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GESTÃO-DE-RESÍDUOS-E-MEIO-AMBIENTE-3

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1 
 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS E MEIO AMBIENTE 
1 
 
 
Sumário 
 
Sumário .................................................................................................................... 1 
1. NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................... 2 
2. Introdução ........................................................................................................... 3 
3. Os resíduos sólidos............................................................................................ 6 
1. Definição ..................................................................................................................... 6 
2. Classificação dos resíduos dos serviços de saúde ......................................................... 7 
3. Riscos potenciais dos resíduos para o ser humano e meio ambiente ......................... 10 
4. Vantagens da gestão dos resíduos sólidos ................................................................. 11 
4. Gestão dos resíduos sólidos ........................................................................... 13 
1. Lei n. 12.305/2010..................................................................................................... 13 
2. Gerenciamentos dos resíduos dos serviços de saúde ................................................. 16 
3. Etapas do gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde (RSS) ........................... 17 
 Geração e segregação ............................................................................................ 17 
 Coleta .................................................................................................................... 18 
 Separação e acondicionamento dos resíduos sólidos ............................................. 18 
 Coleta, armazenagem e transporte ........................................................................ 20 
 Tratamento dos resíduos sólidos ........................................................................... 21 
 Disposição final ...................................................................................................... 23 
5. Referências ....................................................................................................... 27 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
1. NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
2. Introdução 
 
Meio ambiente e ecossistema saturados e desgastados pela atividade humana é fato! 
Igualmente o consumismo e o desperdício, são características que o ser humano vem 
desenvolvendo de maneira acentuada já faz algumas décadas. 
O descarte acentuado e irregular de resíduos sólidos contribui para a poluição do meio 
ambiente, também é um fato. 
 
Figura 1 – Resíduos sólidos x meio ambiente 
 
Pois bem, o tema Resíduos Sólidos (RS) tem sido atualmente objeto de preocupação 
na sociedade moderna, sendo amplamente discutido, sobretudo nos últimos anos, 
com o aumento da população mundial aliado às formas de vida caracterizadas pelo 
consumo de produtos industrializados e descartáveis, levando a um preocupante 
aumento na geração de resíduos (HADDAD, 2006; REZENDE, 2006). 
A geração de resíduos pelas diversas atividades humanas constitui-se atualmente em 
um grande desafio a ser enfrentado pelas administrações municipais, sobretudo nos 
grandes centros urbanos. 
A partir da segunda metade do século XX, com os novos padrões de consumo da 
sociedade industrial, a produção de resíduos vem crescendo continuamente em ritmo 
superior à capacidade de absorção da natureza. Nos últimos 10 anos, a população 
brasileira cresceu 16,8%, enquanto que a geração de resíduos cresceu 48% (Fonte: 
4 
 
 
IBGE, 1989/2000). Isso pode ser visto no aumento da produção (velocidade de 
geração) e concepção dos produtos (alto grau de descartabilidade dos bens 
consumidos), como também nas características "não degradáveis" dos resíduos 
gerados. Além disso, aumenta a cada dia a diversidade de produtos com 
componentes e materiais de difícil degradação e maior toxicidade. 
O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de 
colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais 
e futuras gerações. 
Os resíduos dos serviços de saúde - RSS se inserem dentro desta problemática e 
vêm assumindo grande importância nos últimos anos. 
 
Figura 2 – Resíduos dos serviços de saúde 
 
Tais desafios têm gerado políticas públicas e legislações tendo como eixo de 
orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde. Grandes 
investimentos são realizados em sistemas e tecnologias de tratamento e minimização 
(BRASIL, 2006). 
A problemática dos resíduos sólidos é uma das mais graves da sociedade moderna, 
considerada como sendo a civilização dos resíduos. Isso se deve ao aumento da 
população mundial, implicando no crescimento do uso de reservas do planeta, na 
produção de bens e, consequentemente, na geração de resíduos. 
Vale frisar de imediato o que consta na Constituição Federal, Art. 225, do Meio 
Ambiente: 
5 
 
