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Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 1 Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 2 Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 3 Direito Financeiro Revisão Turbo | 42° Exame da OAB Sumário 1. Princípios Orçamentários ......................................................................................................... 4 2. Planos Orçamentários .............................................................................................................. 6 3. Receita Pública – Crédito Adicional ....................................................................................... 14 Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 4 1. Princípios Orçamentários 1.1. Premissas orçamentárias Todo processo orçamentário. Unidade: • Único documento; • Cada ente da federação terá o próprio (esfera poder – não); • Existe LOA nacional? Não; • Também conhecido como totalidade = todas receitas e despesas. Universalidade: • Todas as receitas e despesas deverão estar na LOA; • Receitas orçamentárias apenas; • Poder público poderá utilizar dinheiro sem registrar? Não; • Crédito extraordinário: abre crédito e depois retificada LOA. Lei de diretrizes orçamentárias: Art. 165 da CF. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Anualidade: • A LOA terá duração de 1 ano (ano civil/exercício financeiro); • Exceção: reabertura de crédito especial e extraordinário. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 5 Exclusividade: • LOA não poderá conter matéria estranha; • Fixação de despesa e previsão de receita; • Exceção: a) Autorização – abertura de créditos suplementares; b) Autorização – contratação de operações de créditos. Orçamento bruto: • Valores previstos na LOA deverão ser conforme montante bruto; • Não confundir com especificação – descriminar valores; • Exemplo: transferência de tributos – lançamento da arrecadação e não com dedução. Legalidade: • Leis orçamentarias: discussão e aprovação = legislativo; • Gestor público – só pode fazer o que está na lei; • Exceção: a) Crédito extraordinário: não precisará estar na lei; b) Crédito extraordinário: poderá ser autorizado pelo Executivo. Publicidade: • Ampla divulgação do orçamento público = Diário Oficial; • Não confundir com transparência – como é realizada. • Exemplo: a) Aqui trata-se e publicizar as leis orçamentárias; b) Garantir a qualquer interessado o acesso às informações. Transparência: • Divulgar como são realizadas as leis orçamentárias; • Instrumentos de transparência: prestação de contas/parecer Tribunal de Contas; • Art. 48 da LC 101. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 6 Não afetação: • A arrecadação dos impostos não será afetada; • A arrecadação não poderá ser comprometida; • Cuidado: a) Dos demais tributos sim; b) Art. 167, IV – repartições tributárias – sim. 2. Planos Orçamentários Art. 165 da CF. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 7 2.1. Plano plurianual Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. • Iniciativa Poder Executivo (art. 165, I, da CF); • Estratégico; a) Diretrizes; b) Metas; c) Objetivos. • Duração de 4 anos, contados do segundo ano do mandato até o término do primeiro ano seguinte; • O PPA será enviado, na esfera federal, até o dia 31 de agosto e deverá ser devolvido até o dia 22 de dezembro. Lembra-se ainda que cada ente competente poderá dispor de prazo próprio. Tal prazo mencionado é da esfera federal; • Acaso não for aprovado o PPA no prazo, o Congresso Nacional igualmente entrará em recesso, permitindo-se convocação extraordinária para votação do mesmo conforme o que disposto no artigo 57 da Constituição Federal; • Retornando o PPA do Congresso Nacional, o Presidente da República terá prazo de 15 dias úteis para sancionar e publicar. Atenção: 1) Competência do Presidente; 2) Não poderá ser delegada; 3) Critérios regionais; 4) Regra: não trata despesa. O PPA Federal poderá adotar critérios macrorregionais, internacionais e nacionais, tudo isto para atender as prioridades de cada região do país. No tocante aos aspectos formais e materiais, o PPA não estará preocupado em discriminar receita e despesa de forma objetiva. Por exemplo: teremos despesas que estarão na LOA, mas Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 8 não estarão no PPA, por exemplo. Mas afinal de contas existem despesas que deverão estar no PPA? a) Despesas com programa de duração continuada: são despesas continuadas que ultrapassam 1 ano; b) Despesas com capital: referente a aquisição de bens, como por exemplo um veículo automotor. Agora tenha muito cuidado: a gasolina, por exemplo, é despesa corrente e não de capital, e logo não estará no PPA. Lembrando que a despesa de capital é aquela que contribuirá positivamente para aquisição/formação de capital. 2.2. Lei de diretrizes orçamentárias As leis de diretrizes orçamentárias serão o grande elo entre o plano plurianual e a lei de orçamentária anual. Assim, para muitos, trata-se de um instrumento tático capaz de fatiar os principais interesses governamentais para determinado ano de governo. Mas cuidado na prova: a) LDO - irá estabelecer as prioridades e metas; b) LOA - irá fixar as despesas e prever as receitas. Logo, as LDO´s irão definir as metas e prioridades do governo para o próximo ano. Mas Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 9 lembre-se de que aqui serão metas táticas, eis que as metas a longo prazo estarão estabelecidas no PPA. As LDO´s terão, igualmente, iniciativa do Chefe do Poder Executivo e serão elaboradas no ano anterior a LOA. Logo, a LDO de 2020 irá orientar a LOA de 2021, lembrando que precisará virar lei ainda no ano de 2020, tudo isso com a finalidade de orientar à melhor direção e utilização dos recursos frente as despesas fixadas na LOA do ano seguinte. O conteúdo de uma LDO será estruturado na forma do artigo 165, §2º da CF: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. • Iniciativa Poder Executivo (art. 165, I, da CF); • Tático; a) Orientará elaboração da LOA; b) Metas; c) Prioridades/diretrizes de política fiscal; d) Irá fatiar plano