Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/326352770</p><p>Manual de sistemas de Wetlands construídas para o tratamento de esgotos</p><p>sanitário: implantação, operação e manutenção</p><p>Book · May 2018</p><p>CITATION</p><p>1</p><p>READS</p><p>10,347</p><p>4 authors:</p><p>Some of the authors of this publication are also working on these related projects:</p><p>A new approach to wastewater treatment and water and energy recovery: Development of an Electrochemical Conductive Membrane Bioreactor (EcMBR) operated</p><p>under Simultaneous Nitrification and Denitrification (SND) Condition View project</p><p>Desenvolvimento de Sistemas de Engenharia Ecológica para o controle da poluição de ecossistemas aquáticos View project</p><p>Eduardo Lucas Subtil</p><p>Universidade Federal do ABC (UFABC)</p><p>60 PUBLICATIONS   279 CITATIONS</p><p>SEE PROFILE</p><p>Roseli Frederigi Benassi</p><p>Universidade Federal do ABC (UFABC)</p><p>33 PUBLICATIONS   103 CITATIONS</p><p>SEE PROFILE</p><p>Lucia Helena Coelho</p><p>Universidade Federal do ABC (UFABC)</p><p>52 PUBLICATIONS   293 CITATIONS</p><p>SEE PROFILE</p><p>Tatiane Araujo de Jesus</p><p>Universidade Federal do ABC (UFABC)</p><p>36 PUBLICATIONS   285 CITATIONS</p><p>SEE PROFILE</p><p>All content following this page was uploaded by Eduardo Lucas Subtil on 12 July 2018.</p><p>The user has requested enhancement of the downloaded file.</p><p>implantação, operação e manutenção</p><p>MANUAL DE SISTEMAS DE</p><p>WETLANDS CONSTRUÍDAS</p><p>PARA O TRATAMENTO DE</p><p>ESGOTOS SANITÁRIOS</p><p>Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus</p><p>Prof. Dr. Eduardo Lucas Subtil</p><p>Profa. Dra. Lúcia Helena Gomes Coelho</p><p>Profa. Dra. Luísa Helena dos Santos Oliveira</p><p>Profa. Dra. Mércia Regina Domingues Moretto</p><p>Profa. Dra. Tatiane Araújo de Jesus</p><p>Prof. Dr. Wanderley da Silva Paganini</p><p>Engª. Aldrew Alencar Baldovi</p><p>Engª. Aline Alves Sanchez</p><p>Bióloga Juliana Martins StopaEQ</p><p>UI</p><p>PE</p><p>Universidade Federal do ABC</p><p>Ministério da Saúde – FUNASA</p><p>Sabesp</p><p>Organizadora</p><p>Profa. Dra. Roseli Frederigi Benassi</p><p>Equipe</p><p>Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus</p><p>Prof. Dr. Eduardo Lucas Subtil</p><p>Profa. Dra. Lúcia Helena Gomes Coelho</p><p>Profa. Dra. Luísa Helena dos Santos Oliveira</p><p>Profa. Dra. Mércia Regina Domingues Moretto</p><p>Profa. Dra. Tatiane Araújo de Jesus</p><p>Prof. Dr. Wanderley da Silva Paganini</p><p>Engª. Aldrew Alencar Baldovi</p><p>Engª. Aline Alves Sanchez</p><p>Bióloga Juliana Martins Stopa</p><p>Equipe Técnica sob Coordenação da Gráfica e Editora Copiart</p><p>Projeto gráfico, diagramação e capa</p><p>Rita Motta</p><p>Revisão</p><p>Sergio Meira (Soma)</p><p>Su</p><p>m</p><p>ár</p><p>io</p><p>Apresentação 4</p><p>1. Introdução 6</p><p>2. Ecotecnologias 8</p><p>3. Sistemas alternativos de tratamento de esgotos 9</p><p>4. Wetlands construídas 11</p><p>4.1 Definição 11</p><p>4.2 Vantagens 11</p><p>4.3 Tipos de wetlands construídas 12</p><p>5. Componentes principais 20</p><p>5.1 Macrófitas aquáticas 20</p><p>5.2 Material suporte 23</p><p>5.3 Microbiota 25</p><p>6. Eficiências de remoção via wetlands construídas 27</p><p>7. Dimensionamento de wetlands construídas 29</p><p>8. Implantação, operação e manutenção 37</p><p>9. Possíveis complicações e soluções 40</p><p>9.1 Colmatação 40</p><p>9.2 Manejo das macrófitas aquáticas 41</p><p>9.3 Ecotoxicidade 44</p><p>10. Considerações finais 46</p><p>Referências 48</p><p>| 4 |</p><p>Ap</p><p>re</p><p>Se</p><p>nt</p><p>Aç</p><p>ão</p><p>O presente documento, intitulado Manual de sistemas</p><p>de wetlands construídas para o tratamento de esgotos sa-</p><p>nitários: implantação, operação e manutenção, foi ideali-</p><p>zado e escrito por discentes e docentes vinculados ao</p><p>Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia</p><p>Ambiental da Universidade Federal do ABC (PPG-CTA/</p><p>UFABC), com a colaboração de um docente da Universi-</p><p>dade de São Paulo (USP) e também Superintendente de</p><p>Gestão Ambiental da Companhia de Saneamento Básico</p><p>do Estado de São Paulo (Sabesp).</p><p>Este material faz parte de um projeto de pesquisa e</p><p>extensão financiado pela Fundação Nacional de Saúde</p><p>(FUNASA), intitulado Desempenho de sistemas de trata-</p><p>mento de efluente sanitário por leito de macrófitas aquáti-</p><p>cas emergentes para remoção de poluentes e reaproveita-</p><p>mento de nutrientes: contribuições para o aprimoramento</p><p>do uso e disseminação da tecnologia/SISTREMAE. O objeti-</p><p>vo principal do projeto é realizar estudos experimentais</p><p>| 5 |</p><p>para avaliar o desempenho de unidades, em escala piloto, de</p><p>wetlands construídas, cultivadas com macrófitas aquáticas emer-</p><p>gentes, para o tratamento de efluentes sanitários, com vistas a</p><p>difundir o uso dessa ecotecnologia.</p><p>Ao longo de 27 páginas são apresentados, de forma didática e</p><p>concisa, conceitos teóricos e práticos relacionados ao tratamento</p><p>de esgoto sanitário usando plantas aquáticas, tais como: dimen-</p><p>sionamento, monitoramento de desempenho do sistema e reso-</p><p>lução de problemas. Nesse contexto, esperamos que este mate-</p><p>rial possa contribuir como uma importante fonte de informações</p><p>para a formação e capacitação de profissionais que desempe-</p><p>nham atividades técnicas operacionais na área de saneamento</p><p>básico e ambiental.</p><p>Boa leitura!</p><p>| 6 |</p><p>in</p><p>tr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão 1</p><p>De acordo com o diagnóstico dos serviços de água e</p><p>esgoto, realizado em 2015, pelo Sistema Nacional de</p><p>Informação sobre Saneamento (SNIS), pouco mais de</p><p>50% da população brasileira têm acesso à coleta de</p><p>esgoto e cerca de 70% de todo esgoto coletado pas-</p><p>sa por algum nível de tratamento antes de seu lança-</p><p>mento nos corpos hídricos (BRASIL, 2017). Como se</p><p>sabe, a falta de tratamento de esgotos sanitários tem</p><p>como consequências: a veiculação hídrica de doenças</p><p>infecciosas, tais como diarreia e hepatites virais; im-</p><p>pactos ambientais negativos, como a degradação de</p><p>corpos hídricos; e o comprometimento da qualidade</p><p>de vida humana.</p><p>Embora sejam intrínsecas as relações entre o sanea-</p><p>mento básico e a qualidade de vida e da saúde pública,</p><p>o Brasil ainda apresenta um déficit em termos de co-</p><p>bertura de serviços básicos de saneamento, com maior</p><p>carência nas áreas periféricas dos centros urbanos</p><p>| 7 |</p><p>e nas zonas rurais, onde se concentram as populações mais po-</p><p>bres. Em áreas rurais e com pequenas comunidades, os sistemas</p><p>alternativos de tratamento são opções viáveis, em relação aos</p><p>sistemas convencionais e coletivos de grande porte, por utiliza-</p><p>rem tecnologias simples, de baixo custo de implantação e fácil</p><p>manutenção.</p><p>Até mesmo nos grandes centros urbanos, cuja solução técnica</p><p>que vem sendo empregada para o tratamento de esgoto tem</p><p>sido voltada para sistemas centralizados, o uso de tecnologias al-</p><p>ternativas como solução descentralizada para o tratamento local</p><p>(on site) do esgoto tem o potencial de diminuir a necessidade de</p><p>infraestrutura de coleta e transporte, além de possibilitar o reúso</p><p>de água e reduzir custos.</p><p>Nessa perspectiva, os investimentos em sistemas alternativos de</p><p>tratamento nessas áreas possibilitam a universalização e o aces-</p><p>so ao saneamento básico às populações de baixa renda.</p><p>| 8 |</p><p>ec</p><p>ot</p><p>ec</p><p>no</p><p>lo</p><p>gi</p><p>AS 2</p><p>Ecotecnologia pode ser entendida como uma ciência</p><p>aplicada que integraliza os campos da Tecnologia e da</p><p>Ecologia com o intuito de minimizar, por meio do co-</p><p>nhecimento dos ecossistemas e da sociedade, os im-</p><p>pactos ambientais negativos. Assim sendo, podem ser</p><p>consideradas ecotecnologias todas as técnicas, pro-</p><p>cessos, produtos, serviços e equipamentos que visem</p><p>a minimizar danos aos ecossistemas e que promovam,</p><p>ao mesmo tempo, o desenvolvimento sustentável.</p><p>Os sistemas de wetlands construídas são um exemplo</p><p>de ecotecnologia utilizada em muitos países no trata-</p><p>mento de esgotos sanitários.