 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações 
(BRASIL, 2000). Porém, como observa Costa et al (2004) percebe-se que os recursos 
naturais vêm sendo explorados de forma errônea e a consequência disso, é o 
desequilíbrio ambiental, onde um dos grandes problemas é a produção crescente de 
resíduos sólidos, nestes compreendidos os resíduos sólidos de serviços de saúde. 
As breves assertivas serão discutidas ao longo desse caderno. Veremos conceitos, 
classificação dos resíduos sólidos e sua gestão que passa pela Lei n. 12.305/2010 e 
as etapas do gerenciamento de resíduos sólidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
3. Os resíduos sólidos 
1. Definição 
 
Os resíduos sólidos, que normalmente são conhecidos como lixo, podem ser 
conceituados como tudo que é descartado e considerado sem utilidade pelo homem, 
podendo ser classificados como resíduos urbanos, domiciliar, comercial, público, 
especial, industrial, atômico, espacial e radioativo e de serviços de saúde. 
Para os resíduos, a definição legal encontra-se na Resolução Conama 5, de 05/08/93, 
que se aplica aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais 
ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviço de saúde. Esta 
resolução serve de parâmetro ao definir resíduo sólido como sendo: “Resíduo em 
estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: 
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição”. 
Com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e àsaúde pública a NBR 
10.004/2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: classe I e classe II. 
Os resíduos classe I, denominados como perigosos, são aqueles que, em função de 
suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem apresentar riscos à saúde 
e ao meio ambiente. São caracterizados por possuírem uma ou mais das seguintes 
propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. 
Os resíduos classe II denominados não perigosos são subdivididos em duas classes: 
classe II-A e classe II-B. 
Os resíduos classe II-A - não inertes podem ter as seguintes propriedades: 
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 
Os resíduos classe II-B - inertes não apresentam nenhum de seus constituintes 
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, com 
exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor. 
Com relação a origem e natureza, os resíduos sólidos são classificados em: domiciliar, 
comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais 
rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção civil. 
7 
 
 
Com relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos pode-se 
agrupá-los em dois grandes grupos. 
O primeiro grupo refere-se aos resíduos sólidos urbanos, compreendido por: 
a) resíduos domésticos ou residenciais; 
b) resíduos comerciais; 
c) resíduos públicos. 
 
O segundo grupo, dos resíduos de fontes especiais, abrange: 
a) resíduos industriais; 
b) resíduos da construção civil; 
c) rejeitos radioativos; 
d) resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários; 
e) resíduos agrícolas; 
f) resíduos de serviços de saúde (BRASIL, 2006). 
 
2. Classificação dos resíduos dos serviços de saúde 
 
A sociedade dotada de uma consciência comprometida e voltada a garantir a 
manutenção da qualidade de vida das futuras gerações, tem buscado mecanismos 
capazes de estimularem a criação de normas e diretrizes comprometidas com a 
implementação de uma política nacional séria, atrelada às tendências internacionais 
e fundamentada no avanço do conhecimento técnico-científico da humanidade. 
Objetivando minimizar a produção de resíduos e garantindo aos resíduos 
obrigatoriamente formados, destino seguro e adequado, permitindo proteção dos 
recursos naturais e meio ambiente, iniciativas voltadas a atender estas expectativas 
têm sido constantemente publicadas. 
8 
 
 
Especificamente, uma legislação voltada à área de saúde publicada, foi a Resolução 
RDC n. 33/ 2003, sendo esta voltada à necessidade de prevenir e reduzir os riscos à 
saúde e o meio ambiente, propondo gerenciando do destino correto dos resíduos dos 
serviços de saúde. 
Esta norma, em seu Capítulo IV, prevê a responsabilidade dos profissionais que, 
devidamente habilitados, deverão executar as atribuições concernentes. Abaixo, 
estão citados alguns conceitos básicos mencionados nesta Resolução, especial 
atenção dos profissionais farmacêuticos deverá recair sobre manejo dos resíduos 
concernentes ao Grupo B (Químicos) B1 – resíduos de medicamentos ou insumos 
farmacêuticos (produtos hormonais, antibacterianos, citostáticos, antineoplásicos, 
imunossupressores, anti-retrovirais...): 
 
