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Tópico 06Farmacologia Clínica ll 
Anestésicos locais 
Iniciar leitura 
SUMÁRIO 
• Roteiro 
• Ativação 
• Lição 
• Conclusão 
• Referências 
Roteiro 
 
Prezado aluno, 
Neste tópico, você irá estudar sobre os 
anestésicos locais. Incialmente, faremos uma 
breve abordagem geral sobre o tema do nosso 
tópico e posteriormente iremos discutir 
detalhadamente as opções farmacológicas desta, 
que é uma classe de medicamentos amplamente 
empregada como agentes para a anestesia e a 
analgesia durante período operatório e o pós-
operatório. 
 
A Ativação proposta fará provocações para que 
você utilize seus conhecimentos prévios na 
tomada de decisão sobre a escolha 
medicamentosa mais adequados para cada 
aplicação. 
 
Aproveite todo o conteúdo disponível para estudar 
e que faça os exercícios de fixação e os flash 
cards, para consolidar a compreensão do que 
estudou. 
Aprofunde-se mais sobre o assunto, pesquisando 
as indicações da referência bibliografia extra, além 
de assistir aos vídeos complementares indicado 
na lição! 
 
Bons estudos! 
Ativação 
 Sem dúvida, a anestesia, tanto local como geral, 
é considerado um dos maiores descobrimentos 
para a medicina. Ela possibilita que o paciente 
possa suportar pequenas e até mesmo grandes 
cirurgias sem sentir qualquer tipo desconforto ou 
dor durante um procedimento cirúrgico 
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-1
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-1
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-2
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-3
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-4
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=anestesicos-locais&dcp=farmacologia-clinica-ll&topic=6#section-5
(KATZUNG et al., 2017). A palavra anestesia é de 
origem grega e significa ausência de sensações. 
A anestesia pode ser alcançada com uma série de 
medicamentos e pode alterar os sentidos da 
consciência como os anestésicos gerais, ou 
apenas bloquear temporariamente a condução 
nervosa com perda das sensações sem alterar a 
consciência como os anestésicos locais 
(BRUNTON et al., 2019). 
Portanto o que define a extensão e o grau de 
anestesia produzida no paciente é o tipo de 
substância química que é aplicada ou 
administrada. Neste tópico, vamos discutir sobre 
um grupo de drogas bem específicas, que é 
direcionado à anestesia local, aplicado localmente 
nas proximidades do corte cirúrgico ou na incisão, 
geralmente para pequenas e simples cirurgias ou 
para promover a anestesia regional, aquela que 
bloqueia os nervos em um só membro ou em 
partes diferentes (BRUNTON et al., 2019; 
KATZUNG et al., 2017). 
 
Para começar, vamos ver o vídeo abaixo, sobre os 
anestésicos locais. 
Este vídeo descreve concisamente os usos, os 
mecanismos, as classes, as formas de dosagem e 
os efeitos colaterais dos anestésicos locais. 
Lição 
 
Olá! Vamos iniciar nosso estudo sobre os 
anestésicos locais e, primeiramente, vamos saber 
o que são essas drogas. 
3.1 INTRODUÇÃO 
 
Os anestésicos locais podem ser definidos como 
fárrnacos ou drogas que tém a capacidade de 
bloquear temporariamente a condução nervosa 
local, em uma parte ou região específica do corpo, 
promovendo a perda das sensações sem que haja 
perda da consciência. Aliás, a reversibilidade de 
seu efeito é a principal característica dos 
anestésicos locais e que os diferencia dos agentes 
neurolíticos, como fenol e álcool (BRUNTON et al., 
2019: KATZUNG et al., 2017). 
Além do bloqueio da condução nervosa com perda 
das sensações, essas drogas também produzem 
a supressão das funções autonômicas e 
sensitivas motoras. Nessa ordem, elas são 
capazes de comprometer as fibras periféricas 
autonômicas, seguida das fibras responsáveis 
pela sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, a 
seguir as responsáveis pelas relações de pressão 
e vibração e por último aquelas responsáveis pela 
proprioceptivas e motoras. Importante destacar 
que a recuperação dessas funções acontece 
exatamente na ordem inversa (BRUNTON et ai., 
2019: GOLAN et al.. 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
Olá! Para saber de onde surgiram os anestésicos 
locais, vamos fazer uma breve revisão histórica 
sobre o tema. 
O primeiro anestésico descoberto no final do 
século XIX foi atribuído aos efeitos das folhas do 
arbusto coca (Erythroxylon coca) e, 
posteriormente, atribuído a substância cocaína. O 
primeiro relato de uso de um anestésico local na 
literatura ocorreu em 1884 quando Carl Koller 
publicou sobre o uso da cocaína para 
dessensibilizar a córnea, facilitando 
procedimentos oftálmicos. Nos anos seguintes, o 
uso de cocaína expandiu-se rapidamente para uso 
médico e recreativo. Os efeitos tóxicos da cocaína 
rapidamente se tornaram evidentes, e a busca por 
um anestésico local menos tóxico começou. Em 
1904, a procaína foi patenteada por Einhorn, 
seguida pela tetracaína. Ambos os medicamentos 
têm utilidade clínica limitada e estão associados à 
toxicidade. Em 1948, a síntese de lidocaína trouxe 
um anestésico local mais estável e menos tóxico. 
Desde aquela época, o uso de lidocaína para 
anestesia local e como infusão intravenosa 
tornou-se um meio popular de fornecer analgesia. 
Nos anos seguintes, anestésicos locais adicionais 
foram sintetizados, todos com características 
variáveis, proporcionando diferenças no tempo de 
início, duração da ação e toxicidade 
(BRUNTON et al., 2019). 
 
