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Apostila_Cart_ICMbio

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Christian Berlinck 
Guilherme Santos Júnior 
Leonardo Figueiredo 
Patrícia Rizzi 
Ricardo Brochado 
Mariana Fava Cheade 
Adriana Rodrigues de Azevedo 
Sheila Rancura 
 
 
 
 
 
 
Curso de Geoprocessamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novembro de 2010 
 
 
1 
 
Conteúdo 
1. Cartografia........................................................................................................................... 0 5 
1.1 Escala Numérica e Escala Gráfica......................................................... 36 
1.2 Mapas, Cartas e Plantas......................................................................... 
1.3 Projeções Cartográficas e Sistema UTM.................................................... 
1.4 Sistema de Coordenadas Geográficas ............... Erro! Indicador não definido. 
1.5 Sistema de Coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator) .................. 
1.6 Sistema Geodésico de Referência (Datum)................................................. 
 1.8 Cartografia Náutica ............................................................................................. 50 
2. Introdução ao Geoprocessamento ............................................................... 52 
2.1 Conceito de Geoprocessamento, SIG e Sensoriamento Remoto .................... 52 
2.2 Aplicabilidade na Proteção de UC‘s ...................................................... 54 
3. Introdução ao Sensoriamento Remoto ......................................................... 54 
3.1 Fotografias Aéreas e Ortofotos............................................................. 59 
3.2 Imagens de Satélite ........................................................................... 59 
3.3 Imagens de Radar ............................................................................. 66 
4. Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais .................................................. 67 
4.1 Bancos de Dados Geográficos.............................................................. 69 
4.2 Interoperabilidade e Metadados............................................................ 71 
4.3 Serviços de Mapas ............................................................................ 72 
5. Apresentando ArcGIS 9.3 ........................................................................ 74 
5.1 Tela inicial do ArcGIS ........................................................................ 74 
5.2 Adicionando novas barras de ferramentas ................................................ 75 
5.3 ArcToolBox ..................................................................................... 75 
5.4 ArcCatalog ...................................................................................... 76 
6. Temas ................................................................................................. 77 
6.1 Abrir temas (Vetor, raster) ................................................................... 77 
6.2 Conectando aos dados ........................................................................ 77 
6.3 Organizar visualização (camadas).......................................................... 77 
6.4 Tema visível .................................................................................... 78 
7. Criação de Dados Vetoriais....................................................................... 78 
7.1 Criar um vetor (shape): ....................................................................... 78 
8. Edição de Vetores .................................................................................. 80 
8.1 Criar uma nova feição ........................................................................ 80 
8.2 Definição de Atributos .................................................................... 81 
8.3 Editando um shape ............................................................................ 81 
8.3.1 Outras ferramentas disponíveis na Edição .......................................... 82 
9. Tabela de Atributos ................................................................................ 83 
9.1 Abrir a Tabela de Atributos.................................................................. 83 
9.2 Funcionalidades da Tabela de Atributos .................................................. 83 
9.3 Acrescentar campo para inserção de atributos ........................................... 85 
9.4 Calculadora...................................................................................... 86 
9.5 Criação de Gráficos ........................................................................... 86 
9.6 Construção de Consultas .................................................................... 86 
9.7 Conectar dados ................................................................................. 87 
9.8 Inserir Hyperlink ............................................................................... 88 
 
 
2 
 
10. Análises Espaciais ................................................................................ 89 
10.1 Calculo de áreas .............................................................................. 89 
10.2 Intersect ........................................................................................ 91 
10.3 Calcular área/distância em tela ............................................................ 92 
10.4 Intersecção polígono com pontos ......................................................... 92 
10.5 Identificar atributos do tema ............................................................... 93 
10.6 Seleção por atributo e por localização ................................................... 93 
10.6.1 Selecionar por Atributos (selecao tabular) ........................................ 94 
10.6.2 Selecionar por localização (selecao espacial)..................................... 95 
11. Projeção Cartográfica ............................................................................ 95 
11.1 Atribuir um Sistema de Coordenadas a um dado já criado e que não apresenta 
um sistema atribuído ............................................................................... 95 
11.2 Reprojetar um dado que já tem um sistema de coordenadas atribuído............ 96 
11.2.1 Reprojetar Vetor ........................................................................ 97 
11.2.2 Reprojetar Raster ....................................................................... 98 
12. Entrar com Coordenadas (simples e várias) ................................................. 99 
12.1 Para entrar com coordenadas (um par de cada vez) ................................... 99 
12.2 Entrar com uma lista de coordenadas .................................................... 99 
13. Imagens ............................................................................................100 
13.1 Georreferenciamento .......................................................................101 
13.2 Transformações ..............................................................................105 
14. Noções de Layout ................................................................................106 
14.1 Entrar no modo Layout ....................................................................106 
14.2 Barra de Ferramentas do Layout .........................................................107 
14.3 Propriedades do Layout ....................................................................107 
14.4 Inserir Grid de Coordenadas ..............................................................108 
14.5 Menu Inserir ..................................................................................108 
14.6 Inserir Legenda ..............................................................................109 
14.7 Inserir Indicação de Norte (Rosa dos Ventos) ........................................10914.8 Inserir Barra de Escala .....................................................................110 
14.9 Inserir Escala Numérica ...................................................................111 
14.10 Exportar o Mapa ...........................................................................112 
15. Google Earth ......................................................................................112 
15.1 Exportar shape para kml (formato nativo do GE) ....................................112 
15.2 Criar um novo tema no GE................................................................112 
15.3 Mudar cores e linhas dos temas. .........................................................112 
15.4 Medir distancias .............................................................................113 
16. Sistema de Posicionamento Global – GPS .................................................114 
16.1 Conceitos básicos sobres o GPS..........................................................114 
16.2 Utilizando o GPS ............................................................................115 
16.3 Marcação de Tracklog, waypoint ........................................................116 
17. GPS no ArcGIS...................................................................................117 
17.1 DRN Garmin .................................................................................117 
17.2 Obtendo dados do GPS ....................................................................117 
17.3 Enviando dados para o GPS ..............................................................118 
17.4 Navegação em Tempo Real com o computador ......................................118 
18. Noções de gvSIG 1.1.2 .........................................................................119 
18.1 Apresentação .................................................................................119 
 
 
3 
 
18.2 Projetos e Documentos .....................................................................120 
18.3 View ...........................................................................................121 
18.3.1 Criando uma View ....................................................................122 
18.3.2 Adicionando um tema (Layer) na vista (View)..................................123 
18.3.3 Tabela de conteúdo (ToC) ...........................................................124 
18.4 Criar um tema ................................................................................125 
18.5 Editando um tema ...........................................................................127 
18.6 Edição da tabela de atributos .............................................................129 
18.7 Imagem ........................................................................................131 
 
 
 
4 
 
1. Cartografia 
 
 Dentre os diversos conceitos existentes para Cartografia, destacamos definição a 
seguir: 
 
“Cartografia é a Ciência e a Arte que se propõe a representar por meio de 
mapas, cartas, plantas e outras formas gráficas, os diversos ramos do conhecimento 
humano sobre a superf ície e o ambiente terrestre e seus diversos aspectos.” 
 
Ciência, porque requer conhecimentos científicos da Astronomia, Matemática, 
Física, Geodésia, Topografia, Geografia e outras; Arte, porque um mapa deve respeitar 
os aspectos estéticos, com simplicidade e clareza, atingindo o ideal artístico de beleza 
em seus produtos.(Reis, et. al, 2010. p.5) 
 Desta forma, a Cartografia vem apresentar o modelo de representação dos dados 
geográficos. 
 
 
1.2 Tipos de Representação Cartográfica 
1.2.1 Por Traço 
1.2.1.1 Mapas, Cartas e Plantas 
 
A representação das informações espacializadas pode ocorrer através do uso de 
mapas, cartas ou plantas. 
Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos 
geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma 
figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada 
aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos. 
Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos 
artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em 
folhas delimitadas por linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade 
de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a 
escala. 
Planta é a carta que representa uma área de extensão suficientemente restrita 
para que a sua curvatura não precise ser levada em consideração, e que, em 
conseqüência, a escala possa ser considerada constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
Segundo as características: 
 
MAPA CARTA PLANTA 
- representação plana; 
- geralmente em escala 
pequena; 
- área delimitada por 
acidentes naturais 
(bacias, planaltos, 
chapadas, etc.), político-
administrativos; 
- destinação a fins 
temáticos, culturais ou 
ilustrativos. 
- representação plana; 
- escala média ou grande; 
- desdobramento em folhas 
articuladas de maneira 
sistemática; 
- limites das folhas 
constituídos por linhas 
convencionais, destinada à 
avaliação precisa de 
direções, distâncias e 
localização de pontos, áreas 
e detalhes. 
- a planta é um caso 
particular de carta; 
- a representação se 
restringe a uma área 
muito limitada e a 
escala é grande, 
conseqüentemente o 
nº de detalhes é bem 
maior. 
 
 
 
 
1.2.2 POR IMAGEM 
1.2.3 MOSAICO - É o conjunto de fotos aéreas, ou imagens de satélite de uma 
determinada área, recortadas e montadas técnica e artisticamente, de forma a 
dar impressão de que todo o conjunto é uma única fotografia. 
1.2.4 ORTOFOTOCARTA – Fotografia aérea, ou imagem de satélite resultante 
da transformação de uma foto original, que é uma perspectiva central do 
terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano, georreferenciada, 
complementada por símbolos, linhas, com ou sem legenda, podendo conter 
informações planimétricas. 
 
