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Meu tributo a
Francisco Candido Xavier.
O mais influente brasileiro de todos os
tempos.
Alfredo Nahas
Copyright ©
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reprodu zida,
arquivada em sistema de armazenamento ou transmitida em qualquer formato ou por quaisquer meios: eletrônico, mecânico, fotocópias,
gravação ou qualquer outro, sem o consentimento prévio.
Capa, projeto gráfico e diagramação:
Signum Editorial
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
N145m
Nahas, Alfredo, 1945-
Minha vida com Chico Xavier [recurso digital] / Alfredo Nahas. - São Paulo : Signum, 2013.
232 p., recurso digital
Formato:
Requisitos eletrônicos:
Modo de acesso:
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85- (recurso eletrônico)
1. Xavier, Francisco Cândido, 1910-2002. 2. Espiritismo. 3. Livros eletrôni cos. I. Título.
13-1555. CDD: 133.9
CDU: 133.9
12.03.13 14.03.13 043402
Todos os direitos reservados:
Signum Editorial Ltda.
AruandaBooks é um selo editorial de Signum Editorial Ltda.
R. Cabo Basilio Zequim Junior, 225 BL.01 Conjunto 205
São Paulo - SP / PQ. Novo Mundo - CEP 02180-000
www.aruandabooks.com.br - contact@aruandabooks.com ISBN 978-85- (recurso eletrônico)
1. Xavier, Francisco Cândido, 1910-2002. 2. Espiritismo. 3. Livros eletrôni cos. I. Título.
13-1555. CDD: 133.9
CDU: 133.9
12.03.13 14.03.13 043402
Sumário
Agradecimentos .........................................................................16
Introdução....................................................................................17
Eu e o Chico.................................................................................25
O burro manco.............................................................................29
Ode a preguiça.............................................................................31
O contexto do aprendizado
O trabalho espiritual....................................................................39
O besouro......................................................................................41
Chico e as viagens internacionais................................................43
A Federação Espírita do Estado de São Paulo.............................47
As Sedes da Federação.................................................................49
Os Trabalhos na Penitenciária.....................................................57
O trabalho com D. Yolanda Cesar...............................................59
As revelações................................................................................61
Augusto Cesar..............................................................................65
Histórias inesquecíveis................................................................67
Abraão e o posto de gasolina.......................................................69
Hélio, Sayoko e Tiaminho...........................................................71
Trabalhos inspirados por Chico...................................................73
Conceitos aprendidos com o Chico.............................................77
Chico e a revolução feminina......................................................83
Chico e a reformulação do trabalho............................................85
Chico e o casamento....................................................................89
Amor verdadeiro e incondicional................................................91
A mulher chinesa.........................................................................93
Chico e o suicídio........................................................................95
Chico e o aborto..........................................................................97
Chico e as drogas......................................................................101
Chico e a prostituição...............................................................103
Chico e a violência....................................................................105
Chico e as profissões.................................................................107
Chico e a riqueza.......................................................................111
Chico e as crises........................................................................115
Chico e os direitos autorais.......................................................117
Chico e o Catolicismo...............................................................119
Chico e a Umbanda....................................................................121
O natal........................................................................................123
Chico e a justiça.........................................................................127
Chico e a vida moderna.............................................................131
Chico e a era espacial................................................................133
Vida fora da Terra.....................................................................135
Chico e o Pinga fogo.................................................................137
Chico e a caridade.....................................................................141
A pergunta 642..........................................................................143
A suspensão da pena.................................................................145
Chico e a ciência.......................................................................147
Chico e as crises........................................................................151
O bandido socorrista................................................................153
Chico e a história do espiritismo
O evangelho em Roma.............................................................157
A doutrina na França................................................................159
O Espiritismo no Brasil............................................................163
Nova oportunidade...................................................................169
Advertências preciosas.............................................................173
Novos Rumos...........................................................................177
Chico vs. Kardec......................................................................179
Chico e o movimento espírita...................................................185
Diálogos profundos com Chico Xavier
Ramatis......................................................................................19
A Ufologia.................................................................................201
Como Jesus veio ao mundo.......................................................203
A lagarta e a borboleta..............................................................211
Os Messias do Espiritismo........................................................215
Instruções dos Espíritos............................................................219
Os mortos saírão de seus túmulos.............................................223
O cristão fiel.............................................................................243
A vida no céu............................................................................247
Chico e as religiões do passado.................................................251
O pato que dançava.................................................................253
A história do perú.....................................................................255
O motorista do ônibus..............................................................257
O extraterrestre........................................................................261
Os dois romanos.......................................................................263
Ag radecimentos
Este livro é r elato resumido do nosso aprendizado espiritual com o mais
humilde e influente brasileiro de todos os tempose constitui uma singela
homenagem que fazemos ao nosso querido e inesquecivelaconteceram como noticiado, havendo
motivações diferentes por trás dos acontecimentos..
Ainda que soubéssemos, mais que isto não poderíamos
dizer, até por que algumas revelações começaram a ser
divulgadas por autoridades...
Ch ico e a revolução feminina
Naqueles tempos de guerra fria, temas como o aborto e
a contracepção eram tabus, mas o Chico sempre aprovou
o movimento das mulheres.
A partir da década de sessenta, do século passado, o
Chico afirmou que a descoberta da pílula
anticoncepcional fazia parte do plano dos espíritos
superiores, para que as mulheres pudessem evitar o
aborto, ou seja, a concepção indesejada e, com isto,
ficarem livres para ingressar no mundo masculino.
Tal advento desencadeou uma revolução no movimento
feminista. A mulher adquiriu identidade própria,
ingressou no mercado de trabalho, conquistou
independência financeira e ficou dona da sua liberdade.
Mais tarde a medicina genética começou as
experiências de fecundação “in vitro”, como foi
inicialmente chamada, para ajudar casais que não
podiam ter filhos pelo método normal.
Assim, também propiciou a algumas mulheres que
queriam ter filhos, mesmo solteiras, a possibilidade de
procriar sem o concurso do relacionamento masculino.
O Chico disse que o movimento de emancipação da
mulher fazia parte das estratégias dos espíritos
superiores, que permitiram à mulher ingressar no mundo
masculino para amenizar e suavizar as relações
humanas, a fim de evitar novas disputas e guerras. 
Ele dizia que o trabalho masculino era muito árido,
competitivo e as disputas faziam muitos inimigos e, em
escala maior, levavam as guerras. O concurso da mulher
era incentivado pelo plano maior para amenizar o mundo
masculino.
Ch ico e a reformulação do trabalho
Ele nos revelara, muito antes, que haveria uma forte
reestruturação familiar, em decorrência da emancipação
feminina, mas ela era inevitável como preparo para os
novos tempos, em que a tecnologia revolucionaria a
forma de se trabalhar, tornando a mulher indispensável
para introduzir novos hábitos culturais nas relações
profissionais humanizando os ambientes de trabalho.
Veio a seguir a automação industrial, que o Chico dizia
ser necessária, pois ela viria para desobrigar o homem
dos trabalhos mais pesados, os quais as máquinas
poderiam fazer podendo o homem se dedicar a
atividades mais nobres.
Com a automação veio a reengenharia das empresas e
com ela o “downsizing”, quando diminuíram os níveis
hierárquicos e a mulher era um componente necessário
neste processo  para facilitar a aceitação das mudanças
e evitar superposição de funções, e em seguida,
consequentemente, veio o desemprego masculino em
massa e a desestruturação familiar.
Novas empresas foram criadas, o setor de serviços
começou a absorver mão de obra, sobretudo a feminina
e homens e mulheres começaram a trabalhar lado a
lado, complementarmente.
Mudava para sempre a matriz da economia. A mulher
se tornara um agente econômico importante.
Contudo, após a reorganização econômica, o mundo
entrava numa era de incertezas e turbulência, cheia de
mudanças imprevistas, planos econômicos e desafios de
sobrevivência num ambiente em constante mutação, as
quais o Chico afirmava que eram transformações
necessárias para levar a humanidade a um novo patamar
de relacionamento humano.
O Chico dizia que eram sintomas da transição planetária
para uma nova era de regeneração, onde reinaria a paz e
o amor guiaria a humanidade a portos mais seguros.
Os homens tiveram de reciclar seus meios de
sobrevivência, não sem muitos desafios à sua
masculinidade.
Muitos tinham medo de fracassar, pois perdiam
gradativamente seu papel de provedor, que lhes dava
ascendência sobre as mulheres, ficando a mercê da
vontade delas, o que os tornava inseguros.
Começaram as amizades coloridas, em que muitos não
mais queriam compromissos sérios, com medo de
fracassar.   
O mundo ficava cada vez mais livre da possibilidade de
uma nova guerra mundial, devido à presença da mulher
em todos os ambientes, mas outras variáveis
ingressaram como componentes psicológicas da
sociedade.
O suicídio e as drogas apareciam como possibilidade de
fuga individual e suposta solução de problemas, para os
que não conseguiam se adaptar ao novo mundo.
Era visível como os temas das lições dos espíritos,
através do Chico, voltavam-se, então, para dar respostas
a estes problemas, tais como; como doenças mentais,
casamento, divórcio, inseminação artificial, produção
independente, suicídio, aborto, drogas e outros temas
correlatos, alguns dos quais lembramos abaixo, não sem
chocar opiniões ortodoxas:
O Chico afirmava que o plano maior sempre enviava
recursos tecnológicos através da ciência para faciliar a
espiritualização do homem, mas o que os homens fariam
com estas inovações seria problemas deles, não dos
espíritos.
Fico pensando qual o objetivo das recentes tecnologias,
da comunicaçãoo sem fio, que de certo modo aliviam o
trabalho mental nas operações do comercio e dos
serviços.
Será que os espíritos superiores esperam que o homem,
com a mente mais livre para pensar outras coisas, não
esta sendo preparado para utilizar estas tecnologias para
um próximo futuro intercambio com outras humanidades
do universo tirando o homem do seu isolamento cósmico.
Com a vida na Terra semi-automatizada em todas as
instâncias o homem poderia finalmente se aventurar aos
voos mais altos do espírito.
Ch ico fala sobre o casamento e o divórcio.
Um dos nossos amigos queridos tinha uma amante e
certa feita perguntou ao Chico o que ele achava daquilo.
O Chico somente disse a ele duas palavras enigmáticas;
pagar ou remar.
Depois de muito pensar nosso amigo entendeu o que o
Chico quis dizer, ou seja, tudo é possível, mas tudo tem
seu preço; assim, ou ele pagava à sua mulher o que ele
lhe devia, caso se separasse dela, ou então, ele remava,
ou seja, pagava à amante para mantê-la a distância e
manter seu casamento sem graça.
Mais um assunto para se pensar.
Quase sempre os homens preferem manter a instituição
do casamento a qualquer preço, a libertar a mulher para
outro pretendente.
Casais que se amam não traem, não se separam, nem
sequer precisam se casar.
O casamento é criação do homem, para garantir um
progresso material constante e assegurar conforto aos
filhos, mas não deixa de ser uma organização transitória,
pois os casais que não se amam já estão separados
naturalmente, mesmo vivendo juntos.
Já o divórcio é outra lei humana, também transitória,
para atender aos interesses da família, sendo um mal
menor diante de possibilidades piores, quando chegam à
agressão e até ao crime. Quando perguntavam ao Chico
sobre o que os evangelhos diziam, o Chico se limitava a
dizer que o casamento não é uma sentença de união
incorrigível ou incontornável, até que a morte separe os
cônjuges.
E que, o conceito de não separar o que Deus
ajuntou, era uma advertência endereçada aos que estão
fora do casamento, para não se intrometerem na
vida do casal, pois são estes os que costumam
interferir na vida dos outros, influenciando e mesmo
prejudicando as escolhas do casal.
Numa daquelas reuniões memoráveis, uma senhora
ocupava a palavra o tempo todo fazendo perguntas
insistentes ao Chico, fato que incomodou um dos nossos
amigos de reunião. Até que, cansado da falta de
equilíbrio da mulher, ele pediu para ela parar com aquilo,
ao que ela, sem se importar, continuava a perquirir e
sugerir atitudes para o Chico.
Então, nosso amigo, já bastante alterado levantou-se e
falou para a mulher: - Olha aqui, fulana, o Chico não
se casou para não receber ordem de mulher
nenhuma, então faça o favor de respeitar a
vontade dele.
Am or verdadeiro e incondicional
Quando lhe perguntavam se havia no mundo casamentos
felizes, o Chico brincava dizendo que o casamento
perfeito era aquele em que o homem era surdo e a
mulher cega. Para risos de todos.
O amor incondicional
De outra feita, o Chico noscontou o caso de um casal
que queria ter filhos, mas não conseguia de jeito
nenhum.
Havia amor puro, grandioso e incondicional entre os
dois, mas, o marido tinha uma deficiência insuperável
que o impossibilitava de engravidar a esposa. No
entanto, ele queria que ela se realizasse como mãe.
Eles procuraram o Chico, numa época em que ainda
não existia a inseminação artificial, com a seguinte
questão: o casal teve a ideia de utilizar de um amigo
íntimo da família, para engravidar a esposa e queriam
saber se isto não seria um pecado irreparável
espiritualmente.
O Chico disse que não, que neste caso não seria um
adultério, caso de traição, mas algo consentido que daria
mais força à união do casal, como prova de amor
superior.
Assim eles fizeram. A mulher e o amigo da família
foram viajar juntos dando oportunidade à gravidez e,
quando eles voltaram da viagem, ela continuou a viver
com o marido que amava.
O filho nascido desta relação é tido como legítimo e, o
pai natural ficou sendo um padrinho muito querido da
criança.
O Chico se recusou a contar de quem era esta história,
porque era um casal muito conhecido.
Fico pensando com base em que certos dirigentes
promovem caças as bruxas nos centros espiritas, sob o
argumento de desvios morais, se a própria doutrina nos
pede tolerância e auxilio.
A mulher chinesa
De outra feita, ele nos lembrou de uma lenda chinesa da
mulher que amava o marido, mas por força dos costumes
tinha de morar na casa da sogra e, além disto, servi-la.
Porém a sogra abusava do seu poder, humilhando a
nora que achava insuficiente para seu filho.
A nora, cansada de sofrer, procurou um mago que lhe
ensinasse uma receita para matar a sogra, sem ser
descoberta.
O mago disse que tinha um pó, que lhe ofereceu, com
as seguintes condições: ela deveria colocar apenas uma
pitada do pó por dia, para que a morte fosse lenta e,
enquanto o envenenamento não se consumasse, ela
deveria tratar a sogra com todo o carinho e dedicação
possíveis, para não provocar desconfianças.
A assim ela fez.
Entretanto, à medida que tratava bem a sogra, esta foi
mudando de atitude, chegando a criar empatia e
amizade com a nora.
Chegou um momento em que a nora desistiu de matar
a sogra, pois que havia se tornado sua amiga, mas como
o processo estava adiantado, foi procurar o mago, para
obter algum antídoto ao envenenamento que já havia
feito.
O mago então contou que não havia lhe dado veneno
algum, que o pó era apenas um tipo de chá, inofensivo.
Só o amor puro poderia fazer a sua sogra gostar dela,
não sendo necessário matá-la.
Ch ico e o suicídio
Contou-nos o Chico que certa feita um grupo de jovens
foi procurá-lo dizendo que não viam sentido para a vida
louca que levavam. Tinham de tudo, mas, nada os
satisfazia e eles, sem futuro útil, queriam saber o que o
Chico achava deles se suicidarem, como meio de
protesto contra a sociedade.
O Chico então, contou-lhes a história do dono da fábrica
de roupas.
Dizia ele que havia em São Paulo, um rico industrial de
tecidos, que se endividara comprando suprimentos para
sua fábrica, quando estourou a segunda guerra mundial
e, os seus devedores, deixaram de pagar suas compras e
suspenderam pedidos.
Como os bancos credores eram implacáveis e cobravam
as dívidas financeiras assumidas em seu nome, ele
chamou a mulher e lhe confessou a vontade de tirar a
própria vida, a fim de acalmar os credores e salvar o
nome da família.
A mulher se desesperou, implorando para o marido não
fazer isto, mas a ideia tomou vulto, até o dia em que não
suportando mais a pressão sobre o seu nome, acabou
por desferir um tiro nos miolos.
A viúva, aflita, continuou os negócios como pode,
inventariando as dívidas junto com o contador da firma.
Aconteceu, porém, o improvável.
O Brasil foi chamado a participar da guerra e o exercito
fez à empresa uma enorme encomenda de uniformes
para os soldados, pagando à vista.
A mulher levantou as hipotecas, pagou os credores e
acabou casando-se, em segunda-núpcias, com o
contador.
Os jovens ficaram arrepiados ao ouvir a história e,
quando ele terminou, se deram conta de que o suicídio
só faria mal a eles mesmos, sem mudar em nada os
problemas do mundo, que requerem outro tipo de
solução...
Nada é proibido ou é pecado, mas o que semeamos,
colhemos...
Ch ico e o aborto
Chico era assim, sempre relativizava os grandes dramas
humanos, com casos engraçados ou emocionantes e
educativos.
Certa feita um casal muito rico de industriais de São
Paulo foi procurá-lo, com a seguinte notícia:
A mulher era espírita desde que se casaram, sendo que
o marido já era espírita quando se conheceram.
Faziam reuniões de evangelho no lar, frequentavam a
Federação em São Paulo e, há pouco tempo, fizeram uma
longa viagem ao exterior.
Quando voltaram de viagem se deram conta de que
ladrões abriram um buraco no muro alto que protegia a
propriedade e por ele entraram em sua casa, levando
tudo o que havia de valor, dinheiro joias, obras de arte,
equipamentos eletrônicos, tudo. Deviam ter enchido um
caminhão.
Aquela senhora então perguntou ao Chico, por que uma
coisa destas acontecia com uma família que só fazia o
bem, de acordo com o conhecimento espírita.
Como de costume, o Chico nada disse a respeito,
limitando-se a lamentar o ocorrido.
Lá pelas tantas, daquela reunião inesquecível, o Chico
contou que muitas vezes mulheres praticavam o aborto,
para não terem sua reputação aviltada, mas, como os
espíritos programados para reencarnar já se haviam
comprometido a encarnar por meio delas, para
progredirem em condições favoráveis, ficavam
contrariados em ter de nascer em situações mais difíceis,
numa favela, por exemplo, ai então, como eles sabiam,
intuitivamente, quem deveria ter sido seus pais, acabam
encontrando suas casas, dispostos a retirar delas o que
por “direito” lhes cabia.
Como não puderam entrar pela porta da frente, da
maternidade, entravam pela porta dos fundos, por onde
entram os credores.
Pessoas roubadas, muitas vezes, estão somente
devolvendo algo que tiraram de alguém em outros
tempos ou vidas.  
Risos amarelos de todos.
Porém, a senhora espírita ficou assombrada. Como
podia o Chico saber que ela havia praticado dois abortos?
Como pode ele responder às suas indagações, por meio
daquela história incrível.
Ainda assim alguém insistiu em saber o que ele
pensava sobre o aborto.
O Chico disse que o aborto era um crime, mas que
como tantos outros crimes contra pessoas ditas
inocentes, era preciso considerar as agravantes e as
atenuantes antes de poder julgar qualquer crime e, em
especial, o aborto.
Emmanuel havia dito que muitos espíritos que são
abortados foram suicidas em outra vida e, às vezes,
eram suicidas contumazes de muitas vidas passadas e
que muitas vezes suas tentativas de nascer eram
abortadas, antes que pusessem de novo suas vidas e de
outras pessoas em risco. Até que pudessem ter uma
encarnação proveitosa.
Eu costumava contar esta história e os conceitos que
aprendera com o Chico sobre o aborto.
Em algum momento de 1998, eu estava no saguão da
Feesp, tomando café, quando uma jovem senhora muito
bonita e elegante se aproximou de mim e perguntou se
eu me lembrava dela. Ao que eu disse que não.
Então ela me disse que gostaria que eu conhecesse o
filho que ela considerava ser meu.
Fiquei apavorado, pois, não tinha mais como incluir
ninguém sob minha proteção.
Ela percebeu minha reação e me tranquilizou dizendo -
Não é o que você esta pensando.
Assim, passou a me contar que, há dezoito anos, ela
havia engravidado do seu namorado e a família queria
que ela abortasse, já que o namorado também não
queria nem podia assumir a paternidade.
Quando estava tudo programado para o aborto, uma
amiga dela conseguiu trazê-la para a federação, onde
acabou assistindo a uma palestra minha sobre o tema. 
Após muito refletir, ela desistiu de abortar e deixou o
filho nascer, tendo-o criado com todo o carinho.
Além disto, assimque a criança nasceu seus pais
também refletiram melhor e acabaram aceitando aquele
neto, de mãe solteira. Nesse momento, me apontou para
um belo e bem cuidado jovem, a curta distância.
Então disse ela - como o pai biológico não assumiu, eu
sempre considerei você o pai do meu filho.
Para meu alívio e respeito pela consideração e
amizade...
Ch ico e as drogas
Uma senhora de Uberaba o procurara pedindo orientação
sobre o que fazer com um filho drogado com o qual já
gastara uma enormidade de dinheiro, sem resultado
algum.
O Chico lhe propôs um desafio, ou seja, por que esta
mãe não esquecia um pouco do seu filho e se dedicava
um pouco aos filhos de outras mães, que não tinham os
recursos necessários.
Ela perguntou como faria isto e o Chico lhe sugeriu que
prestasse algum tipo de auxilio a jovens que não
tivessem como lhe agradecer, presidiários por exemplo.
Esta senhora saiu da reunião disposta a fazer o que o
Chico lhe pediu e passaram-se mais de dois anos antes
que ela voltasse a falar com Ele.
Quando voltou, era outra pessoa, feliz com a
recuperação do filho.
Contou então ao Chico que havia feito como ele
sugerira. Que encontrou dois jovens órfãos presos na
cadeia da cidade e resolveu auxiliá-los, tratando-os como
se fossem seus filhos.
Enquanto levava a eles comida, livros, televisão e
benefícios possíveis, ela notou que seu filho também
melhorava gradativamente, até conseguir livrar-se das
drogas.
Agora queria saber do Chico como era este fenômeno
da caridade que melhora sua vida, enquanto faz o bem
aos outros.
O Chico então lhe contou que aqueles presos que ela
ajudara, tinham suas mães desencarnadas, no plano
espiritual, querendo ajudá-los também. Como não tinham
meios, encontraram naquela senhora caridosa os
recursos necessários para amenizar a dor e o remorso
dos seus filhos.
Quando viram o alívio que eles receberam, estas mães
se sentiram na mesma corrente do bem e procuraram
fazer o que aquela senhora encarnada fazia.
Descobriram, então, que o filho dela era drogado e
vítima de obsessão, pois os espíritos que estavam lhe
vampirizando, não o deixavam se afastar das drogas.
Aquelas mães desencarnadas passaram a ajudar os
obsessores do filho drogado, daquela senhora que
auxiliava aos seus filhos presos.
Com o tempo conseguiram afastar os vampiros e
libertar o filho dela, que então pode se beneficiar dos
tratamentos e sair do vicio.
Chico e a prostituição
Certa vez levaram o Chico ao que antigamente se
chamava de zona do meretrício, pra ver se ele iniciava
sua vida sexual.
Chico adentrou a casa e pôs-se a conversar com as
mulheres, que suspenderam todos os atendimentos para
ouvir as histórias que ele contava a respeito das
mulheres e o Evangelho de Jesus.
Alguém perguntou naquela reunião o que o Chico
achava da prostituição, e ele dizia que há muitos homens
que só são hoje bem sucedidos na vida e até mesmo
bem casados, graças a estas mulheres que se sacrificam
para que outros tenham paz. Muitos homens deviam sua
masculinidade àquelas senhoras.
Lembrou o Evangelho, em que Jesus disse aos fariseus,
que zombavam D’Ele por andar com estas mulheres, que
eles deviam se envergonhar de julgá-las, pois que elas
chegariam ao céu antes deles, os senhores da lei, pelas
lágrimas e sofrimentos que a sociedade lhes impunha,
enquanto que eles surgiriam pejados de remorsos por tê-
las prostituído...
Chico contou que certo dia havia socorrido um infeliz
em estado grave, mas tinha que trabalhar e não podia
cuidar do doente.
Então publicou um anúncio no jornal pedindo que
alguma alma caridosa pudesse ajudá-lo a cuidar daquele
doente.
Só apareceram duas meretrizes, cujo auxilio Chico
aceitou de bom grado.
Dizia o Chico serem melhores duas irmãs meretrizes
fazendo o bem, do que tantos que fazem fofocas
promovendo separações, ciúmes e guerras. Melhor o
amor do que a violência.
Não sei o que vão pensar os amantes de pureza
doutrinária...
Ch ico e a violência
O Brasil foi um dos últimos países a aceitar a pílula como
anticoncepcional, em vista da poderosa influencia da
Igreja, que não aceita a contracepção e, por isto, nosso
país acabava recebendo muitos espíritos rebeldes,  que
não conseguiam mais nascer em outros países, onde o
controle da natalidade era incentivado e os planos
assistenciais funcionavam.
Estes espíritos, comumente nasciam nas classes mais
pobres, pois que nas classes mais abastadas e
esclarecidas o controle de natalidade já era realidade.
Como o Brasil era depositário de muitos destes espíritos
agressivos, dizia o Chico - que só o evangelho de Jesus
poderia suprir a falta de educação e os desmandos dos
governantes, para coibir a violência.
Aqui a doutrina espírita tinha de se voltar para a
caridade e o amor incondicional, com a finalidade de
despertar a espiritualidade em seres acostumados a
situações de poder e revolta, querendo vida fácil, mas
tendo que reencarnar em situações humilhantes para
aprender a humildade.
Certa vez eu comentava estes conceitos de violência e
paz, à luz do Evangelho, mostrando exemplos de Jesus,
num bairro de periferia de Osasco e, quando terminei a
palestra, já ia me retirando, um senhor de paletó, me
pediu a presença.
Ele abriu o paletó e mostrou no bolso interno um
revolver, me assustando, pois achava que ia ser atacado.
Mas ele me tranquilizou, dizendo: - olha, eu quero
agradecer ao senhor, por ter me impedido de me tornar
hoje um assassino.
Eu perguntei o que houve, e ele me contou: - ontem à
noite minha irmã foi estuprada e fiquei sabendo quem
cometeu aquela violência, então, hoje eu comprei este
revolver e sai para matar o desgraçado, mas, minha mãe
frequenta este centro e me pediu para passar aqui antes
de fazer qualquer desgraça maior.
Então eu vim, ouvi sua palestra e decidi que não vou
fazer justiça com as próprias mãos, mas, vou levar o caso
à justiça, mesmo que isto envergonhe minha família.
Como dizia o Chico, era melhor para o espírito ser
vítima da violência do que ser o autor dela...
Ch ico e as profissões
Chico nos contou o caso de uma senhora espírita de São
Paulo, mulher de um rico empresário que não era
espírita, que ao perder um de seus filhos esteve no
Chico, reclamando sobre o comportamento do marido
que não dava atenção às questões espirituais, rogando
ao Chico lhe dissesse o que deveria fazer para aproximar
seu esposo da doutrina.
Chico, na sua sabedoria inexplicável, respondeu a ela
que o seu marido estava incurso nas leis divinas
como mordomo fiel e aprovado, pela imensa
caridade que fazia, sem nenhuma conotação
religiosa, ao dar emprego a centenas de pessoas,
chefes de família, as quais subsistiam e
progrediam no mundo graças aos empregos que
tinham na empresa de seu marido.
Quem estava correndo o risco de fracassar era ela por
querer tirar o foco da atenção do seu marido do trabalho
que realizava, a fim de trazê-lo para o trabalho espiritual
do qual estava temporariamente desobrigado.
Para ela não errar com relação ao marido, devia fazer o
contrário, dar todo o apoio, afeto, carinho e assistência
de que seu marido necessitava como homem, para
suportar as provas da vida material e garantir a
continuidade da sua empresa.
Dizia o Chico que o trabalho espiritual não
desobriga ninguém do trabalho material, ambos
indispensáveis, devendo andar juntos; o progresso
do mundo deve acompanhar o progresso espiritual e vice
versa.
Contudo, a estruturação profissional e material
deve preceder o trabalho espiritual, para que o
espírita não tenha de viver a custa da doutrina,
complicando seu futuro.
É isto que significa dar a Cesar o que é de Cesar e a
Deus o que é de Deus.
É para pensar, pois, se as transformações que a
tecnologia está fazendo com o mundo material, não
estiverem sendo acompanhadas pelo progresso
espiritual, seria melhor rever posições, para que o
trabalho espiritual não atrapalhe o progresso material.
