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Prévia do material em texto

Perícia Contábil 
e Arbitragem
Profissionais de Perícia Contábil 
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
Desenvolvimento do material: Andreia Marques Maciel de Carvalho
1ª Edição
Copyright © 2020, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por 
qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, 
por escrito, da Unigranrio.
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Profissionais de Perícia Contábil 
Para Início de Conversa... .................................................................... 4
Objetivo ........................................................................................... 4
1. Perito e Assistente Técnico ............................................................. 5
2. Qualidade do Perito ......................................................................... 11
3. Qualidade do Trabalho do Perito .................................................... 14
Referências ........................................................................................... 17
Perícia Contábil e Arbitragem 3
Para Início de Conversa...
Neste estudo, veremos que o trabalho do perito é cada vez mais 
requisitado na sociedade. Assim, o presente capítulo tem como objetivo 
apresentar a Perícia Contábil como uma importante ferramenta de 
auxílio ao magistrado nas suas decisões.
Dessa forma, será necessário contar com um profissional devidamente 
habilitado para exercer a profissão de perito, e a ele compete a 
responsabilidade de elaborar o documento que dará esse suporte ao 
juiz no seu julgamento. Diante disso, cabe ao perito contábil apresentar 
com qualidade técnica o laudo confeccionado, bem como demonstrar 
as qualidades que deve possuir o especialista que atua no ramo. Vale 
ressaltar que o profissional deverá atender à legislação pertinente e 
realizar suas atividades demonstrando profundo conhecimento técnico 
e experiência comprovada da matéria que será periciada.
Objetivo
Analisar a qual legislação o perito contábil deve obedecer.
Perícia Contábil e Arbitragem 4
1. Perito e Assistente Técnico
Como já estudado no capítulo anterior, o perito contábil é um profissional 
contador nomeado pelo juiz, o qual deverá estar registrado no Conselho 
Regional de Contabilidade e que tenha este registro regularizado 
conforme as diretrizes desse órgão. Esse profissional deverá realizar suas 
atividades demonstrando profundo conhecimento técnico e experiência 
comprovada da matéria que será periciada.
Figura 1: Perito e assistente técnico. Fonte: Dreamstime. 
O Código de Processo Civil, Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015, no 
artigo 156, parágrafo 1.º relata referente à nomeação:
‘‘ Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico.
§ 1.º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e 
os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo 
tribunal ao qual o juiz está vinculado’’.
O perito contador é designado para exercer a perícia mediante as 
análises, investigações contábeis, exames e diligências cabíveis a fim de 
mostrar a verdade por meio de fatos e provas contábeis documentais e 
fornecendo bem-estar a todos os que têm interesse na elucidação da 
controvérsia.
A Norma Brasileira de Contabilidade – Profissionais do Perito 01 – (NBC 
PP 01 - R1) conceitua o perito-contador como um profissional detentor 
de conhecimento técnico e científico, regularmente registrado em 
Conselho Regional de Contabilidade e no Cadastro Nacional dos Peritos 
Contábeis, que exerce a atividade pericial de forma pessoal ou por 
meio de órgão técnico ou científico, com as seguintes denominações: 
(a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário para 
exercício da perícia contábil; (b) perito arbitral é o contador nomeado 
em arbitragem para exercício da perícia contábil; (c) perito oficial é o 
contador investido na função por lei e pertencente a um órgão especial 
Perícia Contábil e Arbitragem 5
do Estado e (d) assistente técnico é o 
contador ou órgão técnico ou científico 
indicado e contratado pela parte em 
perícias contábeis.
É exigido que o perito esteja em 
constante busca de aprimoramento no 
conhecimento técnico. Dessa forma, a 
Norma Brasileira de Contabilidade – 
Profissionais do Perito 01(NBC PP 01- 
R1) determina que o perito, no exercício 
de suas atividades, deve participar do 
programa de educação continuada.
