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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNIÃO SALVADOR 2013 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNIÃO Trabalho solicitado pelo professor Vladimir Morgano da disciplina Direito Público e Privado como atividade avaliativa aplicada ao segundo semestre da turma de Ciências Contábeis pelos alunos: Amanda Borges Camila Koques Gizely Gomes Nataly Oliveira Rafael Copque Tatiane Oliveira William Ribeiro SALVADOR 2013 1 CONCEITO DE UNIÃO Na maioria das literaturas pesquisadas no campo do direito, União é definido como uma entidade federativa, autônoma em relação aos Estados-membros e munícipios. Constitui-se como Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, cabendo a este exercer as atribuições da soberania do Estado Brasileiro. Ressalta-se, porém, que a União possui duas características concomitantes: uma é a de representação interna agindo em nome próprio e a segunda é a de representação externa, agindo em nome de toda a Federação e se relacionando com os demais países. A União como ente tem uma estrutura própria e junto com esta as competências que garantem a sua administração. Tais atribuições serão mostradas mais a frente. A Constituição Federal define no seu artigo 20 os bens da União, que são: Terras devolutas, ou seja, vazias, sem ocupação; Toda a reserva de água que esteja inserido no território nacional ou que se origine em outro país e desemboque no Brasil, ou ainda que nasce no Brasil e desemboque em outro país; Recursos minerais; Recursos naturais; Recursos energéticos; Terras ocupadas tradicionalmente pelos índios; Sítios arqueológicos e pré-históricos; 2 UNIÃO E REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SÃO SINÔNIMOS? O artigo 18 da Constituição Federal define que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, todos os autônomos. Logo, com base nessa definição, entende-se a União como parte integrante da República Federativa do Brasil que se assemelha com o Estado Federal Brasileiro perante aos outros Estados soberanos. O Estado no âmbito interno se personifica na figura do Governo Federal que é a figura principal de um dos poderes constituintes da União (O Poder Executivo). Portanto, também, se conclui que o conceito de União não é exclusivamente o governo Federal, pois este, apesar de ser o ente responsável pelas decisões de um Estado Soberano, não administra o país sozinho. Para isso, existe dentro do Governo Federal uma estrutura que permite a governabilidade e a administração do setor público. Essa administração compreende um conjunto de entidades e órgãos que são incumbidos de suas respectivas competências na construção de uma organização única. 3 ESTRUTURA DA UNIÃO As atividades administrativas podem ser exercidas de três diferentes formas: Centralizada: Exercida diretamente pelo ente político competente, por seus órgãos e agentes. Ex: Saúde Descentralizada: Ocorre nesse modelo de atividade, a desoneração do exercício por parte do ente político competente. Logo, se entende que a obrigação é passada a uma terceira entidade. Esse modelo é posto em prática por meio da delegação (onde o ente responsável transfere legitimamente a execução a outro. Exemplo: Concessionárias de estradas) ou da outorga (Neste, a titularidade de competência é passado a terceiros. Ocorrem por intermédio das autarquias, fundações, empresas públicas, etc). Desconcentração: Órgãos internos que são instituídos pela pessoa jurídica do direito público e onde as atribuições são repartidas entre eles. Sendo assim, para efeitos didáticos, dividimos a estrutura do governo Federal em pelo menos quatro organizações: Ministérios, Secretarias, Empresas públicas e Autarquias. 3.1 Ministérios Ministérios são órgãos da Administração Pública Direta e de acordo com o professor Hely Lopes Meirelles (2003, p.66) na obra Direito Administrativo Brasileiro: “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais.” São criados por lei através de iniciativa do chefe do Executivo e possuem autonomia administrativa, financeira e técnica. Geralmente, não possuem capacidade processual, isto é, não atuam em ações judiciais, mas existem exceções à regra. Atualmente, existem quase trinta ministérios no Brasil. O mais velho deles foi o da Justiça que remonta à Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça criado por D. Pedro I em 1822. O mais recente foi instituído em 2009, é o ministério da Pesca e Aquicultura. 3.2 Secretarias Também são órgãos públicos e com isso possui todas as características iguais aos dos ministérios. Dentre suas funções estão a de planejamento, supervisão, coordenação e fiscalização. As secretarias assessoram o governo em questões sociais e articulam movimentos sociais com o Estado. Como finalidade última, ajudam no compartilhamento de responsabilidades entre as entidades civis e o governo. Atualmente, a quantidade não passa de uma dezena, e a Secretaria da Pequena e Micro Empresa é a mais recente. 