Agora, vamos ver um pouco sobre a química dos 
anestésicos locais. 
 Os anestésicos locais são considerados bases 
fracas com um pKa (constante de dissociação) 
geralmente entre 7,5 e 9,5. Os anestésicos locais 
são sais solúveis em água de alcaloides solúveis 
em lipídios. A estrutura dos anestésicos locais 
consiste em três componentes, domínios químicos 
estruturais denominados: um grupo aromático 
lipofílico, uma cadeia intermediária e um grupo 
amina hidrofílica. A cadeia intermediária, por sua 
vez, é quem classifica os anestésicos locais em 
anestésicos locais do tipo éster ou anestésicos 
locais do tipo amida (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
Estrutura dos anestésicos locais tipo 
éster (A) e amida (B). Cada anestésico contém um 
grupo aromático, uma ligação intermediária (éster 
ou amida) e uma amina terciária. 
 
Resumidamente, quatro propriedades físico-
químicas principais determinam a atividade dos 
agentes anestésicos locais: peso molecular (PM), 
pKa, lipossolubilidade e grau de ligação às 
proteínas. O PM dos anestésicos locais está 
compreendido entre 220 e 288 Da, e está 
inversamente relacionado à capacidade de o 
anestésico local se difundir através dos tecidos. 
Desse modo, mudanças no PM podem ser 
conferidas pela adição de diferenças substituições 
no grupo aromático e amina terciária. Estas 
alterações no PM geralmente também estão 
associadas a alterações no pKa e na solubilidade 
lipídica. Como são considerados bases fracas, os 
anestésicos locais se dissociam em moléculas 
ionizadas e não ionizadas dentro do corpo de 
acordo com seu pKa e pH do meio. Neste sentido, 
é importante destacar que o local de ação, o 
receptor do anestésico local, está localizado no 
interior da célula, na região intracelular, assim, a 
droga deve se difundir para o espaço intracelular 
do neurônio alvo para exercer seu efeito biológico. 
É a forma não ionizada do fármaco que tem essa 
propriedade de atravessar facilmente a membrana 
celular e, uma vez dentro da célula, um novo 
equilíbrio é estabelecido e a forma ionizada (ativa) 
do fármaco pode exercer seu efeito no sítio de 
ação. Assim,em geral, os anestésicos com baixo 
pKa terão início de ação rápido devido ao menor 
grau de ionização em pH fisiológico e agentes com 
alto pKa terão início de ação mais lento devido ao 
maior grau de ionização em pH fisiológico 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
A estrutura do grupo aromático é a região 
determinante pela hidrossolubilidade do 
anestésico local. O grau de solubilidade é 
extremamente importante porque determina a 
potência e a duração da ação do agente. Agentes 
com baixa solubilidade lipídica apresentam baixa 
potência e menor duração de ação. Agentes com 
alta solubilidade lipídica tendem a ser mais 
potentes e proporcionam uma duração de ação 
mais longa. A lipossolubilidade também afeta o 
início da ação, pois os agentes altamente 
lipossolúveis têm maior probabilidade de serem 
sequestrados na mielina, retardando a chegada 
do agente à membrana neuronal e prolongando o 
início da ação (BRUNTON et al., 2019; GOLAN et 
al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
Por fim, o grau de ligação às proteínas determina 
a fração livre da droga disponível para se ligar aos 
receptores alvo e causar um efeito. Em geral, os 
agentes com alta ligação às proteínas estão 
associados a uma maior duração de ação 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
 
OK! Agora que já conhecem a química dos 
anestésicos locais, vamos entender como os eles 
agem? 
Os agentes anestésicos locais atuam bloqueando 
a transmissão dos impulsos por meio do bloqueio 
dos canais de sódio voltagem dependente nas 
membranas neuronais. Os canais de sódio 
voltagem dependentes existem em três estados 
principais de conformação: aberto, fechado e 
inativo. Durante o repouso, o canal fica no estado 
fechado e, quando ocorre a despolarização, o 
canal de sódio se abre e posteriormente entra no 
estado inativo, facilitando a repolarização da 
membrana da célula nervosa e condução do 
estímulo. Na presença do anestésico local, ligado 
ao canal iônico na região intracelular, os estados 
inativos do canal de sódio são favorecidos, 
inibindo a movimentação dos potenciais de ação 
ao longo das fibras nervosas afetadas. Portanto, 
quando um anestésico local está presente na 
célula, os estados aberto e inativo do canal de 
sódio fornecem as condições mais favoráveis para 
a ligação do anestésico local. Isso significa que a 
estimulação das fibras nervosas facilita o início do 
efeito anestésico local. Esse fenômeno é 
chamado de bloqueio dependente da frequência 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
Mecanismo de ação dos anestésicos 
locais (AL) interagindo com as diferentes 
conformações (estados) do canal de sódio. 
 