</p><p>| 9 |</p><p>Si</p><p>St</p><p>em</p><p>AS</p><p>A</p><p>lt</p><p>er</p><p>nA</p><p>ti</p><p>vo</p><p>S</p><p>de</p><p>t</p><p>rA</p><p>tA</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>eS</p><p>go</p><p>to</p><p>S</p><p>Embora o saneamento básico seja de grande importân-</p><p>cia para a saúde pública e para a qualidade ambiental, a</p><p>universalização dos serviços continua sendo um desafio</p><p>para o Brasil. Parte do déficit existente pode ser atribuído</p><p>ao grande investimento necessário para a coleta e trata-</p><p>mento de esgoto utilizando sistemas centralizados, ou</p><p>seja, que acabam sendo implantados longe do local onde</p><p>o efluente é gerado, mas próximos ao local de descarte</p><p>(corpo hídrico). Embora esses sistemas tratem grandes</p><p>volumes de águas residuárias, o custo demandado para</p><p>sua construção, operação e manutenção é alto,</p><p>princi-</p><p>palmente devido à necessidade de se instalar bombas e</p><p>tubulações de grande porte para coletar o efluente gera-</p><p>do nos grandes centros urbanos. Além disso, tem-se a</p><p>falta de capacidade para atender ao aumento do volume</p><p>de esgoto gerado em decorrência da expansão demo-</p><p>gráfica e do crescente aumento no consumo de água.</p><p>Os maiores déficits observados encontram-se em lo-</p><p>calidades urbanas ou rurais isoladas e em domicílios</p><p>3</p><p>| 10 |</p><p>dispersos localizados na zona rural. Essa condição geográfica di-</p><p>ficulta o acesso dessas populações aos sistemas de saneamen-</p><p>to, seja pela necessidade da execução de grandes extensões de</p><p>redes para coletar os esgotos gerados e levá-los até uma esta-</p><p>ção de tratamento, seja pelas dificuldades na prestação dos ser-</p><p>viços de saneamento considerando a implantação de sistemas</p><p>convencionais isolados, não se tratando apenas de uma questão</p><p>relacionada aos recursos financeiros, pois após a implantação é</p><p>necessário operar e manter os sistemas para que cumpram seus</p><p>objetivos e atinjam os resultados e a eficiência esperados.</p><p>Nesse contexto, os sistemas alternativos de tratamento de es-</p><p>gotos têm sido muito utilizados, principalmente por priorizarem</p><p>a facilidade de construção e manutenção, a qualidade ambien-</p><p>tal, a qualidade de vida, necessitarem de um baixo investimento</p><p>quando comparados aos sistemas convencionais e utilizarem</p><p>racionalmente os recursos naturais, com o foco nos princípios e</p><p>conceitos da sustentabilidade. Ademais, as tecnologias alterna-</p><p>tivas também possibilitam o tratamento em sistemas isolados</p><p>(descentralizados), o que vai ao encontro dos princípios essenciais</p><p>do eixo central da Política Nacional de Saneamento, pois atendem</p><p>ao princípio da participação e possibilitam maior aproximação da</p><p>almejada universalização do atendimento em saneamento, con-</p><p>siderando a “garantia de meios adequados para o atendimento da</p><p>população rural dispersa, inclusive mediante a utilização de solu-</p><p>ções compatíveis com suas características econômicas e sociais</p><p>peculiares” (Lei Federal n. 11.445/2007, Artigo 48, inciso VII).</p><p>Para tanto, uma série de tecnologias alternativas, constituídas</p><p>por sistemas isolados, pode ser aplicada para o tratamento de</p><p>esgoto. Dentre elas, destacam-se as fossas sépticas, os filtros</p><p>biológicos e as wetlands construídas.</p><p>| 11 |</p><p>W</p><p>et</p><p>la</p><p>nd</p><p>s</p><p>c</p><p>on</p><p>St</p><p>ru</p><p>íd</p><p>AS</p><p>4.1 Definição</p><p>As wetlands construídas (WC), também conhecidas</p><p>como alagados construídos, são sistemas alagados</p><p>artificiais desenvolvidos para tratar águas residuá-</p><p>rias, principalmente as de esgotos sanitários. Esses</p><p>sistemas são projetados para utilizar plantas aquáti-</p><p>cas e micro-organismos para controlar a poluição da</p><p>água, melhorando sua qualidade. As wetlands cons-</p><p>truídas foram pensadas para tirar proveito da capaci-</p><p>dade de assimilação e conversão de matéria orgânica</p><p>(carbono) e nutrientes (nitrogênio e fósforo), como</p><p>ocorre nos alagados naturais.</p><p>4.2 Vantagens</p><p>Dentre as principais vantagens da utilização de wetlands</p><p>construídas para o tratamento de esgotos sanitários,</p><p>destacam-se:</p><p>4</p><p>| 12 |</p><p>•	 Baixo custo de implantação, operação e manutenção se</p><p>comparadas com estações convencionais de tratamento de</p><p>efluentes;</p><p>•	 Baixa demanda energética;</p><p>•	 Tolerância para flutuações de vazões de entrada;</p><p>•	 Esteticamente mais agradáveis que as estações de trata-</p><p>mento convencionais;</p><p>•	 Potencial de reúso ou reciclagem da água;</p><p>•	 Reciclagem de nutrientes;</p><p>•	 Reciclagem de nutrientes com a compostagem das plantas</p><p>aquáticas;</p><p>•	 Ausência de vibração e ruídos;</p><p>•	 Tendência a minimizar ou até eliminar maus odores do esgoto;</p><p>•	 Atendem aos requisitos da legislação com relação aos pa-</p><p>drões de emissões.</p><p>4.3 Tipos de wetlands construídas</p><p>Há basicamente dois tipos principais de wetlands construídas,</p><p>classificadas de acordo com o nível da coluna d’água: as de fluxo</p><p>superficial e as de fluxo subsuperficial, sendo esta última dividi-</p><p>da em fluxos subsuperficial horizontal ou vertical, dependendo</p><p>da direção do fluxo do fluido. A seguir são descritos os tipos de</p><p>wetlands construídas aqui mencionadas.</p><p>Wetlands Construídas de Fluxo Superficial (WCFS): quando pre-</p><p>sente, o meio suporte (substrato) permanece saturado e com flu-</p><p>xo de água escoando pela superfície, ou seja, acima do material</p><p>suporte (Figura 1).</p><p>| 13 |</p><p>Figura 1 – Representação gráfica de uma</p><p>wetland construída de fluxo superficial (WCFS)</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>As WCFS possuem condições favoráveis para o desenvolvimen-</p><p>to de diversas espécies de macrófitas aquáticas, que podem ser</p><p>flutuantes, submersas ou emergentes. O afluente a ser tratado</p><p>é distribuído homogeneamente na superfície do leito, escoa ho-</p><p>rizontal e superficialmente, com profundidade da água em torno</p><p>de 0,5 m e baixa velocidade de escoamento. O efluente tratado é</p><p>coletado por tubulações de drenagem situadas na parte inferior</p><p>do material suporte. Ressalta-se que tal sistema opera com a ali-</p><p>mentação contínua de afluente.</p><p>As WCFS são recomendadas, principalmente, para o tratamento</p><p>terciário de efluente com foco na remoção de nutrientes, em es-</p><p>pecial o fósforo. Deste modo, é necessária uma etapa prévia de</p><p>tratamento secundário com foco na remoção de matéria orgânica</p><p>e sólidos suspensos.</p><p>Vale destacar que as WCFS podem ou não possuir substrato. Des-</p><p>te modo, na ausência de substrato, utilizam-se exclusivamente</p><p>macrófitas aquáticas flutuantes.</p><p>Dentre as macrófitas aquáticas flutuantes mais cultivadas nes-</p><p>te tipo de sistema, destaca-se o Aguapé. Esta planta aquática é</p><p>conhecida por suas propriedades cumulativas de biomassa, por</p><p>| 14 |</p><p>acelerar a ciclagem de nutrientes e por sua elevada capacidade</p><p>de crescimento vegetativo. A remoção de poluentes se dá, princi-</p><p>palmente, na sua fase de crescimento. O aguapé apresenta ampla</p><p>resistência em águas altamente poluídas com grandes variações</p><p>de nutrientes, pH, substâncias tóxicas, metais pesados e varia-</p><p>ções de temperatura.</p><p>Wetlands Construídas de Fluxo Subsuperficial (WCFSS): o fluxo</p><p>de água ocorre horizontal ou verticalmente sob a superfície do</p><p>leito plantado, por entre os poros do material filtrante (substra-</p><p>to). Desta forma, o fluido permanece em contato apenas com as</p><p>raízes das plantas (Figura 2). Nesses sistemas são utilizadas as</p><p>macrófitas aquáticas enraizadas ao material suporte, ou seja,</p><p>macrófitas emergentes.</p><p>Figura 2 – Representação gráfica de uma</p><p>wetland construída de fluxo subsuperficial</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>Os sistemas de fluxo subsuperficial são subdivididos ainda em</p><p>fluxo horizontal ou vertical, dependendo da direção em que o es-</p><p>goto escoa, conforme ao que será abordado a seguir.</p><p>Wetlands Construídas de Fluxo Subsuperficial Horizontal (WCFH):</p><p>o fluido é inserido no sistema pela zona de entrada e percola</p><p>| 15 |</p><p>lentamente em uma trajetória aproximadamente horizontal pelos</p><p>“vazios” do substrato até atingir a zona de saída, onde é coletado</p><p>através de um dispositivo de controle de nível (Figura 3).</p><p>Figura 3 – Representação gráfica de uma wetland</p><p>construída de fluxo subsuperficial horizontal</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>Esse tipo de sistema é recomendado principalmente para o tra-</p><p>tamento secundário de esgoto sanitário com foco na remoção</p><p>de matéria orgânica e sólidos suspensos. Embora não seja man-</p><p>datória uma etapa de tratamento preliminar, é fortemente reco-</p><p>mendado o tratamento prévio com foco na remoção de partículas</p><p>grosseiras e sólidos sedimentáveis, a fim de prolongar a vida útil</p><p>do sistema, minimizando a ocorrência de entupimentos.