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Desenho Técnico Desenho técnico SENAI-SP I INTRANET2 Curso Técnico em Mecatrônica - Desenho Técnico SENAI-SP, 2003 Trabalho organizado e atualizado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais da Gerência de Educação e CFPs 1.09, 1.23, 3.01, 4.02, 5.01 e 6.01 da Diretoria Técnica do SENAI-SP. Equipe responsável Coordenação Airton Almeida de Moraes Seleção de conteúdos Nádia Cristina da Silva Richetto Capa José Joaquim Pecegueiro Material para validação Críticas e sugestões: meiosedu@sp.senai.br SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César São Paulo - SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 (0XX11) 3146-7230 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br Desenho técnico SENAI-SP I INTRANET 3 Sumário Desenho artístico e desenho técnico 5 Material de desenho técnico 9 Caligrafia técnica 15 Figuras geométricas 17 Sólidos geométricos 23 Perspectiva isométrica 29 Projeção ortogonal 41 Linhas 49 Cotagem 55 Supressão de vistas 75 Desenho em corte 81 Escala 93 Instrumentos de desenho 97 Construção geométrica 107 Planificação 135 Indicação de estado de superfície 147 Cortes 159 Encurtamento 169 Seção 173 Omissão de corte 179 Vistas laterais 185 Projeção ortogonal especial 189 Projeção no terceiro diedro 197 Desenho definitivo de peças 203 Componentes padronizados de máquinas 207 Tolerância 239 Desenho definitivo de conjunto e de detalhes 251 Referências bibliográficas 265 Desenho técnico SENAI-SP I INTRANET4 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 5 Desenho artístico e desenho técnico O homem se comunica por vários meios. Os mais importantes são a fala, a escrita e o desenho. O desenho artístico é uma forma de representar as idéias e os pensamentos de quem desenhou. Por meio do desenho artístico é possível conhecer e reconstituir a história dos povos antigos. Ainda pelo desenho artístico é possível conhecer a técnica de representação desses povos. Detalhes dos desenhos das cavernas de Skavberg, Noruega Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht 14 a.C. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET6 Atualmente existem muitas formas de representar tecnicamente um objeto. Essas formas foram criadas com o correr do tempo, à medida que o homem desenvolvia seu modo de vida. Uma dessas formas é a perspectiva. Perspectiva é a técnica de representar objetos e situações como eles são vistos na realidade, de acordo com sua posição, forma e tamanho. Pela perspectiva pode-se também ter a idéia do comprimento, da largura e da altura daquilo que é representado. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 7 Deve-se notar que essas representações foram feitas de acordo com a posição de quem desenhou. E que foram resguardadas as formas e as proporções do que foi representado. O desenho técnico é assim chamado por ser um tipo de representação específica usada por profissionais de uma mesma área: mecânica, marcenaria, serralharia, etc. Ele surgiu da necessidade de representar com precisão máquinas, peças, ferramentas e outros instrumentos de trabalho. Aqui se aprenderá outras aplicações do desenho técnico. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET8 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 9 Material de desenho técnico O conhecimento dos materiais utilizados em desenho técnico e os cuidados a serem tomados com ele são fundamentais para a execução de um bom trabalho. Assim como a maneira correta de utilizá-lo, pois as qualidades e defeitos adquiridos pelo estudante, no primeiro momento em que começa a desenhar, poderão refletir-se em toda a sua vida profissional. Os principais materiais utilizados em desenho técnico são: • O papel; • O lápis; • A borracha; • A régua. O papel O papel é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato é o A0 (A zero) do qual derivam outros formatos. Formatos da série “A” (Unidade: mm) Formato Dimensão Margem direita Margem esquerda A0 A1 A2 A3 A4 841 x 1.189 594 x 841 420 x 594 297 x 420 210 x 297 10 10 7 7 7 25 25 25 25 25 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET10 O formato básico A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mm x 1.189mm. Do formato básico derivam os demais formatos. Quando o formato do papel é maior que A4, é necessário fazer o dobramento para que o formato final seja A4. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 11 Dobramento Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito), em dobras verticais de 185mm. A parte a é dobrada ao meio. O Lápis O lápis é um instrumento de desenho para traçar, e tem características especiais. Não pode ser confundido com o lápis usado para fazer anotações costumeiras. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET12 Características e denominações dos lápis Os lápis são classificados em macios, médios e duros conforme a dureza das grafitas. Eles são denominados por letras ou por numerais e letras. A ponta do lápis deve ter entre 4 e 7mm de grafita descoberta e 18mm de madeira em forma de cone. A borracha A borracha é um instrumento de desenho que serve para apagar. Ela deve ser macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para facilitar o trabalho de apagar. A maneira correta de apagar é fixar o papel com a mão esquerda e com a direita fazer um movimento da esquerda para a direita com a borracha. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 13 A régua A régua é um instrumento de desenho que serve para medir o modelo e transportar as medidas obtidas para o papel. A unidade de medida utilizada em desenho técnico, em geral, é o milímetro. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET14 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 15 Caligrafia técnica Caligrafia técnica são os caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia deve ser legível e facilmente desenhável. A caligrafia técnica normatizada são letras e algarismos inclinados para a direita, formando um ângulo de 75º com a linha horizontal. Como mostram os exemplos: Exemplo de letras maiúsculas Exemplo de letras minúsculas Exemplo de algarismos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET16 Proporções Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 17 Figuras geométricas Desde o início da história do mundo, o homem tem se preocupado com a forma, a posição e o tamanho de tudo que o rodeia. Essa preocupação deu origem à geometria que estuda as formas, os tamanhos e as propriedades das figuras geométricas. Figuras geométrica são um conjunto de pontos. Veja abaixo algumas representações de figuras geométricas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET18 As figuras geométricas podem ser planas ou especiais (sólidos geométricos). Uma das maneiras de representar as figuras geométricas é por meio do desenho técnico. O desenho técnico permite representar peças de oficina, conjuntos de peças, projetos de máquinas, etc. Para compreender as figuras geométricas é indispensável ter algumas noções de ponto, linha, plano e espaço. Ponto O ponto é a figura geométrica simples. É possível ter uma idéia do que é o ponto observando: • Um furo produzido por uma agulha em um pedaço de papel; • Um sinal que a ponta do lápis imprime no papel. O ponto é representado graficamente pelo cruzamento de duas linhas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 19 Linha A linha pode ser curva ou reta. Aqui vamos estudar as linha retas. Linhas retas A linha reta ou simplesmente a reta não tem início nem fim: ela é ilimitada. Na figura acima, as setas nas extremidades da representação da reta indicam que a reta continua indefinidamente nos dois sentidos. O ponto A dá origem a duas semi-retas. Semi-reta A semi-reta sempre tem origem mas não tem fim. Observe a figura abaixo. O ponto A é o ponto de origem das semi-retas. Segmento de reta Se ao invés de um ponto A são tomados dois pontos diferentes, A e B, obtém-se um pedaço limitado da reta. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET20 Esse pedaço limitado da reta échamado segmento de reta e os pontos A e B são chamados extremidades do segmento de reta. De acordo com sua posição no espaço, a reta pode ser: Plano ou superfície plana O plano é também chamado de superfície plana. Assim como o ponto e a reta, o plano não tem definição, mas é possível ter uma idéia do plano observando: o tampo de uma mesa, uma parede ou o piso de uma sala. É comum representar o plano da seguinte forma: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 21 De acordo com sua posição no espaço, o plano pode ser: Figuras planas O plano não tem início nem fim: ele é ilimitado. Mas é possível tomar porções limitadas do plano. Essas porções recebem o nome de figuras planas. As figuras planas têm várias formas. O nome das figuras planas varia de acordo com sua forma: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET22 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 23 Sólidos geométricos O sólido geométrico é formado por figuras planas que se sobrepõem umas às outras. As principais características do sólido geométrico são as três dimensões: comprimento, largura e altura. Existem vários tipos de sólidos geométricos. Porém vamos estudar apenas os mais importantes: o prisma, o cubo, a pirâmide e o sólido de revolução. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET24 Prisma Como todo sólido geométrico, o prisma tem comprimento, largura e altura. Existem diferentes tipos de prisma. O prisma recebe o nome da figura plana que lhe deu origem. Veja abaixo alguns tipos de prisma. Prisma triangular Prisma quadrangular Prisma retangular Prisma hexagonal Prisma quadrangular (cubo ) O prisma é formado pelos seguintes elementos: base inferior, base superior, faces, arestas e vértices. Como mostra a figura abaixo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 25 Pirâmide A pirâmide é outro tipo de sólido geométrico. Ela é formada por um conjunto de planos que decrescem infinitamente. A pirâmide tem os seguintes elementos: bases, arestas, vértices e faces. Existem diferentes tipos de pirâmides. Cada tipo recebe o nome da figura plana que lhe deu origem. Pirâmide triangular Pirâmide quadrangular Pirâmide retangular Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET26 Pirâmide pentagonal Pirâmide hexagonal Sólido de revolução O sólido de revolução é outro tipo de sólido geométrico. Ele se forma pela rotação da figura plana em torno de seu eixo. A figura plana que dá origem ao sólido de revolução é chamada figura geradora. As linhas que contornam a figura geradora são chamadas linhas geratrizes. Os sólidos de revolução são vários. Entre eles destacamos: • O cilindro; • O cone; • A esfera. