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Legitimidade na arte
Arte
4o bimestre – Aula 7
Ensino Médio
1a
SÉRIE
2024_EM_V1
Legitimidade na arte.
Discutir sobre a legitimidade das obras de arte; 
Abordar a história dos museus e a questão de posse das obras.
Conteúdo
Objetivos
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(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e em suas produções (artísticas, corporais e verbais).
O que você entende por “legitimidade” na arte?
Assinatura do artista Jan Van Eyck, na obra O casal Arnolfini.
Para começar
Reprodução - PETRUSBARBYGERE/WIKIMEDIA COMMONS, 2005. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Arnolfini_Portrait,_d%C3%A9tail_(6).jpg. Acesso em: 26 ago. 2024.
2 MINUTOS
PUXE MAIS
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O legítimo na arte
Foco no conteúdo
A legitimidade de uma obra de arte está vinculada à sua autenticidade, sua pureza; sem que haja adulterações ou fraudes em sua autoria.
A legitimidade também pode estar vinculada ao reconhecimento de determinada obra ou artista – ou, em outras palavras, do seu processo de legitimação perante o sistema de arte.
1. Caráter, estado ou qualidade do que é legítimo ou está de acordo com a razão, com a justiça ou com a lei; juridicidade, legalidade, licitude [...].
2. Condição daquele ou daquilo que se legitimou.
(LEGITIMIDADE, 2024)
DESTAQUE
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra legitimidade significa:
Sendo assim, no contexto da arte, esse conceito se aplica de duas formas diferentes:
8 MINUTOS
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Foco no conteúdo
Considerando a importância da legitimidade, os profissionais responsáveis pela organização, documentação, catalogação e investigação dos objetos artísticos são fundamentais. 
Nesse contexto, figuram os historiadores, arqueólogos, restauradores, arqueólogos, museólogos, peritos e muitos outros profissionais. Eles utilizam processos técnicos e científicos bastante rigorosos para investigar uma obra de arte.
Legitimidade e perícia: detetives da arte
São esses profissionais que diferenciam obras originais de réplicas, que localizam adulterações ou mesmo identificam etapas do processo de criação do próprio artista. 
Reprodução – MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO, [s.d.]. Disponível em: https://museuartesacra.org.br/wp-content/uploads/2020/02/Portada-Curso-IV.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024.
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Na prática
Reprodução – GOOGLE ARTS & CULTURE/WIKIPÉDIA, 2012. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Johannes_Vermeer_-_Girl_Reading_a_Letter_by_an_Open_Window_-_Google_Art_Project.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024.
Reprodução – WIKIPÉDIA, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vermeer_-_Girl_reading_a_letter_at_a_window,_Dresden,_2021_Cupid_restoration.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024.
Vamos tentar agir como verdadeiros especialistas em perícia e restauração e analisar essas duas versões da obra Moça lendo uma carta à janela, de Johannes Vermeer.
Quais diferenças você encontra entre as duas imagens?
Jogo das diferenças
5 MINUTOS
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Na prática
Reprodução - GOOGLE ARTS & CULTURE/WIKIPÉDIA, 2012. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Johannes_Vermeer_-_Girl_Reading_a_Letter_by_an_Open_Window_-_Google_Art_Project.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024. 
Reprodução - WIKIPÉDIA, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vermeer_-_Girl_reading_a_letter_at_a_window,_Dresden,_2021_Cupid_restoration.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024. 
A pintura foi criada entre 1657-1659 e retrata uma moça lendo uma carta. Em 2021, após uma série de investigações, especialistas da restauração descobriram uma importante novidade no quadro: escondido sob uma camada de tinta, havia, na parede atrás da moça, um quadro em que figurava a imagem de um cupido. Essa “nova” versão redimensiona a obra, atribuindo novos sentidos a ela.
Correção
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A atuação desses profissionais também é fundamental em processos de falsificação. Conheça a história do pintor holandês Han van Meegeren, um dos maiores falsificadores da história.
TED-ED. The art forger who tricked the Nazis – Noah Charney. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Y5JdbuBe6SY. Acesso em: 26 ago. 2024.
Foco no conteúdo
5 MINUTOS
15 MINUTOS
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A arte não é um conceito absoluto, mas fruto de uma série de elaborações discursivas que conferem o estatuto de arte a um objeto. 
Essas elaborações são feitas por profissionais e instituições especializadas, que ajudam a sociedade a construir diferentes sentidos sobre a arte.
Cada cultura e sociedade enxerga a arte de uma forma. Por isso, é tão importante se atentar criticamente aos discursos sobre a arte.
A legitimação e os sistemas de arte
História da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte, salas de concerto, revistas especializadas: instrumentos da instauração da arte em nosso mundo. Eles selecionam o objeto artístico, apresentam-no ou tentam compreendê-lo – através deles a arte existe. São, também como a arte, específicos e indissociáveis da nossa cultura.”
