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TRATAMENTO E
DISPOSIÇÃO FINAL
V
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 69
V - TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL
A segregação dos Resíduos de Serviços de Saúde pode ser encarada como parte inte-
grante do tratamento, pois permite maior leque de opções na atividade propriamente dita. A
finalidade de qualquer sistema de tratamento é eliminar as características de periculosidade
dos RSS (GUÍA..., 1996). Neste caso, merecem destaque os resíduos do Grupo A (resíduos
com risco biológico), do Grupo B (resíduos com risco químico) e do Grupo C (rejeitos
radioativos). Cada um desses grupos de resíduos tem características próprias, o que implica
em tratamento específico. O quadro 08, apresentado a seguir, resume os métodos para
tratar adequadamente os diversos grupos de resíduos.
MÉTODOS DE
TRATAMENTO
GRUPOS DE RSS
GRUPO A
RISCO
 BIOLÓGICO
GRUPO B
RISCO
QUÍMICO
GRUPO C
REJEITOS
RADIOATIVOS
Incineração
Autoclave
Tratamento Químico
Microondas
Irradiação
Decaimento
x
x
x
x
x
x
x
Fonte: Guía de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios (1996).
QUADRO 08 - RESUMO DOS MÉTODOS DE TRATAMENTOS E DISPOSIÇÃO FINAL
RECOMENDADOS SEGUNDO O GRUPO DE RSS PERIGOSO
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde70
Nesta publicação, o termo tratamento está associado ao tratamento dos resíduos com
risco biológico (Grupo A). Todavia, é importante ressaltar que, no caso de incineração, esse
método é adequado ao tratamento dos resíduos com risco químico (Grupo B). Com essas
considerações iniciais, pode-se afirmar que os processos de tratamento dos RSS se subdivi-
dem substancialmente em dois tipos (GANDOLA, 1997):
? tratamento “parcial” ou esterilizante é aquele realizado antes do encaminhamento
dos RSS para outra instalação de tratamento. A massa e as propriedades físico-quími-
cas não são fundamentalmente modificadas;
? tratamento “completo” (inertização físico-química) é aquele realizado com o objeti-
vo de permitir a disposição final no meio ambiente de maneira segura.
Os tratamentos “parciais” atualmente existentes no mercado são geralmente autoclavagem,
tratamentos químicos, irradiação e microondas.
Os tratamentos “completos” existentes atualmente no mercado são geralmente do tipo
térmico e alcançam temperaturas entre 800ºC e 1.200ºC. Nessa categoria estão o incinerador,
o queimador elétrico e a tocha de plasma. Normalmente, apenas os tratamentos “comple-
tos” garantem a realização dos objetivos:
? esterilização do fluxo de saída (como por exemplo sangue, restos da sala de cirurgia,
etc.). Em muitos casos, o tratamento médico de pessoas com doenças infecciosas ou
potencialmente infectadas necessita de medidas concretas para evitar a transmissão
da infecção a outras pessoas;
? destruição de moléculas altamente tóxicas e estabilização de elementos críticos (metais
pesados presentes no fluxo de saída, como por exemplo medicamentos vencidos ou
parcialmente utilizados, materiais contaminados com tais medicamentos, etc.). Alguns
medicamentos utilizados para a cura de doenças especiais, como produtos citostáticos
para tratar tumores, possuem substâncias ou elementos particularmente tóxicos ou
perigosos;
? destruição das moléculas responsáveis pelo efeito curativo dos medicamentos ge-
ralmente presentes nos fluxos de saída (como medicamentos vencidos ou parcial-
mente utilizados). Alguns medicamentos, como por exemplo antibióticos utiliza-
dos para a cura de doenças especiais como a tuberculose, podem perder rapida-
mente a maior parte de sua eficácia devido ao aparecimento de microorganismos
resistentes.
ANÁLISE DOS MÉTODOS DE TRATAMENTO DOS RSS
Um grande número de métodos, procedimentos e equipamentos destinados ao trata-
mento dos resíduos com risco biológico (Grupo A) aparecem no mercado. Tendo em conta
as diferentes percepções dos riscos envolvidos e da complexidade das instalações ofereci-
das, os estabelecimentos e autoridades relacionadas não sabem freqüentemente sobre quais
critérios embasar sua escolha (SUÍÇA, 1994).
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 71
Qualquer que seja o método de tratamento
ou o equipamento escolhido, este deverá ser
de uso exclusivo para os RSS.
Esterilização
Uma análise preliminar mostra que os procedimentos atuais de tratamento dos resíduos
infectantes se dividem em duas categorias: a esterilização e a incineração (id., 1994).
Dentro da categoria esterilização encontram-se os métodos de:
? Autoclave;
? Tratamento químico;
? Ionização;
? Microondas.
Dentro da categoria incineração encontram-se os métodos de:
? Incineração no hospital;
? Incineração centralizada para resíduos hospitalares de uma região;
? Incineração para resíduos perigosos;
? Usinas de incineração de resíduos domésticos;
? Novas técnicas.
A esterilização tem por objetivo suprimir todo microorganismo suscetível de se repro-
duzir (formas vegetativas e esporuladas). Na prática médica, fala-se de esterilização quando
a probabilidade que uma unidade seja não estéril for inferior a 10-6 (id., 1994).
Existem diferentes processos de esterilização, podendo-se agrupá-los em:
? meios físicos, que compreendem o calor e as radiações ionizantes;
? meios químicos, que empregam gases (óxido de etileno e formaldeído) ou líquidos
microbicidas, notadamente o glutaldeído.
Qualquer que seja o procedimento utilizado, a esterilização só pode ser obtida se existir
um contato efetivo entre o agente microbicida (físico ou químico) e os microorganismos.
A ação microbicida de um agente reduz o número de microorganismos presentes em uma
população numa proporção que depende do agente utilizado, das condições da experiência e do
tempo. Praticamente, pode-se determinar o número de microorganismos sobreviventes proceden-
do-se a coleta em determinado tempo (técnica de cultura quantitativa por diluições em série).
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde72
Fig. 36 - Autoclavagem dos RSS
Pode-se aqui relevar a importância da trituração em todos os procedimentos da esterili-
zação, pois permite:
? reduzir o volume dos resíduos;
? romper volumes fechados que poderiam se opor à penetração do vapor ou dos agen-
tes desinfetantes nos resíduos;
? obter uma homogeneização e uma granulação apropriada para o tratamento dos resíduos;
? obter uma banalização visual.
Entretanto, vale observar que a trituração possibilita o aumento do risco de contamina-
ção em face do manuseio dos RSS e da manutenção e conservação do triturador.
Autoclave
Consiste em submeter os resíduos biológicos a um tratamento térmico, sob certas condições de
pressão, em uma câmara selada (autoclave), por um tempo determinado e com prévia extração do
ar presente (GUÍA..., 1996).
Todos os tipos de microorganismos podem ser mortos pelo calor (seco ou úmido) se forem
expostos a uma temperatura adaptada a seu nível de resistência. Para os esporos bacterianos, trata-
se de temperaturas superiores a 100ºC (SUÍÇA, 1994).
A rapidez com a qual os microorganismos são mortos depende, em uma larga medida, do nível
de umidade relativa. Ela é máxima quando a umidade é 100% (atmosfera saturada em vapor
d’água).
A autoclave a vapor é um método apropriado de tratamento de resíduos de laboratórios de
microbiologia, de resíduos de sangue, de líquidos orgânicos humanos, de objetos perfurocortantes
e de resíduos animais, que não podem ser triturados. Por outro lado, esse método não convém para
tratar resíduos anatômicos humanos e animais.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 73
A eficiência da operação de descontaminação dos resíduos depende da temperatura à
qual eles são submetidos e também da duração do contato com o vapor. Considerando que
os resíduos são aquecidos pela penetração do vapor e pela condução térmica, é necessário
que todo o ar seja extraído e que os recipientes contendo os resíduos possam facilmente
deixar penetrar o vapor. As condições habituais de funcionamento consistem em uma tem-
peratura de pelo menos 121ºC por mais de 60 minutos (id., 1994).
Encontram-se disponíveis no mercadoDirección de la Salud Ambiental. Diagnostico situacional del
manejo de los RSH administrados por el Ministerio de Salud. Lima: [s.n.], [19–?].
PONCE DE LEON et al. Manual de prevención y control de infecciones hospitalarias.
[S.l.]: OPS, 1996.
GUÍA de capacitación: gestión y manejo de desechos sólidos hospitalarios. Programa Regi-
onal de Desechos Sólidos Hospitalários. América Central, 1996. Convenio ALA 91/33.
RIBEIRO FILHO, V. O. Disposição Final dos RSS. In: CURSO DE TRATAMENTO E
DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE, [1999?], [SÃO
PAULO?]. Realizado pela Associação Brasileira de Limpeza Pública. Anais... São Paulo:
[s.n.], 1999. p. 116-125.
SUÍÇA. Office Fédéral de la Santé Publique. Division Principale de Médicine. Anályse des
méthodes d’élimination des déchets infectieux hospitaliers: Rapport d’Étude: État
février. SUIÇA: [s.n.], 1994. 33 p.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 111
3 - SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)
CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CEPIS - Centro Panamericano de Ingeniería Sanitaria Y Ciencias del Ambiente
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA - Conselho Nacional de Meio-Ambiente
DISAT - Diretoria de Saúde do Trabalhador
EAS - Estabelecimento Assistencial de Saúde
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
GVST - Gerência de Vigilância em Saúde do Trabalhador
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MINTER - Ministério do Interior
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MS - Ministério da Saúde
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
OEMA - Órgão Estadual de Meio Ambiente
OMS - Organização Mundial de Saúde
OPAS - Organização Panamericana de Saúde
PEAD - Polietileno de Alta Densidade
PEBD - Polietileno de Baixa Densidade
PET - Polietileno Tereftalato
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
PP - Polipropileno
PRR - Programa de Reciclagem de Resíduos
PS - Poliestireno
PSF - Programa Saúde da Família
REFORSUS - Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde
RSS - Resíduos de Serviços de Saúde
SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente
SES - Secretaria Estadual de Saúde
SESMT - Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente
SUS - Sistema Único de Saúde
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 113
4 - RESOLUÇÃO CONAMA Nº 5/93
RESOLUÇÃO CONAMA No 5, DE 05.08.93
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribui-
ções previstas na Lei n° 6.938, de 31 de agosto de
1981, alterada pelas Leis n° 7.804, de 18 de julho
de 1989, e n° 8.028, de 12 de abril de 1990, e
regulamentada pelo Decreto n° 99.274, de 06 de
junho de 1990, e no Regimento Interno aprova-
do pela Resolução CONAMA n° 25, de 03 de
dezembro de 1986.
Considerando a determinação contida no ar-
tigo 3° da Resolução CONAMA nº 6, de 19 de
setembro de 1991, relativa a definição de normas
mínimas para tratamento de resíduos sólidos
oriundos de serviços de saúde, portos e aeropor-
tos, bem como a necessidade de estender tais exi-
gências aos terminais ferroviários e rodoviários;
Considerando a necessidade de definir pro-
cedimentos mínimos para o gerenciamento des-
ses resíduos, com vistas a preservar a saúde pú-
blica e a qualidade do meio ambiente; e
Considerando finalmente, que as ações pre-
ventivas são menos onerosas e minimizam os
danos à saúde pública e ao meio ambiente, re-
solve:
Art. 1° - Para os efeitos desta Resolução, de-
finem-se:
I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº
10.004, da Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas - ABNT - “Resíduos nos estados sólido e
semi-sólido, que resultam de atividades da co-
munidade de origem: industrial, doméstica, hos-
pitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lo-
dos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e insta-
lações de controle de poluição, bem como de-
terminados líquidos cujas particularidades tor-
nem inviável seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnica e economicamente inviáveis, em
face à melhor tecnologia disponível”.
II - Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos: documento integrante do processo de
licenciamento ambiental, que aponta e descre-
ve as ações relativas ao manejo de resíduos só-
lidos, no âmbito dos estabelecimentos mencio-
nados no artigo 2° desta Resolução, contem-
plando os aspectos referentes à geração, segre-
gação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento e dis-
posição final, bem como a proteção à saúde
pública;
III - Sistema de Tratamento de Resíduos Só-
lidos: conjunto de unidades, processos e proce-
dimentos que alteram as características físicas,
químicas ou biológicas dos resíduos e condu-
zem à minimização do risco à saúde pública e à
qualidade do meio ambiente;
IV - Sistema de Disposição Final de Resídu-
os Sólidos: conjunto de unidades, processos e
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde114
procedimentos que visam ao lançamento de re-
síduos no solo, garantindo-se a proteção da saú-
de pública e a qualidade do meio ambiente.
Art. 2° - Esta Resolução aplica-se aos resí-
duos sólidos gerados nos portos, aeroportos, ter-
minais ferroviários e rodoviários e estabeleci-
mentos prestadores de serviços de saúde.
Art. 3° - Para os efeitos desta Resolução, os
resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos,
a que se refere o artigo 2°, são classificados de
acordo com o Anexo I desta Resolução.
Art. 4° - Caberá aos estabelecimentos já referi-
dos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, des-
de a geração até a disposição final, de forma a aten-
der aos requisitos ambientais e de saúde pública.
Art. 5° - A administração dos estabelecimen-
tos citados no artigo 2°, em operação ou a serem
implantados, deverá apresentar o Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a ser sub-
metido à aprovação pelos órgãos de meio ambi-
ente e de saúde, dentro de suas respectivas esfe-
ras de competência, de acordo com a legislação
vigente.
§ 1° - Na elaboração do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devem ser
considerados princípios que conduzam à
reciclagem, bem como a soluções integradas ou
consorciadas, para os sistemas de tratamento e dis-
posição final, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de
saúde competentes.
§ 2° - Os órgãos de meio ambiente e de saú-
de definirão, em conjunto, critérios para deter-
minar quais os estabelecimentos estão obriga-
dos a apresentar o plano requerido neste artigo.
§ 3° - Os órgãos integrantes do Sistema Naci-
onal do Meio Ambiente - SISNAMA, definirão e
estabelecerão, em suas respectivas esferas de com-
petência, os meios e os procedimentos operacionais
a serem utilizados para o adequado gerenciamento
dos resíduos a que se refere esta Resolução.
Art. 6° - Os estabelecimentos listados no ar-
tigo 2° terão um responsável técnico, devida-
mente registrado em conselho profissional, para
o correto gerenciamento dos resíduos sólidos
gerados em decorrência de suas atividades.
Art. 7° - Os resíduos sólidos serão acondiciona-
dos adequadamente, atendendo às normas aplicá-
veis da ABNT e demais disposições legais vigentes.
§ 1° - Os resíduos sólidos pertencentes ao
grupo “A” do Anexo I desta Resolução, serão
acondicionados em sacos plásticos com a
simbologia de substância infectante.
§ 2° - Havendo, dentre os resíduos mencio-
nados no parágrafo anterior, outros perfurantes
ou cortantes, estes serão acondicionados previa-
mente em recipiente rígido, estanque, vedado e
identificado pela simbologia de substância
infectante.
Art. 8° - O transporte dos resíduos sólidos,
objeto desta Resolução, será feito em veículos
apropriados, compatíveis com as características
dos resíduos, atendendo às condicionantesde
proteção ao meio ambiente e à saúde pública.
Art. 9° - A implantação de sistemas de trata-
mento e disposição final de resíduos sólidos fica con-
dicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental
competente em conformidade com as normas em
vigor.
Art. 10 - Os resíduos sólidos pertencentes
ao grupo “A” não poderão ser dispostos no meio
ambiente sem tratamento prévio que assegure:
a) a eliminação das características de
periculosidade do resíduo;
b) a preservação dos recursos naturais; e
c) o atendimento aos padrões de qualidade
ambiental e de saúde pública.
Parágrafo único - Aterros sanitários implan-
tados e operados conforme normas técnicas vi-
gentes deverão ter previstos em seus
licenciamentos ambientais sistemas específicos
que possibilitem a disposição de resíduos sóli-
dos pertencentes ao grupo “A”.
Art. 11 - Dentre as alternativas passíveis de
serem utilizadas no tratamento dos resíduos sóli-
dos, pertencentes ao grupo “A”, ressalvadas as con-
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 115
dições particulares de emprego e operação de cada
tecnologia, bem como considerando-se o atual
estágio de desenvolvimento tecnológico, recomen-
da-se a esterilização a vapor ou a incineração.
§ 1° - Outros processos de tratamento po-
derão ser adotados, desde que obedecido o dis-
posto no artigo 10 desta Resolução e com pré-
via aprovação pelo órgão de meio ambiente e de
saúde competentes.
§ 2° - Após tratamento, os resíduos sóli-
dos pertencentes ao grupo “A” serão conside-
rados “resíduos comuns” (grupo “D”), para
fins de disposição final.
§ 3° - Os resíduos sólidos pertencentes ao
grupo “A” não poderão ser reciclados.
Art. 12 - Os resíduos sólidos pertencentes ao
grupo “B” deverão ser submetidos a tratamento
e disposição final específicos, de acordo com as
características de toxicidade, inflamabilidade,
corrosividade e reatividade, segundo exigências
do órgão ambiental competente.
Art. 13 - Os resíduos sólidos classificados e
enquadrados como rejeitos radioativos perten-
centes ao grupo “C”, do Anexo I, desta Resolu-
ção, obedecerão às exigências definidas pela Co-
missão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
Art. 14 - Os resíduos sólidos pertencentes ao
grupo “D” serão coletados pelo órgão municipal de
limpeza urbana e receberão tratamento e disposição
final semelhante aos determinados para os resíduos
domiciliares, desde que resguardadas as condições
de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.
Art. 15 - Quando não assegurada a devida
segregação dos resíduos sólidos, estes serão consi-
derados, na sua totalidade, como pertencentes
ao grupo “A”, salvo os resíduos sólidos perten-
centes aos grupos “B” e “C” que, por suas pe-
culiaridades, deverão ser sempre separados dos
resíduos com outras qualificações.
Art. 16 - Os resíduos comuns (grupo “D”) ge-
rados nos estabelecimentos explicitados no artigo
2°, provenientes de áreas endêmicas definidas pe-
las autoridades de saúde pública competentes, se-
rão considerados, com vistas ao manejo e trata-
mento, como pertencentes ao grupo “A”.
Art. 17 - O tratamento e a disposição final
dos resíduos gerados serão controlados e fisca-
lizados pelos órgãos de meio ambiente, de saú-
de pública e de vigilância sanitária competentes,
de acordo com a legislação vigente.
Art. 18 - Os restos alimentares “in natura”
não poderão ser encaminhados para a alimen-
tação de animais, se provenientes dos estabe-
lecimentos elencados no artigo 2°, ou das áreas
endêmicas a que se refere o artigo 16 desta
Resolução.
Art. 19 - Os padrões de emissão atmosféri-
ca de processos de tratamento dos resíduos só-
lidos, objeto desta Resolução, serão definidos
no âmbito do Programa Nacional de Controle
e Qualidade do Ar - PRONAR no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de
publicação desta Resolução, mantendo-se aque-
les já estabelecidos e em vigência.
Art. 20 - As cargas em perdimento considera-
das como resíduos, para fins de tratamento e dis-
posição final, presentes nos terminais públicos e
privados, obedecerão ao disposto na Resolução
do CONAMA nº 2, de 22 de agosto de 1991.
Art. 21 - Aos órgãos de controle ambiental e
de saúde competentes, mormente os partícipes
do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, incumbe a aplicação desta Resolu-
ção, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a
imposição das penalidades previstas na legisla-
ção pertinente, inclusive a medida de interdição
de atividades.
Art. 22 - Os órgãos estaduais do meio ambi-
ente com a participação das Secretarias Estaduais
de Saúde e demais instituições interessadas, in-
clusive organizações não governamentais, coor-
denarão programas, objetivando a aplicação des-
ta Resolução e garantir o seu integral cumprimen-
to.
Art. 23 - Esta Resolução entra em vigor na
data de sua publicação.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde116
Art. 24 - Revogam-se as disposições em con-
trário, especialmente os ítens I, V, VI, VII e VIII,
da Portaria MINTER nº 13, de 1° de março de
1979.
FERNANDO COUTINHO JORGE
Presidente
ANEXO À RESOLUÇÃO No 5, DE
5.08.93
Classificação dos Resíduos Sólidos
Grupo A: resíduos que apresentam risco
potencial à saúde pública e ao meio ambiente
devido à presença de agentes biológicos.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros:
sangue e hemoderivados; animais usados em
experimentação, bem como os materiais que
tenham entrado em contato com os mesmos;
excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios
de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças
anatômicas; filtros de gases aspirados de área
contaminada; resíduos advindos de área de
isolamento; restos alimentares de unidade de
isolamento ambulatorial; resíduos de sanitários
de unidade de internação e de enfermaria e
animais mortos a bordo dos meios de transporte,
objeto desta Resolução.
Neste grupo incluem-se dentre outros, os
objetos perfurantes ou cortantes, capazes de
causar punctura ou corte, tais como lâminas de
barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros
quebrados etc., provenientes de estabelecimentos
prestadores de serviços de saúde.
Grupo B: resíduos que apresentam risco
potencial à saúde pública e ao meio ambiente
devido às suas características químicas.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros:
a) drogas quimioterápicas e produtos por elas
contaminados;
b) resíduos farmacêuticos (medicamentos
vencidos, contaminados, interditados ou não
utilizados); e
c) demais produtos considerados perigosos,
conforme classificação da NBR 10004 da ABNT
(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).
Grupo C: rejeitos radioativos: enquadram-
se neste grupo os materiais radioativos ou
contaminados com radionuclídeos, provenientes
de laboratórios de análises clínicas, serviços de
medicina nuclear e radioterapia, segundo
Resolução CNEN 6.05.
Grupo D: resíduos comuns são todos os
demais que não se enquadram nos grupos
descritos anteriormente.
