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Conteudista: Prof.ª Dra. Márcia Pereira Cabral
Revisão Textual: Esp. Laryssa Fazolo Couto
 
Objetivo da Unidade:
Entender como as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) pautam ações e
influenciam ações de gestão educacional.
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Gestão Educacional e Práticas de Ensino: uma
Reflexão Acerca do Plano Nacional de
Educação
Introdução
Nesta Unidade, voltaremos o olhar a um dos maiores marcos da educação brasileira: o Plano
Nacional de Educação (PNE).
O PNE é importante porque apresenta metas a serem cumpridas no cenário da educação
nacional. Ao defini-las, o PNE firma-se como um grande articulador do Sistema Nacional de
Educação, já que suas metas definem formas de investimento e servem de apoio para a
construção de planos de diferentes instâncias.
1 / 3
 Material Teórico
Figura 1 – O Plano Nacional de Educação propõe metas
para o ensino brasileiro 
Fonte: Getty Images
A organização influenciada pelas metas do PNE é fundamental para o trabalho do gestor escolar,
pois pauta diversas de suas ações e relações. Por isso, pensar no PNE é fundamental para a visão
prática e concreta da gestão educacional, e embasa, inclusive, muitos dos conteúdos e das
práticas que veremos posteriormente.
Na primeira seção desta Unidade, apresentaremos o PNE e suas principais características.
Posteriormente, pensaremos sobre suas possibilidades e desafios, com um olhar reflexivo e
voltado para a atuação do gestor escolar.
Não se esqueça de acessar todos os links e materiais indicados ao longo da Unidade, pois eles são
fundamentais para a compreensão e estudo da temática.
Bons estudos!
O Plano Nacional de Educação
A ideia de um plano integrador e nacional para a educação data de quase 100 anos. Para Araújo et
al. (2019, p. 9-10):
As tentativas de regulamentar o Plano também estão registradas na Constituição Federal de
1988, por meio da Emenda Constitucional n.º 59, de 2009, que modifica o Art. 214º.:
- ARAÚJO et al.,2019, p. 9-10
“A ideia de um Plano Nacional de Educação (PNE) nasceu nos anos 1920 a 1930, e
este foi mencionado na Constituição de 1934, mas somente foi elaborado em 1962
pelo Conselho Federal de Educação para cumprir o que se estabelecia na LDB de 61.
Desse período até os dias atuais, o que se tem é um movimento de construção e a
tentativa de estabelecer um novo plano que melhor atenda à Educação. Com isso, o
PNE tem a finalidade de traçar metas para a Educação na tentativa de suprir
barreiras, como o acesso e a permanência de todos, desigualdade social, formação
para o trabalho, exercício da cidadania e dentre outros.”
“A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e
Em 1996, a publicação da Lei nº 9.394 – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – instituiu o
Plano Nacional de Educação (PNE) em dois momentos distintos. Eu seu art. 9º., inciso 1, afirma
que “a União incumbir-se-á de: I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”. No art. 87º, que institui a Década da Educação, é
apontado que:
- BRASIL, 1988
- BRASIL, 1996, p. 27
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar
a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes
esferas federativas que conduzam a: I – erradicação do analfabetismo; II –
universalização do atendimento escolar; III – melhoria da qualidade do ensino; IV
– formação para o trabalho; V – promoção humanística, científica e tecnológica do
País; VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do produto interno bruto.”
“A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao
Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os
dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para
Todos.”
Embora a promulgação da LDB tenha acontecido em 1996, o primeiro PNE só aconteceu em
2001. Após longos períodos de discussão e elaboração, a Lei nº 10172, aprovada pelo então
presidente Fernando Henrique Cardoso, aprovou o PNE e trouxe o seu texto na íntegra. O
documento tinha como previsão vigorar entre 2001 e 2010, com a realização de planos
plurianuais e a instituição do Sistema Nacional de Avaliação para acompanhar a concretização
das metas.
Lei N° 010172 , de 9 de Janeiro de 2001
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Balanço do Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Leitura 
Leia a íntegra da “Lei N° 010172 , de 9 de Janeiro de 2001” e o arquivo
completo do PNE (2001-2010) para entender melhor sobre a instituição
do Plano Nacional de Educação e, posteriormente, o texto “Balanço do
Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010” para entender como
aconteceu o monitoramento e as análises sobre os resultados do plano.