3.3 Empresas estatais São empresas que prestam o serviço público e exploram a atividade econômica. Fazem parte da administração pública indireta, situando-se, portanto, numa atividade administrativa indireta. São pessoas jurídicas de direito privado submetidas a um regime híbrido. As empresas públicas são caracterizadas por duas espécies: Empresa Pública: É constituída exclusivamente de capital público e pode ser organizada por qualquer tipo societário (Ltda., S/A) Sociedade de economia mista: Ora constituída por capital público, ora privado; tem o controle societário pertencente ao poder público sob a forma de sociedade anônima. As empresas estatais nascem sob o princípio da legitimidade e a iniciativa parte do chefe do Executivo. Quanto ao quadro pessoal, os dirigentes são nomeados de acordos com o regimento interno e os funcionários são públicos, empossados por intermédio de concurso e sujeitos ao regime da Consolidação das Leis Trabalhistas. 3.4 Autarquias Pessoa Jurídica de Direito Público é criada para atender a atividades típicas e específicas do Estado. É criada por lei específica conforme respalda o inciso XIX do artigo 37 da Constituição Federal, o que significa que cada autarquia tem seu próprio regimento. As autarquias não sofrem controle hierárquico do ente criador mais sim um controle finalístico a fim de checar se as posições e políticas tomadas estão sendo cumpridas. 4 COMPETÊNCIAS: O QUE SÃO? Capacidade atribuída legalmente, ou seja, pela lei, a uma pessoa ou autoridade para praticar determinados atos e resolver assuntos de interesse público. Entendem-se, por meio da constituição, duas competências atribuídas à União: As administrativas ou Não legislativas e as Legislativas de fato. 4.1 Competências Administrativas Atribuições de ordem administrativa ou material da entidade pública. A constituição atribui ao ente político (ou seja, ao servidor) as ações e execuções que devem ser tomadas para o ente público. Por isso os termos dos artigos 21 e 23 apresentam verbos de ação: manter, executar, explorar, emitir, etc. Podem ser divididas em Exclusiva ou Comum. 4.1.1 Exclusiva Essas competências da União são apresentadas no artigo 21 e seguem até o artigo 24. As competências administrativas exclusivas (artigo 23) são competências que são inerentes à própria União, neste caso. Não podem ser delegadas a outros. Contudo, as emendas feitas a constituição permitiram a alteração de competência exclusiva da União em, pelo menos dois pontos: A exploração, direta ou concedida, de gás canalizado e a instituição de regiões metropolitanas a fim de promover a integração e a execução. Atualmente, são competências estaduais. 4.1.2 Comum As competências comuns são apresentadas no artigo 23 e são repartidas entre a União e os demais entes federativos, ou seja, estipula que para determinados assuntos, haja administração e execução por parte dos Estados e dos munícipios juntamente à esfera máxima de governo. O parágrafo único atento para o fato de quenormas e pactos de cooperação poderão ser criados entre os entes federativos a fim de gerar equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar nacional. 4.2 Competências Legislativas Atribuições dadas à entidade para a instituição de leis e normas. No âmbito da União, essa atividade compete ao Congresso Nacional (Câmara e Senado), que fazem parte do poder Legislativo do Governo Federal. A Constituição Federal atribui à União suas competências legislativas nos artigos 22 e 24. 4.2.1 Privativas Atribuições legislativas dadas exclusivamente ao ente público e que só podem ser delegadas aos demais entes por força de lei complementar. 4.2.2 Concorrentes Atribuições legislativas dadas simultaneamente a todos os entes da Federação. Dispostas no artigo 24 permitem, por exemplo, que a União, Estados e Municípios elaborem normas para a cobrança de tributos. Contudo, em caso de conflito entre essas competências, prevalece a normatização do âmbito federal conforme é explicitado no parágrafo quatro. Ressalva que, inexistindo lei federal, os Estados podem legislar plenamente sobre o assunto (semelhante às competências privativas) e que assim como a lei estadual não prevalece a federal em casos de conflito, as leis de âmbito da união não exclui a competência posta aos Estados. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Understanding Metadata. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acessado em: 09 set. 2013. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 66. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2003. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 29 ed. São Paulo: Atlas,2012.960 PLANALTO. Understanding Metadata. Disponível em: http://www2.planalto.gov.br/presidencia/ministros/ministerios. Acessado em: 09 set. 2013.
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