 (D.O.U. Executivo, de 31.08.93 - Pág. 12.996)
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 117
5 - RESOLUÇÃO Nº 283/01
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE-CONAMA, no uso das com-
petências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo
em vista o disposto em seu Regimento Interno,
anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de
1994, resolve:
Considerando os princípios da prevenção, da
precaução e do poluidor pagador;
Considerando a necessidade de aprimo-
ramento, atualização e complementação dos
procedimentos contidos na Resolução
CONAMA nº 5, de 5 de agosto de 1993, relativos
ao tratamento e destinação final dos resíduos dos
serviços de saúde, com vistas a preservar a saúde
pública e a qualidade do meio ambiente;
Considerando a necessidade de estender estas
exigências às demais atividades que geram
resíduos similares aos definidos nesta resolução;
Considerando a necessidade de compa-
tibilidade dos procedimentos de gerenciamento
de resíduos nos locais de geração visando o seu
tratamento e disposição final adequados; e
Considerando que as ações preventivas são
menos onerosase minimizam danos à Saúde
Pública e ao meio ambiente, resolve:
Art. 1º Para os efeitos desta Resolução
definem-se:
I - Resíduos de Serviços de Saúde são:
a) aqueles provenientes de qualquer unidade
que execute atividades de natureza médico-
assistencial humana ou animal;
b) aqueles provenientes de centros de pesquisa,
desenvolvimento ou experimentação na área de
farmacologia e saúde;
c) medicamentos e imunoterápicos vencidos
ou deteriorados;
d) aqueles provenientes de necrotérios,
funerárias e serviços de medicina legal; e
e) aqueles provenientes de barreiras sanitárias.
II - Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde-PGRSS: documento
integrante do processo de licenciamento
ambiental, baseado nos princípios da não geração
de resíduos e na minimização da geração de
resíduos, que aponta e descreve as ações relativas
ao seu manejo, no âmbito dos estabelecimentos
mencionados no art. 2º desta Resolução,
contemplando os aspectos referentes à geração,
segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento e
disposição final, bem como a proteção à saúde
pública. O PGRSS deve ser elaborado pelo
gerador dos resíduos e de acordo com os critérios
estabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária
e meio ambiente federais, estaduais e municipais.
III - Sistema de Tratamento de Resíduos de
Serviços de Saúde: conjunto de unidades,
processos e procedimentos que alteram as
características físicas, físico-químicas, químicas
ou biológicas dos resíduos e conduzam à mini-
mização do risco à saúde pública e à qualidade
do meio ambiente;
IV - Sistema de Destinação Final de Resíduos
de Serviços de Saúde: conjunto de instalações,
processos e procedimentos que visam a
destinação ambientalmente adequada dos
resíduos em consonância com as exigências dos
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde118
órgãos ambientais competentes.
Art. 2º Esta Resolução aplica-se aos
estabelecimentos que geram resíduos de acordo
com o inciso I do artigo anterior.
Art. 3º Para os efeitos desta Resolução, os
resíduos de serviço de saúde gerados nos
estabelecimentos a que se refere o art. 2º desta
Resolução, são classificados de acordo com o
Anexo I desta Resolução.
Art. 4º Caberá ao responsável legal dos
estabelecimentos já referidos no art. 2º desta
Resolução, a responsabilidade pelo geren-
ciamento de seus resíduos desde a geração até a
disposição final, de forma a atender aos requisitos
ambientais e de saúde pública, sem prejuízo da
responsabilidade civil solidária, penal e adminis-
trativa de outros sujeitos envolvidos, em especial
os transportadores e depositários finais.
Art. 5º O responsável legal dos estabele-
cimentos citados no art. 2º desta Resolução, em
operação ou a serem implantados, deve
apresentar o Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS, para
análise e aprovação, pelos órgãos de meio
ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas
esferas de competência, de acordo com a
legislação vigente.
§ 1º Na elaboração do PGRSS, devem ser
considerados princípios que conduzam à
minimização e às soluções integradas ou
consorciadas, que visem o tratamento e a
disposição final destes resíduos de acordo com
as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio
ambiente e de saúde competentes.
§ 2º Os procedimentos operacionais, a serem
utilizados para o adequado gerenciamento dos
resíduos a que se refere esta Resolução, devem
ser definidos e estabelecidos, pelos órgãos
integrantes do Sistema Nacional do Meio
Ambiente-SISNAMA e Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, em suas respectivas esferas
de competência.
Art. 6º O PGRSS e o correto gerenciamento
dos resíduos, gerados em decorrência das
atividades dos estabelecimentos listados no art.
2º desta Resolução, deverá ser elaborado pelo
seu responsável técnico, devidamente registrado
em conselho profissional.
Art. 7º Os resíduos de que trata esta resolução
serão acondicionados, atendendo às exigências da
legislação de meio ambiente e saúde e às normas
aplicáveis da Associação Brasileira de Normas
Técnicas-ABNT, e, na sua ausência, sejam
adotados os padrões internacionalmente aceitos.
Art. 8º Para garantir a proteção do meio
ambiente e da saúde pública, a coleta externa e o
transporte dos resíduos a que se refere esta
resolução deverão ser feitos em veículos
apropriados, em conformidade com as normas da
ABNT.
Art. 9º Instalações para transferência de
resíduos, a que se refere esta Resolução, quando
forem necessárias, deverão ser licenciadas pelos
órgãos de meio ambiente, em conformidade com
a legislação pertinente, de forma a garantir a
proteção do meio ambiente e da saúde pública.
Art. 10. A implantação de sistemas de
tratamento e destinação final de resíduos, a que
se refere esta Resolução, fica condicionada ao
licenciamento, pelo órgão ambiental competente,
em conformidade com a legislação vigente.
Parágrafo único. Os efluentes líquidos,
provenientes dos estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde, deverão atender às diretrizes
estabelecidas pelos órgãos ambientais
competentes.
Art. 11. O tratamento dos resíduos, a que se
refere esta Resolução, deve ser realizado em sistemas,
instalações e equipamentos devidamente licenciados
pelos órgãos ambientais, e submetidos a
monitoramento periódico de acordo com parâmetros
e periodicidade definida no licenciamento ambiental,
apoiando quando for o caso a formação de
consórcios de geradores de resíduos.
Art. 12. Os resíduos do Grupo A, definidos
nesta Resolução, deverão ter disposição final de
forma a assegurar a proteção ao meio ambiente
e à saúde pública.
§ 1º Para fins de disposição final em locais
devidamente licenciados pelo órgão ambiental
competente, os resíduos referidos no caput
devem ser submetidos a processos de tratamento
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 119
específicos de maneira a torná-los resíduos
comuns, do Grupo D;
§ 2º O órgão ambiental competente poderá
de forma motivada definir formas alternativas
de destinação final em aterros devidamente
licenciados, inclusive com a exigência de EPIA,
quando:
I - não for possível tecnicamente , submeter
os resíduos aos tratamentos mencionados no
§ 1º, deste artigo;
II - os tratamentos mencionados no § 1º deste
artigo não garantirem características de resíduos
comuns (Grupo D).
§ 3º Os responsáveis nos termos desta
Resolução têm um ano para adequar-se as
exigências no parágrafo anterior, sem prejuízo do
disposto nas Leis nos 6.938, de 31 de agosto de
1981 e 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e seus
decretos.
Art. 13. De acordo com suas características
de periculosidade, segundo exigências do órgão
ambiental e de saúde competentes, os resíduos
pertencentes ao Grupo B, do Anexo I desta
Resolução, deverão ser submetidos a tratamento
e destinação final específicos.
§ 1º Os quimioterápicos, imunoterápicos,
antimicrobianos e hormônios e demais medi-
camentos vencidos, alterados, interditados,
parcialmente utilizados ou impróprios para
consumo devem ser devolvidos ao fabricante ou
importador, por meio do distribuidor.
§ 2º No prazo de doze meses contados a partir
da data de publicação desta Resolução, os
fabricantes ou importadores deverão introduzir os
mecanismos necessários para operacionalizar o
sistema de devolução instituído no parágrafo
anterior.
§ 3º Baseada nos riscos específicos, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA deve
regulamentar as diretrizes para o gerenciamento
de resíduos de quimioterápicos, imunoterápicos,
antimicrobianos, hormônios e demais medicamen-
tos vencidos, alterados, interditados, parcialmente
utilizados ou impróprios para consumo.
§ 4º Para garantir as condições adequadas de
retorno ao fabricante ou importador, o manuseio
e o transporte dos resíduos discriminados no § 1º
deste artigo, deverá ser de co-responsabilidade dos
importadores, distribuidores, comércio varejista,
farmácias de manipulação e serviços de saúde.
Art. 14. Os resíduos classificados e
enquadrados como rejeitos radioativos perten-
centes ao Grupo C, do Anexo I desta Resolução,obedecerão às exigências definidas pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN.
Art. 15. Para resguardar as condições de
proteção ao meio ambiente e à saúde pública, os
resíduos pertencentes ao Grupo D, do Anexo I
desta Resolução, receberão tratamento e
destinação final semelhante aos determinados para
os resíduos domiciliares, devendo ser coletados
pelo órgão municipal de limpeza urbana.
Art. 16. O tipo de destinação final a ser
adotado, para a mistura, excepcional e motivada,
de resíduos pertencentes a diferentes grupos e
que não possam ser segregados, deverá estar
previsto no PGRSS.
Art. 17. Aos órgãos de controle ambiental e
de saúde competentes, mormente os partícipes
do Sistema Nacional de Meio Ambiente-
SISNAMA, incumbe a aplicação desta Resolução,
cabendo-lhes a fiscalização, bem como a
imposição das penalidades, previstas na legislação
pertinente, inclusive a medida de interdição de
atividades.
Art. 18. Os órgãos de meio ambiente, com a
participação dos órgãos de saúde e demais
instituições interessadas, inclusive organizações
não governamentais, coordenarão programas,
objetivando a aplicação desta Resolução e a
garantia de seu integral cumprimento.
Art. 19. O não cumprimento do disposto
nesta Resolução sujeitará os infratores as
penalidades e sanções da Lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, e no Decreto nº 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998, respectivamente, e nas demais
legislações específicas em vigor.
Art. 20. Esta Resolução deverá ser revisada
no prazo de dois anos a partir da sua publicação.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde120
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor na
data de sua publicação.
JOSÉ SARNEY FILHO
Presidente do Conselho
ANEXO À RESOLUÇÃO Nº 283, DE 12.07.01
Resíduos Grupo A
Resíduos que apresentam risco à saúde
pública e ao meio ambiente devido à presença
de agentes biológicos:
- inóculo, mistura de microrganismos e meios
de cultura inoculados provenientes de laboratório
clínico ou de pesquisa, bem como, outros
resíduos provenientes de laboratórios de análises
c l í n i c a s ;
- vacina vencida ou inutilizada;
- filtros de ar e gases aspirados da área
contaminada, membrana filtrante de equipa-
mento médico hospitalar e de pesquisa, entre
outros similares;
- sangue e hemoderivados e resíduos que
tenham entrado em contato com estes;
- tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos,
peças anatômicas;
- animais inclusive os de experimentação e
os utilizados para estudos, carcaças, e vísceras,
suspeitos de serem portadores de doenças
transmissíveis e os morto à bordo de meios de
transporte, bem como, os resíduos que tenham
entrado em contato com estes;
- objetos perfurantes ou cortantes,
provenientes de estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde;
- excreções, secreções, líquidos orgânicos
procedentes de pacientes, bem como os resíduos
contaminados por estes;
- resíduos de sanitários de pacientes;
- resíduos advindos de área de isolamento;
- materiais descartáveis que tenham entrado
em contato com paciente;
- lodo de estação de tratamento de esgoto
(ETE) de estabelecimento de saúde; e
- resíduos provenientes de áreas endêmicas
ou epidêmicas definidas pela autoridade de saúde
competente.