</p><p>No Brasil, as macrófitas aquáticas mais utilizadas em WCFH per-</p><p>tencem às espécies Typha sp. (Taboa) e Eleocharis sp. (Junco), as</p><p>quais se adaptam a solos ricos em matéria orgânica, pois possuem</p><p>grande capacidade de acumulação de material orgânico. Além dis-</p><p>so, são boas assimiladoras de grandes quantidades de nutrientes,</p><p>tais como nitrogênio e fósforo, e alguns metais pesados.</p><p>A Taboa é tolerante a ambientes com diferentes teores de salini-</p><p>dade e se desenvolve bem em condições</p><p>de elevada concentração</p><p>| 16 |</p><p>de sólidos dissolvidos. Além disso, tem também como caracte-</p><p>rísticas a fácil adaptação a várias condições climáticas e a grande</p><p>produção de biomassa.</p><p>As WCFH podem ser operadas em regime de fluxo contínuo,</p><p>intermitente ou até mesmo em batelada.</p><p>A Figura 4 ilustra um sistema de WCFH em escala piloto utilizado</p><p>em um experimento desenvolvido na Estação de Tratamento de</p><p>Esgotos (ETE) de Arujá (SP).</p><p>Figura 4 – Wetland construída de fluxo subsuperficial</p><p>horizontal, cultivada com Eleocharis sp. e Typha sp.</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>| 17 |</p><p>Wetlands Construídas de Fluxo Subsuperficial Vertical (WCFV):</p><p>o fluido é introduzido na subsuperfície e escoa homogênea e ver-</p><p>ticalmente entre os vazios do material suporte até atingir a par-</p><p>te mais inferior do leito, onde é coletado através de tubulações</p><p>(Figura 5).</p><p>Figura 5 – Representação gráfica de uma wetland</p><p>construída de fluxo subsuperficial vertical</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>Esse tipo de sistema é recomendado principalmente para o trata-</p><p>mento terciário de efluentes com foco na remoção de nutrientes,</p><p>em especial nitrogênio, que é removido com maiores eficiências</p><p>neste tipo de WC. Desse modo, é necessária uma etapa prévia de</p><p>tratamento, ou seja, tratamento secundário, com foco na remo-</p><p>ção de matéria orgânica e sólidos suspensos. Isso evita que a alta</p><p>carga orgânica iniba as transformações necessárias para a remo-</p><p>ção de nitrogênio e também a colmatação do sistema, visto que,</p><p>quanto maior a carga de sólidos aplicada, maior é a possibilidade</p><p>de ocorrer esse fenômeno. As WCFV também atuam na remoção</p><p>de sólidos suspensos remanescentes de etapas anteriores.</p><p>Esses sistemas operam com a alimentação intermitente do</p><p>afluente em períodos curtos, seguida de intervalos longos de</p><p>| 18 |</p><p>descanso. Tal procedimento ajuda a evitar a obstrução do filtro,</p><p>além de aumentar a transferência de oxigênio para o interior do</p><p>meio filtrante, contribuindo para a alta remoção dos poluentes.</p><p>De maneira geral, a principal vantagem dos WCFV em relação aos</p><p>WCFH é a maior taxa de transferência de oxigênio da atmosfe-</p><p>ra para o sistema, em decorrência do tempo de pausa. Assim, as</p><p>condições aeróbias favorecem a ocorrência da nitrificação, poten-</p><p>cializando a remoção de nitrogênio neste tipo de WC.</p><p>Vários tipos de macrófitas podem ser empregadas nas WCFV:</p><p>desde plantas vasculares, como, por exemplo, Typha spp. (Taboa),</p><p>até algas. Em regiões subtropicais, como a América do Sul, as ma-</p><p>crófitas mais empregadas são Phragmites australis (Caniço-de-</p><p>-água), Typha spp. (Taboa), Juncus spp. (Junco) e Cyperus papyrus</p><p>spp. (Papiro-Brasileiro).</p><p>Há ainda os sistemas híbridos ou combinados que associam</p><p>sistemas de fluxo vertical e horizontal, aliando as vantagens de</p><p>ambos os fluxos e potencializando a eficiência no tratamento do</p><p>efluente (Figura 6).</p><p>Figura 6 – Representação gráfica de uma wetland construída híbrida</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>| 19 |</p><p>É um tipo de sistema mais completo, capaz de remover matéria</p><p>orgânica, sólidos suspensos e nutrientes. No entanto, é forte-</p><p>mente recomendado o tratamento prévio com foco na remo-</p><p>ção de partículas grosseiras e sólidos sedimentáveis a fim de</p><p>prolongar a vida útil do sistema ao minimizar a ocorrência de</p><p>entupimentos.</p><p>Estudos mostram que as WC também podem ser aplicadas na</p><p>remoção de metais pesados e patógenos. No entanto, o tempo de</p><p>detenção hidráulica para alcançar patamares adequados de re-</p><p>moção de patógenos e metais é mais elevado em comparação ao</p><p>TDH necessário para remover poluentes físico-químicos.</p><p>| 20 |</p><p>co</p><p>m</p><p>po</p><p>ne</p><p>nt</p><p>eS</p><p>p</p><p>ri</p><p>nc</p><p>ip</p><p>Ai</p><p>S</p><p>As wetlands construídas possuem três componentes</p><p>principais: as macrófitas aquáticas, o material suporte</p><p>e as comunidades microbianas. Sendo assim, o trata-</p><p>mento efetivo do esgoto é obtido através da interação</p><p>física, química e biológica da água residuária com es-</p><p>ses três elementos.</p><p>5.1 Macrófitas aquáticas</p><p>As macrófitas aquáticas são vegetais visíveis a olho</p><p>nu, que flutuam ou permanecem total ou parcialmente</p><p>submersas em ambientes de águas doces ou salobras.</p><p>As plantas desempenham um importante papel no</p><p>tratamento em WC. Dentre as principais atribuições,</p><p>destacam-se: promoção de área superficial para ade-</p><p>rência de micro-organismos (nas raízes); liberação de</p><p>oxigênio para o material filtrante; prevenção da col-</p><p>matação do material filtrante; embelezamento paisa-</p><p>gístico; e retirada e armazenamento de nutrientes.</p><p>5</p><p>| 21 |</p><p>As macrófitas aquáticas podem ser classificadas em três princi-</p><p>pais grupos: (1) emergentes, (2) livres flutuantes e (3) submersas</p><p>(Figura 7).</p><p>Figura 7 – Representação gráfica dos tipos de macrófitas aquáticas</p><p>Fonte: Sanchez (2017)</p><p>(1) Macrófitas aquáticas emergentes: enraizadas e folhas fora</p><p>da água (Caniço-de-água, Taboa, Junco e Papiro-Brasileiro);</p><p>(2) Macrófitas aquáticas flutuantes: flutuantes sobre a superfície</p><p>do corpo hídrico (Aguapé, Alface-d’água e Samambaia-aquática);</p><p>(3) Macrófitas aquáticas submersas:</p><p>a. Enraizadas: enraizadas e folhas submersas (Elódea, Cabomba);</p><p>b. Livres: flutuantes ou presas a outras espécies de plantas</p><p>aquáticas ou caules (Utriculária).</p><p>| 22 |</p><p>As espécies mais utilizadas no Brasil são as do gênero Phragmites</p><p>australis (Caniço-de-água); Typha spp. (Taboa); Eleocharis spp.</p><p>e Juncus spp. (Junco); Cyperus papyrus spp. (Papiro-Brasileiro);</p><p>Eichhornia crassipes (Jacinto-d’água, Aguapé, Baronesa, Rainha-</p><p>-dos-lagos); Pistia stratiotes (Alface-d’água) e Salvinia (Samam-</p><p>baia-aquática, Erva-de-sapo, Marrequinha, Murerê). Alguns</p><p>exemplos estão discriminados na Figura 8.</p><p>Figura 8 – Exemplares de (a) Typha sp. (Taboa),</p><p>(b) Eleocharis sp. (Junco) e (c) Eichhornia crassipes (Jacinto-d’água,</p><p>Aguapé, Baronesa, Rainha-dos-lagos)</p><p>Fonte: Acervo dos autores</p><p>Vale destacar que a escolha da espécie adequada deve levar em</p><p>consideração alguns fatores, tais como:</p><p>•	 Principais poluentes que se deseja remover do esgoto;</p><p>•	 Tipo de wetland construída utilizada;</p><p>•	 Condições climáticas da região e adaptabilidade da espécie;</p><p>•	 Disponibilidade da planta no local de implantação do sis-</p><p>tema; e</p><p>•	 Características físico-químicas da água residuária a ser</p><p>tratada.</p><p>a b c</p><p>| 23 |</p><p>Para os sistemas de fluxo subsuperficial recomenda-se que se-</p><p>jam plantados inicialmente de 10 a 20 indivíduos por m² distri-</p><p>buídos ao longo de todo o leito. Já para os sistemas de fluxo su-</p><p>perficial recomenda-se que as macrófitas ocupem inicialmente</p><p>apenas 50% da área superficial do leito.</p><p>É importante reforçar que as macrófitas aquáticas demandam</p><p>manutenção adequada como podas, retirada de ervas daninhas</p><p>e folhagem desprendida, a fim de garantir a eficiência do sistema</p><p>e evitar a devolução de nutrientes e matéria orgânica ao sistema.</p><p>5.2 Material suporte</p><p>O material suporte ou substrato, também conhecido como ma-</p><p>terial filtrante, funciona tanto como meio de suporte para o esta-</p><p>belecimento das macrófitas aquáticas, quanto como filtro para a</p><p>retenção de sólidos suspensos presentes no esgoto e como meio</p><p>para aderência dos micro-organismos.</p><p>Além disso, é no material suporte que ocorre a maioria dos pro-</p><p>cessos químicos e biológicos característicos desses sistemas e</p><p>principais responsáveis pela melhoria da qualidade da água.</p><p>A escolha do tipo de material filtrante deve estar associada com</p><p>as finalidades do tratamento. Assim, está condicionada à capaci-</p><p>dade de manter boas condições de fluxo ao longo do tempo, além</p><p>de promover adsorção de compostos inorgânicos, tais como ni-</p><p>trogênio amoniacal e ortofosfato.