NA CLÍNICA 
Os anestésicos locais são bases fracas e, quando 
em solução, apresentam-se na forma ionizada 
(hidrossolúvel) ou não ionizada (lipossolúvel) a 
depender do pH do meio. Dessa forma, quando 
um anestésico local for injetado em um tecido 
inflamado (pH ácido, em torno de 5), haverá uma 
maior proporção do fármaco na forma ionizada. 
Assim, devido à grande dificuldade de atravessar 
a membrana das células nervosas para atingir o 
local de ação, a eficácia do fármaco em tal 
ambiente pode ser significativamente reduzida ou 
até mesmo nula. 
 
Vamos estudar algumas propriedades 
farmacocinéticas importantes dos anestésicos 
locais. 
A absorção de anestésicos locais no local da 
administração é determinada basicamente pela 
lipossolubilidade, vascularização do local da 
injeção e pela presença ou ausência de um 
vasoconstritor (epinefrina) incorporado à solução 
de anestésico local. As drogas com maior 
lipossolubilidade serão menos rapidamente 
absorvidos com uma concentração plasmática 
máxima mais baixa (Cmax) e tempo mais longo 
para Cmax (Tmax). O oposto é observado quando a 
droga é depositada em áreas altamente 
vasculares, com Cmax mais alto e Tmax mais curto 
associado à proximidade dos vasos 
(BRUNTON et al., 2019). A associação de um 
vasoconstritor diminui a absorção sistêmica do 
anestésico local, aumentando assim o tempo de 
permanência no local da injeção. No entanto, 
deve-se ter cuidado ao incorporar um agente 
vasoconstritor, em função do tempo de ação, pois 
poderá ocorrer lesão isquêmica no local, 
especialmente em extremidades do corpo. Outros 
fatores que podem influenciar positivamente a 
Cmax alcançada incluem o uso de uma dose maior, 
o débito cardíaco do paciente e a vasodilatação na 
região associada ao bloqueio do nervo 
(KATZUNG et al., 2017). 
Anestésicos locais com alta ligação de proteínas 
ao ácido alfa-1 glicoproteína têm uma duração de 
ação mais longa e menor biodisponibilidade. 
Hipóxia, hipercarbia e acidemia, todas diminuem a 
ligação às proteínas e aumentam o risco de 
toxicidade. Crianças menores de seis meses têm 
menor capacidade de ligação às proteínas. O 
volume de distribuição dos anestésicos locais 
depende principalmente da estrutura do agente. 
Os anestésicos locais com grupamento amida são 
amplamente distribuídas, enquanto os do tipo 
éster de metabolização rápida têm um volume de 
distribuição muito menor. A captação pulmonar de 
primeira passagem do tipo amida pode diminuir 
significativamente a concentração plasmática da 
droga após administração, especialmente em 
agentes com alta solubilidade lipídica e baixo pKa 
(KATZUNG et al., 2017). 
Os anestésicos locais do tipo éster e amida 
diferem quanto ao seu metabolismo, bem como 
quanto ao seu potencial alérgico. Os do tipo éster 
são hidrolisados rapidamente no plasma por 
pseudocolinesterases formando o metabólito 
ácido para-aminobenzóico (PABA), que pode 
causar reações alérgicas. A meia-vida plasmática 
varia de menos de 1 minuto (cloroprocaína) a 8 
minutos (tetracaína). A cocaína, ao contrário de 
outros ésteres, sofre hidrólise hepática seguida de 
excreção renal. No fígado, os anestésicos locais 
tipo amida são metabolizados principalmente 
pelas enzimas do citocromo P450. Eles sofrem 
hidroxilação aromática, hidrólise de amida e/ou N-
desalquilação. Nos anestésicos locais do tipo 
amida, o metabolismo é muito mais lento do que a 
hidrólise plasmática e, portanto, os anestésicos 
locais do tipo amida são mais propensos ao 
acúmulo na presença de disfunção hepática ou 
fluxo sanguíneo hepático reduzido. As amidas têm 
um potencial alérgico muito baixo e uma reação 
observada pode ser causada por um aditivo como 
o agente estabilizador metilparabeno. Além disso, 
a resposta a adjuvantes vasoconstritores pode ser 
confundida com alergia (BRUNTON et al., 2019; 
KATZUNG et al., 2017). 
Os valores de depuração e meio-tempo de 
eliminação para anestésicos locais de amida 
representam principalmente o metabolismo 
hepático porque a excreção renal do fármaco 
inalterado é mínima. O acúmulo de metabólitos 
pode ocorrer na insuficiência renal. A lidocaína 
tem uma alta taxa de extração hepática: a 
depuração depende do fluxo sanguíneo hepático 
e é relativamente inalterada por mudanças na 
atividade das enzimas hepáticas. Devido à 
eficiência da droga em se dissociar das proteínas 
plasmáticas, entrar no hepatócito e se submeter 
ao metabolismo, a etapa limitante da taxa é a 
perfusão hepática. Isso é importante em doenças 
críticas, particularmente em estados de baixo 
débito cardíaco e fluxo sanguíneo hepático 
reduzido (BRUNTON et al., 2019; KATZUNG et 
al., 2017). 
 