Figura 3 – Classificação dos resíduos dos serviços de saúde 
 
De acordo com a RDC ANVISA n. 306/04 e Resolução CONAMA n. 358/05, os RSS 
são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E. 
 Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes 
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, 
podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, 
9 
 
 
carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais 
contendo sangue, dentre outras. 
Os resíduos do Grupo A não podem ser reciclados, reutilizados ou 
reaproveitados, inclusive para alimentação animal (CONAMA, 2005). 
 Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos 
apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, 
dentre outros. 
Os resíduos do Grupo B com características de periculosidade quando não 
forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, 
devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos (CONAMA, 
2005). 
 Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que 
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de 
eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e 
radioterapia etc. 
 Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou 
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: 
sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas 
administrativas etc. 
 Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de 
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, 
lancetas, espátulas e outros similares. 
Os resíduos também são classificados de acordo com o estado físico em: resíduos 
sólidos, efluentes líquidos e emissões gasosas. 
 
 
10 
 
 
3. Riscos potenciais dos resíduos para o ser humano e meio 
ambiente 
 
Existem muitos componentes ou resíduos perigosos gerados em processos 
produtivos sejam industriais ou de fontes inespecíficas e o contato dos agentes 
existentes nos resíduos sólidos ocorre principalmente através de vias respiratórias, 
digestivas e pela absorção cutânea e mucosa. Pelas vias respiratórias ocorre 
mediante a inalação de partículas em suspensão durante a manipulação dos resíduos. 
Pela via digestiva, pela ingestão de água poluída, vegetais, peixes, frutos do mar e 
outros alimentos contaminados. As atividades capazes de proporcionar dano, doença 
ou morte para os seres vivos são caracterizadas como atividades de risco. 
Os resíduos do serviço de saúde ocupam um lugar de destaque pois merecem 
atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento, 
armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) em decorrência dos 
imediatos e graves riscos que podem oferecer, por apresentarem componentes 
químicos, biológicos e radioativos. 
Dentre os componentes químicos destacam-se as substâncias ou preparados 
químicos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis, reativos, genotóxicos, mutagênicos; 
produtos mantidos sob pressão - gases, quimioterápicos, pesticidas, solventes, ácido 
crômico; limpeza de vidros de laboratórios, mercúrio de termômetros, substâncias 
para revelação de radiografias, baterias usadas, óleos, lubrificantes usados etc. 
Dentre os componentes biológicos destacam-se os que contêm agentes patogênicos 
que possam causar doença e dentre os componentes radioativos utilizados em 
procedimentos de diagnóstico e terapia, os que contêm materiais emissores de 
radiação ionizante (BRASIL, 2013). 
O risco ambiental, de acordo com Schneider (2004), é aquele que ocorre no meio 
ambiente e pode ser classificado de acordo com o tipo de atividade; exposição 
instantânea, crônica; probabilidade de ocorrência; severidade; reversibilidade; 
visibilidade; duração e ubiquidade de seus defeitos. 
 
11 
 
 
 
Anote aí: 
Risco à Saúde é a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos à saúde 
relacionados com a exposição humana a agentes físicos, químicos ou biológicos, em 
que um indivíduo exposto a um determinado agente apresente doença, agravo ou até 
mesmo morte, dentro de um período determinado de tempo ou idade. 
Risco para o Meio Ambiente é a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos ao 
meio ambiente, decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, 
causadores de condiçõesambientais potencialmente perigosas que favoreçam a 
persistência, disseminação e modificação desses agentes no ambiente. 
Especificamente sobre os RSS estes tem o potencial de contaminação do solo, das 
águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento em lixões ou aterros controlados 
que também proporciona riscos aos catadores, principalmente por meio de lesões 
provocadas por materiais cortantes e/ou perfurantes, e por ingestão de alimentos 
contaminados, ou aspiração de material particulado contaminado em suspensão. 
 
