Prévia do material em texto
342 C A D ER N O D E Q U ES Tõ ES Comentário: A edição de súmulas vinculantes está prevista no art. 103-A, da Constituição Federal, que assim aponta Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ad- ministração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Observado o dispositivo, vamos às alternativas. a) Incorreta. A edição de súmulas vinculantes demanda a aprovação de dois terços dos membros do Supremo Tribunal Federal, e não de maioria absoluta (CF, art. 103-A, caput). Apesar do erro inicial, a parte final da presente assertiva está Correta. No Brasil é adotada a teoria do stare decisis vertical, segundo a qual as decisões vinculantes não se impõem perante seu órgão prolator, que poderá, a qualquer tempo, rever seu entendimento. Em sentido oposto, a teoria do stare decisis horizontal defende a vinculação do próprio órgão decisor, que, no Brasil, seria o STF. b) incorreta. Como aponta o art. 103-A, caput, é prerrogativa do STF, a edição de súmulas vinculantes. c) Incorreta. Somente o STF poderá editar súmulas vinculantes. Os Tribunais de Justiça terão legitimidade para a edição de súmulas persuasivas, mas não vinculantes. d) Correta. Assertiva em conformidade com o disposto no art. 103, § 2º, da CF/1988. e) Incorreta. Conforme observado na análise da alternativa d, da questão 1, não cabe reclamação em face de ato normativo editado pelo Poder Legislativo. Para evitar tautologia, remetemos o leitor ao item referido. 115. (Cespe/Polícia Federal/Nível Superior) Um estado da Federação foi atingido por fortes chuvas, que inundaram diversos centros comerciais, vias e prédios públicos e áreas de lazer, além de ter causado desabamentos. Diante dessa calamidade natural de grandes proporções, o poder público adotou medidas institucionais a fim de restabelecer a ordem pública. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que seguem (CERTO/ERRADO). a) O presidente da República, desde que autorizado pelo Congresso Nacional, poderá decretar estado de defesa no referido estado, devendo indicar no instrumento normativo o tempo de duração da medida, bem como especificar as áreas a serem abrangidas e indicar as medidas coercitivas que devam vigorar. b) Na hipótese de ter sido decretado estado de defesa no âmbito do referido estado, agentes públicos que tenham cometido atos ilícitos durante a situação de exceção serão eximidos de quaisquer responsabilidades, mesmo após cessarem os efeitos da medida. Comentário: a) Errado. O art. 136, da Carta Maior, precisa que Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por cala- midades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I – restrições aos direitos de) a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Diante da norma constitucional, pode-se concluir que a afirmativa A está errada, uma vez que a autorização para decretação de estado de defesa depende de anuência prévia do Congresso Nacional e do Conselho de Defesa. b) Errado. A responsabilidade dos agentes executores dos estados de defesa ou de sítio subsiste ao término da inter- venção. Destarte, como enuncia o art. 141, da CF/1988, “cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes”. 116. (Vunesp/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa nas seguintes hipóteses: a) no caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de sítio. Este eBook foi adquirido por HELICIO CARLOS MEDEIROS DE CARVALHO - CPF: 662.294.483-00. A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.