Resíduos Grupo B
Resíduos que apresentam risco à saúde
pública e ao meio ambiente devido as suas
características física, químicas e físico-químicas:
- drogas quimioterápicas e outros produtos
que possam causar mutagenicidade e
genotoxicidade e os materiais por elas
contaminados;
- medicamentos vencidos, parcialmente
interditados, não utilizados, alterados e
medicamentos impróprios para o consumo,
antimicrobianos e hormônios sintéticos;
- demais produtos considerados perigosos,
conforme classificação da NBR 10.004 da
ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e
reativos).
Resíduos Grupo C
Resíduos radioativos:
-enquadram-se neste grupo os resíduos
radioativos ou contaminados com
radionuclídeos, provenientes de laboratórios de
análises clínicas, serviços de medicina nuclear e
radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05
Resíduos Grupo D
Resíduos comuns:
São todos os demais que não se enquadram
nos grupos descritos anteriormente.
ANEXO II
Limites de Eliminação de Rejeitos
Radioativos-CNEN
(Publicada DOU 01/10/2001)autoclaves de diferentes tamanhos que podem
ser selecionadas de acordo com a quantidade de resíduos gerados por um estabelecimento
ou grupo de estabelecimentos. As temperaturas de tratamento variam de 100ºC a 160ºC e a
duração do tratamento de 20 a 120 minutos. As capacidades são muito variadas, desde a
pequena instalação de 20 litros até o contêiner de 800 kg.
A penetração do vapor nos resíduos é um elemento crítico de eficiência da autoclave. É preciso
dar uma atenção particular à embalagem, que deve permitir uma boa penetração do vapor.
O volume e o tamanho da carga de resíduos na autoclave influenciam igualmente na
eficiência da operação de descontaminação. No caso das autoclaves de laboratório de pe-
quena capacidade, o tratamento pode ser eficaz quando se divide uma grande carga em
duas pequenas cargas separadas. Em outro caso, como não existe “carga normalizada” para
uma autoclave, o estabelecimento de saúde pode ter que se habituar aos parâmetros da
autoclave. Como no caso de outras técnicas de tratamento, é essencial utilizar a autoclave de
maneira adequada para obter a eficiência máxima, seguindo as instruções operacionais do
manual de instruções.
Para verificar a eficiência do ciclo da autoclave, utiliza-se habitualmente indicadores
químicos ou biológicos. Certos indicadores químicos algumas vezes não são recomenda-
dos, pois indicam unicamente se a temperatura foi atingida e não o tempo durante o qual ela
foi mantida. Considera-se habitualmente que os indicadores biológicos, como a presença
do Bacillus stearothermophilus, são mais confiáveis. A eficiência da autoclave deve ser verificada
regularmente, de acordo com a frequência que ela é utilizada.
Os resíduos contendo citotóxicos, produtos químicos tóxicos ou perigosos, que possam
emanar vapores ou se volatizar, não devem ser autoclavados, pois normalmente não são
degradados nas temperaturas atingidas neste tipo de aparelho. Dentre esses resíduos, desta-
cam-se tecidos, órgãos ou membros extraídos de pacientes submetidos à quimioterapia.
Os fatores principais que devem ser considerados quando se tratam resíduos biológicos
mediante a esterilização a vapor são (GUÍA..., 1996):
? o tipo de resíduo;
? as embalagens e os recipientes;
? o volume de resíduos e o tipo de carregamento na câmara de tratamento.
Os resíduos biológicos de baixa densidade, tais como muitos materiais plásticos, são
mais adequados para a esterilização a vapor. Os resíduos de alta densidade, tais como partes
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde74
Resíduos anatômicos - Não se recomenda
autoclavar, tratar quimicamente, por microondas,
nem dispor em aterro sanitário, por razões
culturais e éticas. É desaconselhável
a trituração preliminar, principalmente,
de fetos. Recomenda-se dispor em cemitério.
grandes de corpos e quantidades grandes de matéria animal ou de fluidos, dificultam a
penetração do vapor e requerem um tempo mais longo de esterilização. No caso da geração de
uma grande quantidade de resíduos de alta densidade, deve-se considerar métodos de tratamen-
tos alternativos, como por exemplo a incineração ou o uso prévio de trituradores (id., 1996).
Na autoclave a vapor se deve utilizar recipientes que permitam a penetração do vapor
sem derretê-los.
Quando os recipientes utilizados para conter os resíduos biológicos não respondem a
essas características, deverá se proceder da seguinte forma:
? quando se utilizam recipientes que derretem com o calor, é recomendável colocá-
los dentro de outros recipientes (plástico rígido ou bolsas resistentes ao calor)
para evitar sujar ou danificar as paredes da autoclave e facilitar a extração dos
resíduos tratados;
? no caso de recipientes de plástico, como o polietileno, que são resistentes ao calor e
impedem a penetração do vapor, é necessário primeiro destampá-los para que o
processo de esterilização seja efetivado.
O volume do resíduo é um fator importante na esterilização a vapor. Considerando que pode
ser difícil atingir a temperatura de esterilização com grandes cargas, pode ser mais eficiente tratar
uma quantidade grande de resíduos com cargas pequenas no lugar de apenas uma (id., 1996).
São vantagens na esterilização a vapor:
? alto grau de eficiência;
? é um equipamento simples de operar;
? é um equipamento conceitualmente similar a outros normalmente utilizados em es-
 tabelecimentos de saúde (autoclaves para esterilização).
Entre as desvantagens, estão:
? não reduz o volume dos resíduos tratados;
? pode produzir maus odores e gerar aerossóis;
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 75
? é necessário utilizar recipientes ou bolsas termo-resistentes que têm custos relativa-
mente elevados;
? não é conveniente para resíduos anatômicos pois continuam sendo reconhecíveis
depois do tratamento;
? os aparatos de vapores são escassamente utilizados em países tropicais, de tal manei-
ra que não há familiaridade com os riscos que implicam.
O pessoal envolvido com a esterilização a vapor deve ser educado em práticas apropriadas
para minimizar a exposição aos perigos que o uso da autoclave pode gerar. Estas práticas inclu-
em uso de equipamento protetor, técnicas para reduzir ao mínimo a produção de aerossóis e
técnicas para a prevenção de derramamento de resíduos durante a carga da autoclave (id., 1996).
Tratamento Químico
A descontaminação química pode ser um método apropriado para tratar os resíduos de
laboratórios de microbiologia, de sangue e de líquidos orgânicos humanos, assim como os
objetos perfurocortantes. Este método não deve ser utilizado para tratar os resíduos
anatômicos (SUÍÇA, 1994).
A descontaminação química é mais freqüentemente utilizada para tratar resíduos líqui-
dos antes de sua eliminação. Ela é útil para descontaminar os lugares onde os resíduos
foram deixados (desinfecção de superfície clássica).
Quando se utiliza descontaminação química, devem ser levados em conta os seguintes
fatores: o tipo de microorganismo, o grau de contaminação e o tipo, concentração e quan-
tidade de desinfetante utilizado. Outros fatores podem ser pertinentes, como a temperatura,
o pH, o grau de mistura e a duração do contato do desinfetante com os resíduos contami-
nados.
O hipoclorito de sódio (água sanitária doméstica) é freqüentemente utilizado como
desinfetante.
O óxido de etileno é um gás de efeito bactericida, mas precauções devem ser tomadas
quando este for empregado, pois pode causar queimaduras, mutagênese e provavelmente
carcinogênese. Um outro inconveniente do óxido de etileno é o risco de explosão. Para
diminuir este risco, ele é misturado com CFC-12 (diclorodifluormetano) ou com produtos
de substituição menos nocivos para a camada de ozônio (como o HFC-134a), conforme o
protocolo de Montreal.
Apesar destas desvantagens, a esterilização por óxido de etileno é muito eficaz e atua a baixa
temperatura. É preciso, ainda, ressaltar que a concentração de óxido de etileno no ar ambiente
não deve ultrapassar 1 ppm e que este gás é inodoro, mesmo em fortes concentrações.
O formaldeído é igualmente um gás esterilizante que se decompõe em forma de vapor a partir
de uma solução aquosa de formol. A esterilização com ajuda de formaldeído se efetua a 80ºC em
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde76
aproximadamente 45 minutos Como para o óxido de etileno, os resíduos tóxicos são gerados e
uma desabsorção é necessária. Por outro lado, os vapores de formaldeído não são inflamáveis.
A eficácia de uma desinfecção química depende de três fatores (GUÍA..., 1996):
? tipo de desinfetante utilizado;
? sua concentração;
? tempo de contato.
São vantagens na desinfecção química:
? baixo custo;
? pode ser realizada na fonte de geração.
Entre as desvantagens estão:
? pode ser ineficaz contra patogênicos resistentes a determinados químicos;
? as oportunidades de desinfectar quimicamente o interior de uma agulha ou de uma
seringa são muito baixas;
? pode aumentar os riscos, porque há tendência a se considerar que os resíduos trata-
dos com desinfetantes são seguros;
?não reduz o volume dos resíduos tratados;
? a disposição do desinfetante utilizado no sistema de esgotamento sanitário pode
afetar o funcionamento do tratamento de águas residuárias, intervindo no processo
de degradação biológica.
Ionização
A ionização por bombardeamento iônico é um processo muito útil na indústria para o
tratamento dos alimentos. A sua utilização para o tratamento dos resíduos está ainda em
fase experimental (SUÍÇA, 1994).
Consiste em destruir os agentes patológicos presentes nos resíduos mediante sua expo-
sição a radiações ionizantes (GUÍA..., 1996).
Deve-se realizar a trituração preliminar para melhorar a eficiência desse procedimento.
A irradiação é um processo de alta tecnologia que deve ser operado com grandes pre-
cauções e necessita de estruturas físicas adequadas. Por tais razões, ela não é recomendada,
sobretudo, em situações nas quais não haja técnicos disponíveis e bem capacitados ou onde
os acessórios materiais de reposição não sejam fáceis de se obter.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 77
Os riscos que se enfrentam na utilização de
substâncias radioativas são bem conhecidos:
danos ao patrimônio genético, à medula óssea,
às células do sangue e à pele (enfermidades
neoplásicas), entre outros.
São vantagens no processo de ionização:
? alto grau de eficiência;
? contaminação mínima;
? é menos custosa do que uma desinfecção química.
Entre as desvantagens estão:
? requer máxima segurança ante o perigo das radiações;
? é uma tecnologia complexa e possui problemas de manutenção;
? requer pessoal de operação altamente capacitado e estruturas físicas adequadas;
? a fonte de irradiação se converte em resíduos perigosos ao terminar sua vida útil.
Higienização por Microondas
Consiste em submeter os resíduos biológicos, previamente triturados e envolvidos com
vapor, à vibrações eletromagnéticas de alta freqüência, até alcançar e manter uma tempera-
tura de 95ºC a 100ºC, pelo tempo determinado pelo fabricante (id., 1996).