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/L10172.pdf
https://novaescola.org.br/conteudo/2901/balanco-do-plano-nacional-de-educacao-pne-2001-2010
Das diversas metas estabelecidas no PNE de 2001, vale destacar o aumento da porcentagem do
PIB (Produto Interno Bruto) nacional destinado para a educação. Também é importante destacar
que uma crítica ao PNE 2001-2010 foi o grande número de metas, o que dificultava a sua
implementação e verificação.
Vídeo 
Plano Nacional de Educação (PNE): História e Conquistas da Sociedade
Civil 
Assista ao documentário a seguir, da Campanha Nacional pelo Direito
à Educação, para saber mais sobre a história do PNE.
Plano Nacional de Educação (PNE): história e conquistas da socie…
https://www.youtube.com/watch?v=6IL9Ctz6qBo
A possibilidade de aprimorar o PNE motivou diversas discussões e debates, como a realização da
Conferência Nacional de Educação (CONAE), que teve como temática “Construindo um Sistema
Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de
Ação”, em 2010.
Contudo, o processo de elaboração e aprovação do documento foi maior do que o previsto e o
novo PNE só foi aprovado em 2014. Por isso, o documento atualmente em vigor é o Plano
Nacional de Educação 2014-2024, aprovado por meio da Lei n° 13.005/2014. O primeiro destaque
desse novo documento é a sistematização das diretrizes educacionais em apenas dez.
As dez diretrizes estabelecidas no PNE (2014-2024) são:
Erradicação do analfabetismo;
Universalização do atendimento escolar;
Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e
na erradicação de todas as formas de discriminação;
Melhoria da qualidade da educação;
Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos
em que se fundamenta a sociedade;
Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
Valorização dos(as) profissionais da educação;
Também é importante conhecer as 20 metas apresentadas no PNE (2014-2024), que estão
dispostas a seguir.
Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014).
Vídeo 
Especialistas Comentam Aprovação do PNE 
Assista ao vídeo a seguir para conhecer a opinião de estudiosos sobre a
edição de 2014-2024.
Especialistas comentam aprovação do PNE | Nova Escola
https://www.youtube.com/watch?v=QyIOQweqltc
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de
4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em
creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das crianças de
até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE;
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população
de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por
cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de
vigência deste PNE;
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15
(quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE,
a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento);
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de
sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados;
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do
ensino fundamental;
Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por
cento) dos(as) alunos(as) da educação básica;
Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades,
com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes
médias nacionais para o Ideb;
Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove)
anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de
vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade
no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade
média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE;
Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais
para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final
da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%
(cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional;
Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada
à educação profissional;
Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio,
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da
expansão no segmento público;
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta
por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18
(dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão
para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento
público;
Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e
doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação
superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35%
(trinta e cinco por cento) doutores;
Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação de modo a
atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco
mil) doutores;
Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política
nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e
III do caput do art. 61º. da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que
todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam;
A partir da leitura das vinte metas apresentadas no Plano Nacional de Educação, podemos pensar
de forma segmentada. Basicamente, em síntese, podemos dizer que:
Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos
professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a
todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área
de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos
sistemas de ensino;
Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de educação
básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais profissionais
com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE;
Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira
para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas
de ensino e, para o plano de Carreira dos(as) profissionais da educação básica
pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei
federal, nos termos do inciso VIII do art. 206º. da Constituição Federal;
Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à
consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto;
Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no
mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País
no 5.º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por
cento) do PIB ao final do decênio” (BRASIL, 2014).
“As vinte metas do plano vigente (2014-2024) trazem as seguintes abordagens, no
que tange à educação básica: infantil (meta 1), fundamental (metas 2 e 5) e médio
(meta 3); a educação especial (meta 4); a organização do espaço-tempo (meta 6); a
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ACESSE
Note que o documento de 2014 traz metas mais palpáveis e concretas do que o de 2001. Para
responder à necessidade de mensuração, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica) passa a ser considerado um indicador, por exemplo, ao mesmo tempo em que metas
como a universalização do ensino básico e a criação de planos de carreira mais sólidos também
- SILVA et al., 2020, p. 2
Leitura 
PNE – Plano Nacional de Educação – Monitoramento e Avaliação dos
Planos Subnacionais de Educação 
Conheça mais, a seguir, sobre o monitoramento e a avaliação do PNE
no ambiente virtual criado pelo Ministério da Educação (MEC).
avaliação da educação básica (meta 7); educação de jovens e adultos (metas 8, 9 e
10); educação profissional (meta 11); educação superior (meta 12, 13 e 14);
magistério e servidores da educação básica (metas 15, 16, 17 e 18); gestão escolar
(meta 19) e investimento em educação (meta 20).”
https://pne.mec.gov.br/publicacoes/itemlist/category/4-monitoramento-e-avaliacao
norteiam com mais materialidade a gestão educacional. No tocante à gestão, a meta 19 é a que
mais chama atenção.