4. Vantagens da gestão dos resíduos sólidos 
 
De maneira geral, a gestão de resíduos é uma oportunidade de as empresas 
ganharem dinheiro com a compra e venda de resíduos. Através de uma das 
ferramentas da gestão, a coleta seletiva eficiente, permite a separação dos materiais 
recicláveis de qualidade que podem ser comercializados. 
Além disso, identifica deficiências do processo produtivo, reduzindo desperdícios e 
custos, aumentando a lucratividade dos negócios e contribuindo para 
o desenvolvimento sustentável. 
Contribui para uma imagem positiva diante de seus clientes, parceiros e a comunidade 
local, além da garantia do cumprimento dos requisitos legais, minimizando os riscos 
de multas e punições. 
12 
 
 
Atualmente, existem algumas plataformas que conectam as empresas que têm o 
interesse de vender e comprar resíduos. Como por exemplo, a plataforma Mercado 
de Resíduos. Ela cria oportunidades e otimiza a gestão de resíduos sólidos das 
organizações para melhor aproveitamento e destinação. 
Em se tratando dos RSS, evitar contaminação do meio ambiente e não expor a vida 
das pessoas a perigos já é a grande vantagem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
4. Gestão dos resíduos sólidos 
A gestão de resíduos significa adotar um conjunto de ações adequadas nas etapas 
de coleta, armazenamento, transporte, tratamento, destinação final e disposição final 
ambientalmente aceita, objetivando a minimização da produção de resíduos, visando 
à preservação da saúde pública e a qualidade do meio ambiente. 
 
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) do 
Ministério do Meio Ambiente, a gestão de resíduos deve garantir o máximo de 
reaproveitamento e reciclagem e a minimização dos rejeitos. 
A lei determina que cada gerador é responsável pelos resíduos gerados e, que devem 
ser segregados na fonte geradora. 
 
1. Lei n. 12.305/2010 
 
A Lei n. 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é 
bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário 
ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos 
decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. 
14 
 
 
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a 
prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para 
propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que 
tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação 
ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou 
reutilizado). 
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, 
importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de 
manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e 
embalagens pós-consumo e pós-consumo. 
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui 
instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, 
intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares 
elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 
Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países 
desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras 
e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando 
na Coleta Seletiva. 
Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do 
Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem 
de resíduos de 20% em 2015. 
A Lei sancionada incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos e se 
dispõe a trazer novas ferramentas à legislação ambiental brasileira. Ressaltam-se 
alguns desses aspectos quais sejam: 
1) Acordo Setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e 
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a 
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. 
2) Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de 
atribuições dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos 
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo 
dos resíduos sólidos pela minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos 
15 
 
 
gerados, bem como pela redução dos impactos causados à saúde humana e à 
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos 
desta Lei. 
3) Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social, 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra 
destinação final ambientalmente adequada. 
4) Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme 
sua constituição ou composição. 
5) Ciclo de Vida do Produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do 
produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o 
consumo e a disposição final. 
6) Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR: tem 
como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as funções 
ou processos de uma organização. Essencialmente é composto de um 
subsistema formado por pessoas, processos, informações e documentos, e um 
outro composto por equipamentos e seus meios de comunicação. 
7) Catadores de materiais recicláveis: diversos artigos abordam o tema, com o 
incentivo a mecanismos que fortaleçam a atuação de associações ou 
cooperativas, o que é fundamental na gestão dos resíduos sólidos. 
8) Planos de Resíduos Sólidos: O Plano Nacional de Resíduos Sólidos a ser 
elaborado com ampla participação social, contendo metas e estratégias 
nacionais sobre o tema. Também estão previstos planos estaduais, 
microrregionais, de regiões metropolitanas, planos intermunicipais, municipais 
de gestão integrada de resíduos sólidos e os planos de gerenciamento de 
resíduos sólidos (BRASIL, 2010). 
 
 
 
16 
 
 
2. Gerenciamentos dos resíduos dos serviços de saúde 
O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, 
planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e 
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos 
resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção 
dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio 
ambiente. 
De acordo com a ANVISA (2006), o Plano de Gerenciamento dos resíduos dos 
Serviços de Saúde - PGRSS é o documento que aponta e descreve as ações relativas 
ao manejo de resíduos sólidos, que corresponde às etapas de: segregação, 
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. 
Deve considerar as características e riscos dos resíduos, as ações de proteção à 
saúde e ao meio ambiente e os princípios da biossegurança de empregar medidas 
técnicas administrativas e normativas para prevenir acidentes. 
O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, 
dos recursos materiais e da capacitaçãodos recursos humanos envolvidos no manejo 
dos RSS. 
Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de 
Saúde - PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação 
estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS. 
O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta, 
transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde, 
estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas que veremos a 
seguir (BRASIL, 2006). 
Abaixo temos um modelo de fluxograma de PGRSS, ou seja, as etapas de manejo de 
resíduos. 
Para chegar a ele, é realizado um diagnóstico em todas as etapas, analisando a 
situação de cada setor (in loco) e em seguida, levantadas propostas medidas de 
adequação, que serão monitoradas no decorrer dos anos seguintes, contemplando 
assim, as atualizações contínuas do PGRSS. 
 
