunção em que o Plenário analisou o 
direito de greve dos servidores públicos. 
 
QUESTÃO!!! GREVE E ESTÁGIO PROBATÓRIO!!! 
 
(CESPE-PROCURADOR-AGU-MAR-2010)
45
 No que concerne aos agentes públicos, julgue os itens 
subsequentes. 
 
(___) É constitucional o decreto editado por chefe do Poder Executivo de unidade da Federação que 
determine a exoneração imediata de servidor público em estágio probatório, caso fique comprovada a 
participação deste na paralisação do serviço, a título de greve. 
 
ESAF!!! 
 
(ESAF/TRF/1998) - O princípio da continuidade do serviço público acarreta as seguintes conseqüências, 
exceto: 
 
a) restrições ao direito de greve. 
b) aplicabilidade da ‘exceção do contrato não cumprido’ contra a Administração, por atrasos superiores a 
trinta dias. 
c) possibilidade do instituto da delegação de competência. 
d) previsão de prazos rígidos para os contratantes com a Administração. 
e) cláusulas de privilégio para a Administração na execução do contrato administrativo. 
 
 
 
45
 Gabarito: E 
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24 
QUESTÃO!!! 
 
(CESPE-CONTADOR-MP-RR-JUN-2008)
46
 A respeito da administração pública e de seus princípios, 
julgue os itens 
 
(___) Segundo o princípio da continuidade do serviço público, os órgãos da administração pública são 
estruturados de forma a criar uma relação de coordenação e subordinação entre eles, cada qual com suas 
atribuições previstas em lei. 
 
1.10 PRINCÍPIO DA HIERARQUIA 
 
 Os órgãos da Administração Pública devem ser estruturados de forma tal que haja uma 
relação de coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de atribuições definidas na lei. 
 
 Como conseqüência desse princípio, surge a possibilidade de revisão de atos dos 
subordinados, delegação e avocação de atribuições e aplicação penalidades. Do ponto de vista do 
subordinado, há o dever de obediência (Lei 8.112/90, art. 116, IV). Inclui o poder de escalonar e 
distribuir as funções internamente. 
 
 Atente-se que, por força do art. 13, da Lei 9.784/99, (1) a edição de atos de caráter 
normativo; (2) a decisão de recursos administrativos e (3) matérias de competência exclusiva não admitem 
delegação de competência (art. 13, L. 9.784/99). 
 
 Essa relação hierárquica só existe nas atividades administrativas, não nas legislativas 
nem judiciais. 
 
 Neste sentido, ensina ZANELLA que “Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe 
hierarquia no sentido de relação de coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções 
institucionais. No primeiro, há uma distribuição de competências entre instâncias, mas uma funcionando 
com independência em relação à outra; o juiz da instância superior não pode substituir-se ao da instância 
inferior, nem dar ordens ou revogar e anular os atos por este praticados. No Legislativo, a distribuição de 
competências entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja absoluta independência funcional 
entre uma e outra Casa do Congresso”. 
 
 Da mesma forma, HELY LOPES afirma que “Hierarquia é a relação de subordinação 
existente entre os vários órgãos e agentes do Executivo, com a distribuição de funções e a gradação da 
autoridade de cada um. Dessa conceituação resulta que não há hierarquia no Judiciário e no Legislativo, 
nas suas funções próprias, pois ela é privativa da função executiva, como elemento típico da organização e 
ordenação dos serviços administrativos”. 
 
1.11 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA E DA TUTELA 
 
  Consiste, basicamente, no poder da Administração rever seus próprios atos. 
 
 Súmula 346/STF: “A Administração Publica pode declarar a nulidade dos seus próprios 
atos.” 
 
 Súmula 473/STF: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
 
46
 Gabarito: B 
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25 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial.” 
 
  Poder de zelar por seus bens, conservando-os adequadamente (Maria Sylvia Zanella). 
 
  ATENÇÃO: Princípio da Autotutela  Princípio da Tutela ou Controle (controle 
exercido pela adm. direta sobre a indireta; supervisão ministerial; controle finalístico). 
 
FCC 2013!!! 
 
(FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Execução de Mandados)
47
 A propósito 
dos princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se que o princípio da 
 
a) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão pela qual cabe ao administrador a 
opção de escolha dentre eles, de acordo com o caso concreto. 
b) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau e medida, controle sobre as 
autarquias que instituir, para garantia da observância de suas finalidades institucionais. 
c) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que integram a administração indireta, 
inclusive consórcios públicos. 
d) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem ser excludentes, devendo, em 
eventual conflito, prevalecer o primeiro, por sobrepor-se a todos os demais. 
e) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez que não consta da constituição federal, 
mas deve ser respeitado nas mesmas condições que os demais. 
 
CESPE 2013!!! 
(CESPE - 2013 - SEGER-ES - Analista Executivo - Direito)48 Caso se verifique, durante a realização de 
um concurso público, a utilização, por candidatos, de métodos fraudulentos para a obtenção das respostas 
corretas das provas, a administração pública poderá anular o concurso embasada diretamente no princípio 
da 
 
a) segurança jurídica. 
b) autotutela. 
c) transparência. 
d) eficiência. 
e) supremacia do interesse público. 
 
ESAF 2012!!! 49 
 
1(ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) A Súmula n. 473 do Supremo 
Tribunal Federal – STF enuncia: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial”. Por meio da Súmula n. 473, o STF consagrou 
 
a) a autotutela. 
 
47
 Gabarito: B 
48
 Gabarito: B 
49
 Gabarito: 1. A; 2.C 
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26 
b) a eficiência. 
c) a publicidade. 
d) a impessoalidade. 
e) a legalidade. 
 
2(ESAF-CGU-2012) O princípio que instrumentaliza a Administração para a revisão de seus próprios 
atos, consubstanciando um meio adicional de controle da sua atuação e, no que toca ao controle de 
legalidade, representando potencial redução do congestionamento do Poder Judiciário, denomina-se 
 
a) Razoabilidade. 
b) Proporcionalidade. 
c) Autotutela. 
d) Eficiência. 
e) Eficácia. 
 
1.12 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE-RAZOABILIDADE 
 
 É princípio implícito na CF (art. 5º, LIV
50
). 
 
CESPE!!! 
 
(CESPE-ANALISTA JUD.-ADM-STF-JUL-2008)
51
 Os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade estão previstos de forma expressa na CF. 
 
 O princípio da proporcionalidade é composto por três subprincípios: adequação (utilidade); 
necessidade (exigibilidade) e proporcionalidade em sentido estrito. Vejamos, sucintamente, o que 
significa cada um deles. 
 
 O subprincípio da adequação (utilidade) liga-se à possibilidade do meio escolhido 
contribuir para a obtenção do resultado pretendido. Na lição da Professora SUZANA DE BARROS TOLEDO, 
“a adequação dos meios aos fins traduz-se em uma exigência de que qualquer medida restritiva deve ser 
idônea a consecução da finalidade perseguida, pois, se não for apta para tanto, há de ser considerada 
inconstitucional”. 
 
 Pelo subprincípio da necessidade (ou exigibilidade), por sua vez, é necessário que a 
medida restritiva seja indispensável para a defesa de determinado direito fundamental e que não possa ser 
substituída por outra igualmente eficaz, porém menos gravosa. Para que determinada medida possa ser 
considerada desnecessária ou inexigível, torna-se importante demonstrar a existência de outra medida 
menos gravosa e concomitantemente apta para lograr o mesmo ou um melhor resultado. Forçoso concluir 
que a necessidade traz em si o requisito da adequação, pois só há de se falar em exigibilidade se o meio 
empregado pelo legislador for idôneo à consecução
52
 do fim constitucional. 
 