Além disso, o PNE permite a criação de subplanos de educação para estados e municípios,
permitindo que cada segmento consiga traçar documentos semelhantes, adequados às suas
necessidades. 
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ACESSE
Os impactos do PNE no papel do gestor são grandes, já que as práticas em ambiente escolar
devem ser orientadas para o cumprimento das metas estabelecidas no plano nacional, mas
ainda assim pensadas a partir do contexto específico da escola ou rede em que o gestor atua. Os
desafios e as possibilidades dessa atuação serão discutidos no bloco a seguir.
PNE e Gestão: Possibilidades e Desafios
Leitura 
Plano Nacional de Educação - Lei N° 13.005/2014 
No site “PNE em Movimento” é possível conhecer mais sobre a
adequação e a elaboração dos subplanos.
https://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
Como já vimos, o PNE teve grandes contribuições para a educação nacional e influenciou de
forma bastante significativa a gestão escolar, já que explicitou o prazo de dois anos para a
implementação da gestão democrática no contexto educacional.
Figura 2 – A articulação com diferentes atores é
fundamental para a gestão democrática, prevista no PNE 
Fonte: Getty Images
Vídeo 
PNE Meta 19: Garantia da Gestão Democrática da Educação no Brasil 
A Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) realizou uma série de
lives sobre o Plano Nacional de Educação, chamada “De olho no PNE”.
Antes de adentrarmos nossas reflexões sobre as práticas ligadas a esse ponto, é preciso chamar
a atenção para um ponto de destaque do PNE 2014-2024, que é a apresentação de estratégias
para a realização de cada meta. Aqui, veremos mais a fundo a meta 19, ligada diretamente à
gestão. As estratégias, extraídas na íntegras do site do PNE, estão apresentadas a seguir.
Para cumprimento da meta 19, o PNE 2014-2024 traz como estratégias:
19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para os
entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria na área
O penúltimo encontro da série foi especificamente sobre a meta 19 e
teve a participação de gestores da rede pública. Assista a seguir. 
PNE Meta 19: garantia da gestão democrática da Educação no Br…
https://www.youtube.com/watch?v=vHvm4jd3P6E
de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, conjuntamente, para
a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem
como a participação da comunidade escolar.
19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos(às) conselheiros(as) dos conselhos de
acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, dos
conselhos regionais e de outros e aos(às) representantes educacionais em demais conselhos de
acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros,
espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com
vistas ao bom desempenho de suas funções.
19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a constituírem Fóruns
Permanentes de Educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais, estaduais e
distrital, bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos seus planos de
educação.
19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de
grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se-lhes, inclusive, espaços adequados e
condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os
conselhos escolares, por meio das respectivas representações;
19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos municipais
de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional,
inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de
funcionamento autônomo;
19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos(as) e seus
familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de
docentes e gestores escolares;
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos
estabelecimentos de ensino;
19.8) desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar
prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento
dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão” (BRASIL, 2014).
As oito estratégias apresentadas no texto trazem pontos bastante práticos para a gestão
educacional. A primeira estratégia conecta-se diretamente com a gestão dos recursos
financeiros ligados diretamente à direção e se liga diretamente a um dos maiores problemas em
relação ao PNE atualmente: as dificuldades para seu cumprimento.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Além de diversos outros fatores, o risco de não cumprimento do PNE 2014-2024 está ligado à
redução de recursos para a educação. Embora esse tenha sido um desafio, o cenário agravou-se
após a publicação da PEC 55/2016, aprovada em 29 de novembro de 2016, que congelou os
investimentos em gastos públicos por 20 anos. De acordo com o texto da PEC, os aumentos em
Leitura 
O PNE (2014-2024) e os Desafios para sua Implementação 
Leia o artigo a seguir para entender mais sobre o assunto.
https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/7656
investimentos se mantêm fixos, só podendo ser reajustados proporcionalmente em relação à
inflação acumulada e medida a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Leitura 
PEC 241: Como ela Impacta a Educação 
Leia o texto a seguir para entender como a PEC 55/2016 afeta a
educação.