1.2.5 ORTOFOTOMAPA – Conjunto de várias ortofotocartas adjacentes. 
 
1.3 Quanto à natureza da representação, podemos classificar os 
documentos cartográficos em: 
 
1.3.1 GERAL 
São documentos cartográficos elaborados sem um fim específico. A finalidade é 
fornecer ao usuário uma base cartográfica com possibilidades de aplicações 
generalizadas, de acordo com a precisão geométrica e tolerâncias permitidas pela escala. 
 
 
6 
 
Apresentam os acidentes naturais e artificiais e servem, também, de base para os demais 
tipos de cartas. 
 
1.3.1.1CADASTRAL (escala até 1:25.000) 
Representação em escala grande, geralmente planimétrica e com maior nível de 
detalhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada para 
representar cidades e regiões metropolitanas, nas quais a densidade de edificações e 
arruamento é grande. 
As escalas mais usuais na representação cadastral, são: 1:1.000, 1:2.000, 
1:5.000, 1:10.000 e 1:15.000. 
Um mapa cadastral distingue-se de um mapa temático, pois cada um de seus 
elementos é um objeto geográfico, que possui atributos e pode estar associado a várias 
representações gráficas. Por exemplo, os lotes de uma cidade são elementos do espaço 
geográfico que possuem atributos (dono, localização, valor venal, IPTU devido, etc.) e 
que podem ter representações gráficas diferentes em mapas de escalas distintas. 
Mapa de Localidade - Denominação utilizada na Base Territorial dos Censos 
para identificar o conjunto de plantas em escala cadastral, que compõe o mapeamento 
de uma localidade (região metropolitana, cidade ou vila). 
 
1.3.1.2 TOPOGRÁFICA (Escala de 1:25.000 até 1:250.000)Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramétrico e geodésico 
original ou compilada de outras cartas topográficas em escalas maiores. Inclui os 
acidentes naturais e artificiais, em que os elementos planimétricos (sistema viário, 
obras, etc.) e altimétricos (relevo através de curvas de nível, pontos colados, etc.) são 
geometricamente bem representados. 
As aplicações das cartas topográficas variam de acordo com sua escala: 
1:25.000 - Representa cartograficamente áreas específicas, com forte densidade 
demográfica, fornecendo elementos para o planejamento socioeconômico e bases para 
anteprojetos de engenharia. Esse mapeamento, pelas características da escala, está 
dirigido para as áreas das regiões metropolitanas e outras que se definem pelo 
atendimento a projetos específicos. Cobertura Nacional: 1,01%. 
1:50.000 - Retrata cartograficamente zonas densamente povoadas, sendo 
adequada ao planejamento socioeconômico e à formulação de anteprojetos de 
engenharia. A sua abrangência é nacional, tendo sido cobertos até agora 13,9% do 
Território Nacional, concentrando-se principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país. 
1:100.000 - Objetiva representar as áreas com notável ocupação, priorizadas 
para os investimentos governamentais, em todos os níveis de governo- Federal, Estadual 
e Municipal. A sua abrangência é nacional, tendo sido coberto até agora 75,39% do 
Território Nacional. 
 
 
7 
 
1:250.000 - Subsidia o planejamento regional, além da elaboração de estudos e 
projetos que envolvam ou modifiquem o meio ambiente. A sua abrangência é nacional, 
tendo sido coberto até o momento 80,72% do Território Nacional. 
Mapa Municipal: Entre os principais produtos cartográficos produzidos pelo 
IBGE encontra-se o mapa municipal, que é a representação cartográfica da área de um 
município, contendo os limites estabelecidos pela Divisão Político-Administrativa, 
acidentes naturais e artificiais, toponímia, rede de coordenadas geográficas e UTM, etc.. 
Esta representação é elaborada a partir de bases cartográficas mais recentes e de 
documentos cartográficos auxiliares, na escala das referidas bases. 
O mapeamento dos municípios brasileiros é para fins de planejamento e gestão 
territorial e em especial para dar suporte as atividades de coleta e disseminação de 
pesquisas do IBGE. 
 
1.3.1.3GEOGRÁFICA (Escalas 1:1:000.000 e menores - 1:2.500.000, 1:5.000.000 até 
1:30.000.000) 
 
Carta em que os detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados, os quais 
oferecem uma precisão de acordo com a escala de publicação. A representação 
planimétrica é feita através de símbolos que ampliam muito os objetos correspondentes, 
alguns dos quais muitas vezes têm que ser bastante deslocados. 
A representação altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja equidistância 
apenas dá uma idéia geral do relevo e, em geral, são empregadas cores hipsométricas. 
São elaboradas na escala. 1:500.000 e menores, como por exemplo a Carta Internacional 
do Mundo ao Milionésimo (CIM). 
Mapeamento das Unidades Territoriais: Representa, a partir do mapeamento 
topográfico, o espaço territorial brasileiro através de mapas elaborados especificamente 
para cada unidade territorial do país. 
Produtos gerados:- Mapas do Brasil (escalas 
1:2.500.000,1:5.000.000,1:10.000.000, etc.). 
-Mapas Regionais (escalas geográficas diversas). 
-Mapas Estaduais (escalas geográficas e topográficas diversas). 
 
1.3.2 TEMÁTICA 
 
São as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala, destinadas a um tema 
específico, necessária às pesquisas socioeconômicas, de recursos naturais e estudos 
ambientais. A representação temática, distintamente da geral, exprime conhecimentos 
particulares para uso geral. 
Com base no mapeamento topográfico ou de unidades territoriais, o mapa 
temático é elaborado em especial pelos Departamentos da Diretoria de Geociências do 
 
 
8 
 
IBGE, associando elementos relacionados às estruturas territoriais, à geografia, à 
estatística, aos recursos naturais e estudos ambientais. 
Mapas temáticos são mapas que mostram uma região geográfica particionada em 
polígonos, segundo os valores relativos a um tema (por exemplo, uso do solo, aptidão 
agrícola), ou seja, descrevem a distribuição espacial de uma grandeza geográfica, 
expressa de forma qualitativa. Os valores dos dados são em geral inseridos no sistema 
por digitalização ou vetorização, ou ainda, de forma mais automatizada, a partir de 
classificação de imagens. 
Em mapas temáticos, os polígonos são resultado de funções de análise e 
classificação de dados e não correspondem a elementos identificáveis do mundo real. 
Principais produtos: -Cartogramas temáticos das áreas social, econômica 
territorial,etc. 
-Cartas do levantamento de recursos naturais (volumes RADAM). 
-Mapas da série Brasil 1:5.000.000 (Escolar, Geomorfológico, Vegetação, 
Unidades de Relevo, Unidades de Conservação Federais). 
- Atlas nacional, regional e estadual. 
 
1.3.2.1 ESPECIAL 
São as cartas, mapas ou plantas para grandes grupos de usuários muito distintos 
entre si, e cada um deles, concebido para atender a uma determinada faixa técnica ou 
científica. São documentos muito específicos e sumamente técnicos que se destinam à 
representação de fatos, dados ou fenômenos típicos, tendo assim, que se cingir 
rigidamente aos métodos e objetivos do assunto ou atividade a que está ligado. Por 
exemplo: Cartas náuticas, aeronáuticas, para fins militares, mapa magnético, 
astronômico, meteorológico e outros. 
Náuticas: Representa as profundidades, a natureza do fundo do mar, as curvas 
batimétricas, bancos de areia, recifes, faróis, boias, as marés e as correntes de um 
determinado mar ou áreas terrestres e marítimas. 
Elaboradas de forma sistemática pela Diretoria de Hidrografia e Navegação - 
DHN, da Marinha do Brasil. O Sistema Internacional exige para a navegação marítima, 
seja de carga ou de passageiros, que se mantenha atualizado o mapeamento do litoral e 
hidrovias. 
Aeronáuticas: Representação particularizada dos aspectos cartográficos do 
terreno, ou parte dele, destinada a apresentar além de aspectos culturais e hidrográficos, 
informações suplementares necessárias à navegação aérea, pilotagem ou ao 
planejamento de operações aéreas. 
Para fins militares: Em geral, são elaboradas na escala 1:25.000, representando 
os acidentes naturais do terreno, indispensáveis ao uso das forças armadas. Pode 
representar uma área litorânea características topográficas e náuticas, a fim de que 
ofereça a máxima utilidade em operações militares, sobretudo no que se refere a 
operações anfíbias. 
 