17 
 
 
 
Figura 4 – Modelo de etapa de manejo de resíduos 
 
 
3. Etapas do gerenciamento de resíduos dos serviços de 
saúde (RSS) 
 
 Geração e segregação 
Em cada local onde realiza uma determinada atividade, seja nas residências, seja nas 
ruas ou em estabelecimentos comerciais, a população gera resíduos. A composição 
desses resíduos é influenciada por fatores como hábitos alimentares, cultura, 
tradições, estilo de vida, clima e local. 
Todo resíduo gerado deve ser acondicionado de forma apropriada para ser recolhido 
pelo serviço de limpeza urbana. A qualidade da operação de coleta de resíduos 
depende do acondicionamento, armazenamento e disposição adequados dos 
recipientes no local, dia e horários estabelecidos para a coleta. 
Para os RSS, a separação correta e criteriosa permite o tratamento diferenciado, a 
racionalização de recursos despendidos, além de facilitar a reciclagem. Caso haja 
mistura de resíduos de classes diferentes, um resíduo não perigoso pode ser 
18 
 
 
contaminado e tornar-se perigoso, dificultando seu gerenciamento, bem como um 
aumento dos custos a ele associados (EBSERH, 2018). 
 
 Coleta 
A coleta é a operação de recolhimento dos resíduos onde eles são gerados 
(residências, estabelecimentos comerciais e vias públicas) e seu transporte até uma 
estação de transferência ou triagem, ou diretamente até a etapa de tratamento. 
A coleta pode ser feita de forma convencional (também chamada de indiferenciada), 
quando os resíduos não são separados previamente), ou diferenciada, quando a 
comunidade faz essa separação. A coleta diferenciada é, portanto, uma coleta seletiva 
de materiais segregados nas fontes geradoras, conforme sua constituição ou 
composição. Esse tipo de coleta é o mais recomendado e adequado para o tratamento 
de resíduos que seguirão para reciclagem. 
 
Figura 5 – Síntese das etapas de gerenciamento dos RSS 
 
 Separação e acondicionamento dos resíduos sólidos 
 
A empresa geradora dos resíduos deve ser responsável pela separação entre 
resíduos perigosos e resíduos comuns. Após a identificação e a sua separação, os 
resíduos devem ser colocados em recipientes adequados, para que se possa ter a 
sua coleta, tratamento e destinação final, de acordo com suas características 
(SIQUEIRA, 2001). 
19 
 
 
Acondicionar consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou 
recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível 
com a geração diária de cada tipo de resíduo. 
Um acondicionamento inadequado compromete a segurança do processo e o 
encarece. Recipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal 
fechados ou muito pesados), construídos com materiais sem a devida proteção, 
aumentam o risco de acidentes de trabalho. Os resíduos não devem ultrapassar 2/3 
do volume dos recipientes (BRASIL, 2006). 
 
Figura 6 – Acondicionamento de resíduos perfurocortantes 
 
Por exemplo, os resíduos perfurocortantes ou escarificantes - grupo E - devem ser 
acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, 
em recipiente rígido, estanque, resistente a punctura, ruptura e vazamento, 
impermeável, com tampa, contendo a simbologia. 
 