Sendo o perito nomeado pelo juízo, compete 
às partes, caso julguem pertinente, indicar 
assistente técnico, o qual é designado como perito 
da parte. O Código de Processo Civil, Lei n.º 13.105, 
de 16 de março de 2015, no artigo 465, parágrafo 1.º relata 
referente à nomeação:
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de
imediato o prazo para a entrega do laudo. [V. art. 471, relacionado]
§ 1.º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do
despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito se for o caso;
II – indicar o assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
O perito contador assistente deve deter as mesmas habilidades 
profissionais que o perito-contador, sendo a pessoa de confiança da 
parte e apta de esclarecer dúvidas e pontos questionados em discussões 
nas ações durante o processo.
Para a execução da função de perito contador assistente, exige-se a 
graduação em Ciências Contábeis e o registro no Conselho Federal de 
Contabilidade, pois são quesitos primordiais para o desenvolvimento do 
trabalho.
A indicação ou a contratação de assistente técnico 
ocorre quando a parte ou a contratante desejar 
ser assistida por contador, ou comprovar algo 
que dependa de conhecimento técnico-
científico, razão pela qual o profissional 
só deve aceitar o encargo se reconhecer 
estar capacitado com conhecimento, 
discernimento e independência para a 
realização do trabalho (NBC PP 01 - R1).
Perícia Contábil e Arbitragem 6
Esse profissional atende aos interesses da parte que o indicou nos autos, 
podendo atuar em três momentos:
a. Ser um auxiliar do advogado da parte 
que o contratou.
b. Acompanhar os trabalhos do perito 
judicial para ajudá-lo no que for 
solicitado.
c. Apresentar seu parecer técnico 
contábil.
Figura 2: Três momentos de atuação do perito-contador assistente. Fonte: Dreamstime.
O perito assistente é de confiabilidade da parte que o indicou, não 
estando submetido a impedimento ou suspeição, exceto quanto à 
qualificação e habilitação profissional.
A fim de facilitar o acesso aos serviços do perito, a Resolução CFC 
nº. 1.502/2016 publicada no Diário da União (DOU), elaborou o 
Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) que tem por objetivo 
disponibilizar a toda comunidade e aos tribunais de justiça, a relação 
dos profissionais qualificados e aptos, de acordo com a localização em 
território nacional, corroborando com as ações em trâmites, facilitando 
o atendimento das partes.
Como obter o cadastro no CNPC?
A partir de 2018, o profissional de contabilidade passou a ingressar no 
CNPC apenas mediante aprovação prévia em Exame de Qualificação 
Técnica (EQT) para perito contábil, regulamentado pela NBC PP 02 
de 2016, que tem por objetivo aferir o nível de conhecimento e a 
competência técnico-profissional necessários ao contador que pretende 
atuar na atividade de perícia contábil. 
Para os autores Santos, Silva, Alves e Araújo (2016):
‘‘ O perito-contador é um profissional e a sua principal função é colher fatos,indícios 
e provas para apresentá-las de modo, sobretudo, imparcial, em formato de laudo 
pericial ao juiz, que é o resultado de sua investigação. O perito deve manter-se 
com alto nível de conhecimento atualizado, seguindo as Normas Brasileiras de 
Contabilidade, das técnicas contábeis, preferencialmente, as aplicáveis à perícia 
contábil’’.
De acordo com Hoog (2004, p. 58), o perito é o profissional do qual 
são exigidos elevados conhecimentos científicos e tecnológicos, 
direcionando os juízes nas questões de ciência e tecnologia.
Perícia Contábil e Arbitragem 7
No entanto, desde 2017, há a obrigatoriedade de os peritos contábeis 
cumprirem o programa de educação continuada preconizado pelo 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Segundo a NBC PG 12 R2, 
do CFC, a iniciativa, considera condições e pressupostos que devem 
ser atendidos pelos profissionais de contabilidade, listando entidades 
capacitadoras – possuem autorização para ensinar, instruir –, eventos e 
cursos credenciados junto aos conselhos, divisão das tarefas de ordem 
intelectual e o sistema de pontuação anual que deverá ser atingido (40 
pontos).