</p><p>Nas wetlands construídas podem ser utilizados materiais supor-</p><p>tes de diferentes tipos, tais como: areias, solos naturais, pedras,</p><p>cascalhos, cinzas, cascas, pneu picado, fibra de coco, entre ou-</p><p>tros; e em diferentes granulometrias.</p><p>| 24 |</p><p>Cada substrato possui características próprias, como granulome-</p><p>tria, porosidade e permeabilidade (condutividade hidráulica), que</p><p>vão influenciar na dinâmica de escoamento do sistema. Diante</p><p>disso, indica-se variar a</p><p>granulometria do material, a fim de mini-</p><p>mizar as chances de ocorrer a colmatação do sistema. A condu-</p><p>tividade hidráulica do material filtrante também é um fator que</p><p>influencia no processo de colmatação, sendo mais indicado o uso</p><p>de substratos com maior condutividade hidráulica, garantindo</p><p>boas condições de fluxo no sistema ao longo do tempo.</p><p>A fim de manter elevada a condutividade hidráulica e elevar a</p><p>vida útil dos sistemas, os substratos mais amplamente utiliza-</p><p>dos e recomendados para wetlands construídas são: areia, brita e</p><p>cascalho. A Tabela 1 traz a faixa de granulometria dos materiais</p><p>suporte mais comuns.</p><p>Tabela 1 – Faixa granulométrica dos principais</p><p>materiais suporte utilizados em wetlands construídas</p><p>Material suporte Granulometria (mm)</p><p>Areia 0,06 a 2</p><p>Brita tipo 1 9,5 a 19</p><p>Brita tipo 2 19 a 25</p><p>Cascalho 2 a 60</p><p>Fontes: NBR 6502/1995; e NBR 7211/2009 (ABNT, 1995; 2009)</p><p>Vale destacar que nas zonas de entrada e saída de esgoto, bem</p><p>como próximo às tubulações, recomenda-se a utilização de</p><p>| 25 |</p><p>materiais suporte de maiores granulometrias, a fim de minimizar</p><p>a ocorrência de entupimentos.</p><p>5.3 Microbiota</p><p>A microbiota mais comumente encontrada em WC é composta</p><p>por fungos e bactérias. Tais micro-organismos se desenvolvem,</p><p>principalmente, aderidos ao material suporte ou às raízes das</p><p>macrófitas aquáticas, formando o biofilme.</p><p>Nas weltands construídas, os micro-organismos desempenham</p><p>importante papel tanto na mineralização da matéria orgânica e</p><p>do fósforo orgânico quanto na conversão das variadas formas</p><p>de nitrogênio. As bactérias, leveduras e fungos são responsáveis</p><p>pela decomposição da matéria orgânica, pois consomem e utili-</p><p>zam grande parte do carbono disponível como fonte de energia</p><p>para síntese, manutenção e crescimento celular.</p><p>As bactérias também são importantes na remoção do nitrogê-</p><p>nio orgânico, um nutriente que, em elevadas concentrações no</p><p>efluente, implica em risco à saúde humana, como a metemoglo-</p><p>binemia em crianças, causada pelo excesso de nitrato, e danos</p><p>ambientais, como a eutrofização de ambientes aquáticos. Por-</p><p>tanto, a remoção biológica do nitrogênio no tratamento de esgo-</p><p>tos em leito de macrófitas torna-se imprescindível para melhorar</p><p>a qualidade do efluente que será lançado nos corpos receptores.</p><p>Tal remoção ocorre via processos de amonificação, nitrificação e</p><p>desnitrificação. No primeiro processo, ocorre a transformação do</p><p>nitrogênio orgânico em amônia (N-NH4</p><p>+) pela ação de bactérias</p><p>aeróbias e anaeróbias, associadas às raízes das macrófitas. Em</p><p>seguida, na nitrificação, a amônia é convertida em nitrito (N-NO2</p><p>-)</p><p>e nitrato (N-NO3</p><p>-), por bactérias nitrificantes, na presença de</p><p>| 26 |</p><p>oxigênio dissolvido. Por último, o nitrato é reduzido a nitrogênio</p><p>gasoso (N2), sob condições anóxicas, por bactérias desnitrificantes.</p><p>Comunidades de protozoários e micrometazoários (Figura 9)</p><p>também são facilmente encontradas no leito de macrófitas e</p><p>destacam-se por consumirem matéria orgânica particulada, con-</p><p>trolarem o crescimento de bactérias e fungos e serem predadoras</p><p>de micro-organismos patogênicos, auxiliando no tratamento do</p><p>esgoto e na desinfecção do efluente. Além disso, são importantes</p><p>bioindicadoras que permitem monitorar o desempenho e a efi-</p><p>ciência do sistema.</p><p>Figura 9 – Exemplares de protozoários: (a) amebas com teca</p><p>semelhantes a Arcella sp., (b) ciliados livres nadantes semelhantes</p><p>a Paramecium sp., (c) ciliados móveis de fundo semelhantes a</p><p>Aspidisca sp. e (d) ciliados sésseis semelhantes a Vorticella sp.</p><p>Fonte: Silva (2016)</p><p>a b</p><p>c d</p><p>| 27 |</p><p>ef</p><p>ic</p><p>iê</p><p>nc</p><p>iA</p><p>S</p><p>de</p><p>r</p><p>em</p><p>oç</p><p>ão</p><p>vi</p><p>A</p><p>W</p><p>et</p><p>la</p><p>nd</p><p>s</p><p>co</p><p>nS</p><p>tr</p><p>uí</p><p>dA</p><p>S</p><p>Em relação à remoção de poluentes, os sistemas de</p><p>wetlands construídas têm obtido bons resultados</p><p>conforme mencionado, de acordo com o tipo de sis-</p><p>tema adotado. No Brasil, alguns estudos compara-</p><p>ram as eficiências de remoções de nitrogênio, fósforo,</p><p>Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda</p><p>Química de Oxigênio (DQO) obtidas nas diferentes</p><p>configurações de sistema de WC (Fluxo superficial,</p><p>subsuperficial horizontal e subsuperficial vertical).</p><p>Tais resultados estão apresentados na Tabela 2.</p><p>6</p><p>| 28 |</p><p>Tabela 2 – Eficiências médias obtidas para nitrogênio (N),</p><p>fósforo (P), demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e</p><p>demanda química de oxigênio (DQO) em sistemas de wetlands</p><p>construídas de acordo com o tipo de fluxo d’água adotado</p><p>Tipo de WC Poluente Remoção Média (%)</p><p>WCFS</p><p>P 85,0</p><p>N</p><p>Equação 1</p><p>Onde:</p><p>P: Porosidade do leito (%);</p><p>Vt: Volume útil total do leito (m3); e</p><p>Vs: Volume de sólidos presentes no leito (m3).</p><p>Destaca-se que os volumes utilizados são obtidos experimentalmente. Ainda, vale</p><p>ressaltar que as WCFS cultivadas com macrófitas aquáticas flutuantes não utilizam material</p><p>suporte e, portanto, a porosidade a ser considerada é igual a 1. As granulometrias de alguns</p><p>materiais suporte utilizados em wetlands construídas estão listadas na Tabela 1, apresentada</p><p>no item 5.2.</p><p>Passo 6: Determinar o coeficiente de decaimento do poluente (KT), que representa o</p><p>comportamento da remoção do poluente ou contaminante em função da influência causada</p><p>pela temperatura e pelo tempo. Desta forma, a constante KT em temperatura T (°C) pode ser</p><p>determinada a partir da Equação 2.</p><p>Equação 2</p><p>Onde:</p><p>K20: Constante de decaimento a 20°C (d-1);</p><p>Coeficiente de temperatura; e</p><p>T: Temperatura da wetland construída (°C).</p><p>Os valores da constante K20 e do coeficiente de temperatura ( ) dependem do poluente</p><p>a ser removido. Na Tabela 3 estão apresentados os principais valores encontrados para K20 e</p><p>para wetlands construídas de fluxos superficial (WCFS) e subsuperficial (WCFSS).</p><p>Tabela 3: Valores para a constante de decaimento e coeficiente de temperatura para sistemas de WCFS</p><p>e WCFSS de acordo com o poluente a ser removido.</p><p>(Eq. 2)</p><p>Onde:</p><p>K20: Constante de decaimento a 20°C (d-1);</p><p>θ: Coeficiente de temperatura; e</p><p>T: Temperatura da wetland construída (°C).</p><p>| 31 |</p><p>Os valores da constante K20 e do coeficiente de temperatura (θ)</p><p>dependem do poluente a ser removido. Na Tabela 3 estão apresen-</p><p>tados os principais valores encontrados para K20 e θ para wetlands</p><p>construídas de fluxos superficial (WCFS) e subsuperficial (WCFSS).</p><p>Tabela 3 – Valores para a constante de decaimento e</p><p>coeficiente de temperatura para sistemas de WCFS e</p><p>WCFSS de acordo com o poluente a ser removido.</p><p>Tipo</p><p>de WC Poluente</p><p>Tempe-</p><p>ratura</p><p>(°C)</p><p>Constante</p><p>de decaimento</p><p>K20 (d-1)</p><p>Coeficiente</p><p>de Temperatura</p><p>WCFS</p><p>DBO5,20</p><p>20</p><p>0,678 1,06</p><p>Nitrogênio</p><p>Amoniacal (NH4) 0,2187 1,048</p><p>Nitrato (NO3) 1,000 1,15</p><p>WCFSS</p><p>DBO5,20 1,104 1,06</p><p>Nitrogênio</p><p>Amoniacal (NH4) 0,2187 1,048</p><p>Nitrato (NO3) 1,000 1,15</p><p>Fonte: Kadlec; Wallace (2008); Wang et al. (2010); Crites et al. (2014)</p><p>Passo 7: Definir a altura da coluna do fluido (nível do esgoto).</p><p>A United States Environmental Protection Agency (USEPA) reco-</p><p>menda operar sistemas de wetlands construídas com o nível</p><p>de 0,5 m.</p><p>Passo 8: Com os parâmetros citados definidos, é possível cal-</p><p>cular a área superficial (As) necessária para a instalação do leito</p><p>(Equação 3).