(COLI, 1995)
Foco no conteúdo
“
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A arte e a cultura refletem e, ao mesmo tempo, consolidam a identidade de um povo. São símbolos concretos de sua história e de suas tradições. 
Mas e quando os artefatos de uma cultura são mantidos sob a custódia de museus de outros países?
Boa parte dos museus etnográficos de países desenvolvidos tem, em seus acervos, artefatos provenientes de saques, guerras ou escavações científicas de outros países. 
Custódia e decolonização
Bronzes do Benim. 
Foco no conteúdo
CONTINUA
Reprodução – DADEROT/WIKIPÉDIA, 2014. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bronzes_do_Benim#/media/Ficheiro:Benin_plaque_in_the_Ethnological_Museum,_Berlin_-_069.JPG. Acesso em: 26 ago. 2024.
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É o caso dos Bronzes do Benim, conjunto de objetos muito valiosos dos povos edos, da Nigéria.
Muitas das peças desse conjunto foram retiradas de seu país de origem e expostas em museus de toda a Europa, especialmente na Inglaterra, na Alemanha e nos Estados Unidos. 
O processo de repatriação desses artefatos ainda é emblemático para a discussão desse tema. 
Bronzes do Benim. 
Foco no conteúdo
Reprodução – WAROFDREAMS/WIKIPÉDIA, 2007. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bronzes_do_Benim#/media/Ficheiro:Benin_Bronzes.jpg. Acesso em: 26 ago. 2024.
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BBC NEWS BRASIL. 'Devolução' de ouro saqueado por britânicos em Gana alimenta debate sobre peças em museus europeus. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mIvTfcKxaCg. Acesso em: 26 ago. 2024.
Foco no conteúdo
Enquanto muitos países que detêm a custódia de artefatos de outras culturas defendem sua capacidade de proteger e preservar aquele patrimônio, os países que tiveram esses objetos expropriados reivindicam sua posse.
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É o caso do busto de Nefertiti, exposto no Neues Museum, na Alemanha. 
Acredita-se que tenha sido criado por volta de 1345 a.C. 
Ele foi descoberto em 1912, durante uma missão arqueológica, pelo egiptólogo alemão Ludwig Borchardt. 
Embora muitas autoridades egípcias solicitem a devolução, os atuais detentores do busto alegam que a peça é frágil e poderia ser permanentemente danificada no processo de transporte.
Reprodução – SANDRA STEIß/MUSEUS ESTATAIS DE BERLIM, [s.d.]. Disponível em: https://recherche.smb.museum/detail/606189/b%c3%bcste-der-k%c3%b6nigin-nofretete. Acesso em: 26 ago. 2024.
Foco no conteúdo
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Agora, vamos realizar uma pesquisa sobre a custódia de artefatos por museus e processos de repatriação.
Reúna-se com mais dois colegas para pesquisar sobre exemplos de iniciativas de decolonização em museus ao redor do mundo. 
Você pode escolher casos de seu interesse ou se aprofundar em episódios específicos citados nesta aula, como o caso dos Bronzes do Benim, do busto de Nefertiti ou do manto Tupinambá.
Escrevam um texto de até uma página contextualizando o caso e posicionando-se criticamente.
Pesquisa em grupos
Na prática
10 MINUTOS
TODO MUNDO ESCREVE
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Professor, esta aula trouxe bastante informação para a atividade.Dessa forma, essa pesquisa pode ser feita on-line e compartilhada entre os grupos pelo Classroom, Google Docs ou outra ferramenta similar.
O que vimos nesta aula?
Discutimos sobre a legitimidade das obras de arte; 
Abordamos a história dos museus e a questão de posse de algumas obras.
Encerramento
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COLI, J. O que é arte. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995.  
DASARTES. Ex-ministro de antiguidades egípcio pede devolução de peças a museus europeus, 22 ago. 2022. Disponível em: https://dasartes.com.br/de-arte-a-z/ex-ministro-de-antiguidades-egipcio-pede-devolucao-de-pecas-a-museus-europeus/. Acesso em: 26 ago. 2024. 
LEGITIMIDADE. In: MICHAELIS, Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2024. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=legitimidade. Acesso em: 26 ago. 2024. 
LEMOV, D. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023.  
PERINO, G. A obra de arte frente ao perito: a falsificação na história da arte – 1a parte. Revista Restauro, v. 4, n. 8, 2020. Disponível em: https://revistarestauro.com.br/a-obra-de-arte-frente-ao-perito-a-falsificacao-na-historia-da-arte/. Acesso em: 26 ago. 2024. 
Referências
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SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio, 2020. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf. Acesso em: 26 ago. 2024.   
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação, 2023. Caderno do Professor, Linguagens e suas tecnologias, 1a série – Ensino Médio, v. 1, p. 2. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/01/1s%C3%A9rie-Professor-LGG-1sem-parte2.pdf. Acesso em: 26 ago. 2024. 
Identidade visual: imagens © Getty Images. 
Imagem de capa: SEDUC. 
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