O trabalho espiritual só faz sentido se estiver na frentedo conhecimento material, como uma revelação a ser
aproveitada, mas não como empeço para obrigar a
pessoa a um desenvolvimento espiritual sem estar
estruturada materialmente.
Além disto, o Chico sempre fez questão de exemplificar
o que dizia, com humildade e endereço certo, pois,
muitos dos espíritas que se aproximaram dele, o faziam
em busca de afirmação pessoal, para alimentar seu ego,
podendo dizer que era amigo do grande médium Chico
Xavier. Mas, enfim quantos aproveitaram realmente do
que Chico exemplificava?
Muitas pessoas que fracassaram na sua vida pessoal,
seja como empresários ou profissionais autônomos, ou
mesmo no casamento, se aproximavam do espiritismo,
buscando nele, a princípio, a consolação para suas
tragédias pessoais, mas, depois, percebendo a força do
espiritismo, o usavam para a afirmação de sua
personalidade, como se fossem profissionais da verdade
espiritual.
Era mais fácil impressionar pessoas sofredoras,
necessitadas de atenção e carinho, do que se realizar
profissionalmente, algo que requer muito estudo,
persistência, dedicação e paciência.
Ch ico e a riqueza
Certa vez, alguém questionou o Chico por que certas
pessoas nascidas pobres enriqueciam e por que pessoas
ricas às vezes perdiam tudo.
O Chico então contou a fábula da vaca que caiu no
abismo.
Dois espíritos: um mestre espiritual estava ensinando a
seu discípulo uma lição sobre a riqueza.
Eles desceram até uma fazenda e ali se materializaram
entrando até a porta principal, onde pediram água.
O dono da casa abriu a porta e os dois puderam ver que
lá dentro havia muitas pessoas sem fazer nada, vivendo
numa miséria terrível.
O mestre perguntou ao dono da fazenda do que eles
viviam e o dono disse que viviam do que fornecia a vaca
que eles tinham.
Ela dava leite suficiente para alimentá-los e ainda
sobrava para vender na cidade. Com o dinheiro do leite
eles compravam o que precisavam e assim viviam há
muito tempo.
Os dois espíritos materializados tomaram água e depois
partiram, quando estavam saindo da fazenda o mestre
disse ao discípulo, volta lá e desencarna aquela vaca.
O discípulo ainda questionou, mas eles vivem à custa
dela. Sem ela, como vão viver?
O mestre pediu para não discutirem, mas que ele devia
fazer o que estava sendo pedido.
O discípulo então foi até onde a vaca estava e a
empurrou até um abismo próximo, onde ela caiu e
desencarnou.
Os dois se desmaterializaram e subiram.
Passaram-se os anos e o mestre convidou novamente o
discípulo para visitarem a fazenda.
Lá chegando, puderam ver que o lugar estava
maravilhoso, casa nova e bem grande, piscina, carros
novos na garagem e um muito conforto para todos, além
do curral cheio de animais.
Materializaram-se novamente e foram até a casa,
bateram e o dono veio atender.
Olá, disse o mestre, vocês moram aqui há muito tempo?
Sim, disse o homem, nós moramos aqui há muito
tempo, mas antigamente éramos pobres.
Nós vivíamos do que produzia nossa vaca, até o dia em
que ela morreu. Depois disso tivemos de mudar nosso
modo de vida. Os meus filhos tiveram de trabalhar e
estudar, eu tive de plantar e comercializar outros
produtos para podermos sobreviver.
A partir daí, tomamos gosto pelo progresso, passamos a
investir cada vez mais em nossa fazenda até chegarmos
aonde chegamos.
Os dois espíritos materializados se despediram e saíram
e aí, o mestre disse ao discípulo: – viu só, às vezes é
preciso perder tudo para saber o valor do que tinha.
Ch ico e as crises
No Brasil, em particular, eclodira nos anos oitenta e
noventa, a crise da dívida pública, que se tornara
impagável. Falava-se que o Brasil teria seu território
dividido para pagar a dívida externa, com partes do seu
território.
Mas, então, iriam repartir o coração do mundo?
O Chico sempre recomendava o trabalho como solução,
explicava que ele funciona como um anestésico contra as
tentações de fuga e minimiza as preocupações com os
grandes problemas do país.
Segundo o Chico, a solução era trabalhar e fazer o bem,
que o trabalho solucionaria todos os problemas e o bem
nos imunizaria contra as dores morais.
Ch ico e os direitos autorais
Todos sabem que o Chico doava os livros recebidos por
seu intermédio para centros espíritas, e uma vez
perguntamos a ele por que não doava todos os livros a
uma única entidade que centralizasse toda sua obra.
O Chico explicou que se um centro que recebia um livro
em doação, e isto era suficiente para manter aquela
instituição com credibilidade, por que razão não expandir
a quantidade de centros espíritas, dando a cada um os
meios para sua subsistência.
Se com uma obra alguns centros já se acham donos da
verdade, imagine um centro com todas as obras. 
Valha-me Deus, dizia ele.
Ch ico e o Catolicismo
Outras vezes acompanhávamos as peregrinações que o
Chico fazia às casas pobres dos bairros de periferia,
parando nas casas mais pobres e simples para fazer uma
leitura e comentário do evangelho, e sempre deixava
algum dinheiro e mensagens àqueles corações famintos,
doentes e desesperados
Certa vez, um conhecido espírita, grandalhão, acercou-
se do Chico desde o início da peregrinação, não dando
espaço para ninguém se aproximar. O tempo todo ele
falava mal dos padres, que eles perseguiam os espíritas,
que as missas haviam se tornado um libelo contra a
doutrina e por ai afora.
O Chico mostrava visível incômodo, pois não gostava de
falar mal de ninguém. O assédio durou mais de uma
hora, sem que o Chico dissesse nada. Até que o senhor
espírita perguntou: você não acha Chico que eu tenho
razão? Ao que o Chico atalhou – olha fulano, você
pode ter razão, mas não convém criticarmos tanto
o nosso próprio passado.
Ch ico e a Umbanda
Chico nos dizia que a umbanda tal qual a conhecemos
no Brasil é única no mundo, não havendo paralelo em
nenhum país, mesmo na África de onde ela se originara.
Ele dizia que os escravos africanos que vieram para o
Brasil, na época das capitanias hereditárias, trabalhavam
para que estas fracassassem, fazendo trabalhos
espirituais de quimbanda nas senzalas.
Os espiões dos portugueses descobriram estes
trabalhos e começaram a punir os escravos, e os padres
passaram a catequizar os negros, com os princípios e
santos da Igreja Católica.
Os negros foram obrigados a aceitar o catolicismo, mas
não renunciaram aos seus orixás e, assim, eles
associaram os santos da Igreja aos seus guias espirituais.
Por isto, cada oxum tem o seu santo católico
correspondente.
No Brasil, virou umbanda, ou seja, banda boa.
Para risos de todos.
O natal
Uma senhora muito rica, dona de um banco importante
do Brasil, teve notícia de um acidente de avião, no qual
estava seu filho predileto, não tendo noticias do
desaparecido.
Esta senhora correu ao Chico com seu luxuoso
“mercedes” guiado por seu motorista particular.
Lá chegando, recebeu do Chico a notícia que seu filho
estava morto no acidente e que logo o avião seria
encontrado.
Mais tarde, à noite, o Chico receberia a confirmação,
pois o filho da banqueira estava dizendo que havia
previsto o acidente tendo inclusive, por precaução,
deixado uma carta de despedida para a mãe, a qual por
segurança, havia prendido no fundo da última gaveta de
roupas intimas de seu closet.
Sem mesmo voltar para o hotel, esta senhora fez seu
motorista voltar para São Paulo, altas horas, para
confirmar se havia ou não a carta do filho.
Chegando à capital correu para o armário e deu de cara
com a carta do filho. Logo depois a imprensa anunciava a
localização do avião.
Esta senhora voltou ao Chico depois do enterro para lhe
agradecer pelas verdades que comprovavam a vida do
seu filho após a morte, passando a acreditar nos ensinos
da doutrina espírita.
No natal, caravanas de São Paulo, nas quais nos
incluíamos como ajudantes, levavam para Uberaba,
verdadeiras jamantas carregadas com milhares de cestas
básicas, de natal, enxovais, mantimentos e presentes
para as crianças.
A maior e mais rica daquelas jamantasera totalmente
financiada por aquela generosa senhora, durante muitos
anos. As demais eram frutos de campanhas de vários
espíritas de São Paulo e do interior.
As filas de espera para receber as doações se
estendiam por quilômetros.
A Casa da Prece de Francisco Candido Xavier se
engalanava para receber aqueles milhares de assistidos,
que felizes ainda recebiam algum dinheiro das mãos
abençoadas do Chico.
Estes trabalhos do Chico inspiraram centenas de
entidades espíritas a fazerem o mesmo, estendendo-se
por todos os estados do Brasil, sobretudo São Paulo.
Campanhas do agasalho, da sopa, dos moradores de
rua e tantas outras, se tornaram atividades constantes
nas organizações espíritas e, com certeza, serviram
também de inspiração para outras organizações
religiosas e, provavelmente, até mesmo para os atuais
governos brasileiros, que lançaram programas tais como;
o fome zero, bolsa família e diversos outros auxílios aos
trabalhadores.
Algo que, afinal, também, está servindo de modelo para
o mundo todo.
Ch ico e a justiça
Em certa ocasião alguém perguntou ao Chico qual era a
diferença entre a justiça humana e a justiça divina, ao
que o Chico respondeu que Emmanuel costumava dizer
que a justiça divina se baseia na misericórdia, dando
oportunidade ao pecador arrependido de quitar sua
dívida espiritual, em parcelas ou prestações suaves, ao
longo de uma ou várias encarnações, de acordo com
suas possibilidades, sem deixar de trabalhar e progredir,
concomitantemente.
Enquanto isto, a justiça humana, quando prende
alguém em flagrante, se baseia na lei de ação e reação,
ou seja, paga-se a pena estabelecida para aquele delito
e, até que a pena acabe, a criatura fica impedida de
trabalhar e progredir, para forçar a reflexão e o
arrependimento, o que nem sempre acontece.
Nesta ocasião o Chico lembrou-nos a história constante
de um dos livros de Irmão X:
Certo trabalhador espírita, frequentador assíduo de um
centro espírita, sempre dado às boas amizades e às
tarefas construtivas, era, também, trabalhador exemplar
de uma metalúrgica.
Certa feita, ao manusear uma prensa, esta caiu sobre
sua mão arrancando-lhe um dedo.
Os colegas ficaram admirados, como podia a justiça
espiritual que ele pregava permitir uma coisa destas com
um homem tão bom.
O metalúrgico ficou acabrunhado e meio desconfiado de
que alguma coisa não estava certa, pois que, também
ele, não achava justo que sendo um trabalhador
exemplar como era, tivesse que passar por tal
constrangimento com os colegas e sofrer as
consequências daquele acidente.
Mesmo assim, naquele dia, após os curativos, dirigiu-se
ao centro espírita, como de costume, mas ao invés de
assumir sua posição de trabalhador da doutrina, sentou-
se numa cadeira dos fundos e ficou assistindo a sessão.
No final, o médium da noite incorporou o mentor dos
trabalhos e chamou o metalúrgico pelo nome.
Olha fulano. Na sua vida passada, você era um senhor
de escravos, num engenho de cana do norte do Brasil e,
porque um dos seus não lhe obedeceu conforme suas
ordens, a fim de puni-lo exemplarmente para os demais,
você mandou moer o braço dele no engenho de cana.
Hoje, portanto, pela justiça humana você deveria perder
o braço, para quitar sua dívida consciencial.  Contudo, a
misericórdia divina, avaliando os seus serviços prestados
aos seus semelhantes, além do dever, abateu-lhe a parte
correspondente da sua dívida, fazendo-o perder somente
um dedo.
Dê graças a Deus. Hoje era para você perder um
braço e perdeu só um dedo.
Fico pensando quantos reclamam e sofrem por
pequenas perdas, ou pelo que deixaram de ganhar,
criando escândalos e cobranças absurdos, por
questões de pouca monta, sem cogitar dos ganhos
obtidos com o trabalho honesto, que os livraram
das grandes perdas...
Ch ico e a vida moderna
Nos últimos anos de vida, o Chico mal podia escrever
mensagens, dado o cansaço extremo de um corpo
extenuado no trabalho incessante de dezenas de
décadas.
Porém sua mente arguta, antenada com os espíritos,
ainda fazia profecias, dizia que Emmanuel iria encarnar
no Brasil, novamente, (fora o padre Manoel da Nóbrega,
um dos fundadores do Brasil) e possivelmente se tornaria
político, da nova geração, caso o Brasil aprendesse a
andar na linha. (risos)
Ele dizia que os recursos tecnológicos da atualidade,
como a internet, nova linguagem, queda de preconceitos,
ajudariam o homem a quebrar tantos outros paradigmas,
libertando a humanidade do jugo do poder do mais forte.
Mas, até que o bem prevalecesse, haveria uma
exacerbação dos extremos, as criaturas se
ensimesmariam e se isolariam cada vez mais, levando os
indivíduos a um acumulo de problemas mentais.
A medicina atenuaria, com seus remédios, a
somatização das doenças espirituais, mas elas
permaneceriam na alma, prevalecendo as doenças
espirituais.
Os doentes espirituais seriam mais propensos à
violência, pois que, não somatizando as doenças,
tenderiam a explodir em crises de agressão e desabafo.
Os mais tímidos, ao contrário, tenderiam às crises de
ansiedade e depressão.
Assim as doenças físicas não mais drenariam,
com tanta frequência, os dramas existenciais,
levando os doentes da alma ao suicídio, ou ao
crime, ou ao câncer.
No entanto, havia um caminho a seguir para resolver os
dramas espirituais: o serviço cristão da caridade, ou seja,
fazer o bem sem olhar a quem, amar
incondicionalmente, extravasar suas energias
condensadas em tarefas produtivas e úteis, a serviço do
amor do Cristo, o que faria inclusive a criatura deixar de
depender tanto de remédios.
Como se vê, a caridade não interessa aos grandes
laboratórios farmacêuticos.
Enquanto esta solução não acontecesse, pairaria sobre
a humanidade o estigma da crueldade e da agonia,
mesmo em corpos saudáveis.
Ch ico e a era espacial
Durante a guerra fria, de 1945, com o fim da segunda
guerra mundial, até 1989, quando caiu a união soviética,
com o fracasso do comunismo, o Chico sempre dizia que
havia informações que jamais chegariam ao
conhecimento do público.
Ainda é um segredo muito bem guardado o motivo pelo
qual a Rússia caiu, mas os espíritos já haviam informado
ao Chico que os espiões soviéticos tinham detectado um
movimento expansionista da China, já armada com
bombas atômicas, preparando-se para invadir a Rússia.
O território russo era muito extenso, com uma
população relativamente menor em relação à China, que
tinha uma população gigantesca e crescente, num
território que estava se tornando pequeno para tanta
gente.
Ronald Reagan e Gorbachov se reuniram às ocultas em
um navio em alto mar, a pedido deste, para discutir um
acordo através do qual a Rússia abriria mão do
comunismo, entregando seu mercado aos produtos
americanos e, em troca, os Estados Unidos dariam total
proteção à Rússia, em caso de invasão chinesa.
O Chico previa, já naquela época, que a China poderia
se tornar a maior economia do mundo. 
Não sabemos se isto realmente ocorreu, os países
jamais confessarão, no entanto, a fofoca faz todo
sentido.
Hoje se percebe que os Estados Unidos não só ganhou o
mercado soviético, como transferiu para a China suas
fábricas, aproveitando a mão de obra barata para
produzir mercadorias a preço muito baixo.
Com isto os EUA evitou a inflação em seu país e
provocou uma demanda muito grande pelos produtos
americanos feitos na China.
Algo que já começa a mudar...
Vi da fora da Terra
Naquela época ainda seguia a corrida espacial e
perguntávamos ao Chico se haveria contato com seres
de outros mundos.
Ele dizia que enquanto o mundo corresse o risco de
uma nova guerra, não haveria, ou pelo menos não seria
anunciada a descoberta de vida fora da Terra.
Nossos problemas estavam aqui e deveriam ser
resolvidos por nós mesmos.
Caso houvesse descobertas de vidas fora do planeta,
elas seriam ocultadas pelos dois extremos do poder: USA
e Rússia, pois que qualquer um dos dois poderia acionar
uma nova guerra, caso um acusasse o outro de usarequipamentos como discos voadores, para atacar ou
espionar.
A corrida espacial, na realidade, não existia para
descobrir planetas habitados por extraterrestres e fazer
com eles contatos proveitosos, como supunham os
espiritualistas, ao contrário, era apenas um pretexto para
encontrar o que realmente interessava, ou seja, planetas
colonizáveis onde houvesse água, recursos minerais e
vegetais a serem explorados.
Então, como poderia haver contatos com seres de fora,
se eles sempre foram tidos pelas grandes potências
como concorrentes às fontes de suprimento.
Ora, o contato extraterrestre nunca foi o objetivo nem o
interesse da corrida espacial.
Dai o cinema americano pintar os extraterrestres como
se fossem filhos do demônio. Ora, são os seres de fora
que têm medo dos humanos, e tem cuidado conosco,
pois, sabem nossas intenções...
Contudo, Chico sempre dizia que havia vida fora da
Terra, não havia dúvida, e mandava-nos ler os livros de
Ramatis, Pietro Ubaldi, a Revista Espírita e Cartas de uma
Morta, escrito por sua mãe, Maria João de Deus e que,
um dia, quando deixássemos de sermos belicosos,
começariamos o contato proveitoso com estes seres.
Hoje os países estão abrindo gradativamente seus
arquivos secretos sobre os discos voadores, em caráter
oficial, ou seja, tudo documentado e comprovado, não
havendo mais como ignorar os avistamentos e contatos
com seres de fora, talvez porque os homens já
perceberam que não podem controlar a vontade dos
espíritos e dos extraterrestres.
Ch ico e o Pinga fogo
Em 1971 e 1972, a televisão brasileira atingiu a sua
maior audiência, até então, com os dois programas Pinga
Fogo, com Chico Xavier, impressionando o país com a
sua sabedoria, prudência e humildade, além da
mediunidade.
Pode-se dizer que a vida do Chico tem um divisor: o
Pinga Fogo.
Durante muitas décadas o Chico viveu quase no
anonimato, sendo reverenciado apenas no movimento
espírita, até que sua obra tivesse o reconhecimento do
povo brasileiro, a partir do Pinga Fogo de julho de 1972.
Antes desta data, a causa dos espíritos era fazer obras
colossais, por intermédio do Chico, testando-o
implacavelmente na sua fidelidade ao trabalho, com
desafios enormes e sofrimentos inenarráveis, até
conquistar a credibilidade merecida, pela comprovação
prática daquilo que os espíritos ensinavam, com lógica e
fidelidade.
Até então, o Chico havia recebido, mediunicamente,
verdadeiras obras primas, entre as quais o próprio Chico
destacava como as duas mais importantes, os livros –
Paulo e Estevão e A Caminho da Luz, ambos de
Emmanuel.
O primeiro relatava a saga de Paulo e o movimento dos
primeiros cristãos. O segundo, a vida pregressa da
humanidade e a causa dos sofrimentos espirituais do
homem.
Além disto, o Chico dizia que as obras de André Luiz
(Carlos Chagas), seriam mais bem compreendidas no
futuro, como obras de estudo permanentes.
Após o Pinga Fogo, o público se torna a causa do
trabalho dos espíritos por intermédio do Chico.
Chico deixa de ser perseguido e passa a ser referência
nacional. Tudo o que ele dizia era ouvido com respeito e
admiração.
A partir do Pinga Fogo, suas obras começaram a ser
estudadas com mais respeito pelo público não espírita.
O Chico havia adquirido respeito e credibilidade, sendo
consultado por todas as lideranças religiosas, políticas e
artísticas do Brasil, além de chamar a atenção dos
pesquisadores estrangeiros.
A partir daí, o Chico seria chamado para ser cidadão
honorário de várias cidades brasileiras e acolhido com
homem de bem por todas as religiões do Brasil, até
receber, postumamente, o título merecido de maior
cidadão brasileiro.
A missão do Chico adquiriu dimensão global e ele
sonhava com o reconhecimento do mundo para com a
obra dos espíritos, não contando com o empecilho criado
pelos próprios espíritas.
Os americanos queriam comprar os direitos autorais dos
romances de Emmanuel, a fim de reproduzi-los para o
cinema, como filmes épicos.
As editoras espíritas donas dos direitos autorais das
obras, no entanto, se recusaram a vender os direitos, sob
a alegação que os americanos iriam deturpar a obra de
Emmanuel.
O Chico chorava e se lamentava com o ocorrido e,
triste, achava que Emmanuel queria que suas obras
fossem para as telas.
Só quem viu, como nós, o Chico chorar pela ingratidão
dos confrades, pode avaliar o significado desta
procrastinação espírita.
Como puderam os espíritas negar algo que o Chico
aprovava? Não dá para entender.
Queriam suas obras, que davam lucros, mas não se
importavam com a opinião pessoal dele. Que ficasse ele
com seu sofrimento, caso sentisse ingratidão.
Várias vezes ele dizia que sua vida estava por um fio,
devido a uma série de doenças vindas de nascença ou
adquiridas pelos dramas existenciais que enfrentou.
Quando isto acontecia, os espíritas se desesperavam
por querer saber quem os iria guiar, se o Chico
desencarnasse.
O Chico então, logo se recuperava, dizendo que os
espíritos não o deixavam desencarnar, porque, se
ele desencarnasse, os espíritas acabariam com o
espiritismo, como doutrina do amor.
Dito e feito.
Ch ico e a caridade
Certa vez o Chico falou que se Kardec tivesse dito que
fora do espiritismo não há salvação, ele teria ido por
outro caminho, mas Kardec disse que fora da caridade
não há salvação.
Por que será que alguns espiritas vivem invertendo esta
lógica, ainda mais em público, denegrindo a imagem do
espiritismo verdadeiro.
A questão não era ser espírita, mas ser caridoso. Se o
espiritismo caminhasse com a caridade tudo bem, caso
contrário...
Então, para que o espiritismo não se perca, vivamos a
caridade que Kardec nos ensinou.  
Alguém perguntou se a caridade era a única maneira de
quitar as dívidas do passado.
O Chico dizia que a caridade não foi ensinada ao mundo
por seres mais evoluídos apenas para sanar velhas
dívidas espirituais, mas, sim, porque era um estilo de
vida universal.
A caridade é a manifestação materializada do amor e,
como tal, deveria guiar todos os atos humanos.
O Chico dizia que o mal só acontece por ausência da
caridade e, que Emmanuel dizia que o mal nunca
chega aonde o bem chegou antes.
A pergunta 642
O Chico nos lembrou da pergunta 642, do Livro dos
Espíritos, onde Kardec perguntou; - o homem é
responsável somente pelo mal que faz?
Os espíritos, porém não responderam a esta pergunta
na hora. À noite, quando Kardec foi dormir, os espíritos o
levaram a um vale de muito sofrimento. Havia uma
agonia moral muito grande nos espíritos que ali estavam.
Kardec perguntou aos mentores quem eram aqueles
seres que passavam por aquele sofrimento terrível,
inenarrável.
Eram eles os grandes déspotas militares que haviam
promovido guerras?
Os mentores diziam que não, que estes militares
acabavam reencarnado como industriais, aprendendo a
transformar o aço em utensílios.
Seriam eles os grandes políticos que escravizaram seus
povos a leis impiedosas e exploratórias?
Os espíritos disseram que não, que estes seres
acabavam reencarnando como professores, ganhando
pouco para ensinar o certo.
Kardec ainda perguntou se eram elas as damas ricas
que viviam nas cortes fazendo fofocas e vivendo de
futilidades.
Os espíritos disseram que não, que estas senhoras
acabavam reencarnando em lugares pobres, levando
uma vida de dificuldades entre tanques e panelas.
Kardec cansou de questionar, até que perguntou afinal
quem eram aqueles seres que tanto sofriam num lugar
tão horrível.
Ao que os mentores responderam que aqueles seres
eram os sacerdotes de todos os tempos e de todas as
religiões, que conheciam o evangelho, mas não o
praticavam.
No dia seguinte, Kardec refez a mesma pergunta aos
espíritos – o Homem é responsável somente pelo mal que
faz?
Ao que os espíritos responderam que não, que o
homem era também responsável por todo o mal
que acontece, em decorrência da sua omissão no
bem.
A suspensão da pena
O Chico explicou que dentre as leis que regem os
destinosespirituais, existe uma lei que determina o
seguinte: - se uma criatura severamente endividada
com a justiça divina estiver fazendo o bem
incondicional aos seus semelhantes, a reparação
daquela dívida ficará suspensa, enquanto a
criatura produz atos bons de caridade.  - Tal é a
lei.
Por isto, dizia o Chico, que Jesus falou que: ao homem
bom nenhum mal acontece...
Só não pode parar, por que aí as dívidas podem ser
cobradas, embora com os abatimentos obtidos com
trabalho já feito...
Ch ico e a ciência
A obra de Chico acompanhou, ou, até mesmo, esteve
adiante de seu tempo no campo científico, sendo muitas
assertivas de André Luiz comprovadas pela ciência,
depois de sua revelação pela mediunidade do Chico.
Certa vez perguntamos ao Chico como a doutrina se
posicionaria diante das descobertas cientificas não
previstas pelos espíritos.
Havia, na época, a questão da descoberta da dupla
hélice do DNA, como sendo a matriz de toda a vida
fisiológica.
Curiosamente, todos os seres vivos, incluindo-se ai os
animais, tinham alto percentual de genes semelhantes,
enquanto que as diferenças fisiológicas se deviam a
pequenas alterações genéticas.
Tal descoberta fez os cientistas acreditarem que haveria
uma origem comum a todos os seres vivos, presente em
todos os DNAs de todas as criaturas.
Tal revelação permitiria supor que um só criador haveria
criados todas as espécies fisiológicas, não de forma
completa, mas na sua base genética, pela transferência
dos Seus genes a todas as suas criaturas.
Ao inverso os espíritos diziam que o espírito havia vindo
de fora da Terra, numa semeadura de vida feita por outro
criador. ( A caminho da luz, de emmanuel) não sendo
portanto, produto da matéria.
Tal assertiva prenuncia a existência de dois deuses: um,
o criador dos genes fisiológicos e outro, o criador
espiritual, ambos, elementos primários da evolução,
tanto das espécies como da alma, mas fazendo crer que
o espírito pode submeter o DNA, ou seja, o espírito pode
submeter a criação material, fazendo-a evoluir.
Desta premissa surgiram as teorias de que, até certo
ponto, a evolução se deu do modo como Darwin
ponderou, mas há um componente evolutivo que é
dirigido por mentes de fora da matéria.
A física quântica tem provado cientificamente que é o
espírito que molda a matéria e não o contrario.
Como interpretar a questão teológica, por exemplo, da
premissa científica de existência de diversos universos
paralelos, não sendo o universo em que vivemos o único
existente.
Seriam vários deuses criadores, um para cada universo,
ou seria um só deus, para todos os universos.
Chico dizia que no futuro nós entenderíamos melhor as
revelações de André Luiz, quanto à questão dos co-
criadores em grau maior, constantes de suas obras,
mormente Evolução em Dois Mundos, forem melhor
estudadas e compreendidas.
Todavia, deveríamos pensar na possibilidade da criação
de todas as coisas serem diferentes da criação de todos
os espíritos, havendo na personalidade terrestre duas
naturezas ou criações distintas, a espiritual de origem
divina, monoteísta, mas diferente da natureza material,
inferior, politeísta.
Para estas questões Chico sempre dizia que devíamos
estudar mais e buscarmos nos aprofundar nestes temas
a fim de encontrarmos respostas espirituais, estivessem
elas ou não no conteúdo doutrinário, já que Kardec havia
deixado muitas questões sem respostas, para serem
atendidas quando a humanidade estivesse mais
preparada.
Assim também, muitas questões modernas não
estavam ainda contempladas nos estudos de André Luiz,
mas, não deveriam ser desprezadas pelos espíritas.
Nestas ocasiões era comum indagarmos o Chico se as
perguntas formuladas por Kardec aos espíritos, no século
dezenove, seriam as mesmas nos dias atuais e, se as
respostas dadas pelos espíritos às perguntas de Kardec
seriam as mesmas diante do conhecimento científico
atual.
O Chico se limitava a sorrir e dizia que as
primeiras edições do Livro dos Espíritos tinham
umas seiscentas perguntas, se tanto, mas que,
com o tempo, foram sendo acrescentadas novas
perguntas e novas respostas, à medida que as
pesquisas de Kardec evoluíam.