 Um juízo de adequação e necessidade muitas vezes não é suficiente para se determinar a 
justiça da medida restritiva adotada em determinada situação, posto que dela pode resultar uma sobrecarga 
ao atingido, o que não se compadece com a noção de justa medida. O subprincípio da proporcionalidade 
 
50
 CF, Art. 5º: “LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” 
51
 Gabarito: E 
52
 Conseguimento. 
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27 
em sentido estrito, pois, complementar aos demais, serve justamente para indicar se o meio utilizado 
encontra-se em razoável proporção com o fim perseguido. Ou seja, faz-se uma análise da relação 
custo/benefício; coloca-se em um dos pratos da balança as vantagens obtidas com a conduta adotada pela 
Administração Pública e no outro prato as desvantagens geradas pela mesma conduta; se o resultado for 
positivo (vantagens maiores que desvantagens) então poderá entender como proporcional/razoável a 
atuação administrativa. 
 
 Em obediência a esse mandamento, as decisões têm de ser fundamentadas adequadamente, 
os fatos relevantes devem ser levados em conta, e devem, sobretudo, guardar proporção entre os meios e o 
fim a que se destina. Pelo critério da razoabilidade é que se busca a melhor maneira de concretizar a 
utilidade pública postulada pela norma; é a congruência lógica entre as situações postas e decisões 
administrativas. 
 
 Entre os exemplos da observância desse princípio, destaco a gradação da aplicação de 
penalidade de suspensão a um servidor faltoso. A Lei nº 8.112/90 estabelece que o prazo de suspensão 
será de no máximo 90 dias, porém, cabe ao aplicador da sanção graduá-lo de acordo com a falta, pautado 
no princípio da razoabilidade. 
 
 É princípio explícito na Lei nº 9.784/99: 
 
“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência 
 
 O princípio da proporcionalidade pode ser percebido, ainda, no art. 2º, parágrafo único, VI, 
VIII e IX, da Lei nº 9.784/99: 
 
“Art. 2º ... 
 
Parágrafoúnico. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios 
de: 
 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções 
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, 
segurança e respeito aos direitos dos administrados.” 
 
 Critério prático muito útil para verificar se no caso concreto houve ou não ofensa ao 
princípio da proporcionalidade é verificar se houve, por parte da Administração Pública, um excesso. 
Neste ínterim, forçoso lembrar que o princípio da proporcionalidade também é conhecido como 
“princípio da proibição de excesso”. 
 
 LUÍS ROBERTO BARROSO ensina que o princípio da razoabilidade é um mecanismo para 
controlar a discricionariedade legislativa e administrativa. Ele permite ao Judiciário invalidar atos 
legislativos ou administrativos quando: 
 
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28 
 a) não haja adequação entre o fim perseguido e o meio empregado; 
b) a medida não seja exigível ou necessária, havendo caminho alternativo para chegar ao 
mesmo resultado com menor ônus a um direito individual; 
c) não haja proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, o que se perde com a medida 
tem maior relevo do que aquilo que se ganha. 
 
 Cobrado em diversos concursos, esse princípio ganhou “status” ao ser inserido na 
Constituição do Estado de São Paulo (art. 111), bem como ao ser citado em diversos julgados do STF e do 
STJ. Veja abaixo duas decisões do STJ que aplicaram o princípio da proporcionalidade, a primeira 
referente ao tema concurso público e a segunda sobre licitação: 
 
“I – Se o e. Tribunal de origem, reconhecendo a legalidade e validade da exigência do 
exame médico previsto no edital do Concurso Público para ingresso no Curso de Formação 
de Soldados da Polícia Militar do DF, bem como a deficiência visual do candidato, 
entendeu, entretanto, que o mesmo não poderia ter sido reprovado do certame apenas por 
não possuir acuidade visual, porquanto imperfeição perfeitamente curável, não há que se 
falar em violação aos arts. 333 do CPC e 11 da Lei nº 7.289/84, principalmente porque a 
questão foi decidida levando-se em consideração os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade.” (REsp 485800/DF, 5.ª T STJ, Rel. Min. Felix Fisher, DJ 28/04/2003, 
p. 259) 
 