REFLITA 
 Os anestésicos locais do tipo amida são 
metabolizados principalmente pelas enzimas do 
citocromo P450 no fígado e eliminados pelos rins. 
Por outro lado, os anestésicos do tipo éster têm 
rápida metabolização, sendo degradados pelas 
colinesterases no plasma e no fígado. Dessa 
forma, dependendo da sua classificação em 
anestésicos do tipo amida ou éster, teremos 
tempos de meia diferenciado. Reflita e lembre-se 
disso! 
NA CLÍNICA 
Os anestésicos locais podem serassociados a um 
vasoconstritor, pois isso diminui a absorção 
sistêmica do anestésico local, possibilitando um 
maior tempo de ação no local da injeção. Dessa 
forma, a associação de vasoconstritores pode 
prolongar ou intensificar a ação dos anestésicos 
locais. 
 
Vamos estudar os principais efeitos adversos aos 
anestésicos locais. 
Os anestésicos locais, em geral, podem causar 
toxicidade local e sistêmica de acordo com a dose 
aplicada e o grau de absorção. Entre os principais 
efeitos adversos que a administração de 
anestésicos locais pode causar destacam-se a 
neurotoxicidade e a cardiotoxicidade, à medida 
que os níveis plasmáticos aumentam. A 
neurotoxicidade resulta da ação de anestésicos 
locais bloqueando as vias inibitórias dentro do 
cérebro, o que leva à atividade excitatória sem 
oposição com sinais clínicos, como espasmos e 
convulsões. Conforme os níveis plasmáticos 
continuam a aumentar, efeitos cardiotóxicos 
ocorrerão, devido ao bloqueio dos canais de sódio, 
resultando em uma diminuição no aumento da 
fase 0 do potencial de ação cardíaco. Em geral, a 
toxicidade sistêmica é mais provável de ocorrer 
com agentes com alta lipossolubilidade (isto é, 
bupivacaína, etidocaína, tetracaína). Além disso, 
os enantiômeros S são menos tóxicos do que os 
enantiômeros R, tornando a levobupivacaína e a 
ropivacaína mais seguras do que suas 
contrapartes dextrorotárias (BRUNTON et al., 
2019; KATZUNG et al., 2017). 
Um monitoramento cuidadoso do estado 
cardiovascular do paciente deve ser realizado, a 
fim de descartar toxicidade cardíaca com risco de 
vida. Caso seja encontrada depressão 
cardiovascular, o uso criterioso de suporte de 
fluidos e inotrópicos pode ser suficiente para 
restaurar os parâmetros cardiovasculares 
normais. As arritmias cardíacas não devem ser 
tratadas com administração adicional de 
bloqueadores dos canais de sódio. Como 
alternativa, a amiodarona é recomendada para o 
tratamento de arritmias ventriculares associadas à 
sobredosagem de anestésico local. Se ocorrer 
parada cardíaca ou arritmia ventricular maligna, a 
ressuscitação cardiopulmonar deve ser iniciada 
imediatamente. A vasopressina e os bloqueadores 
dos canais de cálcio devem ser evitados 
(BRUNTON et al., 2019; KATZUNG et al., 2017). 
A toxicidade local causada pelos anestésicos 
locais nos nervos (e outros tecidos) é dependente 
do tempo, da concentração e das características 
de cada droga. A neurotoxicidade local pode 
resultar de lesão direta nas células nervosas 
quando os anestésicos locais são aplicados. A 
condrotoxicidade é uma sequela comum da 
injeção de anestésicos locais em espaços 
comuns; portanto, a administração intra-articular é 
desencorajada. A miotoxicidade também foi 
relatada após a administração de anestésicos 
locais no músculo esquelético (BRUNTON et al., 
2019; KATZUNG et al., 2017). 
Os anestésicos locais também têm o potencial de 
causar dano oxidativo à hemoglobina, resultando 
na formação de metemoglobina. Benzocaína e 
prilocaína são os agentes mais comumente 
associados ao desenvolvimento de 
metemoglobinemia. Reações alérgicas também 
são associadas aos anestésicos locais. O 
metabolismo da maioria dos ésteres resulta na 
produção de ácido para-aminobenzóico (PABA), o 
qual pode desencadear processos alérgicos 
(BRUNTON et al., 2019; KATZUNG et al., 2017). 
 