 
 
9 
 
1.4 Projeções Cartográficas 
 
A confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabelecimento de um 
método, segundo o qual, a cada ponto da superfície da Terra corresponda um ponto da 
carta e vice-versa. 
Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de 
pontos, constituindo os chamados "sistemas de projeções". 
A teoria das projeções compreende o estudo dos diferentes sistemas em uso, 
incluindo a exposição das leis segundo as quais se obtêm as interligações dos pontos de 
uma superfície (Terra) com os da outra (carta). 
São estudados também os processos de construção de cada tipo de projeção e sua 
seleção, de acordo com a finalidade em vista. 
O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma 
superfície curva em um plano. Em termos práticos, o problema consiste em se 
representar a Terra em um plano. A forma de nosso planeta é representada, para fins de 
mapeamento, por um elipsóide (ou por uma esfera, conforme seja a aplicação desejada) 
que é consideradaa superfície de referência a qual estão relacionados todos os 
elementos que desejamos representar (elementos obtidos através de determinadas tipos 
de levantamentos). 
As representações cartográficas são efetuadas, na sua maioria, sobre uma 
superfície plana (Plano de Representação onde se desenha o mapa). Isto compreende as 
seguintes etapas: 
 
1º) Adoção de um modelo matemático da terra simplificado. Em geral, esfera ou 
elipsóide de revolução; 
2º) Projetar todos os elementos da superfície terrestre sobre o modelo escolhido. 
(Atenção: tudo o que se vê num mapa corresponde à superfície terrestre 
projetada sobre o nível do mar aproximadamente); 
3º) Relacionar por processo projetivo ou analítico pontos do modelo matemático 
com o plano de representação escolhendo-se uma escala e um sistema de 
coordenadas. 
 
A projeção tem como objetivo representar uma superfície curva em um plano e 
podem ser classificadas conforme o quadro a seguir: 
 
Quanto ao 
método 
1
1 
Geométricas 1
1.1 
Perspectivas 
 
 
 1
1.2 
Pseudoperspectivas 
 1
2 
Analíticas 1
2.1 
Simples ou 
Regulares 
 
 
10 
 
 
 
 1
2.2 
Modificadas ou 
Irregulares 
 1
3 
Convencionais 
 
 
Quanto à 
situação do 
ponto de vista 
2
1 
Gnomônica 
 
 
 2
2 
Estereográfica 
 
 
 2
3 
Ortográfica 
 
 
Quanto à 
superfície de 
projeção 
3
1 
Planas ou 
Azimutais 
 
 
 
 3
2 
Por 
Desenvolvimento 
3
2.1 
Cônicas e 
Policônicas 
 
 
 3
2.2 
Cilíndricas 
 
 
 3
2.3 
Poliédricas 
 3
3 
Planas ou 
Azimutais 
3
3.1 
Polares 
 
 
 3
3.2 
Equatoriais ou 
Meridionais 
 
 
 3
3.3 
Horizontais ou 
Oblíquas 
Quanto à 
situação da 
superfície de 
projeção 
4
1 
Cônicas ou 
Policônica 
4
1.1 
Normais 
 
 
 4
1.2 
Transversas 
 
 
11 
 
 
 
 4
1.3 
Horizontais ou 
Oblíquas 
 
 
 
 
 
 4
2 
Cilíndricas 4
2.1 
Equatoriais 
 
 
 4
2.2 
Transversas ou 
Meridianas 
 
 
 4
2.3 
Horizontais ou 
Oblíquas 
Quanto às 
propriedades 
5
1 
Eqüidistantes 5
1.1 
Meridianas 
 
 
 5
1.2 
Transversais 
 
 
 5
.1.3 
Azimutais ou 
Ortodrômicas 
 
 
 
 
 
 5
2 
Equivalentes 
 
 
 5
3 
Conformes 
 
 
 5
4 
Afilática 
 
 
QUANTO AO MÉTODO 
Geométricas - baseiam-se em princípios geométricos projetivos. Podem ser 
obtidos pela interseção, sobre a superfície de projeção, do feixe de retas que passa por 
pontos da superfície de referência partindo de um centro perspectivo (ponto de vista). 
Analíticas - baseiam-se em formulação matemática obtidas com o objetivo de se 
atender condições (características) previamente estabelecidas (é o caso da maior parte 
das projeções existentes). 
QUANTO À SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO 
 
 
12 
 
Planas - este tipo de superfície pode assumir três posições básicas em relação a 
superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal). 
Cônicas - embora esta não seja uma superfície plana, já que a superfície de 
projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja distorções, e 
funciona como superfície auxiliar na obtenção de uma representação. A sua posição em 
relação à superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou horizontal). 
 Cilíndricas - tal qual a superfície cônica, a superfície de projeção que utiliza o 
cilindro pode ser desenvolvida em um plano e suas possíveis posições em relação a 
superfície de referência podem ser: equatorial, transversal e oblíqua (ou horizontal). 
Polissuperficiais - se caracterizam pelo emprego de mais do que uma superfície 
de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato com a superfície de referência e, 
portanto, diminuir as deformações (plano-poliédrica ; cone-policônica ; cilindro-
policilíndrica). 
Superfícies de Projeção desenvolvidas em um plano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUANTO ÀS PROPRIEDADES 
Na impossibilidade de se desenvolver uma superfície esférica ou elipsóidica 
sobre um plano sem deformações, na prática, buscam-se projeções tais que permitam 
diminuir ou eliminar parte das deformações conforme a aplicação desejada. Assim, 
destacam-se: 
Eqüidistantes - As que não apresentam deformações lineares para algumas 
linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme. 
Conformes - Representam sem deformação, todos os ângulos em torno de 
quaisquer pontos, e decorrentes dessa propriedade, não deformam pequenas regiões. 
Equivalentes - Têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando 
assim, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Seja 
qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma relação com a área de 
todo o mapa. 
 
 
14 
 
Afiláticas - Não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, 
equivalência, conformidade e eqüidistância, ou seja, as projeções em que as áreas, os 
ângulos e os comprimentos não são conservados. 
As propriedades acima descritas são básicas e mutuamente exclusivas. Elas 
ressaltam mais uma vez que não existe uma representação ideal, mas apenas a melhor 
representação para um determinado propósito. 
 
QUANTO AO TIPO DE CONTATO ENTRE AS SUPERFÍCIES DE 
PROJEÇÃO E REFERÊNCIA 
Tangentes - a superfície de projeção é tangente à de referência (plano- um 
ponto; cone e cilindro- uma linha). 
Secantes - a superfície de projeção secciona a superfície de referência (plano- 
uma linha; cone- duas linhas desiguais; cilindro- duas linhas iguais) (Figura 2.6). 
Através da composição das diferentes características apresentadas nesta 
classificação das projeções cartográficas, podemos especificar representações 
cartográficas cujas propriedades atendam as nossas necessidades em cada caso 
específico. 
 
Superfícies de projeção secantes 
PROJEÇÕES MAIS USUAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS 
PROJEÇÃO POLICÔNICA 
- Superfície de representação: diversos cones 
- Não é conforme nem equivalente (só tem essas características próxima ao 
Meridiano Central). 
- O Meridiano Central e o Equador são as únicas retas da projeção. O MC é 
dividido em partes iguais pelos paralelos e não apresenta deformações. 
 
 
15 
 
- Os paralelos são círculos não concêntricos (cada cone tem seu próprio ápice) e 
não apresentam deformações. 
- Os meridianos são curvas que cortam os paralelos em partes iguais. 
- Pequena deformação próxima ao centro do sistema, mas aumenta rapidamente 
para a periferia. 
- Aplicações: Apropriada para uso em países ou regiões de extensão 
predominantemente Norte-Sul e reduzida extensão Este-Oeste. 
- É muito popular devido à simplicidade de seu cálculo pois existem tabelas 
completas para sua construção. 
- É amplamente utilizada nos EUA. 
- No BRASIL é utilizada em mapas da série Brasil, regionais, estaduais e 
temáticos. 
 
Projeção Policônica 
 
PROJEÇÃO CÔNICA NORMAL DE LAMBERT (com dois paralelos padrão) 
- Cônica. 
- Conforme. 
- Analítica. 
- Secante. 
- Os meridianos são linhas retas convergentes. 
- Osparalelos são círculos concêntricos com centro no ponto de interseção dos 
meridianos. 
- Aplicações: A existência de duas linhas de contato com a superfície (dois 
paralelos padrão) nos fornece uma área maior com um baixo nível de 
deformação. Isto faz com que esta projeção seja bastante útil para regiões que se 
estendam na direção este-oeste, porém pode ser utilizada em quaisquer latitudes. 
- A partir de 1962, foi adotada para a Carta Internacional do Mundo, ao 
Milionésimo. 
 
 
16 
 
 
Projeção Cônica Normal de Lambert (com dois paralelos-padrão) 
 
 
 
PROJEÇÃO CILÍNDRICA TRANSVERSA DE MERCATOR (Tangente) 
- Cilíndrica. 
- Conforme. 
- Analítica. 
- Tangente (a um meridiano). 
- Os meridianos e paralelos não são linhas retas, com exceção do meridiano de 
tangência e do Equador. 
- Aplicações: Indicada para regiões onde há predominância na extensão Norte-
Sul. É muito utilizada em cartas destinadas à navegação. 
 
Projeção Cilíndrica Transversa de Mercartor 
 
 
 
17 
 
PROJEÇÃO CILÍNDRICA TRANSVERSA DE MERCATOR (Secante) 
- Cilíndrica. 
- Conforme. 
- Secante. 
- Só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas. 
- Projeção utilizada no SISTEMA UTM - Universal Transversa de Mercator 
desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial. Este sistema é, em essência, uma 
modificação da Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator. 
- Aplicações: Utilizado na produção das cartas topográficas do Sistema 
Cartográfico Nacional, produzidas pelo IBGE e DSG. 
 