Vídeo 
PNE não Será Cumprido até 2024, Avalia Campanha pelo Direito à
Educação 
Para entender a relação desse e de outros desafios em relação ao
cumprimento do Plano Nacional de Educação, assista ao vídeo a
seguir.
https://novaescola.org.br/conteudo/3346/pec-241-como-ela-impacta-a-educacao
Pensando ainda nas estratégias apresentadas no PNE, vemos que a estratégia 2 se liga mais ao
apoio e à fiscalização financeira por meio de órgãos participativos. As estratégias de 3 a 6 versam
diretamente sobre a participação na educação, em diferentes instâncias, ao passo que a
estratégia 7 fixa a autonomia em diferentes níveis das instituições de ensino, e a estratégia 8 fala
sobre formações e critérios para preenchimento de cargos.
O que temos, assim, é uma descrição mais detalhada da gestão democrática, com caminhos
claros e passíveis de realização, e os apontamentos necessários para a atuação do gestor em prol
da realização desse ideal. Dessa forma:
PNE não será cumprido até 2024, avalia Campanha pelo Direito à …
“Nos termos do PNE I, a gestão democrática se materializa, quanto aos sistemas
de ensino, na forma dos conselhos de educação, que reúnem competência técnica e
representatividade dos diversos setores educacionais, e, no âmbito dos
https://www.youtube.com/watch?v=zsqCjWG3cL0
A elaboração desse conteúdo tem suas raízes no próprio processo de construção do PNE (2014-
2024) e de suas etapas de criação. Eventos com participação ampla trouxeram os pontos
considerados no texto, demonstrando significativa força das discussões e debates realizados.
Outro ponto importante dessa diretriz é a possibilidade de encontrar na participação e na gestão
democrática os caminhos necessários para o atendimento de demandas que assolam a educação
- GOMES, 2015, p. 143-144
- GOMES, 2015, p. 145
estabelecimentos escolares, por meio da formação de conselhos escolares dos
quais participam a comunidade, além da adoção de formas de escolha de direção
escolar que associem garantia.”
“A Conferência Nacional de Educação, em 2010, tratou o tema da gestão
democrática em uma perspectiva ampla, na educação básica e superior, em
instituições públicas e privadas. Essa abordagem contemplava, entre outros
aspectos, a garantia da participação de estudantes, profissionais da educação,
pais/mães/responsáveis e comunidade local na definição de políticas educacionais;
a democratização do funcionamento dos conselhos e órgãos colegiados de
deliberação coletiva da área educacional, com ampliação da participação da
sociedade civil; a instituição de mecanismos democráticos de gestão das
instituições educativas e sistemas de ensino – inclusive eleição direta de diretores
e reitores.”
brasileira há tempos. Nas palavras de Moll (2014, p. 372):
Pensando na fala da autora e no contexto da educação brasileira, podemos refletir sobre o papel
do gestor enquanto educador, compromissado
com a aprendizagem significativa dos
estudantes, garantindo um ambiente de plenas trocas com a comunidade e com o contexto em
que a instituição de ensino está inserida. Nesse aspecto, podemos também refletir sobre a
maneira como o gestor está em constante articulação com as partes envolvidas. Para Gomes
(2015, p. 160):
“O imenso desafio enfrentado no Brasil, sobretudo na última década, diz respeito à
universalização do acesso ao sistema educacional, em seus diferentes níveis e
etapas, à permanência dos estudantes ao longo de sua trajetória formativa e ao
aprendizado efetivo e significativo para a vida em sociedade. Esse desafio busca ser
enfrentado pelo Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado como Lei n.º 13.005,
em 25 de junho de 2014, que, na amplitude de suas 20 metas e estratégias,
contempla todos os níveis e modalidades da educação básica, além da educação
superior. Constitui parte desse desafio a desnaturalização do fracasso escolar,
ainda fortemente expresso em intermináveis reprovações, repetências e saídas
extemporâneas da escola. Esses desafios apresentam-se como tarefas históricas,
que se impõem aos corresponsáveis pela construção de uma sociedade
democrática e republicana, na qual todos possam viver com dignidade.”