</p><p>| 32 |</p><p>19</p><p>Tipo de WC Poluente</p><p>Temperatura</p><p>(°C)</p><p>Constante de</p><p>decaimento K20 (d</p><p>-1)</p><p>Coeficiente de</p><p>Temperatura</p><p>WCFS</p><p>DBO5,20</p><p>20</p><p>0,678 1,06</p><p>Nitrogênio</p><p>Amoniacal (NH4)</p><p>0,2187 1,048</p><p>Nitrato (NO3) 1,000 1,15</p><p>WCFSS</p><p>DBO5,20 1,104 1,06</p><p>Nitrogênio</p><p>Amoniacal (NH4)</p><p>0,2187 1,048</p><p>Nitrato (NO3) 1,000 1,15</p><p>Fonte: Kadlec; Wallace (2008); Wang et al. (2010); Crites et al. (2014)</p><p>Passo 7: Definir a altura da coluna do fluido (nível do esgoto). A United States</p><p>Environmental Protection Agency (USEPA) recomenda operar sistemas de wetlands</p><p>construídas com o nível de 0,5 m.</p><p>Passo 8: Com os parâmetros citados definidos, é possível calcular a área superficial</p><p>(As) necessária para a instalação do leito (Equação 3).</p><p>Equação 3</p><p>Onde:</p><p>As: Área superficial do leito (m2);</p><p>Qméd: Vazão média através do leito (m3/d);</p><p>Ca: Concentração do poluente no afluente - concentração de entrada (mg/L);</p><p>Ce: Concentração do poluente no efluente - concentração de saída (mg/L);</p><p>KT: Coeficiente de decaimento do poluente (d-1);</p><p>h: Altura do nível do esgoto (m); e</p><p>p: Porosidade do leito (%).</p><p>(Eq. 3)</p><p>Onde:</p><p>As: Área superficial do leito (m2);</p><p>Qméd: Vazão média através do leito (m3/d);</p><p>Ca: Concentração do poluente no afluente - concentração de entrada (mg/L);</p><p>Ce: Concentração do poluente no efluente - concentração de saída (mg/L);</p><p>KT: Coeficiente de decaimento do poluente (d-1);</p><p>h: Altura do nível do esgoto (m); e</p><p>p: Porosidade do leito (%).</p><p>Passo 9: Com base na área superficial (As) calculada, deve-se</p><p>determinar as dimensões (largura e comprimento) do leito.</p><p>Recomenda-se que o comprimento seja consideravelmente</p><p>maior que a largura do leito, a fim de garantir o modelo de flu-</p><p>xo em pistão.</p><p>Passo 10: É possível ainda calcular o tempo de detenção hi-</p><p>dráulica (TDH) pela Equação 4, a qual expressa a razão entre</p><p>as características da wetland construída e a vazão média do</p><p>efluente.</p><p>20</p><p>Passo 9: Com base na área superficial (As) calculada, deve-se determinar as</p><p>dimensões (largura e comprimento) do leito. Recomenda-se que o comprimento seja</p><p>consideravelmente maior que a largura do leito, a fim de garantir o modelo de fluxo em pistão.</p><p>Passo 10: É possível ainda calcular o tempo de detenção hidráulica (TDH) pela</p><p>Equação 4, a qual expressa a razão entre as características da wetland construída e a vazão</p><p>média do efluente.</p><p>Equação 4</p><p>Onde:</p><p>TDH: Tempo de detenção hidráulica (d);</p><p>l: Largura do leito (m);</p><p>c: Comprimento do leito (m);</p><p>h: Altura do nível do esgoto (m);</p><p>p: Porosidade do leito, em número decimal; e</p><p>Qméd: Vazão média através do leito (m3/d).</p><p>O tempo de detenção hidráulica corresponde ao tempo em que o esgoto permanece</p><p>dentro do sistema em tratamento. Assim, o TDH é um parâmetro que influencia diretamente a</p><p>eficiência do sistema. Dessa forma, é recomendado testar diferentes TDH no sistema e, de</p><p>acordo com o poluente foco de remoção, avaliar o tempo ideal de detenção da água residuária</p><p>no sistema de WC.</p><p>Os valores de TDH para WC de fluxo superficial variam entre 5 e 30 dias, e para WC de</p><p>fluxo subsuperficial (USEPA, 2000) variam entre 2 e 5 dias (USEPA, 2000), ambos de acordo</p><p>com o objetivo de remoção. Em geral, sistemas que visam à remoção de matéria orgânica e</p><p>sólidos requerem TDH menores. Já para a remoção efetiva de nutrientes é necessário operar o</p><p>sistema com maiores TDH.</p><p>Passo 11: Escolher a espécie de macrófita mais adequada levando-se em</p><p>consideração os aspectos físico-químicos do efluente a ser tratado.</p><p>____________________________________________________________________________</p><p>(Eq. 4)</p><p>Onde:</p><p>TDH: Tempo de detenção hidráulica (d);</p><p>l: Largura do leito (m);</p><p>c: Comprimento do leito (m);</p><p>h: Altura do nível do esgoto (m);</p><p>p: Porosidade do leito, em número decimal; e</p><p>Qméd: Vazão média através do leito (m3/d).</p><p>| 33 |</p><p>O tempo de detenção hidráulica corresponde ao tempo em que</p><p>o esgoto permanece dentro do sistema em tratamento. Assim, o</p><p>TDH é um parâmetro que influencia diretamente a eficiência do</p><p>sistema. Dessa forma, é recomendado testar diferentes TDH no</p><p>sistema e, de acordo com o poluente foco de remoção, avaliar o</p><p>tempo ideal de detenção da água residuária no sistema de WC.</p><p>Os valores de TDH para WC de fluxo superficial variam entre 5 e</p><p>30 dias, e para WC de fluxo subsuperficial (USEPA, 2000) variam</p><p>entre 2 e 5 dias (USEPA, 2000), ambos de acordo com o objetivo</p><p>de remoção. Em geral, sistemas que visam à remoção de matéria</p><p>orgânica e sólidos requerem TDH menores. Já para a remoção efe-</p><p>tiva de nutrientes é necessário operar o sistema com maiores TDH.</p><p>Passo 11: Escolher a espécie de macrófita mais adequada</p><p>levando-se em consideração os aspectos físico-químicos do</p><p>efluente a ser tratado.</p><p>Exemplo: Deseja-se tratar o esgoto de um pequeno conjunto ha-</p><p>bitacional no qual residem 10 pessoas. O esgoto deve ser tratado</p><p>em nível secundário, ou seja, com foco na remoção de matéria</p><p>orgânica.</p><p>O objetivo é remover 80% da matéria orgânica biologica-</p><p>mente degradável (DBO5,20 ). Após a análise do efluente, constatou-se</p><p>que a concentração de DBO5,20 encontrada foi de 250 mg L-1.</p><p>Dados do sistema: Q = 120 L/hab.dia; p = 0,5 mm; T = 25°C.</p><p>Passo 1: Para a remoção de matéria orgânica, o WC mais indi-</p><p>cado é o de fluxo subsuperficial horizontal.</p><p>Passo 2: A análise prévia do esgoto a ser tratado indicou que a</p><p>concentração afluente de DBO5,20 é de 250 mg L-1.</p><p>| 34 |</p><p>Passo 3: Deseja-se remover 80% da DBO5,20, logo a concentra-</p><p>ção final do parâmetro deve ser 50 mg L-1, da seguinte forma:</p><p>21</p><p>Exemplo: Deseja-se tratar o esgoto de um pequeno conjunto habitacional no qual residem 10</p><p>pessoas. O esgoto deve ser tratado em nível secundário, ou seja, com foco na remoção de</p><p>matéria orgânica. O objetivo é remover 80% da matéria orgânica biologicamente degradável</p><p>(DBO5,20). Após a análise do efluente, constatou-se que a concentração de DBO5,20 encontrada</p><p>foi de 250 mg L-1.</p><p>Dados do sistema: Q = 120 L/hab.dia; p = 0,5 mm; T = 25 °C.</p><p>Passo 1: Para a remoção de matéria orgânica, o WC mais indicado é o de fluxo</p><p>subsuperficial horizontal.</p><p>Passo 2: A análise prévia do esgoto a ser tratado indicou que a concentração afluente</p><p>de DBO5,20 é de 250 mg L-1.</p><p>Passo 3: Deseja-se remover 80% da DBO5,20, logo a concentração final do parâmetro</p><p>deve ser 50 mg L-1, da seguinte forma:</p><p>Onde:</p><p>E = Eficiência de remoção (%)</p><p>DBOafl = Concentração de DBO do afluente (mg/L)</p><p>DBOefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)</p><p>Portanto:</p><p>Onde:</p><p>E = Eficiência de remoção (%)</p><p>DBOafl = Concentração de DBO do afluente (mg/L)</p><p>DBOefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)</p><p>Portanto:</p><p>21</p><p>Exemplo: Deseja-se tratar o esgoto de um pequeno conjunto habitacional no qual residem 10</p><p>pessoas. O esgoto deve ser tratado em nível secundário, ou seja, com foco na remoção de</p><p>matéria orgânica. O objetivo é remover 80% da matéria orgânica biologicamente degradável</p><p>(DBO5,20). Após a análise do efluente, constatou-se que a concentração de DBO5,20 encontrada</p><p>foi de 250 mg L-1.</p><p>Dados do sistema: Q = 120 L/hab.dia; p = 0,5 mm; T = 25 °C.</p><p>Passo 1: Para a remoção de matéria orgânica, o WC mais indicado é o de fluxo</p><p>subsuperficial horizontal.</p><p>Passo 2: A análise prévia do esgoto a ser tratado indicou que a concentração afluente</p><p>de DBO5,20 é de 250 mg L-1.</p><p>Passo 3: Deseja-se remover 80% da DBO5,20, logo a concentração final do parâmetro</p><p>deve ser 50 mg L-1, da seguinte forma:</p><p>Onde:</p><p>E = Eficiência de remoção (%)</p><p>DBOafl = Concentração de DBO do afluente (mg/L)</p><p>DBOefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)</p><p>Portanto:</p><p>Passo 4: Considerando-se que a vazão de esgoto gerado por</p><p>habitante é de 120 L/dia e que 10 pessoas residem do conjun-</p><p>to habitacional, têm-se:</p><p>22</p><p>Passo 4: Considerando-se que a vazão de esgoto gerado por habitante é de 120 L/dia</p><p>e que 10 pessoas residem do conjunto habitacional, têm-se:</p><p>Passo 5: Utilizando a brita 1 como material suporte, a porosidade do leito, medida</p><p>experimentalmente, é de 0,5 mm.</p><p>Passo 6: De acordo com os valores de DBO5,20 encontrados na Tabela 2 para K20 e</p><p>para WCFSS, é possível calcular o coeficiente de decaimento (KT) para a temperatura do</p><p>sistema (25° C):</p><p>Passo 7: A altura da coluna do fluido (nível do esgoto) é de 0,5 m, como sugerido pela</p><p>USEPA.