Estas vibrações eletromagnéticas produzem como resultado o movimento, a uma gran-
de velocidade, das moléculas de água presentes nos resíduos, gerando por fricção intenso
calor. O higienizador por microondas foi desenvolvido por uma empresa alemã e instalado
originalmente no Hospital Universitário de Gottingen. Compreende uma esteira de descar-
ga dos recipientes que faz o trabalho de trituração. Todos os resíduos são assim reduzidos
ao estado de granulado que, umedecido, avança durante cerca de vinte minutos, graças a um
parafuso de Arquimedes, em uma câmara de desinfecção equipada com uma série de emis-
sores de microondas. Todos os microorganismos, com exceção das formas esporuladas, são
destruídos. O granulado assim tratado é descarregado em um recipiente comum que por
sua vez é encaminhado diretamente a um compactador central para ser tratado posterior-
mente em um forno de incineração de resíduos domésticos (SUÍÇA, 1994).
A elevação da temperatura é obtida aquecendo os resíduos por exposição a um campo
eletromagnético UHF de 2.450 Mhz (gama de ondas centimétricas de 12,24 cm e variação
do campo magnético de 2,45 milhares de vezes por segundo).
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde78
O emprego de microondas permite aquecer muito rapidamente os resíduos que devem,
entretanto, ser umidificados para atingir a temperatura de evaporação da água, a fim de
permitir a ação do campo eletromagnético sobre as moléculas de água.
A higienização por microondas não é uma esterilização no sentido restrito. Tratando-se
de bactérias ou de virus, quando as condições são preenchidas, os controles atestam a
descontaminação eficiente dos resíduos.
O processo não é apropriado para grandes quantidades de RSS (mais de 800 kg por dia)
e, também, para resíduos anatômicos. Existe, ainda, o risco de emissões de aerossóis que
podem conter produtos orgânicos perigosos (GUÍA..., 1996).
Os sistemas de desinfecção por microondas são muito utilizados no tratamento local
dos resíduos de laboratório e são constituídos por fornos pequenos, cujo princípio de fun-
cionamento é o mesmo dos fornos de microondas de uso doméstico.
Nunca se deve colocar objetos metálicos nestes
fornos já que as microondas, ao atingirem o metal,
geram cargas elétricas entre este e as paredes
do forno. Por conseguinte, os perfurocortantes,
de forma alguma, devem ser tratados neste sistema.
A desinfecção por microondas é vantajosa por:
? alto grau de eficiência.
Entre as desvantagens estão:
? custo de instalação superior ao da autoclave;
? não é apropriado para tratar mais de 800 kg de resíduos;
? apresenta riscos de emissões de aerossóis que podem conter produtos orgânicos perigosos;
? requer pessoal especializado e estritas normas de segurança.
Incineração
Consiste em destruir os resíduos (biológicos e químicos) mediante um processo de
combustão no qual estes são reduzidos a cinzas (id., 1996).
Os incineradores podem queimar a maioria dos resíduos sólidos perigosos, incluin-
do os farmacêuticos e os químicos orgânicos, exceto os resíduos radioativos e os reci-
pientes pressurizados.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 79
Os incineradores modernos são equipados com duas câmaras de combustão (primária e
secundária) providas de queimadores capazes de alcançar a combustão completa dos resí-
duos e uma ampla destruição das substâncias químicas nocivas e tóxicas (dioxinas, furanos,
etc.). Na câmara de combustão secundária se alcançam temperaturas em torno de 1.100ºC
e se opera com um tempo de permanência de, no mínimo, dois segundos. Para tratar o fluxo
de gases e as partículas arrastadas, antes de serem liberadas na atmosfera, são agregadas
torres de lavagem química, ciclones, filtros, etc.
Os incineradores operam com máxima eficiência quando os resíduos que se queimam
têm poder calorífico suficientemente alto, ou seja, quando a combustão produz uma quan-
tidade de calor suficiente para evaporar a umidade dos resíduos e manter a temperatura sem
a necessidade de adicionar mais combustível.
É preferível que os incineradores operem continuamente, já que as mudanças de tempe-
ratura, provocadas pelas paradas, deterioram rapidamente os revestimentos refratários.
Um incinerador cuidadosamente operado tem uma vida útil de 10 a 15 anos. Necessita
de manutenção constante e uma anual que implica na parada do equipamento por um
período de 20 a 30 dias. Para evitar que as paradas previstas e imprevistas causem grandes
acúmulos de resíduos, seria desejável dispor de um segundo incinerador capaz de tratar os
RSS durante o período de parada do incinerador principal. Como alternativa se pode pensar
em uma vala séptica ou uma célula especial em aterro sanitário para receber os RSS gerados
durante a parada anual do incinerador.
Os incineradores de RSS oferecidos no mercado, cujas capacidades variam de alguns
quilos por hora a oito toneladas por hora, comportam geralmente um forno de leito fixo,
uma pós-combustão, um tratamento das emissões gasosas e uma recuperação de calor
opcional. As temperaturas de combustão, de 800ºC a 1.200ºC, convêm para a incineração
de resíduos deste tipo. Elas não devem entretanto ser inferiores a 800ºC (SUÍÇA, 1994).
Fig. 37 - Sistema de incineração de RSS
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde80
São vantagens na incineração:
? destrói qualquer material que contém carbono orgânico, incluindo os patogênicos;
? produz uma redução importante de volume dos resíduos (80% a 95%);
? os restos ficam irreconhecíveis e definitivamente não recicláveis;
? sob certas condições, permite o tratamento dos resíduos químicos e farmacêuticos;
? permite o tratamento dos resíduos anátomo-patológicos.
Entre as desvantagens estão:
? custa duas ou três vezes mais que qualquer outro sistema;
? supõe um elevado custo de funcionamento pelo consumo de combustível (sobretu-
do se for carregado com RRS perigosos com alto teor de umidade);
? necessita de constante manutenção;
? conserva o risco de possíveis emissões de substâncias tóxicas na atmosfera.Incineração In Situ
Trata-se de uma incineração em unidades de fraca capacidade, implantada no estabeleci-
mento de saúde. Os antigos fornos hospitalares têm geralmente capacidade inferior a uma
tonelada por hora e funcionam de maneira descontínua, causando poluição a cada fase de
partida. Não possuem freqüentemente performance de tratamento dos gases. Os resíduos são
freqüentemente incinerados a temperaturas de 300ºC a 400ºC, sendo necessário no mínimo
uma temperatura de 800ºC para assegurar uma combustão efetuada em boas condições.
Incineração Centralizada
Neste caso, os Resíduos de Serviços de Saúde são agrupados tendo em vista o seu
tratamento em instalações de maior capacidade que são geralmente mais rentáveis e mais
satisfatórias sob o ponto de vista da proteção do meio ambiente (id., 1994).
Pode-se recorrer a três tipos de soluções:
? tratamento em incineradores para RSS que tratam vários estabelecimentos de saúde;
? tratamento em incineradores para resíduos perigosos. Tratam-se de fornos rotativos
destinados à incineração de resíduos perigosos industriais, sólidos ou pastosos;
? tratamento em usinas de incineração de resíduos domésticos aptas a incinerar RSS,
podendo ser instalações autônomas ou de linhas de fornos específicos localizados ao
lado de usinas de incineração de lixo doméstico com tratamento conjunto dos gases.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 81
Novas Técnicas
Novas técnicas de incineração foram criadas permitindo o tratamento de resíduos con-
taminados. O queimador elétrico e a tocha de plasma, em particular, atingem temperaturas
muito mais elevadas que os incineradores clássicos (id., 1994).
Queimador elétrico é um queimador que, alimentado por um arco elétrico, alcança tem-
peraturas na ordem de 2.700ºC.
O princípio da tocha de plasma é produzir um gás a uma temperatura muito alta (poden-
do atingir 10.000ºC), graças a um arco elétrico. Utilizada para incineração de resíduos, a
tocha a plasma não produz escórias nem cinzas voláteis tóxicas, mas um resíduo vitrificado
inerte. A temperatura de incineração varia entre 1.600ºC e 4.000ºC, assegurando assim a
destruição das moléculas tóxicas e vitrificação dos metais pesados.
Existe um tipo particular de tratamento térmico, de efeito pirolítico, que trata também
resíduos contaminados, a uma temperatura elevada, produzindo escórias com teores bas-
tante fracos de não incinerados.
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DO TIPO DE TRATAMENTO
Para a seleção do tipo de tratamento mais adequado dos RSS, convém avaliar os seguintes
fatores (GUÍA..., 1996):
? impacto ambiental;
? custos de instalação e manutenção;
? número de horas diárias de utilização do sistema em função da quantidade de RSS
que serão tratados;
? fatores de segurança.
Estas avaliações incluem:
? investigação dos locais e instalações disponíveis para o tratamento ou eliminação dos RSS;
? cálculo dos custos de todas as opções viáveis para fazer comparações;
? revisão dos requisitos normativos e as licenças exigidas para a opção viável;
? determinação de custos e dificuldades adicionais que poderiam estar associadas às
opções selecionadas.
A partir destes dados, o responsável pelo planejamento pode desenvolver uma matriz de
alternativas que incorporem as avaliações técnicas, os planos e as análises econômicas que
conduzam a um grupo de opções apropriadas.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde82
QUADRO 09 - COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS PROCESSOS DE
TRATAMENTO DE RSS
PROCESSO REDUÇÃO
VOLUME
EFICIÊNCIA
DESINFECÇÃO
IMPACTO
AMBIENTAL
CAPACITAÇÃO
PESSOAL
CUST O
INVESTIMENTO
CAPACIDADE
TRATAMENTO
CUST O
OPERAÇÃO
Autoclave
Tratamento
Químico
Incineração
Irradiação
Microondas
baixa
baixa
baixa
baixa
alta
alta
incompleta
baixa
alta
alta (**)
média-baixa
média-alta
pequena
unidade
pequena
unidade
sem limites
média (*)
média
alta
alta
alta
média
média
alta
alta
alta
média
média
alta
alta
alta
Fonte: Guía de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios (1996).
(*) Não se considera a capacitação necessária para manejar equipamentos de produção de vapor.
(**) Com incineradores de tecnologia avançada.
DISPOSIÇÃO FINAL DOS RSS
A disposição final dos RSS é o confinamento destes resíduos, em aterro sanitário ou vala
séptica, depois de haverem sido submetidos a um tratamento como a desinfeção, esteriliza-
ção ou incineração (id., 1996).
Quando se utiliza um processo de tratamento diferente da incineração, é conveniente,
como medida de precaução, dispor os RSS em uma célula especial dentro de aterro sanitário ou
vala séptica.
A disposição de resíduos infectantes, sem tratamento prévio, em células especiais, deve
ser um sistema independente, separado dos resíduos comuns e sem a utilização da técnica
baixa
média
média
baixa
baixa
Ao estimar custos, o responsável pelo planejamento deve determinar o investimento de
bens de capital, assim como os custos anuais de manutenção, de operação, instalação e amor-
tização do equipamento e considerar, além da conveniência econômica, os seguintes aspectos:
? condições específicas locais ou referentes à composição dos resíduos a tratar que
podem causar paradas acidentais de operação ou baixo rendimento da mesma;
? condições futuras e mudanças potenciais, tais como as relacionadas com regulamen-
tos e padrões;
? atitudes contrárias e a eventual oposição a uma ou mais opções de tratamento ou
eliminação.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 83
de compactação. Contudo, deve ser garantido o seu recobrimento imediato com terra, se-
guindo uma metodologia de operação e controle próprios para evitar riscos aos operadores
e garantir condições ideais de proteção ao meio ambiente.