Agora, vamos estudar as principais classes 
farmacológicas e os seus principiais 
representantes. 
3.2 CLASSES E AGENTES 
FARMACOLÓGICOS 
 
3.2.1 Anestésicos local do tipo éster 
Os anestésicos locais do tipo éster incluem 
cocaína, benzocaína, procaína, clorprocaína, 
tetracaína e propoxicaína. 
3.2.1.1 Cocaína 
A cocaína é um éster de ácido benzoico, único 
anestésico local de origem natural encontrado nas 
folhas de Erythroxylon coca. Na prática clínica, o 
principal uso terapêutico da cocaína é descrito 
como anestésico oftalmológico tópico. A cocaína 
possui acentuada ação vasoconstritora, e ação 
inibitória da captação de catecolaminas nas 
terminações sinápticas do sistema nervoso 
periférico e sistema nervoso central. Esse efeito é 
responsável pelo potencial cardiotóxico 
pronunciado da cocaína e da “excitação” 
produzida aos usuários. A cardiotoxicidade e a 
euforia limitam o valor da cocaína como 
anestésico local (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.2.1.2 Procaína 
A procaína é um agente anestésico indicado para 
produção de anestesia local ou regional, 
principalmente para cirurgia oral. A procaína 
(como a cocaína) tem a vantagem de contrair os 
vasos sanguíneos, o que reduz o sangramento, ao 
contrário de outros anestésicos locais como a 
lidocaína. A procaína é um anestésico do tipo 
éster cuja ação começa dentro de 5 minutos e sua 
duração é curta (30-60 min). A dose máxima para 
adultos é de 10 mg/kg/dose (350-500 mg) sem 
epinefrina e 14 mg/kg/dose (600 mg) com ela. 
Igual a outros anestésicos desta categoria, seu 
metabolismo é plasmático pelas enzimas 
pseudocolinesterases, por meio de hidrólise em 
ácido para-aminobenzóico (PABA), que é então 
excretado pelos rins na urina (BRUNTON et al., 
2019; GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 
2017). 
3.2.1.3 Tetracaína 
Tetracaína é um anestésico local à base de éster 
de ação longa e altamente potente, sendo utilizada 
principalmente na anestesia espinal e tópica. 
Pode ainda ser empregada como creme e adesivo 
para induzir analgesia local na pele durante 
pequenos procedimentos médicos. Seu tempo de 
ação é atribuído a sua elevada hidrofobicidade 
(presença de um grupo butila ligado ao anel 
aromático), possibilitando maior permanência do 
fármaco no tecido que circunda um nervo. A 
hidrofobicidade da tetracaína também promove 
uma interação prolongada com o seu sítio de 
ligação no canal de sódio, determinando uma 
maior potência do que a da lidocaína e procaína. 
Seu metabolismo efetivo é lento, apesar do 
potencial de rápida hidrólise pelas esterases, visto 
que é liberada apenas gradualmente dos tecidos 
para a corrente sanguínea. Os efeitos adversos 
mais comuns com o creme são reações 
localizadas, como eritema, edema e 
despigmentação da pele. Os eventos adversos 
sistêmicos são incomuns, ocorrendo a uma taxa 
deresistência 
periférica total e pressão arterial média. Com o 
bloqueio neural central, essas alterações podem 
ser atribuídas ao bloqueio das fibras autonômicas, 
a um efeito depressor direto do agente anestésico 
local em vários componentes do sistema 
cardiovascular e/ou à ação estimuladora do 
receptor beta-adrenérgico da epinefrina, quando 
presente. Em particular, tais efeitos cardíacos 
estão provavelmente associados ao efeito 
principal que a lidocaína provoca quando se liga e 
bloqueia os canais de sódio, inibindo os fluxos 
iônicos necessários para a iniciação e condução 
dos impulsos de potencial de ação elétrica 
necessários para facilitar a contração muscular. 
Posteriormente, em miócitos cardíacos, a 
lidocaína pode potencialmente bloquear ou 
retardar o aumento dos potenciais de ação 
cardíaca e suas contrações de miócitos cardíacos 
associadas, resultando em possíveis efeitos como 
hipotensão, bradicardia, depressão miocárdica, 
arritmias cardíacas e talvez parada cardíaca ou 
colapso circulatório. Além disso, a lidocaína tem 
uma constante de dissociação (pKa) de 7,7 e é 
considerada uma base fraca. Como resultado, 
cerca de 25% das moléculas de lidocaína estarão 
não ionizadas e disponíveis no pH fisiológico de 
7,4 para translocar dentro das células nervosas, o 
que significa que a lidocaína desencadeia um 
início de ação mais rapidamente do que outros 
anestésicos locais que têm valores de pKa mais 
altos. Esse rápido início de ação é demonstrado 
em cerca de um minuto após a injeção intravenosa 
e quinze minutos após a injeção intramuscular. A 
lidocaína administrada subsequentemente se 
espalha rapidamente pelos tecidos circundantes, 
e o efeito anestésico dura aproximadamente 10 a 
20 minutos, quando administrada por via 
intravenosa, e cerca de 60 a 90 minutos, após a 