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 27 Cilindro é o sólido de revolução cuja figura geradora é o retângulo. Cone é o sólido de revolução cuja figura geradora é o triângulo. Esfera é o sólido de revolução cuja figura geradora é o círculo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET28 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 29 Perspectiva isométrica Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com sua posição, forma e tamanho. Existem vários tipos de perspectivas. Neste momento estudaremos apenas a perspectiva isométrica. A perspectiva isométrica mantém as mesmas medidas de comprimento, largura e altura do objeto. Para estudar a perspectiva isométrica é necessário conhecer ângulo e a maneira como ela é representado. Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET30 O grau é cada uma das 360 partes em que a circunferência é dividida. A medida em graus é indicada por um numeral seguido do símbolo de grau. Veja alguns exemplos. Quarenta e cinco graus Noventa graus Cento e vinte graus Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 31 Nos desenhos em perspectiva isométrica, os três eixos isométricos (c, a, l) formam entre si ângulos de 120º. Os eixos oblíquos formam com a horizontal um ângulo de 30º. As linhas paralelas a um eixo isométrico são chamadas de linhas isométricas. c, a, ℓ: eixos isométricos d, e, f: linhas isométricas Traçados da perspectiva isométrica do prisma O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer modelo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET32 No início, até se adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre um papel reticulado. Veja abaixo uma amostra de reticulado. Em primeiro lugar traça-se os eixos isométricos. Em seguida, marca-se nesses eixos as medidas de comprimento, largura e altura do prisma; Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 33 Após isso, traça-se a face de frente do prisma, tomando-se como referência as medidas do comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos. Depois traça-se a face de cima do prisma tomando como referência as medidas do comprimento e de largura, marcadas nos eixos isométricos. Em seguida traça-se a face do lado do prisma tomando como referência as medidas da largura e da altura marcada nos eixos isométricos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET34 E, por último, para finalizar o traçado da perspectiva isométrica, apaga-se as linhas de construção e reforça-se o contorno do modelo. Traçado de perspectiva isométrica com detalhes paralelos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 35 Traçado da perspectiva isométrica com detalhes oblíquos As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas linhas não- isométricas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET36 Traçado da perspectiva isométrica com elementos arredondados Traçado da perspectiva isométrica do círculo O círculo em perspectiva tem sempre a forma de elipse. Círculo Círculo em perspectiva isométrica Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 37 Para representar a perspectiva isométrica do círculo, é necessário traçar antes um quadrado auxiliar em perspectiva, na posição em que o círculo deve ser desenhado. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET38 Traçado da perspectiva isométrica do cilindro Traçado da perspectiva isométrica do cone Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 39 Outros exemplos do traçado da perspectiva isométrica Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET40 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 41 Projeção ortogonal Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um plano. Existem várias formas de projeção. A ABNT adota a projeção ortogonal, por ser a representação mais fiel à forma do modelo. Para entender como é feita a projeção ortogonal, é necessário conhecer os seguintes elementos : observador, modelo, e plano de projeção. No exemplo que segue o modelo é representado por um dado. Plano de projeção Modelo Observador Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET42 A linha projetante é a linha perpendicular ao plano de projeção que sai do modelo e o projeta no plano de projeção. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 43 Projeção em três planos Unindo perpendicularmente três planos, temos a seguinte ilustração: Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição. As projeções são chamadas vistas, conforme mostra a ilustração a seguir. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET44 Rebatimento de três planos de projeção Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, o modelo não é mais necessário e assim é possível rebater os planos de projeção. Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente entre si, aparecem em um único plano de projeção. A seguir pode-se ver o rebatimento dos planos de projeção, imaginado-se os planos de projeção ligados por dobradiças. Agora imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros planos de projeção giram um para baixo e outro para a direita. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 45 O plano de projeção que gira para baixo é o plano de projeção horizontal e o plano de projeção que gira para a direita é plano de projeção lateral. Planos de projeção rebatidos: Agora é possível tirar os planos de projeção e deixar apenas o desenho das vistas do modelo. Na prática, as vistas do modelo aparecem sem os planos de projeção. As linhas projetantes auxiliaresindicam a relação entre as vistas do desenho técnico. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET46 Observação As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo. São linhas imaginárias que auxiliam no estudo da teoria da projeção ortogonal. Outro exemplo: Dispondo as vistas alinhadas entre si, temos as projeções da peça formadas pela vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 47 Observação Normalmente a vista frontal é a vista principal da peça. As distâncias entre as vistas devem ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET48 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 49 Linhas Para desenhar as projeções usa-se vários tipos de linhas. Vamos descrever algumas delas. Linha para arestas e contornos visíveis É uma linha contínua larga que indica o contorno de modelos esféricos ou cilíndricos e as arestas visíveis do modelo para o observador Ex: Aplicação Linha para aresta e contornos não-visíveis É uma linha tracejada que indica as arestas não-visíveis para o observador, isto é, as arestas que ficam encobertas. Exemplo: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET50 Aplicação Linha de centro É uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados, que indica o centro de alguns elementos do modelo como furos, rasgos, etc. Exemplo: Aplicação Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 51 Linha de simetria É uma linha estreita formada por traços e pontos alternados. Ela indica que o modelo é simétrico. Exemplo: Modelo simétrico Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET52 Imagine que este modelo é dividido ao meio, horizontal ou verticalmente. Note que as metades do modelo são exatamente iguais, logo, o modelo é simétrico. Aplicação Quando o modelo é simétrico, no desenho técnico aparece a linha de simetria. A linha de simetria indica que as metades do desenho apresentam-se simétricas em relação a essa linha. A linha de simetria pode aparecer tanto na posição horizontal como na posição vertical. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 53 No exemplo abaixo a peça é simétrica apenas em um sentido. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET54 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 55 Cotagem Cotagem é a indicação das medidas da peça no desenho. Para a cotagem de um desenho são necessários três elementos: Linhas de cota são linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades; nessas linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peça. A linha auxiliar é uma linha contínua estreita que limita as linhas de cota. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET56 Cotas são numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos. As medidas básicas são: comprimento, largura e altura. 50 = comprimento 25 = largura 15= altura Cuidados na cotagem Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte: Seta errada errada errada certa Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 57 As cotas guardam uma pequena distância acima das linhas de cota. As linhas auxiliares também guardam uma pequena distância das vistas do desenho. Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida usada é o milímetro (mm), e é dispensada a colocação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra unidade de medida, por exemplo, a polegada, coloca-se seu símbolo. Observação As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da esquerda para direita e de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. Sempre que possível deve-se evitar colocar cotas em linhas tracejadas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET58 Cotas que indicam tamanho e cotas que indicam localização de elementos Exemplo de peças com elementos. Furo Saliência Rasgo passante Rasgo não passante Para fabricar peças como essas necessita-se interpretar, além das cotas básicas, as cotas dos elementos. Como mostra o exemplo a seguir. A cota 9 indica a localização do furo em relação à altura da peça. A cota 12 indica a localização do furo em relação ao comprimento da peça. As cotas 10 e 16 indicam o tamanho do furo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 59 Cotagem de peças simétricas A utilização de linha de simetria em peças simétricas facilita e simplifica a cotagem, como mostradas nos exemplos abaixo. Sem linha de simetria Com linha de simetria Seqüência de cotagem Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET60 1o passo 2o passo 3o passo Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 61 4o passo Cotagem de diâmetro Cotagem de raios Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET62 Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para facilitar a leitura. Porém, é preciso evitar a disposição das linhas de cota entre os setores hachurados e inclinados de cerca de 30º. Cotagem de elementos esféricos Elementos esféricos são elementos em forma de esfera. E a cotagem dos elementos esféricos é feita pela medida de seus diâmetros ou de seus raios. ESF = Esférico Ø = Diâmetro R = Raio Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 63 Cotagem de elementos angulares Existem peças que têm elementos angulares, que são os elementos formados por ângulos. A medida da abertura do ângulo é feita em graus por meio de um goniômetro. O goniômetro é conhecido como transferidor. A cotagem da abertura do elemento angular é feita em linha de cota curva, cujo centro é vértice do ângulo cotado. Uso de goniômetro (transferidor) Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET64 Cotagem de ângulos em peças cilíndricas Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 65 Cotagem de chanfros Chanfro é a superfície oblíqua obtida pelo corte da aresta de duas superfícies que se encontram. Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: por meio de cotas lineares e por meio de cotas lineares e angulares. As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura. As cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos. Cotas lineares Cotas lineares e cotas angulares Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET66 Em peças planas ou cilíndricas, quando o chanfro está a 45º é possível simplificar a cotagem. Cotagem em espaços reduzidos Para cotar em espaços reduzidos, é necessário colocar as cotas conforme os desenhos abaixo. Quando não houver lugar para setas, estas são substituídas por pequenos traços oblíquos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 67 Cotagem por faces de referência Na cotagem por faces de referência as medidas da peça são indicadas a partir das faces. Cotagem em paralelo Cotagem aditiva A cotagem por faces de referência ou por elementos de referência pode ser executada como cotagem em paralelo ou cotagem aditiva. A cotagem aditiva é uma simplificação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde há limitação de espaço, desde que não haja problema para a interpretação. A cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso. Cotagem aditiva em duas direções Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET68 Cotagem por coordenadas A cotagem aditiva em duas direções pode ser simplificada pela cotagem por coordenadas. A peça fica relacionada a dois eixos. É mais prático indicar as cotas em uma tabela ao invés de indicá-las diretamente sobre o desenho da peça. X Y ø 1 8 8 4 2 8 38 4 3 22 15 5 4 22 30 3 5 35 23 6 6 52 8 4 7 52 38 4 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 69 Cotagem por linhas básicas Na cotagem por linha básica as medidas da peça são indicadas a partir de linhas. Cotagem de furos espaçados igualmente Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, furos espaçados igualmente. A cotagem das distâncias entre centros de furos pode ser feita por cotas lineares e/ou por cotas angulares. Cotagem linear Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET70 Cotagem linear e angular Quando não causarem dúvidas, o desenho e a cotagem podem ser simplificados. Desenho e cotagem simplificados Desenho e cotagem simplificados Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 71 Indicações especiais Cotagem de cordas, arcose ângulos. As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como nos exemplos abaixo. Raio definido por outras cotas O raio deve ser indicado com o símbolo R sem cota quando o seu tamanho for definido por outras cotas. Cotas fora de escala As cotas fora de escala nas linhas de cota sem interrupção devem ser sublinhadas com linhas retas com a mesma largura da linha do algarismo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET72 Cotagem de uma área ou comprimento limitado de uma superfície para indicar uma situação especial A área ou o comprimento e sua localização são indicados por meio de linha traço e ponto, desenhada de maneira adjacente à face a que corresponde. Cotagem de peças com faces ou elementos inclinados Existem peças que têm faces ou elementos inclinados. Nos desenhos técnicos de peças com faces ou elementos inclinados, a relação de inclinação deve estar indicada. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 73 A relação de inclinação 1:10 indica que a cada 10 milímetros do comprimento da peça diminui-se um milímetro da altura. Como a relação de inclinação vem indicada no desenho técnico, não é necessário que a outra cota de altura da peça apareça. Outros exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET74 Cotagem de peças cônicas ou com elementos cônicos Existem peças cônicas ou com elementos cônicos. Nos desenhos técnicos de peças como estas, a relação de conicidade deve estar indicada. A relação de conicidade 1:20 indica que a cada 20 milímetros do comprimento da peça, diminui-se um milímetro do diâmetro. Outros exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 75 Supressão de vistas Até este momento, todos os desenhos de peças que estudamos foram apresentados em três vistas. Nem sempre isso é necessário pois, ao se desenhar uma peça é necessário se fazer tantas vistas quantas forem suficientes para a compreensão de sua forma. Peça desenhada em três vistas Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET76 Peça desenhada em duas vistas Peça desenhada em vista única Indicativo de superfícies planas Superfícies planas são representadas por linhas contínuas estreitas, traçadas diagonalmente na indicação de partes, em peças arredondadas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 77 Indicativo de quadrado ( ) Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET78 Desenho em vista única Nos desenhos em vista única são utilizadas a simbologia, as convenções e as notações adequadas. Aplicação Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 79 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET80 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 81 Desenho em corte Corte Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele permite ver as partes internas da peça. Hachuras Na projeção em corte, a superfície imaginaria cortada é preenchida com hachuras. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET82 Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada, mostram também os tipos de materiais. O hachurado é traçado com inclinação de 45 graus. Para se desenhar uma projeção em corte, é necessário se indicar antes onde a peça será imaginada cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 83 Corte na vista frontal Corte na vista superior Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET84 Corte na vista lateral esquerda Observações: • A expressão Corte AA é colocada embaixo da vista hachurada. • As vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas. • Na vista hachuradas, as tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a leitura do desenho. Mais de um corte no desenho técnico Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário representar mais de um corte na mesma peça. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 85 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET86 Exemplo de desenho em corte cotado Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 87 Meio-corte O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas no qual aparece somente meia-vista em corte. O meio-corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, as partes internas e externas da peça. Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha de simetria, de acordo com a NBR 10067. Na projeção da peça com aplicação de meio-corte, as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não-cortada. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET88 Meio-corte em vista única Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior da linha de simetria. Duas representações em meio-corte no mesmo desenho Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 89 Representação simplificada de vistas de peças simétricas Nem sempre é necessário desenhar as peças simétricas de modo completo. A peça é representada por uma parte do todo, e as linhas de simetria são identificadas com dois traços curtos paralelos perpendicularmente às suas extremidades. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET90 Outro processo consiste em traçar as linhas da peça um pouco além da linha de simetria. Meia-vista Para economia de espaço, desenha-se apenas a metade da vista simétrica. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 91 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET92 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 93 Escala Escala é a relação entre as medidas da peça e as do desenho. A escala é necessária porque nem sempre os desenhos industriais são do mesmo tamanho das peças a serem produzidas. Assim, quando se trata de uma peça muito grande, o desenho é feito em tamanho menor com redução igual em todas as suas medidas. E quando se trata de uma peça muito pequena, o desenho é feito em tamanho maior com ampliação igual em todas as suas medidas. Escalas usuais Natural .................. 1:1 (um por um) Redução................ 1:2 - 1:5 - 1:10 - 1:20 - etc. Ampliação ............. 2:1 - 5:1 - 10:1 - 20: 1 - etc. Exemplos: Desenho de um punção de bico em tamanho natural. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET94 Desenho de um rodeiro de vagão, vinte vezes menor que o seu tamanho real. Desenho de uma agulha de injeção, duas vezes maior que o seu tamanho real. Observação A redução ou a ampliação só tem efeito para o traçado do desenho. As cotas não sofrem alteração. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 95 Escala de medidas angulares Seja qual for a escala utilizada, as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET96 Observação Os ângulos das peças permanecem sempre com as mesmas aberturas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 97 Instrumentos de desenho Instrumentos de desenho são objetos destinados a traçados precisos. Os instrumentos de desenho mais comuns são: • Prancheta; • Régua-tê; • Esquadro; • Compasso. Prancheta A prancheta é um quadro plano usado como suporte do papel para desenhar. Há vários tipos de prancheta. Algumas são colocadas sobre mesas e outras são apoiadas em cavaletes. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET98 Régua-tê A régua-tê é um instrumento usado para traçar linhas retas horizontais. Fixação do papel na prancheta Para fixar o papel na prancheta é necessário usar a régua-tê e a fita adesiva. Durante o trabalho, a cabeça da régua-tê fica encostada no lado esquerdo da prancheta. A margem da extremidade superior do papel deve ficar paralela a haste da régua-tê. Veja a figura: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 99 Esquadro O esquadro é um instrumento que tem a forma do triângulo retângulo e é usado para traçar linhas retas verticais e inclinadas. Os esquadros podem ser de 45° e de 60°. O esquadro de 45º tem um ângulo de 90º e os outros dois ângulos de 45º O esquadro de 60º tem um ângulo de 90º, um de 60º e outro de 30º Os esquadros são adquiridos aos pares: um de 45° e outro de 60°. Ao adquirir-se um par de esquadros deve-se observar que o lado opostoao ângulo de 90° do esquadro de 45° seja igual ao lado oposto ao ângulo de 60° do esquadro de 60°. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET100 Compasso O compasso é um instrumento usado para traçar circunferências e arcos de circunferência, tomar e transportar medidas. O compasso é composto de uma cabeça, hastes, um suporte para fixar a ponta-seca e um suporte para fixar a grafita. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 101 Traçado de linhas com instrumentos Linhas horizontais traçadas com a régua-tê: Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e um esquadro: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET102 Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e dois esquadros: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 103 Projeções traçadas com instrumentos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET104 Linhas curvas traçadas com compasso Perspectiva isométrica traçada com instrumentos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 105 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET106 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 107 Construção geométrica Estudadas as características dos instrumentos de desenho técnico, é possível executar os traçados, desenvolvendo as construções geométricas e planificação. Para aprender as construções geométricas é necessário estudar os conceitos de: • Retas perpendiculares; • Retas paralelas; • Mediatriz; • Bissetriz; • Polígonos regulares; • Linhas tangentes; • Concordância. Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos retos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET108 Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam. Mediatriz é uma reta perpendicular a um segmento de reta que divide este segmento em duas partes iguais. A reta m é a mediatriz do segmento de reta AB. Os segmentos da reta AM e MB têm a mesma medida. O ponto M chama-se ponto médio do segmento de reta AB. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 109 Bissetriz é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o ângulo em duas partes iguais. A semi-reta r é a bissetriz do ângulo A. Polígono é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os vértices numa circunferência. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET110 Linhas tangentes são linhas que têm só um ponto em comum e não se cruzam. O ponto comum às duas linhas é chamado ponto de tangência. Os centros das duas circunferências e o ponto de tangência ficam numa mesma reta. O raio da circunferência e a reta são perpendiculares no ponto de tangência. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 111 Concordância de duas linhas é a ligação dessas duas linhas com um arco de circunferência. A circunferência utilizada para fazer a ligação é tangente às duas linhas. Concordância de duas retas paralelas Concordância de duas retas concorrentes Concordância de uma circunferência com uma reta Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET112 Concordância de duas circunferências Construções geométricas fundamentais 1. Perpendicular (ponto sobre a reta) Dados a reta s e o ponto P, Determine os pontos A e B, com qualquer abertura do compasso e com centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura maior que AP e centro em A e B. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 113 Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. 2. Perpendicular (ponto fora da reta) Dados a reta r e o ponto P, Determine os pontos A e B, com o compasso em uma abertura qualquer e centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura qualquer maior que a metade de AB e centro em A e B Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET114 Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 115 3. Perpendicular na extremidade do segmento Dado o segmento AB, marque um ponto C, próximo à extremidade a ser traçada a perpendicular. Determine o ponto D, com abertura do compasso AC e centro em A e C. Trace um arco oposto ao ponto C, com abertura do compasso AC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos C e D e obtenha o ponto E. A perpendicular é a reta que passa pelos pontos A e E. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET116 4. Paralela (ponto dado) Dados a reta r e o ponto P, marque na reta r o ponto A deslocado de P e trace uma reta por P e A. Determine os pontos B e C, com uma abertura qualquer de compasso e centro em A. Determine o ponto D com a mesma abertura e centro em P. Marque o ponto E, com abertura do compasso BC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos P e E. A reta que passa por P e E é paralela à reta r. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 117 5. Paralela (distância dada) Dadas a reta r e a distância d, determine os pontos A e B sobre a reta r. Trace as perpendiculares t e s pelos pontos A e B. Marque a distância d nas perpendiculares t e s, com o compasso em A e B, e obtenha assim os pontos C e D. Trace uma reta que passe pelos pontos C e D. Essa reta é paralela à reta r na distância dada d. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET118 6. Mediatriz Dado o segmento de reta AB, determine os pontos C e D, traçando arcos com o compasso em uma abertura maior que a metade do segmento AB e centro em A e B. Trace uma perpendicular que passe pelos pontos C e D. Essa perpendicular é a mediatriz. M é o ponto médio do segmento AB. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 119 7. Bissetriz Dado o ângulo de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com abertura qualquer e centro em A. Determine o ponto D, utilizando o compasso para traçar arcos do mesmo raio com centro em B e C. Trace uma reta que passe pelos pontos A e D. Essa reta é a bissetriz do ângulo dado. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET120 8. Divisão de segmento de reta em partes iguais (Neste exemplo: cinco partes). Dado o segmento de reta AB, determine os pontos C e D, utilizando o compasso para traçar arcos de mesmo raio, com centro em A e B; determine os pontos E e F por meio de arcos de mesmo raio, com centro em C e D; trace retas auxiliares que passem por AE e BF. Marque com o compasso cinco espaços iguais sobre as retas auxiliares a partir de A e de B. Trace retas ligando os pontos A com B5, A1 com B4 e assim sucessivamente, dividindo o segmento de reta em cinco partes iguais. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 121 9. Divisão do ângulo reto em três partes iguais Dado o ângulo reto de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com qualquer abertura e centro em A. Com a mesma abertura e centro em C e B, determine os pontos D e E. Trace retas que passem por AD e AE. Essas retas dividem o ângulo em três partes iguais. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET122 10. Triângulo equilátero inscrito (Divisão da circunferência em três partes iguais) Dada a circunferência de centro O, trace uma reta passando pelo centro, obtendo assim o diâmetro AB. Determine os pontos C e D por meio de um arco, com centro em A, passando pelo centro O. Ligue os pontos B, C e D, determinando o triângulo equilátero inscrito na circunferência. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 123 11. Quadrado inscrito (Divisão da circunferência em quatro partes iguais) Dada a circunferência de centro O, determine os pontos C e D, traçando o diâmetro AB e sua mediatriz. Ligando os pontos A, C, B e D por segmentos de reta, obtêm-se o quadrado inscrito. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET124 12. Pentágono inscrito (Divisão da circunferência em cinco partes iguais) Dada a circunferência de centro O: trace o diâmetro AB e sua mediatriz, determinando os pontos C e D; trace também a mediatriz de OB, determinando os pontos E, F e G. Determine H com abertura do compasso GC e centro em G. O segmento CH divide a circunferência em cinco partes iguais, ou seja: CI, IJ, JL, LM e MC. Unindo os pontos que dividem a circunferência, obtêm-se o pentágono inscrito. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 125 13. Hexágonoinscrito (Divisão da circunferência em seis partes iguais) Dada a circunferência de centro O, trace uma reta que passe pelo centro e obtenha os pontos A e B. Trace os arcos com o compasso em A e B, passando pelo centro O, e obtenha, no cruzamento com a circunferência, os pontos C, D, E e F. Esses pontos dividem a circunferência em seis partes iguais. Unindo os pontos que dividem a circunferência, obtêm-se o hexágono inscrito. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET126 14. Triângulo equilátero dado o lado Dado o segmento AB, lado do triângulo, determine o ponto C, traçando arcos com abertura AB , com centro em A e B. Ligando os pontos A, C e B com segmentos de reta, obtêm-se o triângulo equilátero. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 127 15. Quadrado dado o lado Dado o segmento AB, lado do quadrado, trace uma perpendicular na extremidade A. Determine C na perpendicular com abertura AB e centro em A. Determine o ponto D com a mesma abertura, por meio de arcos e centro em B e C. Unindo os pontos A, C, D e B por segmentos de reta, obtêm-se o quadrado. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET128 16. Determinar o centro do arco Dado o arco, marque sobre eles três pontos A, B e C. Trace os segmentos AB e BC. Trace as mediatrizes dos segmentos AB e BC. O cruzamento das mediatrizes determina o ponto O, que é centro do arco. Observação Este processo é válido também para determinar o centro da circunferência. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 129 17. Concordância entre retas paralelas Dadas as retas r e s, paralelas e o ponto A, contido em s, trace uma perpendicular pelo ponto A, determinando o ponto B. Trace a mediatriz do segmento AB, obtendo o ponto O. Trace o arco de concordância entre as duas retas com abertura OA e centro em O. Os pontos de tangência são A e B. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET130 18. Concordância entre retas concorrentes Dado o ângulo formado pelas retas t e s e o raio do arco de concordância r, determine o ponto A, traçando paralelas às retas t e s. Determine os pontos de tangência B e C, traçando a partir de A, linhas perpendiculares às retas t e s, respectivamente. Trace o arco que concordará com as retas dadas. Observação Este processo é válido para concordância entre retas concorrentes que formam qualquer ângulo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 131 19. Concordância no ângulo reto Dadas as retas concorrentes t e s formando um ângulo de 90° e o raio do arco de concordância r, trace um arco determinando os pontos B e C, com o compasso com abertura r e centro em A. Determine D com abertura r e centro em B e C. Trace a circunferência determinando a concordância com as retas t e s, abertura r e centro em D. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET132 20. Concordância entre circunferências Dadas duas circunferências e o raio do arco de concordância r, determine os pontos C e D, traçando semi-retas a partir de A e B. Em seguida, determine E e F, com abertura r e centro em C e D, respectivamente. Determine o ponto G traçando os arcos: com abertura AE e centro em A e com abertura BF e centro em B. Determine os pontos de tangência H e I, ligando A com G e B com G. Trace o arco de concordância entre suas circunferências com centro em G e abertura em r. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 133 21. Concordância entre reta e circunferência Dados a reta s, a circunferência de centro A e o raio de concordância r, determine B na circunferência traçando uma semi-reta a partir de A. Determine o ponto C com abertura do compasso r e centro em B. Trace um arco com abertura AC e centro em A. Trace uma paralela à reta s na distância r, determinando o ponto D. Ligue D com A, obtendo o ponto E. Trace uma perpendicular à reta s partindo de D, determinando o ponto F. E e F são os pontos de tangência Trace o arco que fará a concordância com abertura r e centro em D. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET134 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 135 Planificação Planificação é um tipo de representação em que todas as superfícies de um modelo são desenhadas sobre um plano. As planificações são feitas com linhas contínuas e com linhas tracejadas. As linhas contínuas representam os contornos e as linhas tracejadas representam os lugares das dobras dos modelos. Prisma retangular em Prisma retangular sendo planificado perspectiva Planificação do prisma retangular Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET136 Cone em perspectiva Pirâmide quadrangular em perspectiva Cone sendo planificado Pirâmide quadrangular sendo planificada Planificação do cone Planificação da pirâmide quadrangular Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 137 Planificação do prisma Fases de execução • Prisma retangular 1a fase 2a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET138 3a fase 4a fase - Conclusão • Prisma hexagonal Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 139 1a fase 2a fase 3a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET140 4a fase 5a fase - Conclusão Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 141 Planificação do cilindro 1a fase 2a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET142 3a fase 4a fase - Conclusão Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 143 Planificação do cone 1a fase 2a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET144 3a fase 4a fase - Conclusão Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 145 Planificação da pirâmide quadrangular 1a fase 2a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET146 3a fase 4a fase 5a fase - Conclusão Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 147 Indicação de estado de superfície O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação dos estados das superfícies das peças. Acabamento Acabamento é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As superfícies apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas e polidas. Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de rebarbas e saliências. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET148 Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são bastante visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida. Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco visíveis, sendo a rugosidade pouco percebida. Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são imperceptíveis, sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 149 Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos indicativos de rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da ABNT, baseada na norma ISO 1302. Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem das modalidades de operações e das características dos materiais adotados. Rugosidade Com a evolução tecnológica houve a necessidade de se aprimorarem as indicações dos graus de acabamento de superfícies. Com a criação de aparelhos capazes de medir a rugosidade superficial em µm (micrometro: 1µm = 0,001mm), as indicações dos acabamentos de superfícies passaram a ser representadas por classes de rugosidade. Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças. A norma da ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em desenho técnico por meio de símbolos. Símbolo sem indicação de rugosidade Símbolo Significado Símbolo básico. Só pode ser usado quando seu significado for complementado por uma indicação. Caracterização de uma superfície usinada sem maiores detalhes. Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é permitida e indica que a superfície deve permanecer no estado resultante de um processo de fabricação anterior, mesmo se esta tiver sido obtida por usinagem ou outro processo qualquer. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET150 Símbolos com indicação da característica principal da rugosidade de Ra Símbolo A remoção domaterial é facultativa é exigida não é permitida Significado Superfície com uma rugosidade de um valor máximo: Ra = 3,2µm Superfície com uma rugosidade de um valor: máximo: Ra = 6,3µm mínimo: Ra = 1,6µm Símbolos com indicações complementares Estes símbolos podem ser combinados entre si ou com os símbolos apropriados. Símbolo Significado Processo de fabricação: fresar Comprimento de amostragem: 2,5mm Direção das estrias: perpendicular ao plano de projeção da vista Sobremetal para usinagem: 2mm Indicação (entre parênteses) de um outro parâmetro de rugosidade diferent4e de Ra, por exemplo Rt = 0,4µm. Símbolos para direção de estrias Quando houver necessidade de definir a direção das estrias, isto é, a direção predominante das irregularidades da superfície, deve ser utilizado um símbolo adicional ao símbolo do estado de superfície. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 151 A tabela abaixo caracteriza as direções das estrias e os símbolos correspondentes. Símbolos para direção das estrias Símbolo Interpretação Paralela ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Perpendicular ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Cruzadas em duas direções oblíquas em relação ao plano de projeção da vista sobre o qual o símbolo é aplicado. Muitas direções. Aproximadamente central em relação ao ponto médio da superfície ao qual o símbolo é referido. Aproximadamente radial em relação ao ponto médio da superfície ao qual o símbolo é referido. A ABNT adota o desvio médio aritmético (Ra) para determinar os valores da rugosidade, que são representados por classes de rugosidade N1 a N12, correspondendo cada classe a valor máximo em µm, como se observa na tabela seguinte. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET152 Tabela característica de rugosidade Ra Classe de rugosidade Desvio médio aritmético (Ra) N12 N11 50 25 N10 12,5 N9 6,3 N8 3,2 N7 1,6 N6 0,8 N5 0,4 N4 0,2 N3 0,1 N2 0,05 N1 0,025 Exemplos de aplicação Interpretação do exemplo a: 1 é o número da peça. , ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, com retirada de material, válido para todas as superfícies. N8 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 3,2µm (0,0032mm). Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 153 Interpretação do exemplo b: 2 é o número da peça. : o acabamento geral não deve ser indicado nas superfícies. O símbolo significa que a peça deve manter-se sem a retirada de material. e dentro dos parênteses devem ser indicados nas respectivas superfícies. N6 corresponde a um desvio aritmético máximo de 0,8µm (0,0008mm) e N9 corresponde a um desvio aritmético máximo de 6,3µm (0,0063mm). Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser lidos tanto com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. Se necessário, o símbolo pode ser interligado por meio de uma linha de indicação. O símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície e, se possível, na vista que leva a cota ou representa a superfície. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET154 Qualidade da superfície de acabamento Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 155 Informações complementares Interpretação: 4 é o número da peça. , ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, válido para todas as superfícies sem indicação. N11 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 25µm (0,025mm). , representado dentro dos parênteses e nas superfícies que deverão ser usinadas, indica rugosidade máxima permitida de 6,3µm (0,0063mm). indica superfície usinada com rugosidade máxima permitida de 0,4µm (0,0004mm). Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET156 O símbolo dentro dos parênteses representa, de forma simplificada, todos os símbolos de rugosidade indicados nas projeções: Disposição das indicações do estado de superfície no símbolo Recartilhar Recartilhar é uma operação mecânica executada por uma ferramenta chamada recartilha. Essa ferramenta tem uma ou duas roldanas com dentes de aço temperado, que penetram por meio de pressão na superfície do material e formam sulcos paralelos ou cruzados. O recartilhamento permite, assim, melhor aderência manual e evita o deslizamento da mão no manuseio de peças ou ferramentas, como punção, parafusos de aperto, etc. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 157 Tipos de recartilhado As extremidades recartilhadas são sempre chanfradas a 45°. Quando a superfície é muito grande, recomenda-se representar apenas uma parte recartilhada. Como o tipo de recartilhado já aparece no desenho, indica-se apenas o passo. Tratamento Tratamento é o processo que altera propriedades do material da peça: dureza, maleabilidade, etc. Há ainda os tratamentos apenas superficiais: pintar, oxidar, etc. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET158 Veja as indicações no desenho: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 159 Cortes O assunto cortes já foi abordado no fascículo de “Iniciação ao desenho”. Contudo, devido a sua importância, ele é retomado no presente capítulo. Corte passando por furos cilíndricos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET160 Corte passando por furo retangular Corte parcial É o corte usado quando é necessário mostrar apenas determinados detalhes internos na projeção. Para limitar a parte cortada, usa-se a linha de ruptura (sinuosa estreita). Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 161 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET162 Corte composto Certos tipos de peças, como as representadas abaixo, por apresentarem seus elementos internos fora de alinhamento, precisam de outra maneira de se imaginar o corte. Figura A Figura B Figura C O tipo de corte usado para mostrar elementos internos fora de alinhamento é o corte composto, também conhecido como corte em desvio. Nesta aula, você aprenderá a representar, em corte composto, peças semelhantes às que foram mostradas. Corte composto por planos paralelos Imagine o primeiro modelo (Fig. A) sendo secionado por um plano de corte longitudinal vertical que atravessa o furo retangular e veja como fica sua representação ortográfica: Você deve ter observado que o modelo foi secionado por um plano que deixou visível o furo retangular. Os furos redondos, entretanto, não podem ser observados. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 163 Para poder analisar os furos redondos, você terá de imaginar um outro plano de corte, paralelo ao anterior. Veja, a seguir, o modelo secionado pelo plano longitudinal vertical que atravessa os furos redondos e, ao lado, sua representação ortográfica. Em desenho técnico existe um modo de representar estes cortes reunidos: é o corte composto, ou em desvio. O corte composto torna possível analisar todos os elementos internos do modelo ou peça, ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o corte composto permite representar, numa mesma vista, elementos situados em diferentes planos de corte. Você deve imaginar o plano de corte desviado de direção, para atingir todos os elementos da peça. A vista frontal, representada em corte, neste exemplo, mostra todos os elementos como se eles estivessem no mesmo plano. Se você observar a vista frontal, isoladamente, não será possível identificar os locais por onde passaram os planos de corte. Nesse caso, você deve examinar a vista onde é representada a indicação do plano de corte. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET164 Observe a seguir que o corte é indicado pela linha traço e ponto na vista superior. Os traços são largos nas extremidades e quando indicam mudanças de direção dos planos de corte. O nome do corte é indicado por duas letras maiúsculas, representadas nas extremidades da linha traço e ponto. As setas indicam a direção em que o observador imaginou o corte. Observe novamente o modelo da Fig. B, que também apresenta elementos internos não alinhados. Para analisar os elementos internos desse modelo, você deverá imaginar um corte composto. Corte composto por mais de dois planos de corte paralelos Este tipo de corte se aplica nos modelos ou peças em que o plano de cortetem de se desviar mais de uma vez para atingir todos os elementos que interessa mostrar. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 165 Veja novamente o modelo da figura abaixo: tem um furo rebaixado, um furo passante e um rasgo arredondado. Observe que são necessários três planos de corte paralelos para atingir os elementos desalinhados. Como o corte foi imaginado de frente, a vista representada em corte é a vista frontal. A indicação dos planos de corte é representada na vista superior. Analise a perspectiva em corte e as vistas representadas com aplicação e indicação de corte composto. Observe que na vista frontal todos os elementos são visíveis, embora na realidade estejam em diferentes planos, como mostra a vista superior. A ilustração a seguir mostra os três planos que cortam a peça. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET166 Corte composto por planos concorrentes Agora você vai conhecer uma outra forma de imaginar cortes compostos. Observe o flange com três furos passantes, representada a seguir. Se você imaginar o flange atingido por um único plano de corte, apenas um dos furos ficará visível. Para mostrar outro furo, você terá de imaginar o flange atingido por dois planos concorrentes, isto é, dois planos que se cruzam (P1 e P2). Neste exemplo, a vista que deve ser representada em corte é a vista frontal, porque o observador está imaginando o corte de frente. Para representar os elementos, na vista frontal, em verdadeira grandeza, você deve imaginar que um dos planos de corte sofreu um movimento de rotação, de modo a coincidir com o outro plano. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 167 Veja como ficam as vistas ortográficas: vista frontal e vista superior, após a rotação do elemento e a aplicação do corte. Na vista frontal, todos os elementos são visíveis e aparentam estar no mesmo plano. Note que, na vista superior, os elementos são representados sem rotação, na sua posição real. Nesta vista fica bem visível que este corte é composto por dois planos concorrentes. Tente interpretar você mesmo um outro exemplo de desenho técnico, com aplicação de corte composto por planos concorrentes. Corte composto por planos sucessivos Veja mais um tipo de corte composto. A ilustração ao lado mostra um joelho, que é uma peça usada para unir canalizações. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET168 Para poder analisar os elementos internos desta peça, você deverá imaginar vários planos de corte seguidos (P1, P2, P3). O corte foi imaginado observando-se a peça de frente. Por isso, a vista representada em corte é a vista frontal. Observe as vistas ortográficas: vista frontal e vista superior. Na vista frontal, as partes maciças atingidas pelo corte são hachuradas. Na vista superior, os planos de corte sucessivos são representados pela linha de corte. A linha traço e ponto, que indica o local por onde passam os planos de corte, é formada por traços largos nas extremidades e no encontro de dois planos sucessivos. Você deve ter observado que foram utilizados três planos de corte sucessivos. São raras as peças em que se pode imaginar a aplicação deste tipo de corte. Entretanto, é bom que você esteja preparado para interpretar cortes compostos por mais de dois planos sucessivos quando eles aparecerem no desenho técnico. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 169 Encurtamento Quando o desenho técnico em escala de redução prejudica a interpretação dos elementos da peça, usa-se a representação com encurtamento. Nesse tipo de representação imagina-se a retirada de uma ou mais partes da peça A representação com encurtamento é feita em peças longas com forma constante e em peças que têm partes longas com forma constante. Peças longas que têm forma constante: Peças que têm parte longa com forma constante: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET170 Imaginando o encurtamento Retira-se parte da peça, e aproximam-se suas extremidades. Conclusão (desenho técnico) Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 171 Quando necessário, aplica-se mais de um encurtamento em um mesmo desenho. Quando necessário, aplica-se encurtamentos em mais de um sentido. Há também outros casos de encurtamento usados para representar encurtamento em peças cilíndricas ou cônicas. Peça cônica Peça trapezoidal Peça cilíndrica Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET172 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 173 Seção Sempre que necessário, usa-se a seção em desenho técnico para mostrar, de maneira simples, a forma da peça no local secionado. Nos desenhos abaixo, observe a diferença entre as representações em corte e em seção respectivamente. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET174 Seção fora da vista com indicação Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 175 Seção fora da vista sem indicação Outros exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET176 Seção sobreposta à vista Outros exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 177 Seção na interrupção da vista Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET178 Exemplos de desenhos cotados, com seção e encurtamento: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 179 Omissão de corte A omissão de corte indica as partes não-cortadas de uma peça representada em corte. A omissão de corte é representada pela ausência de hachuras e é usada para destacar certos elementos como: nervuras, chavetas, porcas, parafusos, eixos, etc. Nervura A nervura representada em corte no seu sentido longitudinal não é hachurada. Sem nervura Com nervura Perspectivas das peças Perspectivas em corte Projeções (em corte) seriam iguais sem a omissão de corte Projeções em corte com omissão de corte Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET180 Braços Polia com disco Polia com braços As projeções (em corte) são iguais em ambos os casos. Projeções em corte Polia com disco Polia com braços Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 181 Outros exemplos de omissão de corte: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET182 Quando o corte atinge duas ou mais peças montadas, inverte-se a posição das hachuras. Quando o corte atinge partes muito finas como chapas, guarnições, juntas e estruturas metálicas, as partes que seriam hachuradas são enegrecidas. Detalhe de conjunto em Detalhe de estrutura corte metálica em corte Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 183 Nos desenhos de conjuntos, os elementos abaixo não são cortados quando atingidos pelo corte no sentido longitudinal. Rebites Eixos Pinos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET184 Chavetas Parafusos, porcas e arruelas Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 185 Vistas laterais Vista lateral direita é a vista projetada em plano lateral situado à esquerda da vista frontal. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET186 Nos casos em que o maior número de elementos visíveis está colocado ao lado direito da peça, usa-se a vista lateral direita. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 187 Vistas laterais esquerda e direita As vistas laterais esquerda e direita são usadas quando a peça a ser desenhada apresenta elementos importantes nos seus lados esquerdo e direito. Nesse caso, as linhas tracejadas desnecessárias devem ser omitidas nas vistas laterais. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET188 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 189 Projeção ortogonal especial Peças com partes inclinadas apresentam deformações quando representadas em projeções normais. Exemplo: Por essa razão utilizam-se outros recursos tais como a vista auxiliar, a vista especial com indicação, a rotação de elementos oblíquos e a vista simplificada. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET190 Vista auxiliar São projeções parciais, representadas em planos auxiliares para evitar deformações e facilitar a interpretação. Rebatimento dos planos Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 191 Conclusão: Projeção ortogonal com utilização de vista auxiliar: Outros exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET192 Vista especial com indicação São projeções parciais representadas conformea posição do observador. É indicada por setas e letras. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 193 Rotação de elementos oblíquos Peças com partes ou elementos oblíquos são representadas convencionalmente, fazendo-se a rotação dessas partes sobre o eixo principal e evitando-se assim, a projeção deformada desses elementos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET194 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 195 Outros exemplos de elementos oblíquos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET196 Vista simplificada Podemos substituir uma vista, quando não acarretar dúvidas, executando a vista simplificada conforme os exemplos: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 197 Projeção no terceiro diedro Estudando as projeções ortogonais, observou-se até agora a seguinte posição dos elementos: observador, objeto e plano, ou seja, projeção no primeiro diedro. Para a projeção no terceiro diedro, a posição dos elementos é a seguinte: observador, plano e objeto. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET198 Comparação entre projeções de uma mesma peça no primeiro e no terceiro diedros 1o diedro 3o diedro Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 199 Outro exemplo: 1o diedro O método de projeção ortogonal no 1º diedro é indicado, na legenda do desenho, pelo símbolo: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET200 3o diedro O símbolo que indica o método de projeção ortogonal no 3º diedro é: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 201 O símbolo deve ter as seguintes dimensões: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET202 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 203 Desenho definitivo de peças Desenho definitivo é o desenho utilizado na indústria para a execução de peças. O desenho definitivo deve ser feito com instrumentos de desenho e conter todas as informações necessárias para a execução da peça. Essas informações são dadas na legenda, que é a parte do desenho definitivo composta de rótulo e lista de peças. Legenda Preenchimento da legenda Para preencher a legenda, devemos traçar as pautas com linhas auxiliares finas e escrever com caligrafia técnica. Veja exemplo abaixo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET204 O símbolo que indica o método de projeção ortogonal no 1o diedro é: O símbolo deve ter as seguintes dimensões: Traçado do desenho definitivo Determinadas as projeções para a representação da peça, é possível fazer, se necessário, o esboço cotado das vistas, como desenho auxiliar para a execução do desenho definitivo. Em seguida, escolhem-se a escala a ser usada e o formato do papel, determinam-se as dimensões entre as vistas; e inicia-se a execução do desenho, conforme as fases a seguir. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 205 1a fase 2a fase Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET206 Conclusão O traçado do desenho técnico definitivo, com suas projeções e detalhes, determina basicamente o primeiro passo para a execução das peças. Concluído esse assunto, podemos começar a estudar os componentes padronizados de máquinas que se caracterizam por suas diversas aplicações e particularidades em desenho técnico. Como componentes padronizados de máquinas serão estudados nesta unidade: • Roscas (características); • Arruelas (classificação); • Molas (tipos e cotagem); • Rebites (tipos e proporções); • Soldas (representação); • Chavetas (tipos e proporções); • Polias e correias (dimensões); • Rolamentos (tipos e características); • Engrenagens (tipos e representações). Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 207 Componentes padronizados de máquinas Rosca Rosca é o conjunto de reentrâncias e saliências, com perfil constante, em forma helicoidal, que se desenvolvem, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. As saliências são os filetes e as reentrâncias, os vãos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET208 Características das roscas As características comuns a todas as roscas são: entrada, avanço e passo. Entrada é o início da rosca. As roscas podem ter uma ou mais entradas. As roscas com mais de uma entrada são usadas quando é necessário um avanço mais rápido do parafuso na porca ou vice-versa. Avanço (A) é a distância que o parafuso ou a porca percorre em relação ao seu eixo, quando completa uma rotação. Rotação (R) é uma volta completa do parafuso ou da porca em relação ao seu eixo. Quando o avanço é igual ao passo, diz-se que a porca é de uma entrada. Passo (P) é a distância entre dois filetes consecutivos. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 209 Sentido da rosca Rosca à direita é aquela em que o parafuso ou a porca avança girando no sentido dos ponteiros do relógio. Parafuso Porca Rosca à esquerda é aquela em que o parafuso ou a porca avança girando no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Parafuso Porca Representação normal de tipos de rosca e respectivos perfis Rosca triangular Perfil triangular Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET210 Rosca quadrada Perfil quadrado Rosca trapezoidal Perfil trapezoidal Representação convencional de tipos de rosca Roscas com perfil triangular Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 211 Roscas com perfil especial Representação de furos roscados Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET212 Cotagem e indicações de roscas O quadro abaixo mostra os tipos mais comuns de roscas, os símbolos indicativos, os perfis e exemplos de indicações para cotagem dos desenhos. Roscas Símbolo Perfil Indicação Leitura Whitworth Normal - Rosca Whitworth Normal com Ø1” (é dispensado uso do símbolo W) Whitworth fina W Rosca Whitworth fina com Ø1” e 10 filetes por 1” Whitworth para cano RC Rosca Whitworth para cano com furo Ø1” Métrica M Rosca métrica normal com Ø 16 Métrica fina M Rosca métrica fina com Ø e passo 4 SAE para automóveis SAE Rosca SAE com Ø1” American National Coarse NC Rosca NC com Ø2” American National Fine NF Rosca NF com 1” Trapezoidal Tr Rosca trapezoidal com Ø48 e passo 8 Quadrada Quad. Rosca quadrada com Ø30 e passo 6 Os exemplos do quadro são de roscas com filetes de uma entrada a direita. Tratando-se rosca esquerda ou mais