Deste modo, se o mesmo processo tivesse
continuado, talvez, na atualidade, tivéssemos um
Livro dos Espíritos muito mais ampliado, com mais
perguntas e mais respostas...
O que parecia ser uma blague do Chico, na realidade,
pode ter um significado muito mais sério e profundo
quando analisados sob uma ótica atual.
Como justificar diante destas afirmações, a
dogmatização que alguns espíritas querem fazer do
espiritismo, com a chamada pureza doutrinária, se o
próprio livro dos Espíritos teve diversas edições, algumas
bem mais simples e outras mais revisadas e ampliadas.
Não seria tal pureza uma forma de limitar o avanço das
revelações? 
O bandido socorrista
Certa feita, contou o Chico que dois espíritas saiam à
noite do centro e um espíritos se materializou  frente  a
eles, pedindo para irem até a favela ao lado, socorrer
uma mulher que estava para dar a luz correndo o risco
de morrer.
Os dois se entreolharam, mas não foram capazes de se
expor para socorrer a mulher. O que iriam pensar e dizer
ao ver dois espíritas entrarem num ambiente daqueles,
sem proteção alguma? O espírito materializado,
decepcionado com os dois, adentrou a favela para
atender às preces comoventes da jovem e encontrou um
conhecido traficante, pedindo-lhe, então, para socorrer a
pobre mulher. O traficante se dispôs a auxiliar, foi até o
barraco da jovem, chamou outras mulheres para ajudar
no parto e ainda pagou todo o custo dela no hospital.
Dizia o Chico, mais vale um malfeitor que ajuda,
do que um santo que não faz nada.
Mais vale um herege que produz algo novo ainda que
com erros, do que um expositor elitista, que vive de
homenagens.
Só que isto não é passaporte para o céu, e que o plano
divino pesa todos os atos da pessoa, para saber o real
benefício ou prejuízo de cada ato.
O Chico sempre dizia para não se fazer espiritismo
profissional, pois a obra era de amor.
Chico e a história do espiritismo
O Chico, numa daquelas noites incríveis, de inspiradas
informações, falou a respeito do momento da vinda do
Consolador prometido por Jesus, afirmou que tal
acontecimento viria coroar o esforço de amadurecimento
da humanidade, após séculos de lutas e aprendizado do
sentimento, a fim de permitir que a humanidade retome
seus propósitos de crescimento espiritual, a serviço do
amor do Cristo.
O trabalho da espiritualidade nos séculos passados
buscou a constituição de um mundo socialmente
integrado, globalizado, em que os países respeitariam
suas diferenças e seus propósitos existenciais, de acordo
com as tendências de suas populações, cada povo
contribuindo para o progresso geral de acordo com suas
aptidões.
Tal maturidade coletiva, segundo o Chico, era fruto da
semeadura de Jesus, há dois mil anos, quando Ele
plantou as sementes do amor incondicional nos corações
dos homens, gerando o anseio da fraternidade entre os
povos. 
O evangelho em Roma
De acordo com o que ouvimos de Chico, a doutrina
espírita chegou ao mundo no século dezenove, num
momento histórico muito semelhante àquele havido
quando Jesus veio ao mundo, ou seja, na época de Jesus
havia praticamente um só império, o Romano, abarcando
todo o planeta e, praticamente não havia fronteiras, por
mais que se viajasse, ainda se estaria dentro do império
romano.
Naquela época, todos os povos civilizados conviviam
com uma política universal, aplicando a ciência e a
tecnologia, sobretudo, na construção arquitetônica e
aproveitando a cultura e filosofia grega, disseminada por
todo o império, como um estilo de vida a ser seguido.
Entretanto, a religião Judaica destoava deste sistema,
por ser sectária e baseada na crença de um deus único,
no meio de uma cultura politeísta.
Porém, esta religião continha a promessa da vinda de
um salvador o qual deveria conduzir o povo judeu à
dominaçãodos demais e, por isto, ao invés de existir a
conciliação e somatória de esforços, havia um conflito de
autoridade entre a religião e ciência, política e filosofia.
Dai os judeus serem revoltados contra as leis do império.
Contudo, na visão do Mestre, o mundo necessitava de
apoio espiritual e não de mais uma raça a dominar os
demais povos, pois já havia hegemonia política e social
vigentes.
Por isto, Jesus não veio assumir a liderança política ou
militar de um povo, mas sim tentar fazer a conciliação
entre as forças condutoras do progresso humano, já
existentes, na construção de um mundo mais
espiritualizado, unindo religião e ciência.
Infelizmente, a intolerância religiosa acabou sendo mais
forte, não permitindo que a doutrina do amor tivesse o
merecido sucesso, entre os doutores do conhecimento
religioso, fazendo a verdade relativa ser deixada para
outro tempo, de maior compreensão destes valores
fundamentais da vida.
Assim, também, a doutrina espírita veio no momento
em que as forças do progresso estavam no mesmo
patamar em que se encontravam quando o Império
Romano dominava o mundo.
A doutrina na França
No século dezenove, a França, dominou todos os países
da Europa e, por consequência, todo o mundo conhecido,
pois que na época de Napoleão, praticamente todas as
nações do mundo eram de certa forma colônias de um
algum pais europeu.  Seguindo este raciocínio, uma vez
unificada a Europa, o mundo estaria também unificado.
Se isto tivesse acontecido, a França poderia ter criado
uma política semelhante à do império romano, tolerante
para com todas as crenças, dando condições de
expansão à doutrina espírita, num momento em que a
Igreja havia se enfraquecido, sob a revolução francesa.
Porém, com a ascensão de Napoleão à condição de
imperador, a igreja se revigorou, em nova forma,
obstruindo, em parte, a revelação espiritual.
Segundo o Chico, com a autocoroação de Napoleão
como imperador dos franceses, sob a égide do
catolicismo, o movimento espírita já se iniciava
enfraquecido e limitado, por fora do controle dos
espíritos, pois que perdera a proteção daquele que
deveria cumprir seu compromisso espiritual de proteger
Kardec, no cumprimento de sua missão, conforme relata
a mensagem de Irmão X, Kardec e Napoleão, que consta
do livro Cartas e Crônicas, psicografado por Chico.
Segundo o Chico, a democracia e a república formariam
o ambiente adequado para a manifestação do livre
pensamento e a França estava preparada para receber a
doutrina através da comunicação dos espíritos, num
meio aberto a investigação.
Contudo, com a instituição do império, em 1804, sob a
égide da Igreja, o imperador poderia usar, como de fato
usou, o poder para usurpar territórios e conhecimentos e
proibir a divulgação do que não fosse do interesse do
estado.
Deste modo, o império estabeleceu que todos os livros
publicados na França tivessem a chancela da Academia
Francesa de Letras, naquela época dominada pelos
padres católicos em conluio com o poder imperial.
Desprovido da proteção de um sistema político
tolerante, Kardec fez o que pode, sob a inspiração do
alto, para trazer a doutrina ao campo do conhecimento
humano, fazendo passar o que fosse possível, pelo crivo
dos padres.
Por esta razão, Kardec não pôde dizer tudo o que podia,
ficando o conteúdo doutrinário restrito àquilo que obteve
a chancela da Academia, limitado pelo que estes podiam
aceitar sem ferir a ótica religiosa católica do poder
dominante.
É por esta razão que, no século dezenove, a doutrina
contida na codificação não pôde falar abertamente da
vida no plano espiritual, levando a crer que os espíritos
desencarnados ficavam apenas naquilo que Kardec
chamou de erraticidade, até merecerem uma nova
reencarnação, sem comentar o que acontecia nos
diversos planos espirituais, para não ferir o conceito de
limbo aceito pelos católicos
Naquela época, a reencarnação era um conceito
relativamente aceito pelos intelectuais franceses, devido
ao contato constante com as colônias da Ásia, onde esta
crença era fato comum.
Assim, Kardec pôde abordar a doutrina sob esta ótica,
apesar de colocar a reencarnação como um dogma ainda
sem comprovação. Ou seja, Kardec colocou a
reencarnação como uma tese, até então sem
sustentação, para enganar o sacerdócio incrédulo,
apesar de haver setores da igreja mais iniciados, que
aceitavam o conceito, até porque ele fora adotado pelo
cristianismo original, só tendo sido anematizado no
segundo concílio de Constantinopla, em 553.
Mesmo assim, quando os padres espanhóis de
Barcelona perceberam o que haviam encontrado,
trataram de levantar o anátema contra a crença da
reencarnação, queimando em praça pública os livros da
codificação que Kardec enviara para um editor espanhol.
Aliás, fato este que instigou o estudo da doutrina nos
bastidores intelectuais da Europa.
Assim também os professores perdiam a liberdade de
expressão, pregada por Pestalozzi, tendo de se submeter
a uma espécie de juramento para cumprir o que
determinavam os compêndios escolares ditados pelo
governo, juramento ao qual Kardec não se submeteu,
sendo por isto perseguido, levando uma vida bastante
difícil, não podendo praticar sua profissão predileta.
Além disto, o fato do imperador abusar do poder nos
seus desmandos de loucura egocêntrica, invadindo
territórios que deveriam ser respeitados, fez com que
toda a Europa começasse a odiar tudo o que vinha da
França, incluindo-se ai a própria doutrina dos espíritos,
que não pôde mais se expandir, por ter sido oriunda
daquele país.
Assim, a França, que deveria ser a fonte de luz
espiritual para o mundo, acabou por frustrar a
expectativa da espiritualidade de unificar o mundo sob a
égide de uma doutrina espiritualista aberta, que
permitiria um gradativo avanço no conhecimento da vida
espiritual, fora da matéria planetária, fato este que
promoveria o início do período de contatos com seres de
fora, permitindo a saída da Terra do seu isolamento, em
relação aos outros mundos habitados.
O Espiritismo no Brasil
Contudo, apesar da perda do espiritismo na França, a
vinda da corte portuguesa para o Brasil, em 1808,
fugindo de Napoleão, trouxe no seu meio alguns
intelectuais portugueses afinados com a literatura
européia, inclusive com a doutrina espírita, da qual eram
admiradores.
Nota-se que aqui que Napoleão fracassou em sua
missão com Kardec, na França, mas de certo modo
ajudou muito o Brasil, que atá a vinda da corte
portuguesa ainda não tinha uma forma de governo
próprio, sendo mera colônia portuguesa.
Não obstante, os cultos mediúnicos de negros e
indígenas exigiam explicações e, antes da corte
portuguesa chegar já haviam trabalhos de cunho
mediúnico, principalmente no interior do Brasil e alguns
estados como a Bahia, ondes os rituais africanos faziam
muitos adeptos.
Com a vinda da corte, veiram entre seus membros
elementos que conheciam a doutrina espírita, desde a
Europa.
Contido, até o final do século dezenove, a doutrina
espírita, no ambiente da corte brasileira, era tida como
um movimento filosófico e científico, com alguma
conotação religiosa, mas, jamais, em tempo algum, fora
um culto religioso nem um movimento espírita
significativo.
As sessões espíritas eram feitas por uma elite
intelectual, sendo apenas meio de intercâmbio, mas não
de culto devocional.
Ou seja, no início, a doutrina espírita era, no ambiente
doutrinário, um processo de aprendizado e busca de
informações ou revelações espirituais, ateé mesmo como
objetivos interesseiros, mas, nunca fora um sistema de
submissão à vontade dos espíritos e nem de busca de
argumentos para imposição doutrinária aos adeptos
novos, ou seja, criando dependência existencial.
Os centros espíritas que se formaram em torno da
doutrina, procuraram, dentro das premissas dela, os
motivos para criar trabalhos práticos que ocupassem os
estudiosos de uma forma útil, buscando somente a
comprovação das suas verdades, através do estudoe da
pesquisa.
Decidiu-se assim, criar uma direção simplificada ao se
focar o aspecto revelador, ou consolador, da doutrina
como sendo sua atividade fim.
Instituíram os trabalhos de desobsessão e de curas
através dos passes, inspirados nos exemplos de Jesus,
mas, no início, eles não eram o objetivo final da doutrina.
A ideia original era de que os trabalhos mediúnicos de
assistência seriam como uma isca ou imã a atrair as
pessoas para o estudo de uma nova realidade libertadora
do ser humano dos grilhões da matéria, ou seja, do
materialismo.
Nestes trabalhos, os espíritos comunicantes, com raras
exceções, eram seres ainda apegados à matéria muito
próximos, vibratoriamente, dos encarnados e, portanto, o
aspecto de revelação da doutrina acabou sendo
deturpado, ficando a doutrina a serviço de pessoas com
problemas em busca de solução fácil para eles.
Mesmo assim, no início as sessões espíritas eram úteis
para doutrinar espíritos mistificadores e promover
desobsessões, na base da prática amorosa, mas nunca
impunham submissão de entidades a um sistema de
proselitismo intolerante.
Isto, porém, foi se consumando com o tempo, à medida
que o movimento espírita atraia para seu meio pessoas
espiritualmente ligadas às religiões do passado,
mormente a católica, acostumados a política de rebanho
sectarista.
Dizia o Chico, que os espíritas deveriam abrir suas
mentes para o mundo espiritual superior, mas, ao invés
disto, acabaram subordinando a doutrina aos princípios
religiosos, um evidente equivoco.
Na verdade, toda vez que aparece um médium trazendo
mensagens de espíritos superiores, logo começam a
chamá-lo de mistificador e ilusionista, pois os espíritas
acham que estes não têm méritos para receber
mensagens de espíritos superiores. Ou seja, acabou
prevalecendo a máxima do catolicismo, os religiosos não
entram no céu e, pior, não deixam os outros entrarem,
pois são eles, os religiosos, os juízes desta passagem.
Jesus não era mais o caminho, a verdade e a vida, ou
seja, o meio para ingressar no reino dos céus, agora
eram os religiosos.
Na realidade, a doutrina é uma abertura do mundo
material para o mundo espiritual, iniciando um campo de
experiências construtivas para a criação de uma
cidadania universal através de um processo continuado
de revelações, que permitiriam ao homem aumentar
gradativamente seu grau de consciência a respeito da
vida espiritual e cósmica, a fim de compreender seu
papel neste mundo e a importância do evangelho na
transformação íntima de cada criatura.
Portanto, Kardec reuniu na codificação um conjunto de
conhecimentos relativos, parciais e limitados, ou seja, o
que era possível ver levantando a ponta do véu (cortina),
a respeito de uma realidade maior, que ainda seria
revelada.
Contudo, o que estava sendo revelado deveria servir de
base, sobre a qual seriam agregados novos
conhecimentos, em camadas superpostas, à medida que
as revelações já chegadas fossem compreendidas,
aceitas e praticadas pela humanidade e a expressão
espiritual fosse ganhando liberdade.
Kardec também afirmou que a doutrina deveria se
atualizar em relação aos avanços científicos, caminhando
em uníssono com eles, sob pena de se tornar obsoleta.
A evolução espiritual estava vinculada a um processo
de revelações gradativas que viriam com o tempo,
associadas a um processo de aceitação dos avanços
científicos, que deveriam ser compreendidos pela
doutrina espírita, a qual deveria se atualizar
constantemente, por estes dois paradigmas.
Assim cada novo conhecimento assimilado dava
oportunidade aos espíritos aumentarem o grau de
revelação, com informações e conhecimento da vida
maior, ofertado à humanidade, como aconteceu mais
tarde, através do movimento espiritual brasileiro, apesar
da incompreensão de muitos adeptos do espiritismo
nascente. 
Segundo o Chico, apesar da doutrina espírita ser
transferida para o Brasil no processo da criação do
império, aliado a Portugal, a unificação do movimento
espírita só se deu a partir da adesão de Bezerra de
Meneses, homem de prestigio político, junto ao império.
Neste processo, os espíritos que promoveram a
revolução francesa, assim como os dos governantes e
intelectuais franceses que estiveram com Kardec,
passaram a reencarnar no Brasil, a convite da
espiritualidade, a fim de consertar os seus equívocos
cometidos com relação à doutrina espírita, na França, com
a qual haviam se comprometido anteriormente, no plano
espiritual.
É por isto que, apesar de Kardec haver anunciado sua
volta em um tempo futuro, para dar continuidade a sua
obra, ele foi precedido por todos aqueles que, de algum
modo, privaram com ele na França e, possivelmente,
fracassaram na sua missão, Napoleão inclusive.
Chico dizia que cerca de 30% da população francesa da
época de Kardec, reencarnaria no Brasil, comprometidos
com a revelação espiritual.
No va oportunidade
Foi neste contexto que os espíritos de Emmanuel e André
Luiz, iniciaram seu trabalho de catequese espiritual,
trazendo revelações do mundo maior, fosse através dos
romances, séries elucidativas ou mensagens
esclarecedoras.
Segundo o Chico, o intercambio devia visar que o
espírito desencarnado obtivesse acesso ao plano
espiritual superior, através do esclarecimento, saindo da
erraticidade, para a vida plena em cidades e civilizações
espirituais, conforme estava ele recebendo as
informações dos espíritos, principalmente as obras de
André Luiz, por seu intermédio.
Mas Chico continuava, dizendo que o momento em que
a doutrina se transportou para o Brasil, era propício para
uma nova reestruturação política da humanidade em
torno de um só governo, com uma cultura democrática e
uma doutrina útil para todos.
Em sua época, em pleno século vinte, os Estados
Unidos representavam um governo hegemônico, tal qual
Roma, na antiguidade, ou mesmo a França, no século
dezenove.
No século vinte, os Estados Unidos representavam a
ciência e a tecnologia útil ao progresso das nações; a
Europa representava a filosofia, a cultura e os valores
sobre os quais se assentavam a democracia.
No Brasil, a Religião estava representada, não a religião
espírita, mas sim o conjunto das maiores religiões
existentes no ocidente, recebendo a influência da ciência
da evolução espiritual, podendo ser unificadas pelas
premissas do espiritismo e, portanto, todas elas serem
elevadas em seu degrau de conhecimento e consciência
universal.
Dizia o Chico que a doutrina espírita era como o
fermento da metáfora de Jesus, que deveria levedar toda
a massa religiosa, ou seja, devia ser o ingrediente que
faltava para que todas as religiões se reconciliassem e
que, neste sentido, o espiritismo deveria corrigir o
fracasso que a religião judaica provocou na época de
Jesus.
Ele dizia e muitos espíritas repetem esta reflexão sem
cogitar do seu alcance, de que seria melhor ser um bom
católico, ou protestante, ou o que for, mas não um mau
espírita, dada a responsabilidade que o conhecimento
espiritual acarreta.
Por esta ótica, ser espírita implica em abrir mão do ego,
do proselitismo, da posse, do espaço, para servir
indistintamente a quaisquer pessoas, sem acepção de
crença ou classe social, ou problema que a pessoa
apresente.
Chico apontava para a curiosidade de que a palavra
Brasil continha quase todas as letras da palavra Israel,
bastando trocar o S de Israel pelo B de Brasil, em ordem
diferente.
Chico lembrava aos espíritas brasileiros para não repetir
os erros do culto religioso judaico, sectário, exclusivo de
um povo, subestimando as outras religiões, devido ao
orgulho de achar que sabiam mais...
Desta premissa era de se supor que a religiosidade
brasileira devesse ser levada e divulgada para todo o
planeta, como um fermento a levedar a massa religiosa
do mundo.
Apesar disto, tal pressuposto está acontecendo, mesmo
a revelia dos seus dirigentes, tendo em vista que várias
religiões adotam práticas iniciadas pelo espiritismo, com
outramestre e amigo
Francisco Candido Xavier,
a quem devemos o estímulo às nossas gratificantes realizações espirituais,
as quais, embora insignificantes e imperfeitas,
diante da espiritualidade, constituem para nós um tesouro inestimável, que
levaremos para sempre em nosso espírito.
Alfredo Nahas
In trodução
Antes de entrar em alguns dos temas que guardo na
memória, os quais, suponho, ainda não tenham sido tão
comentados por outros autores, quero relembrar de
passagem, os primeiros contatos que tive com Chico,
apenas para que os leitores conheçam a gênese destas
páginas e por que desejamos contribuir com algo que
mereça observação por todos aqueles que se interessam
por este mestre do amor, que foi e é Chico Xavier.
Eu conheci Chico Xavier numa viagem a Uberaba, em
1966, junto com alguns amigos, com os quais eu
trabalhava na Cesp, naquela época; Angarita, Prof. Catelli
e Geraldo Batista, filho do Sr. Jofre Batista, este, um dos
dirigentes de trabalhos na Federação Espírita do Estado
de São Paulo, na época.
Nossa intenção era a de matar a curiosidade que havia
em torno daquele escritor mineiro, tido no meio espírita,
como fonte de revelações cristalinas do mundo maior
para os homens, atraindo a atenção de ricos e pobres,
feios e bonitos, gente de boa e de má fama, sem fazer
acepção de pessoas, de dentro e de fora do movimento
espírita.
Nosso primeiro encontro se deu na antiga Comunhão
Espírita Cristã, onde Chico psicografava mensagens para
um pequeno grupo de pessoas que buscavam receitas
para seus problemas pessoais.
Era um local paupérrimo, constituído apenas de quatro
pilares de tijolos que sustentavam um telhado sem
paredes, onde se agrupavam talvez umas cinquenta
pessoas.
Enquanto Chico psicografava mensagens, a maioria
delas, de receitas de remédios homeopáticos, dadas por
Bezerra de Menezes às pessoas que ali esperavam, em
silêncio, até o término da psicografia, aguardando que
seus nomes fossem chamados.
Naquele tempo ainda não havia o hábito, instituído mais
tarde nos trabalhos espirituais, dos palestrantes falarem
enquanto o médium psicografava. Havia apenas um
profundo e respeitoso silêncio, no aguardo da palavra do
Chico.
Ao final da sessão, Chico chamava as pessoas pelo nome
e lhes entregava as mensagens, e por último ele lia uma
mensagem do próprio Bezerra, falando sobre o trabalho
do amor na vida das pessoas.
Eram tempos de simplicidade profícua e proveitosa
quando fluía toda a obra dos espíritos por meio da
mediunidade ímpar de Chico.
Como nossa motivação era a curiosidade a respeito dos
trabalhos que o Chico realizava, ao final, não entramos
na fila das pessoas que queriam falar com ele e,
também, receber sua benção, como se dizia na
linguagem do público que ali estava, pois que o trabalho
parecia ser destinado unicamente às consultas e não
queríamos nenhuma mensagem pessoal.
Ao final da reunião, estávamos nos retirando, quando
uma senhora saiu da mesa onde o Chico estava e veio
procurar-nos dizendo que Ele queria nos falar.
Assim fomos até onde ele estava e todos o abraçamos, e
quando me agachei para ouvir o que ele dizia, tive medo
que ele fizesse alguma revelação menos apreciativa a
meu respeito, pois que levava uma vida ligada aos
prazeres do mundo material.
O Chico me disse que amigos espirituais estavam ali lhe
pedindo para me dizer que eu devia me dedicar ao
estudo e a prática da doutrina dos espíritos, porque eu
tinha uma tarefa a cumprir na sua seara, mas que, para
isto, eu precisaria estudar muito e trabalhar sem
desânimo, pois a tarefa não seria fácil.
Poderia fracassar, mas não desanimar, devia sim, sempre
levantar e tentar de novo. É o que tenho tentado fazer.
Como naquele tempo eu era um jovem, de meus 22
anos, eu achava que o Chico havia se enganado, pois eu
queria aproveitar a vida e, na minha vaidade, não me
imaginava trabalhando num meio ainda considerado à
margem da sociedade da época.
Mas o fato é que quando voltei a São Paulo, passei a
frequentar a Federação Espírita do Estado de São Paulo,
iniciando-me nos cursos e evangelho daquela casa, sem
saber ainda o que me esperava.
Certo dia em que assistia um trabalho de palestras que
antecedem os passes, uma senhora ao meu lado
começou a passar mal, e o dirigente, Sr. Jofre, pai do
Geraldo, pediu-me para eu ir a tribuna falar sobre Jesus,
enquanto ele ia dar assistência àquela senhora que
passava mal.
Eu subi à tribuna e comecei a falar, sem saber o quê,
pois, sentia o peso da responsabilidade, mas notei que as
pessoas prestavam atenção, como se torcessem para eu
dizer algo que elas queriam ouvir.
Aquilo soou como uma resposta para minha alma em
relação ao que o Chico me havia dito e assim tem sido e
cada vez que penso em largar o esforço de estudo e
trabalho na seara do Mestre, é a sua advertência que me
levanta e faz andar, mesmo sem vontade ou sem forças.
A partir da semana seguinte, o Sr Jofre pediu-me para
fazer-lhe companhia na tribuna como auxiliar, falando
sobre o evangelho, algo que durou de 1967 até 2008,
tendo, neste período feito parte do conselho da casa e
das áreas de ensino e federativo, fazendo palestras em
vários centros de São Paulo e do interior.
Mesmo tendo tido muito trabalho na seara do Mestre, e
apesar dos aguilhões que me ferem, devido ao meu
despertar espiritual para outras realidades do espírito,
para além do movimento espírita, ainda agora é o Chico
em espírito que me motiva a continuar sem desanimo,
sem jamais desistir, nem desprezar aqueles que não me
acompanham neste voo solitário em busca do mundo
maior.
Desde aquela época, íamos a Uberaba, sempre que
possível, nunca para pedir algo pessoal ou para resolver
problemas triviais, íamos sempre com o intuito de
aprender com o Mestre, lições que pudessem ser úteis
aos nossos alunos da Federação e, também, que pudesse
servir a nossa profissão no serviço público em que
trabalhávamos.  
Nestas ocasiões o Chico preferia viajar até Peirópolis,
cidadezinha perto de Uberaba, para ajudar nos trabalhos
do inesquecível Langerton, que cuidava de pacientes em
estado avançado de doenças mentais, e nestes
encontros o Chico nos falava da vida fora da Terra, de
seres de outros mundos que nos visitavam, e da estrada
dimensional que ligava Peiropolis ao Nosso Lar, cidade
espiritual sobre o Rio de Janeiro, e das naves que faziam
o transporte de desencarnados por aquela via.
Íamos, também, a Sacramento conhecer os trabalhos da
abençoada e perseverante trabalhadora do bem,
Heigorina, da família de Euripedes Barsanulfo, e em
Araxá, a fim de conhecer o trabalho pioneiro de tantos
espíritas exemplares, que abraçavam a todos sem
distinção, geralmente anônimos, mas cheios de amor e
boa vontade dando-nos testemunhos incríveis de
trabalho, paciência, amor e renúncia.
Eram tempos de fenômenos que comprovavam a
mediunidade do Chico; perfumes no ar, água fluidificada
e perfumada, materializações de conchas, flores e
fenômenos de escrita em outras línguas, presença de
espíritos semi-materializados, nos trabalhos, etc.
Sempre levávamos garrafas cheias de água para serem
fluidificadas, e elas voltavam cheias de perfumes, de
flores diversas, que duravam semanas, durante as quais
tomávamos um cálice daquela água revigorante por dia.
Mas, ainda não havia as caravanas de pessoas de todos
os pontos do Brasil, em busca de notícias de seus filhos
desencarnados e tantas outras consolações...
Naturalmente começava assim, despretensiosamente,
minha atividade espírita, apenas seguindo o exemplo de
velhos mestres do amor.
Com o tempo fui assumindo cada vez mais
responsabilidades no trabalho espiritual, passando a
atuar na área de ensino, ministrando aulas da doutrina e
do evangelho, nas escolas da Federação e centros
filiados.
De tempos em tempos visitávamos o Chico nas
reuniões públicas que ele fazia, donde tirávamos
importantes conceitos a respeito do evangelho, para a
prática na vida.
Mais tarde, no início dos anosao chegarem ao
plano espiritual e descobrirem que ele não era Kardec...
É possível que, por esta razão, Chico fosse reticente
quando afirmavam ser ele a reencarnação de Kardec.
Ele sabia que estava diante de uma armadilha, pois se
Chico dissesse que não era Kardec, talvez os espíritas
não dessem importância aos ensinamentos dos espíritos
por seu intermédio, como de fato não deram no inicio do
seu trabalho mediúnico, até que alguém começasse a
dizer que ele era Kardec.
Por outro lado, se ele afirmasse que era o próprio
Kardec, talvez estivesse faltando com a verdade, perante
sua própria consciência.
Assim, era melhor deixar                           que as pessoas
pensassem o que quisessem, pois que um dia a verdade
seria dita, mas ai o trabalho dos espíritos através dele
estaria feito. E era isto o que importava de fato.
É muito interessante notar como o Chico se posicionava
como alguém que viera em nome de Jesus, para dizer
com amor o que os espíritas deviam fazer.