injeção intramuscular. No entanto, parece que a 
eficácia da lidocaína pode ser minimizada na 
presença de inflamação. Esse efeito pode ser 
devido à acidose diminuindo a quantidade de 
moléculas de lidocaína não ionizada, uma redução 
mais rápida na concentração de lidocaína como 
resultado do aumento do fluxo sanguíneo ou, 
potencialmente, também devido ao aumento da 
produção de mediadores inflamatórios como 
peroxinitrito que induzem ações diretas sobre o 
sódio canais (BRUNTON et al., 2019; GOLAN et 
al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
3.2.2.2 Bupivacaína 
A bupivacaína também é um anestésico do grupo 
amida amplamente utilizado. Em comparação com 
outros anestésicos locais, tem uma longa duração 
de ação. O início da ação é mais lento do que o da 
lidocaína (5 a 8 minutos) e sua duração é mais 
longa do que a da lidocaína (2 a 4 horas). Sua 
segurança para a população pediátrica 
permanece mal estabelecida. A dose máxima em 
adultos é de 2 mg/kg/dose (175 mg em dose 
única) ou 400 mg/24 h sem adrenalina – quando 
usada adrenalina, é possível usar doses de até 
225 mg. A bupivacaína é frequentemente 
administrada por injeção espinhal antes da 
artroplastia total do quadril. Seu uso é benéfico 
para procedimentos prolongados sendo indicada 
principalmente para a produção de anestesia ou 
analgesia local ou regional para cirurgia, para 
procedimentos de cirurgia oral, para 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos e para 
procedimentos obstétricos. Tem sido amplamente 
utilizada em baixas concentrações para anestesia 
no trabalho de parto e no pós-operatório, visto que 
proporciona 2-3 horas de alívio da dor sem o 
bloqueio motor imobilizante. A bupivacaína é 
metabolizada no fígado, onde sofre N-
desalquilação por enzimas do citocromo P450. A 
bupivacaína tem potencial cardiotóxico; sendo 
considerada um dos anestésicos locais mais 
tóxico para o coração quando administrado em 
grandes doses. Portanto, é necessário ter cuidado 
com os pacientes que usam bloqueadores-β ou 
digoxina (BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 
2014; KATZUNG et al., 2017). 
3.2.2.3 Articaína 
A articaína é um anestésico com ligação amida 
que foi aprovado para uso clínico nos Estados 
Unidos no ano 2000. Assim como a prilocaína, ao 
contrário dos demais anestésicos locais que 
possuem um grupo amina terciário, essas drogas 
têm um grupo amina secundário. A articaína 
também é estruturalmente singular, visto que 
contém um grupo éster ligado a um anel tiofeno. A 
presença do grupamento éster torna a articiaina 
susceptível a metabolização no plasma pelas 
colinesterases, assim como no fígado. O seu 
rápido metabolismo no plasma pode minimizar a 
toxicidade potencial da articaína (BRUNTON et 
al., 2019; GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 
2017). 
A articaína apresenta início de ação rápida (2 a 4 
minutos) e duração semelhante à de lidocaína (30-
120 minutos). Sua dose máxima é de 7 
mg/kg/dose (350 mg) sem epinefrina e 500 mg 
com epinefrina. A dose máxima recomendada 
para crianças com mais de quatro anos é de 7 
mg/kg/dose. A articaína é comumente usada para 
controle da dor durante pequenas cirurgias ou 
procedimentos invasivos, como biópsias, 
pequenas excisões ou trabalho dentário. O uso da 
articaína não foi associado a elevações das 
enzimas séricas, mas, quando administrada como 
infusão constante ou injeções repetidas, foi 
ocasionalmente mencionada como possível causa 
de lesão hepática clinicamente aparente 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
3.2.2.4 Prilocaina 
A prilocaína é usado como anestésico local 
frequentemente em odontologia. Sua ação tem 
início entre 5 e 6 minutos. Sua duração é 
intermediária, que varia de 30 a 120 minutos. Seu 
máximo permitido a dose é 5,7 – 8,5 mg/kg/dose 
(máximo de 400 mg) sem epinefrina e 600 mg com 
o vasoconstritor. Seu metabolismo é hepático e 
renal. Se as doses forem superiores a 8 mg/kg, 
pode haver risco de metemoglobinemia, devido ao 
seu metabólito ortotoluidina (BRUNTON et al., 
2019; GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 
2017). 
3.2.2.5 Ropivacaína 
A ropivacaína é um anestésico usado em 
anestesia obstétrica e anestesia regional para 
cirurgia e que apresenta lentidão no seu início de 
ação (1 a 5 minutos) e longa duração (2 a 6 horas). 
O permitido a dose máxima é de 2,9 mg/kg/dose 
sem adição de adrenalina (máximo: 200 mg). Sua 
segurança em crianças não está definida. 
Semelhante ao outro grupo de anestésicos, a 
ropivacaína é metabolizada pelo fígado 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
3.3 APLICAÇÕES CLÍNICAS 
 