Portanto, a ética é essencial para qualquer relação tanto profissional 
quanto pessoal, e não poderia faltar na área da perícia, já que trabalha 
ajudando a decisão do juízo. Os profissionais da perícia devem exercer 
o seu trabalho com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica; 
e manter a conduta em relação aos colegas pautada nos princípios da 
consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os 
postulados de harmonia da classe previsto no Código de Ética Profissional 
do Contador. (MOURA, 2017, p.3)
No dia 1º de junho de 2019, entrou em vigor a atualização do Código 
de Ética Profissional do Contador. O conjunto de normas, que faz parte 
da Norma Brasileira de Contabilidade Profissional Geral (NBC PG) 01, foi 
aprovado pelo Plenário do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no 
dia 7 de fevereiro de 2019. “‘Houve profunda atualização do Código para 
adequá-lo à realidade recente da profissão, que tem passado por período 
de intensa evolução em decorrência das inovações tecnológicas’, explica 
o presidente do CFC, Zulmir Breda. O novo conteúdo vai substituir o 
Código vigente, estabelecido por meio da Resolução CFC n.º 803/1996 – 
com alterações posteriores”. (JORNAL DO CFC, 2019, n.p)
Assim, os peritos contábeis, no âmbito de sua atividade, têm competência 
técnica para fundamentar as verificações e apontamentos que deverão 
ser feitos em relação aos fatos contábeis objetos da lide, sendo imparciais 
e cumprindo fielmente o Código de Ética Profissional (Resolução CFC nº 
803, 1996):
Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá;
I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da 
especialização requerida;
II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto 
de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do 
respectivo laudo;
III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal 
sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em 
que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos 
propostos;
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à 
sua apreciação;
Perícia Contábil e Arbitragem 8
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de 
exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto 
no inciso II do art. 2º;
VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado 
e munido de documentos;
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação 
dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo 
CFC;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças 
contábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade 
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho 
Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que 
solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e 
orientaram a execução do seu trabalho.
A perícia é feita para sanar a necessidade de conhecimentos específicos sobre o 
objeto de prova e para maior esclarecimento das partes, como advogados e julgador. 
A atividade de perito é exclusiva do profissional contador regularmente registrado 
no Conselho Regional de Contabilidade, que está em dia com suas obrigações, 
exercendo trabalho pericial de forma pessoal, sendo profundo conhecedor, por suas 
qualidades e experiência, da matéria periciada.
Para contribuir junto aos procuradores na análise e distinção dos dados contábeis, 
o perito-contador assistente é o profissional indicado (artigo 421, § 1º -I do BRASIL, 
2015), conduzindo o oficial perito do juízo nas diligências e na avaliação dos 
documentos e informações que irão fornecer embasamento na lide pericial.
O “Novo Código de Ética do Profissional da Contabilidade está de acordo 
com os padrões internacionais de ética da profissão”. Código passou a 
valer em 1º de junho de 2019. 
De acordo com o artigo 156 - CPC / 2015 - O juiz será assistido por perito 
quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e 
os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo 
tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio 
de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, 
além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, 
à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de 
profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do 
cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a 
experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos 
dos Arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da 
perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que 
participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, 
a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou 
órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à 
realização da perícia.
Perícia Contábil e Arbitragem 9
Já o art. 157 do CPC reza que o perito tem o dever de cumprir o ofício 
no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, 
podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. A escusa 
ser·apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da 
suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao 
direito a alegá-la.
Logo, art.158 evidencia sanções ao perito que, por dolo ou culpa, prestar 
informações inverídicas:
‘‘ O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos 
prejuízos que causar à parte e ficar· inabilitado para atuar em outras perícias 
no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções 
previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe 
para adoção das medidas que entender cabíveis’’.
Após o juiz determinar a realização da perícia e nomear o perito, as 
partes poderão indicar seus assistentes técnicos no prazo de 15 dias. 