Considerando que na grande maioria dos municípios brasileiros não existem aterros sanitá-
rios e que os resíduos sólidos são dispostos em lixões, é importante fomentar a mudança de
atitude sobre a gestão dos aterros municipais com o objetivo de garantir ao máximo a segurança.
É fundamental que as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada
estabelecimento de saúde desenvolvam um trabalho de sensibilização e envolvimento da
municipalidade e comunidades, para encontrar conjuntamente soluções mais seguras.
Aterro Sanitário
Uma vez que os RSS tenham sofrido segregação prévia e tratamento, o destino final do
produto resultante é um aterro sanitário. Esse método de disposição final consiste no
confinamento dos resíduos, no menor volume possível (por meio da compactação realizada
por tratores esteiras ou rolos compactadores) e no isolamento dos detritos em relação ao ar
livre, mediante sua cobertura diária com uma camada de solo, preferencialmente argila.
Fig. 38 - Esquema operacional de um aterro sanitário
Um aterro sanitário deve ter as seguintes características:
? célula de segurança em terreno adequadamente impermeabilizado, a fim de evitar
contaminação do solo e, em particular, do lençol freático;
? ambiente totalmente cercado (altura mínima de 2,5 metros) e vigiado 24 horas por
dia para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;
? dispor de um sistema de coleta e tratamento das águas de lixiviação antes de seu
lançamento;
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde84
É importante ressaltar que resíduos químicos
(Grupo B) e rejeitos radioativos (Grupo C) não
devem ser dispostos em aterro sanitário.
Fig. 39 - Esquema operacional de valas sépticas
? dispor de sistema adequado de captação de gases produzidos e posterior liberação
na atmosfera;
? dispor de sistema de proteção das águas subterrâneas;
? dispor de sistema de drenagem de águas pluviais;
? dispor de sistema de monitorização do lençol freático e do tratamento de líquidos percolados.
As valas sépticas são apontadas como uma das técnicas de engenharia para aterramento
de resíduos biológicos dos estabelecimentos de saúde.
Uma característica importante dessa técnica de disposição final é a sua utilização por
pequenos municípios brasileiros, principalmente, por serconsiderada uma alternativa sim-
ples e econômica para pequenos volumes de RSS com características infectantes. Essa solu-
ção é possível quando há eficiência na segregação dos resíduos biológicos pelas fontes
geradoras para que haja volumes reduzidos de RSS a serem confinados.
Valas Sépticas
Os critérios técnico-construtivos e operacionais da técnica de disposição final em valas
sépticas resultam de algumas recomendações extraídas de literatura especializada (ASSO-
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1987; BRACHT, 1993; COMPA-
NHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 1993; BERTUSSI FI-
LHO, 1994; AMARAL, 1999; RIBEIRO FILHO, 1999).
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 85
Critérios para Localização
A avaliação de aspectos ambientais e urbanísticos é extremamente importante na esco-
lha de áreas para implantação de valas sépticas. Características como, tipo de solo, profun-
didade do lençol freático e seu uso são elementos decisivos nessa avaliação.
Na seleção de áreas para implantação de valas sépticas, as condições comumente observadas são:
? estudo da região, com preferência por terrenos altos e secos não sujeitos a inundações ou
enxurradas;
? topografia plana ou pouco acidentada;
? evitar áreas com lençol freático aflorante ou muito próximo da superfície;
? preferência por áreas que apresentem solos argilosos ou terreno pouco permeável.
Aspectos Operacionais
Na operação das valas sépticas, os critérios mínimos a serem considerados são:
? a disposição dos resíduos (acondicionados em sacos plásticos) nas valas deve ser rea-
 lizada sem compactação para evitar o rompimento dos sacos;
? após o preenchimento total das valas, deve ser feito o seu recobrimento com uma
camada de regularização de 60 cm de solo (material deixado ao lado no momento da
escavação). Fazer uma superfície curva na cobertura final, de forma a facilitar o esco-
amento das águas pluviais;
? demarcar as valas com estacas permanentes e identificá-las para evitar novas es-
cavações no local;
? manter registro das datas de abertura e fechamento das valas e também do volume
depositado na área.
Infra-estrutura Básica para Valas Sépticas
A infra-estrutura básica para valas sépticas consiste em:
? área totalmente cercada;
? vigilância para controle do acesso;
? acesso facilitado às frentes de confinamento, podendo ser usado cascalho para pavimentação;
? sinalização na entrada e cerca com placas indicativas de perigo;
? iluminação e abastecimento de água;
? instalação de apoio para que no mínimo sejam realizadas alimentação, higiene pessoal
e lavagem de utensílios pela equipe operacional.
A partir dessas recomendações, três pontos devem ser analisados:
?? critérios para localização;
? aspectos operacionais;
? infra-estrutura básica.
PLANO DE
GERENCIAMENTO
VI
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 89
VI - PLANO DE GERENCIAMENTO
ADMINISTRAÇÃO E RESPONSABILIDADE
O correto gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde passa pela redução ou
minimização dos resíduos gerados, pela prevenção à saúde dos trabalhadores envolvidos no
processo e pela garantia da manutenção da qualidade ambiental. Para tal, torna-se necessá-
ria a implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.
O PGRSS deverá contemplar as quantidades e características dos resíduos gerados,
classificação, condições de segregação, acondicionamento, armazenamento temporário, trans-
porte, tecnologias de tratamento, formas de disposição final e programas de controle na
fonte (3R - Redução, Reutilização e Reciclagem), objetivando a eliminação de práticas e
procedimentos incompatíveis com a legislação e normas técnicas pertinentes.
A Resolução do CONAMA nº 5/93, em seu art. 1º, define Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos como: documento integrante do processo de licenciamento ambiental,
que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos
estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondiciona-
mento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a pro-
teção à saúde pública.
Para gerir o PGRSS é necessário um responsável técnico, conforme fixado no art. 6º da
Resolução do CONAMA nº 5/93. A função de responsável técnico deve ser exercida por
um técnico especializado, devidamente treinado nas áreas sanitária e ambiental.
CRITÉRIOS BÁSICOS PARA O GERENCIAMENTO
Antes de detalhar os passos necessários para a implementação de um PGRSS, recomen-
da-se criar estratégias para eliminar ou reduzir a quantidade dos resíduos gerados e posteri-
ormente realizar a classificação dos RSS conforme estabelecido nas Resoluções do CONAMA
nº 5/93 e nº 283/01. Classificar os RSS é um passo indispensável para proceder sua segre-
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde90
Fig. 40 - Segregação dos RSS
gação. A segregação cumpre uma função básica, pois entre os RSS só uma pequena parte é
perigosa para a saúde (entre 10% e 25% do total de resíduos gerados - quadro 02), o
restante está constituído por resíduos comuns, semelhantes aos resíduos domiciliares.
Reduzir ao mínimo os resíduos gerados é a meta que o PGRSS tem que necessariamente
perseguir. É possível que, no início de sua implementação, os resultados possam estar mui-
to longe da meta esperada e alcancem proporções de 55% de resíduos comuns e 45% de
resíduos que merecem tratamento especial. Mas certamente, com um bom sistema de
capacitação de pessoal, de controle e correções progressivas, será possível alcançar os resul-
tados esperados.
A segregação dos RSS, tem como principais objetivos:
? Reduzir os riscos: enquanto os RSS (comuns e perigosos) forem manejados juntos,
toda a massa de resíduos produzida será potencialmente perigosa.
? Baixar os custos de gestão: minimizando a massa de resíduos que necessitam de
tratamento especializado por sua periculosidade.
? Permitir a reciclagem: a separação entre os RSS dos Grupos A, B e C e os resíduos
comuns (Grupo D) permite que estes últimos possam ser manejados sem nenhuma
precaução especial e eventualmente reciclados.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 91
PASSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PGRSS
A elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde pressu-
põe as seguintes etapas:
1ª - definir os objetivos gerais;
2ª - constituir a equipe de trabalho e designar as responsabilidades;
3ª - diagnosticar a situação atual;
4ª - elaborar de forma detalhada o PGRSS;
5ª - efetivar o PGRSS, garantindo uma adequada coordenação;
6ª - controlar e reavaliar periodicamente a implementação do PGRSS.
A realização de cada um desses passos requer a aprovação da direção do estabelecimento
de saúde e exige a coordenação das atividades com os departamentos e setores envolvidos.
1º Passo - Definir os Objetivos Gerais
Em primeira instância, a direção do estabelecimento de saúde deve definir os objetivos
gerais. Propõe-se, no mínimo, a definição dos seguintes objetivos:
? melhorar as medidas de segurança e higiene no trabalho;
? proteger a saúde e o meio ambiente;
? cumprir a legislação vigente;
? reduzir a quantidade e a periculosidade dos resíduos perigosos;
? substituir os materiais perigosos, sempre que possível, por outros de menor
periculosidade.
2º Passo - Constituir a Equipe de Trabalho e Designar Responsabilidades
Este passo consiste em formar a equipe de trabalho, estabelecer a estrutura organizacional
e definir as responsabilidades da gestão dos RSS em todos os níveis.
A estrutura organizacional deve acontecer não só na implantação do PGRSS, como
também na sua administração diária, uma vez implementado. Trata-se de definir quem faz
o que e quais são as responsabilidades administrativas de cada nível. O grupo de profissio-
nais escolhidos, dirigidos e coordenados por um profissional de nível superior, deverá uti-
lizar o apoio profissional da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares e do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT),organismos
que, por suas composições e funções, são os mais indicados para garantir o aporte
multidisciplinar para a solução da problemática dos RSS.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde92
Fig. 41 - Equipe responsável pelo PGRSS
As principais tarefas da CCIH e do SESMT em relação ao PGRSS são:
? avaliar a eficiência do sistema de manejo;
? reportar à direção médica as denúncias de irregularidades na gestão, recomendando
as medidas corretivas;
? sugerir os conteúdos da capacitação de pessoal e estabelecer programas de informa-
ção e comunicação, dirigidos à população em geral.
O primeiro passo para a formação da equipe é a nomeação de um profissional respon-
sável por coordenar as etapas de análise e diagnóstico, elaboração e implementação do
PGRSS. Será sua responsabilidade manter informada a direção médica, a CCIH e o SESMT.
Para definir o perfil deste profissional e sua situação no quadro de funcionários do
estabelecimento de saúde devem ser levados em conta os aspectos seguintes:
? é necessário um profissional habilitado, que tenha os conhecimentos técnicos ade-
quados para desenhar um PGRSS;
? é conveniente que este funcionário se encarregue, além do manejo dos RSS, de todos
os processos de saneamento ambiental referentes ao bom funcionamento do hospital;
? de acordo com as responsabilidades que este cargo implica, recomenda-se que sua
localização no organograma do estabelecimento de saúde esteja no mesmo nível que
o gerente de compras;
? em centros de saúde e hospitais menores deve-se verificar a possibilidade da respon-
sabilidade pela gestão dos RSS ser outorgada a um inspetor de saúde.