20 
 
 
 Coleta, armazenagem e transporte 
Coleta interna é aquela realizada, dentro do local gerador do resíduo, que consiste no 
recolhimento do lixo da lixeira, no fechamento dos recipientes e no transporte até o 
local determinado para armazenagem, até que se faça a coleta externa (SIQUEIRA, 
2001). 
É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois 
os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em 
áreas comuns. 
O termo armazenagem refere-se à guarda temporária dos resíduos, até que seja feita 
a coleta externa, que por sua vez, consiste no recolhimento do resíduo armazenado, 
até o veículo transportador, trabalho este realizado pelo profissional da empresa de 
coleta de lixo (SIQUEIRA, 2001). 
Os veículos utilizados para o transporte também dispõem de certas especificações e 
autorizações dos órgãos competentes, inclusive com vistorias regulares, para que não 
haja problemas até a destinação final dos resíduos (SIQUEIRA, 2001). 
A coleta e o transporte devem atender ao roteiro previamente definido e devem ser 
feitos em horários, sempre que factível, não coincidentes com a distribuição de roupas, 
alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de 
atividades. A coleta deve ser feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos 
e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. 
A coleta interna de RSS deve ser planejada com base no tipo de RSS, volume gerado, 
roteiros (itinerários), dimensionamento dos abrigos, regularidade, frequência de 
horários de coleta externa. Deve ser dimensionada considerando o número de 
funcionários disponíveis, número de carros de coletas, EPIs e demais ferramentas e 
utensílios necessários. 
O transporte interno dos recipientes deve ser realizado sem esforço excessivo ou risco 
de acidente para o funcionário. Após as coletas, o funcionário deve lavar as mãos 
ainda enluvadas, retirar as luvas e colocá-las em local próprio. Ressalte-se que o 
funcionário também deve lavar as mãos antes de calçar as luvas e depois de retirá-
las. 
21 
 
 
Os equipamentos para transporte interno (carros de coleta) devem ser constituídos de 
material rígido, lavável, impermeável e providos de tampa articulada ao próprio corpo 
do equipamento, cantos e bordas arredondados, rodas revestidas de material que 
reduza o ruído. Também devem ser identificados com o símbolo correspondente ao 
risco do resíduo nele contido. Os recipientes com mais de 400litros de capacidade 
devem possuir válvula de dreno no fundo (BRASIL, 2006). 
Para que o gerenciamento dentro e fora do estabelecimento possa ser eficaz é 
necessário que o poder público se envolva e estabeleça leis e regulamentos sobre a 
gestão de resíduos de serviços de saúde, assumindo o seu papel de gestor local. 
O pessoal envolvido na coleta e transporte dos RSS deve observar rigorosamente a 
utilização dos EPIs e EPCs adequados. 
Em caso de acidente de pequenas proporções, a própria equipe encarregada da 
coleta externa deve retirar os resíduos do local atingido, efetuando a limpeza e 
desinfecção simultânea, mediante o uso dos EPIs e EPCs adequados. 
Em caso de acidente de grandes proporções, a empresa e/ou administração 
responsável pela execução da coleta externa deve notificar imediatamente os órgãos 
municipais e estaduais de controle ambiental e de saúde pública. Ao final de cada 
turno de trabalho, o veículo coletor deve sofrer limpeza e desinfecção simultânea, 
mediante o uso de jato de água, preferencialmente quente e sob pressão. Esses 
veículos não podem ser lavados em postos de abastecimento comuns. O método de 
desinfecção do veículo deve ser alvo de avaliação por parte do órgão que licencia o 
veículo coletor (BRASIL, 2006). 
 
 Tratamentodos resíduos sólidos 
O tratamento de resíduos sólidos urbanos, de maneira geral, compreende uma série 
de procedimentos físicos, químicos e biológicos antes de sua disposição final sobre o 
solo. Seu objetivo é reduzir a poluição do meio ambiente e promover o beneficiamento 
econômico. 
22 
 