Destaca-se que não são obrigadas a fazê-lo. A missão dos assistentes 
técnicos éatuar como elemento de confiança das partes, acompanhando 
a realização do trabalho do perito. Portanto, não se aplicam a eles 
as causas de impedimento e suspeição previstas para os peritos. Os 
assistentes técnicos também auxiliam as partes na elaboração dos 
quesitos, isto é, perguntas, que serão respondidas pelo perito no laudo 
pericial. A formulação de quesitos é um tema importantíssimo e deve 
ser trabalhado com detalhes ao longo do curso. O trabalho do assistente 
técnico é materializado pelo parecer técnico, que pode corroborar ou 
discordar do laudo apresentado pelo perito. Em seu art. 465, o CPC 
apresenta o momento que o perito deve ser nomeado, e as partes 
poderão indicar seus assistentes técnicos:
Segundo Pires (2006, p.12): Os profissionais que subsidiam ou 
transferem informações aos juízes são denominados “peritos”. Possuem 
conhecimento técnico e científico diferenciado do saber dos juízes, não 
fazendo julgamento, mas explicando a realidade, muitas vezes, obscura, 
das partes conflituosas.
Figura 3: Perícia contábil. Fonte: Dreamstime.
Perícia Contábil e Arbitragem 10
https://www.crcpi.com.br/novo/wp-content/uploads/2013/08/NEWSb05e2cd32b.jpg
As atividades de verificação devem fornecer aos juízes, por meio 
de laudo pericial contábil, observações relatadas pelo perito e 
conclusões extraídas do posicionamento perante sua interpretação do 
caso. Complementando as demais ações do perito, este profissional 
controla, registra e informa fatos importantes de ordem socioambiental 
resultantes de condutas praticadas pela organização no ambiente em 
que ela participa.
Figura 4: Tipos de peritos. Fonte: Dreamstime. 
Existem basicamente dois tipos de peritos, conforme estão expostos no 
Quadro 1.
Quadro 1: Resumo das principais diferenças entre perito oficial e perito assistente Fonte: 
Adaptado de Hoog (2008). 
2. Qualidade do Perito
Para Neves Junior; Brito (2007, p.2): “A qualidade do trabalho pericial 
contábil determina a competência profissional de quem o está executando. 
Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento 
de forma adequada e persistente em um trabalho ou profissão”.
Perícia Contábil e Arbitragem 11
Corroborando com os autores, percebe-se que a qualidade do trabalho 
da perícia contábil está diretamente relacionada ao seu propósito, qual 
seja a apresentação de um laudo pericial – que apresenta as verdades 
sobre os fatos para auxiliar o magistrado na resolução de um litígio.
Dessa forma, pode-se afirmar que quanto maior (ou melhor) for a 
qualidade da perícia contábil, maior será a qualidade da informação 
provida nos laudos e, consequentemente, melhor fundamentada será a 
decisão tomada pelo juiz.
Segundo Dantas (2012), no âmbito da perícia contábil, pode-se analisar 
como possíveis fatores que impactam na qualidade do trabalho pericial 
a especialização do perito, o tempo de relação perito – juiz, o rigor na 
avaliação do juiz, a complexidade do processo e os honorários.
Com relação à especialização do perito, quanto maior o seu 
conhecimento sobre a matéria investigada, melhor será a sua capacidade 
de avaliar adequadamente os litígios e, consequentemente, melhor será 
a qualidade do seu trabalho.
O relacionamento de longo prazo entre perito – juiz pode reduzir a 
independência profissional e vir a refletir negativamente na qualidade 
dos trabalhos desenvolvidos.
Já uma avaliação mais rigorosa por parte do juiz, poderá influenciar 
na conduta dos peritos contadores, aumentando a credibilidade da 
informação prestada e, com isso, aumentando também a qualidade do 
trabalho pericial.
Quanto maior for a complexidade do processo, mais ela irá exigir do 
perito contador um maior conhecimento e, em decorrência disso, o seu 
trabalho será executado com maior qualidade.
Em relação aos honorários, é primordial a justa remuneração do trabalho 
pericial de acordo com as horas estimadas para a execução do mesmo, a 
relevância, o vulto, o risco e a complexidade dos serviços executados e 
pela necessidade de qualificação técnica e científica para o desempenho 
da função.
Para Santin e Bleil (2008), a maioria dos magistrados participantes da 
pesquisa consideram o laudo pericial contábil como 
de boa ou muito boa qualidade e, para que este 
possa ser utilizado para facilitar as suas 
decisões, é necessário que sejam explícitos 
e claros e que o perito contador esteja 
em constante especialização.