 
Cilindro secante 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUSO HORÁRIO 
 
 
 
O sentido de rotação da Terra é feito de Oeste para Leste. Como gastam-se, 
aproximadamente 24 hs, para percorrer a circunferência equatorial, que é igual a 3600, 
tem-se, para cada hora do planeta, uma faixa de 150 (3600/24 hs), essa faixa é chamada 
de Fuso Horário. 
Nosso dia é dividido em 24 horas, cada hora é dividida em 60 minutos e cada minuto 
em 60 segundos. 
Formatado: C entralizado
 
 
19 
 
A circunferência tem 360º (360 graus), cada grau tem 60' (60 minutos de arco), cada 
minuto tem 60'' (sessenta segundos de arco). 
Os Fusos Horários compreendem a área que, em qualquer lugar da faixa,limitado por 
dois meridianos conserva a mesma hora referida ao meridiano de origem (Greenwich). 
Delimita-se 7030‘ a leste do meridiano de origem (00) e obtêm-se o primeiro fuso. A 
partir dele acrescenta-se 150 a leste e a oeste até totalizar 1800 em cada hemisfério, ou 
seja, 12 horas no hemisfério oriental e 12 no ocidental. 
Em função do movimento de rotação, as horas aumentam para leste e diminuem para 
oeste, a partir do meridiano de origem, 00. Próximo ao antimeridiano de Greenwich 
(1800), encontra-se a linha internacional de mudança de datas. Ao atravessar a linha, no 
sentido leste-oeste, deve-se acrescentar um dia (24 hs), ao contrário, no sentido oeste-
leste, deve-se subtrair um dia. 
 
A Terra é dividida em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de longitude. Os 
fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 180º a 174º W Gr. e 
continuando para Leste. Cada um destes fusos é gerado a partir de uma rotação do 
cilindro de forma que o meridiano de tangência divide o fuso em duas partes iguais de 
3º de amplitude. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fusos Horários no planeta: 
 
 
Formatado: À esquerda
 
 
20 
 
 
 
 
 
CÁLCULO DE FUSOS 
 
 
1º Passo _ Quando duas localidades encontram-se em um mesmo hemisfério, 
diminuem-se as longitudes, ao contrário, quando encontram-se em um mesmo 
hemisfério, somam-se as longitudes entre as localidades. 
 
2º Passo _ Divide-se a diferença (somada ou subtraída) em graus, entre as duas 
localidades, por 15º (limite de cada fuso). 
 
3º Passo _ Dedução da hora. Quando uma localidade está a LESTE de outra, somam-se 
as horas, ao contrário, quando uma localidade está a OESTE de outra, diminuem-se as 
horas. 
 
Exemplo 1 
Numa determinada cidade localizada a 120º de longitude oeste, são 15 hs. Que horas 
serão na cidade na cidade ―B‖, a 15º de longitude oeste? 
 
1º Passo: 120º(A) – 15º(B) = 105º 
2º Passo: 105º / 15º = 7 horas 
3º Passo: 15hs + 7hs = 22:00hs 
Na cidade ―B‖, serão 22:00 horas. 
 
Exemplo 2 
Em uma determinada cidade ―A‖ localizada a 105º de longitude leste, são 18 hs. Que 
horas serão na cidade ―B‖, situada a 60º de longitude oeste? 
 
1º Passo: 105º(A) + 60º(B) = 165º 
2º Passo: 165º / 15º = 11 horas 
 
 
21 
 
3º Passo: 18hs – 11hs = 07:00hs 
Na cidade ―B‖, serão 07:00 horas. 
 
Fusos UTM para a o território brasileiro. 
 
A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência, atribuindo à 
origem do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano central) as 
coordenadas 500.000 m, para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e 
10.000.000 m ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo do meridiano 
central, para os hemisfério sul e norte respectivamente. Isto elimina a possibilidade de 
ocorrência de valores negativos de coordenadas. 
 
 
 
 
Cada fuso deve ser prolongado até 30' sobre os fusos adjacentes criando-se assim uma 
área de superposição de 1º de largura. Esta área de superposição serve para facilitar o 
trabalho de campo em certas atividades. 
 
 
22 
 
1.5 Sistema de Coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator) 
 
É um sistema de coordenadas planas (lineares), medidas a partir de um referencial 
cartesiano. Estas coordenadas formam um quadriculado relacionado à Projeção 
Universal Transversa de Mercator, daí serem chamadas de coordenadas UTM. 
Para utilizar o sistema UTM associa-se a cada fuso um sistema de referência, cuja 
origem é a interseção da linha do equador com o meridiano central do fuso, a qual 
foram atribuídos os seguintes valores: para o Meridiano Central, 500.000 metros E, 
determinando-se as distâncias no sentido Leste/Oeste, e para o Equador, 10.000.000 
metros N, para o hemisfério Sul e 0 metros N, para o hemisfério Norte, conforme pode 
ser visto na figura.... 
O Sistema de Projeção é um sistema representado pelo traçado da rede geográfica 
(angular) e utm (plana) em uma superfície plana, com a representação de paralelos de 
latitude e meridianos de longitude, que permitem a localização de pontos através de suas 
coordenadas. 
 
Lambert apresentou em 1772, inspirado na Projeção de Mercator, um Sistema de 
projeção conforme com a superfície de projeção definida por um cilindro tangente a um 
determinado meridiano. Tal sistema recebeu a denominação de Projeção Transversa de 
Mercator. Como o trabalho de Lambert restringia-se a uma superfície esférica de 
referência, Gauss e, posteriormente, Krüger encarregaram-se do desenvolvimento das 
fórmulas pertinentes à adoção de uma superfície elipsoidal de referência. Por isso, este 
sistema de projeção é também conhecido como Projeção Conforme de Gauss ou 
Projeção de Gauss-Krüger. 
As principais características da Projeção Transversa de Mercator são resumidas a 
seguir: 
 
1. A superfície de projeção é um cilindro transverso e a projeção é conforme, 
ou seja, as pequenas formas de áreas são apresentadas sem deformação, o que 
significa que a escala para todas as direções em torno de um ponto 
independente do azimute é constante para distâncias pequenas. 
Conseqüentemente, para pontos suficientemente próximos as relações 
angulares são corretas; 
2. O meridiano central da região de interesse, o equador e os meridianos 
situados a 90º do meridiano central são representados por retas; 
3. Os outros meridianos e os paralelossão representados por curvas 
complexas; 
4. O meridiano central é representado em verdadeira grandeza; 
5. A escala aumenta com a distância em relação ao meridiano central, 
tornando-se infinita a 90º deste. 
 
 
23 
 
 
A escala ao longo do meridiano central pode ser reduzida de modo que a escala 
média da região a ser mapeada aproxime-se mais do valor correto. Neste caso, duas 
linhas aproximadamente retas, uma a leste e outra a oeste do meridiano central, são 
representadas em verdadeira grandeza. A geometria desta situação pode ser visualizada 
imaginando-se um cilindro levemente secante à superfície de referência. A Figura a 
seguir mostra a representação de paralelos e meridianos na Projeção Transversa de 
Mercator. 
Com a finalidade de se gerar um sistema de coordenadas planas único para todos 
os países, concebeu-se durante a segunda guerra mundial a projeção utm, tendo em vista 
cartas de emprego militar em escalas grandes. A projeção utm possui as mesmas 
características básicas da Projeção Transversa de Mercator, uma vez que é mantida toda 
a base matemática desta última. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valores de origem para o cálculo de coordenadas em uma zona UTM. 
 
Na projeção utm aplica-se ao meridiano central de cada fuso um fator ou módulo 
de redução de escala igual a 0,9996 com a finalidade de minimizar as variações de 
 
 
 
24 
 
escala dentro do fuso. Conseqüentemente, existem duas linhas aproximadamente retas, 
uma a leste e outra a oeste, distantes cerca de 1º37‘ do meridiano central, representadas 
em verdadeira grandeza. 
 
O sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S. 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 Sistema de Coordenadas Geográfica 
 
Coordenadas são valores, nos eixos X e Y de um plano cartesiano, que indicam a 
posição em qualquer lugar na superfície terrestre. Existe ainda um terceiro valor que 
indica a altitude representado pela letra Z. As coordenadas X e Y podem ser 
planimétricas, dadas em metros ou geográficas (Grau, minuto, segundo; grau decimal). 
A coordenada Z é geralmente dada em metros. 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
O Sistema de Coordenadas Geográficas é um sistema de coordenadas angulares 
(graus, minutos e segundos) medidas a partir do equador terrestre (latitude), variando de 
0º a 90º para o Norte e para o Sul e, a partir do meridiano de Greenwich, que passa pela 
localidade de Greenwich em Londres – Inglaterra, (longitude), variando de 0º a 180º 
para leste e oeste. 
 
 
 
 
 
Coordenadas Geográficas. 
 
A Figura 11.6 apresenta uma noção dos conceitos de latitude e longitude. Em 
resumo, a Latitude é a distância em graus, minutos e segundos do arco de um ponto 
qualquer da Terra em relação ao Equador. É medida ao longo do meridiano e varia de 0º 
a 90º. A Longitude é a distância em graus, minutos e segundos do arco de um ponto 
qualquer da Terra em relação ao meridiano de Greenwich. É medida ao longo do 
paralelo e varia de 0º a 180º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visualização dos conceitos de Latitude e Longitude. 
 