“Há também relativo consenso de que o diretor tem papel decisivo na articulação e
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Como vemos, a participação da comunidade é fundamental para a gestão democrática e remete a
conceitos típicos da educação e do estudo das dinâmicas sociais, como a questão das cidades
educadoras. Sobre elas:
Leitura 
O Diretor Escolar e seu Papel Articulador do Projeto Político
Pedagógico da Unidade Escolar 
Leia, a seguir, o texto para se aprofundar na temática.
fortalecimento desse conjunto de mecanismos de participação que envolve
profissionais da educação, conselheiros, pais, representantes e alunos. O sucesso
da gestão democrática talvez se assente num triângulo, em que os vértices são
legitimidade, participação e competência. Assim é compreensível que muitos
sistemas de ensino busquem combinar a análise de competências técnicas –
desejadas para a profissionalização da gestão escolar – com processos de consulta
à comunidade escolar.”
https://eloseducacional.com/educacao/o-diretor-escolar-e-seu-papel-articulador-do-projeto-politico-pedagogico-da-unidade-escolar/
Perceba, assim, que as práticas gestoras estão integradas com a aprendizagem até mesmo no
tocante à participação e ao cultivo de um ambiente realmente democrático. A inserção de
múltiplos atores e órgãos não reduz o campo de atuação do gestor, mas sim agrega experiências
e possibilidades às suas práticas.
- MOLL, 2014, p. 375
“O debate das cidades educadoras – cidades que se comprometem com a inclusão e
a diversidade social e que organizam pedagogicamente seus espaços, de modo
intencional, para educar e educar-se com os cidadãos – foi importante fonte
inspiradora para essa proposição de articulação da escola com seu território.
Também, com toda relevância de sua obra, a concepção de território de Milton
Santos, em relação ao pertencimento ao lugar, fez muito sentido nessa construção.
Portanto, os saberes escolares, desde as matrizes previstas no artigo 26 da LDB
(BRASIL, 1996), em uma perspectiva de educação integral, reorganizam-se e
buscam leituras de mundo e estratégias sociais e culturais que lhes deem sentido.
O rebaixamento simbólico dos muros da escola e seu encontro com o entorno
comunitário e urbano, através do uso e da articulação com outros espaços da
cidade, não descomprometem, de modo algum, o Estado brasileiro com a melhoria
das condições físicas das escolas.”
Em Síntese 
Ao longo da Unidade, pudemos fazer um mergulho profundo sobre o
Plano Nacional de Educação, desde suas origens até as duas edições
publicadas até hoje.
Por meio das vinte metas apresentadas no PNE (2014-2024), vimos de
que maneira o documento se relaciona com a gestão educacional e com
as práticas comuns a essa área. Também pudemos conferir as
estratégias apresentadas para o cumprimento da meta 19, que versa
especificamente sobre a gestão.
Em momentos posteriores, veremos mais sobre o papel dos gestores
no ambiente escolar, relacionando suas práticas com a gestão
democrática. Até mais!
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Vídeo  
Plano Nacional de Educação 
O Canal Futura preparou um vídeo sobre o Plano Nacional de Educação e seus principais
aspectos.
2 / 3
 Material Complementar
Plano Nacional de Educação
https://www.youtube.com/watch?v=ELxpCnyIgTo
  Leitura  
Planejando a Próxima Década: Conhecendo as 20 Metas do
Plano Nacional de Educação 
O documento a seguir traz orientações sobre o PNE (2014-2024) e suas estratégias.
Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo.
ACESSE
PNE: Plano Nacional de Educação ou Carta de Intenção? 
O artigo a seguir traz avaliações críticas sobre o PNE e suas possibilidades de implementação.
Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo.
ACESSE
A Avaliação no Plano Nacional de Educação (2014-2024) 
O artigo a seguir traz importantes reflexões sobre o PNE e seus resultados esperados e obtidos.
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ACESSE
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https://www.scielo.br/j/es/a/bQ4bLxjqWQ6y8PBWPZD9pwk/?lang=pt
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ARAÚJO, M. L. B. et al. Desenvolvimento da educação à luz das LDB, PNE e BNCC. In: III
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 Referências
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SILVA, J. L. et al. Um olhar sobre a educação inclusiva no PNE 2014-2024: desafios e
perspectivas. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, Fortaleza, v. 2, n. 1, 2020. Disponível
em: <https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/3514>. Acesso em: 18/02/2022.

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