Ferreira et al. (2012) reconhecem que 
a qualidade nos serviços periciais está 
relacionada ao planejamento dos atos 
preparatórios da perícia contábil e com 
Perícia Contábil e Arbitragem 12
a preocupação em apresentar um resultado de qualidade técnica e 
científica, que resultará no laudo pericial contábil.
Sá (2010, p.9) considera as qualidades do perito do seguinte modo: 
“O perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural e 
intelectualmente, e exercer virtudes morais e éticas com total 
compromisso com a verdade”.
Corroborando com Sá (2010), Alberto (2012) acrescenta que, para o 
perfeito exercício da perícia, o profissional deve possuir excelência 
moral (honestidade, moderação e equidade) e excelência intelectual 
(inteligência, conhecimento e discernimento), pois sem essas condições 
não seria ele o verdadeiro agente a quem se possa confiar a perícia.
As qualidades do perito são determinadas como sendo o conjunto de 
suas capacidades e são classificadas de quatro formas, conforme segue 
abaixo:
1. A capacidade legal é a que lhe confere o título em Bacharel em 
Ciências Contábeis e o registro no Conselho Federal da região, na 
afirmação de Sá (2010).
Alberto (2012) estabelece essa mesma capacidade como sendo requisitos 
jurídicos formais, isto é, os peritos devem ter grau universitário na matéria 
que irão opinar e estar registrados nos órgãos de classe reguladores da 
profissão.
2. Algumas características da capacidade profissional do perito são 
descritas no Quadro 2, a seguir:
Quadro 2: Capacidade profissional do perito. Fonte: Adaptado de Pires (2000).
3. A capacidade ética deriva do cumprimento das normas estabelecidas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade na NBC PP 01, dentre as quais: 
conduta, imparcialidade, independência e veracidade na emissão do 
parecer (SÁ, 2010).
Alberto (2012, p.42) explana as qualidades éticas como sendo “Uma 
agregação mínima de valores à sua personalidade - é a condição essencial, 
sem a qual não é ele o agente a quem pudesse confiar a perícia [...]”. É 
Perícia Contábil e Arbitragem 13
essencial, portanto, que o perito desenvolva um comportamento ético, 
pois de nada vale seu saber, sua sagacidade e perspicácia, se o seu 
comportamento e atitudes não se traduzem em confiabilidade na produção 
de um laudo.
4. A capacidade moral é definida por Sá (2010) como virtudes morais, 
tais como a honestidade, o caráter, a personalidade, a imparcialidade e 
o equilíbrio emocional.
Figura 5: Qualidade do perito. Fonte: Dreamstime. 
Desse modo, a correta posição técnico-profissional do perito é essencial 
para a materialização e qualidade do laudo pericial e traduz ao julgador 
a real certeza, pois, do contrário, o reflexo seria sempre negativo, pois 
uma decisão baseada em interpretações distorcidas pode provocar 
danos irreparáveis a pessoas e patrimônios (PIRES, 2000). Importante 
observar que no exercício da profissão, o perito mantém uma estreita 
ligação com os tribunais onde tramitam os processos.
3. Qualidade do Trabalho do Perito
O Conselho Federal de Contabilidade através da Norma Técnica de 
Perícia Contábil (NBC TP 01 - R1) pressupõe que o laudo pericial deve 
conter, no mínimo, a identificação do processo e das partes; a síntese 
do objeto da perícia; o resumo dos autos; a metodologia adotada para 
a realização dos trabalhos periciais e esclarecimentos; a descrição das 
diligências realizadas; a transcrição dos quesitos, assim como as suas 
respectivas respostas, para o laudo pericial contábil ou para o parecer 
técnico contábil –onde houver divergênciadas respostas formuladas 
pelo perito do juízo; a conclusão; o termo de encerramento, o qual deve 
conter a relação de anexos e apêndices; e a assinatura do perito.
A título de curiosidade, temos um outro tipo muito conhecido de perícia, 
frequentemente vista na fase investigatória da persecução penal, sendo 
voltada para a formação do conjunto de provas em processos envolvendo 
crimes contra a vida (perícia forense). Popularmente conhecida porque 
envolve e ciência forense e ciência criminais.