plurianual. Qual será o prazo para aprovação de uma LDO? Lembramos inicialmente que cada ente poderá fixar o seu prazo. Ademais,tratando-se da esfera federal, o Presidente da República terá prazo de até 15 de abril para apresentar a LDO. Já o Congresso Nacional terá o prazo até o dia 17 de julho para devolução. Da devolução, o Presidente terá o prazo de 15 dias úteis para sancionar e publicar, sob pena de crime de responsabilidade. Atenção: pergunta de prova. Para aumentar despesa com pessoal, deverá existir autorização na LDO e dotação na LOA? Sim, via de regra, deverá ter tal autorização e dotação, sem prejuízo do processo de fiscalização com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas cuidado: em situação de calamidade (via pandemia, por exemplo), é possível contratar temporariamente, sem autorização na LDO e sem que exista inclusive dotação orçamentária na forma da Emenda Constitucional 106/2020 – art. 2º. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 10 Duração de 1 ano + meio ano. Será elaborado no ano anterior a lei orçamentária anual. Cuidado: irá dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas. Presidente apresentará até o dia 15 de abril e Congresso devolverá até o dia 17 de julho. Se Congresso não aprovar no prazo: não terá direito recesso – art. 57, §2º da CF. • Lei de responsabilidade fiscal – anexos: a) Meta fiscal (regra); b) Risco fiscal (passivos fiscais); c) Conteúdo específico (projeções); • Aprovação e fiscalização: a) Aprovação: Legislativo; b) Fiscalização: Legislativo e Tribunal de Contas. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 11 2.3. Lei orçamentária anual As leis orçamentárias anuais tratam-se de instrumentos operacionais que serão elaborados anualmente de modo a fixar (destinar) as despesas e prever as receitas. Assim tais Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 12 leis irão viabilizar em um sentido macro o PPA e o que fora priorizado na LDO, de modo a não gastar mais do que fora arrecadado. Lembre-se sempre de que: a) Visão Macro – Estratégia – PPA; b) Visão Tática – Prioridades – LDO; c) Visão Operacional – Execução – LOA. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. • Iniciativa Poder Executivo (art. 165, I, da CF); • Operacional: a) Viabilizará: macro (PPA) e prioritário (LDO); b) Fixará despesas; c) Previsão de receitas. Terá duração de 1 ano e irá perdurar durante todo ano civil (exercício financeiro). Cuidado: será organizado em orçamento único com a participação de todos os poderes. Presidente apresentará até o dia 31 de agosto e congresso devolverá até o dia 22 de dezembro. Estas leis orçamentárias anuais, serão organizadas em três esferas orçamentárias, porém apresentadas em um documento único, de iniciativa do Executivo, muito embora os demais poderes também participem em sua elaboração. São as três esferas: 1) Orçamento Fiscal: é a regra geral, ou seja, não sendo de seguridade ou de investimento, será este orçamento fiscal. Assim, despesas com Educação, Defesa Nacional, Transporte, Segurança, estarão aqui; 2) Orçamento de Seguridade: será o orçamento destinado a custear/financiar a seguridade social, ou seja, a Previdência, Assistência e Saúde da coletividade. Assim, por meio do SUS, Bolsa Família, temos exemplos de onde são extraídos os Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 13 recursos para referidas rubricas (dotação); 3) Orçamento de Investimento: será o orçamento do lucro (bolsa de valores, por exemplo). Na maior parte das vezes, o orçamento diz respeito às ações ordinárias de empresas estatais que o governo possua, principalmente aquelas em que tem a maior parte do capital social. Vale ressaltar aqui que nas estatais que não são controladas pelo governo, o orçamento não precisará estar na LOA. Ou seja, tal orçamento servirá basicamente para demonstrar o quanto de dinheiro público se tem aplicado nestas estatais. Será organizado em 3 agrupamentos: 1) Fiscal (receitas e despesas – regra); 2) Seguridade (receitas e despesas); 3) Investimento. Atenção: orçamento da seguridade não terá por finalidade reduzir desigualdade. O que ocorrer se o Chefe do Executivo não enviar a proposta da LOA? Na forma do artigo 32 da Lei 4.320/64, se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. Veja os demais esquemas na página a seguir... Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 14 3. Receita Pública – Crédito Adicional Dentro de um PLOA, várias serão as previsões de receitas para cumprir com os gastos igualmente programados. Entretanto, por diversas razões e circunstâncias, poderá ocorrer que Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 15 as receitas não sejam suficientes para cumprir com os gastos quando da execução do planejamento. Logo, será necessária a abertura de créditos adicionais. Assim, retomando conceitos, é importante dizer que existem os créditos orçamentários (aqueles já previstos), mas também teremos os créditos adicionais, referentes às despesas não previstas. Quais serão os tipos de créditos adicionais? a) Crédito suplementar | quantitativo: reforça crédito ordinário; b) Crédito especial | qualitativo: atende nova despesa, não urgente; c) Crédito extraordinário | imprevistas | qualitativo: nova despesa, porém urgente. Qual será a grande diferença entre eles? É que apenas o crédito extraordinário estará dispensado, inicialmente, de questões burocráticos, sendo, portanto, aberto o crédito independentemente de autorização do Legislativo, normalmente sendo criado por meio de Medida Provisória na forma do artigo 62 da CF. Os demais precisarão de lei. Lei n. 4.320/1964: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Art. 167, §3º da CF: A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. Os créditos suplementares poderão reforçar apenas os créditos ordinários. Lembre-se ainda de que não existe um limite para pedir crédito, porém deverá ser observado o valor estimado da fonte de recursos para atender. Quem fará a análise da abertura do crédito será o Poder Executivo, junto com o Ministério da Economia será a Secretaria de Orçamento Federal. Revisão Turbo | 42º Exame de Ordem Direito Financeiro 16