Todavia, nunca realizou o trabalho espiritual do modo
que Kardec fez. Kardec sempre se mostrou cético e
analítico em relação ao trabalho dos espíritos, até que
obtivesse comprovação suficiente para poder codificar a
revelação espírita para o mundo.
Era assertivo, doesse a quem doesse, não veio para
agradar, veio para fazer uma revolução intelectual,
mudar o modo humano de pensar.
Usou o método Cartesiano e científico para abordar o
trabalho dos espíritos, não atuava como médium, mas
como pesquisador e cientista, reunindo informes que
analisava e ordenava segundo um critério inteligente e
austero. 
Kardec era um filósofo grego, imponente na sua
autoridade intelectual, sua estatura moral dava
credibilidade ao que dizia. Veio mostrar ao mundo um
modelo existencial de comportamento, um estilo de vida
material condizente com o conhecimento cientifico, não
sendo um praticante religioso, avesso que era aos rituais
religiosos. Kardec ensinava a pensar.
Chico, ao contrário, se fez popular, deu dimensão
humana a obra de Kardec, traduziu em linguagem
popular, acessível às massas, uma obra que não era sua.
Chico nunca quis ser totalmente assertivo, como Kardec,
pois sua obra era de amor.
Chico tinha a ver com o apostolo São João Evangelista,
sendo a reencarnação dele, assim como era a de
Francisco de Assis. São reencarnações coerentes. Alma
feminina, amor puro, médium do amor divino, em corpo
de homem.
Mais do que a doutrina, Chico conhecia o Evangelho,
como se fora personagem dos eventos que marcaram a
presença de Jesus na Terra e uma excelente fonte de
esclarecimento dos eventos que marcaram a vida de
Jesus.
Doutra feita, como se o Chico tivesse vivido as cenas
que narrava, ele disse que logo após a ressurreição, dois
apóstolos estavam caminhando quando viram Jesus
vindo em sua direção, mas não parou. Ao passarem por
Ele, os apóstolos perguntaram onde Jesus estava indo, ao
que o Mestre respondeu: – estou indo em missão de
auxílio a Judas.
Assim, Chico explicou-nos que Jesus desceu aos infernos
para socorrer Judas do seu drama e inocentá-lo pela
crucificação, pois esta era uma questão divina, não
cabendo a Judas o peso da traição.
Dai, na crucificação, Jesus ter pedido a Deus: - Pai se
puderes me livra deste cálice, mas se não for possível,
que se cumpra em mim a SUA vontade. 
E finalmente disse, Pai perdoa-os por que não sabem o
que fazem.
É para pensar...
Chico falava em nome dos espíritos e levou décadas
para adquirir credibilidade, pois sua preferência era a
caridade, a consolação, o aconselhamento, a conciliação
dos opostos, agia pela elevação e sublimação da alma
acima do comportamento material.
Se tivesse que omitir uma verdade para não ferir, ele
omitia.
Às vezes falava por metáforas, só compreendidas por
poucas pessoas e, por outras vezes, dava dicas
incompreendidas pela maioria, mas entendidas por quem
quisesse saber mais através de pesquisas em outras
fontes, onde achariam a verdade que ele não queria
dizer para não ferir suscetibilidades, crenças ou dogmas.
Chico era a delicadeza e a paciência em pessoa, o amor
suave e meigo em ação. Ele dava colo, conforto, nunca
humilhava ou contradizia ninguém, esperava a hora certa
para consertar os equívocos. Chico veio ensinar primeiro
a amar, depois, a verdade, com doçura.
Diante do que aprendi até o momento em que vivemos,
poderia dizer, sem medo de errar, que Chico e Kardec
eram espíritos muito diferentes e, embora suas missões
se completem, atuam em esferas diferentes do
conhecimento humano.
Kardec fora o médium de Deus, o Criador do mundo
físico, material e, sendo uma alma masculina, trouxe a
verdade, pagando um preço moral muito caro. 
Chico foi o médium de Jesus e, sendo uma alma
feminina, representava o amor puro, espiritual. E o amor
tudo sofre, para não ferir ninguém, exemplo vivo da
religião da alma.
Ch ico e o movimento espírita
A verdade integral já foi um espelho imenso que cobriu
todo  o céu. Porém, um dia o espelho caiu e espatifou-se
no solo.
Cada pessoa que encontrou um pequeno pedaço do
espelho e viu nele sua imagem refletida, disse: -
encontrei a verdade!
Mas o fato é que cada pessoa vê somente um fragmento
da verdade, aquela que diz respeito a ele mesmo.
A verdade absoluta, entretanto, só pode ser vista quando
todos os pedaços do espelho estiverem reunidos,
permitindo que todos se vejam.
Eis o significado da fraternidade que é fruto do amor
incondicional.
Esta foi uma das metáforas de Chico Xavier que mais me
impressionaram.
Ele nos contou esta metáfora, quando, certa vez, o
questionamos do por que o movimento espirita se
desmembrar em tantos feudos dirigidos por pessoas 
intolerantes para com os erros alheios, sempre prontas a
criticar  e excluir, sem olhar os próprios erros, e mesmo
assim, destruíam, com falsos sorrisos caridosos  na boca
a reputações daqueles que não se afinavam com seus
métodos de manipulação e  submissão.
Ele nos disse a parábola acima explicando que certos
dirigentes espíritas insistem em afirmar orgulhosamente
que nenhum conhecimento espiritual pode existir além
daquele que eles afirmam como sendo a verdade,
geralmente atribuindo sua sabedoria ao que Kardec
disse, desqualificando quaisquer outros conhecimentos,
os quais eles não dominam e, assim sendo, não tem
interesse em aprender, pois que, aprender mais, os
tiraria de sua zona de conforto, obrigando-os a estudar
mais e assumir mais responsabilidade.
Assim o pouco que sabem, conquistado com o domínio
de um ou outro aspecto da doutrina dos espíritos, serve
de sustentação à sua vaidade e orgulho intelectual, sem
nunca chegar a compreender o seu significado maior e
valorizar uma visão de conjunto.  É o equivalente ao caco
do espelho.
É evidente que ao colocar esta alegoria em evidência,
não foi nosso objetivo enaltecer mais uma vez a
personalidade única e irretocável de Chico Xavier, capaz
de colocar numa simples alegoria toda a complexidade
dos problemas vivenciados pelo movimento espírita no
Brasil.
Nem é nossa intensão, neste pequeno tributo, prestigiar
sua incrível mediunidade, nem enaltecer sua
personalidade impar, algo que tem sido feito de modo
exemplar por quase todos os grandes vultos do
espiritismo brasileiro.
Nosso desejo, que só vemos uma pequena parcela da
verdade trazida por este iluminado mensageiro de Jesus,
é o de tentar encontrar a enorme influência e
transformação que Chico promoveu tanto em nossa vida
pessoal, quanto na sociedade brasileira, com seu
trabalho abnegado, dedicado ao amor ao próximo, que
algumas almas maravilhosas souberam aproveitar como
fonte cristalina de inspiração e trabalho.
Os equívocos  de interpretação.
Poucos podem avaliar com exatidão o esforço, a
dedicação, a renúncia e o sacrifício pessoal desta alma
iluminada para o desempenho de sua missão. E mais,
difícil mesmo é avaliar a extensão e o alcance de sua
obra nas mentes de nossa geração, com vistas às
mudanças em curso no mundo.Poucos sabem que o Chico poderia ter tido uma vida
normal, ter se casado, constituído família e levado uma
vida comum sem outras preocupações, que as deste
mundo.
E, talvez, por ignorar este fato, interpretam
erroneamente suas palavras quando ele dizia que
Emmanuel exigiu dele disciplina, disciplina e
disciplina.
A verdade é que a mensagem de disciplina, disciplina,
disciplina era uma recomendação inevitável para o
trabalho exaustivo e exclusivo que o Chico havia se
comprometido a realizar com a espiritualidade, a fim de
poder renunciar à sedutora vida social, exigindo certo
estoicismo e dedicação ao esforço de representar os
espíritos.
Como o trabalho espiritual demandava muita renúncia,
era necessário um esforço contínuo e disciplinado para
não se deixar trair pelas necessidades humanas, que
fatalmente impediriam o trabalho dos espíritos.
Não podemos esquecer, ao estudarmos as inúmeras
biografias do Chico, o preço incrivelmente alto e o
sacrifício pessoal de renúncia a uma vida normal, exigido
dele até que tivesse conquistado a credibilidade
necessária do público, para as suas obras.
Quantos desafios lhe foram impostos para comprovar o
que dizia ou escrevia, até que suas afirmações surgissem
como verdadeiras, tanto para os temas doutrinários
quanto para as mensagens pessoais.
Impossível imaginar quanto tempo levou para que os
centros espíritas existentes antes de sua obra tomar
vulto acreditassem nos ensinamentos dos espíritos que
trabalharam com o médium.
Por isto, a disciplina rigorosa só faz sentido para quem
tem uma produção definida que exige tempo integral.
Fora disto, é prejudicar a própria vida e a convivência
social e familiar do espírita.
Nem todos vieram com uma missão como a do Chico.
Atualmente os tempos são outros, de transição e
mudanças, pedindo de mente aberta para receber o novo
e flexibilidade, adaptação, iniciativa, criatividade e
inovação, para assimilar a nova era.
O Chico costumava vir a São Paulo com alguma
frequência, mas dedicava-se a atender somente no
Centro Espírita União, do casal Galves.
Poucas pessoas perceberam a humanidade de Chico, o
direito que ele tinha de selecionar o que devia ou não
dizer, ou fazer, e respeitar os seus sentimentos quando
se sentia tocado por ingratidão ou criticas.
A verdade é que muitas pessoas cultas ou de formação
acadêmica, as quais se tornaram espíritas, devido à
clareza científica da obra de Kardec, se sentiram no
direito de criticar a obra dos espíritos através do Chico,
por serem revelações mediúnicas, sem o trato científico
da comprovação, colocando em cheque a credibilidade
do médium.
Foi assim, também, que surgiram associações de
espíritas de várias profissões, filósofos e outros ramos
das ciências acadêmicas, subordinando o espiritismo às
suas finalidades profissionais, buscando a comprovação
das verdades espirituais.
A despeito disto, é importante reconhecer que estas
entidades se beneficiam enormemente dos princípios
espíritas e da revelação espiritual para evoluírem em
suas pesquisas e obterem melhores resultados em suas
atividades.
Afinal, é melhor fazer o bem por interesse do que
não fazer bem nenhum, como disseram os espíritos, no
Livro dos Espíritos.
Só mais tarde, com os avanços científicos, muitas
revelações advindas da obra de André Luiz puderam ser
comprovadas,
Assim também muitas organizações religiosas
aproveitam os conceitos espíritas, com outra conotação,
a fim de promoverem cultos baseados nas premissas
espíritas, levando adeptos do espiritismo para suas
fileiras, apresentando resultados mais imediatos,
sobretudo na desobsessão.
Como estas religiões não falam em reencarnação, o
adepto precisa adotar nova postura frente à vida, a toque
de caixa, mesmo que só exteriormente, tornando-se um
soldado religioso, para tentar a perfeição, numa só
existência, algo muito difícil, se não frustrante.
Deste modo, os adeptos deixam de aceitarem seus
erros como limitações ou débitos de vidas passadas,
pedindo reflexão e mudança interior, com vistas às
próprias futuras escolhas feitas em exercício do livre
arbítrio, podendo errar ou acertar, sem que por isto
sejam condenados ao inferno eterno.
Os adeptos, porém, acham que contribuindo para suas
igrejas, podem comprar o céu.
Mas, como ficará a vida dos intermediários e
pregadores que viveram à custa do evangelho, quando
Deus cobrar deles o dinheiro que Ele não recebeu.
Às vezes, perguntávamos ao Chico, por que o movimento
espírita havia se tornado uma religião, com dirigentes no
lugar padres e o Chico ria e dizia que os espiritas haviam
confundido o que Irmão X havia escrito o livro Brasil,
Coração do Mundo pátria do Evangelho, com Brasil,
Coração do Mundo Patria do Espiritismo. 
Era muita diferença, mas como fazer o movimento
espírita entender  que o espiritismo viera apenas corrigir
os desvios do cristianismo e reviver o evangelho
primitivo, mas, não substitui-lo.
Chico achava que o espiritismo viera preencher uma
lacuna entre as religiões cristãs que haviam se afastado
de Jesus, para reaviva-las e não para competir com elas.
As maiores religiões do mundo já estavam aqui muito
bem representadas e não necessitava mais uma religião,
o que era preciso era levar a doutrina a estas religiões
como esclarecimento para que revisassem seus pontos
de vista equivocados, quanto à reencarnçao, a vida
imortal do espírito, e acordá-las para os tempos
chegados  do cumprimento das promessas de Jesus, mas
que isto em hipotese alguma deveria se tornar motivo de
fé dogmática.
Se o espiritismo crescesse construindo grandes centros
espíritas ele seria mais uma religião a ser combatida
pelas outras religiões e os ensinamentos dos espíritos se
tornariam assunto fechado no âmbito dos centros,
esclusivamente, quando deveriam ser aproveitados por
todas as religiões como algo perdito ou esquecido.
Mais tarde, quando começaram a se divulgar os
manuscritos do Mar Morto e os Tratados de Nag
Hammadi, os cientistas e os teólogos bem intencionados
foram beber nestas fontes, lamentavelmente algo que os
espíritas ainda não se dispuseram a fazer.
Uma verdadeira perda para o trabalho dos espíritos que
contavam com os espíritas para divulga-las ao mundo.  
Di álogos profundos 
com Chico Xavier
Em meados dos anos oitenta do século passado,
surgiram no Brasil vários movimentos ufológicos, alguns
científicos, outros místicos a chamar a atenção dos
espíritas para estas questões.
Lá fomos nós atrás do Chico buscando respostas ou
roteiros.
O Chico nos levava a cidadezinha de Peirópolis onde o
bom amigo Langerton atendia obsidiados em avançado
estado de loucura, através de trabalhos espirituais de
desobsessão e de fitoterapia, com grandes resultados de
cura.
Ali o Chico nos apresentava o vale cheio de vegetação,
em frente ao centro espírita. Ele nos fazia ver a estrada
espiritual que se dirigia dali ao Nosso Lar, por onde
transitavam as naves de socorro em que eram levados os
espíritos obsessores e os espíritos recém-desencarnados,
já preparados para avançar às estações mais altas de
socorro.
Por esta época, nossa querida Heigorina, de
Sacramento, sobrinha de Eurípedes Barsanulfo,
descrevia, por meio de desenhos, a cidade de Nosso Lar,
sob orientação do Chico, como sendo uma grande nave
estacionária sobre a região do Rio de Janeiro, a qual se
ancorava numa região do plano espiritual terrestre
superior.
Nossa imaginação voava em busca de respostas. Então,
o que era chamado de disco voador na realidade poderia
ser uma gigantesca nave de natureza espiritual, ou seja,
de outra dimensão, destinada a receber e socorrer
espíritos em evolução.
Então perguntávamos ao Chico se haveria, também,
outro tipo de nave de natureza material, construída por
seres encarnados em outros planetas, isto é, seres
extraterrestres materializados.
E o Chico respondia que sim, que esta revelação viria
através do trabalho dos ufólogos.
O Projeto Rama
Pronto, estava dado o motivopara ingressarmos nos
estudos ufológicos, foi quando começamos a participar
de congressos e eventos ufológicos, até conhecermos
Charles Paz Wells, conhecido como Charlie, que se
apresentou ao nosso grupo Ramatis em Alphaville.
Nossa admiração por este personagem foi imediata,
pelo seu conhecimento e experiência com fenômenos de
origem extraterrestre.
Começamos nossos estudos nesta área tão fascinante,
não sem antes consultarmos o Chico a fim de saber se
estávamos trilhando um caminho seguro.
O Chico dizia que sim, este era um assunto que faria a
diferença no futuro, quando houvesse contato com
outras civilizações e que aqueles que estivessem
familiarizados com o fenômeno seriam intérpretes destes
seres com os homens, já que a humanidade se
encontraria despreparada.  
Contudo, Chico nos advertiu, dizendo para
aproveitarmos logo destes conhecimentos, pois estes
médiuns são muito atacados por forças contrárias e logo
acabam sendo sacrificados, cessando os esclarecimentos
por falta de receptividade, tais qual acontecera com
Ercílio Maes.
O Chico avisava que os líderes mundiais estavam mais
empenhados em obter poder, do que em se curvar a uma
realidade maior...
Era quando nos perguntávamos ao Chico, quando estes
contatos começariam.
O Chico então nos esclarecia que enquanto houvesse
disputas extremas pelo poder, com possibilidade de uma
guerra de extermínio, chamada de terceira guerra
mundial, estes contatos oficiais não aconteceriam.
Mas que, se a humanidade atravessasse o século vinte,
evitando uma guerra maior, devido à conciliação dos
extremos do capitalismo e do comunismo, então estariam
dadas as condições para o início dos contatos, mas que a
comunicação oficial da humanidade com seres superiores
seriam iniciados por Jesus.
Todos os eventos e casuísticas ufológicas seriam apenas
sinais para manter o assunto em evidência até que o
contato oficial pudesse acontecer num tempo
aproximado de 50 anos, a partir dos anos setenta,
conforme ele mesmo asseverou no Pinga Fogo de julho
de 1972, podendo ser antecipado ou adiado de acordo
com as atitudes humanas frente à lei maior do amor
ensinada pelo Cristo Divino. 
De qualquer modo este evento seria decidido nas
esferas superiores, não tendo o homem o dom de afirmar
quando de fato isto aconteceria.
Nos trabalhos desenvolvidos por Charlie, com mais de
trezentos participantes, tivemos a oportunidade de
comprovar na prática estes ensinos.
Nos acampamentos que fazíamos a prioridade não era
ver naves, ou discos voadores, mas sim perder o medo e
formar opinião favorável ao contato.
Nossos treinamentos consistiam em aprender conceitos
universais, dados por extraterrestres através de
encontros pré-agendados, a fim de aprendermos uma
linguagem mental unificada entre nós terrestres e eles,
extraterrestres, a fim de que quando começassem os
contatos pudéssemos interpretar suas mensagens de
forma inteligente, coerente e lúcida, sem o concurso da
mediunidade.
A parapsicologia estava fora do alcance do grande
público, pois passara a servir aos interesses de
espionagem das nações mais poderosas, afastando-se do
objetivo para a qual fora codificada, e era preciso uma
nova tentativa de criar um contato duradouro com os
seres de fora.
Ao longo de 15 anos frequentamos este grupo, até sua
extinção por volta de 1996, quando a espiritualidade deu
por finalizado o treinamento, aproveitado por apenas
uma pequena parcela dos participantes.
Nesta busca por conhecimento nosso grupo Ramatis, de
Alphaville, se transformou no grupo Rama (depois Amar)
de ufologia, formado por pessoas altamente respeitáveis,
Paulo, Lucia, Vera, Francisco, Sergio, Ricardo, Cila,
François, Jaime, Vanderley e Gessy. Nos encontros deste
grupo o médium e escritor peruano Charles Paz Wells
(autor do livro Um Extraterrestre na Galileia) fazia suas
palestras sobre Jesus.
Foi assim, a primeira vez que ouvi a versão sobre a
vinda de Jesus, por meio de uma nave espacial.
O que descobrimos é que estes avatares encarnam com
uma missão que não deve se estender além do que for
útil e proveitoso para o grupo, podendo ser utilizado em
tempo oportuno pelos seres de fora.
Caso este intento não se realize, devido ao egoísmo
humano, que ao invés de procurar ser útil a uma causa
maior prefere ficar pedindo por segurança e resolução de
problemas pessoais, sem cogitar de ajudar coletivamente
a humanidade, como é o desejo destes seres, eles
abortam o processo de iniciação.
Felizmente, aproveitamos muito aqueles encontros
imediatos de terceiro e quarto grau e o fruto deste
aprendizado resultou no livro de nossa autoria - O
Sentido da Vida.
Muita gente pode se perguntar o que acontece dentro
de uma nave extraterrestre, se o que acontece lá é o
mesmo que ocorre numa nave de origem espiritual, ou
seja, de outra realidade ou universo.
Parece obvia a resposta, de que num mundo espiritual a
preocupação do aprendizado diz respeito à evolução
espiritual, enquanto que no mundo material o foco do
aprendizado é a evolução material, seja ela genética ou
tecnológica, no âmbito planetário.
Todavia, são nas naves espirituais que se traçam os
destinos das encarnações, enquanto que nas naves
materiais se desenvolvem as tecnologias para o
progresso material, e as projeções dos fenômenos
geofísicos, econômicos e políticos, decorrentes das ações
dos homens, para poder adverti-los, ou enviar novos
missionários, para corrigir suas consequências.  Dizia o
Chico que o mundo não pode acabar, mas a civilização,
sim. Porque se o mundo acabar não haverá para onde os
espíritos terrestres irem, mas em havendo o planeta, a
vida pode recomeçar sempre...
Muitas vezes Chico se referia à obra de sua mãe, Maria
João de Deus, a qual narrava a vida em outros mundos
próximos, revelando a leveza e volitação dos habitantes
semimaterializados de Marte, ou a beleza eugênica dos
seres de Vênus, a abundancia da vida superior nos
satélites de Júpiter, sobretudo, Io e Ganímedes, além dos
satélites de Saturno, tendo em vista que estes planetas
gigantes estavam se tornando estrelas de sistemas
solares, onde a vida semelhante à humana só seria
possível nos satélites.
Chico confirmava as narrativas de revista Espírita, que
descreviam a vida nestes planetas avançados, em
dimensões variadas.
Chico nos contara que em uma de suas reencarnações
conviveu com o espírito de Alcíone, da constelação de
Sírios, onde ela desenvolvia projetos relativos à música,
aos quais renunciou para vir à Terra em missão de auxílio
ao seu amado Polux, enaltecendo com forte emoção a
abnegação deste espírito extraterrestre, conforme
narrado em sua psicografia do livro Renúncia, de autoria
de Emmanuel.
Como podem então os espíritas deixarem de incluir nos
estudos da revelação espiritual os eventos já tão
comprovados pela ufologia, cuja ciência está ratificando
aos homens as verdades reveladas pelos espíritos.
Ora, a doutrina espírita é anterior ao movimento
ufológico e é claro que este comprova o que foi dito pelos
espíritos.
Ra matis
No final dos anos noventa conhecemos o médium de
Ramatis, Ercílio Maes, em Curitiba, junto com alguns
amigos do nosso grupo de Ufologia.
Apesar de tetraplégico, ele sorriu para nós e sua
mulher, que lhe fazia leitura labial, nos informou que ele
estava contente porque afinal alguém poderia resgatar a
verdade sobre sua vida.
Ela nos contou que Ercílio, antes do derrame, fora o
único brasileiro a falar na tribuna das Nações Unidas
sobre discos voadores e a vida fora da Terra, sendo muito
aplaudido e homenageado por cientistas do mundo todo.
A verdade é que até a década de sessenta, os livros de
Ramatis eram vendidos em todas as livrarias espíritas,
sem contestação a as líamos com avidez.
O Chico dizia que a obra de Ramatis poderia aproximar
os conceitos ocultos do conhecimento do oriente,
sobretudo da vida espiritual existente no interior de cada
alma, conciliando estas vivencias com o progresso
material proporcionadopela  ciência  aberta do ocidente
Porém, infelizmente, Ercílio Maes que era médico
radiestesista, acabou acometido por um derrame
cerebral ficando tetraplégico.
Alguns dirigentes começaram a dizer que o Ercílio havia
enlouquecido, por inventar uma obra de ficção como se
fosse verdade, chegando a razão, sendo, por isto, punido
pela espiritualidade, perdendo sua mediunidade.
A velha maledicência havia destruído mais um
abnegado missionário.
Na realidade, Ercilio era um simples mensageiro de
verdades ocultas, mas, anematizado sem motivo, pelos
espíritas tornava sua obras sob suspeita, sendo retirados
seus livros das livrarias espiritas.
Mas as trevas, estas sim,  comemoravam o aborto de
mais uma importante revelação, ao fazer os espiritas
repudiarem sua obra...
Que estratégia incrível, tao perigosa quanto vitoriosa, a
de usar os próprios endereçados das mensagens em seus
algozes.
Pouco depois daquele encontro, ele desencarnava.
Quando fomos ao Chico, ele nos lembrava da história do
carvalho e os bichinhos.
Os cupins, quase invisíveis, começaram a ruminar as
raízes de um poderoso carvalho, uma árvore muito
robusta e, ninguém podia imaginar que houvesse força
capaz de derrubá-lo.
Entretanto, os cupins foram minando as bases da
robusta árvore e, após certo tempo, para surpresa de
todos, o carvalho veio abaixo.
Diziam que a árvore crescera demais e caíra sob o
próprio peso.
Assim as fofocas, por inveja e ciúmes, vão minando a
moral e a conduta de grandes trabalhadores, sabotando
seu desempenho, até que o trabalhador acaba
desamparado e, devido à desconfiança de todos,
sucumbe às mentiras, desanima sob o assédio das
trevas, cai e se afasta para o ostracismo e a inutilidade.
No caso de Ercílio, os espíritas se amedrontaram com as
fofocas e mentiras, cada vez mais aumentadas, achando
perigoso estudar a obra de Ramatis, pois que levava à
loucura.
Assim, as obras dele foram tiradas dos centros espíritas,
execradas como obras mistificadoras.
E até hoje, quem se aventura a estudar ou investigar
fenômenos ufológicos como aqueles revelados por
Ramatis, acabam execrados, tendo seus estudos
tomados por adulteração e fascinação.
Contudo, este assunto sempre me fascinara, porque já
tinha avistado algo diferente nos céus.
Nos meus estudos da doutrina, os livros de Camille
Flamarion já havia despertado minha imaginação para
minhas vidas passadas em outros orbes...
A Ufologia
A partir do final da Segunda Guerra Mundial, estavam em
evidência os contatos com naves espaciais, feitos,
sobretudo, por militares americanos, os quais, ao mesmo
tempo, começaram a acobertar estes fatos pelas suas
agências de inteligência, sob o pretexto de que os
contatos causariam pânico na população.
Na verdade, os americanos queriam a tecnologia
extraterrestre somente para eles, a fim de continuarem a
dominar o mundo economicamente. Algo que já começou
a mudar, na atualidade.
Tal fato, na época, gerou descontentamento nos jovens
e muitos deles procuraram fazer contatos por conta
própria, através de vigílias em locais supostamente
propícios aos avistamentos.
Neste período já se cogitava da vinda de Jesus numa
nave espacial.
A perspectiva gerou entre outros motivos o movimento
Hippie, que acabou sendo destruído, pelo investimento
das trevas fomentando o uso de drogas e outros vícios
nos acampamentos, culminando com o evento de
Woodstook.
Mais tarde surgiram escritores bem intencionados,
fazendo pesquisas a respeito do fenômeno OVNI, no
passado da humanidade, como foi o caso de Erick Von
Daniken e, também, o jornalista investigativo espanhol
J.J. Benitez.
Benitez era católico e tinha acesso à biblioteca do
vaticano, onde encontrava embasamento para suas
obras inspiradas por seres de fora.
Mas em seus livro sobre a busca por disco voadores ele
relata seus contatos com seres extraterrestres no Peru,
nos anos 70.
Na década de setenta e oitenta, estavam em grande
evidência os best sellers de J.J. Benitez, sobretudo, a
série Cavalo de Tróia, a qual liamos com avidez, por ser
referência preciosa da participação extraterrestre na
epopeia de Jesus neste mundo.
Entretanto, poucos leitores se interessaram pela leitura
do seu livro mais impactante, - O Ovni de Belém, - onde
Benitez, em outras palavras, dava uma versão parecida
com a que havíamos ouvido do Charles, a respeito da
vinda de Jesus, com base no proto evangelho de Tiago
que lera no vaticano.
Mais tarde, sem que esperássemos o Chico, também, nos
contou tempos depois a respeito da vinda de Jesus ao
mundo, através um evento de características ufológicas,
confirmando as revelações de Charlie e de Benitez.
Sinto, pois, necessidade de explicar o contexto daquele
evento, e o porquê do Chico ter nos contado o que o
espírito revelou sobre a Vinda do Mestre e, também, a
razão pela qual acreditei na versão do espírito
comunicante, embora nem todos os colegas tivessem
percebido a intenção e a ousadia do Chico em nos contar
aquilo.
Evidentemente, não foi por acaso. A revelação tinha um
endereço certo.