PLOTAGEM DE PONTOS 
Ex: Locar o ponto A, em uma carta na escala 1:50.000, cujas coordenadas 
planimétricas são: 
 N = 7.368.700 m 
A 
 E = 351.750m 
 
 Marcação da Coordenada N: 
 
Para marcarmos a coordenada N, as linhas do grid em questão são as de valores 
7.368.000m e 7.370.000m representados na carta por 7368 e 7370, respectivamente. 
 
O intervalo entre as linhas do grid é de 2.000m. Se usarmos uma distância gráfica de 
10 cm (100 mm), a cada 1 mm corresponderão 20 m, sendo este o erro máximo que 
poderá ser cometido. Estabelecemos uma relação entre o intervalo de 2.000 m 
(distância real no terreno) e a distância gráfica estabelecida: 
 
 100 mm ---------- 2000 m 
 x = 20 m 
 1 mm ------------ x 
 
Ou seja, a cada 1 mm na régua, correspondem 20 m no terreno. 
 
Já temos na carta a linha do grid de valor 7.368.000m ( 7368 ), precisamos portanto 
acrescentar 700m para a coordenada dada. 
 
 1mm ----------- 20m 
 
 
 
 
27 
 
 Logo, x = 35 mm 
 x ------------ 700m 
 
Medimos 35 mm na carta, dentro do intervalo entre as linhas do grid, partindo da 
menor para a maior coordenada, ou seja, 7368 para 7370 e marcamos um ponto, 
traçando a seguir uma reta horizontal passando por este ponto. (Figura 5.2). 
 
 Marcação da Coordenada E: 
 
As linhas do grid em questão são as de valores 350.000 m e 352.000 m cujos valores 
na carta são representados por 350 e 352 respectivamente. 
 
Assim como no caso da coordenada N, encontraremos os mesmos valores de 
intervalo entre as linhas do grid e a distância gráfica entre elas, portanto a relação é 
a mesma, ou seja, a cada 1 mm correspondem 20 m. 
 
Na carta já temos a linha do grid de valor 350.000 m (350), portanto, para a 
coordenada do ponto precisamos acrescentar 1750 m. 
 
 1mm ---------- 20m 
 Logo, x = 87,5 mm 
 x ------------ 1750m 
 
Medimos 87,5 mm na carta, dentro do intervalo entre as linhas do grid, partindo da 
menor para a maior coordenada, ou seja, de 350 para 352 e marcamos um ponto, 
traçando a seguir uma reta vertical passando por este ponto. 
 
No cruzamento entre as duas retas traçadas estará localizado o ponto A desejado, 
determinado pelas coordenadas dadas. 
 
 
A circunferência tem 360º (360 graus), cada grau tem 60' (60 minutos de arco), cada 
minuto tem 60'' (sessenta segundos de arco). 
Minutos em graus / 60 
Grausemminutosx60 
Graus em segundos x 3600 
Segundos em graus / 3600 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
TRANSFORMANDO COORDENADAS GEOGRÁFICAS EM UTM 
 
17 graus 36 minutos 34,06 segundos 
Vale lembrar que 1852 metros que é uma milha marítima, equivale a 1 minuto de arco da Terra. 
 
17º36’34,06’’ 
 
(17*60)*1,852 + 36*1,852 + (34,06/60)*1,852 = 1889,04 + 66,672 + 1,0513 = 1956,763 UTM 
 
Desta forma, 1minuto=1852m, 1segundo=30m; e 1grau=111.100m 
1.852m----1minuto 
1.000m----xminutos 
x=1,000/1,852x=0,54minutos 
 
x = 60*0,54 x = 1Km=32,40 segundos 
 
6.1 TRANSFORMANDO GRAUS DECIMAIS EM COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
115,4935º 
0,4935x60=29,61‘ 
Temos então 29,61 minutos, que corresponde a 29 minutos + 0,61 minutos 
0,61x60=36,60‘‘ 
ou seja: 115,4935 graus são equivalentes a 115 graus mais 29 minutos mais 36 segundos mais 
60 sexagézima partes do segundo 
115º29‘36,60‘‘ 
 
6.2 TRANSFORMANDO COORDENADAS GEOGRÁFICAS EM GRAUS DECIMAIS 
20º 15‘ 35‘‘ 
20 + 15/60 + 35/3600 
20,259722º 
Para saber as coordenadas de km em km, basta fazer o seguinte: 
 
1,852----1minuto 
1,000----xminutos 
x=1,000/1,852x=0,54minutos 
 
x = 60*0,54 x = 1Km=32,40 segundos 
 
1.6 Sistema Geodésico de Referência e Datum 
 
Sistema geodésico de referência é um sistema coordenado, utilizado para 
representar características terrestres, sejam elas geométricas ou físicas. Na prática, 
serve para a obtenção de coordenadas (latitude e longitude), que possibilitam a 
representação e localização em mapa de qualquer elemento da superfície do planeta. 
Vista do espaço, a Terra assemelha-se a uma esfera com os pólos achatados. Na 
realidade, sua forma é afetada pela gravidade, força centrífuga de rotação e variações de 
densidade de suas rochas e componentes minerais. 
O modelo físico-matemático para representar a Terra chama-se Geóide, e foi 
construído a partir das superfícies equipotenciais,ou seja, de mesma força gravitacional. 
 
 
29 
 
Esta força está relacionada à densidade do planeta, que se diferencia em função dos 
tipos de material intra-planetário e a distribuição dos mesmos pela Terra. O Geóide se 
assemelha à forma real do nosso planeta. 
Devido à complexidade de se trabalhar com a forma real da Terra, a Geodésia 
(Ciência que estuda as formas da Terra e suas representações) aproxima sua superfície 
para um modelo geométrico do globo terrestre: O elipsóide de revolução, que leva em 
conta o achatamento dos pólos, além de proporcionar medidas de profundidade. 
Um elipsóide de revolução é um sólido gerado pela rotação de uma elipse em 
torno do eixo menor dos pólos. Por fim, pode-se considerar o próprio elipsóide ou 
transformá-lo em uma esfera com a mesma superfície, gerando então o globo terrestre. 
Ao longo do tempo foram testados vários elipsóides de revolução para melhor 
representar a Terra (diferentes medidas e proporções entre seus eixos e raios). Como os 
instrumentos geodésicos tornam-se cada vez mais precisos, e a cada reunião da UGGI 
(União Geodésica e Geofísica Internacional), novos valores de elipsóides são propostos 
para melhor definir a Terra como um todo. Entretanto, cada região da terra possui suas 
particularidades físicas. 
Definido o elipsóide a que se fará referência, para relacionar coordenadas no 
modelo geométrico com as coordenadas reais no terreno, define-se uma malha de 
cálculos de ajustes. Esta malha deve possuir um ponto de origem. Este ponto de origem 
deve estar localizado exatamente onde o modelo físico e o modelo geométrico do 
planeta coincidem, ou seja, o encontro do Geóide com o Elipsóide de Revolução 
escolhido. A este ponto chamamos DATUM. A partir dele, é gerada uma malha de 
cálculos que ajusta os modelos matemáticos com o terreno real, e nos fornece as 
coordenadas de localização ajustadas. 
As redes geodésicas são formadas por vários pontos conhecidos na superfície, 
acoplados a um GPS de precisão, que ficam captando os sinais dos satélites, e 
atualizando suas posições em tempo real. Assim, a precisão fica garantida ao 
relacionarmos estes pontos conhecidos aos pontos do elipsóide. 
Existem redes geodésicas horizontais e verticais. As horizontais referem-se às 
coordenadas latitude e longitude dos pontos que a constituem. As redes geodésicas 
verticais servem-nos de referência quanto à altitude ortométrica dos pontos que a 
constituem. Estas altitudes ortométricas relacionam-se à superfície geoidal e são 
medidas em relação ao nível médio dos mares. No Brasil, definiu-se como DATUM 
vertical (origem de referência) um ponto localizado no litoral de Santa Catarina, na 
praia de Imbituba, pois, após muitos anos de medição, verificou-se que aquele 
ponto era onde o mar atingia seu nível médio, comparando-se com o resto do litoral. 
Assim sendo, temos dois tipos de DATUM, o horizontal e o vertical. 
Os DATUM horizontal podem ser de dois tipos, os Topocênctricos, cuja origem 
é um ponto na superfície do planeta, e os Geocêntricos, cuja origem é o centro de 
massa da Terra. 
 
 
30 
 
 
 
 
Os Geocêntricos são mais modernos e têm mais precisão ao longo do planeta. Os 
Topocêntricos têm seus usos restritos às regiões para as quais foram construídos. O 
South American Datum – 1969, ou SAD 69, bem como o Córrego Alegre e o Astro 
Chuá, muito usados no Brasil nas décadas passadas, são topocêntricos. 
O DATUM WGS 84, por exemplo, é um DATUM Geocêntrico, utilizado pelos 
EUA, inclusive no Sistema de Posicionamento Global por Satélite (GPS). 
O Brasil está em uma fase de transição de DATUM oficial, e até 2014, todas as 
produções cartográficas oficiais terão que usar o SIRGAS 2000, que também é um 
DATUM geocêntrico, mais preciso que o SAD 69 (atualmente oficial), e, até que se 
sejam feitos os últimos ajustes, o SIRGAS 2000 corresponde exatamente ao WGS 84. 
 