Além do técnico responsável pelo PGRSS, a equipe deve ser composta de no mínimo
três técnicos, que representem os setores mais expostos a riscos na gestão dos RSS perigo-
sos, devendo envolver:
? representante da equipe médica (preferencialmente um epidemiologista);
? representante da equipe de esfermagem e demais técnicos de saúde;
? representante da equipe de limpeza e higienização.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 93
É importante, dentro de cada setor, escolher pessoas que possam transformar-se natu-
ralmente em facilitadores no processo de conscientização e motivação.
Os níveis de responsabilidade no manejo dos RSS podem variar de um estabelecimento
de saúde para outro segundo o organograma existente, devendo contemplar as seguintes
responsabilidades:
? A direção do estabelecimento de saúde tem a responsabilidade de assegurar que
os RSS sejam manuseados de forma a garantir a segurança do pessoal, dos pacientes,
da comunidade e do meio ambiente.
? A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar tem a responsabilidade de fazer
chegar à direção as recomendações para a prevenção de infecções relacionadas com
os RSS e fará com que as normas e procedimentos sejam aplicados de acordo com
estas recomendações. É responsável também pela aprovação dos métodos para o
manejo e tratamento dos RSS.
? O encarregado do Gerenciamento dos RSS é responsável pelo funcionamento
do PGRSS e pela aplicação das respectivas normas de segurança.
? Os supervisores, em cada nível, têm a responsabilidade de controlar a correta exe-
cução do PGRSS e das normas de manejo interno, em particular, as que se referem
ao manejo dos perfurocortantes, a segurança nas práticas de operação do pessoal, a
correção dos erros e as condições inadequadas que podem causar danos pessoais ou
danos às estruturas.
? O Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho tem a respon-
sabilidade de garantir a saúde ocupacional dos trabalhadores envolvidos e de monitorar
os riscos existentes no processo.
? O pessoal envolvido é responsável pelo êxito ou fracasso de qualquer programa de
segurança. Cada um é responsável pelo cumprimento de medidas de segurança, das
regulamentações e dos procedimentos que sua atividade exige, tanto para sua própria
proteção como para a dos companheiros de trabalho. Cada pessoa envolvida no
manejo é responsável por informar ao supervisor imediato todos os fatos relaciona-
dos com situações que podem provocar danos pessoais, enfermidades, danos estru-
turais, qualquer ação ou condição que possa causar tais acidentes.
? As empresas de transporte externo e tratamento final contratadas para este fim
ou as municipais são responsáveis por fazer com que o manejo, o tratamento e o
destino final dos RSS perigosos atendam às normas estabelecidas e que, mesmo na
ausência destas, não se verifiquem situações que ponham em risco a comunidade
envolvida ou o meio ambiente.
Inicialmente deve ser levantada toda legislação ambiental, de saúde e trabalhista aplicável,
bem como as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, pertinentes.
3º Passo - Diagnóstico da Situação
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde94
Pretende-se atingir as seguintes metas:
? obter, para cada departamento ou serviço e para o conjunto do estabelecimento de saúde,
um inventário preciso da natureza, da quantidade e do nível de risco dos RSS gerados,
contemplando geração contínua, eventual e o passivo existente, especificando:
? volume;
? descrição física (sólido, semi-sólido, pastoso ou líquido);
? aspectos gerais;
? classificação;
? condições de acondicionamento;
? segregação (se ocorrer);
? condições de transporte interno;
? armazenamento interno;
? tratamento interno (pré-tratamento);
? armazenamento externo;
? condições de coleta e transporte externo;
? tratamento;
? disposição final.
? obter informações referentes ao estado de limpeza e às condições sanitárias de cada
serviço gerador para poder identificar as zonas de maior risco;
? obter os indicadores e parâmetros necessários para monitorar o funcionamento do PGRSS;
? inventariar e avaliar os métodos e as medidas em uso no estabelecimento de saúde
para a gestão dos RSS, como por exemplo manuais de procedimentos, técnicas de
utilização, lugares de disposição e armazenamento e o custo atual que estas gestões
representam.
A realização deste diagnóstico exige a colaboração dos responsáveis de cada um dos
setores, serviços e unidades geradoras de resíduos.
Poderá ser realizada uma auditoria, por um organismo externo ou pessoal interno com
experiência na área de RSS, para melhor subsidiar o estabelecimento do PGRSS.
A auditoria ambiental é um instrumento metodológico que permite uma avaliação siste-
mática, periódica e documentada do sistema de gestão, incluindo a disponibilidade dos
equipamentos necessários, a fim de assegurar a proteção ambiental.
A auditoria ambiental é um instrumento que nos permite saber o que, como, quando,
quanto e onde os resíduos são gerados, como também que tipo de operações e processos se
realizam e que tipo de medidas devem ser tomadas durante o desenvolvimento do PGRSS.
Deverá ser acompanhada pelo profissional que coordenará o PGRSS, considerando que
este acompanhamento possibilitará a aquisição de conhecimentos e informações sobre a
real situação do estabelecimento de saúde frente ao manejo dos resíduos.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 95
O diagnóstico é necessário para o correto dimensionamento dos equipamentos, recipi-
entes, sacos plásticos, adequação dos espaços físicos, adoção de medidas de controle na
fonte, minimização de resíduos, reutilização, programa de reciclagem, identificação das
principais carências, direcionamento dos treinamentos e busca de alternativas de tratamento
compatíveis com a realidade administrativa-financeira do estabelecimento, disponibilidade
de recursos humanos e existência de tecnologias apropriadas.
4º Passo - Elaboração do PGRSS
Este passo consiste em planejar de maneira detalhada e precisa a organização que se
porá em prática para alcançar os objetivos definidos.
É aconselhável iniciar o desenvolvimento do PGRSS em um setor que tenha boas pos-
sibilidades de alcançar os objetivos para servir de exemplo para o pessoal que lá trabalha e
permitir a comparação com as práticas anteriores. Depois da implementação do plano pilo-
to, deve-se estudara forma de generalizá-lo melhorando seu funcionamento a partir dos
erros e acertos obtidos. Independentemente da modalidade elegida, o PGRSS deve cum-
prir, pelo menos, os seguintes pontos:
? prever os recursos humanos, financeiros (contratos externos, aquisição de equipamentos,
etc.) e materiais necessários (recipientes, etiquetas, sacos, equipamentos de segurança, etc.);
? prever e realizar os contratos com os provedores de serviços externos, contemplan-
do tanto aspectos de custo como de responsabilidade;
? definir o fluxo de operações e as normas de manejo para cada categoria de resíduos e as
políticas e procedimentos necessários. Alguns estabelecimentos de saúde já possuem nor-
mas ou planos de manejo. Dessa maneira devem ser estudadas as modificações necessári-
as para adaptá-las à nova situação criada pela implementação do PGRSS, identificando
também profissionais que já tenham responsabilidade neste âmbito para que se envolvam
nesse novo plano.
No momento da elaboração do PGRSS é importante revisar, à luz dos resultados da
auditoria ambiental, os objetivos definidos no começo do processo. Finalmente, com as
informações disponíveis, será possível avaliar a factibilidade de outras práticas para reduzir
a produção de resíduos perigosos. Não se deve esquecer que a forma mais fácil de reduzir
os custos de gestão dos RSS é diminuir sua geração.
Este passo exige um planejamento detalhado de todas as atividades necessárias para
implementação do PGRSS sendo que, em uma primeira etapa, pode ser decidido iniciar a
execução do PGRSS, simultaneamente, em vários departamentos ou serviços, ou ainda
aplicá-lo prioritariamente a certos tipos de resíduos.
Entre os pontos essenciais para a implementação, é necessário prever as atividades de
sensibilização, informação e capacitação do pessoal mediante treinamento continuado e também a
divulgação, informação e conscientização em todos os níveis hierárquicos do estabelecimento.
5º Passo - Implementação e Coordenação do PGRSS
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde96
6º Passo - Controle, Avaliação e Revisão do PGRSS
A fim de garantir que os resultados predeterminados sejam alcançados, deve-se monitorar
e corrigir as ações implementadas, mediante a avaliação e o controle sistemáticos dos fato-
res críticos que incidem no processo.
Uma boa monitoração serve também para que a gerência conheça o potencial de orga-
nização do estabelecimento, sua capacidade de realizar com rapidez os ajustes necessários e
entender a importância de responder com prontidão as necessidades.
Em termos gerais pode-se dizer que a avaliação deve ser implementada a partir dos
objetivos e das metas previstas no PGRSS e deve responder aos padrões estabelecidos na
auditoria ambiental.
O referencial teórico metodológico do Sistema de Avaliação dos Subprojetos do Com-
ponente I foi apresentado no Volume I da Série Sistema de Avaliação do Projeto REFORSUS
(BRASIL, 1999b) e deverá orientar a avaliação das intervenções na Área de Impacto
Ambiental.
A avaliação preconiza a coleta sistemática de informações sobre as atividades, produtos e resul-
tados, possibilitando uma análise crítica do processo e a tomada oportuna de decisões que aumen-
tem a efetividade das ações. Para tanto, a avaliação deve estar integrada ao cotidiano da gestão.
Tendo em vista o caráter pragmático da avaliação como instrumento da gerência do PGRSS,
sugere-se adotar os princípios preconizados pela Organização Mundial de Saúde:
? Avaliação como um meio sistemático de aprender empiricamente e de utilizar as
lições aprendidas para a melhoria das atividades em curso. Ou seja, o objetivo da
avaliação é conhecer para melhorar os serviços ainda durante a sua execução;
? Avaliação deve ser flexível e adaptável às distintas situações e circunstâncias apresen-
tadas, além de ser um processo contínuo e dinâmico e, portanto, integrado à gestão.
A identificação dos problemas no manuseio dos Resíduos de Serviços de Saúde deve ter suas
causas identificadas e as soluções deverão ser propostas e implementadas no PGRSS. Para
permitir a comparação da situação antes e após as intervenções, devem ser selecionados indica-
dores de avaliação que permitam a monitorização e acompanhamento das ações.
Os indicadores são instrumentos estatísticos que servem para avaliar e controlar os
resultados alcançados com a implementação de um projeto. Considerando as dificuldades
de se obter indicadores nesta Área de Impacto Ambiental, devido ao fato de que ainda não
foi publicada nenhuma norma nacional ou internacional sobre indicadores para avaliação
de desempenho ambiental de um estabelecimento de saúde, relaciona-se a seguir, como
sugestão, diferentes categorias de indicadores.
Indicadores de Desempenho Ambiental
? Taxa de Pessoal com Capacitação
TPC = nº de funcionários capacitados no EAS no período x 100
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 97
 Total de funcionários no mesmo EAS e período
? Taxa de Departamentos com Materiais e Equipamentos de Biossegurança
TDB = nº de departamentos equipados no EAS no período x 100
 Total de departamentos no mesmo EAS e período
Indicadores de Condições Ambientais
? Taxa de Infecção Hospitalar
TIH = nº de Infecções Hospitalares no EAS no período x 100
 Total de saídas no mesmo EAS e período
? Taxa de Infecção Hospitalar por RSS
TIHR = nº de infecções por resíduo no EAS no período x
100
 Total de pacientes com infecção hospitalar no mesmo EAS e período
? Taxa de Acidentes de Trabalho por RSS
TATR = nº de acidentes por RSS no EAS no período x 100
 Total de acidentes no mesmo EAS e período
? Taxa de Resíduos de Serviços de Saúde
TRSS = peso dos resíduos dos grupos A+B+C no EAS no período x 100
 peso dos resíduos dos grupos A+B+C+D no mesmo EAS e período
? Taxa de Infecção pela Água de Hemodiálise, quando couber:
TIAH = nº de pacientes infectados em hemodiálise no EAS no período x 100
 nº total de pacientes em hemodiálise no mesmo EAS e período
A avaliação é um processo de determinação da extensão do cumprimento das metas e dos
objetivos do PGRSS. Deve ser contínua, possibilitando a análise crítica do processo e a toma-
da de decisões. Serve também para checar o estado dos equipamentos em uso e a possibilida-
de de aquisição de novos que permitam reduzir os custos e melhorar o serviço.