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TOMADA DE 
PREÇOS. IMPETRAÇÃO QUE SE FUNDA EM PRETENSA INSUFICIÊNCIA 
TÉCNICA DA EMPRESA VENCEDORA. CONTRATO EM ANDAMENTO, COM 
DESEMPENHO SATISFATÓRIO. PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO. 1. 
Verificação de que a empresa vitoriosa na tomada de preços cumpriu integralmente o 
contrato, satisfazendo as obrigações adimplidas e, via de conseqüência, o interesse público, 
tendo-se passados mais de três anos desde a assinatura da avença, com a efetiva entrega dos 
equipamentos contratados, bem como a correta prestação de assistência técnica, refletindo, 
a situação, características de fato consumado. 2. Não é sensato, a essa altura, infligir 
prejuízo à recorrida, com fulcro em excessiva formalidade, ou mesmo, no rigor da lei, 
fazendo com que perca o tempo dedicado e o aproveitamento obtido. Tal acabaria por 
vulnerar o princípio da proporcionalidade, esvaziando, per se, a pretensão aqui deduzida. 
(...) 4. Não se pode perder de vista que a licitação é instrumento posto à disposição da 
Administração Pública para a seleção da proposta mais vantajosa. Portanto, selecionada 
esta e observadas as fases do procedimento, prescinde-se do puro e simples formalismo, 
invocado aqui para favorecer interesse particular, contrário à vocação pública que deve 
guiar a atividade do administrador.” (RMS 12210/SP, 1.ª T STJ, Rel. Min. José Delgado, 
DJ 18/03/2002, p. 174) 
 
FCC !!!
53
 
 
1(FCC-ANA_ADM-TRF1ªR-MAR-2011) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional, ao preencher 
incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem de trinta reais. 
Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a anulação da 
pena, o que foi acolhido pelos seguintes fundamentos: o servidor procurou regularizar o erro, buscando 
recolher aos cofres públicos a quantia inferior recolhida; sua ficha funcional é boa e não desabona sua 
 
53
 Gabarito: 1. D; 2.C 
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29 
atuação; a quantia inferior recolhida é irrisória; a pena de demissão é ato extremo que deve ser efetivado 
apenas em casos gravíssimos. 
 
O exemplo citado refere-se ao restabelecimento dos princípios, que devem sempre nortear a atuação da 
Administração Pública: 
 
(A) moralidade e impessoalidade. 
(B) eficiência e motivação. 
(C) motivação e moralidade. 
(D) razoabilidade e proporcionalidade. 
(E) probidade e eficiência. 
 
2(FCC-ANA_ADM-TRE-AP-JUN-2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o 
seguinte conceito: 
 
Este princípio enuncia a ideia de que as competências administrativas só podem ser validamente 
exercidas na extensão e intensidade correspondentes ao que seja realmente demandado para 
cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. 
 
Trata-se do princípio da 
 
(A) moralidade. 
(B) eficiência. 
(C) proporcionalidade. 
(D) impessoalidade. 
(E) legalidade. 
 
CESPE!!! 
 
(CESPE-ADMINISTRADOR-MS-JAN-2010)
54
 A respeito dos princípios constitucionais que orientam 
a administração pública, julgue os próximos itens. 
 
(___) Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora não estejam previstos no texto 
constitucional, encontram aplicação em sede administrativa, especialmente no controle de atos 
discricionários que impliquem restrição a direito dos administrados ou imposição de sanções 
administrativas. 
 
(CESPE-AGENTE TÉC.–ANA. BANCO DE DADOS-MP-AM-JAN-2008)55 (____) O uso de 
algemas em um cidadão pacato, de bons antecedentes, que não oferece nenhum risco para a sociedade, 
preso em razão de atraso de prestação alimentícia, fere o princípio da proporcionalidade e da 
razoabilidade. 
 
 
 
54
 Gabarito: C 
55
 Gabarito: C 
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30 
ESAF!!! 
 
(ESAF-APO-MPOG-FEV-2010)
56
 A observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente 
público, constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública: 
 
a) Publicidade. 
b) Moralidade. 
c) Legalidade. 
d) Proporcionalidade. 
e) Impessoalidade. 
 
1.13 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
 A Administração Pública ao praticar um ato administrativo está, em regra, obrigada 
a indicar as razões de fato e de direito que o fundamentam. 
 
 Registre-se que a motivação não é princípio constitucional explícito na CF para toda a 
Administração, contudo o art. 93, inc. X, da CF, prescreve que: 
 
“Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
 
“X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, 
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;”

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