 
Quando um determinado tipo de tratamento tem o objetivo de produzir energia para 
alimentar um sistema, ou quando um sistema de tratamento é energeticamente 
autossustentável, ele é denominado waste-to-energy. 
O conceito de tratamento é dado pela ANVISA (2006) como quaisquer processos 
manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características 
dos resíduos, visando a minimização do risco à saúde, a preservação da qualidade 
do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador. 
Para promover a seleção do sistema ou conjunto de sistemas mais adequado é 
necessário conhecer a composição, a caracterização e o volume dos resíduos que se 
deseja tratar, bem como a capacidade de operação a viabilizar: instalação física, 
equipamentos a serem instalados, mão-de-obra capacitada para lidar com os tipos de 
resíduos e equipamentos correspondentes e sua licença ambiental devidamente 
registrada em órgão competente (DANIEL; DANIEL; DANIEL, 2015). 
Os processos de tratamento podem ser subdivididos em dois grupos: processos 
térmicos e processos químicos. 
Os processos térmicos se utilizam da elevação da temperatura para a destruição ou 
desativação dos elementos patogênicos. 
Os processos químicos se utilizam de oxidantes químicos reagentes com os resíduos, 
que necessitam ser previamente triturados para obter os resultados esperados. Os 
processos mais utilizados sãos os térmicos e dentre estes sobressaem a 
autoclavagem e a incineração. 
a) Autoclavagem: Tratamento que consiste em manter o material contaminado com o 
vapor de água, a uma temperatura elevada, durante um período de tempo suficiente 
para destruir potenciais agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que não 
constituam risco (ANVISA, 2006). 
Sua aplicação é apropriada para a descontaminação de resíduos de laboratórios de 
microbiologia, resíduos de sangue, líquidos orgânicos humanos, objetos 
perfurocortantes, que não podem ser triturados. 
A autoclavagem possui um alto grau de eficiência da descontaminação, trata-se de 
tecnologia limpa por não gerar muitos efluentes, os equipamentos são, em sua maioria, 
de fácil manuseio e apresenta similaridade com os demais já utilizados em 
23 
 
 
estabelecimentos de saúde. Entretanto, não apresenta uma redução efetiva do 
volume dos RSS. 
É necessária a utilização de recipientes específicos, que podem elevar o custo da 
operacionalização. Esse processo não é conveniente para peças anatômicas 
humanas e animais, por não descaracterizar o resíduo. Pode vir a ser considerado 
para um tratamento inicial pós-segregação, associado a um tratamento para 
destinação final ou reciclagem dos resíduos descontaminados. 
b)Incineração: é considerado o processo mais eficiente para a descontaminação 
patogênica e descaracterização dos RSS. Apresenta vantagem de reduzir o volume e 
peso dos resíduos diminuindo os custos de gerenciamento dos mesmos. Tratamento 
mais recomendado para os RSS do Grupo A. 
Matiolli e Silva (2002) descrevem o processo de incineração como “um processo de 
combustão controlada que transforma os resíduos em materiais inertes (cinzas e 
escórias) e gases. Não é um sistema de eliminação total, mas se obtém uma 
importante redução de massa e volume da matéria original”. 
Por agregar um alto custo composto da aquisição do equipamento, manutenção 
periódica, mão-de-obra especializada para a operação, combustível e, por operar de 
maneira funcional constante com um volume maior de resíduos a fim de evitar o 
desgaste do equipamento pela variação de temperatura com constantes paradas, 
recomenda-se a incineração centralizada (DANIEL; DANIEL; DANIEL, 2015). 
 
 Disposição final 
Quando se esgotam as possibilidades de tratamento, ou seja, quando podem ser 
considerados rejeitos, os RSU devem receber um destino final. 
Embora ambos visem evitar riscos ou danos à saúde pública e à segurança e 
minimizar os impactos ambientais adversos, é importante diferenciar os conceitos de 
destinação final e disposição final. Destinação é a reutilização, a reciclagem, a 
compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético de resíduos. Disposição, 
por sua vez, é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas 
operacionais específicas. 
24 
 
 
Consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais previamente 
preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a 
critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido licenciamento 
ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve seguir as 
normas da ABNT. 
As formas de disposição final dos RSS atualmente utilizadas são: aterro sanitário, 
aterro de resíduos perigosos classe I (para resíduos industriais), aterro controlado, 
lixão ou vazadouro e valas. 
a) Aterro sanitário - É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos 
no solo de forma segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a 
saúde pública. O sistema está fundamentado em critérios de engenharia e 
normas operacionais específicas. 
 