 
CARTOGRAFIA TEMÁTICA 
 
FUNDAMENTOS 
 
A Cartografia Temática, além de possibilitar o desenvolvimento de métodos de 
representação gráfica de informações, subsidia as análises geográficas, através de mapas 
temáticos, cartogramas, mapas analíticos, mapas sintéticos, entre outros. 
A informação geográfica pode ser de natureza qualitativa ou quantitativa. A 
informação qualitativa é produzida a partir de fotointerpretação, sensoriamento remoto 
e/ou trabalho de campo e seleciona por exemplo o uso do solo, a geomorfologia, 
cobertura vegetal, etc. A informação quantitativa diz respeito por exemplo a dados de 
população, produção, dados econômicos, etc., cujos valores são classificados e 
ordenados. 
Os mapas devem ser vistos e entendidos como veículos de comunicação. Na 
utilização dos mapas estimula-se uma operação mental, havendo uma interação entre o 
mapa e os processos mentais do usuário. 
 
 
31 
 
A Cartografia Temática utiliza o método da representação gráfica para 
transcrever as informações temáticas com simbologia própria. 
 
 
A INFORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DOS DADOS 
 
O plano é o suporte de toda a representação gráfica. Ele é homogêneo e possui 
duas dimensões: X e Y, na sua distribuição euclidiana. É o mapa-base elaborado pela 
cartografia sistemática. 
Modos de Implantação, são as três significações que uma figura qualquer visível 
pode receber com relação as duas dimensões do plano. Desta forma, sobre o plano pode-
se considerar; um ponto, uma linha e uma zona, sendo assim: representação pontual, 
linear ou zonal. Trata-se, portanto, da terceira dimensão da representação gráfica; isto 
é, a percepção em profundidade (Bertin, 1967). 
 
As Variáveis Visuais 
 
A figura visível no plano pode, independente do modo de implantação utilizado, 
variar segundo as seis variáveis da retina ou variações visuais: tamanho, valor, 
granulação, cor, orientação e forma. 
A variável tamanho corresponde a uma variação de comprimento e/ou largura, de 
superfície de implantação pontual e linear, através de círculos proporcionais, colunas, 
barras, etc. 
A variação de valor é expressa pela proporção de preto e de branco (ou de outra 
cor qualquer) de forma progressiva e contínua em implantação zonal, mostrando a 
percepção de ordem dos elementos. 
A variação de granulação é expressa pela textura mais ou menos grande dos 
elementos estruturais da trama, na forma de grãos grossos e de grãos finos. 
A variação de cor e de valor estão intimamente ligadas. Ordenando-se cores 
quentes e cores frias, o olho ―vê‖ antes da variação de cor, a variação de valor. 
A variação de cor é essencialmente seletiva (diferenciativa), tendo sua melhor 
aplicação em implantação zonal. 
A variação de orientação é expressa por diferenciação de traços horizontais, 
verticais, diagonais, etc., tendo sua melhor aplicação em implantação pontual. 
A variação de forma é expressa por uma infinidade de figuras geométricas, 
símbolos convencionais, ideogramas, etc., em implantação pontual. 
 
A Semiologia é a ciência que estuda os sistemas de sinais que o homem utiliza no 
seio da vida social. Portanto, Representação Gráfica é a parte da Semiologia que tem 
por objetivo trancrerver uma informação qualquer, utilizando para isso três sistemas: 
sistemas de símbolos, sistema lógico e sistema monossêmico. Sistema Monossêmico é 
um método de trabalho cartográfico que envolve ―a parte racional do mundo das 
imagens‖ – é sistema é monossêmico, quando o conhecimento do significado de cada 
símbolo antecede a observação do conjunto de símbolos; não da margem a 
ambigüidades. Demanda apenas um instante de percepção e expressa-se mediante a 
construção de imagens. 
 
 
 
32 
 
 
Para Bertin (1967), as relações entre objetos/fenômenos podem ser expressas em uma 
das seguintes naturezas:a) relações quantitativas, quando os dados são numéricos e 
nos permitem estabelecer proporção entre os objetos/fenômenos; b) relações de ordem, 
quando os dados não permitem estabelecer proporção, mas apresentam uma hierarquia 
visível entre os objetos/fenômenos; e c) relações seletivas, quando os dados não nos 
permitem estabelecer relações de ordem ou de proporção. Portanto, os 
objetos/fenômenos são apena diferentes (ou semelhantes) entre si. A cor é uma das 
variáveis visuais mais empregadas em mapas, dada a sua atratividade natural para os 
olhos humanos. Somos capazes de distinguir um número muito maior de matizes de 
cores do que de tonalidade de cinza ou de variações de tamanho (Farina, 1990). 
Contudo, o emprego da cor em construções cartográficas deve ser feito com extremo 
cuidado, pois essa variável tanto pode 
expressar apenas a seletividade quanto a ordem entre objetos/fenômenos. 
Para expressar a seletividade (diversidade) visual, devemos combinar cores quentes – os 
maiores comprimentos de onda da luz branca: amarelo, laranja, vermelho – e cores frias 
– os menores comprimentos de onda: verde, azul, violeta. A mescla dos matizes quentes 
e frios, com a mesma intensidade visual, como o verde claro, o vermelho claro, o azul 
médio, o laranja médio etc., permite que leitor, ao observar o mapa, não dê maior 
atenção para uma mancha (ou ponto ou linha) colorida, mais do que para outra, exceto 
pela dimensão preenchida pela cor. Essa é a noção de seletividade: não expressar 
nenhuma noção de hierarquia; se alguma coisa fosse mais escura do que outra, logo, 
também pareceria mais importante. 
Já a representação da ordem utilizando a variável cor, depende do trabalho com o 
―valor‖ da cor, alterando o seu brilho ou saturação. Os matizes também podem ser 
ordenados a partir de seu comprimento de onda, indo do violeta ao azul e ao verde e, em 
seguida, do amarelo ao laranja e ao vermelho. Contudo, para expressar a noção de 
ordem, convém trabalhar apenas uma seqüência de cada vez: ou apenas cores quentes 
ou apenas cores frias. O mesmo resultado é obtido trabalhandos e com a monocromia, 
ou seja, as tonalidades de uma única cor. 
Já a variável forma, também muito utilizada, especialmente para dados pontuais, merece 
grande atenção por parte do construtor do mapa. Embora possa expressar a 
seletividade/diversidade sem maiores problemas, é preciso atentar para a dificuldade do 
leitor em distinguir uma grande quantidade de signos, de mesma dimensão e cor. Como 
não é possível variar o tamanho, para não dar a idéia de proporção (quantitativa) ou 
hierarquia (ordem), a combinação com a variável cor (matizes) pode aumentar bastante 
a distinção entre os signos. 
O emprego de formas iconográficas ou pictóricas, que imitam o objeto/fenômeno a ser 
retratado, embora facilite a comunicação (ao diminuir a consulta à legenda, para 
memorização do signo), deve ser visto com ressalvas. Primeiro, porque nem todo signo 
pictórico é facilmente inteligível (que o digam os signos utilizados atualmente para 
informar os banheiros masculinos e femininos). Segundo, porque não é possível 
encontrar signos capazes de retratar quaisquer temas, pois alguns são extremamente 
abstratos e a imagem mental do leitor quanto a eles pode variar sobremaneira (como é 
caso de museus, monumentos, ruínas históricas etc.). E, por fim, é preciso sempre 
lembrar que os signos pictóricos mudam de significado de um contexto histórico ou 
cultural para outro. 
 
 
33 
 
O que se pode destacar, contudo, é que a escolha dos signos a serem lançados no mapa 
não é uma decisão arbitrária. Há regras claras que precisam ser observadas, durante a 
concepção da legenda, a fim de que ela possa ajudar o mapa a cumprir o seu papel de 
comunicar determinada informação, sem distorções. 
 
 
As Representações Ordenadas (O) são indicadas quando as categorias dos fenômenos 
se inscrevem numa seqüência única e universalmente admitida. A relação entre objetos 
é de ordem. Por exemplo, evolução das cidades pelo critério da mancha urbana. Uma 
variável visual adequada para o caso é o ―valor‖. 
 
As Representações Quantitativas (Q) são empregadas para evidenciar a relação de 
proporcionalidade entre objetos. Esta relação deve ser transcrita por relações visuais de 
mesma natureza. A única variação visual que transcreve corretamente esta noção é a de 
―tamanho‖. Por exemplo, em uma implantação pontual, círculos de tamanhos 
proporcionais às quantidades de habitantes de uma região. Em uma implantação zonal, 
sugere-se conforme Martinelli (1991) um dos seguintes métodos: 
1 - ―Método dos pontos de contagem‖ - expresso por uma variação do número de pontos 
iguais distribuídos regularmente ou não pela área de 
ocorrência; 
2 - ―Método da distribuição regular de pontos de tamanho crescentes‖ - expresso por 
uma variação de tamanho de pontos regularmente distribuídos pela unidade 
observacional; 
3 - ―Método das figuras geométricas proporcionais‖ - onde ocorre a variação de 
tamanho de um único símbolo centrado na área de ocorrência; 
4 -―Método isarítmico‖ - onde ocorre curvas de igual valor (isolinhas) com valor visual 
preenchendo o espaço intercalar; 
5 - ―Método coroplético‖ - apresenta uma série de valores visuais preestabelecidos 
(Q/A, onde A= Área). 
 