Vamos aos fatos:  ao mesmo tempo em que eu
participava do grupo de Dona Yolanda Cesar, nas viagens
ao Chico, também fazia pesquisas ufológicas visando
comprovar a vinda de Jesus por um fenômeno com
características ufológicas, conforme as narrativas do
evangelho, que configuravam a Estrela de Belém como
uma nave inteligente a conduzir “reis do oriente”,
motivando o advento de Jesus, por meio de uma virgem.
Algo estranho, pois que não há notícias do evangelho
de uma gravidez natural de Maria, não há relatos do
parto, os apócrifos falam que a estrela parou no
momento em que Jesus nasceu ou apareceu. Mas como
pode uma estrela parar?
Além disto, quando José foi buscar a parteira, tudo ficou
paralisado, os pássaros parados no ar, os camponeses
imobilizados por uma força estranha, com seus
instrumentos fixos na mesma posição, o arvoredo parado
sem vento algum a balançar seus galhos.
O que teria imobilizado tudo e todos naquele momento
em que a estrela parou?
E, quando José voltou com a parteira, Jesus já estava
andando na Gruta, sendo por isto chamado de menino
Jesus e não o bebê esperado.
A parteira quis saber como fora feito o parto e Maria
disse que fora obra do espírito santo. A parteira duvidou
de Maria e quis colocar a mão nos seus genitais para ter
certeza que não houvera ali um parto. Mas, sua mão
ficou em chamas de luz, paralisada. Como se tivesse
tocado em algo proibido.
Em nosso grupo de estudos sempre acreditávamos que
Jesus não andava sozinho, tendo uma plêiade de
espíritos que conviviam com ele no comando do
Universo, e achávamos que a provável base de trabalho
de Jesus se situava num imensa nave com todos os
meios instrumentais para prever o futuro dos mundos.
Como fazíamos habitualmente, lá íamos nós ao
encontro de Chico, querendo saber mais a respeito dos
apócrifos e, também, da origem dos livros de Benitez, de
Charlie, e se eles tinham algum cunho de verdade.
O Chico, como que lia pensamentos, pois se antecipava
aos temas que trazíamos na mente, dava-nos respostas
conclusivas.
O meu pensamento queria saber se as versões que eu
tinha sobre o advento do Cristo eram verdadeiras.
Sem que eu tivesse dito coisa alguma, nem perguntado
nada, o Chico no respondeu a uma pergunta de uma
senhora que estava lendo a  serie Cavalo de Troia e
queria saber se aquilo era verdade.
Chico então disse que a obra de Benitez tinha um forte
componente mediúnico, pois o autor da narrativa era
alguém de fora, e que este ser era um espírito que havia
acompanhado a vida de Jesus do plano espiritual,
trazendo estes relatos, na atualidade, através da
mediunidade de Benitez.
Porém havia uma componente fictícia na obra, ou seja,
a trama articulada por ele, para dar atualidade e
verossimilhança aos relatos do espírito, mas sem
invalidar o que este dissera a respeito de Jesus.
Naquele dia memorável, eu trazia na minha mente a
necessidade de ouvir do Chicoo que ele pensava a
respeito do modo como Jesus veio ao mundo, pois que o
livro O Evangelho Segundo o Espiritismo se limitava
apenas ao aspecto moral dos ensinos do Mestre, não se
aprofundando na parte histórica ou mesmo pessoal de
Jesus, deixando talvez para mais tarde que as revelações
a este respeito viessem ao mundo.
Co mo Jesus veio ao mundo
Chico então nos contou que este espírito que se
comunicava com Benitez, lhe revelara a ele, Chico,
que Jesus havia chegado ao mundo por meio de
uma nave espacial, que os apóstolos chamaram de
- a Estrela de Belém, - e que os três reis magos, na
realidade, eram os três astronautas da nave que
colocaram Jesus no colo de Maria e que tinha tido
uma gravidez psicológica, como preparação para a
chegada do Messias, desde a comunicação do Anjo
do Senhor até aquele evento.
So que o Chico dizia que Emmanuel não
autorizava a publicação desta história, sem ter
dito a razão.
Como aquela versão vinha ao encontro do que eu já
tinha ouvido, entendi que o Chico lera meus
pensamentos, trazendo a informação que eu precisava
para prosseguir em meus esforços e confirmar ou não
minhas convicções.
Na minha ótica de pesquisador, o Chico jogou um balão
de ensaio para ver a receptividade do assunto por aquele
prisma, junto aos demais colegas.
Como o grupo de jovens, ali presente, ficou chocado
achando que aquele assunto feria a pureza doutrinária,
por tratar a vinda de Jesus por uma visão ufológica, de
fora do movimento espírita, não podia ser verdade e é
provável que o Chico tenha deixado de avançar na
colocação do tema, alegando que Emmanuel não
concordava com a publicação do assunto. 
Infelizmente, o orgulho espiritual ou intelectual dos
espíritas não permite que eles aceitem nenhuma
informação mediúnica que não tenhas sido trazida pelos
grandes vultos do espiritismo, com se não houvesse
mediunidade confiavel fora das escolas espíritas.
Menos eu, que já sabia desta versão da história de
Jesus, por mais de duas fontes diferentes, antes que o
Chico nos contasse o que ouviu.
Fora o fato de que esta versão consta dos próprios
evangelhos canônicos e, mais detalhada, ainda, no Proto
Evangelho de Tiago, encontrado às margens do Mar
Morto, no século passado, autenticado este como sendo
da época do cristianismo nascente, pelo método de
carbono, e muito estudado pelos pesquisadores.
Portanto, são duas as variáveis a serem consideradas
na fala do Chico, ou seja; uma, a história por ele contada
e outra, a sua publicação.
Uma coisa era saber se a história era verdadeira e, em
momento algum, o Chico disse que não era. Outra coisa
era a sua publicação, o que Emmanuel provavelmente
achou prematuro, diante da reação dos presentes.
Eu, porém, acho, não por mero achismo, que o Chico
concordava, sim, com aquela versão, caso contrário nem
teria tocado no assunto, contudo, não podia publicá-la
por não encontrar quem acreditasse, pondo em risco sua
credibilidade, tão duramente conquistada.
Como este não é o nosso caso, hereges que somos, já
que não temos credibilidade alguma, sem mérito e nem
estatura moral para julgar o que deve ou não ser dito,
sob o medo de ser mal compreendido, já que não temos
mais o que defender, além daquilo que supomos seja útil
à reflexão e busca da verdade.
Mesmo assim, esta história ficou na minha memória por
muitos anos, até que eu tivesse a oportunidade de
assistir em São Paulo, uma palestra feita por J.J Benitez,
quando pude conversar com ele, pessoalmente, a este
respeito.
Contei-lhe a história do Chico e ele me informou que o
espírito que se comunicou com o Chico era
provavelmente o mesmo ser extraterrestre que lhe
ajudou a escrever a série Cavalo de Troia, e, também, o
seu livro – o Ovni de Belém, - baseado nos apócrifos da
biblioteca do vaticano, confirmando a versão que o
espírito havia dado ao Chico, o que fiz com a satisfação
de quem encontra ressonância com as mesmas ideias.
Foi com base nestes conhecimentos, que no fundo eu
estava tentando comprovar, que escrevi esta historia no
livro - Jesus, o Mestre visto com outros olhos, mesmo
assim, no condicional, ou seja, como uma tese sem
confirmação e sem citar as fontes destas informações,
para não comprometer a biografia do Chico que não quis
ou não pôde publicar este assunto, naquele momento.
Posteriormente enviei o livro ao escritor Jan Val Ellam,
no Rio Grande do Norte, a quem respeito como o espírito
mais evoluído e o mais importante missionário
atualmente reencarnado na Terra, pois, a meu ver, trata-
se de Allam Kardec reencarnado, o qual endossou de
algum modo o que escrevi, embora a versão que ele tem
deste fato seja mais aprofundada, e mesmo assim, com
generosidade, prefaciou o livro publicado.
Além disto, em inúmeros congressos ufológicos dos
quais participei, inclusive como palestrante, relatei estes
fatos e pude perceber a enorme receptividade e sintonia
do público com esta tese, sendo muito aplaudido.
É claro que, sem o aval daqueles que estiveram
conosco naquela noite memorável com o Chico e que
ouviram estas histórias do Chico, mas as interpretaram
de outro modo e provavelmente não procuraram
investigar o assunto em outras fontes, para não se
exporem fora do movimento espírita, o assunto foi
abortado nomovimento espírita. Lamentável.
Mas tal fato, atenta contra a razão, pois significa uma
reprovação ao método que Kardec nos ensinou.
Tive a concordância de duas fontes diferentes, que não
se conheciam, antes do Chico dar a versão do espírito, e,
depois do Chico, mais duas versões, confirmando a
mesma informação, com pequenas variações, portanto
foram quatro fontes diferentes, distintas de sem
comunicação prévia, que tive a ousadia de investigar,
pesquisar e divulgar, isto, fora o fato de que os
evangelhos tratam o nascimento do Cristo como um
evento misterioso, decorrente da virgindade de Maria.
Não me considero um médium confiável e, por esta
razão, me tornei buscador da verdade, a fim de dar
sustentação e embasamento às ideias novas que acabo
aceitando.
Neste momento é possível descrever o contexto sob o
qual obtive aquelas revelações, pois que alguns espíritas
começaram a expor também o que ouviram através do
Chico, confirmando o que eu disse, embora com
interpretações diferentes da nossa.
Certa ocasião, perguntei ao Chico por que os espíritas
não se atreviam a expor estes temas fascinantes da vida
universal.
E o Chico nos explicou que os espíritos não encontram
médiuns confiáveis para expor estes assuntos, com
coerência, então, estas informações surgem às vezes
contraditórias entre as revelações que chegam.
Mas Kardec não tem culpa alguma pelo que os espíritas
fazem com o conhecimento que receberam dos espíritos,
razão pela qual é preciso diferenciar o conhecimento
doutrinário do movimento que os espíritas fazem com
este conhecimento muitas vezes, limitando ou
interpretando equivocadamente o que os espíritos
disseram.
Como o movimento espírita não é receptivo, nem se
dispõe a discutir e analisar assuntos que não partem dos
grandes vultos de dentro do movimento, repudiando tudo
o que vem de fora, é obvio que o plano espiritual não
pode deixar a humanidade sem estas informações,
fazendo com que elas surjam por fora dos rebanhos
espiritas.
Dizia o Chico que o conhecimento espiritual é vasto e
complexo e cada mensageiro vem com uma parcela da
revelação destinada a determinado público, sintonizado
com aquele conhecimento parcial, mas os interessados
em outros temas não ficam órfãos dos conhecimentos de
que necessitam, apenas, os encontram em fontes
diferentes.
A lagarta e a borboleta
Os movimentos religiosos costumam criar uma zona de
conforto, um refúgio para seus adeptos, como a lagarta
constrói seu casulo, no qual se insula. 
Porem surge o tempo em que a lagarta ganha forças
para romper o casulo e sair dele. Quando, então, percebe
que já tem asas para voar...
Assim, a lagarta vira borboleta não volta mais para o
casulo que se rompeu...A despeito disto, eu ainda passo pelo crivo da minha
razão as coisas que sustento, não por questão de crença,
mas sim porque sei que são verdadeiras, pois que
corroboradas pela minha vivência prática, nos encontros
e estudos a que me dedico, a despeito de não querer
convencer ninguém disto, mas também sem me omitir,
semeando reflexões.
Creio que o tempo, que é o senhor da razão, conta em
meu favor, pois que não tarda a hora de certos
acontecimentos ocorrerem, e tenho pena dos que talvez,
sejam pegos de calças curtas, para usar uma expressão
antiga que identifica a condição das crianças ciumentas,
invejosas e birrentas.
Aliás, a volta de Jesus foi prevista para acontecer do
mesmo modo que a sua chegada a este mundo, apesar
dele não encarnar novamente, conforme explicitada no
apocalipse e confirmada pelos espíritos na revista
espírita, depois da codificação pronta e publicada, como
se verá abaixo. Fato este que nem mesmo constando da
Revista Espirita, é aceito e estudado pelos espíritas. 
Creio que já é tempo de sabermos que a verdade
libertadora não está circunscrita aos centros espíritas,
mais preocupados em fazer proselitismo numérico do
que avançar no conhecimento do futuro que nos
aguarda.
O fato é que, ao final deste ciclo de aprendizado
espírita, quando a doutrina dos espíritos já é quase senso
comum, o que resta acontecer é aquilo que os espíritos
disseram na Revista Espírita - a volta do Cristo a este
mundo - assim que houvesse uma massa crítica de
pessoas a buscar seu encontro com o Mestre do amor,
conciliando ciência e religião.
A verdade é que depois de tantos fracassos dos
homens, só mesmo o Mestre para reatar a ligação do
homem com o alto e com Deus nosso Pai.
Portanto, falha o movimento espírita em não anunciar a
volta do Mestre, pois este é o evento que falta acontecer,
para coroar o esforço da revelação feita pelo Espírito da
Verdade através da doutrina espírita.
Vejam o que disseram os espíritos na Revista Espírita de
Allan Kardec: a volta do Cristo, como um evento novo e
diferente da revelação espiritual, com características
ufológicas, onde o autor do apocalipse renova e confirma
suas predições sobre a volta do Cristo ao mundo
terrestre.
Alias, confirmando o que dizia Kardec no capítulo
dezessete da sua obra, A Gênese, que identifica dois
eventos diferentes: o advento do espiritismo como o
consolador prometido, que viria esclarecer e preparar a
humanidade para a volta de Jesus, como outro evento,
ainda por acontecer.
Só que os espíritas já se acomodaram no seu status quo
e ninguém quer aprender mais nada, pois acham que já
sabem tudo...
Na realidade a revelação espiritual veio anunciar a
chegada dos tempos, de exame das virtudes adquiridas
ao longo dos últimos milênios, ao fim do qual o Cristo
estará de volta, para julgar os aprendizes.
No capitulo XVII, do seu livro a Genese, Kardec distingue
claramente que o advento do espiritismo éra um evento
de preparação para o grande evento que seria a volta de
Jesus, sendo, portanto, dois eventos diferentes e distintos
um do outro, como também confirmaram os espíritos na
Revista Espirita, através das mensagens abaixo. Ao
estudo, pois.
AV ISOS SOBRE A VINDA DO CONSOLADOR
OS MORTOS SAIRÃODE SEUS TÚMULOS
11.- Povos, escutai!... Uma grande voz se faz
ouvir de um canto ao outro dos mundos; é a do
precursor anunciando a vinda do Espírito de
Verdade que vem endireitar os caminhos
tortuosos onde o Espírito humano se desvia em
falsos sofismas. É a trombeta do anjo vindo
despertar os mortos para que saiam de seus
túmulos.
Frequentemente, tendes lido a revelação de João, (o
apocalipse) e vos perguntastes: Mas o que quer
dizer? Como, pois, se cumprirão essas coisas
surpreendentes? E vossa razão confundida, se enfia
numa tenebrosa complicação de onde não pode sair,
porque queríeis tomar ao pé da letra o que estava
dado num estilo figurado.
Agora que o tempo chegou, em que uma parte
dessas predições vai se cumprir, aprendeis,
pouco a pouco, a ler nesse livro onde o
discípulo bem-amado consignou as coisas que
lhe havia sido dado ver.
No entanto, as más traduções e as falsas
interpretações vos embaraçarão ainda um pouco,
mas, com trabalho perseverante, chegareis a
compreender o que, até o presente, havia sido para
vós letra fechada.
Compreendei somente que, se Deus permite
que os selos sejam levantados mais cedo para
alguns, não é porque esse conhecimento
permanece estéril em suas mãos, mas porque,
pioneiros infatigáveis, eles desmoitam as
terras incultas; é a fim de que fecundem, com o
doce orvalho da caridade, os corações
ressecados pelo orgulho e impedidos, pelos
embaraços humanos, onde a boa semente da
palavra de vida não pôde ainda germinar.
Ai! Quantos olham a vida humana como devendo
ser uma festa perpétua onde as distrações e os
prazeres se sucedem sem interrupção! Eles inventam
mil nadas para encantar seus lazeres; cultivam seu
espírito, porque é uma das facetas brilhantes
servindo para fazer ressaltar sua personalidade: são
semelhantes a essas bolhas efêmeras refletindo as
cores do prisma e balançando no espaço: elas
atraem por um tempo os olhares, depois vós as
buscareis... desapareceram sem deixar traços. Do
mesmo modo essas almas mundanas brilharam com
um brilho emprestado, durante sua curta passagem
terrestre, e nelas nada ficou de útil, nem para os
seus semelhantes, nem para si mesmas.
Vós que conheceis o preço do tempo, vós a
quem as leis da eterna sabedoria são pouco a
pouco reveladas, sede nas mãos do Todo-
Poderoso, instrumentos dóceis servindo para
levar a luz e a fecundidade a essas almas das
quais foi dito: “Elas têm olhos e não veem,
ouvidos que não ouvem,” porque estando
desviadas do facho da verdade, e tendo escutado a
voz das paixões, sua luz não é senão trevas no meio
das quais o Espírito não pode reconhecer a rota que
o faz gravitar para Deus.
O Espiritismo é esta voz poderosa que já ressoa até
as extremidades da Terra; todos a ouvirão. Felizes
aqueles que, não tapando voluntariamente os
ouvidos, sairão de seu egoísmo, como o fariam os
mortos de seus sepulcros, e cumprirão doravante
os atos da verdadeira vida, a do Espírito se
libertando dos entraves da matéria, como fez
Lázaro com sua mortalha à voz do Salvador.
O Espiritismo marca a hora solene do despertar das
inteligências, tendo usado seu livre-arbítrio para
retardar nas veredas lamacentas, cujos miasmas
deletérios infectaram a alma com veneno lento que
lhe dá as aparências da morte. O Pai celeste tem
piedade desses filhos pródigos, caídos tão baixo que
nem pensam mesmo na morada paterna, e é para
eles que permite essas manifestações brilhantes
destinadas a convencer que, mais além desse mundo
de formas perecíveis, a alma conserva a lembrança,
o poder e a imortalidade.
Possam esses pobres escravos da matéria sacudir o
torpor que lhes impediu de ver e compreender até
hoje; possam estudar com sinceridade, a fim de que
a luz divina, penetrando-lhes a alma, dela expulse a
dúvida e a incredulidade.
(JOÃO O EVANGELISTA; Paris, 1866.)
Para quem não nos conhece, colocamos este
texto de João evangelista, pela simples razão de
que acreditarmos que o Chico Xavier, foi, em
verdade, a reencarnação dele, João evangelista. E
não por acaso, Chico também participara da
revelação espírita do século dezenove, como autor
espiritual.
A VOLTA DE JESUS, UM EVENTO DIFERENTE DO
ADVENTO DO  ESPIRITISMO.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS, OS MESSIAS DO ESPIRITISMO
Revista Espírita, Fevereiro de 1868
O JULGAMENTO FINAL
12. - Jesus virá sobre as nuvens para julgar os
vivos e os mortos. Sim, Deus o enviará, como o
envia todos os dias, para dar essa justiça soberana
nas planícies imensas do éter. Ah! Quando São Tiago
foi precipitado do alto da torre do templo de
Jerusalém, pelos pontífices e pelos fariseus, por ter
anunciado ao povo reunido essa verdade ensinada
pelo Cristo e seus apóstolos, lembrai-vos que, a essa
palavra do justo,a multidão se prosterna
exclamando: Glória a Jesus, filho de Deus, no mais
alto dos Céus! Ele virá sobre as nuvens em
terrível reunião plenária: não é para vos dizer,
ó Espíritas, que ele venha perpetuamente
receber as almas daqueles que entram na
erraticidade? Passai à minha direita, diz às
suas ovelhas o pastor, vós que bem agistes
segundo as vistas de meu Pai, passai à minha
direita e subi até ele; quanto a vós que vos
deixastes dominar pelas paixões da Terra,
passai à minha esquerda, estais condenados.
Sim, estais condenados a recomeçar o caminho
percorrido, numa nova existência terrestre, até que
estejais saciados de matérias e de iniquidades, e
que, enfim, tenhais expulsado o impuro que vos
domina. Sim, estais condenados; ide e retornai, pois,
ao inferno da vida humana, enquanto que vossos
irmãos da mão direita vão se lançar para as esferas
superiores, de onde as paixões da Terra estão
excluídas, até o dia em que entrarão no reino de meu
Pai para uma maior purificação.
                Sim, Jesus virá julgar os vivos e os
mortos; os vivos: os justos, os de sua direita;
os mortos: os impuros, os de sua esquerda; e
quando as asas empurrarem os justos, a
matéria se apoderará ainda dos impuros; e
isto, até que estes saiam vencedores dos
combates contra a impureza, e se despojem,
enfim, para sempre, de suas crisálidas
humanas.
Ó Espíritas! Vedes que vossa doutrina é a única
que consola, a única que dá a esperança, e não
condenando a uma condenação eterna os infelizes
que se comportaram mal durante alguns minutos da
eternidade; a única, enfim, que prediz o fim
verdadeiro da Terra pela elevação gradual dos
Espíritos.
              Progredi, pois, despojando o velho
homem, para entrar na região dos Espíritos
amados por Deus.
(ER
ASTO,Paris,1861.)  
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS. OS MESSIAS DO ESPIRITISMO
Revista Espírita, Fevereiro de 1868
Caros amigos, não é mais nenhum doido repetindo
estas coisas, foram os próprios autores espirituais da
codificação que o disseram. Como negar?
Na realidade, o Espírito da Verdade lidera o conjunto de
espíritos que trouxeram a revelação espírita, para
restabelecer a verdade do que Jesus havia dito, mas fora
deturpada.
Porém, não menos importante é o fato Dele, além disto,
anunciar a chegada dos tempos ao fim dos quais, o
Cristo estaria de volta.
Portanto, não confere com a realidade a afirmação de
muitos espíritas de que o espiritismo corresponde à volta
Cristo, nada havendo mais para ser revelado.
Parodiando João Evangelista, ou seja, o Chico
reencarnado, hoje, poderíamos dizer o mesmo... Jesus
virá por sobre as nuvens, do mesmo modo como veio no
seu advento.
Naquele tempo precisou encarnar para semear, ao vivo,
nos corações humanos as sementes do amor, as quais
iriam minando, com o tempo, o ódio e a maldade. Só
que, agora, não mais encarnará, pois que o tempo de
semeadura acabou, é hora da colheita...
Até porque, se Jesus encarnasse hoje novamente no
mundo, falando as mesmas coisas que disse há dois mil
anos, nós o crucificaríamos de novo, de tanto que Ele ia
ferir a pureza doutrinaria que inventamos.
Nesta ocasião o Chico nos fazia lembrar mais histórias,
como a do fiel cristão.
O cristão fiel
Certo cristão espírita, afeito a boas amizades e trabalho
constante, apesar disto, tinha lá seus vícios, no trato com
as mulheres.
Quando desencarnou, foi parar nas trevas, a despeito
do seu alto conhecimento espiritual, e ali se viu
humilhado como charlatão, merecendo ser julgado num
tribunal religioso das trevas, que o condenou a viver com
os espíritos viciados. Ah os religiosos.
Lá ficou ele por muitos anos, vagando nos infernos das
almas penadas. Até que um dia, cansado de ver tanto
sofrimento, ele que era afeito ao trabalho, ajoelhou-se e
rogou aos céus para que saísse dali e pudesse
novamente trabalhar em algo útil à sociedade.
Foi então que uma alma feminina de alta espiritualidade
desceu até a furna em que ele se encontrava e
perguntou-lhe o que queria.
E ele disse que queria merecer trabalhar, evoluir, subir
espiritualmente e, quem sabe, merecer também o céu.
O anjo, então retrucou: se você quer realmente ir para o
céu, aja no inferno como se estivesse no céu e o céu te
ajudará.
Foi assim que o aprendiz colocou-se em serviço ali
mesmo nas trevas em que se encontrava. Quando via
dois espíritos brigando, tentava apartá-los com palavras
de conciliação. Quando via um demônio menor com a
cauda machucada, punha-se a fazer-lhe curativos,
quando via um demônio maior com o tridente gasto,
punha-se a consertar o seu tridente.
E assim foi até que suas boas ações chegaram ao
conhecimento do dono daquele lugar, um demônio maior.
Chamado a depor, o cristão disse que não sabia fazer
outra coisa, só sabia ajudar os outros.
O demônio enigmático, então, disse-lhe que o inferno
não se prestava para aquilo, que ele estava perturbando
as leis daquele lugar e que por isto ele seria expulso dali.
E dessa forma ele pode sair dos infernos, EXPULSO.
Bem aventurada expulsão.
Assim, muitos de nós haveremos de sair das instituições
humanas, expulsos, ou, por serem os dirigentes,
supostamente caridosos, por misericórdia seremos
apenas “excomungados”, até que nos
arrependamos de falar bobagens, mostrando que
as mesmas e velhas práticas de submissão
religiosas continuam em evidencia.
Porém o Chico ria, dizendo que tem gente que quer ir
para o céu, mas vive fazendo o que o diabo gosta.
Vai demorar muito.
Dito isto, o Chico se pôs a atender a fila enorme de
pessoas, trabalho que ia se estender até alta madrugada.
Lá pelas tantas, um amigo nosso perguntou-lhe - Chico,
até que horas você vai atender as pessoas?
Ao que o Chico respondeu – ah, meu filho, enquanto
houver serviço, vamos trabalhar.
Mas Chico - retrucou o amigo, você não vê que estão
usando você, isto é um abuso.
E o Chico, alta madrugada, estando mais disposto que
nunca disse: - É melhor ser usado, do que ser
descartado... e continuou o atendimento.
A vida no céu
Outra ocasião veio à baila o assunto da alfandega do
plano espiritual. Perguntamos ao Chico se era verdade
que todos tínhamos uma ficha no plano espiritual de
onde viemos. E ele disse que sim. 
Os processos que se abrem quando nascemos neste
mundo e as ocorrências que se anotam nos órgãos de
controle da população, existentes aqui, são naturalmente
cópias imperfeitas dos mesmos sistemas de controle
populacional das regiões superiores. Não poderia ser de
outra forma.
Ele dizia que nossa volta para o plano espiritual não era
um processo automático, havia uma espécie de
alfandega a nos avaliar as condições de passagem, ou
seja; se nosso visto de entrada estaria aprovado.
Então ele passou a narrar uma daquelas histórias que já
estão contadas em algum dos seus livros.
O que você fez?
Disse Ele, que um senhor espírita, muito rico, mesmo
sendo trabalhador, honesto, responsável, sem dívidas
com a família nem com credores, acabou desencarnando,
na expectativa de entrar no céu.
Ao desencarnar, se viu diante do plano maior numa fila
de triagem para definir quem podia entrar nas esferas
superiores.
A fila andava rapidamente e ele começou a prestar
atenção nas perguntas que o anjo encarregado da
triagem fazia.
Muitas pessoas na sua frente relatavam o mesmo que
ele pretendia relatar. Era um homem honesto,
trabalhador, etc.etc.
Mas ele percebeu que o anjo dizia que isto era mera
obrigação, ou seja, responsabilidade previamente
assumida para sanar velhas dívidas e não passaporte
para o alto.
Quando chegou a sua vez, o anjo lhe faz uma única
pergunta.
- o que você fez de bom para o seu semelhante, na sua
última encarnação na Terra, sem obrigação e sem
receber recompensa alguma?
Era uma pergunta simples, mas fatal. Ele não se
lembrava de nada que tivesse feito sem uma razão ou
interesse. Gaguejou e não disse nada.
O anjo então consultou sua ficha e respondeu a ele que
havia uma prece em seu favor, que poderia definirseu
destino futuro.
E o encaminhou para a sala das preces.
Lá ele viu um monte de estrelinhas brilhando, cada uma
contendo um nome. Ele procurou e achou uma com o seu
nome. Ao segurar a estrela ele viu que ela vinha por
meio de um facho de luz originário da Terra.
Olhou para baixo e viu o favelado a quem ele
costumava dar restos de comida e algum dinheiro para
se ver livre dele na sua porta.
Aquilo fazia muita diferença na vida do pobre homem,
que não cansava de agradecer a caridade recebida.
Foi então que o cristão, estupefato, se sentiu atraído
para o local de onde saia aquela prece de gratidão e
perdeu os sentidos espirituais.
Depois de certo tempo ele renascia na carne, como filho
daquele favelado, que o recebia com gratidão e amor.
O   céu.