TREINAMENTO E
CAPACITAÇÃO
VII
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 101
VII - TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO
Fig. 42 - Treinamento de pessoal
Implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde significa,
além de elaborar o referido plano, promover treinamentos continuados para todos os envol-
vidos no trato dos resíduos.
Por diferentes razões, a redução e a segregação dos Resíduos de Serviços de Saúde
representam a chave do sucesso no gerenciamento desses resíduos. É nesta etapa que inter-
vém um grande número de pessoas, a maior parte delas ocupadas em atender o paciente,
muitas vezes em condições de urgência. Para os médicos, enfermeiras e auxiliares, os resí-
duos gerados podem parecer um aspecto de pouca importância, a menos que tenham sido
capacitados.
Na realidade, a segurança e o bem estar do pessoal que maneja os RSS dependem, em
boa parte, da capacitação e motivação dos médicos, enfermeiros, pacientes e de todo o
pessoal que interage na geração desses resíduos.
É importante lembrar que o pessoal da limpeza, que tem acesso a todas as seções do estabe-
lecimento de saúde, deve se sentir parte importante da equipe e deverá receber uma cuidadosa
capacitação para entender como a limpeza é fator importante no tratamento do paciente.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde102
 A capacitação reduz os acidentes de trabalho,
diminui os custos operacionais e aumenta a
eficiência do serviço.
Fig. 43 - Manuseio dos RSS
A fim de formar uma consciência coletiva, a elaboração do PGRSS deverá incluir a
capacitação dopessoal direta e indiretamente envolvido com os RSS, para que sejam conheci-
dos os métodos utilizados e os possíveis riscos ao ambiente de trabalho e ao meio ambiente.
A lista de acidentes de trabalho é um bom indicador para definir os aspectos que o
programa de capacitação deve levar em consideração, segundo as condições específicas de
risco do estabelecimento de saúde.
Não se deve esquecer que entre os objetivos do PGRSS inclui-se a segurança ocupacional
intra-estabelecimento de saúde. A capacitação permite identificar os perigos e aumentar a segu-
rança no ambiente de trabalho, reduzindo o índice de acidentes e de enfermidades derivadas.
É muito importante que todos os envolvidos recebam informações sobre as caracterís-
ticas de cada uma das etapas do processo de manejo dos RSS: segregação, coleta, identifica-
ção, armazenamento e transporte. Também devem ser ampliados os conhecimentos sobre
os riscos potenciais que os RSS representam na transmissão de enfermidades
Será tarefa da CCIH definir conteúdos, métodos e freqüência da capacitação para cada
estabelecimento de saúde. O treinamento básico envolvendo o manejo dos RSS deverá
abordar, no mínimo, a seguinte estrutura curricular:
Educação Ambiental
? Meio ambiente e produção limpa (conceitos de ambientes físicos, bióticos e antrópicos,
unidades de conservação, ecossistemas, produção limpa, tecnologias limpas e
ecoeficiência);
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 103
? Poluição ambiental (fontes de poluição, impactos ambientais, degradação ambiental,
legislação ambiental, poluentes ambientais e padrões de controle ambiental).
? Cidadania ambiental (procedimentos práticos para atitudes cotidianas mais ecológi-
cas e ações ambientais na comunidade).
Controle de Água de Abastecimento
? Formas adequadas de armazenamento de água;
? Fontes alternativas de água de abastecimento;
? Uso e conservação da água;
? Processos de limpeza de reservatórios de caixa d’água;
? Desinfecção de reservatórios de caixa d’água;
? Amostragem de água de abastecimento;
? Monitorização da qualidade da água consumida;
? Processos de tratamento de água (hemodiálise e outros).
Controle de Efluentes Líquidos e Gasosos
? Não geração e minimização de geração de efluentes líquidos e emissões atmosféricas;
? Segregação dos efluentes líquidos gerados;
? Processos de tratamento de efluentes líquidos e gasosos;
? Padrões e normas de lançamento de efluentes líquidos e gasosos.
Controle de Resíduos Sólidos
? Classificação dos resíduos sólidos;
? Não geração e minimização da geração de resíduos sólidos;
? Sistema de segregação interna dos resíduos;
? Acondicionamento de resíduos;
? Transporte interno de resíduos;
? Armazenamento de resíduos;
? Processos de desinfecção e tratamento de resíduos;
? Destinação final de resíduos.
Riscos e Ambientação
? Sistema de armazenamento de gases;
? Processos de armazenamento de produtos tóxicos;
? Controle de sistema de refrigeração ambiental;
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde104
? Limpeza e organização dos ambientes;
? Instalação de gases especiais;
? Biossegurança.
Transformar a realidade atual para diminuir os impactos negativos causados pelos RSS
tanto à saúde pública quanto ao meio ambiente pressupõe um trabalho integrado entre
todos os segmentos da sociedade (prestadores de serviços de saúde, Poder Público e comu-
nidade) com implementação de programas de educação ambiental e de treinamento conti-
nuado que sensibilize, oriente corretamente e acompanhe todo o processo de gerenciamento
dos referidos resíduos, da geração até a disposição final.
A população em geral também deve ser conscientizada sobre a educação sanitária, visto
que um público informado, consciente dos riscos potenciais que enfrenta, passará a fiscali-
zar o correto gerenciamento dos RSS.
É importante a existência de um programa de educação continuada dirigido às autorida-
des municipais, às empresas de coleta de lixo, aos centros de saúde locais, às associações de
bairro, às comunidades carentes e aos catadores de lixo. Estes últimos necessitam de aten-
ção especial para a proteção de sua saúde e inserção no contexto de valorização social.
Uma das possíveis formas de conscientizar a população sobre estes temas é a realização
de campanhas educativas utilizando cartazes, folhetos e aproveitando situações ou lugares
propícios, como por exemplo as salas de espera das consultas médicas.
Os resíduos perfurocortantes gerados no domicílio necessitam de atenção especial. Po-
dem ser o resultado da visita de uma enfermeira, de uma equipe do Programa Saúde da
Família (PSF) ou de um autotratamento, como é o caso dos diabéticos. É necessário lançar
campanhas publicitárias para advertir aos usuários regulares de seringas que estas nunca de-
vem ser descartadas junto com o lixo doméstico sem antes dispô-las em um recipiente tampa-
do e resistente. Além disto, deve-se informar, aos profissionais que atendem em domicílios,
que os resíduos gerados nas visitas devem ser levados consigo para um descarte correto.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 105
1 - GLOSSÁRIO
AGRAVO - fenômeno de encontro entre uma situação de trabalho que contém em si um
acidente potencial e um evento disparador que forneceria as condições concretas de
passagem do potencial para o real. É reconhecido e definido por lei. Engloba o acidente
de trabalho, a doença profissional e a doença do trabalho.
ATERRO SANITÁRIO - técnica de confinamento de resíduos situada, designada,
construída e operacionalizada de acordo com os princípios científicos da engenharia, de
forma a não causar danos ambientais e à saúde pública.
CITOTÓXICOS - substâncias capazes de alterar a estrutura das células.
DECAIMENTO - diminuição da propriedade de radioatividade de certos materiais.
EQUIPO - conjunto de circuitos.
ESTABELECIMENTO DE SAÚDE - edificação, destinada à prestação de assistência
à saúde da população, que demande o acesso de pacientes em regime de internação ou
não, qualquer que seja o seu nível de complexidade.
IMPERMEABILIZAÇÃO - elemento de proteção ambiental constituído por uma cama-
da natural de solo argiloso e outra artificial (manta sintética).
INFECTANTE - que pode causar uma infecção ou transmitir doenças.
IRRADIAÇÃO - emissão de substâncias que se espalham por feixe de partículas.
INFECÇÃO HOSPITALAR - que se desenvolve em paciente hospitalar ou de outro servi-
ço de assistência e que não estava incubada no momento da hospitalização. Pode também
ser o efeito residual de uma infecção adquirida durante uma hospitalização anterior, inclu-
sive as infecções contraídas no hospital, que aparecem depois que o enfermo teve alta, e as
que se registram entre o pessoal e os visitantes do hospital.
LENÇOL FREÁTICO - nível d’água situado abaixo do solo.
LIXIVIAÇÃO - operação de separar certas substâncias, por meio de lavagem ou remoção
de parte dos constituintes originais de um material, usando o solo/rocha como meio,
artificialmente ou por intemperismos.
MATERIAIS PERFUROCORTANTES - materiais pontiagudos ou que contenham fios
de corte capazes de causar perfurações ou cortes (agulhas, escalpes, bisturis, lâminas,
cacos de vidros e ampolas).
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde106
MEIO AMBIENTE - conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química, biológica, sócio-econômica e cultural, que permitem, abrigam e regem a
vida em todas as suas formas.
NEXO CAUSAL - vínculo entre o agravo e a existência de fatores de risco para o desen-
volvimento do agravo.
PATÓGENOS - agentes capazes de produzir doenças.
PERCOLADO - movimento de líquido através dos poros do solo ou fissuras de um solo
sob pressão hidrodinâmica.
PIPETA DE PASTEUR - tubo de vidro, com uma escala para graduação de volumes,
usado em operações de laboratório na transferência de líquidos que dele são aspirados.
PLACA DE PETRI - recipiente circular e muito raso, geralmente de vidro ou matéria
plástica, usado em laboratórios para o cultivo de microrganismos.
QUIMIOTERÁPICO- produto químico, que inibe o crescimento ou a produção de células,
utilizado em tratamento antineoplásico (que combate tumores). São exigidos cuidados es-
peciais no seu manuseio.
RADIOATIVO - material contaminado com radionuclídeos ou outro elemento radioativo
em quantidades superiores aos limites especificados na norma CNEN-NE-6.02 -
Licenciamento de Instalações Radioativas.
RECICLAGEM - conjunto de ações que permitem o reaproveitamento de materiais pre-
sentes no lixo ou processamento de materiais considerados como lixo.
RISCO - probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um
fenômeno indesejado.
SANEANTE DOMISSANITÁRIO - substância ou preparação destinada à higienização,
desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos ou públicos, em luga-
res de uso comum e no tratamento da água.
SEGREGAÇÃO - operação de separação dos resíduos, no momento da geração, de acor-
do com a sua classificação.
SÉPTICO - que contém agentes capazes de produzir doenças.
SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS - elemento de proteção ambiental
com a finalidade de evitar o escoamento de águas superficiais e pluviais por meio da
massa de resíduos sólidos infecciosos depositada.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS - técnica ou processo utilizado para transformar as
características iniciais dos resíduos.
TÓXICO - que tem propriedade de envenenar.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - conjunto de ações que proporcionam o conheci-
mento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar
as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou preve-
nir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 107
2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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