de uma entrada, escreve-se da seguinte forma: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 213 Tabela de roscas ROSCA MÉTRICA (M) Perfil triangular - ISSO NB 97 ROSCA WHITWORTH Normal ROSCA WHITWORTH GÁS Para canos (RC) NB 202 - ABNT d Diam. di Núcleo P Passo d Poleg. d mm di Núcleo Nº de fios/1” d Poleg. d mm di Núcleo Nº de fios/1” 4 3,141 0,7 1/8” 3,17 2,36 40 1/8” 9,73 8,57 28 6 4,773 1 5/32” 3,96 2,95 32 1/4” 13,15 11,44 19 8 6,466 1,25 3/16” 4,76 3,40 24 3/8” 16,63 14,95 19 10 8,160 1,5 7/32” 5,55 4,20 20 1/2” 20,95 18,63 14 12 9,833 1,75 1/4” 6,35 4,72 20 5/8” 22,91 20,58 14 14 11,546 2 5/16” 7,93 6,13 18 3/4” 26,44 24,11 14 16 13,546 2 3/8” 9,52 7,49 16 7/8” 30,20 27,87 14 18 14,933 2,5 1/2” 12,70 9,99 12 1” 33,25 30,29 11 20 16,933 2,5 9;16” 14,28 11,57 12 1 1/4” 41,91 38,95 11 22 18,933 2,5 5/8” 15,87 12,91 11 1 1/2” 47,80 44,84 11 24 20,319 3 11/16” 17,46 14,50 11 1 3/4” 53,74 50,79 11 30 25,706 3,5 3/4” 19,05 16,79 10 2” 59,61 56,65 11 36 31,093 4 13/16” 20,63 17,38 10 2 1/4” 65,71 62,75 11 42 36.479 4,5 7/8” 22,22 18,61 9 2 1/2” 75,18 72,23 11 48 41,866 5 15/16” 23,81 20,19 9 2 3/4” 81,53 78,58 11 56 49,252 5,5 1” 25,40 21,33 8 3” 87,88 84,93 11 60 53,252 5,5 1 1/8” 28,57 23,92 7 3 1/4” 93,98 91,02 11 64 56,639 6 1 1/4” 31,75 27,10 7 3 1/2” 100,33 97,37 11 Proporções para desenhar parafusos e porcas Parafuso com cabeça e porca quadradas: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET214 Parafuso com cabeça e porca hexagonais: Parafusos de cabeça com fenda: Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 215 Parafuso prisioneiro: Parafusos com sextavado interno: d mm A B AI BI dI C D DI 3/16” 4,76 4,76 8,0 6 8,5 5,0 3,0 5/32” 1/4” 6,35 6,35 9,52 8 10 6,5 4,0 3/16” 1/8” 5/16” 7,94 7,94 11,11 9 12 8,2 5,0 7/32” 5/32” 3/8” 9,53 9,53 14,28 11 14,5 9,8 5,5 5/16” 5/16” 7/16” 11,11 11,11 15,87 12 16,5 11,4 7,5 5/16” 7/32” 1/2” 12,70 12,70 19,05 14 19,5 13 8,0 3/8” ¼” 5/8” 15,88 15,88 22,22 17 23 16,110 1/2” 5/16” 3/4” 19,05 19,05 25,4 20 26 19,3 11 9/16” 3/8” 7/8” 22,23 22,2 28,57 23 29 22,5 13 9/16” 1/2” 1” 25,40 25,4 33,33 27 34 25,7 15 5/8” 9/16” Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET216 Porca-borboleta d A B C E F FI H R r rI 1/4” 12 10 8 32 2,5 3 16 3 1,25 3 5/16” 16 12 10 40 3 4 20 6 1,4 4 3/8” 20 16 12 50 4 5 25 8 2 5 7/16” 23 19 14 64 5 6 32 10 2,5 6 1/2” 23 19 14 64 5 6 32 10 2,5 6 5/8” 28 22 16 72 6 7 36 11 3 7 3/4” 36 28 20 90 7 9 40 14 3,5 8 7/8” 40 32 22 100 8 10 50 16 4 9 1” 45 36 24 112 9 11 56 18 4,5 10 Arruela Arruela é um pequeno disco furado que permite a passagem de um parafuso, pino ou eixo. As arruelas interpõe-se entre a porca e a peça a ser fixada, para compensar uma distância ou diminuir o atrito. Classificam-se em arruela plana e arruela de pressão. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 217 d d1 D e D1 e1 e2 A B C E R 3 3,5 8 0,8 5,5 0,8 0,3 4 8 11 5 2 4 4,5 10 0,8 7 0,9 0,4 5 10 14 6 2,5 5 5,5 12 1 8,5 1,2 0,5 6 12 16 7 2,5 6 6,5 14 1,2 11 1,6 0,5 7 15 18 8 3 8 8,5 18 1,5 14 2 0,75 8 18 20 11 3 10 11 22 2 17 2,2 0,75 10 23 22 14 4 12 13 27 2,5 20 2,5 1 12 26 24 17 4 14 15 30 2,5 23 3 1 14 30 28 19 5 16 17 32 3 26 3,5 1 15 34 32 21 5 18 19 36 3 29 3,5 1 16 36 36 23 6 20 21 40 3 32 4 1 18 40 40 26 6 22 23,5 45 3 35 4 1 20 42 45 28 8 24 25,5 50 4 38,5 5 1 22 45 48 31 8 27 28,5 55 4 42 5 1 24 48 55 34 10 30 32 60 4 46,5 6 1,5 26 55 60 38 10 Mola Mola é um dispositivo mecânico, geralmente feita de aço, com que se dá impulso ou resistência ao movimento de uma peça. São diversos os tipos de molas existentes, contudo as molas helicoidais são a de maior emprego. As molas seguem as representações normais, simplificadas e esquemáticas, segundo normas técnicas. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET218 Tipos de molas Normal Normal em corte Simplificada Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 219 Cotagem de molas Helicoidal de compressão Helicoidal de tração Espiral Cônica de arame com seção circular Exemplo de representação de uma mola em conjunto Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET220 Rebite O rebite é feito de material resistente e dúctil como o aço, o latão ou o alumínio. É empregado para uniões permanentes de chapas e perfis laminados, principalmente em estruturas metálicas e construções de reservatórios, caldeiras, máquinas e navios. Tipos e proporções Os rebites tem cabeça e corpo e são classificados de acordo com esses elementos em: • Cabeça Redonda; • Cabeça Escareada; • Cabeça Cilíndrica; • Cabeça Boleada. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 221 Costuras e proporções As costuras dos rebites classificam-se em: • Simples; • Dupla; • Em ziguezague. Soldas Soldas são elementos de fixação muito usados em caldeiraria para junções permanentes. Representações de solda no desenho Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET222 Uniões em topo Uniões em tê Chavetas São peças de aço, geralmente pequenas, cujas formas variam, dependendo da grandeza do esforço e do tipo de movimento a transmitir. A união por chaveta é desmontável e permite aos eixos transmitirem movimentos a outros elementos como engrenagens e polias. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 223 Tipos de chavetas Tabela de Proporções Diâmetro do eixo (D) a b h t ti d 13 a 17 5 5 8 D - 3 D + 2 7,5 18 a 22 6 6 9 D - 3,5 D + 2,5 8,5 23 a 30 8 7 10 D - 4 D + 3 10,0 31 a 38 10 8 12 D - 5 D + 3 11,5 39 a 44 12 8 12 D - 5 D + 3 13,0 45 a 50 14 9 14 D - 5,5 D + 3,5 13,5 51 a 58 16 10 15 D - 6 D + 4 14,5 59 a 68 18 11 16 D - 7 D + 4 16,0 69 a 78 20 12 19 D - 7,5 D + 4,5 17,0 Obs.: O comprimento L é calculado em até duas vezes o diâmetro do eixo. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET224 RasgoDiâmetro do eixo D Largura e Altura b x h t t1 L D de 3 a 4 1 x 1,4 0,9 D+0,6 3,82 4 1,5 x 1,4 0,9 3,82 4 > 4 a 5 1,5 x 2,6 2,1 D+0,6 6,76 7 2 x 2,6 1,6 6,76 7> 5 a 7 2 x 3,7 2,9 D+0,6 9,66 10 > 7 a 9 2,5 x 3,7 2,9 D+0,9 9,66 10 3 x 3,7 2,5 9,66 10 3 x 5 3,8 12,65 13> 9 a 13 3 x 6,5 5,3 D+1,3 15,72 16 4 x 5 3,8 12,65 13 4 x 6,5 5,3 15,72 16> 13 a 17 4 x 7,5 6,3 D+1,4 18,57 19 5 x 6,5 4,9 15,72 16 5 x 7,5 5,9 18,57 19 5 x 9 7,4 21,63 22 > 17 a 22 5 x 10 8,4 D+1,8 24,49 25 6 x 9 7,4 21,63 22 6 x 10 8,4 24,49 25 6 x 11 9,4 27,35 28 > 22 a 28 6 x 13 11,4 D+1,8 31,43 32 8 x 11 9,5 27,35 28 8 x 13 11,5 31,43 32 8 x 15 13,5 37,15 38 8 x 16 14,5 43,08 45 > 28 a 38 8 x 17 15,5 D+1,7 50,83 55 10 x 16 14 43,08 45 10 x 17 15 50,83 55 10 x 19 17 59,13 65 > 38 a 48 10 x 24 22 D+2,2 73,32 80 12 x 19 16,5 59,13 65> 48 a 58 > = maior de 12 x 24 21,5 D+2,7 73,32 80 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 225 Polias e correias Polias são peças cilíndricas usadas para transmitir movimento de rotação por meio de correias. Ângulos e dimensões dos canais das polias em Vê Dimensões das correias Tipo A B C D E L 12,7 16,6 22,2 31,7 38,1 H 7,9 10,3 13,4 19 23 Dimensões normais das polias de multiplos canais Medidas em milímetrosPerfil padrão da correia Diâmetro externo da polia ângulo do canal T S W Y Z H K U = R X 75 a 170 34º A acima de 170 38º 9,50 15 13 3 2 13 5 1,0 5 de 130 a 240 34º B acima de 240 38º 11,5 19 17 3 2 17 6,5 1,0 6,25 de 200 a 350 34º C acima de 350 38º 15,25 25,5 22,5 4 3 22 9,5 1,5 8,25 de 300 a 450 34º D acima de 450 38º 22 36,5 32 6 4,5 28 12,5 1,5 11 de 485 a 630 34º E acima de 630 38º 27,25 44,5 38,5 8 6 33 16 1,5 13 Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET226 Rolamentos Os rolamentos são elementos constantes de máquinas. Eles classificam-se, segundo o elemento rodante, em: • Rolamento de esferas; • Rolamento de rolos; • Rolamento de roletes. Os rolamentos de esferas são empregados em conjuntos pequenos de altas rotações. Os rolamentos de rolos são utilizados para conjuntos maiores expostos a grandes cargas. Os rolamentos de roletes são indicados para pequenos espaços radiais. Dentro dessa classificação geral, os rolamentos mais comuns são: • Os rolamentos fixos ? e os rolamentos de contato angular de uma carreira de esferas ? são usados em conjuntos que têm de suportar altas rotações. O rolamento ? suporta também elevada capacidade de carga axial somente em um sentido. Os rolamentos autocompensadores (oscilantes) de esferas ? ou rolos ? são empregados nos casos em que há posições oblíquas entre eixos e mancal (pequenas variações de alinhamento). Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 227 Dentro de certos limites, um livre deslocamento axial do eixo exige o uso de rolamento de rolos cilíndricos ? Para cargas axiais em uma só direção são usados rolamentos axiais ? de esfera de escora simples. Os rolamentos de rolos cônicos ? são rolamentos desmontáveis de uma carreira de rolos. São muito empregados na indústria automobilística, graças à sua capacidade de suportar cargas combinadas. Observação A quantidade e a variedade de tipos e tamanhos de rolamentos é considerável. Por isso, para especificar o tipo desejado, é conveniente consultar os catálogos de fabricantes. Para especificar corretamente rolamentos é importante definir, pelo menos, os seguintes dados: • Nome do fabricante; • Medidas do eixo; • Número do catálogo do rolamento; • Diâmetro do furo do rolamento; • Diâmetro externo; • Espessura do rolamento. Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET228 Em desenho técnico, conforme projeto recente da ABNT, os rolamentos podem ser representados da seguinte maneira: Representação Simplificada Simbólica Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET 229 Engrenagens Engrenagens são rodas que transmitem e recebem movimento de rotação. As engrenagens podem ser representadas de três maneiras diferentes: normal, simplificada e esquemática. Tipos de corpos de engrenagem Engrenagens cilíndricas com dentes retos. Normal Simplificada (em corte) Esquemática Engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais Desenho técnico SENAI-SP - INTRANET230 Normal Simplificada (em corte) Esquemática Engrenagem helicoidal com dentes côncavos e roscas sem-fim Normal Simplificada (em corte) Esquemática Engrenagens cônicas
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