Outro renomado trabalhador espirita, que fazia tudo
corretamente, porem achava as tarefas espirituais
tediosas e comsativas, as fazia apenas por obrigação,
acreditando que depois da morte poderia descansar para
sempre de tantos aborrecimentos causados por pessoas
que procuravam socorro em sua pessoa.
passou o tempo e o espirita morreu e ficou esperando
sua destinação no céu onde poderia descansar para
sempre.
logo percebeu que fora acolhido num lugar de doce far
niente, sem responsabilidade alguma nem nada para
fazer.
de tanto se entediar daquela vida, um dia pos se a rezar,
pedindo se possivel ir para um lugar onde houvesse o
que  fazer, nem que fosse o inferno.
um emtrevistador se apresentou e lhe perguntou por que
ele queria sair dali, e ele falou que queria asir do ceu e ir
para um lugar onde pudesse ser util
o emtrevistador caiu na gargalhada, perguntando ao
espirita; - escuta, meu caro, sem responsabilidade, sem
trabalho útil, so gozando a eternidade, onde voce pensa
que está? Voce já está no inferno.
Chico e as religiões do passado
É curioso lembrar que na condição de expositores
espíritas, vez ou outra, deparávamo-nos com questões
trazidas pelos alunos, sobretudo, aquelas atinentes ao
Velho Testamento.
Os alunos nos perguntavam por que todas as religiões
do passado tinham um Deus com um nome para venerar
e servir, enquanto que o espiritismo só tinha um ser
abstrato, referido por Kardec como sendo a Inteligência
Suprema.
Certa feita, perguntamos ao Chico, por que os espíritos
não falavam mais claramente sobre o Deus criador. O
Chico dizia que o Velho Testamento era a história de um
povo especial, que venerava um Deus particular, cujos
ascendentes estavam fora da Terra, mas que esta
história um dia seria revelada à humanidade em
detalhes, não sendo objeto da sua missão, avançar
nestas questões, naquele tempo, nos idos da década de
oitenta e noventa do século vinte.
Que tivéssemos paciência, pois tais notícias só
chegariam quando a humanidade começasse a ter
contatos extraterrestes, a partir do século vinte e um,
caso a humanidade não se exterminasse numa guerra
atômica, durante o século vinte.
O Chico se esquivava destes assuntos e dizia que só
falava aquilo que os espíritos autorizavam.
O pato que dançava
Ele dizia ser como o pato do mágico do circo. Mas, como
era o pato do magico do circo? Nós perguntávamos a ele.
Chico dizia que existem, em alguns circos, o pato que
obedece ao mágico, quando este o manda dançar.
O mágico assume o palco com o pato andando pelo
chão e pergunta se o público quer ver o pato dançar.
Como todos dizem sim, o mágico coloca o pato sobre
uma mesa e este começa a dançar, uma pata de cada
vez sobre a mesa.
O Chico então ria e dizia que embaixo da mesa do
mágico havia um fogareiro que aquecia a chapa da mesa
e o pato ficava pulando, uma pata de cada vez, para não
se queimar.
E o Chico dizia que ele era assim como o pato do circo,
só fazia o que e quando os espíritos mandavam, para não
se queimar.
Ainda não era chegado o tempo de confrontar religiões
tão longamente estabelecidas. Mas hoje os tempos são
outros... e, os espíritos podem estar se utilizando de
outros médiuns, para falar sobre estes assuntos de
Teologia.
A história do perú
Certa ocasião, eu estava assistindo um congresso de
reengenharia e inovação de empresas e um dos
palestrantes contou uma história hoje muito conhecida,
da receita de peru. 
Dizia o orador que uma jovem recém-casada quis
impressionar seu marido com um prato especial e
acabou fazendo uma receita de peru, a qual sua mãe
havia lhe ensinado e todos que comiam gostavam.
O jovem marido achou o prato delicioso, elogiou, mas
logo perguntou por que sendo o peru uma ave tão
grande, ela só aproveitava uma pequena parte dele,
naquela receita.
A jovem informou que isto era devido ao corte do peru,
que devia retirar todo o pescoço até o peito e toda a
parte traseira até as patas, reservando-se o peito
recheado.
Contudo registrou a pergunta e quando esteve na casa
de sua mãe perguntou a ela: por que o peru tinha de ser
cortado daquele jeito, com tanto desperdício?
A mãe não soube responder, dizendo que tinha
aprendido a receita com sua avó, que morava numa
fazenda.
Até que surgiu a ocasião de visitar a avó da jovem,
junto com sua mãe.
Então, chegando ao sítio elas perguntaram à avó o
porquê do peru ter aquele corte. 
Ai, a avó levou as duas para sua cozinha de fazenda e
mostrou-lhes o seu fogão a lenha, dizendo, já viram o
tamanho do meu forno, só cabe parte do peru.
Assim também, muitas revelações não cabem nas
cabeças pequenas de certas pessoas.
Fiquei com aquilo na cabeça, associando esta lição ao
que o Chico havia dito sobre o pato no circo.
Como poderia o plano espiritual revelar aos homens
algo maior do que suas mentes pequenas e preguiçosas
eram capazes de assimilar?
Ai eu comecei a entender porque certas histórias só
eram contadas para um reduzido número de pessoas.
E foi com um reduzindo numero de pessoas que retomei
o meu aprendizado, tentendo abrir minha mente, para
novas indagações e conhecimentos, razão pela qual,
passei a estudar as revelações de vanguarda trazidas por
J.V.Ellam, me dando conta de que nada sei, precisando
estudar muito para compreender o milagre da vida e o
imenso trabalho futuro que nos aguarda.
O motorista do ônibus
Nosso grupo, em geral, era constituído de expositores
espíritas e, como tal, nos achávamos o máximo de
sabedoria, pois privávamos com Chico Xavier, motivo de
orgulho, nos arvorávamos em donos de verdades que
outros desconheciam.
Certa vez quizemos saber o que o Chico pensava a
nosso respeito, como éramos vistos pela espiritualidade,
se estávamos sendo aprovados pelo nosso trabalho.
Dizíamos ao Chico que éramos pessoas fracas, falíveis,
cheias de pecados devido à vida comum deste mundo e
não merecíamos o privilégio de falar sobre o evangelho.
No fundo, colocávamos o Chico num dilema, ou ele
confirmava que não valíamos nada, desestimulando-nos
de trabalhar, ou, nos exaltava, com elogios, enchendo-
nos de orgulho.
O Chico não disse nada, pôs se a conversar outro
assunto, como sempre fazia.
Mais tarde, pediu para uma das senhoras presentes que
contasse a história do motorista do ônibus, que ele já
havia contado para ela.
Ela disse-nos então que havia no Rio de Janeiro um
motorista de ônibus que guiava como um louco,
deixando todos os passageiros alucinados, agarrados aos
bancos e barras de segurança.
Aquele ônibus fazia um percurso entre a zona norte e a
zona sul do Rio e, neste trajeto, naquele horário, havia
um passageiro constante que era um expositor espírita e,
alheio ao que se passava concentrado, estudava dentro
do ônibus os temas de palestra que iria fazer no centro.
Assim seguia a rotina dos dois: o expositor preparando
aulas e o motorista invadindo faixas e faróis, a toda
velocidade.
Até que o tempo passou e morreram ambos. O
expositor espírita, consciente da sua nova realidade,
apareceu na porta do céu, e um anjo pediu-lhe para se
identificar.
O espírita descortinou suas virtudes de orador e
conhecimento doutrinário, capaz de empolgar grande
público com suas palestras.
O anjopegou sua ficha e a analisou, dizendo que o
cavalheiro não podia entrar no céu, pois, faltavam-lhe
requisitos.
O espírita, na base do “você sabe com quem esta
falando”... Vociferou seus atributos.
O anjo o corrigiu, dizendo que sabia quem ele era e que
havia feito centenas de palestras, dado inúmeras aulas
de doutrina espírita, mas faltava-lhe a prática.
Enquanto discutiam, o espírita olhou para dentro do
céu, viu lá o motorista do ônibus e ficou indignado.
Ah! Agora entendi, aqui não é o céu, não pode ser se
não aquele maluco, miserável, não poderia estar ai
dentro. Ele só podia estar no inferno. Então, ele estava às
portas do inferno.
Ao que o anjo retrucou. Você está enganado, aqui é o
céu, sim.
Mas como, dizia o expositor, explicar esta inversão, se
ele que tudo sabia não podia entrar enquanto um
ignorante estava lá dentro?
Ao que o anjo constrangido replicou: - é que enquanto
você falava, o povo que o ouvia, divagava ou dormia.
Suas historias cansavam o público.
Mas o motorista,  enquanto  ele guiava, o povo
rezava...  
E o céu fica mais perto para quem reza.
O extraterrestre
Contou-nos o Chico que certa vez veio a Terra um
extraterrestre, para fazer uma pesquisa e consequente
relatório das condições de vida na Terra.
O ser desceu em uma grande cidade e ficou observando
o comportamento dos homens;
No trabalho, via disputas de toda ordem, ódio
silencioso, inveja, ciúmes, atitudes contra os chefes, só
para prejudicar concorrentes. E por ai...
Pensou que nos lares as coisas eram diferentes e
passou a observar as atitudes domésticas. Discussões
por motivos banais, relacionamentos ásperos, rancores e
mágoas ocultas, motivações escusas para acumular
vantagens sobre o parceiro. E por ai...
O ser ia relatando tudo.
Passou pelos templos religiosos e só via atitudes
egoístas, hipócritas, num petitório desarrazoado de tudo
que nem precisavam. Coisas que podiam ser obtidas com
esforço e trabalho eram exigidas do alto, como
privilégios não merecidos.
E assim, o ser ia se decepcionando com a evolução
terrestre, em tudo o que via nos homens.
Já estava quase completando seu relatório quando
passou pela zona rural e ficou observando os animais. O
gado pastando pacificamente, cada animal respeitando o
espaço do outro, espécies diversas vivendo em
harmonia, e viu até vacas indo para o matadouro sem
lamentações nem revolta.
O ser perplexo, com o que via, anotou tudo e partiu
para seu mundo superior.
Em viagem, concluiu o relatório com a seguinte
observação;
A terra é um planeta muito estranho. Por uma
inacreditável inversão nas leis evolutivas, os seres
mais adiantados do ponto de vista do amor e da
paz, ainda andam de quatro, enquanto os bípedes,
que deveriam ser as espécies mais avançadas
ainda se digladiam como animais selvagens...
Os dois romanos
Muitas vezes o Chico nos dizia para sermos sempre
otimistas e acreditarmos na vitória final do bem, por mais
que ela demorasse.
E para demonstrar porque, ele nos contou a história de
dois senadores romanos, muito amigos, que moravam
perto um do outro e costumavam passear juntos para
conversar, na famosa via Ápia, que na época de Roma
era uma avenida aristocrática cheia de mansões onde
moravam muitos nobres da cidade, arborizada por
enormes macieiras das quais pendiam grandes maçãs,
de quase meio quilo cada uma...
Viviam no primeiro século da era cristã, um destes
senadores era cristão e o outro politeísta, que acreditava
na intervenção dos deuses.
Dizia o cristão que Jesus havia mudado o mundo para
sempre, os homens não seriam mais os mesmos após
conhecerem o Mestre.
O outro dizia que o mundo estava muito pior, que a vida
se tornara um fardo insuportável, que a corrupção era
abusiva e contaminara todo o império.
O outro retrucava. Mas é por que a elite não quer saber
do cristianismo, quando conhecerem o imenso poder
regenerador do evangelho, as instituições mudarão.
O outro dizia – mas veja você a que ponto a degradação
chegou, a família romana não é mais o que era. Veja meu
caso, minha mulher se corrompeu, vive me traindo,
minha filha se prostituiu, e meu filho só pensa nos
prazeres da vida carnal. Ninguém quer mais saber das
virtudes pregadas pelos deuses, nem das obrigações
familiares. A riqueza de Roma nos destruiu.
O outro, desolado, pedia para confiar na força do amor
incondicional, na possibilidade de regeneração do ser
humano.
Nisto, enquanto caminhavam, caiu uma enorme maçã
que se despedaçou aos pés deles.
O não cristão ponderou ao amigo.
- Veja só, o mundo está como maçã podre que
está no chão. Você acha que uma maça podre pode
se recuperar?
O cristão observou atenciosamente a maçã
estourada no chão e ponderou com carinho, ao
amigo.
- Sim, meu amigo, eu acredito que sim. Vamos
retirar desta maça suas sementes úteis e plantá-
las logo adiante em terra boa. E logo teremos
novas macieiras a nos dar belas e suculentas
maçãs...
Ou seja, somente a educação das novas gerações com
as sementes do amor, será possível uma nova
civilização...
A questão das senhas.
Creio que não somente eu, mas muitos daqueles
que privaram com a intimidade do Chico por tanto
tempo, gostariam de continuar a receber mensagens
de Chico, ainda que por outros médiuns.
O Chico deixara claro que muitos temas ainda eram
difíceis de serem aceitos no tempo de sua própria
vida e que ele iria desencarnar sem poder informar
algo mais sofre o futuro do Brasil e do mundo.
Ele ficaria devendo, ao grande público,
ensinamentos que ficaram nas mentes de um grupo
restrito de pessoas.
Muitos destes nossos amigos que tomaram
conhecimento destes assuntos mais profundos nunca
se dispuseram a comentar publicamente o que
sabiam, talvez, com receio de serem mal
interpretado pelo meio espirita do qual faziam parte,
podendo ser confundidos com mistificadores, já que
o Chico não falava publicamente de certos temas,
sobretudo sobre a vida fora da Terra.
Sem ter credibilidade alguma a defender e nem
sendo pessoa relevante do movimento espírita,
preferimos correr o risco  e publicar a revelia de
alguns amigos, os conhecimentos adiantados pelo
Chico, como fizemos no livro de nossa autoria, Jesus,
o Mestre, Visto com outros Olhos,  e ora aqui
deixamos também alguns destes conceitos do legado
do Chico.
Entretanto, queríamos e esperávamos que o Chico
se comunicasse conosco e com outros médiuns a fim
de balizar os caminhos que o movimento espirita
poderia trilhar.
Para nossa surpresa e estupefação, surgiu a questão
das senhas. Nenhuma mensagem do Chico, vinda
após seu desencarne, poderia ser considerada
verdadeira sem o aval do seu filho espiritual
Euripedes e de mais dois cuidadores do Chico.
A nossa frustração diante deste impasse foi muito
grande. Que senhas seriam estas? E se o Euripedes
desencarnar sem contar a senhma a ningue, quem
poderá autenticar uma pretensa mensagem do
Chico?
O Chico na sua candura, não conseguia dizer não, a
ninguém e de certo modo nas condições que estava
quase desencarnado, talvez não tivesse atinado com
o custo que a proposta das senhas lhe causariam no
plano espiritual.
Pensando assim, somos de opinião que houve
algum agente das trevas interferindo no processo
das revelações que Chico ficara  devendo ao público,
as quais poderiam vir após o seu desencarne, pois
que o público estaria receptivo, caso não houvesse
tal sanção.
Felizmente, embora eu não seja um médium
confiável, após mais de quarenta anos de vivencia no
meio espírita, confio que o Chico continue a nos
inspirar, não somente a mim, mas a tantos quantos
estejam ligados ao seu coração, para prosseguirem
na busca da verdade maior que ainda nos falta,
através da inspiração que seu espírito bom e
amoroso nos proporciona, não nos deixando órfãos
da sua orientação.
Às favas com as senhas. Não pode ser verdade. 
Continuamos juntos, com senhas ou sem elas.
O espirito iluminado de Chico Xavier não pode ficar
refém de um ataque das trevas que visamafastar
seu espírito do movimento amoroso que Ele ajudou a
criar, deixando que mentes espertas e endurecidas
pelo orgulho tomem conta da sua obra,
submentendo mentes e corações aflitos, a um
controle absurdo das revelações espirituais de que a
humanidade necessita, para poder progredir.
Graças aos mentores maiores, penso que se o
movimento espírita não acordar para seguir mais
adiante, as novas revelações chegarão, como tem
chegado, a revelia dos espíritas, por outro
mensageiro do Mestre. Talvez o mais ousado, o
próprio Kardec reencarnado.
Ag radecimentos.
Agradeçemos a todos que nos brindaram com sua
tolerância e paciência, na leitura destes informes, às
vezes cômicos, as vezes irreverentes, que conseguimos
passar para o papel,  como um tributo de amor e
reconhecimento ao nosso querido Chico Xavier, por tudo
o que ele fez por todos nós.
E aqui terminamos nossas opiniões pessoais sobre o
querido amigo e mestre Chico Xavier, tentando recordar
que estamos no mundo a serviço do Cristo, na condição
de semeadores de luz e vida espiritual, e como tal, o
evangelho praticado constitui as melhores sementes de
amor que estamos plantando para as futuras gerações
colherem...
Há ainda muitas lições que o Chico deixou, mas nem
que se escrevam todos os livros do mundo a seu respeito
será possível dizê-las todas.
Na verdade Chico preparou nosso espírito para receber
ainda mais revelações, ou seja, aquelas que estão
chegando, a respeito das quais não podemos nos omitir
embora tendo de pagar alto preço, exigidos daqueles
que, pelo menos, tentam caminhar na vanguarda,
desbravando novas possibilidades para a construção de
um mundo melhor.
Assim, com nossa imensa saudade do amigo e mestre
Chico Xavier, dedico estas páginas aos amigos da
verdade relativa, de mentes abertas para o futuro que
nos aguarda, com suas mudanças inadiáveis...
Obrigado Chico por tudo o que fez por nós, que
possamos merecer vê-lo, em breve reencontro, na
espiritualidade.
Alfredo Nahas
Po sfácio
Livros há que nos enternecem e elucidam fazendo com
que o modo de pensar terreno se deixe levar pelo
encantamento, aproximando o foco do psiquismo ao
modo de pensar da nossa mente e0spiritual. Sim, a
“persona” animalizada que flui pelo psiquismo terrestre -
e que costumamos tomar como sendo o nosso “eu” -
“pensa diferente” do modo usual do pensamento
espiritual individualizado.
O ego terráqueo é sempre um subproduto da mente
espiritual, raramente é o seu espelho preciso ou um
instrumento adequado as suas expressões. Infelizmente,
assim quase sempre o é, exatamente porque prisioneiro
das preferências e das afetações inerentes à cultura e ao
ambiente em que agora “pensa” viver.
Minha “persona” nunca esteve com a de Chico Xavier –
não tive este privilégio. Tive e tenho, contudo, uma
dádiva da sua semeadura amorosa, por privar da
convivência e da amizade de um dos poucos que teve a
oportunidade abençoada de repousar a sua
personalidade terrestre sob os auspícios de uma
influência amorosa e elucidativa que se eleva acima de
todas as “institucionalizações” e de todo o
“academicismo” que, apesar de necessário ao nosso
atual estágio de progresso espiritual, às vezes mais
aprisiona do que liberta. Estar aos “pés do mestre”,
bebendo da sua intimidade, da sua espontaneidade, da
sua despreocupação é ser um daqueles que “escutou e
soube” o que muitos jamais escutaram e puderam saber.
Para além das centenas de livros maravilhosos que o
médium Chico Xavier produziu sob a tutela dos seus
mentores espirituais, encontra-se a sua produção
intelectual, a sua visão de mundo expressa na intimidade
das frases e dos comentários de momento não mais do
famoso médium, mas de um ser humano simples agora
apartado do ministério e das obrigações de prudência
que uma missão do porte como a dele inevitavelmente
impõe. Era o homem Chico conversando com seus
poucos amigos e amigas que lhe dividiam a intimidade.
E ali sempre esteve Alfredo Nahas, “aos pés do seu
mestre terreno muito amado”, alimentando o seu
psiquismo com as preciosidades advindas de um alguém
tão especial o qual, ainda que “sozinho” já era mestre
profundo das coisas da vida e da espiritualidade e quanto
mais acompanhado dos mentores – como
inevitavelmente sempre esteve. Afinal, o marco
vibratório do progresso espiritual de Chico Xavier
seguramente lhe permitia a expressão pessoal em
altíssimo nível tanto do que surgia na fonte das suas
próprias aquisições desta e de outras vidas, como ainda
as fornecidas pelos seus mentores.  É muito privilégio!
E aqui estamos nós, abençoados pela leitura de muito
do que Chico semeou no seu circulo mais íntimo de
amigos associado às sábias e maduras reflexões do
pensador Alfredo Nahas, que se viu “obrigado”, moral e
filosoficamente falando, por influência direta do seu
amigo e mestre, a narra e comentar os momentos e as
lições inesquecíveis.  
É uma rara oportunidade que Nahas nos proporciona
para deixarmos de lado a “persona adulta” de cada um
de nós, com seus pensamentos e esquisitices viciadas
pelo jogo da atordoante vida terrena, e nos fazermos
crianças para poder beber de uma fonte histórica e
singular jamais revelada.
Aqui, o “politicamente correto” e a preocupação com os
“melindres dos sentimentos de religiosidade pouco
elevados” cederam lugar ao zelo para com a verdade dos
fatos em torno das opiniões de Chico Xavier sobre muitos
aspectos da realidade. Não podia mesmo ser diferente!
Afinal, uma “fonte de esclarecimento e de amor” como a
de um Chico Xavier não poderia mesmo se enquadrar no
limitadíssimo “modo de pensar terreno” dos que pensam
que fazem as regras dos acontecimentos organizados
pelo Mais Alto. Os que a isso pretendem costumam
esquecer o tamanho da própria estatura, independente
do “cargo” que possam ocupar nesta ou naquela
organização, apesar das suas boas intenções.
Se não nos fizermos crianças, impedindo assim que a
chatice dos nossos egos adultos limitem o aprendizado
pela inoperância do seu viciado modo de pensar,
perceberemos somente em parte a profundidade de
comentários despretensiosos e deliciosos vindos de
Chico.
Figuras como Sócrates, Jesus, Chico Xavier, dentre
outros, jamais se enquadram no que já está posto como
“norma ortodoxa” do seu tempo. Eles inevitavelmente
transcendem e incomodam.
Com Chico, como nos esclarece Nahas, foram décadas
de incômodos causados por um mineiro pacifista e
ousado que, dizendo-se apoiado por Espíritos Mentores,
somente décadas depois de tanta exposição,
incompreensão e calúnias, veio a gozar de uma relativa
aceitação e de respeito publico dos que se situavam ale
das fronteiras do movimento espírita.
Nas entrelinhas do que nos foi docemente exposto por
Nahas, não foi Chico que foi ao encontro do movimento
espírita organizado, mas sim, muitos dos que o lideraram
se viram obrigados a se render a um testemunho
inigualável de um homem que verdadeiramente
agigantou-se na atitude de “servir ao próximo” movido
pelo combustível do amor incondicional. É tão fácil hoje
amar, elogiar, idolatrar e se deixar encantar pela figura
de Chico.
Penso que sequer consigo imaginar com justiça como
Nahas se sente ao se recordar das coisas do seu velho
amigo e mestre Chico fazia e de como hoje os fatos de
processam na seara que ele tanto labutou...
Chico era e sempre foi caridoso muito antes de “ser
qualquer outra coisa”, costumo pensar. E acho que essa
é somente uma das grandes lições que ele nos legou
com sua simplicidade e sua atuação única no serviço ao
próximo.
Que bom que Alfredo Nahas ousou renovar, nesses
tempos tão decaídos de caridade moral, o exemplo de
Chico Xavier.
Chico foi um dos pouquíssimos que entendeu o que
Kardec quis dizer ao afirmar que “fora da caridade não
haveria salvação”.  Até porque a expressão “caridade”,
referida na língua francesa de então, utilizada pelo
codificador, significava tanto mais “caridade moral” do
que propriamente e só o que comumente70, eu já tinha uma
profissão bem resolvida, de economista do Ministério da
Fazenda, em São Paulo, e um trabalho espiritual
conhecido, mas ainda queria compreender o significado
de minhas escolhas. 
Eram tempos difíceis, ainda sob o regime militar.
Éramos vigiados e precisávamos ter o máximo de
discrição no que fazíamos.
Dai muitas vezes nos ocultarmos para que não
soubessem que éramos espíritas, nos ambientes da
república. Os dirigentes nos proibiam falar de política,
pois podia levar o movimento a confrontar o sistema
dominante. Nunca me coloquei em evidência nem
assumi cargos importantes de projeção, exatamente para
não sacrificar meus trabalhos espirituais, que eram
minha base de sustentação emocional.
Isto fora o fato de que minha família católica, não
admitia as premissas espíritas, condenando minhas
atitudes e filiação ao movimento espírita. 
No fundo, embora estivesse estruturando a vida, eu
buscava uma resposta para tanta dificuldade em ampliar
o trabalho doutrinário, já que tinha de trabalhar quase
que em segredo, enfrentando podas constantes de
familiares e amigos.
Contudo, sem que eu dissesse coisa alguma e como se
lesse meus pensamentos, certa ocasião, o Chico
antecipou-se e me deu uma resposta inesperada,
porém, definitiva para o dilema em que me encontrava
e que, talvez, sirva para quem se defronte com situação
semelhante. 
Disse ele – meu filho, nunca se esqueça de que as
árvores podadas são as que crescem mais.
Assim tem sido... Cada vez que perdia ou perco algum
afeto de minha alma, ou tive de deixar alguma coisa em
qualquer campo da vida, fosse humano ou material,
criando motivo de desânimo ou sofrimento, a me invadir
a alma, eu me lembrava de que tais acontecimentos
eram apenas podas necessárias, para eu poder produzir
mais e melhor.
Chico me havia ensinado a renunciar quando poderia
disputar até mesmo aos meus direitos. 
O Chico sempre dizia que os jovens deveriam estruturar
sua vida familiar e profissional, antes de assumir
compromissos com a doutrina, para que não acabassem
tendo que viver à custa do trabalho espiritual.
Percebi muito cedo que tinha de me manter com muita
modéstia, e low profile, se quisesse continuar o trabalho
espiritual.
Isto era algo muito difícil para mim, um espírito muito
orgulhoso, que já havia tido reencarnações com muito
poder e feito muitas barbáries.
Sempre me inquietava, em conflito, sem saber quanto
eu tinha aprendido realmente alguma virtude espiritual
ou era algo forçado e administrado pelo meu ego.
Sabia que desconfiavam de mim, mas achava isto
natural, para alguém que ainda estava fazendo uma
reforma interior muito complicada.
Certa vez perguntei ao Chico: - como podem os
espíritos permitir que uma pessoa tão vulgar como eu,
cheia de pruridos de vaidade, e ainda apegado às coisas
do mundo, podia se arvorar em pregador do Evangelho?
Até que ponto eu não estava sendo hipócrita, fazendo
algo que eu não tinha certeza de que estava habilitado a
fazer.
O Chico, então, nos perguntou se conhecíamos a
mensagem do Burro Manco, constante do livro A Estante
da Vida. Como ninguém conhecia, ele nos contou.
O burro manco
Nesta mensagem, o espírito de Irmão X descreve a
história do médico que precisava fazer um parto, de alto
risco para a mãe e para a criança, num sítio do interior,
numa determinada data, quando ainda se trafegava com
animais.
No dia aprazado, o cirurgião obstetra viu seu animal de
transporte doente e incapacitado de viajar.
Foi ao haras de um seu amigo com a finalidade de
pedir-lhe um cavalo emprestado. O amigo lhe disse que
seus animais eram cavalos de raça árabe muito caros, e
não se prestavam para andar por estradas lamacentas e
empedradas, podendo machucar-se.
Lá foi o estimado médico a outro amigo, pedindo o
mesmo favor, e encontrou resposta semelhante, que os
seus animais eram puro sangue, de grande valia e não
poderiam se arriscar por estradas perigosas.
Até que o facultativo lembrou-se que o Sr. José, do bar
da esquina, tinha um burro e foi procurá-lo.
O dono do bar disse que seu burro mancava e
empacava, só obedecendo depois de muito chicote e
espora, mas que se o burro servisse podia utilizá-lo.
Lá se foi o médico com o burro manco, chegando ao
sitio assim mesmo, a tempo do fazer o parto e salvar
vidas.
Disse o Chico: É assim que acontece também com
algumas mensagens, o plano maior não encontra
intermediários disponíveis entre os mais preparados, das
diversas elites, para levar certas mensagens.
Então, por falta de opção, se valem de encarnados,
mais ou menos, parecidos com o burro manco, cheios de
defeitos, vaidades e problemas, mas que, apanhando
muito, afinal, chegam com as mensagens.
Nestes casos, as verdades chegam à revelia dos mais
preparados ou de autoridades do movimento religiosas,
como neste caso, por meio do idiota, burro manco da
doutrina, que aqui se expõe, sem mesmo saber se tudo
isto que vamos dizer é verdade...
Od e a preguiça
Enquanto escrevia estas páginas, lembrei-me de uma
passagem com o Chico, quando ainda eu trabalhava num
órgão público com muita responsabilidade, e ele
informou que quando um espírito encarna com a vontade
e a tendência de fazer o bem, o plano espiritual congrega
todos os esforços para que a criatura desempenhe seu
trabalho espiritual com segurança e determinação.