</p><p>Passo 8: A área superficial (As) necessária para a instalação do leito é de 5,2 m2:</p><p>| 35 |</p><p>Passo 5: Utilizando a brita 1 como material suporte, a porosi-</p><p>dade do leito, medida experimentalmente, é de 0,5 mm.</p><p>Passo 6: De acordo com os valores de DBO5,20 encontrados na</p><p>Tabela 2 para K20 e θ para WCFSS, é possível calcular o coeficien-</p><p>te de decaimento (KT) para a temperatura do sistema (25°C):</p><p>22</p><p>Passo 4: Considerando-se que a vazão de esgoto gerado por habitante é de 120 L/dia</p><p>e que 10 pessoas residem do conjunto habitacional, têm-se:</p><p>Passo 5: Utilizando a brita 1 como material suporte, a porosidade do leito, medida</p><p>experimentalmente, é de 0,5 mm.</p><p>Passo 6: De acordo com os valores de DBO5,20 encontrados na Tabela 2 para K20 e</p><p>para WCFSS, é possível calcular o coeficiente de decaimento (KT) para a temperatura do</p><p>sistema (25° C):</p><p>Passo 7: A altura da coluna do fluido (nível do esgoto) é de 0,5 m, como sugerido pela</p><p>USEPA.</p><p>Passo 8: A área superficial (As) necessária para a instalação do leito é de 5,2 m2:</p><p>Passo 7: A altura da coluna do fluido (nível do esgoto) é de 0,5</p><p>m, como sugerido pela USEPA.</p><p>Passo 8: A área superficial (As) necessária para a instalação do</p><p>leito é de 5,2 m2:</p><p>22</p><p>Passo 4: Considerando-se que a vazão de esgoto gerado por habitante é de 120 L/dia</p><p>e que 10 pessoas residem do conjunto habitacional, têm-se:</p><p>Passo 5: Utilizando a brita 1 como material suporte, a porosidade do leito, medida</p><p>experimentalmente, é de 0,5 mm.</p><p>Passo 6: De acordo com os valores de DBO5,20 encontrados na Tabela 2 para K20 e</p><p>para WCFSS, é possível calcular o coeficiente de decaimento (KT) para a temperatura do</p><p>sistema (25° C):</p><p>Passo 7: A altura da coluna do fluido (nível do esgoto) é de 0,5 m, como sugerido pela</p><p>USEPA.</p><p>Passo 8: A área superficial (As) necessária para a instalação do leito é de 5,2 m2:</p><p>Passo 9: A partir da área superficial calculada, determinou-se</p><p>que a largura e o comprimento do leito devem ser de 1,0 m</p><p>e 5,2 m, respectivamente.</p><p>| 36 |</p><p>Passo 10: O TDH ideal para este sistema de tratamento é de</p><p>1,1 dia:</p><p>23</p><p>Passo 9: A partir da área superficial calculada, determinou-se que a largura e o</p><p>comprimento do leito devem ser de 1,0 m e 5,2 m, respectivamente.</p><p>Passo 10: O TDH ideal para este sistema de tratamento é de 1,1 dia:</p><p>Passo 11: Levando-se em consideração as necessidades de tratamento do esgoto em</p><p>questão, a macrófita aquática Taboa é a mais indicada devido à alta taxa de incorporação de</p><p>biomassa.</p><p>Assim, o WC de fluxo subsuperficial horizontal cultivado com a macrófita aquática</p><p>Taboa, com dimensões de 5,2 m x 1,0 m e com o tempo de detenção hidráulica de 1,1 dias tem</p><p>a potencialidade de tratar o esgoto doméstico gerado por 10 habitantes com 80% de eficiência</p><p>de remoção de matéria orgânica. No entanto, vale destacar que tal sistema não removeria</p><p>nutrientes em níveis adequados por não ser o objetivo do sistema dimensionado, podendo ser</p><p>dimensionada outra wetland para a remoção e o reaproveitamento dos nutrientes antes do</p><p>lançamento final no corpo receptor.</p><p>8 Implantação, operação e manutenção</p><p>Independentemente do tipo de WC adotada, durante a sua implantação, alguns</p><p>aspectos devem ser levados em consideração, tais como:</p><p>● Prefira transplantar mudas de macrófitas que foram retiradas de local próximo e</p><p>que, consequentemente, estão mais adaptadas ao clima local;</p><p>● Prefira transplantar as mudas no período chuvoso, a fim de minimizar condições</p><p>de estresse hídrico para as plantas;</p><p>Passo 11: Levando-se em consideração as</p><p>necessidades de</p><p>tratamento do esgoto em questão, a macrófita aquática Ta-</p><p>boa é a mais indicada devido à alta taxa de incorporação de</p><p>biomassa.</p><p>Assim, o WC de fluxo subsuperficial horizontal cultivado com</p><p>a macrófita aquática Taboa, com dimensões de 5,2 m x 1,0 m</p><p>e com o tempo de detenção hidráulica de 1,1 dias tem a po-</p><p>tencialidade de tratar o esgoto doméstico gerado por 10 habi-</p><p>tantes com 80% de eficiência de remoção de matéria orgânica.</p><p>No entanto, vale destacar que tal sistema não removeria nu-</p><p>trientes em níveis adequados por não ser o objetivo do sistema</p><p>dimensionado, podendo ser dimensionada outra wetland para a</p><p>remoção e o reaproveitamento dos nutrientes antes do lança-</p><p>mento final no corpo receptor.</p><p>| 37 |</p><p>im</p><p>pl</p><p>An</p><p>tA</p><p>çã</p><p>o,</p><p>o</p><p>pe</p><p>rA</p><p>çã</p><p>o</p><p>e</p><p>m</p><p>An</p><p>ut</p><p>en</p><p>çã</p><p>o</p><p>Independentemente do tipo de WC adotada, durante</p><p>a sua implantação, alguns aspectos devem ser leva-</p><p>dos em consideração, tais como:</p><p>•	 Prefira transplantar mudas de macrófitas que fo-</p><p>ram retiradas de local próximo e que, consequen-</p><p>temente, estão mais adaptadas ao clima local;</p><p>•	 Prefira transplantar as mudas no período chu-</p><p>voso, a fim de minimizar condições de estresse</p><p>hídrico para as plantas;</p><p>•	 Não inicie a operação alimentando o sistema</p><p>diretamente com a água residuária que deseja</p><p>tratar. Faça uma alimentação gradativa, inserin-</p><p>do o esgoto diluído e aumentando a concentra-</p><p>ção aos poucos;</p><p>•	 Faça a retirada, o transporte e o plantio das ma-</p><p>crófitas aquáticas para o local de implantação</p><p>com 20 ou 30 dias de antecedência ao início das</p><p>atividades, período destinado à adaptação bio-</p><p>lógica das plantas ao novo meio;</p><p>8</p><p>| 38 |</p><p>•	 Prefira indivíduos jovens da espécie para obter melhor efi-</p><p>ciência do sistema, já que a época de maior incorporação dos</p><p>contaminantes, geralmente, é em sua fase de crescimento;</p><p>•	 Se há a intenção de misturar mais de uma espécie de ma-</p><p>crófita, pesquise sobre possíveis interações entre as es-</p><p>pécies ou se há forte competição entre elas. Evite, nestes</p><p>casos, espécies que tendam a competir entre si;</p><p>•	 Evite, sempre que possível, utilizar bombas. Dê preferên-</p><p>cias ao transporte de afluente e efluente pela ação da gra-</p><p>vidade; e</p><p>•	 Evite, sempre que possível, tubulações de diâmetro estreito</p><p>e válvulas, pois estes são passíveis de entupimento, depen-</p><p>dendo da constituição da água residuária.</p><p>Embora as WC sejam de simples operação, alguns cuidados são</p><p>essenciais, tais como:</p><p>•	 As tubulações, eventuais válvulas e bombas devem ser</p><p>inspecionadas e limpas periodicamente. A frequência da</p><p>manutenção pode variar de 5 a 15 dias, dependendo da</p><p>constituição da água residuária (concentração de sólidos</p><p>suspensos) e do diâmetro das tubulações utilizadas, a fim</p><p>de evitar entupimentos e comprometer tanto a operação a</p><p>curto quanto a longo prazo;</p><p>•	 Ervas daninhas que eventualmente possam brotar nas</p><p>wetlands construídas devem ser removidas, pois algumas</p><p>espécies podem competir com as macrófitas, podendo até</p><p>suprimi-las;</p><p>•	 As macrófitas aquáticas devem ser podadas com periodici-</p><p>dade de 20 a 30 dias, variando conforme a espécie utilizada</p><p>| 39 |</p><p>e conforme o crescimento. Plantas utilizadas em sistemas</p><p>abastecidos com águas muito poluídas tendem a se repro-</p><p>duzir e a crescer mais rapidamente, indicando a necessida-</p><p>de de aumento da frequência de manutenção; e</p><p>•	 Controlar o número de indivíduos de macrófitas na WC.</p><p>Recomenda-se que, em média, as macrófitas não ocupem</p><p>mais do que 50% dos sistemas. Assim, deve-se retirar os</p><p>indivíduos mais velhos conforme a proliferação, a fim de</p><p>manter a taxa de ocupação das plantas próxima dos 50% da</p><p>área superficial do sistema.</p><p>Vale destacar que a adequada operação e manutenção de unida-</p><p>des de tratamento anteriores ao sistema de WC são essenciais</p><p>para a manutenção da longevidade do sistema. Desse modo, caso</p><p>haja tanques sépticos ou algum outro tratamento primário, é im-</p><p>portante a limpeza para remoção do lodo periodicamente, com o</p><p>intuito de evitar a saturação da estrutura inicial e a introdução de</p><p>elevados níveis de sólidos suspensos, que comprometem o fun-</p><p>cionamento da WC.</p><p>| 40 |</p><p>po</p><p>SS</p><p>ív</p><p>ei</p><p>S</p><p>co</p><p>m</p><p>pl</p><p>ic</p><p>Aç</p><p>õe</p><p>S</p><p>e</p><p>So</p><p>lu</p><p>çõ</p><p>eS</p><p>9.1 Colmatação</p><p>Um dos problemas mais comuns que podem ocorrer em</p><p>WC é a colmatação. Este fenômeno é um dos maiores</p><p>problemas operacionais que ocorrem no tratamento de</p><p>esgoto utilizando wetlands construídas. A obstrução do</p><p>material filtrante inclui vários processos relacionados</p><p>à acumulação de diferentes tipos de sólidos, levando à</p><p>redução da capacidade de infiltração do efluente.