Figura 7 – Aterro sanitário 
 
b) Aterro de resíduos perigosos - classe I - aterro industrial - Técnica de disposição 
final de resíduos químicos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, 
minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de 
engenharia para o confinamento destes. 
c) Aterro controlado - Trata-se de um lixão melhorado. Neste sistema os resíduos 
são descarregados no solo, com recobrimento de camada de material inerte, 
25 
 
 
diariamente. Esta forma não evita os problemas de poluição, pois é carente de 
sistemas de drenagem, tratamento de líquidos, gases, impermeabilização etc. 
d) Lixão ou vazadouro - Este é considerado um método inadequado de disposição 
de resíduos sólidos e se caracteriza pela simples descarga de resíduos sobre 
o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde. É altamente 
prejudicial à saúde e ao meio ambiente, devido a aparecimento de vetores 
indesejáveis, mau cheiro, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, 
presença de catadores, risco de explosões, devido à geração de gases (CH4) 
oriundos da degradação do lixo. 
e) Valas sépticas - Esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com 
a norma da ABNT, é chamada de Célula Especial de RSS e é empregada em 
pequenos municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas 
impermeabilizadas, com largura e profundidade proporcionais à quantidade de 
lixo a ser aterrada. 
A terra é retirada com retroescavadeira ou trator que deve ficar próxima às 
valas e, posteriormente, ser usada na cobertura diária dos resíduos. Os 
veículos de coleta depositam os resíduos sem compactação diretamente no 
interior da vala e, no final do dia, é efetuada sua cobertura com terra, podendo 
ser feita manualmente ou por meio de máquina (BRASIL, 2006). 
 
 
Anote aí: 
A Gestão de Resíduos Sólidos demonstra ser uma aliada das organizações para 
eliminar os impactos negativos que os resíduos causam principalmente os associados 
à destinação final. 
A falta de gestão de resíduos sólidos dentro de um empreendimento pode conduzir 
aos seguintes problemas, entre vários outros: 
Para a empresa: 
 Multas elevadas e sanções ambientais; 
26 
 
 
 Escândalos por casos de poluição ao meio ambiente; 
 Imagem negativa da empresa; 
 Impedimento de novas parcerias comerciais devido à falta de responsabilidade 
ambiental; 
 Impedimento das operações relativa a falta de gestão de resíduos segundo as 
leis e normas propostas pelo Governo e pelas entidades responsáveis.Para o meio ambiente: 
 Contaminação do solo com fungos e bactérias; 
 Contaminação das águas de chuva e do lençol freático; 
 Aumento da população de ratos, baratas e moscas, disseminadores de 
doenças diversas; aumento dos custos de produtos e serviços; 
 Entupimento das redes de drenagem das águas de chuva; 
 Assoreamento dos córregos e dos cursos d’água; 
 Incêndios de largas proporções e difícil combate; destruição da camada de 
ozônio, etc. (VGRESÍDUOS, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
5. Referências 
ANVISA. RDC N. 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 Dispõe sobre o Regulamento 
Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA E NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004 de setembro de 
1987 - Classifica os Resíduos Sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente 
e à saúde pública. 
 
BRASIL. CONAMA. Resolução nº 5. Define procedimentos mínimos para o 
gerenciamento dos resíduos oriundos de serviços de saúde, 1993. 
 
BRASIL. Constituição Federal da República do BRASIL (1998). Ed. Atual em 2000. 
– Brasília: Senado Federal. Secretaria de Edições Técnicas, 2000. 
 
BRASIL. Contextos e principais aspectos da problemática resíduos sólidos 
(2010). Disponível em: https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-
solidos/politica-nacional-de-residuos-solidos/contextos-e-principais-aspectos.html 
 
BRASIL. Lei nº 12.305/2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos Disponível em: 
https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da-
politica-de-residuos.html 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de 
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde, Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
 
28 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução nº 33. 
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços 
de saúde. Diário Oficial da União 25.02.2003 
 
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campus I da Universidade Estadual da Paraíba. Revista de Biologia e Ciências da 
Terra. V. 4, n. 2, 2º semestre. 2004. 
 
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serviços de saúde (RSS): coleta, transporte, tratamento e destinação final dos RSS 
produzidos em uma organização militar de saúde (OMS) (2015). Disponível em: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_214_268_27218.pdf 
 
EBSERH. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-
UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – 
Ministério da Educação Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde. 
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Regional e Meio Ambiente do Centro Universitário de Araraquara). 2006. 
 
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Técnico. In: IV Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária Ambiental. 
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REZENDE, L. R. Vulnerabilidade dos geradores de resíduos de serviços de 
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em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/guia-completo-da-gestao-de-residuos-
solidos/

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