Muitas vezes, para facilitar o trabalho espiritual, o
espírito encarnado encontra suporte no serviço público,
onde o médium encontra segurança para produzir mais e
melhor.
O Chico nos dizia que o espirito de Irmão X havia
dedicado a maior parte de suas mensagens aos espíritas,
médiuns e trabalhadores da doutrina, visando alertá-los
para não fracassarem em suas tarefas.
Aproveitando a oportunidade, nos remeteu a uma
mensagem do livro Reportagens de Além Túmulo deste
autor espiritual, cujo titulo é – Remédio à Preguiça.
Vale a pena ler a mensagem que desvenda a situação
do funcionário público que sabia de sua garantia de
emprego e aproveitava para fazer o mínimo, até o dia em
que uma doença séria o desencarnou.
No plano espiritual se deparou com uma autoridade
celeste, à qual requisitou um lugar no céu onde pudesse
descansar de não fazer nada, isto é, manter sua
ociosidade, conforme os conceitos religiosos que
abraçara no catolicismo.
O anjo respondeu que no céu não havia lugar ocioso, ali
tudo era trabalho útil e proveitoso, mas para ele que
queria continuar como estava, só restava a possibilidade
de nascer em outro corpo, como paralítico...
O contexto do aprendizado
A vida de Chico Xavier é destas que, por mais que se
escrevam a respeito, ainda assim, não terá sido dito
tudo, até porque cada pessoa que se aproximou dele, o
fez por diferentes razões, encontrando o que buscavam
de acordo com suas próprias convicções ou
necessidades.
Muitas vezes, vários conceitos eram interpretados de
modo diferente por cada um dos ouvintes, apesar de
ouvirem as mesmas afirmações. 
Deste modo, além de suas obras, do que se ouviu dele
em público ou de conhecimento através dos inúmeros
livros que se fizeram a seu respeito, fazendo-o merecer o
título de maior cidadão brasileiro, ainda assim haverá
sempre aquilo que ele disse em caráter particular,
somente a pessoas interessadas ou para um grupo
restrito de pessoas, afeitos a algum tema específico, os
quais obtiveram informes ainda não publicados.
A vida de Chico, nos seus 92 anos, na realidade
corresponde a todo o século vinte, com suas guerras,
transformações, revelações, descobertas e avanços
científicos, renovando a era e a cultura da humanidade,
onde a contribuição deste sábio e humilde médium de
Jesus deixou seus exemplos e conselhos preciosos para o
porvir daqueles que lhe ouviram as mensagens.
No tempo em que convivemos com ele, o Brasil e o
Mundo passou por diversas fases, assim como o próprio
médium, através dos quais vivenciamos ciclos diferentes
na história; fossem os anos de chumbo nos quais
respirávamos uma atmosferaentendemos
por “caridade material”.  Esta é até fácil e cômoda de ser
ocasionalmente praticada, enquanto a outra.... Bem, é
matéria ainda por ser apreendida, mesmo pelos que hoje
endeusam Kardec e Chico.
J. V. Ellam.
	Agradecimentos
	Introdução
	O burro manco
	Ode a preguiça
	O contexto do aprendizado
	O trabalho espiritual
	O besouro
	Chico e as viagens internacionais
	A Federação Espírita do Estado de São Paulo
	O trabalho A2.
	As curas.
	Os Trabalhos na Penitenciária
	O trabalho com D. Yolanda Cesar
	As revelações
	Augusto Cesar
	VOTOS DE PAZ E AMOR.
	Histórias inesquecíveis
	Abraão e o posto de gasolina
	Hélio, Sayoko e Tiaminho
	Outros trabalhos inspirados por Chico
	Conceitos aprendidos com o Chico
	Chico e a política
	Chico e a revolução feminina
	Chico e a reformulação do trabalho
	Chico fala sobre o casamento e o divórcio.
	Amor verdadeiro e incondicional
	O amor incondicional
	A mulher chinesa
	Chico e o suicídio
	Chico e o aborto
	Chico e as drogas
	Chico e a violência
	Chico e as profissões
	Chico e a riqueza
	Chico e as crises
	Chico e os direitos autorais
	Chico e o Catolicismo
	Chico e a Umbanda
	O natal
	Chico e a justiça
	Chico e a vida moderna
	Chico e a era espacial
	Vida fora da Terra
	Chico e o Pinga fogo
	Chico e a caridade
	A pergunta 642
	A suspensão da pena
	Chico e a ciência
	O bandido socorrista
	O evangelho em Roma
	A doutrina na França
	O Espiritismo no Brasil
	Nova oportunidade
	Advertências preciosas
	Novos Rumos
	Chico vs. Kardec
	Chico e o movimento espírita
	Diálogos profundos com Chico Xavier
	O Projeto Rama
	Ramatis
	A Ufologia
	Como Jesus veio ao mundo
	A lagarta e a borboleta
	AVISOS SOBRE A VINDA DO CONSOLADOR OS MORTOS SAIRÃODE SEUS TÚMULOS
	A VOLTA DE JESUS, UM EVENTO DIFERENTE DO ADVENTO DO ESPIRITISMO.
	O cristão fiel
	A vida no céu
	O que você fez?
	O céu.
	Chico e as religiões do passado
	O pato que dançava
	A história do perú
	O motorista do ônibus
	O extraterrestre
	Os dois romanos
	A questão das senhas.
	Agradecimentos.
	Posfáciopesada em que havia no ar
a tensão angustiante no país, devido ao regime militar,
ou fosse a guerra fria, em âmbito internacional quando o
medo de uma nova guerra mundial era uma preocupação
constante.
Nestes tempos difíceis o Chico se dedicou quase que
inteiramente à consolação dos corações brasileiros,
embora ele dissesse que tinha outros romances do
Emmanuel para escrever, mas não encontrava
oportunidade para recebê-los.
Por isto, sempre sentíamos algo inexplicável,
enigmático mesmo, nas vibrações amorosas que ele
emitia em direção a quem dele se aproximasse, como se
sondasse, sem nada dizer, as razões pelas quais se
aproximavam dele.
Diante da dor, entretanto, é que sua presença
constituía, invariavelmente, um bálsamo silencioso para
as feridas espirituais, refazendo o equilíbrio do visitante.
Outras vezes, um único olhar do Chico revelava
significados específicos, como se soubesse a intensão do
visitante, algo só compreendido pelo beneficiário que o
recebia, por que aquele olhar atendia ao que esperava
dele.
Contudo, aqueles que tiveram o privilégio de com ele
trabalhar, se viram desnudos, como se diante dele se
revelassem seus mais íntimos problemas e desejos e,
nestes casos, seus olhares faziam advertências preciosas
quanto à conduta futura, diante das revelações que
recebiam do Chico.
Muitos de nós, sob a aura do Chico, nos víamos como
personagens de outras vidas, relembrando cenas e
episódios do nosso passado espiritual.
Era como se a presença e a vibração do Chico
contivesse alguma chave capaz de abrir arquivos da
alma de cada um, revelando encarnações passadas,
como a mostrar a responsabilidade com que deveríamos
tratar as questões espirituais.
Tais encontros eram originais e diferentes a cada vez,
para aqueles que com ele conviveram, ocasiões em que
Chico aproveitava para introduzir sementes ocultas de
renovação, ou dicas para estudo e aprendizado, através
das quais ele transmitia silenciosamente aquilo que a
pessoa precisava receber de modo útil ou interessante,
em particular, ainda que aproveitadas somente num
futuro distante.
Muitas vezes, seus sorrisos eram tão cheios de
significados, que as pessoas que privavam com ele nem
sequer necessitavam falar para se sentirem atendidas
em suas necessidades mais íntimas, recuperando sua
alegria sem precisar de respostas articuladas às suas
indagações.
O Chico dizia que as palavras proferidas constituem
uma decodificação daquilo que o pensamento quer dizer
e muitas vezes, aquelas reduzem ou distorcem o
significado do que foi articulado em pensamento.
Para almas espiritualizadas, entretanto, a transmissão
do pensamento contém mais conteúdo do que a palavra
dita.
Este fenômeno acontece entre almas afins,
naturalmente, mas refazer este fenômeno coletivamente,
dando a cada um uma mensagem diferente é obra das
almas superiores, mais nobres, altruístas e generosas.
Por isto, para aqueles que tinham olhos de ver e
ouvidos de ouvir, bastava somente alguns momentos em
sua presença, para saber o que deveriam fazer, pois seu
exemplo e poucas palavras diziam tudo e, isto era mais
importante e satisfatório do que propriamente consumir
o tempo do médium com conversas prolixas ou
prolongadas.
Na história humana são poucos os seres que
apresentaram este dom de tratar cada pessoa de
maneira diferente e transmitir de modo inconfundível,
através de imagens mentais ou um simples olhar, ou
uma única frase ou palavra, aquilo que a pessoa
precisava saber ou ouvir.
Jesus foi o maior destes paradigmas e o Chico fora
outro, o mais importante nos tempos em que vivemos,
no século XX.
Dai ser impraticável que algum espírita ou dirigente
querer estabelecer como dogma ou determinação algo
que que o Chico tivesse dito, estabelecento intolerância
religiosa sobre seus ensinos. O mesmo assunto era
compreendido de maneira diversa por quem ouvia
dependendo da sua abertura mental.
O Chico tinha dom de conseguir agradar a todos a
despeito da heterogenia dos que o conheceram e cada
um que conviveu com ele representa uma experiência
única e é assim que ele pode ser visto com outros olhos,
dependendo de quem e como o observou.
Alguns destes conhecimentos, no entanto, por serem
revolucionários para a época em que foram ditos,
seguiram omitidos por aqueles que os receberam, até
que o tempo permitisse alguma revelação, diante
denovas circunstancias.
Os aprendizes que com ele privaram acabaram se
modificando interiormente, pelo seu incrível conteúdo
transformador promovendo mudanças fundamentais em
seus modos de pensar e sentir, moitas vezes mudando o
rumo de suas vidas e, talvez, por isto, tenha chegado o
momento de revelarem o que aprenderam, pois que os
tempos são outros.
Além disto, os temas a respeito da vida planetária e
cósmica talvez tenham sido pouco observados pelos seus
biógrafos assim como nos livros já escritos a seu
respeito, possivelmente mais focados nos aspectos da
vivência humana, cheia de dores e sofrimentos, pedindo
consolo, ou então, mais preocupados em ressaltar a
mediunidade ímpar do Chico, relatando seus fenômenos.
Não obstante, cremos que ainda há muito a ser dito, até
por que muitas sementes de amor que o Chico plantou
em silêncio, talvez, só agora estejam frutificando.
Neste sentido, este livro constitui apenas o resultado de
observações pessoais deste autor, tido durante um
período relativamente longo de convivência com Chico
Xavier, num contexto de trabalho realizado juntamente
com outros companheiros, que talvez tenham tido visões
diferentes das nossas.
Nosso desejo é tentar ressaltar aspectos do que Chico
dizia, pensava ou transmitia da visão dos espíritos,
outrora em caráter particular, mas que hoje podem ser
dados a público.
O trabalho espiritual
A vida do Chico tem sido retratada por livros e em filmes
biográficos e seria redundante relembrarmos ao leitor os
aspectos mais conhecidos de sua vida, por isto, ao
oferecermos esta recordação, vamos nos ater aos temas
que mais nos impressionaram.
Quando Emmanuel lhe mostrou o tamanho da tarefa de
produzir “alguns” livros, apenas duzentos, o Chico se
afinou.
Dizia o Chico a Emmanuel: eu não passo de um
verme, como posso me aventurar a trabalho desta
envergadura.
Ao que Emmanuel retrucou: - Chico, não humilhe o
verme, pelo menos ele é útil na decomposição dos
detritos humanos. E você? Quer ser menos útil que
o verme?
Começados os trabalhos de psicografia, o Chico ainda
se lamentou que seu olho doía muito, ele mal enxergava,
então, por que não curar o olho primeiro?
Emmanuel, longe de sentir pena dele, afirmou
que a doença do seu olho não tinha cura, mas
tinha tratamento.
No seu caso a doença lhe daria disciplina e
educação, mas era melhor um doente trabalhando,
do que ser saudável, mas, improdutivo.
Pouca gente sabe que durante esta fase de Pedro
Leopoldo, o Chico tinha um pequeno centro onde
psicografava o qual ficou deserto por quase três anos,
onde o único frequentador era o próprio Chico e seu
cachorrinho. As obras, contudo, emocionaram o mundo
com seus personagens inesquecíveis...
Depois disto, o público começou a procurar o Chico, o
fenômeno se disseminara, e com isto a Igreja ficara
vazia, todos queriam entender o que os espíritos diziam,
e os padres começaram a perseguir o Chico.
Nesta época um sobrinho do Chico o difama, dizendo
que ele era impostor e mistificador.
Para não escandalizar a família com sua presença, ele
se muda para Uberaba, para trabalhar com Waldo Vieira.
Ambos compõem vários livros mediúnicos em parceria.
Certa feita, contou o Chico que uma senhora de São
Paulo, esposa de um rico industrial lhe procurou,
procurando saber se seu marido iria sobreviver à doença
da qual estava acometido, há várias semanas, entre a
vida e a morte.
O Chico desconversou na hora, pedindo para aguardar a
manifestação dos espíritos.
Foi quando o Chico contou, aparentemente sem razão
especifica a história do besouro.
O besouro
Certafeita, enquanto Chico e Waldo datilografavam,
mediunizados, na mesma sala, capítulos diferentes do
mesmo livro, surgiu no ar um besouro, que acabou
caindo dentro da máquina do Waldo, atraído pelo barulho
das teclas ao escrever.
O Waldo pegou o besouro com a mão e o atirou na
parece. O besouro caiu no chão, mas, não morreu.
Depois de algum tempo voltou a voar e caiu, de novo,
na máquina do Waldo. Este pegou o inseto e o atirou no
chão com força e o bicho ficou muito atordoado, mas,
depois de certo tempo, voltou a voar.
Desta vez, caiu na máquina do Chico. O Chico então,
cuidadosamente, pegou o besouro com uma das mãos,
com a outra abriu a janela e fez o besouro voar para fora
da sala, dizendo-lhe: Olha besouro, se o Waldo não
conseguiu desencarnar você, é porque você tem missão
a cumprir, vai cumprir sua missão e não volte mais.
A mulher que ouvia atentamente a história percebeu
que o Chico se referia a seu marido. Isto é, se ele tivesse
ainda missão a cumprir não desencarnaria, caso
contrário....
Aquela senhora havia entendido o recado...
Ch ico e as viagens internacionais
Ele e Valdo viajaram aos Estados Unidos e a Europa, a
convite de instituições de vários países.
Ao tomar contato com as descobertas cientificas Chico
se assustou com seu alto poder destrutivo; como podiam
os homens transformar revelações espirituais, dadas ao
homem pela espiritualidade como invenções científicas,
a benefício da humanidade e desvirtuá-las tanto de suas
finalidades pacíficas.
A parapsicologia era uma ciência destinada a
estabelecer parâmetros para as transmissões de
pensamentos, visando uma nova forma de diálogo com
seres de fora e espíritos desencarnados, por meio de
uma linguagem unificada, padronizada, cada palavra
com significados semelhantes em qualquer lugar do
mundo ou fora dele, mas, estava sendo usada para
espionagem militar e industrial, através do
desdobramento espiritual e da telepatia.
Os recursos da medicina eram descortinados ao homem
para proporcionar novo padrão de saúde, eliminando
doenças endêmicas, mas os cientistas cultivavam vírus
em laboratório como armas de destruição em massa,
caso fossem lançados em reservatórios de água.
As pesquisas com energia atômica tinham cada vez
mais poder destruidor. Mas os cientistas disseram ao
Chico que não havia outro meio de garantir a paz no
mundo a não ser com um poder destruidor maior que
qualquer inimigo.
Durma-se com este barulho...
Ah, o homem, como ele inverte a lógica dos espíritos, e
é claro que estes precisam abortar muitas das inovações
e descobertas, antes que elas causem maiores
destruições.
Pouca gente sabe os motivos afastaram o Waldo do
Chico, mas o fato é que o Waldo havia se apaixonado por
uma mulher e com ela se casou, mudando-se para o
Japão, onde aprendeu outras técnicas espirituais mais
avançadas, as quais ensina e pratica, até os dias de hoje,
em Fóz do Iguaçu.
Não obstante, o Chico dizia que o tipo de trabalho que
ele fazia exigia não só muita disciplina, renúncia
dedicação e, sobretudo, o celibatarismo, sendo raros os
que conseguem tal grau de desprendimento.
Dizia o Chico que é muito difícil seguir a Jesus com
exclusividade.
A Federação Espírita do 
Estado de São Paulo
Quando comecei a frequentar a Feesp, em 1966, sua
sede era apenas um casarão, na R. Maria Paula, onde
hoje está a nova sede, e naquele tempo, entre os
grandes expositores da doutrina com quem tivemos
aulas, achava-se o comandante Armond, pioneiro da
divulgação das aventuras da humanidade, antes de
aportar na Terra.
Ele era militar reformado e havia passado três anos na
Índia onde assimilou os sistemas de iniciação por graus
de aprendizado, (aprendizes, discípulos e membros da
fraternidade) os quais introduziu na Feesp, criando os
cursos de Introdução à doutrina espírita, do evangelho,
de médiuns e discípulos de Jesus. Os formandos
passavam a fazer parte da Fraternidade dos Discípulos
de Jesus, que produzia os trabalhos coletivos da Feesp.
Nosso aprendizado era maravilhoso, pois as revelações
vindas através da inspiração aliadas ao conhecimento
destes mestres não sofriam os embargos, hoje
existentes, da chamada pureza doutrinaria, que busca
segregar os assuntos que os alunos, supostamente não
devem saber.
Naquele tempo, tudo era permitido saber, porque com a
base doutrinária, ampla e irrestrita, qualquer um podia
filtrar o que fosse bom e útil para a própria vivência,
afinal o homem tinha ido a lua, a mulher havia feito uma
revolução nos costumes, e tantas reformas que se
seguiram que seria um absurdo completo querer limitar o
conhecimento doutrinário.
Os livros do Chico chegavam sempre cada vez mais
atualizados com as mudanças sociais e, provavelmente,
ainda seria assim se ainda estivesse entre nós.
Além dos exemplos de grandes mestres e do querido
Chico, sempre tínhamos a quem recorrer quando
precisassemos nos atualizar. 
Tivemos o privilégio de pertencermos ao Conselho da
Federação por 18 anos, tempo em o trabalho era
desafiador e empolgante.
Durante anos trabalhamos arduamente para construir a
sede da Rua Santo Amaro, até sairmos do casarão da rua
Maria Paula, com todos os tipos de campanhas, da qual
se destacava a Feira da Primavera, organizada por D.
Oslávia, onde doações de todo tipo eram vendidas com
recursos destinados às obras.
Até ali, os trabalhadores eram desprovidos de egos e
artimanhas políticas, todos queriam trabalhar, havia
muito trabalho e poucos trabalhadores.
Não era fácil, nem dava status ser espírita. A doutrina
era confundida com conhecimento de magia e
fascinação.
Mesmo assim o trabalho crescia, principalmente,
quando os problemas brasileiros adquiriam dimensão
imperscrutável, durante o regime militar, onde era até
perigoso fazer reuniões com grande público.
Quando a sede da Rua Santo Amaro, hoje chamada de
sede velha, ficou em condições de atender as levas de
pessoas em busca da doutrina, começou-se a pensar na
sede nova.
O movimento crescia apoiado ampliando a base do
conhecimento doutrinário, também, por médiuns como
Ercilio Maes e Pietro Ubaldi, que não tinham restrições
quanto aos temas a serem abordados. Tudo era
interessante e o conhecimento fluía incessante.
Mais trabalhos e campanhas. Doações de vulto, e obras
em andamento.
O Chico, porem, alertava para o perigo do movimento
espírita se verticalizar.
Ele avisava que era melhor a doutrina permanecer em
ambientes simples, com trabalho para todos, sem o
artificialismo das hierarquias, que fatalmente acabariam
em disputas destruidoras de reputações e exclusão de
trabalhadores qua não se afinizassem com os detentores
do poder, algo que não faziam o menor sentido, no
ambiente cristão, que deveria ser acolhedor e
inclusivista.
Além disto, a amplidão das casas espíritas desviaria
recursos da caridade para obras e manutenção,
profissionalizando a doutrina e o foco não seria mais a
divulgação da verdade e do bem, mas sim as campanhas
que davam retorno material.
As tribunas se tornariam o objetivo dos espíritas, a fim
de adquirirem respeito e estatus e poder para
permanecerem nos seus cargos, afastando-os da
caridade verdadeira.
Dizia o Chico que a tribuna deveria ser a última opção
do trabalhador espírita, depois que tivesse longa vivência
no estudo e na prática do evangelho, a fim de transmitir
os conceitos doutrinários com conhecimento de causa e
não por terem sido ensinados.
De que valeria criar mais uma religião, repassando e
ensinando conceitos espirituais, sem a sua vivencia e
trabalho útil com tais ensinos.
O próprio Chico dava exemplo disto. Era preciso não
perder o contato com as pessoas. Ouvi-las, ajudá-las a
encontrar solução para seus problemas, porém, sem
proselitismo, ou seja, sem se comprometer deixando a
escolha ao livre arbítrio de cada um.
Então ele nos deixava perplexos, pois dizia que se a
federação continuasse a se elitizar ele jamais poria os
pés lá.
Dito e feito.
Mas que nós ficássemos trabalhando,pois conosco que
o seguíamos as coisas já tomavam outro rumo, então
como ficaria, se saíssemos. Mas acabaram saindo
conosco, das áreas doutrinárias. Onde já não era mais
possível inovar nem acrescentar coisa alguma. Era
somente mais do mesmo que já tínhamos feito. 
Continuamos apenas com os passes, pois que ali
estamos com os que chegam...
Dizia o Chico: - é preciso amar como Jesus nos amou,
sem apego, sem posse, sem dependência.
O amor tinha de ser livre, contagiante, coletivo e não
um cativeiro, não podia ser confundido com poder nem
com sexo, que exigia compromisso e responsabilidade.
Perguntávamos: e se no trabalho, caíssemos em
situações difíceis, fruto de paixões inevitáveis com
companhias do passado?
Mesmo assim, o Chico dizia que era melhor errar a não
fazer nada, mas que não nos afastássemos dos
necessitados...
Não era o tratamento que consertava as pessoas, mas
sim o trabalho. Quem estivesse trabalhando sempre
poderia se salvar, mesmo tendo errado.
As mulheres talvez compreendam melhor o que o Chico
dizia, mas, os homens se acham donos da verdade e da
virtude dos outros...
Cada vez que havia um problema na Federação, lá
íamos nós a Uberaba saber a opinião do Chico sobre as
disputas que se instalavam na casa à medida que a
Federação crescia.
O Chico dizia para não nos impressionarmos com as
disputas, pois cada vez que os espíritas brigavam alguns
saíam da Federação e indignados, criavam outras
entidades e, dessa maneira, a doutrina se expandia para
fora dela.
Como havia ótimos espíritas naquela época as
entidades que surgiram foram sempre bastante
profícuas.
Era preciso parar de pensar que fora da Federação não
havia salvação e sim, que fora da caridade não haveria
salvação.
O que tinha de crescer era a doutrina e não somente a
Federação.
O trabalho A2.
Na Federação, acho que em 1968, ainda no casarão da
R. Maria Paula, havíamos criado o trabalho A2, às sextas
feiras, no qual nos mantivemos até o ano de 2009, na
sede nova quando o deixamos.
Entretanto, vários acontecimentos nos emocionaram
neste periodo, como o que ocorreu num, um belo dia, dos
anos 70, ao final dos trabalhos, um senhor desconhecido
veio falar conosco.
Chamava-se Amaral e disse que estava me procurando
a pedido de Chico Xavier.
Contou que era um rico empresário avícola de Ribeirão
Pires e que, certo dia, ao passar em frente da Federação
Espírita, em São Paulo, sofreu um fulminante enfarto.
Pessoas da casa apressaram-se em socorrê-lo, o
levaram para tomar passes e fazer um tratamento
especial de fluidos, durante o qual ele se viu fora do
corpo, na presença de um espírito muito iluminado que
lhe apareceu, dizendo ser Bezerra de Menezes.
O espírito lhe disse que seu tempo na Terra havia
acabado, mas que, se quisesse, poderia ter uma
moratória, ficando mais alguns anos encarnado.
Porém, para isto ele deveria dar um destino fraterno e
caridoso aos seus bens, tendo em vista que não havia
herdeiros.
Ele perguntou ao espírito o que devia fazer, e Bezerra
lhe recomendou que procurasse por Chico Xavier em
Uberaba, para pedir orientação.
Quando voltou a si, sentiu-se melhor e revigorado com
os passes, guardou na memória aquelas cenas passadas
dentro da Federação, enquanto estava sendo assistido.
Quando teve a primeira oportunidade foi a Uberaba
procurar o Chico para obter orientação, e o Chico, após
ouvir-lhe o relato, perguntou o que ele gostaria de fazer
com os seus bens.
Amaral disse que tinha uma granja muito grande na
cidade em que morava, mas já a havia desativado depois
do enfarto e gostaria de dar ao seu sítio um destino
proveitoso, voltado aos necessitados. O Chico lhe sugeriu
fazer lá um lar de velhinhos, caso a cidade já não tivesse
um.
Ele gostou da ideia, mas não se sentiu em condições de
tomar a iniciativa dada a saúde debilitada.
O Chico então lhe recomendou procurar-me na
Federação, na certeza de que obteria conosco o apoio
necessário para conduzir a obra.
Após me relatar estes fatos, Amaral perguntou se eu
gostaria de conhecer o local, e poderia convidar quem eu
quisesse para ir junto.
Convidei então o Angarita, o Gabilan e a Lívia, que se
dispuseram a conhecer o projeto do Amaral.
Desnecessário dizer que assumimos o compromisso de
organizar o abrigo, que se chamaria Lar Espírita Adolpho
Bezerra de Menezes, Labem, tendo o Gabilan
providenciado os estatutos da criação da entidade e o
Amaral, a doação do terreno para o Labem.
Começamos as campanhas de arrecadação de fundos
para levantar a obra do abrigo para 180 velhinhos.
Fizemos no salão de festas do prédio em que eu morava
o primeiro jantar para arrecadação de fundos. A partir daí
foram alguns anos de trabalho persistente, na produção
de bingos, jantares dançantes, desfile de modas e leilões
de obras de arte, até que o empreendimento tomasse
vulto.
A obra acabou sendo inaugurada, tendo eu sido
presidente por alguns anos.
De vez em quando, algum dos velhinhos pulava a janela
do quarto das velhinhas, de madrugada, e a enfermeira
da noite me ligava, querendo saber o que fazer. E eu
dizia para ela ignorar, como não tivesse visto... eu havia
aprendido com o Chico a não julgar ninguém.
Depois disto, aconteceu uma série de fatos
desagradáveis na minha vida, incluindo-se aí meu
desligamento do Ministério da Fazenda e um casamento
desfeito.
O Chico dizia que na vida espiritual existe uma
contabilidade consciencial, na qual os nossos bons atos
são registrados na coluna de crédito e nossos erros vão
para a coluna de débitos.
De tempos em tempos faz-se um fechamento deste
balanço, e vemos para que lado da balança o prato mais
pesado pende; se o dos débitos ou o dos créditos. Então,
dizia o Chico, recomeça o ciclo, no qual comumente
recapitulamos as mesmas lições, nas quais fomos
reprovados.
Mas a evolução acontece como numa espiral, cada vez
que passamos pelo mesmo ponto, no qual nos fizemos o
bem, alcançamos um grau acima, e a tentação não
constitui mais um desafio. Caso contrário, se passamos
por um ponto no qual fracassamos o teste se repete, e se
não formos novamente aprovados, quando tivermos um
novo ciclo, aquele teste se repetirá até que passemos
por ele na condição de aprovados, um grau acima, onde
não haverá mais a repetição daquele teste.
Queríamos gerar créditos para nossa conta corrente
espiritual..., pois que os débitos de outras vidas eram
muito grandes...
Estes trabalhos foram se modificando com o tempo e
alguns deles perduram até os dias atuais.
As curas.
Em algum momento de 2006, um casal de americanos
ali esteve procurando saber como se processavam os
trabalhos de cura da Federação.
Com autorização diretoria passamos a explicar como se
davam os passes e os demais trabalhos de desobsessão,
cujas explicações o casal anotava, além de filmar e
fotografar o que era permititdo.