</p><p>A colmatação é influenciada pela formação do biofilme,</p><p>crescimento da biomassa, desenvolvimento das raízes</p><p>das macrófitas e, principalmente, pela carga de sóli-</p><p>dos aplicada. Alguns métodos utilizados para evitar a</p><p>colmatação, e assim prolongar a vida útil do sistema,</p><p>estão descritos a seguir:</p><p>•	 Aplicação de carregamento orgânico e, principal-</p><p>mente, de sólidos suspensos apropriados, a fim</p><p>de evitar o crescimento excessivo do biofilme e o</p><p>acúmulo de partículas;</p><p>9</p><p>| 41 |</p><p>•	 Adoção de tratamento físico-químico primário para remo-</p><p>ção efetiva dos sólidos contidos nas águas residuárias; e</p><p>•	 Adoção de um modo de operação, alimentação e repouso</p><p>apropriado.</p><p>9.2 Manejo das macrófitas aquáticas</p><p>Caso o manejo das macrófitas não seja realizado periodicamente,</p><p>pode haver complicações relacionadas ao entupimento de</p><p>tubulações, ao bloqueamento de canais e à proliferação de veto-</p><p>res de doenças, como os insetos. Além disso, podas regulares e a</p><p>retirada das folhagens que caem sobre o leito são essenciais para</p><p>evitar o retorno de nutrientes e matéria orgânica ao sistema após</p><p>a morte das plantas.</p><p>Ainda, o excesso de macrófitas aquáticas pode resultar no de-</p><p>créscimo de sua taxa de crescimento, diminuindo suas ativida-</p><p>des biológicas relacionadas à assimilação das substâncias polui-</p><p>doras, comprometendo assim a eficiência do sistema. Portanto,</p><p>em casos de elevada taxa de crescimento e disseminação dos</p><p>indivíduos, é necessário remover algumas plantas para manter a</p><p>ocupação do leito em torno dos 50%, a fim de manter o ambiente</p><p>arejado e garantir a umidade e incidência de luz adequada.</p><p>9.2.1 compostagem das macrófitas aquáticas</p><p>Uma das opções para o destino da biomassa gerada é a com-</p><p>postagem das macrófitas aquáticas. Sabe-se hoje que estas têm</p><p>grande valor como condicionadoras de solo, no entanto, ainda há</p><p>pouca informação sobre as características químicas do material</p><p>vegetal, bem como sobre a segurança ambiental necessária na</p><p>área de descarte.</p><p>| 42 |</p><p>Esse material vegetal tem reconhecida capacidade de estocar</p><p>nutrientes, que são devolvidos para o ambiente por meio de ex-</p><p>creção e decomposição da biomassa e, assim, tal decomposição</p><p>desempenha importante papel na ciclagem de nutrientes.</p><p>A compostagem é um processo controlado de decomposição mi-</p><p>crobiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea</p><p>de matéria orgânica no estado sólido e úmido, passando pelas</p><p>seguintes fases: fitotoxicidade, bioestabilização e humificação.</p><p>Dois importantes componentes são gerados como resultado na</p><p>compostagem: sais minerais, que contêm nutrientes para as raí-</p><p>zes das plantas, e húmus, condicionador e melhorador das pro-</p><p>priedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo. O objetivo</p><p>deste processo é a diminuição do volume dos resíduos sólidos, a</p><p>produção de um produto estável, além da reciclagem dos resíduos</p><p>orgânicos sem a destruição do seu valor energético intrínseco.</p><p>Além disso, o interesse no uso de resíduos orgânicos na agricul-</p><p>tura brasileira, quando devidamente tratados ou compostados,</p><p>está fundamentado nos elevados teores de carbono (C) dos com-</p><p>postos orgânicos (CO) e de nutrientes neles contidos, no aumento</p><p>da capacidade de troca de cátions (CTC) e na neutralização da aci-</p><p>dez. Quando se aumentam os teores de CO e nutrientes do solo</p><p>pode-se trazer melhorias nas suas propriedades físicas e quími-</p><p>cas e incrementar a produtividade e qualidade dos produtos agrí-</p><p>colas, bem como reduzir os custos na sua produção.</p><p>Os micro-organismos (bactérias, fungos e actinomicetos) são os</p><p>principais responsáveis pela transformação da matéria em hú-</p><p>mus. Outros micro-organismos, como algas, protozoários, ne-</p><p>| 43 |</p><p>matóides, vermes, insetos e suas larvas, também participam.</p><p>Contribuem para degradação da matéria orgânica outros agentes</p><p>bioquímicos, como enzimas e hormônios. Por ser microbiano, o</p><p>controle desse processo envolve necessariamente a inter-relação</p><p>de vários parâmetros, cujos principais são: temperatura, aeração,</p><p>teor de umidade, pH, tamanho da partícula, relação C/N, fibra e</p><p>micro-organismos.</p><p>9.2.2 grau de maturação do adubo orgânico</p><p>A incorporação ao solo de resíduos orgânicos crus ou de com-</p><p>posto orgânico imaturo pode causar danos às plantações, já que</p><p>esses materiais apresentam características de fitotoxicidade por</p><p>possuírem reações ácidas.</p><p>Para a aplicação correta do adubo orgânico no solo agrícola, re-</p><p>comenda-se uma compostagem completa até que o composto</p><p>esteja estabilizado ou curado, ou seja, que esse material tenha</p><p>um pH acima de 6,5 e relação C/N abaixo de 18.</p><p>A temperatura e a relação C/N (1:11 a 1:15) podem ser utilizadas</p><p>isoladamente como indicadores do grau de maturidade do com-</p><p>posto, desde que a umidade seja mantida em intervalos adequa-</p><p>dos (20 a 35%) e a aeração seja suficiente.</p><p>Em relação ao período que se leva para a completa maturação do</p><p>composto de resíduos orgânicos, alguns estudos observaram que</p><p>cerca de oito semanas é o tempo suficiente para a compostagem</p><p>da matéria. Porém, para outros estudiosos, não se consegue a</p><p>maturação ou humificação antes de 90 a 120 dias.</p><p>| 44 |</p><p>9.2.3 Métodos de compostagem</p><p>As técnicas de compostagem podem variar desde a utilização</p><p>de altas tecnologias e orçamentos até as soluções operacionais</p><p>mais simples e financeiramente menos onerosas. Em resumo,</p><p>a compostagem pode ser realizada, basicamente, segundo três</p><p>métodos: natural ou sistema leira windrow, leira estática acelera-</p><p>da e sistema dinâmico ou acelerado.</p><p>No processo natural, a pilha de resíduos (leiras) é montada sobre</p><p>o solo e a aeração é realizada de forma natural, ou seja, por meio</p><p>principalmente de revolvimentos manuais (ou por equipamentos</p><p>específicos para o revolvimento da leira). Nesses sistemas, as lei-</p><p>ras devem ser dimensionadas de forma a manter o calor para a</p><p>manutenção do processo. Em leiras estáticas aeradas não há re-</p><p>volvimento e a aeração ocorre por meio de insuflamento e exaus-</p><p>tão do ar. No processo dinâmico há utilização de dispositivos tec-</p><p>nológicos, tais como digestores e bioestabilizadores para acelerar</p><p>a compostagem.</p><p>9.3 Ecotoxicidade</p><p>Apesar da grande capacidade de sobrevirem a ambientes alaga-</p><p>dos e poluídos, as macrófitas aquáticas apresentam limites de</p><p>tolerância aos ambientes com elevadas concentrações de amô-</p><p>nio, fósforo, metais pesados, sais e ácidos orgânicos presentes</p><p>em efluentes industriais, agrícolas e domésticos. O nitrogênio na</p><p>forma amoniacal e em concentrações elevadas é extremamente</p><p>tóxico às plantas. Deste modo, avaliar a ecotoxicidade do efluente</p><p>é de suma importância.</p><p>| 45 |</p><p>Além de remover poluentes de natureza físico-química, as we-</p><p>tlands construídas também ajudam na redução da toxicidade das</p><p>águas residuárias. A fim de analisar tal redução, os testes de to-</p><p>xicidade se apresentam como excelentes ferramentas para com-</p><p>plementar a avaliação da qualidade da água e da carga poluidora</p><p>(BARSZCZ, 2017).</p><p>Os testes de fitotoxicidade, que utilizam plantas para mensurar a</p><p>ação tóxica de determinadas substâncias, são considerados alter-</p><p>nativas rápidas e de baixo custo para avaliar a toxicidade de com-</p><p>postos presentes no esgoto. Tais testes se baseiam na presença</p><p>ou não de substâncias no esgoto que possam inibir a germinação</p><p>de sementes, o crescimento das raízes ou o desenvolvimento das</p><p>plantas (BELO et al., 2011).</p><p>Um dos organismos mais utilizados para realizar os ensaios de</p><p>toxicidade é a Lactuca sativa, também conhecida como alface. As</p><p>análises que utilizam tal espécie se baseiam na ocorrência ou não</p><p>da germinação das sementes e também na elongação das raí-</p><p>zes, ou seja, quanto menos sementes germinam e quanto menos</p><p>as raízes crescem, mais tóxica tende a ser a amostra analisada</p><p>(BARSZCZ, 2017).</p><p>Outra opção de planta utilizada para a realização de testes de fi-</p><p>totoxicidade é o sorgo, Sorghum sp., cuja análise também se ba-</p><p>seia na taxa de germinação e no crescimento radicular.