3.3.1 Cremes 
A administração tópica dos anestésicos locais por 
meio de cremes é particularmente útil na 
população pediátrica. Os anestésicos locais mais 
comumente usados e dispensados são a lidocaína 
2,5% e prilocaína 2,5% dispensados em 
associação formando uma mistura eutética e pela 
tetracaína 4%. Eles devem ser aplicados cerca de 
1 hora antes do procedimento e produzem um 
efeito anestésico superficial por até 2 e 4 horas, 
respectivamente (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.3.2 Aplicação oftálmica 
A anestesia tópica é o principal método para 
facilitar a cirurgia de catarata. Oxibuprocaína 
0,4%, proxi-metacaína 0,5%, tetracaína 0,5% ou 
lidocaína 3,5% podem ser administradas na forma 
líquida em gotas ou em gel pelo menos 5 a 10 
minutos antes do procedimento cirúrgico. A 
anestesia tópica irá bloquear os ramos oftálmicos 
nervosos geminais, fornecendo uma anestésica 
da região da córnea e conjuntival (BRUNTON et 
al., 2019; GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 
2017). 
 
3.3.3 Adesivos 
Os adesivos tópicos têm um papel importante na 
gestão dor. Embora não esteja atualmente 
licenciado para o uso fora da neuralgia herpética, 
evidências crescentes apoiam a uso de adesivos 
de lidocaína em outras áreas de dor crônica, 
incluindo síndrome complexa de dor regional. 
Lidocaína 25 mg e prilocaína 25 mg são os 
principais anestésicos locais disponíveis nesta 
forma deapresentação. Geralmente, são 
empregados em associação para pequenos 
procedimentos cirúrgicos de lesões localizadas ou 
para inserção de agulha. É importante lembrar que 
esse tipo de anestesia tópica é recomendado 
apenas em pele intacta (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.3.4 Infiltração local 
A infiltração subcutânea de anestésicos locais é 
comumente usada para auxiliar na clínica 
procedimentos e pequenas cirurgias. Infiltração 
contínua de anestésicos locais via cateteres é uma 
forma cada vez mais comum de fornecer 
analgesia em cirurgias adequadas. Esses 
sistemas têm o benefício de permitir analgesia 
contínua, ajudando a reduzir as necessidades de 
opioides. Os anestésicos locais podem ser 
administrados por via intradérmica ou subcutânea. 
Essa técnica produz entorpecimento muito mais 
rapidamente do que a anestesia tópica, visto que 
o agente não precisa atravessar a epiderme. Por 
outro lado, a injeção costuma ser dolorosa, 
provocando ardência no local devido ao pH ácido 
da solução na qual o fármaco é mantido para ele 
esteja em uma forma solúvel ionizada. Os 
anestésicos locais utilizados com mais frequência 
para anestesia infiltrativa são a lidocaína, a 
procaína e a bupivacaína (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.3.5 Intratecal 
Anestésico local administrado por via intratecal é 
adequado para cirurgias abaixo do umbigo. A 
solução anestésica local é aplicada no canal 
espinhal para acessar o líquido cefalorraquidiano 
para fornecer um bloqueio sensorial e motor. 
Doses mais baixas de anestésicos locais em 
comparação com a forma epidural são 
necessários para dar um bloqueio sensorial 
denso. Prilocaína e bupivacaina são os agentes 
intratecais mais comumente usados. Tanto a 
prilocaína quanto a bupivacaína têm tempos de 
início rápido de menos de 5 minutos com uma 
altura de bloqueio sensorial que se torna estável 
10-15 minutos após a administração. A duração da 
anestesia é estimada em 1 a 1,5 horas para 
prilocaína e de 2 a 4 horas com bupivacaína, 
dependendo no sítio cirúrgico e no nível do 
bloqueio (BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 
2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.3.6 Epidural 
As indicações para a administração de anestésico 
local peridural são generalizadas. A anestesia 
peridural pode ser administrada por bolus ou 
infusão contínua por meio de um cateter peridural. 
Os cateteres podem ser colocados em vários 
níveis vertebrais para fornecer anestesia 
segmentar e analgesia. Lidocaína, bupivacaína, 
levobupivacaína e ropivacaína são comumente 
administradas por via epidural. Volumes de bolus 
típicos de 10 e 15 ml de bupivacaína a 0,5% é 
comumente usada em peridural lombar espaço, 
que é reduzido se administrado na região torácica 
ou cervical região. As taxas de infusão diferem 
dependendo do local da epidural, local da cirurgia 
e concentrações de drogas administradas, mas 
geralmente variam entre 8 e 15 ml/h em adultos. 
Misturas típicas para infusões contínuas incluem 
0,125% de bupivacaína ou 0,1% bupivacaína com 
ou sem fentanil 2 mg/ml (BRUNTON et al., 2019; 
GOLAN et al., 2014; KATZUNG et al., 2017). 
 