Passaram-se alguns meses após o retorno dos amigos
americados aos Estados Unidos, até que em dezembro
daquele ano, eu recebia em minha casa um livro
autografado pela doutora Phd. Emma Braghton, a amiga
que nos visitara.
O prefácio do livro nos dava conta de que todo o
trabalho que ela acompanhara na Federação, havia se
transformado num projeto de lei, apresentado ao senado
americano, objetivando incluir nos planos de saúde
americanos os trabalhos de cura semelhantes aos da
Federação, como medida complementar eficaz na
redução de custos nos processos de cura...
Aqui, o SUS ainda não se deu conta do quanto os
trabalhos de cura das casas espíritas reduzem no custo
operacional do sistema de saúde.
Seria o caso de se propor, através de um projeto, a
introdução destes trabalhos nos centros de saúde e
hospitais do SUS, sendo o pessoal operacional qualificado
pelas casas espíritas ou, quem sabe, a inclusão das casas
espíritas no SUS, remunerando-as por serviços prestados
à saúde pública??? Claro que é apenas um tema para
reflexão...
Os Trabalhos na Penitenciária
Naquele tempo o Chico visitava as penitenciárias,
principalmentede São Paulo, junto com o Jô, o saudoso
Joaquim Alves, a quem orientou a instituir os trabalhos
de atendimento espiritual aos presos, e lá fomos nós com
o Jô trabalhar...
O Jô conseguia emocionar os detentos com sua
pregação iluminada pelos mentores que o assistiam, e
era comum todos chorarmos juntos ao ver a capela onde
fazíamos as preleções, cheias de entidades, indo e vindo,
em atendimento aos obsessores dos presos.
O Jô dizia que aonde a educação não chegou antes, só o
evangelho poderia corrigir os desvios de personalidade,
encaminhando almas para o trabalho produtivo.
Com o exemplo do Jô, aprendemos que não existe
condenação eterna, e que o ditado que diz que pau que
nasce torto morre torto, só se aplica ao reino vegetal,
não ao homem o qual pode se modificar diante de um
motivo maior.
Era, pois, preciso dar esta motivação aos encarcerados,
para que eles deixassem de se submeter àqueles que os
subjugavam e pudessem ter um comportamento digno
da alforria. Porém era preciso dar assistência aos presos
libertos, algo que somente alguns centros faziam, para
que não houvesse reincidência.
As estatísticas de penitenciaria davam conta de que os
presos que se tornavam espíritas raramente eram
reincidentes, fato que motivava a continuidade do
trabalho o qual existe até hoje.
Interessante notar que depois disto, varias religiões
introduziram trabalhos de assistência aos presos e,
atualmente, quem mais se aproveita da evangelização
dos detentos é a Igreja Universal, do bispo Edir Macedo,
que encontrou um ótimo meio de transformar os
detentos em pastores, segundo suas próprias
declarações no livro de sua biografia. Naturalmente sem
os pruridos da caridade espontânea e gratuita.
Perguntamos ao Chico se era válido fazer a caridade por
interesse e ele se reportou a pergunta 746, do Livro dos
Espíritos, quando Kardec perguntou se era licito fazer o
bem por interesse. E os espíritos disseram que sim, que
era melhor fazer o bem por interesse do que não fazer
bem algum, afinal há muitos que se vestem de santos,
mas não fazem nada.
Fico pensando nas noticias que chegam dos hospitais
transborando doentes e guetos de miseráveis implorando
comida e tantos drogados desassistidos nas ruas, sem
sentido para suas próprias vidas devido a ausência do
evangelho na sua formação.
Por que será que as casas espíritas tão cheias de bons
conselhos fazendo apologia do evangelho, para aqueles
que se filiam aos centros, não aproveitam o enorme
contingente de mão de obra disposta a trabalhar e
fazerem mutirões para dar passes e assistência espiritual
nos hospitais e nos locais em que se encontram, ao invés
de esperar que eles procurem os centros, quando o
sentimento de revolta já alterou qualquer projeto
construtivo destas criaturas.
O Chico dizia que o Emmanuel sempre alertava para a
assertiva universal, a de que o mal nunca chega
aonde o bem chegou antes.
O trabalho com D. Yolanda Cesar
No início dos anos 80, integrei-me ao grupo de
trabalhadores que auxiliavam Dona Yolanda Cesar a
consolar as mães que tinham perdido seus filhos,
levando a Uberaba aquelas que estivessem em
condições de receber mensagens de seus filhos através
da psicografia de Chico Xavier.
É curioso observar que os biógrafos do Chico se
deparam com a dificuldade de descrever a vida do
Chico, após o pinga fogo, aparentemente uma
monótona e constante atividade a serviço dos
sofredores, atendendo invariavelmente as
multidões que se aproximavam dele a pedir, pedir,
pedir...
Contudo, não é difícil perceber que o Chico se
realizava através das pessoas que ele atendia,
aproveitando o potencial de cada uma delas, fosse
como artistas, médiuns ou escritores, ou como
oradores, divulgadores ou obreiros da caridade
anônima.
Quantas destas pessoas atendidas tiveram suas
vidas modificadas, na sua vivencia particular, ou
transformadas intimamente, adquirindo um olhar
coletivo, mudando seus objetivos de vida, muitas
delas abrindo centros, outras criando atividades
beneméritas ou ajudando outras entidades já
existentes, ou mesmo fazendo trabalhos
edificantes, em pleno anonimato.
Por este prisma fica impossível dimensionar a
obra do Chico, pois, ter-se-ia que saber quantas
obras ele inspirou, e o quanto foi realizado, graças
a sua intervenção e influencia, aliás, como se verá
através dos poucos exemplos dados neste
trabalho.
As revelações
Uma vez por mês ou a cada dois meses, em média, nós
nos reuníamos na casa dele, durante um período de 3 a 4
dias, no qual ficávamos em Uberaba.
Em novo emprego, na Eletropaulo, eu tinha um cargo de
confiança que me facilitava às idas a Uberaba e na volta
eu divulgava as novidades na federação...
Em cada reunião em Uberaba, as mães recebiam suas
mensagens consoladoras, evidenciando a existência de
seus filhos vivos após a morte física.
No entanto, não era apenas o alívio de suas dores e a
eliminação das dúvidas quanto à imortalidade da alma
que as mensagens dos filhos provocavam em suas mães
e nos presentes, era, de fato, uma verdadeira revolução
espiritual no seio daquelas mães, transformando vidas,
motivando novo sentido para suas existências, gerando
aberturas para novos campos de trabalho.
Muitas daquelas mães se tornaram grandes
trabalhadoras da doutrina espírita, algumas abriram
centros espíritas, com diversos trabalhos assistenciais e
de tratamento espirituais.
No final daquelas reuniões memoráveis, depois que as
mães se retiravam, para o descanso, após horas de
expectativa, para receberem mensagens de seus filhos,
madrugada adentro, nós ainda ficávamos no salão de
trabalho do Chico, aproveitando para falar com ele sobre
os temas coletivos da doutrina. 
Nesta época eu e alguns dos amigos, entre eles,
Adhemar (do mar), Angarita, Mário, Wanda, sobrinha de
D. Yolanda, os empresários Hélio e Sayoko, Leonilde,
Abraão, e esposa, Gabilan, Ézio, Pedro, Umberto, Mauro,
Lourdes, Maria e tantos outros que não conseguiríamos,
agora, lembrar, por não serem tão constantes, nas visitas
ao Chico, ficávamos noite adentro, quase até o
amanhecer do dia seguinte, ouvindo as confissões,
histórias, dramas e piadas contadas por ele e, muitas
vezes, depoimentos comoventes dos presentes.
Alguns de nós dávamos aulas nas escolas de Federação
e era comum levarmos ao Chico, dúvidas levantadas
pelos alunos, para as quais não tínhamos respostas, pois
não as encontrávamos na literatura espírita, mormente
as que se referiam à parte histórica da vida de Jesus e,
também, as relativas às questões mais profundas do
espírito e da vida extraterrestre.
Então pedíamos ao Chico para nos esclarecer.
Eu tinha o hábito de, ao voltar para o hotel, já de
madrugada, anotar num papel os tópicos que tinha
achado importante nos diálogos com o Chico, para serem
lembrados durante as aulas e, quem sabe num futuro
qualquer poder comentá-las por escrito. O Chico,
entretanto, pedia para não gravarmos estes diálogos.
Estas observações que agora transponho para o papel
são, portanto, frutos de um olhar pessoal de um aprendiz
para um Mestre espiritual, cujas lições, supomos, possam
ser úteis a estudiosos atuais que não puderam privar da
intimidade espiritual com Chico Xavier, um verdadeiro
privilégio que tivemos. 
Tais tertúlias duraram, para mim, de 1981 a 1998, por
pelo menos 17 anos e, em cada uma daquelas reuniões
havia um derramamento de conhecimento jamais
imaginado por qualquer um de nós que frequentávamos
aqueles encontros. 
Mesmo assim alertamos o leitor para a possibilidade de
estarmos equivocados, tendo feito uma leitura ou
interpretação errada daquilo que Chico havia dito, sendo
esta a razão pela qual pedimos a compreensão dos
amigos caso se deparem com algo intolerável ou
herético, do ponto de vista do movimento espírita. 
Além disto, devo dizer que nem tudo o que ouvimos
ainda é possível dizer, por que pessoas envolvidas ainda
estão vivas e podem discordar que assuntos que lhes
digam respeito possam ser ventilados.Confio, no entanto, que ele me inspire de longe para
que eu não cometa grandes imprudências.
Naqueles tempos frequentávamos a Casa da Prece de
Chico Xavier, ouvíamos as preleções do Baccelli e sua
esposa Marcia e, também, ouvíamos as do Eurípedes,
filho do Chico, casos emocionantes contados por eles a
respeito do Chico.
Às vezes eu me sentava à mesa em que o Chico
psicografava, para fazer algum comentário sobre o tema
da noite, ao lado de tantos espíritas respeitados e
renomados e outros médiuns muito conhecidos.
A própria D.Yolanda nos contara que era uma mulher
muito rica, vivia em sociedade, participava de reuniões
sociais e jogos de baralho.
Até que seu único filho homem, numa viagem de
passeio a praia, desencarnou numa crise alimentar, em
pleno oceano.
O desespero batera à porta de D. Yolanda, e ela à porta
do Chico. Depois de cinco anos de espera angustiosa, as
mensagens chegaram.
Au gusto Cesar
Augusto Cesar, seu filho que havia desencarnado,
explicara através de mensagem por meio de Chico Xavier
que, para evitar que a família gastasse uma fortuna em
tratamentos e despendesse tempo incalculável, em
atendimento à sua situação que previa a tetraplegia, fora
muito melhor ele ter desencarnado.
Assim poderia trazer seus pais e amigos para a
espiritualidade e ajudar jovens desencarnados a
enviarem mensagens a seus pais.
Desapego e trabalho eram, pois, necessários.
D Yolanda, passou a fazer em São Paulo, a triagem das
mães que tinham possibilidade de receber mensagens de
seus filhos, organizando caravanas que iam a Uberaba
quase todos os meses, atrás delas. 
Augusto ainda transmitiria, através do Chico, inúmeras
mensagens à sua mãe e ainda faria publicar vários livros
de sua autoria, destinado aos jovens.
Mais tarde, Dona Yolanda abriria mão de sua própria
casa, transformando-a num centro espírita, o Lar Oficina
Augusto Cesar, onde excelentes médiuns, até hoje,
recebem mensagens psicografadas.
Foi neste contexto que muitas daquelas mães e outros
aprendizes tiveram suas vidas modificadas pela sutil,
mas, profunda influência de Chico, como se pode ver
pelas amostras da mensagem  abaixo;
VO TOS DE PAZ E AMOR.
Saudamos a irmã Yolanda
E as suas mãos generosas,
Às quais o seu filho envia
Um gande buquê de rosas.
A vossa reunião em si
É ideia excelente
Pois visitas com carinho
Um companheiro doente.
Lastimo ser indicado
Para escrever nesta hora
Porquanto sou viajor
Transitando mundo afora.
Tanta gente reunida
Lembrando o céu sem esboço,
Quando sou aqui apenas
Vosso servo José Grosso.
Mas sei que sois bons irmãos
Ante a Divina Morada
Acolhendo-me a palavra
Que é sinônimo de nada.
Vejo aqui um companheiro
Que é sempre amigo fiel
Não preciso apresenta-lo
É o nosso amigo Samuel.
Estou feliz igualmente
Revendo, contente, aqui
Operosa e diligente
A nossa amiga Suly.
Fui visitara irmã Zilda
Na tristeza que a invade
Pude ver-lhe o coração
É saudade e mais saudade.
Alma grande o nosso grupo
Temos nós a irmã Sayoco,
Parece uma Ilha de Paz
No mundo moderno e louco
Como sempre, vejo agora
A irmã Olinda a pensar...
El-la que recebe um beijo
De sua filha olimar.
Vim encontrar nossa Elsa
Da família Guaraná
Recordando o companheiro
Que também aqui está.
Atesto aqui entre nós,
Sem pompa e sem fantasia
A bondade a a professora>
Nossa Tuth Maria.
Rejubilo-me encontrando
a presença igual a brisa
mãos de fada no trabalho,
a nossa terna Luiza
Anoto a nobre presença
De nosso estimado Alfredo
Que escolheu a caridade
Para serví-la sem medo
Augusto pede à mãezinha
Em nossa festa bonita
Levar felicitações
A sua sobrinha Rita.
A turma que vejo aqui
Esta cercada de luz
Ouço vozes cristalinas
Louvando o amor de Jesus.
Aos companheiros destaco
O nosso prezado Humberto,
Que busca sempre onde está
Caminhar no passo certo.
Na visita que fazeis
E no amor a que me aplico,
Deixo um abraço especial
Para Euripedes e Chico.
Augusto igualmente pede
À sua mãe Yolanda,
Levar um abraço fraterno
À sua prima, a irmã Wanda.
Perdoem-me se não trouxe
Água limpa ao vosso poço,
Basta anotar meu nome
O servidor José Grosso.
José Grosso.
Mensagem recebida pelo médim Francisco Cândido Xavier, em reuniãocom o
grupo de D. Yolanda Cesar, na sua residencia, em Uberaba,Minas Gerais,
BR.,  na noite de 27/07/1990.
Hi stórias inesquecíveis
Certa feita a Márcia, uma bela moça de Osasco, esteve
em Uberaba, buscando noticias de seu irmão que havia
sido assassinado, um ano antes, deixando três filhos
órfãos.
Depois de muitas seções, certo dia, alta madrugada, ela
acabou recebendo uma mensagem dele, dizendo para
perdoar os envolvidos no crime, pois que aquilo estava
incurso no seu programa existencial, como uma conta
quitada.
O assassino fora preso naquele mesmo dia, em São
Paulo, e a mensagem evitou que a família de algum
modo fizesse uma justiça antecipada.
O assassino foi então julgado normalmente, sem ódio
ou vingança, por parte da família, graças àquela
mensagem.
A Márcia pegava carona comigo e foi com ela que
acabei me casando novamente, e juntos tivemos dois
filhos adorados e maravilhosos, Caio e Aline.
Ab raão e o posto de gasolina
Certa noite, altas horas, numa daquelas reuniões, o Chico
recebia uma mensagem para uma das mães presentes.
De repente o Chico interrompeu a mensagem, retomou
seu corpo, afastando o espírito comunicante e avisou ao
Abraão, nosso amigo presente, que ele iria receber um
telefonema dali a instantes, do seu filho que estava em
São Paulo, avisando que o posto de gasolina de sua
propriedade, estava interditado pelos bombeiros,
pegando fogo.
Mas era para ele não se preocupar, tranquilizando seu
filho, por que o incêndio, na realidade não era no posto e
sim na rede de gás na mesma rua em frente ao posto,
não tendo este sido atingido. Ademais, que os bombeiros
em pouco tempo, dariam conta da situação, sem prejuízo
para a família.
Feito isto, o espírito que estava dando a mensagem
retomou o corpo do Chico e continuou sua missiva à sua
mãe. Dali a pouco, o Eurípedes adentrava o salão em que
nos reuníamos, para dizer que havia um telefonema para
o Abraão...
O Chico, enquanto emprestava seu corpo para outros
espíritos, continuava trabalhando no plano espiritual...
Foi quando nos demos conta de que a vida espiritual
tem uma existencia independente  da vida material,
onde o corpo pode estar fazendo algo, a serviço de
alguém, enquanto que o espírito esta fazendo outra
coisa, a serviço de outrem...
Enquanto seu corpo pode estar sofrendo com
persiguiçoes, doenças ou crises de todo o tipo, ainda
assim o espírito é livre, sopra onde quer, e não é possível
submetê-lo.
H élio, Sayoko e Tiaminho
O querido casal de amigos, Hélio e Sayoko, que
aprendemos a admirar e respeitar, foram vítimas de uma
horrível tragédia doméstica.
Enquanto seu pai manobrava o carro na garagem, não
viu seu filho Tiaminho, de seis anos, que estava atrás do
veículo e, durante a manobra, atropelou o menino,
esmagando-o na altura da cintura, contra a parede do
fundo da garagem.
Depois de muito tempo indo a Uberaba e recebendo
mensagens de consolo do Chico, um dia, seu filho
Tiaminho, trouxe através da mediunidade do Chico, não
uma mensagem, mas um impressionante livro, de
memórias de vidas passadas.
Em resumo, contava o Tiaminho, que ele tinha sido um
imperador no Japão durante a idade média e seu pai
nesta vida, Hélio, naquela existência tinha sido o chefe
dos samurais que protegiam o imperador.
Numa das campanhas em batalha, seus exércitos
tinham sofrido muitas baixas e o imperador indignado,
culpou seu samurai e o obrigou a praticar o haraquiri,
tendo em vista o fracasso da missão que o imperador lhe
havia confiado.
Dessa forma, adquiriu aquela divida espiritual, porque o
samurai não era o culpado direto pelo acontecido.
Passado o tempo, reencarnaram juntos, o samurai como
o pai e o imperador como Tiaminho e, assim, resgataram
a velha dívida.
Os pais de Tiaminhose tornaram grandes trabalhadores
da doutrina, havendo criado, as suas expensas, um
generoso lar para crianças abandonadas.
Ou tros trabalhos inspirados por Chico
Em 1982, após os chamados primeiros choques do
petróleo, havia em São Paulo, muitos indigentes nas
ruas, desempregados das empresas pela crise que se
instalara, na construção civil e na indústria
automobilística.
Certo dia o Adhemar perguntou ao Chico o que
poderíamos fazer em São Paulo, com respeito àquelas
pessoas desamparadas.
O Chico então disse; que o ideal seria que as
recolhêssemos em nossas casas, mas que isto ainda era
um sonho distante, e que, para começar alguma coisa,
nós poderíamos começar assistindo-as, na rua mesmo,
onde elas estavam.
Foi assim que eu e o Adhemar iniciamos, sob a
orientação do Chico, um trabalho de entrega de
agasalhos, cobertores, e comida aos moradores de rua.
Uma campanha que começou solitária, numa segunda
feira de inverno, mas a qual, no final de alguns meses, já
havia crescido havendo trabalhos semelhantes em todos
os dias da semana.
Arregimentávamos trabalhadores nas escolas da
federação, onde dávamos aulas e nosso trabalho havia
inspirado outros, semelhantes.
De vez em quando surgiam fatos inusitados. Um
conhecido expositor da Federação havia encontrado na
rua, seu irmão, do qual não tinha notícias há bastante
tempo e teve a oportunidade de socorrê-lo.
Doutra feita, encontramos um empresário falido que às
vezes aparecia nas colunas sociais de revistas e jornais.
Contou-nos ele que quando sua empresa faliu, os
amigos sumiram e a justiça veio atrás dele. Ele fugiu
para a Amazônia e ficara por lá cinco longos anos.
Quando voltou, sua mulher já havia se casado com outro
homem e seus filhos não o reconheceram mais, pois,
passaram privações difíceis com a fuga dele.
Então ele estava na rua, mas dizia que estava bem, por
que ali não havia hipocrisia; quem era bandido era
bandido, não estava se escondendo de ninguém, quem
havia fracassado não disfarçava sua dor de ninguém,
quem fora despejado de sua casa, enfrentava as
provações como podia. Quem era homossexual não
escondia sua condição. Enfim, na rua, as pessoas eram o
que eram, autênticas e sinceras, contavam suas histórias
e se consolavam uns aos outros, como podiam,
diferentemente da sociedade, com suas máscaras e
interesses dissimulados.
A necessidade fazia as pessoas se confessarem e
pedirem socorro umas as outras. Quando alguém
conseguia algum recurso farto divida com os amigos, não
havia como guardar coisa alguma.
Era assunto para se pensar.
Agruparam-se conosco, muitos trabalhadores da
Federação, entre eles a Lourdes e o Magno, com quem,
depois das campanhas de rua, instituímos a distribuição
de presentes de natal para mais de 1.200 crianças
carentes, copiando os trabalhos de Uberaba, o que
fazemos até hoje.
Daí alguns meses, instituímos a sopa fraterna no
subsolo da antiga sede da Federação Espírita do Estado
de São Paulo.
Bons tempos em que os espíritas colaboravam uns com
os outros e havia uma fraternidade real e verdadeira
entre todos os trabalhadores, sem hierarquia ou pruridos
de superioridade de ninguém.  O conhecimento era
praticado antes de ser pregado...
O Chico servia-nos de inspiração e exemplo, além de
nos orientar.
Co nceitos aprendidos com o Chico
Na fase em que morou em Uberaba, o mundo passou
por mudanças radicais, e por isto, a cada transformação
social ou política, ou econômica do Brasil, corríamos a
Uberaba atrás das respostas e explicações dadas pelo
Chico...
Ch ico e a política
Parece óbvio que a vida de Chico Xavier foi
contemporânea do século vinte e, neste contexto, Chico
acompanhou todas as transformações e eventos
marcantes desta época, ao mesmo tempo, louca e
magnífica da humanidade.
O mundo sofria com a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial e o Chico psicografava os livros que
influenciariam o modo de ver a vida, revelando as
nuances da vida espiritual.
Enquanto Kardec se ateve às questões morais e
filosóficas do ser humano, apenas afirmando que os
espíritos quando morrem ficavam na erraticidade, até
merecerem outra encarnação, Chico avançou mais, tendo
os espíritos por seu intermédio revelado a vida espiritual
abundante nas cidades e mundos espirituais, onde os
desencarnados faziam suas avaliações da vida que
levaram na matéria.
Talvez, por isto, as reencarnações posteriores às
guerras mundiais começassem a ser menos violentas,
apesar de ainda haverem muitas guerras menores. Parte
da sociedade começava a se espiritualizar.
Deste modo, quando se observa que no século vinte o
planeta tinha pouco mais de dois bilhões de habitantes e
as guerras dizimaram 200 milhões de pessoas, enquanto
que, atualmente, o mundo, com seus quase 7 bilhões de
habitantes, apresenta apenas pequenas guerras
arbitrárias, causadas por algum louco de plantão.
Nunca o mundo mudou tanto em tão pouco tempo, seja
no âmbito dos costumes quando no da tecnologia,
marcado, sobretudo, pela revolução introduzida pela
libertação da mulher do jugo do machismo em todas as
instituições, sobretudo no lar doméstico.
O que pouca gente sabe é que o Chico influenciou a
própria história do Brasil.
Quando o Brasil vivia sob o regime militar, não poucas
vezes fora consultado pelos presidentes, ou por suas
mulheres, ou ministros de governo, a respeito dos rumos
da política brasileira.
O comunismo fazia propaganda intensiva e muitos
jovens se empolgaram com as mudanças em direção ao
socialismo num mundo de capitalismo selvagem.
Havia sempre no ar a possibilidade de uma guerra
nuclear, à medida que os Estados Unidos defendiam seus
sistemas econômicos, os países vulneráveis sofriam sua
influência, assumindo governos militares, afinados com
os americanos, com visível medo dos soviéticos,
apontados pela mídia da época como senhores do mal.
Os jovens rebeldes eram perseguidos e inconformados
provocavam rebeliões, duramente combatida pelo
exercito.
O Chico, a despeito das perseguições que se faziam aos
jovens que lutavam pelo socialismo no Brasil, sempre
manteve a opinião de que o regime possível para nossa
nação, naquela época, era o capitalismo e a democracia.
O socialismo era uma conquista advinda da maturidade
de um povo, alimentado pela fraternidade incondicional,
que só chegaria pela elevação do grau de consciência da
população e não por força das instituições falíveis.
E, se o mundo entrasse numa nova guerra mundial, o
que deveríamos fazer como espíritas?
O Chico dizia que se o mundo entrasse numa crise sem
solução e houvesse destruição em massa, o melhor a
fazer era ir dormir com a consciência tranquila, sem
medo nenhum.
Porque se sobrevivêssemos, era preciso estar bem
descansados, para trabalhar, já que teríamos de
recomeçar a civilização novamente.
Caso contrário, seria melhor morrer a entrar numa
guerra para matar nossos semelhantes.
Atualmente, o pessoal mais rico procura outras formas
de sobrevivência, caso aconteça algo maior, de ruim.
Eles constroem bunkers onde possam se esconder, com
recursos suficientes para viver por longo período de
tempo, ou buscam meios de fugir para locais desérticos,
longe do perigo das guerras, nas grandes cidades.
Será que vale a pena?
O Chico nos pedia paciência, tolerância e trabalho
constante, que perseverássemos e confiássemos no alto,
trabalhando sempre, dizendo que Jesus estava no Leme
da Nave Terra e sabia o que precisava ser feito.
Outras vezes queríamos saber do Chico notícias de
políticos brasileiros desencarnados.
Ele então comentava alguns dos vultos da política
brasileira, cujas biografias eram bastante conhecidas.
Chico dizia que havia três ex-presidentes do Brasil que
gostariam de dar mensagens através dele, mas
Emmanuel não deixava.
Perguntamos quem eram e por quê.
Ele então disse que os presidentes Juscelino, Tancredo e
Getúlio eram conhecidos pelo público de um modo muito
diferente de como a espiritualidade os via e que as
mortes deles nãoentendemos
por “caridade material”.  Esta é até fácil e cômoda de ser
ocasionalmente praticada, enquanto a outra.... Bem, é
matéria ainda por ser apreendida, mesmo pelos que hoje
endeusam Kardec e Chico.
J. V. Ellam.
	Agradecimentos
	Introdução
	O burro manco
	Ode a preguiça
	O contexto do aprendizado
	O trabalho espiritual
	O besouro
	Chico e as viagens internacionais
	A Federação Espírita do Estado de São Paulo
	O trabalho A2.
	As curas.
	Os Trabalhos na Penitenciária
	O trabalho com D. Yolanda Cesar
	As revelações
	Augusto Cesar
	VOTOS DE PAZ E AMOR.
	Histórias inesquecíveis
	Abraão e o posto de gasolina
	Hélio, Sayoko e Tiaminho
	Outros trabalhos inspirados por Chico
	Conceitos aprendidos com o Chico
	Chico e a política
	Chico e a revolução feminina
	Chico e a reformulação do trabalho
	Chico fala sobre o casamento e o divórcio.
	Amor verdadeiro e incondicional
	O amor incondicional
	A mulher chinesa
	Chico e o suicídio
	Chico e o aborto
	Chico e as drogas
	Chico e a violência
	Chico e as profissões
	Chico e a riqueza
	Chico e as crises
	Chico e os direitos autorais
	Chico e o Catolicismo
	Chico e a Umbanda
	O natal
	Chico e a justiça
	Chico e a vida moderna
	Chico e a era espacial
	Vida fora da Terra
	Chico e o Pinga fogo
	Chico e a caridade
	A pergunta 642
	A suspensão da pena
	Chico e a ciência
	O bandido socorrista
	O evangelho em Roma
	A doutrina na França
	O Espiritismo no Brasil
	Nova oportunidade
	Advertências preciosas
	Novos Rumos
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	Chico e o movimento espírita
	Diálogos profundos com Chico Xavier
	O Projeto Rama
	Ramatis
	A Ufologia
	Como Jesus veio ao mundo
	A lagarta e a borboleta
	AVISOS SOBRE A VINDA DO CONSOLADOR OS MORTOS SAIRÃODE SEUS TÚMULOS
	A VOLTA DE JESUS, UM EVENTO DIFERENTE DO ADVENTO DO ESPIRITISMO.
	O cristão fiel
	A vida no céu
	O que você fez?
	O céu.
	Chico e as religiões do passado
	O pato que dançava
	A história do perú
	O motorista do ônibus
	O extraterrestre
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	A questão das senhas.
	Agradecimentos.
	Posfácio

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