Perícia Contábil e Arbitragem 14
Sá (2007) adverte que um trabalho pericial de boa qualidade deve conter 
objetividade, devendo restringir-se à matéria; precisão, o que implica 
fornecer respostas pertinentes ao que foi proposto; clareza; fidelidade; 
concisão, evitando a prolixidade; confiabilidade inequívoca baseada 
em matéria, o que significa que a Perícia deve apoiar-se em elementos 
inequívocos e válidos; e a plena satisfação da finalidade.
Juntamente aos critérios formais, existem atributos desejáveis para um 
bom trabalho pericial:
Objetividade
precisão
clareza
fidelidade
concisão
Figura 6: Atributos desejáveis para um trabalho pericial. Fonte: Adaptado de (SÁ, 2011).
O laudo é o material concebido 
pelo perito no qual demonstra 
sua opinião, produzindo e 
justificando seu ponto de vista, 
além de apresentar as bases ou 
elementos em que se amparou 
para chegar à sua decisão. 
É recomendável que o perito 
exponha a metodologia adotada, 
a justificativa da escolha desta e 
faça uma divisão por itens ou quesitos 
formulados (SÁ, 2011).
O laudo deve ser apresentado ao juiz com boa estética, 
sem rasuras, sem erros ou quaisquer outros rascunhos, pois nele está 
proposto todo conceito e análise de sua investigação para posteriores 
tomada de decisão do magistrado. É, sem dúvida, a peça mais importante 
da perícia contábil em que de forma categórica, será analisado um 
processo judicial. Para a elaboração de um bom trabalho pericial, são 
indispensáveis: precisão, veracidade nas informações, objetividade e 
imparcialidade.
Alguns aspectos e requisitos observados na elaboração do laudo para 
que ele seja conciso e objetivo são demonstrados no Quadro 3.
Perícia Contábil e Arbitragem 15
 
Quadro 3: Requisitos do laudo pericial. Fonte: Alberto (2012, p. 7). 
O laudo pericial é, portanto, a materialização do trabalho do perito 
durante as diligências, onde coloca sua opinião, baseada no seu 
conhecimento profissional, da forma mais objetiva possível, pois 
auxiliará o magistrado, proporcionando a certeza jurídica. Nas palavras 
de Alberto (2012, p.7) “[...] é uma prova altamente valorizada, superior 
mesmo a algumas provas, [...] porque representa a afirmativa ou a 
opinião fundamentada científica ou tecnicamente”.
Figura 7: Laudo pericial. Fonte: Dreamstime.
Assim, é importante que o laudo pericial deva ser elaborado com 
qualidade, uma vez que constitui uma ferramenta relevante a qual irá 
oferecer aos magistrados os esclarecimentos necessários para que se 
possa proferir a sentença de forma mais justa.
Vimos, neste estudo, que a perícia contábil é uma técnica respeitável 
que dá condições para ambas as partes envolvidas em um litígio, sendo 
útil para diminuir os conflitos existentes entre as partes. Para isso, se 
faz necessário que o perito contador seja altamente qualificado e 
conhecedor de todas as modalidades e espécies de uma perícia contábil.
Perícia Contábil e Arbitragem 16
Assim, aprendemos que dessa forma, o perito contador, perante a esfera 
trabalhista, é um profissional de confiança do magistrado devendo 
desempenhar sua atividade dentro da legalidade e da ética que norteiam 
a profissão, buscar sempre a imparcialidade, zelo e sigilo do desempenho 
da perícia, não sendo influenciado pelas situações adversas vindas de 
terceiros.
No entanto, a perícia contábil deverá obedecer às Normas Legais e 
Técnicas, o código de ética e os princípios da contabilidade. Por fim, 
verificamos a importância do laudo pericial para que se possa proferir a 
sentença de forma mais justa para a decisão dos magistrados.
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https://lume.ufrgs.br/handle/10183/27247
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	Objetivos
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	Objetivo
	1. Aspectos Históricos
	1.1 Aspectos Conceituais e Finalidades
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Lei nº. 13.105/15 para a Perícia
	1.3 Caráter e Objetos da Tecnologia Contábil da Perícia
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	1. Perito e Assistente Técnico
	2. Qualidade do Perito
	3. Qualidade do Trabalho do Perito
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