3.3.7 Caudal 
O espaço caudal é a continuação do espaço 
epidural no sacro. Em adultos, a propagação da 
solução na região caudal o espaço é variável, 
devido à densa gordura epidural nesta região em 
comparação com as crianças. Como tal, os blocos 
caudais são mais comumente usados na prática 
pediátrica. Este regime usa bupivacaína a 0,25% 
com volumes variáveis dependendo do nível de 
anestesia desejado. Normalmente citado os 
volumes são de 0,5 ml/kg para atingir o bloqueio 
sacral, 1,0 ml/kg para lombar e 1,5 ml/kg para 
bloqueio torácico. É importante que a dose 
máxima do anestésico local seja precisamente 
calculada e não excedida. A duração da analgesia 
varia de aproximadamente 4 a 8 horas 
(BRUNTON et al., 2019; GOLAN et al., 2014; 
KATZUNG et al., 2017). 
Conclusão 
Os anestésicos locais compreendem um grupo 
único e específico de fármacos considerados de 
vital importância para a prática da medicina e 
cirúrgica, uma vez que são capazes de produzir 
um bloqueio local ou regional da sensação da dor. 
Seus efeitos clínicos envolvem o bloqueio dos 
neurônios de dor, denominados nociceptores e 
todos os anestésicos locais têm como alvo o canal 
de Na+ controlado por voltagem no lado 
citoplasmático da membrana. 
 Todos os anestésicos locais possuem e domínios 
funcionais: um grupo aromático, um gurpo amina 
ionizável e uma cadeia intermediária do tipo éster 
ou amida que une esses dois grupamentos. Essa 
estrutura é comum a quase todos os anestésicos 
locais e contribui para sua hidrossolubililidade, 
lipissolubilidade, potência, tempo de início do 
efeito e toxicidade. O anel aromático e seus 
substituintes conferem as características de 
hidrofobicidade, já o grupamento amina influencia 
principalmente o grau de ionização (pKa) dos 
anestésicos determinando a potência e a 
velocidade e tempo de ação dos anestésicos, 
respectivamente. Os anestésicos locais com 
valores de pKa de 8-10 (bases fracas) são 
considerados os mais efetivas como anestésicos 
locais. A forma neutra pode atravessar as 
membranas, alcançando os canais de sódio no 
lado citoplasmáticos, enquanto a forma ionizada 
da droga está disponível para ligar-se com alta 
afinidade ao sítio-alvo. 
Além da inibição dos canais de sódio nas fibras 
nervosas, os anestésicos locais atuam em 
diferentes receptores em nosso organismo, 
produzindo outros efeitos. Alguns desses efeitos 
auxiliares representam uma promessa terapêutica 
e podem levar potencialmente a outras 
indicações, como a cicatrização de feridas, a 
trombose, a lesão cerebral induzida por 
hipoxia/isquemia e a hiperativida de brônquica. 
Outros efeitos observados, e que ainda carecem 
de mais estudos, indicam seu uso no manejo da 
dor crônica e neuropática, como aquela observada 
em pacientes com neuropatia diabética, neuralgia 
pós-herpética, queimaduras, câncer e acidente 
vascular cerebral. 
Apesar de serem considerados fármacos seguros, 
os anestésicos locais podem ter muitos efeitos 
tóxicos potenciais, incluindo efeitos sobre os 
tecidos locais, a vasculatura periférica, o coração 
e o sistema nervoso central. É também possível a 
ocorrência de reações de hipersensibilidade. 
Portanto, o conhecimento do local e as 
características químicas e farmacológicas do 
anestésico é essencial para o uso seguro de esses 
agentes. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Anestésicos locais. In: BRUNTON, L.; HILAL-
DANDAN, R.; KNOLLMAN, B. As bases 
farmacológicas da terapêutica de Goodman e 
Gilman. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019. 
Referências 
BRUNTON, L.; HILAL-DANDAN, R.; KNOLLMAN, 
B. As bases farmacológicas da terapêutica de 
Goodman e Gilman. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2019. 
KATZUNG, B. G. (Org.). Farmacologia básica e 
clínica. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. 
GOLAN, D.E., TASHJIAN, A.H., ARMSTRONG, 
E.J., ARMSTRONG, A.W. (Org.). Princípios de 
farmacologia: a base fisiopatológica da 
farmacoterapia. 3. edição. Rio de Janeiro, RJ: 
Guanabara Koogan, 2014. 
 
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