Nas Representações Dinâmicas, a prática mais comum para se construir a noção de 
dinamismo é a de confrontarmos várias edições de um mesmo tipo de mapa, numa 
seqüência temporal. O tempo e o espaçosão dois aspectos impossíveis de serem 
dissociados e fundamentais da existência humana. As representações dinâmicas devem 
traduzir a dinâmica social que produz o espaço geográfico ao longo do tempo, esse 
dinamismo dos fenômenos pode ser transcrito pelas variações quantitativas ou pelas 
transformações dos estados de um fenômeno, que se sucedem no tempo para um mesmo 
lugar; no espaço, o fenômeno se manifesta através de um movimento, deslocando certa 
quantidade de elementos através de certo percurso, dotado de certo sentido e direção, 
empregando para isso, um certo tempo (Martinelli, 1991). 
O quadro a seguir resume a questão das relações fundamentais (O, Q, 
organização em relação às variáveis visuais, e que aspectos estas assumem nas 
diferentes implantações. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Declinação Magnética 
 
 Um dos fatores indispensáveis para que um mapa seja de utilidade máxima ao 
usuário é a existência do diagrama de declinação. 
Os mapas construídos no sistema de coordenadas UTM, trazem, forçosamente, 
esse diagrama, o qual contém três linhas que representam: 
 
 
 
 
 
NM................................ 
 
 
NQ................................. 
 
 
NG.................................. 
 
 
A declinação do quadrante é o ângulo formado pelo Norte do Quadrante – NQ e o Norte 
Verdadeiro – NG, e seu valor é correto ou válido no centro da folha ou carta. O mesmo 
vale para o ângulo formado pelo Norte Verdadeiro e o Norte Magnético. 
 
Vamos supor que a carta confeccionada no ano de 1975 apresentasse, em sua declinação 
magnética um desvio de 16
030‗ . Sabendo que a declinação magnética cresce 3' anualmente, é 
possível calcular a declinação atual (2001) dessa região : 
 
Cálculos: 2001 - 1975 = 26 anos ; 26 x 3' = 78' = 1º 30' 
declinação atual = 16º 30' + 1º 30' = 18º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Norte Magnético, estabelecido por meio da 
bússola 
 
Norte do Quadrante, estabelecido pelas linhas 
verticais da carta 
 
Norte Geográfico ou Norte Verdadeiro 
 
 
35 
 
Declinação para algumas cidades 
brasileiras (01/01/2007) 
Cidade Declinação 
Variação 
anual 
Belo 
Horizonte 
(MG) 
21° 45' W 0° 4' W 
Brasília 
(DF) 
20° 22' W 0° 5' W 
Maceió 22° 44' W 0° 1' E 
Manaus 
(AM)14° 22' W 0° 7' W 
Natal 
(RN) 
21° 46' W 0° 2' E 
Porto 
Alegre 
(RS) 
15° 12' W 0° 8' W 
Porto 
Velho 
(RO) 
11° 03' W 0° 9' W 
Recife 22° 22' W 0° 2' E 
Rio de 
Janeiro 
(RJ) 
21° 41' W 0° 4' W 
Salvador 23° 07' W 0° 0' W 
São Paulo 20° 0' W 0° 6' W 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
ELEMENTOS DA BÚSSOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Escalas 
 
Todo mapa é uma representação esquemática e reduzida da superfície terrestre. 
Para tal, se faz necessário determinar a relação entre a dimensão representada do objeto 
e a sua dimensão real. Esta proporção é denominada de Escala. 
Como as linhas do terreno e as do desenho são homólogas, o desenho que 
representa o terreno é uma Figura semelhante a dele, logo, a razão ou relação de 
semelhança é a seguinte: 
 
 
 dimensão gráfica (d) 
Escala (E) = ---------------------------- 
 dimensão real (D) 
 
 
37 
 
 
 
A relação d/D pode ser maior, igual ou menor que a unidade, dando lugar à 
classificação das escalas quanto a sua natureza, em três categorias: 
 
1. d = D Reprodução ou Cópia; 
2. d > D Ampliação; 
3. d < D Redução. 
 
Na Cartografia utilizamos a escala de Redução, onde a dimensão gráfica é menor 
que a dimensão real. 
Os tipos de escalas mais utilizadas são: numérica, equivalente (ou nominal) e 
gráfica. 
 
1.1.1 Escala Numérica 
 
 A escala numérica é representada por uma fração, onde o numerador é igual à 
unidade e o denominador é o número (valor) da escala. As escalas mais comuns têm 
para denominador um múltiplo de 10. 
 
Isto significa que 1cm na carta corresponde a 25.000 cm ou 250 m, no terreno. 
 
OBS: Uma escala é tanto MAIOR quanto MENOR for o DENOMINADOR. 
Ex: 1:50.000 é MAIOR que 1:100.000, ou seja, MAIS DETALHES. 
 
A escala numérica tem grandes vantagens em informar imediatamente o número 
de reduções que a superfície real sofreu, porém é imprópria para reproduções de mapas 
com base em processos fotocopiadores, quando há ampliação ou redução do original. 
Ao ser alterado o tamanho do original, consequentemente haverá alteração na relação 
entre as dimensões gráfica e real, modificando a escala. Ou seja, uma mesma escala 
numérica não pode constar em mapas iguais com tamanhos diferentes. Por exemplo, um 
mapa com escala de 1:200.000, se houver redução de 2x, a escala passará a ser de 
1:400.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Redução 
Escala 1:200.000 Escala 1:400.000 
2cm = 4km 1cm = 2km 0,5cm = 2km 1cm = 4km 
 
 
38 
 
 
 
 
 Uma coisa bastante útil é sempre aplicar o denominador da escala na régua do 
sistema métrico. km/hm/dam/m/dm/cm/mm 
Ex. na escala 1:100.000 quanto vale 1cm em metros? 
 
 
 
 
1.1.2 Escala Equivalente ou Nominal 
 
 Expressa uma equivalência de números. Por exemplo: 
 
 
 
 
 
Significa dizer que 1cm na carta equivale a 250m no terreno, o que corresponde 
à escala numérica de 1:25.000. 
 
1.1.3 Escala Gráfica 
 
 É a representação gráfica de distâncias do terreno sobre uma linha reta graduada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1cm = 250m 
 
 
 
39 
 
A vantagem da escala gráfica se refere à sua utilidade nas reduções ou 
ampliações realizadas por fotocopiadoras. Nestes casos, as dimensões da linha graduada 
(escala gráfica) sofrerão as mesmas alterações de tamanho dos mapas, mantendo, 
portanto, a proporcionalidade entre as dimensões gráficas e reais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.5 Escolha da Escala 
 
A escolha da escala de trabalho é um fator importante, pois, precisamos saber se 
o objeto que queremos representar estará visível ao nível de detalhes que precisamos. 
Para isso, usamos um preceito da ótica, de que o menor traçado que o olho humano 
enxerga é uma linha de 0,0002m, ou seja, nosso objeto no mapa terá que ser maior que 
esse tamanho, na escala que escolheremos. 
 
Um exemplo: Para que um objeto de 10m apareça no mapa, como o menor traço 
visível, usa-se a seguinte fórmula: 
 
D= 10/0,0002 
D= 50.000 
 
Onde D= Denominador da Escala 
2cm 
1cm 
Redução 
Se 1cm = 500m; Logo 2cm = 100m 
Se 1cm = 1000m, então a escala numérica será de 1:100.000 
 
 
 
40 
 
 
Ou seja, a escala mínima terá de ser de 1:50.000 
 
1.1.4 Precisão Gráfica 
 
Podemos determinar o erro admissível nas medições em determinada escala: 
 
 
 
 
Onde: 
eT - Erro Tolerável 
D = Denominador da escala numérica (dimensão real) 
 
Assim, em um mapa na escala de 1:100.000, podemos calcular o erro tolerável: 
 
eT = 0,0002m x 100.000 
eT = 20m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: 
 eT - Erro Tolerável 
D = Denominador da escala numérica (dimensão real) 
 
Isso significa que um deslocamento de até 20 metros, em um mapa na escala 
1:100.000, é aceitável. 
 