</p><p>| 46 |</p><p>co</p><p>nS</p><p>id</p><p>er</p><p>Aç</p><p>õe</p><p>S</p><p>fi</p><p>nA</p><p>iS</p><p>Como visto, as wetlands construídas podem ter inúme-</p><p>ras aplicações, arranjos e focos. Podem ser aplicadas ao</p><p>tratamento dos mais diversos tipos de efluentes (sani-</p><p>tário, industrial, suinocultura, piscicultura, resíduo de</p><p>mineração, lixiviado de aterro sanitário etc.) e nas mais</p><p>diversas configurações (superficiais, subsuperficiais</p><p>verticais e/ou horizontais). Dependendo do tipo de re-</p><p>moção pretendido, deve-se obedecer às configurações</p><p>recomendadas, visando a atingir a capacidade máxima</p><p>de remoção. Tal escolha implicará na compra de ma-</p><p>teriais específicos e na utilização de plantas aquáticas</p><p>distintas, conforme salientado neste manual.</p><p>O nível e o fluxo de água nas WC devem ser seleciona-</p><p>dos de acordo com o objetivo de remoção. Os sistemas</p><p>de fluxo superficial são muito recomendados como tra-</p><p>tamento terciário de efluente para remoção de nutrien-</p><p>tes, principalmente fósforo. Já os sistemas de fluxo</p><p>subsuperficial horizontal são mais recomendados para</p><p>| 47 |</p><p>o tratamento secundário de efluente, com foco na remoção de</p><p>matéria orgânica e sólidos suspensos. Têm-se, ainda, os siste-</p><p>mas de fluxo subsuperficial vertical, indicados para o tratamento</p><p>terciário de efluentes, com vistas à remoção de nutrientes como</p><p>o nitrogênio.</p><p>Em relação à escolha da espécie ou espécies a serem utilizadas</p><p>no sistema, deve-se levar em consideração alguns fatores, tais</p><p>como os principais poluentes que se deseja remover do esgo-</p><p>to, tipo de wetland construída utilizada, condições climáticas da</p><p>região e adaptabilidade da espécie, disponibilidade da planta no</p><p>local de implantação do sistema e características físico-químicas</p><p>da água residuária a ser tratada. Ademais, para um dimensiona-</p><p>mento adequado de um sistema de wetland construída, deve-se</p><p>considerar, principalmente, a vazão a ser tratada, tempo de de-</p><p>tenção hidráulica e porosidade do leito.</p><p>Finalmente, para garantir a vida útil do sistema implantado é es-</p><p>sencial realizar manutenções periódicas tanto na parte hidráulica</p><p>do sistema quanto em relação às macrófitas aquáticas, com po-</p><p>das regulares, sendo que, após as podas, as plantas aquáticas po-</p><p>dem ser reaproveitadas por meio de compostagem, produzindo</p><p>adubo orgânico de boa qualidade. Além disso, faz-se necessária</p><p>uma atenção especial para a ecotoxicidade do efluente, pois esta</p><p>pode influenciar negativamente na eficiência do sistema, já que</p><p>afeta diretamente o desenvolvimento e desempenho das macró-</p><p>fitas aquáticas, podendo acarretar na sua morte.</p><p>| 48 |</p><p>re</p><p>fe</p><p>rê</p><p>nc</p><p>iA</p><p>S</p><p>ABNT. NBR 6502: Rochas e Solos – Terminologia. Rio</p><p>de Janeiro, 1995. 18p.</p><p>______. NBR 7211: Agregados para Concretos –</p><p>Especificações. Rio de Janeiro, 2009. 12p.</p><p>ABREU JUNIOR, C. H.; BOARETTO, A. E.; MURAOKA,</p><p>T.; KIEHL, J. C. Uso agrícola de resíduos orgânicos</p><p>potencialmente poluentes: propriedades químicas</p><p>do solo e produção vegetal. In: Tópicos Especiais em</p><p>Ciência do Solo, Viçosa, v. 4, p. 391-470, 2005.</p><p>BARSZCZ, 2017. Avaliação ecotoxicológica de efluente</p><p>doméstico tratado por alagados construídos. 2017.</p><p>105f. Dissertação (mestrado). Pós-graduação em</p><p>Ciência e Tecnologia Ambiental. Universidade Federal</p><p>do ABC, Santo André, 2017.</p><p>BRASIL. Ministério das Cidades. Sistema Nacional de</p><p>Informação sobre Saneamento (SNIS). Brasília: MC,</p><p>2017.</p><p>| 49 |</p><p>BELO, S. R. S.; GÓIS, J. C. M.; QUINA, M. M. J. Avaliação de</p><p>fitotoxicidade através de Lepidium sativum no âmbito de</p><p>processos de compostagem. 2011. Dissertação de mestrado.</p><p>Universidade</p><p>de Coimbra. Coimbra, Portugal, 2011. p. 13-55.</p><p>BIDONE, F. R. A; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos</p><p>sólidos. São Carlos: EDUSP, 1999. 109p.</p><p>CRITES, R. W.; MIDDLEBROOKS, E. J.; BASTIAN, R. K. Natural</p><p>wastewater treatment systems. Boca Raton/FL/EUA: CRC Press,</p><p>2014. p. 288-295.</p><p>GOLUEKE, C. G. Composting: A review of rationale principles and</p><p>public health. Compost Science, v. 17, n. 3, p. 11-15, 1976.</p><p>JUNK, W. J. Macrófitas aquáticas nas várzeas da Amazônia e</p><p>possibilidades do seu uso na agropecuária. Manaus: INPA, 1979.</p><p>24p.</p><p>KADLEC, R. H.; WALLACE, S. Treatment wetlands. Boca Raton/</p><p>FL/EUA: CRC Press, 2008. 196p.</p><p>KAWAI, H.; GRIECO, V. M. Utilização do aguapé para tratamentos</p><p>de esgoto doméstico; estabelecimento de critérios de</p><p>dimensionamento de lagoa de aguapé e abordagem de alguns</p><p>problemas operacionais. Revista DAE, v. 43, n. 135, p. 79-80,</p><p>1983.</p><p>KIEHL, E. J. Preparo do composto na fazenda. Piracicaba: ESALQ-</p><p>USP, 1979. 12p.</p><p>_______. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica</p><p>Ceres, 1985. 492p.</p><p>| 50 |</p><p>_______. Manual de compostagem: maturação e qualidade do</p><p>composto. 4. ed. Piracicaba: Edição do autor, 2004. 173p.</p><p>MACHADO, A. I.; BERETTA, M.; FRAGOSO, R.; DUARTE, E. Overview</p><p>of the state of the art of constructed wetlands for decentralized</p><p>wastewater management in Brazil. Journal of Environmental</p><p>Management, v. 187, p. 560-570, 2017.</p><p>MAINE, M. A.; SUNE, N.; HADAD, H.; SÁNCHEZ, G.; BONETTO,</p><p>C. Nutrient and metal removal in a constructed wetland for</p><p>wastewater treatment from a metallurgic industry. Ecological</p><p>Engineering, v. 26, n. 4, p. 341-347, 2006.</p><p>MASSUKADO, L. M. Desenvolvimento do processo de</p><p>compostagem em unidade descentralizada e proposta de</p><p>software livre para o gerenciamento municipal dos resíduos</p><p>sólidos domiciliares. 2008. 182f. Tese (Doutorado em Ciências</p><p>da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos,</p><p>da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.</p><p>MESS, J. B. R. Uso de aguapé (Eicchornia crassipes) em sistema de</p><p>tratamento de efluente de matadouro e frigorífico e avaliação</p><p>de sua compostagem. 2006. 56f. Dissertação (Mestrado em</p><p>Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná,</p><p>Cascavel, 2006.</p><p>PETRACCO, P. Determinação da biomassa e estoque de</p><p>nitrogênio e fósforo de Polygonum spectabile Mart. e Paspalum</p><p>repens Berg. da Represa de Barra Bonita (SP). 1995. 148f.</p><p>Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) –</p><p>Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo,</p><p>São Carlos, 1995.</p><p>| 51 |</p><p>SANCHEZ, A. A. Desempenho de sistema piloto de alagados</p><p>construídos de fluxo subsuperficial horizontal no tratamento</p><p>secundário de efluente sanitário. 2017. 148f. Dissertação de</p><p>mestrado. Universidade Federal do ABC, 2017.</p><p>SEDIYAMA, M. A. N.; VIDIGAL, S. M.; PEDROSA, M. W.; PINTO,</p><p>C.L.O.; SALGADO, L.T. Fermentação de esterco de suínos para uso</p><p>como adubo orgânico. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola</p><p>e Ambiental, v. 12,n. 6, p. 638-644, 2008.</p><p>SILVA, F. C.; BERTON, R. S.; CHITOLINA, J. C.; BALESTERIRO, S.</p><p>D. Agropecuária: Uso agrícola do composto de lixo no Estado</p><p>de São Paulo: recomendações técnicas. Campinas: MAPA;</p><p>EMBRAPA, 2002. 17p. (Circular técnica da Embrapa Informática</p><p>Agropecuária)</p><p>SILVA, M. V. Remoção de nitrogênio via nitrificação e</p><p>desnitrificação simultânea (NDS) em biorreatores com</p><p>membranas submersas (BRMs). 2016. 90f. Dissertação de</p><p>mestrado. Universidade Federal do ABC, 2016.</p><p>STENTIFOLD, E.; LASARIDI, K.; HOBBIS, P. Stability and</p><p>biodegradability measurement in composting. In: International</p><p>Symposium of Organic Recycling, 2001. China. Proceedings</p><p>of International Symposium of Organic Recycling China, 2001.</p><p>P. S 4. 1-6.</p><p>TEIXEIRA, L. B., GERMANO, V. L. C.; OLIVEIRA, R. F.; JÚNIOR, J. F.</p><p>Processo de compostagem, a partir de lixo orgânico urbano, em</p><p>leira estática com ventilação natural. Belém: Embrapa, 2004. 8</p><p>p. (Circular Técnica, 33)</p><p>| 52 |</p><p>UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY</p><p>- USEPA. Constructed Wetlands Treatment of Municipal</p><p>Wastewaters. Office of Research and Development. Cincinnati</p><p>(OH), 2000.</p><p>WANG, L. K.; HUNG, Y. T.; TAY, S. T. L.; TAY, J. H. (Eds.). Handbook</p><p>of Environmental Engineering. Environmental Bioengineering.</p><p>v. 11, N. York: Humana Press, 2010. 336p.</p><p>View publication statsView publication stats</p>

Mais conteúdos dessa disciplina