Devemos ter muito cuidado com a escolha da escala nos mapas armazenados em 
meio digital. Esta etapa, muitas vezes, é realizada sem critério, uma vez que os 
softwares de SIG permitem uma fácil modificação de seus valores. Porém, o valor real é 
o da escala de origem da aquisição dos dados, ou seja, um mapa digital elaborado numa 
escala 1:50.000 NUNCA terá uma precisão maior que a permitida para esta escala. 
 
 
eT = 0,0002m x D 
 
 eT 
D = --------------- 
 0,0002m 
 
 
 
41 
 
ESCALA VERTICAL 
 
Para o cálculo da escala vertical, é só fazer uso da mesma fórmula, onde d é a distância 
prática, e D será a espessura real da curva. O exagero vertical será calculado 
comparando-se a escala horizontal com a escala vertical: 
 
EXV = Ev/Eh, onde; 
EXV – Exagero Vertical 
Ev – Escala vertical 
Eh – Escala horizontal 
 
 
Supondo uma escala vertical 1:5.000 e uma escala horizontal 1:100.000, 
aplicando a fórmula, o resultado seria: 
 __1__ 
EXV= 5.000 = __1___*__100.000__ = 20 
 __1__ 5.000 1 
 100.000 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAPEAMENTO SISTEMÁTICO NACIONAL 
 
Existem vários órgãos públicos e privados no Brasil que executam o 
mapeamento do Território Nacional, dentre eles estão o IBGE (Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística) e a DSG (Ministério do Exército). 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
A situação do Mapeamento brasileiro está estagnada desde a década de 90, quando o 
Brasil parou de investir em cartografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
A Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo – CIM é uma representação de 
toda a superfície terrestre, na projeção cônica conforme de LAMBERT (com 2 paralelos 
padrão) na escala de 1:1.000.000. 
Fornece subsídios para a execução de estudos e análises de aspectos gerais e 
estratégicos, no nível continental. Sua abrangência é nacional, contemplando um 
conjunto de 46 cartas. 
A distribuição geográfica das folhas ao Milionésimo foi obtida com a divisão do 
planeta (representado aqui por um modelo esférico)em 60 fusos de amplitude 6º, 
numerados a partir do fuso 180º W - 174º W no sentido Oeste-Leste (Figura 2.13). Cada 
um destes fusos por sua vez estão divididos a partir da linha do Equador em 21 zonas de 
4º de amplitude para o Norte e com o mesmo número para o Sul. 
Como o leitor já deve ter observado, a divisão em fusos aqui apresentada é a 
mesma adotada nas especificações do sistema UTM. Na verdade, o estabelecimento 
daquelas especificações é pautado nas características da CIM. 
Cada uma das folhas ao Milionésimo pode ser acessada por um conjunto de três 
caracteres: 
1º) letra N ou S - indica se a folha está localizada ao Norte ou a Sul do Equador. 
2º) letras A até U - cada uma destas letras se associa a um intervalo de 4º de 
latitude se desenvolvendo a Norte e a Sul do Equador e se prestam a indicação da 
latitude limite da folha. Além das zonas de A a U, temos mais duas que abrangem os 
paralelos de 84º a 90º. A saber: a zona V que é limitada pelos paralelos 84º e 88º e a 
zona Z, ou polar, que vai deste último até 90º. Neste intervalo, que corresponde as 
regiões Polares, a Projeção de Lambert não atende convenientemente a sua 
representação. Utiliza-se então a Projeção Estereográfica Polar. 
3º) números de 1 a 60 - indicam o número de cada fuso que contém a folha. 
 
OBS: O Território Brasileiro é coberto por 08 (oito) fusos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo 
 
 
 
 
As Cartas do Mapeamento Sistemático Nacional têm origem nas folhas ao 
Milionésimo, e se aplica a denominação de todas as folhas de cartas do mapeamento 
sistemático (escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000). 
 
 
A figura a seguir apresenta a referida nomenclatura. 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
Para escalas maiores que 1:25.000 ainda não existem normas que regulamentem 
o código de nomenclatura. O que ocorre na maioria das vezes é que os órgãos 
produtores de cartas ou plantas nessas escalas adotam seu próprio sistema de articulação 
de folhas, o que dificulta a interligação de documentos produzidos por fontes diferentes. 
Existem dois sistemas de articulação de folhas que foram propostos por órgãos 
envolvidos com a produção de documentos cartográficos em escalas grandes: 
O primeiro se desenvolve a partir de uma folha na escala 1:100.000 até uma 
folha na escala 1:500. 
O segundo tem sido adotado por vários órgãos responsáveis pela Cartografia 
Regional e Urbana de seus estados. Seu desenvolvimento se dá a partir de uma folha na 
escala 1:25.000 até uma folha na escala 1:1.000. 
 
 
48 
 
 
Nomenclatura das cartas do mapeamento sistemático. 
 
Além do índice de nomenclatura, dispomos também de um outro sistema de 
localização de folhas. Neste sistema numeramos as folhas de modo a referenciá-las 
através de um simples número, de acordo com as escalas. Assim: 
- para as folhas de 1:1.000.000 usamos uma numeração de 1 a 46; 
- para as folhas de 1:250.000 usamos uma numeração de 1 a 550; 
- para as folhas de 1:100.000, temos 1 a 3036; 
Estes números são conhecidos como "MI" que quer dizer número 
correspondente no MAPA-ÍNDICE. 
O número MI substitui a configuração do índice de nomenclatura para escalas de 
1:100.000, por exemplo, à folha SD-23-Y-C-IV corresponderá o número MI 2215. 
 
 
49 
 
Para as folhas na escala 1:50.000, o número MI vem acompanhado do número 
(1,2,3 ou 4) conforme a situação da folha em relação a folha 1:100.000 que a contém. 
Por exemplo, à folha SD-23-Y-C-IV-3 corresponderá o número MI 2215-3. 
Para as folhas de 1:25.000 acrescenta-se o indicador (NO,NE,SO e SE) 
conforme a situação da folha em relação a folha 1:50.000 que a contém, por exemplo, à 
folha SD-23-Y-C-IV-3-NO corresponderá o número MI 2215-3-NO. 
A aparição do número MI no canto superior direito das folhas topográficas 
sistemáticas nas escalas 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000 é norma cartográfica hoje em 
vigor, conforme recomendam as folhas-modelo publicadas pela Diretoria de Serviço 
Geográfico do Exército, órgão responsável pelo estabelecimento de Normas Técnicas 
para as séries de cartas gerais, das escalas 1:250.000 e maiores. 
 
 
Cartografia Náutica 
A cartografia náutica aqui considerada tem como objetivo compreender 
fundamentos para o uso básico da carta náutica. Antes, porém, é necessário que se tenha 
conhecimento de sua classificação segundo o uso e dos elementos que a compõem, o 
que é feito pelo uso, respectivamente, do Catálogo de Cartas e Publicações – CCP e da 
Carta 12.000 – Símbolos e Abreviaturas. Existem, porém, várias outras publicações 
editadas pela Marinha do Brasil que devem ser usadas para uma navegação segura. 
Atualmente, muito material utilizado em navegação está disponível em sítios 
oficiais na internet. No que se refere aos fundamentos da cartografia náutica, a Marinha 
do Brasil disponibiliza a coleção em três volumes da obra ―Navegação: a ciência e arte‖. 
Cartas náuticas digitalizadas e eletrônicas são abordadas na publicação S-66 (Fatos 
sobre cartas náuticas digitais e exigências de sua dotação a bordo). Correções nas cartas 
náuticas são disponibilizadas nos Avisos aos Navegantes. Para a utilização correta 
dessas publicações, entretanto, é necessário um conhecimento básico em cartografia, 
tarefa para a qual que este trabalho se propõe a contribuir. 
A seguir, alguns conceitos importantes que ajudarão no desenvolvimento deste 
do aprendizado. O Termo Navegação, segundo Miguens (2010), é a ciência e a arte de 
conduzir com segurança, dirigir e controlar os movimentos de um veículo desde o ponto 
de partida até o seu destino. As modalidades de navegação podem ser em meio aquático 
(marítima ou fluvial de superfície ou submarina, ou lacustre), aérea, espacial ou 
terrestre. Para efeito deste trabalho, o veículo é uma embarcação. A navegação 
considerada neste trabalho é a feita por embarcação em meio aquático. Para tanto, 
utiliza-e a carta náutica, que é o documento cartográfico resultante de levantamentos de 
áreas navegáveis. 
Cartas náuticas são documentos cartográficos para massa d‘água navegável 
geralmente na projeção Mercator e que cobrem regiões em que existem acidentes 
terrestres ou submarinos. Fornecem várias informações, como profundidade, perigo à 
navegação, natureza do fundo, fundeadouros e áreas de fundeio, auxílio à navegação, 
altitudes e pontos notáveis à navegação, linha de costa, marés, correntes, magnetismo e 
 
 
50 
 
contorno de ilhas, entre outras. À Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), na 
qualidade de Serviço Hidrográfico Brasileiro, cabe manter, por meio do Centro de 
Hidrografia da Marinha, todas as Cartas Náuticas em Águas Jurisdicionais Brasileiras 
(AJB) atualizadas. A DHN classifica da seguinte maneira as cartas náuticas: Cartas 
náuticas (DHN) nacionais, internacionais, obrigatórias e digitais (raster e eletrônicas). 
Outros conceitos são importantes no estudo da carta náutica. Croqui é um 
pequeno mapa para fins explicativos no caso de inexistência de carta náutica que cubra 
o trecho pretendido, localização e batimetria. No que se refere às cartas digitais, há 
quatro conceitos importantes. ECDIS, Sistema Eletrônico de Apresentação de Cartas e 
Informações, atende às exigências legais de dotação de carta náutica a bordo; ECS, 
Sistema de Cartas Eletrônicas, pode ser utilizado como auxílio à navegação, mas não 
substitui legalmente a carta náutica impressa; carta náutica eletrônica (ENC) é a base de 
dados padronizada com relação a conteúdo, estrutura e formato, emitida para uso com o 
ECDIS sob a autoridade de Serviços Hidrográficos autorizados pelo Governo; e Carta 
náutica raster (RNC)

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